Pensando o vitalismo

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Pensando o Vitalismo Maria Thereza do Amaral

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Pensando o Vitalismo, e seus termos, na visão de uma historiadora da ciência e veterinária.

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Pensando o Vitalismo

Maria Thereza do Amaral

Page 2: Pensando o vitalismo

1 – Apresentação

2 – Princípio Vital, Vitalismo e uma Fisiologia

Vitalista

3 – Vitalismo, Matéria e o Ser Vivo

4 – “Reflexões Vitalistas”

5 – Sugestões de Leitura

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Maria Thereza

do Amaral

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VeterináriaUnesp - Jaboticabal

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Homeopatia

Veterinária

clínica homeopata

Faculdade

Homeopatia médica – 1988-1989

Homeopatia veterinária – 1993 e 1996

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Homeopatia

Veterinária homeopata

Ensino de Homeopatia

Pesquisa em Homeopatia

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História da Ciência PUC/SP

Mestre – 2002

Doutora – 2010

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WEB e ciaDesde 1994

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Pressupostos

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Pensamento biológico

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Pensamento biológico

Ver tudo do ponto de vista do ser vivo

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Pensamento biológico

e

pensamento clínico

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Pensamento biológico

e

pensamento clínico

Saúde - doença

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Pensamento biológico

Visão biológica

Ver tudo do ponto de vista de um ser vivo

Sistemas complexos, dinâmicos, abertos.

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Abordagem transdisciplinar

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Abordagem transdisciplinar

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Abordagem

transdisciplinar

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Ab

ord

age

m

tran

sdis

cip

linar

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Abordagem

transdisciplinar

Interfaces de

ciência –arte e cultura –educação

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Redes

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Redes

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Redes

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Redes

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Redes

Funcionar/ver / pensar

Em Redes

Visão sistêmica

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Pesquisadora

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Page 26: Pensando o vitalismo

Pesquisadora

História da Ciência

Doutorado (2010)

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Pesquisadora

História da Ciência

Doutorado

“Não sei quase nada, mas sei onde procurar...”

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Questões

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Questões: Ser Vivo

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Questões:

Ser Vivo

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Questões:

Fisiologia

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Questões: Fisiologia

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Princípio vital, vitalismo e a proposta de uma fisiopatologia

vitalista.

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Uma abordagem teórica de um problema que afeta:

• A Homeopatia

• O Estudo do ser vivo

• Como se estuda o ser vivo

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E que busca estudar fatores, situações, fatos, teorias, conceitos

pré Hahnemann.

... e vistos por uma historiadora que tem formação em clínica e em

Homeopatia.

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Introdução

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‘Princípio vital’, ‘vitalismo’ e ‘fisiopatologia vitalista’

Um panorama particular da

França entre os anos de 1770 e 1820, em

estreita correlação com a faculdade de medicina

de Montpellier e os meios científicos de Paris, em

oposição a faculdade de Paris.

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‘Princípio vital’ ‘vitalismo’

Criação de fisiólogos do período

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‘fisiopatologia vitalista’

Criação da autora

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São componentes de um mesmo conjunto teórico construído ao longo do tempo por

diversos campos do saber

Necessitam ser analisados para que se entenda melhor a sua dinâmica, o seu contexto, o seu

conteúdo e sua construção.

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Esses termos, e seus respectivos conceitos,

se encaixam em uma categoria que podemos

chamar de ‘vitalismo médico de Montpellier’

(uma designação dada a posteriori)

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Pressupomos que sem que um conceito seja

estudado em seus próprios termos,

em sua época e dentro de seu modelo de ciência

específico e explicitado,

para que depois seja montado um encadeamento

com outros conceitos,

não se constrói uma rede conceitual-histórica

fidedigna.

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O processo de construção do trabalho

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grupo de pesquisa do CESIMA e seu método geral de pesquisa em História da Ciência.

Estudar os conceitos, os autores e

suas obras dentro da dimensão em

que foram concebidos e na qual foram

expressas.

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Page 44: Pensando o vitalismo

Através de

documentos

as suas tramas e urdiduras e as de suas fontes,

suas contextualizações e textualizações, e

as condições que contornam nossas escolhas,

delimitando nossa pesquisa

e nossa atuação como pesquisadores.

