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UNIVERSIDADE PARANAENSE – CASCAVEL-PR BARBARA CRISTINA EWERLING PERFIL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS POR OCORRÊNCIAS DE SAÚDE MENTAL EM UM SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA CASCAVEL/PR 2017

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UNIVERSIDADE PARANAENSE – CASCAVEL-PR

BARBARA CRISTINA EWERLING

PERFIL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS

POR OCORRÊNCIAS DE SAÚDE MENTAL EM UM SERVIÇO

DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

CASCAVEL/PR

2017

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BARBARA CRISTINA EWERLING

PERFIL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS

POR OCORRÊNCIAS DE SAÚDE MENTAL EM UM SERVIÇO

DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à comissão julgadora do

Curso de Enfermagem da

Universidade Paranaense – UNIPAR -

cascavel/PR como requisito parcial

para obtenção do Título de

BACHAREL em Enfermagem.

Orientador: Prof. Danilo Bertasso

Ribeiro

CASCAVEL/PR

2017

BARBARA CRISTINA EWERLING

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PERFIL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOSPOR OCORRÊNCIAS DE SAÚDE MENTAL EM UM SERVIÇO

DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentadoao Curso de Enfermagem, UniversidadeParanaense UNIPAR- Unidade de Cascavel/PR, como requisito parcial à obtenção do títulode graduado em: Bacharel Enfermagem.

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________

Prof. Dr. Enf. Danilo Bertasso Ribeiro (orientador)Enfermeiro. Especialista em Saúde Mental: gestão, atenção, controle social eprocessos gerenciais - Grupo Hospitalar Conceição (GHC) Porto Alegre – RS

Mestre em Enfermagem - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Doutor emEnfermagem Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e daUniversidade Paranaense (UNIPAR).

___________________________________________

Profª. Enf. Esp. Carla Passolongo da SilvaEnfermeira. Especialista em Enfermagem do trabalho pelo Centro Universitário Internacionale Especialista em Saúde da Família pela Universidade Paranaense (UNIPAR). Enfermeira

da Prefeitura Municipal de Cascavel/PR. Docente do colegiado de Enfermagem daUniversidade Paranaense (UNIPAR).

___________________________________________

Psic. Giuliano VersaPsicólogo Clínico e organizacional. Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos.

Especializando em Docência do Ensino Superior do Centro Universitário Assis Gurgacz (FAG).

CASCAVEL/PR

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2017

RESUMO

PERFIL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATENDIDOS

POR OCORRÊNCIAS DE SAÚDE MENTAL EM UM SERVIÇO

DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

EWERLING, Barbara Cristina1

RIBEIRO, Danilo Bertasso2

O presente estudo teve por objetivo analisar o perfil dos usuários de saúde mentalatendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de uma cidade do Oestedo Paraná. Tratou-se de uma pesquisa documental de caráter quantitativa, descritivae exploratória, por meio dos prontuários dos usuários da saúde mental atendidos noserviço no período de maio de 2016 a maio de 2017. A coleta de dados foi realizadaem agosto de 2017 por meio de registros dos usuários da área da saúde mentalatendidos, os mesmos foram buscados por meio de um questionário semi-estruturado, com as seguintes variáveis: sexo, faixa etária, situação conjugal,acompanhamento do paciente, motivo do atendimento na UPA, referência eencaminhamento para a rede de saúde mental. Foi utilizada análise estatísticadescritiva de dados e trabalhada com tabelas e medidas estatísticas. Comoresultados tiveram-se 26 prontuários de usuários da saúde mental atendidos na UPAno período estipulado. Destes, a predominância dos atendimentos se referiam aosexo feminino, (n= 18) 69,2%, faixa etária com maior prevalência foi entre 11 a 14anos (n= 21) 80,7%, a mãe foi quem acompanhou os usuários até a UPA (n=22)84,6%; motivos que levaram estes usuários a procurar o serviço que maisprevaleceu foi a tentativa de suicídio, (n=19) 73,0%. Dentre os encaminhamentosrealizados pela Rede de saúde mental da UPA Pediátrica, a maioria foi realizada aoCAPS I (n=14) 53,8%. E a referência do usuário com maior prevalência foi para altada UPA (n=12) 46,1%. Essa pesquisa contribuiu para mostrar as evidências do perfilinfantojuvenil dos usuários da saúde mental atendidos em um serviço de prontoatendimento, bem como, descrever o funcionamento da rede de saúde mental paraa criança e adolescente do município investigado. Almeja-se que novos estudossobre o adoecimento psíquico na infância e adolescência sejam desenvolvidos e queo conhecimento produzido contribua para implementação de ações na gestão emsaúde e na prática assistencial.

1 Acadêmica de enfermagem

2 Professor orientador

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Palavras chave: Serviços médicos de emergência, emergências, saúde mental,perfil de saúde, criança, adolescente.

