PEQUENO CURSO DE HOMILÉTICA

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PEQUENO CURSO DE HOMILÉTICA 1- Conceitos Básicos de Homilética 2- Objetivo da homilética 3- Princípios da Homilética 4- Tipos de Sermão 5- Oratória I - CONCEITOS BÁSICOS - 1. Comunicação: Ação, efeito ou meio de comunicar, aviso, participação, ligação, comunhão. 2. Dicção: - Maneira de dizer ou pronunciar, expressão, arte de recitar. 3. Exegese: Interpretação, explicação ou comentário (gramatical, histórico, jurídico, etc.) de textos, principalmente da Bíblia. 4. Eloqüência: Capacidade de falar e exprimir-se com facilidade; dom de falar com fluência. 5. Fonação: Conjunto dos fenômenos que concorrem para a produção da voz. 6. Hermenêutica: Princípios de interpretação bíblica; arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos. 7. Homilética: O termo Homilética é derivado do Grego “HOMILOS" o que significa, multidão assembléia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILI A" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar. O termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de Convencer e agradar. Portanto: É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão. "É a arte de pregar sermões", "a ciência da pregação", "arte de fala religiosa". Eloqüência de púlpito, de cátedra; arte de pregar sermões, não se abstendo do aprimoramento das habilidades oratórias. É a ciência que ensina os princípios fundamentais dos discursos em público. 8. Lógica: Ciência do raciocínio; coerência; raciocínio encadeado; ligação de idéias. 9. Oratória: Arte de falar em público eloqüentemente ou em consonância com as regras da retórica; peça dramática religiosa. 10. Persuasão: Ato ou efeito de persuadir; convicção; crença. Vem de Persuadir: Levar a crer ou aceitar, aconselhar, induzir. 1

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PEQUENO CURSO DE HOMILÉTICA

1- Conceitos Básicos de Homilética

2- Objetivo da homilética

3- Princípios da Homilética

4- Tipos de Sermão

5- Oratória

I - CONCEITOS BÁSICOS -1. Comunicação: Ação, efeito ou meio de comunicar, aviso, participação, ligação, comunhão.

2. Dicção: - Maneira de dizer ou pronunciar, expressão, arte de recitar.

3. Exegese: Interpretação, explicação ou comentário (gramatical, histórico, jurídico, etc.) de textos, principalmente da Bíblia.

4. Eloqüência: Capacidade de falar e exprimir-se com facilidade; dom de falar com fluência.

5. Fonação: Conjunto dos fenômenos que concorrem para a produção da voz.

6. Hermenêutica: Princípios de interpretação bíblica; arte de interpretar os livros sagrados e os textos antigos.

7. Homilética: O termo Homilética é derivado do Grego “HOMILOS" o que significa, multidão assembléia do povo,derivando assim outro termo, "HOMILI A" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar.O termo Grego "HOMILIA" significa um discurso com a finalidade de Convencer e agradar.

Portanto: É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão. "É a arte de pregar sermões", "a ciência da pregação", "arte de fala religiosa".

Eloqüência de púlpito, de cátedra; arte de pregar sermões, não se abstendo do aprimoramento das habilidades oratórias. É a ciência que ensina os princípios fundamentais dos discursos em público.

8. Lógica: Ciência do raciocínio; coerência; raciocínio encadeado; ligação de idéias.

9. Oratória: Arte de falar em público eloqüentemente ou em consonância com as regras da retórica; peça dramática religiosa.

10. Persuasão: Ato ou efeito de persuadir; convicção; crença. Vem de Persuadir: Levar a crer ou aceitar, aconselhar, induzir.

11. Pronúncia: Articulação do som das letras, sílabas ou palavras. Maneira especial de pronunciar os sons de certa língua.

12. Pregação: É a comunicação verbal da verdade divina com o fim de persuadir. Tem em si dois elementos: a verdade e a personalidade.

13. Retórica: A arte do uso eficiente das palavras em falar e escrever. Conjunto de regras relativas à eloquência; arte de falar bem.

14. Sermão: Um discurso religioso formal, baseado na Palavra de Deus, e que tem por objetivo salvar os homens.

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15. Tema: É a matéria de que trata o sermão; a idéia central do sermão; o assunto apresentado no sermão.

II- Objetivo da homilética -

Ajudar na confecção de sermões para uma pregação mais eficiente. Isto porque beneficia o pregador(torna mais fácil a pregação do sermão) e beneficia o auditório (um sermão homileticamente preparado é mais assimilável). Muitos sermões falham por ser absolutamente sem ordem. As idéias são confusas e a pregação perde o sentido, por completo.

A homilética não é:

a) Substituta da vida espiritual;

b) Substituta do Espírito Santo;

c) Uma garantia de ministério eficiente.

A homilética é:

a) Um auxiliar no estudo e análise do texto;b) Um auxiliar na exposição de idéias;c) Uma compreensão de que o sermão tem muito a ver com o pregador. O pregador é o sermão.d) Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar. Inclusive os daciência da comunicação verbal.

III - PRINCÍPIOS DE HOMILÉTICA -

1. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO"Tanto a preparação quanto a exposição são enriquecidas com o grau de conhecimento do pregador. Os conhecimentos não são a principal razão de um sermão, mas são o esqueleto que lhe dá forma... O pregador não precisa deixar de ser espiritual pelo fato de enriquecer seus sermões com conhecimentos gerais. Se o sermão estiver cheio da graça de Deus, então os conhecimentos nele inseridos resultarão em bênçãos. A homilética apresenta as regras técnicas, e ensina como o pregador pode tirar proveito dos conhecimentos, ordenando os pensamentos e dosando-os com a graça divina.

Todo pregador deve adotar um sistema de estudo, para seu maior aproveitamento no ministério da Palavra..."

"O que se vai dizer é resultado do que sabemos, sentimos, pensamos, cremos e desejamos transmitir...

Cultura é aquilo que a gente sabe, resultado de nossa vivência, da sedimentação do que somos, sabemos, das influências que sofremos e de tudo que realmente nos estruturou. Ser um homem culto em nossos dias, isto é, capaz de pensamento original e ter digerido as informações do mundo em que vivemos, é uma equação diferente da que se apresentava no passado. Pouco a pouco a "explicação" do mundo foi, cada vez mais, passando para a área científica..." Por isso o importante é manter os "pés no chão".

