Pecado

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Seicho-No-Ie ESTUDOS SOBRE A FILOSOFIA

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Seicho-No-Ie

ESTUDOS SOBRE A FILOSOFIA

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Apresentação

Fundada em 1930, pelo Mestre Masaharu Taniguchi, a Seicho-no-ie, tem ajudado inúmeras pessoas em todo o mundo com suas palavras simples de serem compreendidas, o Mestre sempre procurou transmitir da forma mais simples possível o ensinamento de que o "Homem é Filho de Deus".

A Seicho-no-ie é vista como ciência mental pelo seu próprio fundador, acabou sendo vista como religião em função das graças, solução de problemas, conflitos e cura de doenças que atormentavam as pessoas que se tornavam ou não adeptos da referida filosofia. Ela não ataca, critica, ou faz objeção a qualquer religião, pois o objetivo da religião é conduzir as pessoas à manifestação de sua verdadeira essência que é a de Filho de Deus, "assim como existem vários tipos de lâmpadas para iluminar o ambiente, existem várias religiões para conduzir a salvação, portanto a essência de todas as religiões é uma só: Manifestar a vontade de Deus".

O mestre escreveu 40 volumes com o título "A verdade da Vida", onde cada exemplar relata os mais variados assuntos e problemas que ocorrem na vida das pessoas em função de sua atitude mental perante os fatos e acontecimentos no decorrer de suas vidas, mas mostra de forma clara e simples de compreender como resolver esses conflitos, prova disso está nos relatos das pessoas que colocaram em prática os ensinamentos do mestre, obtendo resultados positivos e tornando-se mais felizes em função da mudança da atitude mental com que encaravam os fatos e acontecimentos,

"Tudo é projeção da Mente, os fatos bons ou ruins, dependem exclusivamente de nossa atitude mental".

Além dos 40 volumes da Verdade da Vida, o Mestre publicou mais de 100 livros sobre a Seicho-no-ie, demonstrando como o seu amor e dedicação à Iluminação da Humanidade é infinita.

Seicho-No-Ie é uma filosofia que prega a Verdade de que todos os homens são filhos de Deus e possuem dentro de si uma maravilhosa e infinita capacidade recebida como herdeiro de Deus.

"A Seicho-No-Ie é um ensinamento de amor, que soluciona todos os problemas – existenciais; sociais e outros...; é uma super-religião que prega a identidade de todas as religiões na sua essência, e que elimina os problemas fenomênicos, declarando-os originalmente inexistentes", cita Shoji Nakajima.

O significado de "Seicho-No-Ie" (Lar do Progredir Infinito) é "Universo Infinito". Desenvolver-se implica criar; e a Imagem Verdadeira do Universo é a incessante criação e expansão. Por isso, referimo-nos ao Universo Infinito como "Seicho-No-Ie", ou seja, "Lar do Progredir Infinito". E denominamos Entidade

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Religiosa Seicho-No-Ie a organização cuja finalidade é estudar as leis da criação da Vida que rege o Universo e divulgá-las amplamente para doutrinar a humanidade, cita Masaharu Taniguchi em seu livro O Que é a Seicho-No-Ie.

Membros:

Os membros da "família Seicho-No-Ie" deve viver de acordo com o ensinamento e procurar aprimorar constantemente, para que possa se tornar um farol que ilumine as pessoas ao seu redor.

Religiões:

A posição da Seicho-No-Ie em relação às demais religiões é a seguinte: ela crê que todas as religiões é a luz da salvação da Grande Vida (Deus); por isso, não fala mal de nenhuma religião e respeita o alvo de veneração de outras pessoas.

O Caminho:

O membro da Seicho-No-Ie deve viver agora a vida de filho de Deus, ou seja, com a firme convicção de que é filho de Deus, trilhando sempre com dignidade o caminho da vida, jamais questionando a nobreza de sua alma.

O Universo:

O membro da Seicho-No-Ie ao contemplar o céu, as estrelas, o mar, a terra, o fogo, a água, os campos verdejantes, as flores, enfim todos os elementos da natureza e os seres viventes, ele aprenderá em seu âmago, a perfeição da Vida de Deus. Amando, respeitando e reverenciando essa Vida, e jamais a desperdiçará.

O Bom Pensamento:

O membro da Seicho-No-Ie deve acreditar na verdade de que "Os limpos de coração verão a Deus", mantendo a mente limpa, elevada, pura e dócil, ou seja, conhecendo a lei mental "os semelhantes se atraem", não pense em fatos e coisas indesejáveis.

Se tiveres tempo para lamentar seus próprios defeitos ou dos outros, deves aproveitar esse tempo para pensar em Deus e na perfeição original do ser humano e promover o seu renascimento e o seu progresso.

O Futuro:

O membro da Seicho-No-Ie deve viver uma vida sem temor e sem preocupações, pois ele está sempre junto a Deus. Acreditando firmemente que tem a força infinita de Deus, ele vive sem se afligir com o futuro e sem temer coisa alguma a não ser os fatos eventuais causados pelo afastamento de Deus.

Mesmo que tenhas tropeçado em algum obstáculo, não se lamente; levante-se imediatamente e volte sua mente para a luz.

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Tenha uma vida sem arrependimentos, viva plenamente o dia de hoje, da maneira mais vigorosa, radiosa e correta possível.

O Próximo:

Faça o máximo possível pelos que sofrem, ajude-os a converter sua vida de trevas em vida repleta de luz.

Proporcione aos outros, o que gostarias que vos fosse proporcionado, e jamais aquilo que você próprio detestaria.

As Sete Declarações aclara tórias da Seicho-No-Ie

1 - Declaramos transcender todo sectarismo religioso e, glorificando a Vida, viver em fiel obediência à Lei da Vida.

2 - Acreditamos ser o princípio da manifestação da vida, o caminho do progredir infinito e acreditamos também ser imortal a Vida que se aloja dentro de cada indivíduo.

3 - Estudamos e publicamos a Lei da criação da Vida, para que a humanidade possa seguir o verdadeiro caminho do progredir infinito.

4 - Acreditamos que o Amor é o alimento da Vida e que a oração, as Palavras de amor e Elogio constituem o Poder Criador da Palavra que torna concreto o Amor.

5 - Filhos de Deus que somos, acreditamos possuir em nosso interior a Possibilidade infinita e poder atingir o estado de absoluta liberdade através do uso correto do Poder da Palavra.

6 - Nós, para melhorarmos o destino da humanidade por meio do poder criador das Boas Palavras, divulgamos a doutrina mediante a divulgação de boas Palavras através de publicações, seminários, conferências, transmissões radiofônicas, da televisão e de quaisquer outros meios culturais.

7 - Baseados na correta filosofia da Vida, no correto Modus vivendis e na correta Educação, organizamos movimentos concretos que dominam as doenças e todas as espécies de sofrimentos humanos, para fundar sobre a face da Terra o Reino dos Céus de amor mútuo e cooperação.

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Normas Fundamentais dos Praticantes da Seicho-no-ie:

1°. Agradecer a todas as coisas do Universo!

2°. Conservar sempre o sentimento natural!

3°. Manifestar o amor em todos os atos!

4°. Ser atencioso para com todas as pessoas, coisas e fatos!

5°. Ver sempre a parte positiva das pessoas, coisas e fatos, e nunca as suas partes negativas!

6°. Anular totalmente o "ego"!

7°. Fazer da vida humana uma vida divina e avançar crendo sempre na vitória infalível!

8°. Iluminar a mente, praticando a Meditação Shinsokan todos os dias sem falta!

 

1) HISTÓRICO:

A Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito, numa tradução livre) surgiu em fins de 1929, mas oficialmente sua fundação se deu no dia 1.º de março de 1930, data da publicação do 1.º número da revista Seicho-No-Ie. Seu fundador, Dr. Masaharu Taniguchi (foto ao lado), fora um jovem ávido por conhecer a Verdade, a Verdade que liberta, conforme o ensinamento de Jesus Cristo.

Na época, o Japão passava por grandes problemas: em 1.º de setembro de 1929 ocorrera o Grande Terremoto de Kantô, que atingiu duramente a principal ilha do arquipélago japonês, Kyushu; e o Crack da Bolsa de Nova York, que afetou a vida financeira de um Japão que começava a se industrializar. Pessoalmente, o Dr. Taniguchi estava recém-casado, com uma filha pequena e sofrendo de tuberculose.

