Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

274
04. PPT Princípios do Jogo 1 05. PPT Caracterização Níveis Desempenho 26 Caderno Exercícios 45 Documento Apoio Formação Futsal FPF -DE FINAL 102 Etapas_Formacao_Jogador_Futsal 144 00. Apresentação 220 01. PPT História Cronológica do Futsal 225 02. PPT Evolução do Jogo 247 03. PPT Futsal como Jogo Desportivo Colectivo 258

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04. PPT Principios do Jogo 1

05. PPT Caracterizacao Niveis Desempenho 26

Caderno Exercicios 45

Documento Apoio Formacao Futsal FPF -DE FINAL 102

Etapas_Formacao_Jogador_Futsal 144

00. Apresentação 220

01. PPT Historia Cronologica do Futsal 225

02. PPT Evolucao do Jogo 247

03. PPT Futsal como Jogo Desportivo Colectivo 258

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PRINCÍPIOS DO JOGO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

Objectivos

Ações

Momentos Princípios

JOGO DE FUTSAL

Individuais Colectivas

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JOGO DE FUTSAL

Ataque Defesa

OBJECTIVOS Progressão/Finalização

Manutenção da posse de bola

Cobertura/Defesa da baliza

Recuperação da posse de bola

MOMENTOS

Construção das acções ofensivas

Criação de situações de finalização

Finalização

Impedir a construção das acções ofensivas

Anular situações de finalização

Defender a baliza

PRINCÍPIOS GERAIS Recusar a inferioridade numérica

Evitar a igualdade numérica

Criar a superioridade numérica

ESPECÍFICOS

Penetração

Cobertura Ofensiva

Mobilidade

Espaço

Contenção

Cobertura Defensiva

Equilíbrio

Concentração

Táctica Individual Táctica de Grupo

Táctica de Equipa

A Compreensão do Jogo

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Acções de Jogo

Individuais Colectivas

Elementares Complexas

Táctica IndividualTáctica de

Grupo

(2 e 3 Jogadores)

Táctica de Equipa

A Compreensão do Jogo

• 1 x GR

• 1 x 1 + GR

• 2 x GR

• 2 x 1 + GR

• 3 x 1 + GR

• 2 x 2 + GR

• 3 x 2 + GR

• 3 x 3 + GR

• 4x3+GR (estratégico)

• 4x4 jogo formal

• 5x4+GR (estratégico)

Individual

Grupo

Equipa

A Compreensão do Jogo

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• ATAQUE

• Conservar a posse da bola;

• Progressão dos jogadores e da bola em direcção à baliza contrária;

• Finalização.

• DEFESA

• Recuperar a bola;

• Retardar a progressão dos jogadores e aproximação da bola da nossa baliza

• Protecção do espaço defensivo e da baliza

Objectivos

OrganizaçãoOfensiva

TransiçãoAtaque/Defesa

OrganizaçãoDefensiva

TransiçãoDefesa/Ataque

JOGO DE FUTSAL

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5

Princípios de jogo:

• Conjunto de linhas orientadoras que orientam os comportamentos tático-técnicos individuais e coletivos

• Código de “linguagem comum” que permite melhorar a funcionalidade da comunicação explicita ou implícita (Castelo, 2004)

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Princípios do Jogo - Gerais

• Recusar a inferioridade numérica

• Evitar a igualdade numérica

• Criar a superioridade numérica

10

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11

Ofensivos Defensivos

Penetração

Cobertura Ofensiva

Mobilidade

Espaço Concentração

Equilíbrio

Cobertura Defensiva

Contenção

Princípios específicos de Jogo

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FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Princípios de jogo específicos:

Penetração vs Contenção

Exploração da possibilidade de Impedir a finalização ou progressão

finalizar ou progredir em direção para a sua baliza, criando uma

ao alvo contrário situação de 1x1

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

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Cobertura Ofensiva vs Cobertura Defensiva

Para garantir superioridade numérica Para garantir superioridade numérica

um dos atacantes procura criar uma defensiva, um dos defesas “protege”

linha de passe o jogador em contenção

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Mobilidade vs Equilíbrio

Romper com a estabilidade Reajuste espacial para a manutenção

defensiva e criação de linhas de passe da estabilidade defensiva, face ao

através de movimentações sem bola posicionamento ofensivo

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

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Espaço vs Concentração

Amplitude de espaço em largura Restrição do espaço disponível para

e em profundidade para criação de jogar para criação de situações de

linhas de passe e aumento do espaço superioridade numérica em torno da

a ocupar pela defesa bola

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

PRINCIPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

• Dirigir os comportamentos técnico-tácticos em direcção à baliza adversária.

• Tendo em conta:

Transportar o centro de jogo para zonas de finalização;

Evitar que a equipa adversária se organize defensivamente;

Tirar partido de se ter a posse de bola.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Penetração

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOPenetração

PENETRAÇÃO

• Quando um jogador recebe a bola, deve receber imediatamente por parte dos seus colegas acções de cobertura atrás da linha da bola;

• Tendo em conta: Dar opções técnico-tácticas da situação do jogo; Diminuir a pressão dos adversários sobre o portador da

bola; Possibilitar a manutenção do equilíbrio defensivo, em

relação ao companheiro de posse da bola.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Cobertura Ofensiva

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOCobertura Ofensiva

COB OFE

• Tentar danificar a organização defensiva da equipa adversária, criando os espaços necessários para a progressão da bola.

• Tendo em conta:

Criação de espaços livres;

Desequilibrar o centro de jogo defensivo;

Tornar o jogo imprevisível do ponto de vista defensivo.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Mobilidade

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOMobilidade

MOBILIDADE

• Estruturação e racionalização das acções ofensivas colectivas no sentido de dar maior amplitude ao ataque em:

Largura;

Profundidade.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Espaço

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOEspaço

• Mudança de atitude ofensiva para defensiva.

• Tendo em conta:

Marcação ao adversário de posse de bola;

Deslocamentos rápidos para evitar o contra-ataque;

Manter-se entre a bola e a baliza.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Contenção

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOContenção

• Apoiar o companheiro que marca o portador da bola, para que este tenha maior poder de iniciativa.

• Assumir a responsabilidade de exercer contenção sobre o adversário quando este ultrapassar o seu colega.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Cobertura Defensiva

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOCobertura Defensiva

• Contrapõe o princípio da mobilidade, visando assegurar:

A estabilidade do jogo defensivo;

Criar condições desfavoráveis aos atacantes, obrigando-os a deslocarem-se para espaços menos perigosos;

Tornar o jogo ofensivo previsível do ponto de vista defensivo.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Equilíbrio

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOEquilíbrio

• Estruturação e racionalização das acções defensivas colectivas no sentido de retirar amplitude às acções ofensivas:

Largura;

Profundidade.

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGO

Concentração

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PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS DO JOGOConcentração

• Situações de superioridade e inferioridade

• 1 x 0 (GR)

• 2 x 0 (GR)

• 2 x 1

• 3 x 1

• 3 x 2

José Luís Mendes34

Operacionalização dos Princípios de jogo

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1x0 (GR)

• Ofensivamente

• Jogador ataca imediatamente o GR e simula sempre antes de rematar;

• Se possível esperar por apoio de colegas para eles finalizarem.

José Luís Mendes35

• Ofensivamente

• Jogador portador da bola ataca o GR, e passa ao jogador livre.

• Jogador livre deverá estar sempre atrás da linha da bola.

• Defensivamente

• O GR deverá colocar-se perto da linha de baliza para interceptar o passe ou defender o remate ao 2º poste.

José Luís Mendes36

2x0 (GR)

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2x0 (GR) - defensivamente

• Ofensivamente

• Jogador portador da bola ataca defensor, e passa ao jogador livre.

• Jogador que executou passe deverá dar solução ao colega (deslocado-se de imediato para o 2º poste ou ficar a dar apoio).

• Defensivamente

• Se estiver longe da baliza o defensor divide linha de passe;

• A cerca de 12/13 metros da baliza oferece linha de passe e referencia o poste;

• O GR ataca imediatamente jogador livre que recebe a bola.

• O defensor fica a marcar o jogador sem bola impedindo que este a volte a receber.

José Luís Mendes38

2x1+ GR

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Transição Defesa – Ataque (2x1+Gr)

Atacar defensor anulando a acção deste.

Desmarca-se ao 2º poste.

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Transição Defesa – Ataque (2x1+Gr)

Fica a dar apoio para finalizar.

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Transição Ataque - Defesa (Gr+1x2)

Longe da baliza divide linha de passe;

Após 12/13 m oferece linha de passe e individualiza (GR prepara saída).

42

Transição Ataque - Defesa (Gr+1x2)

Longe da baliza divide linha de passe;

Se este acontecer a uma distância considerável da baliza o defensor deve impedir progressãodo jogador que recebeu a bola.

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• Ofensivamente

• Jogador com bola sempre no corredor central

• Após passar a bola a um dos colegas fica a dar apoio

• Se a bola foi para a ala esquerda, o jogador da ala direita desmarca-se imediatamente para o 2º poste

• O jogador com bola terá duas soluções: jogar para trás no apoio ou passe para o 2º poste

• Defensivamente

• O defensor deverá temporizar o mais possível;

Quando acontecer o passe:

- O GR ataca imediatamente o jogador que recebe a bola, fechando o defensor o 2º poste.

José Luís Mendes43

3x1+GR

44

Transição Ataque - Defesa (Gr+1x3)

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• Ofensivamente

• Jogador com bola sempre no corredor central

• Após passar a bola a um dos colegas fica a dar apoio

• Se a bola foi para a ala esquerda, o jogador da ala direita desmarca-se imediatamente para o 2º poste

• O jogador com bola terá duas soluções: jogar para trás no apoio ou passe para o 2º poste

• Defensivamente

• Os dois defensores deverão defender à zona, e o GR tenta proteger o 2º poste.

Ou

- O GR defende um dos lados, previamente definido, ficando os defensores responsáveis por marcar os outros dois atacantes (corredor central e lado contrário do GR).

José Luís Mendes45

3x2+GR

46

Transição Defesa - Ataque (3x2+Gr)

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47

Transição Defesa - Ataque (3x2+Gr)

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Transição Ataque - Defesa (Gr+2x3)

Se houver passe e o defensor não tiver tempo – INDIVIDUAL (GR ataca jogador livre);

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Transição Ataque - Defesa (Gr+2x3)

Se tiver tempo pressiona bola e o outro defensor ataca zona central

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CARATERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

Níveis de Desempenho

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Futsal

EmbrionárioAdesão massiva

Irreverência ideológica

Contexto:Desejável emancipação e evolução,Analogia com outras modalidadescuja cultura desportiva está maisdesenvolvida.

Futsal

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Futsal

Condicional

Cognitivo

Coordenativo

Nível de Desempenho

PRIORIDADES

Básico Elementar Intermédio Especialização

Cognitivo

Coordenativo

Condicional

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Futsal – Ensino do jogo

• Cognitivo

• Compreensão do jogo

• Acção táctica

• Funcionalidade

Futsal

Cognitivo

Coordenativo Condicional

Construção do exercício

Complexidade - Envolvimento

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Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

Inicialmente no ensino do jogo de Futsal, condicionado pelo ensino deoutros jogos desportivos colectivos e pelo reconhecimento das grandesexigências técnicas que esta modalidade requisita, utilizou-se umametodologia centrada no ensino da técnica.

Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

Actualmente, tal como em outros jogos desportivos colectivos, o Futsaladoptou um modelo de ensino do jogo orientado pela dimensão táctica(Braz 2006), cujo objectivo é o desenvolvimento das capacidades e dasqualidades de desempenho dos jogadores e da equipa, através de ummelhor entendimento do jogo.

Contudo, é importante salientar que as outras dimensões não devem serignoradas ou descoradas, a dimensão táctica deve contextualizar o processooperacional de ensino.

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Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

TENDÊNCIA

Decomposição do nível de complexidade do jogoAumento progressivo desses níveis de complexidade(1x1, 2x2, 3x3, até ao jogo formal, o 5x5).

O modelo de abordagem não deve assumir uma progressivahierarquia sequencial desses níveis.

Proposto Metodológica para o Ensino do jogo de Futsal

Deve sim assumiruma modelação em que ohorizonte estrutural efuncional do jogopretendido esteja presentee a plasticidade dessamodelação permitadeambular pelosdiferentes níveis decomplexidade

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Níveis de desempenho

• Fazendo uma análise vertical aojogo de Futsal, tendo comoreferência o jogo praticadopelas crianças que o iniciam e onível de desempenho desejadopara que um jogador possaintegrar uma equipa sénior,verifica-se que existemdiferentes níveis evolutivos.

Nível Básico

• Iniciação ao objecto do jogo

• O nível básico é manifestado, fundamentalmente, pelo rudimentar relacionamento com a bola;

• A organização posicional e funcional não existe;

• A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo;

• Constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola;

• A ausência de consciência do objectivo primeiro do jogo, a marcação de golos;

• Tudo funciona em torno do espaço físico da bola.

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Nível Básico

• Iniciação ao objecto do jogo

• O nível básico é manifestado, fundamentalmente, pelo rudimentar relacionamento com a bola:

• Aspectos coordenativos;

• Ações de jogo “Técnica individual”;

• Como se executam as ações de jogo individuais;

• Podemos colocar o porquê?

Nível Básico

• Iniciação ao objecto do jogo

• A organização posicional e funcional não existe:

• Colocação em campo?

• Princípio do espaço já será conteúdo?

• Funcionalidade?

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Nível Básico

• Iniciação ao objecto do jogo

• A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo:

• Objectivo de cada ação individual?

• Qual o objectivo do jogo?

• Para onde orientar as ações de jogo?

• Princípio de jogo fundamental?

Nível Básico

• Iniciação ao objecto do jogo

• Constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola e tudo funciona em torno do espaço físico da bola:

• Variáveis espaço nas propostas de ensino – como?

• Ações de jogo sem bola – conteúdo prioritário?

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Nível Básico

• Iniciação ao objecto do jogo

• A ausência de consciência do objectivo primeiro do jogo, a marcação de golos:

• Princípio de jogo fundamental?

• Primeiras noções de colaboração para atingir objectivo do jogo;

• Princípio de jogo cobertura ofensiva?

Níveis de desempenho

• NÍVEL BÁSICO

• EXERCÍCIOS:

• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;

• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;

• Conteúdos prioritários?

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Nível Elementar

• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo, enquanto jogo colectivo;

• Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as ações individuais e colectivas de jogo;

• Aparece uma organização posicional e funcional simples;

• As ações colectivas apenas são realizadas quando se reconhece que as individuais não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios são facilmente evidentes;

• Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola.

Nível Elementar

• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo, enquanto jogo colectivo ou seja, as ações colectivas apenas são realizadas quando se reconhece que as individuais não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios são facilmente evidentes:

• A colaboração entre colegas começa a ser preocupação;

• Princípios de jogo cobertura ofensiva e defensiva.

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Nível Elementar

• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as ações individuais e colectivas de jogo:

• Aspectos coordenativos continuam a ser potenciados mas sempre numa lógica de funcionalidade;

• Objetivo claro de cada ação de jogo;

• Refinamento das ações.

Nível Elementar

• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• Aparece uma organização posicional e funcional simples:

• Qual a melhor organização posicional?

• Como aproveitar o espaço existente – manipular o espaço do jogo/exercícios;

• Táctica de grupo – funcionalidade simples.

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Nível Elementar

• Elaboração elementar do objectivo do jogo

• Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola:

• Princípios de jogo defensivos têm relevância;

• Cobertura defensiva e defesa dos colegas sem bola;

• Mudança de atitude quando se perde a posse de bola.

Níveis de desempenho

• NÍVEL ELEMENTAR

• EXERCÍCIOS:

• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;

• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;

• Conteúdos prioritários?

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Nível Intermédio

• Desenvolvimento da organização posicional

• A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com frequência, uma sequência de ações ininterrupta sem erros não provocados;

• Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de jogo;

• Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos estruturais e das respectivas funções;

• A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as ações individuais começam a assumir;

• O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projeto colectivo em que as ações individuais visão o benefício da equipa.

Nível Intermédio

• Desenvolvimento da organização posicional

• A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com frequência, uma sequência de ações ininterrupta sem erros não provocados:

• Complexidade cognitiva relevante;

• Maior intensidade nas ações a realizar;

• Contexto de oposição elevado;

• Refinamento das ações de jogo - total funcionalidade.

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Nível Intermédio

• Desenvolvimento da organização posicional

• Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de jogo:

• Qual a melhor organização posicional?

• Como aproveitar o espaço existente – manipular o espaço do jogo/exercícios;

• Princípios de jogo mobilidade e equilíbrio cumprindo os princípios espaço e concentração

• Táctica de grupo e de equipa – entendimento.

Nível Intermédio

• Desenvolvimento da organização posicional

• Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos estruturais e das respectivas funções;

• Entendimento das diferentes posições existentes no Futsal;

• Tarefas específicas de cada função do jogo;

• Noção dos diferentes espaços ocupados no espaço de jogo.

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Nível Intermédio

• Desenvolvimento da organização posicional

• A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as ações individuais começam a assumir;

• Funcionalidade total de cada ação de jogo

• Intencionalidade

• COMO TAL:

• O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projeto colectivo em que as ações individuais visão o benefício da equipa.

Níveis de desempenho

• NÍVEL INTERMÉDIO

• EXERCÍCIOS:

• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;

• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;

• Conteúdos prioritários?

Page 43: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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Nível de Especialização

• Especialização da dinâmica colectiva

• Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional suportado por numa dinâmica colectiva que emerge de padrões comportamentais referenciais;

• Neste nível de jogo os praticantes já evidenciam simultaneamente duas características importantes: grande mobilidade e equilíbrio posicional permanente;

• O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários para que se possa partir para jogares com organização estrutural e funcional complexa.

Nível de Especialização

• Especialização da dinâmica colectiva

• Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional suportado por numa dinâmica colectiva que emerge de padrões comportamentais referenciais;

• Clara noção colectiva de jogo;

• Cumprimento espacial em função das tarefas específicas de cada função do jogo;

• Continuar a refinar as ações de jogo, alicerçadas fortemente na intencionalidade e funcionalidade do jogo.

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Nível de Especialização

• Especialização da dinâmica colectiva

• Neste nível de jogo os praticantes já evidenciam simultaneamente duas características importantes: grande mobilidade e equilíbrio posicional permanente;

• Princípio de jogo espaço e concentração constantemente cumpridos;

• Cumprem princípios de jogo específicos “universais”!

Nível de Especialização

• Especialização da dinâmica colectiva

• O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários para que se possa partir para jogares com organização estrutural e funcional complexa:

• Existe um identidade de jogo específica;

• Especificidade colectiva de equipa não colide com princípios específicos “universais”.

Page 45: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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Níveis de desempenho

• NÍVEL INTERMÉDIO

• EXERCÍCIOS:

• PROPOSTAS ELABORADAS PELOS FORMANDOS;

• APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO;

• Conteúdos prioritários?

Page 46: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

NÍVEIS DE DESEMPENHO

Caderno de Exercícios

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

Page 47: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

INTRODUÇÃO

Metodologia:

Page 48: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

NIVEL BÁSICO

Problemas:

- O nível básico é manifestado, fundamentalmente, pelo rudimentar

relacionamento com a bola;

- A organização posicional e funcional não existe;

- A bola não é só o objecto como também é o objectivo do jogo;

- Constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola;

- A ausência de consciência do objectivo primeiro do jogo, a marcação de golos;

- Tudo funciona em torno do espaço físico da bola.

Page 49: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Condução e Controlo da bola

Organização:Condução de bola num espaço limitado (dentro da área). Ao sinal do Professor dirigem-se para uma baliza (orientar condução para um objectivo). Colocar várias balizas, zonas de ponto, etc.

Comportamentos Desejados:- Não perder o domínio da bola, orientar rápido a ação para a baliza!.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 50: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Condução e Controlo da bola

Organização:1 jogador sem bola todos os outros ficam com 1 bola cada. O jogador sem bola é o apanhador. Quando este apanhar um colega invertem as posições. (Podem ser inseridas condicionantes para a condução).

Comportamentos Desejados:- Não perder o dominio da bola, capaz de mudar de velocidade e direcção com a bola controlada.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 51: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Condução e Controlo da bola

Organização:2 jogadores sem bola, 1 faz de apanhador o outro serve de apoio aos colegas. Quem estiver a ser perseguido passa a bola ao jogador que faz os apoios e passa este a ser o apoio. Se o aluno que está como apanhador, apanhar um colega inverte as posições.

Comportamentos Desejados:- Não perder o dominio da bola, capaz de mudar de velocidade e direcção com a bola controlada. Jogador que está a servir de apoio deve orientar-se para o colega que está a ser perseguido pelo apanhador.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 52: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Controlo e condução da bola.Penetração.

Organização:Grupos de três, todos com bola, tentam passar com a bola controlada nas balizas que têm um defensor.

Comportamentos Desejados:- Não perder o domínio da bola. Passar na baliza com a bola controlada. Escolher o melhor momento para passar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 53: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Passe, receçãocontenção, posicionamento defensivo

Organização:Grupos de três ou quatro com um defesa que tenta intercetar a bola

Comportamentos Desejados:- Não perder o domínio da bola. Procura de linhas de passe livres, precisão no passe

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 54: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:Jogo 1x1 em cada zona do campo com dois jokers que auxiliam o portador da bola.

Comportamentos Desejados:- Portador da bola procura dirigir-se para a baliza. Defensor tenta impedir essa progressão. Colega do portador da bola participa na ação oferecendo uma solução.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 55: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Passe, recepção, drible,Penetração, cobertura ofensiva e contenção,

Organização:GR+2+1x1+GR em 2 setores. Após a bola entrar no setor ofensivo joga 2x1+GR

Comportamentos Desejados:- Orientar a bola para a frente, após passe em profundidade um dos atacantes deve penetrar para a baliza. Importante o modo como a bola é controlada face ao posicionamento do colega ou adversário. Posicionamento defensivo, tempo para desarme, retorno defensivo

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 56: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:Jogo 2x2 + Joker em que 1 jogador da equipa que defende é sempre guarda-redes. Criam-se situações de 3x1.

Comportamentos Desejados:- Portador da bola procura dirigir-se para a baliza. Defensor tenta impedir essa progressão. Colega do portador da bola participa na ação oferecendo uma solução.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 57: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:1x1+joker, o joker é solução de passe ao portador da bola.

Comportamentos Desejados:- Portador da bola deve dirigir-se para a baliza. Defensor deve esperar o melhor momento para desarmar o atacante. Joker deve estar sistematicamente a criar linha de passe ao atacante.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 58: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Controlo e condução da bola.Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:Grupos de dois com bola, tentam passar com a bola controlada nas balizas que têm um defensor.

Comportamentos Desejados:- Não perder o domínio da bola. Passar na baliza com a bola controlada. Escolher o melhor momento para passar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 59: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Organização:Jogo 2x2 em que 1 jogador da equipa que defende é sempre guarda-redes. Criam-se situações de 2x(1+GR).

Comportamentos Desejados:- O atacante com bola procura dirigir as ações para a baliza adversária. O atacante sem bola efetua cobertura ofensiva ao colega. O defensor revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão do adversário.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 60: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:2x2 + 2 jokers, cada equipa defende 1 baliza, jokers jogam na equipa que tem a posse de bola.

Comportamentos Desejados:- Portador da bola deve direccionar-se para a baliza. Joker deve dar solução ao portador da bola. Defensores evitam a progressão dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 61: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:Jogo 2x2 + 1 pivot cada equipa. Pivot joga nos últimos 6 metros. Podemos dificultar obrigando a bola a ir ao pivot para finalizar .

Comportamentos Desejados:- Atacantes procuram orientar as suas acções para a baliza adversária, atacante sem bola realiza cobertura ofensiva ao colega. Defesas devem evitar a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 62: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:GR coloca bola em jogo nos atacantes, desenvolvem-se situações de 3x1+GR, um jogador serve de joker, o jogador que finaliza fica a defender.

Comportamentos Desejados:- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária, um dos colegas sem bola realiza cobertura ofensiva, joker deve dar solução de passe ao portador da bola . Defensor deve evitar a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 63: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Condução, drible/finta, controlo de bola e penetração, contenção

Organização:1x1, cada grupo faz ponto quando coloca a bola numa zona(s) pré definida(s)Mais zonas menor dificuldade!

Comportamentos Desejados:- Orientar a condução de bola para uma baliza em função do posicionamento do defensor. O defensor deve impedir a progressão do atacante para as balizas.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 64: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Controlo e condução da bola.Penetração e contenção

Organização:Jogo 1x1 em que o aluno tem várias balizas. Iniciar o exercício com passe entre os dois e ao sinal jogar 1x1.

Comportamentos Desejados:- Não perder o controlo da bola na sua condução e finalização. Orientar a condução de bola para a baliza mais adequada, em função do posicionamento do defensor.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 65: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Condução, drible/finta, controlo de bola, penetração e contenção

Organização:Criar situações de 1x1+GR, depois de finalizar, os alunos trocam de posição.

Pode e deve-se dar vantagem posicional ao atacante para iniciar o exercício!

Comportamentos Desejados:- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária. Defensor deve evitar a progressão e finalização do atacante.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 66: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:3x3, cada equipa defende e ataca 2 balizas. Podemos pedir para marcar na baliza central (maior) ou nas duas laterais!

Comportamentos Desejados:- Portador da bola deve direccionar-se para uma das balizas que pode atacar. Melhor ocupação do espaço de jogo de forma a poderem atacar e defender as 2 balizas, evitando a aglomeração de jogadores em torno da bola.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 67: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

NIVEL ELEMENTAR

Problemas:

- O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo, enquanto jogo

colectivo;

- Ainda evidenciam frequentemente erros técnicos interrompendo as acções individuais

e colectivas de jogo;

- Aparece uma organização posicional e funcional simples;

- As ações colectivas apenas são realizadas quando se reconhece que as individuais

não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios são facilmente evidentes;

- Incorpora-se a diferenciação entre ter e não ter a posse da bola.

Page 68: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração e contenção

Organização:

1x1 num espaço delimitado.

Defensor poderá iniciar o exercício apoiado apenas num membro inferior!

Comportamentos Desejados:- O atacante: desequilibrar o adversário direto ultrapassando-o. O defensor: impedir a progressão do atacante.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 69: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva e defensiva

Organização:3x3, em cada meio campo apenas podem estar no máximo dois defensores.

Comportamentos Desejados:- Atacantes tentam progredir e finalizar aproveitando a superioridade numérica. Os defesas devem coordenar as ações de forma a evitar a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 70: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração e cobertura ofensiva, contenção e cobertura defensiva.

Organização:Jogo 3x3 em que 1 jogador da equipa que defende é sempre guarda-redes. Criam-se situações de 3x2(+GR).

Comportamentos Desejados:- Os atacantes: procuram criar situações de superioridade numérica, numa zona do campo, aproveitando o jogador de campo que têm a mais- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 71: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração e cobertura ofensiva, contenção e cobertura defensiva.

Organização:2x2+ 2 jokers, as 2 balizas pequenas não pertencem a nenhuma equipa, as equipas pontuam sempre que passarem a bola por entre os mecos e dirigida a um colega que continua com a posse de bola.

Comportamentos Desejados:- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a progressão dos atacantes para as balizas. Os atacantes devem ser capazes de alterar o sentido do jogo conforme a ocupação do espaço defensivo.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 72: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, contenção

Organização:Criar situações de 2x1+GR) nas 2 balizas, o jogador que finaliza fica a defender. GR coloca bola em jogo nos atacantes, se defesa ganhar a bola coloca fora.

Comportamentos Desejados:- Atacante com bola procura dirigir as acções para a baliza adversária. Atacante sem bola oferece solução ao colega. Defensor deve evitar a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 73: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, contenção e cobertura defensiva.

Organização:Jogo (2+Gr)x(Gr+2) em meio-campo.

Comportamentos Desejados:- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 74: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Cobertura defensiva, penetração e cobertura ofensiva.

Organização:Grupos de dois, atrás de cada baliza. OGr coloca a bola em jogo e desenvolve-seuma situação de 2x2+gr. Continuamentepara cada baliza.

Comportamentos Desejados:- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos atacantes, enquanto estes tentam colectivamente procurar situações de finalização.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ELEMENTAR

Page 75: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, contenção e cobertura ofensiva.

Organização:4 (+Gr)x4 (+Gr), em cada quadrado pode estar 2 atacantes e 1 defesa, o atacante que passar a bola pode dar apoio ao atacante, mas quando perder a posse de bola regressa ao seu quadrado. Criar situações de 2*1, para facilitar a finalização.

Comportamentos Desejados:- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca. Os defesas impedem a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 76: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Contenção, cobertura ofensiva e defensiva

Organização:3x2 + 2 Jokers, fazem manutenção posse bola, quem passar no jokertroca de lugar com este.

Comportamentos Desejados:- Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo, criando solução de passe. Os defesas devem coordenar as acções de forma a eliminar linhas de passe.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 77: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Cobertura defensiva, penetração e cobertura ofensiva.

Organização:Grupos de três, tentam realizar 10 passesdentro do quadrado, ao conseguirem,quem estiver em posse de bola ataca umabaliza, provocando situações de 3x1+gr.

Os jogadores exteriores podem servir de apoioao jogo dos 10 passes!

Comportamentos Desejados:- No ataque: Coberturas ofensivas constantes ao portador da bola; Na defesa: recuperar a posse de bola rapidamente. Mudar de atitude ofensiva para defensiva e vice-versa

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ELEMENTAR

Page 78: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, contenção e cobertura ofensiva

Organização:Jogo (2+GR)x(GR+2) com apoio de 2 pivôs, na parte externa do campo, mas em todo o espaço ofensivo. Situações de jogo 4x2.

Comportamentos Desejados:- Os atacantes: procuram criar situações de superioridade numérica, aproveitando os apoios, para progredir e finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL BÁSICO

Page 79: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Contenção e cobertura defensiva, penetração e cobertura ofensiva.

Organização:Jogo 4x4: a equipa que defende terá que ter 2 jogadores na zona ofensiva e 2 jogadores na zona defensiva; a equipa que ataca pode ter sempre 3 jogadores no espaço que tem a bola.

Comportamentos Desejados:- Os atacantes: procuram progredir no térreo e finalizar aproveitando a superioridade numérica.- Os defensores: procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos atacantes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ELEMENTAR

Page 80: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

NIVEL INTERMÉDIO

Problemas:

- A qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com

frequência, uma sequência de acções ininterrupta sem erros não provocados;

- Início da noção de organização posicional das diferentes fases/momentos de jogo;

- Os jogadores passam a ter consciência dos diferentes posicionamentos estruturais e das

respectivas funções;

- A evolução do jogo passa pelo enquadramento colectivo que as acções individuais

começam a assumir;

- O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projecto colectivo em que as acções

individuais visão o benefício da equipa.

Page 81: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Posição defensiva, desarme e intercepção.Penetração e contenção.

Organização:Jogo (GR+1)x(1+GR) com 2 apoios na linha de baliza.

Definir se os apoios podem ou não podem finalizar

Comportamentos Desejados:- Do atacante: procura sistemática da penetração, através do recurso à finta, e da finalização.- Do defensor: impedir a progressão e finalização do atacante através do desarme e da interceção.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 82: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio.

Organização:3 equipas de 3 jogadores. A equipa com bola tenta passar a bola para a outra equipa. Podemos obrigar a efetuar um determinado número de passes antes de passar a bola para a outra equipa.

Comportamentos Desejados:- Os atacantes devem estar em mobilidade constante para criar linhas de passe e criar espaços livres. Defesas reduzir o espaço em largura, reorganização constante para fechar linhas de passe e impedir que a equipa adversária realize os 6 passes.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 83: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Mobilidade (específica): combinações ofensivas – paralela, diagonal, quebra, e sobreposição.

Organização:Grupos de dois executam o movimento ofensivo.Quem passa escolhe o movimento ofensivo para obrigar o portador da bola a orientar a recepção de acordo!Colocar defensor para obrigar a “escolher” o movimento ofensivo

Comportamentos Desejados:- Portador da bola executa adequadamente em função do movimento ofensivo do colega sem bola!

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 84: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio.

Organização:Jogo (3+GR)* (3+GR) + 2 jokers nas linhas laterais em 1/3 campo

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar. - Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização

ao adversário.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 85: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade e espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio e contenção.

Organização:Jogo (3*3+GR) + 3 apoios ofensivos para cada equipa. Apoios jogam a 2 toques.

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar. - Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização

ao adversário.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 86: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio.

Organização:Jogo (3*2+2, os 3 atacantes recebem bola do GR escolhem a baliza que querem atacar, os outros defesas fazem recuperação defensiva para anularem o 3*2 e passarem para 3*4. Jogo termina quando a bola sair.

