Pelagem de Equinos

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS DE PARAGOMINAS ELDENIRA BARBOSA UCHÔA MONICA CARDOSO DE SOUSA SAMARA DA SILVA SOUZA PELAGEM DE EQUINOS PARAGOMINAS-PA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS DE PARAGOMINAS

ELDENIRA BARBOSA UCHÔA

MONICA CARDOSO DE SOUSA

SAMARA DA SILVA SOUZA

PELAGEM DE EQUINOS

PARAGOMINAS-PA

2013

Page 2: Pelagem de Equinos

ELDENIRA BARBOSA UCHÔA

MONICA CARDOSO DE SOUSA

SAMARA DA SILVA SOUZA

PELAGEM DE EQUINOS

Trabalho apresentado a disciplina de

Zootecnia de Não Ruminantes, do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da

Amazônia - UFRA, como atividade avaliativa.

Orientador(a): Prof°. Msc. Bruno Cabral

PARAGOMINAS-PA

2013

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1. INTRODUÇÃO

A pelagem é conjunto de pêlos, de uma ou diversas cores espalhados pela

superfície do corpo e extremidades, em distribuição e disposição variadas, cujo todo

determina a cor do animal. A cor do pêlo dos cavalos é determinada por uma

combinação de 39 genes, sendo por isso possível obter diversos tons de pelagem.

O cavalo é uma espécie que apresenta vários tipos de pelagem, apresentado uma

grande variação e nomenclaturas específicas. A pelagem desses animais é muito

influenciada pela genética dos mesmos. Há três genes básicos na genética da pelagem

equina e que são simbolizados pelas letras A, B, C. Nesse ABC da genética das

pelagens do equinos, alguns genes tem ação bem conhecida, mas muitos são de ação

desconhecida ou sem comprovação. Grosso modo, o alelo C (Color) podendo ser

dominante (C) ou recessivo (c) é responsável pela produção de pigmento melânico que

poderá apresentar maior ou menos intensidade, o alelo B (Black) quando dominante na

forma homozigota (BB) e heterozigota (Bb) determina a pigmentação na cor preto

quando recessivo em homozigose (bb) ocorre a produção de pigmento vermelho, o alelo

(A) é responsável pela produção de feomelanina, que determina o clareamento da

pelagem em áreas específicas, há ainda outros alelos envolvidos na determinação da

pigmentação da pelagem dos equinos, só que os mais comumente conhecidos são os

ABC. Estes animais são escolhidos por caracteres ornamentais, geralmente estéticos e

de acordo com a preferência de cada criador.

A coloração da pelagem pode ser alterada por alguns fatores como: sexo –

garanhões e éguas prenhes apresentam a pelagem com aspecto brilhante, tonalidade

mais firme e pelo mais liso, em virtude da ação hormonal; Idade – algumas pelagens

modificam com o avançar da idade; Nutrição – animais mal nutridos apresentam

pelagem opaca e ressecada; Estação do ano e clima – no inverno (frio) os equinos

apresentam pelos maiores, mais espessos e opacos, enquanto que no verão (quente) a

pelagem fica com tonalidade mais viva e os pelos ficam curtos e brilhantes.

Os cavalos podem apresentar diversos tipos de pelagens e cada uma delas tem

nomenclaturas específicas, o que varia de acordo com a região do Brasil. Os tipos de

pelagens conhecidos são branca, preta, alazã, castanha, baia, pelo de rato, tordilha,

rosilha, lobuna, ruão, pampa, persa, apalusa e oveira, dentro destes tipos podem haver

diversas variações.

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É por estes e outros fatores que se torna interessante para criadores o

conhecimento genético das pelagens, assim como, características ambientais e

alimentares, podendo direcionar a criação visando uma pelagem favorita ou que possua

bom valor comercial e fácil comercialização.

2. GENÉTICA DA PELAGEM DE EQUINOS

O cavalo é um animal muito valorizado devido suas características distintas e

peculiares é, entre os animais domésticos, a espécie de maior multiplicidade de

pelagens. No cavalo são muito considerados os caracteres ornamentais, puramente

estéticos, subjetivos e da preferência de cada criador. Nesse quadro a pelagem ocupa um

lugar de destaque, pois é a vestimenta do animal.

