Pecado Psicologia Macarthur

2
  Mone rgismo.com – “Ao Senhor perten ce a salvação” (Jonas 2:9)  w w w .m on e r g i s m o .c o  1 O Pecado e a Psicologia  J ohn MacArthur Jr. O peca do de Adão af undou nele toda a ra ça hum ana , assim todos nasce mos culp ados. A v er gonha não é uma e moção i ndi g na, mas umareflexão ho nesta d o que somo s. Os sere s hum anos sentem ver gonha de sde o pri me i ro pec ad o ( cf . Gn 2.25; 3.10). Às vezes, nossa ver g onha é de slo ca da , é i rra cio nal ou até emocionalmente desequ il ib rada — ma s a verg onha, em si mesma, certame nt e não é in di gna. Ni nguém é “ bo m de ma is para senti r que é um peca dor miserá v el. Isso é, af inal de con tas, e xatam ente o que somos. E ssa doutrina e stá e m sério dec ni o es tes dias, cau sa ndo prejuízo à igreja. Muda mos a l etra dos gra ndes hinos, po rtanto eles não mais se re f erema nós como mise ráveis” ou “verm e s” . Compra mos a m entira da auto - es ti m a. Que re mos minimiz ar nosso peca do, eliminar nossa ver g on ha, encora jar no sso eg o e nos senti r bem. Quer emos, em out ra s palavras, t odas aque las co isas que enfraquecem a consciência. Detestamos a vergonha, mesmo que justificada. Odiamos o arrependimento porque é difícil demais. Evitamos a culpa. Queremos a vida boa.  A pressa em a d o t ar a ps i cologia co n t r ibu i u em mui t o p a r a essa tendência. A psicologia em si é hostil à doutrina bíblica do pecado, e o mov imento de ca sar a Bíbl ia com a psico terapia ce rtam ente nã o mudou i sso. Um manual de psicologia amplamente conhecido, usado pelos conselheiros pastorais, inclui o seguinte texto sob o título de “pecado original”. Embora se ja mu ito l ongo, incl uirei toda a par te do “ Peca do Original” , po rqu e e la mostra como a psicologia pode corromper a doutrina bíblica do pecado: Nenhum psicó logo de boa reputa ção def enderia a te ori a clás sica da teo logia e da a ntro po logia de qu e o peca do é pa ssa do de ge raçã o em geraçã o . O termo “ pecado” ago ra e stá rese rvado p ara atos deli berados e co nscientes de uma pessoa cont ra as no rma s ace it as, o u con tra a s tradiçõ es da sociedade e dos ideais associados com um Deus moral. O pecado é, portanto, um delito responsável. O pecado original tem, entretanto, um eleme nto de va lidade psi co gica, a sabe r, o fato de a s fraqueza s dos componentes da personalidade terem uma história além do território da res ponsabili da de consciente. Nossos impulsos hereditários, por exemplo, são nosso preparo mental. E como tal, são amorais. Atuam de acordo com os propósitos biológicos. Quando em conflito com padrões de conduta produzem problemas e se tornam predisposições fáceis para o pecado (deliberado).

description

Psicologia em confronto com a teologia biblica.

Transcript of Pecado Psicologia Macarthur

7/18/2019 Pecado Psicologia Macarthur

http://slidepdf.com/reader/full/pecado-psicologia-macarthur 1/2

 

Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.co  

1

O Pecado e a Psicologia

 John MacArthur J r.

O pecado de Adão afundou nele toda a raça humana, assim todosnascemos culpados. A vergonha não é uma emoção indigna, mas uma reflexãohonesta do que somos. Os seres humanos sentem vergonha desde o primeiropecado (cf. Gn 2.25; 3.10). Às vezes, nossa vergonha é deslocada, é irracionalou até emocionalmente desequilibrada — mas a vergonha, em si mesma,certamente não é indigna. Ninguém é “bom demais” para sentir que é umpecador miserável. Isso é, afinal de contas, exatamente o que somos.

