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Perdas de água: entraves ao avanço do saneamento básico e riscos de agravamento à escassez hídrica no Brasil

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Perdas de água: entraves ao avanço do saneamento básico e riscos de agravamento à

escassez hídrica no Brasil

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Apresentação

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o quanto as cidades e o país precisam melho-rar neste aspecto tão importante.

O déficit de saneamento básico obriga o setor a ter o máximo de recursos financeiros para a melhoria da qualidade dos serviços,

para as expansões das redes de água e esgoto, o próprio combate às perdas,

entre outras necessidades.

Estas são algumas das constatações desse mais novo

levantamento do Instituto Trata Brasil,

desenvolvido pelos Profs. Drs. Rudinei Toneto Jr. da

USP-Ribeirão Preto e Carlos Saiani do Instituto Mackenzie,

especialistas em Economia voltada ao saneamento, com apoio da mestran-

da Regiane Lopes Rodrigues o estudo teve como base os números oficiais do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS – 2010), dados do IBGE, Atlas Brasil da Agência Nacional de Águas (2010 – 2011), en-

tre outros estudos recentemente publicados.

O saneamento básico é uma das áreas mais atrasadas da infraestrutura nacional e seu avanço dependerá da melhoria a curto e médio prazos dos problemas de gestão no setor, notadamente a situação dramática das perdas de água no país.

As perdas de faturamento das empresas operado-ras com vazamentos, roubos e ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorre-tas no consumo de água, em 2010 alcançaram, na média nacional 37,57%, variando de 32,29% na região Sul a 51,55% na região Norte.

Nos Estados, dos extremos encontrados no Estado do Amapá com 74,16% de perdas ao Estado do Mato Grosso do Sul com 19,65%, este estudo mostra

Sabe-se que para reduzir as perdas necessitam-se investimentos que são diferentes em cada local. O estudo então traz cenários de possíveis ganhos com a redução de perdas considerando que os recursos para as ações iniciais provenham de fontes externas ao sistema local. Sendo assim, o objetivo das simulações é o de apenas verificar os potenciais benefícios na receita operacional e não fazer uma análise detalhada dos investimentos necessários.

Obs: No caso dos índices de suficiência de caixa e indicadores de desempenho financeiro, o estudo admite que estes, sozinhos, não refletem eficiência. Operações problemáticas com altas despesas com os serviços por m³ faturado podem, por exemplo, ser compensadas por uma maior capacidade de cobrança.

No que se refere à escassez hídrica, o estudo não conseguiu informações suficientes para distinguir o percentual das perdas físicas do percentual das perdas financeiras. Como sabe-se que as perdas físicas são representativas no contexto geral, o estudo traça um paralelo das perdas

financieras com a disponibilidade hídrica no país.

Índice APRESENTAçãO

OBJETIvO - METODOLOGIA

RETRATO DO SANEAMENTO NO PAíS

DESTAqUES

DADOS DO ESTUDO E RESULTADOS:

1 - índices de Perdas de Água (Faturamento)

CONCLUSãO

Observações Importantes

3

4

19

6

8

10

12

14

2 - Desempenho financeiro e impactos ao desenvolvimento do saneamento

5

3 - Simulação de redução das perdas na receita operacional do setor de saneamento

4 - Outras simulações dos impactos das reduções de perdas na receita operacional

5 - Relação das perdas de água com a escassez hídrica

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Retrato do Saneamento no país:Estudo e Objetivo

Metodologia A explicação detalhada dos indicadores e

fórmulas de cálculo estão demonstradas

no Anexo 1 do resumo executivo e estudo

completo que estão à disposição no site do

Instituto Trata Brasil (www.tratabrasil.org.br).

Apenas como indicação inicial informamos

que o índice de perda de faturamento (IPF)

foi calculado para cada região geográfica,

estados e para as 100 maiores cidades.

Todos os indicadores financeiros são

disponibilizados pelo Sistema Nacional de

Informações sobre Saneamento (SNIS)

do Ministério das Cidades.

