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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia de Construção Civil ISSN 0103-9830 BT/PCC/300 Pedro Kopschitz Xavier Bastos Maria Alba Cincotto São Paulo – 2001 RETRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PROPRIEDADES MECÂNICAS DE ARGAMASSAS MISTAS DE REVESTIMENTO

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Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP

Departamento de Engenharia de Construção Civil

ISSN 0103-9830

BT/PCC/300

Pedro Kopschitz Xavier BastosMaria Alba Cincotto

São Paulo – 2001

RETRAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DEPROPRIEDADES MECÂNICAS DE

ARGAMASSAS MISTAS DE REVESTIMENTO

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Escola Politécnica da Universidade de São PauloDepartamento de Engenharia de Construção CivilBoletim Técnico – Série BT/PCC

Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra MassolaVice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya AbikoSuplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior

Conselho EditorialProf. Dr. Alex AbikoProf. Dr. Francisco CardosoProf. Dr. João da Rocha Lima Jr.Prof. Dr. Orestes Marraccini GonçalvesProf. Dr. Antônio Domingues de FigueiredoProf. Dr. Cheng Liang Yee

Coordenador TécnicoProf. Dr. Alex Abiko

O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da USP/Departamento de Engenharia deConstrução Civil, fruto de pesquisas realizadas por docentes e pesquisadores desta Universidade.

Este texto faz parte da tese de doutorado de mesmo título, que se encontra à disposição com osautores ou na biblioteca da Engenharia Civil.

FICHA CATALOGRÁFICA

Bastos, Pedro Kopschitz Xavier Retração e desenvolvimento de propriedades mecânicas de argamassas mistas de revestimento / P.K.X. Bastos, M.A. Cin- cotto. – São Paulo : EPUSP, 2001. 12 p. – (Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP, De- partamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/300)

1. Argamassa de revestimeno – Propriedades mecânicas 2. Argamassa de revestimento - Retração I. Cincotto, Maria Alba II. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. De- partamento de Engenharia de Construção Civil III. Título IV. Série

ISSN 0103-9830 CDU 691.53 691.53

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(1) Eng. Civil. Professor Dr. do Dep. de Construção Civil - Faculdade de Engenharia/[email protected].

(2) Química. Drª Pesquisadora Associada do Dep. de Engenharia de Construção Civil e Urbana- PCC/EPUSP. C. P. 61 548 - São Paulo - SP. CEP 05 424 970. [email protected]

5(6802A presente pesquisa aborda a retração e o desenvolvimento de propriedades mecânicas emargamassas mistas de revestimento. Foi estudada a composição de cimento, cal e areia deproporção 1:1:6 em volume, fazendo-se variações no teor de cal. Procurou-se inovar natecnologia que aproxima os experimentos de laboratório das condições reais do revestimento emobra, com ensaios realizados em corpos-de-prova em forma de placas de espessuras 15 e 25 mm.Considerou-se a influência, sobre o desempenho da argamassa, dos fatores: composição damistura, sucção de água pelo substrato, aderência argamassa/substrato, e espessura da camada deargamassa.

Apresenta-se aqui o método de medida da retração no estado fresco, desenvolvido no ,QVWLWXW1DWLRQDO� GHV� 6FLHQFHV� $SSOLTXpHV – INSA/Toulouse, e as condições de ensaio ampliadas naEPUSP para aplicação da argamassa sobre substrato poroso e para a comparação da retração nainterface argamassa/base e na superfície do corpo-de-prova exposta ao ar. Foram tambémrealizados ensaios de retração impedida, medindo-se a deformação dos corpos-de-prova apóscessada a restrição promovida por uma grelha metálica. Os ensaios mecânicos de flexão foramrealizados em placas de dimensões (200 x 75) mm, espessuras 15 e 25 mm, medindo-se odeslocamento no meio do corpo-de-prova, durante o carregamento, para o cálculo do módulo dedeformação.

Os resultados de retração no estado fresco, até 24 horas, ressaltaram a existência de três estágiosde deformações: Primeira Retração, Período de Estabilização, e Segunda Retração. Ao variar-sea composição da argamassa, as maiores alterações no perfil da curva de retração livre ocorreramno valor atingido pela Segunda Retração, que aumentou com o teor de cal.

Quanto às condições de aplicação, a aderência à base, restringindo a retração, impediu aocorrência da Segunda Retração. A sucção de água ocorrida na argamassa aplicada sobre baseporosa resultou em aumento da retração no estado fresco, assim como os valores atingidos pelatensão de tração na flexão na ruptura e pelo módulo de deformação em diferentes idades.

A medida da retração ao longo da espessura da camada de argamassa mostrou uma condição deperda de água, por evaporação e por sucção ao mesmo tempo, segundo a qual a retração ocorrede maneira uniforme nos planos da interface argamassa/base e da superfície exposta. O ensaioem que se liberou a argamassa da restrição pela grelha metálica permitiu observar que oimpedimento da retração por causa da aderência à base ocorre até o vigésimo oitavo dia de idadedos corpos-de-prova.