Dada sua formação religiosa, tendo estudado diversas religiões, entre elas a Oomoto e a Ittoen, o Dr. Taniguchi foi buscar na espiritualidade a resposta para os sofrimentos pelos quais passava e, por extensão, toda a humanidade. Ao orar no Templo de Sumiyoshi, recebeu a primeira de uma série de Revelações Divinas, as quais nortearam o jovem Masaharu na condução de sua vida.

A partir daí, decidiu pela publicação de um periódico, a revista Seicho-No-Ie, para a divulgação deste ensinamento. As pessoas que tiveram contato com o texto daquela publicação passaram a apresentar melhorias espetaculares em suas vidas, inclusive à cura de doenças consideradas incuráveis pela medicina.

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No Brasil, a doutrina chegou junto com os primeiros imigrantes japoneses, em meados da década de 30. Sua expansão entre os brasileiros ocorreu graças ao notável trabalho dos irmãos Daijiro e Miyoshi Matsuda, tendo este último construído a primeira Academia de Treinamento Espiritual da América Latina, localizada atualmente na cidade de Ibiúna-SP.

Na Bahia, se destacam os nomes de Moema Cardoso e Ilona Noguerol Fernandez, dentre outros de igual importância, que figuram como os pioneiros da divulgação deste ensinamento, sob a tutela do Prof. Moritoshi Hiramine.

2) FUNDAMENTOS:

A doutrina da Seicho-No-Ie se baseia em duas Verdades fundamentais, conhecidas como Verdade Vertical e Verdade Horizontal. São elas, respectivamente:

O homem é filho de Deus;

Tudo o que acontece ao nosso redor é reflexo de nossa mente.

Assim, pela filiação divina já apregoada por Jesus Cristo quando ensinou o Pai Nosso, o homem é isento de pecado, doença e morte, uma vez que Deus não criou estas coisas.

Entretanto, vemos pessoas cometendo atrocidades, adoecendo e morrendo. Como isso ocorre? Pela projeção de imagens (pensamentos) errôneos, que acreditam na existência de coisas inexistentes, i. e., que não foram criadas por Deus.

A Seicho-No-Ie não admite a existência do mal, uma vez que Deus é bem, é amor, e não poderia criar algo que se contrapusesse a Ele. Se isso acontecesse, Deus não seria um Ser perfeito e onipotente, mas sim um Ser contraditório e imperfeito.

Sendo o homem filho de Deus, sua Imagem Verdadeira também é perfeita, não havendo um só ser humano cruel ou perverso.

O movimento Seicho-no-iê foi iniciado por Taniguchi Masaharu, nascido a 22 de novembro de 1893, na Vila de Karasuhara, município de Kobe, no Japão. Devido à pobreza de seu lar, foi educado por seu tio, de maneira severa. Seu temperamento era retraído e entregava-se à leitura com avidez. Começou a sentir desgosto pela vida e a maldizer a sociedade. Já adulto, teve vários casos de amor, a tal ponto que sua consciência dolorida não o deixava dormir.

Contraíra doenças venéreas e pensava tê-las transmitido a uma menina, sobrinha de um chefe seu. Somente sua auto-sugestão de que não existia doença o tranqüilizou, curando-o da insânia e aliviando sua consciência por um período de tempo. Depois de terminar a escola secundária, apesar da oposição de seus pais adotivos, inscreveu-se na Faculdade de Literatura Inglesa da Universidade Waseda, em Tóquio. Alimentava então idéias pessimistas sobre a vida, e procurava uma explicação lógica do mundo e do homem. 

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Taniguchi entregou-se ao estudo teórico e prático das ciências psíquicas que exerciam atração sobre ele e nas quais depositava a confiança de que poderiam salvar espiritualmente o homem e a sociedade. 

Quando a Primeira Guerra Mundial estava no auge, imperava no Japão uma literatura moralizante, espiritualista e nacionalista. Taniguchi dedicou-se novamente à leitura e descobriu uma sutra budista (daizokio), tirando dela o ensinamento fundamental:

"Não existe matéria, como não existem doenças: quem criou tudo isso foi o coração... Segue-se disso que a doença pode ser curada com o coração...".

Este conceito tornou-se fundamental no Seicho-no-iê. 

Em dezembro de 1922 Taniguchi partiu para Tóquio. Escreveu uma dissertação sobre a natureza religiosa do homem, intitulada: Para a Santidade. Estabeleceu os fundamentos da filosofia de Taniguchi: a "Teologia do movimento Seicho-no-iê". Em 1923 escreveu o livro Crítica a Deus, tendo Judas, o traidor, como herói.Leu Tanisho, livro escrito por um discípulo de Shinram que desenvolveu a idéia do Tariki (salvação pela fé). Para Taniguchi as pessoas não precisavam de uma religião que lhes incutisse o medo, mas que trouxesse uma salvação amigável. Deixou influenciar-se pelas teorias de Bergson, pela lei da ação criadora do coração do livro de Holmes Zenwicke (americano), pela vontade de poder de Adler. Assim leu psicologia, espiritismo e estudou a ciência cristã. 

Recebeu a revelação divina (shinsa):

“Não existe matéria, mas existe a realidade”. (jissô)

- ensino básico do Seicho-no-iê.

“Você é realidade, você é Buda, você é Cristo, você é infinito e inesgotável”.

Taniguchi misturou introspecção psicológica e fenômenos psíquicos curando os doentes através da auto-sugestão. Tornou-se um verdadeiro feiticeiro do século XX.

Em 1922, Taniguchi lançou uma revista, denominada Seicho-no-iê. A fama dela aumentou; em junho de 1930, Taniguchi inaugurou uma secretaria de imprensa. Em 1934 estabeleceu a direção do movimento em Tóquio; divulgava a fonte do fluido psíquico que garantia saúde aos amigos. Prometeu que a assinatura da revista garantiria afastar o medo de qualquer mal. Em 1935 começou a imprimir grandes anúncios nos jornais, semanalmente. Lago os assinantes chegaram a trinta mil. Em 1936 registrou o Seicho-no-iê como associação Cultural.

Em 1941 transformou-o em seita religiosa centralizada no "Komio", espécie de deus pessoal ao qual se dirigem orações. Durante a Segunda Guerra, a seita colaborou com os nacionalistas, influenciando os operários das indústrias bélicas e os colonizadores da Manchúria. Depois da guerra, Taniguchi foi expulso pelo general MacArthur; a filha Emiko assumiu a chefia do Seicho-no.iê. 

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Taniguchi escreveu uma obra de 40 volumes: Simei no Jissô (Verdade da Vida) - livro básico do movimento. Tendo início em 1930, como simples movimento filosófico psicológico e cultural para propagar certas verdades, o Seicho-no-iê foi adquirindo aos poucos a conotação de religião. Na década de 1940 o movimento foi registrado como religião pelo governo japonês. É a mais eclética de todas as novas religiões. É uma miscelânea das grandes religiões tradicionais, como o cristianismo, o xintoísmo e o budismo, com psicologia, filosofia, medicina e literatura moderna. Os adeptos são até aconselhados a praticá-lo, continuando em suas religiões de origem. O"Kanro no hou" é utilizado como oração e como amuleto. 

O emblema central do grupo Seicho-no-iê é formado pelo sol, dentro do qual se vê a lua, a cruz suástica, demonstrando a síntese que realizou das grandes religiões. Seicho-no-iê significa abrigo, casa, lar do crescimento, da plenitude da vida, amor, sabedoria, abundância e todos os demais bens em grau infinito. 

Em 1949, o professor Hardmann foi aos Estados Unidos e pediu que Taniguchi Masaharu pudesse desenvolver livremente a sua atividade. A petição estava assinada por americanos de origem japonesa. 

Taniguchi continua sendo a alma do movimento. Em 1963 empreendeu sua primeira viagem de conferências pelo mundo, visitando o Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Suécia, Suíça, França e Itália. Nos Estados Unidos recebeu o título de Doutor em Filosofia do Religious Science Institute. 