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Para falar de um tema qualquer é preciso dominar o assunto, a ponto de torná-lo de uma simplicidade quase alarmante e dar a impressão ao auditório de que o estamos desvendando juntos, realizando uma agradável excursão intelectual ou humana, participando os dois, nós e o ouvinte, do que vai surgir. O que vale mais é a gente ser a gente mesmo."

Assim, a primeira e grande obrigação do pregador é a LEITURA, constante, sistemática dos assuntos que ele aborda em suas prédicas e de cultura geral.

 

2. PREGAÇÃO BÍBLICA "Pregação bíblica, em poucas palavras, é a proclamação da Palavra de Deus à congregação. Na realidade, proclamar a Palavra de Deus significa muito mais do que simplesmente ler a Bíblia e atribuir uma lição prática à passagem lida. A pregação bíblica envolve a cuidadosa remoção do texto de seu engaste original, transferindo-o para a situação atual da igreja. Para efetuá-lo, o ministro precisa compreender não somente as Escrituras, mas também a sua congregação - o mundo dos tempos bíblicos e o mundo de sua igreja, bem como as semelhanças e diferenças entre ambos esses mundos.

Visto que o sermão serve de ponte entre o passado e o presente, e não constitui meramente um comentário sobre o texto, não se deve confundir a pregação bíblica com exegese gramatical, histórica ou teológica. Ela vai além disso, a fim de proclamar a passagem bíblica como normativa para a fé e prática cristã, de modo que informa, desperta, assegura e sustém a congregação em sua vida de fé. No entanto, a pregação bíblica precisa centralizar-se na passagem bíblica e não nalgum problema pessoal ou questão contemporânea..."

3- A interpretação do textoDefinição : " Interpretação é o esforço de uma mente em seguir os processos mentais de outra mente por meio de símbolos que nós chamamos linguagem".

3.1 - Passos na interpretação do textoa) Conhecer o autor e sua situação - Salmos 32 e 51, de Davi.b) Usar dicionário bíblico.c) Os leitores e o meio ambiente - Cartas às igrejas do Apocalipse, o gnosticismo.d) A ocasião e o propósito do autor - Tiago e Pedro sobre Abraão.e) As condições geográficas, políticas, econômicas e sociais - Maria era noiva de José mas chamada de esposa.

3.2. O texto e seu contextoa) Próximo - O imediato, antes ou depoisb) Remoto - O livro, a Bíblia sobre o assunto.c) Principio da revelação progressiva. (do pouco claro ao muito claro)

3.3. O texto e sua análisea) É preciso conhecer os sentidos das palavras. É poesia? Linguagem figurada ? O uso de dicionários e léxicos. Fee & Stuart, Entendes o que lês?b) É preciso recriar, tanto quanto possível, a vivência da passagem. Conhecer aquela cultura.d) É preciso entender a relação entre as palavras. Graça e fé, por exemplo.

3.4. O texto e suas verdadesa) Enunciar a verdade central em uma proposição clara e corretab) Fazer uma lista das verdades significativas do textoc) Ordenar as verdade em grupos comuns

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d) Aplicar essas verdades às necessidades dos ouvintes. (Ver Robison, em A Pregação Bíblica, p. 19.)

3.5. O texto e seu estudoa) Estudar o texto em várias traduções em português (VR, BLH, ERAB, BJ, BV, BL, NVI)b) Examinar outras traduçõesc) Examinar o texto grego ou hebraicod) Dar sua própria interpretaçãoe) Examinar outros recursos na biblioteca, inclusive comentáriosf) Relacionar com a vida de hoje

4. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

4.1 - Princípio de Interpretação Gramatical

"A pregação bíblica começa com a exegese do texto, e a exegese segue os princípios gramaticais. Ela procura entender o significado verbal do texto analisando a função e o sentido das palavras empregadas...

Visto que a Bíblia foi escrita em hebraico e grego (e algumas partes em aramaico) o ministro que não conhece essas línguas se encontra numa posição desvantajosa. Não basta achar num dicionário o termo equivalente em português a uma palavra hebraica ou grega...

O ministro que não possui adequadas habilidades lingüísticas pode fazer uso de tais auxílios lexicais como comentários, concordâncias e dicionários teológicos, contando que contanto que compreenda o seu objetivo e saiba como incorporar as informações no sermão."

4.2 - Princípio de Interpretação Histórica

"A exegese histórica dimana.., da convicção de que a revelação divina era um produto de determinada cultura. Isto não nega, de modo algum, a inspiração da Bíblia; antes confirma o caráter histórico da revelação bíblica...

Visto que a Bíblia é um documento histórico e a igreja é um movimento histórico, a exegese histórica é importante tanto para compreender a mensagem bíblica como para determinar seu significado na atualidade. Questões de data, autoria, antecedentes e circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar sermões bíblicos. Quanto mais conhecermos as condições político-religiosas e socioeconômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso."

4.3 - PRINCÍPIO DE INTERPRETAÇÃO TEOLÓGICA

"O ministro também deve compreender e explicar um texto teologicamente. Não somente deve estar inteirado do que esse texto está dizendo em primeiro plano, mas também da teologia que elucida o texto."

Isto significa que o pregador deve conhecer as tradições, a filosofia, a maneira de pensar, a "Cosmovisão", as idéias acerca de Deus e da religião na época em que aquela mensagem foi escrita.

5. A APLICAÇÃO DA MENSAGEM BÍBLICA

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"...A mensagem do texto precisa ser traduzida para a linguagem da congregação e apresentada de tal maneira que se veja claramente que corresponde a situação contemporânea. Para realizar isto, o ministro precisa ser versado não só nas Escrituras, mas também nas ciências sociais, especialmente as que tem que ver com a conduta humana...

É importante que o ministro esteja ciente das questões contemporâneas e de seu impacto sobre o pensamento, as emoções e a conduta da Igreja...

Um ministro pode fazer esmerada exegese de um texto bíblico e diminuir no entanto, a significação de seu estudo fazendo observações superficiais sobre a vida contemporânea. A igreja necessita de penetrantes análises e críticas do mundo de hoje em dia."

