PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem...

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Hilda Gomes dos Santos Monteiro PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES COM CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: Uma revisão de Literatura. Palmas - TO 2019

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Hilda Gomes dos Santos Monteiro

PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES COM

CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: Uma revisão de Literatura.

Palmas - TO

2019

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Hilda Gomes dos Santos Monteiro

PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES COM

CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: Uma revisão de Literatura.

Monografia elaborada e apresentada para obter o título de

bacharel em Enfermagem do Centro Universitário

Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientadora: Prof.ª. Especialista Adélia Nascimento

Conceição

Palmas - TO

2019

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Hilda Gomes dos Santos Monteiro

PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES COM

CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: Uma revisão de Literatura.

Monografia elaborada e apresentada para obter o título de

bacharel em Enfermagem do Centro Universitário

Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).

Orientador: Prof.ª Especialista Adélia Nascimento

Conceição

Aprovado em: _____/_____/_______

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________

Prof. Especialista Adélia Nascimento Conceição

Orientadora

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

____________________________________________________________

Prof. Mestre Manuela Barreto Silva Bezerra

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

____________________________________________________________

Prof. Especialista Marcia Pessoa de Sousa Noronha

Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP

Palmas - TO

2019

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, como forma de agradecê-lo, o qual

sempre esteve comigo nesta jornada de minha vida. Jornada essa que demanda persistência,

dedicação, tempo, coragem, responsabilidade e principalmente a Fé.

Dedico também a minha mãe Josefa Rodrigues, que sempre esteve me incentivando.

E dedico a minha avó Maria Marinho (in memória), que acreditava que a coisa mais

importante é o estudo, mesmo ela sendo analfabeta.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela permissão para a concretização deste sonho.

Agradeço aos meus pais, em especial a minha mãe Josefa Rodrigues que sempre

acreditou que seria possível e que este dia chegaria (chegou).

Agradeço ao meu esposo Christian, pela paciência e o companheirismo nessa jornada.

Agradeço aos meus filhos Vitor, Felipe, Gabriela e Sofya que suportaram minha ausência em

virtude dos estudos.

Agradeço imensamente a minha sogra por ter me ajudado com meus filhos durante

esses anos.

Agradeço carinhosamente, à minha orientadora Profª. Esp. Adélia Nascimento

Conceição em que nunca hesitou em me ajudar, sempre se colocou em prontidão, me dando

suporte necessário, tirando minhas dúvidas.

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“Quando uma criatura humana desperta para um

grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua

alma, todo o universo conspira a favor” (Johann

Goethe).

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RESUMO

MONTEIRO, Hilda Gomes dos Santos. PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E

CLÍNICO DE MULHERES COM CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: Uma revisão de

literatura. 2019. 38 f. Trabalho de Conclusão de Curso II (Graduação) - Curso de

Enfermagem, Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas/TO, 2019.

O crescente número de casos novos de câncer de colo do útero é consequência das

transformações sociais e econômicas ocorridas nos últimos tempos. Algumas mudanças no

perfil de morbimortalidade da população mundial vêm mudando, se tornando um grave

problema de Saúde Pública. O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso

e progressivo na fase inicial. O tratamento em sua maioria é através de cirurgia, quimioterapia

e radioterapia. Os objetivos do estudo foram: Descrever o perfil socioeconômico demográfico

e clínico das mulheres com câncer de colo do útero em estágio avançado em tratamento na

literatura de 2009 a 2019; descrever as características socioeconômica demográfica das

mulheres com câncer de colo do útero; identificar os fatores de risco predisponentes ao câncer

de colo do útero; descrever o tratamento atual das pacientes com câncer de colo do útero. Nesse

contexto, foi realizado um estudo de revisão de literatura, com levantamento de dados na

Biblioteca virtual em saúde e Redalyc, onde trabalhou-se com 17 publicações de acordo com a

relevância, objetivos do estudo e critérios de inclusão e exclusão. Os resultados evidenciaram

que o perfil socioeconômico demográfico de mulheres com câncer de colo do útero foram ter

baixa escolaridade, ser de baixa renda e ter utilizado algum método contraceptivo. Verificou-se

ainda os fatores de risco predisponentes ao câncer de colo do útero bem como o tratamento para

essa patologia. O presente estudo de revisão de literatura proporcionou a construção e a síntese

do conhecimento acerca do perfil socioeconômico demográfico e clínico de mulheres com

câncer de colo do útero.

Palavras Chaves: Câncer. Colo do útero. Câncer de colo do útero. HPV.

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ABSTRACT

MONTEIRO, Hilda Gomes dos Santos. SOCIOECONOMIC DEMOGRAPHIC AND

CLINICAL PROFILE OF WOMEN WITH CERVICAL CANCER CANCER: A review of

the literature. 2019. 38 f. Course Completion Work II (Undergraduate) - Nursing Course,

Lutheran University Center of Palmas, Palmas / TO, 2019.

The growing number of new cases of cervical cancer is a consequence of the social and

economic changes that have occurred in recent times. Some changes in the morbidity and

mortality profile of the world population have been changing, becoming a serious public health

problem. Cervical cancer has a slow, silent and progressive development in the early stages.

The treatment is mostly through surgery, chemotherapy and radiotherapy. The objectives of the

study were: To describe the demographic and clinical socioeconomic profile of women with

advanced cervical cancer receiving treatment in the literature from 2009 to 2019; describe the

socioeconomic demographic characteristics of women with cervical cancer; to identify risk

factors predisposing to cervical cancer; describe the current treatment of patients with cervical

cancer. In this context, a literature review study was conducted, with data collection in the

Virtual Health Library and Redalyc, where 17 publications were worked according to relevance,

study objectives and inclusion and exclusion criteria. The results showed that the

socioeconomic demographic profile of women with cervical cancer was low schooling, low

income and some contraceptive method. The risk factors predisposing to cervical cancer as well

as the treatment for this pathology were also verified. The present literature review study

provided the construction and synthesis of knowledge about the demographic and clinical

socioeconomic profile of women with cervical cancer.

Keywords: Cancer. Cervix Cancer of the cervix. HPV.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIS Adenocarcinoma insitu

CACON Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

CEP Comitê de Ética em Pesquisa

CEULP Centro Universitário Luterano de Palmas

EPIS Equipamentos de Proteção Individual

INCA Instituto Nacional de Câncer

IST Infecção Sexualmente Transmissível

HGP Hospital Geral de Palmas

HPV Papiloma Vírus Humano

HSIL Lesão Intraepitelial Escamosa de Alto Grau

LSIL Lesão Intraepitelial Escamosa de Baixo Grau

MS Ministério da Saúde

NEP Núcleo de Educação Permanente

NIC Neoplasia Intraepitelial Cervical

OMS Organização Mundial da Saúde

PAISM Programa de Atenção Integral à Saúde

SISCOLO Sistema de Informação do Câncer de Colo do Útero

SUS Sistema Único de Saúde

ULBRA Universidade Luterana do Brasil

UNACON Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Demonstrativo em ordem cronológica das produções literárias que compuseram a

amostra de 2009 a 2019, conforme pesquisa realizada.............................................................23

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA................................................................................11

1.2 PROBLEMA.......................................................................................................................12

1.3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................12

1.4 HIPÓTESES........................................................................................................................12

1.5 OBJETIVOS........................................................................................................................13

1.5.1 Objetivo Geral.................................................................................................................13

1.5.2 Objetivos Específicos......................................................................................................13

2 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................14

2.1 HISTÓRICO........................................................................................................................14

