Perfil de cada organizadora

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Foco nos estudos! Conheça o perfil de cada organizadora... Por Luan Monteiro - [email protected] São muitos os detalhes que podem fazer a diferença no processo de preparação dos concurseiros. Para alcançar o objetivo da aprovação é preciso estudar horas, se dedicar de verdade. Por isso, eles ficam atentos a tudo, pesquisam provas anteriores, leem os editais minuciosamente, buscam informações sobre as bancas. E este último tópico destaca-se como um dos mais importantes. Conhecer o estilo de cada organizadora, isto é, a maneira como aborda e cobra o conteúdo, bem como seus critérios de correção, pode determinar o sucesso ou o fracasso dos concorrentes. Para auxiliar a vida dos candidatos e ajudá- los a direcionar o foco dos estudos, o diretor do Gran Cursos, Wilson Granjeiro, elaborou pesquisa sobre as principais bancas de concursos do país. Para o professor, o principal desafio a ser vencido pelos candidatos não é apreender o conteúdo proposto no edital, e sim decifrar os 'códigos' usuais dos examinadores. Exatamente por isso foi feita a cartilha. "Para vencer as bancas é necessário conhecê-las profundamente, traçando minucioso estudo de suas características, pensamentos, peculiaridades, preferências. Pensando nisso elaborei este guia com as principais características das organizadoras mais atuantes. É para auxiliar os candidatos a vencerem esta batalha", comenta. O especialista em concursos destaca que conhecer a banca é tão importante quanto os estudos. "A preparação de um candidato para concurso público exige não apenas conhecimento das matérias de prova, determinação férrea para estudar até o último momento e foco absoluto na meta final da aprovação. É preciso que ele conheça também a banca que vai aplicar a prova e como ela costuma abordar cada uma das disciplinas que farão parte do concurso, a fim de responder o que foi perguntado pelo examinador e não desperdiçar preciosos pontos com respostas divergentes do pensamento de quem elaborou as questões", declara. O diretor do Gran Cursos aponta a primeira grande diferença entre as bancas. "A metodologia é a primeira grande diferença que se verifica na correção das provas entre o Cespe a principal banca de concursos públicos do país e as demais bancas examinadoras. O Cespe utiliza, basicamente, o sistema de Certo ou Errado, o que significa que o candidato tem 50% de chance de acertar cada resposta. A banca adota o sistema de correção em que cada resposta errada anula uma certa o que leva o candidato a pensar duas vezes antes de 'chutar'”. O teste também pode ser de múltipla escolha, privilegiando o raciocínio interdisciplinar, o que exige um amplo conhecimento das matérias do concurso", finaliza. Acompanhe abaixo a explicação do professor Wilson Granjeiro sobre o comportamento das principais bancas. A divisão foi feita por quatro áreas fundamentais de praticamente todas as seleções que vêm por aí: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Informática. As bancas escolhidas foram: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/UnB), Consulplan, Escola de Administração Fazendária (Esaf), Fundação Carlos Chagas (FCC), Fundação Cesgranrio, Fundação Universa (Funiversa), Instituto Americado de Desenvolvimento (Iades) e Fundação Getúlio Vargas (FGV). Confira a 'Cartilha Granjeiro' Vamos, então, seguir com o estudo comparativo entre as bancas pela matéria que está presente em todos os concursos e, em geral, é a de maior peso na nota final: Língua Portuguesa. Na questão da abordagem do assunto, por exemplo, o Cespe tem um pensamento mais “moderno” em termos de visão linguística. A Esaf, por sua vez, é mais estruturalista; e a FCC (Fundação Carlos Chagas) valoriza a gramática normativa, a regra. Já a FGV privilegia estudos sintáticos ligados ao texto; a Iades dá ênfase à gramática normativa e à linguísticatextual. A Consulplan também prefere a gramática normativa, além de selecionar textos mais curtos. LÍNGUA PORTUGUESA Cespe/UnB Abordagem: Pensamento mais “moderno” em termos de visão linguística. Características: Bons textos selecionados, autores conhecidos e temas da atualidade sobre: textos adaptados de sites da internet. Temas recorrentes: Política, Economia e decisões recentes (em artigos jornalísticos). O que cobra: Funções dos termos QUE e SE; sinais de pontuação; concordância. Questões de acentuação/ortografia. Esaf Abordagem: Mais estruturalista. Características: Exige conhecimento da lógica da estruturação Temas recorrentes: Temas sociológicos/filosóficos. O que cobra: Principalmente “a alternativa que continua o texto” ou “assinale a alternativa que não pode ser a conclusão do texto”. Estudar: estrutura do parágrafo, coerência e coesão.

