PEC João Vitor Korc

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JOÃO VITOR KORC GONÇALVES PONTO A PONTO: Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC BLUMENAU - SC 2009

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Memorial do PEC do aluno João Vitor Korc, realizado em 2009.

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JOÃO VITOR KORC GONÇALVES

PONTO A PONTO: Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC

BLUMENAU - SC 2009

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INSTITUTO BLUMENAUENSE DE ENSINO SUPERIOR IBES SOCIESC

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

PROJETO: PRÁTICA EDITORIAL IMPRESSA

JOÃO VITOR KORC GONÇALVES

PONTO A PONTO: Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC

Disciplina: Projeto Experimental em Comunicação Coordenadora do Projeto Experimental – Habilitação Jornalismo: Ofélia Torres Morales, Dra. Linha de Pesquisa: Novas Mídias Professor Orientador: Luciano Alessandro Duque, Ms

BLUMENAU - SC 2009

2

JOÃO VITOR KORC GONÇALVES

PONTO A PONTO

Projeto Experimental em Comunicação aprovado para a conclusão da matéria Projeto

Experimental em Comunicação, do sétimo semestre do Curso de Comunicação Social com

Habilitação em Jornalismo – IBES SOCIESC, pela banca examinadora com nota: ______

(____________________)

______________________________________________________________ Presidente: Prof. Luciano Alessandro Duque (Orientador)

______________________________________________________________ Membro: Profa. Ofélia Torres Morales

______________________________________________________________ Membro: Ass. de Com. Sec. de Saúde de Blumenau: Joni Cesar Tomazoni

_______________________________________________________________ Coord. do Projeto Experimental em Comunicação: Profa.Ofélia Torres Morales

Blumenau,SC, 22 de junho de 2009

3

Primeiramente dedico este trabalho à minha mãe Maria Darci Korc por realizar um

papel de fundamental importância na minha vida. Por exercer o papel de pai e mãe, e ter me educado da forma que educou. Dedico também a duas pessoas

imprescindíveis na escolha do projeto, Mirella Sabrina Gonçalves e Ofélia Elisa Torres Morales. E a todos que acreditaram e me apoiaram para que mais este

objetivo fosse alcançado.

4

Agradeço a minha família pela compreensão e paciência quando mais precisei ao longo do curso até a conclusão. A minha mãe Maria Darci Korc, que sempre se dispôs a me ajudar, e principalmente pelo incentivo dado. As famílias Casani e

Rublesck, por me ajudar no momento em que mais precisei, acreditando no meu potencial. A todos os meus amigos e colegas de trabalho que de alguma maneira

participaram desta conquista. Agradeço também o meu professor e orientador Luciano Alessandro Duque que dispôs de muita paciência e competência, para

comigo alcançar os méritos deste projeto.

5

“toda a pedra no caminho você pode retirar;

se uma flor tem espinhos, você pode se

arranhar; se o bem o mal existem, você pode

escolher, é preciso saber viver…”

Roberto e Erasmo Carlos

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Cartaz da Campanha de Vacinação contra a Gripe................................. 20

Figura 2: Cartaz da Campanha de Vacinação contra Rubéola e Sarampo............ 20

Figura 3: Jornal de Santa Catarina 1971................................................................. 23

Figura 4: Mapa do Sistema Viário Estrutural........................................................... 37

Figura 5: Dados da Vigilância Epidemiológica do Município ano 2008................... 46

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Elencos de Valores-notícias................................................................... 33

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 11

1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 12

2 OBJETIVOS................................................................................................. 15

2.1 OBJETIVO GERAL...................................................................................... 15

2.1.2 Objetivos Específicos................................................................................... 15

3 JORNALISMO E PUBLICIDADE: CAMINHOS EM COMUM..................... 16

3.1 HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO.................................................. 16

3.2 O CARTAZ COMO FERRAMENTA JORNALÍSTICA.................................. 18

3.2.1 O Cartaz como Instrumento de Conscientização Social.............................. 19

3.2.2 Identidade Visual no Jornalismo Impresso.................................................. 21

3.3 JORNALISMO ESPECIALIZADO................................................................ 25

3.4 A INFLUÊNCIA DO JORNALISMO NA SOCIEDADE.................................. 28

3.4.1 Gêneros Jornalísticos.................................................................................. 32

3.4.2 Critérios de Noticiabilidade.......................................................................... 33

4 RELATO DE PRODUÇÃO........................................................................... 37

4.1 PRÉ-PRODUÇÃO........................................................................................ 37

4.2 PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO..................................................................... 43

4.3 PÓS-PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO............................................................ 52

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 55

APÊNDICE A – Questionário................................................................................ 58

APÊNDICE B – Cartaz Ponto a ponto saúde....................................................... 59

APENDICE C – Orçamento dos Materiais........................................................... 61

APÊNDICE D – Busca por Empresas Apoiadoras.............................................. 63

APÊNDICE E – Dez Cartazes Ponto a ponto – Produto Final............................ 65

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RESUMO

Apesar de vivermos em um país bem servido por bons escritores, ótimos

poetas e exímios músicos, a cultura literária costuma ser hábito de poucos. Falta de

tempo ou acessibilidade financeira, sabe-se que esse lado cultural pode ser mais

bem explorado. E é assim nesse aspecto que o presente trabalho busca se apoiar,

indo ao encontro do público, acompanhando-os aonde forem. A idéia de criar um

informativo e divulgá-lo dentro de ônibus urbanos da cidade de Blumenau/SC é uma

maneira de incitar o público à leitura. Quando pensarem que não há nada para fazer

naquele momento, verão, que aquele momento é propício a se dedicarem à leitura.

As publicações serão baseadas em informações divulgadas pela mídia regional

impressa. Dicas sobre saúde trarão esclarecimentos aos usuários do transporte

coletivo da cidade.

Palavras Chave: cultura literária; jornalismo especializado; saúde, cultura,

transporte público.

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ABSTRACT

In spite of we live in a country well served by good writers, great poets and

eminent musicians, the literary culture used to be habit of a few ones. We know that

that cultural particularity can be better explored, notwithstanding the lack of time or

financial accessibility. And that is what the present work tries to sustain, to go where

the people are, accompanying them where they go. The intention of to create an

informative and to publish it inside of bus from Blumenau city, in Santa Catarina

state, it's a way to stimulate the public to the reading. When they think there is

nothing to do in that moment, they will perceive, that moment is favorable to the

reading if they dedicate themselves to do it. The publication will be based on

information published by regional printed medias. Tips about health will bring

explanations for users of public transport from Blumenau.

Keywords: literary culture; specialized journalism; health, culture, public transport.

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1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho, intitulado de Ponto a ponto, busca formas alternativas

para divulgar o jornalismo impresso na cidade de Blumenau,SC. Na busca por um

nicho de mercado inovador, surgiu a idéia de um informativo em que as pessoas

tenham acesso durante o trajeto de ônibus pela cidade blumenauense.

A necessidade de manter a constante rotatividade das informações faz com

que os meios de comunicação se adaptem às necessidades de quem os

acompanha. Explorar locais antes inimagináveis é uma alternativa que os meios de

comunicação deste século estão se atendo, buscando seu público onde quer que ele

esteja. Por falta de tempo ou condição financeira, as pessoas deixam de buscar

informações relevantes e acabam trocando-as por informações fúteis e/ou mais

fáceis de serem compreendidas. E é explorando o aspecto falta de tempo e

simplicidade das informações, porém, com conteúdo, que o presente projeto cria o

Ponto a ponto.

O jornalismo impresso ainda tem a vantagem de ser levado para qualquer

lugar e a qualquer hora. Esse é o principal motivo que nos impulsiona a criar um

material inovador. Utilizando ferramentas publicitárias como o cartaz, o Ponto a

ponto vem com a força que muitos meios de comunicação não têm. Segundo Mirela

Hoeltz1 (2001) “dificilmente olhamos um jornal sem ler as palavras. Mas se não

conhecemos a língua, é a única possibilidade. Se não lemos palavras, uma folha de

papel ou jornal, transforma-se em espaço ocupado por tinta”.

E é assim que jornalismo e publicidade trabalham juntos, atraindo a atenção e

informando. As imagens e a construção do texto chamam a atenção e, então, fica a

caráter do conteúdo da informação entreter para que leitor acompanhe o texto até o

final.

A intenção é trabalhar um texto curto e fácil de ser compreendido e, ao

mesmo tempo, apresentar informações relevantes à vida dos passageiros. Tendo

em vista a importância dos temas, o Ponto a ponto busca apoio nas informações

divulgadas em mídias regionais impressas de Blumenau,SC no período de janeiro a

junho de 2009, além dos dados da Vigilância Epidemiológica do município para criar

suas matérias. 1 Professora de Editoração Eletrônica na Universidade de Santa Cruz do Sul e mestranda em Comunicação na Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

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1.1 JUSTIFICATIVA

Em pleno século XXI, a informação deixou de ser opcional na vida das

pessoas, passou a fazer parte da vida delas. Pode ser uma história, uma notícia, um

recado ou mesmo um esclarecimento, o fato é que estar bem informado é

necessário para a vida social do ser humano. Hoje, um atentado terrorista que

acontece nos Estados Unidos deixa reflexos irreversíveis no mundo todo, onde quer

que um Osama Bin Laden esteja, existirá um temor, o que não ocorreria se não

fossem os meios de comunicação: em segundos o mundo já descobria o

responsável pelos atentados de 11 de setembro de 20012 às torres gêmeas. Esse é

apenas um exemplo prático para exemplificar a comunicação social.

Hoje as mídias digitais têm maior capacidade de estar em qualquer lugar do

mundo divulgando informações, ainda assim, dependem de suportes midiáticos

como computador portátil e uma conexão de rede wireless ou cabo para trocar

dados com a internet. Além das adaptações que a mídia digital necessita para

divulgar informações, o que por muitas vezes prejudica a disseminação das

informações é a quantidade com que elas surgem e as formas de divulgá-las. Ainda

na internet, a industrialização das informações pode comprometer o raciocínio do

público. Segundo Ferrari (2004, p.18) os leitores digitais se comportam da seguinte

maneira, “dão uma olhada nas manchetes, lêem o horóscopo, entram em alguma

área que chamou a atenção na home page3 e assim sucessivamente. A informação

é absorvida sem grande comprometimento com a realidade”.

