Perispirito

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O PERÍSPIRITO Através das épocas mais remotas, as religiões e as filosofias procuraram um elemento fluídico ou semimaterial que pudesse servir de traço de união entre o corpo físico e o espírito. No Egito, índia, na china, Grécia, já acreditavam na existência de um corpo para o espírito. O perispírito não foi descoberto por Allan Kardec. Apenas deu-lhe novo nome, e omitiu maiores detalhes sobre sua anatomia e fisiologia, limitando-se a defini-lo como corpo constituído de substância vaporosa, retirado do fluido universal, capaz de resistir aos rigores da morte física, ele explica que é o laço de união entre a alma e o corpo. O corpo perispiritual é portador de todas as matrizes dos órgãos carnais, bem como participante nas funções que o corpo físico elabora. Estudar o corpo humano é estudar o perispírito e vice-versa. Quando o Espírito se encontra encarnado, os estímulos chegam a seu perispírito pelos cinco canais: visão, audição, paladar, olfato e tato. No desencarnado todos os estímulos o atinge via perispírito, de maneira generalizada. Podemos dizer que ele ouve, vê e sente por todo o perispírito, sendo este fato de fácil comprovação nas reuniões mediúnicas, quando o Espírito comunicante leva as mãos aos ouvidos para não escutar o doutrinador e a voz o alcança em sua intimidade perispiritual. Se o Espírito não tivesse perispírito, nenhuma sensação oriunda do mundo material, boa ou má, chegaria até ele, pois lhe faltaria o canal por onde essas sensações fluíssem. Perispírito representa todo o conjunto de revestimentos do Espírito, razão pela qual, perca ele todos esses envoltórios restando apenas um deles, sumamente etéreo, ainda será o perispírito. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro, o Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se visível e mesmo tangível, como sucede nos fenômenos das aparições. Comparação: O Dr. Encause, escritor neo-espiritualista, que foi médico e professor da Escola de Paris, sugere em [Alma Humana] uma engenhosa comparação, própria para a sua época, mas muito explicativa: o homem encarnado é comparado a uma carroça puxada por

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O envoltório do Espírito

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O PERÍSPIRITO

Através das épocas mais remotas, as religiões e as filosofias procuraram um elemento fluídico ou semimaterial que pudesse servir de traço de união entre o corpo físico e o espírito. No Egito, índia, na china, Grécia, já acreditavam na existência de um corpo para o espírito.

O perispírito não foi descoberto por Allan Kardec. Apenas deu-lhe novo nome, e omitiu maiores detalhes sobre sua anatomia e fisiologia, limitando-se a defini-lo como corpo constituído de substância vaporosa, retirado do fluido universal, capaz de resistir aos rigores da morte física, ele explica que é o laço de união entre a alma e o corpo.

O corpo perispiritual é portador de todas as matrizes dos órgãos carnais, bem como participante nas funções que o corpo físico elabora. Estudar o corpo humano é estudar o perispírito e vice-versa.

Quando o Espírito se encontra encarnado, os estímulos chegam a seu perispírito pelos cinco canais: visão, audição, paladar, olfato e tato.

No desencarnado todos os estímulos o atinge via perispírito, de maneira generalizada. Podemos dizer que ele ouve, vê e sente por todo o perispírito, sendo este fato de fácil comprovação nas reuniões mediúnicas, quando o Espírito comunicante leva as mãos aos ouvidos para não escutar o doutrinador e a voz o alcança em sua intimidade perispiritual.

Se o Espírito não tivesse perispírito, nenhuma sensação oriunda do mundo material, boa ou má, chegaria até ele, pois lhe faltaria o canal por onde essas sensações fluíssem.

Perispírito representa todo o conjunto de revestimentos do Espírito, razão pela qual, perca ele todos esses envoltórios restando apenas um deles, sumamente etéreo, ainda será o perispírito.

A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro, o Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, mas que pode tornar-se visível e mesmo tangível, como sucede nos fenômenos das aparições.

Comparação: O Dr. Encause, escritor neo-espiritualista, que foi médico e professor da Escola de Paris, sugere em [Alma Humana] uma engenhosa comparação, própria para a sua época, mas muito explicativa: o homem encarnado é comparado a uma carroça puxada por um animal. O carro da carroça, que por sua natureza grosseiramente material e por sua inércia, corresponde bem ao nosso corpo físico. O cavalo seria nosso perispírito, que unido por tirantes ao carro e por rédeas ao cocheiro, move todo o sistema, sem participar da resolução da direção. O cocheiro é Espírito, que dirige e orienta a direção e a velocidade. O Espírito quer, o perispírito transmite, e o corpo físico executa a ordem na matéria.

O perispírito, ou corpo fluídico do Espírito, é um dos mais importantes produtos do Fluido Cósmico Universal; é uma "condensação" desse fluido em torno de um foco inteligente.

Sabemos que o corpo físico tem o seu princípio de origem nesse mesmo fluido, condensado e transformado em matéria tangível, ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes.

Do meio onde se encontra, é que o Espírito extrai do Fluido Cósmico Universal o seu perispírito, dos fluidos do ambiente. Resulta daí que os elementos constitutivos do perispírito, naturalmente variam conforme o mundo.

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A natureza do envoltório fluídico está em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito: nos Espíritos puros será belo e etéreo; nos Espíritos infelizes materializados e grosseiros.