Essa doutrina está em sério declínio estes dias, causando prejuízo àigreja. Mudamos a letra dos grandes hinos, portanto eles não mais se referem anós como “miseráveis” ou “vermes”. Compramos a mentira da auto-estima.Queremos minimizar nosso pecado, eliminar nossa vergonha, encorajar nossoego e nos sentir bem. Queremos, em outras palavras, todas aquelas coisas queenfraquecem a consciência. Detestamos a vergonha, mesmo que justificada.Odiamos o arrependimento porque é difícil demais. Evitamos a culpa.Queremos a vida boa.

 A pressa em adotar a psicologia contribuiu em muito para essatendência. A psicologia em si é hostil à doutrina bíblica do pecado, e omovimento de casar a Bíblia com a psicoterapia certamente não mudou isso.Um manual de psicologia amplamente conhecido, usado pelos conselheirospastorais, inclui o seguinte texto sob o título de “pecado original”. Emboraseja muito longo, incluirei toda a parte do “Pecado Original”, porque elamostra como a psicologia pode corromper a doutrina bíblica do pecado:

Nenhum psicólogo de boa reputação defenderia a teoria clássica da

teologia e da antropologia de que o pecado é passado de geração emgeração. O termo “pecado” agora está reservado para atos deliberados econscientes de uma pessoa contra as normas aceitas, ou contra as tradiçõesda sociedade e dos ideais associados com um Deus moral. O pecado é,portanto, um delito responsável. O pecado original tem, entretanto, umelemento de validade psicológica, a saber, o fato de as fraquezas doscomponentes da personalidade terem uma história além do território daresponsabilidade consciente.

Nossos impulsos hereditários, por exemplo, são nosso preparomental. E como tal, são amorais. Atuam de acordo com os propósitos

biológicos. Quando em conflito com padrões de conduta produzemproblemas e se tornam predisposições fáceis para o pecado (deliberado).

7/18/2019 Pecado Psicologia Macarthur

http://slidepdf.com/reader/full/pecado-psicologia-macarthur 2/2

 

Monergismo.com – “Ao Senhor pertence a salvação” (Jonas 2:9) www.monergismo.co  

2

 Acrescente a isso as desordens provocadas pelo ambiente primitivo — alémda vontade do indivíduo — e há a figura de uma deficiência no tipo deajustamento social chamado de “moral”.

Se for verdade que todos geneticamente viemos de uma floresta

primitiva, com um antigo preparo mental para ser usado na difícil luta pelasobrevivência, num mundo não muito fácil (mudanças de temperatura,animais selvagens, inundações, doenças, germes, etc.), e, que no curso dodesenvolvimento social, atingimos um tipo de conjunto de relacionamentossociais interpessoais que exige uma conduta mais gentil com os outros,então é fácil visualizar a dificuldade de ajustar os impulsos naturais úteisnum tipo de mundo autoritário, em um outro que exige controle.Biologicamente, os impulsos naturais têm uma maneira de subsistir, apesarde o ambiente os conduzir ao seu enfraquecimento. “O pecado original” éum termo infeliz para os fracassos naturais do homem, em viver comodeveria numa ordem social onde virtudes de altruísmo deveriam

supostamente eliminar o egoísmo. Porém, há uma verdade no “pecadooriginal”, a saber, aquela velha história do homem não foi apagada, apesardos ideais enfatizados na sociedade em desenvolvimento. Enquanto houveressa disparidade (pela qual a pessoa individualmente não é responsável), hámais do que um mito na doutrina de que não somos facilmentetransformados em santos.1 

Perceba como essa passagem absolve as pessoas da responsabilidadepor todos os impulsos herdados, por todos os desejos malignos, por toda atendência pecaminosa, por “todos os fracassos naturais do homem” — e aténos desculpa pelo próprio pecado original. As únicas coisas consideradaspecado são “os atos conscientes e deliberados de uma pessoa contra asnormas aceitas ou tradições da sua sociedade, e os ideais associados com umDeus moral”. Quão longe isso está da definição bíblica! Mas alguém percebe?

 Alguém ainda sabe?

Fonte: SociedadesemPecado, John MacArthur,Cultura Cristã, p. 189-191.

1 Vergilius Ferm, A Dictionary of Pastoral Psychology (Nova York: Philosophical Library, 1955), 173-

74.