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Foco nos estudos! Conheça o perfil de cada organizadora...

Por Luan Monteiro - [email protected]

São muitos os detalhes que podem fazer a diferença no processo de preparação dos concurseiros. Para alcançar o objetivo da aprovação é preciso estudar horas, se dedicar de verdade. Por isso, eles ficam atentos a tudo, pesquisam provas anteriores, leem os editais minuciosamente, buscam informações sobre as bancas. E este último tópico destaca-se como um dos mais importantes. Conhecer o estilo de cada organizadora, isto é, a maneira como aborda e cobra o conteúdo, bem como seus critérios de correção, pode determinar o sucesso ou o fracasso dos concorrentes. Para auxiliar a vida dos candidatos e ajudá-los a direcionar o foco dos estudos, o diretor do Gran Cursos, Wilson Granjeiro, elaborou pesquisa sobre as principais bancas de concursos do país. Para o professor, o principal desafio a ser vencido pelos candidatos não é apreender o conteúdo proposto no edital, e sim decifrar os 'códigos' usuais dos examinadores. Exatamente por isso foi feita a cartilha. "Para vencer as bancas é necessário conhecê-las profundamente, traçando minucioso estudo de suas características, pensamentos, peculiaridades, preferências. Pensando nisso elaborei este guia com as principais características das organizadoras mais atuantes. É para auxiliar os candidatos a vencerem esta batalha", comenta. O especialista em concursos destaca que conhecer a banca é tão importante quanto os estudos. "A preparação de um candidato para concurso público exige não apenas conhecimento das matérias de prova, determinação férrea para estudar até o último momento e foco absoluto na meta final da aprovação. É preciso que ele conheça também a banca que vai aplicar a prova e como ela costuma abordar cada uma das disciplinas que farão parte do concurso, a fim de responder o que foi perguntado pelo examinador e não desperdiçar preciosos pontos com respostas divergentes do pensamento de quem elaborou as questões", declara. O diretor do Gran Cursos aponta a primeira grande diferença entre as bancas. "A metodologia é a primeira grande diferença que se verifica na correção das provas entre o Cespe – a principal banca de concursos públicos do país – e as demais bancas examinadoras. O Cespe utiliza, basicamente, o sistema de Certo ou Errado, o que significa que o candidato tem 50% de chance de acertar cada resposta. A banca adota o sistema de correção em que cada resposta errada anula uma certa – o que leva o candidato a pensar duas vezes antes de 'chutar'”. O teste também pode ser de múltipla escolha, privilegiando o raciocínio interdisciplinar, o que exige um amplo conhecimento das matérias do concurso", finaliza. Acompanhe abaixo a explicação do professor Wilson Granjeiro sobre o comportamento das principais bancas. A divisão foi feita por quatro áreas fundamentais de praticamente todas as seleções que vêm por aí: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional e Informática. As bancas escolhidas foram: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe/UnB), Consulplan, Escola de Administração Fazendária (Esaf), Fundação Carlos Chagas (FCC), Fundação Cesgranrio, Fundação Universa (Funiversa), Instituto Americado de Desenvolvimento (Iades) e Fundação Getúlio Vargas (FGV). Confira a 'Cartilha Granjeiro'

Vamos, então, seguir com o estudo comparativo entre as bancas pela matéria que está presente em todos os concursos e, em geral, é a de maior peso na nota final: Língua Portuguesa. Na questão da abordagem do assunto, por exemplo, o Cespe tem um pensamento mais “moderno” em termos de visão linguística. A Esaf, por sua vez, é mais estruturalista; e a FCC (Fundação Carlos Chagas) valoriza a gramática normativa, a regra. Já a FGV privilegia estudos sintáticos ligados ao texto; a Iades dá ênfase à gramática normativa e à linguísticatextual. A Consulplan também prefere a gramática normativa, além de selecionar textos mais curtos. LÍNGUA PORTUGUESA Cespe/UnB