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Analisamos o trabalho feito pelo pesquisador ao trabalhar seus objetos,

analisamos o que foi estudado sobre ele e

analisamos o que outros autores consideraram sobre o autor e sua época.

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O documento

componentes Rede conceitual histórica

tempo

Interfaces

Vários campos do saber

Conjuntos teóricos

Sua construção Sua dinâmica Seu contexto Seu conteúdo

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Método

A análise de um documento

fontes Seu autor

fontes

fontes

fontesNosso

documento (1)

fontes

Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª Lit. 2ª

tempo Análise historiográfica (2)

“contexto”, o que o cerca (3)

HistóriaSociedade

Religião Arte: música,

pintura, literatura,etc

Educação

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(1) A análise do documento

(2) A análise historiográfica

(3) A análise do que o cerca

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(1) O documento

Estudamos o texto através de uma análise de

argumentos, de sua coerência interna e vínculos

com outros textos, onde fazemos uma análise

do texto por ele mesmo, pelos dados que

fornece.

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Page 50: Pensando o vitalismo

(2) A análise historiográfica

Fazemos uma análise que implica na leitura

bidirecional texto-contexto, na procura por

indicações de continuidades e permanências de

conceitos, teorias e métodos científicos no

decorrer do tempo.

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Page 51: Pensando o vitalismo

(3) O que o cerca

Todo autor está imerso num universo particular, marcado por direções e influências específicas que

nos dão um sentido maior que somente a análise e a crítica do texto nos dariam.

Devem ser levadas em conta as especificidades dos contextos e discursos que formam e marcam as

concepções científicas de épocas diversas.

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Os termos e sua história

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Os termos e sua história

Barthez

Paul-Joseph Barthez (1734-1806) médico e fisiologista francês, estudou e dirigiu a faculdade de medicina de Montpellier.

Um fator determinante na literatura que se seguiu a partir do final do século XIX, entre dois períodos muito significativos da história da fisiologia médica.

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Os termos e sua história

Barthez

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Revolução Francesa

– Antes, durante e depois (reabilitado por Napoleão).

Mudanças na profissão médica, na saúde pública (hospitais) e no ensino da medicina na França.

Iluministas e enciclopedistas.

Paris e Montpellier – rivalidade “eterna”.

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Page 56: Pensando o vitalismo

Barthez

Sua principal obra, Nouveaux Éléments de la

Science de l`Homme, foi publicada em 1778, e é

onde ele propõe um método de estudo e de

compreensão fisiopatológica para o ser vivo.

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Barthez

Suas obras podem ser agrupadas em três fases:

de 1772 a 1774, a sua fase mais geral,

obras foram escritas em latim e

ele expõe, em sua obra Oration Academica de Principio Hominis Vitali (1772-1773), sua teoria do ‘princípio vital’, que ele detalhou na obra seguinte,

Nova Doctrina de Functionibus [Fonctionibus] Naturae (1774);

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Page 58: Pensando o vitalismo

Barthez

a fase que vai de 1778 a 1801,

ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês,

propõe, na obra Noveau Éléments de La Science de l’Homme de 1778, um novo modelo fisiológico,

coerente com uma proposta de abordagem de um ‘Homem Inteiro’ (Homme Entiere).

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Page 59: Pensando o vitalismo

Barthez

a fase que vai de 1778 a 1801,

ocorre a fundamentação de suas teorias obras escritas em francês,

Que por sua vez estava inserida em uma proposta geral de conhecimento, a ‘Ciência do Homem’

(Science de l’Homme).

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Page 60: Pensando o vitalismo

Barthez

e fase a que vai de 1801 a 1806,

ocorre a aplicação de suas teorias em suas práticas médicas,

obras estas escritas em francês.

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Page 61: Pensando o vitalismo

Barthez

Em todas estas fases o que se observa é a evolução do conceito

de ‘princípio vital’.

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Page 62: Pensando o vitalismo

Barthez

Quando se fala em Barthez é muito comum o uso da expressão ‘princípio vital’ para caracterizar o que

seria seu ‘vitalismo’.

