perfil epidemiológico dos pacientes atendidos nas clínicas da ...
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PERFIL EPIDEMIOLGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NAS
CLNICAS DA DISCIPLINA DE CIRURGIA DA FACULDADE DE
ODONTOLOGIA DE BAURU DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Claudio Roberto Gaio Xavier
Dissertao apresentada Faculdade de
Odontologia de Bauru da Universidade de
So Paulo, como parte dos requisitos para
obteno do ttulo de Mestre em
Odontologia, rea de Estomatologia.
(Edio Revisada)
BAURU
2003
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PERFIL EPIDEMIOLGICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NAS
CLNICAS DA DISCIPLINA DE CIRURGIA DA FACULDADE DE
ODONTOLOGIA DE BAURU DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO
Claudio Roberto Gaio Xavier
Dissertao apresentada Faculdade de
Odontologia de Bauru da Universidade de
So Paulo, como parte dos requisitos para
obteno do ttulo de Mestre em
Odontologia, rea de Estomatologia.
(Edio Revisada)
Orientador: Prof. Dr. Osny Ferreira Jnior
BAURU
2003
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Xavier, Claudio Roberto Gaio
X19p. Perfil epidemiolgico dos pacientes atendidos nas clnicas da
Disciplina de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de Bauru da
Universidade de So Paulo / Claudio Roberto Gaio Xavier Bauru,
2003.
101p.:il.30 cm.
Dissertao (Mestrado) Faculdade de Odontologia de Bauru.
USP.
Orientador: Prof. Dr. Osny Ferreira Jnior
Autorizo, exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a reproduo total ou parcial desta dissertao/tese, por processos fotocopiadores e outros meios eletrnicos. Assinatura:
Aprovao pelo Comit de tica em Pesquisa da FOB USP.
Processo n 017/2003
Data: 31/03/2003
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iii
Claudio Roberto Gaio Xavier
24 de maro de 1976,
Pereira Barreto SP
Nascimento
Filiao Luiz Ferreira Xavier
Lourdes Gaio Xavier
1994 1997 Curso de Odontologia Faculdade
de Odontologia de Bauru, USP
Bauru SP.
2001 2003 Curso de Ps-Graduao em
Odontologia, rea de concentrao
em Estomatologia, em nvel de
Mestrado, na Faculdade de
Odontologia de Bauru, USP.
Associaes SOBE Sociedade Brasileira de
Estomatologia
SBPqO Sociedade Brasileira de
Pesquisa Odontolgica
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iv
Na vida nos deparamos com diversos desafios:
Alguns ela mesma se encarrega de oferecer;
Tantos outros nos damos o direito de imp-los.
Ao superarmos estes desafios, sejam quais for, nos engrandecemos por
superar os limites que pensvamos ter, e com coragem e aplicao, nos
tornamos mais e mais fortes.
Apreciemos ento cada lio, cada experincia, cada aprendizado que os
caminhos destas conquistas nos proporcionam!
O que importa de verdade na vida no so os objetivos que nos
propomos, mas os caminhos que percorremos para consegui-los.
Peter BammPeter Bamm
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v
DEDICATRIA
Aos meus pais Luiz e Lourdes,
Por fazerem de mim quem sou hoje e principalmente pelo empenho
em ensinar a escolher e trilhar meus prprios caminhos. Por vezes
abriram mo de seus desejos por minhas necessidades.
Aos meus irmos Luiz e Marco,
Por todo apoio e estmulo e por toda confiana que em mim
depositaram. Ajudaram-me mais do que podem supor!
Mesmo que tentasse, no encontraria palavras que expressassem o
que sinto por tudo o que vocs me deram e proporcionaram.
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vi
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao Prof. Dr. Osny Ferreira Jnior
Amigo que acompanhou meus primeiros passos na odontologia,
orientando minha formao,
quando mesmo sem saber
foi exemplo de carter e integridade.
Acabou por aceitar a conturbada tarefa de assumir minha orientao
quando j decorrida parte do meu curso de mestrado,
encarando este desafio com competncia e dinamismo.
Terei sempre muita admirao e respeito por voc.
Que nossa convivncia se prolongue por muito tempo.
Muito obrigado!
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vii
Aline,
Por estar ao meu lado durante a realizao deste trabalho,
acompanhando-me em um sonho. Ofereceu sempre ajuda,
compreenso e carinho. Foi sempre fonte de alegrias e exemplo de
determinao.
Muito obrigado!
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viii
AGRADECIMENTOS
Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de
So Paulo, na pessoa de sua Diretora Profa. Dra. Maria Fidela de
Lima Navarro.
Comisso de Ps-Graduao da Faculdade de
Odontologia de Bauru, na pessoa de seu Presidente, Prof. Dr. Jos
Carlos Pereira.
Aos professores das Disciplinas de Estomatologia e
Radiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru, Prof. Dr. Jos
Humberto Damante, Profa. Dra. Ana Lcia lvares Capelozza,
Prof. Dr. Luiz Eduardo Montenegro Chinellato e Profa. Dra. Izabel
Regina Fisher Rubira, que foram fonte constante de conhecimento e
exemplos de paixo pela arte de ensinar. Que eu consiga ser um
propagador destes conhecimentos e reflexo deste exemplo de conduta
acadmica.
Ao Prof. Dr. Eduardo SantAna, pelas oportunidades de
aprendizado, pelo incentivo durante toda a graduao e por me
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ix
acolher, quando recm-formado, durante estgio na Disciplina de
Cirurgia.
Aos funcionrios das Disciplinas de Estomatologia,
Radiologia e Cirurgia, Camila, Fernanda, Josiele, Marlia, Jos
Messias e Walderez, pela presteza e disposio em sempre ajudar e
pelos momentos de descontrao compartilhados. Certamente
ensinaram muito mais do que podem supor.
Aos companheiros do curso de Mestrado, Fernando,
Flvio, Luis Fernando, Josiane e Nicole, por tudo o que passamos
juntos. Cada um, ao seu modo, trouxe uma lio que sempre ser
lembrada.
s amigas Ana Lcia, Viviane e Roberta, por todo
carinho e ateno dispensados em vrios momentos, alm de toda
confiana em mim depositada.
A todos os funcionrios do Servio de Biblioteca e
Documentao da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP, por
toda a ajuda, sempre prestada com pacincia e cordialidade.
CAPES, pelo apoio financeiro durante o curso de
Mestrado.
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS .................................................................................... xi
LISTA DE TABELAS ................................................................................... xiii
LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................... xiv
RESUMO ........................................................................................................ xv
1 INTRODUO........................................................................................... 1
2 REVISO DA LITERATURA................................................................... 5
2.1 Estudos epidemiolgicos....................................................................... 6
2.2 Importncia das alteraes e condies sistmicas e do exame
clnico ........................................................................................................ 12
2.3 Dados relativos s exodontias.............................................................. 21
2.3.1 Causas determinantes de exodontias.............................................. 22
2.3.2 Dados epidemiolgicos relativos s exodontias ............................ 25
2.3.3 Dados relativos aos terceiros molares............................................. 34
3 PROPOSIO........................................................................................... 39
4 MATERIAL E MTODOS ........................................................................ 41
5 RESULTADOS........................................................................................... 50
6 DISCUSSO .............................................................................................. 65
6.1 Gnero, idade e procedncia dos pacientes...................................... 66
6.2 Procedimentos realizados ..................................................................... 67
6.3 Acidentes e complicaes .................................................................... 69
6.4 Exame clnico e histria mdica........................................................... 71
6.5 Indicaes para exodontias .................................................................. 74
6.6 Posio dos terceiros molares ............................................................. 77
7 CONCLUSES.......................................................................................... 79
ANEXOS......................................................................................................... 81
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................................... 88
ABSTRACT.................................................................................................... 97
APNDICES .................................................................................................. 99
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xi
Lista de figuras
FIGURA 1 Classificao da posio dos terceiros molares segundo
PELL; GREGORI50 ........................................................... 43
FIGURA 2 Classificao da posio dos terceiros molares segundo
WINTER69 ........................................................................ 44
FIGURA 3 Exemplo de dente com indicao para exodontia por
crie ................................................................................. 46
FIGURA 4 Exemplo de dente com indicao para exodontia por
doena periodontal .......................................................... 46
FIGURA 5 Exemplo de dente com indicao para exodontia por
traumatismo dentrio ....................................................... 46
FIGURA 6 Exemplo de dente no irrompido com indicao para
exodontia ......................................................................... 47
FIGURA 7 Exemplo de dente supranumerrio com indicao para
exodontia ......................................................................... 47
FIGURA 8 Exemplo de dente decduo persistente com indicao
para exodontia ................................................................. 48
FIGURA 9 Exemplo de dente com indicao para exodontia por
perfurao endodntica ................................................... 48
FIGURA 10 Tela do programa Microsoft Excel no momento da
aplicao de filtro para anlise dos dados ....................... 49
FIGURA 11 Distribuio percentual dos pacientes atendidos nas
clnicas da Disciplina de Cirurgia, segundo o gnero, no
perodo de 1997 a 2002 ................................................... 51
FIGURA 12 Distribuio dos pacientes atendidos de acordo com
faixa etria ........................................................................ 52
FIGURA 13 Distribuio percentual da procedncia das radiografias. 54
FIGURA 14 Distribuio percentual de causas de hemorragias ......... 58
FIGURA 15 Distribuio percentual das causas de alergia ................. 58
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xii
FIGURA 16 Distribuio percentual de pacientes diabticos ou com
histrico familiar ............................................................... 59
FIGURA 17 Distribuio percentual dos vcios, hbitos ou manias
relatados .......................................................................... 59
FIGURA 18 Distribuio percentual entre respostas afirmativas e
negativas a respeito de alteraes cardiovasculares em
pacientes hipertensos ...................................................... 60
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xiii
Lista de tabelas
