PERMEABILIDADE DE TEGUMENTO, CONDICIONAMENTO …§ões-Teses... · Márcio Nascimento Ferreira,...

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical PERMEABILIDADE DE TEGUMENTO, CONDICIONAMENTO OSMÓTICO E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA BRUNO DE VASCONCELOS LUCAS CUIABÁ MT 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

PERMEABILIDADE DE TEGUMENTO, CONDICIONAMENTO

OSMÓTICO E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA QUALIDADE

FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA

BRUNO DE VASCONCELOS LUCAS

CUIABÁ – MT

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

PERMEABILIDADE DE TEGUMENTO, CONDICIONAMENTO

OSMÓTICO E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA QUALIDADE

FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA

BRUNO DE VASCONCELOS LUCAS

Engenheiro Agrônomo

Orientadora: Profa. Dra. MARIA CRISTINA DE

FIGUEIREDO E ALBUQUERQUE

Co-orientador: Prof. Dr. DANIEL CASSETARI NETO

Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.

CUIABÁ – MT

2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E

ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: PERMEABILIDADE DO TEGUMENTO, CONDICIONAMENTO

OSMÓTICO E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA QUALIDADE

FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA

Autor: BRUNO DE VASCONCELOS LUCAS

Orientadora: Dra. Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque

Aprovada em 16 de maio de 2013

Comissão examinadora:

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EPÍGRAFE

"Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas

únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e

pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus

sonhos ou desistem deles."

Augusto Cury

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me guiado durante essa e

todas as etapas de minha vida.

Agradeço também aos meus pais Mauro Batista Lucas e Inez

Mendonça de Vasconcelos Lucas, por me amarem e sempre me apoiarem

em minhas decisões.

Ao meu irmão Runner de Vasconcelos Lucas, por estar sempre

pronto para me apoiar em todas as fases de minha vida.

À minha noiva Karine Filgueira Lopes, por me incentivar desde o

início desta obra e compreender minha ausência durante longos períodos.

À professora Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque, por sua

paciência e dedicação durante a orientação deste trabalho.

Ao professor Daniel Cassetari Neto, pelo apoio e incentivo durante

sua co-orientação. Aos professores Sebastião Carneiro Guimarães e

Márcio Nascimento Ferreira, pelo grande incentivo em retornar à minha vida

acadêmica.

Aos técnicos e alunos presentes no Laboratório de Sementes, em

especial: Sidnéa Fiori Caldeira, Carmen Lucia Ferreira Fava, Severino de

Paiva Sobrinho e Luana Maria de Rossi Belufi, pela convivência e amizade

ao longo deste trabalho, bem como os demais professores e funcionários do

Programa de Pós Graduação em Agricultura Tropical.

Aos alunos do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical,

em especial: Ana Paula Barbosa Lima, Cleverton Marcelino de Almeida,

Denyse Itacamby de Castro, Érica Tiemi Mine, Gilmar Nunes Torres, Pedro

Silvério Xavier Pereira, Valdeir Moraes Soares e Wininton Mendes da Silva.

À Universidade Federal de Mato Grosso, por me proporcionar

condições para o crescimento que adquiri ao longo do tempo em que estive

vinculado a esta instituição.

E a todos que colaboraram direta ou indiretamente para a realização

deste trabalho.

Muito obrigado!

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PERMEABILIDADE DE TEGUMENTO, CONDICIONAMENTO OSMÓTICO

E APLICAÇÃO DE FUNGICIDA NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE

SEMENTES DE SOJA

RESUMO – A soja é considerada atualmente uma das culturas mais

estratégicas dentro do cenário agrícola nacional, em virtude de sua grande

importância econômica. Esse é um dos principais motivos que levaram à

intensificação da adoção de novas tecnologias para sua produção, dentre

elas, o tratamento de sementes. Contudo, um resultado positivo dessa

tecnologia depende de uma série de fatores, sendo os principiais: a

permeabilidade do tegumento da semente, o produto e a dose utilizada para

o tratamento. Além disso, uma nova técnica que vem sendo estudada

recentemente, o condicionamento osmótico das sementes, também tem se

mostrado promissora para a melhoria da qualidade destas. O objetivo deste

trabalho foi avaliar a possível interação entre esses fatores sobre a melhoria

da qualidade fisiológica da semente de soja. Os experimentos foram

realizados no Laboratório de Sementes da Universidade Federal de Mato

Grosso em esquema fatorial 2 x 2 x 5, sendo duas cultivares (P98Y11 e

P98Y12) que apresentam tegumento com permeabilidade contrastante, com

e sem o condicionamento com polietileno glicol 6000, e utilizando-se cinco

doses do fungicida piraclostrobina (0, 50, 100, 150 e 200 mL por 100 kg de

sementes). As avaliações foram realizadas através dos testes de

embebição, germinação e vigor. Os resultados obtidos indicaram não haver

interação entre esses três fatores. A cultivar P98Y12 apresenta maior

permeabilidade e, consequentemente, maior valor de primeira contagem de

germinação, porém, com menores índices de vigor devido aos danos

ocasionados pela rápida absorção de água. A utilização do polietileno glicol

prejudica a germinação e o vigor das sementes. O fungicida influencia a

germinação e o vigor das sementes de soja.

Palavras-chave: Glycine max L. Merrill, PEG 6.000, tratamento de semente.

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SEED COAT PERMEABILITY, OSMOPRIMING AND FUNGICIDE

APPLICATION ON PHYSIOLOGICAL QUALITY OF SOYBEAN SEEDS

ABSTRACT – The soybean is considered one of the most strategic crops

within the Brazilian agriculture scenario, because of its importance to the

national economy. This is one of the reasons that lead to the adoption of new

technologies to its mass production, including the seed treatment. However,

a positive result of this technology depends on the combination of a series of

different factors, such as seed coat permeability, and the product and rate

used to treat the seed. Besides, a new technique that has been recently

studied, known as seed osmopriming, has also showed promising results in

soybean seeds quality enhancement. This study aimed to evaluate if there is

an interaction of these factors over the seed quality improvement. The

experiments were conducted in the Seeds Laboratory of the Mato Grosso

Federal University, in a factorial scheme 2 x 2 x 5, with two soybean varieties

(P98Y11 and P98Y12), which have contrasting seed coat permeability, with

and without osmopriming treatment with polyethylene glycol, and using five

rates of the fungicide pyraclostrobin (0, 50, 100, 150 and 200 mL per 100 kg

of seeds). The assessments were made by the imbibition, germination and

vigor tests. The results obtained indicated that there is no interaction among

these three factors. The variety P98Y12 have the most permeable seed coat,

with the highest values of germination first counting, but with the lowest vigor

indexes because of the damages caused by fast water absorption. The

polyethylene glycol hinders germination and seed vigor. The fungicide

influences the seeds germination and vigor.

