Percepção pública da Ciência e Tecnologia no Brasil 2015

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Ciência e tecnologia no olhar dos brasileiros Equipe Mariano Laplane (Presidente do CGEE) Adriana Badaró (Coordenadora do CGEE) Douglas Falcão (Diretor do DEPDI/SECIS/MCTI) Ildeu de Castro Moreira (Consultor do estudo e professor do UFRJ) Yurij Castelfranchi (Consultor do estudo e professor do InCiTe /UFMG) Fernando Rizzo (ex-diretor do CGEE) Ivone de Oliveira (Assistente técnico do CGEE) Marcelo Paiva (Assistente de pesquisa do CGEE) Tomáz Carrijo (Estatístico do CGEE) Execução das entrevistas CP2 - Consultoria, Pesquisa e Planejamento Ltda.

Transcript of Percepção pública da Ciência e Tecnologia no Brasil 2015

Ciência e tecnologia no olhar dos brasileiros

Equipe Mariano Laplane (Presidente do CGEE)

Adriana Badaró (Coordenadora do CGEE) Douglas Falcão (Diretor do DEPDI/SECIS/MCTI)

Ildeu de Castro Moreira (Consultor do estudo e professor do UFRJ) Yurij Castelfranchi (Consultor do estudo e professor do InCiTe /UFMG)

Fernando Rizzo (ex-diretor do CGEE) Ivone de Oliveira (Assistente técnico do CGEE)

Marcelo Paiva (Assistente de pesquisa do CGEE) Tomáz Carrijo (Estatístico do CGEE)

Execução das entrevistas

CP2 - Consultoria, Pesquisa e Planejamento Ltda.

Objetivo geral

Levantamento do interesse, grau de informação,

atitudes, visões e conhecimento dos brasileiros em

relação a Ciência e Tecnologia no Brasil

Pesquisa de opinião quantitativa, com base em questionário com 105 perguntas (fechadas e abertas).

Amostra probabilística representativa de toda a população brasileira com 16 anos de idade ou mais, estratificada por gênero, faixa etária, escolaridade, renda declarada, com cotas proporcionais ao tamanho da população, segundo os dados do IBGE.

A caracterização dos entrevistados foi feita por meio do levantamento do perfil sociodemográfico e de (auto) avaliação das condições de vida e moradia.

Coleta de dados primários com a utilização da técnica CATI.

Os dados foram coletados entre os dias 22/12/2014 e 16/3/2015, em 1962 entrevistas realizadas em todas as regiões do Brasil.

Enquete nacional de 2015

Descobrir a percepção dos brasileiros sobre ciência e tecnologia é importante no âmbito acadêmico e político. É possível formular políticas públicas, compreender a aceitação de inovações tecnológicas, aperfeiçoar formas de popularizar e ensinar as ciências, além de entender os motivos que levam os jovens a escolher, ou não, carreiras científicas

Enquete nacional de 2015

A atitude e o interesse dos brasileiros sobre C&T

A pesquisa comprovou que a atitude dos brasileiros em relação à ciência e à

tecnologia é positiva. 73% dos brasileiros acreditam que a ciência e a tecnologia

trazem mais benefícios do que malefícios para a humanidade

A sociedade vê a ciência como geradora de resultados aplicáveis às suas vidas e capaz de solucionar problemas, como por exemplo, na área de saúde e de mudanças climáticas.

A atitude e o interesse dos brasileiros sobre C&T

Mais de 60% dos brasileiros têm interesse específico por Ciência e Tecnologia, sendo que, para o Meio Ambiente e para a Medicina, esse

percentual ultrapassa 70%.

61%

78%

78%

Imagem do cientista

Essa visão positiva se estende ao cientista, visto como um agente de transformação social, que contribui para o crescimento do País e o bem-estar da sociedade.

