PERFORMANCE DESPORTIVA

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Neste número: BOLETIM TÉCNICO-CIENTÍFICO PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM DESPORTO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO (ISSN 1647-3280) EDITORES - JAIME SAMPAIO; MÁRIO MARQUES; ANTÓNIO SILVA No terceiro número do boletim Performance Desportiva incluimos vários resumos de dissertações de mestrado. A maioria dos seus autores está fortemente empenhada em melhorar a qualidade do processo de treino desportivo e um dos caminhos mais evidentes é a procura de novos conhecimentos e competências. Serve também este boletim para reconhecer e promover esses trabalhos, de forma a que a ciência possa chegar à prática mais depressa que o normal. Contamos igualmente com as já habituais contribuições de vários investigadores e treinadores aos quais agradecemos o esforço e sentido de missão. Os Editores, Editorial LongoMatch: digital coach Foi publicado no número 1 deste boletim uma referência à utilização de software de codificação de video e às suas grandes potêncialidades para poupar tempo e esforço no processo de análise dos jogos desportivos colectivos. As disponibilidades deste tipo de ferramentas informáticas são escassas e por outro lado bem dispendiosas. Encontramos apenas uma pequena excepção de qualidade designada por LongoMatch. Esta é uma ferramenta de análise de video para treinadores e investigadores, que tem o objectivo de simplificar o processo, através de um conjunto de codificações bem intuítivo. Permite localizar, rever e editar as jogadas mais importantes dos jogos, além de as categorizar numa linha de tempo. Também se podem criar listas de códigos no sentido de construir sequências de jogadas oriundas de diferentes jogos. Como os códigos têm que ser definidos pelo utilizador, o software pode ser adaptado a qualquer jogo desportivo colectivo. É um software de utilização livre (http://longomatch.ylatuya.es/index.php). JANEIRO-MARÇO DE 2010 VOLUME 2, NÚMERO 3 PERFORMANCE DESPORTIVA Jogo de râguebi 2 Electromiografia bruços com e sem snorkel 3 Elementos de voo dos exercícios de paralelas assimétricas 4 Manutenção da força na etapa competitiva 5 Amplitude da passada/ braçada 6 Mestrados Jogos Despor- tivos Colectivos 7-9 Jaime Sampaio CIDESD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real. [email protected]

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Page 1: PERFORMANCE DESPORTIVA

Neste número:

BOLETIM TÉCNICO-CIENTÍFICO PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DO CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM DESPORTO, SAÚDE E DESENVOLVIMENTO HUMANO (ISSN 1647-3280) EDITORES - JAIME SAMPAIO; MÁRIO MARQUES; ANTÓNIO SILVA

No terceiro número do boletim Performance Desportiva incluimos vários resumos de dissertações de mestrado. A maioria dos seus autores está fortemente empenhada em melhorar a qualidade do processo de treino desportivo e um dos caminhos mais evidentes é a procura de novos conhecimentos e competências. Serve também este boletim para reconhecer e promover esses trabalhos, de forma a que a ciência possa chegar à prática mais depressa que o normal. Contamos igualmente com as já habituais contribuições de vários investigadores e treinadores aos quais agradecemos o esforço e sentido de missão.

Os Editores,

Editorial

LongoMatch: digital coach Foi publicado no número 1 deste boletim uma referência à utilização de software de

codificação de video e às suas grandes potêncialidades para poupar tempo e esforço no

processo de análise dos jogos desportivos colectivos. As disponibilidades deste tipo de

ferramentas informáticas são escassas e por outro lado bem dispendiosas. Encontramos

apenas uma pequena excepção de qualidade designada por LongoMatch. Esta é uma

ferramenta de análise de video para treinadores e investigadores, que tem o objectivo de

simplificar o processo, através de um conjunto de codificações bem intuítivo. Permite

localizar, rever e editar as jogadas mais importantes dos jogos, além de as categorizar

numa linha de tempo. Também se podem criar listas de códigos no sentido de construir

sequências de jogadas oriundas de diferentes jogos. Como os códigos têm que ser

definidos pelo utilizador, o software pode ser adaptado a qualquer jogo desportivo

colectivo. É um software de utilização livre (http://longomatch.ylatuya.es/index.php).

JANEIRO-MARÇO DE 2010 VOLUME 2, NÚMERO 3

PERFORMANCE DESPORTIVA

Jogo de râguebi 2

Electromiografia bruços com e sem snorkel

3

Elementos de voo dos exercícios de paralelas

assimétricas

4

Manutenção da força na etapa competitiva

5

Amplitude da passada/braçada

6

Mestrados Jogos Despor-tivos Colectivos

7-9

Jaime Sampaio

CIDESD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila

Real.

