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O P Ú S C U L O S DL F O R M A Ç A Opara uso das Congregações Marianas de Moços
C H E F E SI
Proposta de uma formação especializa da
para chefes leigos das Congregações Marianas
o f e r e c i d a aos Revmos. PP. D i r e t o r e s
p e l o
P. WALTER MARIAUX S. J.Dire tor do S e c r e t a r ia d o G e ra l das C o n g r e g a ç õ e s Mar ia na s em Roma
confedeiaçAo nacional oas congregações maiianastfe de J«nefre — Ru« Semdor Otntêt, 11S • 9 # — Cê'*ê Fa«tel 1*561
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C H E F E S I
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Imprimi potest
Rio de Janeiro, 21 de Junho de 1941
P. Luiz Riou S. J.
Prep. Piov. Brasil. Centr.
Imprimatur
Rio de Janeiro, 1 de Julho de 1941
+ Sebastião
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro
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PREFACIO
ê com o sentimento do mais profundo respeito, que, por meio dêste livrinho, me dirijo aos Rev. PP. Diretores das Congregações Marianas do Brasil, congratulando-me com êles pelo magnífico trabalho que realizam continuamente na direção da Congregação. Não é exagero dizer que os numerosos Sodalícios de Nossa Senhora no Brasil são admirados por todo o mundo católico, pela sua prodigiosa difusão e por suas atividades, entre as quais se destaca a obra dos retiros do Carnaval.
é inegável, que este estado florescente das Congregações se deve, antes de tudo, aos esforços desinteressados dos Sacerdotes que, apesar de sobrecarregados de tantos e tão variados trabalhos, se entregam eficientemente ao apostolado da mocidade.
Na verdade, o fato de ter-se desenvolvido aqui tão exuberantemente o movimento mariano, ao qual dedica tão preciosas energias o clero secular e regular, em harmoniosa colaboração, é para nós forte motivo de fundarmos nas Congregações Marianas, grandes esperanças para a conquista da mocidade a Nosso Senhor Jesus Cristo.
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A confiança que o E pisco pado deposita nas Con- gações Marianas, confiança continuamente confirmada com tantas provas de simpatia e animação, é um estímulo para empenharmos todos os esforços na realização das auspiciosas esperanças, manifestadas pelo Excmo. Sr. Arcebispo de Olinda-Recife no decreto de fundação da Federação Mariana Estadual de Pernambuco. O movimento mariano, afirma S. Excia., "virá pôr um dique a essa onda de indiferentismo religioso que grassa implacável por toda parte”. A s Congregações Marianas " são um baluarte promissor contra o paganismo hodierno da nossa sociedade”.
Peço aos Revmos PP. Diretores de C. M., ver neste livrinho, suplemento do precedente, “Cavaleiros de Maria”, destinados aos nossos chefes leigos, uma modesta e afetuosa contribuição para o aperfeiçoamento e consolidação das Congregações Marianas do Brasil. A benévola acolhida que o meu primeiro opúsculo de formação, "N a família de Deus”, encontrou no Brasil — em três mezes venderam-se mais de 5000 exemplares — me anima a lançar esta nova publicação, e a propor nela aos PP. Diretores um sistema de formação dos nossos chefes leigos.
Pois, observações pessoais feitas durante minha estadia neste país, despertaram em mim a convicção de que é absolutamente necessário encontrar
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meios e métodos para aliviar os ocupadissimos Padres Diretores, de modo que a Congregação Maria- na, não seja um peso mas antes um auxilio sensiyel para o apostolado entre a mocidade. Em outras palavras, os copgregados devem tomar sobre si tôdas as atividades que não exigem a intervenção do Diretor e, além disso, ajudar quanto possível aos sacerdotes nos ministérios paroquiais, como nos catecismos, etc.
Como conseguir isto? Há pouca possibilidade de podermos alcançar tanto de todos os congregados. Pensei portanto em propor que se forme, em cada Congregação, uma elite que possa disempenhar este papel.
Considerações semelhantes sobre a necessidade de prestar um auxilio eficaz aos PP. Diretores, ocuparam a atenção do 1.* Congresso Nacional de Diretores de Federações Marianas (realizado no Rio de Janeiro, 30. I. - 1. II. 1941), o qual chegou à mesma conclusão, formulada na Parte II, N.* 8: "O Congresso insiste na formação especializada de che- f'* , isto é, de congregados que possam assumir proficientemente alguma responsabilidade na Congregação, “para ajudar o P. Diretor no governo e administração da Congregação” (Regra 18) "• O Congresso tne pediu que compusesse um sistema -concreto desta formação especializada, fornecendo também, em quanto fosse possivel, a matéria necessária.
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Comecei imediatamente a estudar esta questão urgente e a consultar vários PP. Diretores competentes e experimentados no Marianismo do Brasil. Agradeço especialmente o Revmo. P. Cesar Daine- se, Diretor da Confederação Nacional, pelas preciosas sugestões e conselhos com que me auxiliou. E' o resultado destes estudos c trabalhos que proponho neste livrinho e no outro: “Cavaleiros de Maria".
> 0 fim destas publicações c, portanto, facilitar aformação dos nossos melhores congregados e a criação, em cada C.M., duma elite de chefes leigos, de apóstolos dedicados que, sobre a base duma singela confiança e filial obediência, prestam um auxílio eficaz ao P. Diretor.
Trata-se, naturalmente, apenas duma proposta.
Ao parecer dos Revmos. Diretores e antes dc tudo dos Exmos. Snrs. Bispos, chefes supremos das Federações Marianas, deixamos o cuidado de adotar este sistema nas suas Federações.
Quer-nos entretanto parecer, que o plano apresentado aqui — que pode ser aplicado de modo que não sobrecarregue o Sacerdote —, corresponde aos desejos e às necessidades práticas dos Padres deste país. Quero ainda acrescentar que, por meio desta formação sistemática, os chefes leigos serão capazes, pelo menos em muitas Congregações, de ex
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plicar, êles mesmos, os “Opúsculos de formação”, aliviando assim de maneira sensível os Diretores.
Ofereço, pois, este pequeno opúsculo, juntamente com o: “Cavaleiros de Maria” às proinissoras Congregações Marianas do Brasil, com a intenção de contribuir um pouco para a formação dos caros ma- rianos, tão insistentemente desejada pelo Exmo. E pisco pado.
Rio de Janeiro, Festa da Medianeira de tôdas as graças, 31 de Maio de 1941.
P. Walter Mariaxtx S. J.
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Precisamos de Chefes)
No livro "Cavaleiros de Maria” citamos uma palestra de Pio X com alguns Cardeaes: “Que é hoje mais necessário para salvar a sociedade humana?”, perguntou o Papa. As respostas foram diversas: “ A fundação de escolas católicas.” "A formação de uma geração de sacerdotes exemplares” etc. — “ Sem dúvida, disse o Sumo Pontífice, porém mais necessário é, que cada Paróquia possua um grupo de leigos profundamente cristãos instruídos, ativos, verdadeiros apóstolos.”
Não sabemos se esta conversa é verdadeiramente histórica. Em todo o caso a sua idéia é justa, e em nossos dias encontra sua confirmação. Nunca houve como hoje um momento histórico, em que precisássemos mais de leigos bem formados e intrépidos; porque nunca as próprias bases da vida social e da dignididade humana estiveram em tão grande perigo de ruína. As convulsões atuais da |Euro- pa, terão infalivelmente suas repercussões aqui no Brasil. O mundo tornou-se pequeno e nenhum país hoje se pode dizer isolado.
Ora, sob as catástrofes e revoluçõe# doa nossos tampos, observamos uma luta encarniçada de idéias.
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Todos deveríam convencer-se, de que as raízes dos acontecimentos atuais, encontram-se no terreno religioso. A razão e a experiência histórica, junto às palavras dos Sumos Pontífices, têm demonstrado com evidência, que só a fé em Deus e a submissão à lei da moralidade, podem oferecer fundamento estável à vida humana, à verdadeira civilização.
Portanto, múltiplo é hoje o papel da Igreja. Primeiramente, debelar a ignorância e a sua consequência, o indiíerentismo religioso. Os católicos indiferentes. liberais, os católicos às meias, absolutamente não serão capazes de resistir à onda do ateísmo, que levantada por todos os meios da técnica moderna, invade todos os recantos da terra.
Depois, impõe-se outro dever, cuja importância aumenta cada vez mais: reconquistar! Os povos, conforme diz o Papa Pio XI na encíclica de Cristo Rei, abandonaram a Deus laicizando todo o campo da vida e da cultura. <
Portanto a Igreja, nunca talvez na história, teve uin trabalho tão difícil e, ao mesmo tempo, tão decisivo como hoje. A ela compete novamente, infundir o espírito cristão, num mundo não sómente secularizado e acatólico; mas também em parte, an- ticatólico e pronto a si deixar arastar por novas ideologias anti-cristãs, que entusiasmam a juventude e prometem à humanidade uma nova ordem, fundada sôbre o paganismo. A ela compete cristianizar um tal mundo, submetendo ao império de Cristo as células da vida humana, — a família e a vida pública, a cultura e a civilização, em todos os seus ramos.
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Quem não vê a dificuldade gigantesca de tal tarefa? Como enfrentar estas necessidades? Pio X insistiu na formação de apóstolos leigos. Pio XI acrescentou o apêlo à Ação Católica.
E' verdade que a Igreja possue sacerdotes. Mas. que significam cinco mil Padres num país de quarenta milhões de católicos? E, além disso, quantos homens não querem mais ouvir a voz da Igreja, quantos redutos da sociedade, também aqui no Brasil, são praticamente impenetráveis ao sacerdote! E quantos, cheios de desconfiança e preconceitos, evitam o encontro do Padre! A estes, só os leigos podem conquistar, substituindo o Padre, ou pelo menos, preparando-lhe o caminho. /
Porém, os leigos precisam antes de tudo de bons chefes. Com efeito, sempre se verifica que uma minoria ativa e organizada sacode a massa. A formação de pequenos grupos escolhidos é o meio melhor, e talvez o único eficaz para influenciar nas multidões e para infundir nelas as próprias idéias, os próprios ideais e as próprias convicções. Muito bem diz o Cardeal Newman: “A graça atua e aperfeiçoa, a sua obra com auxílio dum reduzido número de homens. E ’ de seus profundos conhecimentos, é da clareza e firmeza de suas condências e da sua dedicação absoluta, é do sangue dos mártires e das orações dos santos, dos heroísmos e das energias concentradas numa palavra ou numa instituição, que o céu se serve como de instrumento”.
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Mas onde encontrar êstes chefes? Temos que formá-los! E a quem, senão às CC.MM. cabe fazê- lo? Suas regras e sua tradição gloriosa lhe impõem tal obrigação. Lembremos as palavras dirigidas por Pio X, em 1904, aos Congregados: “Julgo-me diante de um grupo escolhido de verdadeiros cristãos, isto é, de cristãos fervorosos, dispostos, sob a proteção da SS. Virgem, a qualquer sacrifício, até dar a própria vida, para defender a fé e propagar a religião.” O Santo Padre Pio XI declarou expressamente, que era das Congregações Marianas, que esperava o mais forte apoio para a Ação Católica. E finalmente, é o nosso Santo Padre Pio XII gloriosamente reinante, que qualificou as CC. MM. de “tropas auxiliares da Igreja, arregimentadas em batalhões pacíficos sob o estandarte da SStna. Virgem; com as quais a Igreja pode sempre contar.’’ (Carta por ocasião do 4.° Centenário da Companhia de Jesús, 8 de Junho de 1940).
Quantos e quantos Excinos. Bispos recomendavam ainda nos últimos anos as CC. MM. como escolas de apostolado leigo, desejando que fossem fundadas em cada Paróquia. Citemos uma conclusão do Congresso de Diretores, realizado em 1935 em Roma: “As CC. MM. em conformidade com os seus estatutos e tradições, são destinadas a formar grupos escolhidos de fervorosos e zelosos cristãos”. No ano de 1940, reuniram-se os PP. Diretores das CC. de Hespanha num congresso que tomou esta resolução: “Dá excelentes resultados
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formar a todo o custo um grupo de congregados desinteressados e inteiramente entregues à Congregação e às suas obras, congregados que sejam como o braço direito do P. Diretor, nos quais pode este confiar completamente. Êstes são os que, tomando como próprios todos os interesses da Congregação, fazendo seus todos os planos do Diretor, arrastarão os outros congregados e darão impulso e eficácia a quanto se empreenda para a maior glória de D e u s ..."
Finalizando citemos uma decisão do primeiro congresso dos Padres Diretores das Federações do Brasil, realizado em fins de Janeiro de 1941, que inculca o mesmo assunto: “O congresso insiste na formação especializada de chefes, isto é, de congregados que possam assumir proficientemente alguma responsabilidade na Congregação, para ajudar o P. Diretor no governo e administração da mesma (Regra 18)”.
Não nos parece, portanto, supérfluo aqui, fazermos um exame de conciência. Pergunte-se cada um a si mesmo, se a sua C. M. é efetivamente uma escola de apóstolos leigos, se os congregados acham nela os meios necessários de formação apostólica. Se pelo contrário a C. M. não consegue êstes resultados, onde buscar a causa? Talvez o Diretor não inculcou bastante os motivos, por acaso falta a doutrinação, ou métodos adequados. A metade do sucesso está garantida, se os Diretores estiverem convencidos da transcendência dêste ofício de formar chefes e firmemente resolvidos a realizá-lo.
n.Responsabilidade e Iniciativa
Eliminemos desde já, a possibilidade de um mal entendido. Ao falarmos de responsabilidade e iniciativa dos chefes nas Congregações Marianas, de modo nenhum queremos identificar estas atitudes eom a de independência. As CC. MM. não conhecem chefes “independentes”.
Os estatutos determinam claramente as atribuições do P. Diretor e do chefe leigo. Por um lado acentuam fortemente a autoridade do P. Diretor e a sua responsabilidade em tudo o que se faz na C. M .; por outro lado põem em evidência bem claramente, a responsabilidade derivada do P. Diretor e aquele espírito de iniciativa, que convêm aos chefes leigos sempre sob a suprema direção do P. Diretor. Nisto é preciso ver uma nota caraterística e distintiva da C.M., pois é fácil verificar que em outras organizações católicas, os ofícios do Diretor e do chefe leigo são concebidos doutra maneira.
Fixemos a realidade. É por acaso verdade, que os dois princípios mencionados encontram sempre a sua realização? Se examinamos mais de perto a situação, devemos confessar que há CC. MM. em que reina a tendência de frisar a autoridade do
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P. Diretor de tal maneira que o papel dos chefes leigos é reduzido praticamente à pura passividade.
Com efeito, em várias CC. MM. não se pode falar de “chefes” no sentido verdadeiro da palavra. Não está em prática o que as regras exigem, ou seja a participação dos leigos no govêrno e na administração da C. M., para despertar neles o sentido de responsabilidade numa atividade que deve ser o fruto dc suas próprias energias. Parece-nos que em alguns lugares não se chegou a compreender, que o papel mais importante e próprio da C. M. consiste exatamente na formação de verdadeiros “chefes”. Há Diretores que não se deram ainda conta de que uma C. M. da qual não saem tais chefes, não é completa.