Já os indicadores de escassez hídrica foram

retirados do estudo da Agência Nacional de

Águas (ANA) disponibilizado no link:

http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/Home.aspx.

O presente estudo teve como objetivo

estudar a situação das perdas de água do país,

com foco nas grandes regiões, nos estados e

no grupo das 100 maiores cidades brasileiras.

Os dados usados são de 2010 e se baseiam

nas perdas financeiras dos provedores dos

serviços informadas ao SNIS (Ministério das

Cidades).

Faz-se uma correlação das perdas de água

com a receita operacional dos operadores e

simulam-se possíveis ganhos com a melhoria

da eficiência com redução das perdas.

Como impacto ambiental, pretende-se

também comparar a situação das perdas

de água com a situação da disponibilidade

hídrica em estados e regiões.

O presente estudo utilizou informações

sobre os serviços de abastecimento de água

em 4.926 municípios brasileiros, dos quais

333 na região norte (7%), 1584 na região

nordeste (32%), 417 na região centro-oeste

(8%), 1505 na região sudeste (31%) e 1087

na região sul (22%).

Como retratado no site do Trata Brasil, os principais números sobre a situação do saneamento básico no país, em 2010, são:

Água potável: quando consideradas as áreas urbanas e rurais do País, a distribuição de água tratada atinge 81,1% da população.

Coleta de esgotos: chega a 46,2% da população brasileira.

Tratamento dos esgotos: do esgoto gerado, apenas 37,9% recebe algum tipo de tratamento.

Consumo de água por habitante no Brasil: apresentou crescimento de 7,1% em 2010 com relação a 2009: o consumo diário por habitante alcançou os 159 litros.

A região com menor consumo de água é a Nordeste, com 117 litros por habitante por dia; já a região com maior consumo é a região Sudeste com 186 litros por habitante por dia

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Destaques

Melhores Estados: Mato Grosso do Sul – 19,65%; Paraná – 21,09%; Ceará - 21,76%; Tocantins - 21,93% e Santa Catarina – 22,03%.

Casos mais críticos:

Amapá (74,16%), Alagoas (65,87%), Roraima (64,29%), Maranhão (63,98%), Acre (62,78%), Amazonas (58,37%), Pernambuco (56,83%), Rondônia (54,81%) e Sergipe (51,63%) – com perdas de faturamento de água acima dos 50%, ou seja, as empresas conseguem rece-ber por menos da metade da água produzida.

Desempenhos financeiros mais críticos:

Região Norte: índice de suficiência de caixa de 83,89% e desempenho financeiro de 73,29% mostram que a soma das receitas operacionais não cobre sequer as despesas totais com serviços.

Região Nordeste: índice de suficiência de caixa de 104,01%, mas com desempenho financeiro ruim (89,90%). A soma das receitas operacionais não são suficientes para cobrir as despesas com serviços, mas esses mu-nicípios conseguem obter arrecadação total para cobrir ao menos as despesas correntes.

- Num 2º. cenário onde houvesse redução de 10% nos estados com perdas entre 20% e 30%, de 20% nos com perdas entre 30% e 40% e de 30% nos com perdas acima de 40%, o aumento na receita operacional no Brasil seria de R$ 2,6 bilhão em 2010.

- Nas 100 maiores cidades, este cenário aumentaria a receita em R$ 1,5 bilhões, equivalente a 80% do investimento em água em 2010.

- Caso todo o país conseguisse baixar suas perdas financeiras com a água a um índice de 20% haveria um aumento na receita operacional da ordem dos R$ 6,05 bilhões / ano, ou seja, um valor corresponde a 197% do investimento realizado em abastec-imento de água pelos prestadores de serviços em 2010 (R$ 3,07 bilhões).

Bauru

São Paulo

Escassez hídrica: as perdas de água agravam as regiões Norte e Nordeste.

No Norte quase 86% da população reside em cidades que necessitam ampliação do sistema atual de água ou de novos mananciais.

Nas 100 maiores cidades a disponibilidade hídrica é satisfatória em apenas 28% das cidades.

72% destes grandes municípios precisam de investimentos: 39% de ampliação

dos sistemas e 33% novos mananciais.