O conceito de ‘princípio’, apesar de muito utilizado em sua obra, era um conceito aplicado a várias

áreas e que fazia parte do contexto científico de sua época.

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Page 63: Pensando o vitalismo

Barthez

O desenvolvimento de uma ‘fisiologia do homem’, nas palavras do próprio Barthez:

“... são as forças do Princípio Vital do homem, suas comunicações ou simpatias, sua reunião

em sistema, suas modificações distintas dentro dos temperamentos e da idade e sua extinção à

morte” .

P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l'homme, v.1, pp.35-6.

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Page 64: Pensando o vitalismo

Barthez

Para ele o uso do termo ‘princípio vital’ teria duas finalidades:

uma, seria a de usar uma expressão que possibilitasse “encurtar o cálculo analítico dos

fenômenos”

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Page 65: Pensando o vitalismo

Barthez

A outra teria a função de indicar que o fenômeno da

existência da vida em um ser vivo se dá através de algo,

que tinha as características de poder vir de fora do corpo

do ser ou não, que tinha a característica de não ser a

alma e também de estar intimamente ligado à matéria a

quem dava esta vida, mas não ser gerado por essa

matéria.

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Page 66: Pensando o vitalismo

Barthez

A esse algo Barthez deu o nome ‘princípio vital’.

P-J. Barthez, Nouveaux éléments de la science de l’homme, v.1, p. 18-9, p. 2.

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Page 67: Pensando o vitalismo

Barthez

Em Noveau Éléments de La Science de l’Homme,

Barthez afirma que “...eu chamo de Princípio

vital do homem a causa que produz todos os

fenômenos da vida no corpo humano.

O nome dessa causa é assaz indiferente e pode

ser dado à vontade.”

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Page 68: Pensando o vitalismo

Barthez

O que caracterizaria a dinâmica fisiológica de

Barthez pode ser colocado nos seguintes termos:

O que faz a vida ocorrer seria o ‘princípio vital’,

mas ele não definiria que ela é.

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Page 69: Pensando o vitalismo

Barthez

Esse ‘princípio vital’ agiria através de forças

que produziriam todos os fenômenos da

vida no corpo humano, desde seu início até

seu fim.

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Os termos e sua história

Dumas

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Page 71: Pensando o vitalismo

Dumas

O médico e fisiologista Charles-Louis Dumas (1765 –1813), no prefácio de sua obra Principes de Physiologi, de 1800, cita três grandes direções nos estudos anatomo-fisiológicos que dariam origem a diferentes hipóteses:

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Page 72: Pensando o vitalismo

Dumas

A materialista

A espiritualista

A de outros fisiológos .

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Page 73: Pensando o vitalismo

Dumas

A terceira, de outros fisiológos que consideram que todos fenômenos da vida não são devidos nem à matéria e tampouco à alma, mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos os atos de vitalidade, sem ser movido por estímulos físicos do corpo material, nem dirigido pelas afecções morais ou previsões intelectuais do próprio pensamento.

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Page 74: Pensando o vitalismo

Dumas

Destas três ‘seitas’ derivariam todas as outras, que para Dumas estariam dividindo os fisiólogos:

a primeira dos mecânicos e dos químicos,

a segunda dos animistas e dos stahlinianos,

a terceira dos vitalistas.

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Page 75: Pensando o vitalismo

Dumas

A terceira orientação :

Barthez, responde a Dumas

...mas a um princípio intermediário que possui faculdades tanto como de um, como de outro, e que regra, dispõe e ordena todos

os atos de vitalidade...

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Page 76: Pensando o vitalismo

Dumas

E foi aqui que o termo ‘vitalista’ foi cunhado e definido, ou seja, em 1800.

(‘princípio vital’ em 1772)

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Page 77: Pensando o vitalismo

Os termos e sua história

Vitalismo

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Page 78: Pensando o vitalismo

O vitalismo

Vitalismo é um termo usado para indicar

qualquer doutrina filosófica, médica ou

biológica que considere os fenômenos vitais

como irredutíveis aos fenômenos físico-

químicos.