Não se conforma total mente com as regras, o Diretor que toma sozinho todas as resoluções sôbre a vida e atividade da sua C. M., sem aconselhar-se com os membros da diretoria nas suas reuniões, iniciativas e decisões. I
O mesmo se diga de vários “chefes” leigos, para os quais, o ideal da diretoria, é a renúncia completa de tôda a responsabilidade pessoal e de tôda a iniciativa e a pura execução das ordens do Diretor.
Compreendemos bem os motivos que levam alguns Diretores a hesitar em pôr em prática as regras, no seu genuíno sentido. Por experiência própria, sabem que uma participação no govêrno, ainda que derivada do Diretor, traz consigo perigos considerá
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veis como por ex., falta de união e harmonia, menosprezo da obediência e da confiança filial no P. Diretor e ás vezes também, unia certa vaidade dos chefes a ponto de preferir mandar a obedecer, etc.
Concedemos de bom grado que êstes perigos existam e que a obediência filial dos congregados, também dos chefes, ao P. Diretor, é fundamento insubstituível da florescência da C. M. Nem por sonho nos ocorreu propor um método lesivo a êste fundamento da vida mariana. Mas perguntamos: será verdade que as dificuldades e os perigos mencionados são insuperáveis? Será justo, renunciar por algumas dificuldades à realização completa do ideal, que certamente, só depois de maduras reflexões foi codificado nos estatutos aprovados pêla suprema autoridade eclesiástica? Sim, há perigos na participação dos leigos no govêrno da C. M .; más podemos vencê-los por meio de uma formação sólida e especializada dêstes chefes; e é precisamente esta a solução que propomos neste livrinho.
Parece-nos que hoje em dia mais que nunca, não podemos renunciar a fazer dos nossos chefes, homens de iniciativa e de verdadeira responsabilidade.
Eis as razões: em primeiro lugar, o apêlo do Santo Padre Pio XI à Ação Católica. O sentido dêste apêlo, é evidentemente o desejo da Igreja de associar mais íntima e diretamente o mundo leigo, no apostolado eclesiástico, de conceder aos leigos maior responsabilidade e de animá-los para uma ini-
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ciativa mais acentuada. Certamente, não devemos por isso mudar as nossas regras, mas temos que realizar hoje mais escrupulosamente do que nunca, tôdas as sugestões que as regras fornecem em favor ía responsabilidade e iniciativa dos leigos, tanto mais que professamos na regra 33, expressamente o ‘Sentire cum Ecclesia’’, e que aqui no Brasil como se sabe, as CC. MM. fazem coletivamente parte da Açío Católica.
O objetivo mais sublime da C. M., isto é, a interne influência dos seus membros sóbre a vida da famíia, da profissão e sôbre a vida pública, não se pode abter senão com o avivar nos leigos esta con- ciêncii da própria responsabilidade e com o desen- volvirrento da iniciativa pessoal. Não é por acaso natura, que os congregados se hão de dedicar com mais zilo e executar as decisões para as quais êles mesma contribuíram ativamente? Além disso, se recebecm do P. Diretor apenas as grandes linhas do seu trabalho e se os pormenores da execução forem déxados à livre escolha de cada um, certamente empnhar-se-ão com muito maior interesse, mobi- lizand» as próprias habilidades, procurando e encontrando os métodos mais indicados. Tomarão mais i sério as deliberações para as quais concorreram saberão explicá-las aos outros, defendê-las contr. objeções, vencendo a indolência de uns e a indifcrença de outros, saberão animar e entusiasmar os c.maradas etc. Assim o leigo sentirá de mais em
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mais aumentar o seu interesse e as suas forças, identificando-se com a obra, que em certo sentido, tornou-se “ sua”.
Ora, quem duvida de que o rendimento da sua atividade será muito maior do que no caso de estar o congregado limitado à simples execução de decisões tomadas sem a sua colaboração?
Quer-nos parecer, que se pretendemos checar a formar nas CC. MM. moços que mais tarde seám verdadeiros chefes católicos, será necessário dexar campo livre à inciativa pessoal e alimentar o eípíri- to de responsabilidade. Seja dito entre parêrtesis, que muitas vezes na direção da Congregação, tvitar- se-ão imprudências, despertando nos congregalos a conciência d a . própria responsabilidade; poií, ainda que o Diretor seja superior aos leigos pda sua dignidade sacerdotal e cultura teológica, acont«ce não raramente, que os seus colaboradores leigos he são superiores na experiência da vida e também na capacidade de julgar sôbre as possibilidades cmcretas de adatação do ideal mariano à vida quoidíana. Êles conhecem muitas vezes, melhor do que oP . Diretor, a mentalidade dos outros congregados, ;s suas dificuldades e desejos. Talvez sabem melhor do que o Sacerdote, induzir os companheiros ao cumprimento dos deveres religiosos. Vários joveis diretores se arrependeram mais tarde de não t<r pedido a opinião dos leigos, ou de a não ter apreciado justamente.
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Não nos esqueçamos afinal, de que a Igreja en- enfrenta hoje, um mundo terrivelmente seculariza- do. O espaço entre o terreno religioso e profano, alarga-se cada vez mais, e grandes são os preconceitos, unidos a uma desconfiança profunda com respeito aos objetivos e princípios católicos. O isolamento da Igreja e dos Padres, em muitos países não é mais um perigo, é uma realidade. Como se poderá recristianizar um mundo paganízado, como reconciliar com a Igreja um mundo que se tornou alheio a ela, como inspirar confiança a um mundo desconfiado, como reconstruir tantas pontes cortadas senão por meio de leigos ativos e conciêntes da própria responsabilidade? E' por conseguinte a situação da Igreja, que imperiosamente exige a formação de chefes leigos convictos e capazes.
Os superiores eclesiásticos e especialmente numerosos Bispos, certamente induzidos por semelhantes reflexões, proclamaram nos últimos tempos, êste dever da C. M. dc formar chefes, dotados de responsabilidade e iniciativa pessoal.
Felizmente, não precisamos modificar os nossos estatutos para harmonizá-los com as exigências do momento e com as diretrizes eclesiásticas. As regras e a história das melhores Congregações provam que a C. M. deve ser uma escola de chefes leigos, capazes de trabalhar na convicção da própria responsabilidade. Com efeito, as CG. MM. que dão os maiores resultados apostólicos, que gozam de uma influência mais intensiva na vida pública e
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que vencem as outras não só numericamente, mas também com respeito à atividade dos seus membros, são aquelas em que os chefes leigos tem um papel transcendente.
Tiremos pois a consequência, e insistamos em que os leigos, de sua parte, examinem também se não se contentam talvez comodamente com um papel fácil e passivo demais.
m .
Vozes Autorizadas
Seria fácil citar centenas de declarações e diretrizes dos Exmos. Bispos de diver.síssimos paises que inculcam a necessidade de formar nas CC. MM., chefes, no verdadeiro sentido da palavra, i. é, homens de iniciativa e lutadores com o espírito de responsabilidade.
Contentemo-nos com alegar uma carta do Rvmo. P. Geral da Companhia de Jesus aos PP. Diretores das CC. MM. da Itália, e depois, as declarações de alguns congressos marianos, que lançam a mesma orientação.
Na sua Carta (de 18-X-1930), o P. Geral declara:
“Ê necessário que o P. Diretor se deixe ajudar o mais possível, pelos mesmos congregados, nio somente nas coisas, por assim dizer, materiais da Congregaçio, mas também, nas atividades de maior importância, deixando-lhes uma prudente liberdade de iniciativa e de ação, reservando-se só uma vigilância superior. Assim se deve comportar o P. Diretor sobretudo com Pre- sideite, Assistentes, Conselheiros e outros oficiais da Congregaçio, os quais gozam da confiança dos congregados que os elegeram e conforme às regras, devem realmente participar do govêrno da Congregaçio., ftste método ajuda também para a formação dos mesmos congregados, porque aprenderão a desenvolver cada
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vez Tnoía, as suas qualidades. Animados pelo P. Diretor e aproveitando a sua experiência, habituar-se-lo a tomar parte nas responsabilidades da C. M. e afeiçoar- se-ão deste modo muito mais a ela.”
O congresso dos Diretores das CC. MM. em Roma, realizado no mês de Agosto de 1935, tomou entre outras, estas resoluções :
”0 apostolado coletivo costuma realizar-se na C. M. por meio de secções que devem ser dirigidas pelos próprios congregados. Assim, ao mesmo tempo o Diretor achará colaboradores e despertará nos moços o espírito de iniciativa e responsabilidade... No governar a Congregaçio, ainda que retenha a direção suprema, prefira manter uma certa reserva, faça-se ajudar pelos congregados segundo os seus vários ofícios, deixando-lhes uma sábia liberdade de ação, intervindo somente quando fôr necessário, e para os demais contentando-se com dar as diretrizes e providenciar a que todos tenham conciência da própria responsabilidade e cumpram bem o seu encargo. Eis o verdadeiro modo de formar moços no espírito e na ação.”
Em novembro do ano de 1936, realizou-se um Congresso mariano em Miami (Flórida, EstadosUnidos). Entre outros assuntos discutiram-se ostemas seguintes:
“As qualidades dum chefe leigo católico”, "A formação destes chefes”, “Porque os Congregados devem ser verdadeiros chefes católicos?”
Em 1936, discutiram-se no “ Quinto Congresso mariano diocesano” de Los Angeles (Estados-Uni- dos) os temas que se referem à formação dos chefes. O programa do Congresso diz:
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“Que falta à atual vida católica? Faltam chefes corajosos que lutem, tendo como base da sua ação as Congregações Marianas, para a unidade e atividade do Catolicismo. Verdadeiros chefes que nio se deixem afastar da sua missão nem por respeitos humanos nem pelo mêdo de sacrifícios pessoais.".
Acrescentamos duas breves citações:
"Sinto-me especialmente unido à vossa Congregação, porque no seio dela formam-se os futuros chefes e os pioneiros militantes do catolicismo na nossa pátria. .
(S. Exc. João Saric, Arcebispo de Serajevo (Croazia) numa carta às C. M. dos estudantes.)
t. ■■■*- --i ■' ’ f »“ Pensai em fundar novas Congregações, especial-
mente entre a mocidade.. . Os diversos grupos na Congregação, devem governar-se a si mesmos, sob o impulso discreto do P. Diretor. Assim o problema dos chefes achará a sua solução.0
( 0 Excmo. Bispo dc Luxemburgo).
IV.
Concretamente, qual o papel dos Chefes?
Sc tomarmos a sério nossos estatutos e se realizamos as preciosas sugestões e diretrizes citadas acima, é certo que formaremos na C. M. verdadeiros chefes de responsabilidade e iniciativa própria. Concretamente, como proceder?
O sentido das regras (Nr. 18 e 48 a 56) é, ao nosso modo de ver o seguinte: Os congregados devem ajudar o P. Diretor no seu ofício, participando efetivamente do govêrno da C. M., desenvolvendo assim a própria iniciativa. Analisemos um pouco a realização concreta desta tarefa.
1. Os chefes leigos são também responsáveis pela Congregação inteira. Isto vale para cada um dos dignitários maiores. Sua responsabilidade se estende além do âmbito do seu cargo. Com efeito, as regras exigem dos consultores que conheçam bem todos os membros da Congregação e estejam ao par de tudo o que acontece (Regra 56, cfr. 50, 51, 52). Êles devem decidir junto ao P. Diretor de tudo quanto há de ser organizado na C. M., como sejam seções, programas das reuniões. Comunhões gerais, obras de apostolado, fc3tas, e tc .... Devem deliberar
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com o P. Diretor sòbre a admissão dos aspirantes, sôbre a exclusão dum membro, enfim sòbre tôda a vida da Congregação.
2. Os dignitários do C. M. i. ê., os membros da Diretoria, gozam duma verdadeira autoridade com relação aos congregados, naturalmente sempre sob a dependência do P. Diretor. Por isso, nos limites do seu cargo, são autorizados a dar normas e pronunciar decisões podendo exigir a obediência dos congregados. E ’ por esta razão que o Diretor não se cansará de exortar os membros a esta obediência.
3. Devendo os membros da Diretoria participar realmente do govêrno da C. M. (Regra 18) é mister, dar-lhes a possibilidade de refletir sôbre as propostas c resoluções a tomar. O P. Diretor portanto apresentar-lhes-á estas propostas com antecedência. A Regra 51 prevê expressamente o fato, os membros da Diretoria devem expor a sua opinião, I>ara dar depois o seu voto. Com respeito às decisões que obrigam a Congregação inteira, serão elas ordinariamente tomadas de acordo com a maioria dos votos da Diretoria e promulgadas depois da aprovação do P. Diretor (R . 50), (ainda que o Diretor possa fazer exceções).
4. Outras consequência se impõe: os membros da Diretoria devem ter ocasião de propor novas idéias e sugestões... (Regra 52).
Por via de regra está previsto que projetos, propostas e dificuldades, devem ser verdadeiramente discutido*, — a regra 52 emprega expressamen-
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te este térmo. Segue-se que o P. Diretor não deve levar a mal a manifestação duma opinião contrária à sua a menos que não provenha de um motivo egoísta ou pardal (a R. 51 refere-se a este caso). Um Diretor prudente tomará, pois, a sério as propostas feitas pelos membros, abstendo-se absolutamente de pô-las a ridículo diante dos demais congregados para não desanimar ou ferir o chefe no justo sentimento do próprio valor. Se os membros da Diretoria são mais maduros, é preciso respeitá-los como tais; se são ainda novos e inexperientes, convêm accitar-lhes as idéias para fortalecer a conciência da responsabilidade e dar-lhes a satisfação de uma boa iniciativa.
5. As regras supõem serem os leigos que assumem os diversos cargos em relação à atividade da C. M. e que cies dirijam as seções c obras dc apostolado. Ora, pode-se falar duma “direção” de leigos, se êstes não têm direito e possibilidade dc decidir sôbre a orientação da seção ou da obra, com verdadeira responsabilidade, dependendo, é claro, nas linhas gerais, do P. Diretor? E ’ portanto o mesmo chefe que, na medida de suas forças deve estabelecer o programa da sua obra. Em seguida proponha-o ao P. Diretor ou à Diretoria, e, depois de ter obtido a aprovação, dirija êle mesmo a execução, procurando e aplicando os métodos mais adequados, instruindo os colaboradores, etc.. . .
Em tôda esta definição e descrição da responsabilidade e iniciativa dos chefes leigos, nossos leitores observaram certamente DUAS RESTRIÇÕES
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que não devemos de modo algum perder dc vista: a primeira é que todo este trabalho deve ser feito não independentemente, mas sob a discreta e prudente orientação do P. Diretor, de modo que, em função também desta relativa autonomia, a decisão definitiva e a suprema responsabilidade recaiam sôbre o Sacerdote. A segunda é, que tudo quanto temos exposto, deve ser entendido por princípio, em geral, segundo o espírito das regras — ; assim que, em caso de necessidade, p. ex. por falta de moços capazes e preparados, o P. Diretor possa modificar êstes métodos conforme lhe parece para o maior bem da C. M.
O P. Diretor pode mesmo anular as decisões não somente dum chefe determinado, mas também as da Diretoria inteira, pode até demitir a Diretoria. Mas, é evidente que esta faculdade não dever ser usada senão em casos extremos, e que nunca deverá servir para satisfazer a um sentimento ferido, mas sómente para o bem da Congregação.
A paz e harmonia na Congregação ficam, em todo o caso garantidas pela fato que, segundo as Regras, a suprema direção da C. M. é concentrada na mão do P. Diretor.
