PequenoEnsaioCartográﬁcoSobreoUso deAgrotóxicosnoBrasil

8/16/2019 Pequeno Ensaio Cartográco Sobre o Uso de Agrotóxicos no Brasil

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bor tório de Geogr fi Agrári - USP

2016

riss Mies Bomb rdi

qu no Ensaio Cartográco Sobr o Usod Agrotóxicos no Brasil

Este obr está licenci do com um icenç Cre tive CommonsAtribuição-NãoComerci l-Comp rtilh Igu l 4.0 Intern cion l.


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tulo: qu no Ensaio Cartográfico Sobr o Uso dAgrotóxicos no Brasil

roj to Gráfico: Larissa Mies Bombardi e Eduardo PenhaEditoração: Eduardo Penha

Capa: Eduardo Penha

1ª Edição - março de 2016

Apoio:

95p ombardi, Larissa Mies, 1972 -Pequeno Ensaio Cartográfico Sobre o Uso de

Agrotóxicos no rasil / Larissa Mies ombardi. - SãoPaulo: Laboratório de GeografiaAgrária - USP. lurb,201 .

40 p. ; 30 cm.

IS N:

1. Geografia Agrária. 2.Agricultura. 3.Agrotóxico.I. Título

CDD 912CDU 912.43

odos os direitos reservados:

Copyright © 2016, by Larissa Mies Bombardi

[email protected]

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t log ção n Public ção ( IP)Fich t lográfic feit pel utor

978.13.679.2527.4


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Apresentação ......................................................................................................................... 04

1. Mapas: Intoxicação e uso de agrotóxicos no Brasil .......................................................... 05

2. Gráficos: Intoxicações por agrotóxico ........................ ..................................................... 13

3. Gráficos: Uso de agrotóxicos no Brasil ............................................................................ 23

4. Mapas: São Paulo - Uso de agrotóxicos e expansão da lavoura de cana .......................... 29

Bibliografia ........................................................................................................................... 35

Sumário


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1. M p s: Intoxic ção e uso de grotóxicos noBr sil


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“Conforme é poss vel observar nomapa 1, no per odo de 1999 a 2009,tivemos, notificados pelo SINI OX(Sistema Nacional de Informações

óxico-Farmacológicas – Ministérioda Saúde/FIOCRUZ), cerca de 62 milintoxicações por agrotóxicos de usoagr cola. Isto significa que tivemos porvolta de 5.600 intoxicações por ano nopa s, o que equivale a uma média de15,5 intoxicações diárias, ou uma acada 90 minutos”.

Origin lmente public do em :Boletim Data Luta – NERA – UNESP– Presidente Prudente. Setembro. 2011.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizre

http://www2.fct.unesp.br/grupos/nera/artigodomes/9artigodomes_2011.pdf


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“Nota-se, no mapa 2, em que estãorepresentadas as circunstâncias em queocorreram as intoxicações poragrotóxicos – que além do AcidenteIndividual e Ocupacional – a entativade Suic dio tem lugar muitosignificativo, sendo, por exemplo, naregião Nordeste, o principal fator deintoxicação notificado, e, em algunsestados como Pernambuco e Ceará,superando 75% dos casos notificados.Mesmo nos estados da região Sudeste eSul, particularmente, São Paulo,Paraná, Santa Catarina e Rio Grandedo Sul, os assim chamados “celeiros

agr colas do pa s” a faixa representadapela tentativa de suic dio ocupa pelomenos 25% dos casos notificados deintoxicação por agrotóxico, sendosuperior a 70% no Esp rito Santo e emMinas Gerais.”É necessário entretanto fazer a ressalvade que o número de suic dios, comouma das circunstâncias principais quelevaram à intoxicação, também podeser entendido como mais umaevidência da grande subnotificaçãoexistente no pa s. Como um caso detentativa suic dio tem implicaçõesmais amplas, do ponto de vistajur dico, é mais fácil que ele se torneum número nas estat sticas oficiais, do

que casos provodados por outrascircunstâncias.