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Page 79: Pensando o vitalismo

Essa irredutibilidade pode ser comum a todas

correntes, mas a forma como elas definem,

qualificam e quantificam esta

irredutibilidade, e o que elas procuram com

isso, varia enormemente.

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Embora este seja um núcleo de definição comum a

todas correntes, doutrinas, e visões ditas

‘vitalistas’, a expressão ‘vitalismo’ na realidade é

ambígua, e apesar de evidências superficiais não

indicarem isto, ela nós remete a vários tipos de

estudos e concepções, com objetivos diversos, e

feitos em épocas diversas.

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Page 81: Pensando o vitalismo

Uma de nossas dificuldades em conceituar e

contextualizar apropriadamente o termo

‘vitalismo’ é o fato de que ele foi discutido e

aplicado, com conceitos diferentes, em áreas

diversas, tais como filosofia, biologia, medicina,

química e fisiologia.

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Page 82: Pensando o vitalismo

Química,

(usada na obra de Barthez)

Tem, em geral, uma visão muito restrita quando

entende por ‘vitalismo’ uma corrente que afirmava

não ser possível sintetizar um composto orgânico

fora do corpo.

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Page 83: Pensando o vitalismo

Química X Vitalismo

... 1828 quando Friedrich Wöhler publicou um trabalho sobre a síntese de uréia, provando que compostos orgânicos podiam ser criados artificialmente e derrubando o vitalismo como base teórica para a distinção entre a matéria animada e inanimada.

(Wikipedia, História da Bioquímica)

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Page 84: Pensando o vitalismo

Nunca se deverá esquecer que os

termos ‘vitalista’ e ‘vitalismo’ foram

invenções do século XIX, que foram se

modificando ao longo do tempo.

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Page 85: Pensando o vitalismo

Os termos e sua história

Uma fisiopatologia vitalista

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Page 86: Pensando o vitalismo

Os termos e sua história

Uma fisiopatologia vitalista

Uma designação dada a posteriori

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Page 87: Pensando o vitalismo

Uma fisiopatologia vitalista

A fisiologia, no sentido moderno do termo, é o resultado de um longo processo de

construção.

Na pesquisa realizada durante o mestrado, abordamos a contribuição realizada nesse

sentido por Barthez

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 87

Page 88: Pensando o vitalismo

Uma fisiopatologia vitalista

Para Barthez a fisiologia

“..são as forças do Princípio Vital do homem, suas

comunicações ou simpatias , sua reunião em um

sistema, suas modificações distintas dentro dos

temperamentos e das idades e sua extinção à

morte”

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Page 89: Pensando o vitalismo

Uma fisiopatologia vitalista

‘Princípio vital’ era o nome da causa experimental

da vida, apresentada a Barthez pela observação da

saúde e das moléstias no homem, ou seja, chegou a

essas conclusões por fatos observáveis e

observados.

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Page 90: Pensando o vitalismo

Barthez aborda em sua obra aspectos ‘fisiopatológicos’ do homem :

por que ele é um homem e gera um homem e não outra espécie.

o que são moléstias,

como se dão os movimentos, tanto dos músculos quanto dos órgãos internos,

o que determina a estrutura e a coesão de todas suas partes,

o que o faz envelhecer e morrer.

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Page 91: Pensando o vitalismo

Barthez propôs sua fisiopatologia baseado em

uma síntese de várias correntes filosóficas

(“científicas”) e fisiológicas vindas de um vasto

apanhado de tendências do século XVII e

XVIII, e outras anteriores.

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 91

Page 92: Pensando o vitalismo

O ponto central de qualquer estudo dito

‘vitalista’ é o ser vivo, e esse fato não deve

jamais ser esquecido, pois os objetivos, os

pressupostos e as conclusões de um estudo

desse tipo jamais serão as mesmas que de

outras correntes fisiológicas.

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Page 93: Pensando o vitalismo

Os termos e sua história

Conclusão

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Page 94: Pensando o vitalismo

‘Princípio vital’, Barthez

‘Vitalismo’, Dumas

Estes termos, e seus respectivos conceitos, se encaixam em um ‘vitalismo médico de

Montpellier’ que será uma designação dada a posteriori, assim como o termo ‘fisiopatologia

vitalista’ para designar a fisiopatologia de Barthez.