TABELA 1 Municpios com maior nmero de pacientes atendidos 53
TABELA 2 Nmero de indivduos atendidos por regio de Bauru-
SP.................................................................................. 54
TABELA 3 Freqncia dos procedimentos realizados nas clnicas
da disciplina de Cirurgia da FOB-USP, por tipo............ 55
TABELA 4 Prevalncia de acidentes e complicaes.................... 56
TABELA 5 Distribuio numrica de respostas afirmativas,
segundo tipo de alterao de sade............................. 57
TABELA 6 Prevalncia das indicaes para exodontia dos
dentes decduos............................................................ 61
TABELA 7 Prevalncia das indicaes para exodontia dos
dentes permanentes...................................................... 61
TABELA 8 Distribuio das indicaes de exodontia por faixas
etrias............................................................................ 62
TABELA 9 Distribuio dos terceiros molares segundo
classificao de PELL; GREGORY50............................ 63
TABELA 10 Distribuio dos terceiros molares segundo
classificao de WINTER69........................................... 64
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xiv
Lista de abreviaturas e smbolos
AHCPR Agency for Health Care Policy and Research
BBO Bibliografia Brasileira de Odontologia
CPO-D Dente(s) permanente(s) cariado(s), perdido(s) e obturado(s)
DPP Dente(s) potencialmente perdido(s)
FOB Faculdade de Odontologia de Bauru
Hg Mercrio
JNC Joint National Committee
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade
MEDLINE Medlars Online
mm milmetros
OMAR Office Medical Aplications and Research
OMS Organizao Mundial da Sade
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
USP Universidade de So Paulo
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xv
Resumo
Este estudo analisou os pronturios dos pacientes recebidos
pelas clnicas da Disciplina de Cirurgia da Faculdade de Odontologia de
Bauru-USP, entre janeiro de 1997 e dezembro de 2002. Os dados relativos
ao gnero, idade, procedncia, tipo de procedimento realizado, data da
execuo do procedimento, nmero de dentes extrados, acidentes e
complicaes ocorridas, informaes da histria mdica colhidas na
anamnese, presso arterial, procedncia da radiografia utilizada no
planejamento das cirurgias e as indicaes para as exodontias foram
anotados. A anlise dos dados obtidos permitiu as seguintes constataes:
(1) foram atendidos no perodo analisado 3927 pacientes; (2) 59,2% dos
pacientes possuam idade entre 11 e 30 anos; (3) 67,39% dos pacientes
realizaram exame radiogrfico na prpria FOB-USP; (4) a alveolite foi a
complicao mais observada; (5) as prevalncias de diabetes e hipertenso
arterial foram de 2,32% e 18,53%, respectivamente; (6) foram extrados
8471 dentes de 2359 pacientes, com mdia de 3,59 dentes extrados por
paciente. A partir dos dados obtidos pode-se concluir que: (1) houve maior
procura pelas clnicas da Disciplina de Cirurgia da FOB USP por pacientes
do gnero feminino; (2) a maior freqncia de indivduos, segundo as faixas
etrias, foi para os pacientes entre 21 e 30 anos; (3) uma filosofia
conservadora em relao s indicaes de exodontia deve prevalecer, tendo
em vista que a freqncia de indivduos atendidos com idade inferior a 30
anos foi de 59,9%; (3) Bauru foi o municpio mais beneficiado pelos servios
das clnicas da Disciplina de Cirurgia da FOB-USP; (4) o procedimento mais
realizado foi a exodontia; (5) os ndices de acidentes e complicaes
observados esto em nveis plenamente satisfatrios; (6) a crie e suas
conseqncias no so a principal causa de atendimento nas clnicas da
Disciplina de Cirurgia da FOB-USP, sendo a principal indicao para
exodontia os dentes no irrompidos.
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1 INTRODUO1 INTRODUO
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Introduo 2 ______________________________________________________________________________________________________
1 Introduo
Estudos epidemiolgicos revelam informaes que permitem avaliar o
passado e tentar prever cenrios futuros 4,19,46,54. So utilizados para estudos
de situao de sade, vigilncia epidemiolgica, estudos "causais", e
avaliao de servios, programas e tecnologias relativas sade.
Particularmente, os estudos de investigao causal tm demonstrado
relevncia em pesquisas de natureza clnica, principalmente no meio
universitrio, onde alcanam certa cientificidade 19.
Segundo SAMAJA60, o principal pressuposto de toda investigao
cientfica que o objeto de estudo seja inteligvel. Esta inteligibilidade
depende da descrio do objeto, que visa identificar os componentes e
caracteriz-los, e da possibilidade de reelaborao conforme um padro de
assimilao compatvel com a razo humana. , portanto, na descrio do
objeto que se encontra o passo inicial na elaborao de raciocnios, idias e
hipteses. Para poder descrever de maneira cientfica a realidade preciso
explicitar de que modo feita a sua fragmentao, segundo determinadas
categorias. As proposies descritivas tm como valores conceitos
classificatrios, conceitos comparativos, conceitos mtricos e outros.
Na epidemiologia, um passo essencial para o estudo de uma doena
descrever precisamente sua ocorrncia na populao. Essa descrio tem
como categorias bsicas a distribuio temporal, a distribuio espacial e a
distribuio segundo atributos pessoais, visando a identificar o padro geral
de ocorrncia e os grupos de risco. A descrio metdica do comportamento
da doena permite a elaborao de hipteses causais com base na
ocorrncia usual de doenas conhecidas e possibilita o uso da analogia
tanto no estudo das doenas novas quanto na explicao de doenas
anteriormente conhecidas 4,54.
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Introduo 3 ______________________________________________________________________________________________________
Sobre a condio de sade geral do paciente, o conhecimento de
alteraes sistmicas concomitantes de grande valia na rea odontolgica,
uma vez que diversas doenas podero influenciar a indicao de um
determinado procedimento ou modificar o plano de tratamento em diferentes
instncias 11,26,30,62. Portanto, estudos descritivos podem contribuir na
determinao de um padro epidemiolgico para uma populao alvo,
atribuindo certa previsibilidade nas alteraes a serem encontradas nos
indivduos constituintes desta populao. Podem ainda fornecer subsdios
para explicao de alteraes encontradas, permitindo estudos elucidativos
quanto associao de situaes e alteraes de sade 11,62.
Do ponto de vista da ateno ao paciente, a odontologia sofreu uma
mudana em seu perfil, inicialmente restaurador e curativo, adotando
tambm um carter preventivo que abrange todas as suas especialidades 21.
LEAVELL e CLARK29 propuseram cinco nveis de preveno, sendo eles:
promoo da sade; proteo especfica; diagnstico precoce com
tratamento imediato; limitao do dano; e reabilitao. Desta forma, a
preveno da perda dentria inicia-se em fases onde ainda no houve danos
propriamente ditos, pelo uso de flor, adequao de hbitos alimentares e
de higienizao, ou em fases mais avanadas, pela instituio de
procedimentos curativos adequados, como nos tratamentos endodnticos,
periodontais e dentisteria. Observa-se ento que, frente instituio destes
procedimentos preventivos e ao desenvolvimento de tcnicas modernas
visando a recuperao e manuteno de dentes danificados, houve nos
ltimos anos um decrscimo no nmero de dentes perdidos na populao 21,36.
No entanto, a exodontia que ocupa o quarto e quinto nveis de
preveno acima citados, ainda se faz necessria em vrios casos e por
diversos motivos 5,12,21,36,53. So necessrios slidos conhecimentos para
que haja a indicao correta da extrao de um dente, para que no se
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Introduo 4 ______________________________________________________________________________________________________
incorra em perda dentria desnecessria, levando mutilao do paciente
por perda de um rgo passvel de recuperao. Apenas quando findadas
as possibilidades de cura do dente em questo que se deve optar pela
extrao do mesmo, ou ainda quando tal exodontia for parte de um plano de
tratamento, ortodntico ou prottico, devidamente fundamentado e
objetivando o adequado restabelecimento funcional e/ou esttico da
condio bucal do paciente 21,36,53. Observa-se tambm que a literatura
odontolgica acerca das causas determinantes de exodontias vasta, tanto
em mbito nacional 5,21,22,23,36,41 quanto internacional 7,10,15,24,37,42,43,45,47,48,55,70. Em contrapartida, estudos para a determinao do
perfil epidemiolgico de pacientes atendidos por um determinado servio ou
residentes numa regio tm sido pouco praticados 12,41.
Justifica-se desta forma a realizao de estudos que tracem o perfil
epidemiolgico dos pacientes em diferentes servios de sade, alm da
incidncia de diferentes alteraes sistmicas ou locais, fornecendo dados
importantes para futuras comparaes e avaliaes, embasando pesquisas
mais aprofundadas acerca de diversos temas e divulgando para a
comunidade cientfica informaes que suscitem novos questionamentos ou
elucidem antigos.
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2 REVISO DA LITERATURA2 REVISO DA LITERATURA
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Reviso da literatura 6 ___________________________________________________________________________________________
_________
2 Reviso da literatura
2.1 Estudos epidemiolgicos
Discutindo a epidemiologia relacionada aos servios de sade,
GOLDBAUM19, 1996, reafirmou a importncia da epidemiologia na produo
de conhecimento, principalmente em relao ao quadro de prioridades
sanitrias, aps contribuir com o estudo das doenas infecto-contagiosas,
demonstrando grande capacidade para avaliar a ocorrncia e distribuio das
doenas crnicas, e mais recentemente sendo incorporada a reas como a
gentica e a medicina molecular. Aps experimentar notvel evoluo
tecnolgica, a epidemiologia permitiu estabelecer associao entre fatores
lesivos e ocorrncia de doenas, como por exemplo, o carter nocivo do
tabaco na promoo de doenas, o conceito de estilo de vida associado ao
maior ou menor risco de desenvolvimento de doenas, e tambm evidncias
para os efeitos protetores, como o uso do flor na preveno de cries e a
relao entre vacinas e sua eficcia. O autor se utilizou da definio de
epidemiologia formulada por ROUQUAYROL57, 1993, como sendo a cincia
que estuda o processo sade-doena em coletividades humanas, analisando
a distribuio e os fatores determinantes das enfermidades, danos sade e
eventos associados sade coletiva, propondo medidas especficas de
preveno, controle, ou erradicao de doenas, e fornecendo indicadores
que sirvam de suporte ao planejamento, administrao e avaliao das aes
de sade. possvel destacar quatro usos primrios da epidemiologia pelos
servios de sade: nos estudos de situao de sade; na vigilncia
epidemiolgica; nos estudos "causais"; e na avaliao de servios, programas
e tecnologias. Apesar do desenvolvimento experimentado pela epidemiologia,
ela ainda permanecia subvalorizada e subaproveitada pelos setores de sade
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Reviso da literatura 7 ___________________________________________________________________________________________
_________
pblica. Argumenta ainda que a transferncia de conhecimento no obedece a
uma lgica linear, atendendo geralmente necessidades mediadas por motivos
sociais, polticos ou econmicos, e apesar do discurso adotado pelo setor de
sade, o uso da epidemiologia no considerado em sua plenitude.