ABSTRACT

PROFILE OF CHILDREN AND ADOLESCENTS ATTENDED BY

MENTAL HEALTH OCCURRENCES IN AN URGENCY AND

EMERGENCY SERVICE

EWERLING, Barbara Cristina3

RIBEIRO, Danilo Bertasso4

The present study aimed to analyze the profile of mental heath users attended at aEmergency Care Unit (ECU) of a city in the West of Parana. This was a quantitative,descriptive and exploratory documentary research, through the medical records ofthe mental health users attended in the service from may 2016 to may 2017. Datacollection was fulfilled in august 2017 through the records of the users from themental health area attended, they were searched through a semi-structuredquestionnaire, with the following variables: gender, age range, marital status, patientfollow-up, reason for attending the ECU, reference and referral for the mental healthnetwork. Descriptive statistical analysis of data was used and it was worked withtables and statistical measures. As a result, 26 medical records of mental healthusers attended at the ECU during the stipulated period. Of these, the predominanceof the consultations referred to the female sex, (n=18) 69.2%, age range with thehighest prevalence was between 11 to 14 years (n=21) 80.7%, the mother was whoaccompanied the users up to the ECU (n=22) 84.6%; reasons that led these users toseek the service that prevailed the most was suicide attempt, (n=19) 73.0%. Amongthe referrals made by the Mental Health Network of the Pediatric ECU, the majoritywas performed at CCPC I (n=14) 53.8%. And the user's most prevalent referencewas for ECU discharge (n=12) 46.1%. This research contributed to show theevidences of the child and adolescent profile of the mental health users attended in aprompt care service, as well as to describe the functioning of the mental healthnetwork for the child and adolescent of the county investigated. It is hoped that new

3 Nursing academic

4 Professor adviser

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studies on psychic illness in childhood and adolescence will be developed and thatthe knowledge produced will contribute to the implementation of actions in healthmanagement and welfare practice.

Keywords: Emergency medical services, emergencies, mental health, health profile,child, adolescent.

SUMÁRIO

Y

1. INTRODUÇÃO 08

1.1 QUESTÃO DE PESQUISA, OBJETIVOS, HIPÓTESES E JUSTIFICATIVA ........ 10

2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 11

3. METODOLOGIA ...................................................................................................... 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................................................ 1 6

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 21

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 24

ANEXO 1 – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP .......................................... 30

ANE XO 2 – PERMISSÃO PARA UTILIZAÇÃO DOS DADOS .................................... 33

APENDICE A - QUESTIONÁRIO SEMIESTRUTURADO .......................................... 34

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LISTA DE ABREVIATURAS

CAPS – Centro de Atenção Psicossocial

CID – Classificação Internacional de Doenças

ECA – Estatuto da Criança e Adolescente

ESF – Estratégia Saúde da Família

FSCMPA – Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará

HUOP – Hospital Universitário do Oeste do Paraná

OMS - Organização Mundial da Saúde

PASM – Pronto Atendimento de Saúde Mental

RAS – Rede de Atenção à Saúde

SAME – Serviço de Arquivamento Médico e Estatística

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

UPA – Unidade de Pronto Atendimento

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1.INTRODUÇÃO

No final da década de 70 e início da década de 80, iniciaram-se as discussões

em torno da atenção psiquiátrica no Brasil, a qual restringia o doente mental da

convivência com a família e a sociedade, não permitindo-o de fazer seu papel de

cidadão. O manicômio era a única forma de tratamento, o que tornava mais excluso

e crônico o doente mental. Com a Reforma Psiquiátrica, por meio dos esforços da

sociedade, família, e profissionais de saúde, ampliou-se a forma de cuidar, de tratar

e lidar com o doente mental (BRASIL, 2005).

Com o passar do tempo, a reforma psiquiátrica surge com mudanças

contínuas, na qual objetiva-se a não permitir por um longo período, a permanência

do paciente em hospitais psiquiátricos. Com base nisto surgiu a rede de atenção

psicossocial, desta rede, pode-se destacar: os centros de atenção psicossocial

(CAPS), os leitos em hospitais gerais; a atenção de urgência e emergência, os

ambulatórios de saúde mental, as unidades básicas de saúde, os centros de

convivência e os serviços residenciais terapêuticos (SILVA, MAFTUM, KALINKE, et

al, 2014; BARROS, TUNG, MARI, 2010).

Sobre a rede de saúde mental, o presente estudo dará ênfase à atenção

oferecida aos pacientes de saúde mental pelos serviços de urgência e emergência.

Nos dias atuais os serviços de emergência possuem várias nomenclaturas, o serviço

cenário deste estudo é denominado Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que tem

o objetivo de atender os serviços de urgência e emergência. Esses serviços

funcionam 24 horas por dia, e podem resolver grande parte das urgências e

emergências, dentre elas, a psiquiatria. (UCHIMURA, VIANA, SILVA, et al, 2015).

No transcorrer da vida, os pacientes da saúde mental podem entrar em

sofrimento psíquico, e, com isso, necessitar de atendimento de urgência e/ou

emergência em decorrência de um surto e/ou de uma emergência psiquiátrica. Os

indivíduos que se encontram em situação de urgência ou emergência psiquiátrica se

caracterizam por apresentarem sintomas de: distúrbio do pensamento, emoção,

comportamento que podem necessitar de atendimento imediato, objetivando não ter

prejuízos maiores à saúde psíquica, física ou social, eliminando o risco à vida dos

envolvidos (BARROS, TUNG, MARI, 2010).

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As emergências de saúde mental estão tendo um considerável aumento do

número de pacientes, por questões como: a incidência da violência, maior

apreciação do papel da doença, a dependência do álcool e outras substâncias

(KONDO, VILELLA, BORBA, et al, 2011). Além disso, distintas são as populações

que vem necessitando de cuidado em saúde mental.