2.2 CÂNCER DO COLO DO ÚTERO......................................................................................15

2.3 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS..........................................................................................17

2.4 DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO...................................................18

2.5 TRATAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO....................................................21

3 MATERIAIS E MÉTODOS.................................................................................................22

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................23

4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO DE MULHERES COM CÂNCER DE

COLO DO ÚTERO...................................................................................................................26

4.2 FATORES DE RISCO PREDISPONENTES AO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO........28

4.3 TRATAMENTO DE PACIENTES COM CÂNCER DO COLO DO ÚTERO.....................30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................32

REFERÊNCIAS......................................................................................................................34

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

No mundo há um crescente número de casos novos de câncer em consequência das

transformações sociais e econômicas ocorridas nas últimas décadas, importantes mudanças no

perfil de morbimortalidade da população mundial, tornando as doenças crônicas não

transmissíveis um grave problema de saúde pública. Entre essas doenças, o câncer assume papel

de destaque devido ao aumento de sua incidência, morbidade e mortalidade. Em 2011,

preocupado com esse cenário, o Ministério da Saúde (MS) lançou um Plano de Ações

Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis, para o período

2011-2022, tendo câncer de colo do útero como uma de suas prioridades (BRASIL, 2011).

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva

(INCA), foram previstos, para ocorrer no ano de 2018, 600 mil casos novos de câncer, sendo

260.640 no sexo feminino. Entre os dez tipos de câncer mais incidentes em mulheres o câncer

de colo de útero lidera, o primeiro lugar na Região Norte com 2.300 casos novos para cada 100

mil mulheres onde será responsável por 24,8% de todos os casos nessa região, deixando em

segundo lugar o câncer de mama e colón e reto em terceiro. Para o estado do Tocantins são

esperados para 2018, 230 novos casos de colo de útero para cada 100 mil mulheres, e Palmas

com 30 casos novos para cada 100 mil (BRASIL, 2018).

O câncer do colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na sua

fase inicial, sendo precedido por doença pré-invasiva (neoplasia intraepitelial cervical).

Apresenta como principal fator de risco a infecção persistente por tipos oncogênicos do

Papiloma vírus humano (HPV) dos subtipos 6 ,11 ,16 e 18. Entretanto, mesmo sendo uma

condição necessária, a infecção pelo HPV não representa uma causa suficiente para o

surgimento do câncer. Vários fatores podem interferir na progressão dessa patologia, entre eles,

estão os fatores sócio demográficos e econômicos. Nas mulheres de menor idade a maioria das

infecções por HPV regride espontaneamente; entretanto, nas que têm mais idade, essa infecção

pode se tornar persistente. Excluindo o câncer de pele não melanoma, o câncer do colo do útero

é o tumor que apresenta maior probabilidade de prevenção.

No Brasil, desde 1988 com a criação do programa VIVA MULHER, além das ações

educativas dirigidas à prevenção do câncer do colo do útero foram criadas e expandidas,

estratégia de rastreamento preconizada pelo MS através da realização do exame citopatológico

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do colo do útero, contemplando o público alvo prioritário, em mulheres de 25 a 64 anos

(BRASIL, 2016).

Já em 2014 o Ministério da Saúde através do Programa Nacional de Imunização (PNI),

iniciou a campanha de vacinação de meninas adolescentes contra o papiloma vírus humano

(HPV) disponibilizando a vacina quadrivalente, oferecendo proteção contra os tipos 6, 11, 16 e

18 do HPV, um avanço nas ações de prevenção do câncer do colo do útero. Portanto, apesar da

possibilidade de cura e ação através das estratégias de prevenção, estudos mostram ainda que

há um crescimento preocupante acerca dos casos, diagnosticada em estádios avançados (III e

IV), tornando o seu tratamento mais agressivo e diminuindo, portanto, as possibilidades de cura.

(BRASIL, 2016).

1.2 PROBLEMA

Qual o perfil sócio econômico demográfico e clínico mulheres com câncer de colo de

útero em tratamento na literatura brasileira do ano 2009 a 2019?

1.3 JUSTIFICATIVA

O câncer de colo de útero pode trazer a mulher avassaladoras consequências em longo

prazo, diante disso surgiu o interesse em traçar o perfil para mulheres portadoras desta patologia

na literatura brasileira, que contribuirá para conhecer o perfil dessas mulheres com câncer em

estágio avançado para que profissionais e estudantes da área da saúde possam proporcionar na

atenção básica melhor abordagem dos fatores de risco que em conjunto com lesões precursoras

levam a patologia. Este estudo contribuirá para a abordagem dos fatores de risco para um

diagnóstico precoce. No estado do Tocantins, há uma escassez de estudos relacionados ao perfil

e fatores relacionados ao câncer de colo de útero. Estudos relacionados a estimativa de novos

casos, propiciam uma visão sobre os futuros novos casos de câncer de colo para 2018-2019

(BRASIL, 2018).

1.4 HIPÓTESES

A baixa escolaridade pode ser um fator predisponente para o diagnostico tardio de

câncer de colo do útero em mulheres.

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1.5 OBJETIVOS

1.5.1 Objetivo Geral

• Descrever características socioeconômico demográfico e clinico das mulheres

com câncer de colo de útero em estágio avançado em tratamento na literatura de 2009 a 2019.

1.5.2 Objetivos Específicos

• Identificar as características socioeconômica demográfica das mulheres com

câncer de colo de útero;

• Identificar os fatores de risco predisponentes ao câncer de colo de útero;

• Descrever o tratamento atual das pacientes com câncer de colo de útero.

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2 REFERENCIAL TEORICO

2.1 HISTÓRICO

A palavra câncer foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates em meados de 460 e

377 a.C. sua origem vem do grego karkínos, que significa caranguejo. A palavra câncer é a

denominação a um conjunto de mais de cem doenças com crescimento desordenado de células

que invadem órgãos e tecidos adjacentes. Estas células desordenadas dividem-se rapidamente

por perda do mecanismo biológico e tendem a ser muito agressivas e incontroláveis,

determinando a formação de tumores denominados malignos que podem espalhar para outras

áreas do corpo, o tumor pode ter causas internas ou externas ao organismo ou estarem inter-

relacionados (BRASIL, 2017).

Na Década de 20 com o aumento da mortalidade por câncer no Brasil levou a iniciativa

de médicos e professores universitários a sensibilizar o então presidente da república Arthur

Bernardes a construir o primeiro centro brasileiro de combate ao câncer, Instituto Radiun

construído em Belo Horizonte MG (FENELON; ALMEIDA, 2017).

O Brasil é pioneiro em iniciativas para o controle de câncer de colo de útero, em 1940

foi realizado o primeiro registro de citologia no Brasil realizada por profissionais. Em 1956 a

criação do centro de pesquisa Luiza Gomes de Lemos, da Fundação que foram pioneiras sociais

do Rio de Janeiro, atualmente integrada ao Instituto Nacional do Câncer - INCA, historicamente

avançou com novas iniciativas em várias partes do país, como o Programa Nacional de Controle

do Câncer que tinha como objetivo o rastreamento do câncer de colo de útero, sendo a primeira

ação registrada do Ministério da Saúde, no que se refere ao câncer de colo de útero (BRASIL,

2016).

Nos anos 80 o programa PRO-ONCO com propósito de expansão do controle do

câncer e após a Constituição de 1988, o INCA assume como órgão responsável pela criação e

reformulação das políticas de prevenção e controle do câncer no Brasil. O controle de câncer

de colo de útero no Brasil teve como apoio fundamental histórico o programa VIVA MULHER

dos anos 90, onde dá-se os primeiros registros de políticas públicas voltadas ao controle de

câncer de colo de útero, desde então outras políticas e estratégias foram implantadas como

padronização da coleta, resultados e tratamento (BRASIL, 2016).