E é com base em informações que possam auxiliar a vida das pessoas que o

Ponto a ponto tem o interesse de levar informação para dentro dos ônibus da cidade

de Blumenau,SC. Tomando como referência o trabalho de comunicação integrada

realizado pela TV MINUTO do estado de São Paulo. Em entrevista cedida via e-mail

ao pesquisador em 20 de março de 2009, a gerente de marketing Claudia Silva,

apresentou o trabalho realizado. Em São Paulo existem mais de 5.200 monitores

(LCD) espalhados pelos vagões dos metrôs da maior capital da América Latina.

Com programação própria a TV MINUTO leva notícias nacionais e internacionais

2 De conhecimento público através da mídia jornalística mundial. 3 Rigorosamente, uma home page é a página de entrada de um Web site, mas o termo pode ser usado também para indicar a página principal de uma determinada seção. Disponível em <http://www.hospedenet.com.br/info/Home_page.html> Acesso em 09 mai.2009.

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sobre os mais variados temas; esporte, turismo, ecologia, cinema, horóscopo,

bastidores da TV, indicadores econômicos, trânsito, tempo e temperatura,

tecnologia, saúde, serviços (empregos, estágios, provas de vestibular) e vários

informativos referentes ao metrô.

O intuito do Ponto a ponto é mostrar que a partir de uma técnica publicitária é

possível criar uma inovadora forma de informar jornalisticamente um público

selecionado. Os meios de comunicação ainda não percebem esse nicho de mercado

social que tende a se expandir a partir do primeiro projeto posto em prática.

O ambiente de transporte coletivo é um local que concentra o maior número

de pessoas por metro quadrado. Durante o trajeto casa/trabalho as pessoas ficam

ociosas, já que segurar um livro é praticamente impossível para quem viaja de pé.

Com base em dados estatísticos divulgados pela Vigilância Epidemiológica do

município de Blumenau,SC, o intuito é publicar informações que auxiliem no

cotidiano das pessoas, com dicas de saúde que previnam e tratem doenças, que

ajudem no tratamento de infecções, e que possam de alguma maneira acrescer o

conhecimento dos leitores.

Dados do Serviço Autônomo Municipal de Trânsito e Transportes de

Blumenau – SETERB4 (2009) mostram que mais de 830 passageiros circulam

diariamente nos três ônibus da Linha do Cidadão que transporta na maioria,

mulheres de 21 a 30 anos de idade, trabalhadores e estudantes que utilizam as

linhas em uma média diária de 45 minutos por dia, momento em que os passageiros

poderiam se informar de alguma maneira.

A correria diária faz com que muitas pessoas não tenham disponibilidade

financeira ou de tempo para se informar. Atualmente não existe nenhum outro

projeto de informação destinado aos usuários do transporte coletivo da cidade. Este

é um projeto que mais tarde pode ser apresentado à prefeitura municipal de

Blumenau e a Fundação Cultural da cidade e tende a mudar o conceito de

transporte coletivo na cidade. Além de transportar os passageiros a cidade

demonstra que tem grande preocupação sócio-cultural com os usuários do

transporte coletivo.

A questão problema que orientará a pesquisa desse Projeto Experimental em

Comunicação se preocupa em investigar informações de cunho sócio-cultural de

4 Em entrevista ao pesquisador via e-mail em 23 de março de 2009. Pela Gerência de Programação Operacional, Joselaine Malburg.

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maneira a compreender se o público teria interesse em ter um veículo informativo

dentro dos ônibus do transporte coletivo e qual o interesse desse público em relação

as informações veiculadas a partir dessa mídia. Além de saber se os passageiros do

transporte coletivo na cidade de Blumenau,SC não possuem qualquer outro

mecanismo de informação ou ocupação durante as viagens. A faixa etária dos

passageiros interessados nos assuntos abordados será adulta por ser uma linha de

transporte coletivo que transita pela grande maioria dos bairros da cidade.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Desenvolver um veículo informativo jornalístico dentro dos meios de

transporte coletivo de Blumenau, SC, visando a disseminação de informações

relevantes para o público-alvo.

2.1.2 Objetivos Específicos

1) Criar material jornalístico para divulgação nos ônibus coletivos em

Blumenau,SC;

2) Identificar o perfil do usuário de ônibus da Linha do Cidadão na cidade de

Blumenau, SC;

3) Verificar se há interesse a informação dos passageiros;

4) Descobrir qual o interesse dos passageiros em ser informados através

dessa mídia.

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3 JORNALISMO E PUBLICIDADE: CAMINHOS EM COMUM

3.1 HISTÓRIA DO JORNALISMO IMPRESSO

Não é de hoje que o homem busca maneiras de manter-se informado, seja na

transmissão de aspectos culturais, histórias ou novidades, cada qual com sua

importância. Segundo Sousa (2001), na Grécia antiga Julio Cesar que escreveu a

crônica da Guerra das Gálias seguiu o exemplo de Tucídides, quase antecedendo

alguns formatos jornalísticos. Na Roma antiga Actas Diurnas eram usadas para

divulgar informações de interesse do Senado Romano e os procedimentos judiciais.

Com o passar dos anos as Actas passaram a ser usadas para informar a corte sobre

os combates de gladiadores, actos públicos da família imperial.

Ainda segundo o autor, já na idade média, o meio de comunicação se tornava

mais importante e as informações eram escritas com penas, por cronistas, somente

para os nobres, eclesiásticos e outras personalidades importantes.

Segundo Sousa (2001, p.19) foi entre os anos de 1430 e 1440 com as

criações de Gutenberg que as histórias e as novidades puderam ser divulgadas a

um número maior de pessoas. Ele criou o aparelho responsável pela criação dos

caracteres a partir do metal fundido. Assim se tornava muito mais fácil criar cópias

dos informativos.

Não podemos afirmar com certeza qual o primeiro jornal impresso, já que

alguns autores consideram jornais diários aqueles que são publicados três ou quatro

dias seguidos. O jornal inglês Daily Courant criado por Elizabeth Mallet em 1702, foi

o primeiro a ser publicado todos os dias, sem contar domingo. Era uma folha de

papel que mudou os conceitos de apresentar notícias, segundo Sousa (2001, p.20) o

jornal além de mostrar rapidamente as informações que as pessoas buscavam,

contribuiu com o conceito de atualidade.

A partir de 1812, com a invenção da rotativa por Koning, a indústria gráfica

ganhou tempo, o elevado número de cópias fez diminuir os custos na produção. Em

1820 com o final das revoluções Gloriosa Inglesa, Americanas e Francesa “marcou-

se o início da liberdade de expressão que impulsionou a criação de jornais ocidente”

(SOUSA, 2001, p.20).

Ainda segundo o autor, o português Diário de Noticiais surgido em 1865 em

Lisboa, “rompeu a tradição da imprensa opinativa ou partidária”. Chamada também

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de imprensa de partido (party press). A partir daí, a imprensa portuguesa começou a

conduzir os jornalistas à profissionalização.

Assim, por volta dos anos trinta do século XIX começam a aparecer nos Estados Unidos alguns jornais menos opinativos e mais factuais e noticiosos, opção que em Portugal encontrará eco no Diário de Notícias, cerca de trinta anos depois. As notícias deixam de se circunscrever ao mundo da política, da economia e da guerra e tornam-se dominantes, substituindo os artigos. A linguagem é direccionada para um público vasto e pouco conhecedor da língua, até porque os Estados Unidos eram um país de imigrantes. (SOUSA, 2001, p.21).

A partir disso, pode-se perceber que já em 1865 o jornalismo português se

preparava para disseminar a informação de forma mais simples, com linguagem

diferenciada. Já que seu interesse não era apenas o de informar políticos ou

pessoas da alta classe, o que diferenciava o Diário de Notícias. No jornalismo

Estado Unidense esse estilo de fazer jornalismo se encaixa perfeitamente por ser

um país que muitos imigrantes.

O pioneiro foi o The New York Sun, dirigido por Benjamin Day, que reduziu as notícias sobre política e a dimensão dos artigos de fundo para publicar crónicas sobre assuntos de interesse humano (os bêbados, os ladrões, as pessoas comuns que expunham os seus problemas na polícia, etc.) (ERBOLATO apud SOUSA, 2001, p.22).

Assim, percebemos a importância do profissional jornalista na elaboração do

material que será veiculado às centenas de pessoas que por muitas vezes buscam

informações comuns, presentes no cotidiano.

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3.2 O CARTAZ COMO FERRAMENTA JORNALÍSTICA

Surgido na metade do século XIX, a origem do cartaz5 está ligada ao

desenvolvimento da opinião pública e a invenção da imprensa. A forma publicitária

nele é imposta pela preocupação estética particular, ou seja, imagens que chamam

a atenção e textos curtos que identifiquem o produto a ser comercializado. Assim,

são três os resultados conseguidos com a publicação de um cartaz bem produzido:

reter o olhar, rápida compreensão e rápida persuasão, utilizando processos que

abusam das cores, luzes, formas etc. Triesch (apud CAMBESES6, 2009) define a

importância dos cartazes:

Cartazes são mensageiros. Cartazes são expressão de cultura. Cartazes deixam marcas. Visíveis e inconfundíveis, como parte de um processo de comunicação, eles dependem do local e data de publicação. Bons cartazes falam uma linguagem internacional.

Ainda segundo Triesch (apud CAMBESES, 2009), a partir das funções

informativas que um cartaz pode exercer diante os olhos do leitor, nele ficam

explicitas quatro funções sociais: informativa, persuasiva, econômica e estética. E é

dentro de alguns desses conceitos que o jornalismo se encaixa, assim, torna-se

parte do cotidiano das pessoas, a partir de um meio de comunicação publicitário.