Abordagem: Pensamento mais “moderno” em termos de visão linguística. Características: Bons textos selecionados, autores conhecidos e temas da atualidade sobre: textos adaptados de sites da internet. Temas recorrentes: Política, Economia e decisões recentes (em artigos jornalísticos). O que cobra: Funções dos termos QUE e SE; sinais de pontuação; concordância. Questões de acentuação/ortografia. Esaf

Abordagem: Mais estruturalista. Características: Exige conhecimento da lógica da estruturação Temas recorrentes: Temas sociológicos/filosóficos. O que cobra: Principalmente “a alternativa que continua o texto” ou “assinale a alternativa que não pode ser a conclusão do texto”. Estudar: estrutura do parágrafo, coerência e coesão.

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FCC

Abordagem: Valoriza a gramática normativa, a regra. Características: Tendência a trabalhar com questões do tipo “marque a alternativa INCORRETA”. Temas recorrentes: Autores: Sérgio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Marilena Chauí, Euclides da Cunha e outros. O que cobra: Acentuação e ortografia vigentes (só vale a nova ortografia), verbo, vozes verbais (sempre!), funções sintáticas, concordância e regência. Cesgranrio

Abordagem: Entre a gramática normativa e linguística textual. Características: Nível de cobrança mais simples. Temas recorrentes: Linguagem não verbal, como a charge. Textos provenientes do jornal O Globo. O que cobra: Acentuação, funções sintáticas, concordância, regência e pontuação. Funiversa

Abordagem: Linguística textual Características: Textos de grande extensão. Há sempre a impressão de que não há uma resposta correta. Temas recorrentes: Temas humanísticos. O que cobra: Reescritura de textos. Uso de conectivos. Iades

Abordagem: Gramática normativa e linguística textual. Características: Textos longos. As questões privilegiam o conhecimento gramatical do candidato. Temas recorrentes: Tendência de temas relacionados à área de atuação do órgão, instituição etc. Caso seja Conselho Federal de Administração, os temas serão da área administrativa. O que cobra: Correção gramatical das reescrituras. Acentuação e ortografia vigentes. Período simples e composto. Colocação pronominal. Valores semânticos das preposições. FGV

Abordagem: Estudos sintáticos ligados ao texto. Características: Textos bem trabalhados e vocabulário repleto de linguagem metafórica. Temas recorrentes: Políticos e Econômicos. O que cobra: Orações subordinadas e coordenadas; uso de conectivos. Cobrança de vocabulário. Consulplan

Abordagem: Gramática normativa. Textos pequenos. Características: Não contextualiza a cobrança dos conhecimentos gramaticais ou contextualiza pouco. Temas recorrentes: Sociologia e direitos humanos. (O Globo e textos poéticos). O que cobra: Colocação pronominal, pontuação, período simples e composto, acentuação e ortografia, uso de vocábulo, crase.

DIREITO ADMINISTRATIVO

Agora, vamos ao Direito Administrativo. Qual é o doutrinador mais citado pelas bancas na área que é minha especialidade e que leciono para concursos públicos há mais de 22 anos? Se você respondeu Maria Sylvia Zanella DI PIETRO, acertou a questão. Confira outras informações: Cespe/UnB

Doutrina: Sim - Muito Jurisprudência: Muito (sobretudo do STF e do STJ) Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Celso Antônio Bandeira de Mello e José dos Santos Carvalho Filho. Esaf

Doutrina: Sim - Muito Jurisprudência: Sim, principalmente STF Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Celso Antônio Bandeira de Mello FCC

Doutrina: Sim Jurisprudência: Sim Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Zanella Di Pietro Cesgranrio

Doutrina: Sim Jurisprudência: Pouco Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro

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Funiversa

Doutrina: Sim Jurisprudência: Sim Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Maria Sylvia Zanella Di Pietro FGV

Doutrina: Pouco Jurisprudência: STF e STJ Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Hely Lopes Consulplan

Doutrina: Pouco Jurisprudência: Pouco ou nada Lei seca (texto legal): Muito Autores mais citados: Hely Lopes e Maria Sylvia Zanella Di Pietro Iades

Doutrina: Sim (metade) Jurisprudência: Pouco ou nada Lei seca (texto legal): Muito (metade) Autores mais citados: Hely Lopes e Maria Sylvia