No Brasil, várias políticas e estratégias foram criadas para o controle de câncer do colo

do útero desde a década de 40, entre elas está a Portaria 2.439/GM 8 de dezembro 2005 que

institui a Política Nacional de Atenção Oncológica (BRASIL, 2005).

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Atualmente o câncer é uma das prioridades da agenda de saúde do país e integra o

Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(DCNT), sendo uma das suas principais prioridades. O Ministério da Saúde, por meio da

publicação “Diretrizes para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero 2016”, que recomenda

o exame citopatológico em mulheres assintomáticas com idade entre 25 e 64 anos, a cada três

anos, após dois exames anuais consecutivos normais. Em caso de resultado de lesão de baixo

grau, a indicação é de repetição do exame em seis meses (BRASIL, 2016).

2.2 CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

Para Mascarelo et al. (2012), o câncer de colo de útero não tem causas definidas, o

qual para o seu desenvolvimento é preciso uma associação de fatores que o predispõe como as

Infecções persistentes por subtipos oncogênicos do vírus Papiloma vírus Humano(HPV)

especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais,

associados com cofatores de infecções sexualmente transmissíveis, atividade sexual precoce,

multiparidade, imunidade, genética, contraceptivos, tabagismo.

De acordo Sousa et al. (2017), em seu estudo mostra que o câncer de colo de útero tem

como predisponente o vírus HPV, em casos ocorridos sem detectar a presença do mesmo pode

estar influenciado por falhas no diagnóstico e sua evolução depende do subtipo específico.

Beneficiado pelo avanço tecnológico da biologia molecular, por volta de 1977 Zur

Hausen foi contemplado por uma das maiores descobertas dos últimos 30 anos. Ao descobrir

a influência do HPV na predisposição ao câncer de colo de útero. Descoberta que só teve seu

reconhecimento após 20 anos o qual lhes foi conferido o prêmio Nobel de medicina. Diante das

inovações tecnológicas, é preciso presar pela ética diante das diversidades de conhecimentos

para que estratégias de prevenção para o câncer possa contemplar os desafios e as diversidades

(CORREA; RUSSOMANO, 2012).

Segundo Guia do HPV do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias das Doenças

pelo Papiloma Vírus Humano, HPV é definido como um vírus que se instala na pele ou em

mucosas e acomete homens e mulheres em todo o mundo. Atualmente, a infecção por HPV é a

infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum e frequente do mundo, com cerca de

600 milhões de pessoas infectadas. No Brasil, estima –se entre nove e dez milhões de pessoas

estejam contaminadas, podendo registrar 700 mil novos casos por ano. Estima-se que 80% da

população sexualmente ativa vão contrair HPV durante a vida, levando a doenças significativas

(BRASIL, 2014).

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Na maior parte dos contágios pelo HPV, não há evolução da doença, sendo eliminada

pelo organismo espontaneamente. Registra-se mais de 100 tipos diferentes de HPV existentes

no qual de 30 a 40 podem afetar as áreas genitais de ambos sexos, provocando diversas doenças,

como as verrugas genitais, os cânceres de colo do útero, vagina, vulva, ânus e pênis (BRASIL,

2014).

Com atividade sexual começando cada vez mais precoce, o risco de contágio com

HPV, tende de aumentar, em estudo realizado no nordeste brasileiro demostrou pouco

conhecimento de adolescentes com idade entre 14 e 19 anos relacionado ao HPV e ao exame

de Papanicolau (CIRINO; BORGES; VILELA, 2010).

O contágio pelo HPV tem prevalência em população feminina, onde o estudo mostra

que a população feminina de baixo nível escolar e socioeconômico estão mais vulnerais ao

contágio pelo vírus e tem contribuído de forma significativa para o contágio pelo papiloma

vírus humano (CARVALHO, 2011).

A vacina contra o HPV é o principal meio de prevenção contra o câncer de colo do

útero, estudos mostram que a falta de adesão a vacina está relacionada com fatores culturais e

religiosos, há registros em que boa parte de quem recebeu a primeira dose poucas conclui o

esquema vacinal. Políticas de prevenção devem ser levadas com mais envolvimento, com busca

de parcerias de outras classes como a educação (OLIVEIRA et al., 2017).

A vacina contra o HPV foi inserida no calendário de vacina brasileiro em meados de

2014 com o propósito de imunizar meninas com idades entre 9 e 13 anos. Em 2017 houve

extensão da cobertura, incluindo meninos de 12 aos 13 anos. Quanto a adesão estudo observou

que barreiras que interferem a adesão como questões éticas, culturais e religiosas (OLIVEIRA

et al 2017). Apesar da sua importância epidemiológica, o câncer do colo uterino possui alto

potencial de cura quando diagnosticado em estágios iniciais (BRASIL, 2016).

Em relação a incidência pode aumentar em mulheres com idade entre 30 e 39 anos,

chegando ao pico máximo entre a quarta e a sexta décadas de vida, enquanto as faixas etárias

de 25 anos prevalecem as infecções pelo HPV de baixo grau regredindo espontaneamente na

maioria dos casos, já acima dos 65 anos há uma redução do risco, levando em consideração a

evolução lenta (BRASIL, 2018).

A priorização da faixa etária de mulheres de 25 a 64 anos tem como a população - alvo

do programa justificada por ser a de maior ocorrência das lesões de alto grau, passíveis de serem

tratadas efetivamente para não evoluírem para o câncer. É importante salientar que as pacientes

que realizaram os exames preventivos regularmente, com resultados normais, o risco de

desenvolvimento do câncer cervical é reduzido, dada a sua lenta evolução (INCA, 2010).

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Em 2013 Ministério da Saúde - MS redefine a qualificação nacional em citologia, para

prevenção de câncer de colo do útero (QualiCito), através da portaria nº 3.388 que institui o

controle de qualidade para exames citopatológicos de colo do útero, em laboratórios o público

e privados (BRASIL, 2013).

2.3 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

No estudo realizado com mulheres em estágio inicial Mascarello et al. (2012), revelam

que a incidência de câncer de colo do útero é mais frequente em mulheres com baixo nível de

escolaridade, enquanto as diagnosticadas em estágio 2 e 3 e com ensino médio completo

representam nesse estudo menor número em estágio avançado, concluindo que as mulheres com

menos grau de instrução tem colaborado para o diagnóstico tardio 3 e 4 apresentando grande

números de reincididas, metastática e óbitos por câncer de colo de útero.

Para Ribeiro et al., (2013) em seu estudo realizado em Teresina - PI teve o maior

percentual da amostra composta por idosas acima dos 75 anos de cor parda de baixo nível sócio

econômico, baixa escolaridade a de forma que pudesse observar as influências diretamente ou

indiretamente a mulher a susceptibilidade das doenças crônicas degenerativas, principalmente

o câncer de colo do útero.

Segundo Moreira et al., (2017) em seu estudo realizado no Brasil sobre o perfil de

mulheres atendidas no SUS observou que a maioria das mulheres estão assintomáticas e com

colo do útero com aspecto normal o que leva as mesmas a não realizar exame de prevenção de

colo de útero periodicamente, o que aumenta as chances de evolução das lesões.