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Page 95: Pensando o vitalismo

O dito ‘vitalismo’ de Barthez, assim como de outros

fisiologistas franceses do período, é muito útil

como subsídio para se formar um outro olhar

sobre o estudo do ser vivo em geral, sendo um

tema atual perante as novas visões da química e da

física, e suas interações com a biologia em geral, e

a fisiologia em particular.

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 95

Page 96: Pensando o vitalismo

Barthez não se denominou um ‘vitalista’,

não fez nenhum tipo de ‘vitalismo’,

foi um estudioso médico, profundamente envolvido

em um programa de pesquisa fisiopatológica na

França, no século XVIII, na faculdade de medicina

de Montpellier em conjunção com determinados

círculos e sociedades de Paris.

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 96

Page 97: Pensando o vitalismo

Vitalismo, Matéria

e o Ser Vivo

Page 98: Pensando o vitalismo

MATÉRIA

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Page 99: Pensando o vitalismo

Matéria

Viva Morta ou bruta

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Page 100: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia

• Pré-socráticos

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

• Biologia

• Célula

• Átomo

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 100

Page 101: Pensando o vitalismo

• Gregos (ciência ocidental)

• Filosofia

• Pré-socráticos

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 101

Page 102: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia (= teoria)

• Pré-socráticos

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 102

Page 103: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia

• Pré-socráticos (matéria)

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 103

Page 104: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia

• Pré-socráticos

• Aristóteles (ciência ocidental)

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 104

Page 105: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia

• Pré-socráticos

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

• ANATOMIA

• fisiologia

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 105

Page 106: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia

• Pré-socráticos

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey (1578 –1657, circulação)

• Fisiologia

• Médicos

• ANATOMIA

• Fisiologia

• Movimento

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Page 107: Pensando o vitalismo

• Gregos

• Filosofia

• Pré-socráticos

• Aristóteles

• Anatomia

• Harvey

• Fisiologia

• Médicos

• ANATOMIA

• FISIOLOGIA

• Movimento

• Anatomia animata

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Page 108: Pensando o vitalismo

• Médicos

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

• Mestre de ofícios(mestre – aprendiz)

• GradaçõesMédico de academiaBarbeiro

• “Pesquisa”

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Page 109: Pensando o vitalismo

• Médicos

• Filosofia Natural / História Natural (antes do século XIX)

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

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Page 110: Pensando o vitalismo

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

• Biologia

• Célula

• Átomo

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Page 111: Pensando o vitalismo

• Especialização

• Disciplinaridades

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização (século XIX)

• Biologia

• Célula

• Átomo

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Page 112: Pensando o vitalismo

• Especialização

Aprofundar o conhecimento

• Disciplinaridades

Dividir o conhecimento

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização (século XIX)

• Biologia

• Célula

• Átomo

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Page 113: Pensando o vitalismo

• A palavra, o termo, a disciplina...

• Só a partir do século XIX

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

• Biologia (começo do século XIX)

• Célula

• Átomo

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Page 114: Pensando o vitalismo

• Disciplinas / especialização

• Biologia

• Célula (nome, Robert Hooke, 1660; primeira teoria celular, 1838 por MatthiasJakob Schleiden e por Theodor Schwann)

• Átomo

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Page 115: Pensando o vitalismo

• Disciplinas / especialização

• Biologia

• Célula (nome, Robert Hooke, 1660; primeira teoria celular, 1838 por MatthiasJakob Schleiden e por Theodor Schwann)

• Átomo

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Page 116: Pensando o vitalismo

• Química

• Física

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

• Biologia

• Célula

• Átomo (conceitos mais modernos, a partir de 1800)

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Page 117: Pensando o vitalismo

• Química

• Física

• Filosofia Natural / História Natural

• Filósofos / cientistas (século XIX)

• Disciplinas / especialização

• Biologia

• Célula

• Átomo (conceitos mais modernos, a partir de 1800)

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Page 118: Pensando o vitalismo

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Como se vê o ser vivo Como se

pensa que o ser vivo é

Como se pensa que o ser vivo “funciona”