Por outro lado, não devemos esquecer que as mesmas regras obrigam ao P. Diretor a revestir os chefes leigos, na medida do possível, duma verdadeira responsabilidade e a tirar largamente proveito de sua iniciativa pessoal.
A Formação dos Chefes
V.
E ’ sublime o ideal que as regras da Congregação propõem ao chefe leigo. Mas, como realizá-lo? O leitor dos capítulos anteriores sentir-se-á provavelmente inclinado a dizer: Oxalá tivéssemos emtôda a parte, tais leigos, fervorosos apostolos, capazes de iniciativas e de assumir sobre si alguma responsabilidade ; ao mesmo tempo humildes, modestos e dignos de tôda a confiança. Mas, onde encontrá- los? Respondemos: E ’ preciso formá-los! Propomos neste livrinho um sistema para esta formação especializada dos chefes. Não extranhamos encontrar a princípio, algumas dúvidas e objeções. Por exemplo:
1.* Objeção: Na minha Congregação, não há moços capazes do entusiasmo, zêlo e generosidade, que se supõem num chefe destes.
Resposta: Achamos que semelhante pessimismo desconhece a grandiosa eficácia da graça divina. Porque não avivará ela o zêlo e a generosidade dos nossos moços?
Nossa Senhora da Aparecida, a Padroeira do Brasil, que despertou esta prodigiosa difusão do movimento mariano, dispensará as graças necessárias
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para os chefes que as pedem humildemente e que empregam todos os meios para a sua formação sólida.
2.a Objeção: Meus congregados devido à pobreza de instrução e cultura, não são capazes destes cargos e desta formação.
Resposta: Para realizar o tipo de chefes quedescrevemos aqui, não é preciso muita instrução e cultura, mas zêlo religioso e generosidade. Aliás, esta formação de chefes deve adatar-se ao nível in- teletual da Congregação. Ora, por baixo que seja êste, há sempre alguns que sobresaem entre os outros. Êstes são os que devemos escolher, para que possam com sua superioridade sôbre os demais, ajudar o Padre, influenciando nos outros, como chefes da C. M. Nos cursos e exames (de que falaremos mais adeante) devemos naturalmente adatar-nos, na parte teórica, à capacidade e ao nível cultural dos moços.
3 / Objeção: Fiz experiências pouco animadoras. Acentuando a responsabilidade dos leigos, êstes não querem mais obedecer, perdendo-se assimfacilmente a união e concórdia na C. M.
«Resposta: Acreditamos que alguns fracas
sem quando lhes demonstramos maior confiança. Não nos deve isto surpreender.
Contudo, porque alguns não superam esta prova, com que direito concluímos que ninguém con-
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seguirá superá-la? Se tuna experiência falhou, porque não tentar segunda, e desta vez com melhor t mais sólida preparação?
A
Sem esta formação, não podemos esperar a realização do nosso tão sublime ideal. Seria quasi um milagre.
A parte principal desta formação, deve consistir em inculcar o verdadeiro tipo do chefe mariano. que irmana em si a atividade com a humildade, a responsabilidade com a obediência, a iniciativa com a modéstia e a vontade de servir. Por meio da fo rmação sólida que propomos neste livrinho e nos “ Cavaleiros de Maria”, c ajudados péla graça de Deus chegaremos a evitar os perigos e a realizar o ideal proposto pêlas Regras da Congregação.
4. a Objeção: Os meus congregados não têmtempo para assistir a longos cursos.
Resposta: Certamente um curso de 3 oumesmo de 8 dias, seria ótimo. Mas, onde isto não é possível, bastam cursos noturnos durante uma semana, ou duas vezes por semana no domingo e na tarde de sabado.
5. * Objeção: Como podemos nós, vigáriosocupadíssimos, encontrar tempo para êstes cursos?
Resposta: Não tencionamos inculcar, quetodos bs Padres Diretores dêm tais cursos a seus chefes. Pensamos numa organização mais centralizada, de modo que, por ex. estes cursos sejam promovidos pêlas Federações, para as várias Congregações reunidas. Se o Diretor da Federação não tem
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o tempo necessário para dirigir, deve procurar outro Padre apto e disposto a fazê-lo. A formação dos chefes é de tal alcance que devemos encontrar tempo e pessoa para conseguí-la e encontrá-los-êmos, uma vez convencidos da importância desta iniciativa.
6.a Objeção: Porque esta novidade? Nuncafoi necessário isto, também hoje não o será.
R e p o sta : Não é uma novidade. Bons diretores já há muito tempo se esforçavam para dar aos membros da diretoria uma formação mais profunda. Além disso, o argumento citado nada conclue, pois as CC. MM., como todas as organizações subme- tem-se à lei da evolução, e pode muito bem acontecer, que o que nos tempos passados era dispensável, hoje seja necessário.
Ora, quem conhece um pouco os tempos em que vivemos, não ousará negar que a luta das idéias é hoje mais renhida do que em outras épocas. A secularização da vida pública e até familiar, o indi- ferentismo de muitos ambientes e a onda de idéias pagãs e naturalistas são realidades que exigem apóstolos leigos ativos e cuidadosamente preparados para combatê-las. Aliás, as diretrizes das autoridades eclesiásticas são suficientemente claras.
Encaremos, portanto, com optintismo este assunto de tanta importância; lembremo-nos de quantas organizações não só políticas mas também religiosas, concentram todos seus esforços neste ponto, não recuando ante os maiores sacrifícios de pessoal e de recursos pecuniários.
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E não são, por acaso, os inimigos da Igreja que nos dão um exemplo que quasi nos deve encher de vergonha? Fas est et ab hoste doceri!
Quando lemos por exemplo como os comunistas empregam anos e anos para instruir sistematicamente seus chefes, com pessoal escolhidíssimo em cursos especializados, escolas noturnas, internatos, até universidades, não me parece exorbitante propor um curso de três dias ou algumas noites para formar os arautos de Nosso Senhor e os cavaleiros de Maria.
Formemos não somente os chefes já empossados no Congregação Mariana, mas também os que prometem tornar-se no futuro bons chefes, membros da Diretoria. £ chamamos chefes os congregados dotados de capacidade e de disposição para assumir alguma responsabilidade na Congregação Mariana, como membros da Diretoria, presidentes de seções, de grupos, de círculos de estudo, etc. “ Chefes” são pois não só os congregados que exercem atualmente um cargo, mas todos os que, depois de uma formação especializada, têm aptidão para serem escolhidos como responsáveis num posto da Congregáção Mariana.
Quantas vantagens não trarão êstes Cursos às Congregações Marianas, pela simples razão de aperfeiçoar os chefes no seu caráter, na técnica e na organização! No Curso, êles receberão um forte impulso religioso e ascético, para se tornarem congre-
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gados exemplares e concientes de que pesa sôbre sua própria responsabilidade a vida mesma da Congregação.
Além do mais, êstes Cursos terão particularmente em vista aumentar nos chefes a capacidade de influir sobre os companheiros, de contribuir ativamente para a instrução dos aspirantes ç dos congregados, e de ajudar o Diretor no govêrno da Associação.
Aproveitemos, portanto, dêstes Cursos para a formação dos nossos melhores congregados!
O método desta formação
A formação dos chefes terá dois graus. No li- vrinho: "Cavaleiros de Maria” só aprestámos amatéria para a formação do primeiro grau.
Seguiremos o método seguinte. Pretendemos convidar os melhores congregados de 16 a 20 anos a frequentarem um Curso, no fim do qual. depois de um exame, receberão o diploma de chefe de primeiro grau. Ficarão assim habilitados a ajudar o P. Diretor na C. M.
O fiíit, pois, deste Curso é aperfeiçoar as boas disposições e, ao mesmo tempo, a capacidade técnica e organizadora dos congregados mais hábeis. Devem muito particularmente aprender a ensinar religião aos seus companheiros, seguindo os textos dos "Opúsculos de Formação” propostos pelo l.° Congresso Nacional dos Diretores das Federações.
Esta formação compreende três elementos:O Curso,A preparação do Exame final,O próprio Exame.
No Curso procuraremos aumentar nos futuros chefes, por meio de um sistema de conferências e' exercícios práticos, a vontade de serem congregados
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exemplares, esforçando-se seriamente por realizar, cada dia, o ideal do cavaleiro da Virgem Santissi- tna; procuraremos despertar neles o senso de responsabilidade no movimento das Congregações; queremos finalmente torná-los aptos a desempenhar as várias ocupações referentes à C. M. com iniciativa própria, prudência e habilidade, e sempre sob a obediente dependência do P. Diretor.
O Exame eíetuar-se-á no mínimo três meses após o Curso. O examinando deverá manifestar, além de um sólido conhecimento da religião, uma real capacidade de técnica e de organização, bem como a formação religiosa total da sua personalidade.
Aos que forem aprovados, será conferido um diploma, assinado pelas Federações Diocesanas e Estaduais, e pelo P. Diretor da Confederação Nacional.
O opúsculo “ Cavaleiros de Maria” é o “ Manual” dos chefes, e para o exame final cada um deve ter assimilado o conteúdo dêste livrinho. Ainda que a matéria seja apresentada numa forma clara, será talvez necessário explicar um ou outro trecho do livro, o que poderá fazer um congregado hábil durante o tempo da preparação para o Exame.
VII.
Observações sôbre o Curso
Quem dará o Curso?
Naturalmente cada Diretor poderá dar éste Curso de formação aos seus futuros chefes. Como, porém, os PP. Diretores estão geralmente sobrecarregados de serviço, não podendo assumir novos compromissos, os PP. Diretores das Federações se encarregarão desta tarefa, dando êles mesmos os Cursos ou indicando uma outra pessoa apta a fazê-lo. Deste modo poderão reunir-se várias CC. MM. num só Curso.
A organização do Curso
A duração.
Depende ela naturalmente das condições locais. Podem-se distribuir as conferências e os exercícios práticos de modo que o Curso ocupe uma semana. Onde fôr possível, será melhor organizar um Curso de 2 ou 3 dias inteiros. Nos casos em que os congregados não pudessem dispor do dia inteiro, pode- se fazer o Curso muito bem de noite, dando-lhe a duração que fôr necessária.
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Os participantes.
Não se deve convidar um número muito grande de congregados, visto que é necessário tratar com cada um individualmente. Os inscritos devem ter mais ou menos a mesma idade, instrução e condição social.
O lugar.
Se possível, uma casa destinada a fins religiosos, como casa de Retiros, Convento, etc., situada em lugar um pouco recolhido.
Objetos a serem levados e preparados.
Cada inscrito leve consigo o Missal, o Manual, o Terço e material para escrever. Os Diretores preparem uma boa coleção de cânticos e livros com narrações de casos interessantes e próprios para a leitura durante as refeições e convidem alguém que saiba tocar orgão.
O horário.
Procura-se que tudo se faça com empenho e
num ritmo cheio de vida. Não se tolere que os congregados cheguem atrasados aos exercícios comuns; as ordens sejam breves e dadas uma so vez.
Quanto possível, tudo será feito pelos próprios congregados; p. e .: lêr e servir à mesa; escolher as orações na Missa e Bênção, ajudar ao Padre, distri
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buir os livros de orações, indicar os lugares, preparar os cânticos, servir de sacristão, etc. Mudar frequentemente os encarregados para se conseguir que cada um se torne o mais ativo possível!
Não há obrigação de silêncio, visto não se tratar de Exercícios espirituais; mas, em certas horas, p. ex. à noite, antes da Missa etc., o silêncio será expressamente exigido. Para a leitura à mesa escolha-se um livro interessante e instrutivo (p. ex. Weiser, “A’ luz das montanhas”).
Os meios principais de formação
são conferências e exercícios práticos. A respeito das conferências, deve-se evitar que os jovens mantenham somente uma atitude passiva; sejam feitas em forma dialogada; pois, é de grande importância que cada qual seja obrigado a colaborar no esforço comum.
Os exercícios não são de menor importância que as conferências. O Diretor do Curso trate cada ponto com cuidado e faça com que não seja sempre o mesmo congregado que execute os exercícios.
vm.A instrução introdutória
Esta introdução deve, desde o princípio, criar a atmosfera conveniente; deve despertar uma alegre prontidão. Por isso, recomenda-se um tom entusiástico, juvenil.
Todos devem estar convencidos de que nesse curso existe um programa fixo, sòbre o qual não se discute, mas que deve ser realizado.
Eis os pensamentos principais:
I. — A grandeza desta eleição.
Curso para formar chefes. Que significa isso? Uma série de conferências, de exercícios, de praticas, —na solidão desta casa. Para que fim? Para fazer-vos mais dispostos e capazes dc ser chefes na Congregação Mariana. Para tornar-vos verdadeiros auxiliares do Diretor, para fazer-vos dignos de ser os guias dos vossos companheiros e amoldar-vos para serdes congregados exemplares dos quais a Congregação estará certa de que se sentem responsáveis pelo seu andamento.
Para tal fim estais aqui reunidos.
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Pensai em quem vos contempla nesta hora, no princípio deste curso. E si os que nos contemplam pudessem e quisessem falar, que diriam?
1. — Contempla-vos Jcsús Cristo. Está aqui presente no tabernáculo. Um dia, diz Êle, Eu chamei 12 homens, entre muitos e muitos outros, para que me seguissem de perto. Deveríam tornar-se os chefes, as colunas da Igreja. Eu os escolhí dentre o povo, e os formei em colóquios, exercícios práticos e múltiplas experiências. Não vos chamei, também a vós nos Retiros feitos juntamente com outros congregados?. ..
E hoje Eu vos chamo de novo para que aprofundeis, fortifiqueis e apliqueis tudo o que ouvistes durante os exercícios. Sim, Eu vos chamo; a mim é que deveis esta graça; e Eu, nesta solidão, sou igualmente a finalidade dêste curso. Aproximai-vos pois mais de mim e conhecei-me melhor para que vos tomeis mais entusiastas no meu serviço e também apóstolos mais bem adextrados do meu Reino, na Congregação de minha Mãe Santíssima.
Eis o que espero de vós.
2. Contempla-vos Maria, a Rainha dos Congregados, que vos diz: As vossas Congregações formam meu grande Exército. Que exército gigantesco, com mais de 6 milhões de soldados! Para essas tropas, eu preciso de oficiais. Os meus Diretores estão sobrecarregados de trabalho.
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Preciso de homens de confiança, que os ajudem. Nas numerosas fileiras de meus filhos, há muitos que não são bem formados, que são superficiais, tíbios. Preciso de filhos instruídos e desinteressados que ensinem com a palavra e com o exemplo a verdadeira vida do congregado mariano. Nas paróquias ainda há muitos jovens, que estão afastados do meu Divino Filho. Preciso de apos- tólos que os tragam e os conquistem para o seu Rei. Deixai-vos formar; e sereis êsses oficiais, chefes e apóstolos, eis o que eu de vos espero.
3. — Contempla-vos de longe vosso Diretor, que aqui vos mandou. Êle vos diz: Aproveitai bem dêste curso. Ficai sabendo que vossa Congregação não poderá florescer si os seus próprios congregados não forem ativos, de boa vontade, zelosos e me auxiliarem na direção. Conheço vossa boa vontade. Deixai-vos modelar e formar para serdes bons chefes. Voltai, com entusiasmo maior para poder inflamar os vossos colegas, com zêlo apostólico, para conquistar os tíbios e arredios, com maior aptidão, para organizar as reuniões, grupos e seções e também com humildade e modéstia, com prontidão em servir à causa de vossa Mãe do céu. — Eis o que eu de vossa parte espero.