Retomando os usos da epidemiologia, em particular o de estudos de
investigao causal, observou-se que mesmo no atendendo a contento a
difuso merecida, e por isso ainda subaproveitado e merecedor de maior
ateno, nos centros universitrios estes estudos tm alcanado certa
cientificidade, sendo muito utilizado em pesquisas de natureza clnica. A
epidemiologia na realizao de investigao causal, juntamente com a
avaliao de servios, notadamente mais empregada que nos estudos da
situao de sade e na vigilncia epidemiolgica.
Ao discutir a utilizao da epidemiologia como meio de avaliao de
servios de sade, NOVAES46, 1996, afirma que a interao entre as
informaes obtidas na clnica e utilizadas em dimenso coletiva pela
epidemiologia torna-se uma fonte fundamental de dados para tais avaliaes.
Contudo nem sempre as informaes obtidas condizem com o esperado,
demonstrando forte influncia da variabilidade, e em estudos onde se parte de
um conhecimento tido como invariante terminam por evidenciar discordncias
com os pressupostos que o embasavam. Tal afirmao no feita com base
no problema de sade em si, mas sim nos meios de produo de
conhecimento sobre as doenas. As reas atuantes nos servios de sade
que se utilizam deste como fonte de produo de conhecimento so a clnica,
epidemiologia, administrao e planejamento, cada qual com seu ponto de
vista e modo de atuao dentro deste complexo: a clnica busca
incessantemente o controle sobre a doena; a epidemiologia, que por meio de
mtodos cada vez mais sofisticados busca identificar a causa verdadeira da
doena ou agravos; e a administrao e planejamento, que buscam a
instituio de ordem, por meio de aes e mtodos que no se opem ao
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Reviso da literatura 8 ___________________________________________________________________________________________
_________
carter de "aes racionais em busca de um fim". E justamente nesta
incongruncia que est a dificuldade de unificao do universo da construo
de conhecimento em servios de sade. A necessidade de uma nova ptica a
respeito da unificao destas reas na captao, estudo e manuseio das
informaes no servio de sade pblica notada pelo movimento em
instituies de financiamento de pesquisas, mais evidenciada em pases onde
este setor se encontra mais estruturado. No Brasil, o compromisso econmico
e social com a ateno em sade pblica encontra-se incompleto. O autor
ressaltou a criao de entidades de fomento especificamente direcionadas
para este setor, como o National Institue of Health Services Research, em
1968, a Office Medical Aplications and Research (OMAR), em 1977, e a
Agency for Health Care Policy and Research (AHCPR), em 1989, embudas
da obrigao de financiar e gerenciar a aquisio de novos conhecimentos e
utilizao dos j existentes a respeito do tema, e tidas por muitos autores
como fundamentais para o desenvolvimento de um servio de sade pblica
mais completo e produtivo, social e cientificamente. Esta opinio no
unnime visto que alguns epidemiologistas afirmam que apesar de tais
entidades terem sido responsveis pelo investimento de 200 milhes de
dlares, em cinco anos de pesquisas, ainda no se chegou ao conhecimento
verdadeiro de algumas doenas, e que o prprio pronturio mdico
geralmente no o meio ideal de se obter informaes. Mas mesmo para esta
corrente de epidemiologistas inegvel que nas condies atuais dificilmente
ser possvel estudar todos os procedimentos e tecnologias na rea de sade,
e ainda mais difcil para a epidemiologia ser conhecer com veracidade a
incidncia, a prevalncia e a mortalidade de grande parte das doenas.
Em artigo que discute a revalorizao da epidemiologia descritiva por
meio das doenas emergentes, BARATA4, 1997, traa o perfil da
epidemiologia de acordo com o tempo. Nas dcadas de 40 e 50, pela
evoluo de doenas parasitrias e infecciosas em doenas crnicas, a
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Reviso da literatura 9 ___________________________________________________________________________________________
_________
epidemiologia consolidou seu aspecto analtico, intensificando assim o
desenvolvimento da metodologia aplicada. Nesta poca, a metodologia de
inqurito epidemiolgico e estatstica descritiva parecia no necessitar
maiores refinamentos. Em conseqncia dos programas de vacinao em
massa iniciados na dcada de 50, aconteceu o desinteresse da administrao
pblica americana e perda de importncia poltica dos rgos de vigilncia
sanitria na dcada de 80, levando ao desmantelamento dos rgos de sade
pblica por cortes na verba a eles destinada. Na dcada de 70, iniciou-se um
rpido processo de urbanizao na Amrica, sia e frica, que de forma
desordenada agrupou em determinadas regies um milho de pessoas onde
anteriormente no havia estrutura para tal. Este evento acarreta, geralmente,
mudana no perfil de morbidade, levando ao aparecimento de novas doenas
e agravos sade geral em decorrncia de doenas anteriormente
controladas. Assim, a epidemiologia descritiva assume importncia na
apresentao de informaes sobre distribuio de casos, segundo tempo,
espao e pessoas, para que se proceda uma anlise de dados a fim de
propiciar o entendimento de uma determinada alterao e a resoluo da
mesma. Na epidemiologia um passo fundamental para reconhecer seu
comportamento descrever precisamente sua ocorrncia na populao,
possibilitando dessa forma a elaborao de fatores causais baseados na
ocorrncia usual e a utilizao de analogias para o entendimento de doenas.
Abordagens descritivas so tidas muitas vezes com menos cientficas ou
menos sofisticadas, fato este que no reflete a importncia e relevncia das
questes tericas, conceituais ou metodolgicas envolvidas neste tipo de
estudo.
PINTO54, 2000, iniciou suas observaes sobre a epidemiologia
expondo os conceitos de vrios autores. Definiu epidemiologia como o estudo
ordenado das causas e efeitos biolgicos e sociais das doenas em
populaes humanas, tendo a comunidade, e no o indivduo, como unidade
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Reviso da literatura 10 ___________________________________________________________________________________________
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de interesse. Citou SUSSER63, 1973, "Epidemiologia o estudo da
distribuio e dos determinantes da sade em populaes humanas". Afirmou
que LAST28, 1988, conceituou de forma mais abrangente como "o estudo da
distribuio e determinantes de estados ou eventos relacionados sade em
populaes especficas, e sua aplicao no controle de problemas de sade",
justificando que a epidemiologia no se preocupa apenas com os aspectos e
indicadores negativos, mas tambm com indicadores positivos de sade e
com maneiras de promov-la. Citou PEREIRA51, 1995, que afirmou
"Epidemiologia o ramo das cincias da sade que estuda, na populao, a
ocorrncia, a distribuio e os fatores determinantes dos eventos relacionados
com a sade". Ressaltou sua importncia embasando-se em fatos histricos,
como na determinao do padro de disseminao da clera e sua
associao com o abastecimento de gua em Londres no ano de 1855, a
associao entre o tabaco e asbesto no aumento no risco de desenvolvimento
de cncer de pulmo, do bcio e cretinismo com uso de iodo, e o controle da
crie dentria com o uso do flor. Ao discutir as diferenas entre os termos
pesquisa e estudo, ressaltou a maior formalidade e academicismo do primeiro
sem contudo diferi-los quanto importncia de ambos. Nos estudos
observacionais, o pesquisador no interfere no curso natural do evento, sendo
os estudos descritivos fornecedores de informaes que podero ser usadas
em estudos analticos, onde so testadas hipteses, com o objetivo de se
explicar causas e efeitos.
Ao abordar os estudos epidemiolgicos, MENDONA38, 2001,
reafirmou sua importncia no controle de doenas, tendo estes estudos
relevncia quando aplicados do ponto de vista da sade pblica. Um grande
desenvolvimento da metodologia epidemiolgica aconteceu aps a segunda
guerra mundial, quando a epidemiologia buscou a identificao de fatores
causais de doenas crnicas e fatores de risco da vida adulta. Observou-se
um processo de aproximao da epidemiologia clnica, com um enfoque
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Reviso da literatura 11 ___________________________________________________________________________________________
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centrado no indivduo. Esta evoluo tem sido debatida por vrios autores,
sendo apoiada pelos que afirmam seu papel nos avanos experimentados por
estudos de determinadas enfermidades, e criticada por aqueles que afirmam
no haver dignificao da epidemiologia ao estudar um micro-ambiente, pois
a abordagem individual no elucida muitas questes que so de ordem social,
cultural, econmica ou ambiental. Houve um contraste entre os achados em
estudos epidemiolgicos e a confirmao destes em laboratrio, pois por
algum tempo no havia conhecimento suficiente nem capacidade tecnolgica
para tal. Atualmente o que se experimenta justamente o oposto pois a
velocidade no desenvolvimento de determinados ramos da cincia acontece
de forma espantosa. O cuidado na interpretao de resultados, quando se
integram diferentes reas epidemiologia, torna-se parte fundamental na
confirmao de hipteses, tornando este processo mais complexo. A maioria
dos autores estudados afirma que a epidemiologia caminha para um novo
salto de conhecimento, devido incorporao destas novas reas de
conhecimento na determinao da relevncia de fatores no processo
sade/doena.