Opinião declarada sobre o cientista, 2015. Opinião declarada sobre as motivações do cientista, 2015

Imagem do cientista

Profissão 2006 2010 2015

Cientista de universidade ou de instituições públicas de

pesquisa0,82 0,8 0,89

Jornalista 0,47 0,66 0,74

Médico 0,72 0,74 0,7

Escritor 0,11 0,25 0,66

Representante de movimentos de meio ambiente 0,71 0,74 0,61

Cientista que trabalha em empresas 0,15 0,12 0,56

Religioso 0,24 0,32 0,53

Militar -0,72 -0,75 -0,34

Artista - -0,55 -0,35

Político -0,93 -0,95 -0,96

IC = (A – R)/(A + R) -1 ≤ IC ≤ 1

Onde: A = porcentagem de mais confiança; R = porcentagem de menos confiança.

Índice de confiança (IC) nos diversos profissionais, por ano de enquete (2006, 2010 e 2015).

E por isso, os cientistas, sejam de instituições públicas de pesquisa ou de empresas privadas, são considerados uma fonte de informação confiável.

Atitudes positivas e críticas

Apesar da visão otimista, a postura dos brasileiros é crítica no que diz respeito aos aspectos éticos e políticos e ao controle social da C&T. Vejamos algumas dessas percepções.

Os brasileiros acreditam que: • a pesquisa científica é essencial para a indústria; • a experimentação animal deve ser permitida dependendo do caso; • a C&T ajuda na diminuição das desigualdades.

Ao mesmo tempo: • consideram necessários o controle social sobre a ciência e a comunicação dos riscos; • estão divididos quanto à liberdade de pesquisa e à responsabilidade social dos cientistas; • a C&T não é capaz de resolver por si só todos os problemas.

Acesso à informação

Embora a atitude dos brasileiros seja positiva em relação à C&T e o interesse por temas científicos e tecnológicos seja alto, o acesso à informação é limitado e a desinformação é grande.

Sendo na mídia televisiva o maior consumo de informação científica.

Cerca da metade dos brasileiros avalia que os meios de comunicação noticiam de maneira satisfatória as descobertas científicas e tecnológicas; 20% acha que o fazem de forma parcial e, em igual proporção, consideram que a informação não é satisfatória, tanto no que se refere ao número de matérias quanto à qualidade do conteúdo divulgado.

Acesso à informação

Acesso à informação

Apesar do interesse elevado e da visão positiva sobre C&T, os brasileiros continuam tendo pouco acesso à informação científica e tecnológica, especialmente nas camadas sociais de menor escolaridade de renda. Somente seis pessoas em 100 declaram lembrar o nome de algum cientista brasileiro, e apenas 12% lembram-se de alguma instituição que faça pesquisa no País.

Entretanto, a visitação a espaços de difusão científico-cultural e a participação em atividades de divulgação da C&T, embora baixa, vem aumentando na última década.

Acesso à informação

Acesso à informação

Nos museus e centros de C&T, o crescimento foi maior em regiões que possuem menor infraestrutura de C&T e de divulgação.

Destaque para o Norte e Centro-Oeste do País, onde o aumento foi significativamente maior.

Quando questionados sobre o porquê da baixa visitação a esses espaços, as respostas mais frequentes demonstram muito mais a falta de acesso ou de conhecimento do que a falta de interesse. Ou seja, a oferta é restrita e a informação é esparsa.

Acesso à informação

Não teve tempo 32,2%

Não existem em sua região 31,3%

Não está interessado 14,2%

Ficam muito longe 8,7%

Não sabe onde existem esses centros ou museus 7,7%

Não tem dinheiro para ir 2,5%

Outros 3,4%

Total 100,0%

Motivos para não visitar Museu ou Centro de C&T

Considerações

Ainda assim, uma conclusão extraída da pesquisa é que temos uma população que respeita, valoriza e

tem interesse na ciência e na tecnologia.

A pesquisa constatou que a população é capaz de entender o conhecimento científico e deve ser ouvida nas grandes decisões sobre Ciência e Tecnologia. Além disso, os entrevistados consideram importante investir em C&T.

E indicam suas prioridades.

Considerações

Considerações

Cabe ao governo, à comunidade científica, às instituições de pesquisa e ensino e à mídia realizar um esforço conjunto, para que a sociedade realmente reconheça e se aproprie da Ciência e Tecnologia como um recurso estratégico para o desenvolvimento sustentável do País.