Sobre a questão Informativa do cartaz, a partir do conceito de informativo

que Ferreira (1999) traz, “informar ou noticiar”. Podemos considerar como, levar

informações desconhecidas ao público de forma a acrescer o conhecimento

particular. Marques de Melo acrescenta sobre o conceito de notícia: “A notícia é um

relato integral de um fato que já eclodiu no organismo social”. (MARQUES DE

MELO, 2003, p.66).

Analisando o conceito de “persuasiva” podemos percebê-lo diante do

jornalismo como uma forma de fazer com que o público acredite no que está sendo

5 Disponível em: <www.exames.org/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=585&Itemid=45> Acesso em: 15 abr.2009. 6 Vosnier Cambeses é designer do Departamento de Criação da Alquimiadigital. <[email protected]>

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veiculado. No aspecto publicitário, é a intenção de convencer um determinado

público a comprar uma idéia. O aspecto “econômica” do cartaz pode ser

considerado como o gasto com a produção, a partir dos materiais utilizados na

produção do informativo já pode-se analisar o conteúdo nele divulgado. O conceito

de “estética” que o cartaz possui é a parte de produção do cartaz que envolve a

diagramação: distribuição de imagens, cores, fontes para criar uma identidade

visual, assunto que será abordado mais a diante.

3.2.1 O Cartaz como Instrumento de Conscientização Social

Hoje é muito utilizado em campanhas de vacinação, e alertas sobre doenças,

é um ótimo meio informar grande número de pessoas, já que através de uma única

ferramenta (cartaz), várias pessoas podem se beneficiar, através da informação

transmitida.

Cartaz: “Anúncio ou aviso de grande formato, próprio para afixação em ambientes amplos ou ao ar livre, e que traz anúncio comercial ou de exposições, espetáculos, etc., em geral com acentuação do aspecto visual, constituindo, às vezes, legítima peça de arte” (FERREIRA, 1999).

O dicionário Aurélio define cartaz como sendo um veículo informativo. Diante

as técnicas aplicadas nos cartazes pode-se concluir que o cartaz é um veículo de

informação publicitária, utilizado para convencer seu público alvo. Assim, podemos

entender que o cartaz também pode ser utilizado de maneira a informar determinado

público. Em campanhas de conscientização social, a presença de cartazes é de

fundamental importância para convencer as pessoas de que determinada ação é

primordial para a própria saúde, como por exemplo, tomar uma vacina e assim se

imunizar de determinadas doenças.

Vejamos alguns exemplos a partir do que Hoeltz (2001) afirma sobre o design

gráfico nos veículos informativos:

20

Analisando os cartazes das campanhas de vacinação da Covisa -

Coordenação de Vigilância em Saúde (2008) da cidade de São Paulo, SP, podemos

perceber a ação das cores e seus contrastes e a criatividade nos leiautes. O material

chama a atenção pelas cores e prende a atenção do leitor pela disposição e o

tamanho das letras e imagens. Frases diretas facilitam à compreensão do leitor. ”O

designer gráfico, mesmo preso a um diagrama, deve ousar e oferecer ao seu leitor

um local de introspecção. Um local onde possam circular suas idéias.” (HOELTZ,

2001, p. 5)

Essa autora explica a partir de Lupton e Miller (1996), sobre a importância de

o material estar bem organizado:

[...] espaçamento e pontuação, bordas e molduras: esses são o território da tipografia e do desenho gráfico, essas artes marginais que tornam legíveis textos e imagens. [...] Design e tipografia operam nos limites da escrita, determinando as formas e estilos das letras, os espaços entre elas, e sua disposição. (LUPTON e MILLER apud HOELTZ, 2001, p.3)

A partir desses conceitos podemos concluir que a partir da disposição dos

elementos gráficos e letreiros, o material alcançará seu objetivo de informar um

determinado público. Já que devem ser levados em consideração fatores como

tamanho do ambiente em que o cartaz será exposto e quantidade de informações

nele dispostas.

Figura 1 - Vacinação contra Rubéola e Sarampo (SP, 2008)

Figura 2 - Vacinação contra gripe (SP, 2008)

21

3.2.2 Identidade Visual no Jornalismo Impresso

Hoje na sociedade empresarial e automatizada, uma imagem “diz” mais que

mil palavras, ela informa por si só. O lado estético passou a ser mais visado pelos

veículos de informação. Antigamente quando folhávamos jornais era difícil

encontrarmos figuras, imagens e letras estilizadas que chamassem tanto nossa

atenção. Atualmente a preocupação com o produto vem trazendo consigo a

necessidade de manter atualizadas as questões estéticas. Seja em livros, revistas

ou até mesmo em jornais, os criadores estão cada vez mais preparados para cuidar

do visual do produto que será levado às bancas para comercialização. Logotipos,

símbolos, fotos, cores e letras passaram a estar presente na avaliação do público

consumidor “hoje, se uma empresa não tem uma boa imagem, não causa uma boa

impressão a primeira vista e isso com certeza irá refletir no seu crescimento e na sua

valorização no mercado”. (STRUNCK apud TEIXEIRA; et al, s.d.)

O principal cuidado dos editores de arte que planejam a arte visual dos

veículos de mídia impressa é a identidade do veículo (CARNICEL apud SANTOS,

1999). Com isso, os setores de produção procuram a diferenciação dos concorrentes

e buscam criar materiais que chame a atenção nas bancas entre tantos produtos

expostos.

Pode-se afirmar que esse profissional terá alcançado seu objetivo no momento em que o leitor correr os olhos sobre a página e souber a que publicação ela se refere. Ou seja, no instante em que ele, a partir do design gráfico apresentado, souber identificar o veículo mesmo sem ver o logotipo. (CARNICEL apud SANTOS, 1999)

A partir dessa afirmação, podemos concluir que o material resultado da

produção do veículo informativo passa a ser a identidade do produto. O próprio

nome, a logotipia o design das letras e a disposição das informações ao longo do

material, converge para que o material seja reconhecido pelo leitor, mesmo que este

não consiga ler o nome/marca do veículo.

Dificilmente olhamos para um jornal sem ler o texto. Porém, quando não

compreendemos o idioma, a primeira reação é identificar através do visual, a

mensagem que as “estranhas” palavras querem expressar. E é através da estrutura

visual produzida pelo design gráfico que as informações podem esclarecer ou

22

mesmo confundir a cabeça do leitor. Segundo Silva (apud HOELTZ 2001, p.3) "o

discurso gráfico tem como objetivo ordenar nossa percepção. É ele que nos dá o fio

da leitura".

A partir do que os autores expuseram até então sobre a importância do

design da notícia quanto ao visual do jornalismo, tivemos a oportunidade de

comparar a teoria e a prática aplicada nos jornais de 1971 pelo Jornal de Santa

Catarina, ainda em formato tablóide. A seguir, uma imagem do arquivo central,

cedido pelo próprio Jornal de Santa Catarina em junho de 2009:

23

Figura 3 – Jornal de Santa Catarina (SC, 1971)

Edilene F

reitas Grahl

24

Consultando o arquivo do Jornal de Santa Catarina em Blumenau, SC,

tivemos a oportunidade de compreender a importância do que a autora defende. De

que forma o Jornal de Santa Catarina aplicava ou não essas teorias. Analisando a

imagem podemos perceber como em 1971 o jornal não prezava tanto pelo aspecto

visual. Aspectos que deixam essa idéia em evidencia são, a pouca quantidade de

caracteres espalhados pela página, os estilos dos caracteres e os grandes espaços

que sobram entre as informações. A partir dos conceitos apresentados até agora,

percebemos a deficiência em ocupar os espaços em banco, com informações.

Ainda nesse aspecto de organização das informações, o design gráfico tem

grande responsabilidade no que GRADIM (2009) defende no Manual de Jornalismo

Livro de Estilo do Urbi Et Orbi. O jornal deve separar informação de opinião.

O Urbi et Orbi também defende a rigorosa separação entre notícias – que se baseiam em factos – e opinião – que se baseia em impressões subjectivas filtradas pela personalidade, crenças e formação cultural de quem analisa os factos. Nas notícias, não se misturam ou imiscuem as opiniões dos redactores. Mas também não se castram jornalistas. Isso será bom na ópera ou no harém, não no jornal. Se o jornalista sentir necessidade imperiosa de dar a sua opinião, poderá fazê-lo num comentário aparte identificado como tal. (GRADIM, 2009)

A autora traz à tona a importância e a participação do jornalista na montagem

das informações transmitidas à sociedade e defende a idéia de que o jornal deve

separar as informações factuais das informações opinativas.

Entende-se como parte fundamental do serviço prestado por um jornal o contributo que este presta para a análise dos acontecimentos, o esclarecimento e a formação dos seus leitores. E por isso a opinião não é parente pobre da informação, nem viceversa. São produtos diferentes, que visam objectivos diferentes e possuem igual estatuto e dignidade. (GRADIM, 2009)

Gradim (2009) defende também, a idéia de que o jornal pode sim emitir

opinião, desde que tenha um espaço que evidencie a opinião do jornalista/veículo.

Assim, não compromete os dados da informação, já que informação sem opinião e

expressão da opinião tem interesses distintos.

25

Santos7 (2002, p.3), explica a importância do design gráfico na montagem da informação:

Design de Notícias passou a designar não só a atividade de dar forma sensível e compreensível à notícia nos meios predominantemente visuais, mas também de pensá-la, planejá-la, assim como a todo esforço de produção dentro do contexto atual. (SANTOS, 2002, p.3)

A partir dessa afirmação, concluímos que tanto o jornalista produtor da notícia

quanto o editor visual do jornal impresso, devem ter atenção durante a elaboração

do material informativo. Devendo pensá-lo e planejá-lo, já que a disposição do

material influencia a compreensão do leitor.