[email protected]

Page 2: PERFORMANCE DESPORTIVA

Nos últimos anos o râguebi

deu um salto gigante, tanto na

constituição física dos

j o g a d o r e s c om o n a

optimização dos métodos de

treino. Difícil é jogar sem um

estudo harmonizado entre os

diferentes elementos da

composição integral de um

jogador, não chega o domínio

de uma delas. O reflexo de

um investimento global em

centros de formação e alto

rendimento específico para o

d e s e n v o l v ime n t o d o s

jogadores e técnicos de

râguebi em geral, está a gerar

permanentemente os seus

frutos. Hoje, já não é possível

jogar Râguebi de XV ao mais

alto nível sem ter uma

morfologia típica e adequada

às exigências técnicas e

tácticas do jogo. Há 10 anos,

em média, um jogador centro

pesava 84,5kg quando hoje

pesa 95Kg, sendo que não se

consegue vislumbrar massa

gorda na sua constituição. O

aumento médio, em altura, de

um jogador na mesma posição

é de 4 cm (1,81m em 1999 e

hoje mede 1,85m). Nos

avançados não se encontram

segundas linhas com menos

de 1,98m e 113 Kg de peso,

nos pilares a média é de

116Kg para 1,84m. Um pack

avançado com menos de

840Kg dificilmente conseguirá

sobreviver... Estamos perante

um râguebi musculado e

altamente veloz, apoiado em

bases de treino científicas

viradas para a melhoria

constante, onde todos os

detalhes são devidamente

identificados e trabalhados. O

facto de o Râguebi ser um

jogo competitivo baseado em

princípios e valores, obriga os

praticantes a jogar sempre de

uma forma entusiástica e leal,

fazendo com que a aposta no

rendimento seja crucial. Que

caminho terá Portugal de

seguir, para conseguir

a c o m p a n h a r e s t a

transformação e estar na

vanguarda da modalidade?

Embora a nossa realidade

seja ainda diferente, nada nos

impedirá de continuar a

disputar um lugar entre os

melhores. A aplicação prática

de programas de detecção e

selecção de talentos e a

criação de academias nos

clubes, à semelhança do que

já vem acontecendo com as

equipas nacionais, permite a

t o d o s a q u e l e s q u e

ambicionam jogar a um nível

cada vez mais alto, treinar

diariamente orientados para o

aperfeiçoamento das suas

capacidades. Assim teremos

campeonatos internos cada

vez mais competitivos e

equipas nacionais em

evolução contínua para a

obtenção de resultados, que

honrem o desporto português.

A A c adem i a i n t e g r a

jogadores dos escalões de

sub.17 a sub. 20 com os

seguintes objectivos: (i)

Estimular e preparar o

aparecimento de novos

talentos da modalidade; (ii)

Apoiar os jogadores dos

clubes em desenvolvimento,

p r o p o r c i o n a n d o - l h e s

oportunidades de treino a um

nível mais elevado do que

têm acesso nos clubes; (iii)

C o n t r i b u i r p a r a o

desenvolvimento pessoal de

cada jogador, assegurando a

formação de homens aptos

para enfrentar os desafios da

vida; (iv) Contribuir para uma

evolução técnica, que permita

aos jogadores a futura

integração no CAR- Academia

da FPR; (v) Contribuir para a

formação dos treinadores dos

c l u be s d a s r e g i õ e s ,

p r o p o r c i o n a n d o a

oportunidade de trabalharem

com os técnicos nos vários

momentos ao longo do ano. O

modelo de treino assenta em

treinos de campo, posicional,

funcional, ginásio e clube. Os

jogadores passam por

módulos de formação que

e n g l o b am : p a s s e e

c om u n i c a ç ã o , d e f e s a

individual e colectiva, ruck e

contra ruck, turnover, jogo ao

pé e contra ataque, jogar a

partir de fases estáticas e

jogar dentro da defesa. Como

deveres os atletas têm de

cumprir 2 treinos semanais (2ª

e 4ª feira das 17:30 às 20:00), 2

treinos de Ginásio semanais

(3ª e 5ª feira) e representar as

Selecções Nacionais.

PÁGINA 2

PERFORMANCE DESPORTIVA

Tomaz Morais

Seleccionador Nacional de

Râguebi (FPR) tomazmorais@fpr.

Evoluir para dar resposta às necessidades actuais do jogo de Râguebi.

Luís Vaz

Equipa técnica da Seleção Nacional

de Râguebi

Departamento de Ciências do Desporto;

Exercício e Saúde da UTAD

[email protected]

Page 3: PERFORMANCE DESPORTIVA

Em N a t a ç ã o P u r a Desportiva (NPD) a utilização do snorkel (K4b2, Itália, Roma) que consiste numa válvula Aquatrainer (Cosmed, R o m a , I t á l i a ) , é frequentemente utilizada por investigadores para a análise de diversos parâmetros de cariz fisiológico e biomecânico e para aprofundar a sua v i a b i l i d a d e e confiabilidade ao nível das suas limitações mecânicas durante o nado em diversas técnicas. Como foi referido na última newsletter a importância da electromiografia(EMG) no campo da investigação desportiva e tecnológica tem vindo a ter grande impacto junto comunidade científica, desta forma o o b j e c t i v o d e s t a investigação passou por comparar o padrão médio de activação muscular em duas situações de nado na técnica de bruços, com a utilização de snorkel e sem a utilização de snorkel.

A amostra foi composta por 5 atletas pertencentes ao sexo masculino (média ± desvio padrão: idade 19 ± 3,67 anos; peso 76.1 ± 6.58 kg; altura 178 ± 0.05 cm; % massa gorda 14,68

± 1.96; IMC 24 ± 1,66), cada sujeito foi submetido a um teste de 2 x 25 m b r u ç o s á m á x ima velocidade, no 1º percurso os sujeitos realizaram o teste com a utilização do snorkel e no 2º percurso sem a utilização do mesmo. Através da utilização do sistema portátil Wireless bioPlux, e dos sensores de superfície de EMG foram analisados a actividade muscular de dois grupos musculares: Biceps Brachii (BB) and Triceps Brachii (TB) do braço direito. As rotinas d e E M G f o r a m processadas o f f l i ne utilizando o Python (versão 2.4) de forma a comparar o padrão do sinal EMG registado do BB e TB durante as duas situações de teste. Os sinais foram subamostrados para uma frequência de 200 Hz, depois filtro low-pass com uma suavização de 50 amostras e rectificado.