De acordo o estudo realizado no Brasil sobre desigualdades sociais, mostram que em

1994 cerca 37% das mulheres brasileiras com idade de 35 a 49 anos nunca haviam realizado o

exame citológico oncótico e que só após a implantação do Programa Nacional de Controle do

Câncer do Colo do Útero em 1998 é que houve intensificação na oferta e foi ampliado o acesso

ao exame de rastreamento citológico oncótico. Com o resultado de ampliação da cobertura

houve um expressivo resultado de 68,7% em 2003 para 84,5% em 2008 do preventivo

ginecológico entre mulheres acima de 25 anos de idade (BARBOSA et al., 2015).

Ainda no mesmo estudo Barbosa et al., (2015) observa que vários estados brasileiros

não contemplaram a meta em relação a idade de 25 a 49, fenômenos foram observado ligados

às diferenças nas condições de acesso, e o desempenho dos serviços de saúde, podem ser

observados como, queda da mortalidade em regiões onde as condições sociais e saúde,

tratamento em tempo oportuno garantindo a cura e por outro lado observou também o aumento

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da mortalidade de mulheres com câncer de colo em regiões menos favorecidas onde não há

acesso ao diagnóstico e tratamento em tempo oportuno para população alvo (BARBOSA et al.,

2015).

Ribeiro et al. (2013), verificaram que exames realizados em mulheres entre 25 a 64

anos foi inferior ao estimado, já que 54 milhões contemplavam esta faixa etária e segundo dados

38 milhões deveriam ter realizado o exame de rastreamento em todo o Brasil. No mesmo estudo

pode-se observar o contraste de regiões, como excesso de colposcopia em determinadas regiões

e o déficit de biopsia na região norte com dados de 70%.

Conforme dados do INCA de 2016, obteve –se amostras insatisfatórias por municípios

do Tocantins. Palmas ocupa o 11º lugar, de 11.690 amostras coletadas, 363 foram insatisfatórias

representando 3.11% das coletas. Pedro Afonso 188/46-24, 47%; Rio dos Bois 52/8-15 38%;

Santa Maria do Tocantins 197/26-13, 40% Barrolândia 147/19-12,93%; Lagoa da confusão

246/28-11, 38% (BRASIL, 2016).

2.4 DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a estratégia voltada para

diagnosticar precocemente o câncer de colo de útero é aplicável, em público alvo assintomático

ou não, abordagem com rastreamento através do exame citológico de Papanicolau que é

considerado seguro e acessível, além de ser de baixo custo possui alta efetividade. Desde

meados dos anos 50 após a difusão mundial da técnica houve uma expressiva redução da

mortalidade de mulheres por câncer de colo de útero em todo o mundo (BRASIL, 2018).

Com rastreamento do câncer de colo de útero, através do exame de Papanicolau em

até 80% do público alvo é possível garantir tratamento em tempo oportuno para mulheres com

resultados alterados e com isso uma possibilidade de cobertura de redução da incidência de

câncer invasivo em até 90% da população alvo (BRASIL, 2018).

De acordo com as recomendações do MS deve-se repetir o exame a cada três resultados

consecutivos normais, com intervalo de um ano cada. O intervalo entre os exames deve ser de

três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual. O início da coleta deve ser aos 25

anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os

64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, e as mulheres que tiverem pelo menos

dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Para mulheres com mais de 64

anos e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-se realizar dois exames com

Page 20: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

19

intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser dispensadas

de exames adicionais (INCA, 2011).

Em estudo realizado no Brasil por Moreira et al., (2017) sobre o perfil de mulheres

atendidas no Sistema Único de Saúde- SUS observou que a maioria das mulheres estão

assintomáticas e com colo do útero com aspecto normal o que leva as mesmas a não realizar

exame de prevenção de colo de útero periodicamente, o que aumenta as chances de evolução

das lesões.

Aguilar e Soares (2015) em seu estudo realizado no Brasil acerca de barreiras que

interferem na realização do exame de Papanicolau mostrou diversos fatores associados a falta

de conhecimento que interferem na adesão a realização do mesmo como: crenças, tabus, medo,

constrangimento, ocupação e forma como o atendimento é ofertado.

Para diagnosticar lesões precursoras e invasivas do câncer do colo uterino pode-se

associar três métodos propedêuticos: a citologia, colposcopia e histopatológico. O método de

rastreio é a citologia oncótica, sendo a paciente encaminhada para colposcopia nos casos de

laudo citológico alterado. Os exames colposcopicos com achados positivos poderão ser

indicativos da realização de biópsia para estudo histopatológico, considerado padrão-ouro para

o diagnóstico de lesões precursoras e invasoras da doença (ROCHA; ROSAL, 2018).

Os altos índices de mortalidade por câncer de colo de útero no Brasil em consequência

do diagnóstico em estágio avançado ficam evidenciado que uma grande maioria das mulheres

desconhecem a importância e a finalidade da realização do exame preventivo citológico do

Papanicolau (DIZ; MEDEIROS, 2009).

A realização do procedimento de estadiamento tumoral é fundamental para a

classificação dos tumores malignos no qual o sistema utilizado é o preconizado pela União

Internacional Contra o Câncer (UICC) e o sistema de classificação de tumores malignos (TNM),

no qual si faz levantamento da extensão, características, órgãos afetados presença ou não de

metástases fatores relacionados ao tumor e ao hospedeiro. Quanto a importância de

estadiamento está ligado ao fato que há diferenças de sobrevida quanto a origem e extensão

tumoral (BRASIL, 2018).

Em 2006 após várias mudanças histórica as nomenclaturas para laudos citopatológicos

foram padronizadas com o objetivo de melhorias na qualidade e confiabilidade do diagnóstico.

Por volta de 1940 usava o método de classificação citológica de Papanicolau classes 1, 2, 3, 4,

5 para identificar as lesões; já em 1952 passaram a usar a classificação histológica do MS,

displasia leve, displasia moderada, e acentuada, carcinoma in situ, carcinoma invasor; a partir

de 1967 classificação histológica de Richart NIC 1; NIC 2; NIC 3; carcinoma invasor; Em

Page 21: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

20

2006 após as últimas mudanças classificação citológica brasileira, Alterações benignas atipias

de significados indeterminados; LSIL lesão intraepitelial escamosa de baixo grau; HSIL- lesão

intraepitelial escamosa de alto; HSIL e AIS; Carcinoma invasor. E ainda de acordo com

adequabilidade da amostra pela nomenclatura citológica brasileira a amostra pode ser

satisfatória ou insatisfatória (BRASIL, 2011).

O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com

intervalo anual. O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram

atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após

essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos

cinco anos. Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico,

deve-se realizar dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas

mulheres podem ser dispensadas de exames adicionais (INCA, 2011).

A priorização desta faixa etária de mulheres de 25 a 64 anos tem como a população-

alvo do programa justifica-se por ser a de maior ocorrência das lesões de alto grau, passíveis de

serem tratadas efetivamente para não evoluírem para o câncer. Segundo a Organizaçao Mundial

de Saúde (OMS), a incidência deste câncer aumenta nas mulheres entre 30 e 39 anos de idade

e atinge seu pico na quinta ou sexta décadas de vida. Antes dos 25 anos prevalecem as infecções

por HPV e as lesões de baixo grau, que regredirão espontaneamente na maioria dos casos e,

portanto, podem ser apenas acompanhadas, conforme recomendações clínicas. Após os 65 anos,

por outro lado, se a mulher tiver feito os exames preventivos regularmente, com resultados

normais, o risco de desenvolvimento do câncer cervical é reduzido, dada a sua lenta evolução

(INCA, 2010).

