perfil uranio

23
70 1. INTRODUçãO Minério de urânio é toda concentração natural de minerais na qual o urânio ocorre em proporções e condições tais que permi- tam sua exploração econômica, dentro de um contexto estratégico. O urânio, cujo nome faz uma alusão ao planeta Urano, tem uma distribuição diversificada sobre a crosta terrestre, mas as reservas economicamente atrativas dependem do teor da substância presente no minério, além da disponibilidade tecnológica utilizada para a ex- tração e beneficiamento. No Brasil, o urânio, um metal radioativo e considerado estra- tégico, tem sua mineração controlada pela União, através da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), autarquia criada em 1956 e atualmente, vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. De acor- do com a Lei Nº 4.118, de 27 de agosto de 1962, constituem mono- pólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas dos minérios nucleares, o comércio e a produção de materiais com características nucleares. Atualmente este monopólio está sendo amplamente questionado pe- los diversos órgãos e representações ligados ao setor mineral. Com o arrendamento da jazida de Santa Quitéria pela INB no Ceará já pode- mos observar uma flexibilização no monopólio estatal. Urânio Mathias Heider – Eng. Minas DNPM/Sede (61) 3312-6779 [email protected] No Brasil, as questões relevantes na discussão do potencial da geração nuclear estão relacionadas: • à disponibilidade do energético (reservas); • ao domínio do ciclo do combustível e o dimensionamento da produção em escala compatível com as necessidades do país; • aos aspectos de natureza tecnológica e econômica (refletido no custo da geração); • aos aspectos regulatórios (hoje as instalações nucleares de qualquer natureza são monopólio da União) e • aos aspectos de natureza geopolítica e estratégica (por exemplo: dependência de importações). 1.1 HISTóRICO O urânio foi descoberto por Martimn Klaproth, na Alemanha, em 1789, no mineral uranilita ou pitchblenda – U 3 O 8 . Entretanto, sabe-se de seu uso, pelo menos na forma de óxido, há muito tempo, pois um vidro amarelo, datado de 79 d.C., foi encontrado em Nápoles, Itália contendo cerca de 1% de óxido de urânio. O elemento foi isolado do mineral pelo francês Eugene-Melchior Peligot em 1841, através da redução do cloreto anidro com potássio. Em 1896, o francês A. Henri Becquerel descobriu que o urâ- nio possuía propriedades radioativas, quando tentava mostrar a rela- ção entre os raios X e a luminescência dos sais de urânio, colocando uma quantidade de sal de urânio em cima de uma chapa fotográfica envolvida em papel preto, exposta à luz solar. Após a revelação da chapa, ficou evidenciado, que os raios emitidos pelo sal de urânio atravessavam o papel preto. Ao tentar repetir a experiência, mais tarde, Becquerel constatou que o sol não estava propício e guardou o material numa gaveta. Quando Becquerel pegou novamente o material para reiniciar suas pesquisas, observou uma imagem intensa na placa. Repetiu a experiência no escuro total, obtendo o mesmo resultado, provando que os sais de urânio emitiam raios que afetavam a placa fo- tográfica sem que ela fosse exposta a luz solar. Deste modo Becquerel

description

perfil analítico do minério de urânio

Transcript of perfil uranio

  • 70

    1. Introduo

    Minrio de urnio toda concentrao natural de minerais na qual o urnio ocorre em propores e condies tais que permi-tam sua explorao econmica, dentro de um contexto estratgico. O urnio, cujo nome faz uma aluso ao planeta Urano, tem uma distribuio diversificada sobre a crosta terrestre, mas as reservas economicamente atrativas dependem do teor da substncia presente no minrio, alm da disponibilidade tecnolgica utilizada para a ex-trao e beneficiamento. No Brasil, o urnio, um metal radioativo e considerado estra-tgico, tem sua minerao controlada pela Unio, atravs da CNEN (Comisso Nacional de Energia Nuclear), autarquia criada em 1956 e atualmente, vinculada ao Ministrio de Cincia e Tecnologia. De acor-do com a Lei N 4.118, de 27 de agosto de 1962, constituem mono-plio da Unio a pesquisa e a lavra das jazidas dos minrios nucleares, o comrcio e a produo de materiais com caractersticas nucleares. Atualmente este monoplio est sendo amplamente questionado pe-los diversos rgos e representaes ligados ao setor mineral. Com o arrendamento da jazida de Santa Quitria pela INB no Cear j pode-mos observar uma flexibilizao no monoplio estatal.

    UrnioMathias Heider Eng. MinasDNPM/Sede (61) 3312-6779

    [email protected]

    No Brasil, as questes relevantes na discusso do potencial da gerao nuclear esto relacionadas: disponibilidadedoenergtico(reservas); ao domnio do ciclo do combustvel e o dimensionamento

    da produo em escala compatvel com as necessidades do pas;

    aosaspectosdenaturezatecnolgicaeeconmica(refletidonocustodagerao);

    aosaspectosregulatrios(hojeasinstalaesnuclearesdequalquer natureza so monoplio da Unio) e

    aos aspectos de natureza geopoltica e estratgica (porexemplo: dependncia de importaes).

    1.1 HIstrIco

    O urnio foi descoberto por Martimn Klaproth, na Alemanha, em 1789, no mineral uranilita ou pitchblenda U3O8. Entretanto, sabe-se de seu uso, pelo menos na forma de xido, h muito tempo, pois um vidro amarelo, datado de 79 d.C., foi encontrado em Npoles, Itlia contendo cerca de 1% de xido de urnio. O elemento foi isolado do mineral pelo francs Eugene-Melchior Peligot em 1841, atravs da reduo do cloreto anidro com potssio. Em 1896, o francs A. Henri Becquerel descobriu que o ur-nio possua propriedades radioativas, quando tentava mostrar a rela-o entre os raios X e a luminescncia dos sais de urnio, colocando uma quantidade de sal de urnio em cima de uma chapa fotogrfica envolvidaempapelpreto,exposta luzsolar.Apsarevelaodachapa, ficou evidenciado, que os raios emitidos pelo sal de urnio atravessavam o papel preto. Ao tentar repetir a experincia, mais tarde, Becquerel constatou que o sol no estava propcio e guardou o material numa gaveta. Quando Becquerel pegou novamente o material para reiniciar suas pesquisas, observou uma imagem intensa na placa. Repetiu a experincia no escuro total, obtendo o mesmo resultado, provando que os sais de urnio emitiam raios que afetavam a placa fo-togrfica sem que ela fosse exposta a luz solar. Deste modo Becquerel

  • 71

    descobriu a radioatividade do urnio. A descoberta da fisso nuclear pelos alemes Otto Hahn e Fritz Strassman, em 1939, tornou o urnio um elemento de grande importncia.

    1.1.1 Propriedades, caractersticas fsicas e qumicas.

    O Urnio um elemento qumico representado pelo smbolo U e massa atmica igual a 238. Existe na natureza na forma de trs isto-pos: U234, U235, U238. um elemento radioativo e pertence ao grupo dos actindeos. o elemento natural de maior nmero atmico, superado apenas por, talvez, traos de netnio e plutnio. Acredita-se que seja o produto do decaimento de elementos de nmeros atmicos ainda mais elevados, que existiram em alguma poca no Universo. Trata-se de um metal radioativo prateado, malevel, dctil e menos duro do que o ao, que, quando exposto ao ar, forma em sua superfcie uma camada de xido. O Urnio considerado mais abun-dante que o mercrio, o antimnio, a prata e o cdmio e to abun-dante quanto o molibdnio e o arsnio. Ocorre em diversos minerais como uraninita (uranato complexo de uranilo e chumbo, e que pode conter lantnio, trio, trio. Tambm chamada pechblenda, do ingls pitchblende), carnotita (uranovanadato de potssio e sdio), autuni-ta (fosfato de urnio e clcio hidratado), torbernita (fosfato de urnio e cobre hidratado), zeunerita (arseniato de cobre e urnio hidratado). Tambm encontrado em rochas com fosfatos, na linhita (carvo fssil, estgio intermedirio entre a turfa e o carvo betuminoso) e em are-ais com monazita (fosfato de crio, lantnio, praseodmio, neodmio, com xido de trio).