Chegou ao Brasil em 1930, com os imigrantes japoneses. Somente depois de 1951 começou a tomar maior impulso, porque suas obras começaram a ser publicadas em português. A sede está na capital paulista desde 1955; há uma Academia em Ibiúna, onde os fiéis se reúnem para o exercício de desenvolvimento espiritual. 

No dia l0 de agosto de 1952, autorizada pela Sede Internacional da Seicho-no-iê, no Japão, foi instituída a Sociedade Religiosa Seicho-no-iê no Brasil, hoje Igreja Seicho-no-iê. Está espalhada principalmente pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Goiás, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Pernambuco. 

As primeiras obras da Seicho-no-iê editadas em português começaram a circular em Goiás por volta de 1970, sendo a principal difusão do movimento a realização de seminários, palestras e conferências por professores de filosofia da Seicho-no-ié. Brasilia já possui sua sede própria em edifício típico do Japão. Em Goiás, o primeiro templo construído foi o de Inhumas, e é dirigido pela comunidade local, sediando assim um importante núcleo. Em setembro de 1981 foi realizado um importante seminário no Ginásio Emmanuel, Goiânia. Os lucros das refeições vendidas foram revertidos para a construção do templo na capital goiana. 

Em Pernambuco, desde junho de 1975 começou a funcionar em Recife o Núcleo Central, com representações em Garanhuns, Caruaru, Olinda e Paulista. O Núcleo Central de Recife ainda é responsável pelos núcleos de Natal (RN) e João Pessoa (PB). 

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Circula entre nós a revista Acendedor, órgão do novo movimento, cuja distribuição é gratuita e sistemática, bem como a de uma espécie de calendário com mensagens estimuladoras e positivas. 

II-DOUTRINAS E REFUTAÇÃO:

O Mal - A Seicho-no-iê é uma das cento e trinta novas religiões do Japão, e sua doutrina resume-se em três principais proposições:  matéria não tem existência real; só existe a realidade espiritual; O mal não existe; é pura ilusão da mente humana; O pecado também não existe; é mera ilusão. 

"Os males não têm existência real; nada mais são que simples sombra de imaginação." "O mal, a infelicidade, a doença, a depressão econômica, apagam-se quando são firmemente negados, porque eles nada mais são do que ilusões falsamente criadas pela morte." "Os sofrimentos nada mais são do que projeções da nossa mente em ilusão" (Convite à Prosperidade, p. 16, 27 e 71). 

A saída para evitar o mal é meditar sobre a verdadeira realidade, que é perfeita; o espírito pode dominar o material e mudá-lo. Não só Taniguchi mas qualquer pessoa é potencialmente Buda e Jesus. 

Se o mal é realmente uma ilusão, como explicar os terríveis acontecimentos à nossa volta? Deus é bom. Será ele responsável pelo mal que acontece no mundo? Além de a realidade demonstrar que existe o mal, a doutrina da Seicho-no-iê é antibíblica. Desde o princípio da criação o bem e o mal estão presentes (Gên. 2:9). Jesus ensinou esse princípio quando contou a parábola dos lavradores maus; ela nos mostra que o mal está dentro do coração do homem. O mal é uma oposição deliberada contra Deus: é seguir nosso próprio caminho sem tomar conhecimento de que somos filhos de Deus. 

Paulo nos ensina que a nossa luta neste mundo é contra o mal, que quer dominar nossa vida (Rom. 7:15-25; II Cor. 5:1-l0; Ef. 6:12; 1Cor. 15:50). Malaquias profetizou que há um julgamento para os que praticam o mal (Mal. 3). Os outros profetas também falaram contra o mal. João Batista pregou que o machado está posto sobre os que praticam o mal (Mat. 3 : l0). 

"Dizer que o mal é uma ilusão é contradizer não somente a Bíblia, que é a Palavra de Deus, mas também ignorar a experiência diária da vivência dos homens em sociedade.'' 

1 - O Pecado:

- Na revista Acendedor, nº 75, p. 36, há o artigo "O Pecado Não Existe", da autoria de Taniguchi. Tal afirmação não tem fundamentos, pois é anticientífica, anti-social, sem lógica. Qualquer pessoa racional, de bom senso, observa através da

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história que alguma coisa está errada com o homem. Não somente os religiosos, mas também os psicólogos e sociólogos admitem o erro que existe no homem e que perturba o seu ajustamento consigo mesmo e com os outros.

A Bíblia chama esse erro, esse desvio, de pecado, corrupção, iniqüidade, em contraste com Deus, santo, puro, verdadeiro. "Por um homem entrou o pecado no mundo"" (Rom. 5:12). Trouxe morte física e espiritual (Gên. 2:15-17; Rom. 5:12, 23; Ef. 2:1-3). O pecado domina o homem (Rom. 7:19,20). Cristo morreu pelos nossos pecados e salva o homem dos pecados e da condenação (II Cor. 5:21; 1 Ped. 2:24; Rom. 5:1-11). A Seicho-no-iê não admite o pecado mas fala em culpa, crime, perdão, purificação, mácula, aprimoramento, preguiça, maldade, desgraça, calúnia. Diz que não existe doença, mas prega a cura! 

2 – Doenças:

- As doenças não existem; a dor não é real, porque a matéria não tem existência real. As formas físicas, materiais, não passam de sombras da luz celeste a refletir-se sobre a terra. Tudo o que acontece no mundo material é reflexo da mente. "O como carnal não sente dores porque não é matéria" (Acendedor, n.° l10, p. 7). "Como Deus não criou a doença, a doença não existe." "De agora em diante não existirá mais nenhum sofrimento, nenhuma tristeza, nenhuma decepção e nenhum desapontamento" (Convite à Prosperidade, p. l6).

A Seicho-no-iê ensina que os seguidores precisam controlar suas mentes. O homem deve procurar sua própria felicidade, mentalizando-a. A própria ciência já fez descobertas extraordinárias: Não somente o homem e os animais sentem dor, mas também as plantas. A Seicho-no-iê prega que "se por acaso a vida apresenta um estado de imperfeição, está doente, significa que você não está contemplando mentalmente a vida de Deus que habita em seu íntimo" (Convite à Prosperidade, p. 53). Nos capítulos11 e 12 de II Coríntios, Paulo descreve o seu sofrimento por amor a Cristo: açoitado pelos judeus; apedrejado; naufragou; em perigo; sentiu dores. Pediu ao Senhor que o livrasse do espinho na carne (sofrimento), mas Deus lhe respondeu: "A minha graça te basta" (II Cor. 12:9). A experiência de Paulo, de Jó e de outros servos de Deus mostra claramente que as doenças não são uma ilusão da mente da pessoa e sim uma realidade. O próprio Jesus Cristo sentiu a dor e o sofrimento em sua carne e pediu que Deus passasse dele esse cálice. A própria experiência humana, fora dos limites da Seicho-no-iê, atesta a realidade da doença, da dor e do sofrimento; em sã consciência, ninguém pode nega-los.

Os cristãos, entretanto, sabem enfrentar a dor, o sofrimento, a morte, a doença, com dignidade, sabendo que "todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus"(Rom. 8:28).Se não existisse a doença, como a Seicho.no.iê prega curas milagrosas através de seus livros e revistas? 

3 - O Homem:

- Para a Seicho-no.iê todos os homens são filhos de Deus: os ladrões, os assassinos, os terroristas. O homem é bom. Sem o homem Deus não pode manifestar-

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se. O homem é puro e perfeito. Como filho de Deus o homem também é Deus. O homem se eleva à condição de Deus pela libertação da consciência do pecado. Não existe matéria, nem carne, nem corpo.

Cristo chamou os fariseus de sua época de filhos do Diabo (João 8:44). Paulo falou em filhos de Deus e filhos do Diabo (At. 13:10). Somente é filho de Deus aquele que recebe a Cristo pela fé (João 1:11, 12). O homem é tão bom que está se destruindo, um ao outro; está destruindo o mundo que o rodeia; está destruindo os animais. Os sociólogos estão desiludidos e não sabem encontrar a resposta para tantos problemas existentes entre os homens. Vemos que o homem sem Deus é uma tragédia total! A Seicho-no-iê diz que o homem é imortal. Não admite a realidade da velhice. Entretanto, o envelhecimento do próprio Taniguchi, com mais de 90 anos de idade, e de todos os seus seguidores, prova a falácia dos seus ensinamentos, sua inconsistência, a incoerência de suas teorias, a ilusão (isso sim) de suas verdades.