COLUSSI; FREITAS9, 2002, realizaram levantamento bibliogrfico
avaliando os estudos epidemiolgicos sobre a condio de sade bucal de
pacientes idosos, buscando no somente a determinao da condio de
sade bucal destes pacientes, mas tambm procederam uma anlise da
metodologia empregada em tais estudos. Foram encontrados 29 artigos de
1988 a 2002, indexados nas bases de dados BBO, LILACS e MEDLINE, e
deles obtidas informaes quanto metodologia (faixa etria, tipo de amostra,
forma de apresentao dos dados) e resultados apresentados (ndice CPO-D,
percentual de dentes extrados, percentual de edntulos e uso e necessidade
de prtese). Foi possvel a observao na disparidade de dados
apresentados, e principalmente na metodologia aplicada a cada estudo, no
ficando claros alguns dados da metodologia como seleo e
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Reviso da literatura 12 ___________________________________________________________________________________________
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representatividade da amostra, critrios aplicados em diferentes
classificaes e terminologia. Primeiramente, foi possvel a constatao da
condio de sade bucal precria destes pacientes, uma vez que os valores
obtidos indicam um CPO-D de 26,8 a 31,0, com grande participao do
componente "extrado(s)" (84%) e alto ndice de edntulos (68%). Outra
concluso a que os autores chegaram que existe a necessidade de
padronizao na elaborao, execuo, apresentao e anlise dos
resultados de inquritos epidemiolgicos, possibilitando assim uma
comparao mais adequada de dados.
2.2 Importncia das alteraes e condies sistmicas e do exame clnico
MARTINS et al.35, 1997, analisaram a prevalncia da hipertenso,
segundo gnero e faixa etria, em grupos classificados segundo critrios
scio-econmicos e caracterizou as prevalncias segundo o tipo de
ocupao. A amostra foi formada por 1.041 indivduos de ambos os gneros,
maiores de 20 anos, e correspondeu soma das amostras representativas de
"reas de estudo", estabelecidas por critrios scio-econmicos e
geogrficos. Foram definidos estratos sociais, obedecendo a um gradiente de
nveis scio-econmicos, a partir do estrato I (alto) at o IV (baixo). Os padres
de referncia utilizados para a definio da hipertenso foram os do Joint
National Committee (JNC), 140/90 mmHg, e da Organizao Mundial da
Sade (OMS), 160/95 mmHg. De acordo com os padres do JNC as
prevalncias entre os homens foram as seguintes: estrato (I+II), 59,7%, estrato
III, 50,1% e estrato IV, 65,5%. Para os padres da OMS, 47,2%, 38,8% e
55,7%, respectivamente. Entre as mulheres, para os padres do JNC, os
percentuais foram: no estrato (I+II), 40%, no estrato III, 56% e no estrato IV,
55%, e pelos da OMS, 38%, 48% e 46%, respectivamente. As prevalncias
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Reviso da literatura 13 ___________________________________________________________________________________________
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entre os homens pertencentes populao economicamente ativa, quando
classificados segundo tipo de ocupao, tiveram o seguinte comportamento:
profissionais autnomos, formados por microempresrios, pequenos
comerciantes e profissionais liberais apresentaram uma prevalncia entre
59,9% (JNC) e 37,2%(OMS); operrios especializados e empregados em
indstrias e oficinas, cerca de 48,2% (JNC) e 36,6% (OMS); os assalariados
do setor de servios, 34,6% (JNC) e 13,7% (OMS); os autnomos-diaristas,
trabalhadores no especializados e desempregados, e 58,6% (JNC) e 40,2%
(OMS). Para as mulheres pertences populao economicamente ativa,
segundo padres JNC e da OMS, respectivamente, obteve as seguintes
prevalncias: 35,0 e 27,2%. Para as no pertencentes: 46,8 e 46,6%.
Essas diferenas foram estatisticamente significantes em relao ao
conjunto, para o padro JNC, e para o padro OMS. Os resultados contrariam
a hiptese de que a mulher integrada ao mercado de trabalho torna-se mais
exposta aos fatores de risco de doenas no transmissveis. Concluiu-se que
nessa populao a hipertenso um grave problema de sade pblica, com
importante determinao social e que tem peculiaridades prprias no que se
refere aos homens e s mulheres.
Aps reviso da literatura sobre diabetes, JOWETT; CABOT26, 1998,
destacaram a importncia da ateno ao atendimento de pacientes diabticos
sob tratamento base de insulina, pela ocorrncia de crises hipoglicmicas
dos mesmos. Devido ao tratamento medicamentoso aplicado a estes
pacientes, associado ao controle da dieta, estes pacientes esto sob maior
controle dos nveis glicmicos, mas expostos a quadros recorrentes de
hipoglicemia. Quando tais nveis caem abaixo do limite de normalidade, o
paciente diabtico pode apresentar quadros hipoglicmicos de diferentes
severidades, expressando-se de quatro formas: assintomtico, que ocorre de
forma subclnica, em nvel bioqumico apenas; moderado, podendo ser tratado
pelo prprio paciente; severo, com necessidade de assistncia mdica; muito
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Reviso da literatura 14 ___________________________________________________________________________________________
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severo, resultando em convulses ou coma. Reportam ainda que, num estudo
envolvendo uma populao de pacientes diabticos, 10% sofreram coma em
perodo inferior a 24 meses anteriores, e que de 2 a 3 % vieram a bito em
conseqncia da crise hipoglicmica. Desta forma, o conhecimento acerca do
diabetes e o reconhecimento de crises hipoglicmicas de suma importncia
no somente ao paciente e familiares, mas principalmente para os
profissionais da rea de sade, includo os cirurgies-dentistas, atualmente
mais propensos a se depararem com um paciente nestas condies.
Tambm em 1998, TRINDADE et al.67 avaliaram a prevalncia de
hipertenso arterial sistmica na populao urbana da cidade de Passo
Fundo, RS, por meio de estudo observacional, descritivo e transversal de base
populacional de uma amostra aleatria significativa da populao em estudo.
O critrio para hipertenso arterial sistmica foi 160/95mmHg e a mdia das
ltimas trs aferies da presso arterial foi utilizada para a anlise de uma
amostra composta por 206 indivduos. Houve correo dos nveis pressricos
em relao ao dimetro do brao e a entrevista foi feita com questionrios
padronizados. A prevalncia da hipertenso arterial sistmica foi de 21,9%
utilizando o critrio de 160/95 mmHg somado aos pacientes normotensos em
uso regular de medicao anti-hipertensiva. Dos 45 indivduos hipertensos,
53,3% tomavam medicao anti-hipertensiva regularmente, sendo que 20%
estavam com a presso arterial controlada. Da populao em estudo, 4,4%
eram diabticos, 33,0% fumantes, 31,4% mulheres usando anticoncepcional
oral, 2,9% abusando de lcool, 29,6% obesos. Foi encontrada associao
significativa com a hipertenso arterial sistmica, em relao idade,
obesidade e diabetes e no com referncia ao gnero, cor, abuso de lcool,
fumo e uso de anticoncepcional oral. Concluram ento que a prevalncia da
hipertenso arterial sistmica em Passo Fundo est dentro dos limites
esperados para tal; no entanto, o grau de controle desta populao est em
um nvel muito aqum do satisfatrio.
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Reviso da literatura 15 ___________________________________________________________________________________________
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Com o objetivo de descrever caractersticas de pacientes diabticos
acompanhados em um posto de ateno primria sade, ARAJO et al.1,
1999, realizaram estudo transversal, onde rastrearam 3.024 pronturios de
famlia, em busca de pacientes com idade entre 30 e 75 anos, com
diagnstico de diabetes, atendidos nos ltimos cinco anos. Os pacientes
detectados foram entrevistados em seus domiclios, e compareceram ao
posto para o exame fsico e requisio para dosagem da hemoglobina
glicosilada. A prevalncia de diabetes foi de 4,2%. A maioria eram mulheres
brancas, ao redor dos 50 anos de idade, com renda familiar mensal inferior a
trs salrios-mnimos. Menos de um tero seguia dieta, apenas um quinto fazia
exerccios regulares, cerca de 70% estavam em uso de hipoglicemiantes orais
ou insulina e dos que fizeram o exame (adeso de 70%), a maioria apresentou
nveis normais ou aceitveis de glicemia. Dessa forma concluram que maior
esforo deve ser despendido pelas equipes de sade de forma a promover a
adeso dos pacientes diabticos dieta e ao exerccio.
Por meio de reviso de literatura, EMERY; GUTTENBERG11, 1999,
focaram seu estudo na importncia do exame clnico na preveno de
emergncias mdicas no consultrio odontolgico, e tambm nas condies e
alteraes que potencializam a ocorrncia destas emergncias. Relatam que
em uma amostra de 4309 de cirurgies-dentistas houve o relato de 30.602
emergncias num perodo de dez anos, e que 38% destas aconteceram
durante extraes dentrias. O nmero de pacientes que apresentam maior
risco de situaes de emergncia tende a aumentar visto que a idade mdia
dos pacientes em tratamento odontolgico tambm tende a apresentar
elevao, e conseqentemente estes pacientes potencialmente apresentam
mais alteraes de sade geral. Estudos demonstram que de 53 a 68% de
todos os pacientes odontolgicos apresentam ao menos uma alterao
mdica importante. Portanto uma anamnese elaborada com questes simples
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Reviso da literatura 16 ___________________________________________________________________________________________
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mas relevantes, associada a uma entrevista bem conduzida, nortearo o
cirurgio-dentista quanto aos riscos que o paciente pode apresentar frente ao
tratamento odontolgico. Igualmente importante, o exame fsico permitir uma
aferio direta de dados sobre o quadro de sade geral do paciente,
possibilitando assim a deteco de omisses, intencionais ou no, de dados
pelo paciente. O exame fsico apresenta no somente o carter preventivo,
mas de grande importncia na vigncia de uma emergncia mdica,
situao na qual a aferio de sinais vitais torna-se imprescindvel para o
restabelecimento ou manuteno da vida do paciente, at o momento em que
o mesmo possa receber atendimento mdico apropriado. To importante
quanto os meios de obteno de informaes, pela anamnese e exame fsico,
a habilidade e capacidade do cirurgio-dentista em interpretar essas
informaes, avaliando assim a relao risco-necessidade do procedimento a
ser institudo, a necessidade de exames mais especficos para melhor
avaliao da sade geral do paciente, a capacidade do paciente suportar o
estresse psicolgico e fsico do tratamento odontolgico, a necessidade de
haver preparao em relao a uma situao especfica ou risco em potencial.