DIREITO CONSTITUCIONAL

O Direito Constitucional é outra disciplina de grande peso em inúmeros concursos públicos. A comparação entre as principais bancas de provas para concursos mostra que, nesta matéria, o autor mais citado é Alexandre de Moraes. Saiba também como os examinadores se comportam quanto aos conteúdos de doutrina e jurisprudência: Cespe/UnB

Doutrina: Pouco Jurisprudência: Muito Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes Esaf

Doutrina: Muito Jurisprudência: Médio Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: José Afonso da Silva FCC

Doutrina: Médio Jurisprudência: Pouco Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: José Afonso da Silva e Alexandre de Moraes Cesgranrio

Doutrina: Pouco Jurisprudência: Pouco Constituição Federal “seca”: Muito Funiversa

Doutrina: Médio Jurisprudência: Pouco Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: Pedro Lenza e Alexandre de Moraes FGV

Doutrina: Muito Jurisprudência: Pouco Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: José Afonso da Silva Consulplan

Doutrina: Pouco Jurisprudência: Pouco Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: Alexandre de Moraes

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Iades

Doutrina: Pouco Jurisprudência: Médio Constituição Federal “seca”: Muito Autores mais citados: Pontes de Miranda

INFORMÁTICA

Por fim, vamos analisar uma disciplina que pode ser o diferencial para a aprovação num concurso público: Informática – hoje um conhecimento essencial no cotidiano da grande maioria das pessoas, sendo cobrado cada vez com maior rigor por todas as bancas examinadoras. Portanto, preste bem atenção no que vou mostrar. Por exemplo: o conteúdo mais cobrado pelo Cespe é o MsOffice (Word, Excel). Já a Esaf tem predileção por Hardware, Redes e Internet, Linux e Segurança da Informação. Veja abaixo os principais conteúdos cobrados nas provas de informática dos concursos públicos pelas diversas bancas examinadoras. Cespe/UnB

Conteúdo mais cobrado: MS.Office (Word, Excel) com a imagem dos botões; Linux e BrOffice Grau de dificuldade da questão: Em 2008, extremamente fácil. Em 2009, aumento no grau de dificuldade. Destaque a ser dado pelo candidato: Conceitos relacionados à Internet e Intranet, Navegador Internet Explorer, Sistemas operacionais Linux e Windows e Editores de texto Word e Writer. Esaf

Conteúdo mais cobrado: Hardware, Redes e Internet, Linux e Segurança da Informação. Grau de dificuldade da questão: Relativamente alto (em assuntos como Hardware, Redes e Internet, Linux). Destaque a ser dado pelo candidato: A Esaf usa palavras sinônimas para referenciar os dispositivos do computador. Ex. Memória RAM=memória principal ou memória de trabalho. FCC

Conteúdo mais cobrado: Word, Excel e Power Point. Importantes: Segurança da Informação, Internet Explorer, Windows e Conceitos relacionados à Internet. Grau de dificuldade da questão: Nível intermediário de dificuldade. Textos longos. Questões associadas à parte prática da informática. Destaque a ser dado pelo candidato: O candidato deve se preocupar com os procedimentos e utilidades das principais ferramentas. Cesgranrio

Conteúdo mais cobrado:. Segurança da Informação, Conceitos relacionados à Internet e programas do pacote Ms.Office, principalmente Excel e Word. Grau de dificuldade da questão: Em 2008, extremamente fácil. Em 2009, aumento no grau de dificuldade. Funiversa

Conteúdo mais cobrado: Noções de Software Livre, Segurança da Informação, Excel, conceitos de Internet e Painel de Controle do Windows. Grau de dificuldade da questão: Baixo. Destaque a ser dado pelo candidato: Programas navegadores da Web e gerenciadores de correio eletrônico. FGV

Conteúdo mais cobrado: Microsoft Office (Excel e Word). Grau de dificuldade da questão: Alto. Destaque a ser dado pelo candidato: Fórmulas do Excel. Teclas de atalho. Ferramentas do Word. Questões relacionadas à Internet. Consulplan

Conteúdo mais cobrado: Periféricos componentes básicos, hardware. Grau de dificuldade da questão: Baixo/fácil Destaque a ser dado pelo candidato: Componentes básicos de micro computador. Iades

Conteúdo mais cobrado: Word, Internet, Web, Windows Vista. Grau de dificuldade da questão: Baixo Destaque a ser dado pelo candidato: Recursos básicos Microsoft, Word 2007.