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Como se vê o ser vivo

Como se pensa que o ser vivo é

Como se pensa que o ser vivo “funciona”

Como se estuda o ser vivo

Page 120: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

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Page 121: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

O vital

Vida

A matéria

Definições de vida

Definições de matéria

Definições de ser vivo

O vital da matéria

A vida na matéria

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Page 122: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

O vital

Vida

Matéria

Definições de vida

Definições de matéria

Definições de ser vivo

O vital da matéria

A vida na matéria

Como a vida “funciona” na matéria

Fisiologia

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Page 123: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 123

Page 124: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

8/8/2011 Maria Thereza do Amaral 124

Page 125: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

• E o que vem acontecendo, dos gregos até aqui, não um “vitalismo”, mas diferentes modos de se estudar vida, matéria e o ser vivo.

• E que ocorreu inclusive com Barthez.

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Page 126: Pensando o vitalismo

Como se estuda o ser vivo

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Biomimética

• Biomimicry or biomimetics

• Bionics, bio-inspiration, and biognosis.

http://en.wikipedia.org/wiki/Biomimicry

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Page 128: Pensando o vitalismo

Biomimética

• A biomimética é uma área da ciência que tem por objetivo o estudo das estruturas biológicas e das suas funções, procurando aprender com a Natureza (e não sobre ela) e utilizar esse conhecimento em diferentes domínios da ciência.

• Provém da combinação das palavras gregas bíos, que significa vida e mímesis que significa imitação.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Biomim%C3%A9tica

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Page 129: Pensando o vitalismo

Biomimética

Dito de modo simples,

a biomimética é a imitação da vida.

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Page 130: Pensando o vitalismo

Biomimética

• Trata-se de uma área multidisciplinar que pode envolver diversos ramos da ciência, tais como Biologia, Química, Física, Informática, Matemática e Electrónica.

• Na Natureza existem vários milhões de espécies das quais menos de dois milhões estão catalogadas até agora. Isto representa uma gigantesca base de dados de soluções inspiradas em sistemas biológicos para a resolução de problemas de engenharia e de outros campos da tecnologia.

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Page 131: Pensando o vitalismo

Biomimética

Velcro

Desenvolvido a partir de 1941 pelo engenheiro George de Mestral a partir da observação de sementes de grama dotadas de espinhos e ganchos que se prendiam nos pelos de seu cão.

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Page 132: Pensando o vitalismo

Biomimética

Superfícies de baixo atrito

Inspirada na forma como a pele dos

peixes reage ao contato com a água.

A mesma tecnologia tem sido

aplicada também em cascos de

navios, submarinos e mesmo aviões.

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Page 133: Pensando o vitalismo

Biomimética

Telas "asa-de-borboleta“

São superfícies de visualização de baixíssimo consumo de energia, baseadas na forma como as asas de borboletas refletem a luz.

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Page 134: Pensando o vitalismo

Biomimética

Turbina "WhalePower“

Inspirada na forma das nadadeiras da baleia jubarte, as lâminas nervuradas desse tipo de turbina eólica produzem 32% menos atrito e 8% de deslocamento de ar que as lâminas lisas convencionais.

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Page 135: Pensando o vitalismo

Biomimética

Efeito lótus

Baseado na forma como as folhas do lótus repele a água e a sujeira, diversas soluções estão sendo desenvolvidas pela indústria para aplicação em tecidos, metais, para-brisas de aviões e faróis de automóveis.

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Page 136: Pensando o vitalismo

Biomimética

Design

“mergulhando”

na Biologia

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Page 137: Pensando o vitalismo

Biomimética

Design

“mergulhando”

na Biologia

Sustentabilidade

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Page 138: Pensando o vitalismo

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Page 139: Pensando o vitalismo

“Reflexões Vitalistas”

Page 140: Pensando o vitalismo

Questões

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Page 141: Pensando o vitalismo

Questões

Questõessão a base de qualquer reflexão...

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Page 142: Pensando o vitalismo

Questões

• O que é um ser vivo ? Como define “vida”?

• Quais são as diferenças entre a ‘matéria animada’ ( o ser vivo) e a ‘matéria inanimada’ (objetos) ?