LEE; McWILLIANS; JANCHAR30, 1999, publicaram estudo sobre o
atendimento odontolgico de gestantes, suas principais alteraes bucais
durante o perodo gestacional e cuidados requeridos no atendimento destas
pacientes. fato que a gestao, embora no seja uma condio patolgica,
encerra uma srie de alteraes que exigem maiores cuidados tanto no
atendimento e manuteno da sade bucal da prpria gestante, quanto na
sade do feto. Devido uma srie de alteraes hormonais, a gestante pode
apresentar patologias caractersticas, como por exemplo a gengivite
gestacional ou o granuloma piognico. Contudo, deve ser esclarecido
paciente que a mstica de se perder um dente por gestao no encontra
embasamento cientfico. imperativo que se propicie uma condio de sade
bucal satisfatria, bem como para quaisquer outros pacientes, no podendo
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Reviso da literatura 17 ___________________________________________________________________________________________
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ser menosprezadas as necessidades de atendimento quando houver
indicao. Ressalta-se a importncia da determinao dos riscos do
procedimento a ser institudo e a real necessidade de execuo do mesmo,
sendo que prefervel evitar o tratamento destas pacientes quando no
primeiro trimestre da gestao, devido ao teratognica de alguns
medicamentos e ao risco de induo a aborto espontneo de outros, e no
terceiro trimestre, devido a maior chance de hipotenso supina quando
realizados procedimentos de longa durao. A gestante pode apresentar-se
com hipertenso arterial, fato este de grande relevncia pois de 5 a 10% das
gestantes apresentam esta alterao e ainda desta ser a principal causa de
bitos maternos na gestao. A hipertenso pode ocorrer por expresso de
duas entidades distintas durante a gestao: a hipertenso arterial crnica,
presente desde antes da concepo; e a eclampsia, uma emergncia mdica
importante que pode resultar ainda em acidente vascular cerebral
hemorrgico, encefalopatia hipxica e tromboembolia. Assim, o cirurgio-
dentista de ter conhecimento acerca destas possveis alteraes e riscos
envolvidos no atendimento de gestantes.
Sobre o exame clnico, SHAMPAINE62, 1999, afirmou que a partir
dele que o cirurgio-dentista pode colher informaes para tomar as medidas
preventivas s emergncias mdicas, instituindo quaisquer modificaes no
plano de tratamento, e avaliar o impacto das situaes de estresse que,
muitas vezes, desencadeiam as situaes de emergncia para o paciente.
Embora tais situaes emergenciais no sejam freqentes na prtica
odontolgica, um tero destas so potencialmente perigosas vida,
justificando assim uma postura preventiva para minimizar as chances de
ocorrncia. Alm disso, dados epidemiolgicos apontam para um aumento na
freqncia de reaes adversas devido ao aumento da idade mdia da
populao em geral e, por conseguinte, dos pacientes que se submetem ao
tratamento odontolgico. Tal aumento nas ocorrncias tambm pode
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Reviso da literatura 18 ___________________________________________________________________________________________
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acontecer pelo aumento na complexidade e durao do atendimento. O maior
risco que pacientes idosos apresentam deve-se ao fato de que com o passar
dos anos acontece a degenerao de tecidos e sistemas orgnicos, como o
decrscimo do fluxo sanguneo para o crebro e rins, decrscimo do fluxo
cardaco, comprometimento do sistema imune. O uso de medicamentos e
histrico de intervenes cirrgicas podem tambm oferecer maior risco
quando o paciente necessitar de algum tipo de interveno. Conclui-se que um
exame minucioso e sem negligncias quanto as informaes relativas ao
quadro de sade geral, histria mdica e sinais vitais do paciente, fornecem
informaes ao cirurgio-dentista para a preveno de emergncias mdicas
durante atendimentos e o torna apto a identificar o risco que o tratamento
odontolgico pode oferecer ao paciente, sendo assim um passo muito
importante para a prtica segura da odontologia.
MARZOLA36, 2000, relatou a importncia de se proceder um exame
clnico minucioso previamente adoo de qualquer interveno para o
paciente. Um exame bem conduzido permite ao cirurgio-dentista a
identificao de alteraes de ordem local ou sistmica que possam incorrer
em maior risco sade do paciente, podendo por vezes oferecer risco sade
geral ou vida do paciente. Portanto, o exame fsico e a anamnese tornam-se
imprescindveis, pois neste momento em que se pode identificar sinais e/ou
sintomas de diversas alteraes ou condies, como diabetes,
hipersensibilidade, hipertenso arterial, discrasias sangneas, gestao ou
radioterapia, que podem se tornar contra-indicaes ao ato cirrgico. Ressalta
ainda que estas contra-indicaes, devido ao avano dos mtodos
diagnsticos, medicamentos e modalidades teraputicas, muitas vezes so
relativas sendo assim passveis de adequao do quadro de sade do
paciente para o recebimento do procedimento a ser realizado, ou ainda no
influentes ao procedimento planejado desde que a alterao detectada seja
avaliada e o atendimento autorizado pelo servio mdico competente.
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Reviso da literatura 19 ___________________________________________________________________________________________
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Para a determinao da prevalncia do uso de drogas entre
adolescentes de escolas de segundo grau, com base em um delineamento
transversal, foi realizado estudo em 1998, em Pelotas, RS, por TAVARES;
BRIA; LIMA64, 2001. Um questionrio annimo, auto-aplicado em sala de
aula, foi respondido por uma amostra proporcional de estudantes com idade
entre 10 e 19 anos, matriculados no primeiro grau (a partir da 5 srie) e no
segundo grau, em todas as escolas pblicas e particulares na zona urbana do
municpio que tinham segundo grau. Foram entrevistados 2.410 estudantes e o
ndice de perdas foi de 8%. As substncias mais consumidas, alguma vez na
vida, foram lcool (86,8%), tabaco (41,0%), maconha (13,9%), solventes
(11,6%), ansiolticos (8,0%), anfetamnicos (4,3%) e cocana (3,2%). Os
meninos usaram mais do que as meninas maconha, solventes e cocana,
enquanto elas usaram mais ansiolticos e anfetamnicos. Uso no ms, uso
freqente, uso pesado e intoxicaes por lcool foram mais prevalentes entre
os meninos. Aps controle para fatores de confuso, permaneceu positiva a
associao entre uso de drogas e turno escolar noturno, maior nmero de
faltas escola no ms anterior e maior nmero de reprovaes escolares. Esta
associao no foi positiva apenas para o lcool e o tabaco. Contudo o "uso
pesado" do tabaco superou o do lcool, e demonstrou tendncias de
crescimento ou de estabilizao. Destaca-se tambm uma tendncia de
equilbrio do uso pesado de tabaco entre os gneros, ao contrrio do
observado anteriormente onde o predomnio era do gnero masculino.
Concluiu-se que a prevalncia de experimentao de drogas em adolescentes
escolares alta, alm de demonstrar que o uso do tabaco inferior somente
ao do lcool.
Segundo dados do Ministrio da Sade39, 2002, as doenas
cardiovasculares so a principal causa de mortalidade no Brasil, com 27% dos
registros de mortes, superando as doenas infecto-contagiosas. No existe
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Reviso da literatura 20 ___________________________________________________________________________________________
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uma causa nica para estas doenas, mas sim fatores de risco que aumentam
a probabilidade de sua ocorrncia. Dentre estes fatores destacam-se a
hipertenso arterial e o diabetes.
A hipertenso arterial afeta de 11 a 20% da populao adulta acima
dos 20 anos de idade, e definida como presso arterial sistlica igual ou
maior que 140mm/Hg e/ou presso arterial diastlica igual ou maior que
90mm/Hg em indivduos que no esto fazendo uso de medicao anti-
hipertensiva, padres estes definidos durante III Consenso Nacional de
Hipertenso Arterial. Ressalta-se a importncia da incluso de outros fatores,
como concomitncia do diabetes, histrico familiar e doena renal, na
determinao do risco de desenvolvimento de doenas cardiovasculares para
os portadores de hipertenso arterial.
O diabetes pode ser definido como uma sndrome de etiologia mltipla,
decorrente da falta de insulina e/ou incapacidade da insulina exercer
adequadamente seus efeitos. Caracteriza-se por hiperglicemia crnica,
alterando o metabolismo normal de carboidratos, lipdeos e protenas.
Acomete 12% da populao entre 30 e 39 anos de idade, e cerca de 46,5%
dos indivduos desconhecem serem portadores da doena.
TOMITA et al.65, 2002, ao avaliar as condies periodontais e sua
relao com o diabetes na populao nipo-brasileira, examinaram 1.315
indivduos do municpio de Bauru, SP, na faixa etria de 30 a 92 anos de
idade, de ambos os gneros, da primeira (Isseis) e segunda (Nisseis)
geraes. Os critrios de excluso da amostra foram o edentulismo total e a
presena de seis sextantes nulos. O ndice periodontal comunitrio e o ndice
de perda de insero periodontal foram obtidos mediante sondagem em dez
dentes-ndice, em uma amostra de 831 indivduos. O diagnstico de diabetes
foi estabelecido por meio da glicemia em jejum e de duas horas aps
sobrecarga com 75 g de glicose. Quanto s condies periodontais, foram
encontrados 25,5% de indivduos sadios, 12,5% com sangramento
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Reviso da literatura 21 ___________________________________________________________________________________________
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sondagem, 49,4% com presena de clculo, 10,4% com bolsas superficiais,
2,2% com bolsas profundas. Apresentaram perdas de insero periodontal de
0-3mm, 24,2% dos indivduos, de 4-5mm, 36,7%, de 6-8mm, 23,7%, de 9-
11mm, 11,3% e de 12mm ou mais, 4,1%. A avaliao entre diabetes e
condies periodontais no apresentou associao estatstica, embora os
indivduos com diabetes tenham maiores percentuais de bolsas profundas e
perdas de insero maiores que 6mm que os no diabticos. Concluram
assim que abordagem epidemiolgica da condio periodontal e sua
associao com doenas sistmicas, como o diabetes, pode oferecer
importante contribuio para prevenir suas complicaes.