    1.2 Breve HIstrIco no BrasIl

    Em 1952, o Conselho Nacional de Pesquisas CNPq iniciou a primeira prospeco sistemtica de minerais radioativos no Brasil. Em 1956 o processo de prospeco passou a ser feito atravs da recm-criada Comisso Nacional de Energia Nuclear CNEN, e, a partir de 1970, com uma aplicao mais substancial de recursos financeiros e

    com a participao da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM na execuo, at 1974 as reservas do pas somavam um total de 11.040t de U3O8. Aps a criao da NUCLEBRS em dezembro de 1974,osestudosdasreservasbrasileirasforamdirecionadossmetasdo Programa Nuclear Brasileiro de busca por autonomia energtica, que, por ocasio da chamada primeira crise do petrleo de 1973, destinougrandesinvestimentosprospeco,pesquisa,desenvolvi-mento de mtodos e tcnicas de trabalho e lavra de jazidas de urnio no pas. Um grande nmero de ambientes geolgicos favorveis ao estudo detalhado foi delimitado, resultando na revelao de novas jazidas, entre elas as provncias de Itataia (CE) em 1976 e Lagoa Real (BA) em 1977, levando o Brasil a ocupar no ranking mundial de reservas de urnio o stimo lugar em que se encontra atualmente. Em 1988 a NUCLEBRS foi transformada em Industrias Nucle-ares Brasileiras INB, permanecendo at os dias atuais, englobando as funes do ciclo do combustvel nuclear desde a minerao, pas-sando pelo enriquecimento at a fabricao do combustvel nuclear. Em 1982 comeam os testes de Angra 1, que operou comercialmente a partir de 01.01.1985. Angra 2 entrou em operao em 21.06.2000. Angra 3 tem uma previso de entrada em produo em 2013/15.

    2. reservas

    2.1 reservas mundIaIs

    O urnio um minrio relativamente comum, o qual se distri-bui sobre toda a crosta terrestre aparecendo como constituinte da maioria das rochas. Segundo as Indstrias Nucleares Brasileiras INB, para que as reservas de urnio sejam consideradas economicamente atrativas, necessrio avaliar o teor de urnio presente, bem como as alternativas tecnolgicas utilizadas em seu aproveitamento. Neste sentido, considerando-se que o quilo (kg) de urnio possa ser obtido a custos inferiores a US$130.00, as reservas mundiais se distribuem conforme a tabela abaixo:

  • 72

    tabela 1recursos assegurados e InferIdos a us$ 130 Por quIlo

    1995 e 2007

    Pasquantidade Participao

    (em mil ton.) 2007 2005 1995

    austrlia 1243 23% 24% 29%

    casaquisto 817 15% 17% 18%

    rssia 546 10%

    frica do sul 435 8% 7% 9%

    canad 423 7% 9% 11%

    eua 342 6% 7% 4%

    Brasil 309 5,60%

    total mundo 5469

    Fonte: World Nuclear Association

    Assim, possvel constatar que os cinco pases detentores das maiores reservas possuem juntos, 65% dos recursos conhecidos e in-feridos do mundo. Destaque-se que a Austrlia o pas com menor custo de minerao do urnio. Mais de 90% de suas reservas estimam um custo de minerao inferior a US$ 40/kg, segundo o relatrio Ura-nium Mining, Processing and Nuclear Energy, do governo Australiano. Novas reservas podero ser viabilizadas economicamente, de acordo com o desempenho dos preos do urnio. Na medida que houver valorizao da cotao do urnio, novas reservas sero viabilizadas economicamente. As reservas deste ele-mento, para que se tornem economicamente atrativas, dependem do teor de urnio presente, sua cotao no mercado e da existncia de alternativa tecnolgica usada para o seu aproveitamento, alm dos custos de extrao.

    2.2 reservas no BrasIl

    Embora no possua todo o seu territrio prospectado, o Brasil figura atualmente como detentor da stima maior reserva de urnio do mundo, com 309 mil toneladas de U3O8 nos Estados da Bahia e Cear. Existem ainda, ocorrncias uranferas associadas a outros mi-nerais, como aqueles encontrados nos depsitos de Pitinga no Estado

    mapa 1Instalaes e reservas de urnIo no BrasIl

    Fonte: INB

  • 73

    tabela 2reservas de urnIo do BrasIl- 2007

    (em toneladas de U3O8)

    depsito-Jazidamedidas e Indicadas Inferidas

    total

  • 74

    tabela 4evoluo das reservas de urnIo do BrasIl

    em toneladas de u3o8

    reservas de urnIo unIdade: tanos u3o81973 6.292

    1974 / 1975 11.040

    1976 26.380

    1977 66.800

    1978 142.300

    1979 215.300

    1980 236.300

    1981 266.300

    1982 / 1996 301.490

    1997 / 2007 309.370

    Fonte: INB /DNPM

    A INB em seu relatrio de atividades de 2007 e 2008, informa que iniciou as atividades para a retomada da prospeco de urnio no pas, com o objetivo de reavaliar o potencial das reservas brasileiras e aumentar a produo deste recurso mineral. No relatrio de atividades de 2008, a INB informa que contratou a CPRM (SGM) para realizao de pesquisas na regio de Rio Cristalino (PA), retomando trabalhos de prospeco e pesquisa na regio.

    2.2.1 distrito de lagoa real

    O Distrito Uranfero de Lagoa Real est localizado no Estado da Bahia, foi descoberto entre 1976 e 1977, com a identificao de 19 reas mineralizadas. Um trabalho mais detalhado de aerogamaespec-trometrialevoudescobertade33ocorrnciasuranferasadicionais,tambm avaliadas, segundo dados da INB. O projeto bsico de mina foi concludoem1996, viabilizandoa lavra cu-abertona jazidada Cachoeira (anomalia 13). Esta anomalia com teor mdio de 3.000 ppm prev a produo de cerca 400 t/ano de urnio (atendendo as necessidades de Angra 1 e 2). A INB tambm tem planos para fazer a extrao subterrnea do minrio de urnio.

    2.2.2 depsito de santa quitria

    O depsito de Santa Quitria est localizado na parte central do Estado do Cear, situada a 212 km de Fortaleza,. Segundo dados da INB, a jazida de Santa Quitria possui reservas geolgicas de 142,5 mil t de urnio associado ao fosfato. A reserva lavrvel tem 79,5 Mt de minrio com teores de 11% de P2O5 e 998ppm de U3O8 , contendo 8,9 Mt de P2O5 e 79,3 mil toneladas de U3O8. Nessa jazida pode-se aproveitar tambm cerca de 300 milhes de m de mrmore, total-mente isento de urnio. Embora seja a maior reserva de urnio que o pas possui, sua viabilidade econmica dependente da explorao do fosfato associado. A INB licitou em 2008 a empresa far o apro-veitamento do fosfato (Vale, Bunge, Galvani), permitindo aproveitar o urnio associado. A empresa Galvani venceu a licitao.