Dentre essas, a população de crianças e adolescentes, passou a ter um

interesse maior, no qual surgiram determinadas leis criadas como a Constituição

Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no qual,

determinam os seus direitos (DELVAN, PORTES, CUNHA, 2010). Em 1988 foi

divulgado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), porém, em 13 de julho de

1990, foi decretado a lei nº. 8.069, a qual dispõe sobre o Estatuto da Criança e do

Adolescente e dá outras providências. Na qual, considera criança o indivíduo que

tem até 12 anos incompletos, e os adolescentes de 12 a 18 anos de idade.

Na transição da infância para a fase adulta, temos a adolescência, na qual,

contêm, intensas transformações físicas, psicológicas, afetivas e sociais. Ou seja, a

separação da maturação biológica e a psicossocial reflete as tensões vividas pelos

adolescentes neste período (BOCK, 2007; CASTILHO, FILHO, 2000). Com isso, o

adolescente busca procurar a sua identidade, no qual pode gerar muitos conflitos

internos e familiares.

Além disso, o adolescente pode buscar referências, seguir padrões,

influenciados pela sociedade, e evidenciado pela mídia que apresenta, na maioria

das vezes, um modelo de adulto perfeito, ícone de status e poder, podendo causar

sérios problemas para saúde física e mental destes jovens (CAMPAGNA, 2005).

Crianças e adolescentes com transtornos mentais podem ter sérios prejuízos

em seu desempenho funcional, que corresponde à capacidade do indivíduo em

realizar atividades do seu cotidiano de maneira satisfatória e apropriada para cada

etapa de desenvolvimento. Na população infantil, a dificuldade em realizar essas

atividades, geralmente, é demonstrada pelo mau funcionamento social, afetando,

principalmente, os papéis de brincar e de estudante (FLOREY, 2002;

LAMBERTUCCI; MAGALHÃES, 2002).

Segundo o ECA, toda criança e adolescente têm direito a proteção integral,

sendo, o direito de proteção à vida, à saúde, alimentação, educação, a

profissionalização, a dignidade, esporte, cultura, a liberdade, entre outros. Tendo

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também atendimento prioritário em serviços de saúde e em casos de situação de

emergências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

Há uma iniciativa da prática de avaliação dos serviços de saúde mental, por

parte da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual tem por objetivo promover

qualidade, examinar o funcionamento, e a efetividade dos mesmos, assim

desenvolver outros programas no futuro. Estas devem conter tanto aspectos

estruturais quanto assistenciais, incluindo a perspectiva dos profissionais, a dos

usuários, e de seus familiares (MAGUALDE; BOTELHO; SOARES et al, 2013).

Com isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS), orienta, a investir na

produção de dados sobre os serviços existentes e criar estratégias de avaliação. É

importante incentivar investigações epidemiológicas, com informações concretas,

despertando o interesse em produzir dados que caracterizem a população atendida.

(CARVALHO, SILVA, RODRIGUES, 2010).

1.1 Questão de pesquisa, objetivos, hipóteses e justificativa

Diante da problemática, tem-se como questões de pesquisa: Q1: Qual é o

perfil dos usuários da saúde mental atendidos pela UPA de Cascavel? Q2: Quais as

dificuldades presentes na assistência para essa população; Q3: Quais são os

trajetos assistenciais percorrido pelos pacientes atendidos na UPA.

A pesquisa objetivou: Ob1: Analisar o perfil dos usuários de saúde mental

atendidos por uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Oeste do Paraná; Ob2:

Identificar os motivos da busca pelo atendimento desse paciente; Ob3: Conhecer o

trajeto percorrido das crianças e adolescentes atendidos pela UPA;

Como hipóteses foram apontadas - H1: existe dificuldade para realizar o

atendimento dessas crianças e adolescentes atendidos na UPA; H2: tem-se

dificuldades para se realizar a prevenção de uma nova crise psiquiátrica; H3: ainda

existem limitações no encaminhamento para os serviços da rede de atenção

psicossocial;

Esta investigação pode trazer dados relevantes para o estudo em saúde

mental com a população de crianças e adolescentes, ampliando a literatura nesta

área e possibilitando reflexões em torno do adoecimento prematuro e das

adversidades que acometem o desenvolvimento saudável de crianças e

adolescentes.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Neste momento, serão apresentados alguns estudos que deram subsídios

sobre a problemática em questão, presentes na literatura brasileira. Os artigos foram

acessados por meio de uma busca no SCIELO (Scientific Electronic Library Online)

e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde),

utilizando os descritores: serviços médicos de emergência, emergências, saúde

mental, perfil de saúde, criança, adolescente.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-

Americana de Saúde (OPS) a adolescência é uma passagem biológica e de

experiências vividas, no qual agilizam o desenvolvimento cognitivo e a infraestrutura

da personalidade, abrangendo a pré-adolescência e a adolescência. Esta passagem

biológica, ocorre por meio, da maturação sexual, e a ordem sociológica, em que o

adolescente torna-se adulto, a partir do ponto em que torna-se independente da

família. O desenvolvimento biológico, psicológico, social e cultural sofre

interferências tanto da sua cultura como da sua família e colegas, no qual é mais

intenso para definir suas condutas. Além, das mudanças psico-afetivas e de

conduta, na qual estão participando de um grupo mais vulnerável as grandes

dificuldades da atualidade, por exemplo, a fome, desnutrição, desintegração familiar,

violência, abandono, entre outros (DAVIM, GERMANO, MENEZES, et al, 2009).