Keywords: Glycine max L. Merrill, PEG 6.000, seed treatment.

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LISTA DE FIGURAS

Página

1 Curva de embebição das dez cultivares de soja (Glycine max L.

Merrill) mais cultivadas no estado de Mato Grosso. Cuiabá/MT,

2012.................................................................................................. 31

2 Curva de embebição das sementes de soja (Glycine max L.

Merrill) das cultivares P98Y11 e P98Y12. Cuiabá/MT, 2012 .......... 38

3 Curva de embebição de sementes de soja (Glycine max L. Merrill)

das cultivares P98Y11 e P98Y12, com e sem o condicionamento

com polietileno glicol (PEG 6.000). Cuiabá/MT, 2012 .................... 41

4 Curva de embebição de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill), cultivar P98Y11, com (A) e sem (B) condicionamento com

PEG 6.000 em função de diferentes doses do fungicida.

Cuiabá/MT, 2012 ............................................................................ 42

5 Curva de embebição de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill), cultivar P98Y12, com (A) e sem (B) condicionamento com

PEG 6.000 em função de diferentes doses do fungicida.

Cuiabá/MT, 2012 ............................................................................. 42

6 Velocidade de embebição (gh-1) de sementes de soja (Glycine

max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, condicionadas com

polietileno glicol (PEG 6.000) e tratadas com fungicidas, ao longo

de 12 horas de embebição em água. Cuiabá/MT, 2012 ................. 43

7 Primeira contagem do teste de germinação realizada aos quatro

dias após a semeadura de duas cultivares de soja (Glycine max L.

Merrill), P98Y11 e P98Y12, submetidas ou não ao

condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.000), tratadas com

diferentes doses de fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1

sementes). Cuiabá/MT, 2012 .......................................................... 47

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LISTA DE TABELAS

Página

1 Tratamentos utilizados em sementes de soja (Glycine max L.

Merrill) das cultivares P98Y11 e P98Y12 com e sem o

condicionamento osmótico com polietileno glicol 6.000 e diferentes

doses do fungicida. Cuiabá/MT, 2012 .............................................. 33

2 Teor de água (%) e massa de mil sementes (g) de sementes de

soja (Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12,

submetidas ao condicionamento osmótico com polietileno glicol

(PEG 6.000) e tratadas com fungicida. Cuiabá/MT, 2012 ................ 39

3 Velocidade de embebição em água (gh-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função

da interação dos fatores condicionamento osmótico e doses do

fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes).

Cuiabá/MT, 2012............................................................................... 44

4 Porcentagem de sementes de soja (Glycine max L. Merrill),

cultivares P98Y11 e P98Y12, germinadas na primeira contagem

do teste de germinação (PCG), realizada aos quatro dias após a

semeadura. Cuiabá/MT, 2012 .......................................................... 44

5 Porcentagem de sementes de soja (Glycine max L. Merrill)

germinadas na primeira contagem do teste de germinação

(%PCG), realizada aos quatro dias após a semeadura em função

da interação entre os fatores condicionamento osmótico (com e

sem PEG 6.000) e doses do fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL

100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.............................................. 45

6 Porcentagem final de germinação (%G) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, aos oito dias

após a semeadura, em função do condicionamento osmótico.

Cuiabá/MT, 2012 .............................................................................. 48

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7 Porcentagem final de germinação (%G) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) aos oito dias após a semeadura em função

da interação entre os fatores cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses

de fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL. 100 kg-1 sementes).

Cuiabá/MT, 2012.............................................................................. 49

8 Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12. Cuiabá/MT,

2012 .................................................................................................. 51

9 Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função

do condicionamento osmótico. Cuiabá/MT, 2012 ........................... 51

10 Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores

condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.000) e doses do

fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes).

Cuiabá/MT, 2012............................................................................... 52

11 Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores

cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses de fungicida (0, 50, 100, 150

e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.............................. 53

12 Condutividade elétrica (CE) de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função da cultivar.

Cuiabá/MT, 2012 .............................................................................. 54

13 Condutividade elétrica (CE) de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função do

condicionamento osmótico. Cuiabá/MT, 2012 ................................ 54

14 Condutividade elétrica (µmhos cm-1 g-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores

condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.000) e cultivar de

soja (P98Y11 e P98Y12). Cuiabá/MT, 2012 .................................... 55

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15 Condutividade elétrica (µmhos cm-1 g-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores

cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses de fungicida1 (0, 50, 100, 150

e 200 mL. 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012............................. 56

16 Condutividade elétrica (µmhos cm-1 g-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores

condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.0001) e doses do

fungicida2 (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes).

Cuiabá/MT, 2012 .............................................................................. 56

17 Porcentagem de germinação de sementes de soja submetidas ao

teste de envelhecimento acelerado (%EA) em função da interação

entre os fatores condicionamento osmótico (com e sem PEG

6.0001) e cultivares de soja (Glycine max L. Merrill), P98Y11 e

P98Y12. Cuiabá/MT, 2012................................................................ 58

18 Porcentagem de germinação de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill) submetidas ao teste de envelhecimento acelerado (%EA)

em função da interação entre os fatores cultivar (P98Y11 e

P98Y12) e doses do fungicida1 (0, 50, 100, 150 e 200 mL. 100 kg-1

sementes). Cuiabá/MT, 2012............................................................ 59

19 Porcentagem de germinação de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill) submetidas ao teste de envelhecimento acelerado (%EA)

em função da interação entre os fatores condicionamento

osmótico (com e sem PEG 6.0001) e doses do fungicida2 (0, 50,

100, 150 e 200 mL. 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.............. 60