No Nordeste, 82% da população vive

esta situação.

Nos 10 melhores estados (Mato Grosso do Sul, Paraná, Ceará, Tocantins, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia, Goiás e São Paulo) as menores Perdas de Faturamento são acompanhadas de desempenhos financeiros favoráveis.

Simulação de redução de 10% nas perdas:

- Uma redução de apenas 10% nas perdas no Brasil agregaria R$ 1,3 bilhão à receita operacional com a água, equivalente a 42% do investimento realizado em abastecimento de água em 2010 para todo o país.

- Nas 100 maiores cidades, uma redução de 10% agregaria R$ 758 milhões à receita operacional da água, correspondendo a 40% do valor investido no atendimento 2010.

- No Amapá, pior caso, uma redução de apenas 10% nas perdas de faturamento trariaum ganho de R$ 8,3 milhões, ou seja, um valor 6.135% maior do que o que o Estado investiu em água em 2010.

- Uma redução de 10% nas perdas no estado de São Paulo aumentaria a receita operacional direta de água em R$ 275,8 milhões, ou seja, um valor superior a todo o investimen-to realizado em abastecimento de água no estado de Minas Gerais em 2010.

Nas regiões centro-oeste, sudeste e sul, vemos que 44,2%; 43,9% e 41,1% dos municípios, respectivamente, necessitam investimentos na ampliação dos sistemas ou já requerem novos mananciais de água.

Apenas 40% dos estados apresentaram índices de perdas de faturamento inferiores ao

nível nacional (37,57%). Nas 100 maiores cidades as perdas chegam a quase 40%.

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Índices de perdas de faturamento segundo as grandes regiões e Brasil (2010)

Dados do estudo e Resultados:

RondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito FederalMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloParanáSanta CatarinaRio Grande do SulBrasil

0,67%0,39%2,18%0,36%1,95%0,54%0,60%2,78%1,31%3,01%1,96%1,60%4,99%1,32%1,36%5,94%1,41%2,10%2,93%1,81%

10,83%2,55%

15,01%16,69%5,53%3,34%6,84%100%

54,81%62,78%58,37%64,29%41,32%74,16%21,93%63,98%47,04%21,76%49,28%36,79%56,83%65,87%51,63%30,27%19,65%43,79%36,14%23,12%29,15%27,15%46,95%32,55%21,09%22,03%

*37,57%

NorteNorteNorteNorteNorteNorteNorte

NordesteNordesteNordesteNordesteNordesteNordesteNordesteNordesteNordeste

Centro-OesteCentro-OesteCentro-OesteCentro-Oeste

SudesteSudesteSudesteSudeste

SulSulSul

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS, e IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração própria.

Observação: p.p. – pontos percentuais - *Os números do Rio Grande do Sul estão sendo revisados.

As perdas de faturamento, segundo o estudo, é de 47,07%, enquanto que pelo SNIS é de 27%.

40%30%20%10%

0%

Rond

ônia

Estados

80%70%60%50%

Rio

Gran

de d

o No

rte

Brasil

Rio

Gran

de d

o Su

l

Acre

Amaz

onas

Rora

ima

Pará

Amap

áTo

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Mar

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Cear

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Para

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o Gr

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Sul

Mat

o Gr

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ntos

Rio

de Ja

neiro

São

Paul

oPa

raná

Sant

a Can

tarin

a

Dist

rito

Fede

ral

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

Regiões Brasil

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS, e IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração própria.

Estatísticas descritivas dos índices de perdas de faturamento segundo os estados e o Brasil

Estados Região

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS, e IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração própria.

Índices de perdas de faturamento segundo os estados e o Brasil

volume de água produzido no estado em relação

ao volume de água produzido no Brasil

índice médio de perdas de faturamento51,55%

44,93%

32,59%35,19%

32,29%

37,57

1 - Índices de Perdas de Água (Faturamento)

08 | | 09

21,14p.p.22,23p.p.27,02p.p.11,80p.p.22,88p.p.11,17p.p.17,67p.p.21,77p.p.24,96p.p.25,69p.p.25,73p.p.25,93p.p.21,65p.p.24,95p.p.15,43p.p.21,60p.p.15,38p.p.22,30p.p.13,13p.p.

