Peca teatral-romeu-e-julieta-para-escolas

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ROMEU E JULIETA (TEXTO TEATRO) Romeu e Julieta Inspirado na obra de William Shakespeare Adaptação: Marcondys França Personagens: ROMEU PRÓLOGO (Narrador) MONTECCHIO (Pai de Romeu) SENHORA MONTECHIO (Mãe de Romeu) BENVOLIO (Sobrinho de Montecchio, amigo de Romeu) MERCURIO (Parente do príncipe, amigo de Romeu) JULIETA CAPULETO (Pai de Julieta) SENHORA CAPULETO (Mãe de Julieta) TEOBALDO (Sobrinho da Senhora Capuleto)

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ROMEU E JULIETA (TEXTO TEATRO)

Romeu e Julieta

Inspirado na obra de William Shakespeare

Adaptação: Marcondys França

Personagens:

ROMEU

PRÓLOGO (Narrador)

MONTECCHIO (Pai de Romeu)

SENHORA MONTECHIO (Mãe de Romeu)

BENVOLIO (Sobrinho de Montecchio, amigo de Romeu)

MERCURIO (Parente do príncipe, amigo de Romeu)

JULIETA

CAPULETO (Pai de Julieta)

SENHORA CAPULETO (Mãe de Julieta)

TEOBALDO (Sobrinho da Senhora Capuleto)

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AMA

PARIS (Jovem nobre, parente do príncipe)

FREI LOURENÇO

SANSÃO (Criado de Capuleto)

GREGÓRIO (Criado de Capuleto)

PEDRO (Criado de Montecchio)

ABRAÃO (Criado de Montecchio)

ESCALO (Príncipe de Verona)

BOTICÁRIO

CENA I

PRÓLOGO: - Na bela Verona duas famílias de igual dignidade, levados por antigos

rancores desencadeiam novos distúrbios, onde ódio tinge de sangue as mãos de seus

cidadãos. Em meio ao ódio dessas famílias, sobre a luz da lua e o brilho das estrelas,

surge o mais puro dos sentimentos, o amor... E deste amor à desventura de dois

amantes, Romeu e Julieta, acometidos por um lastimoso fim que até os dias de hoje

sobrevive intacto e invencível.

(Entram Sansão e Gregório armados de espada)

SANSÃO: - Dou a minha palavra caro Gregório, não devemos levar desaforos para

casa.

GREGÓRIO: - Está certo.

SANSÃO: - Se me desafiarem puxo minha espada e lavo com sangue a honra.

GREGÓRIO: - Até o latir do cachorro na casa dos Montecchio me irrita! E por falar

em cães veja quem vem lá.

SANSÃO: - Minha espada está aposta.

ABRAÃO: - É pra nós que fazes cara feia senhor?

GREGÓRIO: - Não. Talvez algum assombro, quem sabe.

SANSÃO: - Quem sabe não és um.

BALTAZAR: - Estás querendo briga.

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GREGÓRIO: - Eu? Não senhor.

SANSÃO: - Mas se estás... Saiba que estamos apostos.

ABRAÃO: - Desembanhie vossas espadas se forem homens.

TEOBALDO: - Corja! Sacas da espada contra esses pobres homens.

BENVÓLIO: - Procura apartar esta gente. Guarda tua espada e ajude-me a acalmá-los.

TEOBALDO: - Como? Estes porcos imundos não desejam a paz. Por inferno todos os

Montecchios!

CAPULETO: - Que confusão é esta? Minha espada... Ide buscá-la.

SENHORA CAPULETO: - Espada? Não. Por que inflamar ainda mais esta confusão?

CAPULETO: - Minha espada.

MONTECCHIO: - Capuleto, covarde! Tem de se haver comigo.

SENHORA MONTECCHIO: - Não darás um só passo para enfrentar o inimigo.

(Lutam. Entra o príncipe)

PRÍNCIPE: - Baderneiros, inimigos da paz, que puxam as suas espadas derramando o

sangue do vizinho. (Todos reverenciam) Parecem animais, selvagens, espalhando por

Verona a semente da intriga, da discórdia e do mal. Jogai de suas mãos as armas ou

sentiras a fúria do meu castigo. (Jogam as armas) Se voltarem a perturbar a paz serão

condenados sobre sentenças com suas próprias vidas. Vós Capuleto vinde comigo,

quanto a vós Montecchio a tarde irás a corte da justiça. Agora, retirem-se.

CENA II

MONTECHIO: - Quem despertou esta antiga rixa? Diga-me sobrinho?

BENVOLIO: - Os servos de vosso adversário. Apenas desembainhei minha espada

para separá-los. Foi quando surgiu o impetuoso Teobaldo apontando sua espada em

minha direção me provocando. Foi então que chegou o príncipe e intervi-o apartando-

nos.