Para cada sujeito, músculo e situação de teste, foram determinados valores de EMG através da: média, desvio padrão, máximo e mínimo.

Os resultados deste estudo demonstraram que a activação média(EMG) do

BB e TB são mais elevados com a utilização do snorkel, mostrando assim uma maior activação durante o ciclo de nado. Os valores máximos a p r e s e n t a d o s s ã o superiores no BB tal como os valores mínimos, verificando-se em ambos os grupos musculares valores mais elevados com a utilização do snorkel.

Em suma, podemos considerar que a utilização de snorkel na técnica de bruços, provoca um a u m e n t o b a s t a n t e significativo na activação muscular ao nível dos membros superiores, o q ue pode r á e s t a r directamente relacionado com o constrangimento causado por este sistema.

Electromiografia na técnica de bruços com e sem snorkel.

“...QUE A UTILIZAÇÃO DE SNORKEL NA TÉCNICA DE BRUÇOS, PROVOCA UM AUMENTO BASTANTE SIGNIFICATIVO NA ACTIVAÇÃO MUSCULAR AO NÍVEL DOS MEMBROS SUPERIORES...”

PÁGINA 3

VOLUME 2, NÚMERO 3

Ana Conceição1

[email protected]

António Silva2,4

Hugo Louro1,4

Hugo Gamboa3

Hugo Silva3

Tiago Araújo3

Daniel Marinho4,5

1Escola Superior de Desporto de Rio Maior

2 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

3 Plux, Engenheria de Biosensores

4 CIDESD

5 Universidade da Beira Interior

Page 4: PERFORMANCE DESPORTIVA

quantidade dos elementos de voo nas Paralelas A s s i m é t r i c a s f o r am prognosticadas outras, como o aumento na sua c o m p l e x i d a d e e dificuldade, através da execução com o corpo mais estendido ou da execução de vários ligados entre si. Estas tendências têm origem numa aproximação cada vez maior aos exercícios realizados pelos homens na Barra Fixa, a qual tem acontecido em diversos o u t r o s a s p e c t o s e elementos, mas não nos “despegues” . Ou t ros resultados do referido estudo, permitiram observar que as ginastas finalistas neste aparelho continuam, s e m a l t e r a ç õ e s significativas, a apresentar apenas 1 ou dois elementos de voo, de dificuldade “D”, preferencialmente com o corpo encarpado, sem elementos de preparação e quase sem ligações directas entre eles. Razões que se relacionam com a estrutura do aparelho (duas barras), com a morfologia do corpo feminino e com o Código de Pontuação podem estar na origem desta dificuldade das mulheres evoluírem mais na dificuldade e c o m p l e x i d a d e d o s elementos de voo. Referência: Ferreirinha, J.; Carvalho, J.; Côrte-Real, C; Silva, A. (2010). Analysis of the structure and evolution trends of the flight elements in competition routines of uneven bars. Science of Gymnastics Journal, 1(2), p-p.

Uma simples observação dos resultados competitivos das ginastas portuguesas em competições internacionais permite constatar que Paralelas Assimétricas é o aparelho onde as notas das nossas ginastas mais se a fas ta das res tan tes concorrentes. Não sendo única, uma das dificuldades que este aparelho apresenta é a necessária execução de elementos de voo, com inicio e fim na mesma barra ou na transição de uma para a outra. Se nos referirmos apenas à primeira categoria, aos quais chamamos habitualmente “despegues”, as ginastas portuguesas têm apresentado dificuldade na sua aprendizagem e posterior execução em competição e, quando o c o n s e g u em , a p e n a s executam um, o mínimo exigido. Simultaneamente, tem vindo a crescer a ideia de que são necessários vários “despegues” num exercício para vencer neste aparelho. Desde há algumas décadas que tal teoria tem s i do anunc i ada po r especialistas de renome i n t e r n a c i o n a l c o m o Tourisheva ou Arkaev, entre outros. Se observarmos as quantidades de elementos de voo executados em várias competições internacionais, de acordo com os relatórios divulgados pelo Comité Técnico da Federação Internacional de Ginástica, verifica-se que, nos últimos anos, a totalidade das ginastas tem apresentado maior quantidade que em anos anteriores. Com base na análise das referidas competições realizadas no ciclo olímpico 2001-2004,

apenas 8.5% do total das ginastas part icipantes executou 1 elemento de voo, 22.0% executou 2, 35.8% apresentou 3, 24.4% 4 e 3.9% da totalidade das g inas tas executou 5 “despegues num único exercício de competição. E s t e s n úme r o s s ã o realmente concordantes c om a s t e n d ê n c i a s a n u n c i a d a s p e l o s e s p e c i a l i s t a s , c omo referimos, mas será que são sinónimo de sucesso ou vitória? Num estudo que observou a evolução de d i v e r s a s v a r i á v e i s relacionadas com os elementos de voo, entre ginastas finalistas de campeonatos do mundo e Jogos Olímpicos, verificou-se um comportamento quase antagónico, no que respeita à q u a n t i d a d e d e “despegues” apresentados pelas finalistas. Fixando-nos apenas no ciclo referido no parágrafo anterior, 2001-2004, 50.0% executou apenas 1, 37.5% 2 e apenas 12.5% das ginastas de elite introduziram 3 elementos de voo nos seus exercícios de competição. Veja-se que, enquanto 87.5% das finalistas executaram entre 1 e 2 “despegues”, apenas 30.5% do total das participantes realizaram essa quantidade. Encarando as finalistas de Campeonatos do mundo e Jogos Olímpicos, entre as quais as medalhadas, como uma referência de qualidade e sucesso na prestação, parece que não compensa a abundância de elementos de v o o n a s P a r a l e l a s . Associadas às anunciadas tendências de aumento na