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SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 14

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................ 16

2.1 Germinação de Sementes ................................................................ 16

2.2 Tegumento de Sementes de Soja ...................................................... 18

2.3 Permeabilidade do Tegumento .......................................................... 20

2.4 Condicionamento de Sementes ......................................................... 23

2.5 Tratamento de Sementes com Produtos Fitossanitários ................. 27

3 MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 30

3.1 Local e Período de Condução dos Trabalhos ................................... 30

3.2 Tratamentos Utilizados ...................................................................... 30

3.3 Determinação da Massa de Mil Sementes e Teor Inicial de Água..... 34

3.4 Teste de Embebição .......................................................................... 34

3.5 Teste de Germinação ......................................................................... 35

3.6 Teste de Vigor .................................................................................... 36

3.7 Análise Estatística .............................................................................. 37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................... 38

4.1 Curvas de Velocidade de Embebição ................................................ 38

4.2 Primeira Contagem de Germinação (PCG) ....................................... 44

4.3 Porcentagem Final de Germinação (%G) ......................................... 47

4.4 Índice de Velocidade de Germinação (IVG) ...................................... 50

4.5 Condutividade Elétrica (CE)................................................................ 53

4.6 Envelhecimento Acelerado (EA) ........................................................ 57

5 CONCLUSÕES ..................................................................................... 61

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 62

7 APÊNDICE ........................................................................................... 81

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1 INTRODUÇÃO

A cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) é, sem dúvida, uma das

mais importantes para a agricultura brasileira, ocupando uma área de

aproximadamente 27 milhões de hectares, com produção próxima a 81

milhões de toneladas (Conab, 2013). É também uma das culturas que

recebem os maiores investimentos em termos de tecnologia, de forma a

aumentar seu potencial produtivo. Todo esse potencial é transmitido a cada

geração através da semente, estrutura de reprodução de grande importância

para o sucesso da cultura no campo.

Nesse sentido, a qualidade fisiológica das sementes a serem

utilizadas no campo deve ser sempre levada em consideração. Essa

qualidade reflete o valor global de um lote de sementes para atender o

principal objetivo de sua utilização – ou seja, o estabelecimento do estande –

e influencia diretamente o sucesso da cultura no campo, contribuindo

significativamente para obtenção de altas produtividades, principalmente em

situações adversas ao desenvolvimento da planta, como deficiência hídrica.

Os atributos sanitários e fisiológicos, que são fatores influenciadores

da qualidade fisiológica (Marcos Filho, 1999), podem ser melhorados pelo

tratamento de sementes com fungicidas e/ou inseticidas, que possuem ação

sobre a fisiologia da semente, como é o caso do inseticida tiametoxam, e

dos fungicidas do grupo das estrobilurinas.

Os efeitos do tratamento de sementes sobre a fisiologia da mesma

dependem de uma série de fatores inerentes a ela, aos veículos utilizados

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para sua aplicação e aos próprios produtos utilizados para o tratamento.

Dentre as características da própria semente, o principal fator influenciador

do tratamento é a permeabilidade do tegumento, a qual varia principalmente

em função da composição de lignina das camadas dessa estrutura.

De modo geral, sementes mais permeáveis absorvem água mais

rapidamente e, por isso, tendem a absorver maiores quantidades de

produtos fitossanitários presentes na solução do tratamento. Nesse sentido,

o condicionamento osmótico da semente pode ser de grande valia, por

permitir um “reparo” fisiológico na semente ao evitar rupturas de membranas

ocasionadas pela rápida entrada da solução, melhorando o vigor e a

germinação dessas.

Os solventes utilizados no processo de tratamento de sementes têm

contribuído para infundir o fungicida no interior da semente, aumentando sua

germinação e vigor. Uma técnica utilizada para melhorar a permeabilidade e

o vigor das sementes é o seu condicionamento fisiológico.

O produto utilizado para o tratamento de sementes também é um fator

fundamental para o aumento da qualidade fisiológica e sanitária da semente.

Atualmente, existem moléculas inseticidas e fungicidas que, além de

controlarem pragas e patógenos específicos presentes nas sementes e no

solo, também contribuem para a melhoria de diversas atividades metabólicas

no interior da planta originada a partir da semente tratada.

Uma nova opção para se tentar melhorar a qualidade fisiológica da

semente é a utilização de osmocondicionadores como agentes para infundir

o fungicida para seu interior, uma vez, que tanto o condicionador osmótico

(como o PEG) quanto os fungicidas do grupo das estrobilurinas, são

capazes de melhorar a qualidade fisiológica das mesmas.

Assim, o objetivo foi avaliar se há uma interação entre a

permeabilidade tegumentar, o tratamento de sementes com fungicidas e a

utilização do condicionamento osmótico da semente sobre a germinação e o

vigor de sementes de soja.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Germinação de Sementes

O processo germinativo de sementes ortodoxas se inicia a partir da

absorção de água pelas mesmas, e pode ser considerado um processo

físico e bioquímico complexo, visto que é influenciado por diversos fatores

externos e inerentes à própria semente (Cavariani et al., 2009). Segundo

esses mesmos autores, do ponto de vista puramente fisiológico, a

germinação compreende quatro fases: a) embebição de água; b)

alongamento das células; c) divisão celular; d) diferenciação das células em

tecidos.

Por isso fica claro que, apesar da complexidade, toda a germinação

depende da água para sua ocorrência, já que esse elemento assume grande

importância nas reações físicas e bioquímicas que ocorrem durante o

processo. Este se inicia com uma rápida absorção de água pelos

biocolóides, ocorrendo a embebição de todos os tecidos e uma expansão do

tegumento envolvente. A força inicial de embebição por parte da semente

seca pode ser bastante grande (50,65 a 101,30 MPa), e envolve uma união

de água às moléculas orgânicas (Carvalho e Nakagawa, 2010). Com o

progresso da hidratação das células, a força osmótica passa a atuar, e a

força de absorção torna-se um pouco menor (Meyer et al., 2007).

Devido à grande importância, vários autores têm estudado a absorção

de água no processo germinativo. Estudos mais clássicos, apresentados por

Bewley e Black (1994), demonstraram que a absorção de água pelas

sementes ocorre em três fases distintas durante o início da germinação,

modelo denominado de padrão trifásico da germinação.