Segundo a pesquisa de Valdez (2004) que foi realizada em um Pronto

Atendimento em Saúde Mental (PASM), de Porto Alegre, no período de janeiro a

setembro de 2003, traz uma variação dos 13 anos aos 74 anos. Sendo a maior

incidência entre 18 e 39 anos, com 55,0% das consultas, em ambos sexos. Os

principais índices de consulta, são o alcoolismo e uso de drogas, com 16,5% e

17,5%; e a depressão com 14,0%.

Em uma pesquisa realizada em vinte hospitais psiquiátricos, no Rio de

Janeiro, no período de outubro de 1995, na qual 66,0% era masculino e 34,0%

feminino. Metade tinha menos de 40 anos. Metade dos pacientes foram

diagnosticados institucionalmente de esquizofrenia. Em segundo lugar ficaram as

deficiências mentais causadas pela interrupção do desenvolvimento do sistema

nervoso central e transtornos envolvendo o abuso de álcool. Lembrando que 15,8%

não tinham diagnóstico (SILVA, COUTINHO, AMARANTE, 1999).

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A pesquisa realizada por Kuczynski (2014) o quadro de emergência

psiquiátrica mais comum entre adolescentes é o comportamento suicida. Das

crianças e adolescentes que recorrem aos serviços de pronto atendimento por

motivos psiquiátricos, mais de 75% está acima de 13 anos (predomina o sexo

feminino), sendo que 50% envolvem tentativa de suicídio ou alterações do

comportamento. O mesmo autor, realizou uma investigação no período de 2000 e

2008 foram registrados 43 casos de suicídio de crianças menores de 10 anos (0,1%

do total de mortes), e de 6.574 adolescentes, entre 10 e 19 anos, uma média de 730

mortes por suicídio/ano. Em relação ao método, entre as crianças, 80% dos meninos

recorreram ao enforcamento e, entre as meninas, notou-se a preferência por

métodos como intoxicação medicamentosa, objetos cortantes e afogamento

(KUCZYNSKI, 2014).

No período de 2006 e 2007, na pesquisa de Mascarenhas, Malta e Silva

(2010), o qual tratou-se de uma pesquisa descritiva sobre atendimentos por causas

externas (acidentes e violências) em unidades de urgência e emergência, os

aspectos de maior prevalência foram do sexo masculino, de 5 a 9 anos de idade. No

qual o local de maior prevalência é a residência, dentre as lesões com maior índice

foram as de corte/perfuração com 34,1%, contusão com 14,3%, entorse/luxação

com 8,3% e fratura com 6,9%. Dentre os 106.075 atendimentos, 68,8% recebeu alta

após o atendimento e 27,6% foram hospitalizados ou transferidos para outros

serviços.

Em 2012, na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMPA), foram

avaliadas 230 crianças, das quais 121 (52,6%) foram do sexo feminino e 109

(47,4%) do sexo masculino, com faixa etária definida por meses, o qual prevaleceu

de 0 a 23 meses com 100 (43,5%). O motivo maior da admissão foi clínico com 211

(91,7%), e a emergência por último com 4 (1,7%). Dos diagnósticos clínicos o mais

procurado foi pelo sistema respiratório com 68 (29,6%), renal com 56 (24,3%),

digestório com 47 (20,4%), genital com 24 (10,4%), e o neurológico com 11 (4,8%).

(SILVA, LIMA, ANDRADE, et al, 2016).

No Pronto Socorro Materno Infantil do Hospital das Clinicas da Faculdade de

Medicina da Marília, entre janeiro a dezembro de 2013, foram atendidas 17.656, no

qual 7.831 (44,4%) foram do sexo feminino e 9.825 (55,6%) foram do sexo

masculino. A faixa etária variou de menos de 1 ano aos 14 anos, na qual predominou

de 1 a 4 anos com 7.221 (40,9 %). Dentre a Classificação Internacional de Doenças

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(CID-10), prevaleceu as do sistema respiratório com 6.243 (35,4%); lesões,

envenenamento e algumas outras consequências de causas externa com 3.423

(19,4%); em décimo segundo lugar as doenças do sistema nervoso com 120 (0,7%).

(SANTOS, PAVALQUEIRES, 2016).

No período de janeiro de 2008 a setembro de 2013, em Barra do Garças, MT,

mostra a frequência de intoxicações em crianças de 0 a 9 anos e adolescentes de

10 a 19 anos, sendo 77 casos de intoxicações em crianças e 48 em adolescentes.

Pode-se observar que a maior prevalência foi de 0 a 4 anos com 54 (43,2%). As

representações dos casos de intoxicações são classificadas segundo o agente

toxico, circunstância, via de administração e classificação final. Segundo o agente

tóxico, destacam-se, em primeiro lugar aparece alimento e bebida com um total de

48 (38,4%) dos casos, medicamento aparece com um total de 30 (24,0%) casos,

raticida com 10 casos (8,0%). Segundo a circunstância, destaca-se, acidental com

29 (23,2) dos casos, ingestão de alimento ou bebida com 23 (18,4%) dos casos, a

tentativa de suicídio com 21 (16,8%) dos casos. Quanto a via de administração

aparece em primeiro lugar a digestiva com 92 (73,6%) dos casos, após, a

respiratória com 4 (3,2%) dos casos (OLIVEIRA, SUCHARA, 2014).