3.3 JORNALISMO ESPECIALIZADO

Em pleno século XXI o jornalismo passou a ser necessário na vida das

pessoas, independente de classe social, grupo social ou religião. É fato, que todos

precisamos estar bem informados. A grande quantidade de informação veiculada

todos os dias pode não ser necessária durante o dia a dia, mas em algum momento

pode se tornar útil. Assim, faz-se necessário qualificar os profissionais que

sustentam o mercado jornalístico. Conhecer as teorias do jornalismo é tão

importante quanto um médico conhecer as técnicas da medicina ou um advogado as

técnicas do direito. São teorias que devem ser aplicadas na prática para produzir um

bom jornalismo, porém, muitos que se julgam bons profissionais se quer conhecem

o código de ética, se as técnicas jornalísticas forem aplicadas corretamente

previnem erros imperdoáveis, que podem arruinar a vida de pessoas.

A grande fragmentação da sociedade em grupos requer mais atenção aos

jornalistas no momento de noticiar os fatos, já que, em simples deslize o jornalismo

que tem o papel social de traduzir e simplificar as informações pode se transformar

em tendencioso. Segundo o código de ética do jornalista, o profissional da área deve

7 Jornalista pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, Brasil (UEPG/PR). Especialista em Gestão de Negócios e Marketing, pela FAE Business School. Mestranda em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP/PR). Professora da Faculdade de Pato Branco (FADEP), em Pato Branco, Paraná, Brasil. Editora da revista científica In Pauta. E-mail: [email protected]

26

levar em consideração durante a produção da noticia, o interesse público e não o

interesse do público, diferente disso ele estará selecionando um público receptor das

informações, podendo se tornar um jornalismo tendencioso.

Nesta perspectiva “O jornalismo especializado é uma resposta a essa

demanda por informações direcionadas que caracteriza a formação das audiências

específicas”. Abiahy (2000, p. 5). Assim, concluímos que, por uma questão

econômica o jornalismo passou a explorar determinados públicos, a autora defende

a idéia de que devido a grande quantidade de informações a segmentação de

públicos alvo é uma forma de selecionar o receptor das informações de modo a

atingir os resultados conforme as pesquisas de audiência.

Considerando a idéia da autora, podemos entender que as escolhas a partir

da seleção do que é ou não de interesse do meio de comunicação, passa a ser

determinante para a criação e elaboração dos produtos informativos. Do contrário,

os meios de comunicação impressos poderiam querer “abraçar o mundo” e não

conseguiriam.

Nesse contexto de seleção da informação o jornalismo alternativo se encaixa

como um nicho de mercado pouco explorado. Conforme Kucinski (apud

BUCCHNIIO, 2008) “alternativo” significa ser diferente de tudo que é comum nas

grandes mídias. Essa nova forma de fazer jornalismo teve inicio na década de 70

durante a ditadura militar com os jornais trazendo informações à população que as

grandes e tradicionais mídias não “conseguiam” e também não tinham interesse,

uma vez que o regime político censurava o poder intelectual e cultural de quem

estivesse no país. O primeiro veículo jornalístico alternativo surgiu em 1964, no

início do golpe militar quando a revista “O Cruzeiro” trouxe a edição do “Pif-Paf”,

escrita por Millôr Fernandes8, era um novo estilo de fazer jornalismo que unia

desenho a linguagem intelectual dos profissionais. O apogeu desse formato

jornalístico não durou muito tempo devido à censura militar.

Bucchniio (2008, p.111) explica porque os jornalistas foram trocando a mídia

tradicional pela mídia alternativa:

8 Disponível em: <http://www.releituras.com/millor_bio.asp> Acesso em: 13 mai.2009

27

No caso específico do jornalismo impresso, a perda de espaço público nas redações dos grandes jornais, aliada ao descontentamento de jornalistas, cartunistas e intelectuais abriu espaço para o surgimento de uma imprensa alternativa, irreverente e iniciante, dando origem a uma vasta linhagem de jornais, com temáticas novas e, também, irreverentes.

Ainda conforme o autor, no final dos anos 70 o jornalismo alternativo mais

parecia uma arte do que propriamente protestos, a ditadura passou a intensificar o

controle do jornalismo alternativo, e foi atacando as bancas de jornais com bombas,

que essa forma de fazer jornalismo foi perdendo espaço. O autor explica que as

bombas foram a forma mais eficaz de controle, “[...] fizeram aquilo que a censura

não conseguira: impediram que esses jornais chegassem aos leitores”. (CHINEM

apud BUCCHNIIO, 2008)

A partir do que foi visto até então, podemos perceber que o jornalismo

alternativo nasce de nichos de mercado pouco ou quase nada explorados pela mídia

jornalística tradicional. O foco principal veículo alternativo é informar sobre o que

imprensa tradicional ignora, ou oculta, isso pode acontecer devido ao padrão

editorial do veículo . Conforme as técnicas utilizadas pela mídia é possível saber do

posicionamento da linha editorial do meio de comunicação. Em entrevistas, as

mídias tradicionais buscam fontes oficiais que geralmente tem algum atrelamento

com o estado, com parcialidade ou interesses. Segundo Laércio Torres Góes9

(2008) “[...] o uso de fontes oficiais governamentais predomina. Um relatório sobre

uma rede de notícias sobre a primeira guerra do Golfo revelou que 50% das

reportagens foram originárias diretamente de porta-vozes oficiais”.

Assim concluímos que, o jornalismo alternativo dá voz a quem não tem voz,

muitas vezes torna-se mais importante ouvir um morador de um bairro

desconhecido, largado pela administração publica do que perguntar diretamente ao

prefeito como é a situação do bairro. Já que existem interesses políticos ou pessoais

por trás de cada resposta. Mais uma vez entram os critérios de seleção que a

editoria de cada veículo de informação possui segmentando os interesses.

Segundo Góes (2008), “os movimentos sociais estão entre os primeiros

desafiadores dos valores hegemônicos”. Ele trata como valores hegemônicos a 9 Graduado em Jornalismo pela UFBA (1994). Especializou-se em Ética e Cidadania pela Escola Superior de Teologia (2003). Atualmente (maio/2008), está concluindo o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da UFBA. Autor do livro O Mito Cristão no Cinema (Edufba/Edusc). Email: [email protected].

28

política. Através de discursos hegemônicos bem construídos é que mídia costuma

divulgar informações que passam a ser absolutas sendo aceitas pelo senso comum.

Enquanto a mídia tradicional prioriza os discursos oficiais, a imprensa alternativa

busca força nos grupos marginalizados que por sua vez, buscam através da mídia,

defender seus interesses, de maneira que a coletividade seja ouvida.

3.4 A INFLUÊNCIA DO JORNALISMO NA SOCIEDADE

O processo de independência entre Brasil colônia e Portugal, foi o ponta pé

inicial para que a imprensa fosse criada e fizesse parte da independência do país.

Segundo Sodré (1999, p.45), era necessário que as colônias portuguesas

mantivessem o poder sobre as colônias e sobre seus subordinados, dessa maneira,

toda e qualquer forma de independência era controlada. Assim, a liberdade da

imprensa passava a ser controlada com intuito de não manifestar a fúria dos colonos

que lutavam para se tornarem independentes da colônia portuguesa, que se

ocorresse, se livrariam dos ricos e poderosos portugueses.

Equipamentos gráficos eram trazidos sem o conhecimento da família real,

eram escondidos dentro dos navios da própria corte. Em 1808 acontece a ruptura do

monopólio português, com a abertura dos portos que posteriormente enfraqueceu o

poder que os portugueses tinham sob os colonos brasileiros, e dessa maneira a

imprensa também ganhou espaço. Apesar do ocorrido, os portugueses conseguiram

manter os pulsos firmes, e dessa maneira começaram a controlar a imprensa que

influenciava os colonos brasileiros.

Assim, através dos tempos, a imprensa foi ganhando poder, através da

evolução das máquinas e das formas de se transmitir informação foi dando maior

importância aos jornalistas. Durante a ditadura militar, os jornais eram francamente

opinativos e tinham tendências políticas. Na metade do século XIX os jornais

passaram a receber grandes escritores como José de Alencar, Quintino Bocaiúva,

29

Machado de Assis, Manuel Antônio de Almeida em suas redações, era um misto de

jornalismo e literatura. Através da literatura cativaram seus leitores10.

Muitos desses jornalistas eram a favor da derrubara do sistema capitalista

para construir uma sociedade socialista e comunista. Assim, os jornalistas que

tentavam impor suas opiniões eram demitidos pelas empresas, ou acabavam presos

em grandes fortalezas do rio de janeiro, quando não eram mandados para fora do

país. Nesse contexto percebe-se a influência que o profissional da comunicação,

especificamente o jornalista exerce sobre o consumidor das informações divulgadas.

Sodré (1999), explica a importância da imprensa na sociedade nos tempos

que em o regime militar controlava as informações: “Para unir, é preciso mobilizar.

Para mobilizar, é preciso despertar a opinião. Para despertar a opinião, é preciso

imprensa.” (SODRÉ, 1999, p.45)

O jornalismo sempre teve como princípio divulgar informações que sejam

pertinentes aos grupos que compõem a sociedade. Segundo o capítulo III do código

de ética dos jornalistas11 no “Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações: I -

visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;”. Esse é um dos

principais caminhos que um veículo de informação jornalística deve estar atento

para ser um veículo com digno de investigar informações e trazes a tona

informações para a sociedade.

Em entrevista ao jornalista Breno Costa do site fazendo média12 do estado do

Rio de Janeiro, o jornalista e diretor de redação da revista CartaCapital, Mino Carta,

afirma que para o jornalismo colaborar com a sociedade é preciso que se obedeçam

alguns critérios.