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Rapidez na condução de bola para poder finalizar em superioridade numérica. Dar solução

de passe ao portador da bola.- Defensores – Contenção defensiva de forma a retardar a finalização do ataque e poder criar uma

situação de 3*4.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 87: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva e mobilidade.Contenção, cobertura defensiva e equilíbrio

Organização:Jogo (3+GR)x(GR+3) com 2 apoio nas linhas de baliza

Comportamentos Desejados:- Dos atacantes: mobilidade constante para criar ou encontrar espaços para finalizar.- Dos defensores: reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 88: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade e espaço.Contenção, cobertura defensiva, equilíbrio e concentração.

Organização:Jogo (3+GR)x(GR+3) com 1 apoio.

Comportamentos Desejados:- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços para finalizar.- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 89: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade e espaço.Contenção, cobertura defensiva, equilíbrio e concentração.

Organização:Jogo (3+GR)x(GR+3) em meio-campo.

Comportamentos Desejados:- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços para finalizar.- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 90: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade e espaço.Contenção, cobertura defensiva, equilíbrio e concentração.

Organização:Jogo formal em espaço reduzido (2/3 campo).

Comportamentos Desejados:- Dos atacantes: cumprir com os objetivos dos princípios ofensivos.- Dos defensores: cumprir com os objetivos dos princípios defensivos.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 91: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio.

Organização:Jogo formal, cada equipa defende e ataca 3 balizas. Golo nas balizas pequenas 1 ponto, baliza grande só de cabeça 2 pontos.

Comportamentos Desejados:- Os atacantes devem estar em mobilidade constante para criar linhas de passe e espaços para finalizar.- Defesas - Reduzir o espaço em largura, reorganização constante para fechar linhas de passe e impedir

que o adversário finalize.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 92: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

NIVEL ESPECIALIZAÇÃO

Problemas:

- Qualidade técnica contextualizada numa organização estrutural e funcional suportado por

numa dinâmica colectiva que emerge de padrões comportamentais referenciais;

- Neste nível de jogo os praticantes já evidenciam simultaneamente duas características

importantes: grande mobilidade e equilíbrio posicional permanente;

- O jogo torna-se realmente colectivo e com todos os pressupostos necessários para que se

possa partir para jogares com organização estrutural e funcional complexa.

Page 93: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração

Organização:Jogo 4x4 + 1 jokers que está no circulo central. Fazem circulação e posse de bola, sempre que fizerem 1 passe no joker fazem 1 ponto.

Comportamentos Desejados:- Ataque - Mobilidade constante para criar e encontrar espaços livres, criar linhas de passe para colocar

bola no Joker.- Defesas - Reduzir o espaço defensivo, reorganização constante para fechar linhas passe para joker.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 94: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio.

Organização:Jogo (3*3)+ 2 GR, dentro do campo 10*20, a equipa que conseguir fazer 3 passes sai em situação 3*1. Se marcar continua se falhar entra outra equipa.Estrutura 1.3.1

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para dar linha de passe. - Defensores – Reorganização permanente de forma a eliminar linhas de passe ao atacante e pressionar

para provocar o erro.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 95: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:4x4+GR, 2 balizas pequenas, o atacante que passar com bola entre 1 das 2 balizas pequenas sai do jogo com a bola e imediatamente entra em jogo com bola o colega que está na linha de fundo que pode finalizar logo na cara do GR ou espera pelo apoio dos colegas.Estrutura 1.4.0

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para poder finalizar ou espaços para

sair pelas balizas pequenas. - Defensores – Reorganização permanente de forma a reduzir espaços de finalização ao adversário e

ocupação do espaço junto do portador da bola.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL INTERMÉDIO

Page 96: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:4x4 + 2 apoios, quem passa no apoio troca de posição com o colega que está fora.

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Mobilidade constante para encontrar e criar espaços para finalizar. - Defensores – Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização

ao adversário.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 97: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:- Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:Jogo formal, o aluno que receber a bola não pode devolver o passe ao aluno que lhe passou.

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Mobilidade constante para dar soluções alternadas de passe. - Defensores – Cumprir princípios defensivos.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 98: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:Jogo formal, os 4 alunos no centro do campo estão sentados no chão, Gr coloca bola na equipa atacante, os alunos que estão no chão levantam e equilibram rapidamente. Jogo termina quando a bola sair.

Comportamentos Desejados:- Atacantes – Aumentar o ritmo de jogo de forma a evitar o equilibrio dos defesas.- Defensores – Reorganização defensiva rápida para impedir a finalização.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 99: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:Jogo (4+Gr)x(Gr+4), todos os jogadores têmuma bola na mão. O treinador diz o nome de umpraticante, este coloca a bola no chão edesenvolve-se jogo (reorganização defensiva). Aoperder a posse de bola chama um 2º jogador(Idem).

Comportamentos Desejados:- Dos defensores: reorganização defensiva permanente.- Dos atacantes: grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 100: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:Jogo (4+Gr)x(Gr+4) com 4 apoios. Os jogadoresque estão fora, como apoios, poderão entrar emjogo, com posse de bola, assim que um colega osolicitar, saindo do espaço de jogo com a bolacontrolada.

Comportamentos Desejados:- Dos defensores: reorganização defensiva permanente.- Dos atacantes: grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 101: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:Jogo formal, quando a bola sai, ou se o Professorentender, coloca nova bola em jogo.

Comportamentos Desejados:- Ataque: Aproveitar vantagem posicional da nova bola em jogo.- Defesa: Reorganização defensiva em função da nova bola em jogo

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 102: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Conteúdos:Penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço . Contenção e cobertura defensiva, equilibrio, concentração.

Organização:Jogo formal com um apoio a atuar sempre pelaequipa que está em posse de bola.

Comportamentos Desejados:- Dos atacantes: abertura da equipa, em largura, e mobilidade constante para criar ou encontrar espaços

para finalizar.- Dos defensores: fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a

abertura de espaços para o adversário finalizar.

Esquema:

NÍVEIS DE DESEMPENHO – Caderno de Exercícios

NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO

Page 103: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Federação  Portuguesa  de  Futebol  /  Desporto  Escolar    

 Ações  de  Formação  de  Futsal  

 

         

   

DOCUMENTO  DE  APOIO  

JUNHO / JULHO de 2013

Page 104: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

ÍNDICE 1. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO 1.1. Princípios 1.2. Objectivos 2. HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO FUTSAL 2.1. Origem e aspectos dominantes da evolução do jogo e das leis de jogo 2.2. Portugal, um caso singular 2.3. Futsal: Desenvolvimento!? 2.4. Futsal: Reconhecimento Social? 2.5. Espaços de formação no Futsal? 2.6. Urgência na qualificação do Futsal Nacional 3. O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLECTIVO 3.1. Futsal, caracterização das exigências do jogo

3.1.1. PRINCÍPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS 3.1.1.1. Princípios de jogo gerais 3.1.1.2. Princípios de jogo específicos, defensivos e ofensivos;

3.1.1.2.1. Princípios da Penetração e da Contenção 3.1.1.2.2. Princípios da Cobertura Ofensiva e da Cobertura Defensiva 3.1.1.2.3. Princípios da Mobilidade e do Equilíbrio 3.1.1.2.4. Princípios do Espaço e da Concentração

3.1.1. Estrutura e dinâmica do rendimento em Futsal; 3.2. Informação espácio-temporal e comunicação como base para o comportamento individual e coletivo 3.3. Ação tática e tomada de decisão (princípio central na formação de alunos/jogadores ativos) 3.4. Princípios Metodológicos no Ensino do jogo de Futsal em função da sua especificidade

3.4.1. Estabilidade vs variabilidade e forma vs funcionalidade no ensino do jogo e implicações 3.4.2. Manipulação das variáveis dos exercícios

3.5. A EVOLUÇÃO DO JOGO

3.5.1. Evolução da dinâmica de jogo na organização ofensiva/defensiva 3.5.2. Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque 3.5.3. Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual 3.5.4. Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva 3.5.5. Fragmentos constantes do jogo (“Bolas paradas”)

5. CARACTERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO 5.1. Principais características, contextualização dos problemas psico-motores e problemas para solucionar

5.1.1. NÍVEL BÁSICO - Iniciação ao objecto do jogo; 5.1.2. NÍVEL ELEMENTAR - Elaboração elementar do objectivo do jogo 5.1.3. NÍVEL INTERMÉDIO - Desenvolvimento da organização posicional 5.1.4. NÍVEL ESPECIALIZAÇÃO - Especialização da dinâmica colectiva

5.2. Proposta de Exercícios para os diferentes níveis de desempenho – contextos facilitadores de aprendizagem 6. PERSPECTIVAS FUTURAS DE CONTINUIDADE FORMATIVA 7. BIBLIOGRAFIA

Page 105: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

1. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE FORMAÇÃO

1.1. Princípios

No âmbito das matérias nucleares dos Programas de Educação Física e das actividades propostas

verifica-se a necessidade de realização, anualmente, de um modelo de formação de “actualização”

técnico-didáctico com uma orientação específica. O facto da inexistência de formação específica nesta

área, aliada à auscultação e conhecimento das necessidades e motivações dos profissionais de

Educação Física em actualizar conhecimentos numa modalidade que é tão só a mais praticada no

Desporto Escolar e a que melhor se adequa às condições estruturais das escolas, justificam por si só a

iniciativa. O Futsal permite uma aprendizagem dos princípios de jogo de forma mais consciente e

simplificada, dado a sua organização estrutural (5x5), auxiliadora na compreensão de uma determinada

organização funcional do jogo, a maioria das vezes transferível para outros Jogos desportivos colectivos.

Para além de proporcionar conhecimento actualizado na aprendizagem do Futsal, orientando a acção

técnico-didáctica dos Docentes, pretende-se criar novas metodologias e estratégias de ensino na

abordagem aos Jogos Desportivos Colectivos. Desta forma, conjugam-se vários indicadores de uma

forma positiva para a realização de uma acção de formação com esta denominação.

Pretende-se, organizar uma acção de formação com uma duração de vinte e cinco horas, de modo a

contemplar os conteúdos prioritários relativos à aprendizagem do Futsal, estruturados para os vários

níveis de ensino.

1.2. Objectivos

Desta forma, a ação pretende atingir os seguintes objectivos:

- Conhecer a origem e história da modalidade;

- Conhecer e interpretar as leis de jogo de Futsal;

- Perceber a estrutura e funcionalidade do jogo de Futsal, como complemento ao ensino do futebol (Prog. de

Educação Física);

- Dominar metodologias de ensino/aprendizagem das acções individuais e colectivas específicas da

modalidade;

- Conhecer os diferentes níveis de desempenho e consequentes conteúdos;

- Aplicar metodologias de ensino adequadas a cada nível de desempenho;

- Conhecer e aplicar os vários tipos de jogos de aprendizagem de Futsal e adequa-los ao nível de desempenho

dos alunos;

- Dominar e aplicar as principais progressões dos vários conteúdos de aprendizagem;

- Conhecer os vários momentos/fases do jogo e consequentes implicações no ensino/treino;

- Articular o ensino do Futsal com outros jogos desportivos colectivos;

- Promover valores e atitudes através de comportamentos desportivos integrados no ensino do Futsal.

Page 106: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

2. HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO FUTSAL 2.1. Origem e aspectos dominantes da evolução do jogo e das leis de jogo

Tal como em outras modalidades desportivas surgem grandes interrogações sobre a origem do Futsal. A maior

incerteza que se levanta é a seguinte: Será o Futsal uma modalidade genuinamente brasileira ou uruguaia?

O Futebol de Salão, primeira designação da modalidade, nasceu no Uruguai no início da década de 30 e foi

criado na Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevideu. Uma segunda versão afirma que a modalidade

começou a ser praticada no Brasil, no início dos anos 40, por jovens frequentadores da ACM, em São Paulo,

pois havia uma grande dificuldade em encontrar campos de Futebol livres para jogar. Assim, começaram a fazer

as suas peladas nos campos de basquetebol e hóquei. O Futebol de Salão começou então a expandir-se por

toda a América do Sul e, posteriormente, Europa e resto do Mundo.

“Em 25 de Julho de 1971, no Rio de Janeiro, foi criada a Federação Internacional de Futebol de Salão

(FIFUSA)” (Sampedro, 1997: 19) que passou a superintender os destinos da Modalidade a nível mundial, pois

possuía uma federação própria, sendo João Havelange o seu primeiro presidente. Sim, já na sua origem

denominaram o Futsal de Modalidade. A nova e universal designação “FUTSAL” tornou-se a conveniente

abreviatura não só de FUTbol de SALon e FUTebol de SALão (América do Sul), como de FUTbol SALa

(Espanha), uma vez que se tratavam das designações mais difundidas a nível mundial (Oliveira, 1998).

Actualmente, o Futsal é praticado em todos os continentes, com a implementação de várias competições

internacionais sob a égide da FIFA e da União Europeia de Futebol Associado (UEFA) e uniformização das

regras a nível mundial. É um dado adquirido que a modalidade se desenvolve a bom ritmo e o seu futuro parece

assegurado.

2.2. Portugal, um caso singular

Portugal despertou para a realidade do Futebol de dimensões reduzidas nos finais da década de 70, e devido à

sua espectacularidade, emergiu a necessidade de organizar, promover e divulgar esta modalidade. Como

consequência deste facto surgiram as primeiras Associações de Futebol de Salão: em 1985 Lisboa, em 1986 a

do Porto, em Outubro de 1986 a do Ribatejo, em Novembro de 1986 a do Minho e em Dezembro de 1987 a de

Alcobaça (futura Leiria). Emerge, então, a necessidade da criação de uma entidade a nível nacional que gerisse

os destinos da modalidade.

Em 8 de Abril de 1988 surge a Federação Portuguesa de Futebol de Salão (FPFS), que passou a superintender

a modalidade em Portugal. A FPF aderiu, em 1985, ao futebol de cinco, devido à criação de uma variante de

futebol de salão da FIFA.

O Futebol de Salão foi crescendo gradualmente em Portugal até que em 1991, num clima de tensão latente, se

deu origem a um movimento liderado pela Associação de Futebol de Salão do Porto que, apoiada pelas

Associações de Futebol de Salão de Bragança, Vila Real e Algarve conduziu à separação/desvinculação da

FPFS e, consequentemente, ao abandono das provas organizadas por esta. Surge a Federação Portuguesa de

Page 107: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Futsal e uma regionalização das três variantes. No Norte o Futsal, no Centro e Sul o Futebol de Cinco e em

Lisboa e Setúbal o Futebol de Salão.

Em meados de 1997 a FPF e FP de Futsal assinaram um protocolo que previa a integração das associações de

Futsal no seio das associações de Futebol e a criação de uma comissão nacional, na FPF, de gestão para a

modalidade. Com esta união o número de equipas e de atletas aumentou consideravelmente. Na época

desportiva anterior existiam cerca de 28827 (dados da FP) atletas, em todos os escalões e sexos, a nível

nacional, distribuídas pelas várias associações distritais, sobre a égide da FPF. Se a estes juntarmos os

praticantes do Desporto Escolar e do Desporto Universitário teremos neste momento cerca de 70000 pessoas a

nível nacional, a praticar a modalidade, de todas as idades e ambos os sexos (Rocha, 2005).

2.3. Futsal: Desenvolvimento!?

O Futsal tem revelado, pese embora a sua, ainda, prematura história, uma massificação interessante. O

incremento significativo de equipas federadas, o número de praticantes (federados, ao nível do Desporto

Escolar e Ensino Universitário), a melhoria e incremento de instalações desportivas e consequente

apetrechamento específico bem como o enquadramento legislativo de que tem sido alvo, demonstram a forma

enérgica como esta modalidade tem vindo a aumentar.

Surgiram, no entanto, alguns sinais de preocupação. Verificamos que, nas últimas três épocas desportivas, a

evolução do número de praticantes foi menor e houve, até, decréscimo do número de atletas federados na

época que findou.

GRÁFICO 1 – Evolução do número de atletas federados (Dados FPF)

0  

5000  

10000  

15000  

20000  

25000  

30000  

Evolução  do  número  de  pra6cantes  federados  de  Futsal  

Page 108: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

O mesmo se verifica quando analisamos alguns factores de desenvolvimento desportivo. Constatamos alguma

precariedade e torna-se clara a necessidade de sustentar este crescimento, qualificando-o de modo a permitir

uma contínua curva ascendente no de desenvolvimento da modalidade.

O Futsal, apesar de ser uma modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, não possui, ainda,

lugar de destaque, por exemplo, na pesquisa científica, contrariamente a outras modalidades com outro

enquadramento histórico, facto que se constata quando se procede à análise da literatura especializada.

Consequentemente, existem dificuldades na qualificação dos recursos humanos, pese embora se verifique uma

preocupação, no concerne aos treinadores, na formação o que em muito têm contribuído para o

desenvolvimento qualitativo da modalidade. O mesmo acontece com outros agentes desportivos importantes

como Directores, Equipas Médicas, etc. Em função deste trabalho, muitas vezes de forma autodidacta, a

organização do processo de treino e de competição vai evoluindo, vai gerando informação relevante. A questão

que se coloca é: Como se gere e organiza essa informação de modo a provocar desenvolvimento? As primeiras

gerações de “futsalistas”, com conhecimentos adquiridos ao longo dos anos de prática e com uma visão

sustentada e enquadrada de forma específica, poderão iniciar funções de gestão na modalidade, em toda a sua

actividade e dentro da respectiva orgânica, Estas novas gerações, poderão desenvolver um “plano de

actividades“ para o Futsal, questionando e qualificando orgânicas.

O logótipo característico identificativo da modalidade, ataque-contra-ataque, foi um exemplo positivo e

clarificador de desenvolvimento, de criação e sustentação da modalidade. Um primeiro passo a desenvolver e

qualificar, dentro do marketing do Futsal, tal como os restantes factores de desenvolvimento desportivo.

FIGURA 1 – Desenvolvimento do Futsal (Pedro Dias, 2011)

Page 109: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

2.4. Futsal: Reconhecimento Social?

Várias questões se colocam ao analisar o estado actual do Futsal em Portugal havendo, claramente, uma

questão central: Haverá potencial para o Futsal ser reconhecido como uma das modalidades de maior

relevância social em Portugal?

Julgamos que é perfeitamente possível, havendo uma visão estratégica focada, numa fase inicial, nos laços

internos da modalidade, Federação Portuguesa de Futebol e respectivas Associações, Clubes e relação com o

Desporto Escolar e Universitário. Posteriormente, numa segunda fase, efectuar a ligação ao meio exterior para

construir reconhecimento e constatar o potencial da modalidade de forma visível.

FIGURA 2 – Foco Estratégico no desenvolvimento do Futsal (Pedro Dias, 2011)

2.5. Espaços de formação no Futsal?

Nos anos iniciais, de desenvolvimento do Fustal, verificava-se que a maioria dos atletas eram seniores,

tendência que, positivamente, se tem vindo a alterar, com o aumento do número de praticantes jovens. Apesar

deste aumento, os escalões de formação com menor número de praticantes, são os referentes às etapas iniciais

dessa própria formação. Deveria ser exactamente o contrário, possibilitando a existência de uma estrutura com

base de praticantes alargada. Este facto anteriormente descrito é ainda mais evidente, pela negativa, no que se

refere ao Futsal feminino. É quase inexistente a formação de jovens praticantes de Futsal feminino.

Page 110: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Gráfico 2 – Relação entre praticantes Federados Masculinos e Femininos (Dados FPF, época 2011/12)

O aumento de praticantes jovens tem-se verificado não apenas nos clubes federados, mas também, no

Desporto Escolar. Ao tentar relacionar os vários espaços de formação, ou antes, os vários “sistemas

desportivos”, verificamos que existem oportunidades a considerar no Desporto Escolar.

No Futsal escolar 70% dos atletas de Futsal do DE competem nos escalões Infantil e Iniciado, constituindo a

base da formação inicial da modalidade (74% no masculino e 59% no feminino), ao contrário do que se verifica

no Futsal federado. Dos cerca de 308 concelhos (municípios) do país, o Futsal escolar tem uma penetração em

243 concelhos (79%). Sabemos a problemática de desenvolvimento desportivo que vivemos no interior do país.

Existem cerca de 1476 equipas, que consequentemente necessitam de 1476 treinadores. Apesar de haver

qualificação pedagógica (Professores de Educação Física), há claramente défice de formação específica da

modalidade. Em relação à formação de árbitros, verificamos que 2361 jovens árbitros participaram na formação

ministrada pelo DE. Serão claramente, potenciais árbitros para integrar no subsistema a cada 4-5 anos (no

mínimo). O fortalecimento da relação clube-escola-comunidade poderá potenciar a possibilidade de se

minimizar uma das maiores debilidades dos clubes, a inexistência de instalações desportivas próprias. As

instalações desportivas existentes no meio escolar poderão vir a estar disponíveis em horários compatíveis às

necessidades dos alunos/praticantes e clubes. Existem números significativos de prática feminina, facto que não

se verifica actualmente no Futsal federado.

0  

1000  

2000  

3000  

4000  

5000  

6000  

7000  

8000  

9000  

Masculino  

Feminino  

Page 111: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Gráfico 3 – Relação entre praticantes Femininos de Futsal do DE (2012-2013) e FPF (2011-2012)

O Futsal escolar preenche claramente a lacuna existente no Futsal federado, mesmo sendo uma análise

meramente quantitativa. Sem realçar outras vantagens inerentes a centrar o processo de ensino/treino do jogo,

das etapas iniciais de formação, na escola.

Gráfico 4 – Relação entre praticantes Masculinos de Futsal do DE (2012-2013) e FPF (2011-2012)

0  

500  

1000  

1500  

2000  

2500  

Juniores   Juvenis   Iniciados   Infantis  

Escolar  

Federado  

0  

2000  

4000  

6000  

8000  

10000  

12000  

Juniores  Juvenis  

Iniciados  Infantis  

Page 112: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

2.6. Urgência na qualificação do Futsal nacional

Após uma análise diagnóstica cuidada, e tendo em conta que pretendemos estabelecer uma determinada

estratégia para o desenvolvimento do Fustal, tal como no jogo, o foco da estratégia deverá estar na criação de

informação e não apenas, no processamento do que foi analisado.

A visão seria:

- Garantir o acesso aos jovens em idade escolar a uma prática de Futsal num ambiente educativo, de qualidade

e com diálogo permanente entre os agentes envolvidos.

- Aumentar os índices de prática do Futsal em Portugal e, particularmente, aumentar os índices de prática de

Futsal fora do horário lectivo dos jovens em idade escolar.

- Proporcionar uma oferta adaptada às diferentes realidades e necessidades existentes no país, criando um

mapa da prática de Futsal do país.

A visão está assente numa co-responsabilização de todos os agentes envolvidos, com a finalidade de alcançar

os seguintes objectivos estratégicos:

Elevar o reconhecimento social do futsal. Dar a conhecer os critérios de qualidade do programa de

desenvolvimento do Futsal, de forma a que as famílias e os jovens possam realizar uma boa escolha.

Elevar o nível de qualificação técnica dos quadros envolvidos na formação de base no futsal escolar. Criar condições para elevar as oportunidades de acesso a formação específica, qualificando e elevando a

intervenção técnica na etapa inicial de formação de Futsal jovem em idade escolar.

Qualificar os recursos materiais que participam na formação de base no futsal escolar. Qualificar os

meios pedagógicos disponíveis para a prática/ensino do Futsal escolar.

Aumentar a base de praticantes de futsal. Focar a intervenção na elevação do número de praticantes nos

escalões: escolas, infantis e iniciados.

Page 113: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3. O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLETIVO

3.1. Futsal, caracterização das exigências do jogo Integrado no conjunto de modalidades que constituem os jogos desportivos coletivos (JDC), o Futsal, ainda não

possui lugar de destaque na pesquisa científica, tal como o futebol, basquetebol e voleibol. No entanto, nos

últimos anos, verificou-se um aumento no número de produção científica no que diz respeito à compreensão

dos constrangimentos informacionais que guiam o comportamento dos jogadores e equipas em jogo, isto é, as

relações espácio-temporais que caracterizam o jogo de futsal (Travassos, Araújo, Davids, Esteves, &

Fernandes, 2012; Travassos, Araújo, Vilar, & McGarry, 2011; Travassos, Duarte, Vilar, Davids, & Araújo, 2012;

Vilar et al., 2012). Apesar desta constatação, e do crescente do diálogo entre ciência e prática, na procura de

novos procedimentos pedagógicos, com vista a facilitar a aprendizagem do jogo (Oliveira e Pães, 2004) poucas

são ainda as informações referentes às variáveis que determinam o sucesso no jogo de Futsal (Souza, 2002,

Barbero, 2002).

O Futsal, modalidade de grande popularidade no contexto desportivo, é um desporto inserido na classificação

dos JDC, porque apresenta características comuns a outras modalidades deste grupo (Souza, 2002).

Garganta (1999), refere que a identidade dos diferentes JDC, orientando-se para um objetivo de produção –

ganhar o jogo – é indissociável de um quadro de atividades particulares, dado por:

- uma relação de forças materializada no confronto entre dois grupos de jogadores de equipas diferentes que

disputam ou trocam um objeto, móbil do jogo (na maior parte dos casos uma bola);

- uma escolha de habilidades motoras em função das condições do contexto;

- estratégias individuais e coletivas que condicionam as decisões implícitas e explícitas, tomadas com o intuito

de levar de vencida o adversário.

Podemos ainda citar Morato (2004), que refere que o Futsal é uma modalidade classificada de desporto coletivo

ou Jogo Desportivo Coletivo por possuir as seis invariantes atribuídas a esta categoria, anteriormente

enunciadas por Bayer (1994): uma bola ou implemento similar, um espaço de jogo, adversários, colegas, um

alvo a atacar e outro para defender e regras específicas.

Acresce dizer que os desportos de cooperação/oposição que se disputam em espaço comum e participação

simultânea, são também referenciados na literatura como Desportos de Invasão (DI), pois as duas equipas

disputam a posse do objeto na mesma superfície de jogo e tentam, por um lado, proteger a sua zona de

baliza/cesto e, por outro, invadir a do adversário para concretizar.

Do ponto de vista estrutural, estas características comuns foram integralmente preservadas nos DI que

atualmente conhecemos, apesar das especificidades que identificam e diferenciam cada um deles.

Do ponto de vista funcional, se observarmos um jogo minimamente organizado de um qualquer DI, mesmo que

ambas as equipas em confronto não se distingam pela cor do equipamento, é possível, passado algum tempo,

identificar os elementos constituintes de cada uma delas. Esta possibilidade resulta do facto da relação de

oposição/cooperação, para ser sustentável e eficaz, reclamar dos jogadores comportamentos congruentes com

Page 114: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

as sucessivas situações do jogo, de acordo com os respetivos objetivos de sinal contrário de cada uma das

equipas (Garganta e Pinto, 1994).

Estas características peculiares dos DI conferem um elevado grau de aleatoriedade e imprevisibilidade às ações

de jogo. Todavia, as equipas em confronto operam como coletivos, organizados de acordo com uma lógica

particular, em função de regras, princípios e prescrições. As ações dos jogadores da mesma equipa tendem a

ser convergentes, na medida em que as estratégias e ações individuais são direcionadas no sentido de

satisfazer finalidades e objetivos comuns (Gréhaigne e Garganta, 1999).

É pois fundamental perspetivar a relação cooperação/oposição em função da posse do móbil do jogo, a bola.

Efetivamente, ter ou não a posse da bola constitui o aspeto mais crucial e determinante da dinâmica do jogo,

uma vez que estabelece a permanente dualidade ataque/defesa.

O êxito do ataque e da defesa está dependente da ação coordenada dos jogadores, que reclama a observância

de uma linguagem comum que fomenta a compreensão mútua no seio de cada equipa. Esta linguagem assenta

no respeito de um conjunto de objetivos e princípios (gerais e específicos) que permitem aos jogadores

compreender e antecipar o desenrolar do jogo, agindo de maneira vantajosa nas situações em que se encontra

implicado.

Queiroz (1983) estruturou de forma muita clara (figura 3) as diferenças entre ataque e defesa, com base nos

seus objetivos, fases e princípios gerais e específicos.

 

 Figura 3 - A organização do jogo nos desportos de cooperação/oposição (Adaptado de Queiroz, 1983)

Page 115: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3.1.1. PRINCÍPIOS DE JOGO GERAIS E ESPECÍFICOS

Os princípios de jogo, traduzem basicamente um conjunto de linhas orientadoras em virtude das quais os

jogadores orientam e coordenam os seu comportamentos táctico-técnicos individuais e colectivos. Com efeito,

os princípios de jogo estabelecem um quadro referencial que evidencia um valor interno que se radica na

possibilidade de os jogadores atingirem rapidamente a solução táctica para o problema, que a situação de jogo

em si encerra. E um valor externo determinado pelo estabelecimento dos aspectos relacionados com a

comunicação da equipa, isto é, de uma “linguagem comum” por forma a melhorar a sua funcionalidade (2004,

Castelo).

3.1.1.1. Princípios de jogo gerais Os princípios gerais realçam a preocupação de que, relativamente ao número de jogadores, no local da disputa

da bola, se deve procurar criar superioridade numérica, evitar a igualdade numérica e impedir, que em algum

momento, haja inferioridade numérica (Hainaut & Benoit, 1979).

Relativamente ao Futsal, estes comportamentos nem sempre são fáceis de cumprir. O reduzido número de

jogadores, o reduzido espaço de jogo e a dinâmica que, frequentemente, o jogo apresenta criam dificuldades

quanto ao cumprimento destas normas de ação, e de tal ordem que só as equipas com melhor qualidade de

desempenho os evidenciam de uma forma consistente.

3.1.1.2. Princípios de jogo específicos, defensivos e ofensivos; Os princípios de jogo específicos são padrões de ação, coletivos e individuais, pelas quais os jogadores se

regem em jogo e interagem, com ou sem bola, a defender ou a atacar, independentemente da forma particular

como essa equipa jogue (Worthington, 1974).

3.1.1.2.1. Princípios da Penetração e da Contenção A primeira preocupação do portador da bola deverá ser a exploração da possibilidade de finalizar ou então

progredir em direção ao alvo contrário, dando cumprimento ao primeiro princípio do ataque – Penetração.

Em resposta, a equipa adversária tenta impedir de imediato a linha de remate ou de progressão para a sua

baliza, criando uma situação de 1x1 – Contenção.

Page 116: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3.1.1.2.2. Princípios da Cobertura Ofensiva e da Cobertura Defensiva

Apesar da reposição da igualdade numérica, esta situação continua a favorecer o ataque, pelo que a defesa se

vê obrigada a incorporar mais um jogador na procura da superioridade numérica – Cobertura defensiva,

respeitando assim o segundo princípio defensivo. Agora em inferioridade numérica, o ataque sente necessidade

de repor o equilíbrio e apelando à Cobertura ofensiva, agrega um segundo atacante.

3.1.1.2.3. Princípios da Mobilidade e do Equilíbrio A Mobilidade do ataque constitui o terceiro princípio ofensivo e visa romper com a estabilidade defensiva

entretanto criada pela situação 2x2. As movimentações do atacante sem bola são fundamentais na rotura do

equilíbrio vigente, obrigando os defensores a reajustar o seu posicionamento (Equilíbrio) sob pena de

hipotecarem uma situação que lhes era vantajosa.

Figura 4 – Princípio de jogo específico do ataque: Penetração e Princípio de jogo específico da defesa: Contenção

Figura 5 - Princípio de jogo específico do ataque: Cobertura Ofensiva e Princípio de jogo específico da defesa: Cobertura Defensiva

Page 117: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3.1.1.2.4. Princípios do Espaço e da Concentração A amplitude do ataque, tanto em largura como em profundidade, é um requisito fundamental para o seu

sucesso, uma vez que potencia a criação de linhas de passe, pelas dificuldades acrescidas que coloca aos

defensores em cobrir um espaço maior. Este constitui o quarto princípio do ataque – Espaço. Ao anterior

princípio responde a defesa promovendo a Concentração dos seus jogadores, restringindo o espaço disponível,

para assim diminuir a amplitude do ataque e potenciar a criação permanente de situações de superioridade

numérica.

Finalmente, as situações 1x1, 2x1, 2x2, 3x2 e 3x3 são das mais frequentes no Futsal e constituem as estruturas

organizadoras da actividade dos jogadores, as quais se designam por Formas. Estas devem constituir o ponto

de partida para a aprendizagem do jogo e refere que, qualquer que seja a estrutura organizadora ou forma

utilizada, a presença da finalização deverá ser uma constante (Queiroz, 1983).

Figura 6 - Princípios de jogo específicos do ataque e da defesa: Mobilidade e Equilíbrio

Figura 7 - Princípios de jogo específicos do ataque e da defesa: Espaço e Concentração.