Durante o período de julho de 2007 a junho de 2008, no Hospital Maria Pia,

foram selecionados 741 jovens. Dentre esses, a maioria é do sexo feminino com 515

(36,5%) dos casos. Pode-se observar, uma predominância entra os 14 anos e os 17

anos. Os motivos de urgência são variados, sendo eles, comportamentos suicidários

com um total de 194 (26,2%), alterações do comportamento com 184 (24,8%),

sintomatologia com 82 (11%), sintomatologia depressiva com 52 (7%), queixa

sintomáticas com 52 (7%), ideação suicida com 31 (4,2%), auto-mutilações com 25

(4%), alterações do sono com 21 (2,8%), perturbações do comportamento alimentar

com 16 (2,2%), sintomatologia psicótica com 13 (1,7%), e outros com 71 (9,6%). Os

diagnósticos variaram, destacando-se, as perturbações da adaptação com 211

(28,5%), perturbação depressiva com 111 (14%), perturbação da ansiedade com 96

(13%), outros com 89 (12%), perturbação da conduta com 43 (5,8%), sem

diagnostico atribuído (em estudo) com 38 (5,1%), atraso mental com 35 (4,7%),

perturbação psicótica com 26 (3,5%), perturbação do comportamento alimentar com

26 (3,5%), perturbação do humor S. O. E. com 26 (3,5%), perturbação emocional e

do comportamento com 26 (3,5%). (QUEIRÓS, 2008).

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Diante deste panorama de estudos, percebeu-se, na maioria das pesquisas, a

grande tendência ao comportamento suicida das crianças e adolescentes, podendo

tornar-se um problema grave de saúde pública. Para isso, faz-se necessário uma

atenção efetiva de valorização da vida e das adversidades da infância e

adolescência nas áreas da saúde, educação e assistência social, etc. Além disso,

estes dados poderão se aproximar dos achados da presente pesquisa,

possibilitando refletir em torno do adoecimento psíquico na infância e adolescência.

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Estudo

Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva e exploratória, de caráter

documental. A pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, o

que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e

analisá-las. Requer o uso de recursos e técnicas estatísticas (percentagem, média,

mediana, entre outros) (PALAGI, OGURA, MESTRINER, et al, 2010).

A investigação é descritiva porque se verifica se o pesquisador já vivenciou a

primeira aproximação que é a exploratória, e num segundo momento levanta as

características conhecidas, componentes do fato, fenômeno ou processo, podendo

ser realizada também com observações sistemáticas (PALAGI, 2010). A pesquisa

exploratória é caracterizada pela primeira aproximação do pesquisador com os fatos

e fenômenos, confirmando ou não a real importância do problema, levantamento das

informações já disponíveis podendo até mesmo indicar novas fontes (PALAGI,

OGURA, MESTRINER, et al, 2010).

Já a pesquisa documental acontece quando elaborada a partir de materiais ou

fontes de informação bibliográfica que ainda não receberam organização, tratamento

analítico e publicação. São fontes documentais como tabelas estatísticas, relatórios

de empresas, documentos informativos arquivados em repartições públicas,

associações, igrejas, hospitais e sindicatos (PALAGI, OGURA, MESTRINER, et al,

2010).

3.2 Campo de estudo

Cascavel é uma cidade do oeste do Paraná, a qual, tem uma população

estimada de 319.608 habitantes. (IBGE, 2017). Esta pesquisa foi desenvolvida na

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Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – Pediátrica, localizada em área urbana na

região oeste de Cascavel, o atendimento é pelo Sistema Único de Saúde (SUS),

funciona desde 2012, sendo financiada pelo município desta cidade, no qual tem a

proposta de atender as urgências e emergências direcionadas a crianças e

adolescentes. Consequentemente, com o grande número de habitantes tanto adulto

quanto infantil, a UPA Pediátrica atende numa média de 120 a 300 pacientes por dia,

com uma equipe multidisciplinar.

3.3 População e amostra

A amostragem do estudo foi um grupo de prontuários de pacientes de saúde

mental atendidos pelo referente serviço. Como critério de inclusão: prontuários com

informações que incluem na área de saúde mental; prontuários de indivíduos com

idade entre 07 a 17 anos. E, como exclusão: não entendimento dos registros das

informações; prontuários de indivíduos que não estejam na faixa etária estipulada.

Dentre a diversidade de atendimentos da UPA Pediátrica, foram atendidos 26

pacientes com caso de saúde mental no período de maio de 2016 a maio de 2017.

3.4 Coleta de dados

Foi realizada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Agosto de 2017, no

período retrospectivo de maio de 2016 a maio de 2017. O Local de coleta foi uma

sala reservada, o SAME (Serviço de Arquivamento Médico e Estatística) sob

supervisão de uma auxiliar administrativa responsável pelo setor, utilizando um

questionário semiestruturado (apêndice A).

3.5 Análise dos dados

Para análise dos dados, foi utilizada análise estatística descritiva de dados e

trabalhada com tabelas e medidas estatísticas. Os dados foram agrupados e

contabilizados por frequência e porcentagens, utilizando como padrão dos

resultados a média e mediana. Os cálculos e gráficos foram gerados no programa

Microsoftᴿ Office Excel .ᴿ

3.6Aspectos éticos

A autorização para a realização da pesquisa foi solicitada junto a Secretaria

Municipal de Saúde de Cascavel (PR). Primeiramente foi encaminhada uma cópia

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do projeto de pesquisa a Secretaria Municipal de Saúde onde foi realizada a coleta

de dados. Após, autorização pelo responsável da UPA, o mesmo foi encaminhado ao

Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Paranaense – Unidade Universitária de

Cascavel – Paraná, e após aprovação do projeto pelo parecer n° 2.183.962, CAAE:

71063517.8.0000.0109, na data de 24/07/2017 conforme consta no anexo II, foram

realizadas a coleta dos dados, que aconteceu no mês de agosto de 2017.