    grfico 1evoluo das reservas BrasIleIras de urnIo

    (em toneladas)EVOLUO DAS RESERVAS DE URNIO

    0

    50.000

    100.000

    150.000

    200.000

    250.000

    300.000

    350.000

    1973 1974 / 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 / 1996 1997 / 2007

    ton

  • 75

    3. Produo

    3.1 Produo mundIal

    Temos duas fontes principais de urnio: a produo primria e a produo secundria.A fonte primria refere-se extrao emnovas minas. A fonte secundria diz respeito ao urnio enriquecido. A abundncia e disponibilidade da produo secundria de urnio nos anos 60 comprimiram os preos de urnio, inibindo a atrao de no-vos investimentos no setor. Nos anos 80 e 90, a indstria de urnio recebeu poucos investimentos tendo em vista os baixos preos do minrio. Hoje, a oferta primria bastante relevante, em funo do esgotamento das fontes secundrias. A produo mundial, excluindo a antiga URSS e os pases do leste, caiu de um pico de 52.000 t de U3O8 por ano em 1980/81 para

    cerca de 32.000 toneladas de U3O8 em 1991, 27.500 toneladas de U3O8 em 1992 e 25.700 toneladas de U3O8 em 1993, em consequn-cia de um mercado adverso, decorrente de diminuio do ritmo de crescimentodosprogramasnuclearesnosltimosanosemrelaosprevises anteriores e formao de grandes estoques. Outra razo da queda de produo ocidental foi a maior dis-ponibilidade de urnio a baixo preo dos pases da Comunidade dos Estados Independentes (ex-URSS). O Canad com uma produo de 14.190 t de U3O8 em 1997 (13.900 toneladas de U3O8 em 1996, 12.430 t de U3O8 em 1995, 11.500 t de U3O8 em 1994), o maior produtor mundial, responsvel por 34% da produo mundial, seguindo-se a Austrlia com 16%. A capacidade total de produo mundial de ur-nio, incluindo a URSS e os pases do leste de cerca de 56.500 t de U3O8 por ano e a produo efetiva foi de 41.500 t de U3O8 em 1996 e de 42.100 t de U3O8 em 1997. As quase 450 usinas de energia nu-

    tabela 5maIores emPresas Produtoras de urnIo (u3o8 ) do mundo 2005

    mina Pas Proprietrio Produo (t) % Prod. mundial

    McArthur River Canad Cameco 7.200 17%

    Ranger Austrlia ERA (Rio Tinto) 5.000 12%

    Olympic Dam Austrlia BHP Biliton 3.700 9%

    Rossing Namibia Rio Tinto 3.100 7%

    krazbokamensk Rssia TVEL 3.000 7%

    Rabbit Lake Canad Cameco 2.300 5%

    McClean Lake Canad Cogema 2.100 5%

    Akouta Niger Areva/Onarem 1.800 4%

    Arlit Niger Areva/Onarem 1.300 3%

    Beverley Austrlia Heathgate 800 2%

    Fonte: World Nuclear Association / WNA Market Report data

  • 76

    clear atualmente ativas consomem cerca de 64.000 t a 70.000 t de concentrado de urnio. Em 2006, o Canad foi responsvel por 24,% da produo mundial, seguidas pela Austrlia, casaquisto e Nigria (com respectivamente 19,1%, 13,3% e 8,7%. Os quatro maiores pa-ses produtores concentraram 66% da produo mundial. Para a indstria, um benefcio advindo daqueles anos dif-ceis, foi a sua consolidao substancial. Atualmente, as oito maiores companhias so responsveis, juntas, por 78% da produo mundial, proporcionando uma maior eficincia ao setor, bem como uma maior capacidade de aumentar preos aos produtores. Como uma conseq-ncia, hoje o preo do urnio mais elevado e o aumento projetado da demanda renova o interesse na minerao de urnio. Alguns pases tradicionalmente produtores de yellowcake1 vm aumentando a capacidade de suas plantas, como o caso do Canad e da Austrlia. De acordo com a World Nuclear Association WNA, mais da metade da produo de urnio do mundo realizada por estes dois pases, conforme dados referentes a 2005. Segundo a WNA, a pers-pectiva que a produo mundial de urnio dobre at 2030. Contudo, dado o crescimento esperado da demanda, em funo principalmente de um maior nmero de usinas nucleares, com vista produo de energia, projeta-se um descasamento entre a produo e o consumo de urnio, a partir de 2009. Alm disso, h fontes secundrias de fornecimento de com-bustvel nuclear: os estoques existentes, civis e militares, de minrio natural e enriquecido, o reprocessamento do urnio j usado e o re-enriquecimento da sobra de material usado no processo de enriqueci-mento. Outros fatores que influenciaro a demanda de urnio nos pr-ximos anos so: a eficincia das plantas existentes (usinas e fbricas de combustvel), a extenso da vida til das usinas existentes e o enriquecimento exigido e a eficincia no uso do combustvel pelas

    novas plantas. A tecnologia usada tambm influenciar o consumo, visto que os reatores rpidos potencializam o seu prprio combust-vel, alm de permitir o uso de outros materiais, como trio e U238. No horizonte at 2020, os estoques existentes com custo de ex-plorao abaixo de US$40/kgU podem, no mximo, suprir de 53 a 58% da necessidade de combustvel. Mesmo acrescentando os estoques com custo abaixo de 80 US$/kgU, esta taxa chega a 73 a 85% somen-te. Alm disso, os estoques secundrios devem se esgotar por volta de 2020, o que obrigar uma expanso das minas existentes e a abertura de novas. Atualmente os combustveis fssieis fornecem cerca de 87% da energia mundial e as centrais nucleares, apenas 4,8%. As estimati-vas mais otimistas mostram que cerca de 5,5 Mt de urnio podem ser consideradas reservas (existem estimadamente 35 Mt de recursos de urnio identificados, independentes de seu custo de extrao). Com a taxa atual de consumo atual de urano na faixa das 70.000 t anuais, as

    1 Yellowcake:urnioque,apsaminerao,extradodominriopurificadoeconcentradosobaforma de um sal de cor amarela.

    grfico 2cenrIos eIa Para energIa nuclear no mundo

    Fonte: EPE, a partir de EIA/DOE, 2005.

  • 77

    reservas atuais d eurnio podem ser exploradas por cerca de 80 anos. Uma poltica de maior utilizao de urnio teria um impacto muito alto no nvel atual das reservas de urnio. Portanto, a oferta e a produo de urnio devero se ajustar smudanasqueosetornucleardeversofrernasprximasdcadas.Alm dos recursos convencionais, h minas de urnio associadas a fosfato, urnio contido na gua do mar, e o uso de reatores rpidos e reciclagem de combustvel podem estender o uso da energia nuclear por muito tempo (NEA/IAEA, 2004). O desenvolvimento destes re-cursos, porm, exigir esforo e investimentos, elevando o preo do combustvel.

    3.2 Produo BrasIleIra

    A produo brasileira de urnio realizada pelas Indstrias Nu-cleares Brasileiras INB. A mina de Poos de Caldas produziu entre 1981 e 1995 cerca de 1200 t de concentrado de urnio. Esta mina tinha um teor mdio de 800 PPM (partes por milho), bem menos rico que Caetit (com potencial para atingir 3.000 PPM). Hoje, apenas a mina de Caetit, no Sudeste da Bahia, est em atividade (desde 2000). Este empreendimento mina de urnio as-sociadofbricadeconcentradoestcapacitadoaumaproduode 400 t /ano de yellowcake, que alm de atender a demanda interna, abastecendo as duas usinas nucleares existentes no Pas (Angra 1 e 2) e demandas de pesquisas mdicas e agrcolas, torna o pas auto-sufi-ciente na produo do minrio. Segundo a INB, a meta programada de 360 t para 2007 no foi atingida devido a questes climticas, falta de gua e cido sulfrico comprometeram a meta, atingindo 353 t de U3O8. Para 2008 a meta era uma produo de 400 t , sendo atingidas cerca de 390 toneladas. A vida til da mina de Caetit est prevista para 50 anos. Com a deciso de operar Angra III, j existe uma meta de produo de 800 toneladas de U3O8 visando garantir a auto-suficincia. Para tanto, ser implementada a lavra subterrnea a partir de 2010/11. Em 2008 ser iniciada a construo da rampa de acesso aos corpos mineralizados.

    O processo de lixiviao em pilhas ser substitudo pelo processo de lixiviao agitada, mais eficiente e com melhor rendimento. Estima-se uma elevao da recuperao do Urnio em cerca de 10%. Caetit est com uma estimativa de dobrar a produo entre 2011 e 2012 para atender a usina de Angra III.

    grfico 3Produo BrasIleIra de u3o8: 2000 a 2008

    Fonte: INB

    Obs: a produo acima corresponde a mina de Catite (BA), uma vez que a Mina de Poos de Caldas funcionou at 1995.