SENHORA MONTECHIO: - Oh, onde está Romeu? Tu o viste hoje? Fico feliz por vê

que não está metido nesta confusão.

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BENVOLIO: - Senhora, a uma hora antes vi vosso filho Romeu passeando no bosque.

Tentei me aproximar... Mas percebi que Romeu preferia ficar só, perdido em seus

próprios pensamentos.

MONTECHIO: - Vive em profundos suspiros! E quando volta desses passeios se

aprisiona em seu quarto. Negro e fatal será esse estranho comportamento... A não ser...

Que receba um bom conselho.

BENVOLIO: - Meu nobre tio, conheceis a causa?

MONTECHIO: - Não. E nem mesmo consigo que me revele. Como seria maravilhoso

que Romeu abrisse seu coração, dizendo-me o que na verdade pertuba-lhe a alma.

BENVOLIO: - Quem vem lá... Veja se não é Romeu. Peço-lhe que deixe-nos. Tentarei

saber a causa.

SENHORA MONTECHIO: - Espero sinceramente que sejas feliz e consiga de Romeu

a confissão. Vamos senhora. (Saem)

BENVOLIO: - Boa manhã meu primo!

ROMEU: - Ai de mim! As horas tristes parecem longas.

BENVOLIO: - Que tristeza abala tuas horas?

ROMEU: - Não possuir o que as pode abreviar.

BENVOLIO: - O amor?

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ROMEU: - Estou privado daquela que amo.

BENVOLIO: - Que tão cruel amor é este que provas?

CENA III

CAPULETO: - É lamentável que haja esta inimizade de tanto tempo.

PARIS: - Tenho pelo senhor, honrosa consideração... E agora senhor Capuleto, espero

que responda a meu pedido.

CAPULETO: - Claro, respondo. Minha filha Julieta é ainda muito jovem. Mas quem

sabe daqui a dois verões, esteja preparada para assumir o compromisso, e enfim venha

ser sua esposa.

PARIS: - Outras moças da mesma idade de Julieta já são mães felizes.

CAPULETO: - Muito cedo murcham aquelas que cedo se casam. Julieta é a dona e a

esperança do meu mundo. Permito-o que a corteja, isto é, se for do agrado de minha

filha. E esta noite estas convidado a festa que darei aqui em minha casa.

PARIS: - Muito me honra o convite. Toda Verona conhece a grandiosidade deste baile.

Desde já senhor Capuleto... Conte com minha presença.

CENA IV

BENVOLIO: - És louco Romeu!

ROMEU: - Não ouves que te digo? Haverá um grande baile de mascaras.

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BENVOLIO: - Na casa dos Capuletos.

ROMEU: - Onde a bela Rosalina se fará presente.

BENVOLIO: - Então vais lá compara a bela Rosalina com as outras beldades de

Verona.

ROMEU: - O sol que tudo vê, nunca contemplou tamanha beleza.

BENVOLIO: - Dizes isso por que não tens com quem compará-la.

ROMEU: - Não vou para compará-la. Apenas para presenciar o espetáculo de sua

formosura em todo seu esplendor.

BENVOLIO: - É louco Romeu.

ROMEU: - Louco não. Apenas um homem apaixonado! (Saem)

CENA IV

SENHORA CAPULETO: - Ama, onde está minha filha ama? Chame-a.

AMA: - Por minha virgem! Já a chamei... Onde anda essa pequena? Julieta... Julieta?

JULIETA: - Que há? Quem está me chamando?

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AMA: - Vossa mãe.

JULIETA: - Eis-me aqui senhora minha mãe. Que desejas?

SENHORA CAPULETO: - Ama, deixe-nos a sós um momento, preciso falar em

segredo. Volta. Pensei melhor, deves ouvir esta conversa. Falta pouco para completar

quatorze primaveras...

AMA: - E eu não sei. E que espero e viver bastante para vê-la casada um dia.

SENHORA CAPULETO: - É exatamente sobre isto que desejo falar. Diga-me filha...

Que sentes em relação ao casamento?

JULIETA: - Coisa com o qual não sonho.

SENHORA CAPULETO: - Já é tempo de pensar no assunto. Se não me engano com

tua idade, já era tua mãe. E não sei já percebeu, o valente Paris anda interessando em

cortejá-la.

AMA: - Ah, que homem senhorita, que homem!

SENHORA CAPULETO: - Não há em Verona melhor partido.

AMA: - E que partido!

SENHORA CAPULETO: - Que dizes? E de teu agrado receber a corte de Paris?

JULIETA: - Procurarei aceitar sua corte. Já que é de seu agrado.

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SENHORA CAPULETO: - Eu sabia minha filha. Bem, o conde nos espera.

AMA: - Vai pequena! Procura felizes noites para que tenhas felizes dias! (Saem)

CENA V

(Mascarados)

ROMEU: - Que desculpas usaremos para penetrar no baile?