4. — Contempla-vos a Santa igreja, nesta hora, e vos diz: Nestes dias abrir-vos-ei, de novo, 06 tesouros das graças e dons espirituais. Apre-
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sentar-vos-ei o vosso Rei e Supremo Chefe Jesús Cristo, e ensinar-vos-ei, a maravilhosa doutrina do Mestre divino. Sabeis, na verdade, apreciar esta graça?
No interior do vosso país não vivem milhares de almas, que raramente recebem a visita do Sacerdote — que poucas ocasiões tem de se confessar e comungar e ouvem poucas e raras lições de catecismo ?
O mesmo acontece nas vastas regiões das Missões católicas. Há milhares de pessoas que apenas conhecem a Jesús. . .
Como seriam felizes muitos dêles si tivessem uma pequena parte das graças que copiosamente vos são oferecidas!
Na Rússia, os inimigos de Deus levantaram Universidades de ateísmo! Há nações em que batalhões de propagandistas do paganismo vêm sendo formados para combater a Jesús e a sua doutrina.
Podemos nós tolerar sermos vencidos pelo zêlo dos inimigos?
N ão ...
Não, nós também organizamos Cursos especiais, mas, para defender a verdadeira Fé, e também nós formamos propagandistas, mas para Cristo e sua doutrina.
E onde se encontram êstes Cursos e êstes apóstolos de Jesús?
— Aqui mesmo.
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Compreendeis, pois a confiança posta em vós!
A Igreja Católica conta convosco nesta hora.
I I . — Técnica do curso.
Trata-se dum curso de formação! Por isso todos devem ser ativos! A isto se destinam os exercícios práticos, em que cada qual se esforça por aumentar suas aptidões, e desenvolver suas forças.
Dois princípios gerais:
a) Tudo quanto fór possível, fazei-o vós mesmos. Não vos deixeis servir pelos outros. Aproveitemos tudo para nos experimentar, para nos exercitar, para desenvolver o espírito de prontidão e adquirir o hábito dc obsequiar com humildade o próximo. Assim, convém aos cavaleiros da “Ancilla Domini”. No agir c que se conhece o caráter.
b) Nos pequenos ofícios mudar-se-ão continuamente os encarregados. Seremos engenhosos em criar pequenos cargos c procuremos incumbir cada congregado de muitos c variados serviços. Isto permitirá o conhecimento das próprias forças e fraquezas e desenvolverá o espírito dc prontidão para tudo.
— Vossa atitude.
Gratos. Sede portanto, gratos pelo benefício que vós é oferecido. Quantos benefícios nos proporciona a Congregação Mariana, a nós em quanto somos simples membros dela! Eis um novo beneficio!
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Estimemos esta graça! Façamos com magnanimidade os sacrifícios exigidos por este curso. Quanto dinheiro gasta um jovem, quanto tempo, anos e anos, — para adiantar um pouco na sua profissão de comerciante, professor, aprendiz, para falar uma língua estrangeira...
E aqui, na formação dos chefes, trata-se duma tarefa, muito mais importante! Trata-se de compreender mais profundamente nosso Rei divino, e conseguir maiores aptidões para difundir o seu Reino e conquistar-Lhe o mundo.
O próprio Sumo Pontífice Pio X II agradece ter sido membro de uma Congregação Mariana. No autógrafo escrito sob o seu retrato e enviado ao Secretariado Geral das CC. MM---- e a tôdas as Congregações a êle agregadas liam-se as palavras seguintes: “ Concedemos a Bênção Apostólica... felizes de encontrar em Nossa recordação de antigo congregado especiais motivos de reconhecimento para com Maria Santíssima”.
Quando ainda Bispo de Lourdes, o atual Car- dial Gerlier, arcebispo de Líon, declarava que devia à Congregação Mariana a sua vocação sacerdotal e, portanto, também a episcopal. E quantos poderão falar da mesma maneira! Na Alemanha um Deputado, no dia de seu jubileu, dizia: “ Se cheguei aser deputado, devo-o em primeiro lugar à C. Mm pois foi aí que, na qualidade de Presidente, aprendí a falar em público”. E quantos outros, como sol
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dados, desenvolveram um magnífico apostolado durante as últimas guerras devido às práticas que a C. M. lhes ensinou!
Com pureza de intenção
Não se trata aqui de um Curso profano, de um torneio esportivo, ou coisa semelhante. Por isto excluamos tôda a ambição puramente natural e egoisti- ca, todo o propósito exibicionista, tôda a tendência de obter sucesso exterior. Façamos o possível para desenvolver os dons naturais concedidos por Deus, mas não desviemos os olhos de Deus. Ponhamos os dons naturais a seu serviço e não da nossa vontade. Alegremo-nos se por acaso houver companheiros que sabem fazer melhor uso da palavra; que lêm, cantam, conversam melhor do que nós. Imitemo- los, aprendamos com êles, procuremos desenvolver essas faculdades, mas sem inveja e segundo o espírito de batalhadores, que lutam pela causa comum. No caso em que alguém, por deficiência de qualidades naturais (do que Deus é o único responsável), apesar de seus esforços não chegasse a passar no exame final, — não julgue ter perdido o tempo. Poderá certamente, e melhor que antes, servir a Nosso Rei e á nossa Mãe Celeste. As vantagens dêste curso não consistem principalmente em passarmos uo Exame, mas em termos compreendido melhor a esus Cristo e capacitado das inúmeras possibilida
des de senrí-lo.
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Disciplinados
Não nos reunimos para discutir, mas para formar-nos. Aqui há um sistema e um programa fixo; deve ser realizado! Não deseja a C. M. ser uma tropa de assalto? Uma tropa de elite no exército do nosso divino Rei? Mas, em que parte do mundo existirá uma tropa de élite sem rígida disciplina?
Deveis, na C. M. obedecer a vossos diretores; todos vós, por vossa parte, exigireis, no âmbito do próprio cargo obediência dos congregados. A C. M. é baseada sôbre o princípio da autoridade. Obedecei pois também vós, aqui neste curso. Obedecei como quereis que os outros vos obedeçam; com prontidão, alegria, lealdade e sinceridade. Ainda que não sejam vistos, todos se esforçarão por cumprir o que prescreve o horário. Aquele que se desviasse desta atitude, evidentemente seria, sem mais, eliminado deste curso. E a razão é que não poderá exigir dos demais uma disciplina, que êle próprio não possue.
Êste deve ser um curso-modêlo, exemplar. Or- - dinariamente os congregados se assinalam pela sua
solidez, piedade, disciplina em todos os cursos, p. e- dos exercidos. Provai que vós sois os melhores congregados, a elite da elite!
IX.
A bênção na véspera do cuiso
Recomendamos que nesta ocasião o Diretor do Curso, se fôr Sacerdote, recite uma oração que verse sôbre os seguintes pensamentos: “ Nosso Divino Rei! (Ato de adoração:) Nós vos adoramos e vos oferecemos nossa humilde homenagem. Estamos convencidos do que nos dizeis pela S. Igreja, que estais aqui presente com Vosso corpo... e que vedes a cada um de nós. Tributamo-vos nossa homenagem em união com todos os Santos, A njos... especialmente com a grande homenagem que Vos oferece a Vossa Mãe Santíssima, e a Vossa Santa Igreja, por quem os sacerdotes Vos louvam no Ofício Divino, que Vos exalta nos seus cantos e nas suas pre-, ces, cujos filhos Vos louvam na sua vida e muitos, ainda na sua m o rte ... (Ato de oferta de si mesmos:) Reunimo-nos neste curso para Vos conhecer melhor e mais intensamente Vos amar. Tudo 0 que meditarmos, discutirmos e aprovarmos não tem outro objeto senão Vós, Vosso louvor, Vosso Reino. A esta tarefa queremos dedicar todo o nosso entusiasmo juvenil, observando com fidelidade o programa que nos propõe a Congregação de Vossa Mãe Santíssima: santificação própria e apostolado.
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Aceitai esta nossa oferta e abençoai-a. (Oração a M aria): Saudamo-Vos, Mãe Santíssima, Rainha da Nossa Congregação. Consagramo-nos a Vós por toda a vida. Vos sabeis quanto prometemos a Vosso Divino Filho. Mas conhecei a nossa fraquez a ... Vós, que sois a poderosa Medianeira de tôdas as graças, rogamo-Vos nos alcanceis as abundantes graças de que necessitamos para realizar nossos propósitos. Fazei com que êstes dias sejam dias cheios de graças e de progresso espiritual. . .
Ave M aria.. . pelo êxito do cu rso .. .
Ave Maria... por nossa Congregação Mariana...
Ave M aria... pelos membros das CC.MM. no mundo inteiro,. .
As Conferências
X.
Em lugar de verdadeiras “ Conferências” recomendamos palestras em forma de discussão. O Diretor formulará perguntas para conseguir a colaboração interessada de todos. Para isto rriuito contribuirá o livrinho “ Cavaleiros de Maria”, que todos devem ter a mão e que contém compendiada tôda a matéria exigida no Exame final, na qual é incluída também a parte teórica (II. Parte).
Se fôr necessário, o que depende naturalmente da cultura e capacidade dos moços, explique o Diretor o texto do livro “ Cavaleiros de Maria”. Em todo caso porém não deixe de tratar em animados debates os seguintes temas.
1. PALESTRA:
Porque temos confiança no movimento mariano?
1* Parte: Motivos externos.
Ouve-se de vez em quando falar que as Congregações Marianas não são apropriadas aos tempos modernos. E’ natural tal objeção contra uma or-
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ganização que conta 400 anos dc existência. — como responder ? Quais são os motivos da nossa confiança nas CC. MM. a-pezar da sua idade secular? — Apontamos nesta Palestra alguns motivos externos.
I. Porque as CC. MM. representam um movimento mundial.
Quantas CC. contamos no mundo inteiro? — Até l.# de Janeiro de 1941 foram agregadas à Prima Primária de Roma mais de 68.000 CC.
Quantos membros ao todo? — Mais ou menos 7 Milhões.
Onde são difundidas as CC. MM.? — Em todos os países, onde há vida católica florescente e, além disso, em muitas Missões. Encontram-se CC. MM. não só na Europa, mas também no Alasca, Estados Unidos, México, Cuba, em tôda a América Meridional, Egito, África do Sul, Madagascar, Austrália, até nas longínquas Ilhas de Oceania (Marshall e Ca- rolinas), nas índias, Java, Filipinas, China. Japão.
Nos Estados Unidos Federações Marianas já passam de 90, com mais de 1.000.000 de membros. A revista das CC. MM. “ Queens W ork” conta 90.000 assinaturas. — Quantas CC. MM. ha no Brasil? Mais ou menos 2.000, reunidas em 37 Federações com mais de 100.000 membros.
Qual é o aumento anual das CC. M. ? ■— Em média 1.000. Nos últimos 10 anos houve um âu*
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mento de 11.257 CC., das quais 5.000 nas duas Américas. No ano de 1940 a-pezar da guerra foram agregadas cêrca dc 900 CC., pertencentes a 37 países.
Cada ano são portanto 1.000 sacerdotes de regiões diversissimas que pedem a fundação e agregação de novas Congregações.
II. Porque o Sumo Pontífice as estima.
Sem mencionar aqui as inumáveis recomendações e elogios outorgados pelos Sumos Pontífices às Congregações durante seus 4 séculos de existência, citamos apenas as palavras do atual Papa Pio XII com respeito ao Marianismo.
Ainda antes da sua elevação a Vigário de Cristo, o Cardeal Pacelli durante suas férias na Suíça, visitou uma assembléia de congregadas marianas e lhes dirigiu estas incisivas palavras:
“Séria é a obrigação que a Divina Providência nestes tempos sérios colocou sôbre os vossos ombros: Ação Católica segundo o espírito da Santíssima Vir- gem Maria 1 Soj^ chamadas a abrir novos caminhos no campo do futuro e a preparar para a Verdade Divina uma abundante colheita.”
No mês de Maio de 1939 em uma audiência pública concedida a mais de 5.000 peregrinos, Sua Santidade dirigiu a palavra a um grupo de 500 slovenos, ctitre os quais muitos congregados e entre outras coisas lhes disse:
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“ fi para o Papa um motivo de grande consolação e conforto saber quanto é florescente a vida religiou destes caro» Fiéis e como se esforçam para torná-1* sempre mais intensa pela devoção ao S. Coração de Jesús, pelas Congregações Marianas e pela Ação Católica.”
Em Novembro do mesmo ano, numa Encídica, promulgada na ocasião do primeiro centenário do Episcopado dos Estados Unidos da América do Norte, o Papa elogiou a par da Ação Católica, e da Irmandade da Doutrina Cristã especialmente as Congregações Marianas por terem “ conquistado louros de glória imperecível pelas suas frutuosas atividades...”
No ano de 1940 o Santo Padre enviou ao Secretariado Geral das CC. MM. em Roma o seguinte autógrafo escrito sob o próprio retrato:
“Ao Secretariado Geral das Congregações Marianas, aos seus colaboradores, a todas as Congregações que dêle dependem, damos de todo coração a Bênçio Apostólica, felizes por achar nas Nossas lembranças de antigo^ congregado os mais consoladores motivos de gratidão para com o Senhor e sua Mãe Celeste. — Vaticano, 7 de Abril de 1940. Pius P P . X II” .
Três meses mais tarde na Carta Apostólica endereçada ao R. P. Geral da Companhia de Jesús, por ocasião do Quarto Centenário da mesma Companhia, o Papa escreveu estas animadoras palavras sôbre as Congregações Marianas:
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POR DIA N TE ÊSTES SANTÍSSIMOS EMPREENDIMENTOS, com a vossa costumada alacrídade; mas não descanseis à sombra dos louros colhidos; pois ainda há muito por fazer.”
III. Porque os Bispos as recomendam.
Quasi inumeráveis são as declarações com que os Bispos, em todo mundo, frisam a importância e elogiam as atividades magníficas das CC. MM. Na revista internacional “ Acies Ordinata”, publicada pelo Secretariado Geral das CC.MM. em Roma, po- der-se-iam ler quasi em cada número séries de tais recomendações.
A atitude dos Excmos. Bispos do BRASIL é conhecida. Basta citar o discurso do Excmo. Arcebispo do Maranhão, orador oficial do Concilio Nacional; os diversos discursos do Exmo. Snr. Car- dial D. Sebastião Leme; o desejo expresso pelo Excmo. Arcebispo de São Paulo num discurso proferido a 26 de Janeiro de 1941, de fundar em cada paróquia da sua Arquidiocese uma C. M., e, por fim, o Decreto do Exmo. Arcebispo de Olinda-Recife, estabelecendo a fundação da Federação Estadual das CC. MM. de Pernambuco, no Dia mundial do Congregado de 1941.
IV. Pelas grandiosas obras das CC.MM.
a. No passadoFoi a voz autorizada do falecido Papa Pio XI
que comparou a marcha das CC. MM. através da história, com a Via Láctea que brilha no firmamento.
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Para a Europa as CC. MM. foram duma importância capital.