[...] eu acho que este tem sim obrigações específicas. Eu acho que não se pratica jornalismo sem se obedecer a três princípio básicos: a fidelidade canina à verdade factual; o exercício desabrido e constante do espírito crítico; e, importantíssimo, a fiscalização do poder, onde quer que ele se manifeste. Sem isso, não há jornalismo. (CARTA, 2009)

10 Ver em PACCOLA, Carina. GT História do Jornalismo. Disponível em: < http://www.redealcar.jornalismo.ufsc.br/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20historia%20da%20midia/historia%20dos%20jornalismo/trabalhos_selecionados/carina_paccola.doc > Acesso em: 17 jun.2009 11 BRASIL. Código de Ética dos Jornalistas (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES: Fenaj, 2007. 12 Entrevista concedida à Revista CartaCapital. Disponível em: <http://www.fazendomedia.com/fm0029/entrevista0029.htm> Acesso em 15 abr.2009

30

A partir do interesse do jornalista em informar a sociedade sobre os

acontecimentos de interesse público é que os espectadores depositam a confiança

no jornalista sério que se compromete com a verdade. Essa confiança se transforma

em credibilidade.

O entrevistado defende ainda a idéia de que os jornalistas não deveriam

impor verdades absolutas à sociedade, ao invés disso deveriam mostrar diversas

opiniões sobre fatos que possam ser resolvidos de “n” maneiras, oferecendo assim,

alternativas para que os leitores tenham a oportunidade de refletir sobre a realidade.

Para que possam, com seus próprios olhos enxergar as conseqüências dos fatos e

não apenas engolir as informações repassadas contendo a manipulação/opinião do

veículo de informação, Carta cita a Rede Globo como desgraça do Brasil.

Um dos autores que critica severamente a influência da imprensa sobre os

materiais produzidos por ela é Perseu Abramo. A imprensa tem seus interesses,

considerando os fatos que são ou não noticiados, podemos considerar que ele é

contrário a uma das principais teorias que estudam o jornalismo. A teoria do

espelho, que defende a idéia de que o jornalista deve apenas refletir a realidade,

sem alterar o conteúdo das informações. Abramo, afirma que o jornalismo nada mais

é do que o reflexo distorcido de acontecimentos “é a imagem de outro objeto que

não corresponde ao objeto real”. (ABRAMO, 2003, p. 24)

Esse interesse de agradar o público, por muitas vezes faz o veículo tomar

decisões de selecionar informações irrelevantes diante o interesse público. Podemos

observar as informações como produtos comercializáveis. Contrera (2004)

Junta-se a essa preocupação em agradar o público leitor-consumidor a influência das assessorias de imprensa que, por meio de altos investimentos, fazem qualquer coisa virar noticia, num processo que usa o poder simbólico dos espaços jornalísticos para a legitimação do que é muitas vezes absolutamente irrelevante. (CONTRERA, 2004, p. 23, 24)

Esse produto, o que não pode ser levado em conta é a conseqüência que

esse “produto” gera para a sociedade – diferente do interesse da assessoria de

imprensa, que busca uma boa imagem para seu assessorado. Logo, o interesse do

jornalista deveria ser único e exclusivo em divulgar informações relevantes que

acresçam ao receptor. De forma que ele sinta a importância do fato e não receba as

informações apenas para dizer na roda de amigos que ficou sabendo do atentado

31

terrorista ao World Trade Center, sem saber o que se passava por traz daquele

acontecimento.

Segundo Contrera (2004) se o espectador não estiver preparado para

absorver as informações lançadas pelo jornalismo atual, ele poderá confundir

jornalismo com entretenimento.

[...] a atual função do jornalismo parece ter se transformado, no rastro da Comunicação Social como um todo, na de divertir e entreter. Diversão e entretenimento são objetivos máximos de toda a mídia de massa que, vitrina (e viabilizadora) de toda a estética do lazer da segunda metade do século XX, ocupa-se quase exclusivamente de manter os receptores entretidos (e de torná-los consumidores, é claro). (CONTRERA, 2004)

Segundo Wolfgang Langenbucher (apud KUNCZIK, 2002) o papel do

jornalista em uma sociedade democrática é facilitar a comunicação entre diferentes

grupos sociais e deve sempre buscar a objetividade, neutralidade e imparcialidade.

Por isso, o profissional da área da comunicação – Jornalista deve estar sempre

atento a alguns fatores que Kunczik (2002) a partir de Hall (1993) explica:

Este processo – a identificação e a contextualização – é um dos mais importantes, através do qual os acontecimentos são ‘tornados significativos’ pelos media. Um acontecimento só ‘faz sentido’ se puder colocar num âmbito de conhecidas identificações sociais e culturais. (HALL apud KUNCZIK, 2002)

A partir do autor, podemos entender que o jornalista deve traduzir as

informações a de modo que qualquer indivíduo que tenha o mais baixo grau de

instrução entenda sobre o que está sendo divulgado pela mídia. Contextualizando as

informações de modo que qualquer pessoa possa compreender o que acontece.

Podemos citar um exemplo tomando como base a economia, se dissermos

que a economia brasileira está em baixa para muitos brasileiros pode significar

nada. Para outros, pode ser sinal de prejuízos financeiros, porém não fica clara essa

informação. O que o jornalista deve fazer é humanizar a noticia com cases – dando

exemplos a partir de um senhor que faz compras no supermercado todos os meses,

agora com a crise econômica seus gastos devem dobrar. Assim, tanto a senhora

32

que não tem estudos quanto o advogado compreendem os fatos, cada um em seu

contexto.

3.4.1 Gêneros Jornalísticos

No âmbito jornalístico costuma-se criar barreiras, até uma forma de organizar

a informação nas páginas de um periódico. Essa organização pode ser a partir dos

gêneros jornalísticos que foram publicados entre 1960 e 1980. E seu criador foi Luiz

Beltrão, que naquela época os dividiu em Imprensa informativa, interpretativa e

opinativa. O seguidor do primeiro teórico foi José Marques de Melo que sempre foi

responsável por inúmeras orientações de trabalhos acadêmicos. Assim, Podemos

considerar como gêneros jornalísticos os padrões que os meios de comunicação

utilizam em suas editorias de forma a organizar suas publicações em categorias.

(BELTRÃO apud COSTA, 2008, s.p.)

Marques de Melo (apud COSTA, 2008, s.p.) defende a idéia de que o

jornalismo é divido em jornalismo informativo e opinativo, dessa forma é o que mais

se aproxima da realidade. “1) Jornalismo Informativo: Se encaixam nesse gênero,

nota, notícia, reportagem e entrevista; 2) Jornalismo Opinativo: Fazem parte desse

gênero, editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.”

Marques de Melo (apud COSTA, 2008. s.p.)

O autor, após muito tempo, vem alterando sua teoria e acrescenta os

gêneros; Interpretativo (dossiê, perfil, enquete, e cronologia), Utilitário (indicador,

cotação, roteiro e serviço) e diversional (composto por história de interesse humano

e história colorida). A partir daqui, podemos identificar o Ponto a ponto como se

encaixando no gênero jornalístico.

Segundo Sousa (2005, p. 230) “os principais gêneros jornalísticos são,

notícia, entrevista, reportagem, crônica, editorial, e artigo (de opinião, de

análise, etc.)”, mas salienta que não existe como fazer essa distinção rígida, até

porque se analisarmos bem, grande parte das publicações jornalísticas trazem

alguma informação nova, assim, segundo o autor o que traz informação nova pode

ser considerado notícia.

33

A partir dos autores, podemos classificar o cartaz Ponto a ponto como uma

ferramenta de serviço/utilitário. Partindo do princípio que o interesse do veículo

jornalista é a prestação de serviço, traduzindo informações à qualquer indivíduo sem

distinção, além de tornar-se útil pelo aspecto esclarecedor, no momento em que traz

novas informações e relevantes sobre saúde ao seu público.

3.4.2 Critérios de Noticiabilidade

Segundo Wolf (apud SILVA, 2004, p.99) os critérios de seleção se iniciam a

partir da descoberta da notícia, considerando sua relevância, até o processo final de

produção das noticias, cada um com sua importância. Sousa (2001, p.38), conclui o

conceito sobre critérios de noticiabilidade afirmando que, “A seleção é a pedra

angular do processo, pois um jornal não pode ser um amontoado não criterioso de

todo o tipo de informações.

Silva (2004) apresenta diversos conceitos de alguns autores que podem

contribuir sobre a idéia de valores da noticia quando falamos em jornalismo:

Quadro 1 – ELENCOS DE VALORES-NOTÍCIAS

Stieler: novidade, proximidade geográfica, proeminência e negativismo.

Galtung e Ruge: freqüência, amplitude, clareza ou falta de ambigüidade,

relevância, conformidade, imprevisão, continuidade, referência a pessoas e

nações de elite, composição, personificação e negativismo.

Golding-Elliot: drama, visual atrativo, entretenimento, importância,

proximidade, brevidade, negativismo, atualidade, elites, famosos.

Gans: importância, interesse, novidade, qualidade, equilíbrio.

Warren: atualidade, proximidade, proeminência, curiosidade, conflito,

Suspense, emoção e conseqüências.

Hetherington: importância, drama, surpresa, famosos, escândalo sexual/crime,

número de pessoas envolvidas, proximidade, visual bonito/atrativo.

Shoemaker, et al: oportunidade, proximidade, importância/impacto,

34

conseqüência, interesse, conflito/polêmica, controvérsia, sensacionalismo,

proeminência, novidade/curiosidade/raro.

Wolf: importância do indivíduo (nível hierárquico), influência sobre o interesse

nacional, número de pessoas envolvidas, relevância quanto à evolução futura.

Erbolato: proximidade, marco geográfico, impacto, proeminência,

aventura/conflito, conseqüências, humor, raridade, progresso, sexo e idade,

interesse pessoal, interesse humano, importância, rivalidade, utilidade,

política editorial, oportunidade, dinheiro, expectativa/suspense, originalidade,

culto de heróis, descobertas/invenções, repercussão, confidências.

Chaparro: atualidade, proximidade, notoriedade, conflito, conhecimento,

conseqüências, curiosidade, dramaticidade, surpresa.

Lage: proximidade, atualidade, identificação social, intensidade, ineditismo,

identificação humana.

Fonte: Silva (2004, p.102)

Partindo do mesmo princípio que a autora, em apresentar diferentes conceitos

dos autores de maneira a abrir engrandecer o estudo sobre os conceitos de valores

da noticia, já que cada meio de comunicação tem seus próprios valores, uma vez

que estes não são valores absolutos à todos os jornalistas.