A primeira fase do processo, denominada de embebição, é um

processo físico (não associado ao vigor da semente), que é determinado por

três fatores principais: composição química e estrutural da semente;

características do tecido que reveste a semente (tegumento); e

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disponibilidade de água no estado líquido ou gasoso do microambiente

(Studdert et al., 1994).

Nessa etapa, o processo de embebição é dirigido primariamente por

um potencial matricial estabelecido entre a semente e o substrato externo,

não dependendo do estado fisiológico da semente (Souza e Marcos Filho,

2001). Os principais componentes químicos das sementes responsáveis

pela embebição nessa fase são as proteínas e, em menor intensidade, a

celulose e as substâncias pécticas; o amido e os lipídeos apresentam

interferência reduzida nesse processo (Mayer e Poljakoff-Mayber, 1989;

Rocha et al., 1990).

A velocidade com que a água é absorvida pela semente depende da

espécie, permeabilidade do tegumento, disponibilidade de água,

temperatura, pressão hidrostática, área de contato semente/água, forças

intermoleculares, composição química e condições fisiológicas da semente

(Popinigis, 1985). Contudo, apesar da velocidade de embebição ser afetada

quando as condições de ambiente variam, a quantidade máxima de água

absorvida nessa etapa não se altera, pois esse máximo é uma propriedade

dos colóides hidrofílicos da semente, condicionada pela maturação e/ou pelo

armazenamento (Bewley e Black, 1994; Costa et al., 2002; Ferreira e

Borghetti, 2004; Marcos Filho, 2005).

Na segunda fase, ocorre uma redução acentuada na absorção de

água e na intensidade de respiração. A quantidade de água absorvida é

proporcional ao tempo e está ligada ao metabolismo da semente em

processo de germinação, sendo suprimida quando o metabolismo

respiratório é suspenso (Popinigis, 1985). Nesta fase, as substâncias

desdobradas no tecido de reserva na fase anterior são transportadas

ativamente para o tecido meristemático, apesar do eixo embrionário ainda

não conseguir crescer. Esta fase, em sementes de soja, pode durar cerca de

8 a 10 vezes mais tempo do que a fase I (Costa et al., 2002).

Por fim, a terceira fase de hidratação é marcada por uma rápida

absorção de água, durante a qual ocorre o reinício do crescimento do

embrião e alongamento da radícula (Costa et al., 2002). Nesta fase, ocorre

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também uma atividade respiratória significativa, atribuída principalmente à

facilidade de acesso ao oxigênio, graças à ruptura do tegumento e, também,

à pressão exercida durante o aumento do volume da semente (embebição) e

da elongação do eixo embrionário (Bewley e Black, 1994).

No caso de sementes de soja, esse padrão trifásico de embebição é

observado em vários trabalhos na literatura, como Rossetto et al. (1997), em

que os autores analisaram a marcha de absorção de água sob diferentes

tensões, até o período de 42 horas, quando então se observou a emissão da

raiz primária. Estes mesmos autores delimitaram o final da primeira fase de

embebição após um período de aproximadamente 12 horas, com as

sementes atingindo teores de água entre 40 e 45%.

Contudo, para que esse padrão seja observado, o tempo de avaliação

do teste de embebição deve ser superior a 42 horas (Rosseto et al., 1997),

visto que, em intervalos menores, não é possível distinguir as fases de

embebição de água pela semente. Por esse motivo, vários trabalhos citados

na literatura mostram padrões lineares ou quadráticos de absorção de água

em testes de embebição realizados por até 24 horas em sementes de

diferentes cultivares de soja (Costa et al., 2002; Rodrigues et al., 2006;

Santos et al., 2007).

2.2 Formação e Composição do Tegumento de Sementes de Soja

Quanto à sua origem, o tegumento da semente é proveniente dos

integumentos do óvulo: o integumento externo, ou primina, origina a testa;

enquanto o integumento interno, ou secundina, origina o tégmen (Menezes

et al., 2009). Em um corte transversal da testa de uma semente de soja,

podem ser distinguidas quatro camadas a partir da superfície: camada

cuticular cerosa, epiderme (células paliçádicas ou macroesclerídeos),

hipoderme (células em ampulheta ou células pilares ou osteoesclerídeos) e

células parenquimatosas (Swanson et al., 1985; Souza e Marcos Filho,

2001; Shao et al., 2007).

A camada cuticular cerosa em sementes de soja é formada,

provavelmente, por duas camadas de cera, sendo uma mais estável e outra

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mais flexível de acordo com o ambiente (Ragus, 1987). Já a camada de

células paliçádicas (epiderme) forma uma segunda proteção, envolvendo

toda a semente, com exceção do hilo, onde aparece uma segunda camada

paliçádica. A camada abaixo da epiderme, a hipoderme, é uma camada

unicelular, sendo formada por osteoesclerídeos caracterizados pela forma da

letra maiúscula “I”, com parede celular de espessura desuniforme,

constituindo uma camada de suporte com considerável espaço intercelular

(Shao et al., 2007). Por fim, a camada mais interna do tegumento é formada

por tecido pluricelular (seis a oito camadas de células parenquimatosas),

alcançando espessura de 40 a 60 mícrons (Shao et al., 2007).

O fluxo de assimilados da raiz para a parte aérea é um dos principais

controladores do desenvolvimento do tegumento da semente no que diz

respeito à sua espessura e permeabilidade, visto que as raízes suprem o

caule e a parte aérea com minerais e citocinina via xilema, influenciando o

desenvolvimento da vagem e controlando a maturação do tegumento da

semente (Nooden et al., 1985). Segundo esses mesmos autores, estresses

ambientais, como a seca, podem reduzir a assimilação de nutrientes pela

raiz, reduzindo a produção de citocinina e, com isso, diminuem o fluxo de

nutrientes minerais e citocinina para o caule e parte aérea, culminando na

formação de sementes com grande atraso de germinação.