Sobre o número de elementos de voo dos exercícios de Paralelas Assimétricas

“...ENTRE

GINASTAS

FINALISTAS DE

CAMPEONATOS DO

MUNDO E JOGOS

OLÍMPICOS,

VERIFICOU-SE UM

COMPORTAMENTO

QUASE

ANTAGÓNICO, NO

QUE RESPEITA À

QUANTIDADE DE

“DESPEGUES”

APRESENTADOS

PELAS FINALISTAS.

... ”

PÁGINA 4

PERFORMANCE DESPORTIVA

José Ferreirinha

CIDESD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila

Real.

[email protected]

Page 5: PERFORMANCE DESPORTIVA

Durante o período com-petitivo, as exigências do treino estão mais relacio-nadas com os aspectos técnico/tácticos do que com as demandas de força propriamente ditas, ex-cepto nas modalidades ditas de força, como por exemplo a halterofilia. Por conseguinte, o grande objectivo desta fase será manter elevados níveis de potência muscular alcan-çados previamente. Deste modo, não será tarefa fácil para o treinador construir um programa de treino para manter ou elevar (se possível) os níveis de força dos seus atletas durante a etapa competitiva, pois o tempo de treino num atleta de elite é escasso durante os períodos de alta exigência competitiva. Como consequência, não é possível perder tempo a treinar força vs. potência mais do que aquele que se considera como ne-cessário. Ou seja, há uma maior preponderância do trabalho técnico/táctico, especialmente em modali-dades colectivas. Embora os grandes volumes de treino sejam tidos como os ideais para um óptimo desenvolvimento da força, podem ser alcançados resultados semelhantes com volumes de carga não máxima, por exemplo, entre 65 a 85% do volume

previsto. Por exemplo, para se atingir aumentos consideráveis de adapta-ções neurais e conse-quentemente níveis altos de força máxima, deve manter-se a intensidade do treino, reduzindo gradualmente o volume de trabalho em cerca de 50%. Em desportistas de ele-vado nível o volume de trabalho indicado para a fase competitiva deveria ser aproximadamente de 1/3 a 1/4 daquele em-pregue durante a etapa preparatória. Em con-trapartida, em desportistas com menos anos de treino e de menor experiência competitiva, o trabalho de força poderia ser reduzido a metade para o mesmo período competitivo. Apesar da diversidade de “filosofias” metodológicas disponíveis na literatura científica, em modalidades explosivas como o Volei-bol, o Basquetebol, ou o Atletismo (velocidade, saltos e lançamentos) deve dar-se especial relevo ao trabalho de potência mus-cular. Mais, um atleta de alto nível pode necessitar apenas de uma sessão cada 10 dias, enquanto que outros, de menor nível, podem vir a ter ne-cessidade de realizar 2 ou 3 sessões semanais.

A perda de massa muscu-lar é uma das principais

responsáveis pela di-minuição de força durante a etapa competitiva. Esta redução do volume muscu-lar está muitas vezes li-gada à sobrecarga causada pela simultanei-dade de treinos técnico/tácticos, trabalho de força e competições. Há então que construir programas de força que não permitam um decréscimo na massa muscular previamente adquirida no período pre-paratório, evitando perdas nos índices de força pre-viamente alcançados. De-ste modo, a combinação de métodos que incre-mentem a massa muscu-lar/força e potência deve ser preponderante no período alargado de com-petições. Na maioria dos casos os programas desti-nados ao aumento da massa muscular precedem quase sempre aqueles que visam o desenvolvimento da potência. Contudo, con-vém relembrar que esta combinação poderá trazer interferências negativas sobre o trabalho de potên-cia, especialmente nos membros superiores.

Referência

Marques, M.C. (2004). O trabalho de força no alto rendimento desportivo: da teoria à prática. Lisboa: Livros Horizonte.

Manutenção da Força durante a etapa competitiva.

“UM ATLETA DE ALTO NÍVEL PODE NECESSITAR APENAS DE UMA SESSÃO CADA 10 DIAS, ENQUANTO QUE OUTROS, DE MENOR NÍVEL, PODEM VIR A TER NECESSIDADE DE REALIZAR 2 OU 3 SESSÕES SEMANAIS.”

PÁGINA 5

VOLUME 2, NÚMERO 3

1 Universidade da

Beira Interior,

Covilhã.