A pesquisa foi desenvolvida segundo as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, a Resolução do

Conselho Nacional de Saúde nº 466/2012 e a Resolução 510/ 2016 que dispõe das

Diretrizes e Normas regulamentadoras de Pesquisa Envolvendo Seres Humanos

(BRASIL, 2012; BRASIL, 2016).

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Devido a frequência das situações de maus-tratos contra o infanto-juvenil,

teve a necessidade de protegê-las, tendo, o surgimento com a notificação da

violência às autoridades. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, em

1999, com a resolução SES nº 1.354, converteu obrigatória as notificações de maus

tratos ao infanto-juvenil (GONÇALVES, FERREIRA, 2002).

Pela rotina da instituição, para acessar os dados dos pacientes de saúde

mental, foi necessário buscar os prontuários que faziam parte das notificações de

violências atendidas pela UPA, e a partir destas, selecionar os prontuários de saúde

mental.

Com base nos dados coletados referentes ao período de maio de 2016 a

maio de 2017 tem-se um total de 199 prontuários classificados como notificação por

violência, 15 prontuários não foram encontrados, e somente 26 prontuários foram

selecionados com as variáveis escolhidas para o presente estudo.

Destes 26 prontuários, tem-se a predominância no sexo feminino (n= 18)

69,2%, seguido pelo sexo masculino (n=08) 30,7%. Podemos conferir na tabela 1,

na qual a faixa etária com maior prevalência foi entre 11 a 14 anos (n= 21) 80,7%,

seguido dos 7 a 10 anos de idade (n=03) 11,5%, e por fim dos 15 a 17 anos (n=02)

7,6%. Com relação a situação conjugal desses pacientes, foram classificados entre

os que não tinham informações (n= 24) 92,3%, e os que informaram estar

namorando (n=02) 7,6%.

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Dentre os acompanhantes dos adolescentes que buscaram atendimento na

UPA neste período, temos os que vieram acompanhados pela mãe (n=22) 84,6%,

com a mãe acolhedora (n=02) 7,6%, com o cuidador social (n=01) 3,8%; e por fim,

sem informação (n=01) 3,8%, como a tabela 1 mostra abaixo:

Tabela 1: Distribuição dos pacientes atendidos pela UPA Pediátrica por identificação dos pacientes

Variável N %SexoFeminino 18 69,2Masculino 08 30,7Faixa Etária7 a 10 anos 03 11,511 a 14 anos 21 80,715 a 17 anos 02 7,6AcompanhanteMãe 22 84,6Mãe acolhedora 02 7,6Cuidador social 01 3,8Sem informação 01 3,8Total 26 100

Fonte: UPA Pediátrica. Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Cascavel (PR).

A pesquisa de Avanci, Pedrão e Júnior (2005) realizada em uma Unidade de

Emergência, mostra que 77,8% dos adolescentes foram do sexo feminino, tendo

proximidade com os dados desta pesquisa, que tem entorno de (n=18) 69,2%, ou

seja, evidenciando a predominância do sexo feminino. Na pesquisa de Abasse et. al

(2009) realizada em um hospital de Londrina Paraná, também teve uma prevalência

do sexo feminino (80%).

Em relação a faixa etária, a presente pesquisa apresenta que a maioria dos

atendimentos 80% (n=21) encontra-se na faixa dos 11 a 14 anos. Já o estudo de

Santos (2006) do serviço público de psicologia infantil de Ribeirão Preto (SP)

apresenta um dado menor na faixa etária dos 9 aos 17 anos (58,9%) de um total de

129 pacientes o que destoa dos resultados encontrados na presente pesquisa, pois

a pesquisa de Santos abrange uma faixa etária mais infantil e um número maior de

participantes.

Abasse et al (2009) refere que os problemas na adolescência ocorre com

maior prevalência nesta faixa etária (11 aos 14 anos), pois, inicia-se, a adolescência,

ou seja, a busca de suas próprias respostas, escolhas, interesses, estilo, valores, o

qual objetiva provar para todos que pode ter suas ideias próprias, portanto, em

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determinadas situações, como forma de controvérsia, o corpo torna-se violado, seja

por, tatuagem, piercing, anorexia, gravidez.

A variável de quem acompanhou o adolescente até a UPA, evidenciou que em

50% (13) dos registros dos prontuários apontou a mãe, corroborando com a

pesquisa de Brito e Martins (2015), no qual aponta que, quem mais trouxe o

adolescente para o serviço de saúde, foi a mãe (73,3%).

A mãe é uma figura significativa que representa a família em situações de

fragilidade e adoecimento, ao acompanhar um indivíduo em sofrimento psíquico, a

família, em algumas situações, pode se sentir envergonhada, revoltada, não

sabendo fornecer o suporte necessário para este indivíduo (RIBEIRO, 2016),

podendo se afastar do mesmo. Com isso, o indivíduo em adoecimento psíquico

pode se isolar, e utilizar isso, como mecanismo de defesa negativo, neste caso, se a

família ausentar-se pode ocorrer grandes danos na psique, até mesmo, uma

automutilação, tentativa de suicídio e/ou morte (ABASSE, et al, 2009).