6. A APRESENTAÇÃO DO SERMÃO"Em que deve o pregador basear-se para pregar? Em manuscritos? Notas? Em nada? Ao prepararmos e apresentarmos o sermão, normalmente pensamos em quatro opções: 1. Improviso - nenhum preparo específico; 2. Extemporâneo - idéias preparadas; 3. Manuscrito - pensamentos e palavras preparados; 4. Memorização - pensamentos e palavras preparados e decorados. Uma vez que os números um e quatro são extremos e raramente usados, concentrar-nos-emos nos outros dois métodos...

Na maioria dos casos, a pregação manuscrita força o pregador a fazer um preparo mais completo e preciso. Aqueles que escreveram seus sermões antecipadamente, podem analisá-los com mais exatidão antes de usá-los.

Uma vez que os pregadores extemporâneos não selecionam suas palavras com antecedência - selecionando apenas as idéias - eles poupam grande quantidade de tempo na preparação do sermão...

A pregação extemporânea, contudo, em geral é pregação mais relacional do que manuscrita. Henry Ward Beecher dizia que um sermão escrito estende uma mão revestida de luva para as pessoas; sermão não escrito estende uma palma de mão incandescente. Uma luva pode ser mais perfeita do que a mão cicatrizada e calosa, mas não é tão calorosa nem tão sensível.

Ler os sermões limita o contato dos olhos do pregador com o auditório. Como afirmava Phillips Brooks, a pregação é a verdade através da personalidade. Ora, os olhos transmitem a personalidade. Assim, qualquer coisa que interfira com o contato dos olhos do pregador, impede que a personalidade seja bem sucedida, e interfere com a pregação.

A maioria dos homiléticos concorda em que a maneira ideal de pregar um sermão é fazer primeiro um manuscrito, e depois preparar um esboço - quer o pregador use esse esboço no púlpito ou o decore...

Muitos pregadores levam um manuscrito ao púlpito, mas lêem apenas partes dele, pregando o restante dele de improviso. Por exemplo, as ilustrações e o apelo não se prestam bem para a elocução manuscrita e provavelmente devam ser pregados de improviso...

Nenhum método isolado serve para todos. E, obviamente, tanto a pregação manuscrita como a improvisada possuem vantagens e desvantagens significativas... Descubra o que fica melhor para você..."

7- PREPARANDO O ESBOÇO

7.1. Ore e medite para que haja desenvoltura na pregação do sermão.

7.2. Escolher a Passagem Bíblica.5

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Ao escolher a passagem tenha em mente as necessidades espirituais e temporais da congregação, dificuldades, tensões ou ocasiões especiais.

O texto deve ser apropriado para a ocasião e precisa-se confiar na direção do Espírito Santo.

7.3. Estudar o Assunto.

Pesquisar a passagem para não aplicá-la fora do contexto.

DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE

1 - Leia o texto em voz alta, comparando com versões diferentes para maior compreensão.

2 - Reproduza o texto com suas próprias palavras. (Fale sozinho) 3 - Observe o texto imediato e remoto. 4 - Verifique a linguagem do texto ( história, milagre, ensino, parábola, profecia,

etc.) 5 - Pesquise o significado exato das principais palavras; 6 - Faça anotações; 7 - Pesquise o contexto ( época, país, costumes, tradição, etc.) 8 - Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por quê? 9 - Organize o texto em seções principal e secundárias; 10 - Resuma com a seguinte frase: “O assunto mais importante deste texto é...”

7.4. Descobrir o Ponto Principal da Mensagem.

Descobrir o princípio bíblico da mensagem que se aplique a todas as épocas e a todas as pessoas.

Estabelecer o relacionamento da mensagem com a vida dos ouvintes.

7.5. Construir do Esboço.

Depois do estudo do assunto, estabelecer as divisões do tema de forma progressiva, do mais simples para o mais amplo esclarecimento da verdade bíblica.

A primeira preocupação na estrutura do sermão é em preparar o corpo, depois a conclusão e por último a introdução.

Defina a idéia central do sermão. Depois de definida a idéia central, responda para você mesmo as seguintes

perguntas: o O que o autor quer dizer com este texto?o Que aplicação o autor queria dar ao povo dos seus dias?o Que aplicação tem o texto para a minha vida?o Que aplicação tem o texto para a congregação onde vou pregá-lo?

Estabelecer as divisões principais do sermão, que chamamos de “o esqueleto do sermão.”

Fazer um rascunho.

7.6. Preencher o Esboço.

Acrescentar subdivisões para que o assunto seja bem esclarecido. Onde for próprio ilustrar o assunto, usar a ilustração de forma apropriada para ajudar no esclarecimento do tema.

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7.7. Preparar a Conclusão, Introdução e Título.

Enquanto os pensamentos da mensagem estão claros na mente, preparar a conclusão. A conclusão não deve ser longa, pois a atenção da maioria dos ouvintes é limitada.

A introdução e o título são feitos por último. Depois de tudo pronto a visão do assunto é mais clara e é mais fácil preparar estas partes que despertam o interesse no sermão.

8- O PREGADOR DIANTE DO AUDITÓRIO

a) Suba à plataforma bem preparado, mas dependente do Espírito Santo.b) Comece com calma.c) Prossiga de modo modesto.d) Não trema.e) Fale com clareza, sem declamar.f) Empregue frases curtas e bem claras.g) Evite monotonia.h) Seja sempre senhor da situação.i) Não ataque hostilmente.j) Ande na plataforma com a devida dignidade.k) Não ilustre com narrações longas.l) Não se elogie a si mesmo.m) Não se afaste do texto ou do tema.n) Não canse os ouvintes com discursos extensos.o) Procure suscitar interesse.p) Fale com autoridade, mas não em tom de mando.q) Fixe o olhar nos ouvintes.r) Não crave os olhos nem no chão, nem no teto, nem tampouco em algum ouvinte particular.s) Quando for citar um texto bíblico, cite primeiro o livro, depois o capítulo e por último o verso.t) Exalte a Cristo.

“As pessoas não vêm à igreja para ouvir um sermão. Vêm à igreja esperando que o sermão chegue ao coração, satisfaça as suas necessidades e modifique a sua vida. As pessoas querem ser mudadas. Estão cansadas, tão cansadas da vida de fracassos que vivem. Não querem somente pregação, mas ajuda e se alguém pode dar-lhes esta ajuda o povo vem”.