O conjunto de ensaios da pesquisa mostrou a importância da simulação, em laboratório, decondições de aplicação da argamassa de revestimento em obra.

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$%675$&7This research discusses shrinkage and the development of mechanical properties in mortarsmade of cement, lime and sand - 1:1:6, with varying content of lime. Technology innovationwas sought for in what concerns laboratory tests similar to real rendering conditions. Thus, thetests have been carried out in plaque specimens 15 and 25 mm thick. Besides, factors such asmortar composition, water absorption through the basis, mortar/basis adherence, as well as thethickness of the mortar layer, have been taken into account when analyzing shrinkage and theproperties flexural strength and elasticity modulus.

The method for measuring shrinkage in fresh state has been developed at the ,QVWLWXW�1DWLRQDOGHV�6FLHQFHV�$SSOLTXpHV - INSA/Toulouse; testing conditions have been developed at EPUSP.They concern mortar application on a porous basis and the comparison between shrinkage onmortar/basis and on specimens surface exposed to the environment conditions. Other tests werealso carried out, such as testing of the mortar on restrained shinkage. The strain of the specimenshas been measured after the restraint caused by a metal grid. The mechanical tests has beencarried out in plaques (200 x 75) mm and 15 and 25 mm thick. The displacement in the center ofthe specimen, during loading has been measured, for calculating the elasticity modulus.

The results of shrinkage in fresh state, up to 24 hours, pointed out the existence of three stagesof deformations: ILUVW� VKULQNDJH�� QRQ�GHIRUPDWLRQ� SKDVH�� VHFRQG� VKULQNDJH. The majoralterations in the profile of the curve of fresh state, due to variations in mortar composition,occurred in the value reached by VHFRQG� VKULQNDJH, which increased with lime content.Adherence to the basis was responsible for the restraining of Second Shrinkage. Waterabsorption in mortar applied to bricks caused the increasing of shrinkage in fresh state and thevalues reached by flexural stress and by elasticity modulus.

Measuring shrinkage throughout the mortar layer showed loss of water through evaporation andabsorption according to which shrinkage occurs evenly in the interface mortar/basis and on theexposed surface. Restrained shrinkage has been recorded up to the 28th day of tests, afterrestraining by the metal grid ceased.

The set of testing in the research showed the importance of laboratory simulation of realrendering conditions.

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Há vários anos vem sendo adotada, em centros de pesquisa da França, metodologia de pesquisaem retração e propriedades mecânicas de argamassas de revestimento que procura reproduzir,em laboratório, condições próximas das que são encontradas em obra quanto às condições deaplicação do material e quanto ao formato dos corpos-de-prova. Destaca-se em relação ao temado presente trabalho:

- o desenvolvimento do equipamento que permite registrar as deformações de uma camadaúnica de argamassa no estado fresco, por DÉTRICHÉ (1977);

- os estudos de retração livre, módulo de deformação dinâmico, resistência à tração direta,tensão de retração e as conclusões sobre relaxação de tensões devida à microfissuração, deTAMIN (1986), para argamassas industrializadas;

- a técnica de moldagem de uma camada de argamassa sobre uma grelha metálica, para obtero efeito da aderência e impedimento da retração, desenvolvida por OUZIT (1990).

Com o objetivo de estudar propriedades das argamassas mistas de cimento, cal e areia idealizou-se, no âmbito do Departamento de Engenharia de Construção Civil e Urbana da EscolaPolitécnica da USP - PCC/EPUSP, um programa experimental que incluiu alguns dos ensaiosmencionados e procurou inovar em outros. Apresentam-se a seguir resultados de BASTOS(2001), obtidos no ,QVWLWXW�1DWLRQDO�GHV�6FLHQFHV�$SSOLTXpHV - INSA de Toulouse, França, e naEPUSP.

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Os materais de origem francesa compuseram as argamassas com as quais se trabalhou no INSA;os demais foram utilizados nos ensaios da EPUSP (características em ANEXOS).

Cimento: Portland CPJ CEM II/B 32,5 R - norma francesa/européia NF EN 197-1 ��&LPHQW� �3DUWLH�����&RPSRVLWLRQ��VSpFLILFDWLRQV�HW�FULWqUHV�GH�FRQIRUPLWp�GHV�FLPHQWV�FRXUDQWV; e PortlandCP II E 32 - norma ABNT NBR 5732/91- &LPHQWR�3RUWODQG�FRPXP.

Cal: CL 90 - norma francesa NF P15-311�- &KDX[�GH�FRQVWUXFWLRQ���'pILQLWLRQV��VSpFLILFDWLRQVHW� FULWqUHV� GH� FRQIRUPLWp; e CH I - norma ABNT NBR 7175/92 - &DO� KLGUDWDGD� SDUDDUJDPDVVDV.

Areia: areia especificada na norma francesa/européia NF EN 196-1 - 0pWKRGHV� GHVVDLV� GHVFLPHQWV� �� 3DUWLH� �� �� GpWHUPLQDWLRQ� GHV� UpVLVWDQFHV�PpFDQLTXHV (1995) e areia normal do IPT(curvas granulométricas na Figura 16, em ANEXOS).