Page 118: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3.1.1. Estrutura e dinâmica do rendimento em Futsal Os desportos coletivos, caracterizados pela funcionalidade simultânea de cooperação e oposição, geram uma

série de interações entre os jogadores onde os fatores decisionais, táticos e estratégicos se apresentam como

fundamentais para o desenvolvimento das ações de jogo (Arroyo et al., 2003). Se nos reportarmos

especificamente ao Futsal, as exigências impostas pelas regras da modalidade e a complexidade das ações

fazem com que os jogadores tenham de adotar permanentemente uma atitude de exploração das condições de

jogo para superarem a imprevisibilidade estrutural oferecida e, sobretudo, para a coordenação das ações entre

atacantes e defesas em relação ao objetivo do jogo (Souza, 2002). As ações realizadas no jogo de futsal

dependem de problemas situacionais, estando a sua execução dependente das condições particulares de cada

momento do jogo, ditando o tempo e espaço disponíveis para a sua realização (Graça, 1994). Deste modo, fruto

das constantes interações entre jogadores e adversários as modalidades desportivas coletivas como o futsal

podem ser caracterizadas como sistemas complexos e dinâmicos em que o comportamento coletivo não resulta

da soma do comportamento de cada um dos jogadores, mas sim das interações que estes estabelecem para

alcançar um dado objetivo ao longo do tempo (Duarte, Araújo, Correia, & Davids, 2012; Passos, Araújo, &

Davids, 2012). Tendo em consideração a complexidade e imprevisibilidade que encerra o jogo importa então

perceber como é que o comportamento dos jogadores permite a emergência de padrões de jogo coletivo.

Uma característica do comportamento dos jogadores nos JDC é que todas as ações realizadas são fortemente

determinadas do ponto de vista tático (Konzag, 1983). D’Ottavio & Tranquilli (1993) referem que, os jogos

desportivos caracterizam-se e expressam-se, em geral, mediante ações de jogo que não respondem a códigos

predeterminados. O contexto de jogo é, em determinada altura, o meio que coloca problemas ao jogador e onde

estes adquirem um significado completo (Read & Devis, 1990). Desta forma, face ao jogo, o problema primeiro é

de natureza tática, isto é, o praticante na constante relação que estabelece com o contexto de jogo deve

conseguir percecionar as suas possibilidades de ação num dado instante face às suas características

individuais (o que fazer), de modo a ajustar as suas ações para alcançar o objetivo proposto (como fazer). Tal

exige, então, que os praticantes possuam uma adequada capacidade de decisão.

Uma das fases evolutivas mais importantes nos JDC passou pelo facto de se considerar a comunicação entre

jogadores como um fator chave do comportamento tático-estratégico (Garganta, Arda, & Lago, 2002),

orientando esta premissa a preocupação central na compreensão do jogo, coletivo, que é o Futsal. Para analisar

o Futsal como JDC, e face às questões anteriormente apresentadas, temos que centrar a compreensão do jogo

em duas premissas fundamentais: informação espácio-temporal que determina a comunicação entre jogadores

e tomada de decisão (ação tática).

3.2. Informação espácio-temporal e comunicação como base para o comportamento individual e coletivo Face à complexidade e imprevisibilidade que encerra o jogo de futsal, a forma de atuação de um jogador está

fortemente condicionada pelo modo como ele percebe e compreende o jogo em si. Tendo por base a perspetiva

da dinâmica ecológica (Araújo, Davids, & Hristovski, 2006), perceção e ação estabelecem uma relação direta e

cíclica de influência mútua que varia constantemente no tempo em função das condições do contexto de jogo e

Page 119: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

das variações das capacidades do jogador. Deste modo, mais do que dotar os jogadores de muita informação

procedimental sobre o que fazer e como fazer em determinados momentos do jogo, o treino deverá permitir a

exploração da informação do contexto que caracteriza os diferentes momentos do jogo, para que o jogador

continuamente explore quais as ações que melhor contribuem para a resolução funcional da situação. É

importante referir que esta relação não acontece apenas na direção ambiente-indivíduo mas que o próprio

indivíduo com as suas ações condiciona também ele o contexto, e como tal as possibilidades de ação do

adversário. É nesta perspetiva que podemos referir que o treino de determinados modelos de execução

individuais ou padrões de comportamento coletivos de forma isolada podem estar completamente desajustados

da realidade que o jogo impõe, uma vez que o desempenho em jogo surge pela sua adequação física e

temporal a cada situação. Por exemplo, a decisão de um atacante no futsal em alterar a sua linha de progressão

só acontece porque perceciona a posição do defensor no seu caminho para a zona de finalização, e ao alterar a

sua progressão fá-lo para percecionar como o defensor irá reajustar a sua posição de modo a conseguir gerar

um desequilíbrio na relação entre ambos que lhe permita passar (Duarte, Araújo, Davids, et al., 2012; Oliveira,

2010). Assim, podemos afirmar que os comportamentos de um jogador, em jogo, não se constituem como um

fim em si mesmo, mas como um meio para exploração das possibilidades de ação tendo por base as relações

espácio-temporais percecionadas entre colegas e adversários. Este facto é realçado por Garganta (2002) ao

afirmar que os “experts” não se centram em informações individuais para guiar o seu comportamento, mas na

conjugação de pistas informacionais que lhes permitem aferir quais as suas possibilidades de ação em cada

instante. De forma consistente os peritos estão mais sensibilizados à informação relevante do contexto que lhes

permite agir com mais sucesso em cada situação de jogo (Abernethy, Zawi, & Jackson, 2008). Importa então

perceber quais algumas das pistas informacionais que guiam o comportamento dos jogadores no jogo.

Por exemplo, Travassos, Araújo, et al. (2012) mostraram recentemente que o passe no futsal tende a ocorrer

quando os jogadores detetam uma janela espácio-temporal definida pela relação entre portador da bola e os

defesas imediatos que especificam uma possibilidade de ação. Do mesmo modo, mas agora para o remate,

Vilar et al. (2012) mostraram que o ângulo definido entre o portador da bola, o defesa imediato e a baliza, na

relação com a proximidade entre portador da bola e defensor possibilitam a identificação de possibilidades de

ação para o remate. Assim, através da perceção da informação relevante do contexto de jogo, e tendo em

consideração as capacidades de um jogador num dado instante, ele irá percecionar o ambiente em termos de

possibilidades para a ação (i.e., affordances) (Araújo et al., 2006).

No entanto, a capacidade para perceber o jogo e potenciar um modo de organização coletiva não depende

apenas da capacidade de identificar a informação relevante em situações específicas do jogo, mas em

continuamente perceber como essa informação se integra com a informação proveniente da globalidade do jogo

tendo por base os princípios específicos de jogo. Deste modo, mais do que compreender a informação

situacional, é necessário que esta seja integrada na comunicação coletiva que permite a definição de

possibilidades de ação coletivas (Duarte, Araújo, Correia, et al., 2012). É nesta perspetiva que Eccles and

Tenenbaum (2004) afirmam que para melhorar o comportamento de coordenação entre os membros de uma

equipa, é necessário que a informação verbal e não verbal que caracteriza o jogo assuma o mesmo significado

Page 120: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

para todos os membros da equipa em função das suas próprias características. Segundo os autores, as

melhores equipas caracterizam-se pela atribuição de valor semelhante por parte de todos os jogadores à

informação percecionada. Este facto permite o reconhecimento das possibilidades de ação que cada colega

possui, conseguindo assim melhorar a coordenação entre si face à oposição do adversário.

Face ao exposto, a criação dos exercícios para o ensino do jogo deverão ser direcionados para a exploração da

informação presente em contextos simplificados do jogo de futsal que permitam a descoberta de soluções

individuais, i.e., contextos representativos do jogo de futsal (Travassos, Duarte, et al., 2012). Uma possibilidade

para a construção dos exercícios de treino representativos, será a divisão do jogo em unidades funcionais, i.e.,

situações de 1x1, 2x1, 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 e por fim 4x4 onde poderão ser potenciados comportamentos

individuais e coletivos com grande transfer para o jogo.

3.3. Ação tática e tomada de decisão (princípio central na formação de alunos/jogadores ativos) Ao caracterizar as exigências do Futsal, Lozano (1999) afirmou que o controlo da bola é importante, mas tomar

decisões de forma rápida é mais importante. No Futsal, dado o pouco espaço existente para cada jogador, a

pressão temporal sobre a bola, e pela dinâmica que o jogo vem assumindo, torna-se essencial que os jogadores

tomem decisões que lhes permitam melhorar as suas ações com qualidade em pouquíssimo tempo. Importa

então, para uma intervenção no processo de ensino e treino do jogo, uma melhor compreensão de como

decidem os jogadores no decorrer do jogo de futsal?

De acordo com Araújo (2006) a decisão é um processo emergente, uma estratégia ativa de busca das

possibilidades de ação mais eficazes tendo por base as informações espácio-temporais do jogo face ao objetivo

imediato do jogador e da equipa. A ação tática, suportada pela tomada de decisão caracteriza-se então como

um processo de ajustamento contínuo entre indivíduo e contexto, isto é, uma busca de informação para agir e

de agir para ter mais informação, regulada pela intenção do jogador, que permite a emergência das ações mais

funcionais em detrimento de ações pré-determinadas. Neste contexto, a tomada de decisão configura-se como

uma transição no curso de ação dos indivíduos face às possibilidades de ação disponíveis que permitem

alcançar o objetivo pretendido (Araújo et al., 2006). Tal como referido anteriormente, as possibilidades de ação

são definidas pelo modo como o jogador perceciona a informação do jogo em relação às suas próprias

características. Deste modo, a melhor decisão para um jogador num dado momento poderá não o ser no

momento seguinte devido às alterações que ocorreram no ambiente ou no próprio indivíduo. Do mesmo modo, a

melhor decisão para um jogador poderá não a ser para outro, mesmo que as condições do contexto sejam

semelhantes, uma vez que diferentes jogadores terão diferentes capacidades (e.g., velocidade, coordenação,

precisão) e diferentes formas de ajustamento às condições do contexto. Perceber e potenciar a descoberta de

possibilidades de ação para a emergência das decisões mais eficazes significa, deste modo, perceber como é

que um indivíduo poderá agir num contexto particular de ação.

Para isso, a intervenção do treinador deverá ser no sentido de focar a atenção dos jogadores na informação

relevante do contexto de modo a que estes fiquem sensibilizados para a sua utilização e consequentemente

aumentem a probabilidade de resolver cada problema do jogo com maior sucesso (Passos et al., 2012). Mesmo

Page 121: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

que o treinador defina planos para a competição e para diferentes momentos do jogo que constrangem a

intenção dos jogadores para a identificação de determinadas possibilidades de ação, é o jogador que a cada

momento identifica e constrange as suas próprias possibilidades de ações de acordo com as suas capacidades

momentâneas e as informações provenientes do ambiente. Ao decidir uma alteração no seu comportamento, o

jogador está a alterar intencionalmente os seus padrões de ação para influenciar as relações com companheiros

e adversários de modo a criar condições mais favoráveis para a sua equipa (Travassos, Araújo, et al., 2012).

Muitas das vezes é da exploração constante das possibilidades de ação para a decisão que os jogadores

descobrem novas soluções que até ai nunca tinham sido descobertas, tornando-se mais criativos e

imprevisíveis. Como nos refere Laguna (2005), se dermos prioridade à atuação consciente dos jogadores sobre

uma ação intuitiva baseada na adaptação às condições do jogo, estaremos a formar jogadores que

compreendem tudo, mas que não conseguem inovar e resolver de modo mais funcional cada problema do jogo.

Para além do referido, a existência regular de decisões coordenadas, apoiadas num conhecimento específico

mútuo, confere qualidade coletiva, ao jogo de equipa que certamente qualquer treinador pretende. Assim, as

decisões devem efetuar-se numa dinâmica relacional coletiva e serem coordenadas no seio de unidades amplas

de jogo (Tavares & Faria, 1993).

3.4. Princípios Metodológicos no Ensino do jogo de Futsal em função da sua especificidade

É interessante constatar que existem jogadores que quase sempre escolhem a melhor solução, apesar dos

escassos décimos de segundo que têm para agir (Araújo, 1997). Dada a quantidade de variações que ocorrem

no jogo de futsal num curto espaço de tempo, a variação nas informações que provêm das relações espácio-

temporais entre os jogadores são imensas, tornando-se difícil para um jogador inexperiente identificar qual a

informação mais importante para guiar a sua ação, bem como ajustar o seu comportamento a essa mesma

informação. Desta forma, a exploração do contexto de jogo para a identificação de possibilidades de ação, tal

como ocorrem no jogo devem constituir o processo central do ensino do futsal (Travassos, 2011).

É nesta perspetiva que a abordagem da dinâmica ecológica considera que o ensino do jogo deverá passar por

melhorar a afinação percetiva dos jogadores (i.e., identificar quais as informações relevantes para guiar a sua

ação) dentro de um quadro estratégico coletivo, bem como a sua calibração (i.e., adequar as suas ações às

condições do contexto) para agir no contexto das possibilidades de ação detetadas (Araújo, Davids, Chow, &

Passos, 2009). Para tal, é importante que os exercícios de treino propostos para o ensino do jogo de futsal

preservem o acoplamento perceção-ação, isto é, os exercícios de treino devem manter as pistas informacionais

que levam ao surgimento de ações tal como ocorre no jogo, como referido anteriormente. Estas ideias são

reforçadas por estudos científicos recentes que mostram que em situações desportivas, quando se retira a

informação do exercício de treino se altera o modo como o jogador se coordena para responder ao problema

proposto (e.g., intercetar uma bola ou realizar um passe) (Pinder, Davids, Renshaw, & Araújo, 2011; Travassos

et al., 2013) . Por exemplo, num estudo realizado no cricket, Pinder e colaboradores (2011) mostraram que o

batimento do batedor se altera em função da utilização de uma máquina de lançar bolas ou de um lançador, tal

como ocorre no jogo. Quando é retirada parte da informação que o batedor utiliza para agir, i.e., a informação

Page 122: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

do lançador, o seu modo de coordenação é completamente diferenciado do que quando este utiliza a

informação do lançador. Do mesmo modo, Travassos, Duarte, et al. (2012) mostraram que a utilização de

exercícios para o treino do passe no futsal frente a frente, em que os jogadores não têm que explorar o contexto

para agir, em comparação com a utilização de exercícios em que os jogadores têm que explorar as

possibilidades do contexto para agir traduziu-se em comportamentos diferenciados. Quando comparados os

comportamentos dos jogadores na realização de passes em cada condição atrás referida, em relação ao jogo,

os autores observaram que apenas na condição em que os jogadores foram obrigados a explorar as

possibilidades do contexto para agir, existindo 3 possibilidades para a ação consecutivamente, foram

assegurados comportamentos de passe semelhantes (ver figura 3). Deste modo, para assegurar um maior

transfer entre treino e competição exige-se na operacionalização do processo de treino, criatividade na

elaboração dos exercícios, de modo a garantir uma adequação dos exercícios às capacidades dos jogadores,

permitindo potenciar continuamente a sua afinação e calibração em função dos reais problemas da competição.

FIGURA 8 – Manipulações realizadas para o treino do passe. Nas condições de cima os jogadores tinham que passar apenas a bola em

função da prescrição do treinador. Nas condições de baixo teriam que passar para um dos jogadores que não tinha bola em função das

possibilidades de ação definidas. Apenas a condição em que os jogadores poderiam realizar passe na frente, diagonal ou lado não

mostrou diferenças em relação ao comportamento dos jogadores em jogo (Adaptado de Travassos et al., 2012).

Page 123: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3.4.1. Estabilidade vs variabilidade e forma vs funcionalidade no ensino do jogo e implicações

Influenciada por uma perspetiva cognitivista, tendo por base a representação mental que o jogador

realiza da ação, o ensino do jogo foi focado durante largos anos no ensino das habilidades técnicas

em contexto isolado. Nesta perspetiva, o fator determinante para a aprendizagem é aumentar a

estabilidade das relações entre aspetos cognitivos e motores, negligenciando fortemente o contexto de

aplicação dessas mesmas habilidades (Araújo & Davids, 2011). Deste modo, não raramente, a

aprendizagem das habilidades isoladas transformou-se num fim em si mesmo, perdendo a sua

conexão com a aprendizagem do jogo (Oliveira, 2010), pois partia-se do princípio que a compreensão

e aperfeiçoamento de cada ação de forma analítica possibilitavam uma resolução eficaz dos

problemas do jogo (Garganta & Pinto, 1998).

O ensino do jogo, tendo por base esta perspetiva cognitivista, é então baseado na forma de execução

de uma dada ação para garantir a estabilidade desse comportamento no tempo. A aprendizagem é

realizada de forma fracionada através da repetição mecânica de partes do gesto para posteriormente

se ir reconstruindo a globalidade da ação. Uma vez adquirida estabilidade pela automatização da

execução do modelo, começa a segunda fase que tem por objetivo a integração da habilidade

adquirida em situações simuladas do jogo (Oliveira, 2010). Nesta perspetiva, a variabilidade das

condições de prática e o erro são vistos como algo a erradicar desde o primeiro momento em que o

aluno é confrontado com a habilidade, pois considera-se que o aluno poderá desenvolver padrões de

coordenação incorrigíveis que não vão ao encontro do gesto típico dos melhores executantes da

modalidade (Araújo & Davids, 2011; Oliveira, 2010).

No entanto, vários são os estudos na área da biomecânica e da biologia que mostram que para atingir

um nível ótimo de funcionamento humano, mais do que mecanizar ações e eliminar o erro, os

indivíduos deverão ser expostos ao erro e à variabilidade das condições de prática (Davids, Glazier,

Araújo, & Bartlett, 2003; Van Emmerik & Van Wegen, 2000). O ensino do jogo tendo por base a

exploração de soluções coordenativas únicas e individuais em contextos de variabilidade permite que

os jogadores potenciem as suas capacidades individuais, melhorando não apenas a sua coordenação

para a realização de um gesto, mas o acoplamento perceção-ação para a resolução dos problemas de

forma intencional (Araújo & Davids, 2011). Desta forma, o desenvolvimento das capacidades técnicas

não é visto como um fim em si mesmo, mas como um meio para a resolução de um dado problema de

jogo ao qual os jogadores têm que se adaptar face ao espaço e tempo disponíveis (Davids, Araújo, &

Shuttleworth, 2005). É nesta perspetiva que passamos de uma lógica de estabilidade e forma da ação

para variabilidade e funcionalidade da ação. Nesta perspetiva, mais do que ensinar os jogadores a

executarem como os melhores, deveremos ensinar os jogadores a explorarem as suas possibilidades

Page 124: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

de ação em situações específicas de jogo tal como os melhores o fazem. Para isso é necessário

potenciar a sua afinação às informações relevantes do contexto e a sua calibração para a adequação

das suas ações de acordo com a sua intencionalidade e o tempo e espaço disponíveis (Davids, Araújo,

Correia, & Vilar, in press; Renshaw, Chow, Davids, & Hammond, 2010). Para isso é fundamental que o

feedback do treinador não seja prescritivo no sentido de dar as suas soluções aos jogadores, mas

permita a descoberta guiada das soluções que permitirão a cada jogador, de acordo com as suas

capacidades descobrir as suas possibilidades de ação a cada instante (Chow et al., 2009; Griffin,

Mitchell, & Oslin, 1997). Como refere Ericsson (2006), no deporto como em outras atividades

humanas, o treino através de situações representativas que permitam a prática deliberada da atividade

em questão é fundamental, pois os peritos apenas manifestam realmente a sua “expertise” quando

inseridos no seu contexto de prática. Deste modo, a aprendizagem do jogo deverá ter por base

situações representativas que se constituam como prática deliberada para os jogadores. A

compreensão de como poderemos manipular as variáveis dos exercícios de treino para alcançar os

objetivos pretendidos, mantendo a representatividade das tarefas de treino é nesta perspetiva um fator

fundamental para alcançar os objetivos pretendidos.

3.4.2.Manipulação das variáveis dos exercícios A ainda escassa produção científica no que diz respeito ao ensino da modalidade de Futsal, conduz-nos para a

análise de outras modalidades, inseridas na família dos JDC, que entre si partilham várias questões estruturais

e funcionais, entre elas, as variáveis inerentes aos exercícios de ensino / treino. Ford, Yates, and Williams

(2010) realizaram um estudo em clubes ingleses de futebol, onde procuraram perceber qual o tempo dispendido

no treino em atividades designadas por “Training form” (aspetos físicos, exercícios de técnica individual e prática

de skills individuais) e “Playing form” (jogos reduzidos e condicionados e jogo). Os autores verificaram que,

independente dos escalões etários em análise (sub-9, sub-13 e sub-16), a maior percentagem de tempo de

treino (cerca de 65%) era passada em atividades de “Training form”, ficando apenas reservado 35% para

atividades de “Playing form”. Para além disso, os autores verificaram ainda que independentemente das

atividades realizadas, 30% do tempo de treino era consumido pelos treinadores em atividades de instrução e

24% do tempo em atividades de organização dos exercícios de treino. De acordo com os dados obtidos, e de

modo a obter um maior transfer entre treino e competição, os autores consideram que deverá existir uma

inversão no ênfase que é dado ao treino de ações individuais em relação ao tempo disponibilizado para a

realização de jogos reduzidos e condicionados. Para além disso, os autores referem ainda que existe um

tendência generalizada por parte dos treinadores para quererem controlar os comportamentos dos jogadores

em campo não lhes permitindo espaço para a descoberta. Apesar de o papel do treinador ser fundamental na

descoberta das soluções individuais dos jogadores, a existência de 30% de treino utilizado em atividades de

Page 125: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

instrução aos jogadores é demasiado excessivo, não lhes permitindo deste modo uma exploração das suas

possibilidades de ação face às manipulações realizadas nos exercícios.

Tendo por base a abordagem baseada nos constrangimentos e, de acordo com Newell (Newell, 1986) a

manipulação dos exercícios de treino pode ser feita através da manipulação de três tipos de constrangimentos:

i) do indivíduo; ii) da tarefa; iii) do contexto. Os constrangimentos do indivíduo dizem respeito às características

estruturais ou funcionais dos indivíduos (fadiga, stress, pesos nos pés…). Os constrangimentos da tarefa dizem

respeito às regras, regulamentos, espaço, alvos e objetos utilizados no jogo (regras jogo, dimensão jogo, nº

jogadores, balizas, tipo bola…), enquanto que os constrangimentos do ambiente dizem respeito às condições

ambientais onde são desenvolvidas as tarefas (tipo de piso, altitude, iluminação, humidade…). Para o processo

de aprendizagem, interessa-nos sobretudo perceber como poderemos manipular os constrangimentos da tarefa

de modo a que do imenso número de possibilidades de ação que os jogadores têm ao seu dispor, eles

descubram as soluções individuais que lhes permitem de modo mais funcional a resolução dos problemas do

jogo.

Para a manipulação dos constrangimentos da tarefa são infindáveis as alterações que o treinador pode realizar.

No entanto, mais importante do que saber quais as variáveis a manipular é necessário saber quais os efeitos

que a manipulação dessas variáveis produz no comportamento dos jogadores. Tendo por base este

pressuposto, a manipulação das tarefas de treino deverá ser realizada de modo a: i) manter os acoplamentos

informação-ação permitindo aos jogadores ajustarem os seus comportamentos às variações nas informações do

jogo; ii) simplificar o jogo e ampliar a informação relevante que guia o comportamento dos jogadores em jogo; ii)

permitir a exploração das possibilidades de ação que surgem de entre as múltiplas soluções do jogo. De entre

inúmeras possibilidades, apresentamos alguns exemplos de como poderemos manipular o exercício de treino

para alcançar um dado objetivo. Salientamos que estas variáveis são apenas alguns exemplos que podem

ajudar a estruturar o exercício de treino em função dos objetivos a alcançar. Para isso o treinador deverá ter um

objetivo bem definido que lhe permita uma constante avaliação sobre se as manipulações realizadas estão a

surtir o efeito desejado.

Page 126: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Objetivo Variável a manipular Porquê

Melhorar o controle de bola Tamanho, peso, flexibilidade da

bola

Permite alterar o padrão de

coordenação utilizado para o

controle da bola e deste modo o

seu controle

Passe Distância dos defesas ao portador

da bola e ao outro atacante

através da definição de setores

Permite dar mais tempo e espaço

para que o portador da bola

adeque a sua ação às janelas

espácio-temporais que surgem

Drible Defesa apenas se pode mover

numa linha em relação ao portador

da bola

Permite que em fases inicias de

aprendizagem o portador da bola

explore a relação com o adversário

de proximidade e afastamento

para o deslocar para um dos lados

e tentar o drible

Largura de jogo Corredores Permite que o espaço seja

ocupado de forma equilibrada

impedindo a aglomeração e

direciona a atenção dos jogadores

para a busca do espaço a ocupar

Profundidade de jogo Setores Permite que o espaço seja

ocupado em profundidade com o

objetivo de transportar a bola para

locais de proximidade da baliza

contrária para finalização

Realçar determinados espaços

que podem ser mais explorados

Definição de espaços alvo Permite que os jogadores foquem

a sua atenção na exploração de

determinados espaços de jogo que

até aí não procuravam

Quadro 1 - Manipulação das variáveis dos exercícios

Page 127: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

3.5. A evolução do jogo

3.5.1. Evolução da dinâmica de jogo na organização ofensiva/defensiva O Futsal é um desporto distinto do Futebol convencional pois é uma conjunção de vários desportos, incluindo o

Futebol. Recorreu não só a regras de outros desportos mas, também, a técnicas de jogo, como os bloqueios

(basquetebol) e as rotações (hóquei em patins). Como JDC evoluiu ao longo dos tempos nas suas

características mais particulares, com incidência na dinâmica funcional do jogo.

Ao fazer a análise da dinâmica de jogo considera-se de forma simultânea o ataque e a defesa, já que são

interdependentes um do outro pois, como refere Riera (1995a), muito frequentemente o ataque e a defesa são

facetas de uma mesma actividade. Além da necessidade de compreender conjuntamente a dialéctica

ataque/defesa, especificam-se as particularidades do processo ofensivo em toda a sua conjuntura

organizacional, assim como o processo defensivo. Geralmente, a evolução do jogo processa-se pelo

aperfeiçoamento da organização ofensiva ou defensiva como forma de suplantar o adversário nesses mesmos

momentos de jogo.

Ao longo dos últimos anos a dinâmica de jogo sofreu profundas alterações apresentando-se claramente distinta

em relação aos primórdios da modalidade. No início, as posições dos jogadores em campo, exceptuando o

guarda-redes, não estavam visivelmente definidas, havendo a convicção, quase generalizada, de que as

equipas tinham que ganhar por mais de um golo de diferença. O ataque predominava sobre a defesa, não

resultando daqui um jogo equilibrado. A falta de domínio da bola era a maior inconveniência para se fazer um

jogo com fundamento e intencionado. Não podemos esquecer que os primeiros jogadores eram oriundos do

Futebol e que jogar em espaços mais reduzidos era algo que lhes acarretava grandes dificuldades acrescendo o

facto do diâmetro da bola ser menor.

3.5.2. Organização ofensiva/defensiva (2.2 / zona) com predominância do contra-ataque Com o passar do tempo as equipas foram-se organizando num quadrado (2.2), estático e muito recuado. Para

Lozano Cid (1995), este sistema foi o primeiro a utilizar-se na história do Futsal, talvez por ser a colocação mais

lógica em função da preparação (física-técnica-táctica) da época. Nesta altura, os sistemas e as estratégias não

eram significativamente diferentes das do Futebol (Aranda, 2001). As substituições eram limitadas tendo, como

consequência, um baixo ritmo de jogo. A capacidade física (CF) dos jogadores não era específica, pelo que

contribuía para a utilização de métodos o mais económico possível em termos de desgaste físico.

     FIGURA 9 – Modelo esquemático do sistema de jogo 2:2

Page 128: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

As defesas eram à zona e no meio campo defensivo procurava-se recuperar a posse da bola e sair rápido para

situações de contra-ataque, apurando ao máximo a finalização, para depois retrocederem o mais rápido

possível à defesa e reiniciarem o ciclo. O conceito de cobertura defensiva não era, ainda, desenvolvido e

favorecia o ataque. Sendo as acções tácticas colectivas praticamente inexistentes, ofensivamente os jogadores

procuravam situações de 1x1, apelando à sua criatividade individual. Hoje em dia o sistema 2.2 foi aperfeiçoado

devido ao progresso que se tem feito na modalidade, podendo oferecer distintas formas e variações. Em

algumas situações no jogo é, ainda, utilizado dependendo das características dos jogadores e, também, da

forma de jogar do adversário.

Nesta fase, o jogo ofensivo sobrepõe-se ao defensivo surgindo, naturalmente, as primeiras rotações, com trocas

simples de posições entre atacantes e defesas, como forma de imputar alguma organização ao jogo.

De salientar que, o facto de termos considerado o Futsal como um sistema complexo e dinâmico, resulta

também da imprevisibilidade das ações e da flexibilidade dos sistemas de jogo, pelo que, de forma momentânea

podemos, adoptar um sistema de jogo, p.ex., 2:2, sem ser esse, efectivamente o modelo de jogo adotado pela

equipa em questão.

2.3.2. Especialização de funções (3.1) e início da marcação individual

O tempo foi passando e a evolução foi dando lugar a uma racionalização mais evoluída do espaço de jogo,

promovendo uma organização sectorial mais compacta e especializada, com as linhas defensivas mais

próximas e com menos profundidade, o que levou à necessidade de uma evolução na organização do jogo

ofensivo. Uma maior dedicação ao treino físico fez com que o jogo se tornasse mais dinâmico e, como

consequência, apareceram mais situações de golo.

FIGURA 10 – Modelo esquemático do sistema de jogo 3:1

Surge o sistema 3.1, sendo considerado por alguns autores (Filho, 1998; Voser, 2001) como o sistema ofensivo

mais utilizado actualmente no Futsal. A especialização dos jogadores começou a ficar mais definida e as suas

funções melhor estabelecidas. Surgem denominações específicas para as funções dos diferentes jogadores que

compõem uma equipa de Futsal, em função da especificidade de tarefas inerentes a determinados espaços

predominantemente ocupados. Surge a denominação de fixo, jogador que se localiza na posição mais recuada.

Page 129: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Predomina a função de defesa sobre o atacante finalizador, maioria das vezes e, juntamente com o guarda-

redes, assume um papel importante na organização do processo defensivo. É frequente realizar acções de

ajuda permanentes (compensações e dobras).

Jogador geralmente dinâmico e com elevada capacidade de impor mobilidade ao jogo é o ala. Denomina-se por

direito ou esquerdo em função do espaço de jogo que ocupa e não em função da lateralidade do jogador. Ocupa

mais as zonas laterais do espaço de jogo, denominados anteriormente por corredores de jogo, sempre com a

função de criar superioridade numérica.

A última função específica é a do pivot. Inicialmente, o pivot jogava muito adiantado e estático, passando o jogo

maioritariamente por ele, decidindo este, no seu espaço, quais as acções a desenvolver, procurando o 1x1 ou

tabelas simples com os seus colegas. É necessário que possua uma excelente capacidade para conservar a

posse de bola, protejendo esta. Deverá ser capaz de realizar recepções de bola de todas as formas possíveis e

sob grande pressão e ainda, ser capaz de manter a posse de bola em zonas próximas da baliza, de forma a

servir os colegas que realizam desmarcações de apoio para finalizar. Não tinha grandes preocupações

defensivas e jogava, preferencialmente, de costas para a baliza adversária. Perante tal situação, o fixo viu-se na

obrigação de antecipar a acção do seu adversário directo, passando a defendê-lo com estratégias

diferenciadas, tentando anulá-lo. Para fazer com que o fixo saísse da sua zona defensiva, o pivot começa a

procurar posições mais recuadas e a fazer rotações com os seus colegas de equipa, ficando a ser defendido por

um adversário menos especializado e aí tenta impor-se. O corte ofensivo, com desmarcações de ruptura, na

diagonal ou mais tarde na paralela, criava grandes dificuldades aos acompanhamentos defensivos surgindo,

muitas vezes, os atacantes nas costas dos defensores.

Estas rotações, denominadas actualmente como circulações táticas, revolucionaram completamente o jogo

ofensivo dando uma maior dinâmica ao mesmo, com entradas dos jogadores sem bola. A defesa teve que

responder avançando no espaço de jogo, defendendo a ¾ ou mesmo a campo inteiro, ocupando racionalmente

os espaços, impedindo que a bola chegasse ao pivot e anulando os cortes dos jogadores sem bola. Começa a

praticar-se a marcação individual que, de acordo com Saad e Costa (2001), é o tipo de marcação mais utilizada

no Futsal actual. Também contribuiu para este avanço a especialização do ataque nos livres com barreira ao

conseguirem grandes percentagens de acerto, obrigando as defesas a cometerem as faltas em zonas mais

avançadas no terreno. A defesa pressionante ao jogador portador da bola, a estreita vigilância aos jogadores

que não a têm, juntando os conceitos de cobertura e ajudas defensivas, cria grandes dificuldades ao ataque

obrigando-o a melhorar a qualidade técnica do jogo, com e sem bola, e o jogo colectivo por forma a contrariar as

defesas, ganhando espaço, de preferência nas costas dos adversários.