BENVOLIO: - Apenas aproveitaremos a hospitalidade do anfitrião e breve partiremos.

MERCURIO: - Gentil Romeu, queremos que dance.

ROMEU: - Sinto o chumbo na alma.

MERCURIO: - Estás apaixonado!

ROMEU: - Terno ser é o amor? Áspero e rude demais. Pungente como o espinho.

MERCURIO: - Se o amor é áspero castigo, seja áspero com ele.

BENVOLIO: - Vamos... Batei e entremos. E assim que lá dentro estivermos, que cada

qual cuide só de suas pernas.

CENA VI

(Entram todos mascarados e dançam)

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CAPULETO: - Bem vindos cavalheiros! Em meus bons tempos também usava

máscaras e sabia sussurrar nos ouvidos de uma bela dama. Vamos, música, tocais.

Abram, abram... Deem espaço para as danças!

TEOBALDO: - Aquele deve ser um Montechio. Como se atreve miserável vir até

aqui?

CAPULETO: - Que há sobrinho?

TEOBALDO: - Meu tio, aquele ali, é um Montechio, nosso inimigo. O miserável aqui

veio esta noite para ridicularizar nossa festa.

CAPULETO: - Não é o jovem Romeu?

TEOBALDO: - Ele mesmo, o infame Romeu.

CAPULETO: - Acalma-te teobaldo, deixá-o em paz se comporte como perfeito gentil

homem. Verona se orgulha da conduta tão exemplar deste jovem.

TEOBALDO: - Não poderei suportá-lo.

CAPULETO: - Será suportado! Quem está dizendo sou eu! Quem manda, eu ou tu?

TEOBALDO: - Ora meu tio é uma vergonha.

CAPULETO: - Basta, basta! Esta brincadeira poderá lhe custar caro.

TEOBALDO: - Irei me retirar, mas isto não ficará assim. (Sai)

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CENA VII

(Continuam a dançar Romeu observa Julieta)

ROMEU: - Posso ter a honra? Se profano for tocar este santo relicário. Espero que com

meus lábios possa suavizar este rude contato com um terno beijo.

JULIETA: - As santas teem mãos que são tocadas pelos peregrinos...

ROMEU: - Não tem lábios as santas?

JULIETA: - Sim, lábios que devem usar na oração.

ROMEU: - Então santa adorada, deixar que os lábios façam o que as mãos fazem.

JULIETA: - As santas são imóveis mesmo quando atendem as orações.

ROMEU: - Então não te movas enquanto recolho o fruto de minhas preces. Assim

mediante vossos lábios ficam os meus livres de pecados.

JULIETA: - E assim passaria para os meus o que vossos lábios contraíram.

ROMEU: - Pecado do meus lábios? Então devolvei-me meu pecado.

AMA: - Senhora, vossa mãe está a sua procura e tem pressa por falar com você.

ROMEU: - É uma Capuleto?

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BENVOLIO: - Então partamos! A brincadeira chegou ao auge.

ROMEU: - Sim, é o que temo. (Saem)

JULIETA: - Quem é este belo jovem?

AMA: - Não conheço.

JULIETA: - Vai perguntar-lhe o nome. Temo que seja casado.

AMA: - Chama-se Romeu, é um Montechio, filho único de vosso grande inimigo.

JULIETA: - Meu único amor nascido do ódio! Cedo demais o vi, sem conhecê-lo, e

tarde demais o conheci. É possível nascer um amor em meio a tanto ódio?

AMA: - Que isso senhora?

VOZ: - Julieta!

AMA: - Já vamos! Vinde. Todos os convidados já foram. (Saem)

ATO II

CENA I

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PRÓLOGO: - Depois deste baile nasce em Romeu e Julieta o amor. Mas a inimizade

entre as famílias cria um grande obstáculo para a aproximação dos amantes. Só a forte

paixão poderá lhes dá forças e meios para se encontrarem, e assim, um nos braços do

outro viverem uma linda e bela história de amor.

ROMEU: - Posso ir mais longe quando meu coração aqui permanece. (Sai)

BENVOLIO: - Romeu! Meu primo Romeu!

MERCURIO: - Ele é sensato! Foi para casa deitar-se.

BENVOLIO: - Saltou o muro do jardim.

MERCURIO: - Loucura!

BENVOLIO: - Paixão!

MERCURIO: - Devia continuar a amar a jovem Rosalina.

BENVOLIO: - Se ele te escutasse ficaria irritado.

MERCURIO: - Vamos procurá-lo. Deve está escondido entre as árvores.

BENVOLIO: - Se o amor é realmente cego, não pode acertar no alvo.