4 - Deus:

- A Seicho-no-iê tem a ousadia de criticar o Pai Nosso. Diz que os cristãos têm por anos e mais anos repetido o Pai Nosso: "...seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu", mas tal não se realiza porque o céu não está acima das nuvens nem no mundo das três dimensões; o céu está no íntimo transcendental, aqui e agora (Convite à Prosperidade, p 17)_ o que se deve é mentalizar o céu para que seja encontrado pelas pessoas. Na literatura da Seicho-no-iê não se tem uma noção clara sobre Deus. Ele é panteísta, uma vez que se encontra em cada pessoa, em cada coisa deste mundo.

A Bíblia apresenta um Deus pessoal. Ele criou o homem à sua imagem e semelhança; uma das semelhanças é ser pessoal. A Bíblia ensina que Deus é transcendente, está além do mundo material (Is. 57:15). Deus não habitou no interior de Hitler, Stalin, Mussolini e outros homens perversos. Deus habita no interior dos contritos, humildes, daqueles que dão lugar a seu Espírito. 

5 - A Bíblia:

- A Seicho-no-iê não dá qualquer relevância à Bíblia. Cita-a de maneira vaga e parcial, sem identificação e fora de contexto, sem qualquer exegese, interpretação ou explicação; utiliza alguns textos para favorecer a seita. A regra de fé e prática da Seicho-no-iê são os escritos de Taniguchi. Para a Seicho-no-iê, por ser um livro divino, a Bíblia é o mais humano dos livros. Para nós, cristãos, a Bíblia é um livro milenar. Sua formação foi encerrada há dois mil anos. Há muitas provas de sua inspiração divina: uma delas é o tempo de sua duração; a transformação que tem causado na vida de milhares de pessoas; sua indestrutibilidade. Deus disse tudo o que queria num único livro. A Seicho.no.iê já tem 300 obras escritas mas ainda não disse tudo. Não há comparação entre a Bíblia e a literatura dessa seita. 

6 – Cristo:

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- Taniguchi já afirmou que sua religião é superior ao cristianismo porque opera maiores e mais milagres do que Crista. Sente-se com autoridade para interpretar as palavras de Cristo segundo suas próprias convicções. Alguns católicos disseram até que compreenderam melhor a doutrina de Crista na Seicho-no-iê.

Taniguchi é mais crido, mais reverenciado, mais citado do que Jesus Cristo. Cristo disse: "Eu sou o caminho", isto é, o único caminho para Deus, para a salvação. A Seicho.no-iê interpreta essas palavras como se cada homem fosse o caminho, a porta da saída de Deus; não tendo Deus outra alternativa para manifestar sua força a não ser pelo homem. A Bíblia nos ensina que Deus tem usado o homem mas não está preso a ele, não depende dele porque é onipotente. Cristo disse que, se os discípulos se calassem, até as próprias pedras clamariam.

Se não existissem mal, não existiria pecado, e o sacrifício vicário de Cristo não teria razão de ser. Cristo veio para salvar os pecadores, como nos ensina a Bíblia (Luc. 19:10; João 3:14, 15; II Cor. 5:21; 1 Ped. 2:24; 1 Cor. 15:3). Cristo, filho unigênito de Deus veio ao mundo para salvá-lo. Morreu, ressuscitou e foi para os céus, para salvar o homem e interceder por ele. 

7 - Milagres:

- Israel Carlos Biork assim se expressou num de seus artigos: "O fato de no Seicho-no.ieísmo haver muitos milagres, não indica que é verdade. Os feiticeiros no Egito fizeram milagres diante de Moisés. Cristo disse que muitas pessoas vão comparecer diante dele e dizer que profetizaram, expulsaram demônios e fizeram muitos milagres, mas Cristo vai dizer que nunca as conheceu. A Bíblia diz que no fim do sistema atual, haveria muitos cristos aparecendo como salvadores da humanidade. E exatamente para isso que o seicho-no-ieísmo diz que existe, mas só apareceu no mundo em 1929. Diz a reportagem: 'Seu objetivo é construir um paraíso terrestre onde não haja uma só pessoa que padeça de sofrimentos ou enfermidades.' Por que o deus do Seicho-no-ieísmo deixou a humanidade mergulhada no sofrimento e na maldade por milhares de anos, para aparecer somente em 1929?

O Deus da Bíblia nunca desamparou a humanidade. Sempre esteve empenhado na sua salvação por meio de Cristo, desde o jardim do Éden, quando o próprio Deus sacrificou um cordeiro para tipificar o Cristo que havia de vir para salvar a humanidade, e que já veio e que salva realmente, não pelos nossos méritos, mas por sua morte vicária." A Seicho-no-iê é uma seita oriental que não entra em conformidade com nossa maneira de pensar e com a nossa maneira de crer. É simplesmente humanista, pensando no aqui e agora; muda os ensinamentos de Jesus; enfatiza o poder de cada pessoa em dominar sua mente, sua vida, sua felicidade.

Conhecemos o poder da mente na saúde física e espiritual do homem; entretanto, é impossível realizar todos os bens anunciados pela Seicho-no-iê. Cristo quer que sejamos sal da terra e que anunciemos a verdade nua e crua. Cristo não mencionou apenas palavras agradáveis e positivas; trouxe também a repreensão, o julgamento. Falou também em cada um levar a sua cruz e segui-lo.

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A Origem da Idéia de Pecado:

Desde que Adão cometeu o pecado original (que constitui o “primeiro encobrimento da natureza divina do homem”), a idéia de pecado está arraigada nas camadas profundas da mente de todo homem carnal. Dos primórdios da humanidade até os dias atuais, existiram somente duas pessoas que tiveram, desde o princípio, a consciência de serem isentos de pecado. Um deles foi Sakyamuni (Buda), que, segundo as escrituras budistas, tão logo nasceu declarou “No céu e na terra, sou o ser supremo!”, e imediatamente caminhou sete passos. O outro foi Jesus Cristo, que chamou a si mesmo de “filho Unigênito de Deus”.

Mas, agora, também conscientizei que sou isento de pecado e que a “humanidade toda é isenta de pecado”, e estou convicto de que transmitir essa Verdade para toda a humanidade é o único caminho correto para conduzi-la à salvação.Por que ocorre a idéia de pecado no ser humano, que é originariamente isento de pecado e impurezas? A idéia de pecado ocorre justamente porque nós, seres humanos, sabemos que originariamente somos isentos de pecado. Um cego de nascença, que nunca em sua vida viu a luz, não tem noção da treva, mesmo estando na treva. Um sapo que nasceu e cresceu num poço estreito e nunca conheceu a liberdade não sentirá a falta de liberdade mesmo que permaneça naquele espaço exíguo.

Numa história de terror intitulado O Monstro da Ilha, o escritor japonês Edogawa Rampo narra a vida de dois seres humanos que, tendo sido levados a uma ilha deserta quando eram ainda bebês e submetidos a uma operação que consistiu em unir toda a extensão das costas de ambos e torná-los um “monstro de duas cabeças, quatro braços e quatro pernas”, ali cresceram e viveram confinados.

Como nunca tiveram contato com outras pessoas, eles pensavam que esse corpo incômodo de “duas cabeças, quatro braços e quatro pernas” fosse o aspecto normal de todo ser humano. Mas um dia, tendo visto o aspecto livre de seres humanos normais, com uma cabeça dois braços e duas pernas, compreenderam pela primeira vez que seu aspecto grotesco não era o verdadeiro aspecto do ser humano, e passaram a sentir profundo sofrimento.

Assim é a idéia de pecado. A conscientização de não estar manifestando o aspecto original perfeito é que constitui a consciência de pecado. Podemos dizer que a consciência de pecado é o gemido da alma do ser humano que busca, sofregamente, exprimir o seu aspecto original perfeito e livre. Comparemos nosso aspecto original à brasa: cobrindo-se as brasas com poeira, lixo etc., levanta-se fumaça. Essa fumaça é comparável à consciência de pecado do ser humano. Não havendo brasa no braseiro, não se forma fumaça; e mesmo havendo brasa, se ela não for coberta por elementos tais como poeira, lixo etc., não se forma fumaça.