A composição das argamassas foi determinada a partir da argamassa de referência 1:1:6(proporções em volume), em função da qual foram feitas alterações no teor de cal.

Argamassas de relação água/aglomerantes constante : relações FDO�DJORPHUDQWHV iguais a�����(argamassa 1:1:6),� e ���� e ����� para outras duas composições. As argamassas foramdenominadas: �����, &DO� �� e &DO� ��. Vale mencionar, com o aumento do teor de cal aconsistência das argamassas tornou-se mais seca (composições na Tabela 2, ANEXOS).

Todas as argamassas foram curadas em câmara seca, a 24º C de temperatura e umidade relativade 50%.

Principais casos de aplicação da argamassa estudados ()LJXUD��):

- argamassa aplicada sobre base não absorvente (fundo do molde);

- argamassa aplicada sobre base não absorvente, com grelha metálica sobre o fundo do moldepara obtenção do efeito de aderência;

- argamassa aplicada sobre base porosa (bloco cerâmico - características na Figura 17 e naFigura 18,�em ANEXOS);

- argamassa aplicada sobre bloco cerâmico, papel-filtro e grelha metálica.

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O equipamento de ensaio consiste em molde de aço inoxidável que permite a moldagem deplacas de argamassa de dimensões 150 mm x 400 mm e espessuras de 15 a 25 mm. A retraçãofoi registrada linearmente por dois captores de deformação (precisão 0,001 mm), que seguiram odeslocamento de duas grelhas metálicas envolvidas pela argamassa nas extremidades do molde()LJXUD��).

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Haste

Cola

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A seguir são apresentados resultados, até 24 horas, dos ensaios de argamassas aplicadas emespessura de 15 mm, em que foi medida a retração com os captores a 5 mm do fundo do molde.O registro da retração foi iniciado 15 minutos após o contato dos aglomerantes com a água naargamassadeira.

A curva de retração das três argamassas aplicadas sobre base não absorvente apresentou trêsestágios - Primeira Retração, Período de Estabilização das deformações e Segunda Retração()LJXUD��D). Na )LJXUD��E são indicados os tempos de início e de fim de pega obtidos para apasta de cimento e cal de proporção cimento/cal e consistência iguais às da argamassa 1:1:6. Aposição deste intervalo de tempo permitiu confirmar conclusões de DÉTRICHÉ (1977), paraargamassas cimento/areia: o fim da Primeira Retração coincide com a diminuição dedeformabilidade da pasta, e o início da Segunda Retração se dá com o material no estadoendurecido. A estabilização das deformações é o somatório do efeito de expansão, de origemquímica, provocado pela formação de hidratos, e do efeito da retração por secagem. Depende,portanto, da composição do cimento e das condições de exposição da argamassa.

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(a)

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A )LJXUD�� mostra as curvas de retração até 24 horas das argamassas 1:1:6, Cal 45 e Cal 60.

)LJXUD�����5HWUDomR�QR�HVWDGR�IUHVFR��DWp����KRUDV��GDV�DUJDPDVVDV��������&DO����H�&DO�����DSOLFDGDV�VREUHEDVH�QmR�DEVRUYHQWH��HQVDLR�UHDOL]DGR�QR�,16$��

Ao aumento do teor de cal correspondeu o aumento da retração, principalmente da SegundaRetração. A reconhecida capacidade de retenção de água da cal não foi capaz de impedir queoutros fatores tivessem maior influência na ocorrência da retração: a maior deformabilidade daargamassa devido à diminuição da quantidade de cimento e a diminuição dos espaços entre aspartículas sólidas da mistura causada pela presença de um material de maior finura, fazendo comque a saída de água (a uma velocidade muito próxima para todas argamassas a partir da primeirahora de secagem) se desse com aumento de tensão capilar.

A aplicação da argamassa na condição do caso III permitiu observar a influência exercida pelaaderência no sentido de bloquear a retração no estado endurecido, ou seja, impedir a ocorrênciada Segunda Retração ()LJXUD��).

(b)

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0 2 4 5 7 9 11 13 15 16 18 20 22 247HPSR��KRUDV�

5HWUDom

R��PP�P

1:1:6

1:1:6

RETRAÇÃO IMPEDIDA

15 mm

)LJXUD�����5HWUDomR�GD�DUJDPDVVD�������QR�HVWDGR�IUHVFR��DWp����KRUDV�±�FRPSDUDomR�GRV�FDVRV�GH�DSOLFDomRVREUH�EDVH�QmR�DEVRUYHQWH�OLVD�H�FRP�JUHOKD�PHWiOLFD��HQVDLR�UHDOL]DGR�QR�,16$��

Foi observada a retração, no estado fresco, das argamassas de relação 1:1:6, Cal 45 e Cal 60,aplicadas sobre bloco cerâmico seco. O aspecto das curvas de retração até 24 horas manteve-sesemelhante ao do caso da argamassa aplicada sobre grelha metálica, ou seja, sem ocorrência daSegunda Retração. A amplitude das deformações, no entanto, aumentou consideravelmente porcausa da sucção de água da argamassa exercida pelo substrato poroso seco. As curvas da )LJXUD� mostram a mesma tendência dos resultados dos ensaios sobre base não absorvente: a retraçãoaumentou com o aumento do teor de cal. Também nesta condição de aplicação, o efeito datensão capilar, maior devido à adição de partículas finas na mistura fresca, superou a capacidadede retenção de água da cal.