Origin lmen e public do em :Boletim Data Luta – NERA – UNESP– Presidente Prudente. Setembro. 2011.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!

artigos/euizrehttp://www2.fct.unesp.br/grupos/nera/

artigodomes/ artigodomes_2011.pdf


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“O primeiro aspecto a ser observado noMapa 3 refere-se à ocorrência demortes por agrotóxicos em todos osestados em que houve casos deintoxicação.O número de mortes por agrotóxico –notificadas – chega a mais de umacentena nos três estados da região Sul;também a mais de uma centena em São

Paulo e Esp rito Santo, na regiãoSudeste; o mesmo na Bahia e Goiás,respectivamente nas regiões Nordeste eCentro Oeste e, finalmente, chega àcasa de mais de duas centenas demortes nos estados do Ceará e dePernambuco.Neste per odo, no pa s, ocorreram 1876casos de morte por intoxicação comagrotóxicos registrados pelo SINI OX(Sistema Nacional de Informações oxicológicas). Isto significa queforam cerca de 170 mortes por ano.”

Origin lmente public do em :Boletim Data Luta – NERA – UNESP– Presidente Prudente. Setembro. 2011.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www2.fct.unesp.br/grupos/nera/

artigodomes/9artigodomes_2011.pdf


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“O Mapa 4 revela a massivapredominância do suic dio no total dasmortes ocorridas por intoxicação viaagrotóxicos, notificadas peloSINI OX.Nota-se, que nos três estados da região

Sul, a tentativa de suic dio respondepor mais de 75% das mortes. Na regiãoSudeste, com exceção do Rio deJaneiro, o mesmo acontece, chegando andices superiores a 80% em MinasGerais e Esp rito Santo. Com relação àregião Nordeste, em alguns estadoscomo é o caso de Pernambuco e Ceará,a tentativa de suic dio alcança quase100% dos casos de morte notificados.”

Origin lmen e public do em :Boletim Data Luta – NERA – UNESP– Presidente Prudente. Setembro. 2011.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!

artigos/euizrehttp://www2.fct.unesp.br/grupos/nera/artigodomes/ artigodomes_2011.pdf

O M 5 d


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O Mapa 5 representando aporcentagem de estabelecimentos ruraisque utilizam agrotóxicos em cadamunic pio brasileiro, traz de maneiraaberta a envergadura do problema e aindicação do quão pouco notificadossão os casos de intoxicação poragrotóxico.O primeiro aspecto a ser ressaltadoneste mapa é a grande concentração deuso de agrotóxicos nas regiões em quepredomina o chamado agronegócio –regiões em que predominam as culturasde cana e soja, por exemplo.Neste sentido, destacam-se osmunic pios da região Sul e Centro

Oeste do pa s, em que a soja tem papelcentral. Segundo heisen (2010), a sojaocupa o primeiro lugar em vendas deagrotóxicos: 47,1% dos agrotóxicosvendidos no pa s foram destinados aoscultivos de soja. A partir da soja,seguem o milho (11,4%) e a cana(8,2%). (Ver Gráfico 9).É poss vel perceber nitidamente, noMapa 5, os “bolsões do agronegócio”nas manchas representativas de maioresndices de utilização de agrotóxico.Neste sentido, cabe ressaltar o avançodo agronegócio em direção àAmazônia, marcando, particularmenteo Norte do estado do Mato Grosso, queinfelizmente, tem os dados de

intoxicação por agrotóxico, além desubnotificados, intermitentes, ou seja,não há informação para todos os anosdo per odo.

Origin lmente public do em :Boletim Data Luta – NERA – UNESP –Presidente Prudente. Setembro. 2011.

Dispon vel em:

http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www2.fct.unesp.br/grupos/nera/artigodomes/9artigodomes_2011.pdf


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Para os anos de 2010 e 2011 oMinistério da Saúde registrou mais de1500 casos de intoxicação poragrotóxicos. No Mapa 6 é poss velvisualizar a distribuição do número deintoxicações.A notificação das intoxicações por

agrotóxicos passou a ser compulsóriadesde janeiro de 2011 junto aoMinistério da Saúde. Nota-se, no mapa,que o número de intoxicações ébastante elevado.Chama a atenção na leitura do mapa aconcentração das intoxicações nosestados do Centro-Sul, notadamente,São Paulo, Paraná, Santa Catarina eMinas Gerais, que figuram entre os seisem que há mais venda de agrotóxicos(ver Gráfico 11). É notável também queas notificações estejam presentes emtodos os estados para os quais há dadosdispon veis.Entretanto, em função da importânciado agronegócio em estados como Mato