2.3.3. Imposição da dinâmica de jogo ofensivo (4.0) e especialização defensiva Com o avançar das linhas defensivas e a tentativa consequente de explorar o espaço existente, o Futsal

começa a caracterizar-se pela mobilidade constante dos seus jogadores. Desta forma, na vanguarda do

processo ofensivo surge o sistema 4.0, propiciando uma grande quantidade de deslocamentos sucessivos e

simultâneos em direcção à baliza adversária, tentando ocupar espaços nas costas da defensiva contrária.

Page 130: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Requer um grande sentido de jogo colectivo e de coordenação de movimentos. Pelo posicionamento dos

jogadores em campo praticamente não existe cobertura ofensiva e uma perca de bola poderá tornar-se em

grande perigo, dadas as dificuldades em realizar a ajuda defensiva atempadamente.

FIGURA 11 – Modelo esquemático do sistema de jogo 4:0

Surge, então, uma grande universalidade de funções nos jogadores. Como referem Repullo Casas e Luque

Reina (2004), as equipas de Futsal são compostas por um conjunto de jogadores que só em pequenos casos

são especializados em alguma função específica dentro do campo. No estudo de Barbero (2002) verificou-se,

através dos resultados obtidos, que o cumprir e desempenhar funções específicas durante o jogo não implica

um perfil de actuação diferenciado. Tal constatação parece apontar para uma polivalência implícita dos

jogadores de Futsal. Dada a mobilidade constante que o jogo de Futsal apresenta, a capacidade de assumir

todas as funções e consequentemente as tarefas inerentes será fundamental, pelo que é característico do

jogador evoluído. Por conseguinte, as funções não são rotuladas a um jogador específico. Estes devem sim, ser

capaz de assumir determinadas funções, em relação ao posicionamento da bola, e à sua localização no espaço

de jogo.

Os únicos jogadores com funções específicas são os guarda-redes. No entanto, estes também podem, em

determinados momentos, realizar funções de jogador de campo pelo que o grau de especialização tende a

diminuir. No Brasil desenvolveu-se uma nova tendência. Algumas equipas actuam durante uma boa parte do

jogo com o guarda-redes em linha, agindo como se de um jogador de campo se tratasse (Osimani, 2004b).

Em termos defensivos, os jogadores que se encontram do lado contrário à bola, devem preocupar-se em fazer

ajuda e cobertura defensiva aos jogadores mais próximos desta. As defesas pressionantes desmantelam de

certa forma o sucesso deste sistema de ataque. Os jogadores de Futsal passam a ter necessidade de

desempenhar simultaneamente um papel defensivo e ofensivo. Desta forma, desenvolvem-se estratégias

defensivas muito específicas, que passam quer pela adopção de métodos defensivos individuais, quer zonais e

ainda mistos.

A organização defensiva passa a ter princípios estratégicos específicos, ajustando-se em função do adversário,

e as equipas mais evoluídas adoptam métodos defensivos onde procuram condicionar a iniciativa do adversário

pela agressividade que impõem. No relatório técnico do mundial da Guatemala (2000), o grupo de estudo do

Page 131: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

mesmo salienta que as nações que dominam hoje o Futsal constroem as suas equipas à volta de uma defesa

estável, fechando todos os caminhos através de um bom jogo posicional.

Hoje, o Futsal caracteriza-se por uma dinâmica crescente e alternada pelo movimento constante, obrigando as

equipas a alterar ritmos e sistemas durante os jogos. Spreij (1999), seleccionador da Holanda, refere que as

equipas precisam de mais do que um sistema de jogo, especialmente no ataque, dado o sucesso que a maioria

das defesas hoje assumiram.

Dada a dificuldade em concretizar o objectivo do jogo através do ataque posicional, pela evolução agressiva dos

sistemas defensivos, os momentos de transição entre o processo ofensivo e defensivo ganharam um interesse

particular na preparação da maioria das equipas. Constituindo este facto uma regularidade, o contra-ataque e o

ataque rápido constituem métodos de jogo extremamente eficazes. Os momentos de transição têm-se assumido

como particularmente importantes para alcançar golo. A adopção de combinações, circulações e rotações que

permitam modelar o ataque em fases de variação de ritmos e intensidades, traz vantagens, pelo aproveitar

momentâneo da desorganização defensiva adversária. Este facto é relatado pelo grupo de estudo técnico do

Mundial da Guatemala (2000), ao referir que o principal objectivo das equipas, nesta competição, era alternar

rapidamente entre a defesa e o ataque e vice-versa.

Pela evolução dinâmica da organização do jogo concluímos que, na organização do jogo de Futsal, os

treinadores encararam como principais preocupações a organização do ataque, da defesa e, posteriormente,

dos momentos de transição entre ambas, ou seja pela organização dos diferentes momentos do jogo. A preocupação central do estudo em relação aos conteúdos de treino consiste em saber quais os princípios

gerais de organização que os treinadores de topo conferem aos diferentes momentos do jogo, nomeadamente,

métodos e sistemas de jogo privilegiados.

Para além dos momentos do jogo referidos, existem momentos de paragem importantes que vêm assumindo

uma importância particular no seio da preparação das equipas, os fragmentos constantes do jogo (“bolas

paradas”).

2.3.4. Fragmentos constantes do jogo (“Bolas paradas”) Os fragmentos constantes do jogo têm assumido grande importância na organização e desenvolvimento do jogo

de Futsal. Lozano Cid (1995) considera estas situações do jogo como situações estratégicas, considerando as

mesmas fundamentais, não só no Futsal como em qualquer modalidade. Valdericeda (1994) refere que

qualquer equipa que pretenda realizar um jogo de qualidade, além de ter um conhecimento exacto dos

movimentos a realizar nos momentos ofensivos e defensivos do jogo, deve estar preparada para a qualquer

momento executar um pontapé de canto, uma falta, etc. a seu favor, pelo que deverá ter uma série de

estratégias para a resolução dos mesmos. Dado o espaço reduzido onde se desenvolve o jogo e a frequência

com que surgem situações de bola parada, estes momentos tornam-se, muitas vezes, preponderantes no

desfecho do jogo. Nuccorini (2002) considera que todas as situações de bola parada a executar nos últimos

dez/quinze metros do campo permitem desenvolver estratégias de extrema eficácia.

Page 132: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Na mesma linha de entendimento, Voser (2001) refere que as situações de bola parada devem ser treinadas,

bastantes vezes, antes de serem postas em prática. As ideias destes autores vêm justificar estas situações de

jogo como conteúdos importantes no processo de preparação de uma equipa de Fustal. A preparação dos

fragmentos constantes do jogo dependerá do tempo que disponha o treinador para as ensinar e desenvolver

(Velasco Tejada & Lorente Peñas, 2003), pelo que deverá haver critério e objectividade na definição do volume

de treino para cada uma das situações, em função da importância particular atribuída.

A importância relativa de cada fragmento constante do jogo, será uma das preocupações do presente estudo,

de modo a definir as mesmas como conteúdo de treino.

Reconhecendo a importância destas situações padronizadas, e dado o jogo proporcionar sempre algum tempo

para a preparação das mesmas (encontra-se parado), a estratégia de resolução deverá primar pela definição de

esquemas tácticos rígidos, definidos pelo treinador, ou deve-se apelar à criatividade do jogador em função da

configuração momentânea do jogo?

Vários autores (Lozano Cid, 1995; Lozano Cid et al, 2002; Valdericeda, 1994, Voser, 2001), revelam a

importância de ser um jogador experiente e com elevada capacidade de decisão a executar a tarefa. Voser

(2001) refere que nestas situações do jogo será importante que os jogadores utilizem a sua criatividade no

momento em que não for possível realizar o que foi ensaiado.

Velasco Tejada & Lorente Peñas (2003) defendem que o facto de mecanizar determinados movimentos pode

amputar a criatividade dos jogadores e a sua capacidade de ler o jogo, pontos primordiais no entendimento do

processo ofensivo, não devendo sacrificar este a favor de uma estratégia excessivamente rígida. Os mesmos

autores referem ainda que estes tipos de jogadas devem ser versáteis, ou seja, dentro de uma possível gama

de soluções o jogador deve ser capaz de escolher a que nesse momento seja mais fácil de executar.

Estas situações de jogo devem ser pessoais, renováveis com o decorrer do tempo (Lozano Cid, 1995), tal como

toda a restante organização do jogo. Por isso, o treinador ao liderar o processo, necessita de definir um modelo

de jogo (MJ), possível de ser identificável pelos jogadores, aceite por estes e constantemente em evolução,

dado que um modelo é algo utópico, nunca acabado.

Page 133: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

5. CARACTERIZAÇÃO DOS NÍVEIS DE DESEMPENHO

Fazendo uma análise ao jogo de Futsal, tendo como referência o jogo praticado pelas crianças que o iniciam e o

nível de desempenho desejado para que um jogador possa integrar uma equipa sénior, verifica-se que existem

diferentes níveis evolutivos. Tendo como referência (i) o relacionamento com a bola, (ii) a identificação com o

objetivo do jogo, (iii) a organização posicional nos diferentes momentos do jogo e (iv) a dinâmica coletiva que se

consegue criar, consideramos quatro níveis qualitativos de desempenho, a saber, o nível básico, o nível

elementar, o nível intermédio e o nível de especialização.

Não obstante a identificação destes níveis, convém estar ciente de que os mesmos interagem, pelo que importa

preservar alguma plasticidade nas respetivas interpretação e operacionalização.

5.1. Principais características, contextualização dos problemas psico-motores e problemas para solucionar.

5.1.1. Nível Básico - Iniciação ao objecto do jogo O nível básico manifesta-se, fundamentalmente, pelo rudimentar relacionamento com a bola. A existência de

grandes dificuldades na execução das diferentes ações técnicas induz problemas no cumprimento e no

entendimento do objetivo do jogo e, em alguns casos, no envolvimento e participação nesse mesmo jogo. Face

a estas premissas, a organização posicional e funcional é residual, tornando o jogo num conjunto de ações

individuais sem sequência coletiva intencional.

A bola não é só o objeto como também é o objetivo do jogo, o que faz emergir duas caraterísticas peculiares

deste nível de jogo. A primeira, prende-se com a constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da

bola, fazendo com que o jogo tenha uma configuração essencialmente individual e desorganizada. A segunda

reporta-se à ausência de consciência do objetivo primeiro do jogo, a marcação de golos.

De facto, tudo funciona em torno do espaço físico da bola e desta forma, este nível caracteriza-se por uma

ausência de entendimento do jogo e por debilidades técnicas que não permitem uma sequência desse mesmo

jogo, tanto nos planos individual como coletivo.

5.1.2. Nível Elementar - Elaboração elementar do objetivo do jogo O nível elementar caracteriza-se pelo reconhecimento, por parte dos diferentes jogadores, do objetivo do jogo e

por um relacionamento com a bola que permite, com regularidade, uma sequência de jogo tanto no plano

individual como coletivo. Contudo, ainda evidenciam frequentes erros técnicos não provocados, interrompendo

as ações individuais e coletivas.

As caraterísticas referidas permitem o aparecimento de uma organização posicional e funcional. Todavia, esses

níveis de organização evidenciam-se de forma muito simples, estática e individualizada. Isto é, deixa de ocorrer

uma evidente aglomeração em torno da bola, mas continua a verificar-se uma individualização das ações por

parte dos diferentes jogadores, em detrimento da organização coletiva. As ações coletivas apenas são

Page 134: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

realizadas quando se reconhece que as individuais não terão possibilidades de êxito ou quando os benefícios

são facilmente evidentes.

A noção de posição funde-se na noção de função e a estas duas noções junta-se a diferenciação entre ter e não

ter a posse da bola, passando, o jogador, a assumir comportamentos posicionais e funcionais dissemelhantes,

estando a atacar ou a defender.

Pelo que acabamos de mencionar, pode-se considerar que este nível se caracteriza pelo início do entendimento

do jogo, enquanto jogo coletivo, porém, ainda com manifestações individuais, mas com consciência de

posicionamentos e funcionalidades diferenciadas. Contudo, as noções de organização, quer posicional quer

funcional, referidas apenas se manifestam quando o jogo apresenta uma estrutura simplificada.

5.1.3. Nível Intermédio - Desenvolvimento da organização posicional No nível intermédio a qualidade técnica dos jogadores já permite uma fluidez no jogo que lhes garante, com

frequência, uma sequência de ações ininterrupta com cada vez menos erros não provocados.

Relativamente ao jogo, este nível evidencia-se pelo início da noção de organização posicional das diferentes

fases/momentos. Os jogadores passam a ter consciência dos distintos posicionamentos estruturais e das

respetivas funções. A ocupação dos espaços, tanto defensivos como ofensivos, passa a ser equilibrada e

racional com as fases/momentos de jogo.

A evolução do jogo passa pelo enquadramento coletivo que as ações individuais começam a evidenciar. Desta

forma, a dinâmica de jogo começa a assumir-se pelas manifestações coletivas, embora simples, que o jogo

passa a ter e pelas ações individuais contextualizadas pelo coletivo.

O jogo passa definitivamente a ser entendido como um projeto coletivo em que as ações individuais visam o

benefício da equipa.

5.1.4. Nível de Especialização - Especialização da dinâmica coletiva

O nível de especialização manifesta-se pelo facto de os jogadores patentearem uma boa qualidade técnica

contextualizada e uma organização estrutural e funcional que lhes permite criar um jogo suportado por uma

dinâmica coletiva que emerge de padrões de ação referenciais.

Neste nível de jogo, os praticantes evidenciam, simultaneamente, duas caraterísticas importantes: frequente e

adequada mobilidade e equilíbrio posicional permanente. A mobilidade é motivada pelas movimentações

específicas das diferentes posições e, também, pelos permanentes movimentos de trocas posicionais –

rotações – caraterísticas desta modalidade. O equilíbrio posicional acontece porque os jogadores já são

capazes de diferenciar e assumir as distintas posições e as respetivas funções, tanto a atacar como a defender.

O jogo torna-se realmente coletivo e com todos os pressupostos necessários para que se possa partir para

formas de jogar com organização estrutural e funcional complexa.

Após esta identificação global dos diferentes níveis de desempenho, o problema que se coloca é saber qual o

caminho a traçar para formar jogadores que consigam responder às exigências que os mais elevados níveis de

jogo colocam.

Page 135: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Como desenvolver jogadores com elevado potencial técnico e com um elevado conhecimento específico do

jogo, que permita que a equipa evidencie uma eficaz organização nas diferentes fases e momentos?

5.2. Proposta de Exercícios para os diferentes níveis de desempenho – contextos facilitadores de aprendizagem

O processo de ensino deve ter como objetivo primordial permitir que os praticantes adquiram, cada vez mais,

conhecimentos específicos, capacidades e competências para jogar, promovendo aprendizagens graduais e

ajustáveis. Nesse sentido, existe a necessidade de adaptar os conteúdos ao nível qualitativo que os praticantes

apresentam.

O jogo de Futsal ostenta diversas possibilidades de organização estrutural, e múltiplas alternativas de

organização funcional. A decomposição da complexidade do jogo, sem lhe retirar essência, será importante na

operacionalização do processo de ensino ao longo dos vários níveis de desempenho. Assim, tentaremos

sustentar o processo ensino-aprendizagem no desenvolvimento gradual de estruturas simplificadas de jogo,

articulando a sua funcionalidade.

Desta forma, iremos expor uma sequência de exercícios com conteúdos de complexidade e dificuldade

crescentes, apesar de termos consciência que tal sequência deve ser adaptada a cada contexto particular. O

Quadro 1 representa, de forma resumida, a sequência de conteúdos, por níveis de desempenho, que propomos.

5.2.1. Nível Básico

Neste nível de ensino, tendo em consideração as debilidades técnicas e a escassa compreensão do jogo,

sugerimos o desenvolvimento da relação com a bola e a exposição de princípios táticos que possibilitem o

entendimento dos objetivos centrais do jogo, i.e., marcar golo na baliza adversária e evitar que o façam na nossa.

Assim, a nível técnico, propomos exercícios que invoquem as diferentes habilidades técnicas específicas, de forma

a garantir a sustentabilidade do jogo. Porém, a variabilidade e a competitividade não devem estar alienadas das

diferentes propostas apresentadas.

No domínio tático, defendemos que convém apresentar exercícios que fomentem os princípios específicos

ofensivos da penetração e da cobertura ofensiva e o princípio específico defensivo da contenção. A penetração e

cobertura ofensiva surgem com o objetivo dos praticantes começarem a perceber a verdadeira essência ofensiva do

jogo, isto é, entenderem que o objetivo primordial do jogo é progredir para marcar golo, em condução da bola ou,

em caso de impossibilidade, em passe para um colega. A contenção emerge da necessidade de evitar que os

adversários com bola cumpram com o objetivo da penetração, ou seja, de marcar golo.

Quando os praticantes perceberem estes dois propósitos e adquirirem competências técnicas para os aplicarem em

situação de jogo estarão prontos para acederem a outros patamares de envolvimento no jogo.

Page 136: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Exemplos  de  exercícios    

CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  DESEJADOS  

Controlo  e  condução  da  bola.  Penetração.          

Grupos  de  três,  todos  com  bola,  tentam  passar  com  a  bola  controlada  as  balizas  que  têm  um  defensor.      

 

Não  perder  o  domínio  da  bola.  Passar  na  baliza  com  a  bola  controlada.  Escolher  o  melhor  momento  para  passar.  

Controlo  e  condução  da  bola.  Passe  e  receção.  Penetração  e  contenção      

Jogo  1x1  em  que  o  aluno  tem  várias  balizas.    Iniciar  o  exercício  com  passe  entre  os  dois  e  ao  sinal  jogar  1x1.          

 

Não  perder  o  controlo  da  bola  na  sua  condução  e  finalização.  Orientar  a  condução  de  bola  para  a  baliza  mais  adequada,  em  função  do  posicionamento  do  defensor.    

Penetração,  contenção  e  cobertura  ofensiva.            

Jogo  2x2  +  Joker  em  que  1  jogador  da  equipa  que  defende  é  sempre  guarda-­‐redes.  Criam-­‐se  situações  de  3x1.  

 

Portador  da  bola  procura  dirigir-­‐se  para  a  baliza.  Defensor  tenta  impedir  essa  progressão.  Colega  do  portador  da  bola  participa  na  ação  oferecendo  uma  solução.  

Penetração,  contenção  e  cobertura  ofensiva.        

Jogo  1x1  em  cada  zona  do  campo  com  dois  jokers  que  auxiliam  o  portador  da  bola.  

 

Portador  da  bola  procura  dirigir-­‐se  para  a  baliza.  Defensor  tenta  impedir  essa  progressão.  Colega  do  portador  da  bola  participa  na  ação  oferecendo  uma  solução.  

Penetração,  contenção  e  cobertura  ofensiva.            

Jogo  2x2  em  que  1  jogador  da  equipa  que  defende  é  sempre  guarda-­‐redes.  Criam-­‐se  situações  de  2x(1+GR).  

 

O  atacante  com  bola  procura  dirigir  as  ações  para  a  baliza  adversária.  O  atacante  sem  bola  efetua  cobertura  ofensiva  ao  colega.  O  defensor  revela  comportamentos  defensivos  impeditivos  de  progressão  do  adversário.    

 Quadro 2 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Básico

       

Page 137: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

5.2.2. Nível Elementar

No segundo nível, pretende-se que exista sequência do desenvolvimento técnico para que o jogo possa, cada vez

mais, ter fluidez e dinâmica. A nível tático, existem ainda algumas debilidades no entendimento do jogo, sobretudo

aos níveis das funções e dos posicionamentos dos jogadores que não intervêm diretamente na bola. Como tal,

neste nível, existem preocupações acrescidas que recaem sobre os princípios de cobertura ofensiva e defensiva.

Relativamente à cobertura ofensiva, pretende-se apetrechar a equipa que ataca com competências para dar

continuidade ao jogo ofensivo. Isto é, os jogadores da equipa que tem a bola devem aprender a apoiar o jogador

com bola e, consequentemente, darem continuidade ao jogo, ou seja, estamos a criar o suporte para que o jogo

seja efetivamente coletivo.

No que diz respeito à cobertura defensiva, também se pretende munir os jogadores, que não estão a intervir

diretamente com o portador da bola, de conhecimentos que lhes permitam saber o que devem fazer para ajudar o

colega que está a realizar a contenção. Ou seja, estamos, em termos defensivos, a criar os alicerces da

organização defensiva coletiva.

 

   

Page 138: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Exemplos de exercícios

 Quadro 3 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Elementar

 

 

CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  DESEJADOS  

Condução,  controlo  de  bola  e  drible/finta.  Posição  defensiva  e  desarme  Penetração  e  contenção            

1x1  num  espaço  delimitado.  

  O  atacante:  desequilibrar  o  adversário  direto  ultrapassando-­‐o.  O  defensor:  impedir  a  progressão  do  atacante.  

Penetração  e  cobertura  ofensiva.            

Jogo  (2+GR)x(GR+2)  com  apoio  de  2  pivôs,  na  parte  externa  do  campo,  mas  em  todo  o  espaço  ofensivo.  Situações  de  jogo  4x2.    

  Os  atacantes:  procuram  criar  situações  de  superioridade  numérica,  aproveitando  os  apoios,  para  progredir  e  finalizar.    

Contenção  e  cobertura  defensiva.                

Jogo  (2+Gr)x(Gr+2)  em  meio-­‐campo.  

  Os  defensores:  procuram  coordenar  as  suas  ações  para  impedirem  a  progressão  e  finalização  dos  atacantes.    

Penetração  e  cobertura  ofensiva,  contenção  e  cobertura  defensiva.    

Jogo  3x3  em  que  1  jogador  da  equipa  que  defende  é  sempre  guarda-­‐redes.  Criam-­‐se  situações  de  3x2(+GR).  

  Os  atacantes:  procuram  criar  situações  de  superioridade  numérica,  numa  zona  do  campo,  aproveitando  o  jogador  de  campo  que  têm  a  mais  Os  defensores:  procuram  coordenar  as  suas  ações  para  impedirem  a  progressão  e  finalização  dos  atacantes.  

Penetração  e  cobertura  ofensiva,  contenção  e  cobertura  defensiva        

Jogo  4x4:  a  equipa  que  defende  terá  que  ter  2  jogadores  na  zona  ofensiva  e  2  jogadores  na  zona  defensiva;  a  equipa  que  ataca  pode  ter  sempre  3  jogadores  no  espaço  que  tem  a  bola.    

 

Os  atacantes:  procuram  progredir  no  térreo  e  finalizar  aproveitando  a  superioridade  numérica.  Os  defensores:  procuram  coordenar  as  suas  ações  para  impedirem  a  progressão  e  finalização  dos  atacantes.  

Page 139: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

5.2.3. Nível Intermédio

O terceiro nível de desempenho caracteriza-se pelo facto dos praticantes apresentarem uma qualidade técnica que

permite que o jogo evidencie continuidade. A nível tático, os jogadores já sabem o que devem fazer, tanto em

organização defensiva como ofensiva, de modo a que a sequência do jogo seja efetiva. Como tal, os objetivos

fundamentais deste nível procuram fomentar a dinâmica do jogo das equipas e dos respetivos praticantes. Para que

essas pretensões sejam alcançadas, existe um investimento no desenvolvimento técnico, criado através de

situações em que o tempo e o espaço para a execução passe a ser substancialmente mais reduzido do que até

então. Por sua vez, a nível tático, introduz-se a apresentação dos princípios específicos ofensivos da mobilidade e

do espaço, os quais se assumem como fundamentos para a dinâmica que caracteriza o jogo de Futsal. Em termos

defensivos, contempla-se os princípios do equilíbrio e da concentração, que serão as bases da organização

defensiva coletiva, essencialmente da defesa à zona.

A implementação destes princípios vai promover um aumento significativo da qualidade de jogo, coletiva e

individual.

 

   

Page 140: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

Exemplos  de  exercícios    CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  

DESEJADOS  Condução,  controlo  de  bola,  drible/finta  e  remate.  Posição  defensiva,  desarme  e  interceção.  Penetração  e  contenção.        

Jogo  (GR+1)x(1+GR)  com  2  apoios  na  linha  de  baliza.    Os  apoios  não  podem  finalizar.  

 

Do  atacante:  procura  sistemática  da  penetração,  através  do  recurso  à  finta,  e  da  finalização.  Do  defensor:  impedir  a  progressão  e  finalização  do  atacante  através  do  desarme  e  da  interceção.  

Penetração,  cobertura  ofensiva  e  mobilidade.  Contenção,  cobertura  defensiva  e  equilíbrio.        

Jogo  (3+GR)x(GR+3)  com  2  apoio  nas  linhas  de  baliza.    

  Dos  atacantes:  mobilidade  constante  para  criar  ou  encontrar  espaços  para  finalizar.  Dos  defensores:  reorganização  defensiva  permanente  para  impedir  a  abertura  de  espaços  para  o  adversário  finalizar.    

Penetração,  cobertura  ofensiva,  mobilidade  e  espaço.  Contenção,  cobertura  defensiva,  equilíbrio  e  concentração.          

Jogo  (3+GR)x(GR+3)  com  1  apoio.  

  Dos  atacantes:  abertura  da  equipa,  em  largura,  e  mobilidade  constante  para  criar  ou  encontrar  espaços  para  finalizar.  Dos  defensores:  fecho  da  equipa,  em  largura,  e  reorganização  defensiva  permanente  para  impedir  a  abertura  de  espaços  para  o  adversário  finalizar.    

Penetração,  cobertura  ofensiva,  mobilidade  e  espaço.  Contenção,  cobertura  defensiva,  equilíbrio  e  concentração.              

Jogo  (3+GR)x(GR+3)  em  meio-­‐campo    

  Dos  atacantes:  abertura  da  equipa,  em  largura,  e  mobilidade  constante  para  criar  ou  encontrar  espaços  para  finalizar.  Dos  defensores:  fecho  da  equipa,  em  largura,  e  reorganização  defensiva  permanente  para  impedir  a  abertura  de  espaços  para  o  adversário  finalizar.    

Penetração,  cobertura  ofensiva,  mobilidade  e  espaço.  Contenção,  cobertura  defensiva,  equilíbrio  e  concentração.    

Jogo  formal  em  espaço  reduzido  (2/3  campo).    

 

Dos  atacantes:  cumprir  com  os  objetivos  dos  princípios  ofensivos.  Dos  defensores:  cumprir  com  os  objetivos  dos  princípios  defensivos.    

 Quadro 4 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Intermédio

 

 

Page 141: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

5.2.4. Nível de Especialização

No nível de especialização, os praticantes já patenteiam uma qualidade técnica e tática que permite que o jogo

evidencie uma boa organização e dinâmica. Assim, neste nível, pretende-se aprimorar todos os princípios

específicos, defensivos e ofensivos, de forma a preparar os praticantes para poderem assumir níveis de jogo de

maior complexidade.

Exemplos de exercícios

CONTEÚDOS   ORGANIZAÇÃO   ESQUEMA   COMPORTAMENTOS  DESEJADOS  

Contenção,  cobertura  defensiva,  equilíbrio  e  concentração.          

Jogo  (4+Gr)x(Gr+4),  todos  os  jogadores  têm  uma  bola  na  mão.  O  treinador  diz  o  nome  de  um  praticante,  este  coloca  a  bola  no  chão  e  desenvolve-­‐se  jogo  (reorganização  defensiva).  Ao  perder  a  posse  de  bola  chama  um  2º  jogador  (Idem).    

  Dos  defensores:  reorganização  defensiva  permanente.    

Penetração,  cobertura  ofensiva,  mobilidade  e  espaço.            

Jogo  (4+Gr)x(Gr+4)  com  4  apoios.  Os  jogadores  que  estão  fora,  como  apoios,  poderão  entrar  em  jogo,  com  posse  de  bola,  assim  que  um  colega  o  solicitar,  saindo  do  espaço  de  jogo  com  a  bola  controlada.  

 

Dos  atacantes:  grande  mobilidade  e  amplitude  do  jogo,  permanente  procura  e  criação  de  espaços  para  finalizar.  

Contenção,  cobertura  defensiva,  equilíbrio  e  concentração.  Penetração,  cobertura  ofensiva,  mobilidade  e  espaço.    

Jogo  formal  com  um  apoio  a  atuar  sempre  pela  equipa  que  está  em  posse  de  bola.  

 

Dos  atacantes:  abertura  da  equipa,  em  largura,  e  mobilidade  constante  para  criar  ou  encontrar  espaços  para  finalizar.  Dos  defensores:  fecho  da  equipa,  em  largura,  e  reorganização  defensiva  permanente  para  impedir  a  abertura  de  espaços  para  o  adversário  finalizar.    

Contenção,  cobertura  defensiva,  equilíbrio  e  concentração.  Penetração,  cobertura  ofensiva,  mobilidade  e  espaço.    

Situações  de  jogo  formal  com  limite  de  toques  em  função  da  mobilidade  pretendida.    

 

Dos  atacantes:  cumprir  os  objetivos  dos  princípios  ofensivos.  Dos  defensores:  cumprir  os  objetivos  dos  princípios  defensivos.  

Quadro 5 – Exemplo de exercícios para o Nível de desempenho Especialização

Page 142: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

6. PERSPECTIVAS FUTURAS DE CONTINUIDADE FORMATIVA  

A FPF pretende ser um parceiro ativo do Ministério da Educação e Ciência, na operacionalização e

implementação de programas e projetos que visem aumentar de forma sustentada, os índices de prática

desportiva regular em Portugal. É elevado o interesse da FPF em participar de forma ativa, na implementação

de medidas conducentes a uma plena integração dos diversos “sub-sistemas” que atuam em termos do

desenvolvimento desportivo.

No domínio da Formação, pretende-se qualificar a intervenção na escola, de modo a elevar o nível de qualificação técnica dos quadros envolvidos na formação de base no futsal escolar. Pretende-se criar

condições para elevar as oportunidades de acesso a formação específica, qualificando e elevando a intervenção

técnica na etapa inicial de formação de Futsal jovem em idade escolar, colocando o enfoque no valor educativo

do desporto em idade escolar, nomeadamente através do programa nacional de formação inicial e especializada

de treinadores, com a elaboração de documentação própria de auxílio e consequente discussão acerca das

matérias específicas da modalidade no seu ensino.

Dado que a base (Infantil e Iniciado) da formação inicial da modalidade no âmbito escolar, 74% no masculino e

59% no feminino, se encontra na escola, a continuidade deste projeto de formação tem todo o sentido e deve

merecer prioridade estratégica em termos de intervenção e Focus.

A extensão da intervenção a demais regiões educativas torna-se essencial, pelo que o preenchimento do mapa

nacional, através da replicação destas ações de formação parece-nos fundamental.