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Todavia, a brasa em si não constitui a fumaça, e também os elementos como poeira ou lixo, em si, não constituem a fumaça. O que forma a fumaça é o processo em que a brasa procura avivar-se, queimando os elementos indesejáveis que a cobrem. O mesmo ocorre conosco. Nossa Imagem Verdadeira, em si, é isenta de pecados e ilusões. Portanto, a consciência de pecado não existe no nosso verdadeiro “eu”, do mesmo modo que a fumaça não existe na brasa em si. Contudo, quando a nossa Imagem Verdadeira fica encoberta por ilusões, surge em nós a consciência de pecado para que essas ilusões sejam extinguidas. A fumaça é uma forma de manifestação do poder calorífico da brasa, ou seja, é o processo em que a brasa procura queimar os elementos indesejáveis que a cobrem. Se o poder calorífico da brasa for muito fraco, não se formará fumaça, mesmo que a brasa esteja coberta de poeira. Analogamente, se a Imagem Verdadeira de nossa Vida estiver profundamente adormecida, não surgirá em nós a consciência de pecado. Se o poder calorífico da brasa for muito grande, o lixo que estiver em torno dela queimar-se-á num instante, sem que ocorra a formação de fumaça.

Do mesmo modo, se a Imagem Verdadeira de nossa vida estiver completamente desperta, as eventuais ilusões serão instantaneamente extinguidas, sem que surja em nós a consciência de pecado, e nossa vida se iluminará completamente.

A religião tem a finalidade de avivar a força latente da Imagem Verdadeira da Vida, que é como o poder calorífico da brasa. Quando o poder calorífico da brasa se intensifica, a poeira, o lixo etc., que estão ao redor dela, queimam-se provocando muita fumaça. É compreensível que muitas religiões procurem avivar nas pessoas a consciência de pecado, no intuito de conduzi-las à salvação. Mas, como foi explicado acima, a consciência de pecado é como fumaça, e provocar a formação de fumaça sem se importar com a brasa em si é inverter a ordem das coisas. A fumaça, o dióxido de carbono etc. são uma espécie de gás tóxico. E, quando eles se formam em grande quantidade num ambiente fechado, podem apagar a brasa. O mesmo se pode dizer acerca da consciência de pecado do ser humano.

Muitos religiosos pregam que o ser humano é uma criatura insignificante, um pecador, um ser cheio de perversidade e pecados, por pensarem que, provocando nas pessoas a consciência de pecado – que corresponde à fumaça –, estão ajudando-as a avivarem suas “chamas da Vida”. Para avivar a “chama da Vida” não precisamos provocar o surgimento da fumaça chamada consciência de pecado. Se fizermos com que todos os lixos e poeiras da mente se queimem de uma só vez, a “chama da Vida” passará, imediatamente, a arder com grande intensidade.

Para fazer com que as poeiras e os lixos da mente – as ilusões – queimem-se de uma só vez e a “chama da Vida” passe a brilhar intensamente, é imprescindível procedermos a um eficiente arejamento da mente. Que significa arejar a mente? Significa expulsar de nossa mente todos os gases nocivos e, em troca, absorver oxigênio. Quando aumenta dentro da mente a fumaça chamada consciência de pecado, a “chama da Vida” poderá ou transformar-se numa chama intensa ou acabar sufocada. Se a oxigenação da mente não for eficiente, a fumaça se tornará densa, sufocando a “chama da Vida”; mas, se o arejamento da mente for eficiente, todas as poeiras e lixos

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da mente se queimarão rapidamente, transformando-se em chama ardente que alumia o mundo.

Mas em que consiste esse arejamento da mente que nos possibilita expulsar a fumaça chamada consciência de pecado? Consiste na conscientização da Imagem Verdadeira da Vida; consiste em compreender que o nosso verdadeiro Eu não é tenebroso como uma fumaça negra, como imaginávamos; consiste em compreender que o pecado não constitui o nosso verdadeiro eu, do mesmo modo que a fumaça não é o fogo em si, e deixar que a fumaça chamada consciência de pecado dissipe por si mesma. Se até agora a fumaça chamada consciência de pecado não se dissipava e continuava a nos envolver, era porque nós próprios a mantínhamos conosco, criando uma cortina mental que prendia a idéia de que o pecado faz parte de nós. Essa cortina impedia que a consciência de pecado se dissipasse da nossa mente.

Ao despertarmos para a Verdade de que o homem é originariamente Deus, desfaz-se a cortina mental que nos mantinha envoltos no pecado. Então, volvendo-nos exclusivamente para a nossa Imagem Verdadeira, que é Deus, passamos a ter a mente sempre positiva, alegre e bem arejada. Nossa alma, que estava voltada para o lado do pecado e das ilusões, dá meia-volta e passa a contemplar a Imagem Verdadeira da Vida, que é Deus – a isso se chama de conversão da alma.

Porém, para volvermos a mente para a Imagem Verdadeira da nossa vida, que é Deus, é necessário que tenhamos aversão ao pecado. Aquele que confunde o seu aspecto pecador com a sua Imagem Verdadeira, que confunde o defeito com a virtude e que concede a si mesmo um leviano autoperdão, pensando “Tenho pecados, mas não faz mal”, está confundindo o seu verdadeiro Eu com o seu falso eu. Se surge fumaça de um lugar, é sinal de que ali há fogo; todavia, não devemos confundir a fumaça com o fogo. Não devemos pensar que a fumaça é o fogo em si.

Da mesma forma, não devemos ter a presunção de que nosso aspecto pecador é o nosso aspecto original de filho de Deus. Para avivar o fogo, é preciso expulsar a fumaça. As pessoas não suportam a fumaça. Por isso, quando a fogueira faz muita fumaça, trazem um abano e agitam-no para expulsá-la. Então, a chama se aviva e passa a arder intensamente. O mesmo acontece com o ser humano, quando se intensifica a consciência de pecado.

Se por um lado existem pessoas que são dominadas pela consciência de pecado e não conseguem reagir, por outro lado existem aquelas que possuem acesa na alma a consciência de filho de Deus, e, no caso dessas pessoas, quando a aversão ao pecado chega ao auge, desencadeia-se a conversão e sua alma começa a arder repentina e intensamente, produzindo uma grande chama religiosa. Por que uns sucumbem à consciência de pecado, outros, pelo contrário, reagem a ela e fazem arder em suas almas a imensa chama de fé e alegria? As pessoas que mantêm em seu íntimo, como se fosse uma brasa inextinguível, a firme convicção de que sua Imagem Verdadeira é filha de Deus conseguem reagir à consciência de pecado e fazer arder uma grande chama em sua alma. Mas aquelas cuja convicção de filha de Deus é fraca como uma brasa prestes a se apagar são dominadas pela fumaça chamada consciência de pecado, têm a chama de sua Vida sufocada por essa fumaça e, em desespero, acabam

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sucumbindo. Portanto, os religiosos, cuja missão é salvar as almas humanas, precisam agir com sabedoria ao lidarem com a consciência de pecado das pessoas.

Meu nome é José Carlos Nardy, moro em Jaú – São Paulo e pertenço à Regional SP-BAURU. Tenho 56 anos, sou casado há 34 anos, tenho quatro filhos – sendo três casados, – e quatro netas. Vivia uma vida que até há bem pouco tempo atrás as pessoas poderiam considerar maravilhosa.

Quando jovem sempre fui estudante muito dedicado e consegui formar-me médico na USP de Ribeirão Preto, aos 23 anos, sustentando meus próprios estudos.Nesta época, eu já era casado e tinha 2 filhos. Com muito esforço e dedicação fui me aperfeiçoando na profissão e consegui fazer vários cursos de Oftalmologia em muitos países do mundo e sempre auxiliado pela minha esposa Ana Maria que também formou-se Ortoptista. Conseguimos fazer uma carreira de progresso meteórico. Construímos uma Clínica modelo, com uma clientela e reputação enormes, sendo esta, em outras palavras, o sonho de todo médico Oftalmologista.