“Não se trata de alguém que “toma a hora” ou “ocupa o púlpito”. Isto não é o que o povo quer. Necessitam de ajuda para viver vitoriosamente.

Necessitam de ajuda para a difícil viagem da vida. Necessitam de reprovação, encorajamento, advertência e amor. Necessitam disto urgentemente, porque a hora é avançada e suas necessidades são grandes.”.

“O pregador que o povo mais ama é aquele que lhes dá ajuda para sua vida diária.”

9. A ESTRUTURA DO SERMÃO

Três são as partes essenciais que formam a estrutura de um sermão:

Introdução;

Desenvolvimento, plano, corpo ou explanação e

Conclusão.

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O que é ? Título do sermão - É a expressão do assunto que será pregado.

Pode ser:1. Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão. 2. Ex.: Onde estás? Que farei de Jesus? Tenho uma arma o que fazer com ela? 3. Lógico: Explicativo.4. Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus volta por outro

caminho. 5. Imperativos: Mandamento, uma ordem; Caracteriza-se pelo verbo no modo

imperativo.6. Ex.: Enchei-vos do espírito; Não seja incrédulo; Não adores a um Deus morto.7. Enfáticos; Realçar um aspecto específico;8. Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos; 9. Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo.10.Ex.: Amor; fé, esperança

Propósito do Sermão - É a frase que resume toda a idéia que o sermão vai apresentar.

Ilustração - É um recurso que torna a mensagem mais clara e o ouvinte mais suscetível ao sermão. Ela está para o sermão assim como a janela está para casa. A janela permite a entrada de luz, a ilustração possibilita o esclarecimento da mensagem. Ilustrar significa “lançar luz”.

"A estrutura propriamente dita é a organização do sermão com suas divisões técnicas, que servem para orientar o pregador na apresentação da mensagem."

Um sermão precisa ter quatro qualidades principais: ✔Unidade:no sermão o pregador deve ter um só tema e concentrar todo o seu argumento,

ilustrações...com o objetivo de reforçar o título.

✔Ordem: Saber colocar cada aspecto do sermão no seu devido lugar.

✔Proporção: É colocar cada aspecto do sermão no devido tempo e segundo a ordem de

importância.

✔Progresso: Um sermão não deve mover-se continuamente à volta do assunto, mas deve mover-

se em direção ao clímax, ou seja, o ponto mais alto do sermão.

9.1 - A INTRODUÇÃO"A introdução é a parte do sermão que serve como ponto de contato entre o pregador e o auditório. Normalmente, a introdução é a última parte a ser feita na preparação,.. Tendo uma idéia geral do sermão, devidamente estruturada, pode então preparar eficazmente a introdução.

A introdução deve conter outros aspectos não técnicos. São aspectos psicológicos. Para começar um sermão, o pregador deve saber discernir o tipo de auditório, ao qual falará. Deve desenvolver a habilidade de preparar o seu auditório espiritual e psicologicamente para ouvir o sermão que irá apresentar. Em outras palavras, “a introdução de um sermão deve fazer com que os ouvintes sintam boa disposição para escutar o

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pregador; deve fazer com que lhe prestem atenção, e que fiquem desejosos de receber a mensagem que o predicante deseja apresentar.”

Uma boa introdução deve ser:

1. Breve (em torno de 5 minutos)2. Apropriada, de acordo com o tema do sermão.3. Interessante. 4. Simples. Sem arrogância, sem prometer muito.5. Cuidadosamente preparada.

Evitar na Introdução:a) Desculpasb) Sensacionalismoc) Excesso de Humord) Excesso de Humildadee) Expressões Rotineiras

Tipos de introdução: Você pode usar um destes tipos para iniciar um sermão:

1 – ILUSTRATIVA – Uso de uma ilustração na introdução. Imagine que o assunto que será abordado seja complexo e abstrato. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o que pretende dizer.

2 – DEFINIÇÃO – Explicação detalha de um determinado conceito. Explique para o ouvinte o que tem a dizer. Dê a ele conceitos significados de símbolos, termos e assuntos que ele provavelmente não conheça. Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou, na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução lingüística do termo paz e a aplicação termo hoje.

3 – INTERROGAÇÃO – Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermão).Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem

explorada na introdução. Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como “Para onde iremos nós?”, que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda, e para reforçar pode-se usar o texto de Lucas 12:20 “Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te [pedirão] a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”

As perguntas da introdução devem ser respondidas no corpo do sermão.

4 – ALUSÃO HISTÓRICA – Explicar o contexto histórico. Explique o contexto do texto em que será aplicada a mensagem ( época, país,

costumes, tradição, etc.).Observe o texto de João 4: 1 a 19. Caso sua mensagem esteja baseada neste texto, introduza com uma explicação detalhada das relações entre os Judeus e os Samaritanos, as relações entre os homens e as mulheres, a lei acerca do casamento, a origem do poço de Jacó, etc.

9.2 - O DESENVOLVIMENTO

Dentro da estrutura do sermão, o desenvolvimento é a parte principal. Ele é também chamado de esqueleto do sermão, que deverá ser recheado com comentários apropriados das divisões pertinentes ao tema.

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A manutenção da seqüência lógica do sermão, especialmente na passagem da introdução para o corpo, depende principalmente de duas coisas, a saber: uma ordem própria nas divisões e transições fáceis de um pensamento para outro.

9.2.1- DIVISÕES

Por outro lado é bom lembrar que as divisões devem obedecer a uma ordem ascendente, no sentido de um movimento progressivo durante o sermão.

Esta deve ser a principal parte do sermão. Aqui o pregador irá expor idéias e pensamentos que deseja passar para os

ouvintes. As divisões devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje.As divisões devem Ter significados para os ouvintes e, não devem se desviar da

mensagem principal que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão.

O ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento .

“Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações e explicação, tem que apontar na direção do alvo e em ordem de interesse”. Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.

As frases devem ser breves e claras.As divisões servem para indicar a linha de pensamento a serem seguidas ao

apresentar o sermão. Entretanto, deve-se fazer uma discussão que é a revelação das idéias contidas nas divisões.