• Como explica que o paciente sofra de sintomas, mas os exames não evidenciem lesão orgânica alguma?

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Page 143: Pensando o vitalismo

Questões

• Qual supõe que seja o mecanismo de açãodos medicamentos da terapêutica convencional?

• Qual supõe que seja o mecanismo de açãodo medicamento homeopático?

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Page 144: Pensando o vitalismo

Questões

• Quando você prescreve um medicamento convencional, o que espera que ele faça?

• Depois de prescrever um medicamento convencional, a que você atribui reações inesperadas no paciente?

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Page 145: Pensando o vitalismo

Questões

• O que é um ser vivo ? Como define “vida”?

• O que entende pelo termo “Vitalismo”?

• Como você considera na atualidade seu paciente? Como você aplica a noção de “vida” em sua prática clínica cotidiana?

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Page 146: Pensando o vitalismo

Questões

• O que entende pelo termo “Vitalismo”?

Vitalismo = Fisiologia vitalista

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Page 147: Pensando o vitalismo

Problemas

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Page 148: Pensando o vitalismo

Problemas :

1) Como o corpo dos seres vivos superiores,

levando em conta sua extrema complexidade,

consegue funcionar sem entrar em colapso?

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Page 149: Pensando o vitalismo

Problemas :

2) Um relojoeiro pode analisar o funcionamento geral de um relógio, desmonta-lo para analisar suas partes, remontar e analisar novamente seu relógio.

Não podemos fazer isso com um ser vivo, nem para pesquisa e nem para a clínica.

Sempre que ‘desmontamos’ um ser vivo, extrapolamos o resultado para outros, ‘montados’.

Aqui o problema maior é quando se retira o sentido de ‘fazer analogia’ e se coloca o sentido de ‘igual’.

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Page 150: Pensando o vitalismo

Problemas :

3) Como medicar os seres vivos não só sabendo sua fisiologia, mas realmente levando em conta sua fisiologia – seus padrões de funcionamento, suas interações de órgãos, moleculares, celulares, bioquímicas ?

Como medicar levando em conta o que veio antes, o agora e o depois da patologia ?

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Page 151: Pensando o vitalismo

Problemas :

4) ‘Vida’ se deve à forças gerais, puramente físico-químicas, que atuam nos corpos pelas disposições ou combinações de matéria?

Ou as propriedades dessa vida são inexplicáveis fora da hipótese de ‘algo’, distinto da matéria (ou não...), atuando no ser vivo?

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Page 152: Pensando o vitalismo

Problemas :

5) O genótipo, mesmo apesar do quão profundamente o analisemos, não pode predizer o fenótipo atual, somente pode nos dar o conhecimento de um universo de possíveis fenótipos.

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Page 153: Pensando o vitalismo

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Page 154: Pensando o vitalismo

E...

Porque não usar o Vitalismo

como uma das maneiras de se olhar o ser vivo?

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Page 155: Pensando o vitalismo

O Vitalismo que se usa em Homeopatia é aquele integra um conjunto de sistemas usados, ao longo da história, para explicar as funções nos corpos dos seres vivos.

E é importante lembrar o fato de que a fisiologiaque se aprende na faculdade funciona como pressuposto, e ao mesmo tempo como padrão de pensamento, para a clínica.

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Page 156: Pensando o vitalismo

Para o Vitalismo, em um sentido amplo, os seres vivos têm um modo de ser qualitativamente diferente da matéria bruta/inerte/inanimada.

Portanto, as leis que explicam um não são as mesmas que explicam o outro.

Em um sentido mais estrito, além da definição acima se acrescente o fato de ser atribuído ao ser vivo um princípio constitutivo, operativo e conservativo.

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Page 157: Pensando o vitalismo

Pode-se talvez explicar setorialmente o funcionamento de partes do corpo por leis físico-químicas.

Mas não se pode explicar a vida.

Então as leis da física e da química são aplicáveis aos seres vivos?

Sim, mas há algo nos seres vivos, na matéria viva, que faz com que as manifestações dessas leis possam ser diferentes das gerais, conforme sua necessidade fisiológica.