0,00

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0,40

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5HWUDom

R��PP�P

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15 mm

)LJXUD����5HWUDomR�QR�HVWDGR�IUHVFR��DWp����KRUDV��GDV�DUJDPDVVDV��������&DO����H�&DO����� �DSOLFDGDV�VREUHEORFR�FHUkPLFR�FRP�WHRU�GH�XPLGDGH�����HQVDLR�UHDOL]DGR�QD�(3863��

A argamassa 1:1:6 também foi aplicada sobre blocos com diferentes teores de umidade: 0%(seco em estufa a 100 °C por 24 horas), 50% da quantidade de água absorvida por imersãodurante 24 horas e 100% (imersão em água por 24 horas). A )LJXUD� �� mostra que o pré-umedecimento do substrato exerceu grande influência no sentido de diminuir a retração nasprimeiras horas após o contato da argamassa com a base.

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)LJXUD� �� ±� 5HWUDomR� GD� DUJDPDVVD� ������ DSOLFDGD� VREUH� EORFR� FHUkPLFR� FRP� WUrV� WHRUHV� GH� XPLGDGHGLIHUHQWHV��HQVDLR�UHDOL]DGR�QR�,16$��

Foi também realizado o ensaio de retração em camadas de argamassa de ���PP de espessura,para que a diferença da retração em dois planos horizontais do corpo-de-prova pudesse ser maisdestacada. O plano inferior de observação corresponde à posição dos captores a 5 mm do fundodo molde e, no plano superior, os captores foram posicionados a 5 mm da superfície do corpo-de-prova exposta ao ar. Com a aplicação da argamassa sobre o bloco cerâmico com 50% deumidade houve equilíbrio na perda de água por evaporação e por sucção e a conseqüenteuniformidade na retração ocorrida na superfície e na interface argamassa/base ()LJXUD��).

0,00

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Superfície

Interface

)LJXUD��±�5HWUDomR�DWp����KRUDV�GD�DUJDPDVVD�������DSOLFDGD�VREUH�EORFR�FHUkPLFR�FRP�����GH�XPLGDGH�PHGLGD��QD�VXSHUItFLH�GR�FRUSR�GH�SURYD�H�QD�LQWHUIDFH�DUJDPDVVD�EDVH��HQVDLR�UHDOL]DGR�QR�,16$��

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Este ensaio foi realizado com o objetivo de medir a retração impedida do revestimento devida àaderência à base. Foi pressuposto, a partir dos resultados dos ensaios com a grelha metálica nofundo do molde que, se existe uma parcela da retração impedida de ocorrer livremente por causada aderência à base, esta parcela pode ser medida quando cessada a restrição, isto é, uma vez aargamassa liberada da base. Apresenta-se neste trabalho o caso de aplicação da argamassa 1:1:6sobre bloco cerâmico seco (caso IV) - corpos-de-prova de (200 x 75) mm e espessura de 25mm. A grelha metálica, cujas dimensões ultrapassavam em cerca de 5 mm a base do corpo-de-

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prova, foi posicionada entre a argamassa e a base, com a finalidade de não só permitir a sucçãode água pelo bloco cerâmico, como de restringir a retração até a idade prevista para sualiberação. A retração foi medida por meio de um retratômetro com relógio comparador (precisão0,002 mm), tomando-se a distância entre duas pastilhas coladas na superfície dos corpos-de-prova. Foram coladas 4 pastilhas em cada corpo-de-prova, duas na face livre e duas na face quetinha a grelha aderida ()LJXUD� �). Os corpos-de-prova foram desmoldados 24 horas após amoldagem, período durante o qual permaneceram na câmara seca. Logo em seguida àdesmoldagem procedeu-se à colagem das pastilhas. Duas pequenas aberturas nas grelhaspossibilitaram a obtenção de regiões lisas no corpo-de-prova, para a colagem das duas pastilhasna face da argamassa com a grelha aderida. Uma folha de papel-filtro foi colocada entre asgrelhas e o bloco, de modo a permitir a sucção de água pela base e a recuperação dos corpos-de-prova para o ensaio.

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)LJXUD���±��0HGLGD�GD�UHWUDomR�HP�FRUSR�GH�SURYD�FRP�SDVWLOKDV�PHWiOLFDV�H�JUHOKD�PHWiOLFD��SRU�PHLR�GH�GHUHWUDW{PHWUR�FRP�UHOyJLR�FRPSDUDGRU�±�GHVHQKR�HVTXHPiWLFR�

A retração foi medida de acordo com os seguintes critérios: a) leitura da distância entre aspastilhas, nas duas faces, até a idade de liberação da grelha - foram moldados 4 grupos de 8corpos-de-prova, para liberação da grelha aos 3, 7, 14 e 28 dias; b) leitura da distância entre aspastilhas, nas duas faces, 30 minutos após liberação da grelha metálica; c) prosseguimento daleitura da distância entre as pastilhas nas duas faces, a cada 24 horas, nos três dias subseqüentesà liberação da grelha e em idades mais avançadas, até 28 dias. Cada ponto das curvas a seguirrepresenta, portanto, a média das leituras dos oito corpos-de-prova de cada grupo.