--20,13p.p.15,03p.p.23,23p.p.17,85p.p.13,59p.p.18,56p.p.19,22p.p.25,13p.p.

Desvio-Padrão

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< 30,0 % a 40,0 %

< 70,0 %

< 30,0 %

< 40,1 % a 50,0 %

< 50,1 % a 70,0 %

Índice de perdas no faturamento

Regiões

Despesa total com os serviços por m³ faturado

(R$/m³)Tarifa média de

água (R$/m³)

Indicador de desempenho financeiro (%)

índice de suficiência de

caixa (%)

índice de perdas de

faturamento (%)

NorteNordesteCentro-OesteSudesteSul100 maiores cidadesBrasil

1,872,182,562,242,95

2,482,34

73,2989,80

102,45111,59115,38

114,08106,01

83,89104,01109,26115,11128,53

121,61113,62

51,5544,9332,5935,1932,29

39,2237,57

2,582,292,411,932,08

2,122,06

Fonte: Malha municipal digital do Brasil, Base de Informações

Municipais 4, IBGE 2003. Apud SNIS (2010).

2 - Desempenho financeiro e impactos ao desenvolvimento do saneamento Por região (ordem crescente de Perdas):

RondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloParanáSanta CatarinaRio Grande do SulMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito Federal100 maioresBrasil

2,761,381,942,011,361,762,531,342,481,642,232,322,265,292,842,252,331,892,842,051,972,694,542,541,453,042,842,482,34

70,2956,2182,0783,9955,6078,34

100,4258,4066,29

105,26121,4876,0597,6688,4460,44

100,73105,63124,24107,30114,72148,69113,0398,43

117,20105,07101,3397,36

114,08106,01

70,8751,37

103,7199,9057,9452,79

142,8457,4567,48

117,32114,55

83,08102,68

84,2686,32

138,36114,18134,00118,90113,53179,94123,97105,99100,13122,35125,82

96,81121,61113,62

54,8162,7858,3764,2941,3274,1621,9363,9747,0421,7649,2836,7956,8365,8751,6330,2729,1527,1546,9532,5521,0922,03 *19,6543,7936,1423,1239,2237,57

3,842,432,442,392,452,362,502,373,641,591,702,892,372,794,552,071,871,372,641,791,231,963,482,091,402,632,852,122,06

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS, e IBGE, Censo Demográfico de 2010. Elaboração própria.

*Os números do Rio Grande do Sul estão sendo revisados.

Estatísticas descritivas de indicadores financeiros disponibilizados pelo SNIS segundo os estados, as 100 maiores cidades e o Brasil (2010)

Despesa total com os serviços por m³ faturado

(R$/m³)EstadosTarifa média de

água (R$/m³)

Indicador de desempenho financeiro (%)

índice de suficiência

de caixa (%)

índice de perdas de

faturamento (%)Representação espacial do índice de perdas de faturamento para o conjunto de prestadores participantes distribuído por faixas percentuais, segundo os estados brasileiros (fonte: Ministério das Cidades / SNIS 2010 - indicador

IN013)

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**Obs: índices de desempenho financeiro e suficiência de caixa menores que 100% significam déficit.

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3 - Simulação de redução das perdas na receita operacional do setor de saneamento

**Obs: para encontrar essa receita multiplicou-se a tarifa média de água por região pela estimativa de redução das perdas.

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS. Elaboração própria.