Page 143: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

7. BIBLIOGRAFIA

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Page 145: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

FPF · PR OG RAM A E3L1P2 · PERFIL DO PRATICANTE D E FUT SAL

DO JOGADOR DE FUTSAL

ETAPAS DE FORMAÇÃO

Page 146: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

2 F.P.F

1. INTRODUÇÃO

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

> 2.1 Futsal como jogo desportivo coletivo

> 2.2 Fatores de rendimento e aprendizagem no Futsal

> 2.2.1 Organização estrutural

> 2.2.1.1 Organização estrutural 1:3:1

> 2.2.1.2 Organização estrutural 1:4:0

> 2.2.1.3 Organização estrutural 1:2:2

> 2.2.1.4 Defesa à zona

> 2.2.1.5 Defesa individual

> 2.2.1.6 Defesa mista

> 2.2.1.7 Transições em superioridade/inferioridade numérica

> 2.2.2 Organização funcional

> 2.2.2.1 Princípios de Jogo Gerais

> 2.2.2.2 Princípios de Jogo Específicos

> 2.2.2.3 Princípios de Jogo Específicos da Equipa

> 2.3 Preparação desportiva a longo prazo

> 2.4 Níveis de desempenho no Futsal

3. ESCALÕES ETÁRIOS/NÍVEIS DE DESEMPENHO

4. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE TREINONO ENSINO DO JOGO DE Futsal

5. CONSTRUÇÃO DE EXERCÍCIO DE TREINO DE ACORDO COM OS CONTEÚDOS A ABORDARNOS DIFERENTES NÍVEIS DE DESEMPENHO

ETAPAS DE FORMAÇÃODO JOGADOR DE FUTSAL

Propriedade/Edição/RedaçãoFederação Portuguesa de FutebolRua Alexandre Herculano, 581250-012 Lisboa – PORTUGALNIF: 500 110 387Telefone: (+351) 213 252 700Fax: (+351) 213 252 780Email: [email protected]

AutoresJorge Braz, José Luís Mendes, Pedro Palas DesignDepartamento de Eventose Marketing da FPF

Ensino do Futsal nas escolas do 1º Ciclo - Ensino BásicoPrograma E3L1P2 - Perfil do Praticante de Futsal

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3FUTSAL

> 5.1 Nível Básico - Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo

> 5.2 Nível Elementar - Entendimento do jogo enquanto projeto coletivo

> 5.3 Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural para as diferentes fases/momentos do jogo

> 5.4 Nível de Especialização – Organização e dinâmica coletiva para a variabilidade do jogo

6. BIBLIOGRAFIA

Page 148: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

4 F.P.F

Page 149: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

5FUTSAL

1. INTRODUÇÃO

O Futsal, ao longo dos últimos anos, tem-se revelado, nacional e internacionalmente, uma modalidade em franca expansão. Tal facto fica a dever-se não apenas ao crescimento massivo do número de praticantes masculinos e femininos, ao crescente reconhecimento social mas também à adesão cada vez mais significativa dos órgãos de comunicação social a esta modalidade.O crescimento do Futsal em Portugal tem tocado várias áreas do desenvolvimento desportivo, sendo os factores humanos, a formação e a documentação áreas prioritárias em termos de implementação de programas que visam qualificar a formação e intervenção dos agentes que intervêm no Futsal.A Direcção da FPF liderada por Fernando Gomes, definiu metas ambiciosas para o Futsal em Portugal, consubstanciada na construção partilhada com os diversos agentes da modalidade, de um plano estratégico nacional (PEN) para o Futsal, que estabeleceu os caminhos e metas a percorrer para alcançar o patamar de desenvolvimento ambicionado: Até 2016 tornar o Futsal a modalidade colectiva de pavilhão mais praticada em Portugal. O crescimento e desenvolvimento registado no Futsal em Portugal, permitiu num curto espaço de tempo, evidenciar duas caraterísticas importantes para a sua afirmação: passar a ser um dos jogos desportivos coletivos mais praticados; e, em virtude desse destaque, ter um relevante reconhecimento social. Atualmente, o Futsal já não é mais visto como uma variante do Futebol, mas como uma modalidade com caraterísticas e especificidades próprias.Este último pressuposto permitiu que o Futsal criasse uma identidade. Todavia, apesar do desenvolvimento desportivo verificado, são ainda escassas as referências bibliográficas ou a investigação científica que sustentem a intervenção dos treinadores nos diferentes níveis de intervenção da formação desportiva dos jogadores.Neste sentido, tendo por base investigação recente na área do Futsal e do desenvolvimento desportivo, o presente texto pretende apresentar os principais fundamentos para a compreensão do jogo e respetiva evolução, assim como expor uma proposta para direcionar o ensino desta modalidade.

Page 150: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

6 F.P.F

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

> 2.1 Futsal como jogo desportivo coletivoOs Jogos Desportivos Coletivos (JDC), designação que engloba, entre outras, modalidades como o basquetebol, o andebol, o futebol e o voleibol, ocupam um lugar importante na cultura desportiva contemporânea. Devido à riqueza de situações que proporcionam, os JDC constituem um meio formativo por excelência (Mesquita, 1997), na medida em que a sua prática, quando corretamente orientada, induz o desenvolvimento de competências em vários planos, de entre os quais nos permitimos salientar o tático-cognitivo, o técnico e o sócioafetivo. Nesta perspetiva, os JDC contribuem de forma privilegiada para a concretização dos objetivos definidos pelas atividades de Educação Física (EF) e Desporto. Para os atingir, torna-se imprescindível um ensino adequado, não obstante as dificuldades apresentadas pelas múltiplas componentes do jogo e as escassas certezas existentes acerca do desenvolvimento metodológico da respetiva formação técnica e tática (Konzag, 1983). No panorama nacional, quer ao nível do Desporto Escolar (DE) quer ao nível do Desporto Universitário, o Futsal é já a modalidade coletiva com maior número de praticantes. Devido a este facto consideramos que o Futsal assume desde já um grau de enorme relevância na formação desportiva dos nossos jovens e como tal urge o desenvolvimento de mais conhecimento no que diz respeito aos conteúdos a abordar nos diferentes níveis de formação dos jovens praticantes em contexto escolar e competitivo.Garganta (1996), refere que a identidade dos diferentes JDC, orientando-se para um objetivo de produção – ganhar o jogo – é indissociável de um quadro de atividades particulares, dado por:- uma relação de forças materializada no confronto entre dois grupos de jogadores de equipas diferentes que disputam ou trocam um objeto, móbil do jogo (na maior parte dos casos uma bola);- uma variação nas habilidades motoras desenvolvidas a partir da variação das capacidades dos indivíduos e das variações no contexto;- estratégias individuais e coletivas que condicionam as decisões implícitas e explícitas, tomadas com o intuito de levar de vencida o

adversário.A essência do jogo pode então ser descrita pela necessidade de uma equipa coordenar as suas ações para recapturar, conservar e transportar a bola até uma zona de finalização e marcar golo (Gréhaigne, Bouthier & David, 1997). Os jogadores interagem constantemente em relações de cooperação para atingir objetivos que envolvem os membros da equipa para marcar golo, e de competição de modo a e evitar a marcação de golos dos adversários (Garganta, 1997; Lames & McGarry, 2007).Face à constante competição e cooperação entre os praticantes, materializadas na variabilidade de relações entre jogadores, entre equipas, jogadores-bola e equipas-bola, são geradas um conjunto de interações espácio-temporais onde os fatores decisionais, táticos e estratégicos se apresentam como fundamentais para o desenvolvimento das ações de jogo (Travassos, Araújo, Davids, Esteves & Fernandes, 2012). É nesta perspetiva que podemos considerar o Futsal como um jogo de atividade complexa e dinâmica, devido à multiplicidade de fatores que incidem diretamente no comportamento dos jogadores, equipas e no desenrolar do próprio jogo (Sampedro, 1993; Travassos, Araújo, Duarte & McGarry, 2012). Deste modo, fruto da evolução da complexidade do jogo, aliada à alta velocidade e intensidade do mesmo, levam a que a compreensão do jogo e dos fatores que sustentam elevados desempenhos seja fundamental para o planeamento do treino e do jogo (Braz, 2006), desde as etapas mais baixas de formação até ao alto rendimento.

> 2.2 – Fatores de rendimento e aprendizagem no FutsalNo Futsal existe grande imprevisibilidade e variabilidade nas relações entre jogadores e equipas, e como tal é extremamente complexo, definir, ou hierarquizar, os fatores que contribuem para o rendimento dos jogadores e equipas de Futsal. Para Garganta (1997) aqueles que habitualmente se consideram assumir maior preponderância no desempenho dos jogadores e equipas na generalidade dos desportos coletivos são: táticos; técnicos; físicos e psicológicos. Konzag (1995) refere mesmo que o desenvolvimento das capacidades condicionais e coordenativas, técnicas, táticas e psicológicas, são determinantes

Page 151: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

7FUTSAL

para aumentar a capacidade geral de prestação desportiva de acordo com as especificidades da modalidade. Apesar da distinção que possamos fazer entre fatores de rendimento no Futsal para a sua compreensão, dadas as diversas configurações do jogo, o pouco espaço e elevada velocidade, todas as ações realizadas exigem uma elevada adaptabilidade dos jogadores e equipas e como tal são fortemente determinadas do ponto de vista tático, ainda que esta dependa de uma interligação adequada de todos os fatores (Konzag, 1983). Como tal, para intervir no jogo é fundamental um grande conhecimento sobre a organização estrutural e funcional que carateriza o jogo de Futsal.

> 2.2.1 – Organização estruturalO Futsal, pela sua ainda curta existência e simultânea adesão massiva, tem passado por fases de grande irreverência conceptual. Esse contexto se, por um lado, é positivo porque promove uma dinâmica importante para a sua necessária e desejável emancipação e evolução, por outro lado, por vezes torna-se negativo porque não permite discernir o que de positivo se pode extrair, através de analogias, com outras modalidades cujas culturas desportivas e organizativas estão mais desenvolvidas.Apesar das grandes diferenças estruturais e funcionais entre as várias modalidades, importa ter em consideração as similitudes que suportam os conhecimentos no plano organizacional tático do jogo. Desta forma, tal como em outros JDC, somos da opinião que a organização do jogo de Futsal pode ser perspetivada segundo dois níveis, um estrutural e outro funcional, que devem, contudo, estar em permanente interação.A organização estrutural, também denominada na literatura por sistema de jogo, relaciona-se com a disposição inicial dos jogadores em campo (Guilherme, 2004). No Futsal, são várias as organizações estruturais que podem ser assumidas pelas equipas. Todavia, atualmente, as mais utilizadas são as denominadas de “1:3:1” e de “1:4:0”. Porém, em circunstâncias específicas, o “1:2:2” também se apresenta como uma alternativa a considerar.

> 2.2.1.1 – Organização estrutural 1:3:1A “1-3-1” (Figura 1) é a organização estrutural mais utilizada no jogo de Futsal (Cid & Gutierrez, 2002;

Voser, 2001) e surge como o resultado de décadas de experiências levadas a cabo por diversos treinadores em diferentes países (Sampedro, 1997). Esta caracteriza-se, para além da posição habitual do “Guarda-Redes”, pelo posicionamento mais recuado de um jogador na zona central, denominado de “Fixo”, dois jogadores em posição intermédia, colocados nas zonas laterais do campo, os chamados “Alas”, e, pela colocação de um quinto jogador mais adiantado, posicionado na zona central, apelidado de “Pivô”.

Dois dos aspetos mais relevantes desta estrutura prendem-se com a organização posicional e funcional dos diferentes jogadores, e com o respetivo equilíbrio posicional.Segundo Lozano Cid (1995), é no sistema 1:3:1 que os jovens praticantes começam a ser formados para que desenvolvam as suas qualidades passando por todas as posições, porque este sistema permite, a existência de rotações, e trocas posicionais sem que a estrutura fique descompensada. De acordo com Guilherme & Braz (2013) esta estrutura facilita a compreensão do jogo, porque permite

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8 F.P.F

um posicionamento equilibrado dos jogadores no espaço, tanto a atacar como a defender, potenciando as possibilidades de mobilidade e de trocas posicionais. É um sistema com a forma de losango, que dividido ao meio no sentido latitudinal assume a forma de dois triângulos com os vértices invertidos, facilitando passes na diagonal, que são os ideais devido ao menor risco de serem intercetados, e os que se configuram como mais adequados tendo em conta a organização posicional e estrutural, bem como a dinâmica coletiva do jogo de Futsal.A ocupação equilibrada do espaço de jogo, tanto em largura como em profundidade, é uma das caraterísticas mais importantes desta estrutura e assume-se como um aspeto facilitador do processo de ensino/aprendizagem, da compreensão e da qualidade de jogo a produzir, quer ofensiva quer defensivamente.

> 2.2.1.2 – Organização estrutural 1:4:0Esta estrutura caracteriza-se por posicionar os quatro jogadores na zona do meio-campo, dois jogadores na zona central e dois jogadores abertos nas laterais (Figura 2). Praticamente não existem coberturas ofensivas e no caso de perca de uma bola é difícil realizar, atempadamente, o balanço defensivo. De acordo com Lozano Cid (1995) para pô-lo em prática necessita-se de notável domínio da bola, requer um grande sentido de jogo coletivo e de coordenação de movimentos.Em termos ofensivos, o jogo na estrutura de 1:4:0 carateriza-se pela tentativa de aproveitamento do espaço central desprotegido e quando tal não é conseguido, pelo facto da defesa não permitir, verifica-se uma preocupação em criar condições para libertar esse espaço, de modo a que outros jogadores o possam aproveitar. Tendo em consideração esses pressupostos, o jogo na estrutura de 1:4:0, traduz-se numa grande mobilidade dos jogadores, materializada através de trocas posicionais e desmarcações permanentes nos espaços livres nas zonas frontais da baliza do adversário e por uma patente variedade de movimentações ofensivas.Este tipo de jogo requisita duas condições importantes. A primeira, reporta-se à necessária polivalência posicional e funcional dos diferentes jogadores, ainda maior do que na estrutura de 1:3:1, uma vez que todos eles passam frequentemente

Page 153: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

9FUTSAL

pelas diferentes posições, tendo que assumir as respetivas funções. A segunda, refere-se à necessidade dos jogadores terem um elevado entendimento e uma manifesta cultura de jogo. Tal deve-se ao facto desta estrutura não privilegiar uma ocupação racional do espaço de jogo e, portanto, requerer uma grande mobilidade para ocupação dos espaços livres importantes e uma reorganização posicional permanente, entre os quatro jogadores, para que o equilíbrio da estrutura esteja permanentemente garantido.

> 2.2.1.3 – Organização estrutural 1:2:2A estrutura 1:2:2 (Figura 3), pela configuração geométrica que assume (quadrado) através da colocação de dois jogadores em posições mais recuadas e dois em posições mais avançadas, leva a um aumento da distância entre os jogadores, e deste modo, potencia mais passes laterais e verticais. Os primeiros são passes de risco elevado, porque no caso de serem intercetados, podem provocar situações de finalização (1xGR). Os segundos, que em termos teóricos são os mais

eficazes e desejáveis, também são regularmente intercetados pelo defensor do portador da bola, porque requerem qualidade e precisão no passe, o que nas idades de iniciação, tal prefigura uma dificuldade inerente à potência necessária para a respetiva execução, a que acresce a limitada leitura de jogo. Como tal, esta estrutura, dada a distância a que os jogadores da mesma equipa se encontram uns dos outros, embora potencie situações de 1x1, não promove de forma consistente as ações táticas e técnicas que se afiguram determinantes para o desenvolvimento da qualidade de jogo coletiva e individual dos jovens jogadores. Segundo Lozano Cid (1995), pode ser um sistema vantajoso se tivermos um jogador muito hábil e com muita segurança com a bola nos pés, pois sempre que jogar 1x1, criará situações de superioridade numérica. Outra particularidade prende-se com o facto do portador da bola dispor apenas de um apoio para possível passe, o que no Futsal de alto nível é manifestamente pouco para se poder fomentar a mobilidade necessária para se criar a fluidez e a qualidade de jogo pretendidas. É uma estrutura que tem vindo a cair em desuso, embora esporadicamente, em situações muito específicas, ainda se utiliza, dependendo das caraterísticas dos jogadores e, também, da forma de jogar do adversário, quando existe a necessidade, por exemplo, de assumir maior risco no posicionamento dos jogadores, face ao posicionamento defensivo da equipa adversária (muito recuada). > 2.2.1.4 – Defesa à zonaDe acordo com Lozano Cid et al (2002) defender à zona significa que os defensores não possuem responsabilidade direta sobre um atacante em concreto, devendo preocupar-se em ocupar uma determinada zona do campo, na qual são responsáveis pelos adversários que por aí passem. O fecho desse espaço varia constantemente em função do posicionamento da bola e das ações que a defesa realize. Já Amieiro (2005) diz que este modelo de organização defensiva caracteriza-se pela ocupação e controlo dos espaços mais importantes, em função da posição da bola, pelos posicionamentos de cobertura ao jogador que está a pressionar o portador da bola e pelo fecho coletivo da equipa, de forma a encurtar o espaço real de jogo, com o objetivo de colocar aos adversários problemas espácio-temporais, tanto de decisão como de ação.

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10 F.P.F

> 2.2.1.5 – Defesa individualSegundo Lozano Cid et al (2002) a defesa individual é aquela defesa na qual cada jogador tem responsabilidade prioritária sobre um adversário atacante concreto, acompanhando-o em todas as movimentações que este realize no campo. No entanto, isto não significa que na defesa individual o defesa deva seguir literalmente o adversário pelo qual está responsável em todo o espaço de jogo. Estando responsável por um atacante, as suas ações deverão, em função do posicionamento da bola, contribuir para restringir coletivamente as opções do ataque, bem como contribuir para o equilíbrio defensivo da equipa. Ainda que haja essa responsabilidade, sempre que um companheiro seja ultrapassado deve haver uma cobertura defensiva.

> 2.2.1.6 – Defesa mistaNo que concerne ao método misto segundo Lozano, Gutierrez, Rodrigo, Candelas, & Barrio (2002) a responsabilidade dos jogadores na defesa passa por se defender à zona e individual simultaneamente. Geralmente realiza-se perante equipas adversárias que tenham um jogador tecnicamente evoluído, defendendo-se de forma individual esse jogador e zona os restantes, formando um triângulo defensivo entre os outros três defensores.

> 2.2.1.7 –Transições em superioridade/inferioridade numéricaNo Futsal, as alternâncias no jogo, em função de ter ou não a posse de bola, são contínuas, com o que as equipas são obrigadas a reposicionar-se continuamente. A estes momentos em que as equipas trocam de papéis (ataque-defesa e defesa-ataque), as ações de reposicionamento e a mudança de atitude que adotam, denominam-se transições (Chaves & Amor,1998). Para Guilherme (2004), o momento de transição ataque-defesa é caracterizado pelos comportamentos que se devem assumir durante os segundos após a perde da posse de bola e o momento de transição defesa-ataque é caracterizado pelos comportamentos que se devem ter nos segundos imediatos à conquista da posse de bola. Sempre que uma equipa fique em posse de bola, por perda de bola pelo adversário, interceção de passe, desarme, erros técnicos, etc. o mais certo é que se consiga uma transição

em situação de superioridade posicional ou numérica (Chaves & Amor, 1998). Ainda segundo os mesmos autores, isto deve-se a que a perda da bola aconteça de forma brusca, rápida e de surpresa, e por tanto existirá uma maior demora na resposta defensiva. As situações de superioridade posicional ou numérica, mais comuns, resultantes das transições ataque-defesa e defesa-ataque no jogo de Futsal são: 1xGR; 2xGR; 3x1+GR; 2x1+GR e 3x2+GR.

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11FUTSAL

> 2.2.2 – Organização funcionalA organização funcional está relacionada com a dinâmica que os jogadores e a equipa conseguem imprimir à organização estrutural. Assim, a organização funcional assume-se como um conjunto de padrões de ação específicos dessa equipa em interação, que fazem emergir uma determinada forma de jogar, manifestando-se como princípios de jogo específicos dessa equipa (Guilherme, 2004).

Tendo em consideração o referido, é importante salientar que, no Futsal, quando se opta por jogar com determinada organização estrutural, a dinâmica coletiva assume caraterísticas próprias, embora variem de equipa para equipa, em função dos princípios de jogo que os respetivos treinadores preconizam.Os referidos princípios constituem-se como regras que regulam o comportamento individual e coletivo para alcançar um dado objetivo (Travassos, 2014) pelo que são fundamentais para a aprendizagem do jogo. Para Teodorescu (1984), os princípios de jogo são normas de funcionamento pelas quais os jogadores se devem orientar para coordenar as suas ações individuais e coletivas durante todas as ocorrências do jogo. Estes manifestam-se em jogo como padrões de comportamento que podem assumir várias escalas, isto é, a nível individual, grupal ou coletivo, devendo no entanto ser vistos de um modo articulado de modo serem representativos da dinâmica coletiva que se pretende implementar (Guilherme, 2004). Neste sentido, é possível identificar diferentes tipos de princípios que durante o jogo coexistem em interação: os princípios gerais, os princípios específicos e os princípios específicos da equipa.

> 2.2.2.1 – Princípios de Jogo GeraisOs princípios gerais realçam a preocupação de que, relativamente ao número de jogadores, no local da disputa da bola, se deve procurar criar superioridade numérica, evitar a igualdade numérica e impedir, que em algum momento, haja inferioridade numérica (Hainaut & Benoit, 1979). Relativamente ao Futsal, estes comportamentos não são fáceis de cumprir. O reduzido número de jogadores, o reduzido espaço de jogo e a dinâmica que, frequentemente, o jogo apresenta criam dificuldades quanto ao cumprimento destas normas de ação, e de tal ordem que só as equipas com melhor qualidade de desempenho os evidenciam de uma forma consistente.

> 2.2.2.2 – Princípios de Jogo EspecíficosPor princípios específicos do jogo são entendidos 4 princípios ofensivos a que correspondem outros tantos da defesa. Os ofensivos são a i) penetração – exploração da possibilidade de finalizar ou então progredir em direção ao alvo contrário; ii) cobertura ofensiva – necessidade de manter o

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equilíbrio ofensivo através de linhas de passe em segurança apelando a um segundo atacante iii) mobilidade – ações com ou sem bola que procuram romper e desequilibrar a estabilidade da estrutura defensiva adversária através da criação de espaços livres e de linhas de passe; iv) espaço – tornar o jogo mais aberto, com maior amplitude do ataque em largura e em profundidade obrigando assim a equipa adversária a uma maior flutuação defensiva. Os defensivos são i) contenção – ação individual defensiva que visa impedir a progressão ou remate através da colocação de um jogador entre o portador da bola e a baliza; ii) cobertura defensiva – necessidade de manter o equilíbrio defensivo através de ocupação espacial de ajuda ao companheiro defensor do portador da bola; iii) equilíbrio – ajuste do posicionamento defensivo em função do posicionamento adversário, da bola e da baliza, pretendendo-se a cobertura dos espaços e jogadores livres e eventuais linhas de passe fazendo com que os atacantes se desloquem para espaços menos perigosos; iv) concentração – diminuição do espaço disponível da defesa para condicionar as opções de jogo do ataque, retirando-lhes largura e profundidade. > 2.2.2.2 – Princípios de Jogo Específicos da EquipaOs princípios de jogo específicos da equipa são padrões de ação, de intencionalidades coletivas, de grupo ou individuais que o treinador pretende que a equipa evidencie nas diferentes fases/momentos de jogo (Guilherme, 2004). São estes princípios que permitem configurar um conjunto de padrões de referência específicos e especificadores sobre os quais os jogadores se articulam e que qualificam cada equipa, conferindo-lhe identidade. Estes princípios específicos da equipa não se sobrepõem aos princípios específicos nem aos princípios gerais, mas, pelo contrário, interagem com eles dando-lhes uma interpretação e uma forma de manifestação própria, criando um jogar substantivo.Sendo que na articulação dos referidos pressupostos de organização estrutural e funcional, o problema primeiro é de natureza tática, isto é, o praticante na constante relação que estabelece com o contexto de jogo deve conseguir percecionar as suas possibilidades de ação num dado instante face às suas características individuais (o que fazer), de modo a ajustar as suas

ações para alcançar o objetivo proposto (como fazer). Tal exige, então, que para a obtenção de elevadas performances em competição, desde as etapas de formação mais baixas os jogadores sejam confrontados com progressões pedagógicas que lhes permitam o desenvolvimento da sua ação tática, ainda que esta dependa de uma interligação adequada com os fatores físicos (condicionais e coordenativos), psicológicos e técnicos. Para além do referido, o modo de conjugação dos diferentes fatores de rendimento bem como das exigências da competição devem estar adequados às idades dos praticantes e de acordo com o seu processo maturacional para que o desenvolvimento das suas capacidades seja otimizado face às exigências das modalidades em causa, neste caso o Futsal. Assim, para percebermos como conjugar os diferentes fatores de rendimento no processo de formação desportiva no Futsal, é necessário atendermos aos modelos de desenvolvimento desportivo existentes.

> 2.3 –Preparação desportiva a longo prazoO período entre a iniciação e o alto rendimento é designado pela teoria do treino como um período de formação, onde se procura desenvolver bases que permitam aos jogadores alcançar os objetivos finais. Este período de formação é denominado por Preparação Desportiva a Longo Prazo (PDLP) (Balyi & Hamilton, 2004). Harre (1982) define a PDLP como um processo pedagógico regido de acordo com as leis do desenvolvimento pessoal e performance atlética, que tem por objetivo maximizar as capacidades dos indivíduos numa determinada idade. Assim, autores como Platonov (1994), Bompa, (1999), ou Martin (2007), referem que o alto rendimento não pode ser obtido sem a PDLP tornando-se uma característica do desporto moderno.O processo de desenvolvimento desportivo e os pressupostos metodológicos que o sustentam assumem ainda mais importância face às evidências de que são necessários 10 anos de prática deliberada intensiva para que o potencial de um indivíduo se concretize na prática de uma dada modalidade ou tarefa (Stafford, 2005, Ericsson, 2006).Marques (2000), refere, no entanto, que a concretização do potencial de um individuo e a obtenção de resultados de elevado desempenho, após a sua preparação desportiva, dependem cada vez mais do que se fez nos anos de

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13FUTSAL

formação (adequação da prática aos níveis de desenvolvimento dos jovens e das exigências da atividade desportiva) e não no número de anos passados na preparação. Isto é, dependem mais da qualidade e menos da quantidade de trabalho realizado. É nesta perspetiva que Coelho (2000), considera que para a obtenção de níveis de desempenho superiores a preparação desportiva dos jovens, não pode deixar de ter como referencia a especificidade das modalidades desportivas, bem como os objetivos e características do alto rendimento. De acordo com Serrano, Santos, Sampaio & Leite (2013), os melhores jogadores adultos de Futsal, em Portugal, distinguem-se dos jogadores de níveis competitivos inferiores pela dedicação precoce ao treino desportivo no Futsal, com acréscimo progressivo do volume de treino semanal e na duração das épocas desportivas. Do mesmo modo, tal como observado em estudos anteriores em diferentes modalidades desportivas coletivas, a prática deliberada mais diversificada, em idades precoces, potenciou o desenvolvimento das capacidades dos melhores jogadores portugueses de Futsal.É hoje aceite de forma consensual que, quando se trata de crianças e jovens, a preparação desportiva deve ir ao encontro das características de desenvolvimento do indivíduo, impondo-se assim, uma delimitação consciente das diferentes etapas desse desenvolvimento. Cada uma dessas etapas deve, respeitando o jovem atleta, conciliar um ajuste no peso a dar a cada um dos fatores de rendimento, aos objetivos a alcançar, bem como à seleção criteriosa dos meios e métodos de treino a utilizar em cada momento, possibilitando um desenvolvimento equilibrado e sustentado e evitando a especialização precoce (Brito, 2002). Assim, a divisão dos programas de desenvolvimento desportivo em etapas específicas, de acordo com as etapas de maturação dos jovens jogadores, permite a definição e hierarquização de conteúdos, a definição de objetivos (Fernandes, 2004) e mesmo a avaliação da evolução de cada jogador face aos objetivos a alcançar e em relação aos demais jogadores da sua idade.Ao longo dos tempos têm surgido várias propostas de modelos de desenvolvimento desportivo entre as quais gostaríamos de destacar o modelo de Balyi & Hamilton (2004), que considera que podem ser

identificadas e caraterizadas etapas especificas no PDLP que permitem um desenvolvimento mais sustentado dos jovens jogadores. No caso dos desportos coletivos o modelo é designado por “Modelo de Especialização Tardia do Jogador” (METJ) e possui 5 níveis de desempenho. Esta proposta distingue-se das demais por considerar que a divisão das etapas de formação deverá ter em consideração as especificidades das modalidades a praticar, bem como não deverá ter apenas em consideração a idade cronológica dos jogadores, mas a sua idade maturacional, permitindo que os conteúdos e objetivos de cada etapa se adequem às necessidades especificas dos jogadores. De acordo com a proposta apresentada, os autores definem as seguintes etapas e conteúdos para o METJ (ver quadro 1).

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QUADRO 1 - Etapas e conteúdos propostos no Modelo de Especialização Tardia do Jogador.Adaptado de Balyi & Hamilton (2004).

ETAPAS

Fundamentalstage

Learningto Train

Trainingto Train

Desenvolver o ABC do movimento: agilidade, equilíbrio, coordenação e velocidade em saltos, deslocamentos, remates, lançamentose outros jogos.

Momento fundamental para o treino da velocidade, flexibilidade e aspetos técnicos (skills).

Condicionamento específico da modalidade - a resistência, velocidade, força, flexibilidade. Trabalho de core para prevenção de lesões

Melhorar relacionamento com a bola: controlo da bola através das ações individuais (receção, drible, passe e remate).

Desenvolver um maior leque de movimentos relacionados com o Futsal. As habilidades técnicas são desenvolvidas no contexto de jogos básicos do Futsal.

Aquisições técnicas num contexto mais complexo e habilidades específicas em função das posições. Treino individualizado para melhorar os pontos fortes e fracos.

Conceitos de jogo e regras básicas. Introduzir a cooperação entre os jogadores na realização de situações jogadas.

Desenvolver concentração e incentivar a tomada de decisão através de combinações simples, introduzindo as marcações, desmarcações e ocupação de espaço livre.

Maior ênfase no jogo de equipa. Compreender os princípios de jogo ofensivos e defensivos em função da especificidade posicional desenvolvida através de jogos reduzidos e competição.

Conhecimento básico do contexto de jogo para construir a inteligência de jogo e tomada de decisão.

A motivação intrínseca é desenvolvida pelo divertimento e prazer de jogar. Apelar à imaginação, criatividade e incutir o aumento das regras de treino.

Introduzir rotinas pré-competitivas, e preparação mental (autocontrolo, autoeficácia, comunicação). Introduzir treino e competição diária. Técnicas de relaxamento e controlo da ansiedade.

FÍSICOS TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO

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QUADRO 1 (cont.) - Etapas e conteúdos propostos no Modelo de Especialização tardia do jogador. Adaptado de Balyi & Hamilton (2004).

ETAPAS

Training to Compete

Trainingto Win

Continuar a desenvolver a flexibilidade, a agilidade, resistência aeróbica e anaeróbica, a força Prevenção e cuidados de lesões. Individualização de treino físico. Monitorização níveis físicos.

Maximização das capacidades físicas para a performance. Programas para a manutenção e melhoria das capacidades individuais. Periodização e controle do treino e recuperação são essenciais.

Continuar a desenvolver habilidades avançadas. Habilidades individuais surgem como “estilo pessoal”. O treino das competências acontece em alta intensidade em condições competitivas.

Concluir o refinamento de habilidades específicas para assegurar um melhor desempenho sob pressão. Habilidades ajustadas às exigências e características da competição devem ser potenciadas.

Organização posicional e estrutural para potenciar a performance. Relação entre os jogadores em função das unidades funcionais. Uso eficaz das situações estratégicas. Capacidade de adaptação à organização adversária e consequentes alterações táticas.

Alta confiança e competência na tomada de decisão, liderança e análise de jogo. Capacidade de ajustar o plano de jogo e adaptar estratégias de jogo de acordo com mudanças nas condições do mesmo.

Pré-competição: metacognição, autocontrolo, imaginação e criatividade, estabelecimento de metas, força mental, controle da ansiedade e relaxamento. Manter capacidades mentais sob a fadiga e pressão. Análise de desempenho para identificar os pontos fracos mentais.

As práticas e rotinas pré-competitivas são automáticas. Firme confiança na tomada de decisão. Maior sentido de responsabilidade, disciplina e liderança. Mentalidade competitiva e vontade de vencer.

FÍSICOS TÉCNICO TÁTICO PSICOLÓGICO

Ainda assim, consideramos ser de extrema importância uma melhor compreensão de quais os conteúdos técnicos e táticos a desenvolver em função da especificidade do jogo de Futsal.

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> 2.4 – Níveis de desempenho no FutsalTendo por pressuposto que o alto rendimento não pode ser obtido sem uma PDLP e, tendo como referência o jogo praticado pelas crianças que o iniciam e o nível de desempenho desejado para que um jogador possa integrar uma equipa sénior, podemos caracterizar a sua evolução em diferentes níveis evolutivos. Nesta perspetiva, considerando os comportamentos observados em relação: (i) às ações individuais com e sem bola, (ii) ao conhecimento do jogo e seus objetivos, (iii) à organização posicional e estrutural e (iv) à organização funcional e dinâmica coletiva geradas, Guilherme & Braz (2013) consideram a existência de 4 níveis qualitativos de desempenho, a saber, o nível básico, o nível elementar, o nível intermédio e o nível de especialização. Conquanto a identificação destes níveis, convém estar ciente de que os mesmos interagem, pelo que importa preservar alguma plasticidade nas respetivas interpretação e operacionalização.Face ao exposto, e de acordo com a proposta de Guilherme & Braz (2013) a caracterização dos níveis de desempenho pode ser considerada do seguinte modo:

Nível Básico - Ações individuais com e sem bolaAs crianças pequenas são egocêntricas - jogar a bola é o objetivo mais importante, e como tal o nível básico manifesta-se, fundamentalmente, pelo rudimentar relacionamento com a bola. Existem grandes dificuldades na execução das diferentes ações técnicas com consequências para o envolvimento e participação no jogo. Do mesmo modo, a organização posicional e funcional é residual, tornando o jogo num conjunto de ações individuais, isoladas e sem sequência coletiva intencional. Existe constante aglomeração dos diferentes jogadores em torno da bola, fazendo com que o jogo tenha uma configuração essencialmente individual e desorganizada, sendo que existe pouca consciência do objetivo primeiro do jogo, a marcação de golos.