Na )LJXUD��� pode ser observado conjuntamente o efeito de liberação da grelha nas faces livre eimpedida dos corpos-de-prova em todas as idades. Na face impedida os valores de deformaçãodos corpos-de-prova permaneceram próximos de zero, como esperado, até a liberação da grelha.Trinta minutos após a liberação da grelha o corpo-de-prova apresentou nítida retração (retraçãoimpedida) na face até então bloqueada, fenômeno que prosseguiu aumentando por alguns diassubsequëntes, até a estabilização, em todas as idades. Foi observado que quanto menor a idadedos corpos-de-prova, maior foi o valor atingido pela retração a partir da liberação da grelha. Estefenômeno deve-se à maior deformabilidade da argamassa nas primeiras idades e à maiorquantidade de água inicialmente disponível para a secagem. Na face livre ocorreu o contrário: aofinal de 28 dias a retração foi menor nos corpos-de-prova em que a grelha foi liberada mais cedopor causa, supõe-se, da compensação da retração impedida ocorrida na outra face após a retiradada grelha (houve o arqueamento temporário dos corpos-de-prova, em alguns casos, visível nascurvas).

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9

)LJXUD� ��� �� &XUYDV� GH� UHWUDomR� QD� IDFH� OLYUH� H� QD� IDFH� LPSHGLGD� �� DUJDPDVVD� ������� FRUSRV�GH�SURYD� GHGLPHQV}HV������[�����PP�HVSHVVXUD����PP��HQVDLR�UHDOL]DGR�QD�(3863��

��� 5(6,67Ç1&,$�¬�75$d­2�1$�)/(;­2�(�0Ï'8/2�'(�'()250$d­2

Foi desenvolvida metodologia que consistiu em confecção de formas para aplicação daargamassa diretamente sobre bloco de alvenaria e a recuperação dos corpos-de-prova no estadoendurecido, em forma de pequenas placas, para o ensaio de tração na flexão. As formas, emPVC, permitiram a moldagem de 4 corpos-de-prova por bloco, de (200x75) mm e de espessura15 e 25 mm. As moldagens foram realizadas sobre base não absorvente (fundo em PVC domolde) e sobre bloco cerâmico em duas condições de umidade, 0% e 50%. Um papel-filtro foicolocado sobre o bloco, permitindo soltar os corpos-de-prova da base para os ensaios mecânicos24 horas após a moldagem. A )LJXUD��� mostra o conjunto bloco-forma-argamassa e a operaçãode desmoldagem. Os ensaios de flexão foram realizados com a aplicação de carga (0,02kN/minuto) no meio do corpo-de-prova bi-apoiado ()LJXUD���), aos 3, 7, 14 e 28 dias de idade.

)LJXUD� ��� ±� )RWRJUDILD� GRV� FRUSRV�GH�SURYD� GH� DUJDPDVVD� PROGDGRV� VREUH� EORFR� FHUkPLFR� SDUD� HQVDLRVPHFkQLFRV�H�GD�RSHUDomR�GH�GHVPROGDJHP�

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10

���D����PP

�����PP

���������PP

3

)LJXUD����±�(QVDLR�GH�WUDomR�QD�IOH[mR���GHVHQKR�HVTXHPiWLFR�

Na )LJXUD��� apresentam-se os resultados de resistência à tração da argamassa aplicada com 15mm de espessura (cada ponto das curvas representa a média dos resultados de oito corpos-de-prova). Devido à sucção de água pela base houve aumento de resistência à tração em todas asidades; quanto mais intensa a sucção, maior foi a resistência mecânica. De um modo geral, nasdiversas idades de ensaio a influência da sucção significou dobrar a resistência mecânica daargamassa. Este efeito é devido ao adensamento mecânico da argamassa promovido pela sucçãoda água, ocasionando maior área de contato e ligação mais íntima entre as partes sólidas damistura.

)LJXUD� ��� ±� 5HVXOWDGRV� GR� HQVDLR� GH� WUDomR� QD� IOH[mR� GH� DUJDPDVVD� DSOLFDGD� VREUH� VXEVWUDWR� HP� WUrVFRQGLo}HV�GLIHUHQWHV��DRV����������H����GLDV�GH�GLGDGH��(3863��

A prensa Instron utilizada no ensaio de flexão permitiu medir diretamente odeslocamento (flecha) no meio do vão entre os apoios do corpo-de-prova durante oensaio de flexão, usado para o cálculo do módulo de elasticidade da argamassa, a partirda relação entre WHQVmR�GH�WUDomR�QD�IOH[mR��03D��e�GHIRUPDomR��PP�PP�. A tensão noregime elástico-linear é dada por � ����3/�EK��e o módulo de deformação, em funçãoda flecha, considerando-se o mesmo regime, por (� �3/��� EK��onde:

E - módulo de deformação (MPa)

P - carga aplicada no meio do prisma (N)

L - distância entre os apoios (160 mm)

b - maior lado da seção transversal do corpo-de-prova (mm)

h - espessura do corpo-de-prova (mm)

- deslocamento (flecha) no meio do corpo-de-prova, medido durante o ensaio deflexão (mm).