Todos os problemas que podem comprometer a qualidade fisiológica

das sementes estão relacionados às características do seu tegumento, o

qual, dentre outras funções, tem o papel de: preservar a integridade das

partes da semente; proteger o embrião contra injúrias mecânicas e ataque

de pragas e doenças; e regular as trocas gasosas e hídricas entre o embrião

e o meio externo (Souza e Marcos Filho, 2001; Silva, 2003). Apesar das

propriedades do tegumento da semente de soja já terem sido motivo de

estudo para inúmeros pesquisadores (Miller et al., 1999; Souza e Marcos

Filho, 2001; Ma et al., 2004), e sua estrutura básica já ser notadamente

estudada e conhecida, ainda não se comprovou quais são as características

do tegumento que estão realmente relacionadas à permeabilidade (Mertz et

al., 2009a).

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Como a degradação das membranas celulares se constitui no

primeiro evento do processo de deterioração das sementes (Marcos Filho,

2005), testes que avaliam a integridade das membranas, como o teste de

condutividade elétrica, seriam, teoricamente, os mais sensíveis para estimar

o vigor das sementes. Isso ficou claro em pesquisa de Gris et al. (2010), em

que este teste se destacou ao detectar diferenças de viabilidade e vigor de

sementes entre épocas de colheita em 70% das cultivares avaliadas.

Um ponto importante a se considerar é que os valores de

condutividade elétrica observados nessa pesquisa se situaram entre 77,01 e

98,15 µS cm-1 g-1 para a época de colheita R7, 82,42 e 99,11 µS cm-1 g-1

para a época de colheita R8, e 94,76 e 152,70 µS cm-1 g-1 para os 20 dias

após R8, ou seja, à medida que se retardou a colheita, aumentou a

quantidade de lixiviados liberados pelas sementes (Gris et al., 2010). Aguero

(1995) verificou que, para sementes de soja, sob pequenas limitações para a

germinação, a condutividade elétrica não pode ser superior a 90 µS cm-1 g-1,

sendo que os valores padrões de condutividade, segundo Vieira e

Krzyzanowski (1999), devem ser de 70 a 80 µS cm-1 g-1, para lotes de

sementes de soja considerados de alto vigor.

2.3 Permeabilidade do Tegumento de Sementes de Soja

Vários estudos clássicos demonstraram que sementes de soja com

tegumento permeável apresentam maior taxa de danos mecânicos e são

mais sensíveis às adversidades climáticas e à deterioração por umidade ou

ataque de pragas e patógenos (França-Neto e Potts, 1979; Vieira et al.,

1987; França-Neto et al., 2000). As membranas celulares possuem dois

estados principais, um mais fluido (ou “cristalino líquido”) e outro menos

fluido (ou “gel”), permanecendo organizadas na fase “cristalino líquido”. Em

uma condição de estresse hídrico, ou seja, quando as sementes estão

secas, as membranas passam para o estado “gel” e, portanto, não

conseguem realizar a função de barreira eficiente para conter a liberação de

solutos. Quando as sementes são expostas à embebição rápida, a água

penetra antes que a membrana possa ser revertida para a fase “cristalina

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líquida”, ocorrendo danos às células; assim a transição entre essas duas

fases na configuração da membrana constitui causa fundamental das

possíveis injúrias durante a embebição de sementes (Alpert e Oliver, 2002).

Além disso, sementes de soja com teor de água inferior a 16,7%

(base úmida) apresentam conformação hexagonal dos fosfolipídeos que

compõem as membranas, o que permite a perda indiscriminada de

substâncias do interior das células, sendo que, com a redução da velocidade

de hidratação, há possibilidade de reorganização metabólica a nível celular

(Luzzatt e Hudson, 1962; Simon e Mills, 1983). Assim, diminuindo-se a

velocidade de hidratação, evitam-se danos provocados pela embebição

rápida, pois ocorre o reparo metabólico dos componentes celulares e do

plasma citoplasmático, evitando-se a perda de exsudatos (Tilden e West,

1985).

Souza e Marcos Filho (1983) observaram que o vigor e a viabilidade

de sementes de soja correlacionaram-se negativamente com a quantidade

de água absorvida, ou seja, com o aumento da permeabilidade. Assim, essa

estrutura da semente – a membrana – apresenta grande importância para a

manutenção da qualidade fisiológica, além de ser o principal modulador

entre as estruturas internas da semente e o meio externo, sendo que um dos

fatores que mais interferem nessa questão é a permeabilidade. O fato da

perda de qualidade das sementes no campo ser um fator frequente,

especialmente nas regiões tropicais, tem motivado pesquisadores a enfatizar

a possibilidade do uso da semente de tegumento com determinado grau de

impermeabilidade (Gris et al., 2010).

A variação no conteúdo de lignina da semente tem sido considerada

um fator de grande importância na diferenciação da permeabilidade de

sementes à penetração de água, já que a alta lignificação do tegumento

torna difícil o processo de absorção de água e a perda de substâncias que

podem ser lixiviadas da semente (Alvarez, 1997; Panobianco et al., 1999;

Costa et al., 2002). Nesse sentido, quanto maior o teor de lignina no

tegumento da semente, maior a tolerância aos danos mecânicos e à

deterioração no campo (Alvarez, 1997).

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Além disso, os danos provocados pela rápida embebição de água em

sementes permeáveis (com baixo teor de lignina) podem constituir causa

adicional à redução da emergência de plântulas, visto que a velocidade de

reorganização das membranas durante a embebição de água reflete no vigor

das sementes (Tilden e West, 1985).

Cultivares de soja com sementes de coloração preta apresentam

maior espessura e quantidade de lignina em seus tegumentos (Horlings et

al., 1991; França Neto et al., 1999; Santos et al., 2007). Segundo França

Neto et al. (1999), linhagens de soja com sementes de tegumento de

coloração escura apresentam quantidades de lignina na ordem de 12,18%,

ao passo que em linhagens com tegumento amarelo este teor é de apenas

4,75%, em média.

Contudo, apenas a coloração da semente não pode ser considerada

um fator para se diferenciar sementes permeáveis de sementes

semipermeáveis, visto que também foi observada diferenciação na

espessura e teor de lignina entre cultivares de soja de sementes de mesma

coloração (Peske e Pereira, 1983). Cultivares de soja geneticamente

modificada que possuem o gene RR possuem teores de lignina superiores

aos encontrados em cultivares convencionais (Gris et al., 2010).

