Perfil de Fede (Giorgio Marchetti) Castel Gandolfo, 1º de ... · verão daquele ano, todos o...
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Perfil de Fede (Giorgio Marchetti)
Castel Gandolfo, 1º de junho de 2016
Também Fede chegou à
Mariápolis Celeste para compor
lá no Céu aquele “grupo” que,
com Chiara, Foco, Chiaretto e
todos os primeiros focolarinos e
as primeiras focolarinas
testemunhou e sempre
testemunhará a unidade e a
variedade da família que Maria
quis formar aqui na terra com a
Sua Obra.
No último período a sua
saúde estava muito precária. Quebrou a rótula, foi operado e parecia que estava melhorando. A quem
lhe perguntava como estava, respondia sempre: “fisicamente mal, mas espiritualmente muito bem!”.
Depois, aos poucos, foi perdendo as forças e nos últimos dias estava imóvel na cama. Não
conseguia mais falar, mas comunicava, com a vivacidade dos seus olhos e um sorriso envolvente, a sua
plena adesão à proximidade do momento da morte. Um momento este – escreveu Fede num comentário
à Palavra de Vida de dezembro de 1960 – que deve estar “presente em cada instante da nossa vida”
porque “pouco importa se chegará hoje ou daqui a cinquenta anos”: importa vivê-lo com uma “fé viva”,
com “a característica de preparação, de espera, de vigilância”.
Hoje, gostaríamos de percorrer pelo menos as principais etapas da sua história e faremos isso
deixando-nos guiar por aquilo que ele escreveu anos atrás, a pedido de Chiara, e que depois reorganizou
para publicá-lo no livro intitulado “Crês isto?”.
Fede lembra que Chiara lhe havia dito que a sua vida “daria uma história interessante, …. e teve a
sensação de que, na rápida síntese que Chiara fez naquela ocasião, se realizasse um pouco aquilo que ela
muitas vezes nos ensinou: que a trama da nossa vida podia ser considerada como um bordado que, visto
do alto, se mostrava como um desenho de Deus, enquanto desapareciam, canceladas pela misericórdia
de Deus, e neste caso da sua vida, os nós da parte do avesso, formados pelas nossas incorrespondências
e pelos nossos pecados”.
Mas voltemos ao início desta história, ao ano de 1929. É sempre Fede que conta: “Nasci numa
família católica, tradicional, na cidade de Pádua. Meu pai trabalhava num banco, minha mãe era
professora do ensino fundamental, mas, na prática, dona de casa. Eu era o segundo de quatro filhos, e
tinha três irmãs. Desde jovem frequentava o oratório paroquial, praticando vários esportes”.
Chegam depois os anos da guerra e a experiência dos antifascistas, que o atrai com os seus
"ideais de liberdade e justiça social", acompanhados por um intenso período de profunda decepção
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diante das dúvidas para as quais não encontrava respostas e pela falta de coerência de muitas pessoas
do ambiente leigo e também religioso.
“Assim, deparei-me
novamente – continua Fede – com as
minhas decepções e dúvidas. Desde
então, comecei uma busca que me
fez conhecer várias organizações e
associações… Ao mesmo tempo,
acrescentou-se uma maior exigência
no plano das ideias, da doutrina, com
leituras, conversas com jesuítas cultos
ou com professores da universidade;
mas as dúvidas eram sempre
maiores…”.
Em novembro de 1950
conheceu Bruna Tommasi: “Ela
simplesmente me falava de Deus… e
depois percebi que ela não só falava de Deus, ma o vivia”. Dialogando com ela e com Giosi, expressa
todas as suas dúvidas e com as respostas evangélicas que lhe dão, diz a Giosi: “Mas no fundo, senhorita,
estas coisas que diz, na verdade, eu já sei”. E Giosi: “Está bem, mas o senhor as pratica?”.
A sua busca passa então “dos livros à vida” e, depois de um dia vivido sempre pensando “nos
outros e nunca em mim”, experimenta “uma grande alegria”.
Conhece depois em Trento também os primeiros focolarinos e, em Pádua, encontra outros,
como por exemplo, Gino Bonadimani que estudava medicina com ele na Universidade.