Regiões

Receita Operacional

Direta de Água (R$ mil/ano)

Aumento na receita operacional

direta de água (R$ mil/ano)

com redução de 10% nas perdas

Aumento na receita operacional

direta de água com redução de

10% nas perdas (%)

Investimento realizado em

abastecimento de água pelo prestador

de serviços(R$ mil/ano)

Razão entre aumento na

receita operacional direta de água e

investimento (%)

NorteNordesteCentro-OesteSudesteSul100 maiores cidadesBrasil

80.289302.266

86.908605.570197.290

758.3511.291.241

10,6%8,4%4,9%5,5%5,4%

6,6%6,2%

52.857808.499311.118

1.518.688385.481

1.896.9843.076.643

152%37%28%40%51%

40%42%

754.5023.610.7481.760.654

10.976.6113.661.949

11.535.37920.764.464

Impacto das perdas sobre a Receita Operacional Direta de Água (2010) segundo estados, 100 maiores cidades e Brasil

Receita Operacional

Direta de Água

(R$ mil/ano)

Aumento na receita operacional direta

de água (R$ mil/ano) com redução

de 10% nas perdas

Aumento na receita operacional direta de água com

redução de 10% nas perdas (%)

Investimento realizado em

abastecimento de água pelo prestador

de serviços (R$ mil/ano)

Razão entre aumento na

receita operacional direta de água e

investimento (%)

13.0043.958

31.0495.973

13.6878.2534.102

30.30419.10013.54727.05417.17581.53171.56825.39249.76292.69316.447

246.444275.774

28.76530.015

*8.155

16.55842.68815.144

758.3511.291.241

12,1%16,9%14,0%18,0%

7,0%28,7%

2,8%17,8%

8,9%2,8%9,7%6,1%

13,2%40,8%10,7%

4,3%4,1%3,7%9,5%4,8%2,7%3,6%

*2,4%7,8%6,0%3,0%6,6%6,2%

2.69413.20714.780

2.2319.939

1359.872

12.56432.03962.40622.30729.983

482.68610.84173.83281.839

246.68977.15960.369

1.134.471126.073

88.075 *

45.77739.706

163.98261.653

1.896.9843.076.643

483%30%

210%268%138%

6.135%42%

241%60%22%

121%57%17%

660%34%61%38%21%

408%24%23%34%

*18%42%26%25%40%42%

107.21323.472

221.48633.177

194.40628.761

145.988170.669215.022487.080278.419280.482619.446175.564237.867

1.146.2012.252.801

441.3722.581.8745.700.5641.076.484

838.7221.746.744

333.433212.581712.551502.090

11.535.37920.764.464

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS. Elaboração própria. - *Os números do Rio Grande do Sul estão sendo revisados.

1 - Cenário de Redução de 10% nas Perdas financeiras:

A receita operacional direta de água é o valor faturado anual decorrente do serviço de abastecimento de água, resultante exclusiva-mente da aplicação de tarifa e/ou taxas, excluí-dos os valores da venda de água exportada no atacado (bruta ou tratada).

Esta estimativa considera uma redução de 10% nas perdas financeiras, ou seja, sobre o volume de água não faturado em cada região, Estado e nas 100 maiores cidades.

Estados

RondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloParanáSanta CatarinaRio Grande do SulMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito Federal100 maioresBrasil

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Estima-se o aumento da receita em R$ (Reais), em percentagem com relação à receita opera-cional atual e sobre o investimento realizado em abastecimento de água pelo prestador do serviço em 2010.

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4 - Outras simulações dos impactos das reduções de perdas na receita operacional

Receita Operacional

Direta de Água (R$ mil/ano)

% de redução

no volume de água perdido

% do aumento na receita

operacional direta de água com

redução de 10% nas perdas

% do aumento

na receita operacional

direta de água com redução

nas perdas

NorteNordesteCentro-OesteSudesteSul100 maioresBrasil

30%30%20%20%20%20%20%

10,6%8,4%4,9%5,5%5,4%6,6%6,2%

31,9%25,1%

9,9%11,0%10,8%13.1%12,4%

65,146,419,123,820,532,229,1

754.5023.610.7481.760.654

10.976.6113.661.949

11.535.37920.764.464

Estados

Receita Operacional

Direta de Água (R$ mil/ano)

% do aumento na receita

operacional direta de água

com redução de 10% nas perdas

% do aumento na receita

operacional direta de água

com redução nas perdas

RondôniaAcreAmazonasRoraimaParáAmapáTocantinsMaranhãoPiauíCearáRio Grande do NorteParaíbaPernambucoAlagoasSergipeBahiaMinas GeraisEspírito SantoRio de JaneiroSão PauloParanáSanta CatarinaRio Grande do SulMato Grosso do SulMato GrossoGoiásDistrito Federal100 maioresBrasil