MALCON; MENEZES; CHATKIN32, 2003, em estudo sobre tabagismo,
buscando determinar sua prevalncia e fatores de risco em uma populao de
jovens, determinaram por meio de estudo transversal aplicado a uma amostra
de 1187 adolescentes de 10 a 19 anos residentes na cidade de Pelotas, RS,
que a prevalncia do uso de tabaco para a populao estudada foi de 12,1%.
Contudo a prevalncia para "fumo alguma vez na vida" foi superior, alcanando
uma porcentagem de 26%. Em relao faixa etria do incio do uso do
tabaco, 55% o fizeram entre 13 e 15 anos de idade, e 22,5% entre 7 e 12
anos. Observaram tambm que a maioria fumava h mais de um ano, somente
9,3% fumavam h menos de um ano, e 56% consumiam em mdia mais de
cinco cigarros por dia. Foi possvel tambm a determinao de um perfil para
o adolescentes com maior risco de se tornar um usurio de tabaco: baixa
escolaridade, reprovou trs ou mais vezes na escola, possua trs amigos
fumantes ou mais e possua pai, me e/ou irmos mais velhos fumantes.
2.3 Dados relativos s exodontias
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Reviso da literatura 22 ___________________________________________________________________________________________
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Ainda que a odontologia atual busque a preveno de leses e a
conservao e manuteno de cada dente, e ainda que tenham sido
desenvolvidos novas tcnicas e materiais com esta finalidade, a exodontia
continua sendo um procedimento amplamente praticado e necessrio em
nosso pas. FERREIRA JNIOR12, 1997, em estudo que resgatou, alm de
outras informaes, o nmero de pacientes atendidos e os procedimentos
aplicados a estes pacientes no Servio de Urgncia Odontolgica da
Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de So Paulo, constatou
que foi realizado o atendimento de 30.918 pacientes no perodo de 1987 a
1995. Estes atendimentos culminaram em 21.252 tratamentos, dos quais
5.406 (17,48%) foram exodontias. Observou-se que este procedimento foi o
segundo mais praticado, sendo superado apenas pelos 6.870 (22,22%) casos
de abertura coronria.
MARZOLA36, 2000, afirmou que a falta de um ou mais dentes diminui o
poder de mastigao, altera a esttica facial e pode alterar a fisiologia da
articulao temporomandibular, causando distrbios funcionais e psquicos ao
indivduo. Dessa forma, uma exodontia no deve ser indicada sem que antes
tenham sido esgotadas todas as possibilidades de manuteno do dente,
objetivando sempre a sade do paciente.
2.3.1 Causas determinantes de exodontias
Segundo GREGORI21, 1996, algumas situaes tornam a extrao de
um dente necessria, sendo elas: (1) dentes que, em virtude de processos
patolgicos e/ou traumatismos, no podem ser mantidos por um tratamento
conservador; (2) dentes que interferem com a reabilitao prottica de
pacientes j mutilados pela perda de outros dentes; (3) dentes mal
posicionados no arco dentrio (dentes ectpicos) que no possam ser
recuperados por correo ortodntica; (4) dentes supranumerrios e dentes
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Reviso da literatura 23 ___________________________________________________________________________________________
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decduos no-esfoliados que de alguma forma no so incuos ao paciente;
(5) dentes associados a patologias que venham receber tratamento mdico de
ordem radical ou conservadora. O autor ressalta ainda que existem situaes
clnicas que ocorrem independentemente da acentuada evoluo que a
Odontologia vem apresentando em teraputica conservadora.
De acordo com HADDAD et al.24, 1999, as principais causas
determinantes para exodontia variam de acordo com a regio estudada.
Embora a crie seja a principal em algumas reas, em outras a doena
periodontal a causa mais prevalente. Contudo, estas so as duas principais
causas apontadas pela maioria dos estudos.
MARZOLA36, 2000, ao descrever as causas determinantes de
exodontias, de modo mais abrangente, cita como causas as seguintes
situaes:
Dentes com foco de infeco sem possibilidade de tratamento endodntico,
sendo a apicoplastia contra-indicada
Indicao bastante reservada, tendo em vista os avanos nas tcnicas
endodnticas e cirurgias periodontais, e a necessidade da associao de
condies que impeam a realizao de ambos;
Dentes decduos que retardam o irrompimento do permanente
Esta situao pode levar ao irrompimento do dente permanente fora da
sua posio normal, sendo ento uma indicao profiltica das ms ocluses;
Periodontopatias avanadas
Quando for observada reabsoro ssea alveolar muito acentuada
(mais de um tero em relao raiz do dente), sendo necessrias observao
e avaliao criteriosas, clnica e radiograficamente;
Razes protticas
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Reviso da literatura 24 ___________________________________________________________________________________________
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Quando aps a perda de vrios dentes, as condies bucais no
satisfaam os requisitos necessrios para a instalao de pea prottica,
principalmente quando das prteses parciais removveis;
Dentes no restaurveis
Quando o dente apresentar leso de tal extenso que torne impraticvel
qualquer forma de restaurao;
Dentes retidos
Quando for observado dente que no ir irromper, quando no houver
espao, bem como quando estiverem provocando acidentes nervosos,
mecnicos, mucosos ou neoplsicos;
Dentes retidos e impactados
Pela situao incorreta no arco dentrio, o dente ir exercer ao
mecnica sobre os dentes vizinhos, podendo levar a reabsoro de suas
razes;
Dentes supranumerrios
Por influrem na articulao normal, causando m-ocluso ou mesmo
reteno de determinados dentes;
Razes ortodnticas
indicada a extrao de um ou mais dentes quando a ortodontia
necessita criar espao para corrigir uma m-ocluso ou evitar seu
aparecimento;
Dentes com razes fraturadas
Quando houver fratura da raiz do dente em pores mdia ou apical, a
linha de fratura pode levar a instalao de processo infeccioso, sendo indicada
a exodontia aps constatao de impossibilidade do tratamento endodntico;
Razes residuais
Dentes includos em neoplasias benignas
Devem ser extrados dentes contidos no interior da neoplasia, ou
mesmo aqueles adjacentes que estejam em rea que deva ser removida para
o tratamento adequado da leso;
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Reviso da literatura 25 ___________________________________________________________________________________________
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Dentes relacionados com infeces do seio maxilar
Indicada a exodontia para a remoo do foco de infeco primrio,
quando se tornar invivel outra teraputica para tal dente;
Dentes que traumatizam tecidos moles
Indicada quando no houver possibilidade de impedimento do trauma
causado por este dente aos tecidos moles adjacentes;
Dentes localizados em regies que sofrero radioterapia
Nestes casos necessria uma avaliao bastante criteriosa quanto s
condies que o dente apresentar a longo prazo, devido s alteraes que
estaro presentes aps iniciada a radioterapia (diminuio da irrigao
sangunea - aumentando o risco de osteorradionecrose - e da salivao -
aumentando o risco de crie).
2.3.2 Dados epidemiolgicos relativos s exodontias
ECKERBON; MAGNUSSON; MARTINSSON10, 1992, constataram que
estudos longitudinais sobre a perda dentria so raros, mas as razes para a
perda dentria tm sido estudadas por muitos autores. Realizaram estudo que
descreveu as causas e a incidncia de perdas dentrias de uma populao
previamente descrita de 200 pacientes, em duas ocasies, com um intervalo
de 5 a 7 anos, e observou-se que as causas de extraes estavam
relacionadas a prteses ou problemas endodnticos. Foi observado que 197
dentes (4%) dos 4889 registrados no primeiro exame foram extrados durante
este intervalo. Dos dentes extrados, 65 (33%) eram endodonticamente
tratados, e destes, 44 (68%) apresentavam um ou mais condutos preenchidos
at 2mm ou mais do pice e 29 (43%) foram considerados insatisfatoriamente
obturados. Em 93 dos 197 dentes extrados foi possvel determinar a causa da
exodontia a partir da ficha do paciente. Concluiu-se que a perda dentria foi
igualmente distribuda nas faixas etrias e que molares e pr-molares foram
mais extrados que dentes anteriores. Dentes tratados endodonticamente so
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Reviso da literatura 26 ___________________________________________________________________________________________
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mais comumente perdidos que os demais e o tratamento insatisfatrio
aumenta o risco de necessidade de exodontia, enquanto dentes portadores de
coroas no apresentam aumento deste risco. Finalmente, a crie foi a principal
causa de exodontia.
REICH; HILLER55, 1993, colheram informaes sobre as principais
causas de perda dentria nos estados do oeste da Alemanha de acordo com
cirurgies-dentistas generalistas de clnicas particulares. Dos 80 cirurgies-
dentistas selecionados aleatoriamente da regio de interesse, 68 enviaram
informaes relativas a extraes de dentes permanentes realizadas em duas
semanas de atendimento, num total mximo de 20 pacientes por cirurgio-
dentista. Foram avaliados 882 questionrios, de 926 retornados, com
informaes das extraes de 1215 dentes. A distribuio das freqncias de
causas determinantes para exodontias foi: cries 20,7%; doena periodontal
27,3%; combinao de crie e doena periodontal 18,7%; terceiros molares
14,7%; razes protticas 11,2%; razes ortodnticas 4,1%; traumatismos
0,4%; e outras causas 2,9%. Enquanto a crie foi a causa mais freqente em
todos os outros grupos, a doena periodontal e a combinao de ambas foram
mais freqentes nos grupos acima dos 40 e 45 anos, respectivamente. O
dente mais freqentemente extrado foi o terceiro molar. Os pacientes foram
questionados quanto ao motivo da extrao e a principal razo foi a dor
(47,2%).