MERCURIO: - Vamos... É inútil procurar quem não quer ser encontrado. (Saem)

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CENA II

(Jardim dos Capuletos)

ROMEU: - Que silêncio... Que luz brilha através daquela janela? Surge claro sol, e

mata de inveja a lua, vento que tu, tua serva, és mais linda que ela!

JULIETA: - Ai de mim Romeu!

ROMEU: - Oh, fala outra vez anjo de luz, pois é assim que te vejo. És o mensageiro

alado do céu.

JULIETA: - Oh, Romeu, Romeu! Por que tu és, Romeu? Nega teu pai, rejeita teu nome

por mim. Ou então jura teu amor por mim que não serei mais uma Capuleto.

ROMEU: - Continuarei a ouvi-la ou falo com ela agora?

JULIETA: - Somente teu nome é meu inimigo. Como desejo que tivesses outro nome.

Renega teu nome odiado que não faz parte de ti, e me terás inteira.

ROMEU: - Então me chama somente de amor e serei de novo batizado.

JULIETA: - Conheço o som desta voz! Não és Romeu? Não és um Montechio?

ROMEU: - Nem um, nem outro, se os dois te desagradam.

JULIETA: - És louco! Como chegaste aqui? Corres perigo. Se algum de meus parentes

lhe encontrar aqui, seria a morte.

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ROMEU: - Ah, mais perigos há em teus olhos que em vinte espadas.

JULIETA: - Por coisa alguma desejo que te vejam aqui Romeu.

ROMEU: - Basta me olhar com tua doçura que estarei protegido de tanto ódio.

JULIETA: - És louco.

ROMEU: - Prefiro que minha vida seja encurtada por um Capuleto que longa, longe do

teu amor.

JULIETA: - Como chegaste aqui?

ROMEU: - O amor me guiou. Meu amor já tens, eu juro...

JULIETA: - Não jures... Embora suas juras me deixem feliz.

ROMEU: - Posso retirar se assim desejas, só para dizer-te outra vez.

JULIETA: - Está acontecendo tudo tão rápido... Tão...

AMA: - Julieta...

ROMEU: - Não se vá! Fique.

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JULIETA: - Não posso.

ROMEU: - Quando posso vê-la novamente?

JULIETA: - Se teu amor for verdadeiro quanto dizes...

ROMEU: - Quero casar-me contigo.

JULIETA: - Amanhã te mando um mensageiro.

AMA: - Já é hora de ir para cama Julieta.

JULIETA: - Já vou. Se for de tua vontade marcaremos a cerimônia.

AMA: - Senhorita!

JULIETA: - Estou indo...

ROMEU: - Bendita noite. Só espero que tudo isto não seja apenas um sonho.

AMA: - Julieta!

JULIETA: - Já vou. Boa noite Romeu!

ROMEU: - Boa noite meu amor (Ela sai)

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CENA III

PRÓLOGO: - Mal o dia raiou e Romeu ao invés de ir para casa, desviou seu caminho

para o mosteiro onde encontrou Frei Loureço, e desta forma planejava levar adianta o

que prometera a bela e jovem tão delicada Julieta.

ROMEU: - Bom dia padre!

FREI LOURENÇO: - Bendito seja! Posso apostar que a causa de sua visita é

atribuída ao amor.

ROMEU: - Tens razão, santo padre.

FREI LOURENÇO: - Ah, esta jovem Rosalina...

ROMEU: - És meu confidente...

FREI LOURENÇO: - E sei a paixão que o transforma em insone.

ROMEU: - Não de Rosalina que venho falar.

FREI LOURENÇO: - Não?

ROMEU: - Não. Encontrei o verdadeiro amor.

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FREI LOURENÇO: - Assim tão derrepente?

ROMEU: - Como uma flecha que atinge sem vacilar.

FREI LOURENÇO: - Se não é a jovem Rosalina, então quem é?

ROMEU: - Julieta.

FREI LOURENÇO: - Julieta? Capuleto?

ROMEU: - Sim.

FREI LOURENÇO: - Mas como?

ROMEU: - Amor não se escolhe. Se sente.

FREI LOURENÇO: - O problema é que o amor dos jovens não está apoiado no

coração e sim nos olhos.

ROMEU: - O senhor mesmo me sensurou por amar Rosalina que não me quer. Com

Julieta é diferente. Tanto me ama quanto por mim é amada.

FREI LOURENÇO: - Bendito seja! Quem sabe este amor seja uma trégua, uma

aliança entre os Capuletos e os Montechio. Bem sabes que tenho estima por ambas

famílias e a paz é o que mais desejo.

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ROMEU: - Então nos ajude.

FREI LOURENÇO: - Que se passa nesta cabecinha?

ROMEU: - Peço-te que nos case.

FREI LOURENÇO: - Vossas famílias jamais consentirão tal união.

ROMEU: - Por isso deverão saber após a realização da cerimônia da nossa união.