2. CIDESD

Mário Marques 1,2

[email protected]

Page 6: PERFORMANCE DESPORTIVA

Tipicamente, as formas de locomoção autónoma do Homem no meio terrestre são a marcha e a corrida. Já no meio aquático a locomoção autónoma é efectuada com recurso a uma qualquer técnica de nado. Estas habilidades locomotoras também são utilizadas em contexto competitivo, as quais tem o seu expoente máximo nas provas de corridas do Atletismo e de Natação Pura Desportiva. No domínio desportivo, o objectivo destas modalidades é percorrer a distância da prova no menor intervalo de tempo possível. Ora, sendo, quer a Natação quer o Atletismo modalidades individuais, cíclicas e fechadas, a velocidade pode ser considerada como a conjugação da distância de ciclo com a frequência gestual. A distância de ciclo (i.e., a amplitude) é a distância percorrida pelo atleta num ciclo gestual completo. A frequência gestual (i.e, a cadência) é o número de ciclos gestuais efectuados numa determinada unidade de tempo. O aumento de qualquer um destes parâmetros ou dos dois simultaneamente imprime um aumento da velocidade.

Todavia, a questão pertinente que se coloca é saber qual destes parâmetros deve ser escolhido para aumentar a velocidade. A decisão do treinador deverá ter em conta o tipo de prova para a qual está a treinar: provas de solicitação da velocidade máxima ou provas de velocidade sub-máxima. Curiosamente, a tentativa de melhoria da amplitude de ciclo poderá ser solução para ambos os casos. Senão vejamos: para a mesma velocidade o aumento da frequência gestual induz aumentos acentuados do custo energético; enquanto o aumento da distância de ciclo parece provocar uma certa estabilização ou ligeira diminuição. Adicionalmente, o problema da eficiência coloca-se ainda mais em provas de longa duração, onde as reservas energéticas armazenadas no organismo podem ser completamente deplecionadas. Em provas de menor duração (de alguns segundos até poucos minutos), por comparação, o gasto energético não é um factor tão limitador. Em suma, cada caso deve ser analisado com ponderação pois não há “receita” igual para todos os atletas. A

alteração dos factores determinantes da velocidade, nomeadamente a distância de ciclo, pode ser importante e é possível; deverá ocorrer sempre de forma progressiva, dando tempo suficiente ao atleta para ajustamento da técnica e automatização dos movimentos. Além disso, devemos ter consciência que para uma determinada velocidade cada atleta escolhe, intuitivamente, uma relação óptima entre a distância de ciclo e a frequência gestual, mediante as suas características antropométricas, biomecânicas e fisiológicas.

REFERÊNCIAS

Barbosa TM, Keskinen KL, Fernandes, RJ, Vilas-Boas JP (2008). The influence of stroke mechanics into energy cost of elite swimmers. European Journal of Applied Physiology 103: 139-149

Bragada JA, Barbosa TM (2007). Estudo da relação entre variáveis fisiológicas, biomecânicas e o rendimento de corredores portugueses de 3000 metros. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto 7: 291-298

Ao correr ou nadar deve optar-se por aumentar a amplitude da passada/braçada para atingir velocidades mais elevadas?

“A ALTERAÇÃO DOS FACTORES

DETERMINANTES DA VELOCIDADE,

NOMEADAMENTE A DISTÂNCIA DE

CICLO, PODE SER IMPORTANTE E É

POSSÍVEL; DEVERÁ OCORRER SEMPRE

DE FORMA PROGRESSIVA, DANDO TEMPO SUFICIENTE AO ATLETA PARA

AJUSTAMENTO DA TÉCNICA E

AUTOMATIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS. ”

PÁGINA 6

PERFORMANCE DESPORTIVA

Departamento

de Desporto,

I n s t i t u t o

Politécnico de

Bragança

CIDESD

Tiago Barbosa

[email protected]

José Bragada

[email protected]

Page 7: PERFORMANCE DESPORTIVA

PÁGINA 7

VOLUME 2, NÚMERO 3

Variação da frequência cardíaca, percepção subjectiva do esforço e do perfil de acções técnicas em jogos reduzidos de Futebol. Efeito do número de jogadores e da fase do jogo.

O objectivo deste estudo foi anali-sar a resposta da Frequência Cardíaca (FC), Percepção Subjec-tiva do Esforço (PSE) e o Perfil de Acções Técnicas em jogos reduzi-dos no futebol (3x3 e 4x4) em situa-ção sempre a atacar (AA), sempre a defender (DD) e o jogo normal com fase de ataque e fase de defesa (AD). Foram analisados 16 jogadores de futebol do género masculino, com uma idade média±DP de 15,75±0,45 anos; estatura 172,4±4,83 cm; peso 64,5±6,44 Kg; FC máx. 199,1±9,08 bpm e 8,06±1,98 anos de prática de Futebol. Cada situação de jogo reduzido teve a duração de 4 períodos de 4 minutos com 2 minutos de recuperação activa. Em cada jogo foi registada a FC e a PSE de cada jogador e efectuada uma filmagem para posterior avaliação das acções técnicas. Verificou-se que a intensidade do exercício, assim como a sua per-cepção,, aumentou com a di-minuição do número de jogadores. Durante os jogos reduzidos, a FC dos jogadores situou-se durante a maior parte do tempo entre os 75 e os 84,9% da FC máx. e a situação de jogo mais intensa foi a de AD. Apesar das diferenças no número de gestos técnicos realizados, a sua eficácia foi igual em todos os formatos e situações de jogo, à excepção das mudanças de di-recção e das perdas de bola. Estes resultados sugerem a utilização do formato 3x3, especialmente em situação de AD, para uma maior intensidade no treino.

Efeitos dos factores situacionais na per-formance de alto nível de equipas de Futebol.