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Como, na realidade, não houve proporcionalidade na relação tensão/deformação do ensaio deflexão das argamassas ao longo de todo o carregamento, tornou-se necessário fixar algunsparâmetros e adotar simplificações no cálculo do módulo. Foi adotado o Módulo Corda pararepresentar a deformabilidade das argamassas, que é dado pela declividade da reta traçada entredois pontos da curva WHQVmR� [� GHIRUPDomR (MEHTA; MONTEIRO, 1994). Adotando-se ospontos correspondentes a 5% e 30% da tensão de ruptura ()LJXUD� ��) o Módulo Corda foicalculado pela expressão

Ec = ( 30 - 5)/(�ε30 - ε5)

onde:

Ec - módulo corda (MPa);

i - tensão de tração na flexão igual a "i" % da tensão de ruptura (MPa);

εi - deformação longitudinal específica de tração (mm/mm) no corpo-de-prova naposição mais distante da linha-neutra, no meio do vão entre os apoios,correspondente à tensão de tração na flexão igual a"i"% da tensão de ruptura.

7HQVmR�GH�WUDomR�QDIOH[mR��03D�

'HIRUPDomR��PP�PP�

ρ�

ρ��α

ε���������ε��)LJXUD���±�&XUYD� WHQVmR�[�GHIRUPDomR�ORQJLWXGLQDO�GH�WUDomR�QR�FRUSR�GH�SURYD�QD�SRVLomR�PDLV�GLVWDQWH�GDOLQKD�QHXWUD��FRP�WUDoDGR�GD�UHWD�TXH�SDVVD�QRV�SRQWRV�FRUUHVSRQGHQWHV�D����H�����GD�WHQVmR�GH�UXSWXUD�

$�GHFOLYLGDGH�a�FRUUHVSRQGH�DR�0yGXOR�&RUGD�

A deformação longitudinal específica (mm/mm) foi calculada nos pontos

correspondentes a 5% e 30% da carga de ruptura pela relação � � �(.

Para cada corpo-de-prova (6 a 8 em cada idade, em cada caso de aplicação da argamassa) foimontada uma seqüência de cálculos como a da 7DEHOD��.

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7DEHOD��� � ��([HPSOR�GH� VHT�rQFLD�GH�FiFXORV�SDUD�REWHQomR�GR�0yGXOR�&RUGD�GH�FDGD�FRUSR�GH�SURYD�GHDUJDPDVVD�

��GD�FDUJDGH�UXSWXUD

&DUJD�N1�

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0yGXOR�&RUGD�������

�03D�

Ec =������������

� �������� ������� ������� ��������

�� �������� ������� ������� ���������������

O resultado dos cálculos mostrou aumento do módulo de deformação com a sucção de água emtodas as idades, a exemplo do que ocorreu com a tensão de tração na flexão ()LJXUD���).

$5*$0$66$���������(63(6685$����PP

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0 7 14 21 28

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0yGXOR�GH�GHIRUPDomR��03D�

15 mm 0%15 mm 50%15 mm

�)LJXUD������5HVXOWDGRV�GR�FiOFXOR�GR�PyGXOR�GH�GHIRUPDomR�GD�DUJDPDVVD��������HVSHVVXUD����PP��DSOLFDGDVREUH�EDVH�DEVRUYHQWH�FRP�WUrV�WHRUHV�GH�XPLGDGH��(3863��

��� &216,'(5$d®(6�),1$,6

Procurou-se destacar, com os resultados dos ensaios apresentados, a importância da tentativa desimulação, em laboratório, das condições de aplicação da argamassa encontradas em obra para oestudo da retração e de propriedades mecânicas.

O equipamento de medida da retração no estado fresco ressaltou aspectos do desempenho dasargamassas mistas até então desconhecidos para as argamassas de cimento, cal e areia, como oimpedimento da Segunda Retração por causa da aderência à base. Além disso, permitiumensurar a influência da composição da argamassa e de condições de umidade do substrato naretração nas primeiras horas e a retração na interface DUJDPDVVD�EDVH e na superfície exposta dorevestimento. Os resultados motivam o prosseguimento das pesquisas com este equipamento,com variação de condições de exposição e outros tipos de argamassa e de substrato.

Os ensaios de retração impedida no estado endurecido permitiram observar o desenvolvimentoda retração nas faces impedida e livre do revestimento no estado endurecido. As observações naface impedida sugerem que a argamassa permanece sob tensão por causa da aderência até os 28dias de idade; este tipo de observação deve ser realizado também para idades mais avançadas. Énecessário que o método seja aperfeiçoado, de forma a permitir a medida da retração no exatomomento da liberação da restrição.