A variedade de cores da pelagem dos equinos está relacionado a genética do

animal, os mesmos contêm genes individuais, que resulta em milhares de combinações

possíveis

Há três genes básicos na genética da pelagem eqüina e que são simbolizados

pelas letras A, B, C. Esses genes serão descritos abaixo.

O gene "chave" na determinação da pelagem é um gene dominante, que

determina a capacidade de produzir pigmentos melânicos, é o gene C. Para haver

formação de pigmento melânicos, quaisquer que sejam eles, é necessário haver o gene

C. Quando não existe o gene C, mas o seu alelo cc o animal é incapaz de formar

pigmentos melânicos, sendo considerado albino. Porém, no cavalo desconhecemos a

forma albina, sendo os cavalos brancos produzidos por outros mecanismos. Tais cavalos

têm, na verdade, pelagem branca, com pele despigmentada, mas os olhos são castanhos

ou azuis. Trata-se, pois, de um albinismo parcial, causado por outro gene dominante

simbolizado por W.

Estudos recentes mostram que o gene W é letal de modo que os homozigotos

morrem. Assim, os cavalos brancos que existem e se reproduzem são heterozigotos e

dão filhos brancos e não brancos.

O gene aguti é representado pela letra A e tende a restringir o pigmento

escuro(preto ou castanho) as crinas e as caudas e, em alguns casos a linha dorsal e as

extremidades dos membros. Nesses casos o pelo dessas regiões é totalmente preto (ou

castanho) não havendo banda sub-apical. Isto é o gene A produz uma alteração do pêlo,

mas em certas partes, sendo estas a cauda e a crina.

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O alelo desse gene A, isto é o gene a, determina, simplesmente ausência da

banda apical, de modo que os pêlos são, de ponta a ponta, no corpo todo, de uma só cor.

O gene para pigmento preto e seus alelos é o gene B, que é dominante,

determina a formação de pigmento preto. O alelo b determina formação de pigmento

para cor marrom(castanho). Acontece que embora o animal tenha condições genéticas

para produzir pigmento preto ou castanho, a distribuição desse pigmento no pêlo, ou nas

partes do corpo, vai depender, como vimos, do gene A. Se houver o gene A, o preto (ou

castanho) fica restrito, geralmente, à cauda ou à crina, enquanto os outros pêlos

apresentam a banda sub-apical. Na ausência do gene A, os pêlos são todos

uniformemente coloridos (pretos ou castanhos). Apesar de o gene B ser bastante

freqüente, são raros os animais que apresentam pelagem totalmente preta, devido à

ocorrência do gene A em seus ancestrais.

O gene E é um outro par de genes que influi na pelagem é o simbolizado pela

letra E, sendo o gene mais importante do par o recessivo, já que o gene dominante E é

mascarado em seus efeitos pelo gene A. O efeito desse gene recessivo e, consiste não só

numa restrição, como uma modificação da cor para o lado do amarelo ou do vermelho,

sendo, o vermelho a cor mais comum em cavalos.

O alelo e restringe a distribuição do pigmento(ou marrom) aos olhos e a pele das

extremidades. Além disso, porém, tem outro efeito, mais importante que consiste na

substituição do pigmento preto ou marrom por cor vermelha ou amarela, nas zonas onde

não houver restrição pelo mesmo gene.

- Tordilho: a pelagem tordilha é encontrada em diversas raças e é identificada

como dominante. Entretanto, em muitos casos essa pelagem não é desejada, sendo

eliminado os machos tordilhos e as fêmeas com essa pelagem são acasaladas com

machos não tordilhos. Essa prática expressa o fato de que a frequência de animais

tordilhos homozigotos é muito pequena, sendo heterozigotos quase todos os exemplares

encontrados.