No Brasil, a principal estratégia utilizada para detecção precoce/rastreamento do

câncer do colo do útero é a realização da coleta de material para exames citopatológicos cervico

-vaginal e microbiota, conhecido popularmente como exame preventivo do colo do útero,

exame de Papanicolau, citologia oncótica câncer (INCA, 2011). A Resolução do Conselho

Federal de Enfermagem COFEN 358/2011 Normatiza atuação do enfermeiro na coleta do

material para cito patológico oncótico pelo método Papanicolau (Brasil, 2011). Para Silva et al.

(2010), o enfermeiro tem papel de grande relevância na promoção a saúde e no diagnóstico

precoce de câncer em mulheres.

Quando não diagnosticada corretamente ou ainda quando não recebe o tratamento

adequado em tempo oportuno mulheres contaminadas pelo HPV subtipos 16 e 18 são

responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer de colo do útero, levando as

maiores causas de morte por câncer em mulheres (SILVA et al., 2010).

Page 22: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

21

O controle dos cânceres do colo de útero depende de uma atenção básica qualificada e

organizada, integrada com os demais níveis de atenção. Somente dessa forma é possível

combater essas doenças e diminuir os índices de mortalidade (BRASIL, 2013).

2.5 TRATAMENTO DO CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

O tratamento do câncer, conforme redefine a portaria Nº 140, de 27 de fevereiro de

2014, deve ser realizado nos estabelecimentos de saúde habilitados na atenção especializada

em oncologia, eles são as unidades de referência para tratamento oncológico (UNACON)

Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia, (CACON) Centros de Assistência

Especializada em Oncologia e Serviços de Radioterapia de Complexo hospitalar e Hospital

Geral com Cirurgia de Câncer de Complexo Hospitalar.

A programação, regulação, referência/ contra referência dos procedimentos ofertados

por estas unidades que integram este complexo devem garantir a integralidade do cuidado da

pessoa com câncer. Este nível de atenção deve estar capacitado a determinar a extensão da

neoplasia através da estadia mento tumoral, tratar, assegurar a qualidade da assistência

oncológica, a oferta e a orientação técnica quanto aos cuidados paliativos (BRASIL, 2014).

Page 23: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

22

3. MATÉRIAIS E METODOS

Foi realizada uma revisão da literatura, que nada mais é que o processo de busca,

análise e descrição de conhecimentos em obtenção de respostas específicas. Para Mattos (2015),

a revisão de literatura cobre todo o material relevante que é escrito sobre um tema: livros, artigos

de periódicos, artigos de jornais, registros históricos, relatórios, teses e dissertações e outros

tipos.

A pesquisa aborda uma revisão de literatura com pesquisa realizada em periódicos

científicos nacionais disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic

Libary Online (SCIELO), compreendendo o período de 2009 a 2019. Foram encontrados 42

textos. Após leitura previa, foram selecionados 17 textos, excluindo 25.

A leitura possibilitou reunir os dados necessários para contemplar os objetivos do

estudo, e atendendo os critérios de inclusão: a) procedência nacional; b) período de 2009 a

2019; c) textos em português e disponível na íntegra; d) publicados em periódicos brasileiros

na forma de artigos. E tendo como critérios de exclusão os itens que contradiz os supracitados

de inclusão a, b, c e d, e que fizeram fuga ao tema.

Os dados encontrados foram selecionados, compilados, analisados e apresentados sob

forma de discussão.

Todas as informações foram obtidas em materiais já publicados e disponibilizados na

literatura não havendo intervenção ou abordagem direta aos seres humanos, portanto, de acordo

com a Resolução 466/2012, não houve necessidade de submissão e aprovação pelo Comitê de

Ética em Pesquisa.

Page 24: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

23

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram encontrados 42 estudos, e foi realizada leitura exploratória dos mesmos, sendo

que destes 25 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. Na presente pesquisa

serão utilizados 17 artigos, para dar início a apresentação dos resultados, ilustramos abaixo o

quadro com o demonstrativo das produções literárias que compuseram o estudo.

Quadro 1 - Demonstrativo em ordem cronológica das produções literárias que compuseram a

amostra, de 2009 a 2019, conforme pesquisa realizada.

Ano Autor Titulo Periódico Resultados

2009 Diz; Medeiros. Câncer de colo uterino-

fatores de risco,

prevenção, diagnóstico

e tratamento.

Rev Med. Sua maior incidência se dá em

mulheres entre 45 e 49 anos de

idade e estima-se que o

rastreamento sistemático e o

tratamento de lesões precursoras

possam reduzir a mortalidade

pela doença em até 80%. O

principal fator de risco é a

infecção pelo Papiloma Vírus

Humano (HPV) e já foram

desenvolvidas vacinas contra os

principais tipos oncogênicos do

vírus.

2010 Girianelli;

Thuler; Silva.

Prevalência de HPV

em mulheres assistidas

pela Estratégia Saúde

da Família na Baixa

Fluminense do Estado

do Rio de Janeiro

Rev Bras

Ginecol

Obstet

A prevalência de HPV foi de

12,8% para tipos de alto risco

oncogênico e 5,0% para baixo

risco. Não viver com

companheiro e ter mais de um

parceiro sexual associaram-se à

infecção pelo HPV de alto risco

oncogênico após ajustamento

por idade, escolaridade, número

de partos, tabagismo e idade de

início da atividade sexual.

2012 ALMEIDA

CESAR et al.

Citopatológico de colo

uterino entre gestantes

no Sul do Brasil: um

estudo transversal de

base populacional.

Rev Bras

Ginecol

Obstet.

Dentre as 2.288 entrevistadas,

33 % não se submeteram ao CP

de colo uterino. Destas, dois

terços disseram desconhecer a

necessidade de realiza-lo, 18%

não fizeram esse exame por

medo ou vergonha e as demais

por outras razões. Evidenciou

que a não busca por CP

ocorreram entre aquelas de

menor idade e escolaridade, que

viviam sem companheiro, e

fumantes.

2012 Mascarello et al. Perfil

Sociodemográfico e

Clínico de Mulheres

com Câncer do Colo

Revista

Brasileira de

Cancerologia

.

Houve predominância de casos

na faixa etária de 40 a 59 anos

(49,3%), cor não branca

(76,8%), com até primeiro grau

incompleto (70,9%), casadas

(48,3%), com encaminhamento

do Sistema Único (SUS)

(84,2%).

Page 25: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

24

do Útero Associado ao

Estadiamento Inicial.

2013 Anjos et al. Fatores de risco para o

câncer de colo do útero

em mulheres reclusas.

Rev Bras

Enferm.

Referente aos riscos para o

câncer cervical, 16 mulheres

(44,5%) eram tabagistas, 24

(70,5%) já fizeram uso do

contraceptivo oral por um tempo

médio de 46 meses, 24 (66,6%)

apresentaram coitarca com idade

inferior a 15 anos; 26 (72,2%)

faziam uso de preservativo,

porém 10 (38,4%) o usavam

raramente.

2013 Neri et al. Conhecimento, atitude

e prática sobre o

exame Papanicolaou

de prostitutas.

Texto

contexto

Enferm.

Observou-se que existem riscos

ligados à saúde sexual e

reprodutiva que podem propiciar

o câncer de colo uterino. Há

inadequação no conhecimento,

porém a atitude é apropriada,

pois a quase totalidade (97,4%)

afirmou que a faria o exame

Papanicolaou com maior

frequência.

2013 Rico; Iriart. Tem mulher, tem

preventivo”: sentido

das práticas

preventivas do câncer

do colo do útero entre

mulheres de Salvador,

Bahia, Brasil.

Cad. Saúde

Pública.