Em março de 1952 confidencia a
Fons que se sente - como ele, Marco e
outros - chamado à virgindade mas que
não sabe se é possível seguir esta
estrada porque tinha “muitas dúvidas
sobre a existência de Deus”. Na manhã
seguinte, fortificado pela presença de
Jesus no meio com Lia, na catedral de
Trento, diz o seu sim.
As dúvidas, porém voltaram
logo, a tal ponto que, passando com as
primeiras e os primeiros focolarinos um
período nas montanhas Dolomíticas no
verão daquele ano, todos o achavam tão complicado que – evidencia Fede – “Marco Tecilla disse que se
eu me tornasse um focolarino, todos também poderiam ser e Giosi, referindo-se a mim, repetia em
dialeto trentino: «Parèlo via!», Mande-o embora!”.
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Um dia antes de ir embora, Chiara quis encontrá-lo…
Mas vamos ouvir diretamente dele a lembrança deste momento:
Do vídeo aos gen - 25 de maio de 1995
“… Chiara me disse: «Entendi que você tem todas as complicações possíveis, mas no fundo, no fundo
você acredita em Deus». Eu disse: «Sim, Chiara, no fundo eu acredito em Deus. Porém não consigo dar o
passo». Assim ela me disse: «Agora fique aqui… - e me deu uma fruta deliciosa, um pêssego, um fruto
italiano que se chama pêssego, bonito, grande, amarelo - … que eu vou procurar para você uma Palavra
de Vida». Ela entrou em casa. Procurou no Evangelho e voltou, dizendo: «Encontrei a Palavra de Vida
apropriada para você». Era uma frase de Jesus a Marta, quando fala da ressurreição de Lázaro e lhe diz:
«Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim ainda que morto viverá. Crês isto? Credis hoc? –
em latim – crês isto? E Marta respondeu: sim, creio!». Chiara me disse: «A sua Palavra de Vida é esta:
Crês isto? Saia daqui com ela e se por acaso voltarem as dúvidas de fé, repita: Crês isto? Sim, Senhor, eu
creio. Tudo correrá bem! Então, crês isto?!» «Sim, Chiara, eu creio!» «Até logo!». Fui embora e tinha a
fé! Foi uma graça extraordinária! Tudo ficou claro; tudo ficou simples!”
No ano seguinte, acompanhando
Chiara numa viagem de trem à Assis,
recebe dela o nome novo “Fede”. (Fé)
A sua entrada concreta no
focolare passa por várias provações
por causa da oposição do bispo e
pela condição – colocada pelo pai –
de que se formasse antes, mas, em
todo caso, pronuncia, sozinho, os
seus votos no dia 7 de dezembro de
1953, numa capela em Pádua.
Palmira Frizzera, que conheceu Fede naquele período, nos escreveu da Suíça: “Encontrei Fede
pela primeira vez em Pádua, na sua casa, depois de ter conhecido o Ideal. Devia defender a tese em
medicina e tinha ido a Trento para um encontro do Movimento. Teve só o tempo de trocar de roupa e
junto com sua mãe fomos, quase correndo, para esta defesa da tese. Ele recebeu a nota: 30 com louvor.
Impressionou-me ali a sua paz: ele foi a Trento para fazer a Vontade de Deus e agora fazia outra vontade
Sua: defender a tese, com o mesmo comportamento. Naquele noite eu dormi na casa dele, mas não quis
que eu dormisse com suas irmãs Fernanda e Francisca; ele me deu o seu quarto e ele dormiu no sofá da
sala.
Para mim a característica de Fede, até de modo heroico sobretudo em certos períodos, foi a sua
fidelidade a Chiara, ao Ideal e à Obra. Um amor com um equilíbrio para mim extraordinário, sempre
presente em todas as etapas também difíceis da sua vida para a Obra, até a última antes de partir para o
Paraíso. ”
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Logo que concluiu os estudos, Fede começou a fazer parte do focolare de Trento, trabalhando
como dentista.