FREI LOURENÇO: - Sei não.

ROMEU: - Eu te suplico!

FREI LOURENÇO: - Está bem farei... Mas por razão de promover entre as famílias a

paz.

ROMEU: - Então temos que agir depressa.

FREI LOURENÇO: - Calma meu jovem! Quem muito corre pode cair. (Saem)

CENA IV

PRÓLOGO: - Através de um mensageiro Julieta ficou sabendo que tudo estava

acertado. Chegou bem cedo ao mosteiro de Frei Lourenço e ali as mãos dos jovens se

juntaram na sagrada união. Terminada a cerimônia Julieta voltou depressa para casa,

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onde ficou aguardando impacientemente a cair da noite pois o apaixonado Romeu havia

lhe prometido visitar. Mas, o pior estava por vir. (Sai)

CENA V

(Cena do casamento de Romeu e Julieta)

MERCURIO: - Onde está Romeu? Não foi para casa esta noite?

BENVOLIO: - Para casa do pai não.

MERCURIO: - Será que foi morto?

BENVOLIO: - Não diga bobagem!

ROMEU: - Bom dia para ambos!

MERCURIO: - Estávamos preocupados.

BENVOLIO: - Não voltaste para casa de teu pai.

ROMEU: - Perdoe-me, bom Mercúrio! Tinha um assunto importante a resolver.

TEOBALDO: - Ora não é o Capuleto. És um traidor Mercúrio. Traí-nos a juntar-se

com tal corja!

MERCURIO: - Escolho minhas amizades por caráter e não por nome.

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BENVOLIO: - Vamos Mercúrio.

TEOBALDO: - Isto. Foge feito ratos que são.

MERCURIO: - Desembainha tua espada que irás engolir tua ofensa.

TEOBALDO: - Como está valente o tal traidor.

BENVOLIO: - Vamos acalmar nossos ânimos. Estamos em local público.

TEOBALDO: - Se é um desafio que queres. Encontrastes. (Lutam) Vou te ensinar

a respeitar o nome dos Capuletos. (Atinge Mercúrio)

ROMEU: - Não! (Pega a espada e fere Teobaldo)

TEOBALDO: - Desgraçado!

ROMEU: - Coragem meu amigo!

BENVOLIO: - Romeu! Está morto o bravo Mercúrio.

ROMEU: - Maldito! Tu, eu ou ambos, devemos ir juntar-nos a ele.

TEOBALDO: - Estúpido! Tu que eras companheiro dele, com ele partiras.

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ROMEU: - Esta espada decidirá. (Lutam, Teobaldo cai morto)

BENVOLIO: - Teobaldo está morto. Vai-te Romeu, foge! Não fiques ai parado! O

príncipe te condenará a morte se fores preso. Foge! (Romeu foge, Chora. Benvólio

puxa os corpos para fora de cena) O meu Deus! Verona está banhada em sangue! Está

anunciada a guerra. Tudo isso só servirá para alimentar toda rixa, todo esse ódio que há

entre as duas famílias.

CENA VI

SENHORA CAPULETO: - Só peço justiça! Que o príncipe condene Romeu a

morte.

CAPULETO: - É um assassino!

MONTECHIO: - Romeu era amigo de Mercúrio. Agiu em defesa do amigo.

PRÍNCIPE: - Devido a ocorrência, a minha sentença é que Romeu seja exilado

daqui.

MONTECHIO: - Mas meu senhor...

PRÍNCIPE: - Saia Romeu o mais depressa daqui ou se for descoberto será sua

ultima hora. (Saem)

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JULIETA: - Ama...

AMA: - Ah, que dia!

JULIETA: - Que foi?

AMA: - Morto! Está morto!

JULIETA: - Quem está morto?

AMA: - Teu primo...

JULIETA: - Meu querido primo Teobaldo?

AMA: - Morto em um duelo.

JULIETA: - como foi isto?

AMA: - Vi a ferida. Desmaiei só de vê.

JULIETA: - Despedaçado esta meu coração! Pobre Teobaldo. Tão jovem, morto.

AMA: - Teobaldo não existe mais e Romeu foi banido.

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JULIETA: - Oh, meu Deus! A mão de Romeu derramou o sangue de Teobaldo?

AMA: - Assim aconteceu.

JULIETA: - Ah Romeu! Tens um coração de serpente escondido por um rosto florido!

Uma mente atormentada, confusa entre o amor e o ressentimento. Ai de mim! (chora)

AMA: - Que a vergonha caia sobre Romeu.

JULIETA: - Romeu é um bom homem.

AMA: - Como falas bem de quem matou seu primo?

JULIETA: - Devo falar mal de meu esposo?

AMA: - Que dizes?

JULIETA: - Que acabaste de ouvir.