12,1%16,9%14,0%18,0%

7,0%28,7%

2,8%17,8%

8,9%2,8%9,7%6,1%

13,2%40,8%10,7%

4,3%4,1%3,7%9,5%4,8%2,7%3,6%

10,7%2,4%7,8%6,0%3,0%6,6%6,2%

30%30%30%30%30%30%10%30%30%10%30%20%30%30%30%20%10%10%30%20%10%10%

*-

30%20%10%20%20%

63,568,165,768,951,673,0

8,868,757,5

8,159,445,664,869,661,333,931,426,357,438,6

5,29,2

*--

54,344,713,549,046,8

77,0114,9

92,1124,0

36,3209,6

2,5122,0

51,12,3

57,727,985,3

283,965,414,712,9

9,854,818,7

1,43,3

*--

42,326,8

4,132,229,1

107.21323.472

221.48633.177

194.40628.761

145.988170.669215.022487.080278.419280.482619.446175.564237.867

1.146.2012.252.801

441.3722.581.8745.700.5641.076.484

838.722 *

333.433212.518712.551502.090

11.535.37920.764.464

Resumo do impacto das perdas sobre a Receita Operacional Direta de Água (2010) segundo estados, 100 maiores cidades e Brasil

Resumo do impacto das perdas sobre a Receita Operacional Direta de Água (2010) segundo regiões geográficas, 100 maiores cidades e Brasil

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS. Elaboração própria. - *Os números do Rio Grande do Sul estão sendo revisados.

1º Cenário 2º Cenário 3º Cenário

1º Cenário 2º Cenário 3º Cenário1º. Cenário: 10%, ou seja, o mesmo citado antes.

2º. Cenário: redução de 10% para os estados com perdas entre 20% e 30% redução de 20% para estados com perdas entre 30% e 40% redução de 30% para os estados com perdas acima de 40%.

3º. Cenário: reduções nos índices de perdas para o nível de 20%.

Estados

14 | | 15

% de redução no índice

de perdas de

faturamento

61,255,538,643,238,149,046,8

% do aumento na receita operacional direta de água com

redução no índice de perdas para o nível de 20%

Fontes: Ministério das Cidades, SNIS. Elaboração própria.

% de redução

no volume de água perdido

36,4%50,6%42,1%54,0%21,1%86,1%

2,8%53,3%26,6%

2,8%29,2%12,2%39,5%

122,3%32,0%

8,7%4,1%3,7%

28,6%9,7%2,7%3,6%

*-

23,4%12,0%

3,0%13.1%12,4%

% de redução no

índice de perdas de

faturamento

% do aumento na receita operacional direta de água com

redução no índice de perdas para o

nível de 20%

Page 9: Perdas de água - Instituto Trata Brasil · Perdas de água: entraves ao avanço do saneamento básico e riscos de agravamento à escassez hídrica no Brasil

1 Para maiores detalhes sobre as metodologias utilizadas, Esse estudo é disponibilizado no seguinte link da ANA: http://atlas.ana.gov.br/Atlas/forms/Home.aspx.

Perdas e Disponibilidade de água nas cidades: por região, estados e nos 100 maiores municípios do país

**Disponibilidade Hídrica

**Perdas

Por número de municípios:

Abastecimento Satisfatório

Requer Ampliação do Sistema

Requer Novo Manancial

Total

O estudo avaliou a situação da disponibilidade hídrica nos municípios brasileiros expressos no “Atlas Brasil – Abastecimento Urbano de Água”, estudo realizado em 2010 pela Agência Nacional de Águas (ANA, 2010).

O estudo da ANA contempla a situação de 5.529 municípios e avaliou as condições dos mananciais, tanto superficiais como subterrâ-neos, e dos sistemas de produção de água para atender às demandas da população urbana em 2015.

Interessa, aqui, as informações relacionadas à disponibilidade hídrica e às estimativas de investimentos.