  • 78

    tabela 6evoluo da Produo e teores de caetIt 2000-2007

    ano minrio Beneficiado (t)teor mdio de

    u no minrio (%)Produo de u

    (t u3o8)2000 56.569 0,181 132001 36.400 0,172 662002 155.460 0,226 3292003 157.832 0,194 2712004 198.944 0,186 3522005 49.973 0,250 1292006 153.378 0,209 2312007 190.033 0,230 353

    Fonte: INB

    Nos prximos quatro anos (em 2012), a produo brasileira de urnio dever duplicar e corresponder a 0,8 mil toneladas, conforme estimativas da INB. Para 2012, a produo adicional de 1000 tonela-das vir com o incio das atividades da mina Santa Quitria, localizada no Estado do Cear. Esse volume colocar o Pas na quinta colocao do ranking mundial dos maiores produtores da matria-prima, atrs do Canad (11,6 mil t/ano e 28% da oferta total), Austrlia (9,5 mil t /ano), Cazaquisto (4,3 mil t/ano) e Rssia (entre 3,4 mil t/ano), de acordo com dados da WNA.

    tabela 7ProJeo da Produo PotencIal de u3o8 no BrasIl at 2013

    anoProduo de u em

    caetit Ba(t de u3o8)

    Produo de u em santa quitria ce

    (t de u3o8)

    Produo de urnio(t de u3o8)

    2009 400 - 4002010 500 - 5002011 800 - 8002012 800 1.000 1.8002013 800 1.200 2.000

    Fonte: INB

    4. mercado consumIdor

    O minrio de urnio atende diversos setores industriais atra-vs do fornecimento de matria-prima (ilmenita, zirconita e rutilo) para a indstria siderrgica, automobilstica, de fibras ticas e de cermicas especiais. At a II Guerra Mundial, os minrios de urnio constituam apenas uma fonte comercial de rdio (Ra). Os sais de urnio tinham aplicaes limitadas (fotografia, cermica). Com o de-senvolvimento da indstria nuclear, o urnio passou a ser usado em armas e reatores nucleares. Atualmente, embora seja tambm utilizado na medicina e na agricultura, sua principal aplicao comercial na gerao de ener-gia eltrica, na qualidade de combustvel para reatores nucleares de potncia. Assim, a demanda global de urnio formada por diversos pases que utilizam a energia nuclear na sua matriz energtica.

    4.1. o urnIo como fonte de energIa

    O crescimento da populao e da economia mundial tem ge-rado uma demanda cada vez maior por energia. A alta dos preos de petrleo e gs e as preocupaes quanto s emisses de gs car-bnico e o aquecimento global tem evidenciado a necessidade de uma outra fonte alternativa de gerao de energia, que minimize os efeitos causados pelas fontes mais utilizadas atualmente:petrleo e carvo. Alm disso, as principais fontes de suprimento de petrleo encontram-se em reas de grande instabilidade poltica. Tudo isto, corrobora com a tendncia mundial de diversificao da matriz ener-gtica e da matriz eltrica. Neste contexto, o urnio apresenta-se como fonte alternativa de energia, na forma de combustvel para a energia nuclear. Dentre as vantagens da utilizao da energia nuclear quando utilizada para a produo de energia eltrica est o seu ndice zero de emisso de CO2 na atmosfera, o que no ocorre com as centrais trmi-cas convencionais. A energia nucleoeltrica no emite nenhum gs de

  • 79

    efeito estufa (dixido de carbono, metano, xido nitroso e outros), nenhum gs causador de chuva cida (dixido de enxofre, xidos de nitrognio), bem como no emite nenhum metal carcinognico, te-ratognico ou mutagnico (arsnio, mercrio, chumbo, cdmio, etc.) como as alternativas que utilizam combustvel fssil o fazem. A utili-zao da energia nuclear tambm no libera gases ou partculas que causem poluio urbana ou diminuio da camada de oznio. O grande desafio a armazenagem segura dos resduos gerados pelas usinas de energia nuclear. Alm disso, o mesmo processo de enriquecimento de urnio utilizado para produzir combustvel pode ser empregado para a utilizao em armas atmicas, mostrando uma preocupao com sua utilizao. O Urnio uma fonte de energia no renovvel. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energtica EPE, a participao das fontes de energia no renovveis no mundo cresceu de 41,6% em 1970 para 55,6% em 2006. Em 2004, 6,5% da estrutura de oferta de energia mundialerareferenteenergiaadvindadournioederivados,contraapenas 0,9% em 1973. De acordo com a World Nuclear Association, em janeiro de 2007 existiam 435 usinas nucleares em operao, com capacidade de ge-rao total de 368.860 megawatts e 28 usinas em construo. Os Estados Unidos possuem 103 usinas em operao (98,254 MW), em seguida, vem a Frana, com 59 (63,47 MW ) e o Japo, com 55 usinas responsveispor47,7MW.Quantossusinasemconstruo,ospa-ses com maiores quantidades so ndia (7), China (5) e Rssia (3). A energia nuclear dever desenvolver seus reatores segundo quatro princpios: energiasustentvel:disponibilidadeestendidadocombust-

    vel,impactoambientalpositivo; energiacompetitiva:custosbaixoseperodosdeconstruo

    maiscurtos; sistemasseguroseconfiveis:caractersticasdesegurana

    inerentes, visando conseguir confiana pblica na segurana daenergianuclear;e

    resistnciaproliferaodearmasnucleares.

    4.2. consumo mundIal de urnIo

    Existem no mundo, cerca de 435 usinas nucleares em fun-cionamento em 31 pases (265 reatores PWR- urnio enriquecido e gua leve pressurizada, do mesmo tipo de Angra I e II). Alm das usinas ativas, existem ainda cerca de 30 usinas em construo, 74 em fase de planejamento e estimadamente mais 162 propostas de novos projetos.

    tabela 8quantIdade de usInas nos PrIncIPaIs Pases

    a geografia atmica Principais pases consumidores

    Pas % de gerao de energia nuclear

    quantidade de usinas nucleares

    ativas

    1 EUA 19,4 104

    2 Frana 78,0 59

    3 Japo 30,0 54

    4 Inglaterra 18,4 32

    5 Rssia 15,9 30

    6 Canad 15,0 20

    7 Alemanha 31,8 19

    8 Coria 38,6 16

    9 ndia 2,8 14

    10 Ucrnia 51,1 13

    24 Brasil 2,2 2

    Fonte: International Nuclear Safety Center e WNA

  • 80

    4.3. consumo de urnIo no BrasIl

    O Brasil possui duas usinas tipo PWR (urnio enriquecido e gua leve pressurizada), situadas no municpio de Angra dos Reis RJ. Angra I, de tecnologia Westinghouse, teve sua construo iniciada em maio de 1971,foiconectadaredeeltricaemabrilde1982einiciousuaope-rao comercial em janeiro de 1985. A usina tem capacidade instalada de 657 MW, sendo 626 MW lquidos (disponveis para a rede). Angra II uma usina com reator PWR tambm, porm de tecnologia Siemens (empresa KWU Kraftwerk Union A. G.), adquirida durante a vigncia do acordo Brasil-Alemanha. A construo comeou em janeiro de 1976, tendo entrado em operao comercial em fevereiro de 2001. A usina tem capacidade instalada de 1.350 MW, sendo 1.275 MW lquidos. Angra III uma usina com as mesmas caractersticas que Angra II, com potncia bruta de 1.435 MW , sendo 75 MW para consumo pr-prio 1.360 MW lquidos (Eletronuclear, 2005). Angra III foi comprada da KWU em 1976, juntamente com Angra II. Diversos equipamentos foram adquiridos e o incio das obras se fez em junho de 1984, tendo se estendido at abril de 1986, quando as obras foram paralisadas. Alm disto, brevemente o Governo Federal ir anunciar o incio da construo da usina Angra III, adicionando mais 1350 MW ao siste-ma energtico. Teremos assim, um parque de energia nuclear gerando 3300 MW consumindo 750 t/ano de U3O8. Atualmente as reservas brasi-leiras permitem atender estas necessidades por 520 anos., mantendo-se as reservas neste nvel. A gerao de energia nuclear ganha um novo contexto de importncia estratgica e pela necessidade de expanso do parque gerador de energia brasileiro em 3.000 MW/ano. Segundo o relatrio de atividades da INB de 2007, o governo decidiu pela construo de 9 novas usinas at 2030.