O gene tordilho é representado pela letra G. Trata-se de um gene não só

dominante em relação ao seu alelo, como epistático, isto é, domina os outros genes para

cor. O tordilho não nasce tordilho, quase sempre nasce preto. Depois da muda é que o

gene da pelagem tordilha se manifesta. O animal vai ficando cada vez mais branco, até

que em um animal muito velho a pelagem é quase toda branca.

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Palominos, Baios Amarelos Isabéis: o gene Cr é responsável por tais

colorações. Ele manifesta-se de maneira quantitativa, ou seja, com a presença de um

gene Cr o cavalo terá um fenótipo e com dois terá outro.

O gene Cr é responsável pela diluição da cor da pelagem. Com apenas um gene Cr,

todas as partes de coloração avermelhada terão uma diluição para uma tonalidade mais

amarelada. É ocaso dos palominos e dos baios amarelos. No caso dos baios amarelos, a

crina, cauda e extremidades de membros mantêm-se pretas já que apenas um gene Cr irá

diluir apenas a coloração avermelhada do corpo. Será um cavalo amarelado de

extremidades pretas.

Os palominos não apresentam coloração preta na pelagem e, por isso, além da

coloração amarelada do corpo, manifestam uma diluição da cor também da crina e

cauda em tonalidade de amarelo muito clara tendendo ao branco.

Com a presença de CrCr, há diluição tanto da pelagem vermelha, quanto da

pelagem preta. Além disto, há também mudança na cor dos olhos, que se tornam de

tonalidade azulada. Este cavalo é chamado de isabel.

Cavalos palominos: gg bb _ _ Cr cr

Cavalos baios amarelos: gg B_ A_ Cr cr

Cavalos isabéis: gg _ _ _ _ Cr Cr

Baios: Esta coloração é determinada pelo gene D. existe outra coloração que podemos

chamar de baia, onde a cor avermelhada do corpo tende a uma diluição para uma

tonalidade mais clara, formando manchas amareladas com o passar do tempo.

O gene D manifesta-se de maneira dominante, não importando se o cavalo

apresenta um ou dois genes deste tipo para que se determine a sua coloração. Cavalos

baios : gg B_A_ cr cr D_

3. PELAGEM DE CAVALOS

Apesar de haver muitos matizes diferentes, todas as pelagens agrupam-se

inicialmente em três modalidades ou categorias - simples, compostas e conjugadas ou

justapostas, cada uma delas com suas divisões e, que no total, forma 76 pelagens

diferentes.

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A coloração da pelagem pode ser alterada por alguns fatores como:

Sexo: garanhões e éguas prenhes apresentam a pelagem com aspecto brilhante,

tonalidade mais firme e pelo mais liso, em virtude da ação hormonal;

Idade: algumas pelagens modificam com o avançar da idade;

Nutrição: animais mal nutridos apresentam pelagem opaca e ressecada;

Estação do ano e clima: no inverno (frio) os eqüinos apresentam pelos maiores,

mais espessos e opacos, enquanto que no verão (quente) a pelagem fica com

tonalidade mais viva e os pelos ficam curtos e brilhantes.

1ª Categoria – pelagens simples e uniformes São caracterizadas por apresentarem

pelos, crina e cauda de uma só tonalidade.

1.1 Branca

Composta exclusivamente de pelos brancos. Os cavalos brancos verdadeiros são

os que possuem o gene W que, quando em homozigose dominante (WW), causam perda

embrionária ou morte do potro logo após o nascimento. Em virtude dessa característica

letal do gene, a pelagem branca foi praticamente extinta. Porém, existe a variedade

branca pseudo-albina, conhecida como gázeo ou pombo, que ocorre por uma

combinação gênica independente do gene W, e se caracteriza pela presença de pelos

brancos em pele com ausência quase total de pigmentação. Geralmente, apenas os olhos

se apresentam coloridos (castanhos ou azulados). Pseudo – Albino

1.2 Preta

Caracterizada por pelos, crina e cauda de coloração preta. Variedades:

Preta Maltinta: é a pelagem preta com reflexos avermelhados nas regiões do

flanco e axilas, mas com a cabeça de tonalidade preta.

Preta Azeviche: pelos pretos de tonalidade forte, com reflexos azulados.