Grosso e Rio Grande do Sul é poss velinferir que há uma expressivasubnotificação, posto que arepresentatividade do número deintoxicações é baixa, se comparada aovolume da venda de agrotóxicos nestesdois estados: Mato Grosso ocupa oprimeiro lugar e Rio Grande do Sul oquarto, conforme se verifica no gráficoapresentado na página 26.Origin lmen e Public do em: Relatóriode Direitos Humanos no Brasil. RedeSocial de Justiça e Direitos Humanos. 2012.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/153-direitos-humanos-no-

brasil-20121 .html


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2. Gráficos: Intoxic ções por grotóxico


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“O gráfico demonstra que no per odo de 2001 a 2006, todos osestados do pa s apresentaram dados notificados de intoxicação poragrotóxico. Chama a atenção o aumento do número de notificaçõesa partir de 2004. Foram notificados 2756 casos em 2004, 4420 em

2005 e 3183 em 2006. Chama a atenção também a envergadura dosnúmeros de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Há dois elementosque explicam a expressividade destes números nestes três estados,sobretudo se considerarmos que Mato Grosso, por exemplo, quesabidamente consome uma parcela significativa dos agrotóxicoscomercializados no pa s, aparece com pouca expressão. A primeira emais evidente é o fato de São Paulo, Paraná e Santa Catarina seremestados com grande produção agr cola, com parcela importante daprodução nacional de cultivos do chamado agronegócio. Asegundaé o fato dos dados serem subnotificados, como apontado, calcula-seque para cada caso de intoxicação por agrotóxico notificado,tenhamos cinquenta outros não notificados (BOCHNER, R. 2007).Além disto, até janeiro de 2011 as notificações de intoxicações por

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agrotóxicos não eram de aviso compulsório, ou seja, todos os dadoscolhidos até este per odo foram de aviso voluntário.”

Origin lmente Public do em: Relatório de Direitos Humanos no

Brasil. Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. 2013.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/1 9-relatorio-direitos-humanos-no-brasil-2013.html

áfico 1 Fonte: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi

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Origin lmen e Public do em: Relatório de Direitos Humanos noBrasil. Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. 2013.

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/1 -relatorio-direitos-humanos-no-brasil-2013.html

“Neste gráfico, que traz o per odo mais recente, posterior aoretratado no gráfico anterior, temos que para os anos de 2007 a2013, novamente, Paraná e São Paulo figuram como os estados demaior número de notificações, agora seguido de Minas Gerais,

Pernambuco e Santa Catarina. Nota-se a permanência dos númeroselevados, cerca de 3300 intoxicações notificadas ao ano.”

Fon e: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi áfico 2

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suic dio, temos em primeiro lugar, no montante dos casosnotificados, o acidente de trabalho e, em terceiro, a contaminaçãoacidental. Estes dados corroboram o entendimento de quecamponeses e trabalhadores rurais têm sido submetidos a uma forma

muito silenciosa de violência, que está diretamente ligada aocotidiano de seu trabalho e que, muitas vezes, leva à doença ou àmorte.”

Origin lmente Public do em: Relatório de Direitos Humanos noBrasil. Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. 2013.

Disponível em :http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizr

ehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/1 9-relatorio-direitos-humanos-no-brasil-2013.html

Fonte: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi áfico 3

“As circunstâncias que envolveram as intoxicações por agrotóxicosnotificadas tornam a questão muito preocupante. O gráficoapresentado, para o per odo de 2001 a 2006, demonstra que atentativa de suic dio prevalece sobre o total dos casos notificados.

Em trabalho anterior (Bombardi, 2011) abordei esta questãotrazendo à tona algumas hipóteses no sentido do entendimento deseu significado; temos atuando dois conjuntos de elementos: umrelacionado à questão econômica e outro relacionado aos efeitosneurológicos causados pelo contato direto com alguns tipos deagrotóxicos.

Evidentemente, como até 2011 as notificações não eram de avisocompulsório, as tentativas de suic dio devem ter uma participaçãoexpressiva, uma vez que dificilmente se deixa de notificar umagravo como este. De toda forma, estes números são muitoexpressivos e evidenciam um grave problema de saúde pública. Valeobservar ainda que, para este per odo, mais do que as tentativas de

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Fon e: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi

Para o per odo de 2007 a 2013 nota-se que mudou um pouco ametodologia de coleta de dados do SINAN (Sistema Nacional deAgravos de Notificação), incorporando alguns elementos esuprimindo outros. A tentativa de suic dio, neste per odo, teve um

aumento muito significativo em relação ao anterior, respondendopor quase quarenta por cento dos casos. Uso habitual e acidental,juntos, respondem por quase metade dos casos, o que torna claroque estas notificações estão atreladas ao cotidiano do trabalho.