Resumindo...1. Devem ter unidade de pensamento.  2. Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão.  3. Elas ajudam os ouvintes a recordarem-se dos aspectos principais do sermão.  4. Elas devem ser distintas umas das outras.  5. Elas devem originar-se da proposição e desenvolvê-la progressivamente até o clímax do sermão.  6. Elas devem ser uniformes e simétricas.  7. Cada divisão deve Ter apenas uma idéia ou ensino. 

8. O número das divisões deve, sempre que puder, ser o menor possível.9. Deve girar em torno de uma única idéia principal da passagem, e as divisões principais devem desenvolver essa idéia.  10. As divisões podem consistir em verdades sugeridas pelo texto.  11. As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em seqüência lógica e cronológica.  12. As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do sermão, desde que elas se refiram à idéia principal. 

Exemplos de divisões:Ex.: 1Tema: O Cristo que não muda Texto: Hebreus 13:8 Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.Divisão I - O que não muda em Cristo ?Divisão II - Por que não há mudança em Cristo ?

Ex.2Tema: Relacionando a fé com a necessidade humana Texto: Mateus 14:14.21 Divisão I.O DESAFIO DA FÉ Divisão II.A OBRA DA FÉ Divisão III.A RECOMPENSA DA FÉ

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Deve-se fazer a transição entre as divisões do sermão:

Na proposição "A Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa" podemos incluir a seguinte interrogativa:

"Quais são os motivos que nos levam a considerar que a Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa?"Este tema poderia nos levar a uma resposta baseada em Romanos: "Por que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus" ou "Por que em todas essas coisas somos mais do que vencedores".    A transição para a interrogativa acima, por exemplo, poderia ser: "Vejamos cinco motivos  pelos quais podemos afirmar que a Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa".  A palavra motivo é a palavra-chave da transição.

Nas divisões pode-se apresentar a palavra motivo como:Divisão I – O primeiro MOTIVO é...Divisão II – O segundo MOTIVO é...Divisão III – O terceiro MOTIVO é...Divisão IV – O quarto MOTIVO é...Divisão v – O quinto MOTIVO é...

9.2.2 - A ILUSTRAÇÃO –

A ilustração é para o sermão o que são as janelas para uma casa. O objetivo principal da ilustração é facilitar a compreensão do assunto ou mensagem. .

Quais os motivos que nos devem levar a usar ilustrações?

1º Por causa do interesse humano.2º Clareza3º Beleza4º Complementação.

A ilustração nunca deve ser a parte principal do sermão. É tão-somente uma janela. Esta nunca é mais importante do que a casa.

As ilustrações podem ser:

a) HISTÓRICA E CONTEXTUAL: Quando se aplica um conhecimento histórico ou explicação do contexto em que o texto está inserido. Exemplos: Fundo da agulha – Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os mercadores tinham

dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.

b) CONHECIMENTO INTELECTUAL: Envolve o conhecimento científico, psicológico, técnico e cultural. Exemplos: Técnico científico – A antena da TV recebe todas as frequências ao mesmo tempo

entretanto, quando escolhemos um canal, através da sintonia, estamos selecionando uma determinada frequência.

c) METAFÓRICA OU ALEGÓRICA: Quando são empregadas figuras metafóricas como histórias e estórias. Exemplos Ao se aproximar da cidade do Rio de Janeiro um indivíduo reparou que o cristo

redentor não era tão grande como pensava, parecia até mesmo ser menor do que seu dedo. No centro da cidade observou que estátua teria aumentado e já estava

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praticamente do seu tamanho, resolveu então ir até o monumento. No pé do corcovado ficou admirado com as proporções maiores do símbolo da cidade. Chegando então aos pés do cristo redentor ele pode perceber , como lhe disseram, que aquele era bem maior do que ele.

d) EXPERIÊNCIA PESSOAL: Testemunhos. Exemplos Neste tipo de ilustração o pregador relata fatos verídicos que demonstram a atuação

de Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todos as respostas que Deus atendeu realizando curas, transformações, salvação, livramentos, libertação, etc.

Use uma ilustração por tópico.Toda ilustração deve Ter uma aplicação e devem ser comentadas com simplicidade e naturalidade.

9.3 - A CONCLUSÃO

É o clímax da aplicação do sermão“Para terminar!” , “Concluindo”, “Só para encerrar”, “Já estamos

terminando”.Você já ouviu estas frases? Muitas pessoas não sabem terminar uma conversa,

ficam dando voltas ou se envolvem em outros assuntos, sem ao menos perceber que o tempo está passando e o ouvinte já está angustiado com a demora.

Assim, muitos pregadores não sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por que estes não preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas, logo, não conseguem encontrar uma linha condutora da conclusão do sermão.

COMO DEVE SER A CONCLUSÃO ?

1 – Apontar o objetivo específico da mensagem;2 – Clara e específica;3 – Resumo do sermão (o sermão em poucas palavras)4 – Aplicação direta a vida dos ouvintes;5 – Pequena;6 – Faça um desfecho inesperado.

Logo, uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de haver esclarecido completamente o objetivo da mensagem. É preciso Ter um ponto final para que o pregador não fique perdido.

OBS.: NÃO DEVE PREGAR UM SEGUNDO SERMÃO

9.3.1- APELO

Um esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte. Ao fazer o apelo, os pronomes se tornam muito importantes. Usem os pronomes "vós" e "nós". Incluam-se nele.

Apelo não é apelação.Dois tipos de apelos:

CONVERSÃO/RECONCILIAÇÃO – Aos ímpios e aos desviados. RESTAURAÇÃO/CONSAGRAÇÃO – A igreja

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COMO DEVE SER O APELO ?

1 – Convite2 – Impactante e direto3 – Não forçado ou prolongado4 – Logo após a mensagem.

No apelo você deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para CONFIRMAR a sua aceitação. Seja claro e mostre como ele deve agir.

Levantar as mãos; Ir à frente; Ficar em pé; Procurar uma igreja próxima; Conversar com o pastor em momento oportuno.

IV- TIPOS DE SERMÃO -

Quanto ao objetivo

1- OBJETIVO GERAL DO SERMÃO

O objetivo geral é o propósito geral do sermão, a categoria a que ele se encaixa em termos de fim último. O que se pretende com um sermão? Ocupar o espaço no culto? Dar algum material para o povo pensar? Os ouvintes de um pregador ou são salvos ou são perdidos. A quem se destina o sermão? A ênfase no seu conteúdo se para os salvos, se para os perdidos, é o que determina o seu objetivo geral.