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A influência da sucção de água pela base na resistência à tração na flexão e no módulo dedeformação da argamassa 1:1:6 foi claramente demonstrada. Sugere-se o prosseguimento dapesquisa, com aperfeiçoamento do método no sentido de considerar também a influência daaderência à base nas propriedades mecânicas.

$1(;26

7DEHOD���±�&RPSRVLomR�H�FRQVLVWrQFLD�GDV�DUJDPDVVDV�GR�,16$�H�GD�(3863�

$5*$0$66$6��,16$&RPSRVLomR��HP�PDVVD�

$5*$0$66$6��(3863&RPSRVLomR��HP�PDVVD�

&LPHQWR &DO $UHLD ÈJXD

&RQVLVWrQFLD�VHJXQGRV�

1)�3�������1)�3������� &LPHQWR &DO $UHLD ÈJXD

&RQVLVWrQFLD�PP�

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HQWDJHP�UHWLGD

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)LJXUD������*UDQXORPHWULD�DUHLDV�,37�H�,16$

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blococerâmico

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blococerâmico

)LJXUD������&DUDFWHUtVWLFDV�GR�EORFR�FHUkPLFR�,16$

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Bloco cerâmicoEPUSP

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��GD�VDWXUDomR

Bloco cerâmicoEPUSP

)LJXUD������&DUDFWHUtVWLFDV�GR�EORFR�FHUkPLFR�(3863

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Cimento CPJ - CEM II/B 32,5 R:

O cimento composto CPJ - CEM II/B tem de 65% a 79% de clínquer. O restante é composto deum ou mais constituintes (cinzas volantes silicosas, cinzas volantes cálcicas, escória granuladade alto-forno, pozolanas naturais, calcários, xistos calcinados, fillers). As normas francesas NFP 15-301 e NF EN 196-1 classificam os cimentos segundo sua resistência à compressão emcorpo-de-prova de argamassa. Esta classificação existe para 28 dias e para 2 dias. Para a idadede 28 dias existem 3 classes de resistência, diferenciadas por seu valor característico inferior, emMPa: 32,5 – 42,5 – 52,5. Para cada classe de resistência aos 28 dias existem duas classes deresistência aos 2 dias, chamadas QRUPDO e HOHYDGD, a segunda sendo distinguida pela letra 5, de"rapide", após a indicação da classe de resistência aos 28 dias (por exemplo, 32,5 R). O cimento32,5 R, deve ter resistência mínima garantida de 12 MPa aos 2 dias, e uma resistência mínimacaracterística de 32,5 MPa aos 28 dias.

Cal CL 90 (Norma Européia ENV459:1:1994) :

A sigla &/ vem de "calcique lime" e �� representa a porcentagem mínima, em massa, de CaO +MgO. A mesma norma também especifica, para a cal CL 90, as seguintes porcentagens:

MgO ������&22 � 4% e SO3 � 2%.

5()(5Ç1&,$6�%,%/,2*5È),&$6

ASSOCIATION TECHNIQUE DE L'INDUSTRIE DES LIANTS HYDRAULIQUES. *XLGHSUDWLTXH�SRXU�OHPSORL�GHV�FLPHQWV. Paris, Ed. Eyrolles, 1998.

BARON, J.; OLLIVIER, J. P., coord. /HV�EpWRQV�±�EDVHV�HW�GRQQpHV�SRXU�OHXU�IRUPXODWLRQ.Paris, Ed. Eyrolles, 1996.

BASTOS, P. K. X. 5HWUDomR�H�GHVHQYROYLPHQWR�GH�SURSULHGDGHV�PHFkQLFDV�GH�DUJDPDVVDVPLVWDV� GH� UHYHVWLPHQWR. São Paulo, 2001, p.172. Tese (Doutorado) – Universidade de SãoPaulo.

DÉTRICHÉ, C. H. &RQWULEXWLRQ�D�O¶pWXGH�GHV�GpIRUPDWLRQV�GHV�FRXFKHV�PLQFHV�GH�PRUWLHUVGH� OLDQWV� K\GUDXOLTXHV. Toulouse, 1977, p. 247. Tese (Docteur-ingenieur) - Université PaulSabatier de Toulouse.

_____. &RQWULEXWLRQ�j�O¶pWXGH�GX�FRPSRUWHPHQW�GHV�FRXFKHV�PLQFHV�GH�PRUWLHUV�GH�OLDQWVK\GUDXOLTXHV�±�DSSOLFDWLRQV�DX[�HQGXLWV. Toulouse, 1983, p. 202. Tese (Docteur-ingenieur) -Université Paul Sabatier de Toulouse.

OUZIT, M-A. &RQWULEXWLRQ�D�O¶pWXGH�GX�FRPSRUWHPHQW�PpFDQLTXH�GHV�HQGXLWV�GH�IDoDGH�DEDVH�GH�OLDQWV�K\GUDXOLTXHV. Paris, 1990, p. 136. Tese (Doctorat) - Université Paris VI.