Nível Elementar - Conhecimento do jogo e seus objetivos

O nível elementar caracteriza-se pelo início do entendimento do jogo, enquanto jogo coletivo, porém, ainda com manifestações individuais e com consciência de posicionamentos e funcionalidades

diferenciadas. Neste nível existe uma melhoria no relacionamento individual com a bola que permite, com regularidade, o surgimento de sequências de jogo individuais e coletivas. Contudo, ainda evidenciam frequentes erros técnicos não provocados. Começa a surgir alguma organização posicional e funcional em situações específicas simplificadas. De um modo geral deixa de ocorrer uma evidente aglomeração em torno da bola, mas continua a verificar-se uma individualização das ações por parte dos diferentes jogadores, em detrimento da organização coletiva.

Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural

O nível intermédio caracteriza-se pelo entendido do jogo como um projeto coletivo em que as ações individuais visam o benefício da equipa. No nível intermédio já se verifica com frequência elevada, a ocorrência de sequências de ações ininterruptas com cada vez menos erros não provocados. O jogo, passa a evidenciar organização posicional nas diferentes fases/momentos e os jogadores passam a ter consciência dos distintos posicionamentos estruturais e das respetivas tarefas e funções. A ocupação dos espaços, tanto defensivos como ofensivos, passa a ser equilibrada de acordo com as fases/momentos de jogo. A evolução deste passa pelo enquadramento coletivo que as ações individuais começam a evidenciar, tornando-se o jogo mais dinâmico.

Nível de Especialização - Organização funcional e dinâmica coletiva

O nível de especialização caracteriza-se como sendo um projeto realmente coletivo e com todos os pressupostos necessários para que se possa partir para formas de jogar com organização estrutural e funcional complexa, suportadas por uma dinâmica coletiva que emerge de padrões de ação referenciais. Neste nível de jogo, os praticantes evidenciam frequente e adequada mobilidade e equilíbrio posicional permanente. A mobilidade é motivada pelas movimentações específicas das diferentes posições e, também, pelos permanentes movimentos de trocas posicionais – rotações – características desta modalidade. O equilíbrio posicional acontece porque os jogadores já são capazes de diferenciar

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e assumir as distintas posições e as respetivas funções, tanto a atacar como a defender.Para além de caracterizarem os níveis de desempenho, os autores sistematizaram ainda, de um modo geral, os conteúdos a abordar em cada um dos níveis de desempenho (ver quadro 2).

Enquanto a proposta referente ao modelo de especialização tardia do jogador (Quadro 1) foca a sua atenção em quatro vertentes (físico, técnico, tático e psicológico) e nos conteúdos a abordar em cada uma das etapas de um modo geral, e de acordo com a idade dos praticantes, a proposta dos níveis de desempenho no Futsal foca a sua atenção na compreensão dos conteúdos a abordar que dizem respeito ao conhecimento do jogo enquanto desporto coletivo e à capacidade que os jogadores terão em resolver os problemas do jogo de forma coletiva. Para além deste aspeto, a proposta dos níveis de desempenho no Futsal não estipula a correspondência entre a idade dos praticantes e os conteúdos a abordar, mas centra a sua atenção na qualidade de jogo evidenciada pelos próprios praticantes.

QUADRO 2 - Relação dos conteúdos com os respetivos níveis de desempenho.Adaptado de Guilherme & Braz (2013).

CONTEÚDOS

Relaçãocom a bola

Controlo da bolaPasse vs receçãoConduçãoRematePosição defensiva

Controlo da bolaPasse vs receçãoConduçãoRemateDrible/FintaPosição defensivaInterceção/desarme

Controlo da bolaPasse vs receçãoConduçãoRemateDrible/FintaPosição defensivaInterceção/desarme

Controlo da bolaPasse vs receçãoConduçãoRemateDrible/FintaPosição defensivaInterceção/desarme

BÁSICO ELEMENTAR INTERMÉDIO ESPECIALIZAÇÃO

Princípiosofensivos

PenetraçãoCobertura ofensiva

PenetraçãoCobertura ofensiva

PenetraçãoCobertura ofensivaMobilidadeEspaço

PenetraçãoCobertura ofensivaMobilidadeEspaço

Princípiosdefensivos

Contenção ContençãoCobertura defensiva

ContençãoCobertura defensivaEquilíbrioConcentração

ContençãoCobertura defensivaEquilíbrioConcentração

NÍVEIS DE DESEMPENHO

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3. ESCALÕES ETÁRIOS/NÍVEIS DE DESEMPENHO

Num estudo realizado recentemente por Mendes, J.L. (2014) tendo por base os cinco escalões etários institucionalizados pela FPF, Sub 11, Sub 13, Sub 15, Sub 17 e Sub 19, teve como objetivo a definição de conteúdos de treino e processos para o ensino do jogo nas diferentes etapas do processo de especialização desportiva no Futsal. Este trabalho pretendeu balizar uma progressão de ensino / aprendizagem do jogo de Futsal baseada em competências para a prática do jogo, pela definição de quais os conteúdos (ações individuais, conhecimento do jogo e seus objetivos, organização posicional e estrutural, e organização funcional e dinâmica) a abordar em cada nível de desempenho/escalões de formação no Futsal, de acordo com o apresentado no quadro 3. O referido estudo teve por base a opinião de 44 treinadores em atividade na época desportiva 2013/2014

QUADRO 3 - Relação dos conteúdos com os respetivos escalões de formação. Mendes, J.L. (2014)

ÁREAS

Ações individuais com e sem bola

-Aspetos coordenativos, de lateralidade e agilidade;-Relacionamento com a bola; -Ações técnicas individuais ofensivas com bola. -Ações ofensivas (desmarcações) e defensivas sem bola.

-Aspetos coordenativos, de lateralidade e agilidade;-Relacionamento com a bola e todas as ações técnicas individuais ofensivas com bola;-Ações ofensivas sem bola introduzindo a simulação e defensivas introduzindo o acompanhamento defensivo.

-Idem aos Sub 13;-Reforço do trabalho nas ações técnicas individuais defensivas.

-Diminui a importância dos conteúdos relacionados com a coordenação, lateralidade e agilidade;-Manter a relevância das ações técnicas individuais ofensivas com e sem bola e defensivas.

SUB 11 SUB 13 SUB 15 SUB 17 e 19

CONTEÚDOS

ESCALÕES ETÁRIOS

Conhecimento do jogo e seus objetivos

-Jogo como um projeto coletivo; -Privilegiar as estruturas 2x2 e 3x3.

-Compreensãodos PEJ; -Diferenciação de comportamentos em virtude de se ter ou não a posse de bola;-Continuar a privilegiar as estruturas 2x2, 3x3e introduzir 4x4.

-Incrementar exercícios que tenham por objetivo trabalhar as diferenças entre ter ou não a posse de bola; - Trabalhar as ações técnicas individuais em contextos de organização coletiva.

-O jogo assume-se definitivamente como um projeto coletivo;-Jogo com organização estrutural e funcional cada vez mais complexa;-O trabalho específico do GR é fundamental, bem como as situações

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Segundo Mendes, J.L. (2014) foi possível identificar algumas convergências entre os conteúdos identificados pelos treinadores para os diferentes escalões de formação e os níveis de desempenho propostos por Guilherme & Braz (2013), permitindo uma proposta de correspondência entre cada escalão de formação institucionalizado pela FPF e o nível de desempenho preferencial a atingir no processo de desenvolvimento desportivo do jogador de Futsal:

- Sub 11 vs Nível Básico - Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo;- Sub 13 vs Nível Elementar - Entendimento do jogo enquanto projeto coletivo.- Sub 15 vs Nível Intermédio - Organização posicional e estrutural para as diferentes fases/momentos do jogo. - Sub 17 Sub 19 vs Nível de Especialização – Organização e dinâmica coletiva para a variabilidade do jogo.

Consideramos que a conjugação entre os resultados obtidos no estudo de Mendes, J.L. (2014) e a proposta de Guilherme & Braz (2013) podem ajudar a clarificar a sequência a seguir nas diferentes dimensões da preparação técnico-tática do jogador de Futsal e a sequência que os conteúdos devem ter.Apesar da proposta de correspondência entre os escalões de formação institucionalizados pela FPF e os níveis de desempenho do jogador de Futsal, e considerando que o ensino do jogo não estará dependente do escalão etário considerado, mas sim, do conhecimento do jogo evidenciado pelos atletas, consideramos que a apresentação de uma proposta de formação para o Futsal se deve referenciar em função dos níveis de desempenho e não dos escalões etários. Tal como Balyi & Hamilton (2004), propuseram que a definição dos conteúdos de treino não devem ter apenas em consideração a idade cronológica, mas sobretudo maturacional, consideramos que deveremos ir mais além e atender a outros fatores que condicionam de sobremaneira a intervenção do treinador. Ao

Organização posicional e estrutural

Organização funcional e dinâmica coletiva

Os resultados revelam que os conteúdos destas áreas não assumem particular destaque neste escalão.

Trabalho específico do GR.

-Defesa individual (marcações, compensações e dobras);-Início do trabalho das transições em superioridade e inferioridade numérica.

-Inicio da especialização pelas funções a desempenhar. -Conhecimento das organizações estruturais com particular destaque para o 1:3:1;-Grande relevância para o trabalho específico do GR.

-Enfase aos métodos de jogo defensivos;-Situações de bola paradas;-Transições em superioridade e inferioridade numérica;-Forma de atuar em função do adversário;Situações de 4x3+GR.

de bola parada;-Os atletas devem conseguir modificar comportamentos em função da forma de jogar do adversário;-Início do trabalho das situações de risco 5x4+GR.

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considerarmos as especificidades, por exemplo, dos diferentes distritos de Portugal, e dos clubes que praticam Futsal, observamos realidades completamente distintas ao nível da idade em que os jogadores iniciam a sua prática, ao nível do número de horas de prática, da assiduidade aos treinos e competição (Serrano, Santos, Sampaio & Leite, 2013) ou mesmo ao nível do número de equipas e competitividade dos campeonatos que disputam, com consequências óbvias nas capacidades e qualidades dos jogadores e das equipas. Afigura-se dizermos que atletas que pertencem aos mesmos escalões etários, mas que vivem diferentes realidades formativas e de cultura de clube ou da existência ou não de ídolos, ou de uma equipa de referência na modalidade na sua cidade ou região (aspeto de enorme relevância para o desenvolvimento de peritos (Côté, Macdonald, Baker, & Abernethy, (2006)) terão, certamente, um comprometimento e dedicação diferentes face à modalidade e deste modo, necessitam de um acompanhado diferenciado de outros.De acordo com o referido, de seguida apresentaremos uma proposta metodológica para operacionalização dos conteúdos de treno no ensino do jogo de Futsal tendo por base os níveis de desempenho com correspondência aos conteúdos apresentados nos Quadros 1,2 e 3. 4. PROPOSTA METODOLÓGICA PARA OPERACIONALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE TREINO NO ENSINO DO JOGO DE FUTSAL

No passado, foi consensual que, no ensino dos JDC, primeiro se deveria dar ênfase às habilidades básicas do jogo, ao ensino hierarquizado das técnicas de uma forma isolada e repetitiva, dotando os jogadores de mais ferramentas para intervirem no jogo. No entanto, verificou-se que esta abordagem levava a problemas na compreensão do jogo (Garganta, 1994). Face ao referido, uma das alternativas proposta ao modelo anterior foi o modelo de ensino dos jogos para a compreensão (Teaching Games for Understanding – TGfU) que enfatiza que a atenção seja colocada no desenvolvimento da capacidade de jogo através da compreensão tática do mesmo (Bunker & Thorpe, 1982). A ideia do modelo anterior tem como objetivo deixar de ver o jogo como um momento de aplicação de técnicas, para passar a vê-lo como um

espaço de resolução de problemas, tendo por base a complexidade do próprio jogo, em que as ações técnicas são vistas como um meio para atingir um fim e não um fim em si mesmo. Este modelo tem por base os aspetos táticos do jogo, tendo por base a compreensão dos princípios de jogo, sobre os quais assenta a tomada de decisão do que fazer e como fazer nas diferentes situações de jogo (Bunker & Thorpe, 1982).A metodologia que tem vindo a ser mais utilizada no ensino do jogo de Futsal, vai ao encontro do modelo de ensino dos jogos para a compreensão, através da decomposição do jogo nas várias unidades funcionais como são os casos das estruturas (GR+1x1+GR); (GR+2x2+GR), (GR+3x3+GR), e (GR+4x4+GR). Esta opção, teoricamente, parece apresentar uma certa lógica e coerência, contudo, em termos operacionais denota fragilidades, pois é necessário perceber-se a diferença entre níveis de complexidade e de dificuldade das estruturas funcionais passíveis de serem propostas face às capacidades individuais e relacionais dos jogadores (Guilherme & Braz, 2013). De acordo com a proposta de Vilar (2013) a dificuldade de um exercício pode ser definida tendo por base o número de possibilidades de ação do portador da bola em relação ao número de defensores que condicionam essas mesmas possibilidades de ação, enquanto a complexidade do exercício pode ser definida tendo em consideração a quantidade de informação que os jogadores necessitam atender para conseguir identificar as suas possibilidades de ação, em relação ao que ocorre no jogo. Por exemplo, uma estrutura de GR+2x2+GR possui maior dificuldade, mas menor complexidade do que uma estrutura de GR+4x3+GR. Enquanto que, na estrutura de GR+2x2+GR o portador da bola tem todas as opções marcadas, mas tem que gerir apenas a relação com mais 1 atacante e o GR, na relação com 2 opositores mais o GR adversário, na estrutura de GR+4x3+GR, o portador da bola tem sempre uma linha de passe livre, ou ele mesmo pode progredir livremente para a baliza em função do posicionamento do adversário, mas tem que gerir a relação com mais 3 atacantes e o seu GR em relação a 3 opositores mais o GR adversário.Quando ao nível do treino, para trabalharmos ações individuais com bola (condução de bola, finta e remate), propomos jogos com a estrutura GR+1x1+GR, o objetivo principal é ultrapassar o

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oponente direto e progredir para a baliza com o intuito de fazer golo. Perante este cenário, é pertinente dizermos que as estruturas simples, de complexidade reduzida, estão associadas a níveis de desempenho iniciais ou escalões etários mais baixos. A questão que se coloca é a de saber se o principiante que evidencia uma fraca compreensão de jogo e défices técnicos que limitam sobremaneira a sua relação com a bola, tem possibilidades de conseguir obter êxito perante tais condições e exigências. Apesar de ser uma estrutura simples, devido ao número reduzido de intervenientes, a estrutura GR+1x1+GR requer sem dúvida uma qualidade técnica apurada para que o objetivo do exercício se concretize, pois o seu nível de dificuldade é bastante elevado, o que se revela um contrassenso com os níveis de desempenho inicias uma vez que a estes níveis estão associadas grandes debilidades técnicas. Face ao exposto consideramos que o praticante irá ter dificuldades em obter êxito na realização de exercícios com esta estrutura. Queremos com isto realçar que jogos com número reduzido de jogadores, ou seja, menos complexos, podem apresentar um grau de dificuldade elevado quanto às qualidades técnicas e de conhecimento de jogo que os praticantes manifestam, condicionando a fluência do jogo e a evolução do jogador.Na realização de exercícios de treino com estrutura GR+2x2+GR (estrutura considerada adequada por 73% dos treinadores para o escalão de sub 11 no estudo de Mendes, J.L. (2014)), o portador da bola poderá optar entre duas situações, driblar um dos adversários progredindo de imediato para a baliza e passar a bola e desmarcar-se fazendo-o através de combinações simples ou diretas, ou ficar a dar apoio (princípio da cobertura ofensiva). Tendo já sido acima referidos alguns problemas que se podem encontrar para que a primeira opção tenha sucesso, em relação à segunda, outra questão se levanta. Será que nestas idades os praticantes já possuem um conhecimento do jogo que lhes permita perceber qual é a melhor opção a ser tomada? De facto, a qualidade de passe dos principiantes é muito débil e, no jogo que propomos, os adversários estão sempre a uma distância reduzida, e como tal a direção do passe tem que ser muito precisa. Também no plano da qualidade da receção, pelos mesmos motivos, os praticantes têm que revelar proficiência. Será que os jogadores

dispõem dessa qualidade técnica que permite que o jogo possa ter continuidade? E o jogador que passa a bola para onde se deve desmarcar? Para a frente, para trás, para a direita ou para a esquerda? Admitimos que não e, como tal, advogamos que esta não é a melhor estrutura funcional para iniciar o ensino do jogo.Analisando agora a estrutura GR+3x3+GR (estrutura considerada adequada por 59% dos treinadores para o escalão de sub 11 no estudo de Mendes, J.L. (2014)), o portador da bola, já tem 3 possibilidades de linha de passe, se incluirmos a do GR (apesar de esta estar condicionada pelo plano regulamentar). Por norma em termos posicionais em relação à ocupação de espaços, o portador da bola ocupa o corredor central podendo-a passar para o colega da direita ou esquerda, desmarcando-se de seguida através da realização de combinações diretas ou indiretas ou ficar a dar apoio. Em termos de largura passa a existir uma ocupação equilibrada no campo, faltando aqui um jogador em posições mais avançadas par se solucionar o problema da profundidade. Para jogadores principiantes com défice ao nível do conhecimento do jogo poderão surgir aqui outros problemas. Segundo Guilherme & Braz (2013) neste nível os praticantes ainda não têm compreensão de jogo que lhes permita perceber os posicionamentos que devem adotar em função da dinâmica que o jogo assume ou de acordo com os princípios de jogo. Referindo ainda os mesmos autores que outra dificuldade que esta estrutura apresenta prende-se com o facto de evidenciar uma configuração a atacar e outra a defender. Existe uma inversão de posicionamentos em relação ao jogador do corredor central que quando ataca se encontra numa posição mais recuada e quando defende posiciona-se numa posição mais avançada. Achamos que esta estrutura poderá ter grande relevância no ensino do jogo de Futsal, uma vez que exige dos atacantes uma mobilidade permanente e consequentemente, uma organização e reorganização constante dos espaços de jogo, tanto ofensivos como defensivos, características fundamentais para o jogo e jogador de Futsal, mas pelo exposto anteriormente somos de opinião que não será a mais indicada para se iniciar o ensino do jogo nos níveis mais baixos.Falta analisar o jogo na estrutura GR+4x4+GR (estrutura considerada adequada por 59% dos

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treinadores mas apenas para o escalão de sub 13 no estudo de Mendes, J.L. (2014)). Segundo Guilherme & Braz (2013) esta é a estrutura que evidencia menores dificuldades para os principiantes iniciarem a aprendizagem do jogo, quer a nível técnico quer a nível tático, o que acaba por ser um paradoxo em virtude de ser a estrutura de maior complexidade. Os mesmos autores justificam a sua opinião referindo que a nível técnico, como a quantidade de jogadores é elevada, mesmo com erros, a continuidade de jogo pode ser assegurada de modo mais efetivo do que em estruturas mais reduzidas. Ao nível tático, permite que os praticantes iniciais, sem grande conhecimento do jogo, ocupem de uma forma mais equilibrada e organizada os espaços do jogo. Outra reflexão que merece ser destacada diz respeito à compreensão dos princípios específicos de jogo (ofensivos – penetração, cobertura ofensiva, mobilidade, espaço; defensivos – contenção, cobertura defensiva, equilíbrio, concentração). No estudo levado a cabo por Mendes, J.L. (2014) (ver quadro 3) só no escalão de Sub 13 os treinadores lhe conferem grau de importância, embora os mesmos opinem que no escalão etário de Sub 11 o jogo já deve ser trabalhado como um projeto coletivo. Segundo Travassos (2014) os princípios específicos de jogo são uma informação essencial para suportar o ensino do jogo como projeto coletivo, pois é através deles que os jogadores iniciam o desenvolvimento de comportamentos coletivos que permitem uma ocupação espacial equilibrada face ao objetivo momentâneo do jogo (atacar ou defender). Como pudemos verificar no Quadro 2 - Relação dos conteúdos com os respetivos níveis de desempenho, adaptado de Guilherme & Braz (2013), os princípios específicos ofensivos (penetração e cobertura ofensiva) e defensivos (contenção) fazem parte dos objetivos no nível básico. Deste modo, consideramos que os princípios específicos de jogo devem começar a ser trabalhados desde o início do processo formativo no Futsal. Nesta perspetiva, cremos que a compreensão do jogo e a introdução de regras básicas para potenciar a cooperação entre os jogadores na realização de situações jogadas, como proposto por Balyi & Hamilton (2004) (ver quadro 1) para a etapa “FUNdamental stage” deverão ter por base os referidos princípios.

Face ao referido, de modo a que os exercícios de treino a utilizar permitam desenvolver a compreensão dos princípios de jogo ajustados às capacidades dos jogadores, consideramos que o recurso a estruturas de GR+4x4+GR pode ser a mais apropriada. No entanto, estas situações deverão ser manipuladas (variação de espaço, sectores e corredores a ocupar, tamanho das balizas, número de balizas) de modo a permitir realçar os comportamentos individuais e os princípios específicos de jogo a trabalhar em cada escalão. O recurso a situações de superioridade / inferioridade numérica ou da existência de jokers de apoio no exterior do campo a partir da lógica de ocupação espacial da estrutura GR+4x4+GR poderão também ser soluções viáveis a explorar (por exemplo GR+2x1+GR, GR+3x1+GR, GR+4x2+GR ou GR+4x3+GR). Do mesmo modo, apesar de defendermos que a estrutura, GR+4x4+GR, constitui um bom ponto de partida, estamos convictos que outras estruturas funcionais, em determinadas fases do processo ensino-aprendizagem, poderão assumir uma importância muito particular, sobretudo se formos capazes de adequar as respetivas potencialidades intrínsecas e a respetiva variação entre complexidade e dificuldade inerente às mesmas, face às necessidades que os praticantes vão revelando ao longo do seu percurso evolutivo.A reflexão que temos vindo a fazer remete-nos para o jogo na estrutura GR+4x4+GR enquanto estrutura funcional mais adequada para iniciar o processo de ensino-aprendizagem no jogo de Futsal. A questão que agora se coloca é a de

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saber qual a estrutura mais indicada para iniciar o processo. Será o “1:3:1” o “1:4:0” ou o “1:2:2”? Tanto a proposta de Guilherme & Braz (2013) como o estudo de Mendes, J.L. (2014) convergem no sentido de que a estrutura 1:3:1 é a mais favorável para a aprendizagem do jogo, referindo o último, no seu estudo, que é no escalão de Sub 15 que se deve dar particular destaque ao conhecimento das várias organizações estruturais, com especial ênfase nesta. Como já foi referido anteriormente esta é a estrutura que permite uma ocupação mais equilibrada dos espaços de jogo quer em largura e profundidade, quer a defender como a atacar. Sabe-se que o tipo de passe mais seguro e simultaneamente mais eficaz é o que se realiza na diagonal, isto porque, tendo em consideração o posicionamento defensivo do adversário, o passe vertical (paralela), é provavelmente mais fácil de ser intercetado pelo defensor do portador da bola, excetuando situações muito específicas de passes na paralela, onde a profundidade é conseguida, mas em espaços afastados da baliza. Por outro lado, o passe lateral é, em muitas circunstâncias, um passe de risco, em virtude da proximidade e do posicionamento fechado dos defensores. Todavia, este tipo de passe, quando acontece, é realizado em espaços mais curtos, após desmarcações de apoio, precedidas de desmarcações de rutura interrompidas (quebras), de forma a ultrapassar o posicionamento defensivo próximo dos defensores, anulando o risco existente. Assim, o passe em diagonal é o mais frequente e permite, simultaneamente, uma maior continuidade e segurança do jogo ofensivo. Contudo, para que

esse tipo de passe aconteça em condições favoráveis, existe a necessidade de os jogadores se posicionarem e movimentarem.De acordo com Mendes, J.L. (2014) é no escalão de Sub 15 que os jogadores devem passar a ter consciência dos distintos posicionamentos estruturais e das respetivas funções a desempenhar tendo em vista a especialização dos jogadores nas várias posições (fixo, ala e pivô). Ocupar os espaços defensivos de uma forma equilibrada e evidenciarem mobilidade ofensiva, de acordo com as fases/momentos de jogo. De acordo com o referido, e tendo em consideração que a definição da organização estrutural e respetivo sistema a utilizar deve ter um enfoque a partir do escalão de Sub 15, consideramos que até este escalão os jogadores devem passar por experiências diferenciadas em termos de posições a ocupar no campo, não existindo preocupação com uma organização estrutural rígida e claramente definida. Até ao escalão de Sub 15, o ênfase do treino deverá apontar para o desenvolvimento de ações individuais com e sem bola, associados ao desenvolvimento do conhecimento do jogo, através da articulação entre os princípios específicos do jogo, dotando, deste modo, os jogadores de maior capacidade individual e plasticidade na relação com os colegas e adversários, bem como com os diferentes momentos do jogo. Ao invés o trabalho específico do GR deverá ter ênfase no escalão de Sub 13 assumindo grande relevância a partir dos Sub 15.No que concerne ao método de jogo defensivo, os dados do estudo de Mendes, J.L. (2014) apontam que é a defesa individual que melhor se ajusta ao ensino do jogo divergindo da opinião de Guilherme & Braz (2013) que referem a defesa à zona. Independentemente das características dos métodos anteriormente referidos em que na defesa individual o foco é o jogador e na defesa à zona é o local onde a bola se encontra, ambos convergem no sentido de que um dos princípios essenciais prende-se com a necessidade de uma ocupação de espaço equilibrada face aos referenciais do jogo (bola e baliza) de modo a que os caminhos para a baliza estejam protegidos e que o defensor do portador da bola esteja protegido pela cobertura defensiva. Segundo Guilherme & Braz (2013), mesmo que o defensor do portador da bola esteja protegido por duas coberturas defensivas, uma de cada lado, se estiver na zona central, ou apenas

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uma interior se estiver no corredor lateral, em virtude da exterior ser a linha limitadora do campo, a(s) cobertura(s) têm, obrigatoriamente, que estar posicionada(s) em diagonais recuadas e fechadas, isto é, próximas do defensor que está sobre o portador da bola, caso contrário não conseguem ser eficazes. Neste sentido, as configurações de losango e de triângulo, também para a defesa, são catalisadoras e facilitadoras dos comportamentos pretendidos e do entendimento do modo de jogar para que se possa defender com equilíbrio. De acordo com o referido, mais do que discutir se o ensino do jogo se deve iniciar pela defesa individual ou pela defesa zona, consideramos que o fundamental, tal como para o processo ofensivo, será que até ao escalão de Sub 13 os jogadores adquiram de forma gradual, capacidade de posicionamento individual e equilíbrio coletivo tendo por base os princípios específicos defensivos. A variação entre alguns comportamentos de defesa zonal ou de defesa individual, permitirão dotar os jogadores, mais uma vez, de maiores capacidades individuais e de um grande conhecimento do jogo que lhes permita uma aprendizagem mais efetiva dos diferentes métodos defensivos no futuro.Respeitante aos esquemas táticos, o estudo de Mendes, J.L. (2014) refere que estes devem assumir maior ênfase no treino a partir do escalão de Sub 15, considerando-se que a utilização destes fragmentos do jogo poderão ser utilizados em escalões mais baixos para o trabalho de ações individuais com e sem bola, desde a execução de diferentes ações técnicas individuais ofensivas com bola, até a ações técnicas individuais ofensivas sem bola e defensivas. A utilização deste tipo de situações, com oposição, permitirá em contextos específicos e bem controlados, mantendo grande parte dos “ingredientes” do jogo, um grande volume na execução das referidas ações.Em relação às transições em superioridade/inferioridade numérica, e de acordo com o estudo de Mendes, J.L. (2014), estas situações após transição de posse de bola, assumem papel preponderante como conteúdos prioritários de treino desde logo a partir do escalão de Sub 13, uma vez que o seu entendimento é também ele fundamental para a compreensão do jogo e da transição entre os momentos (ataque / defesa) que o caracterizam. No entanto, tal como referido

anteriormente, a utilização das referidas situações de inferioridade / superioridade numérica poderão ser utilizadas desde o início da formação dos jogadores como forma de compreensão do jogo em estruturas simplificadas ao nível da dificuldade e complexidade do jogo, ou no treino de ações técnicas em contexto representativo (por exemplo 2x1 ou 3x1 em posse de bola para treino do passe).O mesmo estudo refere que os conteúdos relacionados com a organização funcional e dinâmica coletiva apenas devem ser abordados com maior ênfase nos escalões de Sub 17 e Sub 19. Para que isso aconteça, de forma clara, permitindo o desenvolvimento da capacidade dos jogadores face às exigências de jogo atuais, é necessário que todos os conteúdos referidos anteriormente estejam consolidados. Nomeadamente, que nos Sub 11 e Sub 13 o conhecimento do jogo e as capacidades individuais sejam desenvolvidas, para que nos Sub 15 se permita o desenvolvimento da organização posicional e estrutural. Deste modo, nos Sub 17 e 19, será possível proceder-se à especialização de comportamentos individuais e coletivos tendo por base o desenvolvimento de uma organização funcional e dinâmica coletiva que permitam aprender cada vez mais a competir e a ganhar, tal como proposto por Balyi & Hamilton (2004).Por último, a questão que se coloca é como treinar todos estes aspetos ao longo das diferentes etapas de aprendizagem do jogo? Consideramos que, desde o início do processo de formação, a decomposição da complexidade do jogo, sem lhe retirar essência, e mantendo a representatividade dos exercícios de treino (Travassos, 2014) será importante na operacionalização do processo de ensino ao longo dos vários níveis de desempenho. Assim, tentaremos sustentar o processo ensino-aprendizagem no desenvolvimento gradual de estruturas simplificadas de jogo, articulando a sua funcionalidade para a melhoria das capacidades individuais e coletivas na prática do Futsal (Guilherme & Braz, 2013). Tendo por base a estruturação de conteúdos e os princípios anteriormente definidos para sustentar o processo ensino-aprendizagem, serão apresentados de seguida alguns exemplos de exercícios que consideramos adequados para cada um dos níveis de desempenho. Estes exercícios têm como objetivo elucidar o tipo de intervenção requerido para potenciar o processo de aprendizagem do jogo.

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5. CONSTRUÇÃO DE EXERCÍCIO DE TREINO DE ACORDO COM OS CONTEÚDOS A ABORDAR NOS DIFERENTES NÍVEIS DE DESEMPENHO

> 5.1 – Capacidades coordenativas com e sem bola aplicadas em contextos básicos do jogo

Conteúdos prioritários a desenvolver: Consideramos que o mais apropriado para este nível, será melhorar o relacionamento com a bola através da exercitação, em situações quer analíticas, quer representativas de jogo, das ações técnicas individuais ofensivas com bola onde se dê enfoque a exercícios que visem também o desenvolvimento das capacidades coordenativas de multilateralidade e agilidade. Introdução dos princípios específicos do ataque, a penetração através da progressão em condução de bola, drible, finta ou do passe para o colega com o intuito de se dirigirem as ações técnico-táticas para a baliza adversária e cobertura ofensiva de modo a aumentar o número de soluções de ataque do portador da bola (drible, passe, remate e desmarcação). Por inerência a contenção por parte de quem defende, e os princípios posicionais a ela inerentes, em oposição ao princípio da penetração. A compreensão destes princípios é fundamental para que os jovens praticantes comecem a adquirir conhecimento sobre o jogo e o entendam como um projeto coletivo. Para tal, consideramos a realização de jogos de baixa dificuldade e complexidade com recurso a jokers apropriados para este nível de desenvolvimento.

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EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Melhorar a relação com a bola através da condução de bola, o mais rápido possível sem perder o controlo da mesma. Coordenação, lateralidade e agilidade.

Organização: Posicionados conforme figura. No mínimo 1 bola 1 jogador.

Descrição: Ao sinal do Professor/Treinador dirigem-se zona adversária com o objetivo de irem “roubar” a bola adversária (orientar condução para um objetivo).

Variantes: Colocar várias obstáculos pelo caminho, defensor na zona de meio campo para impedir progressão, condução com o pé “fraco” etc.

Comportamentos desejados:Atacantes com bola - Não perder o domínio da bola, orientar rápido a ação para o alvo.Defensor - revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão dos adversários, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola e o espaço a proteger.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Condução de bola com a cabeça levantada e olhar dirigido para o alvo;- Manter a bola dentro do espaço motor;- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro tentando impedir a progressão dos jogadores com bola.

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EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Melhorar a relação com a bola através da condução de bola o mais rápido possível sem perder o controlo da mesma. Coordenação, lateralidade e agilidade. Penetração vs contenção.

Organização: Cada jogador com uma bola, num espaço delimitado (área do GR).

Descrição: Condução de bola. Ao sinal do Professor/Treinador dirigem-se para a área no lado oposto (orientar condução para um objetivo).

Variantes: Colocar várias balizas, zonas de ponto, obstáculos pelo caminho, defensor na zona de meio campo para impedir progressão, etc.

Comportamentos desejados:Atacantes com bola - Não perder o domínio da bola, orientar rápido a ação para o alvo.Defensor - revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão dos adversários, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola e o espaço a proteger.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Condução de bola com a cabeça levantada e olhar dirigido para o alvo;- Manter a bola dentro do espaço motor;- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro tentando impedir a progressão dos jogadores com bola.