Dentre os motivos que levaram estes pacientes a procurar o serviço estão os

de intoxicação por entorpecentes (álcool e outras drogas) (n= 03)11,5%, tentativa de

suicídio (n=19) 73,0%, ideação suicida (n=01) 3,8%, e por fim, a automutilação (n =

03) 11,5%. Como mostra a tabela 2 abaixo:

Tabela 2: Distribuição dos pacientes atendidos pela UPA Pediátrica por motivo do atendimento

Motivos N %Intoxicação por entorpecentes (álcool e outras drogas) 03 11,5Tentativa de Suicídio 19 73,0Ideação Suicida 01 3,8Automutilação 03 11,5Total 26 100

Fonte: UPA Pediátrica. Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Cascavel (PR).

No estudo de Batista, Araújo e Figueiredo de 2016, no qual foi coletado pelo

Departamento de Informação em Saúde do Sistema Único de Saúde (DATASUS, no

estado do Pará, mostra a ocorrência de 77,8% de suicídios na faixa etária de 15 a

19 anos, na faixa etária de 10 a 14 anos apresentou 20,74%, e menores de 10 anos

de idade ocorreram 1,5%. Sendo que o resultado total de 77,8% corrobora com a

presente pesquisa que trouxe uma porcentagem alta 73,0% (n=19) para as

situações de atendimento por tentativa de suicídio.

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Para Zambolim, Oliveira, Hoffmann, et al, 2008, os homens são mais capazes

ao suicídio, ou seja, tentam menos, porém, com métodos mais eficazes,

consequentemente apresentando sucesso em maior parte das tentativas. Já as

mulheres, tentam suicídio mais vezes, porém, com menos sucesso, por utilizarem

métodos menos eficientes. Segundo a literatura, elas praticam mais as tentativas de

suicídio com métodos leves, pois, não querem perder a imagem, a beleza. Já os

homens por meio de suas maneiras de tentar suicídio, querem exibir sua

masculinidade (ABREU, LIMA, KOHLRAUSCH, et al, 2010).

O estudo de Araújo, Vieira e Coutinho (2010), realizado em uma escola

pública de ensino médio de João Pessoa, Paraíba, no qual, mostra por meio de uma

escala, sendo a utilizada a Escala de Ideação Suicida de Beck, na qual consiste, em

um questionário que objetiva saber a numeração da gravidade dos desejos, atitudes,

planos suicidas, tentativas previas de suicídio e a intenção de morrer, no qual, se

tem 22,2% dos adolescentes indicaram a existência da ideação suicida. Já a

presente pesquisa apresentou um índice baixo de ideação suicida 3,8% (n= 01).

Na pesquisa de Bento, Mazzaia e Marcolan (2015) realizado em um hospital

universitário em São Paulo, durante 2007 a 2008, apresenta, que dentre os

indivíduos pesquisados por automutilação, obteve-se um total de 14,1%,

corroborando com a presente pesquisa que obteve 11,5% (n=03) do total.

Em relação aos atendimentos por intoxicação por álcool e/ou outras drogas, o

presente estudo teve uma porcentagem de 11,5% (n= 03) no período de um ano

estudado, já o estudo retrospectivo do período de 2000 a 2011 de Martins, Souza e

Silva (2015) realizado no Hospital de Clínicas de Marília, refere que a quantidade de

atendimentos aos menores de 18 anos com demandas decorrentes de uso de

substâncias (álcool) corresponde a 18% (n=180) do total de atendimentos de

emergência psiquiátrica a crianças e adolescentes pela equipe do pronto socorro

estudado. Esse número é expressivo considerando a fase de vida dessa clientela

que está sujeita a influências no modo de viver devido as alterações biológicas,

cognitivas, emocionais e sociais que predominarão os futuros hábitos de vida adulto

(LINDSEY et al, 2010; MATSU et al, 2013)

Dentre os encaminhamentos pela Rede de saúde mental da Upa Pediátrica,

apresentou sem encaminhamento algum (n= 04) 15,3%, para a UPA Brasília (n= 01)

3,8%, para a Upa Veneza (n= 04) 15,3%, para o HUOP (n= 02) 7,6%, para o CAPS

AD (n= 01) 3,8%, para o CAPS I (n= 14) 53,8%. No entanto, a referência do paciente

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apresentou, alta da UPA Pediátrica (n= 12) 46,1%, de acompanhamento para o

CAPS I (n= 06) 23,0%, para internação psiquiátrica (n= 01) 3,8%, e por fim, para

transferência para outro serviço (n=07) 26,9%. Como mostra a tabela 3, abaixo:

Tabela 3: Distribuição dos Pacientes Atendidos pela UPA Pediátrica pela Rede deEncaminhamento de Saúde Mental.

Variáveis N %EncaminhamentoSem encaminhamento 04 15,3UPA Brasília 01 3,8UPA Veneza 04 15,3HUOP 02 7,6CAPS AD 01 3,8CAPS I 14 53,8Referência para o pacienteAlta para UPA 12 46,1Acompanhamento 06 23,0Internação Psiquiátrica 01 3,8Transferência 07 26,9Total 26 100

Fonte: UPA Pediátrica. Secretaria Municipal de Saúde, Prefeitura de Cascavel (PR).

Segundo relatos de colaboradores da UPA Pediátrica, os pacientes são

classificados de acordo com o motivo de busca do serviço, no qual, um deles é o de

violência, dentre esses estão os de saúde mental, no qual, obrigatoriamente são

encaminhados ao CAPS I, e só recebem alta da UPA quando passarem por uma

avaliação do CAPS I, no qual encaminha uma carta de contra referência autorizando

ou não a alta deste paciente.