As cidades foram classificadas em 3 grupos, que levam em conta o nível de adequação da disponibilidade hídrica:

40%30%20%10%

0%Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil100 maiores

Requer novo manancialRequer ampliação de sistemaAbastecimento satisfatório

100%90%80%70%60%50%

34.7% 26.2%

55.8% 56.1% 58.9%

28.0%45.3%

59.0%59.8%

36.1% 38.9% 34.7%

13.9%6.2% 8.2% 5.0% 6.4%

33.0%8.5%

46.1%

39.0%

5 - Relação das perdas de água com a escassez hídrica

Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul CIDADES Brasil 100 MAIORES

Classificação da DisponibilidadeHídrica

Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul100

Maiores Cidades

Brasil

156

265

28

449

466

1.064

248

1.778

260

168

38

466

932

647

83

1.662

692

407

75

1.174

28

39

33

100

2.506

2.551

472

5.529

Número de Cidades

51,55% 44,93% 32,59% 35,19% 32,29% 39,22% 37,57%

(i) abastecimento satisfatório (situação adequada);

(ii) requer ampliação do sistema (situação intermediária) e

(iii) requer novo manancial (situação inadequada).

Portanto, os dois últimos grupos representam cidades nas quais devem ser feitos investimen-tos para atender as demandas urbanas por água em 2015.

16 | | 17

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Conclusão

- As perdas de água representam um dos maiores desafios e dificuldades para a expansão das redes de distribuição de água no Brasil. A perda financeira com a água produzida e não faturada faz com que o setor do saneamento perca recursos financeiros fundamentais também para a expansão do esgotamento sanitário no país.

- Estas perdas financeiras derivam da água produzida, mas que não consegue ser cobrada do usuário por problemas técnicos, de ineficiência na gestão, entre outros. As perdas financeiras são derivadas das ligações clandestinas, roubos de água, problemas e/ou falta de hidrantes e de medição em geral, sub-medições e, sobretudo dos vazamentos que ocorrem por sobre pressão nas redes em horários de baixa demanda, por corrosão e/ou idade avançada das redes de distribuição, uso de materiais inadequados ou fora dos padrões técnicos, obras mal executadas, entre outros.

- Já os resultados do estudo mostram que o nível de combate às perdas tem sido muito desigual pelos estados brasileiros fazendo com tenham diferenças dramáticas entre os índices de perdas nos estados mais eficien-tes (Mato Grosso do Sul, Paraná, etc.) e os com maiores perdas financeiras (Amapá, Alagoas, entre outros).

- As perdas físicas, que são parte das perdas financeiras, dificultam a já dramática dis-ponibilidade hídrica que vivem várias cidades brasileiras. Segundo o Atlas Brasil da Agência Nacional de Águas (ANA), as regiões Norte e Nordeste são as que possuem, relativamente, os maiores problemas nos sistemas produ-tores de água.

O Nordeste por exemplo, apresenta altas perdas e maiores problemas de mananciais, forte escassez hídrica da sua porção semiárida e pequena disponibilidade de água das bacias hidrográficas litorâneas.

“O estudo e suas simulações mostram que mesmo

pequenos ganhos, como reduções de 10% nas

perdas atuais, resultariam em recursos financeiros

muito importantes para melhorar o fornecimento

de água no Brasil. Níveis de perdas tão altas, como

os das regiões Norte e Nordeste, fazem com que

em muitos casos a arrecadação com o fornecimen-

to de água não seja suficiente sequer para pagar

os custos desses próprios serviços. Esse quadro

inibe os investimentos necessários para que muitos

brasileiros tenham água para viver dignamente.

Já as perdas físicas de água, responsáveis em

grande parte pelas perdas financeiras, agravam a

questão ambiental no Brasil, que vive grave escassez

hídrica em muitas cidades. As perdas fazem com que

mais água tenha que ser retirada da natureza para

cobrir a ineficiência, vazamentos e outros problemas

no sistema de distribuição. É preciso, portanto, que

Governo Federal, Governadores e Prefeitos lutem por

reduções de perdas desafiadoras, pois certamente

resultarão em recursos financeiros para levar água

potável e esgotamento sanitário a quem não tem.