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EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Melhorar a relação com a bola através da exercitação das ações técnicas individuais: passe, receção, condução de bola e remate. Coordenação, lateralidade e agilidade

Organização: Disposição conforme figura.

Descrição: Percurso técnico: Condução de bola, passe e remate. O jogador desloca-se seguindo a bola. Após tempo definido inverter sentido do percurso, condução de bola e remate com os dois pés.

Comportamentos desejados:Executar ações técnicas com um mínimo de correção.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Condução de bola com a cabeça levantada;- Utilização de ambos os pés.

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EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Exercitação das ações técnicas individuais, passe e receção. Contenção com todos os princípios posicionais que lhe são inerentes.

Organização: Grupos de 4 ou 5 jogadores, distribuídos num espaço ± 10mx10m.

Descrição: Jogo do “meinho”. O defensor que se encontra no meio, ao tocar na bola troca de posição com o atacante que a perdeu. Limitar o número de toques por jogador, colocar objetivos para o número de passes, etc.

Comportamentos desejados:Atacantes – Procura da linha de passe que se encontra livre, orientar a receção sem perder o domínio da bola, passe direcionado.Defensor - revela comportamentos defensivos inerentes ao princípio da contenção executando um posicionamento defensivo correto.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Ver o que se passa à volta para escolher a melhor solução para o passe;- Imprimir velocidade à bola na execução do passe;- Receções orientadas;- O defensor deve orientar corretamente os apoios;- Posição defensiva com os apoios um à frente do outros e pernas ligeiramente fletidas.

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EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Melhorar a relação com a bola através da exercitação das ações técnicas individuais. Penetração através da progressão em condução de bola, drible ou finta e passe tendo em vista o objetivo do exercício. Contenção em oposição ao princípio da penetração.

Organização: Grupos de dois jogadores, 4 balizas (ou mais) e um defensor em cada baliza.

Descrição: Os pares tentam passar a baliza com a bola controlada. Se o defensor intercetar a bola passa a atacar e o atacante que a perdeu passa a defender. Inverter o sentido do percurso.

Comportamentos desejados:Atacantes - Não perder o domínio da bola. Passar a baliza com a bola controlada através de condução, drible ou passe para o colega. Escolher o melhor momento para passar a bola.Defensor - revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão dos adversários, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola, o espaço a proteger e o atacante sem bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Condução de bola com a cabeça levantada e olhar dirigido para o alvo;- Atacar o defensor e passar a bola ao colega livre;- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro tentando impedir a progressão dos jogadores com bola.

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EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Melhorar a relação com a bola através da exercitação das ações técnicas individuais. Penetração através da progressão em condução de bola, drible ou finta e passe, cobertura ofensiva dando solução, através da criação de linha de passe segura, ao portador da bola. Contenção em oposição ao princípio da penetração, e retorno defensivo.

Organização: GR+2+1x1+GR em dois setores.

Descrição: Jogo GR+2x1 no setor defensivo. Após a bola passar para o setor ofensivo, quer seja através do passe em profundidade quer seja em condução de bola, joga-se: 1xGR, 2xGR ou 2x1+GR. O defensor terá que fazer retorno.

Comportamentos desejados:Atacantes – Procura da linha segura para executar o passe com o objetivo de se passar a jogar no setor ofensivo; orientar a bola para a frente, após passe em profundidade um dos atacantes deve penetrar para a baliza.Defensor - revela comportamentos defensivos inerentes ao princípio da contenção executando um posicionamento defensivo correto e modo a evitar a progressão dos atacantes. Retorno defensivo rápido por forma a impedir a finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Ver o que se passa à volta para escolher a melhor solução para o passe imprimindo velocidade à bola;- Atacar o defensor antes de realizar o passe;- Após receção da bola, orientá-la para a baliza adversária;- O defensor deve orientar corretamente os apoios em função do local onde se encontra a bola. Distância ao portador da bola;- Condicionar a ação do atacante com bola levando-o para zonas mais laterais;- Retorno defensivo na direção da baliza.

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EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Penetração vs contenção e cobertura ofensiva. Ações técnicas individuais ofensivas com bola (passe, receção, condução de bola e drible). Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (desmarcações). Ações técnicas individuais defensivas (desarme e posicionamento defensivo).

Organização: Organizar grupos de 3 jogadores.

Descrição: Jogo 1x1 + Joker. Para o golo ser válido tem que passar a baliza com a bola controlada.

Comportamentos desejados:Atacante com bola - procura dirigir as ações para a baliza adversária. Após o passe poderá optar por entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo uma linha de passe que permita a continuidade do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura ofensiva. Defensor - revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão dos adversários, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- O portador da bola atacar o defensor;- Quando realizar o passe ao jogador livre deve:a) desmarcar-se oferecendo uma linha de passe segura com objetividade;b) caso percecione que o colega pode progredir no terreno ou jogar 1x1 deve, fazer cobertura ofensiva.- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza.- Distância ao portador da bola, pé dominante do adversário,- Melhor momento para desarmar.

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EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva, Ações técnicas individuais ofensivas com bola (passe, receção, condução de bola, drible e remate). Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (desmarcações). Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção e posicionamento defensivo).

Organização: Organizar grupos de 5 jogadores.

Descrição: Jogo 2x2 + Joker. Um jogador da equipa que defende é sempre GR. Criam-se situações de 3x(1+GR).

Comportamentos desejados:Atacante com bola - procura dirigir as ações para a baliza adversária podendo passar a bola a um dos colegas que se encontra livre ou driblando o defensor. Após o passe poderá optar por entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo uma linha de passe que permita a continuidade do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura ofensiva. Caso opte pela primeira situação o colega que não recebeu a bola deve realizar cobertura ofensiva. Defensor - revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão dos adversários, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- O portador da bola atacar o defensor;- Passar a bola a um dos jogadores livres:a) desmarcar-se oferecendo uma linha de passe segura;b) ocupar uma posição que lhe permita fazer contenção caso o colega perca a posse de bola.- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza.

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EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Penetração vs contenção e cobertura ofensiva. Ações técnicas individuais ofensivas com bola (passe, receção, condução de bola, drible e remate). Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (desmarcações). Ações técnicas individuais defensivas (desarme e posicionamento defensivo).

Organização: Organizar grupos de 2 jogadores.

Descrição: Jogo 2x2. Um dos elementos da equipa que defende é GR.

Comportamentos desejados:Atacante com bola - procura dirigir as ações para a baliza adversária. Após o passe poderá optar por entre duas soluções: desmarcar-se oferecendo uma linha de passe que permita a continuidade do jogo ou ficar a dar apoio realizando cobertura ofensiva. Defensor - revela comportamentos defensivos impeditivos de progressão dos adversários, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- O portador da bola atacar o defensor;- Quando realizar o passe ao jogador livre deve:a) desmarcar-se oferecendo uma linha de passe segura com objetividade;b) caso percecione que o colega pode progredir no terreno ou jogar 1x1 deve, fazer cobertura ofensiva.- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza.- Distância ao portador da bola, pé dominante do adversário,- Melhor momento para desarmar.

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EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Básico

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva, Ações técnicas individuais ofensivas com bola (passe, receção, condução de bola, drible e remate). Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (desmarcações). Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção e posicionamento defensivo).

Organização: Formar equipas de 3 jogadores + 2 Jokers.

Descrição: Jogo GR + 2 x 2 + GR + 2 Jokers. Dividir o espaço em 4 quadrados iguais. Em cada quadrado podem estar, no máximo, dois atacantes e um defensor. O atacante ao passar a bola a um dos seus colegas deverá dar apoio. Os defensores devem ocupar sempre o quadrado onde se encontra a bola. Criam-se situações de 2x1 em espaços delimitados com o objetivo de facilitar a progressão para a baliza adversária aumentando as hipóteses de finalização. Os Jokers jogam sempre da equipa que tem a posse de bola.

Comportamentos desejados:Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca. Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- O portador da bola atacar o defensor; se lateralizar o passe deverá fazer cobertura ofensiva. Se verticalizar o passe deverá de imediato ir dar apoio.- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha de passe segura de forma a permitir a continuidade do jogo; - Quando recebem a bola devem-se orientar de imediato para a baliza adversária.- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza, ocupando o quadrado em que se encontra a bola.

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5.2 NÍVEL ELEMENTAR - ENTENDIMENTO DO JOGO ENQUANTO PROJETO COLETIVO

Conteúdos prioritários a desenvolver:Neste nível propomos a continuidade do trabalho relacionado com o desenvolvimento das habilidades técnicas no contexto de jogos básicos de Futsal com o objetivo que o jogo tenha continuidade e dinâmica. Deverá dar-se maior ênfase a exercícios que visem desenvolver as ações técnicas individuais ofensivas sem bola (simulação e desmarcação) através de combinações simples e diretas. Promover exercícios através dos quais se dê relevância a aspetos relacionados com a cooperação e oposição tendo por base os princípios específicos da cobertura ofensiva e defensiva com o objetivo de distinguir quais os comportamentos a adotar em função de se ter ou não a posse de bola. No ataque os jogadores que não têm a bola devem perceber a importância do apoio ao portador da bola, através de linhas de passe seguras, para que o jogo tenha continuidade, na defesa o praticante que não está a marcar diretamente o portador da posse de bola deve realizar ações defensivas com o objetivo de ajudar o jogador que está a realizar contenção com um posicionamento defensivo adequado em relação ao contexto que se verifica. É importante ainda na defesa, incrementar o trabalho das ações coletivas elementares defensivas como as marcações, compensações e dobras. Com o cumprimento destes pressupostos o jogo começa a ser realmente entendido como um projeto coletivo. Exercícios direcionados para o trabalho específico do GR e para as situações de transição em superioridade e inferioridade numérica. Para tal, consideramos importante continuar a promover exercícios com recurso a jokers ou a situações de vantagem numérica em espaços delimitados como elementos facilitadores da continuidade do processo ofensivo, obrigando também a uma reorganização mais rápida no processo defensivo.

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EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme, interceção e posicionamento defensivo). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Formar 2 colunas conforme figura.

Descrição: Situações de 2x1+GR. O exercício começa com a reposição do GR num dos jogadores que se encontram na zona central. Estes ao receberem a bola atacam 2x1. O defensor se intercetar a reposição do GR finaliza.

Comportamentos desejados:Atacantes - Orientação do jogo para a baliza adversária o mais rápido possível. Finalização no menor tempo possível. Defensor - retarda a progressão e finalização dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza adversária.- Atacante com bola deve atacar defensor para depois fazer o passe.- Atacante sem bola deve dar linha de passe.- Defensor deve tentar cortar linha de passe.

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EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme, interceção e posicionamento defensivo). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Formar grupos de 3 jogadores.

Descrição: Situações de GR+3x1+GR. A equipa de 3 (pretos) ataca consecutivamente as duas balizas.

Comportamentos desejados:Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo em largura (três corredores). Orientação do jogo para a baliza adversária o mais rápido possível. Finalização no menor tempo possível. Defensor - retarda a progressão e finalização dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza adversária.- Progressão no campo através da condução de bola, no corredor central, para diminuir o tempo de finalização.- Quando recebem a bola devem-se orientar de imediato para a baliza adversária.- Deslocamento rápido do defensor com o intuito de retardar a progressão dos atacantes e provocar erro no passe.

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EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (simulações e desmarcações) através de combinações simples e diretas. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção e posicionamento defensivo). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs cobertura defensiva.

Organização: Formar equipas de 3 jogadores, em meio campo.

Descrição: Jogo 3x3, em 20mx20m, delimitado por uma linha central. A equipa que não tem posse de bola só pode colocar dois jogadores no meio campo onde a bola se encontra. Criam-se situações de 3x2.

Comportamentos desejados:Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca.Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- O atacante com bola deve atacar o defensor direto;- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha de passe segura de forma a permitir a continuidade do jogo; - Quando recebem a bola devem-se orientar de imediato para a baliza adversária.- O 1º defensor (contenção) deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza;- O 2º defensor deve ter preocupação em realizar cobertura.

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EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção, posicionamento defensivo e dobras). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs cobertura defensiva.

Organização: Formar equipas de 2 jogadores + jokers.

Descrição: Jogo 2x2 + 1 joker que dá profundidade no espaço delimitado (± 6m) a toda a largura do campo. O joker se receber a bola pode finalizar ou assistir os colegas de equipa.

Comportamentos desejados:Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo em largura e profundidade. Orientação do jogo para a baliza adversária. Vantagem numérica para a equipa que ataca. Enquadramento do joker (orientação espacial) para com a baliza.Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes, ocupação equilibrada do espaço de jogo em função do local onde se encontra a bola, o posicionamento dos atacantes e as balizas, reorganização defensiva rápida caso o joker receba a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a atenção dos atacantes para o posicionamento dos defensores e ajuste das suas posições no sentido de conseguirem virar o sentido do jogo;- Progressão no campo através do passe em profundidade para diminuir o tempo de finalização.- Quando recebem a bola devem-se orientar de imediato para a baliza adversária.- Deslocamentos rápidos dos defensores face à profundidade dada pelos atacantes.

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EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (simulações e desmarcações) através de combinações simples e diretas. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção, posicionamento defensivo e dobras). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs cobertura defensiva.

Organização: Formar equipas de 3 jogadores, em meio campo.

Descrição: Jogo 3x3, em 20mx20m. Um dos elementos da equipa que não tem a bola é GR. Criam-se situações de 3x2.

Comportamentos desejados:Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca.Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- O atacante com bola deve atacar o defensor direto;- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha de passe segura de forma a permitir a continuidade do jogo; - Quando recebem a bola devem-se orientar de imediato para a baliza adversária.- O 1º defensor (contenção) deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza;- O 2º defensor deve ter preocupação em realizar cobertura.

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EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção e posicionamento defensivo). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs cobertura defensiva.

Organização: Formar equipas de 2 jogadores + 2 jokers, em meio campo.

Descrição: Jogo 2x2 + 2Jokers, em 20mx20m. As balizas pequenas não pertencem a nenhuma equipa, as equipas pontuam (golo) sempre que passarem a bola por entre os mecos e dirigida a um colega que continua com a posse de bola.

Comportamentos desejados:Atacantes - Ocupação de uma forma equilibrada do espaço de jogo evitando a aglomeração dos jogadores em torno da bola. Vantagem numérica para a equipa que ataca. Capacidade de virar o sentido de jogo em função do posicionamento dos defensores.Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes, ocupação equilibrada do espaço de jogo em função do local onde se encontra a bola, o posicionamento dos atacantes e as balizas.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a atenção dos atacantes para o posicionamento dos defensores e ajuste das suas posições no sentido de conseguirem virar o sentido do jogo;- Posicionamento ofensivo equilibrado pelos jokers.- O(s) colega(s) livre(s) deverão oferecer uma linha de passe segura de forma a permitir a continuidade do jogo; - Quando recebem a bola devem-se orientar de imediato para a baliza adversária.- Deslocamentos rápidos dos defensores face à inferioridade evidente.

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EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme, interceção e posicionamento defensivo). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva vs cobertura defensiva. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Equipas de 2.

Descrição: Jogo GR+2x2+GR em meio campo. Sempre que um atacante falhar um passe tem que ir tocar no poste da baliza da equipa adversária. Criam-se situações de GR+2x1+GR.

Comportamentos desejados:Atacantes - Orientação do jogo para a baliza adversária o mais rápido possível. Combinações a dois jogadores. Defensores – devem coordenar as suas ações para retardarem a progressão e finalização dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza adversária.- Atacante com bola deve atacar defensor para depois fazer o passe.- Atacante sem bola deve dar linha de passe através de combinações simples e diretas.- Defensor do portador da bola deve encurtar espaço para limitar a ação do atacante.- 2º defensor ter a perceção do espaço existente entre o portador da bola e o 1º defensor para tomar a decisão de estar mais expectante para realizar ações de cobertura ou pressionar mais a linha de passe para o atacante sem bola.

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EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva. Ações técnicas individuais ofensivas com bola (passe, receção, condução de bola, drible e remate). Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (simulações e desmarcações). Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção e posicionamento defensivo). Ações coletivas elementares defensivas (marcações, compensações e dobras).

Organização: Duas equipas de 5 jogadores.

Descrição: Jogo GR + 2x2 + GR em que cada equipa possui mais dois jokers, no exterior do campo, que podem circular livremente no espaço ofensivo criando-se assim situações de GR + 4x2 +GR com o objetivo de facilitar a progressão para a baliza adversária aumentando as hipóteses de finalização. Os jokers poderão posicionar-se os dois lateralmente ou 1 lateral e 1 linha de fundo.

Comportamentos desejados:Atacantes - procuram criar situações de superioridade numérica, aproveitando os apoios, para progredir e finalizar. Ao ganhar superioridade numérica direcionar comportamentos para a baliza adversária. Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola. O defensor que não está a defender o portador da bola deve posicionar-se de forma a poder realizar contenção caso o seu colega seja ultrapassado.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Deve tirar vantagem utilizando o posicionamento dos apoios exteriores, direcionando os comportamentos para a baliza adversária.- O defensor deve defender com os apoios um à frente do outro protegendo sempre espaço entre o atacante e a baliza, percebendo a diferença no posicionamento em função da posição do apoio exterior (linha lateral ou final);- O segundo defensor deve realizar cobertura defensiva para compensações e dobras.

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EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Ações técnicas individuais ofensivas com bola. Ações técnicas individuais ofensivas sem bola. Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme, interceção e posicionamento defensivo). PEJ penetração vs contenção; cobertura ofensiva.

Organização: Duas equipas de 5 jogadores.

Descrição: GR+4x4+GR, em cada quadrado pode estar 2 atacantes e 1 defesa, o atacante que passar a bola pode dar apoio ao atacante, mas quando perder a posse de bola regressa ao seu quadrado. Criar situações de 2x1, para facilitar a progressão e finalização.

Comportamentos desejados:Atacantes - Vantagem numérica para a equipa que ataca no espaço delimitado.Defensores - impedem a progressão e finalização dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a atenção dos atacantes para a baliza adversária.- Atacante sem bola deve dar linha de passe através da procura de linha de passe.- Defensor deve posicionar os apoios em função do pé dominante do atacante e da ocupação do espaço pelos atacantes.

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EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Elementar

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva. Ações técnicas individuais ofensivas com bola (passe, receção, condução de bola, drible e remate). Ações técnicas individuais ofensivas sem bola (simulações e desmarcações). Ações técnicas individuais defensivas (marcação, desarme interceção e posicionamento defensivo). Ações coletivas elementares defensivas (marcações, compensações e dobras). Situações de superioridade numérica em espaços delimitados.

Organização: Duas equipas de 5 jogadores.

Descrição: Jogo GR + 4x4 + GR. A equipa que não tem a posse de bola terá que ter 2 jogadores na zona ofensiva e 2 jogadores na zona defensiva; a equipa que ataca pode ter sempre 3 jogadores no espaço onde se encontra a bola.

Comportamentos desejados:Atacantes - procuram progredir no terreno e criar situações de finalização em superioridade numérica, explorando os desequilíbrios momentâneos impostos pelas regras do exercício.Defensores - procuram coordenar as suas ações para ocupação equilibrada do espaço em função da bola e das distâncias entre os jogadores, de modo a impedirem a progressão e finalização dos atacantes, evidenciando correta colocação dos apoios em função do local onde se encontra a bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Tirar vantagem da superioridade numérica no espaço delimitado;- O colega livre deve procurar criar linha de passe segura, cobertura ofensiva, para dar continuidade ao jogo;- Reforçar a necessidade de ajuste constante nos posicionamentos em função dos comportamentos dos colegas e principalmente dos adversários.

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5.3 NÍVEL INTERMÉDIO - ORGANIZAÇÃO POSICIONAL E ESTRUTURAL PARA AS DIFERENTESFASES/MOMENTOS DO JOGO

Conteúdos prioritários a desenvolver:Aumentar a complexidade do contexto para desenvolver as habilidades específicas do jogo em função das apetências dos praticantes. No ataque, introdução aos princípios específicos da mobilidade e espaço os quais se assumem como preponderantes para se conseguir jogar com mais largura e profundidade com o objetivo de se dar mais dinâmica e continuidade ao jogo. Promover exercícios para desenvolver a articulação funcional nas várias organizações estruturais, com especial incidência no sistema 1:3:1. Em termos defensivos os princípios do equilíbrio e concentração que irão ser o suporte básico da organização defensiva coletiva. Ações coletivas elementares defensivas complexas através da aprendizagem dos princípios inerentes aos métodos de jogo defensivos. Neste nível as situações de estratégia ofensivas/defensivas (fragmentos do jogo) assumem alguma relevância. Exercícios que promovam a sistematização dos conteúdos de atacar em superioridade numérica igualdade numérica e de defender em inferioridade numérica. O trabalho específico do GR é fundamental. Pretende-se cada vez mais um aumento significativo da qualidade de jogo quer em termos individuais quer coletivamente.

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EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo.

Organização: 3 equipas de 3 jogadores.

Descrição: Jogo 3x3x3. A equipa de posse de bola tenta passar a bola entre os cones (espaço de passagem) para a equipa de cinzento. A equipa que está no meio tenta intercetar a bola, caso o consigam invertem os papéis.

Comportamentos desejados:Atacantes - procuram através do passe encontrar situações favoráveis que lhes permitam passar a bola sem que seja intercetada. Defensores – articularem a 1ª e 2ª linha defensivas para que não permitam o sucesso do passe. Caso o passe seja efetuado com sucesso, reorganização defensiva rápida.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Desmarcação sem bola para receber o passe.- Posicionamento dos atacantes em largura.- Postura do defensor em função do pé hábil do atacante e do espaço de passagem.- Articular ações entre os jogadores da 1ª e 2ªlinhas defensivas.

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EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo.

Organização: Grupos de 3 + 2 jokers.

Descrição: Jogo GR+3x3+GR + 2 jokers que servem de apoios laterais com o objetivo de dar continuidade ao jogo face à superioridade numérica que proporcionam.

Comportamentos desejados:Atacantes – largura e profundidade na posse da bola. Exploração dos apoios nas alas para encontrar situações de finalização. Mobilidade dos jogadores sem bola para dar continuidade ao jogo. Defensores – pressão ao portador da bola. Melhoria da coordenação entre os jogadores da 1ª e 2ª linha. Coberturas defensivas constantes para impedirem a progressão dos atacantes.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para aproveitarem a superioridade numérica quer em largura quer em profundidade.- Perceber as situações espaciais que possibilitam ações na estrutura 1:3:1.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola, do posicionamento dos atacantes e dos jokers.

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EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo. Articulação funcional na estrutura 1:3:1. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Grupos de 5 jogadores + GR.

Descrição: Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um de cada lado, na parte exterior do campo. Os apoios ao receberem a bola passam a jogar. O jogador que fez o passe sai e assume as funções de apoio. Os apoios podem deslocar-se ao longo de toda a zona lateral.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos apoios em função do posicionamento defensivo adversário. Criação de situações de superioridade numérica para finalizar com especial relevância para 1xGR.Defensores – procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos atacantes. O defensor que se encontra do lado contrário à bola deve adotar um posicionamento que permita impedir situações de 1xGR. Coberturas defensivas constantes e reorganização defensiva rápida se apoio exterior entrar em campo.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Orientação do jogo dos apoios para finalização com exploração de situação 1xGR.- Aproveitar a vantagem posicional dos apoios para criar situações de finalização.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Equilíbrio defensivo com o terceiro defensor a assumir um posicionamento que impeça situações de 1xGR.

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EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo. Articulação funcional na estrutura 1:3:1. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Grupos de 5 jogadores + GR.

Descrição: Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um de cada lado da baliza, na linha de fundo. Os apoios ao receberem a bola devem assistir. O GR não pode sair do enfiamento dos postes.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos apoios em função da profundidade que dão ao jogo. Defensores – procuram coordenar as suas ações para impedirem a finalização dos atacantes. Fecho das linhas de passe em profundidade. Reorganização defensiva rápida sempre que a bola entre nos apoios por forma a evitar a finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Focar a atenção dos apoios para assistirem rápido os atacantes em função do espaço que criam.- Focar a atenção dos jogadores em função das tarefas e funções a desempenhar na estrutura 1:3:1.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola, do posicionamento dos atacantes e dos apoios fechando linhas de passe em profundidade.

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EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo.

Organização: Grupos de 3 + 3 jokers.

Descrição: Jogo GR+3x3+GR + 3 jokers. 2 são apoios laterais para dar largura e 1 de fundo para dar profundidade com o objetivo de haver continuidade face à superioridade numérica que proporcionam. Os apoios jogam a dois toques.

Comportamentos desejados:Atacantes – largura e profundidade na posse da bola. Exploração dos apoios nas alas e no fundo para encontrar situações de finalização. Mobilidade dos jogadores sem bola para dar continuidade ao jogo. Orientação do jogo para a baliza adversária. Defensores – pressão ao portador da bola. Melhoria da coordenação entre os jogadores da 1ª e 2ª linha. Coberturas defensivas constantes para impedirem a progressão dos atacantes. Reorganização permanente em inferioridade de forma a reduzir os espaços de finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para aproveitarem a superioridade numérica quer em largura quer em profundidade.- Perceber as situações espaciais que possibilitam ações na estrutura 1:3:1.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola, do posicionamento dos atacantes e dos jokers.- Realçar a possibilidade de algumas trocas defensivas para potenciar a ocupação espacial em função dos atacantes e da bola

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EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Grupos de 5 jogadores + GR.

Descrição: Jogo GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios, um de cada lado, na parte exterior do campo. Os apoios têm uma bola no pé e poderão entrar em campo sempre que o colega sair do espaço de jogo, do mesmo lado, com a bola controlada.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional dos apoios em função do posicionamento defensivo adversário. Criação de situações de superioridade numérica para finalizar.Defensores – procuram coordenar as suas ações para impedirem a progressão e finalização dos atacantes. O defensor que se encontra do lado contrário à bola deve adotar um posicionamento que permita impedir situações de 1xGR. Coberturas defensivas constantes e reorganização defensiva se apoio exterior entrar em campo.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Orientação do jogo dos apoios para finalização com exploração de situação 1xGR.- Aproveitar a vantagem posicional dos apoios para criar situações de finalização.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Equilíbrio defensivo com o terceiro defensor a assumir um posicionamento que impeça situações de 1xGR.

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EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo.

Organização: Grupos de 5 jogadores + GR

Descrição: O jogo inicia-se GR+3x3+GR tendo cada equipa 2 apoios laterais (1 de cada lado) que circulam no exterior nas laterais do campo. No ataque, sempre que se pretender tirar vantagem pelo posicionamento dos apoios poder-se-á fazê-lo através do passe passando a equipa a atacar com 4 elementos + GR. Por sua vez, sempre que a situação anterior se verifique, o defensor do lado contrário deverá também entrar, para que as equipas joguem com o mesmo número de jogadores.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional do apoio.Defensores – fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário finalizar.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Aproveitar a vantagem de ter superioridade espacial e numérica momentânea para criar situações de finalização. Atacante ao receber a bola deve estar posicionado de modo a direcionar de imediato as suas ações para a baliza e receber a bola de forma orientada para ganhar vantagem espácio-temporal.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Funções e responsabilidades de cada defensor em função do local em que a bola se encontra.

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EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Grupos de 3.

Descrição: Jogo GR+3x2+2+GR. Os 3 atacantes, que se situam na zona de meio campo, recebem bola do GR e escolhem o sentido do ataque. Os outros dois defensores fazem retorno defensivo para tentarem anular a situação evidente de 3x2. O jogo termina quando a bola sair.

Comportamentos desejados:Atacantes – Receção orientada para a baliza adversária. Velocidade na condução de bola para conseguirem finalizar em superioridade numérica. Dar solução de passe ao portador da bola. Defensores – Equilíbrio defensivo de forma a retardar a progressão do ataque, esperar que os jogadores que fazem retorno cheguem para se anular a situação de inferioridade numérica.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem a superioridade numérica.- Finalizar a situação de superioridade numérica evidente.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas de passe em profundidade.

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EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo. Transições em superioridade/inferioridade numérica.

Organização: Grupos de 3.

Descrição: Os 3 atacantes atacam consecutivamente as duas balizas. O exercício inicia-se com reposição do GR, os atacantes atacam os dois defensores, após finalizarem a ação ou perderem a posse de bola atacam a outra baliza onde já se encontra um defensor. Um dos outros dois defensores faz retorno defensivo. Criam-se situações de 3x2, 3x1 ou 2x1.

Comportamentos desejados:Atacantes – Receção orientada para a baliza adversária. Velocidade na condução de bola para conseguirem finalizar em superioridade numérica. Dar solução de passe ao portador da bola. Defensores – Equilíbrio defensivo de forma a retardar a progressão do ataque e esperar que o jogador que faz o retorno chegue. Evitar finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem a superioridade numérica.- Finalizar a situação de superioridade numérica evidente.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas de passe em profundidade.

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EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Intermédio

Conteúdos: Trabalhar o jogo como um projeto coletivo. Penetração vs contenção e cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio, espaço vs concentração. Exercitação das ações técnicas individuais em contexto de jogo cada vez mais complexo.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR+ Joker.

Descrição: Jogo GR+3x3+GR com 1 joker.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional do apoio.Defensores – fecho da equipa, em largura, e reorganização defensiva permanente para impedir a abertura de espaços para o adversário finalizar.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Focar a atenção dos jogadores para a vantagem posicional em função de terem mais um jogador.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Reorganização constante e articulação entre os jogadores da 1ª e 2ª linhas devido a jogarem em inferioridade numérica.

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5.4 NÍVEL DE ESPECIALIZAÇÃO – ORGANIZAÇÃO E DINÂMICA COLETIVA PARA A VARIABILIDADEDO JOGO

Conteúdos prioritários a desenvolver:No nível de especialização, o treino das habilidades específicas deve acontecer em contextos de elevadas exigências procurando a especialização e o desenvolvimento das características necessárias para que os jogadores possam competir para ganhar. Deve-se continuar a consolidar os conteúdos propostos anteriormente. Assim, neste nível, pretende-se aprimorar todos os princípios específicos, defensivos e ofensivos, de forma a preparar os praticantes para poderem assumir níveis de jogo de maior complexidade e em função da variabilidade do mesmo. Em termos ofensivos e no que diz respeito às várias organizações estruturais os praticantes devem perceber quais são as tarefas e funções a desempenhar em função das posições específicas que ocupam, do que é o jogo e os contextos momentâneos que o mesmo sugere permitindo assim que identifiquem os momentos em que devem ter posse de bola ou progredirem para a baliza adversária. Interligar sistemas de jogo e a respetiva articulação funcional por forma a contrariar a organização defensiva adversária. Na defesa identificar momentos para pressionar e recuperar a bola ou retardar a progressão dos adversários para a baliza. Variação do método defensivo em função do ataque adversário e das linhas de pressão defensivas. Enfoque às situações específicas do jogo GR +4x3+GR e 5x4+GR.

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EXERCÍCIO 1 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição: Jogo 4x4 em que um dos elementos da equipa que defende tem uma bola na mão. Este para poder jogar tem que a passar a um colega de equipa. Quando a equipa recuperar a bola devem passar a bola que anda na mão a um elemento da equipa que ficou a defender.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Procurar tirar vantagem posicional em relação ao defensor que tem a bola na mão. Defensores – Capacidade de comunicação para fazer variar a bola na mão em função do contexto de jogo. Fecho da equipa em largura e profundidade para evitar situações de finalização.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem posicional em função do local onde se encontra o defensor com a bola na mão.- Focar a atenção dos jogadores no seu posicionamento em relação à bola e ao defensor com bola na mão de modo a dar objetividade na exploração do jogo.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Funções e responsabilidades de cada defensor em função do local em que a bola se encontra.

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EXERCÍCIO 2 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição: Jogo GR+4x+4+GR, todos os jogadores têm uma bola na mão. O treinador diz o nome de um praticante, este coloca a bola no chão e desenvolve-se o jogo (reorganização defensiva). Ao perder a posse de bola chama um 2º jogador (Idem). E assim sucessivamente.

Comportamentos desejados:Atacantes – grande mobilidade e amplitude do jogo, permanente procura e criação de espaços para finalizar. Capacidade de exploração de soluções de jogo individuais e coletivas em função da bola em jogo e do posicionamento adversário.Defensores – reorganização defensiva permanente tendo por base a bola em jogo. Pressão sobre a bola para condicionar atacante com bola em função do comportamento coletivo da defesa, e concentração defensiva para impedir progressão, situações de 1x1 com vantagem para atacante com bola e remate exterior à baliza.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem posicional quando colocam a bola no chão.- Direcionar a atenção dos defensores para a reorganização defensiva constante com preocupação no fecho das linhas de passe em largura e profundidade.- Funções e responsabilidades de cada defensor em função do local em que a bola se encontra.