Os resultados evidenciaram alta

valorização do Papanicolaou,

que é realizada como parte de

exames de rotina, sem, no

entanto, sustentar-se no

conhecimento biomédicos sobre

as suas funções. Além da

acessibilidade aos serviços de

saúde e da qualidade destes,

outros fatores interferem na

forma como essas mulheres

significam a prevenção do

câncer do colo do útero.

2014 THULER;

AGUIAR;

BERGMANN.

Determinantes do

diagnóstico em estádio

avançado do câncer do

colo do útero no

Brasil.

Rev Bras

Ginecol

Obstet.

Foram incluídos 37.638 casos,

com média de idade de 52,4 a

14,1 anos. Estádio clínico

avançado foi observado em

70,6% dos casos, associado à

presença de carcinoma de células

escamosas, idade 50 anos, viver

com companheiro, cor da pele

preta, e baixo nível educacional.

2014ª Silva et al. Integralidade no

cuidado ao câncer do

colo do útero:

avaliação do acesso.

Rev Saúde

Pública.

Houve baixa cobertura do exame

de Papanicolau, possivelmente

devido à busca ativa insuficiente

e à dificuldade de agendamento

das consultas na atenção básica.

O número de biópsias realizadas

foi equivalente à quantidade de

citologias alteradas, o que pode

ser favorecido pelo fácil acesso a

serviços especializados.

2014

b

Silva et al. Rastreamento do

câncer do colo do

útero no Estado do

Maranhão, Brasil.

Ciência &

Saúde

Coletiva.

A faixa etária entre 25 a 29 anos

e o ensino fundamental

incompleto foram os mais

frequentes. Os agentes

Page 26: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

25

microbiológicos mais comuns

foram os bacilos (52,8%), cocos

(45,5%) e lactobacillus sp

(32,6%). A inflamação foi a

alteração celular benigna mais

frequente (86,3%).

2015 Gaspar et al. Fatores

sociodemográfico e

clínicos de mulheres

com papilomavírus

humano e sua

associação com o vírus

da imunodeficiência

humana.

Rev. Lantino-

Am.

Enfermagem.

Identificou-se maior

probabilidade de

soropositividade para mulheres

não brancas; de baixa

escolaridade; viúvas; que

consumiam álcool, tabaco ou

droga ilícita; com hepatite C; que

possuíam múltiplos parceiros e

as que se prostituíam.

2015 Silva; Venâncio;

Figueiredo-

Alves.

Câncer ginecológico e

gravidez: uma revisão

sistematizada

direcionada para

obstetras.

Rev. Femina. Devido à baixa incidência de

cânceres ginecológicos

associados à gravidez a

condução destas pacientes tem

com base os relatos e séries de

casos e poucos coortes

históricas. Os cânceres

ginecológicos mais frequentes

associados mais frequentes

associados à gravidez são o

câncer do colo do útero e o de

ovário.

2017 Batista; Ramos;

Costa.

Perfil

sociodemográfico e

clínico de mulheres

com câncer do colo do

útero associado ao

estadiamento

avançado.

Revista de

Ciências da

saúde Nova

Esperança.

A população foi constituída por

127 mulheres e amostra foi de

109 (89,34%) com diagnóstico

de câncer de colo do útero em

estadiamento avançado. As

variáveis que se apresentaram

associadas ao diagnóstico em

estadiamento avançado foram a

ausência de alfabetização das

mulheres (p<0,001) e não residir

próximo a um serviço de saúde

(p<0,001). A realização do

exame de citologia oncótica

periodicamente não ocorreu de

forma adequada, onde mais de

50% das mulheres não

realizaram periodicamente e

60% não compareceram ao

serviço.

2017 Corrêa et al. Rastreamento do

câncer do colo do

útero em Minas

Gerais: avaliação a

partir de dados do

Sistema de Informação

do Câncer do Colo do

Útero (SISCOLO).

Cad. Saúde

Colet.

A razão de exames

citopatológicos do colo do útero

em mulheres de 25 a 59 anos

manteve-se estável, porém sem

alcançar a meta estadual

pactuada. Aproximadamente

75% dos exames foram

realizados na população-alvo e

houve progressiva redução na

proporção de citopatológicos do

colo do útero sem citologia

anterior.

2018 Correia et al. Qualidade de vida

após o tratamento do

Esc Anna

Nery.

Houve associações entre os

domínios do WHOQOL-bref e

Page 27: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

26

câncer do colo do

útero.

as variáveis renda, situação

conjugal, atividade de lazer e

tratamento realizado. Sendo os

domínios físico e psicológico

associados à qualidade de vida

global.

2018 Renna Junior;

Silva.

Tendências temporais

e fatores associados ao

diagnóstico em estágio

avançado de câncer do

colo uterino: análise

dos dados dos registros

hospitalares de câncer

no Brasil, 2000-2012.

Epidemiol.

Serv. Saude.

Analisaram-se 65.843 casos; a

mediana do intervalo entre

diagnóstico e tratamento foi de

59 dias; o percentual de

diagnóstico em estágio avançado

aumentou no período- variação

anual de 1,10%; mulheres com

estudo superior tiveram menores

chances de estadiamento

avançado, comparadas a

analfabetas; indígenas e negras

frente às brancas, e mulheres

tratadas na região norte frente às

do sudeste, apresentaram

maiores chances.

2018 Simões et al. Perfil da mortalidade

por câncer do colo do

útero no Brasil-

Período de 2010 a

2015.

Associação

educativa

evangélica

UniEvangélic

a.

Na população da região centro-

oeste do Brasil é possível

evidenciar mortes causadas pelo

câncer de colo do útero de

acordo com os dados levantados

de 2010-2015, nas idades inicias

de 15 a 19 anos, sendo registrado

1 morte neste período, seguidos

pelas idades de 20 a 29 anos com

65 (0,81%) de mortes.

Fonte: Elaborado pela pesquisadora, 2019.

Foi realizada leitura analítica dos artigos selecionados que possibilitou a organização

dos assuntos por ordem de importância e a sintetização destas que visou à fixação das ideias

essenciais para a solução do problema da pesquisa.

4.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO DE MULHERES COM CÂNCER DE

COLO DO ÚTERO

De acordo com os dados do INCA a estimativa de incidência de câncer do colo do

útero no Brasil em 2018 é de 16.370 casos, vários são os fatores e as diferenças regionais que

contribuem para a incidência da doença. Mundialmente o câncer do colo do útero foi

responsável por mais de 265 mil óbitos em mulheres no ano de 2012, e no Brasil 5.727 casos

de óbitos no ano de 2015 (INCA, 2018).

Para Corrêa et al., (2017), em seu estudo descritivo que se utilizou dados secundários

do SISCOLO que analisa os indicadores, verificaram de 2006 a 2011, em Minas Gerais, que se

Page 28: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

27

caracterizou pela disparidade socioeconômica. De 2006 a 2011, foram realizados 5.813.294

exames citopatológicos do colo do útero em mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos.

Batista; Ramos; Costa (2017), realizaram um estudo transversal baseado em banco de

dados de estudos sobre exame preventivo e câncer de colo de útero, que teve como população

mulheres de idade de aproximadamente 18 anos de idade diagnosticadas com câncer de útero

atendidas em ambulatórios clínicos, de quimioterapia, radioterapia e braquiterapia. Assim a

população foi constituída por 127 mulheres, sendo que em cinco prontuários não havia registro

do estadiamento do câncer, a amostra composta por 122 mulheres com diagnóstico de câncer

do colo de útero.