O perispírito não está absolutamente preso ao corpo do encarnado, irradia mais ou menos fora dele, segundo a sua pureza, com diâmetros variáveis de indivíduo para indivíduo, em cores e aspectos diferentes, constituindo a "aura do homem encarnado".

Toda a sensação que abala a massa nervosa do corpo físico desprende uma energia, uma vibração, à qual se deu muitos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica, etc. Esta energia age sobre o perispírito, para comunicar-lhe o movimento vibratório particular, segundo o território cerebral excitado, de maneira que a atenção da alma seja acordada e que se produza o fenômeno de percepção; o Espírito emite então a ordem da resposta, que, através do perispírito atinge o corpo e efetuará a manifestação material da resposta.

A vibração causada no perispírito pelo fluido nervoso ficará armazenada durante algum tempo a nível consciente, para posteriormente passar a nível inconsciente. Temos assim, no perispírito, um arquivo de todas as experiências do corpo físico, desde o momento da concepção até a desencarnação.

Durante o processo reencarnatório, à medida que o novo corpo vai se formando, a união com o perispírito ocorre molécula a molécula, célula a célula. Assim, o perispírito vai moldando o corpo físico que se forma, funcionando, segundo Emmanuel, como o "Mantenedor de união molecular que organiza as configurações típicas de cada espécie."

Outra função importante do perispírito é na mediunidade. Um Espírito só consegue se manifestar em nosso meio, através da combinação de seus fluidos perispirituais com os fluidos perispirituais do médium, que passam a formar uma espécie de "atmosfera fluídico espiritual" comum às suas individualidades, atmosfera esta que torna possível os fenômenos mediúnicos nos seus diferentes tipos.

Finalmente, vamos lembrar que o perispírito não é o repositório de lembranças e pensamentos do Espírito, como alguns companheiros por vezes dizem. O Espírito é esse repositório. Por muito tempo acreditou-se que o cérebro físico fizesse toda essa função. Após o Espiritismo e a constatação da legitimidade dos fatos ligados à mediunidade, verificou-se que o cérebro físico guarda, sim, muitas informações, mas como um espelho de acesso e porta para aquilo que é guardado no Espírito. Se o perispírito fosse o responsável por guardar a lembrança, o que ocorreria na transição dos mundos, em que deixamos um perispírito para nos envolvermos em outro?

Resumindo: as principais funções do perispírito são: • servir de veículo de união do corpo físico com o Espírito; • arquivar nas suas camadas sutis e permanentes, os conhecimentos adquiridos através de nossa evolução individual; • irradiar-se em volta do corpo físico, interpenetrando-o, constituindo um dos componentes da aura humana; • servir de molde para a formação do corpo físico;

Permitir a ocorrência dos fenômenos mediúnicos.

Muito ainda há de se descobrir sobre o corpo perispiritual, pesquisas estão sendo levadas a cabo e o próprio Espiritismo ainda deve avançar nesse campo,

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Por que será que tantos autores insistem em considerar o perispírito e não oEspírito a sede da memória? Quem recorda é o Espírito ou o perispírito?

Nas comunicações mediúnicas ele faz o intercâmbio entre o espírito desencarnado e o médium, na seguinte

ordem estabelecida conforme quadro abaixo:

1- O espírito comunicante (desencarnado) passa a mensagem ao seu perispírito.

2- O perispírito do desencarnado envia a mensagem através do pensamento para o perispírito do médium.

3- O perispírito do médium recebe a mensagem, que é enviada ao seu espírito, onde é processada, e retorna

novamente ao perispírito do médium.

4- O perispírito do médium atua nos órgãos sensoriais do corpo físico, finalizando assim todo o processo

da comunicação.

As influencias espirituais é através dos perispiritos

Hoje vamos falar um pouco sobre como as influências espirituais ocorrem. O influxo magnético exercidos por encarnados e desencarnados nos atingem os corpos sutis a cada momento. Através de determinadas freqüências vibratórias, é possível perceber o campo dessas personalidades que estão nos influenciando mediunicamente.

Essas influências têm como origem o Espírito. Elas vêm através do perispírito e esse emite ondas psicofísicas captadas por nossas “antenas mediúnicas”. O processo de seleção é, então, efetuado pelo Espírito do médium, que dá o colorido que lhe é peculiar e essa atividade é totalmente registrada pelo perispírito do médium; esse registro é acompanhado por emissões anímicas e então é trazido para o corpo físico, donde se verifica a exteriorização da comunicação.

Quando o processo se verifica, é importante saber que não estamos sozinhos nesse instante. Para o médium que está iniciando sua jornada de auxílio, muitas vezes encontra obstáculos quase intransponíveis: medo, curiosidade excessiva, falta de disciplina, pouca concentração, pouca fé. Como ele pode conseguir galgar esses degraus? Geralmente, receberá de uma casa espírita a orientação necessária, bem como a prática. Na maior parte das vezes, será colocado ao lado de médiuns que já possuam maior prática, junto a outros médiuns formando uma corrente mais forte. Durante esse período de treinamento, sua fé será reforçada, sua concentração será mais trabalhada e eventualmente conseguirá efetuar um “desligamento” de seus problemas e vida materiais. Essa concentração será capaz de facilitar as preces sinceras ao Alto. Essa ligação é a mais importante e a que mais traz potência mediúnica.

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