No entanto, eu não estava sabendo reconhecer tudo aquilo que Deus estava me dando, não estava sabendo agradecer ao meu progresso científico e também monetário. Não estava conseguindo enxergar que eu era um instrumento de Deus na minha profissão. Em resumo, não estava percebendo como estava sendo egoísta e mal agradecido por tudo que tinha.

Mal agradecido aos meus pais, aos meus colaboradores, a minha família e até aos meus pacientes. Com este pensamento distorcido, comecei até mesmo a questionar porque eu não ganhava o que achava que seria justo pelo tipo de trabalho que eu fazia.Eu estava na ilusão de que trabalhava para mim e não para Deus. Cheguei a acreditar que a minha profissão não me dava a provisão que eu achava que seria merecedor. Com estes pensamentos desencontrados, fatalmente acabei em profunda depressão, praticamente de um dia para o outro. Transformei-me em uma pessoa totalmente amedrontada, assustada, em pânico com o mundo exterior, emocionalmente destroçado, incapaz de executar qualquer tarefa, para não falar de todos os outros sinais e sintomas de uma pessoa sofrendo de depressão grave.Em poucos dias entrei em total desespero e, junto comigo, a minha família. Em duas semanas perdi vinte quilos, não conseguia ver nenhum futuro adiante, estava totalmente incapaz de cuidar da minha própria vida.

Procurei ajuda de padres e religiosos maravilhosos. Fui consultar os melhores terapeutas e psiquiatras, procurei ajuda de meus pais e familiares. Os remédios só faziam piorar a minha situação e, em vez de progredir, o meu desespero foi aumentando porque, sendo médico, sabia que estava caminhando para a morte rapidamente.

Tinha a perfeita sensação de que nem o suicídio, que é muito comum nestes casos, iria acontecer porque sentia estar me desligando deste mundo. Após dois meses sem dormir uma só noite e com pensamentos totalmente degradados e a mente em pânico, milagrosamente lembrei-me de pedir a minha filha Maria Cláudia que me

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indicasse alguém para me ajudar, pois só então lembrei que essa maravilhosa filha era adepta da Seicho-No-Ie.

Era uma quarta-feira, justamente o dia das reuniões da Associação Fraternidade em Jaú. Eu, minha filha e minha esposa fomos à reunião. Já neste primeiro dia, as palavras da Preletora Elenir da Silva Passini foram um conforto muito grande para mim e, a partir daí, fui renascendo. Vivia os dias esperando chegar a data da próxima reunião.

Comecei a comprar e ler os livros que eram alimentos para minha alma.No mês seguinte, em maio de 2003, participei do Seminário do Sucesso em Ibiúna. O Preletor Nangou Taniguchi, da Regional de Bauru, me propiciou uma orientação pessoal com o Prel. Roberto Sakaguchi.

Voltei de Ibiúna uma outra pessoa e, desde então, meu estado mental foi melhorando gradativamente na proporção em que passei a me dedicar à vivência e às práticas da Seicho-No-Ie.

No meu caso, não obtive uma cura milagrosa da noite para o dia, mas cada dia que passava, era melhor que o anterior. Eu sabia que, para apagar do subconsciente experiências errôneas de mais de 40 anos, não ia ser um processo fácil, mas na Seicho-No-Ie eu tinha as ferramentas necessárias para este trabalho.Não só eu mudei para melhor, mas tudo em minha vida e o que me cercava foram mudando espantosamente. Hoje, estou curado e totalmente integrado em todas as minhas atividades.

Em um ano a harmonia em meu lar evoluiu mais do que em vinte anos passados. Fui aprendendo a reconhecer que o que as outras pessoas faziam e pensavam era mais importante do que o que eu fazia e pensava.

O conceito de riqueza e prosperidade foi renascendo de uma maneira mais correta e posso dizer que agora eu sou um milionário e eu não sabia.Milionário de todas as graças e bênçãos que recebemos todos os dias. Pelo meu exemplo muitas pessoas da minha família começaram a se simpatizar, e se interessar pela Seicho-No-Ie e a seguir os ensinamentos do Mestre Masaharu Taniguchi. Uma de minhas filhas, casada há três anos conseguiu sua tão almejada gravidez, após orientação na nossa Associação Local.

Aprendi a agradecer emocionadamente aos meus pais e antepassados, coisa que eu nunca pen-sara em minha vida.

Hoje sou um cristão muito melhor do que eu era antes de conhecer a Seicho-No-Ie. Converso com meus amigos espíritas e entendo melhor o que eles queriam me dizer. Leio a Bíblia e os livros de filosofia com outro enfoque.Com este meu renascimento só poderia ficar um enorme sentimento de gratidão a Deus por ter iluminado o Mestre Masaharu Taniguchi, deixando-nos este ensinamento tão aplicável no dia-a-dia.

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Procuro manifestar esta gratidão neste depoimento, pois sei que não é muito comum os médicos falarem de seus males e terem a humildade de reconhecer que uma filosofia tão maravilhosa como esta pode fazer muito mais do que a medicina tradicional, por isso também manifesto esta gratidão na minha clínica, divulgando os ensinamentos através de revistas e ajudando sempre nossa Associação Local para que mais e mais pessoas venham a conhecer a Seicho-No-Ie e também salvar suas vidas.Divulgar a Verdade, pra mim, é a tarefa mais importante. Quanto mais cedo nos tornarmos conhecedores e praticantes da Verdade menos sofredores seremos, como eu fui. Agradeço a Deus e ao Mestre todos os dias por estar conhecendo, estudando e me dedicando à Verdade; agradeço a minha esposa tão dedicada, aos meus pais e a todos os meus familiares e colaboradores que tanto me ajudaram nos momentos de dificuldades.

Agradeço a todos os Preletores, divulgadores e amigos da Regional SP-BAURU, da qual nossa Associação Local de Jaú faz parte, pela imensa dedicação à Seicho-No-Ie. Desejo que este Movimento de Iluminação da Humanidade cresça cada vez mais, podendo esta Filosofia ser levada ao maior número de lares e pessoas.A todos os que tanto me ajudaram e me ajudam, do fundo do coração o meu mais sincero Muito obrigado.

Assunto: Você é Filho de Deus:

O ser humano é filho de Deus e, portanto, o natural é não adoecer, nem se ferir, nem cair na pobreza. No entanto, neste mundo existem muitas pessoas que sofrem por causa de doença, de miséria e outros infortúnios. Isso porque, apesar de serem filhos de Deus, desconhecem essa Verdade.

Suponhamos que você tenha sido contemplado com um prêmio de 1 milhão de ienes. Essa quantia lhe pertence; mas, se você não souber que foi sorteado e não se apresentar para receber o prêmio, o que acontecerá? É claro que você não poderá gastar esse dinheiro. Mesmo tendo se tornado dono de 1 milhão de ienes, não poderá usufruir seu dinheiro se não souber que ele lhe pertence.

Da mesma forma, apesar de você ser um filho de Deus e, portanto, originalmente perfeito, não conseguirá viver sadio e feliz se não reconhecer sua perfeição inata. Embora você seja dotado de infinita força vital, se não a reconhecer, ela não se manifestará, e você poderá adoecer, sofrer de carência ou passar por outras dificuldades.

Você pode, agora mesmo, tornar-se sadio e próspero. O que o impede de conseguir isso é a postura mental apática de pensar: “Eu não consigo”. Mas você possui também o poder de abandonar pensamentos negativos, tais como: “Não tenho capacidade”, “não consigo” etc., pois é dotado de força infinita.

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Então, que providência você deve tomar? Não adianta pensar insistentemente em afastar as idéias negativas ou pusilânimes, pois isso será como debater-se tentando afastar a escuridão. Pare de lutar contra a escuridão tentando afastá-la. Não perca tempo com essa tolice, não se atenha à escuridão. Basta acender a luz.

Acender a luz na sua vida significa você pensar: “Eu consigo”. Se você estiver doente, não se atenha ao pensamento de “curar a doença”, mas sim cultive a convicção de que você é, por natureza, perfeitamente sadio. E procure passar a viver, agora mesmo, como uma pessoa sadia. Quem é sadio, próspero e feliz não tem fisionomia sombria. Diga palavras alegres, mostre fisionomia alegre e viva agradecendo sempre a Deus. Assim, com certeza você se tornará saudável, será feliz e próspero e viverá em segurança.