Pois, quando o P. Leunis reuniu os seus primei, ros marianos no Colégio Romano, deante duma imagem de Maria Santíssima, um grandíssimo perigo ameaçava a religião na Europa Central: a assim chamada "Reforma". E foram as CC.MM. que opuzeram fortes diques contra a eresia nascente. Os grandes apóstolos da Contra-Reforma: São Pedro Canísio, Padre Costero, São Carlos Borromeo, etc. fundaram e fomentaram em tôdas as regiões êstes sodalícios marianos. Um Bispo de Flandres, Lindanus, declarou que só seria debelado o perigo da apostasia, quando em toda a parte fossem fundadas Congregações Marianas. O Núncio Apostólico Portia distribuiu, um dia, em Colonia, a mais de 200 moços a S. Comunhão. Surpreso perguntou quem eram aqueles jovens. Responderam-lhe: São congregados marianos. O Núncio escreveu então e enviou a Roma um esplêndido relatório, e, depois de algum tempo, pediu ser admitido na C.M.
Vastas regiões da Europa foram preservadas da infeção luterana graças às Congregações de Nossa Senhora; p. e. Silésia, Lorena, toda a Hungria etc. Seria longa a descrição da poderosa influência da C. M. dos Homens em Paris, fundada pelo P. Leunis, e das numerosíssimas Congregações da França até nosso século.
No Japão, onde já em 1595 encontramos uma C. M., durante a perseguição do comêço do século XVII os congregados portaram-se como heróis, substituindo os Padres deportados ou aprisionados, organizando, às escondidas, reuniões dos Fiéis com orações e leitura espiritual em comum. — As CC. MM. da América Latina (já 1583 encontramos «ma em Puebla — México, e em 1609 no Chile) con*
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tribuiram muito para a cristianização dos índios c para a consolidação da vida católica.
Para justificar o valor das CC. MM. como escolas de santidade, basta dizer que 31 Santos canonizados e 50 beatos sai ram das suas fileiras, entre os quais vários fundadores de famílias religiosas.
No campo do apostolado não há quasi nenhum setor, que não tenha sido cultivado pelos congregados, como vocações sacerdotais, catecismos para crianças e camponeses, assistência aos pobres, aos enfermos, aos presos, difusão da boa imprensa, auxilio nas paróquias etc.
Desde o século X V III surgem em muitíssimas cidades da Europa numerosas CC. MM. para as diversas classes: para estudantes, operários, soldados, comerciantes, camponeses, empregados, sacerdotes etc. e é por êstes grupos sociais que a C. M. exerce grande influência na vida pública." O Papa Bento X IV reconhece estas atividades com a concessão da famosa Bulla áurea: “GloriosaéDominae” em 1748.
b. Hoje.
Enumeremos alguns exemplos desta atividade: No santificação própria:
r e t ir o s ,ZOÍkT 1
especialmente os de Carnaval no Bra- crescente de participantes; em 1941;
FREQUENTE: a maioria doaN j f y j S S lz t 0dA S 08 paifeg comunga todo * muitos também durante a semana.
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ADORAÇAO DO SS. SACRAMENTO, Hora Santa, etc.: promovidas pela» CC.MM. em muito» paises.
VOCAÇÕES SACERDOTAIS E RELIGIOSAS •aem numerosíssimas das CC.MM.
TRIDUOS DE MISSAS E S. COMUNHÕES na intenção do S. Padre em preparação à Festa da Imaculada Conceição; as CC.MM. dos Estados Unidos marcaram no ano 1939: 646. 227 Missas e 580.138 Comunhões; em 1940: 797.458 Missas e 767.947 Comunhões.
TÊRÇO: recitação diária é uso quasi geral dos congregados; o Ofício da SS. Virgem canta-se praticamente em tôda» as CC.MM. juvení».
No apostolado:
CATECISMOS: obra das mais comuns na» CC. MM. Especialmente em Barcelona com mais de 3.000 crianças, e em Bilbao com 2.000. No México ensinam 109 Congregados todos os domingos em 41 centros, etc.
AUXILIO A CLASSE OPERÁRIA: Muitíssimas escolas noturnas, Caixas rurais etc. (Barcelona tem 7 Centros destinados à assistência dos operários e dos filhos deles, com 30 congregados cada um. Na Bahia o modemissimo “Círculo operário” é obra da C. M., em Natal a Caixa rural etc.).
PÁSCOA DAS DIVERSAS CLASSES SOCIAIS, especialmente na Itália, no Brasil etc.
ASSISTÊNCIA AOS M ENINOS ABANDONADOS: p. e. na Argentina, Chile, Irlanda.
CONQUISTA DOS IN TELETU A IS: p. e. Recife, Zagreb, Habana, Porto Alegre, etc.
COLABORAÇAO NAS CONFERÊNCIAS DE S.VICENTE: milhares destas Conferências são conexas com as CC. MM.
PROPAGANDA E AUXILIO ÀS MISSÕES: Coletas, correspondência, revistas, vocações, bolsas de estudantes etc. em toda parte.
FORMAÇAO PARA O APOSTOLADO: em gran-proporçoes nos Estados Unidos, onde as CC. MM.
reunem cada ano milhares de sacerdotes e leigos no* "Cursos de Férias da Ação Católica".
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COLABORAÇAO NAS IN IC IA TIV A S E ORGANIZAÇÕES DA AÇAO CATÓLICA: em tôda a parte grande porcentagem dos membros da Ação Católica e muitíssimos dirigentes são congregados.
CONQUISTA DOS ESTU D A N TES: muito comum em todos os países, especialmente em Hungria, E stados Unidos, Itália, Espanha, em diversas cidades do Brasil, Canadá etc.
LUTA CONTRA OS COM UNISTAS: Os congregados assinalaram-se nesta luta em muitas ocasiões, p. e. no Brasil, no México, na Espanha; muitos mártires marianos.
2. P A L E S T R A :
Porque'temos-confiança no movimento mariano?
2. P a rte : M otivos internos.
Quais as razões internas por que as Congregações Marianas gozam da estima das autoridades eclesiásticas? Como sc explica a fertilidade de suas atividades? — Com uma palavra: Pelo espírito daC- M. — Êste espírito é caracterizado por três fató- res que são hoje de grande importância: A preponderância do elemento religioso, a devoção mariana e a dedicação total à Igreja.
A preponderância do elem ento religioso.
Basta um olhar nas regras da C. M. para con- j. ^ccr P°sição central que nêla ocupa a vida re- ^10Sa‘ ^sso preserva a C. M. de vários perigos:
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Do perigo da exteriorização.
E ’ experiência geral que as organizações da juventude facilmente sucumbem a êste perigo. — Porque? — As atividades recreativas, como esporte, jogos, teatro, música etc., naturalmente têm maior fôr- .ça atrativa, do que as sérias. Aquelas facilmente tornam-se fins em vez de meios. — A C . M. é preservada dêste perigo pelo seu caráter rigorosamente religioso. Segundo as regras é a formação religiosa que está no centro da vida mariana. Comunhão frequente, estudo da doutrina cristã, prática das virtudes, aperfeiçoamento do próprio caráter, eis as primeiras preocupações de cada C. M. — A posição decisiva do Padre na C. M. serve igual mente para assegurar esta orientação e cortar imediatamente todo abuso que se possa introduzir. Ainda que a C. M. não condene as atividades recreativas, especialmente quando se trata duma associação juvenil, conserva-se contudo de sobreaviso contra qualquer exagêro nêste sentido.
Pode-se manifestar também idêntico perigo no campo do apostolado? — Certamente, se o apostolado é concebido duma maneira superficial, como atividade puramente organizadora e técnica, e se esta atividade absorve praticamente tôdas as forças e todo o tempo. Em que sentido preserva a C. M. dêste perigo? — Obrigando os membros em primeiro lugar, aos exercícios de piedade, à frequência dos Sacramentos etc., assegurando assim a fonte da qual emana todo apostolado: a santificação própria-
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Do perigo do indiferentismo.
Encontra-se este perigo aqui no Brasil? Sem dúvida, e é mesmo muito grande. Não conhecendo a luta pela fé, muitos são católicos por tradição, crêm, mas não cumprem os deveres religiosos; têm a Fé, mas não vivem segundo a Fé. Caso sobrevenha uma provação (doença, oração aparentemente não atendida, desemprego etc.), perde-se facilmente a Fé. Segundo as magníficas palavras do Excmo. Arcebispo de Recife, expressas no Decreto de fundação da Federação interdiocesana das CC. MM. de Pernambuco, as CC. MM. vão "pôr um dique a essa onda de indiferentismo religioso que grassa implacável por tôda a parte”. São de fáto as CC. MM., chamadas a cumprir êste papel? — São, porque educam os moços para uma vida fervorosa, cristã, insistindo não só no cumprimento dos deveres religiosos, mas também entusiasmando-os pela figura sobrehumana de nosso Rei Jesús Cristo, e colocando-os sob a proteção materna de Maria, Medianeira de tôdas as graças.
Do perigo da ignorância religiosa.
Parece supérfluo provar a existência dêste pe- riço. Até homens bens instruídos nas disciplinas Profanas, manifestam muitas vêzes uma ignorância espantosa das questões religiosas. Nas instruções
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espirituais, nas alocuções do Padre, nos círculos de estudo etc., os congregados aprofundam-se nos conhecimentos da Fé, adquirem uma viva convicção das verdades da nossa Religião, e tornam-se capazes de refutar as objeções contra a Fé. Além disso, os marianos colaboram, em tôda a parte, no ensino do catecismo ás crianças e nas escolas. Assim as CC. MM. são, na realidade, como diz o Excmo. Sr. Arcebispo de Recife no Decreto citado "um baluarte promissor contra o paganismo hodiemo de nossa sociedade”.
II. A devoção m ariana.
Para que época da vida a devoção mariana é de maior valor? — Porquê para a juventude? — A devoção a Maria proporciona especiais auxílios nas lutas pela virtude da pureza. —Em que sentido? — Maria como Mãe inspira confiança ao jovem; ela o compreende, e por êle se preocupa. Nos graves e insistentes combates contra as paixões baixas, em que o jovem reconhece sua indigência, êle precisa dum refúgio e conforto especiais e os encontra em Maria. — Maria como Guia. Ela é o ideal mais sublime da pureza. (Imaculada; isenta de todo Pe* cado; virgindade perpétua). No tempo da juventude é de maior importância que o jovem veja na pureza do coração o seu verdadeiro ideal; é preciso manter a disciplina interior, aumentar a sensibilidade moral, tornar-se, cada vez mais, cavalheiresco c respeitoso para com o outro sexo. Ora, quem 11,6
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lhor que Maria SS.ma, Mãe e Virgem, pode engnwr isso ao jovem ? Que grande graça é portanto ptn. o moço, aprender na Congregação a venerar a Rainha do Céu não somente com diversas pratica* de piedade, p. ex. terço, ofício etc., mas consagrando- se para sempre a Maria, i. é. pôndo tôda a sua vã!a sob a proteção e direção particular da Mãe frieste
No Brasil temos motivos especiais para julgar muito conveniente a intensa devoção mariana da Congregação. Pois, esta devoção corresponde ao caráter do povo que tem uma inclinação quasi natural a esta devoção. O Brasil é tradicionalmente o país de Nossa Senhora. O povo desta terra- tem uma confiança inexaurível em Maria, recorrendo a Ela em tôdas as suas aflições. O povo brasileiro alegra-se em homenagear a Nossa Senhora e sente uma necessidade interior e espontânea, de deixar-se conduzir por Maria no caminho que o leva a Cristo.
III . A dedicação total à Igreja.
Hoje em dia, a Igreja de Cristo é hostilizada sistematicamente com veemência e astúcia, como raras vêzes na sua historia. Importantíssimo, pois, que os fiéis se reúnam em torno dela, combatendo pela sua liberdade e formando um como baluarte contra os inimigos.
Outra consideração: Que é a secularização, fio lamentada pelos Sumos Pontífices? E' a vida, ■obretudo a vida publica divorciada da religião, não
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seguindo mais os princípios cristãos. Como reage a Igreja? — O apêlo dos últimos sumos Pontífices para recristianizar o mundo, o apêlo à Ação Católica. Ora, será possível que os sacerdotes sozinhos resolvam êste problema ? — Certaniente não. A Igreja precisa da colaboração responsável e ativa dos leigos; destes leigos que, animados de profunda confiança na sublime missão da Igreja, pensam c sentem como éla, daqueles que fazem seus os grandes objetivos dela, e mostram aos companheiros o caminho da Igreja.
Ora, não e êste o espírito, que encontramos na Congregação Mariana? A C. M. inculca aos seus membros a mais profunda confiança na Igreja. Exige que todos, congregados e chefes, demonstrem respeito e obediência ao sacerdote. E ’ o Sacerdote que, como, sabemos, goza de plenos poderes no govêrno da C. M. e está revestido da suprema autoridade. Bem que os chefes leigos participem do govêrno da C. M. (regra 18), sua jurisdição é totalmente derivada e dependente da autoridade do Padre, e também êles são obrigados a obedecer ao Sacerdote. Não há dúvida: a C. M. é tão intimamente conexa com a Igreja como mais não pode ser uma Associação.
A C. M. induz seus membros a pensar e sentir com a Igreja. Temos uma regra especial sôbre êste ponto, (Regra 33). Na sua concepção ascética, a C. M. evita qualquer unilateralidade, aplicando todos os meios aprovados pela Igreja. Em primeiro lugar a assistência ao S. Sacrifício da Missa, a Comunhão
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frequente, a prática das virtudes, o exame particular, os retiros espirituais etc. Tôdas as regras respiram, por assim dizer, êste espírito genuinamente católico.
Fim da C. M. é a conversão e o aperfeiçoamento do próximo e a defesa da Igreja contra os ataques da impiedade (regra 1.). Eis o sentido do apostolado na C. M. — estar à disposição da Igreja, fazer seus os interesses dela, ajudar aos Padres, seguir as diretrizes dos Bispos, acomodar-se completamente às necessidades do país, da diocese, da paróquia. Eis a razão da autonomia da C. M. e da sua universal dependência da Hierarquia eclesiástica.
O Santo Padre espera de nós, que sejamos “ Exércitos com os quais a Igreja de Cristo possa sempre contar” (Carta Apostólica no Centenário da Companhia de Jesús).
3.* PA LESTR A :
O fundamento de tôda atividadeQue é mais importante: um chefe é competente
no sentido técnico, — bom orador, bom organizador etc., — ou um chefe de profunda formação religiosa? — São então supérfluos o dote da palavra, a capacidade de organização, o ascendente sôbre os mais ? — Não, mas só têm valor, se acompanhados do bom exemplo do chefe.
Qual é portanto o tipo ideal do “chefe ? O que reúne em si ambos os carateres: homem pro-
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fundamente religioso, que impressiona aos companheiros com seu exemplo e, ao mesmo tempo, com os métodos e pela sua técnica de organização. Uma síntese de vida interior e qualidades externas.
I. Carater religioso do apostolado.
Porque assim? Qual vem a ser a essência do apostolado? — Eis várias expressões conhecidas: Dar público testemunho de Jesús Cristo; colaborar na grande Missão do Salvador e dos Apóstolos; conduzir os homens a Cristo; recristianizar o mundo etc. — Uma coisa é, pois, certa: que o apostolado é uma questão essencialmente religiosa, e não, em primeiro lugar, um problema de técnica e organização.
Nosso Senhor Jesús Cristo, como descreveu o papel dos apóstolos?