Os objectivos deste estudo foram iden-tificar a vantagem em casa no Futebol em função da qualidade das equipas, de diferentes períodos do jogo e em função da evolução do resultado. Fo-ram analisados os 125 jogos disputados na Liga dos Campeões respeitantes à época desportiva 2008 - 2009. Para testagem do efeito da qualidade no presente trabalho, as equipas foram consideradas fortes e fracas em função da classificação UEFA e forma consti-tuídos quatro grupos de jogos ( F o r t e × F r a c a , F o r t e × F o r t e , Fraca×Fraca e Fraca×Forte). Os dados foram analisados pela Anova Factorial para medidas repetidas. Foram com-paradas as médias da variável de-pendente (Performance) em função das três variáveis independentes (Tempo, Oposição, Status). Os resultados obti-dos através da análise realizada per-mitiram identificar vantagem casa de 57%. A performance das equipas da casa dependeu muito da oposição. A vantagem casa nos jogos Forte×Forte foi de 65%, nos jogos Forte×Fraca foi de 76%, nos jogos Fraca×Fraca de 67% e por fim nos jogos Fraca×Forte de 19%. Na interacção Tempo×oponente registou-se que a maior vantagem casa nos encontros Fraca×Forte no período dos 0’ aos 15’ minutos. Na interacção d o s e f e i t o s f i x o s , o Tempo×Oponente×status, verificamos que quando o jogo está empatado não existe grande variabilidade na per-formance nos jogos Forte×Forte e Fraca×Fraca. Com a equipa da casa a vencer nos encontros Fraca×Fraca, vemos que há uma grande variabili-dade da performance nos primeiros 30’ minutos. A equipa da casa a perder, nos jogos FortexForte, encontramos o valor mais elevado da vantagem casa e esse valor é registado no período de tempo dos 0’ aos 15’ minutos.

Efeitos do local do jogo, da quali-dade das equipas e dos períodos do jogo na performance do guarda-redes de Andebol.

O objectivo do presente trabalho foi o de investigar os efeitos do local de jogo, da qualidade das equipas e dos períodos de jogo na performance dos guarda-redes de andebol. Foram utili-zadas as estatísticas oficiais da fase regular Liga ASOBAL, onde cada equipa disputou 30 jogos (15 em casa e 15 fora). As variáveis em estudo da prestação dos guarda-redes foram as seguintes: golos sofridos e remates defendi-dos para cada guarda-redes nos vários períodos de jogo. O tempo de jogo (60 minutos) foi dividido em 6 períodos de 10 minutos cada nos quais foram analisados todos os remates efectuados à baliza (concretizados e defendidos), tendo sido posteriormente elabo-rada a estatística de defesas do guarda-redes para cada um dos respectivos períodos de jogo. Os resultados obtidos indicam que os factores relacionados com a van-tagem casa influenciaram alguns aspectos da prestação do guarda-redes. Para todos os tipos de re-mates analisados verificou-se que os valores de eficácia dos guarda-redes nos jogos em casa eram superiores, tendo sido encon-tradas diferenças estatisticamente significativas para os remates de 9m. A análise das eficácias ao longo dos vários períodos de jogo permitiu identificar diferen-ças significativas entre vários períodos sendo os períodos ini-ciais aqueles que apresentam os valores mais elevados. A análise do desempenho dos guarda-redes permitirá ao treinador planificar o trabalho a desen-volver de uma forma sistemática e consistente.

Resumos de Dissertações de Mestrado

Marta Nunes marta_skating@ hotmail.com

Nuno Barbosa [email protected]

Emanuel Casimiro [email protected]

Laboratório dos Jogos Desportivos Colectivos, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Page 8: PERFORMANCE DESPORTIVA

PÁGINA 8

PERFORMANCE DESPORTIVA

Efeito do número de jogadoras na frequência das acções técnicas e na frequência cardíaca em jogos reduzidos de Basquetebol.

Os jogos reduzidos são cada vez mais utilizados pelos treinadores, para desenvolver os aspectos técnicos, tácticos e fisiológicos dos jogadores no Basquetebol. O ob-jectivo do presente trabalho, foi identificar o efeito da variação do número de jogadoras (3x3, 4x4, 5x5) nas variáveis técnicas e nas respostas fisiológicas. A amostra do estudo foi constituída por 10 jogadoras de basquetebol do es-calão de sub-16 (15.2 ± 0.75 anos). Foram realizados dois jogos, cada um com a duração de 25 minutos e foi realizado com intervalos com-postos por 4 séries (períodos) com a duração de 4 minutos (sem par-agem do cronómetro) separados por 3 minutos de recuperação ac-tiva. Foi mantida constante uma área disponível por jogadora cor-respondente a 18,75 m2. A FCmáx foi determinada pelo yo-yo inter-mitent recovery test (nível 1) e fo-ram definidas 4 zonas de intensi-dade: Zona 1 (<75% FCmáx), Zona 2 (75-84% FCmáx), Zona 3 (85-89% FCmáx) e Zona 4 (>90% FCmáx). A análise revelou diferenças nas se-guintes variáveis técnicas: passe com sucesso, lançamento de 2 sem sucesso, lançamento de 2 com sucesso e ressalto defensivo, com maior número de acções técnicas realizadas no 3x3. Já no que diz respeito aos valores da frequência cardíaca foram identificadas difer-enças entre zonas e interacção com o número de jogadoras. Foi na Zona 4 que mais tempo estiveram as jogadoras, particularmente no jogo reduzido de 3x3. Os perfis de resposta do jogo de 4x4 e 5x5 fo-ram idênticos.