Assunto: Várias Questões:

O estado espiritual de cada membro da família influi nos demais, e o conjunto disso produz a atmosfera geral da família. Se um dos familiares for rebelde com o marido ou com o pai, e se estes estiverem irritados por causa disso, a família toda será afetada.

Mesmo que esse marido ou esse pai não expressem verbalmente a irritação, o sentimento reprimido e represado cria uma vibração mental negativa que, embora invisível, se propaga no ambiente doméstico como uma espécie de turbulência e acaba arrastando toda a família para o “redemoinho” de atmosfera negativa. Nessas ocasiões, alguém da família adoece. Sem perceber que a verdadeira causa dessa ocorrência é a atmosfera espiritual negativa que predomina no lar, a família leva o doente ao médico, o qual, após examiná-lo, receita-lhe medicamentos ou recomenda-lhe a cirurgia.

Os médicos observam os sintomas e ministra tratamentos para diminuí-los. Entretanto, os sintomas são conseqüências, e não a causa da doença. A causa está no mundo mental. Pouco adianta fazer tratamentos para abrandar o sintoma — que não passa de conseqüência — sem eliminar a causa. Por exemplo, mesmo que um paciente de câncer seja submetido a uma cirurgia para excisão do tumor, não obterá a cura definitiva enquanto não mudar o seu estado mental, que é a causa primordial. Persistindo a causa mental, o tumor reaparecerá no mesmo lugar ou em outra parte do corpo.

Para que a atmosfera espiritual de um lar seja harmoniosa, é necessário que o chefe de família constitua o núcleo do lar e os outros membros se unam em torno dele respeitando a sua vontade. A atual Constituição do Japão, sob o pretexto de ser democrático, aboliu o tradicional regime familiar, ditando que não há necessidade de todos os familiares agirem em conformidade com a vontade do chefe de família, podendo cada qual agir como quiser. Mas, desse modo, é impossível conseguir a harmonia espiritual da família como um todo. Se os membros de uma família não aceitarem o controle da personagem central e cada qual,

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pretextando a própria liberdade, fizer o que bem entender, essa família será como um câncer, doença em que as células de uma parte do organismo se multiplicam de modo descontrolado. Com essa multiplicação desordenada de células, o corpo todo enfraquece e o paciente acaba morrendo. De acordo com a recente estatística sobre a taxa de mortalidade dos japoneses depois da Segunda Guerra Mundial, a principal causa do óbito é o câncer. Podemos interpretar esse fato como uma das conseqüências da atmosfera reinante em muitos lares: pela “democratização” do ambiente familiar, as pessoas deixaram de manter-se unidas em torno do chefe de família, chegando a ignorá-lo. Essa situação cria um “nódulo mental” na atmosfera espiritual do lar, que acaba se manifestando concretamente no corpo de algum membro da família sob a forma de um tumor.

Dissipe as nuvens da ilusão e alcance o “céu azul” espiritual:

No caso de haver no mundo mental da família atritos e conflitos psicológicos ou iras reprimidas, é preciso restabelecer logo a harmonia espiritual do lar. Caso contrário, esses atritos, conflitos e iras reprimidas acabam se concretizando sob a forma de alguma doença. Isso é comparável ao fato de que os vapores d’água acumulados na atmosfera, embora invisíveis, num determinado momento tomam a forma de cristais de neve e surgem de modo concreto.

Para que a “congestão espiritual” formada no mundo mental não tome a forma concreta de uma doença e se manifeste no corpo, é essencial dissipar as névoas de sentimentos negativos e fazer com que se revele o “céu azul” espiritual. Para que a mente seja tomada inteiramente pelo claro e luminoso “céu azul” espiritual, devemos praticar a Meditação Shinsokan, para que os nossos sentimentos e pensamentos sejam absorvidos por Deus. Quando nossa mente se funde com a mente de Deus, nossa Vida se preenche de paz, harmonia e segurança e então nenhuma doença nos acomete.

Onde se encontra a felicidade do ser humano?

Todo ser humano possui, desde o princípio, o desejo de ser feliz. Mas, afinal, em que consiste a felicidade humana? Na prosperidade material? Sabemos que não, pois mesmo nas famílias ricas existem muitas pessoas infelizes, havendo até casos de suicídio. Em contraposição, há pessoas que, mesmo não tendo nenhum bem material, sentem-se felizes, e um exemplo disso é o filósofo grego Diógenes, que morava num barril, não adulava os ricos e poderosos, era completamente livre e sentia-se feliz. Dizem que, certo dia, o rei Alexandre Magno — que ouvira a fama desse filósofo — foi vê-lo e lhe disse:

“Diga o que queres, e eu o atenderei, seja qual for o seu desejo”. Então, Diógenes respondeu: “Só desejo uma coisa, Majestade. Eu estava desfrutando a luz do Sol até o momento em que Vossa Majestade se colocou diante do meu barril, fazendo sombra. Por favor, não obstrua a luz do Sol. Este é o meu único pedido”. Mesmo morando num barril e não possuindo nenhum outro bem material, ele era livre e feliz.

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Fazendo comparação entre esse filósofo e as pessoas que, mesmo sendo ricas, sentem-se infelizes e acabam se suicidando, percebemos que a felicidade do ser humano não depende de bens materiais.

Não se pode construir o reino de Deus neste mundo apenas com o progresso material:

Não são necessariamente felizes as pessoas nascidas num país rico que se encontra na vanguarda do progresso científico. Nas grandes cidades, cada vez mais industrializadas, o trânsito caótico provoca muitos acidentes e, segundo estatísticas, o número de vítimas num ano passa de 10 mil e é incontável o número de feridos. Dizem que o total de soldados americanos mortos nos doze anos da Guerra do Vietnã foi de aproximadamente 46 mil, e isso nos leva a concluir que a “guerra” no nosso trânsito infernal produz muito mais mortos e feridos no mesmo espaço de tempo.

É difícil saber se a civilização traz felicidade ou infelicidade aos seres humanos. A humanidade criou um “gigante” chamado civilização, mas acabou perdendo o controle sobre ele. Hoje, o ser humano não consegue deter o avanço desse “gigante” que vem provocando muitos problemas, destruindo a beleza do mundo natural, poluindo o ar com gás sulfuroso, aumentando cada vez mais a ocorrência de acidentes de trânsito etc. Apesar disso, a humanidade insensata parece estar colaborando para o perigoso avanço desse “gigante monstruoso”, o qual produziu bombas nucleares e colocou a espécie humana sob o risco de extinção.

Tudo isso é conseqüência do fato de a humanidade buscar avidamente a riqueza material. Com referência aos que procuram alcançar a felicidade por meio de progresso material, a Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade diz: “Aquele que procura alcançar o Reino de Deus na matéria é um perseguidor de ilusões e não consegue edificar jamais o Reino de Deus”.

Se queremos construir o Reino de Deus neste mundo, devemos nos lembrar das palavras que Jesus Cristo disse a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”. “Nascer de novo” significa alcançar o despertar espiritual e libertar-se da visão materialista a respeito do ser humano, conscientizando-se de que o ser humano é filho de Deus. É o renascimento no nível da consciência, do homem-matéria para o homem espiritual. Quando a pessoa toma consciência de si própria como um ser espiritual, deixa de cair na ilusão de que é possível alcançar a felicidade por meio de satisfação material. Somente com o aumento do número de pessoas conscientes da natureza espiritual do ser humano, o “gigante” chamado civilização deixará de matar as pessoas por meio de acidentes automobilísticos, guerras etc. e se tornará um “campo fértil” para o florescimento da verdadeira prosperidade e da cultura de cunho espiritual.

O nosso Movimento de Iluminação da Humanidade tem como objetivo promover a recuperação moral das pessoas, conduzindo-as ao despertar espiritual, e deter o avanço do “veículo” chamado materialismo, que vem atropelando a humanidade

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O Estado Mental Se Manifesta no Corpo:

O ser humano consegue mostrar seus sentimentos por meio de pequenas mudanças de atitude ou de expressão fisionômica. Isso porque a mente age sobre o corpo. E, como a ação mental é, em geral, comum a todas as pessoas, os sentimentos de cada uma são transmitidos aos outras.