"Recebereis a virtude do Espírito Santo e me sereis testemunhas em Jerusalém, em tôda a Judéia, na Samaria e até aos confins da terra” (Act. 1,8) "Ide, pois, ensinai todas as nações, batizando-as... e ensinando-as a observar tudo o que eu vos prescreví” . (Mat. 28, 19s.). “Vós sois o sal da te rra ... Vós sois a luz do m undo..• ” (Mat. 5, 13-14). “Seguí-me e vos farei pescadores de homens” (Mat. 4,19). "Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos” (Mat. 8,22). “Escolheu doze que fossem companheiros seus e aos quais pudesse enviar a p regar...” (Marc. 3,14). “ Não queirais ser chamados mestres, porque um só é o vosso mestre, e todo* vós sois irm ãos... Quem fôr o maior dentre vós, s*J® o servo dos outros.” (Mat. 23,8-11). "A vós é dado compreender os mistérios do reino de D e u s ...” (l>uc. 8,10). "Depois de cumprirdes tudo o que vos fôr mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos apenas 0 que era de nossa obrigação.” (Luc. 17,10). E, sobretudo, veja-se a instrução aos discípulos citada no Evangelho de S. Mateus, cap. 10; em que Jeeús inculce P°*
n
to sa . renúncia is eomodUUd**, trinqu#*» m pHp fik prootkiSo k « sacriftdoa. conflstiçe em m k ê t m ê í gmções, perseverança, conflaato corajosa á» f a i ã toáiMf dos homens, etc.
Todos êstes textos da S. Escritura 4&he*&fím c que pensa Jesús do apostolado e o que êfe átíqff dos seus apóstolos.
A idéia fundamental dc Jesús sôbre o Sfteefola» do é dara : União mais íntima com Êle! Segs&o. nele depositar tôda a confiança, pregar sua Verdade e seus mandamentos, imitar sua humildade, dar dSe testemunho público, até sofrer perseguições rrmn Êle as sofreu e, finalmente, reinar e triunfar coa. Êle no seu Reino eterno.
O apostolado é totalmente orientado para Êle como para o centro; não é outra coisa senão a imitação, a prolongação de seu apostolado.
A quem em primeiro lugar compete esta missão em sentido pleno? — Aos sucessores dos Apostolos, os Bispos e, naturalmentc, também os sacerdotes.
Qual é a relação do chefe leigo com os Bispos e sacerdotes? — Êle é chamado para colaborar com êles no apostolado. Segue-se, pois, que o chefe leigo se deve convencer que a êle cabe realizar em sentido analógico as diretrizes de Nosso Senhor sôbre o apostolado. Não existe na Igreja nem apostolado nem autoridade que não seja participação de Jesús e irradiação das suas qualidades. Pois. O ehefe supremo é Jesús e o chefe leigo é chefe na ^ ^ d a em que participa déle, pregando-o com a palv ra e a vida.
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II. União com Cristo.
Quais são as consequências destas verdades?
Devemos fazer tudo para intensificar a nossa união com Nosso Senhor. E em que consiste <on- cretamente esta união com Cristo?
União com Jesús Cristo pela graça divina.
Esta é a mais importante. Ele é a videira, nos somos os ramos. E quais são os canais condutores desta vida? Os Sacramentos e a oração. Podem pois ser escolhidos para o cargo de “ chefes” congregados que comungam raramente, sendo por outro lado bons oradores e organizadores? — Como chegamos a uma vida intensa de oração? Com exercício, com a prática concienciosa das orações quotidianas, com a participação inteligente no Sacrifício da Missa, com a realização das sugestões que nos fornecem neste sentido as alocuções do Padre Diretor, as reuniões, os “ Opúsculos de formação”, etc. Principalmente, deve pelejar o chefe por vencer a rotina e o mecanismo na vida de oração.
União com Cristo pela imitação de sen exemplo-
Na personalidade do chefe leigo devem relampe* jar alguns reflexos das sublimes virtudes c atitudes de Jesús, da sua humildade, pureza, zêlo, desinteresse, prontidão em servir, bondade, espírito de sacri* fido. Portanto, somente os congregados que se es-
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forçam pela formação do seu caráter, por viver o ideal cristão, é que serão aptos a desempenhar um cargo de responsabilidade na C. M.
Acrescentemos um outro motivo: a eficácia do nosso trabalho. Muitos homens observam a vida dos católicos fervorosos para ter o que criticar. Não se contentam com ouvir palavras, mas querem ver fatos. Ai de nos, sc a nossa vida não está em harmonia com nossa doutrina! Quantas vezes os comunistas e outros inimigos da Igreja nos fazem esta objeção! E muitos procuram justificar a sua hostilidade contra a Igreja precisamente com a afirmação de que os próprios arautos do Evangelho não realizam o que pregam aos outros.
União com Cristo por meio do conhecimento da sna personalidade.
Como chegar a um conhecimento profundo da sublime figura do nosso Rei Jesús Cristo? — Pela leitura da S. Escritura e por tôda leitura espiritual. Precisamos de "chefes” integralmente “cristocên- tricos”, entusiastas pelo Chefe supremo e dedicados a Êle sem reserva.
Quem nos dá a êste propósito um exemplo magnífico? — Antes de tudo a SS. Virgem e os Apóstolos. Maria não é, porventura, o ideal da dedicação a Cristo? Todos os seus pensamentos, todas as suas ações, todos os seus sofrimentos gravitam em redor de seu divino Filho. Jamais houve pessoa mais “cristocêntrica” do que Maria. Por isso é Ela o modêlo de todos os cristãos.
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E a que se compromete o congregado consagrando-se a Maria? A orientar a vida pela estrela do seu exemplo, a imitar suas virtudes e sentimentos. Ora, qual é a atitude mais caraterística da SS.ma Virgem? E ’ a entrega total a Cristo.
Em que sentido os Apóstolos são modelos da atitude “cristocêntrica” ? Vivendo sempre ao lado de Nosso Senhor, convenceram-se de sua divindade, observaram o sublime exemplo de suas virtudes, penetraram cada vez mais os seus sentimentos e fizeram-no centro vital de toda a sua existência.
Como podemos imitá-los? Lendo e meditando o que os Evangelistas nos deixaram sôbre a vida de Jesús e os sentimentos do seu Coração. — Será, pois, demais exigir dos chefes a leitura da S. Escritura? Por meio de oração, leitura, meditação, deve o chefe penetrar a pessoa de Jesús Cristo de tal maneira, que Êle se torne cada vez mais o ideal a imitar, com o auxilio e sob a direção de sua Mãe celeste. Ninguém deverá jamais vencer-nos no entusiasmo por Nosso Senhor.
Temos assim caraterizado o fundamento sôbre o qual deve ser construída tôda atividade dos chefes: a personalidade profundamente cristã! Uma vêz firmado êste fundamento, teremos que aumentar a eficácia do nosso apostolado também pela aplicação e aperfeiçoamento das qualidades técnicas e organizadoras. Enumeremos algumas: ser bom orador, saber organizar, ensinar o catecismo duma ma
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neira atraente, explicar os "Opúsculos de formação”, dirigir círculos de estudo, conquistar camaradas, ajudar na organização das iniciativas da C. M. etc.
4.» PALESTRA:
As atitudes do chefe para com o P. Diretor e os congregados
I. Atitudes para com o P. Diretor.
Quais são os defeitos que se podem originar nas relações do chefe com o Padre?
Eis alguns: Demasiada indepêndencia; atitude de crítica; falta de reverência e de respeito; desobediência.
Por outro lado: demasiada passividade; falta de prontidão para ajudá-lo; falta de iniciativa, de responsabilidade, e tc . . . Resumindo: dois extremos: ou ativismo exagerado; ou falta de atividade.
Opomos a êstes defeitos o modêlo de chefe que, como já temos visto, é o equilíbrio entre a iniciativa e a obediência, entre a atividade e a docilidade modesta.
1. Com respeito à obediência.í
Porquê? O modo de falar inequívoco das re- gras (Lêr as regras dos “oficiais maiores”). A dignidade do Sacerdote: consagração sacerdotal efissão especial para o apostolado. O Apostolado leigo é colaboração com o apostolado sacerdotal.
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Como? — Descrever um pouco, de que maneira os chefes podem faltar praticamente ao respeito e à obediência. — Obediência também aos oficiais leigos que mandam em nome do P. Diretor; disciplina na ausência do Padre. União e concórdia dos chefes entre si. Dar exemplo de disciplina aos congregados.
2. Com respeito à iniciativa.
Porquê? — As regras; os “oficiais maiores” têm que participar do govêrno da C. M. — A falta de Padres no Brasil, o excesso de trabalho dos Sacerdotes. — A situação do Catolicismo no Brasil (Indiferentismo, boa disposição do povo, ignorância religiosa, propaganda protestante e espírita etc.) clama por católicos leigos bem formados e capazes de trabalhar com iniciativa e responsabilidade. — O fim da C. M. que não é tornar-se um peso, mas um alívio para o Sacerdote. — E \ pois, falsa a concepção que, na C. M., os leigos devem ficar passivos e puramente receptivos. Ao contrário!
Como? — Princípio geral: Tudo o que podemfazer os leigos, devem fazê-lo, e não deixá-lo ao Padre. Aplicação prática: Não há, por acaso, nanossa C. M., ainda vários trabalhos de que os leigos poderíam exonerar o Padre? — Não declinar quenos serviços, oferecer-se a substituir, se falta o encarregado. — Fazer propostas para a organização e atividades da C. M. Aceitar a decisão definitiva
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do P. Diretor, mesmo que nos seja contrária; não tentar realizar as idéias próprias por meios ilegais. ___ Em que forma fazer propostas? As regras o dizem: com franqueza e sinceridade, mas, ao mesmo tempo, com modéstia. — Preparar bem as reuniões, festas, retiros, desfiles etc. — Colaboração confidente com o P. Diretor e com os outros chefes. Animar outros mços a tomar pequenos cargos de responsabilidade.
II. Atitude do chefe com os congregados.
1. Humildade e modéstia.
O chefe comparece a miúdo em público, dá ordens em virtude do seu ofício, faz discursos, é talvez aplaudido. . . Qual é a tentação mais óbvia ? O chefe se julgará acima dos demais congregados, se tornará vaidoso c até orgulhoso. Se cede a esta tentação, sua influência lucrará ou perderá? E ' lei geral: Ninguém gosta dum orgulhoso e vaidoso. A impressão de ser um chefe vaidoso, é sentença de morte para seu apostolado. A vaidade destrói tôda possibilidade de influenciar e ganhar a simpatia dos outros.
d ,^ Sta at^uc e á, por acaso, compatível com nosso Sa ,m.ar*ano* Cada palavra, cada ação da Virgem ^ n *ssima condena a vaidade e a presunção. E quefôr Senh<* atitude do "Superior"? "Quem
0 maior entre vós, seja vosso servo" (L er Mat.
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23, 8-12). A êste propósito vem a cena dos filhos de Zebedeu (Ler Mat. 20, 20-28).
Por isso evite o chefe tudo que aparente vaidade, orgulho etc. Assente-se modestamente entre os congregados, não procure os primeiros lugares. Não vanglorie nem anceie por ver mencionado ou impresso o próprio nome. Não se mostre ofendido por não ser suficientemente honrado.
2. Disciplina e domínio de si mesmo.
Em primeiro lugar com respeito aos congregados individualmente. Ser discreto! Nunca falar sôbre defeitos conhecidos em virtude do cargo, ou em confidência. Em geral, não mencionar. faltas alheias. A confiança supõe discreção. — Ser delicado ! Aperfeiçoar seu tato em tratar com os outros. Respeitar os sentimentos dos camaradas. . .
Depois, disciplina na vida coletiva! O chefe está submetido a alguma disciplina com respeito a outros? Certamente, com o P. Diretor e com os oficiais. Na C. M. deve reinar a disciplina entre os congregados; ora, só poderá exigir verdadeira disciplina o chefe que a pratica. Quantas vezes se prejudica a atividade da C. M. por causa de rivalidades, antipatias pessoais, inveja, rixas mesquinhas. Os chefes devem dar o bom de disdplinstsujeitando-se aos chefes superiores. Desde que soj*
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dada unia ordem, cassem as discussões. Onde se encontra um chefe, deve scr garantida a harmonia c a concórdia. Todos os chefes devem irradiar paz, pois são os pacíficos que “ serão chamados filhos de Deus” (Mat. 5, 9).
3. Bondade e amabilidade.
Temos o exemplo empolgante de Jesús: quebondade para com os pecadores, os discípulos, S. Pedro em particular, para com a mulher adúltera, com o malfeitor crucificado ao seu la d o ... E na vida da Santíssima Virgem observamos o mesmo: que atenção para com sua prima, S. Isabel, nas bodas de Caná, e na sua perpétua solicitude como Mãe da Igreja. O chefe deve tratar com bondade e mansidão os camaradas. Deverá por isto ser fraco e sempre condescendente? Deverá renunciar a expor com nitidez as obrigações? Não, pelo contrário! A verdadeira amizade e bondade consiste
*em querer bem ao outro. Quem quer bem, deve, muitás vezes, exigir, ameaçar, advertir. Mas, o motivo tem que ser sempre a verdadeira bondade, a sin- cera e amável cortesia. — O chefe deve ser atencio- so especialmente para com os doentes, os fracos, os pobres, os desviados. Tentemos conquistar os tíbios na prática da religião, com pequenos atos de ca- ndade. Ser o Anjo da guarda dos mais —1 eis o ideal do chefe mariano!
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5. PALESTRA:
As atitudes do chefe com relação ao trabalho
Suponhamos dever desenhar o tipo do chefe da Congregação em meio a sua atividade. Que traços lhe daríamos? Quais suas virtudes principais? — Enumeremos e analisemos algumas.
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I. Pureza de intenção.
Que intenções menos retas se podem facilmente introduzir no apostolado? Vaidade, desejo de mandar, de captivar com adulação as boas graças do Diretor ou dos congregados, mania de trabalho exterior, inveja dos sucessos alheios, ambição de igualar ou superar os outros.
E quais as intenções retas e paras? — Espalhar o Reino de Cristo, desejo de vê-lo amado por todos, promover a glória de Deus, salvar as almas imortais, contribuir para que Cristo cresça nas almas, alcançar para todos a vida divina da graça, tornar a todos verdadeiramente felizes, colaborar com a graça de Deus etc.
Idéia fundamental: a intenção pura significa procurar, não a si mesmo, mas o interesse de Deus. Mas, é, por acaso, falta de reta intenção, gostar do apostolado, sentir uma alegria natural
nos trabalhos apostólicos? Não, pois êstes motivos naturais podem ajudár-nos; comtudo, o motivo dominante deve ser sobrenatural.
Motivos: Deus precisa de nós? Porque não?£ ' talvez um favor para Deus trabalharmos em seu interesse? Não é, pelo contrário, uma graça para nós mesmos? Porquê? Prêmio especial no Céu; ganhamos pelo apostolado a amizade de Deus e dos Santos, crescemos no amor divino, aperfeiçoamos o nosso caráter.
Dignidade inestimável e honra do apostolado: Colaborar intimamente com o Presidente dum Estado, que honra! Nós colaboramos com o mesmo Deus! Valor da alma humana. Não há atividade mais importante e decisiva para tôda a eternidade! Por outro lado: dar tôda a glória a Deus: “ Depois de cumprirdes tudo o que vos fôr mandado, dizei: Somos servos inúteis; fizemos apenas o que era de nossa obrigação” (Luc. 17, 10). S. Paulo: “ Quid habes quod non accepisti? Si autem accepisti, quid gloriaris quasi non acceperis?” (1.* Corinth. 4, 7 ).