Page 8: Pelagem de Equinos

3.3 Alazã

Pelos, crina e cauda de tonalidade vermelha, que pode variar de escura a amarela. A

crina pode ser de tonalidade mais clara. Variedades mais comuns:

Alazã Amarilha: pelos de tonalidade amarela, que pode variar da clara à escura,

com crina e cauda branca ou creme. Também chamada erroneamente de

Palomina (nome de uma raça americana onde todos os animais registrados são

portadores desta pelagem) e baia amarilha (geneticamente a pelagem alazã

amarilha se relaciona com alazã e não com a baia).

Alazã Cereja: pelos com tonalidade vermelha, lembrando a cor da cereja.

Alazã sobre Baia (acima de baia): cabeça, pescoço e troncos amarelos, com

crina, cauda e extremidades avermelhadas.

Alazã Tostada: pelos do corpo, crina e cauda de tonalidade vermelha escura,

lembrando a cor do café torrado.

Alazã Clara: cabeça, pescoço, tronco e membros cobertos por pelos de

tonalidade vermelha clara, com algumas áreas como membros, cauda e crina

mais claras.

Alazã Salpicada: cabeça, pescoço, tronco e membros de tonalidade vermelha,

com interpolação de pelos brancos no tronco.

2ª Categoria – pelagens simples com crina, cauda e extremidades pretas

São caracterizadas por apresentarem coloração uniforme na cabeça, pescoço e

tronco, porem com crina, cauda e extremidades pretas.

2.1 Castanha

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Presença de pelos vermelhos na cabeça, pescoço e tronco, lembrando a cor da

castanha madura, com crina, cauda e extremidades pretas. Variedades:

Castanha Clara: o vermelho da pelagem é de tonalidade clara com crina, cauda e

membros pretos, sendo que a tonalidade preta dos membros pode não atingir

toda a canela.

Castanha Escura: o vermelho da pelagem é de tonalidade escura com crina,

cauda e membros pretos.

Castanha Zaina: pelagem castanha escura ou pinhão que não apresenta

particularidades na cabeça e nos membros.

Castanha Pinhão: pelagem de tonalidade vermelha bem escura, quase preta.

Pode ser diferenciada da preta maltinta avaliando-se a cabeça, que na castanha

pinhão tem predominância de pelos vermelhos e na preta maltinta é coberta de

pelos pretos.

2.2 Baia

Caracterizada pela presença de pelos de tonalidade amarela (varia do claro ao

bronzeado) na cabeça, pescoço e tronco, com crina, cauda e extremidades pretas.

Variedades:

Baia Clara: pelos de tonalidade amarela clara, com crina, cauda e membros

pretos.

Baia Clara Apatacada: formada de pelos amarelos claros, com manchas

arredondadas delimitadas na superfície lembrando patacas (moedas antigas).

Apatacado não é uma variedade exclusiva da pelagem baia, pois pode ocorrer

nas outras pelagens.

Baia Palha: pelos amarelos bem claros, lembrando a coloração da palha do

milho.

Baia Escura: a tonalidade do amarelo é escura, quase marrom. Diferencia-se da

pelagem castanha clara porque o marrom, da baia escura, é amarelado e na

castanha é avermelhado.

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Baia Encerada: formada de pelos amarelos escuros, lembrando a cor de cera

natural.

2.3 Pelo de Rato

Caracterizada pela presença de pelos cinza na cabeça, pescoço e tronco,

lembrando a cor do rato de esgoto, com crina, cauda e extremidades pretas. Esta

pelagem não é encontrada nos eqüinos (cavalos e éguas), só ocorre nos asininos

(jumentos) e muares (burros e mulas).

3ª Categoria – Pelagens compostas

São formadas pela interpolação de pelos de duas ou três cores diferentes,

distribuídos no corpo do animal. A variação de cores pode ocorrer no mesmo pelo.