Por isso, há uma crescente necessidade para se encontrar

metodologias que permitam analisar a permeabilidade do tegumento. Uma

das metodologias que vem sendo bastante utilizada é a condutividade

elétrica. Diferenças na condutividade elétrica entre cultivares de soja podem

ser relacionadas a variações no conteúdo de lignina presente no tegumento

das sementes (Alvarez, 1994; Panobianco et al., 1999; Costa et al., 2002) e,

por isso, este pode ser considerado um dos melhores parâmetros para se

observar nos trabalhos de melhoramento a fim de se garantir a produção de

sementes de alta qualidade (Krzyzanowski et al., 2007).

Assim, fica evidente que a utilização de testes simples como o de

condutividade elétrica podem gerar informações úteis aos programas de

melhoramento genético que visam a busca de materiais cujas sementes

apresentem tegumentos semipermeáveis, que é uma característica bastante

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interessante para materiais cultivados em regiões tropicais (França-Neto et

al., 2000), os quais devem apresentar teores de lignina superiores a 5% para

garantir maior resistência a danos mecânicos e danos causados pela

embebição rápida de água (Alvarez, 1997). Isso porque, apesar de existirem

outros métodos para diferenciação de cultivares quanto ao teor de lignina no

tegumento, estes envolvem utilização de engenharia genética e marcadores

moleculares (Henning et al., 2009; Mertz et al., 2009b; Dellagostini et al.,

2011), que são mais onerosos e necessitam de maiores recursos

financeiros.

2.4 Condicionamento de Sementes

O condicionamento de sementes é uma prática antiga, já utilizada

pelos gregos na Antiguidade (Sivasubramaniam et al., 2011). Segundo

Evanari (1984), Teofrastus já recomendava o tratamento de sementes de

pepino em leite ou água para melhorar sua germinação e vigor nos anos

372-287 a.C. Heydecker et al. (1973) utilizaram com sucesso o

condicionamento de sementes de soja para melhorar sua germinação e

emergência em situações de estresse.

Essa técnica é utilizada para a embebição de sementes, permitindo a

ativação dos processos metabólicos da germinação sem que ocorra a

emissão da raiz primária (Heydecker et al., 1973; Kaur et al., 2002; Giri e

Schilinger, 2003; Ashraf e Foolad, 2005). Segundo Taylor et al. (1998), em

função do tipo de embebição realizada, essa técnica pode ser denominada

de hidrocondicionamento (condicionamento hídrico) ou

osmocondicionamento (condicionamento osmótico).

Quando a embebição é feita de forma não controlada, esta é

denominada de hidrocondicionamento, uma vez que o único material

utilizado é a água (Sivasubramaniam et al., 2011). Porém, quando a

embebição é feita de maneira controlada, em algum tipo de matriz osmótica,

como o polietileno glicol (PEG), ela é denominada de osmocondicionamento.

No caso do condicionamento hídrico, como a água é um elemento

barato e abundante, sua utilização é de fácil acesso. Pelo fato dos tecidos da

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semente terem certa afinidade com a água, eles se hidratam e desidratam

facilmente, respondendo prontamente a esses fenômenos, a não ser que

haja algum tipo de dormência em condições ótimas de germinação (Subedi e

Ma, 2005).

Por outro lado, o condicionamento osmótico das sementes, utilizando

métodos que incluem condicionamento em soluções osmóticas de açúcares

(como o PEG) ou sais (Kaur et al., 2002), conseguem controlar a entrada de

água para o interior da semente, de maneira que esta consiga ser embebida

de forma mais suave.

Nessa técnica, considerada atualmente como a técnica padrão para

condicionamento de sementes (Sivasubramaniam et al., 2011), as sementes

são colocadas em contato com uma solução aquosa, osmoticamente ativa

com baixo potencial osmótico, iniciando a embebição com água até o

momento em que ocorre o equilíbrio entre o potencial hídrico da semente e o

potencial hídrico da solução (Nunes et al., 2004). Após essa embebição, as

sementes são lavadas e aeradas. Este equilíbrio na hidratação das

sementes acontece em um nível que reduz a velocidade de hidratação da

semente e permite atividades metabólicas pré-germinativas, mas impede o

alongamento celular e a emergência da radícula (Heydecker et al., 1975).

As membranas celulares desempenham um papel importante na

compartimentalização dos componentes celulares, podendo a sua ruptura

promover diversas alterações metabólicas nas sementes. Com o

condicionamento osmótico, as alterações na estrutura das membranas

podem ser suavizadas, em graus variados (Heydecker et al., 1975).

O componente osmótico reduz a taxa e a quantidade de água

absorvida, e a semente hidrata-se lentamente, o que não só permite maior

tempo para a reparação ou reorganização das membranas, como também

possibilita que os tecidos se desenvolvam de forma mais ordenada e, ainda,

reduz a incidência de injúrias ao embrião, provocadas pela rápida absorção

(Nunes et al., 2004). Por esse motivo, a técnica de condicionamento

osmótico é também referenciada como uma técnica de “reparo” da estrutura

das membranas celulares (Heydecker et al., 1975).

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Jyotsna e Srivastava (1998) verificaram alta eficiência do

condicionamento de sementes na metabolização de componentes como

proteínas, aminoácidos livres e açúcares solúveis presentes no tecido de

reserva das sementes. Além disso, estudos mais recentes demonstraram

efeitos do osmocondicionamento também nas rotas metabólicas de enzimas

e proteínas durante a germinação, como o de Kaur et al. (2005), que

demonstraram aumento na velocidade e uniformidade de emergência de

sementes de soja devido a alterações na produção de enzimas do

metabolismo da sacarose.

Basra et al. (2005) observaram aumento na velocidade de produção

de metabólitos da germinação como amilases, e Varier et al. (2010)

verificaram que algumas proteínas são sintetizadas somente durante o

condicionamento e não durante a germinação, e que a degradação de

alguns produtos dos órgãos de reserva da semente (como globulinas e

cruciferina) é detectada somente no processo de condicionamento.

Sementes osmocondicionadas apresentam menor peroxidação de lipídios e

maior atividade das enzimas superóxido desmutase (SOD) e catalase (CAT)

(Evangelina et al., 2011).