Page 209: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

65FUTSAL

EXERCÍCIO 3 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição: Jogo GR+4x+4+GR. Jogo formal, quando a bola sai, ou sempre que os treinadores o entendam, colocam uma nova bola em jogo em substituição da que se encontra em jogo.

Comportamentos desejados:Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem posicional da nova bola em jogo através de ajustes rápidos em função da posição da bola no campo e do tipo de defesa adotado pela equipa adversária.Defensores – Reorganização defensiva em função da nova bola em jogo. Manter 3 linhas defensivas. Guarda Redes procura ajudar na coordenação dos seus colegas e é capaz de alterar posicionamento na baliza em função do posicionamento da bola e companheiros.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Grande mobilidade tendo por base princípios específicos e de estratégia da equipa para explorar pontos fracos do adversário.- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem posicional quando se coloca nova bola em jogo.- Direcionar a atenção dos defensores para a reorganização defensiva constante com preocupação no fecho das linhas de passe em largura e profundidade.- Focar a atenção na coordenação entre as 3 linhas defensivas e capacidade de concentração para fechar linhas de passe e remate.

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EXERCÍCIO 4 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição: 3 equipas. Jogo GR+4x+4+GR. Joga uma equipa contra a outra estando uma terceira de fora com dois jogadores de cada lado do campo. Sempre que um dos elementos da equipa passe a bola a um dos apoios exteriores, saem todos os elementos e entra a equipa que está de fora prosseguindo o jogo.

Comportamentos desejados:Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem posicional do elemento que entra em jogo e restantes colegas com o objetivo de criar rápidas situações de finalização devido à vantagem posicional.Defensores – Reorganização defensiva em função da entrada da nova equipa em jogo. Manter 3 linhas defensivas revelando sempre equilíbrio defensivo.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Grande mobilidade tendo por base princípios específicos e de estratégia da equipa para explorar pontos fracos do adversário.- Focar a atenção dos atacantes para tirar vantagem posicional dos apoios exteriores.- Direcionar a atenção dos defensores para a reorganização defensiva constante com preocupação no fecho das linhas de passe em largura e profundidade.- Focar a atenção na coordenação entre as 3 linhas defensivas e capacidade de concentração para fechar linhas de passe e remate.

Page 211: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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EXERCÍCIO 5 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Transições em superioridade e inferioridade numérica. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição: O exercício começa 1x1, passado “x” tempo entra um jogador de uma equipa e joga-se 2x1 e posteriormente 2x2, 3x2, 3x3, 4x3 até chegar ao 4x4. Depois faz-se na ordem decrescente até chegar novamente ao 1x1.

Comportamentos desejados:Atacantes – explorar e aproveitar vantagem numérica dos elementos que vão entrando para criar situações de finalização.Defensores – impedir situações de finalização em inferioridade numérica.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem a superioridade numérica.- Finalizar a situação de superioridade numérica evidente.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas de passe.

Page 212: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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EXERCÍCIO 6 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Transições em superioridade e inferioridade numérica. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Grupos de 4 jogadores + GR

Descrição: Jogo formal. Quando uma equipa passar o meio campo com a bola controlada pode atacar para qualquer das balizas. Criam-se situações de superioridade numérica.

Comportamentos desejados:Atacantes – explorar e aproveitar vantagem numérica da decisão de inverter o sentido do ataque após ter passado o meio campo.Defensores – impedir situações de finalização em inferioridade numérica. Reorganização defensiva rápida.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem a superioridade numérica.- Focar a atenção dos atacantes para a importância da progressão no recinto de jogo.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas de passe para que a equipa de posse de bola não tenha a opção de atacar ambas as balizas.

Page 213: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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EXERCÍCIO 7 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa.

Organização: Equipas de 5 elementos.

Descrição: O Jogo começa 5x4+GR. Os elemento da equipa de 5 jogadores atuam de uma forma mais posicional, sem mobilidade, e têm por objetivo através do passe fazer a bola chegar a um dos pivôs. Quando a bola chegar a um destes elementos o pivô que não a recebeu sai e joga-se 4x4 até que a equipa que está a atacar perca a posse de bola.

Comportamentos desejados:Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem posicional de ter um elemento a mais para quando a bola chegar a um dos pivôs criarem situações de finalização.Defensores – Fechar linhas de passe em profundidade. Reorganização defensiva rápida sempre que a bola chegue a um dos pivôs.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem a superioridade numérica.- Direcionar a atenção dos defensores em função da bola e do posicionamento dos atacantes.- Pressão sobre o portador da bola e sobre as linhas de passe em profundidade para que a bola não chegue aos pivôs.

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EXERCÍCIO 8 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa. Situações de risco 5x4+GR.

Organização: Equipas de 5 elementos.

Descrição: Jogo formal GR+4x4+GR. Sempre que uma equipa consiga passar o meio campo e continuar de posse de bola tem que atacar 5x4+GR.

Comportamentos desejados:Atacantes – Explorar e aproveitar vantagem posicional de ter um elemento a mais para conseguir criar situações de finalização.Defensores – Pressão e concentração sobre a bola para não abrir espaços nas diagonais e dificultar a circulação de bola.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem a superioridade numérica.- Direcionar a atenção dos jogadores para as variações na ocupação de espaço e coordenação entre jogadores face a possíveis comportamentos da equipa adversária.

Page 215: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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EXERCÍCIO 9 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa. Esquemas táticos (pontapés de linha lateral).

Organização: Equipas de 5 elementos.

Descrição: Estão várias bolas ao longo das linhas laterais. Jogo formal GR+4x4+GR. A jogada começa sempre com a marcação de um pontapé de linha lateral e termina quando a equipa que defende recuperar a posse de bola ou que esta saia do campo de jogo.

Comportamentos desejados:Atacantes – Explorar e aproveitar a marcação dos esquemas táticos para criar situações de finalização.Defensores – Evitar que o adversário consiga finalizar.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação dos atacantes para a baliza para aproveitarem as situações estratégicas.- Direcionar a atenção dos jogadores para as variações na ocupação de espaço e coordenação entre jogadores face a possíveis comportamentos da equipa adversária com o objetivo de evitar situações de finalização.

Page 216: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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EXERCÍCIO 10 – Nível de desempenho Especialização

Conteúdos: Penetração vs contenção, cobertura ofensiva vs cobertura defensiva, mobilidade vs equilíbrio e espaço vs concentração. Trabalho das ações técnicas individuais em intensidade e contextos com exigências e características similares aos da competição. Variação posicional do ataque. Reorganização constate da defesa. Esquemas táticos (pontapés de canto).

Organização: Equipas de 4 elementos.

Descrição: O exercício inicia-se com a marcação de um pontapé de canto. Quando a equipa finalizar ou quem defende intercetar a bola inicia-se uma situação de superioridade numérica (3x2) para a baliza contrária onde estão dois defensores. A equipa que defendeu o pontapé de canto marca a seguir na outra baliza.

Comportamentos desejados:Atacantes – Explorar e aproveitar a marcação dos esquemas táticos para criar situações de finalização.Defensores – Evitar que o adversário consiga finalizar e sair em rápidas transições.

Aspetos a realçar pelo treinador:- Direcionar a ação e atenção dos atacantes para a baliza para aproveitarem as situações estratégicas.- Enquadramento com a baliza e movimentos sincronizados para finalizarem.- Direcionar a atenção dos jogadores para as variações na ocupação de espaço e coordenação entre jogadores face a possíveis comportamentos da equipa adversária com o objetivo de evitar situações de finalização.

Page 217: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

73FUTSAL

Page 218: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

74 F.P.F

6. BIBLIOGRAFIA

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Page 220: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva
Page 221: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

APRESENTAÇÃO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

APRESENTAÇÃO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

Page 222: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

PRINCÍPIOS

• Regime Jurídico Formação Contínua

• Reduzida oferta de formação específica (Futsal)

• Formação inicial dos professores deficitária (Futsal)

• Futsal é a modalidade mais praticada no DE

• PEN Futsal > Formação de RH

Formação de Professores

Page 223: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

OBJETIVOS

• Conhecer a origem e história da modalidade;

• Conhecer e interpretar as leis de jogo de Futsal;

• Perceber a estrutura e funcionalidade do jogo de Futsal, como complemento ao ensino do futebol (Programa de Educação Física);

• Dominar metodologias de ensino/aprendizagem das ações individuais e coletivas específicas da modalidade;

• Conhecer os diferentes níveis de desempenho e consequentes conteúdos;

OBJETIVOS

• Aplicar metodologias de ensino adequadas a cada nível de desempenho;

• Conhecer e aplicar os vários tipos de jogos de aprendizagem de Futsal e adequa-los ao nível de desempenho dos alunos;

• Dominar e aplicar as principais progressões dos vários conteúdos de aprendizagem;

• Conhecer os vários momentos/fases do jogo e consequentes implicações no ensino/treino;

• Articular o ensino do Futsal com outros jogos desportivos coletivos.

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CR

ON

OG

RA

MA

AVALIAÇÃO

Page 225: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

AVALIAÇÃO

TRABALHO INDIVIDUAL:

• Elaborar uma sequência de 2 exercícios para cada um dos 4 níveis de aprendizagem.

• Entregar em papel no final do último dia da ação (dia 07).

Formadores

Luís Miguel Oliveira

[email protected]

André Teixeira

[email protected]

Page 226: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

1

HISTÓRIA CRONOLÓGICA DO FUTSAL

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

ORIGEM

Page 227: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

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2

ENQUADRAMENTO

PORTUGAL

Page 228: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

3

DIAGNÓSTICO

ENQUADRAMENTO DA MODALIDADE ??????

NEGATIVISMO CONSTANTE!

FUTSAL EM NÚMEROS

• Praticado em 145 países.

• 47 países prevêem iniciar competições de Futsal no curto

termo.

• 2, 1 milhões de atletas federados (87,75% masculinos e

12,5% femininos)

• Fonte: FIFA Circular no. 1016, 24 January 2006

Page 229: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

4

F. P. F. F. P. Fut. Salão

F. P. Futsal

F. P. Fut. SalãoF. P. F.

1985

1997

1991

Evolução em Portugal

*Adaptado de Rocha, J. , 2000 – Curso de treinadores da AFB – Nível I

Futsal em Portugal – Nota histórica

• 26 anos de História.

• Acordo de integração entre as Federações Portuguesas de Futebol e de Futsal foiassinado em 1997.

• Portugal foi o 6º país Europeu a promover competições de Futsal.

• Modalidade colectiva com forte expressão no ambiente Escolar e Universitário.

• Modalidade desportiva com elevado potencial de desenvolvimento.

• Quadros competitivos regulares nos 20 distritos.

• Praticantes federados de Futsal na época 2010/11: 28.819 (24094 ; 3836 )

• Quadros competitivos nacionais – masculino, com 3 divisões e 108 clubes.

• 3 Taças Nacionais: Sénior Feminino, Júnior A e B masculino

• Mais de 250.000 praticantes de Futsal a nível recreativo/lazer

Page 230: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

5

O “PESO DA HISTÓRIA”

Fonte: Sítios na internet da FIFA & FPF, FIBA & FPB e IHF & FAP

Modalidade Criação POR Fed. Intern. JO

Basquetebol 1891 1913 1932 1936

Voleibol 1896 1938 1947 1964

Andebol 1919 1939 192719361974

Futsal 1930 198519711989

?

Desenvolvimento Futsal – 3 décadas

Fonte: Sítios na internet e relatórios da FPF, FADU, Desporto Escolar, Carta das Instalações Desportivas Artificiais, 2001 – IDP e

IDRAM; Associações de Futebol filiadas na FPF (2005), Associação Nacional de Treinadores de Futebol, ANTF, Março de 2007

Factores DD - Portugal D80 D90 D00 D10 Fem

Praticantes Federados FPF

ME/DEFADU

3039 15636 29222203406505

72177288193170311655

15879399983833497

Equipas FPFME/DEFADU

217ND

1116ND

20871356420

21101476660

359431233

Instalações (pavilhões) 895*

Treinadores (RH) 0 0 2735 1606

* Fonte – carta desportiva nacional – IDP (2001)

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6

Resultados e Desenvolvimento (1/2)

Competição D80 D90 D00 D10

Mundial FIFA 1 (89) 2 (92/96) 3 (00/04/08) 1 (12)

Europeu UEFA 1 (99)4 (01/03/05/07)

2 (10/12)

Torneio Mundial 3 (10/11/12)

UEFA Champions L. 8 4

Europeu Sub-211 (2008) Portugal

não participou

PORTUGAL4º CMU’964º CMU’98

3º Mundial’004º CMU’00

4º Europeu’071º CMU’082º CMU/08

1º Champions L

2º Europeu’102º CMU/10

1º/2º CEU’102º/3º CEU’11

2º TM/103º TM/11

Resultados e Desenvolvimento (2/2)

Competição D80 D90 D00 D10

Mundial Universitário(CMU)

182

590/92/94/96/98

500/02/04/06/08

210/12

Europeu Universitário(CEU)

604/05/06/07/08/0

9

310/11/12

Page 232: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

7

Espaços de formação do Futsal em Portugal?

A visão da FPF está alinhada com a visão do Governo,

no que concerne à relevância do sistema educativo como

elemento indispensável no processo de desenvolvimento

desportivo do país.

Page 233: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

8

ORGANIZAÇÃO DO FUTSAL

Entidades que enquadram e animam o processo de desenvolvimento desportivo. Estasentidades podem ser Nacionais, Internacionais, governamentais e não governamentais(Pires, G, 1986).

Secretaria de Estado da Juventude e do desporto MCIES ME

Escolas

Praticantes Federados - evolução

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

Evolução do número de praticantes federados de Futsal

Page 234: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

9

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGALNa FPF

• 22 Associações Distritais e Regionais têm competições de Futsal.

• 38% dos atletas federados são do escalão sénior.

• 77% dos atletas Federados Sénior são do género masculino

• 23% dos atletas Federados Sénior são do género feminino

• 62% dos atletas Federados são dos escalões de formação .

• 93% dos atletas federados na formação são do género masculino.

• 7% dos praticantes federados na formação são do género feminino.

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGALNa FPF

Distribuição percentual das equipas deFutsal pelo território nacional

• 2337 equipas de Futsal inscritas nas22 Associações Distritais eRegionais

NUTS II Equipas

Açores 192 8%

Madeira 23 1%

Norte 728 31%

Centro 723 31%

Lisboa 470 20%

Alentejo 126 5%

Algarve 75 3%

5%

3%

20%

31%

31%

8%

1%

Distribuição equipas de

FutsalNUTS II

Época 2011/12

Fonte: FPF

Page 235: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

10

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGALPraticantes federados de Futsal – FPF 2011/12

TOTAL 29334

Masculino 25455 87%

Feminino 3879 13%

Sénior 10926 38%

Masculino 8355 77%

Feminino 2571 23%

Formação 18408 62%

Masculino 17100 93%

Feminino 1308 7%

Diagnóstico Nacional

Gráfico 1 – Número de praticantes Federados de Futsal (Dados FPF, época 2011/12)

Gráfico 1 – Número de praticantes Federados de Futsal (Dados FPF, época 2010/11)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

Seniores JA JB JC JD JE JF JG

Masculino

Feminino

Page 236: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

11

Diagnóstico Nacional

Gráfico 1 – Número de praticantes Federados de Futsal (Dados FPF, época 2011/12)

Gráfico 2 – Relação de praticantes Federados Seniores/Formação (Dados FPF, época 2010/11)

0

5000

10000

15000

20000

25000

Seniores Formação Total

MASCULINO

FEMININO

Diagnóstico Nacional

Gráfico 3 – Relação de praticantes Federados Seniores/Formação (Dados FPF, época 2011/12)

Seniores

Formação

Page 237: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

12

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGALPraticantes com quadros competitivos regulares em 2011/12

Fonte: FPF, Ministério da Educação (GCDE), FADU

TOTAL DE PRATICANTES FUTSAL

73485

FPF 29334

ESCOLAR 44151

2º e 3º ciclos 32496

ensino superior 11655

ESCOLA?????????????

Page 238: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

13

Futsal

•É a modalidade mais praticada no âmbito do Desporto Escolar e Desporto Universitário.

CARACTERIZAÇÃO DO FUTSAL EM PORTUGALA realidade do Futsal na Escola

Mais de trinta mil praticantes nos quadros competitivos de Futsal em 2011/12,

(30% praticantes do género feminino e 70% praticantes do género masculino).

70% dos jovens que participam em quadros competitivos de Futsal na Escola

competem nos escalões Infantil e Iniciado, constituindo a base da formação inicial

da modalidade.

Dos 308 concelhos do país, os quadros competitivos de Futsal na Escola tem uma

penetração em 243 concelhos (79%).

1466 equipas, necessitam de 1466 treinadores. Apesar de haver qualificação

pedagógica dos Professores, há claramente défice de formação específica da

modalidade.

3127 jovens árbitros participam na formação ministrada nas escolas. Alguns destes

jovens são potenciais árbitros para abraçar uma carreira na arbitragem.

Adaptado do Projecto de Desenvolvimento e qualificação formativa do Futsal da FPF, elaborado por Jorge Braz, Março de 2010

Page 239: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

14

Desporto Escolar

Gráfico 4 – Números de praticantes de Futsal masculinos no Desporto Escolar por Escalão (Dados ME, ano lectivo2012/2013)

0

100

200

300

400

500

600

ALG ALE LVT CENTRO NORTE TOTAL

INF A

INF B

INIC

JUV

JUN

Desporto Escolar

Gráfico 4 – Números de praticantes de Futsal femininos no Desporto Escolar por Escalão (Dados ME, ano lectivo2012/2013)

0

20

40

60

80

100

120

140

160

ALG ALE LVT CENTRO NORTE TOTAL

INF A

INF B

INIC

JUV

JUN

Page 240: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

15

Futsal

Cooperação!Partilha de boas práticas e interesses!

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado

Federado

Escolar0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

SenioresJuniores

JuvenisIniciados

Infantis

Federado

Escolar

Page 241: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

16

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

14000

SenioresJuniores

Juvenis

Iniciados

Infantis

Escolar

Federado

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado MASCULINOS

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Juniores Juvenis Iniciados Infantis

Federado

Escolar

Page 242: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

17

Gráfico 5 – Relação entre praticantes de Futsal do Desporto Escolar e Futsal Federado FEMININOS

0

500

1000

1500

2000

2500

Juniores Juvenis Iniciados Infantis

Federado

Escolar

Eixos de Intervenção

Gráfico 6 – Relação entre praticantes Femininos de Futsal do DE e FPF

0

500

1000

1500

2000

2500

Juniores Juvenis Iniciados Infantis

Escolar

Federado

Page 243: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

18

Eixos de Intervenção

Gráfico 7 – Relação entre praticantes Masculinos de Futsal do DE e FPF

0

2000

4000

6000

8000

10000

12000

Juniores

Juvenis

Iniciados

Infantis

Situação Atual

• No FUTSAL FEDERADO, tem havido um aumento de praticantes nosescalões de formação. No entanto, os escalões com menor número depraticantes, são os referentes às etapas iniciais de formação. Deveria serexactamente o contrário.

• No FUTSAL ESCOLAR, as etapas de formação inicial (infantis einiciados) representam 69% dos praticantes.

Page 244: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

19

Futuro?

IMAGEM?

Page 245: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

20

IMPACTO SOCIAL?

VISÃO? / ANÁLISE?

Page 246: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

21

2020 Futsal é reconhecido como um dosdesportos com maior relevância social emPortugal.

VISÃO

Page 247: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

22

Elementos centrais da estratégia

Estratégia

Slogan:

Ataque contra ataque

Focus:

- Reconhecimento Social

- Qualificação RH

Diferenciação:

- Sistema Educativo

- Critérios de qualidade

Estratégica – Foco total

Primeiro: fortalecer a ligação e laços internos para tornar o Futsal um parceiro atractivo

Depois: efectuar a ligação aomeio exterior para construir

reconhecimento.

Clubes

FPF/ADDE/DU

Televisão

Público Patrocinadores

Marketing

Investidores

Page 248: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

1

EVOLUÇÃO DO JOGO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

ESTRUTURA – FUNÇÃO!

Qual a estrutura adequada na aprendizagem do jogo?

Page 249: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

2

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL

• A organização estrutural, também denominada na literatura por sistema de jogo, relaciona-se com a disposição inicial dos jogadores em campo (Guilherme Oliveira 2004). No Futsal, são várias as organizações estruturais que podem ser assumidas pelas equipas. Todavia, atualmente, as mais utilizadas são as denominadas de “1-3-1” e de “1-4-0”. Porém, em circunstâncias específicas o “1-2-2” também se apresenta como uma alternativa válida.

ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL

• A organização funcional está relacionada com a dinâmica que os jogadores e a equipa conseguem imprimir à organização estrutural. Assim, a organização funcional assume-se como um conjunto de padrões de ação específicos dessa equipa em interação, que fazem emergir uma determinada forma de jogar, manifestando-se como princípios de jogo específicos dessa equipa (Guilherme Oliveira 2004).

Page 250: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

3

O Futsal, como JDC, evolui ao longo dos tempos nas suas

características mais particulares, com incidência na dinâmica

funcional do jogo e na sua organização, quer ofensiva, quer

defensiva…

2:23:1

4:0

Evolução / Complexidade

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL

EVOLUÇÃO DA DINÂMICA DE JOGO NA ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA

Jogo de Futsal

Organização estrutural

Organização funcional

No futsal atual destacam-se três sistemas de jogo ofensivo:

Page 251: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

4

3:1

2:2

4:0

Evo

luçã

o

Com

ple

xida

de

Cre

scen

te

José Luís Mendes

SISTEMAS DE JOGO

SISTEMAS DE JOGO

SISTEMA 2:2 – surgiu como a primeira tentativa de organização ofensiva, baseada na observação de outras modalidades.

José Luís Mendes8

Page 252: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

5

Sistema Tático 2:2

- Primeira tentativa de organização;

- Estático e muito recuado;

- Defesa “à zona”;

- Predominância no contra-ataque;

- Poucas coberturas defensivas;

- Ênfase nas situações de 1x1;

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 2:2

SISTEMA 3:1 – surgiu inicialmente de uma forma mais estática e posteriormente com maior mobilidade entre todos os jogadores de campo. É dos sistemas mais versáteis (utilizados) na actualidade.

José Luís Mendes10

SISTEMAS DE JOGO

Page 253: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

6

José Luís Mendes

• Vantagens

• Possibilita a alternância do jogo ofensivo (pivot estático ou móvel);

• Potência uma melhor gestão do tempo de posse de bola;

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

José Luís Mendes

• Vantagens

• Reduz a possibilidade de contra-ataques adversários, se mantivermos sempre coberturas ofensivas;

• Liberta espaços na zona de finalização;

• Adapta-se facilmente a qualquer método defensivo adversário.

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

Page 254: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

7

José Luís Mendes

• Vantagens

• Existe uma referência ofensiva (pivot);

• Permite inúmeras soluções ofensivas dada a maior proximidade dos jogadores;

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

José Luís Mendes

• Desvantagens

• Necessidade de ter um bom pivot na equipa;

• Se for demasiado estático torna-se previsível para o adversário colocar constantemente bolas no pivot;

• Um fixo que jogue na antecipação pode anular o jogo para o pivot;

SISTEMAS DE JOGO – 3:1

Page 255: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

8

Sistema Tático 3:1

- Evolução na mobilidade…;

- Racionalização evoluída do espaço;

- Especialização dos jogadores;

- Circulações táticas pré-definidas;

- Coberturas ofensivas e defensivas;

- Sistema mais utilizado atualmente

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 3:1

O sistema 3:1 é o que melhor se adequa à aprendizagem do

jogo de Futsal porque:

Permite um posicionamento equilibrado dos jogadores;

Potencia a mobilidade e as trocas posicionais;

Facilita a organização defensiva à zona.

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 3:1

Page 256: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

9

ESTRUTURA / FUNÇÃO

• Estrutura:

• Duas formas geométricas, muito importantes como referências posicionais tanto ofensivas como defensivas;

• Potencia passes na diagonal – ideal;

• Coberturas ofensivas/defensivas facilitadas.

SISTEMA 4:0 – é o sistema de jogo mais recente e explora o sentido de jogo colectivo com constante apoios ao portador da bola.

José Luís Mendes18

SISTEMAS DE JOGO

Page 257: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

10

Sistema Tático 4:0

- Mobilidade constante dos jogadores;

- Elevado sentido de jogo coletivo;

- “Universalidade” dos jogadores;

- Apoios constantes na zona da bola;

- Importância das transições…;

- Sistema mais recente;

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL

ORGANIZAÇÃO OFENSIVA/DEFENSIVA 4:0

Dado o espaço em reduzido onde se desenvolve o jogo e a

frequência com que surgem situações de bola parada, estes

momentos tornam-se, muitas vezes, preponderantes no desfecho

do jogo!

Rigidez táticaou…

…Criatividade??

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

EVOLUÇÃO DO JOGO DE FUTSAL

FRAGMENTOS CONSTANTES DO JOGO – “BOLAS PARADAS”

Page 258: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

11

ESTRUTURA / FUNÇÃO

Demonstração em Vídeo de vários exemplos!

Page 259: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

1

O FUTSAL COMO JOGO DESPORTIVO COLETIVO

Pressupostos Metodológicos na Aprendizagem do Jogo de Futsal

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO DE FUTSAL

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL

CAPÍTULO 3

Page 260: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

2

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

O Futsal, juntamente com modalidades como oBasquetebol, o Andebol e o Futebol são designados porJogos Desportivos Colectivos (JDC).

Os JDC são considerados como desportos desituação, isto é, onde as ações de jogo possuem umanatureza complexa, que determina sempre algumaforma de imprevisibilidade. (Pittera & Morino, 1984 cit.por Faria & Tavares, 1996).

Segundo Garganta (1999), a identidade dos

JDC revela-se pela:

…variação nas habilidades motoras em função das

condições do contexto;

…relação de forças para disputam da posse de bola

(oposição)

…estratégias/princípios individuais e coletivas que

guiam comportamento decisional para alcançar um

objetivo (cooperação)

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

Page 261: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

3

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Constantes interações entre

os jogadores no espaço e

tempo…

Cooperação

Oposição

…onde os factores decisionais, táticos e estratégicos são fundamentais para o desenvolvimento das ações de jogo

(Arroyo et al., 2003)

Page 262: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

4

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Constantes interações entre jogadores e adversários no

espaço e tempo

Sistema Complexo

Nos JDC todas as ações realizadas são fortemente determinadas do

ponto de vista tático (Konzag, 1983)

Futsal AÇÃO TÁTICA

Exploração do contexto de jogo para percecionar as suas

possibilidades de ação faces às suas caraterísticas individuais e dos

adversários…

…de modo a ajustar as suas ações para superarem a organização

estrutural do jogo

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

CARATERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

Page 263: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

5

Compreensão do Jogo de Futsal

Informação Espácio – Temporal e comunicação

Tomada de decisão / Ação tática

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

CARACTERIZAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DO JOGO

ESTRUTURA E DINÂMICA DO RENDIMENTO EM FUTSAL

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL

CAPÍTULO II

Page 264: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

6

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Performance de um jogador é condicionada:

- perceção dos contextos de jogo

- Capacidade para ajustar as suas ações aos

contextos de jogo

O treino deverá permitir:

- exploração da informação do contexto que

caracteriza os diferentes momentos de jogo…

- Descoberta das ações que resolvem

funcionalmente a situação do jogo

Perceção

Acção

…o treino de determinados modelos de execução individuais ou

padrões de comportamento coletivos de forma isolada podem estar…

….completamente desajustados da realidade que o jogo impõe!

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Page 265: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

7

Comportamentos dos jogadores ou equipa só assumem

significado quando:

- Intencionalmente procuram a resolução de um problema

- Contextualizados pela dinâmica situacional do jogo

- Têm por base informações espácio-temporais que guiam a sua

ação

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Ações individuais surgem pela identificação de

possibilidades de ação:

Passe tende a ocorrer quando os

jogadores detetam uma janela

espácio-temporal favorável

formada pelos dois defesas, e a

distância ao primeiro defesa

(Travassos et al., 2012)

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

Page 266: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

8

Para melhorar o comportamento coeltivo, é necessário

que a informação verbal e não-verbal que caracteriza o jogo…

…assuma o mesmo significado para todos os membros

da equipa em função das suas próprias características(Eccles & Tenenbaum, 2004)

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

INFORMAÇÃO ESPÁCIO-TEMPORAL E COMUNICAÇÃO

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

AÇÃO TÁTICA E TOMADA DE DECISÃO

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL

CAPÍTULO III

Page 267: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

9

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

AÇÃO TÁTICA E TOMADA DE DECISÃO

No Futsal, devido ao pouco espaço para cada jogador e à pressão

sobre a bola, torna-se essencial que os jogadores tomem

continuamente decisões

Tomada de Decisão

Transição no curso de ação dos indivíduos face às

possibilidades de ação disponíveis

Características individuais Nível de perícia

Treinar a tomada de decisão significa, descobrir como é que um

indivíduo poderá agir num contexto particular de ação!

Intervenção do treinador deverá ser no sentido de focar a

atenção dos jogadores na informação relevante do contexto…

…de modo a que estes fiquem sensibilizados para a sua

utilização e aumentem a probabilidade de resolver cada problema do

jogo com maior sucesso (Passos et al, 2012) .

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

AÇÃO TÁTICA E TOMADA DE DECISÃO

Page 268: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

10

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL

CAPÍTULO IV

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

É interessante constatar que existem jogadores que

quase sempre escolhem a melhor solução apesar dos

escassos décimos de segundo que têm para decidir (Araújo, 1997).

Devido à quantidade de variações que ocorrem no jogo de

Futsal num curto espaço de tempo…

…torna-se difícil para um jovem jogador / aluno identificar a

informação mais importante, para guiar a sua ação num

determinado momento!

Page 269: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

11

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Não raramente, a aprendizagem das habilidades isoladas

transformou-se num fim em si mesmo, perdendo a sua conexão com

a aprendizagem do jogo (Oliveira, 2012)…

…tornando o ensino do jogo baseado na forma de execução de

uma dada ação para garantir a estabilidade desse comportamento no

tempo.

Passes Sucessivos

Repetição Analítica

Passe

Estabilidade

Quando e como

executar??

Manipulação lançamento da bola:

Máquina (sem informação jogo) Lançador (com informação jogo)

Pinder et al. (2009)

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Page 270: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

12

Manipulação do número de possibilidades de ação para o passe

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

Apenas a 4ª condição (Passe com escolha, frente,

diagonal, lado) não mostrou diferenças em relação ao comportamento em jogo

(Travassos, 2012)

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

Page 271: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

13

Exercício de Passe

Variabilidadedas condições

de prática

Acoplamento informação-Ação

Capacidade adaptação ao

jogo

Mais do que ensinar os jogadores/alunos a executarem como os

melhores…

…deveremos ensiná-los a explorarem as suas possibilidades de

ação em situações específicas de jogo tal como os melhores o fazem!

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

Processo central do ensino do Futsal:

- a exploração do contexto de jogo para a identificação de

possibilidades de ação, tal como ocorrem no jogo

Construção dos exercícios tendo

por base unidades funcionais do

jogo:

Jogo de Futsal

Exercício B

Exercício A

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

Page 272: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

14

Para isso é fundamental que:

O feedback do Professor/ Treinador permita a descoberta guiada

das melhores ações…

... de acordo com as suas possibilidades de ação individuais e

coletivas identificadas!

A compreensão de como poderemos manipular as variáveis

dos exercícios de treino para alcançar os objectivos, torna-

se fundamental!

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

ESTABILIDADE VS VARIABILIDADE / FORMA VS FUNCIONALIDADE

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLETIVO

MANIPULAÇÃO DAS VARÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

AÇÃO DE FORMAÇÃO DE FUTSAL

CAPÍTULO V

Page 273: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

15

Tendo em conta estudos recentes, relativamente aos JDC,

alguns autores consideram que deverá existir uma inversão no

ensino do jogo:

AçoesIndividuais

Jogos Reduzidos /

Condicionados

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

De acordo com Newell (1986), a manipulação dos exercícios

pode ser feita através da manipulação de 3 constrangimentos:

• Características estruturais do indivíduo• Características funcionais do indivíduo

…do individuo…

• Regras, regulamentos, espaço, alvos e objectos utilizados no jogo

…da tarefa…

• Condições ambientais onde são desenvolvidas as tarefas (tipo de piso, altitude, iluminação, humidade…)

…do contexto…

FUTSAL, JOGO DESPORTIVO COLECTIVO

PRÍNCIPIOS METODOLÓGICOS NO ENSINO DO JOGO

MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

Page 274: Penetração, contenção e Cobertura Ofensiva

24-06-2015

16

…da tarefa…

Manter o acoplamento

perceção-ação

Simplificar o jogo e ampliar informação

permitir a exploração das possibilidades de

ação

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MANIPULAÇÃO DAS VARIÁVEIS DOS EXERCÍCIOS

Que constrangimentos manipular e porquê?

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