    4.2.1 utilizao do urnio como fonte de energia no Brasil

    A perspectiva de crescimento da economia brasileira ressalta a necessidade de novos investimentos em projetos de energia eltrica. Alm disso, tanto quanto no restante do mundo, existe uma tendn-cia de diversificao da matriz energtica. No Brasil, segundo a EPE,

    75,9% da energia eltrica originada da fonte hidrulica, uma fonte renovvel. Outro fator relevante a necessidade de reduo de gs carbnico na atmosfera. Cabe destacar que o Brasil emitiu em 2004, 1,76 t de CO2 por habitante. No mundo, a mdia foi de 4,18 t e na Amrica Latina, 2,05 toneladas, segundo dados da EPE. Embora o Brasil destaque-se com indicadores de emisso daquele gs bem in-ferioresmdiaglobal,tendoemvistaacaractersticadesuamatrizenergtica, ainda existe espao para a diversificao e o aumento da produo de energia. Neste sentido, a produo de energia nuclear apresenta-se como alternativa para a realizao destes objetivos. O Brasil possui atualmente, duas usinas de energia nuclear em operao (Angra 1 e Angra 2). De acordo com a Eletronuclear, Angra 1 possui capacidade para gerao de 657 megawatts eltricos, e Angra 2, pode gerar 1.350 MW . Angra 3, que ser praticamente uma rplica de Angra 2 (incorporando os avanos tecnolgicos ocorridos desde a construo desta usina), tambm est prevista para gerar 1.350 MW. Em 2005, Angra I e II geraram 9.850 GWh.

    grfico 4estrutura da oferta Interna de energIa eltrIca

    do BrasIl 2007

    Fonte: EPE Dados Preliminares do Balano Energtico Nacional 2006

  • 81

    Os dados preliminares a respeito da evoluo da produo e consumo das principais fontes energticas, divulgados pela Empresa de Pesquisa Energtica, permitem uma viso da Matriz Energtica Bra-sileira no ano de 2006. A oferta da energia no renovvel advinda do urnio e deriva-dos cresceu 38,5% no ano de 2006, comparando-se com 2005. Muito embora este incremento tenha sido relativamente alto, o percentual de participao desta energia na estrutura de oferta brasileira pe-queno, tendo sido de 1,2% em 2005 e 1,5% em 2006 (um crescimento de 30%). Contudo, este aumento de participao reflete o crescimen-to na gerao de energia eltrica a partir do urnio, de 9,9 Twh em 2005 para 13,8 Twh em 2006, sendo que, no Brasil, a oferta total de energia eltrica em 2006 foi de 461,3 TWh.

    tabela 8Balano energtIco de 2007

    Ben 2008oferta Interna de energIa UNIDADE: 106 tep

    2007 2006 %

    oferta total 238,8 226,1 5,6%

    energIa no renovvel 129,1 124,2 3,9%

    PETRLEO E DERIVADOS 89,2 85,3 4,6%

    GS NATURAL 22,2 21,7 2,2%

    CARVO MINERAL E DERIVADOS 14,4 13,5 6,1%

    URNIO (U3O8) E DERIVADOS 3,3 3,7 -9,8%

    energIa renovvel 109,7 101,9 7,6%

    PRODUTOS DA CANA DE ACAR 37,8 33,0 14,7%

    HIDRULICA E ELETRICIDADE (*) 35,5 33,5 5,9%

    LENHA E CARVO VEGETAL 28,6 28,6 0,1%

    OUTRAS RENOVVEIS 7,7 6,8 13,7%

    (*) 1 kWh = 860 kcal (equivalente trmico terico primeiro princpio da termodinmica).Fonte: EPE

    No geral, a demanda brasileira por todas as formas de ener-gia (que no jargo tcnico chamada de Oferta Interna de Ener-gia) cresceu 5,9% em 2007, totalizando 239,4 Mt equivalentes de petrleo (tep). O maior crescimento dentre todas as fontes, na comparao entre os dois ltimos anos, ficou com os produtos da cana-de-acar, cuja oferta cresceu 17,1%. A forte expanso reflete o crescimento do consumo do etanol e o uso mais intenso do baga-o para gerao de energia termeltrica. A participao das fontes renovveis na Matriz Energtica Brasileira elevou-se de 44,9% em 2006 para 46,4% em 2007. Para efeito de comparao, a proporo de fontes renovveis na matriz energtica mundial de 12,7%, en-quanto que nos pases-membros da Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) na sua maioria desenvolvidos essa relao de apenas 6,2%.

    4.2.2 cenrios de Produo de energia eletro nuclear no Brasil

    Nvel de dependncia no Ciclo do Combustvel (fator crtico):

    Cenrios de dependncia no ciclo: Dependenteparcial Auto-suficincia em: prospeco, minerao, beneficia-

    mento, fabricao de p (yellow-cake) e pastilhas, fabri-cao de elementos combustveis

    Dependncia internacional: parcial em enriquecimento e total em converso

    Exportao: servios de p e pastilhas, fabricao de ele-mentos combustveis e U3O8

    Auto-Suficiente Auto-Suficiente em: prospeco, minerao, beneficia-

    mento, converso, enriquecimento, fabricao de p e pastilhas, e fabricao de elementos combustveis

    Dependncia internacional: 0% Exportao de: p, pastilhas, servios de fabricao de

    elementos combustveis, U3O8.

  • 82

    tabela 9gerao nucleoeltrIca no BrasIl Pne 2030

    usina Potncia(mW)conc.

    u3o8 (t) converso uf6 (t)enriquecimento

    uts (t)elemento

    combustvel status

    Angra 1 650 150 128 90 17 Em operao

    Angra 2 1350 290 246 176 30 Em operao

    Angra 3 1350 290 246 176 30 2013/15

    Sub total 1 730 620 442 77

    Nuclear 4 1000 225 190 135 24 Prev. 2020

    Nuclear 5 1000 225 190 135 24 Prev. 2025

    Nuclear 6/7 2x1000 450 380 270 48 Prev 2030

    total 7.350 1.630 1.380 982

    Fonte: INB

    Exportador Auto-Suficiente em: prospeco, minerao, beneficia-

    mento, converso, enriquecimento, fabricao de p e pastilhas, e fabricao de elementos combustveis

    Dependncia internacional: 0% Exportao de: U3O8, servios de converso, servios de

    enriquecimento, p, pastilhas, servios de fabricao de elementos combustveis e componentes.

    4.2.3 combustvel nuclear no Brasil

    No Brasil, as Indstrias Nucleares do Brasil (INB), uma em-presadeeconomiamista,vinculadaComisso Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e subordinada ao Ministrio da Cincia e Tecnolo-gia, responsvel pela explorao do urnio, desde a minerao e o beneficiamento primrio at a produo e montagem dos elementos

    combustveis que acionam os reatores de usinas nucleares. O conjunto dessas atividades constitui o Ciclo do Combustvel Nuclear. As usinas nucleares so centrais termoeltricas como as con-vencionais compostas de um sistema de gerao de vapor e sua geraodecorrredevidofissodencleosdetomosdeurnio. O processo de beneficiamento2 do minrio de urnio o de lixiviao em pilhas (esttica). Depois de britado, o minrio dis-posto em pilhas e irrigado com soluo de cido sulfrico para a retirada do urnio nele contido. Esta tcnica dispensa fases de mo-agem, agitao mecnica e filtrao, permitindo, alm de uma subs-tancial reduo nos investimentos, uma operao a custos menores, em face do reduzido nmero de equipamentos e unidades operacio-nais envolvidos. A concentrao do urnio realizada pelo processo de extrao por solventes orgnicos, seguida da separao por preci-pitao, secagem e acondicionamento em tambores. O concentrado tem a forma de um sal de cor amarela, conhecido como yellowcake,

    2 De acordo com informaes das Indstrias Nucleares do Brasil INB.

  • 83

    matria prima para produo do combustvel da energia gerada em um reator nuclear. O yellow cake ento transportado ao Canad, onde gasei-ficado. De l, o produto segue para a Europa, onde enriquecido em unidades da Urenco, uma das maiores companhias especializadas em enriquecimento de urnio no mundo. Para gerar o combustvel que a usina transforma em energia eltrica, o urnio primeiramente transformado em gs e depois en-riquecido, ou seja, tem sua capacidade de gerar energia aumentada. Na etapa seguinte, o urnio transformado em p e, em seguida em pastilhas. As pastilhas so colocadas em varetas que vo formar o elemento combustvel. O reator de uma usina como Angra I leva 121 elementos combustveis. Em cada um deles, esto alinhadas 235 vare-tas. Ao todo, no reator, so colocadas 11 milhes de pastilhas. Estas pastilhas de dixido de urnio (UO2), que tem a forma de um cilindro de mais ou menos um centmetro de comprimento e de dimetro.