Segundo Galtung e Ruge (apud SOUSA, 2001), foram os primeiros a

chamarem a atenção para a existência dos critérios noticiosos, os quais o jornalista

deve se ater no momento de elaborar a informação. Mesmo assim, podemos

perceber seus conceitos como base do padrão de jornalismo.

É quase que unânime entre os autores a idéia de que atualidade esteja entre

os critérios noticiosos, até porque o jornalismo parte do principio de que o que é

novo, e tem vínculo de proximidade entre leitor e informação é algo que deve ser

levado em consideração no momento de transmitir os fatos.

Pelas informações do quadro percebemos que alguns autores são mais

abrangentes que outros, de certa forma, flexível a seleção do que pode virar noticia.

São conceitos que ao longo dos tempos foram revisados por eles, uma vez que o

que não era passivo de ser informação tornada pública, hoje seja,. Já que as leis

mudam, os conceitos e as regras da sociedade se alteram constantemente.

Diante os conceitos apresentados por Erbolato, podemos acreditar que este

seja o mais próximo da realidade, pelo menos por seus conceitos acima

35

apresentados. Um bom comparativo é analisar o que é veiculado pela mídia

jornalística, dessa forma teremos a idéia do que os jornalistas da atualidade estão se

pautando no momento de criar seus materiais informativos.

Hoje, os meios de comunicação antes de veicular uma noticia selecionam os

assuntos, seja pelo foco, seja pelo fator tempo de programação. A verdade é que a

maioria das mídias jornalísticas seguem ou deveriam seguir os critérios de

noticiabilidade com intuito de delimitar os assuntos a serem abordados. Travancas

(1992), define a importância da imprensa nesta seleção. “(...) a imprensa é a vista da

Nação. Através dela a sociedade acompanha o que se passa, devassa o que é

ocultado, percebe as tramas que se desenvolvem e se acautela contra o que a

ameaça”.

A partir dessa afirmação podemos entender que o profissional do jornalismo

deve se preocupar em transmitir tudo aquilo que é de interesse público. Na maioria

das vezes essas informações são ocultas da população e somente o jornalista tem

acesso previsto no código de ética assinado pela FENAJ – Federação Nacional dos

Jornalistas (2007), assinado em Vitória/ES.

Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que: IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não-governamentais, deve ser considerada uma obrigação social.13 (FENAJ, 2007)

A partir dessas informações, podemos perceber o jornalista como um

“porteiro”, que decide o que será ou não publicado. Esse é o objeto de estudo da

teoria do gatekeeper14 que explica a importância do profissional jornalista. Outro

estudo relacionado as informações divulgadas é a teoria do agenda-setting que

estuda a seleção das pautas a serem discutidas durante semanas/meses. Gislene

Silva (2004, p.98) explica essa importância;

13 BRASIL. Código de Ética dos Jornalistas (2009). Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Vitória, ES: Fenaj, 2007. 14 O termo “gatekeeper” foi introduzido pelo psicólogo social Kurt Lewin, (1951; 1958), e tratava de decisões domésticas relativas à aquisição de alimentos para casa; de acordo com Michael Kunczik (1992, p. 234), o conceito foi empregado já em 1913 com esse sentido de seleção de informações, em trabalho alemão sobre formação de gostos literários.

36

Estudar a seleção implica, inclusive, rastrear os julgamentos próprios de cada seletor, as influências organizacionais, sociais e culturais que este sofre ao fazer suas escolhas, os diversos agentes dessas escolhas postados em diferentes cargos na redação, e até mesmo a participação das fontes e do público nessas decisões – aqui vale lembrar os estudos de agendamento (agenda-setting), que complexificam as investigações sobre o processo de seleção das notícias.

Na teoria do gatekeeper em que gate significa portão e keeper significa

guardião, a intenção é explicar porque os jornalistas selecionam as informações que

serão publicadas. Criada nos Estados Unidos pelo psicólogo social Kurt Lewin o a

teoria do gatekeeper foi aplicada pela primeira vez dentro de uma redação de

jornalismo em 1950 por David Manning White (SILVA, 2004). Em que o estudo

buscou comprovar que toda informação produzida e veiculada por um meio de

comunicação jornalístico sofre influências psicológicas e culturais dos jornalistas que

as produziram. Seja pelo interesse da empresa o qual trabalha, seja pela

experiência profissional ou pessoal do jornalista.

Diferente do gatekeeper, porém com a mesma importância, o Agenda Setting

é o estudo sobre o efeito que os meios de comunicação causam a sociedade. Surgiu

nos anos 70 com intuito de estudar a influência das informações publicadas pela

mídia jornalística. Apesar de não terem conduzido a pesquisa, dois principais

pesquisadores precursores da teoria são McCombs e Shaw. "[...] um tipo de efeito

social da mídia. É a hipótese segundo a qual a mídia, pela seleção, disposição e

incidência de suas notícias, vem determinar os temas sobre os quais o público falará

e discutirá" (BARROS FILHO, 2001, p. 169). Após vários séculos de estudos,

verificou-se que a partir das noticias lançadas o público cria uma agenda, e durante

um período de tempo (dias, semana ou meses) essas informações serão discutidas,

assim, a organização e a seleção dos assuntos passam a ser de suma importância

no cotidiano dos jornalistas.

37

4 RELATO DE PRODUÇÃO

4.1 PRÉ-PRODUÇÃO

Em primeiro lugar, optou-se por realizar pesquisa de apuração das

expectativas dos usuários do transporte. Os tipos de pesquisa escolhidos foram

quantitativa, descritiva e exploratória com perguntas fechadas de maneira a formar o

perfil dos entrevistados. Assim a análise ganha em riqueza e deixa compreensível o

porquê da opinião do entrevistado em ter optado por determinadas escolhas.

Pensamos em afixar mensalmente um total de dez informativos no interior de

cada dos ônibus que faz o trajeto da Linha do Cidadão na cidade. Com texto curto,

linguagem simples e direta, o foco é sócio educativo. A intenção é levar informações

que muitas vezes as pessoas desconhecem, unindo cultura literária e prestação de

serviço. O público alvo são os passageiros do ônibus, 212 Linha do Cidadão I, 213

Linha do Cidadão II e 214 Linha do Cidadão III, que não dispõe de tempo ou

condições financeiras para assistir televisão, ler revistas ou jornais, ouvir rádios ou

mesmo acessar à internet.

Figura 4 – Mapa do Sistema Viário Estrutural15 de Blumenau (SC, 2005)

15 Disponível em: <http://www.blumenau.sc.gov.br/novo/site/imagens/conteudo/Image/sistema_viario_estrutural.jpg> Acesso em: 29 mai.2009

38

O mapa do sistema viário dimensiona a ligação entre terminais de ônibus

urbanos em que as três linhas do transporte coletivo Linha do Cidadão atuam na

região, proporcionando ao leitor a compreensão do trajeto percorrido diariamente.

Em relação a coleta de dados, ela foi realizada entre os dias 27 (vinte e sete)

e 28 (vinte e oito) do mês de abril de 2009 no Terminal de Ônibus Urbano do Aterro

das 8 (oito) horas da manhã ao meio dia, local por onde passam as três linhas de

ônibus Linha do Cidadão. Segundo informações do SETERB16 no Terminal do Aterro

circulam todos os dias aproximadamente 50 mil passageiros, um total de 3 milhões

de usuários por mês17. O instrumento utilizado na pesquisa foi o questionário com

perguntas fechadas, claras e objetivas. O intuito é reunir o maior número de pessoas

para formar um perfil geral dos usuários de ônibus das determinadas linhas de

ônibus. Tendo em vista o interesse de selecionar os usuários de ônibus do período

matutino, partindo do pressuposto de que pela manhã as pessoas estão mais

calmas e dispostas a ouvir. Foram abordadas aproximadamente 95 pessoas,

dessas, apenas 83 pessoas se prontificaram a responder os questionamentos

(Apêndice A).

Em relação ao questionário, ainda é a melhor maneira de se obter as

informações de modo mais seguro, rápido e sem custo elevado, já que o contato é

direto entre entrevistado e pesquisador. (SILVA apud DIAS, 2008, p.49).

O questionário aplicado teve seis perguntas, com interesse em mapear a

quantidade de pessoas interessadas em ler um informativo dentro do ônibus,

perguntas como idade, sexo, se possuem hábito de ler e quanto tempo por dia

utilizam o meio de transporte coletivo, fizeram com que tivéssemos a certeza da

opinião para que pudéssemos montar um perfil dos usuários do transporte coletivo.

Os dados recolhidos foram tabulados em forma de gráficos, deixando claro o

interesse dos usuários do transporte coletivo. Segundo Moreira (2002), a

flexibilidade de questionar detalhes, o poder de explicar e mesmo apresentar mapas,

ou fotos, facilitam no entendimento do entrevistado com o entrevistador em casos de

letramento baixo dos pesquisados. O que colabora para o resultado final da

pesquisa.

16 Disponível em: <http://www.seterb.sc.gov.br/indexb.php?area=ler_noticia&id=1441> Acesso em: 15 abr.2009. 17 O valor da passagem do transporte coletivo de Blumenau, SC, em reais é R$ 2,30. O dólar é vendido a U$ 2,0090 com variação de -0,30% Fonte: Jornal de Santa Catarina nº 11.605, em 29 mai.2009.

39

Após a obtenção dos resultados da pesquisa obtivemos os seguintes

resultados:

A maioria dos usuários da Linha do Cidadão é do sexo feminino com idade

entre 21 e 30 anos de idade, trabalhadores e/ou estudantes e permanecem uma

média diária de 45 minutos por dia dentro do ônibus. A grande maioria tem o hábito

de ler e é o que impulsiona o nosso projeto, quando perguntado sobre os assuntos

que gostariam de ser tratados nesse projeto, a grande maioria optou por ser

informado sobre saúde.