Em estudo de MORITA42, 1994, envolvendo cirurgies-dentistas
japoneses que anotaram as causas de cada extrao de dente permanente
realizada durante uma semana em cada uma das quatro estaes do ano,
foram relatadas as causas determinantes de um total de 11175 dentes
extrados. As causas foram divididas em seis grupos: crie, doena
periodontal, problemas de erupo, trauma, razes ortodnticas e outras
causas. A crie foi a causa mais comum (55,4%), seguida pela doena
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Reviso da literatura 27 ___________________________________________________________________________________________
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periodontal (38%). As mulheres perderam mais dentes por crie que os
homens. Nas faixas etrias acima dos 15 anos, a crie tambm foi a principal
causa de exodontia. As razes periodontais foram a principal causa somente
para o gnero masculino entre 46 e 65 anos de idade. Os dentes anteriores,
principalmente inferiores, foram os mais submetidos a exodontia em
conseqncia de doena periodontal. Os dentes superiores posteriores foram
extrados por crie tanto quanto por doena periodontal para o gnero
masculino, enquanto para o gnero feminino a crie foi a causa mais
freqente.
GUIMARES; MARCOS22, 1995, realizaram estudo que envolveu
indivduos de 11 a 70 anos de idade, onde 357 pacientes foram examinados e
classificados como pertencentes classe social alta ou baixa. Aps exame
clnico, foram determinadas as causas que indicavam a necessidade de
exodontia. A crie foi a principal causa com 42%, seguida pela doena
periodontal e indicao prottica com 26% e 25%, respectivamente, e com as
demais causas (indicao ortodntica, erupo, traumatismo, e outras causas)
totalizando 7%. No entanto, quando foram levadas em conta as diferenas
entre os dois grupos de classes sociais, pode-se observar a seguinte situao
para a distribuio das causas na classe alta: crie, 10,8%; doena
periodontal, 36,7%; indicao prottica, 1,3%; outras causas, 51,3%. Para a
classe baixa a distribuio das causas expressou-se da seguinte maneira:
crie, 45,2%; doena periodontal, 24,6%; indicao prottica, 28,3%; outras
causas, 1,9%. Reforando a diferena no padro de perda dentria nas
classes sociais, a crie e a doena periodontal foram responsveis por menos
da metade do total de indicaes na classe alta, com 47,5% das indicaes,
enquanto na classe baixa foi responsvel por 69,8%. Ao analisar as diferenas
entre as faixas etrias nos dois grupos, de 11-40 anos de idade houve
diferena no padro de perda dentria uma vez que na classe alta 93% das
indicaes foram por outras causas e a crie por somente 7%. J na classe
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baixa, a principal causa foi a crie, responsvel por 52,4% das indicaes.
Acima dos 40 anos de idade a principal indicao para ambas as classes foi
a doena periodontal. Concluram ento que a distribuio da perda dentria
relacionada com as causa biolgicas est fortemente influenciada pela
condio scio-econmica.
Posteriormente, GUIMARES; MARCOS23, 1996, determinaram os
dentes potencialmente perdidos (DPP) destes pacientes, pela soma dos
dentes extrados e dentes com indicao para extrao. Observou-se que na
classe alta os DPP at os 40 anos de 4 e o nmero dobra acima desta
idade. Na classe baixa h uma mudana no padro uma vez que h o aumento
contnuo do DPP at 40 anos, estabilizando-se a partir desta idade. A
comparao entre as duas classes demonstra que o DPP para a classe baixa
(15,29) 2,5 vezes maior que para a classe alta (6,14). A anlise de
regresso linear revelou que aos dois anos de vida j existe um dente
potencialmente perdido na classe baixa, e aos 20 anos 1/3 da dentio est
potencialmente perdida, ficando as pessoas potencialmente desdentadas aos
60 anos. Para a classe alta, apenas aos 15 anos h a projeo de 1 DPP, 1/3
da dentio perdida aos 43 anos e aos 60 anos, 14 DPP. Deste modo,
concluram que a projeo da perda dentria na classe baixa extremamente
mais grave que na classe alta.
Em levantamento realizado por ONG; YEO; BHOLE48, 1996,
determinaram-se as causas de exodontia de dentes permanentes em uma
populao de Cingapura. Os dados foram obtidos de 52 cirurgies-dentistas
generalistas durante um perodo de 12 meses. Foram obtidos dados de 1276
pacientes, dos quais foram extrados 272 dentes. Deste grupo de pacientes as
porcentagens de dentes extrados em conseqncia de crie e de doena
periodontal foram semelhantes, sendo 35,8% e 35,4% respectivamente. Houve
um aumento de dentes extrados por doena periodontal com o aumento da
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Reviso da literatura 29 ___________________________________________________________________________________________
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idade. Em pacientes acima dos 40 anos de idade um total de 76% dos dentes
perdidos foram por razes periodontais. No entanto, observou-se o contrrio
em relao crie. Dentes posteriores foram mais freqentemente extrados
em relao aos anteriores. Terceiros molares somaram 24,7% dos dentes
extrados enquanto os incisivos centrais apenas 8% de todas as exodontias.
Molares foram os dentes mais extrados em conseqncia de cries e os
dentes inferiores anteriores os mais extrados por razes periodontais. Este
estudo no demonstrou uma causa predominante para exodontia, pois crie e
doena periodontal foram causas equivalentes na determinao de
exodontias.
O estudo realizado por MURRAY; CLARKE; LOCKER43, 1997,
envolvendo 165 cirurgies-dentistas generalistas, forneceu informaes sobre
6134 pacientes atendidos durante uma semana, em clnicas particulares em
Ontrio, Canad. Destes pacientes 11,6% tiveram um ou mais dentes
permanentes extrados. Razes periodontais foram a causa de 35,9% destas
extraes e a crie de 28,9%. Em relao ao tipo de dente, o terceiro molar foi
o dente mais extrado. Porm, houve diferena do tipo de dente extrado entre
a faixas etrias. Os dentes posteriores foram mais freqentemente extrados
nos jovens, enquanto os anteriores o foram nos mais idosos. Houve tambm
diferenas quanto causa da extrao segundo o tipo de dente. A comparao
dos resultados deste estudo com os de um estudo similar realizado na
Esccia sugerem que a idade e o tipo de dente no foram relevantes para o
excesso de extraes por doena periodontal nesta populao canadense.
Diferenas entre padres e atitudes dos cirurgies-dentistas talvez tenham
sido fatores contribuintes.
Segundo ONG47, 1998, dados epidemiolgicos recentes demonstram
uma tendncia do aumento de perdas dentrias em conseqncia de
problemas periodontais comparada crie. Foram feitas as seguintes
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Reviso da literatura 30 ___________________________________________________________________________________________
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observaes em relao doena periodontal e perda dentria no estudo
realizado pelo autor. A presena de perda de aderncia inicial, reabsores
alveolares e o tabagismo aumentam significativamente o risco de perda
dentria. Existe uma forte correlao entre tabagismo, severidade da doena
periodontal e perda dentria. Estudos populacionais transversais apontam os
dentes anteriores inferiores como os mais freqentemente extrados por
razes periodontais, seguidos pelos anteriores superiores e segundos
molares superiores. No entanto, em estudos longitudinais, os molares so
extrados com mais freqncia. As causas periodontais que mais comumente
levam exodontia so mobilidade acentuada e leso de furca. A cirurgia
periodontal no aumentou a preservao de dentes em grupos de alto risco.
Em concluso, a perda dentria por causas periodontais est associada com
a perda do ligamento periodontal, e grupos de risco com periodontite
avanada contribuem para uma grande perda dentria em uma minoria da
populao.
Com o objetivo de determinar o perfil scio-econmico de pacientes
adultos submetidos exodontia na clnica de graduao da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba, UNICAMP, bem como as causas determinantes
de exodontia, suas prevalncias e presena de histrico alterao sistmica
dos pacientes, MOREIRA et al.41, 1998, realizaram estudo envolvendo 80
pacientes. Destes pacientes 31% eram do gnero masculino e 69% do
feminino, e a distribuio segundo faixas etrias foi de 21,13% para paciente
abaixo dos 20 anos, 19,72% de 20 a 30 anos, 26,76% entre 30 e 40 anos,
14,08% de 40 a 50 anos, 11,27% de 50 a 60, 5,63% de 60 a 70 anos e 1,14%
acima de 70 anos, com idade mdia de 34 anos. Foram realizadas as
extraes de 115 dentes e, aps determinadas as causas destas exodontias,
onde no foram consideradas no estudo as extraes de dentes decduos,
terceiros molares ou qualquer dente no irrompido, a crie foi a causa de 68%
das exodontias, doena periodontal de 14%, razes protticas 6%, razes
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Reviso da literatura 31 ___________________________________________________________________________________________
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ortodnticas 4% e outras causas 8%. Constataram que 83% dos pacientes
atendidos no apresentavam doena sistmica, e 17% eram portadores de ao
menos uma alterao de sade. Dos pacientes portadores de alterao
sistmica cinco apresentavam hipertenso arterial, dois apresentavam
cardiopatia, dois diabetes, dois bronquite, um anemia, um hipotenso arterial
e um apresentava reumatismo.
GABRE; MARTINSSON; GAHNBERG15, 1999, tiveram como objetivo
investigar as causas e a incidncia da perda dentria num perodo de dez
anos em uma populao de deficientes mentais adultos que recebiam
atendimento odontolgico regularmente. O nmero de dentes de 115
indivduos, com idade mdia, em 1984, de 41 anos e variao de 19 a 83
anos, foi registrado em 1984 e 1994. As causas de perdas dentrias,
utilizao de medicamentos, freqncia de consultas odontolgicas e
cooperao durante o tratamento dentrio foram anotadas e relacionadas com
a perda dentria. A mdia de perda dentria durante o perodo foi de 3,72, e a
mdia de consultas para exame odontolgico foi de 6,6 por ano. A maioria dos
428 dentes extrados teve indicao de exodontia em conseqncia de
doena periodontal (58%). Observaram tambm que os cuidados
odontolgicos oferecidos no foram suficientes para controlar doenas bucais.