áfico 4

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Fonte: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi


Dispon vel em:

http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/1 9-relatorio-direitos-humanos-no-brasil-2013.html

Com relação à faixa etária das notificações de pessoas intoxicadas,os dados apresentados no gráfico, para o per odo de 2001 a 2006,são extremamente preocupantes: mais de 25% das intoxicações sederam entre crianças e adolescentes: de zero a dezenove anos. Seis

por cento dos casos foram de crianças com idade entre um e quatroanos! Dois e meio por cento em crianças com idade entre cinco enove anos e em torno de quatro por cento em crianças com idadeentre dez e catorze anos.

Isto significa que milhares de crianças no campo têm sidointoxicadas com agrotóxicos.

Na sequência, a faixa etária seguinte, que corresponde dos 20 aos 39

anos, responde por quase metade dos casos notificados deintoxicação com agrotóxicos. Isto significa que a população“envenenada” no campo – na atualidade – é uma população jovem.

áfico 5

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neste intervalo de 0 a 14 anos. Deste total, a maior parte dasintoxicações notificadas refere-se a motivos acidentais ( para a faixaetária de 0 a 14 anos). O segundo motivo no número de intoxicaçõesnotificadas para a faixa etária mencionada é o de suic dio, que se

concentra entre crianças de 10 a 14 anos.Ver: http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/547240-intoxicacao-por-agrotoxico-os-numeros-ja-sao-suficientemente-alarmantes-entrevista-especial-com-larissa-mies-bombardi



áfico 6on e: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi

“Os dados do per odo 2007 – 2013 não diferem muito do anterior, apopulação “infanto-juvenil” (zero a dezenove anos) respondesozinha por cerca de um quarto das intoxicações no campo e houveum pequeno aumento da participação dos jovens adultos (vinte a

trinta e nove anos) intoxicados em relação ao total.”

No per odo de 2007 a 2014, incluindo-se, portanto, os dados de2014 no cômputo anterior, o Ministério da Saúde registrou 25.106intoxicações por agrotóxico de uso agr cola (notificadas junto a esteórgão).

Neste per odo, apenas considerando a faixa etária entre 0 e 14 anos,houve a notificação, junto ao Ministério da Saúde, de 2181 crianças

intoxicadas. E, destas, nos estados do Centro-Sul do pa s, ascrianças entre 1 e 4 anos respondem por mais de 30% dos casos. NoMato Grosso e em Minas Gerais, por exemplo, esta faixa etária (de1 a 4 anos) responde por mais de 40% dos casos de intoxicação

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Dispon vel em:

http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/1 9-relatorio-direitos-humanos-no-brasil-2013.html

No gráfico, per odo de 2001 a 2006, têm-se os dados segundo osexo da pessoa intoxicada. Nota-se a prevalência de intoxicações emhomens, entretanto, as mulheres respondem por mais de 30% doscasos notificados.

Ressalta-se também que há diferenças significativas do ponto devista regional. Nota-se, por exemplo, que na região Nordeste há umaparticipação de mulheres, no número de pessoas intoxicadas, maiordo que nas demais regiões do pa s.

áfico 7 Fonte: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi

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Fon e: Ministério da Saúde/SINANOrg niz ção: Larissa Mies Bombardi

Gráfico Origin lmen e Public do em: Relatório de DireitosHumanos no Brasil. Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.2013.


áfico 8

Neste gráfico, também por intoxicações segundo o sexo da pessoaintoxicada, para o per odo de 2007 a 2013, houve uma pequenaredução das notificações em relação às mulheres.

Cumpre lembrar que às mulheres muitas vezes, na práticacamponesa, são delegadas tarefas consideradas do universofeminino (Woortmann, 1997), o que significa que trabalhosconsiderados “pesados” ou de “risco” em geral são executados porhomens. Entretanto, além de muitas vezes as mulheres estaremenvolvidas diretamente na prática agr cola que envolve osagrotóxicos, por exemplo nos casos de fruticultura irrigada noNordeste, os meios de comunicação têm reportado casos demulheres intoxicadas com agrotóxicos por lavarem as roupas dos

homens, roupas estas que foram utilizadas no desenvolvimento daatividade de aplicação dos agroqu micos.