A idade variou entre 18 a 45 anos sendo 36 mulheres, e 46 anos ou mais 91 mulheres,

88 mulheres alfabetizadas, e 39 não alfabetizadas, apenas 20 teriam atividade profissional, e

107 não possui. Nesse estudo ainda verificou que 76 (59,84%) das mulheres utilizavam algum

método contraceptivo; e 87 (68,50%) já tiveram 4 ou mais gestações (BATISTA; RAMOS;

COSTA, 2017).

Mascarello et al (2012), no estudo realizado sobre o perfil sociodemográfico e clínico

evidenciaram a predominância de casos na faixa etária de 40 a 59 anos de idade (49,3%), cor

não branca (76,8%), com até primeiro grau incompleto (70,9%), analfabetas (32,3%), casadas

(48,3%), com encaminhamento do Sistema Único de Saúde (84,2%).

Achado semelhante Silva et al., (2014 a), constataram, pois consideraram a população

feminina com idade entre 25 e 59 anos, tendo um total de 146.868 mulheres e à realização anual

de cerca de 30 mil citologias nos serviços do SUS para essa população, tendo uma cobertura

estimada em 20,0% ao ano. Após a realização das entrevistas nesse estudo, pode-se afirmar que

as dificuldades no acesso à atenção básica relacionam-se à baixa flexibilidade no agendamento

de consultas, o que dificulta e desmotiva a busca pelo serviço da realização do Papanicolau.

Em um estudo realizado no Maranhão verificou-se que a maioria dos exames (76,8%)

era de mulheres com idade entre 25 a 64 anos, achado esse que corroba com o estudo anterior.

Ainda observaram que o ensino fundamental incompleto foi o nível de escolaridade mais

prevalente (41,8%), porém esta variável foi ignorada ou não preenchida por 89,6% dos exames.

Nesse estudo os autores não conseguiram caracterizar o perfil sociodemográfico como dados

de etnia/raça, estado civil e ocupação, devido não ter sido transferido essas informações ao

Siscolo pelas UBS maranhenses (SILVA et al., 2014 b).

Ribeiro et al., (2016), em seu estudo sobre os aspectos sociodemográfico e clínico da

mulher idosa com câncer de colo do útero, identificaram que predominou a faixa etária acima

Page 29: PERFIL SOCIOECONÔMICO DEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE MULHERES ... · O Câncer de colo do útero tem desenvolvimento lento e silencioso e progressivo na fase inicial. O tratamento em

28

de 70 anos ou mais idade (61,5%); de etnia parda (47,5%); casadas (51%); analfabeta (43%) e

aposentadas (87,9%).

Para Renna Junior; Silva (2018), evidenciaram que de 65.843 mulheres atenderam aos

critérios de inclusão no estudo, sendo a idade mediana de 52 anos, 17% analfabetas e 36% com

ensino fundamental incompleto, e 26% não havia informação sobre escolaridade. E as mulheres

de 45 a 49 anos representaram 13,05% dos casos.

Já Simões et al., (2018), levantaram no estudo por meio dos bancos de dados do SIM

inseridos no DATASUS, no ano de 2010, que a maior ocorrência entre as mulheres foi com

idade entre 45-64 anos, tendo as mulheres negras maior quantitativo, e a menor incidência foi

entre as mulheres com idade de 15 a 24 anos, com somente 31 dos casos analisados, verificando

ainda maior óbito entre as mulheres indígenas num total de 70% dos registros.

Em outro estudo onde analisaram os fatores determinantes do diagnóstico em estádio

avançado do câncer, demonstraram que as mulheres apresentavam em média 52,4±14,1 anos

de idade ao diagnóstico. A maioria era da raça ou cor da pele parda ou preta (58,9%), tinha

baixa escolaridade (74,9%), era casada (50,8%) e residia nas capitais (74,4%) (THULER;

AGUIAR; BERGMANN, 2014).

4.2 FATORES DE RISCO PREDISPONENTES AO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

De acordo dados do INCA (2018), o início precoce da atividade sexual, múltiplos

parceiros, tabagismo, e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais são fatores de risco

predisponentes ao câncer de colo do útero de mulheres.

Rico; Iriart (2013), consideram que a falta de acesso aos serviços de saúde é tida como

cofator de risco para o desenvolvimento da doença. Mencionam ainda que a pouca idade não

seria um fator de risco em si próprio, mas sim o início precoce da atividade sexual, segundo

padrões de gênero e valores morais dominantes, exclui-se os riscos do câncer do colo do útero,

que passa a não ser percebido como um problema potencial.

No estudo de Almeida Cesar et al. (2012), foram identificados como fatores de risco

para desenvolver câncer de colo do útero mulheres menor de idade, de menor escolaridade, que

viviam sem companheiro e mulheres tabagistas. E que quanto maior nível de escolaridade e

melhor renda facilitariam o acesso aos serviços de saúde, com consequência aumento da

cobertura e redução no risco de desenvolvimento de câncer de colo uterino.

Achado semelhante Neri et al. (2013), obtiveram ao evidenciarem que o início sexual

precoce na população investigada, que foi 77 prostitutas, obteve como média de idade 14,8

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anos, sendo este um fator de risco comum em outros artigos. Consideraram como fatores de

vulnerabilidade para o câncer do colo uterino o início precoce da vida sexual, a multiplicidade

de parceiros, histórico de IST/DST apenas 9 (11,7%) afirmam ter apresentado esse tipo de

patologia, uso prolongado de anticoncepcional oral, infecção pelo HPV, tabagismo foi

observado em 45 (58,4%) das entrevistadas e 23 (51,1%) assumiram fumar entre 20 a 40

cigarros por dia, o uso de bebidas alcoólicas foi declarado por 63 (81,8%) prostitutas.

De acordo Thuler; Aguiar; Bergmann (2014), para mulheres com idade entre 30 e 39

anos, a chance de ter doença avançada foi 10% (OR 1,1; IC95% 1,0–1,5) maior do que nas mais

jovens, aumentando gradativamente até 2 vezes (OR 2,2; IC95% 1,7–2,6) para a faixa etária 60

anos ou mais. Mulheres de cor preta (OR 1,2; IC95% 1,1–1,4), com baixa escolaridade (OR

1,4; IC95% 1,3–1,5) e as sem companheiro (OR 1,3; IC95% 1,2–1,4) apresentaram maior

chance de ter estádio avançado do que as demais. Além disso, o estádio avançado esteve

associado aos carcinomas de células escamosas (OR 1,8; IC95% 1,8–1,9).

De acordo Anjos (2013), demonstraram os fatores de risco experimentais para o

Câncer do Colo do Útero, 16 (44,5%) entrevistadas relataram ter hábitos tabagistas, número

expressivo já que alcança quase metade das mulheres pesquisadas. Desse total, identificaram

que 11 (68,7%) participantes já estariam com nível leve de dependência de nicotina. Ainda

sobre o tabagismo, a maioria das participantes 20 (55,5%) referiu não ter hábitos tabagistas.

Quanto à contracepção oral, 34 (94,5%) mulheres não faziam uso desse método no momento

da entrevista.

Em relação aos fatores de risco clínico-epidemiológicos percebe-se que 27 (75%)

mulheres realizaram o exame de prevenção do Câncer do Colo Útero, o Papanicolaou, com uma

frequência de uma a três vezes nos últimos três anos, e apenas seis (11,1%) mulheres

verbalizaram não ter realizado o exame nesse mesmo tempo. A maioria das presas (66,6%)

iniciou a vida sexual com idade inferior a 15 anos e tinham orientação heterossexual (80,5%),

com média de 0,75 parceiros nos últimos três meses e média de 8,6 parceiros na vida. No que

concerne ao uso do preservativo, 26 (72,2%) relataram fazer uso do método, no entanto, apenas

30,7% disseram utilizá-lo em todas as relações (ANJOS et al., 2013).