AMA: - Deus! Correi para vosso quarto, vou atrás de Romeu para esclarecer o ocorrido.

JULIETA: - Oh, encontra-o. Entrega-o este anel e rega-o para que venha dar-me

seu derradeiro adeus. (Saem)

CENA VII

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(Passa pelo palco um cortejo fúnebre em seguida aparece Frei Lourenço

com uma lamparina acesa)

FREI LOURENÇO: - Aparece Romeu, aparece.

ROMEU: - Padre, quais são as notícias? Qual a sentença do príncipe?

FREI LOURENÇO: - Foste banido.

ROMEU: - Ah, banido! Tende compaixão... Preferia a morte.

FREI LOURENÇO: - Sê paciente Romeu. O mundo é vasto.

ROMEU: - Que mundo pode haver fora dos muros de Verona?

FREI LOURENÇO: - Oh, negra ingratidão! Segundo as leis, deverias morrer.

Devias agradecer a bondade do príncipe.

ROMEU: - É suplício e não favor. O Céu esta onde Julieta vive. Pior condenação

não haveria... Banido, longe do meu verdadeiro e único amor. (Batem a porta)

FREI LOURENÇO: - Levanta-te Romeu. Estão batendo a porta. Esconda-te. (Saem)

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CENA VIII

PRÓLOGO: - Ao abrir a porta Frei Lourenço percebe a visita da ama de Julieta que

trás o anel que a jovem pediu que entregasse a seu amado Romeu. Sem tardar o

apaixonado Romeu vai ao encontro de seu grande amor e juntos ficam até o amanhecer.

Enquanto isso Frei Lourenço sai em intermédio de Romeu com esperança de pacificar

as famílias, mais é surpreendido, Lorde Capuleto para consolar Julieta prometeu-a em

casamento a seu fiel pretendente, Paris.

ROMEU: - Preciso partir.

JULIETA: - Tens mesmo que ir.

ROMEU: - Sim. Tenho. Embora não queira. Prefiro teus braços.

JULIETA: - Se ficas, morre.

ROMEU: - Longe de ti, sou apenas um andarilho sem vida.

JULIETA: - Vá...

ROMEU: - Não vê o que me pedes?

JULIETA: - por favor... Peço-te. Amanhece.

AMA: - Senhora?!

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JULIETA: - Ama!

AMA: - Vossa mãe está vindo.

ROMEU: - Adeus, adeus doce Julieta!

JULIETA: - Adeus meu Romeu. Aguardarei notícias suas. Estaremos juntos

novamente.

ROMEU: - Não tenhas dúvidas amor. Acredite-me. (Sai)

SENHORA CAPULETO: - Minha filha...

JULIETA: - Minha mãe.

SENHORA CAPULETO: - Sempre chorando.

JULIETA: - Deixe-me chorar.

SENHORA CAPULETO: - Pobrezinha tão sensível! Choras não somente a morte de

teu primo, mas também por saber que está vivo o infame que o assassinou. Mais não se

preocupes. Teremos nossa vingança.

JULIETA: - Vingança?

SENHORA CAPULETO: - Por hora deixamos de lado está conversa triste e tediosa.

Tenho notícia melhor que alegrará este coração.

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JULIETA: - E que notícia é esta?

SENHORA CAPULETO: - Como sabes, tens um pai previdente. E vendo tua

tristeza providenciou teu casamento com o jovem e galante Paris.

JULIETA: - Me espanta a presa de me casar com quem se quer me fez a corte.

Lhe suplico minha mãe... Dizeis a meu pai que não desejo me casar.

SENHORA CAPULETO: - Dizei pessoalmente, ai vem teu pai.

CAPULETO: - Então minha senhora, já comunicaste nossa determinação?

SENHORA CAPULETO: - Sim, senhor, mas não é de seu agrado.

CAPULETO: - Como! Não quer? Lhe arranjamos um gentil homem para esposo.

JULIETA: - Agradeço. Mas não o amo.

CAPULETO: - Aprenderás amá-lo. Irás casar com Paris nem que eu tenha que te

levar arrastada aquela igreja.

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JULIETA: - Vos suplico de joelhos meu pai...

CAPULETO: - Criatura desobediente. Ouve o que te digo... Casarás nesta quinta-feira

nem que tenhas que ir amarrada. (Saem)

JULIETA: - Ai de mim! Que sofro com tamanho dissabor! (Sai)

CENA IX

PRÓLOGO: - Horrorizada Julieta foi até Frei Lourenço em busca de seu auxílio.

Desesperados os dois armam um plano perigoso.

FREI LOURENÇO: - Quinta-feira, senhor? Muito pouco tempo.

PARIS: - Esta é a vontade dos Capuletos e também a minha.

FREI LOURENÇO: - Dizei ignorar os sentimentos da dama. O procedimento é

irregular. Não me agrada.