TAMIN, P. F. (WXGH� GX� FRPSRUWHPHQW� PpFDQLTXH� GHV� UHYrWHPHQWV� GH� IDoDGHV�HQGXLWV�Paris, 1986. 138 p. Tese (Docteur-ingenieur en Sciences et Techniques du Bâtiment) - EcoleNationale des Ponts et Chaussées.

$*5$'(&,0(1726

FAPESPCAPESIcal Indústria de Calcinação Ltda.Selecta Blocos CerâmicosABCP - Associação Brasileira de Cimento PortlandIPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São PauloInstitut National des Sciences Appliquées - INSA deToulouse

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BOLETINS TÉCNICOS PUBLICADOS

BT/PCC/281 Características geométricas relevantes para controle da qualidade dos produtos moldados deconcreto armado. SASQUIA HIZURO OBATA, UBIRACI ESPINELLI LEMES DESOUZA. 16p

BT/PCC/282 Avaliação da eficiência de inibidores de corrosão em reparo de estruturas de concreto.ROSELE CORREIA DE LIMA , PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE,MARYANGELA GEIMBA LIMA. 12p.

BT/PCC/283 Despassivação das Armaduras de Concreto por Ação da Carbonatação. ANA CARIAQUINTAS DA CUNHA, PAULO R.L.HELENE. 39p.

BT/PCC/284 A Expressão Gráfica em Cursos de Engenharia: Estado da Arte e Principais Tendências.ANDRÉA BENÍCIO DE MORAES, LIANG-YEE CHENG. 14p.

BT/PCC/285 Descolamentos dos Revestimentos Cerâmicos de Fachada na Cidade do Recife. ANGELOJUST,LUIZ SÉRGIO FRANCO. 25p.

BT/PCC/286 Avaliação da Influência de Alguns Agentes Agressivos na Resistência à Compressão deConcretos Amassados Com Diferentes Tipos de Cimentos Brasileiros. HELOÍSAPIMENTEL MOREIRA, ENIO PAZINI FIGUEIREDO, PAULO HELENE. 17p.

BT/PCC/287 Efeitos do Uso de Diferentes Métodos de Representação Gráfica no Desenvolvimento daHabilidade de Visualização Espacial. ROVILSON MAFALDA, ALEXANDRE KAWANO.16p.

BT/PCC/288 Evolução a Longas Idades da Resistência à Compressão do Concreto de Alto DesempenhoUtilizado nos Dormentes do Metrô da Região Metropolitana do Recife. TIBÉRIO W.CORREIA DE O. ANDRADE, PAULO HELENE. 23p.

BT/PCC/289 Metodologia de Alocação de Áreas no Canteiro de Obras Utilizando a Teoria de SistemaNebuloso. ANDRÉ WAKAMATSU, LIANG-YEE CHENG. 23p.

BT/PCC/290 Corredor Polonês: A Legislação Ambiental Contribuiu Para o Seu Desenvolvimento?.ELIANE FERREIRA DE OMENA, WITOLD ZMITROWICZ. 14p.

BT/PCC/291 Levantamento das Mudanças Técnicas e Gerenciais Introduzidas em Empresas de Construçãode Edifícios do Recife Para Melhoria da Qualidade. FELICISSIMO GRACILIANO SADYCOSTA, SILVIO BURRATINO MELHADO. 14p.

BT/PCC/292 Argamassas de Reparo. JOSÉ ZACARIAS RODRIGUES DA SILVA JÚNIOR, PAULOHELENE. 12p.

BT/PCC/293 Estudo Experimental da Resistência à Compressão de Alvenarias de Vedação. LEONARDOTOLAINE MASSETTO, FERNANDO HENRIQUE SABBATINI. 8p.

BT/PCC/294 Determinação de cloretos em concreto de cimentos Portland: influência do tipo de cimento.LUCIANA DE FÁTIMA LACERDA DA COSTA PEREIRA, MARIA ALBA CINCOTTO,19p.

BT/PCC/295 Diretrizes Para Gestão dos Subempreiteiros. SHEYLA MARA BAPTISTA SERRA, LUIZSÉRGIO FRANCO. 20p.

BT/PCC/296 Classificação dos Sistemas de Formas Para Estruturas de Concreto Armado. TOMÁSMESQUITA FREIRE, UBIRACI ESPINELLI LEMES DE SOUZA. 20p.

BT/PCC/297 Os Impactos do Sistema Individualizado de Medição de Água. EDUARDO S. YAMADA,RACINE T. A. PRADO, EDUARDO IOSHIMOTO. 13p.

BT/PCC/298 Avaliação das Habitações de Interesse Social na Região Metropolitana do Recife. ANTONIOFLÁVIO VIEIRA ANDRADA, LUIZ SÉRGIO FRANCO. 19p.

BT/PCC/299 Um Sistema Para Planejamento Operacional de Obras de Rodovias. ANDRÉS ANTONIOLARROSA INSFRÁN, JOSÉ FRANCISCO PONTES ASSUMPÇÃO. 22p.

BT/PCC/300 Retração e desenvolvimento de propriedades mecânicas de argamassas mistas derevestimento. PEDRO KOPSCHITZ XAVIER BASTOS, MARIA ALBA CINCOTTO, 12p.

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