Jogos reduzidos em Futebol: com-portamento técnico-táctico e varia-ção da frequência cardíaca em jogos de 3x3 e 6x6 com jogadores sub-13.

O objectivo deste estudo foi deter-minar os efeitos da utilização de diferentes Jogos Reduzidos (JR), com variação do número de jogadores e espaço de jogo, ao nível do comportamento técnico-táctico (indicadores técnico-tácticos - ITT) e da carga interna (Frequência Cardíaca - FC) de jov-ens jogadores em Futebol. Foram avaliados doze jogadores, per-tencentes a um clube de nível Dis-trital, com média (SD) de 12,3 (0,9) anos de idade, 3,0 (1,1) anos de prática, 47,2 (10,1) Kg de peso e 156 (11) cm de altura, durante a sua participação em JR de 6x6 (60x40m) e 3x3 (30x25m), durante 10 minutos. Para caracterizar o comportamento técnico-táctico foi utilizada a obser-vação de imagens captadas por uma câmara de vídeo e posterior análise com recurso a um sistema de notação manual. Para a avaliação da FC foi utilizado o Polar Team System. Na análise dos dados recor-remos aos procedimentos da es-tatística descritiva e ao teste não paramétrico de Wilcoxon. Foram encontradas diferenças estatistica-mente significativas relativamente aos ITT: tempo de posse de bola, número de intervenções no jogo, contactos na bola, passes certos, remates e golos. Relativamente à carga interna, foram encontradas diferenças estatisticamente signifi-cativas ao nível da FCméd e do tempo passado na Zona 2 (75-84% FCmáx). Os JR provocaram exigên-cias fisiológicas elevadas nos jogadores, independentemente do JR utilizado. A redução do número de jogadores e do espaço de jogo promoveu uma maior frequência dos ITT, mantendo um nível de in-tensidade do exercício idêntico.

Jogos reduzidos em Futebol: com-portamento técnico-táctico e varia-ção da frequência cardíaca em jogos de ataque e defesa, com igualdade e superioridade numérica, em jogadores sub-13.

O objectivo deste estudo foi determi-nar os efeitos da utilização de Jogos Reduzidos de Futebol (JR), em situa-ção de ataque e defesa, com igual-dade e superioridade numérica, ao nível das implicações no comporta-mento Técnico-Táctico e na variação da Frequência Cardíaca (FC). Utili-zamos 12 jogadores de um clube a competir a nível Distrital, com a média (SD) de idades de 12,3 (0,9) anos, anos de prática de 3,0 (1,1) anos, peso de 47,2 (10.1) kg e a al-tura de 156 (11) cm. Através de um sistema de notação manual foi regis-tada a frequência dos Indicadores Técnico-Tácticos e com o Polar Team System foi realizada a avaliação da FC, em situações de JR de 6x6 e 6x5 (em espaço de 60x40m), durante 10 minutos. Para análise estatística dos dados recorremos aos procedimen-tos da estatística descritiva. Utili-zamos o teste não paramétrico de Wilcoxon e o software SPSS para tratar os dados. Relativamente ao comportamento Técnico-Táctico, foram encontradas diferenças esta-tisticamente significativas entre os dois JR, nos indicadores: número de remates e número de conquistas da posse de bola. No que diz respeito à carga interna, foram encontradas diferenças estatisticamente significa-tivas ao nível da FCméd e do tempo passado na zona 3 (85-89% da FCmáx) e zona 4 (>90% da FCmáx). Os dois JR utilizados (6x6 e 6x5) so-licitaram elevadas exigências fisi-ológicas nos jovens jogadores. A superioridade numérica promoveu uma maior frequência de repetição dos indicadores Técnico-Tácticos ofensivos e aumentou o grau de in-tensidade do exercício.

Sónia Costa sonia_isabel_costa @hotmail.com

Nuno Lima

limanjc

@gmail.com

Paulo Martins paulomartins86 @gmail.com

Resumos de Dissertações de Mestrado

Laboratório dos Jogos Desportivos Colectivos, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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VOLUME 2, NÚMERO 3

Efeitos do local, período do jogo e equilibrio das equipas na perform-ance do Andebol de alto nível.

O objectivo do presente estudo foi verificar a existência da vantagem casa no Andebol, em função do equilíbrio das equipas, identificar os períodos dos jogos onde as equipas marcam mais golos em função do local do jogo e identifi-car as estatísticas dos jogos asso-ciadas ao sucesso das equipas em função do local do jogo. A amostra foi constituída por registos da es-tatística de 480 jogos pertencentes à fase regular da Liga ASOBAL (Liga de Andebol de Espanha) ref-erentes às épocas desportivas 2007/2008 e 2008/2009. As variáveis foram analisadas em fun-ção dos períodos do jogo, dividi-dos a cada 5 minutos e do equilíbrio das equipas, onde foram constituídos os JEQUI (jogos entre equipas equilibradas na classifica-ção) e os JDES (jogos entre equipas desequilibradas na classificação). A vantagem casa foi 64%, quando confrontadas as equipas de acordo com o seu equilíbrio, nos JEQUI encontrámos valores superiores (71%), enquanto que nos JDES foi apenas 55%. As equipas vencedo-ras marcaram mais golos ao longo dos períodos dos jogos comparati-vamente às equipas derrotadas. Os períodos do jogo onde se mar-caram mais golos foram entre os 25 e os 30 minutos e dos 55 aos 60 minutos, 6º e 12º parcial, respecti-vamente, com destaque para o último. Não identificámos nenhum parcial do jogo responsável pela vantagem casa. No que diz respeito à eficácia das equipas, apenas na finalização da zona dos 6 metros foram encontradas diferenças.