São seis os objetivos gerais do sermão, conforme Crane. (El sermon eficaz pg. 57-75): evangelístico, doutrinário, devocional, consagração, ética (ou moral) e alento (pastoral). Destina-se a crentes e não crentes.

1.1. Sermão evangelístico.

Sua finalidade é persuadir os perdidos a aceitarem Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Infelizmente, os sermões evangelísticos são, hoje, repletos de frases feitas: "Deus te ama", "Você pode morrer esta noite", "Vem agora", etc. No entanto, um sermão evangelístico pode ter um bom conteúdo (O evangelista não necessita de pobreza de idéias no cumprimento de sua missão). Quatro verdades devem se delinear no sermão evangelístico:

a) O homem natural está perdido;b) A obra redentora é de Cristo;c) As condições pelas quais o homem se apropria da obra redentora de Cristo;d) A necessidade de uma decisão, se não pública, pelo menos no íntimo.

1.2. O sermão doutrinário.

Sua finalidade é instruir os crentes sobre as grandes verdades da fé e como aplicá-las, portanto, é didático. O dom de ensino era muito difundido no cristianismo nascente. Jesus era intitulado de "Mestre" e os seus seguidores de "discípulos". O sermão doutrinário atende quatro funções na vida da igreja:

a) Atende o desejo de aprender que existe na vida do crente;

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b) Previne contra as heresias;c) Dá embasamento à ação;d) Contribui para o crescimento dos ouvintes e do próprio pregador.

1.3. O sermão devocional

Sua finalidade é desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa devoção para com Deus, despertando sentimento de louvor.

1.4. O sermão de consagração

Sua finalidade é estimular os crentes a dedicarem talentos, tempo, bens, influência, vida, etc, ao serviço de Deus. Estimula a igreja para vocação, abertura de novos trabalhos, ofertas missionárias, etc.

1.5. O sermão ético ou moral

Sua finalidade é orientar os crentes para pautarem suas condutas diárias e relações sociais de acordo com os princípios cristãos. Assuntos que cabem aqui: Matrimônio, adultério, divórcio, justiça social, racismo, dignidade da pessoa.

1.6. O sermão de alento (ou pastoral)

Sua finalidade é fortalecer e alertar os crentes no meio de crises pessoais ou comunitárias. Focalizam o cuidado de Deus para com o seu povo e o livramento que o Senhor opera.

2- OBJETIVO ESPECÍFICO DO SERMÃO

É a aplicação do objetivo geral a uma determinada congregação. (Primeiro se encontra o objetivo geral e depois o objetivo específico). Há duas considerações aqui:

a) Para formular o objetivo específico é necessário compreender as necessidades da congregação;b) A formulação do objetivo específico delimita o assunto do pregador, define o rumo em que ele vai seguir.

3- Existem três tipos principais de sermões:

Tradicionalmente encontramos, praticamente em todos as obras homiléticas, três tipos básicos de sermões:

SERMÃO TEXTUAL: Cujos argumentos (divisões) são tiradas diretamente do texto bíblico;

SERMÃO TEMÁTICO: Cujos argumentos (divisões) resultam do tema independente do texto;

SERMÃO EXPOSITIVO: Cujos argumentos giram em torno da exposição exegética completa do texto.

3.1- SERMÃO TEXTUAL

É aquele em que toda a argumentação está amarrada no texto principal que, será dividido em tópicos. No sermão textual as idéias são retiradas de um texto escolhido pelo pregador.

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O mais comum é o pregador usar a divisão natural do texto, onde a distinção das idéias está no texto e apenas deve ser posta em destaque. Este tipo de divisão permite ao pregador usar as próprias palavras do texto. Exemplo, I Cor. 13:13 apresenta três divisões naturais, cujo tema tirado do texto, fica a critério do pregador.Também pode-se dividir por inferência, as orações textuais são reduzidas a expressões sintéticas que encerra o conteúdo. E ainda, outra divisão que pode ser usada é a textual analítica. Este tipo de divisão baseia-se em perguntas: quem? que? quando? por quê? como? e, onde? O tema do sermão textual analítico é tirado da idéia geral do texto.

Exemplo: Lucas 19: 1-10:a) foi uma visita inesperada; b) foi uma visita transformadora; c) foi uma visita salvadora.

COMO TIRAR PONTOS DO TEXTO

1 – Leia todo o texto. 2 – Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação)3 – Procure os principais verbos e seus complementos. Lembre-se verbo é ação.4 – Procure os sentidos expressos nas representações simbólicas, metáforas e figuras.4 – Com base nos verbos e significados retirados crie frases (divisões) que os complemente e que, passem uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada.5 – Organize as frases dentro da idéia principal.– Leia todo o texto. Ex.:

Observe o exemplo : Texto: Salmo 40:1-4 Tema: Nem antes, nem depois, no tempo de Deus.Introdução: Esperança significa expectação em receber um bem. O mundo é imediatista. Corpo: O que acontece quando você espera no senhor?Divisão I – Ele te retira da condição atual. ( Qual é o seu lago terrível? ) Divisão II – Ele te coloca em segurança, na rocha. ( Te dá visão para solucionar o problema )Divisão III – Ele requer a sua adoração, um novo cântico. ( Adorar em Espírito e verdade )Divisão IV – Ele te faz testemunha, muitos o verão. ( serme-eis testemunha )

Repare que cada tópico (divisão) apresenta um termo ou uma passagem do texto. De tal forma que o texto pode ser bem explorado pelo preletor. Deve-se evitar divagações e generalizações vazias e inexpressivas.

O sermão textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e cultura bíblica.

3.2- SERMÃO TEMÁTICO (ou Tópico)

É aquele em que toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e não o texto, o que permite a utilização de vários textos bíblicos.

A divisão deriva-se do tema ou assunto apresentado e é independente do texto bíblico escolhido. No sentido técnico, o sermão tópico é aquele que deve sua estrutura e sobretudo divisões ao desenvolvimento da verdade que está em volta do tema.

Observe o exemplo : Tema: “A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR...”