PARIS: - Julieta ainda está muito abalada com a morte de seu primo Teobaldo e esta é

a causa pela qual tão pouco lhe falei de amor.

FREI LOURENÇO: - Veja senhor, está chegando a dama. (Entra Julieta)

PARIS: - Feliz encontro minha bela Julieta e futura esposa.

JULIETA: - Poderá ser nobre cavalheiro quando for sua esposa.

PARIS: - Há de ser, meu amor, na próxima quinta-feira.

JULIETA: - Que tem que ser será.

PARIS: - Vindes confessar com o padre?

JULIETA: - Minha confissão teria maior valor, feita em vossa ausência.

FREI LOURENÇO: - Tenho agora tempo disponível, minha triste filha... Cavalheiro,

precisamos ficar sozinhos.

PARIS: - Deus me livre perturbar a devoção. Julieta adeus! Aguardarei até quinta-feira,

guardai este santo beijo. (Sai)

JULIETA: - Fechai a porta.

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FREI LOURENÇO: - Ah, Julieta! Já conheço a tua dor.

JULIETA: - Frade, ajude-me! Dizei-me como poderei evitar este triste destino.

FREI LOURENÇO: - Ah, Julieta!

JULIETA: - Prefiro ser enterrada viva a me casar com Paris.

FREI LOURENÇO: - Filha, vislumbro certa esperança para evitar este casamento.

Mas é arriscado por demais.

JULIETA: - Qualquer coisa para me livrar deste destino tão infame.

FREI LOURENÇO: - Se te atreves, eu te darei um remédio. Volta para tua casa e

mostra-te alegre e dá teu consentimento em casar com Paris. Amanhã, véspera do teu

casamento, deves beber o conteúdo deste frasco. O líquido que aqui contém a deixará

paralisada como se estivesse morta, durante quarenta e duas horas.

JULIETA: - E assim Paris pensará que morri.

FREI LOURENÇO: - Sim. Então enviarei um mensageiro onde Romeu está, e quando

acordar poderão ir para longe e assim viverem felizes juntos.

JULIETA: - Dei-me então.

FREI LOURENÇO: - Agora parte. Seja forte e feliz em sua decisão. Agora mesmo

enviarei um mensageiro com uma carta á Romeu.

JULIETA: - O amor me dá forças. Adeus querido padre! (Saem)

CENA X

PRÓLOGO: - Na manhã seguinte Julieta foi dada como morta. Então em meio a

profundo pesar o casamento transformou-se em funeral. Os hinos de núpcias se

transformaram em sombrios cantigos fúnebres. Notícias ruins viajam sempre mais

rapidamente que as boas. Assim a terrível história da morte de Julieta chegou aos

ouvidos do apaixonado Romeu, antes que o mensageiro enviado por Frei Lourenço

chegasse com a carta esclarecendo a simulação. E inconformado Romeu adquire de um

boticário, veneno e segue para Verona.

ROMEU: - Que boas novas trazes de Verona?

BALTAZAR: - Meu bom Romeu.

ROMEU: - Nobre Baltazar, que palidez é está que trás sobre tua fronte.

BALTAZAR: - Julieta.

ROMEU: - Julieta? Não dizes nada? Que silêncio é este que contagia todo os cantos a

ponto de ouvir apenas teu pulsar.

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BALTAZAR: - Pobre Julieta.

ROMEU: - Que há com Julieta?

BALTAZAR: - Dorme. Dorme um sono profundo...

ROMEU: - Que dizes?

BALTAZAR: - Meu bom Romeu, sedes forte...

ROMEU: - Não, não, não...

BALTAZAR: - Julieta foi levada ao sepulcro dos Capuletos e agora vive entre os anjos.

ROMEU: - Não ode ser.

BALTAZAR: - Vi com meus próprios olhos quando a levaram para a tumba de sua

família.

ROMEU: - Julieta! Sobre a luz da lua e o brilho das estrelas juramos amor eterno!

Prepare meu cavalo.

BALTAZAR: - Não podes sair de Mantua. Não é prudente.

ROMEU: - Partirei o quanto antes.

BALTAZAR: - Irei contigo. (Baltazar sai)

ROMEU: - Oh quantas desgraças me acomete a alma! Julieta, meu doce e tão sublime

amor! Ainda esta noite, ao teu lado repousarei. És o amor da minha vida e também da

minha morte. Eternamente estaremos juntos e nosso amor será lembrado por todas as

gerações. O boticário ... Mora por aqui... Boticário? Em algum lugar... (Corre pelo

palco) Boticário? Boticário...

BOTICÁRIO: - Quem me chama com tanta força?

ROMEU: - Vim aqui amigo... Tenho aqui quarenta ducados, sei o quanto precisas.