Os dados indicaram que a conquista da cooperao durante o atendimento
odontolgico no apenas torna este atendimento possvel, mas tambm
permite a diminuio de perdas dentrias.
O estudo de GILBERT et al.17, 1999, teve por objetivos descrever a
incidncia de perda dentria em uma amostra de adultos durante um perodo
de 24 meses, e correlacionar fatores clnicos, comportamentais e scio-
demogrficos perda dentria. Foi realizado um estudo longitudinal, onde
foram examinados pacientes que possuam ao menos um dente na boca, 45
anos de idade ou mais e residiam no norte da Flrida. Foi realizada uma
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Reviso da literatura 32 ___________________________________________________________________________________________
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entrevista e um exame clnico ao incio do estudo e 24 meses aps, com
consultas por telefone a cada seis meses do incio do estudo. Uma regresso
linear geral hierrquica de dois nveis foi usada para quantificar os fatores
dentrios especficos e nvel pessoal simultaneamente. Das 739 pessoas que
foram atendidas e examinadas nos 24 meses, 24% perderam um ou mais
dentes. A perda dentria foi mais comum em pessoas com doenas dentrias
no exame inicial, sinais e sintomas dentrios incidentais, com atitudes
negativas com relao aos cuidados e sade dentrios, com recursos
financeiros limitados, idosos, negros, do gnero feminino, e que procuravam
tratamento odontolgico quando havia problema. Contudo a presena de
doenas dentrias ao exame inicial foi o fator mais associado perda
dentria. No houve fator predominante na determinao de extraes
dentrias. Aparentemente a perda dentria o resultado de uma complexa
interao entre doena dentria, sinais e sintomas dentrios incidentais,
tendncia de procura atendimento odontolgico em resposta de algum
problema especfico presente, atitudes em relao aos dentes e capacidade
de dispor de alternativas de atendimento no extracionista.
WORTHINGTON; CLARKSON; DAVIES70, 1999, realizaram estudo
prospectivo com a finalidade de descrever a incidncia de extraes dentrias
em um grupo de adultos atendidos regularmente e avaliar os fatores
predictivos na perda dentria. Foram obtidos dados clnicos iniciais e anuais
de 23 cirurgies-dentistas, sobre um grupo de seus pacientes adultos
regularmente atendidos, durante um perodo de cinco anos. Os pacientes
responderam um questionrio onde havia dados sobre a sade bucal relativos
a comportamento, atitude e conhecimento, e fatores sociais. Foram obtidos
dados sobre 2799 pacientes. Destes, 470 (17%) submeteram-se a
exodontias, das quais 72% foram de dentes posteriores. A maioria das
extraes teve como causa a crie (79%). Houve diferena estatisticamente
significante entre aqueles pacientes que se submeteram a exodontias e os que
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Reviso da literatura 33 ___________________________________________________________________________________________
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no se submeteram, a respeito de variveis clnicas, sociais e
comportamentais. O modelo de regresso logstica inclua trs variveis
clnicas: nmero de dentes, prteses e stios de recesso. Outras variveis no
modelo final incluam o prognstico do cirurgio-dentista e do paciente quanto
necessidade de tratamento, presena de sensibilidade dentria, hbito de
ingesto de acar, morar s e tabagismo. Este estudo demonstrou no s a
importncia de fatores clnicos, mas como de outros fatores no prognstico de
quem ir submeter-se a exodontias.
NICHOLLS45, 2000, determinou a incidncia de doena periodontal na
clnica odontolgica generalista particular e avaliou a efetividade do tratamento
na preveno da perda dentria, durante um perodo de 12 anos. Durante um
perodo de seis meses, de fevereiro a agosto de 1997, foram colhidos dados
de pacientes que foram examinados de setembro de 1985 a setembro de
1986, em uma clnica generalista particular de Bournemouth. Os dados
referiam-se ao nmero de dentes presentes no incio do perodo pesquisado,
aqueles que possuam profundidade de sondagem entre 5 e 6 mm, e aqueles
que possuam profundidades superiores a 7mm. Quando algum destes dentes
era extrado, a data da extrao foi anotada. Durante o perodo do estudo os
pacientes receberam tratamento odontolgico convencional. No incio do
tratamento, 13% dos 157 pacientes envolvidos no estudo apresentavam
problemas periodontais. Foram anotados 3.778 dentes no incio do
tratamento, e aps tratamento convencional foram extrados apenas 151
dentes (4%).Concluiu-se que a doena periodontal afeta um pequeno nmero
de pacientes da clnica odontolgica generalista, e os pacientes afetados
respondem bem terapia convencional resultando em poucas perdas
dentrias durante o perodo estudado.
Em estudo realizado por BRENNAN; SPENCER; SZUSTER7, 2001, o
objetivo foi avaliar a associao de exodontias com os diagnsticos de crie,
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Reviso da literatura 34 ___________________________________________________________________________________________
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infeco pulpar ou periapical e doena periodontal, de acordo com o tipo de
atendimento e idade. Os dados foram colhidos por meio de questionrios
aplicados aos pacientes atendidos em um dia comum de funcionamento do
consultrio particular de cirurgies-dentistas generalistas da Austrlia,
aleatoriamente convidados a participar da pesquisa. Foram colhidos dados de
8154 pacientes dos quais 7,05% foram submetidos a exodontias. As
principais causas de exodontia foram a doena periodontal (17,45%) e a crie
(7,90%). A probabilidade de extrao foi maior em atendimentos de urgncia
que em tratamentos de rotina. Em relao idade, as maiores probabilidades
de exodontia, correlacionando a causa idade, foi a crie para indivduos de
18 a 44 anos de idade, infeco pulpar ou periapical para todas as idades e a
doena periodontal para indivduos acima dos 45 anos de idade. Houve
diferena estatisticamente significante para as causas especficas de
exodontia por idade. Embora as conseqncias tenham sido maiores para a
infeco pulpar ou periapical, a maior causa de exodontia continua sendo a
crie pela sua maior prevalncia.
2.3.3 Dados relativos aos terceiros molares
Em estudo publicado por BISHARA6, 1999, foi discutida a influncia dos
terceiros molares inferiores no apinhamento dentrio dos dentes anteriores
inferiores, fatores influentes na impaco dos terceiros molares e condutas
quanto indicao de exodontia destes dentes, por meio de reviso de
literatura.
Em relao ao apinhamento dos dentes incisivos inferiores, o autor
apresentou uma srie de artigos que no apresentaram indcios da
associao entre a presena de terceiros molares inferiores em oposio a
dois artigos que assim afirmavam. Citou tambm artigos onde o objetivo era
avaliar a influncia da exodontia de terceiros molares no apinhamento dos
incisivos inferiores, e sugeriu que no h evidncias de que este procedimento
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Reviso da literatura 35 ___________________________________________________________________________________________
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seja eficiente para tal objetivo. Desta maneira, o autor concluiu que os
terceiros molares no desempenham papel importante no apinhamento
anterior inferior.
Sobre a impaco dos terceiros molares, apresentou estudos que
apontam para vrios fatores morfolgicos, como direo vertical de
crescimento condilar, comprimento mandibular, erupo retrodirecionada da
dentio inferior, maturao tardia dos terceiros molares, que podem
determinar a impaco destes dentes. Destacou tambm que os meios
empregados na tentativa de predico de irrompimento ou impaco de
terceiros molares no so suficientemente confiveis, seja por meio de
medidas de pontos de referncia ou por meio da inclinao dos terceiros
molares. O conjunto dos argumentos encontrados, em associao com o
determinado nas conferncias do Instituto Nacional de Pesquisas
Odontolgicas e da Associao Americana de Cirurgia Bucomaxilofacial,
levaram ao consenso dos seguintes pontos: no h justificativa na indicao
de exodontia com a finalidade de evitar ou minimizar o apinhamento anterior
inferior; quando a terapia ortodntica exigir movimentao posterior de
segundos ou primeiros molares justificada a indicao de exodontia dos
terceiros molares; no h evidncias de que os terceiros molares sejam
necessrios para o correto desenvolvimento das bases sseas da mandbula
e da maxila; a exodontia, quando indicada, deve ser realizada
preferencialmente em pacientes jovens, sem contudo justificar a remoo de
germes dentrios em crianas pela impreciso dos meios de estimativa de
erupo empregados; os pacientes devem ser informados dos risco inerentes
ao procedimento cirrgico quando este se fizer necessrio.
Para os terceiros molares assintomticos impactados e/ou mal
posicionados, consenso de que os mesmo apresentam-se em condies
anormais e por isso sua extrao justificada. Em estudo realizado com a
finalidade de determinar as causas de indicao de terceiros molares, foram
colhidos dados de 870 pacientes tratados em 23 clnicas da Sucia. As
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razes apontadas para exodontia de terceiros molares inferiores foram:
profiltica (27%), pericoronarite precoce (25%), cries e pulpites (25%),
ortodnticas (14%), cistos, tumores e reabsores radiculares (3%) e outras
razes (18%). Os dados obtidos indicam que 54% dos dentes eram
assintomticos.
GODFREY18, 1999, realizou estudo por meio de reviso bibliogrfica
sobre a remoo profiltica de terceiros molares assintomticos. Aps anlise
de informaes sob embasamento de argumentos clnicos de diferentes reas
da odontologia (cirurgia e traumatologia, periodontia e ortodontia) o autor
concluiu que, embora tal discusso no aparente estar prxima de um
consenso, os terceiros molares so susceptveis ao desenvolvimento de
patologia quando deixados in situ, e que quando a avaliao clnica culminar
em prognstico incerto acerca da remoo ou permanncia prefervel optar
pela primeira, preferivelmente durante a adolescncia. Ressaltou ainda que o
paciente deve ser esclarecido quanto posio de seus terceiros molares,
bem como sobre o prognstico de erupo e posicionamento futuro dos
mesmo.
Ainda em 1999, YAMAOKA et al.71 publicaram estudo com o objetivo
de investigar a associao entre presena de terceiros molares impactados
ou em erupo, idade e ocorrncia de reabsoro em segundos molares.
Foram examin