    O Elemento Combustvel a fonte geradora do calor para ge-raodeenergiaeltricaemumausinanuclear,devidofissodencleos de tomos de urnio. As pastilhas de urnio, antes de serem inseridas nas varetas combustveis, so pesadas e arrumadas em car-regadores e secadas em forno especiais. Um elemento combustvel supre de energia 42.000 residncias mdias durante um ms.

    esquema 1cIclo de Produo do comBustvel nuclear

    Fonte: INB

    esquema 2cIclo do comBustvel nuclear

    Fonte: INB

    5. comPortamento dos Preos

    O urnio no negociado em bolsas de mercado aberto como so outras commodities, como o ouro e o petrleo. Compradores e vendedores negociam contratos particulares, normalmente, de longo prazo, cujos preos, no passado, refletiam um prmio sobre o mer-cadovista.

  • 84

    O mercado atual de urnio, que muito semelhante ao mercado das demais commodities determinado por dois sistemas de preos, um preo spot para suprimentos de curto prazo, e preos de contra-tos de longo prazo. Os preos do mercado spot, que tinham atingido um pico de US$ 43,4/lb U3O8 em meados de 1978, cairam para um patamar de US$ 17/lb U3O8 em 1986-87, despencando depois para US$ 14,50/lb U3O8 em 1988 , US$ 10/lb U3O8 em 1989, US$ 9,75/lb U3O8 em 1990 e US$ 7,95/lb U3O8. em 1992. O volume transacionado no mercado spot que era de 10-15% da produo anual no perodo 1980-88, aumentou bruscamente entre 1989 e 1990, atingindo cerca de 50% da produo anual. Desde 1987 a produo mundial no tem sido suficiente para cobrir a demanda. Em 1996 este dficit foi de cerca de 31.600 tone-ladas de U3O8 , correspondente a uma demanda de 73.100 toneladas de U3O8 e uma produo de 41.500 toneladas de U3O8 , apenas 57% da demanda. Este dficit vem sendo coberto por estoques existentes. No perodo de 1990 a 1996, cerca de 161.500 toneladas de U3O8 foram utilizadas dos estoques existentes. Com a queda dos preos do urnio no mercado mundial vrias empresas abandonaram o setor, criando-se uma indstria moment-neamente concentrada. De fato trs grandes produtores COGEMA, CAMECO e Rio Tinto so responsveis por cerca de dois teros da produo no mercado ocidental e por metade da produo mundial. Isto poderia ter consequncias de controle de preos atravs do con-trole da produo. Esta preocupao parece no se justificar uma vez que grande parte dos produtores so propriedade de governos ou concessionrias de energia eltrica que tem interesse em manter um preo baixo. A consolidao ocorrida na indstria de urnio nos ltimos anos diminuiu o nmero de fornecedores do minrio. Indicadores de longo prazo continuam apontando para uma curva de demanda superior oferta, o que dever resultar em preos de urnio mais elevados. Os indicadores de preos de urnio so divulgados por um pe-queno nmero de organizaes como o que monitoram de forma inde-pendente as atividades relativas ao urnio no mercado.

    Aps um crescimento espetacular nos anos 70, coincidindo com o boom inicial da indstria eletronuclear e a crise do petrleo, o preo do xido de urnio U3O8 no mercado spot internacional perma-neceu, por mais de uma dcada, relativamente estvel, por volta de 11,00 US$/lb, abaixo dos custos de extrao. A partir de outubro de 2003, o preo do urnio novamente assumiu trajetria acentuada de alta, atingindo 43,00 US$/lb em maio de 2006, ainda assim distante dos preos praticados nos anos 70. Em junho de 2007, de acordo com as consultorias internacio-nais Uc Consulting e Trade Tech, o preo do urnio chegou a US$ 136,00/lb, refletindo o desequilbrio entre produo e procura. Os estoques mundiais j esto sendo utilizados para atender a demanda vigente. medida que os estoques mostram reduo, novas presses de alta surgem no mercado. De acordo com a Eletronuclear, no caso de aumento do preo do urnio, a conseqncia para os custos de gerao de energia nuclear no significativa, pois o combustvel no est sujeito a grandes flutuaes de preo. Segundo a Eletronuclear, no caso da duplicao do preo do urnio, o custo final aumentaria em torno de 4%. Para efeito de comparao, numa usina de gs, por exemplo, a duplicao do preo geraria um custo de gerao 65% maior. Identificam-se alguns fatores que podem influenciar a demanda de urnio nos prximos anos: aeficinciadasplantasexistentes(usinasefbricasdecom-

    bustvel); aextensodavidatildasusinasexistentes; oenriquecimentoexigido;e aeficincianousodocombustvelpelasnovasplantas. A tecnologia usada tambm influenciar o consumo, visto que os reatores rpidos potencializam o seu prprio combust-vel, alm de permitir o uso de outros materiais, como trio (EPE, 2006b). No horizonte at 2030, portanto, pode-se prever uma alta no mercado do combustvel nuclear, onde o Brasil tem boas vanta-gens competitivas recursos minerais relativamente abundamen-tes e domnio da tecnologia de enriquecimento e fabricao do

  • 85

    combustvel. As perspectivas da autosuficincia no fornecimento de combustvel para as unidades j instaladas (Angra I e II) e para Angra III real. E h condies de o pas ser, at, exportador de combustvel nuclear.

    6. tecnologIa

    A tecnologia do reator nuclear determina o tipo de combustvel a usar: numa reao em cadeia, dois elementos so fundamentais o moderador, que regula a energia dos nutrons liberados em cada fisso (com alta velocidade) para que a reao continue, e o refrigerante, que absorve o calor gerado e o transporta para fora do reator para a gerao de vapor. Muitas vezes, essas duas funes so desempenhadas pelo mesmo material. A eficincia no desempenho destas funes determina o quanto de U235, o istopo fissionvel, deve ter o combustvel. Do minrio de urnio encontrado na natureza, 0,7 % consti-tudo do istopo U235, os restantes 99,3% so constitudos pelo is-topo mais pesado, U238. Para se usar gua como moderador, deve-se aumentar a concentrao de U235 (enriquecimento) para mais de 3% (entre 3 e 5%). Outra soluo usar outro moderador D2O (gua pesada, formada com o istopo do hidrognio, o deutrio, de peso molecular 2), hlio ou grafite e usar urnio no enriquecido. A construo de artefatos nucleares necessita tambm (uma das alternativas) de urnio enriquecido a U235, s que numa proporo bem maior 90%. Assim sendo, o domnio da tecnologia de enri-quecimento visto como um importante passo para a fabricao da bomba, o que leva ao controle rigoroso de organismos internacio-nais desta tecnologia e de seu uso. Atualmente, apenas nove pa-ses possuem instalaes comerciais em operao de enriquecimento de urnio: Rssia, Frana, Paquisto, EUA, Japo, China, Inglaterra, Alemanha e Holanda (INFICS IAEA, 2006). O Brasil dever integrar em breve este grupo, usando a melhor tcnica ultracentrifugao, desenvolvida internamente .

    grfico 5Preos vIsta mdIos da IndstrIa de urnIo- u3o8 Base

    JaneIro-2002/2009

    grfico 6Preos vIsta mdIos da IndstrIa de urnIo

    Fonte: The Ux Consulting Company, LLC.