3.1 Tordilha

Interpolação de pelos brancos em todo o corpo do animal. O gene responsável

pela pelagem tordilha é epistático, ou seja, sempre que estiver presente no genótipo, vai

se manifestar no fenótipo. Portanto, todo produto tordilho é fruto de um acasalamento

em que pelo menos um dos pais é tordilho. O animal tordilho tem clareamento

progressivo. O potro pode nascer com a interpolação de pelos brancos característica do

tordilho e clarear lentamente, com o avançar da idade. Porém, a maioria nasce com uma

pelagem firme e os pelos brancos vão aparecendo à medida que envelhecem. Esse

clareamento é observado a partir das extremidades, principalmente na região da cabeça

(contorno dos olhos, narinas e orelhas), podendo iniciar também a partir da crina, cauda

Page 11: Pelagem de Equinos

e membros. Durante sua vida, o animal tordilho pode apresentar diversas alterações na

tonalidade da pelagem. Variedades:

Tordilha Negra: tordilho que apresenta pelagem preta com poucos pelos

brancos.

Tordilha Escura:tordilha com predomínio de pelos pretos.

Tordilha Clara: predomínio de pelos brancos na pelagem tordilha.

Tordilha Ruça: quando não mais se observar no tordilho os pelos da pelagem de

origem. O animal terá o corpo recoberto por pelos brancos e sua pele será

excessivamente pigmentada nas extremidades, em virtude da migração do

pigmento melânico que se acumulou dentro das células.

Tordilha Cardã: pelagem tordilha que apresenta reflexos avermelhados ou

amarelados. Comum naqueles animais que nasceram castanho, alazões ou baios.

Tordilha Pedrês: quando os pelos vermelhos ou pretos formam pequenos tufos

no fundo branco.

3.2 Rosilha

Caracterizada pela interpolação de pelos brancos nas diversas pelagens. Esses pelos

brancos são menos evidenciados na cabeça. Os potros já nascem rosilho, mas raramente

podem apresentar ao nascimento pelagens uniformes e a interpolação de pelos brancos

acontecerá mais tarde. As variedades mais comumente encontradas se caracterizam pela

ação do gene do rosilho em outra pelagem qualquer. Pode ainda ser classificada como

clara (predominância de pelos brancos no pescoço e tronco) ou escuras (predominância

de pelos da pelagem de origem). Algumas variedades:

Rosilha Castanha: pelagem castanha com interpolação de pelos brancos no

pescoço e tronco.

Rosilha Baia: pelagem baia com interpolação de pelos brancos no pescoço e

tronco.

Rosilha Preta: pelagem preta com interpolação de pelos brancos no pescoço e

tronco.

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Rosilha Alazã: pelagem alazã com interpolação de pelos brancos no pescoço e

tronco.

3.3 Lobuna

Caracterizada pela interpolação de pelos amarelos e pretos. Essas duas tonalidades

podem também estar presentes no mesmo pelo. Na cabeça há predomínio de pelos

pretos. Variedades:

Lobuna Clara (predomínio de pelos amarelos).

Lobuna Escura (predomínio de pelos pretos).

3.4 Ruão

Interpolação de pelos vermelhos, pretos e brancos. Pelagem encontrada nos

asininos e muares. Os pelos pretos podem estar presentes apenas nas regiões de crina e

cauda.

4.1 Pampa

Conjugação de malhas brancas despigmentadas, bem delimitadas, em qualquer

outra pelagem. A designação pampa precede o nome da pelagem de fundo, se a

proporção de malhas brancas for maior, ou deve vir depois do nome da pelagem de

fundo, se as malhas brancas estiverem em menor proporção. Algumas variedades:

Pampa de Preto: pelagem preta sobre fundo branco.

Preta Pampa: malhas brancas sobre fundo preto.

Pampa de Alazã: pelagem alazã sobre fundo branco.

Alazã Pampa: malhas brancas sobre fundo alazão.

Pampa de Castanha: pelagem castanha sobre fundo branco.

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Castanha Pampa:

Pampa de Tordilha: pelagem tordilha sobre fundo branco despigmentado

(róseo).