Também em Roma, para onde se transfere no final de 1955 para ajudar Chiara na condução do
Movimento que crescia, trabalha como médico num ambulatório com o irmão de Chiara e Enzo Fondi.
Fede narra: “Muitos foram envolvidos pelo nosso estilo de vida. Uma vez, por exemplo, chegou uma
jovem senhora… que, tocada pelo Evangelho vivido, quis ir ao focolare e continuou voltando ao
ambulatório também depois de ter terminado o tratamento, e retornou à fé. A quem lhe perguntava
sobre a sua experiência, dizia: «O senhor me pegou pelos dentes».
A chegada da convocação para o serviço militar o leva a continuar a sua aventura de focolarino no
quartel de Florença. Quando chegou ali, pediu a permissão para não tomar o café da manhã para ir à
Missa. O tenente lhe respondeu que não estavam num seminário. E ele: Mas nem mesmo na União
Soviética! O superior não soube responder, disse apenas: “Vamos ver”. “Para mim – pensa Fede – não
era uma negação e portanto, na manhã seguinte disse ao sargento que tinha a permissão do tenente
para sair”. Depois de alguns meses, vários colegas participavam da Missa todas as manhãs, um deles se
tornou focolarino.
Mesmo estando no quartel, acompanha a comunidade que se está formando na região da
Toscana. Faz a mesma coisa quando foi transferido para o quartel de Trapani, na Sicília. Além de ser
militar e responsável do Movimento, começa também a estudar Filosofia.
Não podemos nos deter em todos os lugares onde Fede levou o Ideal em todos estes anos, mas
nos lembramos particularmente de dois: o Brasil e Loppiano.
O Movimento no Brasil começou a desenvolver-se a partir de 1958 com a viagem de Marco
Tecilla, Lia Brunet, Fiore Ungaro e com a abertura dos primeiros focolares em Recife, no Nordeste, em
1959.
Em 1961 também Fede vai
para lá. Ele conta: “Quando
chegamos em Recife, depois de uma
primeira saudação à comunidade,
que se encontrava semanalmente
no Colégio S. Catarina, nos disseram
que a primeira coisa a ser feita era
encontrar uma casa que pudesse
servir… de centro do movimento...
Quando a encontramos, nos
transferimos para esta pequena casa
de dois andares… Atravessando a
rua tinha um grande canal, e mais
além dele se via uma favela, uma
série de mocambos, barracos muito
pobres, feitos de tábuas, lata e
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papelão. Desde os primeiros dias tinha vontade de ir além do canal, para viver com aquelas pessoas e
fazer alguma coisa por eles, talvez como médico, ou de outro modo; mas era necessário entender qual
era o projeto de Deus para nós”. Projeto que foi se realizando nas próximas décadas com o
desenvolvimento de muitas obras sociais e com o projeto da Economia de Comunhão.
Em 1962, de Recife, escreve a Chiara: “Talvez, pela distância que existe, compreendo melhor que
imensidão de luz e de graça me doaste, mais uma vez, nesta vida divina que devo a ti”.
Daqueles primeiros anos no Brasil, Fede recorda uma verdadeira chuva de frutos e o contínuo
crescimento da comunidade ao redor, “uma comunidade feita de pessoas vivas, empenhadas em amar”.
E assim não só em Recife, mas em muitas outras cidades como São Paulo onde começa a Editora Cidade
Nova brasileira.
Em abril de 1964, em Recife, Fede foi ordenado sacerdote. Também Chiara está presente:
“´Naqueles dias tinha a impressão de viver no paraíso… Na conclusão da ordenação, Chiara me chamou e
me disse: «Sabe, Fede, durante a ordenação eu fiz uma experiência espiritual maravilhosa, indescritível.
Vou contar para você no paraíso». Mas, naquela atmosfera, dizer “no paraíso” ou dizer “no dia seguinte”
era a mesma coisa. E não lhe perguntei nada. Ela mesma, depois de muito tempo, me contou”.
No Natal de 1964 Chiara envia Fede para Loppiano, a nascente Mariápolis permanente perto de
Florença, e padre Foresi o acompanha de carro. Viajaram por uma rodovia ainda não inaugurada
oficialmente.