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1 – ...ilumina nosso caminho Lucas 1:792 – ...liberta a nossa mente de pensamento perturbador João 14:273 – ...retira sentimento de medo João 20:19 e 204 – ...salva João 3:16

Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica da “Paz” proposta pelo tema, mas, para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do sermão é a “Paz de Jesus” que é abordada em diversos textos bíblicos.

É necessário aplicar um texto bíblico em cada divisão do tema para não atrair muito a atenção para o pregador em detrimento da palavra de Deus. Deve-se evitar divagações e generalizações vazias e inexpressivas.

O sermão temático exige do pregador mais cultura geral e teológica, criatividade, estilo apurado, contudo, o sermão temático conserva melhor a unidade.

COMO RETIRAR IDÉIAS E ARGUMENTOS (DIVISÕES) DO TEMA Escolher o tema – (Criar frases, retirar de textos bíblicos ou de outras fontes); Analisar o tema – (repetir e refletir várias vezes); Pergunte-se, o que deve falar sobre o tema; Extrair a principal palavra ou frase do tema – (Ela pode se repetir nos

argumentos); Separe no mínimo 3 argumentos ligados ao tema; Pesquisar passagens bíblicas que se refiram aos argumentos.; As divisões são explicação ou respostas do tema.

3.3- SERMÃO EXPOSITIVO

É aquele que explora os argumentos principais da exegese, hermenêutica e faz uma exposição completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermão expositivo é uma aula, uma análise pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo do sermão requer do pregador cultura teológica e poder espiritual.

O sermão expositivo está diretamente ligado ao sermão textual, com a diferença de que o seu desenvolvimento é feito sob as regras da exegese bíblica, e não abrange um só versículo, mas uma passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro

O sermão expositivo é o método mais difícil, apreciado pelos que se dedicam à leitura e ao estudo diário e contínuo da bíblia, deve ser feito uma análise de línguas, interpretação, pesquisa arqueológica, e histórica, bem como, comparação de textos.

CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO EXPOSITIVO Planejamento Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta; Interpretação mais fiel; Análise profunda do texto; Unidade, idéias subsidiárias devem ser agrupadas com base em uma idéia

principal; Não é suficiente apresentar só tópicos ou divisões; Tempo de estudo dos pontos difíceis; Pode ser abordado em série.

É muito comum o uso do sermão expositivo em pregações seriadas como conferências e estudo bíblico.

Exemplo:

O encontro com a vida

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Lucas 7:11-17Divisão I - A multidão que seguia a JesusA ) Pessoas desejosasB ) Pessoas com esperançasC ) Pessoas alegresDivisão II - A multidão que seguia a viúvaA ) Pessoas entristecidasB ) Pessoas sem esperançasC ) Pessoas inconformadasDivisão III - O encontro da vida com a morteA ) A vida é uma autoridadeB ) A morte se curva ante a vidaDivisão IV - O resultado do encontroA ) A ressurreição do jovemB ) A alegria da multidão entristecidaC ) A edificação da multidão que seguia JesusD ) A conversão de muitos

Outra divisão que pode ser usada é a textual analítica. Este tipo de divisão baseia-se em perguntas: quem? que? quando? por quê? como? e, onde? O tema do sermão textual analítico é tirado da idéia geral do texto.

Exemplo: Lucas 19: 1-10: a) foi uma visita inesperada; b) foi uma visita transformadora; c) foi uma visita salvadora.

V – ORATÓRIA -

1. REQUISITOS NECESSÁRIOS A UMA BOA ORATÓRIA

1.1 - Influência Pessoal1.2 - Dicção1.3 - Timbre (inflexão, correto uso da voz; agradável)1.4 - Gesticulação (oportuna e efetiva)1.5 - Correção Gramatical1.6 - Expressividade1.7 - Persuasão1.8 - Comunicação

2. INFLUÊNCIA PESSOAL

Os cientistas do comportamento afirmam que nos comunicamos sempre que o contato com alguém seja feito. Com freqüência a comunicação mais eficiente é não-verbal. O significado da mensagem está na pessoa e não nas palavras. Conquanto as palavras possam ser transferidas de uma mente para outra, o significado não pode ser transferido. Consequentemente, crê-se que todas as comunicações são mudadas 70 a 90% pela pessoa que recebe.

3. COMUNICAÇÃO

"A falha na comunicação afasta muitas pessoas das igrejas...

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A monotonia na pregação é uma falta grave, principalmente porque existem muitas maneiras de se variar a comunicação da mensagem. Os meios de comunicação (multimídia) estão se aprimorando na variedade de comunicar. Eles sabem que um comercial, filme, novela ou programa esportivo monótono não conquista audiência,..

A má comunicação começa com uma voz irritante, fraca, estridente, aguda ou grave demais. Assim como as boas vozes produzem convicção as vozes defeituosas geram dúvidas e rejeição.

Em questão de comunicação a convicção é vital...

'Prega mal quem não tem capacidade de encarar os seus ouvintes e olha para tudo, menos para as pessoas, e estas desejam uma perfeita comunicação com o pregador. A comunicação do pregador deve ser com pessoas, não com galerias imaginárias, corredores, paredes, ventiladores, planos ou qualquer outro objeto no santuário.'

Ignorar a arte da boa comunicação é condenar-se a si mesmo como pregador. É pregar uma mensagem que não pulsa com o vigor da realidade. Há pregadores que em nome do conteúdo pecam na comunicação, isso porque não conseguem se libertar das anotações."

4. COMO APRENDER A FALAR?

"... A fala é o resultado de tantos fatores que é preciso zelar por ela com o máximo de cuidado. Falar já é algo de fabuloso. Falar bem requer, logicamente, um aprendizado, um contínuo aperfeiçoamento, porque falar bem representa ser bem, sentir bem, querer bem, fazer bem, ter dentro de si reservas a transbordar. Para isso não é preciso ser um intelectual ou um cientista. Qualquer pessoa, mesmo uma pessoa analfabeta, pode transmitir algo que nos enriqueça em experiência ou conhecimento."