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Page 158: Pensando o vitalismo

Tanto se pode dizer que a física e a química geral ainda não chegaram ao grau de evolução (complexidade) observada nos seres vivos, como se pode dizer que são diferentes.

Ou mesmo que são instrumentos de pesquisa para o estudo da matéria viva.

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Page 159: Pensando o vitalismo

O Vitalismo que usamos em Homeopatia tem alguns conceitos fundamentais:

1) Dinamismo (sempre dinâmico, sempre em movimento).

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Page 160: Pensando o vitalismo

O Vitalismo que usamos em Homeopatia usa alguns conceitos fundamentais:

2) Complexidade

(O homem, o ser vivo, é complexo, pois nele ocorrem uma série de eventos ao mesmo tempo, coordenados, interagindo entre si, ao mesmo tempo.

E estas interações são imponderáveis.

Tem por conseqüência a diversidade, a realidade, a imprevisibilidade absoluta.

Ao mesmo tempo em que é um todo indissolúvel, é um ser semelhante, mas não igual aos demais).

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Page 161: Pensando o vitalismo

O Vitalismo que usamos em Homeopatia usa alguns conceitos fundamentais:

3) princípio vital ou energia vital ou força vital, que é o torna um ser vivo.

É constitutivo (que constitui), operativo (que opera) e conservativo (que conserva) da vida, e atua como um ‘maestro’ do funcionamento do ser vivo.

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Page 162: Pensando o vitalismo

O Vitalismo que usamos em Homeopatia usa alguns conceitos fundamentais:

4) considera o ser vivo como uma unidade autônoma,

que é diferente da matéria bruta, que tem uma fisiologia e uma fisiopatologia que lhe é própria, com alterações tanto pontuais quanto ao longo do tempo em seu organismo.

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Page 163: Pensando o vitalismo

Um sistema autônomo, com características próprias e peculiares, que diferem dos objetos constituídos por matéria bruta, apesar de ser constituído por ela;

que continuamente está interagindo com seu meio ambiente (sistema aberto).

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Page 164: Pensando o vitalismo

É formado por características herdadas de seus pais e através deles, de seus antepassados; por características próprias; e por influência do meio ambiente, além de influências das interações de todos os anteriores.

Esta sua interação com o meio ambiente é o que o faz viver: ter sensações, crescer, adoecer, se curar. É o que possibilita sua dinâmica de vida.

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Page 165: Pensando o vitalismo

Muitas vezes, muito mais do que deveríamos, nos acostumamos com o que nos cerca, e não indagamos mais.

Nosso objeto de trabalho, o paciente, é uma destas coisas.

Afinal, o que é vida?

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Page 166: Pensando o vitalismo

Por que a Homeopatia age também na

vida desse indivíduo e não só em sua

matéria bruta, que em boa parte o

compõe.

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Page 167: Pensando o vitalismo

A Homeopatia, quando se propõe a ser vitalista, olha do ser vivo não só a matéria que o

compõe, mas também aquilo que o faz estar vivo.

E trabalha terapêuticamente essas duas coisas, porque o medicamento homeopático possibilita

isso.

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Page 168: Pensando o vitalismo

Mas se o clínico não consegue, ou não quer, ver esses dois aspectos do ser vivo, ele continua tratando só a matéria bruta de seu paciente,

apesar de usar uma terapêutica homeopática.

Então ele será sempre um clínico que usa a Homeopatia, mas não um homeopata.

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Sugestõesde

Leitura

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Sugestões de Leitura

• WAISSE-PRIVEN, S. . Hahnemann: Um Médico de seu Tempo. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2005. v. 1. 131 p.

• WAISSE PRIVEN, S.I. . d & D: duplo Dilema. du Bois-Reymond e Driesch, ou a vitalidade do Vitalismo. 1a. ed. São Paulo: Educ; Fapesp, 2009. v. 1. 340 p.

• CIMINO, Guido, DUSCHENEAU, François. Vitalisms: from Haller to the Cell Theory. Proceedings of the Zaragoza Symposium XIXth International Congress of History of Science 22-29 August 1993, Firenze, Olschki, 1997.

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Maria Thereza do Amaral

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