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3. Gráficos: Uso de grotóxicos no Br sil


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“Conforme o gráfico apresentado, é poss vel notar que a cultura quemais utiliza agrotóxicos no pa s (em termos gerais) é a soja.Percebe-se que a soja, sozinha, respondeu por quase metade de todoo agrotóxico vendido no Brasil. Após a soja, seguem milho e cana

com o segundo e o terceiro lugares, respectivamente. Vale lembrarque, em geral, o milho é utilizado como cultura em rotação com a dasoja. A soja e a cana praticamente tiveram sua área de cultivoduplicada nos últimos anos, a soja atingindo, mais de 22 milhões dehectares e a cana 10 milhões de hectares. Importante relembrar queo Brasil é o segundo maior produtor de soja e milho e primeiro emprodução de cana, não é fortuita, portanto, a conexão entreagronegócio e uso de agrotóxicos, seja pela dimensão destescultivos, seja pelo modelo agr cola adotado.”

É notável, portanto, que os produtos expoentes do agronegóciobrasileiro sejam aqueles responsáveis, em termos totais, pelo maiorconsumo de agrotóxicos. Assim, os cultivos de soja, milho e cana,juntos, respondem por praticamente 70% de todo o uso deagrotóxicos no Brasil.

Vê-se, portanto, o binômio arca smo e modernidade materializados

no campo brasileiro. Arca smo, posto que a secular fórmula“latifúndio-monocultura” é justamente a que é utilizada peloagronegócio no vultoso aumento da produção de soja e cana, porexemplo”.


Disponível em :

http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/153-direitos-humanos-no-brasil-20121 .html

áfico 9 Fonte: HEISEN, G.

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Org niz ção: Larissa Mies Bombardi áfico 10

Nota-se que os herbicidas respondem por praticamente 60% dosagrotóxicos utilizados no Brasil. Segundo o IBAMA (BRASIL,IBAMA, 2010), este aumento no consumo de agrotóxicos está, semdúvida, vinculado à chamada “expansão da fronteira agr cola” e ao

“plantio direto” nestas terras, o que literalmente, tem significado asupressão das matas naturais.

Para definição de “herbicidas”, temos, segundo o IBAMA, que são“substâncias qu micas que evitam, reduzem ou eliminam plantasinfestantes (...) São utilizados para o controle qu mico das plantasconsideradas daninhas nas lavouras, que competem por água enutrientes com a planta cultivada, levando vantagens sobre estas ecausando perdas nas culturas.” (BRASIL, IBAMA, 2010, p.50)

Claro está que o controle qu mico das chamadas “ervas daninhas” sefaz necessário especialmente para as monoculturas, justamente emfunção da especificidade da agricultura capitalista: em grande escalae com reduzida utilização de mão-de-obra. O contrário – aliás – daespecificidade da agricultura camponesa: pequena escala e intensautilização de mão-de-obra; motivo pelo qual a agricultura capitalistase desenvolve, sobretudo, naqueles produtos que não são cultivados

pelos camponeses e que permitem a extensividade através dautilização do pacote qu mico da “revolução verde”.

De acordo com os dados do IBAMA (BRASIL, 2010), osingredientes ativos com ação herbicida que lideram a lista dos

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agrotóxicos mais comercializados, tiveram, em 2009, umaquantidade comercializada da ordem de 127 mil toneladas. Já em2013, o glifosato sozinho, o herbicida mais vendido, teve mais de185 mil toneladas comercializadas (IBAMA, 2013).

O glifosato é justamente o agrotóxico “casado”, por exemplo, comalguns tipos de soja transgênica resistentes a este ingrediente ativo.Ou seja, trata-se de sementes nas quais se introduziu DNA debactérias resistentes a este herbicida. Após a aplicação do herbicidacom este ingrediente ativo, os vegetais são mortos, as chamadas“ervas daninhas” são mortas, mas a soja transgênica sobrevive. Nãopor acaso, popularmente, entre os camponeses, o glifosato échamado de “mata-mato”.

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Org niz ção: Larissa Mies Bombardi áfico 12

Observa-se, pela análise do Gráfico, que as seis empresas que têmmaior participação nas vendas de agrotóxicos no Brasil, sozinhas,controlam praticamente 60% do mercado. Observa-se também quese trata de empresas transnacionais com capital de origem na Suiça

(Syngenta), Estados Unidos (Monsanto e Dow), Alemanha (Bayer eBasf) e Holanda/Israel (Milenia).