  • 86

    Nos ltimos anos, houve uma mudana no mercado mundial de urnio, no sentido de sua globalizao e maior controle das ati-vidades (IAEA, 2005a). Pases da sia e da antiga Unio Sovitica hoje fazem parte do mercado mundial, tanto no uso de reatores como no fornecimento de combustvel. Muitas plantas menores, com menor eficincia, foram fechadas, aumentando o rendimento global do setor.

    Apenas seis organizaes mundiais enriquecem comercialmente o urnio: ChinaNationalNuclearCorporationCNNC,processo:centr-

    fugao; Eurodif(Blgica,Frana,ItliaeEspanha),processo:difuso

    gasosa; Minatom(Rssia),processo:centrifugao; JapanNuclearFuelLimitedJNFL,processo:centrifuao; Urenco(Alemanha,HolandaeInglaterra),processo:centri-

    fugao;e USEC(EUA),processo:difusogasosa.

    7. comPosIo da IndstrIa mIneral de urnIo BrasIleIra

    A indstria mineral de urnio no Brasil est restrita aos r-gos federais por questes de segurana nacional. Desta forma, a INB responde pelo conjunto das atividades representativas do ciclo do combustvel nuclear (explorao do urnio, desde a minerao e o beneficiamento primrio, at a produo e montagem dos elementos combustveis acionadores dos reatores de usinas nucleares).

    8. comrcIo exterIor

    Atualmente a produo brasileira de urnio voltada para o atendimento da demanda interna. O excedente no exportado, mas guardado para consumo prprio. O aumento de produo advindo da explorao da mina de Santa Quitria/CE, em torno de 1000 toneladas dever permitir que a pauta de exportao brasileira, a partir de 2013, inclua o urnio. H que se respeitar, contudo, o fato de que existem limites legais, estratgicos e constitucionais para as exportaes. As-sim, para que a exportao seja possvel, sero necessrias mudanas

    esquema 3macro cIclo do comBustvel nuclear

    Fonte: UIC, 2006.

  • 87

    na legislao brasileira, bem como aprovao da Agncia Interna-cional de Energia Atmica. O Urnio um insumo para a produo de energia nuclear e, por isso, comercializ-lo em estado bruto ou enriquecido traduz-se em uma perspectiva de bom negcio. Em 2007, aINBenviouempresaCAMECO(noCanad)21lotesdeconcentradode urnio, onde convertido em gs, o hexafluoreto de urnio (UF6), usado no processo de enriquecimento isotpico. Depois o material retorna ao Brasil, indo direto para a fbrica de enriquecimento em Resende/RJ. A importao de urnio natural e seus compostos contro-lada pela CNEN Comisso Nacional de Energia Nuclear. O Brasil importa urnio beneficiado somente para atender as usinas de Angra I e Angra II.

    tabela 9comrcIo exterIor do BrasIl de urnIo e outros materIaIs

    radIoatIvos 2001-2007 (1)

    anosexportao Importao

    toneladas us$(1.000) toneladas us$(1.000)

    2001 24 91 48 19.837

    2002 23 517 71 28.998

    2003 31 183 40 16.392

    2004 34 969 86 40.649

    2005 333 967 65 39.847

    2006 33 646 69 54.901

    2007 95 242 38 34.834

    Fonte: SECEX/MDIC(1) Emmetalcontido(bensmanufaturados)

    9. consIderaes fInaIs

    Em um momento de crescimento econmico e consequentemen-te, de maior demanda crescente por energia, de escassez dos recursos energticos e aumento de seus preos, assim como da crescente pre-ocupao com o meio ambiente em funo do aquecimento global, o minrio de urnio ganha uma nova relevncia no cenrio mundial. As discusses acerca da necessidade de diversificao das matrizes energticasmundiaistrazemtonaumaalternativapossvel:aener-gia nuclear. Contudo, o processo de enriquecimento de urnio como forma de gerao de combustvel nuclear pode dar origem tambm a armas nucleares. Alm disso, existe a preocupao com o lixo atmico advindo daquele processo e suas conseqncias para o planeta e para as geraes futuras. Neste contexto, o Brasil, detentor da stima maior reserva de urnio do planeta possui um recurso que, alm de econmico, es-tratgico. Caso decida por aumentar a participao da energia nuclear em sua matriz energtica, o Brasil no estar sujeito a flutuaes do preo internacional do urnio, dado que possui o insumo necess-rio. Alm disso, o mercado internacional poder demandar o urnio excedente do Brasil, especialmente aps o incremento de produo projetado pelas Indstrias Nucleares do Brasil. OBrasiltemvantagenscompetitivasemrelaoenergianu-clear, que no podem ser desprezadas do ponto de vista estratgico: boas reservas do mineral, domnio da tecnologia de enriquecimen-to e experincia no setor. Para viabilizao da gerao nuclear com base nas reservas e produo brasileira do combustvel, pode-se tomar como referncia um gasto de cerca de 24 toneladas anuais de urnio enriquecido para cada 1.000 MW de potncia instalada, quantidade essa correspondente a 191 toneladas por ano de xido de urnio. Alguns problemas crticos devem ser equacionados para um maior uso da energia nuclear: custo de gerao alto (devido ao capi-tal), comparado com outras alternativas disponveis, e com alto in-vestimentoinicial;segurana,nosentidodemaioresgarantiasparaa

  • 88

    noocorrnciadeacidentescatastrficos;edisposiodolixoatmi-co. As pesquisas atuais, como se ver adiante, principalmente com os reatores ditos de terceira e quarta geraes, apontam para a soluo desses problemas. Nos prximos anos, quatro questes devem direcionar o maior ou menor uso da energia nuclear (SIMBALISTA, 2006): de um lado, o preo do petrleo, que mantendo a tendncia de alta viabiliza o maior aproveitamento de outras fontes primrias, e a maior aceitao do Tratado de Kioto (principalmente pelos EUA) e sua ampliao em bases mais severas, o que foraria o uso de fontes no emissoras de gasesdeefeitoestufa;e,deoutro,doisfatoseventuais,cujasocor-rncias trariam srias reaes a um maior uso da energia nuclear: um outro acidente nas propores do de Chernobil ou um ataque terroris-ta a uma instalao nuclear. Do ponto de vista interno a cada pas, outras consideraes merecem ateno (SIMBALISTA, 2006): anecessidadedesegurananosuprimentoenergticocom

    fontesquenodependamdeoutrospases; acapacitaotecnolgica(querequerummnimode10anos

    depreparao); adisponibilidadeparaofinanciamentoinicial(noBrasil,a

    reanuclearprerrogativaexclusivadaUnio);e asensibilidadedaopiniopblicaquantoaofatorsegurana

    e gerenciamento dos rejeitos. A nucleoeletricidade e o aquecimento global so um assunto que fortalece a credibilidade da energia nuclear. essencial o controle da emisso de gases como o CO2 , (dixido de carbono) que causam o efeito estufa e a elevao da temperatura terrestre, e, neste contexto, a energia nuclear faz sua parte. Uma usina do porte de Angra II, evita a emisso de 5 a 10 milhes de toneladas de dixido de carbono anuais. Com a entrada em operao de Angra III, a quantidade de emisses evitadas anualmente pelas usinas nucleares brasileiras ficar entre 14 a 24 milhes de toneladas de dixido de carbono.

    referncIas BIBlIogrfIcas

    CNEN COMISSO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR. Stio contendo informaes sobre a produo e uso de material nuclear. Disponvel em: http://www.cnen.gov.br. Acesso em: dez. 2008.

    COSTA, C. M. L. Acordo Nuclear Brasil Alemanha. Disponvel em: http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AcordoNu-clear.asp. Acesso em: dez 2008.