É um dever para com o país.”

Édison Carlos – Presidente

Executivo do Instituto Trata Brasil

18 | | 19

Abastecimento Satisfatório

Belo HorizonteBetim

BlumenauCampina Grande

CampinasCampo Grande

Campos dos GoytacazesCanoas

CariacicaCaxias do Sul

ContagemGovernador valadares

JundiaíLimeira

MaringáOlinda

PaulistaPiracicaba

Porto AlegreRibeirão das Neves

SerraSorocaba

TaubatéUberaba

Uberlândiavila velha

vitóriavolta Redonda

31.339.627.229.015.6

1.426.153.845.748.338.744.427.2

7.513.860.664.744.644.642.416.241.532.410.021.862.031.438.9

Fonte: Agência Nacional de Águas, ATLAS Brasil – Abastecimento Urbano de Água. Elaboração própria.

Situação das 100 maiores cidades em função da disponibilidade hídrica (2010)

MGMGSCPBSPMSRJRSESRSMGMGSPSPPRPEPESPRSMGESSPSPMGMGESESRJ

IN013 - índice de perdas

faturamento [percentual]

33.642.329.042.519.528.026.253.847.847.441.354.235.712.924.268.472.647.647.644.930.941.538.916.029.462.034.438.9

Requer Ampliação do Sistema

AnanindeuaBelém

Belford RoxoBoa vista

CaruaruCaucaiaCuiabá

Duque de CaxiasFeira de Santana

FortalezaGravataí

ItaquaquecetubaJaboatão dos Guararapes

JoinvilleJuazeiro do Norte

Juiz de ForaMacapáManaus

MauáNiterói

Nova IguaçuPetrolina

PetrópolisPonta Grossa

RecifeRio Branco

Rio de JaneiroSalvador

Santa MariaSantarém

SantosSão Gonçalo

São João de MeritiSão José do Rio PretoSão José dos Campos

São LuísSuzano

Teresinavárzea Grande

29.944.160.965.747.769.258.860.031.016.560.241.069.836.728.019.473.059.538.024.859.550.826.6

5.856.764.150.944.254.834.5

7.035.449.226.532.164.134.955.562.0

PAPARJRRPECEMTRJBACERSSPPESCCEMGAPAMSPRJRJPERJPRPEACRJBARSPASPRJRJSPSPMASPPIMT

Cidade UF

IN013 - índice de perdas

faturamento [percentual]

47.248.336.355.960.074.358.833.338.427.360.249.775.943.438.325.477.259.548.432.336.058.836.921.165.168.433.447.147.046.112.720.435.131.838.064.144.459.362.0

IN049 - índice de perdas na distribuição [percentual]

IN049 - índice de perdas na distribuição [percentual]

Cidade UF

Requer Novo Manancial

AnápolisAparecida de Goiânia

AracajuBauru

BrasíliaCarapicuíba

CascavelCuritiba

DiademaFlorianópolis

Foz do IguaçuFranca

GoiâniaGuarujá

GuarulhosJoão Pessoa

LondrinaMaceió

Mogi das CruzesMontes Claros

MossoróNatal

OsascoPelotas

Porto velhoPraia Grande

Ribeirão PretoSanto André

São Bernardo do CampoSão José dos Pinhais

São PauloSão vicente

vitória da Conquista

49.125.751.342.523.121.624.429.741.217.830.016.534.432.048.037.927.561.762.442.154.149.327.8

6.744.6

7.845.427.342.433.730.240.711.0

GOGOSESPDFSPPRPRSPSCPRSPGOSPSPPBPRALSPMGRNRNSPRSROSPSPSPSPPRSPSPBA

Cidade UF

IN013 - índice de perdas

faturamento [percentual]

49.024.456.242.524.930.035.038.141.231.435.826.423.542.347.749.834.066.148.445.859.556.934.051.547.637.445.427.346.942.836.347.420.0

IN049 - índice de perdas na distribuição [percentual]

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