“Vivíamos juntos a maravilhosa aventura da ‘construção de uma cidade’, em plena região rural.
No início, os focolarinos da escola de formação, que antes estavam em Grottaferrata, eram cerca de
vinte, mas em pouco tempo o número dobrou…”.
Tudo devia ser inventado, construído e eram meses cheios de “imprevistos, de progressos, de
dificuldades, mas também de risadas, de grande alegria; e depois, de sabedoria, de oração, de
contemplação. Aqui, mais do que nunca, me senti um expectador encantado por aquilo que Jesus
realizava nas almas de tantos jovens, que passavam de descoberta em descoberta”.
Particular é o serviço realizado por Fede como responsável dos focolarinos, função que Chiara lhe
confiou em 1957 e depois mais tarde, até o ano 2000.
“O que dizer desta
maravilhosa experiência?, ressalta
Fede. Acima de tudo a admiração e a
surpresa em ver como Chiara sabia
inventar sempre novos modos para
conhecer e acompanhar estes seus
filhos prediletos apesar do contínuo
crescimento numérico. Com a sua
vida e a sabedoria, encantava a
todos, conduzindo-os a Deus,
fazendo com que se apaixonassem,
no verdadeiro sentido da palavra,
por Jesus abandonado e
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ressuscitado, vivo no nosso meio, por Maria, pelo Padre, pelo Espírito Santo… Depois, a gratidão a Deus
por ter podido conhecer pessoalmente cada focolarino, por ter podido compartilhar com cada um a
profunda experiência espiritual de unidade, vendo-os crescer realizados como cristãos e como homens,
alegrando-me por esta nova vocação na Igreja que atrai aos poucos jovens de todas as raças, povos,
culturas, classes sociais”.
Hans Jurt, focolarino suíço, esteve a seu lado e depois o substituiu nesta função.
Hans:
Eu conheci Fede durante a Escola de Loppiano. Ainda como jovem focolarino, me fascinava como
personificava o ser focolarino: transmitia força, segurança, convicção e aquela luz "encarnada" que me
parecia fruto de seguir Chiara sem compromissos. O seu tema: "A conquista da liberdade" era
fundamental para mim.
Os quatro anos com Fede, no Centro dos Focolarinos foram uma Escola de vida.
Aprendi de Fede uma lição fundamental: o que significa “amar”, o que significa dar a vida por um
irmão. Um focolarino para ele valia tudo. Não havia limites em acompanhar um focolarino num
momento de provação ou de doença, e nunca perdia a esperança. Estava disposto a abandonar tudo
para se dedicar a um irmão que sofria, com viagens, tempo, sacrifícios de todos os tipos.
Aconselhava com insistência a dar prioridade a Jesus em meio para viver como ele, dizia, "uma
vida vivível e santificante".
Fede não se poupava para salvar estes valores, aliás lutava, chegando a ser incompreendido.
Quando cheguei na Casa Vita ele me sugeriu um provérbio trentino: "Quem faz, erra; quem não faz, erra
sempre", que passou a ser fundamental para mim.
Vivemos aventuras
simpáticas com Fede no Centro
dos Focolarinos. Ele sentia
sempre muito frio, se bem que
fizesse calor. Lembro de
momentos “históricos” de
encontro com ele no sótão de
Casa Vita. Nós de camisa ou
camiseta e ele enrolado em
cobertores, trabalhando e
projetando… e experimentando
momentos de alegria e de luz!
O relacionamento com ele
nunca foi "fácil" ou cômodo para
mim. Era sério, exigente. Exigia o "perder a própria vida". Nós dois éramos muito diferentes, como idade
e geração, como cultura e educação, por vezes até como compreendíamos os pontos fundamentais da
nossa vida.
Recordo muito bem de momentos em que esta diferença me paralisava diante dele, por exemplo
quando falava ou expunha um conceito com convicção e que eu não pensava do mesmo jeito. Assim me
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fechava. Aos poucos fiz a experiência de uma imensa liberdade interior e de um amor por Fede que se
tornava cada vez mais puro e profundo.