"A fala deve ser aprendida, mas aprendida mesmo! Falar bem com boa voz não é um dom natural. Parece sê-lo muito raramente quando pessoas que nunca aprenderam a utilizar da melhor maneira sua voz e sua fala, seu gesto e sua capacidade de comunicar-se, dão a impressão de serem grandes oradores natos. Mas nunca se poderá dizer até que ponto eles seriam muito melhores ainda, se tivessem recebido uma orientação esclarecedora. O fato de uma coisa dar bom resultado não significa nunca que não possa dar resultado melhor."

"Nunca é demais repetir que a voz é o homem, que a voz é "espelho da alma"; que se vê melhor a pessoa ouvindo-a; que "a voz carrega consigo toda a história do homem e da Humanidade".

5- COMO FALAR E SER ENTENDIDO. (COMUNICAÇÃO)

Dicas do professor de expressão verbal Reinaldo Polito: Clareza: faça pequenas pausas durante as frases; pronuncie corretamente as palavras e alterne o tom da voz. Isso ajuda na compreensão da mensagem. Gestos: saiba olhar e usar expressões faciais; procure olhar globalmente ouvinte durante uma apresentação e faça gestos que correspondam a uma informação, mas sem excessos. Língua: fale usando a norma culta da gramática. Além disso, empregue figuras de linguagem e a repetição de palavras no início de frases seguidas para dar vida ao discurso. Preparo: o bom orador deve imaginar todas as perguntas que poderão ser feitas antes de se apresentar, para evitar surpresas. Estado de S. Paulo. 09-01-2008

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5.1- A pronunciação do sermão deve ser brilhante e tranqüila, observe os seguintes pontos:

Força e convicção; Existe um limite de rapidez que não deve ser ultrapassado; Manter contato visual com o auditório; Simpatia.

Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para avaliação do desenvolvimento e recepção do sermão. O olhar, os braços, a expressão facial, a postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em códigos que quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho e do andamento da pregação. Assim poderá se adequar ao momento e até mesmo dar um outro rumo em sua pronunciação.

A figura ao lado nos fornece alguns códigos como:

1 – A menina, como um todo, oferece grande resistência; 2 - As pernas presas aos pés da cadeira revela que a menina está segura em sua posição e não abre mão do seu ponto de vista;3 – Os braços cruzados indicam resistência, proteção ou dúvida;4 – O rosto mostra que a menina não te olha nos olhos, desinteresse, receio, acanhamento ou medo;5 – Os olhos indicam desconfiança.

É importante destacar que estas posições nem sempre acontecerão ao mesmo tempo. Em alguns casos somente alguns destes elementos estarão presentes. O pregador deve estar atento ao comportamento geral dos ouvintes.

Em grandes auditórios, com muitos ouvintes, não se pode observar características isoladas, mas o todo.

Quando muitos ouvintes estão folheando a bíblia ou outras literaturas podem estar procurando algo mais interessante ou importante, para eles, do que ouvir a mensagem;

Conversação geral é desinteresse ou cansaço psicológico da congregação; Movimentos constantes com o corpo, bem como levantar-se a todo momento, é

sinal de cansaço físico pelo tempo da programação; A forma como estão sentados (postura).

Obtenha sempre uma resposta do público.

5.1- FALA

Comunicar vem do latim “comunicare” que significa por em comum. A forma de emitir os sons vocálicos caracteriza a nossa voz. Para ser um bom comunicador da palavra de Deus é preciso saber utilizar a fala como um grande instrumento. Apresentaremos alguns exercícios e atividades para uma boa postura da voz.

5.3- RELAXAMENTO:

Antes de falar é ideal fazer um relaxamento dos ombros, cabeça e pescoço. Para passar do silêncio para o som, as cordas vocais estarão se aproximando para realizarem uma vibração, por isso, comece a falar com cuidado, suavemente, para não dispender demasiada força.

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5.4- INTENSIDADE:

Cuidado para não usar a intensidade de forma inadequada. Ex.: Falar excessivamente alto em situações onde não é exigido este esforço como, ao telefone ou com uma só pessoa.

Leia uma lista de palavras ou texto com voz suave, como quem não quer acordar ninguém. Fale, mas não sussurre.

5.5- ALTURA

Classifica-se em grave, média e aguda. Devemos empregar o registro médio para falar. As vozes bem impostadas não apresentam diferenças de timbre na passagem de

um registro para o outro.Fale a seqüência de dias da semana prolongando a última vogal. Ex.: Segunda,

a,a,a,.. Observe o tom que você emitiu e tente gravá-lo na memória.

5.6- RITMO

Movimentos com sucessão regular de sons fortes com relação a elementos fracos. É pela observação do ritmo da respiração e identificação com a pulsação que se pode obter uma harmonia adequada, tanto ao movimento como a fala.

Diga “Por favor, poderia repetir o seu nome” rapidamente, lentamente e normalmente.

5.7- INFLEXÕES

As inflexões são ondulações da voz que se elevam ou se abaixam, quando expressamos o nosso pensamento.

Toda frase falada descreve uma curva melódica.Vejamos “Bom dia!” pronunciado com várias modulações:

1 – Indiferente 2 – Natural3 – Atencioso4 – Alegre5 – Surpresa7 – Raiva

O pregador precisa saber interpretar e exprimir bem os sentimentos para que sua pregação tenha mais “vida”. Saber expressar o que está escrito no texto e seus próprios sentimentos.

Fazer um teste: Falamos e às vezes não expressamos o que lemos.

Procure exprimir com clareza os seguintes sentimentos de acordo com as frases:VONTADE – “Hei de vencer, haja o que houver” . “Tudo posso naquele que me fortalece”.ALEGRIA – “Como é boa a vida!”. “Jesus me libertou!”CORAGEM – “Irei e enfrentarei a situação.” “Se Deus é por nós quem será contra nós?”

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MEDO – “Estão nos perseguindo”ORGULHO – “Consegui uma promoção por bons serviços prestados”HUMILDADE – “Quem sou eu, meu caro amigo”SURPRESA – “Tirei em primeiro lugar no concurso”

IMPORTANTE:

1 – Não fale com muita intensidade, reserve forças para o ponto culminante.2 – Não deixe que a voz caia nas últimas sentenças das palavras.3 – Respire de forma disciplinada4 – Varie a força, a velocidade e o ritmo da voz para não cansar a platéia.5 – Leitura do sermão somente em solenidade ou formaturas especiais.

TODO PREGADOR DEVE SER UM BOM LEITOR

Perguntas

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