O Sistema Único de Saúde (SUS) contém uma rede de atenção à saúde

(RAS), que é formada por um grupo de prestadores de ações e serviço

diversificados. Fazem parte dessa rede as Unidades de Pronto Atendimento (UPA),

Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Centro de Atenção Psicossocial

(CAPS) (ERDAMANN, ANDRADE, MELLO, 2013).

No funcionamento da rede dos serviços envolvidos, as Unidades Básicas de

Saúde (UBS) e Estratégia Saúde da Família (ESF), encaminham os pacientes para

as RAS, quando necessitam de um atendimento de maior complexidade. A partir

desta pesquisa, neste recorte temporal investigado, evidenciou-se que não houve

encaminhamentos para essas unidades para dar apoio e continuidade ao tratamento

destes pacientes.

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Dentre as altas encontradas temos as altas que foram recebidas da UPA

Pediátrica, na qual, a carta de contra referência do CAPS i também deu a alta,

nestes apresentaram-se 12 casos (46,1%), porém teve 01 caso (3,8%) de paciente

com alta do CAPS para internamento psiquiátrico. As altas com acompanhamento

são realizadas por atendimento psicológico do CAPS pelo qual foram

encaminhadas.

Minayo (2005) aponta que após a alta da emergência, é necessário o

encaminhamento efetivo para acompanhamento psiquiátrico, psicológico e de

suporte familiar e social. No entanto, na maioria dos casos de saúde mental,

principalmente em situações onde não se observa risco grave de morte, ocorre

apenas encaminhamentos burocráticos para serviços de saúde mental, sem garantia

de acolhimento ou de continuidade de tratamento. Os serviços de emergência

devem estar articulados efetivamente com os demais serviços existentes em cada

município, buscando garantir a atenção integral e prevenir novas situações de crise

e/ou agitação psicomotora (HUBAND, TANTAM, 2000; SUOKAS, SUOMINEN,

LÖNNQVIST, 2009).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao realizar esta pesquisa foi possível identificar o perfil desses usuários,

contribuindo para melhorar a assistência e tornar o tratamento mais eficiente, com

um acompanhamento adequado para o paciente, e assim encaminhar o mesmo para

a rede de atenção em saúde mental, visando uma assistência qualificada, com um

atendimento integral e humanizado.

Dentre os objetivos que foram propostos na pesquisa, evidenciou-se que a

UPA Pediátrica, apresenta um importante fluxo de funcionamento, o trajeto

assistencial da criança e/ou adolescente é bem articulado com os outros serviços da

rede, pois, quando o paciente é encaminhado para avaliação com psicólogo ou

psiquiatra, ele só recebe alta da UPA Pediátrica se tiver carta de retorno com

indicativo de alta e/ou outro tipo de encaminhamento. Também se percebeu como

positivo ter uma unidade especializada em crianças e adolescentes, pois, os

profissionais estão preparados para lidar com os mesmos em suas diversas facetas.

A partir dos resultados, percebeu-se a necessidade de se trabalhar mais

sobre a saúde mental em crianças e adolescentes, uma abordagem que vá além do

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atendimento nos CAPS I que são destinados para esta área. A prevenção da saúde

mental poderia acontecer nas escolas, pois, muitas vezes, as crianças ou

adolescentes, tentam o suicídio ou a intoxicação exógena, por bulling. Ao realizar a

coleta de dados, os registros nos prontuários, há relatos de casos em que a criança

tentou suicídio, porque os colegas de aula, falavam que a mãe desta era “lésbica”.

Esse tipo de situação nos faz pensar sobre a abordagem de assuntos como

preconceito, prevenção do uso de drogas, suicídio, a saúde mental de forma geral

nas escolas, em grupos específicos de adolescentes e nos espaços da comunidade.

Esses aspectos fazem parte da rede de atenção à saúde mental, que pode contar

com todos os serviços já citados nesta pesquisa, como também os espaços do

território, almejando um cuidado ampliado e em rede.

Almeja-se que as UPAs qualifiquem as práticas de acolhimento na área de

saúde mental, bem como, tenha em sua equipe, a presença de profissionais de

referência para as demandas psiquiátricas.

Espera-se que está pesquisa contribua para a construção do conhecimento

na área de saúde mental, em especial para as UPAs que acolhem indivíduos em

sofrimento psíquico. Necessita-se que mais pesquisas sejam desenvolvidas nas

emergências dos hospitais gerais e nas psiquiátricas, e com a população

infantojuvenil, tendo como objeto de estudo a área da saúde mental.

Além disso, faz-se necessário a inserção de cursos de capacitação e

educação permanente sobre abordagem ao usuário da saúde mental aos

trabalhadores da saúde, em especial os que trabalham nos serviços de pronto

atendimento.

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ANEXO 1 – PARECER CONSUBTANCIADO DO CEP

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ANEXO 2 – PERMISSÃO PARA UTILIZAÇÃO DE DADOS

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO SEMI-ESTRUTURADO

1 Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

2 Idade: _______

3 Estado civil: ( ) solteiro ( ) casado ( ) separado ( ) Sem informação

4 Acompanhante:_______________________________________________________

5 Motivo do atendimento_________________________________________________

6 Hipótese diagnóstica:__________________________________________________

7 Dificuldades no atendimento:____________________________________________

8 Encaminhamento: ____________________________________________________

9 Retorno:_____________________________________________________________