Notadamente, percebe-se a subordinação da agricultura brasileira aocapital internacional. Arcaico e moderno se fundem: intoxicações,doenças e mortes, são o outro lado da moeda desta “modernaagricultura” que demanda toneladas de agrotóxicos produzidos comtecnologia de ponta, pelas maiores transnacionais do setor qu micomundial.

A prevalência desta estrutura oligopolizada é reconhecida pelaANVISA que faz a seguinte avaliação: “as dez maiores indústriasnão competem entre si (...) mesmo no caso em que as patentes estãovencidas, tirando raras exceções, as empresas focam a produção emagrotóxicos com ingredientes ativos que não são comercializadospelas demais empresas, o que gera uma espécie de monopólio sobreos produtos” (ANVISA, 2012).

Este modelo oligopolizado também acontece em âmbito mundial: as13 maiores empresas de agrotóxicos detêm o controle de 83% domercado mundial do setor. (ANVISA, 2012).

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4. M p s: São P ulo - Uso de grotóxicos eexp nsão d l vour de c n


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Mapa gerado a partir de: http://www.dsr.inpe.br/laf/canasat/cultivo.html


Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/153-direitos-humanos-no-brasil-20121 .html

Org niz ção: Larissa Mies Bombardiapa 7

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Org niz ção: Larissa Mies Bombardi Mapa 8

Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizrehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/153-direitos-humanos-no-brasil-20121 .html

Mapa gerado a partir de: http://www.dsr.inpe.br/laf/canasat/cultivo.html


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O mapa – em que pese ser representativo de uma parcela do per odoretratado nos dois mapas posteriores (ano de 2006, último Censo) –traz a informação da utilização de agrotóxicos por munic pio, ouseja, a porcentagem de estabelecimentos que utilizaram agrotóxicosem cada munic pio, nas seguintes classes de área: de 0 a 12%, de 12a 24%, de 24 a 36%, de 36 a 49% e de 64 a 90%.

A comparação deste mapa, com os dois mapas anteriores,particularmente com aquele que representa a área de cana para asafra de 2008/2009, revela – de maneira clara – a sobreposição dasáreas em que predomina a cana, com aquelas em que mais se utiliza

Mapa 9

agrotóxicos no estado.


Dispon vel em:http://www.larissabombardi.blog.br/#!artigos/euizr

ehttp://www.social.org.br/index.php/relatorios/relatorios-portugues/153-direitos-humanos-no-brasil-20121 .html


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Região Administrativa de Araçatuba e de São José do Rio Preto,que, como é poss vel inferir a partir dos mapas apresentadosanteriormente, correspondem à áreas de expansão da cana.

Há ainda um bloco de intoxicações na Região Administrativa deSorocaba, no eixo dos munic pios de Itapeva, Ribeirão Branco,Apia . Região em que há grande cultivo de tomate. Esta cultura, nas

análises da ANVISA (PARA - Programa de Análise de Res duos deAgrotóxicos), costuma ter amostras significativas fora do LMR(Limite Máximo de Res duos) permitido.

O recurso cartográfico utilizado neste mapa permite a visualizaçãopor "blocos" de áreas em que se concentram casos de intoxicaçãopor agrotóxicos de uso agr cola notificados.

Chama atenção o eixo Campinas - Ribeirão Preto, tradicionalmentemarcado pelo cultivo da cana-de-açúcar. A área cultivada com canade açúcar no estado de São Paulo saltou de cerca de 3 milhões de

hectares em 2003 para 5,7 milhões de hectares em 2013, umaumento de praticamente 100% em 10 anos.

Nota-se também dois outros eixos de intoxicações notificadas:

Mapa 10


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Bibliogr fi

ANVISA. (2012) Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dispon vel em


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( ) g g phttp://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/2012+noticias/seminario+volta+a+discutir+mercado+de+agrotoxicos+em+2012

ARAÚJO, A.J.; LIMA, J.S.; MOREIRA, J.C.; JACOB, S.C.; SOARES, M.O.; MON EIRO, M.C.M.;AMARAL, A.M.; KUBO A, A.; MEYER,A.; COSENZA, C.A.N.; NEVES, C.N.;MARKOWI Z, S. Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde: estudo transversal emamostra de 102 trabalhadores rurais, Nova Friburgo, RJ. Ciência Saúd Col tiva . Rio de Janeiro,12 (1): 115-130, 2007.

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