Arranja-me uma porção venenosa, mas que seja um veneno tão forte que se espalhe

rapidamente pelas veias e mate rapidamente um corpo que sem alma vive.

BOTICÁRIO: - Possuo esse veneno perigoso, porém seu comercio é proibido por Lei.

Se descobrem que o vendi serei punido, condenado a morte.

ROMEU: - Quanto a isso não precisa temer. Ninguém saberá que o senhor me forneceu

tal produto. Sei quanto precisas deste dinheiro. Então passe por cima da Lei e toma estes

para si. (Dar o dinheiro)

BOTICÁRIO: - Basta uma única gota.

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ROMEU: - Eis teu ouro, o veneno mais nocivo para a alma dos homens. (o boticário

sai) Ao sepulcro, ao lado de Julieta estarei. (Sai)

CENA XI

PARIS: - Para imediatamente com isso, vil Montechio. Este ato é ilegal. Não permitirei

que profanes túmulo de Julieta. Estás condenado. Te mandarei para prisão.

ROMEU: - Alto lá. Não te aproximes. Lembra-te do triste fim de Teobaldo. Não me

provoque a ira, nem me obrigues a cometer outro pecado.

PARIS: - Só entrarás neste túmulo se antes passares por cima do meu cadáver.

(Travam uma luta. Paris é alvejado. Romeu entra no túmulo)

ROMEU: - Oh, Julieta sua formosura transforma esta cripta. Meu amor! Minha esposa!

A morte sugou o meu de teu hálito, nenhum poder teve sobre tua beleza! Oh, aqui

fixarei minha eterna morada. Ao lado de ti minha bela e tão amada Julieta. (Bebe)

Assim morro com um beijo. (Morre)

CENA XII

FREI LOURENÇO: - São Francisco me ajude! Quantas vezes meus pés enfraquecidos

tropeçaram em túmulos? Quem está ai?

BALTAZAR: - É um amigo.

FREI LOURENÇO: - Deus o abençoe filho. Que fazes aqui?

BALTAZAR: - Acompanho meu senhor, Romeu de quem tanto gostais.

FREI LOURENÇO: - A quanto tempo está lá?

BALTAZAR: - A cerca de meia hora.

FREI LOURENÇO: - Vinde comigo até o túmulo.

BALTAZAR: - Não ouso fazer isto senhor.

FREI LOURENÇO: - Então me espere aqui. Entrarei sozinho, receio algum caso

desastrado. (Entra)

FREI LOURENÇO: - Romeu... Ah, hora terrível! Pobre Romeu. Que fizeste? Trágico

fim. Julieta está despertando.

JULIETA: - Onde está meu senhor? Onde está Romeu?

FREI LOURENÇO: - Estou ouvindo um barulho. Senhora abandona este antro de

morte.

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JULIETA: - Ide, parti então, por que não sairei daqui. (Sai Frei Lourenço) Romeu...

Oh, Romeu! Que isto? Uma taça na mão do meu fiel amor? (Pega o frasco) Oh,

ingrato! Bebeste sem deixar uma gota? Beijarei teus lábios talvez haja um resto de

veneno. (Ouve barulho) Preciso me apressar. (Pega o punhal de Romeu) Esta é tua

bainha! (Apunhala-se) Enferruja-te aqui e deixa-me morrer. (Cai sobre Romeu)

PRÍNCIPE: - Que horror é este que nos fere a vista?

CAPULETO: - Veja mulher... Nossa filha! Sangra.

SENHORA CAPULETO: - Ai de mim! Minha pobre filha. Morta. Sem vida como

uma estátua de mármore. Morta! Quisera eu não esta entre os vivos para presenciar tal

acontecimento.

PRÍNCIPE: - Veja Montecchio... Vosso filho.

MONTECCHIO: - Nobre príncipe. Quão dor invade minha alma. Como não bastasse o

luto que cobre minha casa pela morte de minha senhora que morreu de tristeza pelo

exílio de nosso filho, agora zelo, o corpo do meu amado filho.

PRÍNCIPE: - Que tamanha trama acomete Verona em horas tão sombrias?

FREI LOURENÇO: - Dos presentes sou eu o mais suspeito. Serei breve. Romeu aqui

sem vida, era marido de Julieta. Fui eu que os desposei. Vamos... Poderei contar-lhes

toda essa trama que culminou nesta grande tragédia. (Saem)

(Preparam os corpos)

PRÓLOGO: - Quando os Capuletos e os Montechio chegaram e encontraram aquela

trágica cena, sentiram toda dor causada pela conseqüência de uma rixa que custou a

vida dos quais mais amavam. Então Lorde Capuleto e Lorde Montechio prometeram

erguer uma estátua de ouro ao filho do outro. E assim, sepultaram as desavenças

juntamente com seus filhos. E a história de amor de Romeu e Julieta foi eternizado por

várias gerações