Variação da frequência cardíaca, per-cepção subjectiva do esforço e acções técnicas em Jogos de Andebol 4x4 e 6x6.

O objectivo deste trabalho foi identifi-car o efeito do número de jogadores (4×4 e 6×6) na percepção subjectiva do esforço, na frequência das acções técnicas, no número de ataques e no tempo dispendido nas diferentes zonas de frequência cardíaca: Zona1 (<75%FCmax), Zona 2 (74,9% - 84,9 %FCmax), Zona3 (84,9% - 89,9%FCmax) e Zona4 (+90%FCmax) em jogos de andebol. Doze jogadoras da primeira divisão nacional Portuguesa partici-param neste estudo (idade 21,0 ±3,3 anos, altura 1,65±0,1 m, massa corporal 63,0±7,8 Kg, IMC 22,0±6,8 Kg/m2, anos de prática 9,0 ±3,0 anos, e VO2max estimado de 52,6 ± 1,6 Kg.-1.min.-1). Foi possível identificar diferentes per-fis de resposta das variáveis estudadas no 4×4 e 6×6. Na Frequência Cardíaca foi possível verificar que no 4×4 e no 6×6 jogadoras estavam a maioria do tempo na Zona4. No 4×4 existe mais frequência de acções técnicas que no 6×6: mais golos, passes errados, passes certos e contra-ataques no 4×4, no 6×6 mais faltas. Não houve diferen-ças nas fintas e nos remates falhados. A forma do exercício teve influência na percepção subjectiva do esforço, ten-dendo a ser mais elevada no 4×4. O número de ataques não foi influenciado pela forma do exercício. Em suma, parece que o 4×4 e o 6×6 podem ser usados pelos treinadores para trabal-har a elevadas intensidades da %FCmax e, dependendo do objectivo do exercício (fisiológicos ou táctico-técnicos), o número de jogadoras de cada equipa é uma variável facilmente controlável e que permite um melhor direcionamento do trabalho por parte do treinador.

Caracterização da performance táctica através de variáveis posi-cionais em jogos reduzidos de jovens futebolistas.

O objectivo deste estudo é iden-tificar de que forma o comporta-mento táctico colectivo varia en-tre equipas de diferentes idades e diferentes condições de jogo reduzido. Foi analisada a posição em campo durante o jogo a jov-ens jogadores de futebol dividi-dos por três grupos de idade [sub-9 (n=10; idade=8,5±0,53), sub-11 (n=10; idade=10,4±0,52) e sub-13 (n=10; idade=12,7±0,48)], e em duas condições de jogo reduzido diferentes (GR+3x3+GR and GR+4x4+GR). Foi criada uma variável colectiva de equipa baseada na relação entre o com-primento e a largura da equipa (lpwratio), e uma variável de jogo calculada da distancia entre os centros geométricos das equipas em jogo. Os resultados mostram que a variável de equipa são in-fluenciados pela idade dos jogadores, com equipas mais no-vas a apresentar uma relação de maior comprimento e menor lar-gura na sua disposição em campo. A quantidade de variação desta variável também mostrou diminuir nos grupos de idades mais velhas, sugerindo uma mel-hor aplicação dos princípios de espaço e concentração e reflect-indo um melhor comportamento táctico colectivo. As variáveis colectivas parecem ser um instru-mento útil na compreensão das implicações tácticas de jogos re-duzidos em jovens jogadores de futebol.

Tiago Oliveira tiago.micro @gmail.com

Herlander Silva

[email protected]

Hugo Folgado hfolgado

@uevora.pt

Resumos de Dissertações de Mestrado Laboratório dos Jogos Desportivos Colectivos, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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O Boletim técnico-científico Performance Desportiva é um boletim técnico-científico que tem o ob-

jectivo de publicar material que combine os resultados provenientes do conhecimento científico

mais actual com as aplicações práticas e o conhecimento profissional. Pretende divulgar informação

e produzir conhecimento em três linhas de investigação prioritárias: 1) Determinantes genéticos,

biomecânicos e fisiologicos da performance, através do desenvolvimento de modelos descritores e

preditivos do movimento humano e a sua relação com a performance desportiva; 2) Análise da per-

formance desportiva, através da observação, tratamento e interpretação de registos de performance

desportiva estáticos e dinâmicos; 3) Análise da performance motora, através da avaliação e controlo

das performances motoras. O âmbito de aplicação destas linhas é durante ou após o processo de

treino ou competição desportivas e centra-se nos desportistas, nos treinadores e nos juízes, mascu-

linos e femininos, envolvidos no desporto de formação e no desporto de alto-rendimento.

PERFORMANCE DESPORTIVA

Doutoramento

Ciências do Desporto — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Mestrado

Jogos Desportivos Colectivos — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Avaliação nas Actividades Físicas e Desportivas — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Ciências do Desporto — Universidade da Beira Interior

Licenciatura

Ciências do Desporto. Ramos: Desportos Individuais; Jogos Desportivos Colectivos — Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Licenciatura em Desporto — Instituto Politécnico de Bragança

Cursos de Especialização Tecnológica

Treino Desportivo do Jovem Atleta — Instituto Politécnico de Bragança

Formação técnica e científica no âmbito da Performance Desportiva

Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano

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