É evidente, pois, o seguinte fato: a mente faz ocorrer determinadas alterações no corpo carnal. Já se sabia, desde os tempos antigos, que a mente influi no corpo e provoca alterações; mas devemos saber, concretamente, que diferentes tipos de alteração ocorrem em conformidade com determinadas ações mentais. Por exemplo, se são suscitados na mente pensamentos tristes, surgem lágrimas nos olhos. Existem casos em que o corpo manifesta a tristeza não apenas por meio de lágrimas, mas também por meio de outros “líquidos” produzidos no corpo, tais como suor, urina etc. Isso significa que, às vezes, a tristeza se manifesta sob a forma de doenças que causam suor noturno, doenças renais etc. Em se tratando de uma criança, a tristeza pode se manifestar sob a forma de enurese (fazer xixi na cama), e esse fato tem sido constatado freqüentemente.

Tem mais: quando a pessoa mantém represada a tristeza dentro de si, pode contrair doenças que se caracterizam pelo acúmulo de líquido na pleura ou no peritônio. Portanto, para curar tais doenças é preciso eliminar a tristeza, que é a sua causa. Ou seja, é essencial o esforço para viver o dia-a-dia com pensamentos alegres e agradáveis e sentimento de gratidão.

É comum ocorrer a cura da doença quando a pessoa tem fé religiosa. Um dos fatores é o poder da convicção: “Sei que vou me curar. Deus há de me salvar”. Outro fator é a serenidade mental que a fé propicia ao paciente. Sua mente se acalma, preenche-se de alegria e esperança, eliminando as vibrações mentais de tristeza, raiva etc.

Manifestam-se no corpo também os efeitos dos acessos de raiva, de hostilidade etc. — sentimentos “explosivos”, opostos à tristeza, que se caracteriza pela introversão. Quando ocorrem com muita freqüência, esses acessos podem provocar doenças sérias. A cólera faz o sangue subir à cabeça, e por isso costuma-se dizer que “fulano ficou vermelho de raiva”. O fato é que pessoas que se encolerizam facilmente tendem a sofrer de hipertensão.

Os animais, na iminência de lutar contra um inimigo, param de comer, fazem o seu corpo aumentar a tensão arterial de modo que o sangue circule bem por todo o corpo, e então partem para o ataque. No caso deles, a necessidade de lutar faz subir a tensão arterial. O organismo do animal faz com que o sangue que irriga o aparelho digestivo seja parcialmente “desviado” para os músculos para favorecer a corrida e a luta. Por essa razão, nessa circunstância a função digestiva se interrompe automaticamente, e o animal fica sem apetite.

Essa é uma alteração física que ocorre num momento de ira ou diante de um inimigo. Mas, no caso do ser humano, mesmo ao sentir muita raiva de alguém, é raro

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partir para a luta corporal. Muitas vezes, a raiva fica fervilhando dentro da pessoa durante muito tempo. Em conseqüência, a alteração física suscitada pela raiva também persiste, e a pessoa sofre de hipertensão crônica. Além disso, pode também passar a apresentar outros distúrbios, tais como disfunção gástrica, taquicardia etc.

Em qualquer dos casos, o paciente melhora rapidamente quando deixa de se irritar, de se entristecer ou de hostilizar os outros e passa a cultivar a serenidade mental.

Todo Ser Humano Possui um Dom Concedido por Deus - Masaharu Taniguchi:

Todos os homens são filhos de Deus; portanto, cada pessoa recebeu dEle um dom peculiar. O pintor Kiyoshi Yamashita era considerado uma pessoa com acentuado déficit intelectual, mas sobressaiu-se no campo da pintura após ser descoberto pelo médico Ryusaburo Shikida, que o incentivou e orientou para fazê-lo manifestar o dom recebido de Deus. Mesmo uma pessoa aparentemente deficiente como ele, ao vir a este mundo pelo poder de Deus, recebeu algum dom específico que só pode ser manifestado por ele.

Havia numa escola um menino que ia mal em todas as matérias. Mas o professor, observando-o atentamente, viu que o garoto era extremamente hábil em apontar lápis e percebeu que ele tinha talento para talhar madeira. Passou, então, a orientá-lo de modo a desenvolver esse dom. Assim, com o passar dos anos, esse aluno desenvolveu cada vez mais esse dom e, posteriormente, tornou-se um escultor famoso.Muitas pessoas se conformam com o resultado atual do seu desempenho pensando: “Meu talento inato se resume a isso”. Desse

modo, não se empenham em desenvolver o dom que Deus lhes concedeu e passam a vida na mediocridade. É realmente lamentável.

Se você, leitor, deseja se tornar uma pessoa útil ao país, à sociedade e ao mundo, precisa abandonar a mentalidade medíocre de se contentar com seu desempenho atual. Antes de mais nada, pense com firme determinação: “Sendo filho de Deus, não devo permanecer no atual nível. Até agora, eu me autolimitava deixando de manifestar a capacidade infinita que Deus me concedeu. Querer é poder. Meu erro consistia em permanecer acomodado. A partir de agora, vou me empenhar ao máximo em desenvolver minha capacidade”. Mesmo que você, no nível teórico e dogmático, saiba que o ser humano é filho de Deus, se não tomar a firme decisão de manifestar essa natureza original e colocá-la em prática, de nada adiantará. Isso é comparável a ter uma semente valiosa, mas não tomar a atitude concreta de preparar a terra, plantar essa semente e propiciar a sua germinação.

Uma vez tomada a decisão de realizar um trabalho que será o empreendimento de sua vida, você deve avançar para a meta com fé inabalável e muita persistência. Por mais impetuosa que seja uma queda-d’água, se ela durar apenas uma hora, não conseguirá desgastar um rochedo. Mas, como diz o provérbio: “Água mole em pedra

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dura tanto bate até que fura”, gotas de água que caem incessantemente sobre uma rocha ao longo de muitos anos acabam furando-a. Seja qual for o seu dom, você não conseguirá desenvolvê-lo esforçando-se apenas um dia, dez dias ou um mês.

A persistência é essencial. Mesmo que, no início, a manifestação do seu dom seja quase insignificante, persista no esforço de desenvolvê-lo, todos os dias. Decorrido algum tempo, ele se manifestará em toda a sua grandiosidade. Certamente, você sabe que nenhuma planta cresce tão rápido a ponto de ser possível perceber o seu desenvolvimento enquanto você a observa, mas, ao ser vista depois de algum tempo, ela apresenta um crescimento surpreendente. O mesmo acontece com o desenvolvimento do seu dom.

O resultado do esforço de um dia pode ser imperceptível, mas o fato é que ocorre desenvolvimento proporcional a esse esforço. Se você se esforçar todos os dias persistentemente, é certo que, decorridos alguns anos, constatará um extraordinário desenvolvimento de sua capacidade. Com tenacidade, avance rumo ao seu objetivo. Complete cada etapa com diligência e esforço e siga em frente. Quando você avança resolutamente, os outros são estimulados por sua energia, da mesma forma que as folhas rodopiam com a passagem de uma rajada de vento. Se você mantiver a sua determinação, a sua obstinação em relação ao objetivo e o seu esforço em alcançá-lo, com certeza o dom recebido de Deus se manifestará plenamente e você conseguirá realizar um grande empreendimento que beneficiará a humanidade.

Não diminua nem limite a própria capacidade considerando-se um “ser insignificante”. Todo ser humano é filho de Deus. Deus-Pai, com sua Sabedoria infinita, gerou cada pessoa como um “canal” de expressão peculiar. Você, como todos, é “canal” da manifestação da Sabedoria de Deus. Portanto, é um ser maravilhoso. Sua vida tem sentido, sua existência é valiosa. A sabedoria que existe em você é intrinsecamente ligada à Sabedoria divina que criou o Universo. Louve a sua essência divina, abençoe a si próprio. Agradeça a Deus e a seus pais, que lhe deram a maravilhosa Vida. Espero que você corresponda ao objetivo que Deus o enviou a este mundo, esforçando-se todos os dias para manifestar sua grandiosa capacidade que Ele lhe deu.

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