Exemplo: Maria Santíssima. Em que passagem da sua vida? Na Anunciação. Não foi grande a tentação de orgulho por ser escolhida para Mãe de Deus? Como exprime Maria a pureza de sua intenção ? Ecce ancilla Domini. . . Respexit humi- >tatem andllae suae. . . ” Ela esconde as graças «xtraordinárias, mesmo a S. José.
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Meios'. Renovar cada dia e várias vezes a reta intenção. Jaculatórias: Só por ti, ó meu Deus!Para mim o trabalho, a ti a glória e honra! Importa que o bem seja feito, não importa por quem.
II. Zêlo.
Motivos e exemplos: Deus se chama a si mesmo o “Deus zeloso”. Jesús Cristo quotidianamen- te consome suas forças no trabalho apostólico. Zêlo pela casa do Senhor na expulsão dos vendilhões do templo. S. Paulo: “ Caritas Christi urgetnos”. — A atividade incansável dos inimigos da Igreja, dos Protestantes etc. — A importância da nossa atividade apostólica: de uma palavra pode, às vezes, depender a salvação eterna de uma alma. Deus frequentemente faz depender a sua graça do nosso trabalho. Convidar um camarada para Missa, para uma reunião da C. M., pode ser o comêço de sua conversão.
Formas concretas do sèlo : Sentir-se responsável pelos camaradas, pela paróquia, pela C. M.; sempre pronto a ajudar, pôr-se à disposição do Padre, não se fazer de rogado, fazer propostas, conquistar novos congregados, trazer os camaradas à Comunhão pascal, a Missa dominical, etc. Descobrir métodos para influenciar o meio profissional (fichários etc .). . .
Perigos: Exagero do zêlo, a ponto de não achar tempo para rezar e pensar na própria alma. Exteriorização; ativismo vazio e superficial.
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III . Paciência e constância.
Motivos e exemplos: Jesús mesmo. Que paciência durante seu apostolado! Quantas vezes repetiu a explicação da mesma verdade aos apóstolos; suportou seus defeitos e imperfeições. Que paciência com os pecadores! — Quantas vezes trabalhou sem sucesso sensível, recebido com ingratidão e ti- bieza pelo povo. E. a pesar disso, continuou com constância até à Cruz a ensinar e beneficiar a todos. Tôda a atividade de Jesús é um modelo de dedicação séria e constante á sua Missão. Nunca se deixou levar por caprichos ou sentimentos passageiros, nunca desanimou. — Maria Santíssima: que provade paciência todos os fatos de sua vida depois da Incarnação! Parece que Deus se tinha esquecido de Seu F ilh o ... fuga para E g ito ... pob reza... vida obscura sem o menor raio dc luz. Mais tarde, observa a hostilidade dos Judeos, o abismo que cada vez mais se abre entre seu Filho e o povo hebraico. Maria sai vencedora desta dura prova de seu amor: nenhum murmúrio contra a Divina Providência, nenhum arrefecimento no zêlo; firme e de pé, modê- lo de paciência e constância, está ela junto à Cruz, presenciando o que parecia o fracasso do Messias.
Aplicações concretas: Precisamos de chefes, homens de tôda confiança, que tomem a sério e le- Vem a em qualquer circumstáncia, as empresas recebidas. Quantos preconceitos surgirão con-
a a C. M., se os chefes se deixarem guiar por ca
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prichos, sentimentos ou outros motivos mesquinhos. Cumprir sempre a palavra e observar escrupulosa- mente os prazos combinados. — Constantes na execução dos propósitos... Não conheceis, por acaso, comerciantes que, depois de terem falido por duas vezes, começaram tenazmente pela terceira vez o seu negócio para tornarem-se afinal ricos? Muitas vezes ficamos desanimados depois de frustrada a primeira tentativa! Quantos anos de paciente e enérgico trabalho empregam os homens para superar um exame, e nós queremos vitórias sem combate, sucessos sem esforço, triunfos sem sacrifícios. Um inventor faz milhares de experiências para provar com certeza uma só hipótese. E nós? Deixar- nos-emos vencer por êstes em tenacidade e constância?
IV. Espírito de sacrifício.
Considerações’. Apostolado sem sacrifício é uma ilusão. Quem procura sinceramente os interesses de Deus, tem que renunciar a muitas vantagens pessoais, comodidades, divertimentos, recreios; deve dar passos aparentemente inúteis, vencer o respeito humano, humilhar-se diante dos outros, talvez suportar ludíbrios, calúnias etc. — O Espírito de sacrifício é a alma do apostolado e o índice do valor do chefe. Quanto maior o espírito de sacrifício, tanto mais ‘‘chefe mariano”.
Aplicações práticas: Sacrificar o tempo hvrepara o apostolado. Sacrificar dinheiro para livros
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Nâ0 se esquivar diante de traba- Ihos^desagradáveis. Suportar m silêncio a falta de gratidão^ e reconhecimento da parte dos homens d„s t a r a d a s e até do P. Diretor. Encarregar-s de trabalhos contínuos e regulares. V er com bons olhos os sucessos dos outros. Aceitar cargos mo destos e subordinados.
Motivos e exemplos: Jesús Cristo: A suaatitude até á Cruz. Meditar, muitas vezes, quantos valores sacrificou: casa própria, esplendor externo,riqueza, reputação, boa fama, confiança dos amigos, gratidão do povo, saúde e integridade corporal, até a última gota de sangue.
Maria: também sua atitude central é êste espírito de sacrifício: “ Fiat tn ih i.. . Ecce ancilla Do-m in i...” Ela participa das imolações do Salvador sobretudo na Paixão, onde sacrifica o próprio Filho. Regina martyrum. . . Mater dolorosa. . .
Se homens do mundo, “ sportsmans”, pugilistas etc., fazem renúncias enormes durante anos e anos, para alcançar um triunfo profano passageiro, podemos nós recusar sacrifícios para alcançar uma coroa eterna? A mocidade imola a vida na guerra pela Pátria terrena, como poderiamos hesitar em sacrificar algumas horas, algumas pequenas comodidades pelo Reino de Cristo! Quanto sacrifica a mãe pe- os ih °s, o esposo pela esposa, e de boa vontade!
cioiml ° verdadeiro amor é a prontidão no sacrifí-
« * mT k ZZ5!"™ 08 exemplos de s - Pau,°
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Meios: Meditação da vida e morte de N. Senhor, e do exemplo de Maria. Comunhão frequente: é o corpo imolado da vítima divina, que recebemos na S. Hóstia. Penetrar o sentido da S. Missa como sacrifício. Estudo da S. Escritura. Orações para obter a graça do desinteresse. Vitória sòbre o egoísmo imoderado.
6. PA LE ST R A :
Sugestões práticas para a atividade do chefe
Antes de tratarmos mais em concreto dos papéis que o chefe tem a cumprir na Paróquia e no ambiente, lembremos algumas regras gerais.
I. Fazer tudo do melhor modo possível.
Em que caso chamamos uma C. M. verdadeiramente florescente? Se os membros são zelosos, receber frequentemente os sacramentos, são ativos no apostolado, faltam pouco à S. Missa e às reuniões, se estas são interessantes e formativas etc.. . .
Que se requer, de fato, para que Missa, reuniões, obras apostólicas, retiros etc., sejam bem frequentados e formativos? Consegue-se isto automaticamente, sem esforços? Depende só do Padre? Certamente não, exige-se a colaboração ativa dos congregados e, em primeiro lugar, dos chefes.
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Em que sentido devem os chefes contribuir para o florescimento da C. M.? Quais são os defeitos que é preciso evitar? Enumeremos alguns:
Comodidade. — Quantas vezes as reuniões ou outras iniciativas preparam-se apenas na última hora! . . .
Caprichos; falta de constância. — Há chefes, que cumprem os deveres de seu cargo somente quando se sentem bem dispostos. Prometem, mas não cumprem a palavra. E ’ pena! Sendo eles as colunas da Congregação, se não se pode confiar, com certeza absoluta, na sua firmeza e estabilidade, que vale então a C. M. ?
Resoluções gerais. — Na Diretoria resolve-se fazer isto ou aquilo. Muito bem! Mas, quem o fará? Fica tudo geral, v ag o ... Não seria melhor encarregar um determinado chefe, individualmente, dar-lhe a responsabilidade e exigir conta na próxima seção ?
Contentar-se com pouco. — Os chefes sabem, que nas reuniões faltam sempre os mesmos, que o programa da seção é pouco interessante, consistindo sempre nas mesmas orações, nos mesmos cantos, leitura que mal se varia; sabem que para a Missa faltam os ajudantes; que são poucos e sempre os mesmos a ensinar o catecismo às crianças, a visitar os pobres e realizar outras obras apostólicas da C.M. Os chefes o sabem — e ficam contentes. Foi sem- Pre assim. Que fazer? — Sim, que fazer? Melho- rar 1 Trabalhar! Fazer tudo o melhor possível,
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quer dizer que cada Missa, cada reunião, cada iniciativa apostólica deve ser perfeita! E ’ falsa esta resignação!
Um bom chefe nunca está completamente satisfeito com o estado ou nível atual da C. M. Nunca diz: Está bom, basta! Não se aquieta enquanto os mínimos pormenores não forem perfeitos. Os resultados obtidos lhe servem de estímulo para fazer ulteriores progressos. Todo chefe deve ter no coração um ideal para a S. Missa da C. M., para a reunião, para as demais iniciativas, e não se dar por satisfeito até vê-lo realizado!
II. Distribuir o trabalho.
Há muitas CC. MM. nas quais são dois ou três chefes, que fazem tudo. Lamentam-se, que ninguém os ajude. Mas nunca fizeram esforços sérios, para dar cargos a outros; e quando alguém se ofereceu a ajudar, tiveram sempre um motivo para a recusa: “isto supõe experiência, isto é importante demais, aquilo leva menos tempo se o faço eu mesmo, que se o explico a outrem” e tc .. .
Seja qual fôr a causa deste estado, — o fato é que, muitas vezes, só dois ou três chefes ocupam- se de tudo. Segue-se naturalmente que nada é bem feito, nada é feito com cuidado, que, em última analise, todos estão descontentes: os congregados, sendo puramente passivos e receptivos, têm pouco interesse, e os três chefes sobrecarregados queixam.- se da passividade dos outros. Eis a solução: H-’
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preciso distribuir o rrabalbo entre vârtos m d h o r :
l u t o maior número poss.vel. Devemo. ser inventivos na criação de pequenos cargos. Q tas vantagens nos vai isto trazer!
Alívio faro o P. Diretor e para os chefes.Tudo será feito melhor. Pois, um congregado
que só tem entre mãos êste pequeno encargo pode aplicar-lhe mais tempo e cuidado. A inda que talvez não o faça tão bem a principio, por falta deexperiência, irá aprendendo pouco a pouco.
Despertor-se-há mais o interesse. O s congregados sempre nesta atitude meramente receptiva, tornam-se naturalmente passivos. Um dos meios para fazé-los ativos, é dar-lhes encargos. U m jo vem que tem um ofício, começa a interessar-se. Assim não é a melhor reunião a em que só fala o Diretor e quando muito um leigo, mas aquela em que muitos moços tomam parte, pronunciando discursos, recitando poesias, fazendo uma leitura, respondendo a perguntas, cantando, discutindo sôbre questões sérias de formação etc. De fato, quantos moços podem ser ocupados e, portanto, interessados, numa só reunião!
Êste método multiplicará os mesmos chefesos moços encaregados dum papel qualquer, ani-
««m-se faclmeme a tomar responsabilidades maio-« . compreendem melhor os problemas concreto.
M" tornara- « ajudantes do P. D iretor e oua * esP°utaneamente chefes q * '
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7. P A L E S T R A :
A atividade do chefe na Paróquia e no ambiente
A atividade da C. M. desenvolve-se, na maioria dos casos, dentro da Paróquia. Ora, qual é o papel da C. M. na Paróquia, e em que forma pode contribuir o chefe para realizá-lo? As Congregações não-paroquiais podem aplicar quasi tudo o que dissemos com respeito à Paróquia, ao meio em que são erigidas (Colégio, Escola, Universidade etc.).
Parece-nos poder resumir o papel da C. M. na Paróquia ou no seu meio, com estas três palavras: exemplo, colaboração, conquista.
I. Exemplo.
Compreendamos a grande importância do exemplo que a C. M. dá a tôda a Paróquia (ou a tôda a çscola). Descrevamo-lo um pouco: Não somente outros jovens, não congregados, mas tôda a paróquia, tênr os olhos fitos na C. M. Como se sentem todos edifiçados, elevados, animados, quando a longa fila de congregados se aproxima da Sagrada Mesa; quando, nos Domingos, um grupo considerável de jovens, com a sua medalha e fita, reza com atenção, canta com entusiasmo e comunga com fervor. Com tal exemplo, mais de um jovem aprende a vencer o respeito humano e a imitar os congregados. E às vezes são outras organizações que imitam a C. M. nestas práticas!
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Com que cuidado, em vários países, os inimigos da Igreja preparam suas demonstrações públicas, sabendo que tais espetáculos oferecidos ao povo, conquistam novos adeptos ao seu movimento!
Conheço um alto funcionário de Estado que entrando por acaso numa igreja, já cheia de homens, que de uma maneira exemplar rezavam e cantavam, de tal modo se impressionou, que imediatamente inscreveu-se nessa organização; era uma C. M. de homens casados.
Por ocasião de um desfile de uma C. M. em honra de Nossa Senhora, tão grande foi a impressão de dois jovens, que incontinenti se aproximaram de um congregado e perguntaram-lhe: Podemos também fazer parte dessa Congregação? — Edificante o exemplo, em Budapest, de dois generais do exército que ostentando as medalhas de congregado, participaram da hora de adoração da sua Congregação, ajoelhados deante do Santíssimo!
Cumpre, portanto, aos chefes fazer tudo que podem, para que tôda representação pública da C. M.11a Paróquia seja sempre não somente digna, mas a mais perfeita possível, até nos mínimos detalhes, como p. e. rezar e cantar bem em comum, caminhar ordenadamente, comportar-se com devoção e respeito etc.
Qual será a atitude para com os Sacerdotes da Paróquia? Cumprimentar, falar, responder aos P adres com sincero respeito, convencidos, de que o Sacerdote é o Vigário de Cristo. Jamais comentar
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seus defeitos; pensar que o que deve ditar a nossa atitude, não é a pessoa mas a dignidade do Padre.
Numa conversa, em que se comentavam os defeitos de um Sacerdote, um congregado, homem casado, se opoz francamente, dizendo: “ Um soldado fala com respeito dos seus oficiais, e no exército de Cristo os Sacerdotes são os nossos oficiais.”
II. Colaboração.
Que representa a C. M. na Paróquia? Uma pequena célula da vida católica. Que é, portanto, mais natural que a Paróquia sirva à C. M. ou que a C. M. sirva à Paróquia? E ’, por acaso, justo ser a C. M. um pêso para os Padres, em lugar de um auxílio? Ponha-se, pois, a C. M. à disposição do P. Vigário; ofereça-se para preparar e organizar missões, procissões, adorações noturnas, e, sobretudo, para o ensino do catecismo e a outras obras de apostolado.
Serviço sempre necessário numa Paróquia é o serviço do altar. Quantas vezes faltam os coroinhas ! Seria ideal, que todos os congregados soubessem ajudar a Missa.
Devemos conseguir que, pouco a pouco, todos os Padres cheguem à convição: Posso sempre contar com os congregados, pois estão sempre prontos para qualquer iniciativa e são dignos de tôda confiança.