Girianelli; Thuler; Silva (2010), verificaram que as mulheres que não viviam com

companheiro e aquelas com mais de um parceiro sexual, apresentam risco aumentado para

infecção pelo HPV de alto risco oncogênico após ajustamento por idade, escolaridade, número

de partos, tabagismo e idade do início da atividade sexual.

Achado semelhante Gaspar et al. (2015), obtiveram, pois ficou evidente que a

multiplicidade de parceiros sexuais se enquadra como importante fator de risco para IST, devido

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mulheres com tal comportamento possuírem maior oportunidade de contato com diferentes

tipos virais a cada contato com novo parceiro.

Correia et al. (2018), mencionam como maior fator de risco para desenvolvimento de

câncer do colo do útero o vírus do papiloma humano (HPV), estando relacionado ao

comportamento sexual.

O uso do tabaco é comum entre mulheres, sendo um fator preocupante, pois se sabe

que o cigarro contém inúmeras substâncias tóxicas, podendo trazer consequências irreparáveis,

como diversos tipos de câncer, dentre eles o de colo do útero. O risco do tabaco está diretamente

relacionado com a quantidade de cigarros fumados, sabe-se que as substâncias do tabaco atuam

na oncogênese do epitélio cervical pela depressão da imunocompetência local.

4.3 TRATAMENTO DE PACIENTES COM CÂNCER DO COLO DO ÚTERO

Thuler; Aguiar; Bergmann (2014), demonstraram em seu estudo a principal

modalidade terapêutica foi a radioterapia isolada (43,4%), seguida de radioterapia associada à

quimioterapia (22,2%), cirurgia isolada (12,0%) e cirurgia associada à radioterapia (8,2%).

Outras modalidades foram empregadas em 10,4% as mulheres, enquanto que em 3,8% dos

casos não foi utilizado nenhum tratamento específico.

Ao avaliar os tipos de tratamento conforme o estádio clínico, observou-se que no

estádio I predominou a cirurgia isolada, enquanto que a radioterapia isolada ou associada à

cirurgia ou quimioterapia foram os tratamentos mais indicados nos estádios II, III e IV. Ao final

do primeiro tratamento, 35,0% das mulheres encontrava-se sem evidência de doença e 41,7%

apresentava doença estável ou em remissão parcial. Óbito foi registrado em 15,0% dos casos

(THULER; AGUIAR; BERGMANN, 2014).

No estudo de Correia et al. (2018), verificaram que o tratamento inicial mais comum

foi a radioterapia associada à quimioterapia (n=28; 60,88%). Ainda observaram o tempo

necessário para concluir o tratamento, que variou de 3 a 20 meses (mediana= 5 meses). Das 46

mulheres em tratamento, 29 (63%) já estavam em estágio avançado da doença, e apenas 17

(37%) na fase inicial. 28 (60,88%) das entrevistadas realizaram tratamento não cirúrgico, 9

(19,56%) foram submetidas ao tratamento cirúrgico mais o adjuvante, e 9 (19,56%) realizaram

tratamento cirúrgico.

Diz; Medeiros (2009), mencionam que o tratamento do colo do útero pode ser dividido

entre o tratamento dos casos precoces (FIGO IA, IB1, IIA não-volumosas) e o tratamento da

doença avançada (IIB – IVA). Evidenciaram ainda nesse estudo as opções de tratamento para a

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patologia em estágio precoce, que seria a histerectomia radical com linfadenectomia pélvica

com ou sem quimioterapia e radioterapia adjuvantes. Radioterapia e quimioterapia definitivas,

traquelectomia radical e conização. E para doença em estágio avançado não existe papel para o

tratamento cirúrgico e o tratamento padrão é a quimio-radioterapia.

No estudo realizado por Silva; Venâncio; Figueiredo-Alves (2015), sobre o câncer

ginecológico e gravidez elencaram que o tratamento do câncer ginecológico durante a gravidez

deve ser individualizado e abordado por uma equipe multidisciplinar. Evitando a demora em

iniciar o tratamento, considerando que o tratamento cirúrgico e quimioterápico parece ser

seguro ao feto, se iniciado após o primeiro trimestre, devendo se priorizar a gravidez em torno

de 35 semanas para se evitar problemas cognitivos em longo prazo, induzidos pela

prematuridade.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados desse estudo de revisão, foi possível observar que a maioria

dos resultados apresentam resultados similar, mesmo que realizado em diferentes regiões do

país em amostragem e em época variadas, foi constatado que a maioria das participantes dos

estudos mencionaram serem tabagistas, ter múltiplos parceiros sexuais, ter iniciado a atividade

sexual precocemente, ter baixa escolaridade e ser baixa renda e ter utilizado algum método

contraceptivo. Ficou evidente a importância de descrever os fatores de riscos para o câncer de

colo do útero, bem como o perfil sociodemográfico e o tratamento.

Observou-se ainda os principais tratamentos utilizados para o câncer de colo do útero,

que foram predominantes: cirurgias, radioterapia, quimioterapia, os quais sendo utilizados de

acordo ao estágio em que a doença se encontra, podendo minimizar as sequelas, garantindo

maior qualidade de vida para o indivíduo acometido pelo agravo a saúde.

O presente estudo de revisão de literatura proporcionou a construção e a síntese do

conhecimento científico acerca do perfil socioeconômico demográfico e clínico de mulheres

com câncer de colo do útero, cujos aspectos a serem destacados foram os fatores de risco

predisponentes ao câncer de colo do útero bem como o tratamento de pacientes com essa

patologia.

Contudo os estudos incluídos no presente trabalho, observou-se a prevalência do índice

de mulheres de baixa escolaridade em várias regiões com câncer de colo de útero, observou

ainda a necessidade de realização de mais pesquisas sobre o perfil socioeconômico demográfico

e clínico de mulheres com câncer de colo do útero, pois mesmo a literatura nacional específica

ser bastante rica, poucos foram os artigos que atenderam os critérios de inclusão e exclusão da

pesquisa.

Portanto, se faz necessário que sejam realizadas novas pesquisas e revisões que

busquem demonstrar o perfil socioeconômico demográfico e clínico de mulheres com câncer

de colo do útero, demonstrando os fatores de risco predisponentes ao câncer de colo do útero,

e o tratamento das pacientes acometidas por essa doença.

Sugere-se ainda que as Unidades Básicas de Saúde possam optar em atender mulheres

em um terceiro turno (noite) para que sejam realizadas a coleta do Preventivo, abrindo exceção

as mulheres que trabalham durante o dia e não conseguem comparecer a coleta devido estarem

no trabalho durante o dia. Se faz necessário que intensifique a abordagem as mulheres de forma

adquada com escolaridade assim facilitando o entendimento quanto a real finalidade e

importância da realização do PCCU. E ainda intensificar a busca ativa a pacientes que já

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coletaram o material, e não comparecem para mostrar o resultado da coleta. Manter

intervenções com a vacina HPV, visto que os estudos em questão mostraram a prevalência do

vírus HPV na população.

Dessa maneira, a produção do conhecimento sobre o perfil socioeconômico

demográfico e clínico de mulheres com câncer de colo do útero pode subsidiar medidas que

diminuam os índices de câncer de colo do útero em grupos mais frequentes, consequentemente,

melhorando a abordagem a essas mulheres, qualidade na assistência prestada a mulher e em

consequência melhor qualidade de vida.

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