Esses efeitos variam entre diferentes espécies e elementos osmóticos

utilizados. Foti et al. (2008) reportaram que o condicionamento osmótico

utilizando sulfato de cobre a 0,1% foi o melhor tratamento para

condicionamento de sementes de milho. Por outro lado, Lee et al. (1998)

concluíram que o condicionamento em solução de PEG a 0,6 MPa durante

quatro dias foi o melhor tratamento para sementes de arroz. Esse mesmo

condicionador osmótico (PEG) também se mostrou o mais eficaz para

melhoria das condições de germinação de sementes e emergência de

plântulas de soja quando utilizado a -1,2 MPa durante 12 horas (Sadeghi et

al., 2011).

O aumento do poder germinativo e do vigor das sementes; a redução

do vazamento de solutos e das injúrias que seriam provocadas por uma

embebição rápida; a superação de dormência; e, ainda, a tolerância ao

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estresse são algumas das alterações fisiológicas decorrentes do tratamento

com pré-embebição ou condicionamento fisiológico (Khan et al., 1992).

Assim, dentre os benefícios promovidos por esse tratamento,

destacam-se a rapidez e a uniformidade na emergência de plântulas (Basra

et al., 2003; Basra et al., 2005; Kaur et al., 2005; Marcos Filho e Kikuti, 2008;

Lima e Marcos Filho, 2010) e a tolerância das sementes a condições

ambientais menos favoráveis (Lin e Sung, 2001; Nascimento, 2005;

Nascimento e Lima, 2008; Moradi e Younnesi, 2009; Pereira et al., 2009).

Um dos exemplos desses efeitos é a germinação de sementes em

temperaturas subótimas, como foi o caso de sementes de pepino (Lima e

Marcos Filho, 2010). Esses autores conseguiram boa germinação em

temperaturas de até 15 oC. Na cultura da soja, esses efeitos benéficos são

de grande importância, permitindo um estabelecimento mais rápido e

uniforme da cultura no campo, garantido, inclusive, melhores condições de

competição com plantas daninhas, pragas e doenças e, com isso, maior

produtividade (Nunes et al., 2002).

Dentre os diversos tipos de condicionadores osmóticos já descritos na

literatura (sulfato de cobre, sulfato de zinco, cloreto de cálcio, cloreto de

sódio, nitrato de potássio, entre outros), o polietileno glicol (PEG) – um

açúcar de cadeia longa, que apresenta elevado peso molecular e alta

solubilidade em água – apresenta-se como o mais utilizado, sendo

considerado atualmente como um padrão para o condicionamento de

sementes de várias espécies (Lee et al., 1998; Ruan et al., 2002; Foti et al.,

2008; Moradi e Younnesi, 2009; Sadeghi et al., 2011). Um dos motivos por

ser tão utilizado é o fato de ser atóxico para a semente, já que, em virtude de

seu elevado peso molecular, não consegue penetrá-la junto com a água no

momento da embebição (Hasegawa et al., 1984).

Uma das desvantagens do condicionamento osmótico é que seus

efeitos são influenciados por muitas variáveis, como o método para o

condicionamento, o período e a temperatura durante o tratamento, espécie e

cultivar, potencial fisiológico inicial do lote utilizado, concentração da solução

(potencial osmótico da solução), de forma que não há um procedimento

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único para o condicionamento de sementes de diferentes espécies

(Heydecker et al., 1975; Welbaum et al., 1998; Varier et al., 2010).

Outros componentes que também podem interferir no processo de

condicionamento são: vigor inicial do lote de sementes (Brocklehurst e

Dearman, 1983), oxigenação durante o processo (Bujalski et al., 1991), e

lavagem das sementes após o condicionamento osmótico (Dearman et al.,

1986). Assim, conseguir gerenciar essas variáveis demanda uma série de

trabalhos específicos por espécie vegetal em condições determinadas.

Além disso, o condicionamento osmótico, sobretudo com PEG, exige

grande quantidade do elemento osmótico. Assim, um grande volume de

PEG deve ser disponibilizado e transportado, onerando o tratamento das

sementes (Rowse, 1996). Este mesmo elemento também oferece um

ambiente propício ao desenvolvimento de microrganismos que podem ser

fitopatogênicos devido à baixa aeração da solução (Parera e Canttliffe,

1991).

2.5 Tratamento de Sementes com Produtos Fitossanitários

Relatos de fitopatógenos transmitidos via sementes, bem como as

danificando, são antigos. No caso de sementes de soja, existem mais de 75

espécies de patógenos capazes de serem transmitidos por meio da semente

(Yorinori, 1977), sendo os fungos os principais organismos patogênicos (Fiss

et al., 2008). Por esse motivo, o controle de pragas e doenças que atacam a

soja é realizado desde o início do ciclo com o uso de defensivos no

tratamento de sementes. Essa técnica já é amplamente adotada e se mostra

bastante eficiente para esse propósito (Martins et al., 1996; Raga et al.,

2000; Siloto et al., 2000; Ceccon et al., 2004; Castro et al., 2008).

A utilização desses produtos, além da redução na transmissão de

doenças e controle de pragas, também tem proporcionado aumento na

emergência de plântulas e, consequentemente, na produtividade, em várias

culturas (da Luz, 2003; Krzyzinska et al., 2005; Carmona et al., 2006;

Fernandez e Vujanovic, 2011), entre elas a soja (Venancio et al., 2003;

Tavares et al., 2007; Castro et al., 2008).

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Além de controlar determinados patógenos e/ou pragas, alguns

fungicidas e inseticidas têm apresentado atuações fisiológicas na planta

originada da semente tratada. Dentre estes, a classe mais bem estudada é a

dos inseticidas do grupo dos neonicotinóides, como o imidacloprido e o

tiametoxam, cuja ação fisiológica sobre a semente tem promovido maior

aproveitamento do potencial produtivo na cultura da soja (Castro et al.,

2008).