4.2 Apalusa

Qualquer pelagem que apresentar malha branca despigmentada na garupa será

designada de Apalusa. Essa malha poderá se estender atingindo outras regiões do tronco

(dorso, lombo, costados, cernelha, espáduas) e poderá apresentar ou não pintas da

pelagem básica.

O potro pode não ter a pelagem apalusa claramente evidenciada ao nascimento,

mas há quatro sinais que quando observados no eqüino jovem caracterizam esta

pelagem: 1 – esclerótica facilmente visível, 2 – cascos rajados ou mesclados, 3 – áreas

de despigmentação em determinadas regiões da cabeça. O animal apresentará um

padrão borrado de pele pigmentada e não pigmentada principalmente em volta dos olhos

e focinho, 4 – despigmentação na região anal, órgãos genitais e às vezes na vulva. Essas

regiões apresentarão áreas de despigmentação, lembrando um mapa irregular de pele

clara e escura.

Animais que não apresentarem a pelagem apalusa característica, mas

apresentarem essas quatro características, poderão ter filhos de pelagem apalusa. Essa é

característica de uma raça de eqüinos dos EUA, denominada Appaloosa, onde a

dominância sobre a garupa, podendo estender-se a todo o exterior do animal

(Leopardo). Nas raças de pôneis, quando a malha com pintas atinge todo o corpo do

animal, a pelagem é denominada Persa. Podem existir dois tipos de pelagem apalusa:

Mantada: refere-se a pelagem que apresenta uma área, sem limite, branca sólida,

normalmente na garupa e outra(s) região(ões) do tronco. Esta malha poderá ou

não apresentar pintas da pelagem básica. Na resenha deverá ser especificada a

presença ou não de pintas e quais as regiões do corpo do animal são atingidas

por essa malha.

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Nevada: pelos claros e escuros na região da garupa podendo atingir todo o

corpo. As áreas de pelos brancos são semelhantes a flocos de neve.

Estas variações podem ainda ser subdivididas:

Alazã Apalusa: pelagem alazã com malha despigmentada na garupa e pintas da

pelagem na malha.

Alazã Apalusa Mantado: pelagem alazã com malha despigmentada na garupa

atingindo o dorso, lombo, cernelha e costados com pintas da pelagem básica.

Tordilha Apalusa Mantada: pelagem tordilha com malha despigmentada na

garupa que invade a região do dorso e lombo com pintas escuras na malha.

Alazã Tostada Apalusa Mantada: pelagem alazã tostada com malha branca na

garupa que invade as regiões do dorso, lombo e flanco com pintas da pelagem

básica.

Apalusa Mantada: pelagem preta com malha branca na garupa, dorso, lombo,

cernelha, espádua e costados com pintas da pelagem básica.

Preta Apalusa Nevada: pelagem preta com pelos brancos na região do tronco.

Esses pelos são esparsos e imitam flocos de neve.

4.3 Persa (variedade leopardo da pelagem apalusa)

Pelagem de pelos brancos, com deficiência de pigmentação na pele e pequenas

malhas circunscritas de outra pelagem distribuídas por todo o corpo do animal. Apesar

de ser classificada como tipo diferente da pelagem apalusa, publicações recentes

revelam que geneticamente essa pelagem é uma variedade da apalusa. Variedades:

Alazã Persa: fundo com áreas de depigmentação, pintas de tonalidade vermelha.

Alazã Tostada Persa: fundo com áreas de depigmentação e manchas

circunscritas da pelagem alazã tostada.

Preta Persa: fundo branco com manchas circunscritas de tonalidade preta

espalhadas pelo corpo.

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4.4 Oveira

Malhas de despigmentação em fundo de qualquer pelagem. Essas malhas

apresentam contorno irregular e não são bem delimitadas como na pelagem pampa, mas

se infiltram com a pelagem de fundo. As áreas brancas incluem grande parte (ou a

totalidade) da cabeça, podem atingir as faces laterais do pescoço, costados, ventre e

flancos, porém nunca cruzam a linha dorsal. Na maioria dos cavalos, a área pigmentada

é mais extensa que a branca, e a cauda normalmente é de uma só cor.