Fede percebia isso e esta diferença deixou de pesar, transformando-se em riqueza, em partilha
dos nossos pontos de vista diferentes. Tornou-se a base de uma confiança inabalável.
Quando em 1999 Fede adoeceu gravemente e precisava ser substituído temporariamente, essa
substituição pôde ser feita sobre este fundamento.
Elide e Gianni Cito são dois focolarinos casados. (……………………. lerá o testemunho deles)
Elide e Gianni
Antes de ser um dos primeiros focolarinos foi sobretudo para nós uma “pessoa verdadeira” que se
relacionava conosco com pensamentos e atitudes de um homem autêntico. Ele se preocupou com
seriedade da nossa economia, sempre de modo focolarino, estando atento ao equilíbrio da nossa
pobreza e à possibilidade de viver uma real vida de família.
A coisa que mais recordamos e que nos construiu como focolarinos, foi a sua busca apaixonada de
traduzir na realidade cotidiana e atual a luz do Carisma. De modo especial compreender o quê e como
devia ser a figura dos focolarinos casados dentro do focolare e para todo o Movimento. Para ele não
havia nada pré-fabricado para ser simplesmente aplicado, como um esquema. Não, para ele havia a
responsabilidade de compreender como “tocar na terra” a partitura que já estava escrita no céu… Era o
desafio da encarnação que o interrogava e não o deixava tranquilo. Talvez por isso era criativo e
estimulante estar com ele, no seu focolare, porque se participava, se devia participar da tentativa de
inculturação no mundo atual.
De modo especial no campo da moral. Lembro que fez de tudo para nos inscrever na Faculdade de
Teologia porque, dizia, assim podem falar não só baseados na própria experiência – a nossa e aquela de
outros e poucos casais – mas para que a possam integrar, ampliar e adquirir um fundamento sólido.
Sempre queria saber o que pensávamos sobre um aspecto ou outro e qual era a novidade que o Carisma
vivido podia trazer.
Na segunda parte da década de sessenta e nos anos seguintes, Fede esteve ao lado de Chiara em
muitas viagens, participando na construção de uma obra de Deus que se difundia de modo planetário e
que envolvia as novas gerações.
Muitos têm ainda vivas as suas respostas e os seus discursos a jovens e adolescentes num
relacionamento vivo e luminoso, como podemos rever num momento de diálogo com uma adolescente
da Espanha que lhe perguntava como fazer, como adolescente, para colocar as bases para um futuro de
felicidade.
Respostas às gen 3 de uma escola em 2013 (25 de maio):
…Porém, o que é importante é que Jesus nos prometeu a felicidade não só na outra vida, mas
também nesta, se amamos como ele amou e se amamos Jesus Abandonado. Nós experimentamos uma
felicidade que é a antecâmara da outra, da vida eterna, da felicidade eterna.
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Eu, por exemplo, na minha idade estou na antecâmara. Foco dizia que a velhice é o noviciado do
Paraíso. É preparar-se para se transferir para lá. Temos que nos lembrar disso, porque muitos têm medo
da morte. Ao invés, é a porta para chegar lá. Então, perguntem quantos anos eu tenho. Adivinhem?
Disse 84? Você se aproximou. Quase, quase! (Aplauso)
Assim podem perguntar: “Você que tem oitenta e quatro anos e procurou construir a felicidade, é
feliz?” E a minha resposta é: Sim! Tenho 84 anos e sou feliz!
A partir de 1995 Fede faz
também parte da “Escola Abbà”, o
Centro de estudo interdisciplinar do
Movimento, dando sobretudo a sua
contribuição no campo da Psicologia,
das Ciências e da Ética. Uma
experiência que o faz sentir “pleno e
‘saciado’ de sabedoria e de luz, quase
a ponto de explodir…, se sente em
Deus, tomado totalmente pela Sua
luz e pelo Seu amor, conduzido para
o Seu Reino que é cada vez mais
variado, mais esplêndido e mais
verdadeiro”.