O primeiro questionamento foi formulado buscando compreender qual o sexo

dos usuários que mais utilizam o transporte coletivo da Linha do Cidadão de

Blumenau,SC, que circula por grande parte dos 23 bairros da cidade. Foram

abordadas 95 pessoas no total, mas somente 83 pessoas responderam os

questionários, sendo assim, o universo da presente pesquisa.

Gráfico 1 – Utilização por gênero feminino ou masculino do transporte coletivo

Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)

A partir da pesquisa obtivemos o resultado, em mais da metade dos usuários

que utilizam o transporte coletivo anteriormente citado, são do sexo feminino. Além

disso, comprovou-se que grande parte dos entrevistados trabalha durante o dia e

estudam a noite.

O segundo questionamento foi elaborado com intuito de identificar a faixa

etária dos usuários do transporte coletivo Linha do Cidadão;

61%

39% Mulheres

Homens

40

22%

31%18%

29%

0%

até 20 anos

21 a 30 anos

31 a 40 anos

41 a 50 anos

acima de 51 anos

Gráfico 2 – Faixa etária dos usuários pesquisados do transporte coletivo Linha

do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)

Diante as informações tabuladas e apresentadas no gráfico 2, podemos

perceber que dos 83 entrevistados, 31% como maioria dos usuários do transporte

coletivo tem de 21 a 30 anos de idade. O que representa uma faixa etária baixa

entre adultos.

No terceiro gráfico buscou-se saber quanto tempo por dia os usuários

permanecem dentro de ônibus. A intenção é medir a quantidade de informações

pelo tempo que o leitor permanece dentro do veículo diariamente.

25%

32%25%

18%30 minutos

45 minutos

até 1h e 30min

mais de 2 horas

Gráfico 3 – Período de utilização diário do transporte coletivo Linha do

Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)

A partir das informações apresentadas no gráfico 3, concluímos que o tempo

de permanência dos usuários do transporte coletivo dentro dos ônibus diariamente é

41

relativamente baixo. O que nos induz a produzir publicações curtas e de fácil

compreensão.

No quarto gráfico, buscou-se saber se os usuários do transporte coletivo tem

o hábito de ler. Considerando que “apenas quando necessário” são locais como,

ambiente de trabalho e ambiente escolar/acadêmico.

Gráfico 4 – Hábito de leitura dos usuários pesquisados do transporte coletivo

Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)

Conforme as informações do quarto gráfico, podemos considerar que são

poucos os usuários pesquisados que tem o hábito de ler. 41% dos entrevistados têm

sim o habito de ler, em contrapartida 34% lêem quando necessário, são números

muito próximos da porcentagem de usuários que não costuma ler, esses são 25%.

No quinto e ultimo gráfico, perguntamos quais dos temas apresentados (dicas

de esporte, dicas de cultura, dicas de cinema e informações sobre política) o usuário

teria interesse em ser informado.

41%

25%

34% Sim

Não

Apenas quando necessário

42

Gráfico 5 – Interesse dos usuários sob a nova mídia do transporte coletivo

Linha do Cidadão de Blumenau/SC, em abril de 2009 (Em percentagem)

Com a apresentação do projeto durante a entrevista, para melhor

compreensão, os usuários puderam ter a noção do que vem a ser o Ponto a ponto.

Assim, depois de tabular os dados, ficou comprovado que dos 83 entrevistados, 25%

tem o interesse em ler informações sobre saúde, 22% dicas de esporte, 20% dicas

de cultura, 18% querem receber dicas de cinema e em ultimo lugar com 15%

informações sobre política.

A partir dessa tabulação compreendemos que além de um material

informativo com dicas de saúde, os entrevistados ainda deixaram explicita a vontade

de receberem informações sobre esporte, o que nos remete a idéia de elaborar um

espaço no cartaz, indicando maneiras de cuidar da saúde como passear em locais

da cidade, correr nos parques, além de dar dicas de como cuidar do corpo sem

freqüentar academia.

22%

20%

25%

18%

15%

Dicas de Esporte

Dicas de Cultura

Dicas de Saúde

Dicas de Cinema

Política

43

4.2 PRODUÇÃO E REALIZAÇÃO

Em um primeiro momento a idéia do projeto Experimental em Comunicação

era criar um programa televisivo para divulgação no interior dos ônibus da cidade,

porém, a questão financeira não nos garantia suporte suficiente para realizar um

bom trabalho. Por uma questão de viabilidade, optamos por realizar a produção de

um material impresso, que pode ser transportado por qualquer um a qualquer lugar,

independendo de energia elétrica, e outros mecanismos eletrônicos.

A partir do suporte midiático escolhido, impresso, imaginamos diversos locais

que pudessem servir para divulgar o material. Havíamos cogitado a hipótese de

expor o material nos terminais de ônibus urbanos, porém, o espaço físico que os

terminais possuem dividiria as atenções do material por ficar exposto em um

ambiente muito amplo e que para muitos usuários os terminais, servem apenas

como corredor de circulação para embarcarem em outro ônibus coletivo.

A idéia de afixar o Ponto a ponto no interior dos ônibus surgiu como forma de

criar a mídia alternativa que acompanhasse as pessoas nas viagens de ônibus pela

cidade de Blumenau,SC. Com logotipia própria e utilizando cores neutras ao longo

do cartaz, o projeto busca unir o arrojo publicitário com a informação de conteúdo

jornalístico. A ferramenta publicitária chama a atenção e o jornalismo prende a

atenção dos usuários do transporte coletivo com informações de utilidade pública.

Uma ação não muito fácil já que cada indivíduo tem interesses diferentes.

Para criar uma proximidade com os usuários do transporte coletivo, foi

elaborada uma pesquisa para compreender o perfil dos usuários do transporte

coletivo da Linha do Cidadão de Blumenau,SC. Uma forma de delimitar o campo de

ação. A Linha do Cidadão tem todos os veículos adaptados para cadeirantes, o que

deixa mais clara a preocupação da cidade com os deficientes físicos que utilizam o

transporte coletivo blumenauense, assim, o projeto une-se a esse fim.

Definidos os dias destinados à orientação com o professor Luciano Duque, as

sextas-feiras, serviram para trocar informações que sustentassem a importância

quanto a criação do produto Ponto a ponto. O Contato com os colegas mais

experientes da classe foi imprescindível para obter indicação dos contatos certos, e

encontrá-los em seus postos de trabalho.

44

O material era enviado semana sim, semana não para que o orientador

avaliasse o material. Primeiro focamos na idéia de elaborar a parte teórica do

projeto, para que então, conseguíssemos apresentar as informações a quem

precisássemos. Dias úteis e finais de semana serviram para que trabalhássemos

com intuito de desenvolver um material de conteúdo à sociedade. Aonde quer que

eu estivesse, se percebesse alguma informação relacionada ao projeto,

imediatamente tentava juntas informações para acrescentar no trabalho, de textos

trabalhados em sala de aula até textos de jornais e revistas, ou mesmo, quando

recebia releases de sites sobre saúde. Muitas informações foram retiradas e ou

baseadas com as disponíveis no site do Ministério da Saúde18 e outros sites

especializados em saúde e formas de prevenção de doenças serviram como fonte

de informação. As imagens utilizadas na criação do material foram todas elas

retiradas de sites de livre autoria, o site mais explorado foi o www.scx.hu.

Através do assessor de comunicação da Secretaria de Saúde, Joni Cesar

Tomazoni, foi possível chegar até as fontes oficiais de maneira a elaborar um

trabalho conciso e de qualidade. Na busca por dados, a Vigilância Epidemiológica do

município foi de fundamental importância para que pudéssemos construir as

informações. A partir de entrevistas realizadas no órgão público, tivemos as idéias a

cerca do visual dos materiais, cores, personagens, tamanhos de fontes e palavras

mais utilizadas. Assim, a teoria esteve mais próxima da prática. Cartazes, panfletos

e informações de anos anteriores foram de suma importância para que pudéssemos

compreender o que acontece na cidade de Blumenau,SC.

Os assuntos foram selecionados e em conjunto com o professor orientador

foram criadas as publicações. A Vigilância Epidemiológica do município organizou os

dados com as doenças mais comuns no município, o que facilitou na hora de

produzir os cartazes. A busca por informações dos órgãos públicos do município não

foi fácil. A burocracia diante os interesses políticos estavam sempre a nossa frente,

o cuidado em divulgar as informações a todo o momento era fundamental em cada

um dos setores que precisamos realizar contato. Muitas vezes comparecendo in

loco, ou mesmo por telefone, toda informação recolhida nessa árdua e incessante

tornou-se parte do produto. Não foi a primeira vez que como acadêmico encontrei

dificuldades em obter informações/contato com profissionais de órgãos públicos,

18 Site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br

45

muita burocracia (até certo ponto compreensível) e até em muitos casos a

responsabilidade era passada a diante. Talvez por falta de informação dos próprios

profissionais. Mesmo assim, a assessoria de comunicação fez o seu papel com

muita eficiência, através da equipe que fez a ponte entre acadêmico e o órgão

municipal.

Em contato direto e posteriormente por e-mail ao acadêmico a Vigilância

Epidemiológica de Blumenau,SC, local responsável por registrar os casos de

doenças e epidemias, através de sua gerente Raquel Cristina Martelli apresentou

dados referentes os anos de 2007 e 2008, assim, tivemos a oportunidade de

compreender um pouco melhor a saúde da população blumenauense.

A seguir, dispomos um dos arquivos disponibilizados pelo órgão municipal

que nos possibilitou embasamento para nossas publicações:

46

Figura 5: Dados da Vigilância Epidemiológica do Município referente ao ano 2008

47

48

49

50

51

52

Através destas informações conseguimos correr atrás dos objetivos do

projeto. Por uma questão de tempo, algumas informações e esclarecimentos foram

descobertas em sites especializados. Com o desenrolar do projeto percebemos a

falta que esse tipo de veículo informativo faz. O direito de serem esclarecimentos

sobre saúde é direito do cidadão. Assim, podemos comprovar a falta de informação

em livros e informativos. Informações e dicas do site do ministério da saúde foram

essenciais para esclarecimentos rápidos no momento da criação do material

informativo.