4.5 Toveira

Variedade da oveira. Sua caracterização pode ser feita observando as malhas

que são irregulares e grande parte da cabeça apresenta malha despigmentada, como na

oveira, porém, as marcas do tronco ultrapassam a linha dorsal e na maioria dos animais,

a área despigmentada é maior que a pigmentada.

4. PARTICULARIDADES DAS PELAGENS

4.1 Particularidades gerais

Não tem sede fixa no corpo do animal. Os pelos modificam o aspecto das

pelagens conferindo-lhes nomes especiais. Exemplos: apatacada, salpicada e tordilho

pedrês.

A direção natural dos pelos também pode ser diferente do corpo, em pequenas

áreas, são denominadas rodopios. Possui forma arredondada, especificamente nas

regiões da cabeça, garganta, pescoço e flancos. Quando esses pelos irregulares

possuírem formato mais alongado recebem o nome de espiga. Se a espiga se localizar na

tábua do pescoço é chamada de espada romana, se situada nas espáduas ou costelas é

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denominada seta. A localização zootécnica dos rodopios espigas sempre deve ser

descrita na resenha.

4.2 Particularidades especiais

Áreas delimitadas cobertas de pelos brancos contrastando com a pelagem

dominante. Podem ser observadas na cabeça, pescoço, tronco e membros.

4.2.1 Cabeça e pescoço:

Quando os sinais brancos estiverem localizados na cabeça, sobre pele

despigmentada, dependendo da forma, região e tamanho, recebem os nomes como:

estrela, luzeiro, cordão, filete, beta, bebe em branco , bocalvo, malacara e frente aberta.

A presença de pelos brancos sobre pele escura deve ser entendido como vestígio. Se os

cílios forem brancos devem o animal deve ser chamado de celhado. Na pelagem alazã

as crinas podem ser brancas e essa particularidade é denominada crinalvo.

4.2.2 Tronco:

No tronco pode ocorrer listra de burro, estendendo-se na região dorsal (da

cernelha até a base da cauda). Ainda no tronco, pode-se encontrar a faixa crucial.

Quando essas particularidades são pouco visíveis devem ser consideradas vestígios.

Malhas despigmentadas situadas na região abdominal são denominadas bragas.

4.2.3 Membros:

As marcas brancas, bem delineadas e com pele despigmentada formam os

calçamentos. De acordo com a extensão, os calcamentos podem ser: alto (inicia na

coroa e atinge ou ultrapassa o joelho e/ou o jarrete), médio (inicia na coroa e termina

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abaixo das articulações do joelho e/ou jarrete) e baixo calçado (situa-se entre a coroa do

casco e o boleto).

Na pelagem pampa, quando estes calçamentos ultrapassam joelhos e/ou jarretes

e atingem a região do tronco, não devem ser descritas na resenha, estes animais são

chamados de arregaçados (quando não ultrapassarem a linha do dorso). A pele

despigmentada sobre a região da coroa do casco chama-se calçado sobre coroa. Se a

pele não for despigmentada nos calçamentos considera-se como vestígio, em caso de

dúvida, a região deve ser molhada para se determinar a tonalidade da pele do animal.

Quando em qualquer um dos calçamentos ocorrer malhas escuras (pretas ou castanhas)

e arredondadas, diz-se que o calçamento é arminhado. Quando o calçamento não

envolve todo o membro do animal dizemos que é incompleto, caso contrário é um

calçamento completo. Os cascos podem ser definidos como branco ou

rajado/mesclado.

Nos membros pode-se encontrar também a particularidade chamada de

zebruras, caracterizada por estrias escuras e transversais nas regiões dos joelhos e

jarretes. Na resenha é necessário esclarecer em qual(is) membro(s) estão localizadas.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRIQUET, R. J. Genética da Pelagem do Cavalo, s/ editora Site: www.cavalo.com.br.

Disponível em: 18/02/2013.

REZENDE, A.S.C.; COSTA, M. D. Pelagem dos Eqüinos: Nomeclatura e Genética. 2.

ed. Belo Horizonte, Editora FEP-MVZ. p.111.