Em 2003 escreve a Chiara: “Quero agradecê-la pelo seu tema sobre a união com Deus. Já nas
primeiras palavras senti uma espécie de chamado a uma conversão, a um novo início da minha vida; que,
depois, aos poucos, cresceu, numa sucessão de luz e propósitos concretos. Encontrei-me com a alma
repleta de Deus”.
Depois da partida de Chiara para o Céu e com o aumento das dificuldades de saúde, começou
aquilo que ele gosta de definir “um dos períodos mais belos da minha vida, tanto que muitas vezes me
vejo repetindo a Jesus: Não sabia que a velhice podia ser uma aventura tão bela assim!”, caracterizada
pelo “relacionamento com Jesus… sempre mais íntimo e profundo” e por um novo modo para “fazer
alguma coisa pelo Movimento, particularmente pelos focolarinos… estar doente: sofrer, oferecer, rezar”,
preparando-se, como dizíamos no início, “para o próximo encontro com Ele”.
Obrigado, Fede porque
com a sua vida você transmitiu a
muitas e muitas pessoas aquela
fé incancelável em Deus e no
carisma da unidade, uma fé que
caracterizou todas as suas ações,
todos os seus relacionamentos, e
que também lá do Céu
continuará a nos ajudar.
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Um obrigado expresso também por muitíssimas pessoas que enviaram o próprio testemunho
sobre o relacionamento com você, que não encontraram espaço agora, mas que conservamos como
preciosas contribuições.
Um obrigado que também a sua família repete conosco. Damos a palavra a …………….
Uma lembrança do tio, dita pelos sobrinhos
A família do tio Giorgio é grande. Somos 9 sobrinhos, 14 sobrinhos netos e primos de segundo
grau, mas para ele não existia o segundo grau.
Não importava a nossa idade, mas éramos especiais naquele momento e se criava assim uma
atenção especial, que fascinava todos, aquele Amor que nos acolhia.
Os seus olhos nos fixavam cheios de luz e de doçura, deixando-nos dizer tudo, até o fim.
Consolava o nosso pranto com palavras de compreensão, alegria pelas nossas conquistas ainda que
pequenas.
Ouvia nossas dúvidas, desilusões, projetos, aconselhando e encorajando.
Nunca fugiu de debates
filosóficos e políticos que testavam a
nossa capacidade de argumentação.
Assim nós crescemos; você
nos casou. Batizou os nossos filhos e
tornou-se amigo deles, do maior ao
menor. Um fio direto com cada um
de nós.
Cada encontro era especial,
sabia nos falar do Amor de Deus
num modo simples, fazendo-nos
descobrir como Deus estava
presente na nossa vida cotidiana.
Sabia tornar acessível para
cada um de nós grandes verdades
espirituais, fazendo-as penetrar na
nossa vida quotidiana e assim aquele Jesus que parecia tão distante, que era companheiro da sua vida,
podia se tornar também companheiro da nossa vida!
Estava sempre pronto, com discrição e delicadeza, para nos propor aquele Jesus que ele tanto
amava, que amou até o fim com todo o seu coração.
A história da sua vida sempre nos fascinou, a história do seu nome, Fede, sempre nos
impressionou e para além da fé, sempre tivemos a convicção de que é um grande, um grande homem.
Fez o que quis e escolheu, na sua liberdade, mas sabemos também que a sua liberdade tinha como
fundamento a escolha de Deus.
Este é um testemunho que nos mandaram os parentes de Lozzo Atestino, a famosa família
alargada.
É inesquecível para nós o encontro com Giorgio por ocasião dos seus 50 anos de sacerdócio.
Durante a Santa Missa, celebrada com comovida participação da nossa Igreja de Lozzo Atestino, ele
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recordou os anos da sua infância e juventude, transcorrida nas nossas famílias Marchetti e Bressan. Fica
gravada no coração a extraordinária capacidade de conservar intacto o candor e o entusiasmo da
juventude, a árdua busca da verdade, que encontrou na fé, acolhida alegre, simplicidade e humildade
que sabia falar ao coração das pessoas, a inteligência e o entusiasmo com que continuamente sustentou
a sua família e a grande família dos Focolares.