PEDRO E O LOBO

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PEDRO E O LOBO Há mais de cem anos atrás, en algum lugar na Rússia, vivia o Pedro com o seu avô, numa casa cujo quintal dava para um imenso bosque verde. Do quarto do Pedro via-se esse bosque, que se estendia até muito longe, para depois começar uma misteriosa floresta. Certa manhã, bem cedinho, ainda com os primeiros raios de luz entrando pela janela do quarto, Pedro acorda e veste-se, rapidamente, ansioso para ir brincar lá fora. A casa do avô tinha um quintal nos fundos e nesse quintal existia uma árvore gigante que Pedro adorava subir. Uma parede alta, feita de pedra, com um forte portão de metal, separava o quintal do bosque e protegia Pedro dos perigos da floresta. Assim que se acabou de vestir, Pedro correu para o quintal para subir na sua árvore favorita. De cima da árvore podia- se ver, no meio do bosque, um pequeno lago cristalino. E Pedro pensou como deveria ser divertido correr, cantar e brincar pelo bosque. O Avô avisou Pedro várias vezes para que não fosse brincar no bosque, mas Pedro não tinha medo dos animais perigosos que viviam na floresta e decidiu ir à mesma. Abriu o portão de ferro e correu para o bosque a cantar uma canção. Passado certo tempo pareceu ouvir alguém também cantando. Era um passarinho, a assobiar , enquanto voava, graciosamente, pelo céu. “Olá passarinho” disse Pedro. “Está um dia maravilhoso, não está?”. Pedro estava muito contente por ter alguém com quem cantar. Foram cantando os dois enquanto se aproximavam do lago luminoso. No lago estava nadando um gorducho pato amarelo. O pato e o pássaro começaram de imediato a discutir qual dos dois seria uma verdadeira ave. “Que espécie de ave é você que não consegue voar?” disse o pássaro. “Que espécie de ave é você que não consegue nadar?” respondeu o pato. Continuaram nessa discussão sem prestar atenção ao que se passava ao redor. Pedro, no entanto, estava atento, e reparou que o seu gato acabara de pular o muro e já se encontrava no bosque. Vinha se aproximando, sem tirar os olhos do pássaro, enquanto pensava no almoço. A distância entre o muro que circundava o quintal e o lago não era muita e rapidamente o gato chegou perto do passarinho e quando se preparava para abocanhá-lo, Pedro

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PEDRO E O LOBO

Há mais de cem anos atrás, en algum lugar na Rússia, vivia o Pedro com o seu avô, numa casa cujo quintal dava para um imenso bosque verde. Do quarto do Pedro via-se esse bosque, que se estendia até muito longe, para depois começar uma misteriosa floresta. Certa manhã, bem cedinho, ainda com os primeiros raios de luz entrando pela janela do quarto, Pedro acorda e veste-se, rapidamente, ansioso para ir brincar lá fora. A casa do avô tinha um quintal nos fundos e nesse quintal existia uma árvore gigante que Pedro adorava subir. Uma parede alta, feita de pedra, com um forte portão de metal, separava o quintal do bosque e protegia Pedro dos perigos da floresta.Assim que se acabou de vestir, Pedro correu para o quintal para subir na sua árvore favorita. De cima da árvore podia-se ver, no meio do bosque, um pequeno lago cristalino. E Pedro pensou como deveria ser divertido correr, cantar e brincar pelo bosque. O Avô avisou Pedro várias vezes para que não fosse brincar no bosque, mas Pedro não tinha medo dos animais perigosos que viviam na floresta e decidiu ir à mesma. Abriu o portão de ferro e correu para o bosque a cantar uma canção. Passado certo tempo pareceu ouvir alguém também cantando. Era um passarinho, a assobiar , enquanto voava, graciosamente, pelo céu. “Olá passarinho” disse Pedro. “Está um dia maravilhoso, não está?”. Pedro estava muito contente por ter alguém com quem cantar. Foram cantando os dois enquanto se aproximavam do lago luminoso. No lago estava nadando um gorducho pato amarelo. O pato e o pássaro começaram de imediato a discutir qual dos dois seria uma verdadeira ave. “Que espécie de ave é você que não consegue voar?” disse o pássaro. “Que espécie de ave é você que não consegue nadar?” respondeu o pato. Continuaram nessa discussão sem prestar atenção ao que se passava ao redor. Pedro, no entanto, estava atento, e reparou que o seu gato acabara de pular o muro e já se encontrava no bosque. Vinha se aproximando, sem tirar os olhos do pássaro, enquanto pensava no almoço.

A distância entre o muro que circundava o quintal e o lago não era muita e rapidamente o gato chegou perto do passarinho e quando se preparava para abocanhá-lo, Pedro gritou “Cuidado!”, o pássaro voou e posou em um dos galhos da árvore gigante do Pedro.

“O que você está fazendo aí fora no bosque?” perguntou o avô ao Pedro. “Eu já te avisei várias vezes que o bosque não é um bom lugar para brincar. Existem muitos animais perigosos lá no fundo da floresta. Quer ser comido por um deles?”. Pedro não tinha medo desses animais perigosos , mas o avô o trouxe de volta ao quintal e fechou o portão de ferro.

O avô tinha acabado de fechar o portão de ferro quando surgiu um lobo da floresta. O gato entretanto cochilava no bosque. Sabia que não valia à pena subir na árvore

para pegar o pássaro porque este facilmente voaria para outro lado. O Lobo ia aproximando-se cada vez mais. O pássaro viu o Lobo e começou assobiar alto de

forma que pudesse avisar o gato e o pato. O gato acordou e num sobressalto subiu em uma árvore para se salvar. O Pato começou a grasnar de tal maneira com medo que saiu do lago e começou a correr em direção ao portão de ferro que protegia o

quintal. O pato correu o máximo que conseguiu mas o lobo era mais veloz e engoliu

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o pato de uma vez só. Pedro, que assistiu a tudo isto, começou a subir na árvore do quintal. Levou consigo uma corda no ombro, com intenção de usá-la para apanhar

o lobo. Quando chegou ao galho que atravessava o muro em direção ao bosque começou a percorrê-lo. Chegando na ponta do galho, Pedro pediu ajuda ao pássaro, para que distraísse o lobo enquanto preparava a armadilha. O passarinho disse que

iria ajudar, porque Pedro salvou sua vida mais cedo, pela manhã.

Voou direto para o nariz do lobo e quando o lobo se preparava para abocanhá-lo , o passarinho desviou o caminho e o lobo mordeu o ar. Continuou neste jogo

enquanto Pedro preparava a corda. Atou uma ponta da corda ao galho e soltou a outra ponta com um laço.

Com a ajuda do passarinho Pedro rapidamente laçou o lobo e começou a chamar os caçadores. Os caçadores surgiram rápidamente, apontando as armas para o lobo quando, Pedro começou a chorar, dizendo “Não, não o matem”. Vamos levar o lobo

para um jardim zoológico para que todos possam vê-lo”. Os caçadores concordaram. Pedro foi na frente, como uma verdadeira procissão

pela cidade, a caminho do Jardim Zoológico. Atrás vieram os caçadores com o lobo preso e o avô, contente e preocupado ao mesmo tempo, porque poderia ter acontecido o pior. Por cima de todas as cabeças voava o passarinho, feliz e

orgulhoso, por terem apanhado o lobo.