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III. Conquista.
E o trabalho indispensável da Congregação! Para que conquistar os outros? Para a vida paroquial, para a Missa dominical, a Comunhão e Confissão, e também para a C. M. Para isso não é preciso esperar o apêlo expresso do Pároco ou do P. Diretor. Cada congregado é obrigado, pelos estatutos, a ser apóstolo. Pensemos, pois, nestes três pontos:
A responsabilidade dos congregados. A C. M. não deve ser um pêso para os Sacerdotes, mas um auxílio. Os congregados devem perguntar a si mesmos, todos os anos: que fizemos nós para atrairoutros jovens à vida paroquial? Os sacerdotes não podem fazer tudo. Compete aos leigos ajudá-los no ensino do catecismo, no convite aos companheiros para as práticas religiosas. São milhares os que não sabem catecismo, os que não têm coragem de frequentar a igreja sem um convite e sem a companhia de um amigo.
Na Idade Média, milhares de cavaleiros deixavam família, pátria, e partiram para a conquista da Terra Santa. O mesmo entusiasmo, a mesma sêde de almas, o mesmo espírito de sacrifício devia animar-nos na conquista de uma “Terra Santa” muito mais importante: a terra santa da alma imortal.Num subúrbio de Barcelona, um congregado maria- no perguntou a um rapazinho, se alguma vez ouvira falar em Deus. "Deus? quem é?” perguntou o pe
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queno. Também na nossa pátria há crianças que nunca ouviram falar em Deus, nem em Jesús Cristo, nem em Nossa Senhora. São fatos que nos devem preocupar seriamente.
Em Barcelona, aos Domingos, mais de 200 congregados vão aos subúrbios ensinar o catecismo, sacrificando assim quasi todas as horas livres nesse apostolodo. — Também no México são muitos os congregados homens formados e universitários, que, todos os Domingos, vão em carros a aldeias distantes, para ensinar aos índios a doutrina católica.
Qual ê o fim deste apostoladot Conquistar almas para Cristo; e que atividade poderia ser mais importante! Trata-se da salvação eterna. Trata- se de conhecer a Jesús Cristo, o único Salvador. Trata-se de encontrar o caminho dos Sacramentos, fonte de energia para o homem tornar-se santo e feliz. Haverá, por acaso, algum congregado que não esteja disposto a sacrificar uma hora livre para um trabalho de tamanha importância ?
Como conquistar os camaradas? Aconselhamos às Congregações que organizem um fichário com os nomes de todos os jovens católicos e mais observações que possam facilitar o apostolado. Muitas CC. MM. têm um fichário dos próprios membros. Muito bem! Entretanto, porque não compor mais um fichário, em que se anotem todos os moços católicos da Paróquia ou do meio, sem ex- cepção? E porque não distribuir estes nomes entre os congregados mais fervorosos e capazes, segun-
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do o lugar cm que moram ou as profissões que exercem ?
Cada congregado encarrega-se de 6 ou 8 rapazes, procurando cativar-lhes a simpatia. O fim principal é conquistá-los para a vida cristã, para que façam a Páscoa, frequentem a Missa aos Domingose, pouco a pouco, quem sabe, atraí-los à Congregação.
Como influenciá-los? Algumas sugestões:Procurar primeiro conquistar a amizade. Isto
supõe o bom exemplo de uma vida moral e religiosa. E também conseguir impôr-se no campo profissional.
Prestar-lhes pequenos serviços. Tais atenções feitas com sentimento afetuoso e desinteressado, atraem simpatia e muitas vezes a amizade.
*Procurar o camarada desviado, sobretudo quan
do está doente. Como é agradável a visita de um amigo durante a enfermidade! Oferecer-lhe algum livro interessante, um número de uma boa revista...
Convidá-lo para tomar parte numa reunião da C. M. e, naturalmente acompanhá-lo.
8. CONFERÊNCIA:A d ifu são d a s C ongregações Marianas
no mundo in te iro .______ __Achamos muito conveniente o Diretor do Curso
apresentar como última Conferência a fita composta pelo Secretariado Geral das CC. MM. em Roma, sob o título: “A difusão das Congregações Marianas no mundo inteiro”. Esta fita, com texto riquís*
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airao em português, está à venda na Confederação Nacional (Caixa Postal 1.561, R io). O Diretor recomende aos chefes a compra desta fita, para que repitam esta Conferência, que contribuirá muito para o entusiasmo e para o espírito de união dos marianos, nas suas Congregações.
XI.
Exercícios práticosEntendemos por “Exercícios práticos” a exe
cução concreta do que se exige na IV Parte dos “ Requisitos no Exame” (“Cavaleiros de Maria”). Por exemplo, para ensinar a ajudar a Missa, mande primeiro um dos congregados executar as cerimônias. enquanto os outros observam e apontam as falhas. Depois fará o mesmo ensaio um outro congregado, etc. Um dos participantes do Curso dirige a oração comum, chamando a atenção para deficiências eventuais. Outro, ainda, explica aos companheiros um capítulo dos “Opúsculos de formação”, e todos acompanham-no observando o seu método e fazendo-lhe as observações que tiverem notado.
Será inútil contentar-se com algumas diretivas teóricas. E ’ preciso ensaiar cada ponto com cuidado e precisão. Mudar sempre a pessoa que executa o exercício. Fazer com que os jovens mesmos encontrem os defeitos e as imperfeições, perguntando o Diretor: Quem o pode fazer melhor? (Portanto o Diretor não aponte os erros, mas faça que os congregados os encontrem). Todos tomem apontamentos I Se num caso particular parecer supérfluo fazer executar o exercício inteiro, proponha-se ao menos a questão: Quais são os defeitos que ordinariamente se notam nesta prática?
xn.Ultima bênção eucarística
Propomos êste método: Depois da Exposição do SS. Sacramento, o Diretor resume numa só oração todos os argumentos principais do Curso. Recitam-se depois as ladainhas; durante esta recitação ou canto cada um dos futuros chefes encaminha-se, um após outro, ao altar e lá depõe um bilhetinho no qual promete a Nossa Senhora: 1.*) preparar-sebem para o exame com o fim de se tornar um chefe segundo a Sua vontade; 2.“) estar convencido da sua indignidade para um tal cargo, e desde já satisfeito, mesmo após um bom exame, em ser o último dos aceitos.
O Diretor explica então, que êstes bilhetinhos, depois de serem colocados no altar como homenagem a Maria, serão entregues ao respetivo Diretor.
... XDL
O Exame finalOBSERVAÇÕES
No exame o Examinador deve verificar com toda a exatidão, se o candidato em questão, satisfaz realmente a cada um dos requisitos. Pois, todo êste sistema de formação especializada é instituido para formar uma elite de moços dos quais podemos estar seguros que sabem as coisas exigidas no Exame. Se começarmos a fechar os olhos, deixando passar exa- minandos não bem preparados, todo o sistema perderá o seu valor e a sua reputação.
Por isto, a Confederação não pode pôr sua assinatura no diploma, se o Examinador não tiver declarado por escrito que cada um dos Examinandos satisfez a todos os pontos do Exame.
REQUISITOS PARA O PRIMEIRO GRAU DE CHEFES
I. Condições prévias:
1. Conduta exemplar na C. M.2. Disposição constante de colaborar com a C. M.3. Procedimento irrepreensível na Paróquia, na
Família e na Vida profissional.
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II. Conhecimentos teóricos:
1. Porque formação especial dos “ chefes” ?
2. Que significa ser “chefe” na C. M.? Relações do chefe com Jesús Cristo.
3. A fisionomia do chefe da C. M.
4. O valor da devoção mariana para o chcfc.
III . Obrigações especiais:
1. Comunhão ao menos semanal.
2. Formação do caráter sob a direção espiritual dum Padre.
3. Leitura dum livro sério de formação duas vezes por semana.
4. Rezar diariamente o Terço.
IV. Capacidades técnicas e da organização:
1. Saber bem o Catecismo.2. Saber explicar aos congregados, em forma de
conversa, a matéria do 1.*, 2.* e 3.* “ Opúsculos de formação” .
3. Conhecer o modo de ajudar a S. Missa e saber ensiná-lo aos outros.
4. Conhecer o uso do “ Missal”.5. Saber ensinar o comportamento na igreja
(agua benta, genuílexão, etc.).
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6. Saber ensinar a rezar em comum.
7. Saber rezar em público sem fórmula fixa as orações ordinárias (da manhã, da noite, depois da S. Comunhão).
8. Saber falar 5 minutos com uma preparação de alguns minutos.
9. Saber ler e contar historietas de um modo atraente.
REQUISITOS PARA O SEGUNDO GRAU DE CHEFES.
I. Condições prévias.
1. Conduta exemplar na C. M.
2. Vida irrepreensível como cristão na família e na vida profissional.
3. Possuir o primeiro grau de chefe e ter desempenhado um cargo na C. M. com bom êxito.
II. Conhecimentos teóricos.
1. As caraterísticas da C. M.2. As regras da C. M. e o Manual do congregado.
3. O traço caraterístico mariano no semblante dochefe: Vontade de servir.
4. As virtudes necessárias para o chefe sobretudo hoje em dia.
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III. Obrigações especiais.
1. Comunhão ao menos semanal.2. Formação do caráter sob a direção de um Padre.3. Reza diária do Terço.4. Meditação quotidiana.
IV. Capacidades técnicas e de organização.
1. Conhecer todas as reuniões e iniciativas da C.M. e ser capaz de dirigi-las.
2. Conhecer as obrigações e objetivos de cada ofício na C. M.
3. Conhecer o papel da C. M. na paróquia e no meio profissional.
4. Saber ensinar a matéria dos “ Opúsculos de formação”.
5. Conhecer os principais métodos de apostolado.6. Saber fazer discursos e conferências sôbre temas
religiosos.
QuestionárioPaia o uso do Examinador sôbre a
parte teórica (D parte)
(v. “Cavaleiros de Maria”, p. 17)
ad I : Porque formação especial dos chefes?
Que entendemos pela palavra “chefe”? — Quais são as razões da parte da C. M. que motivam a formação dos chefes? — Que método apli
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cou Nosso Salvador? — Qual é o elemento de* cisivo num exército? — Qual é o papel dos chefes segundos as regras? (Ajudar o Diretor no governo; exceder os outros na virtude; dirigir as seções, obras etc.). — Em que sentido exprimiram-se as pessoas competentes? — Pode ser realizado o fim da C. M. sem chefes bem formados? (A massa dos moços não pode ser influenciada eficazmente sem elite; ora, a C. M., ela mesma não representando esta elite, necessita dum grupo escolhido de chefes ativos e capazes). — Porque os tempos atuais requerem homens bem instruídos? — E no Brasil? — Mas, o Brasil é um país católico? — Há talvez adversários da Igreja que formara os seus chefes? E* justo aprender também do adversário? — Fazem êles mais ou menos que nÓ9, para formar os chefes? — Porque exige o interesse da Igreja a formação de chefes? — Porque o da Pátria?
ad I I : Que significa ser chefe na C. M»?
Explica o significado da palavra “chefe". (Duplo: autoridade externa e interna). — Quem é o chefe absoluto? — Porque Jesús? — E* Jesús, por acaso, o único chefe religioso? — Quem participa do ofício real de Jesús? — Também os leigos?— Recebem êles para isso uma consagração? — Em que sentido é Jesús o fundamento do nosso ofício de chefe? — Quais obrigações nos impõe isto? — Qual é o objetivo do ofício de chefe? — Quais os meios? — Devem êstes também ser relacionados com Cristo? — Conheces um exemplo que explica como as nossas virtudes manifestam Jesús Cristo?
ad I I I : A fisionomia do chefe na C. M.
Mostra por exemplos os dois tipos extremos de chefes. — Descreve o tipo justo. Descreve com pormenores a maneira de agir dos três tipos.— Quais são as caraterísticas do verdadeiro chefe mariano? Tem o chefe na C» M. uma verda
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deira autoridade t responsabilidade? — Parece que nSo pode ser assim, pois as regras dão toda auto* ridade e responsabilidade ao Padre (suprema —
é sim, única — não; pois os chefes tem autoridade e responsabilidade derivada ou participada) .— Que dizem com respeito a isso as regras? — Como o chefe pode e deve praticar a autoridade e responsabilidade? Exemplos. — Pode o P. Diretor limitar a autoridade e responsabilidade do chefe? Pode êle anular uma resolução da Diretoria? — Depor os chefes dos seus cargos? — E T o chefe isento da obediência para com o P. Diretor? — Como se mostra esta virtude? — Devem os chefes ser ativos? — Como p. ex.? — E* a vida interior menos importante para êles? — Porque não? — Necessitamos de chefes capazes? — Em que sentido? — Devem êles também ser humildes e modestos? — Como praticá-lo? — Tem um perigo especial neste ponto? — Inculca o próprio espírito da C. M. esta atitude?
ad IV : O valor da devoção mariana para o chefe.
E* facil realizar o ideal do chefe mariano? — Porque não? — Quem ajudar-nos-á nos nossos esforços? — Porque propriamente Maria? — Qual é o duplo papel da SS.ma Virgem? — Quais as graças necessárias para nós? (Para vencer os perigos conexos com o ofício de chefe). — Mostrou-se na história Maria como Medianeira das graças? (Bodas de Cana, vida dos Santos). Necessita o apóstolo leigo também de outras graças? — Para quem? — Se, porém, fazemos grandes esforços pessoais, parece que podemos renunciar à graça divina? — Manifesta-se, na vida prática, às vezes tangivelmente, a infrutuosidade dos nossos trabalhos e a eficácia da graça? — Que faz por isso o apóstolo zeloso? (Reza, faz sacri-
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fíeiô« para obter a graça). — Quais slo no Evangelho as principais cenas em que aparece Maria? — Quais os traços carateristicos da SS.ma Virgem? — Descreve, como Maria opõe o seu exemplo ao perigo da exterioridade. — Descreve o perigo da independência. — Como se opõe a isto o exemplo de Maria? — O perigo do orgulho e da vaidade do chefe. — Como é isto vencido pelo exemplo de Maria? — Como se pode, portanto, resumir em duas palavras o ideal do chefe na C. M.?
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í t N D I C E
P r e f á c io .............................................Precisamos de c h e f e s .........................Responsabilidade e iniciativa . . . .Vozes au to rizad as......................... ....Concretamente, qual o papel doe chefes?A formação dos chefes.........................O método desta formaçio....................Observações sôbre o Curso . . . .A instrução in trodu tó ria ....................A benção na Véspera do Curso . . .As conferências...................................1. PALESTRA:
Confiança na C. M. Motivos externos2. PALESTRA
Confiança na C. M. Motivos internos3. PALESTRA:
O fundamento de tôds atividade4. PALESTRA:
As atitudes do chefe para com o P. Diretor e os congregados . .
5. PALESTRA:As atitudes do chefe com relaçio ao
trabalho...................................6. PALESTRA:
Sugestões práticas para a atitude do chefe ........................................
7. PALESTRA:A atividade do chefe na Paróquia e
no ambiente.............................8. CONFERÊNCIA:
A difusão das CC. MM. no mundointeiro.............................................
Exercícios p rá tico s ..............................Última bênçio eucarística....................O Exame f i n a l ...................................Observações........................................Requisitos para o 1.* grau de chefes . . Requisitos para o 2.* grau de chefes . . Questionário sobre a parta teórica do E xam e.............................................•
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