Pelo Projeto Experimental em Comunicação não ter um prazo muito amplo

para a produção e realização das tarefas, viu-se a necessidade de dividir e assim,

organizar as tarefas em os dias da semana e os finais de semana. Ao longo da

semana eram realizadas as produções teóricas do projeto e aos finais de semana

eram produzidos os cartazes, o total de 10 cartazes fez com que consultássemos

sites de especialistas e mesmo os sites do governo federal. As fontes oficiais foram

as mais utilizadas, já que o projeto não traz informação factual, diferente das

informações que eram apresentadas antigamente no jornalismo alternativo, como já

foi apresentado anteriormente.

4.3 PÓS-PRODUÇÃO E FINALIZAÇÃO

Como já vimos, diante a necessidade de se criar a identidade visual do

veículo informativo, viu-se a necessidade de criar um visual atraente, mas que não

criasse forte impacto aos olhos do leitor. A criação do logo, como os temas

abordados se referem a saúde humana, consideramos que a cor vermelha não

poderia ficar de fora, já que nesse caso representa a vida. As fontes foram

selecionadas buscando um visual sofisticado e com espaçamento que facilitasse a

leitura, as bordas arredondadas dão um ar de descontração, contrapondo com as

temáticas trabalhadas. As cores cinza dão um toque leve à leitura. Os traços acima

do nome dão o sentido de envio de informação que é dever do jornalismo - a

qualquer leitor, pela questão da facilidade e dos temas abordado. Cuidar da saúde

do leitor é interesse do Ponto a ponto.

53

Ponto a ponto: O nome foi criado pelo fato do veículo ser uma mídia

jornalística divulgada no interior dos ônibus urbanos da cidade de Blumenau,SC, que

traz apenas um único tema em cada publicação. A intenção não é divulgar uma

grande quantidade de informações, mas facilitar e dar qualidade a leitura. Para que

os usuários do transporte coletivo sintam-se esclarecidos sobre informações

relacionadas à saúde. (Apêndice B)

O logotipo:

O logotipo foi criado com fontes arredondas que inspiram tranqüilidade e

cores tranqüilas que não saltam aos olhos do leitor, mas que ao mesmo tempo

procuram chamar sua atenção de uma forma mais discreta. O logotipo fica no

rodapé do cartaz para não chamar atenção mais do que o cabeçalho. Assim a parte

superior ganha maior destaque. Um item no canto superior do logo chama a atenção

para a emissão de informação que está disposta no cartaz, assim, seria como se o

logo estivesse emitindo as informações que serão lidas.

No início do projeto foi estabelecida uma quantidade de 30 cartazes a serem

produzidos, porém, viu-se que não havia necessidade de tanto para o projeto,

entendemos que informações não faltam para esse tipo de prática, porém o curto

período de tempo aliado a idéia de que é apenas um projeto, fez com que baixásse-

mos para 10 o número de cartazes. Dessa maneira, os orçamentos já haviam sido

produzidos com base nos números iniciais, 30 cartazes.

Foram realizados três orçamentos com gráficas e editoras da cidade de

Blumenau,SC. Destas, a que apresentou o valor mais baixo e resolveu apoiar o

projeto reduzindo custos foi a empresa Copylaser Copiadora Ltda. Sem resposta

formal, os valores foram acertados da seguinte maneira. O custo normal de cada

impressão é de R$ 2,50 (dois reais e cinqüenta centavos) A3 colorido em papel

couchê. O desconto obtido foi de R$ 0,50 (cinqüenta centavos) por impressão, o que

representa R$ 15,00 (quinze reais) a menos, assim teríamos que arcar com R$

60,00 (sessenta reais). Das outras duas gráficas conseguimos o orçamento formal:

Enquanto a segunda gráfica orçou o valor de R$ 85,50 (oitenta e cinco reais) e a

terceira gráfica R$ 110,00 (cento e dez reais). (Apêndice C)

54

Após a diminuição da quantidade de cartazes a serem impressos, resolvemos

voltar atrás e não pedir o desconto para a gráfica até porque conquistamos o

incentivo de uma empresa patrocinadora (Apêndice D – empresa 2) de custos de

impressão dos 10 cartazes. Mas, mesmo sem o desconto da gráfica resolvemos

exibir o logo da mesma, por uma questão ética.

Ao longo do projeto fomos buscando parceiros para mostrar ao que o

interesse do Ponto a ponto também é dividido com as principais empresas da

cidade. Desconsiderando os inúmeros “não” que já esperávamos por se tratar de um

projeto acadêmico que num primeiro momento traz retorno/lucro através do

investimento. Muitos não aceitaram em apoiar o projeto, mas os que aceitaram,

colaboraram com a cultura e o bem estar social do público leitor, e demonstraram

principalmente a preocupação que têm com a cidadania. (Apêndice D)

No dia 2 de junho visitamos uma das maiores contabilidades da cidade de

Blumenau,SC, e após muita correria na busca por apoio das empresas da região,

em fim conseguimos um reconhecimento. A Escopo Contabilidade foi quem aceitou

realizar a parceria, patrocinando o projeto acadêmico, tendo consciência da

importância do projeto à sociedade. Sem exigir a publicidade em troca, o Diretor da

empresa de serviços contábeis, Oto Tomelin, percebe a importância que tal projeto

tem na vida das pessoas. Dias depois, encaminhamos o projeto por e-mail com

intuito de deixar arquivado e termos os documentos oficiais.

Depois de reunir capital para realizar o projeto fomos ao SETERB para

receber o aval do órgão que gerencia o transito na cidade de Blumenau,SC, com

intuito de ter autorização para publicação nos ônibus da cidade.

Em contato pessoalmente com o diretor-presidente do SETERB no dia 3 de

junho de 2009, em sua sala de reuniões, Rudolf Clebsch explicou que essa liberação

deveria partir da Secretaria de Saúde do Município, já que os cartazes tratam dos

temas que competem a tal autarquia. Diante a aceitação do órgão municipal da

saúde, não teria qualquer problema em veicular as informações gratuitamente, já

que o projeto é de cunho social. Rudolf, firmou ainda que atualmente três empresas

disputam na justiça há quase 1 ano e meio o direito de explorar esse nicho de

mercado de informativo. Rudolf lamenta que o sistema de informação dentro dos

coletivos ainda não é fato consumado na cidade, já que, tanto usuário do transporte

coletivo perde e os investidores também.

55

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58

Apêndice A – Questionário aplicado aos usuários do transporte coletivo pesquisado

PROJETO EXPERIMENTAL DE COMUNICAÇÃO: PONTO A PONTO- Informação e cultura dentro dos ônibus da cidade de Blumenau/SC PROFESSOR ORIENTADOR: Luciano Alessandro Duque ACADÊMICO: João Vitor Korc Gonçalves CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO DATA: Fevereiro a Junho de 2009 QUESTIONÁRIO DE CAMPO: APLICADO AOS USUÁRIOS DE ÔNIBUS DA LINHA DO CIDADÃO DE BLUMENAU/SC

1. ( ) Homem ( ) Mulher 2. Profissão: ________________________________________________ 3. Qual sua idade?

( ) até 20 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) 21 a 30 anos ( ) acima de 51 anos ( ) 31 a 40 anos

4. Quanto tempo em média, você permanece dentro do ônibus diariamente. ( ) 30 minutos ( ) até 1h e 30min ( ) 45 minutos ( ) mais de 2 hora 5. Você tem o hábito de ler? ( ) Sim ( ) Não ( ) apenas quando necessário (escola, trabalho etc..) 6. Se existisse um veículo de informação (jornal) MENSAL afixado dentro

do ônibus, quais os temas que o interessariam? (até 3 itens) ( ) Dicas de Esporte ( ) Dicas de Cinema ( ) Dicas de Cultura ( ) Política ( ) Dicas de Saúde

Obrigado.

59

Apêndice B – Cartaz Ponto a ponto saúde

60

A cor utilizada no fundo foi escolhida com intuito de relaxar os olhos do leitor,

por ser uma cor suave que se dissolve na direção do meio do cartaz. Desta maneira,

dispomos no leiaute cores mais vivas para ressaltar as informações ao longo do

cartaz. A identidade visual fica a cargo do cabeçalho e do rodapé do veículo

informativo, assim, tivemos liberdade de criar diferentes posições de leiaute para

divulgar as informações. Sendo assim, não é necessário seguir um padrão de

quadros ou espaços a serem preenchidos no cartaz, já que os flancos do cartaz

resguardam a identidade do veículo.

Para facilitar a leitura, as informações foram divididas por tópicos, com intuito

de facilitar compreensão do leitor menos esclarecido. Assim, o leitor pode facilmente

visualizar a informação que busca de forma, direta e organizada, que será lida da

seguinte maneira: O que é a doença; quais os sintomas; principais causas; formas

de tratamento; pessoas mais atingidas pelas doenças; como se prevenir.

Os tópicos são baseados nos métodos de informação dos cartazes do

Ministério da Saúde brasileira, órgão responsável por realizar campanhas de

tratamento e conscientização social do nosso país.

Verde e o vermelho foram cores bastante utilizadas por se tratarem de cores

que remetem a vida. O verde com remete o leitor à pensar em natureza, qualidade

de vida, que por sua vez remete á saúde. Entre as tantas idéias, fazer com que o

leitor encare a natureza como sua “parceira” é um dos princípios do Ponto a ponto.

As cores vermelhas foram dispostas a dar destaque ao cartaz, junto com o

estetoscópio e com as cruzes vermelhas que dão o sentido de oferecer cuidados à

saúde por parte do projeto. Deixemos claro que a idéia é trabalhar com informações

simples, até mesmo traduzindo a linguagem técnica dos especialistas de forma a

auxiliar na compreensão das idéias.

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Apêndice C – Orçamento dos materiais

Orçamento 2

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Orçamento 3

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Apêndice D – Busca por Empresas Apoiadoras

Empresa 1

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Empresa 2

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Apêndice E - Dez Cartazes Ponto a ponto – Produto Final

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