    ELETRONUCLEAR. Stio contendo informaes sobre a empresa e a pro-duo e uso da energia nuclear no Brasil e no mundo. Disponvel em: http://www.eletronuclear.gov.br. Acesso em: dez.2008.

    EIA/DOE. Energy Information Administration / U. S. Department of Energy. International energy outlook

    2005. Disponvel em: http://www.eia.doe.gov/oiaf/ieo/index.html. Acesso em: dez.2008.

    http://www.epe.gov.br EPE EMPRESA DE PESQUISA ENERGTICA. Ba-lano energtico nacional : Ano base 2006 e 2007. Rio de Janeiro: EPE, 2008. Acesso em dez.2008.

    IAEA INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Stio contendo in-formaes sobre a tecnologia nuclear e seu uso no mundo. Disponvel em: http://www.iaea.org/. Acesso em: 15.mar.2006.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. relatrIo de atIvI-dades 2008: Ano Base 2008, Brasil.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. relatrIo de atIvI-dades 2007: Ano Base 2007, Brasil.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. relatrIo de atIvI-dades 2006: Ano Base 2006, Brasil.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. relatrIo de atIvI-dades 2005: Ano Base 2005, Brasil.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. relatrIo de atIvI-dades 2004: Ano Base 2004, Brasil.

  • 89

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. a Produo de com-bustvel para gerao nucleoeltrica no

    Brasil. Palestra em Power-Point. INB: 2007.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL S.A. Stio contendo infor-maes sobre o ciclo do combustvel nuclear.Disponvel em: http://www.inb.gov.br/. Acesso em: dez.2006.

    IPEN INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGTICAS E NUCLEARES. Stio contendo informaes sobre o uso da energia nuclear e outras. Dispo-nvel em: http://www.ipen.br/. Acesso em: dez.2006.

    MIT MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY. the future of nuclear Power: An Interdisciplinary Mit Study.180 p. ISBN 0-615-12420-8. 2003.

    NEA/OECD NUCLEAR ENERGY AGENCY e IAEA INTERNATIONAL ATO-MIC ENERGY AGENCY. uranium 2003: resources,Production and de-mand (red Book). OECD, 2004.

    NEA/OECD NUCLEAR ENERGY AGENCY. Projected costs of genera-ting electricity. 2005 Update. OECD, 2005.

    NEI NUCLEAR ENERGY INSTITUTE. Stio contendo informaes sobre energia nuclear. Disponvel em: http://

    www.nei.org. Acesso em: dez.2008.

    NUCLEP. Stio contendo informaes sobre a fabricao de equipamen-tos e componentes para o ciclo eletronuclear no Brasil. Disponvel em: http://www.nuclep.gov.br. Acesso em: dez.2008.

    OLIVEIRA, E. C. Programa Brasileiro de gerao nuclear. Slides em PowerPoint. Disponvel em: http://www.eletronuclear.gov.br. Acesso em: dez.2008.

    ONS OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA. Stio contendo informaes sobre caractersticas e desempenho do sistema eltrico brasileiro. Dis-ponvel em: http://www.ons.org.br/. Acesso em: dez.2008.

    TOLMASQUIM, M. T. (coordenador). gerao de energia eltrica no Brasil. Rio de Janeiro: Intercincia, 2005.

    UNIVERSITY OF CHICAGO. the economic future of nuclear Power. August.2004. Disponvel em: http://nuclear. gov/reports. Acesso em: 16.mar.2006.

    YAMAMOTO, J. K. e ROCHA, M. M. Reviso e Recomendaes para o Clculo e Classificao de Reservas Minerais. In revista Brasileira de geocincias, vol. 26, no 4, p. 243-254, dez.1996.

    EPE EMPRESA DE PESQUISA ENERGTICA. Inventrio dos recursos e reservas de urnio. Rio de Janeiro: EPE,abr.2006.

    IAEA INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. country nuclear fuel cycle Profiles. 2 edio. IAEA: Vienaustria,2005a.

    NFCIS Nuclear Fuel Cycle Information System. Stio contendo infor-maes sobre o ciclo de combustvel nuclear no mundo. Disponvel em . Acesso em dez de 2008.

    IAEA e EIA/DOE. Consultancy Group on Nuclear Capacity Projections up to 2030. nuclear forecasts. May, 2006.

    INB INDSTRIAS NUCLEARES DO BRASIL. Palestra apresentada na EPE. Arquivo em PowerPoint. Rio de Janeiro:fev.2006.

    MATTOS, J. R. L. et alii. Perspectivas econmicas e estratgias do combustvel nuclear. In X Congresso Brasileirode Energia. Anais. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, 2004.

    TRADE TECH, LLC. Stio contendo informaes sobre os mercados de urnio. Disponvel em . Aces-so em dez. de 2008.

    UIC URANIUM INFORMATION CENTRE. Stio contendo informaes so-bre o uso do urnio, em especial na Austrlia.Disponvel em . Acesso em dezembro de 2006.

    WNA WORLD NUCLEAR ASSOCIATION. Site contendo dados sobre o uso da energia nuclear, inclusive do mercado de urnio. Disponvel em . Acesso em dezembro de 2006.

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica. atlas de energia el-trica do Brasil. 2 edio. Documento em Adobe PDF. Disponvel em: http://www.aneel.gov.br/. Acesso em: dezembro de 2008

  • 90

    COSTA, C. M. L. Acordo Nuclear Brasil Alemanha. Disponvel em: http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AcordoNu-clear.asp. Acesso em: dez.2008.

    ELETROBRS. Plano nacional de energia eltrica 1993 2015. Abril.1994.

    OLIVEIRA, E. C. Programa Brasileiro de gerao nuclear. Slides em PowerPoint. Disponvel em: http://www.eletronuclear.gov.br. Acesso em: dez.2008.

    stIos consultados

    empresas, Instituies e organizaes internacionais

    WORLD NUCLEAR ASSOCIATIONwww.world-nuclear.org

    URENCOwww.urenco.com

    NUCLEAR ENERGY INSTITUTEwww.nei.org

    EIA Energy Information Administration / EUAwww.eia.doe.gov

    COGEMAwww.cogema.fr

    CNEA Comision Nacional de Energia Atmicawww.cnea.edu.ar

    BNFL British Nuclear Fuel Ltd.www.bnfl.com

    ANS AMERICAN NUCLEAR SOCIETYwww.ans.org

    AIEA Agncia Internacional de Energia Atmicawww.iaea.org

    ABACC Agncia Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares

    www.abacc.org

    DOE Departamento de Energia/EUAwww.doe.gov

    URENCOwww.urenco.com

    Instituies e organizaes internacionais

    Ministrio da Cincia e Tecnologiawww.mct.gov.br

    Ministrio das Minas e Energiawww.mme.gov.br

    Canal Energiawww.canalenergia.com.br

    SIEMENSwww.siemens.com.br

    ABEN Associao Brasileira de Energia Nuclearwww.aben.com.br

    CDTN Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclearwww.urano.cdtn.br

    CNEN Comisso Nacional de Energia Nuclearwww.cnen.gov.br

    ELETROBRS Centrais Eltricas Brasileiras S. A.www.eletrobras.gov.br

    ELETRONUCLEAR Eletrobrs Termonuclearwww.eletronuclear.gov.br

  • 91

    FURNAS Centrais Eltricaswww.furnas.gov.br

    Governo Federal Presidncia da Repblicawww.brasil.gov.br

    IPEN Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleareswww.ipen.br

    IRD Instituto de Radioproteo e Dosimetriawww.ird.gov.br

    http://www.cprm.gov.br/http://www.cvm.gov.br/http://www.desenvolvimento.gov.br/http://www.dnpm.gov.br/http://www.ibge.gov.br/http://www.ibgm.com.br/http://www.ibram.org.br/http://www.ipeadata.gov.br/http://www.mme.gov.br/http://www.sbgeo.org.br/http://www.stn.fazenda.gov.br/

    diversos

    http://pt.wikipedia.org/http://www.historianet.com.br/

  • 92