Com o lançamento dos fungicidas do grupo das estrobilurinas, como a

piraclostrobina, essa perspectiva de melhoria fisiológica com o uso de

fungicidas via tratamento de sementes foi ampliada, e o manejo de doenças

associadas e/ou causadoras de danos em sementes adquiriu um novo

conceito devido aos benefícios fisiológicos propiciados por tais fungicidas

(Venancio et al., 2003). Os fungicidas pertencentes a esse grupo

apresentam efeitos no aumento da atividade da enzima nitrato redutase

(Kaiser et al., 1995) e na diminuição da respiração celular (Bryson et al.,

2000).

No Brasil, para as grandes culturas, o recobrimento de sementes com

polímeros e solventes é considerado uma tecnologia nova e, por isso, ainda

faltam muitas informações técnico-científicas. A agregação de valor às

sementes, utilizando métodos e tecnologias de produção como a de

recobrimento, vem sendo uma exigência do mercado, cada vez mais

competitivo. Para isso são necessárias sementes com alta uniformidade de

germinação/emergência (vigor) e que produzam plântulas com alto potencial

de crescimento (Baudet e Peres, 2004). Nesse sentido, o principal objetivo

do recobrimento das sementes com polímeros e solventes é melhorar o

comportamento da semente, tanto do ponto de vista fisiológico como

econômico, e também melhorar a absorção de produtos fitossanitários pela

mesma (Sampaio e Sampaio, 1994).

A infusão de fungicidas no interior de sementes é uma técnica útil e

eficiente para o controle de doenças de plantas. Acetona e diclorometano

(DCM) têm sido usados para infundir fungicidas sistêmicos no interior de

sementes de várias espécies de plantas, incluindo soja (Papavizas e Lewis,

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1976; Papavizas et al., 1978; Shortt e Sinclair, 1980). Além desses, vários

outros solventes orgânicos foram testados em substituição à água no

tratamento de sementes de diferentes culturas, tais como arroz, feijão, trigo,

algodão, soja, ervilha e hortaliças (Milborrow, 1963; Meyer e Mayer, 1971;

Khan et al., 1973; Ellis et al., 1976; Harman e Nash, 1978; Munchovej, 1987;

Gonçalves e Munchovej, 1987; Purchio e Munchovej, 1990).

A utilização de solventes orgânicos para infundir fungicidas na

semente tratada favorece a cobertura da semente com o fungicida, melhora

a aderência à semente e facilita a penetração nas camadas do tegumento da

semente (Dhigra e Munchovej, 1982; Phipps, 1984).

O primeiro trabalho relatado na literatura sobre a utilização de

fungicidas embebidos em sementes com a utilização do PEG data de 1980,

quando Shortt e Sinclair (1980) observaram maior controle do fungo

Phomopsis sp. quando as sementes de soja foram embebidas em PEG com

benomil e miclobutanil, em comparação às sementes embebidas em acetona

ou DCM. Além do controle do fungo, outra vantagem da embebição em PEG

observada pelos autores no referido trabalho foi uma melhoria na eficiência

da incorporação dos fungicidas testados (benomil e miclobutanil), os quais

são relativamente insolúveis em água.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e Período de Condução dos Trabalhos

Os experimentos utilizados como base para o presente estudo com a

cultura da soja (Glycine max (L.) Merrill) foram realizados no Laboratório de

Sementes da Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Mato Grosso (FAMEVZ / UFMT), Campus Cuiabá,

no período de 5 de junho a 15 de julho de 2012.

3.2 Tratamentos Utilizados

Foram avaliados três fatores como componentes dos tratamentos. O

primeiro fator foi a utilização de sementes de soja de duas cultivares cujos

tegumentos apresentavam permeabilidade contrastante. Para a escolha

dessas cultivares, foi realizado um trabalho preliminar com a elaboração da

curva de embebição das dez cultivares mais utilizadas comercialmente no

estado de Mato Grosso, com sementes produzidas na safra 2011/12 (Figura

1). Essas sementes foram colhidas em janeiro de 2012 e acondicionadas em

câmara refrigerada a 25 ºC e umidade relativa de 13% até o início dos testes

(junho de 2012).

Dentre essas dez cultivares, a que apresentou tegumento com maior

permeabilidade, ou seja, com maior velocidade de embebição foi a P98Y12,

ao passo que a cultivar que apresentou a menor permeabilidade foi a

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P98Y11. Portanto, essas duas cultivares foram escolhidas para serem

utilizadas na avaliação do fator permeabilidade do tegumento.

FIGURA 1. Curva de embebição das dez cultivares de soja (Glycine max L.

Merrill) mais cultivadas no estado de Mato Grosso. Cuiabá/MT,

2012.

O segundo fator utilizado para elaboração dos tratamentos foi o

condicionamento osmótico e sua influência sobre a germinação e o vigor das

sementes. Para tanto, foram separadas duas amostras de cada uma das

duas cultivares selecionadas para este trabalho. Uma das amostras recebeu

tratamento com solução de polietileno glicol (PEG 6.000) com potencial

osmótico de -1,2 MPa durante 12 horas a 25 oC como condicionante

fisiológico da semente (Sadeghi et al., 2011). Antes de receber o tratamento

com PEG, o teor de água inicial das sementes foi determinado através de

um medidor de umidade de grãos de bancada, modelo G650.

Para se atingir o potencial osmótico de -1,2 MPa na temperatura de

25 ºC, foi preparada uma solução contendo 326,261 g de PEG 6.000 por litro

de água destilada (Villela et al., 1991). Após o preparo, folhas de papel

toalha tipo “germitest” (28x28 cm e gramatura 120 g cm-2) foram umedecidas

% d

e Á

gua

3 6 9 12 15 18 21 24

Tempo (horas)

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32

com a solução até atingirem 2,5 vezes a sua massa, na proporção de quatro

folhas para cada 200 sementes. Em seguida, as folhas umedecidas foram

colocadas em bandejas de plástico, onde foram, então, distribuídas as

sementes de modo que todas entrassem em contato com o papel, sendo

colocadas duas folhas embaixo e duas folhas por cima das sementes. As

bandejas de plástico contendo as folhas de papel umedecidas com as

sementes foram, então, colocadas dentro de sacos de plástico para manter a

umidade e acondicionadas em câmara incubadora do tipo B.O.D. a uma

temperatura constante de 25 ºC, onde permaneceram por 12 horas.

Após o tratamento com a solução de PEG 6.000, as sementes foram

lavadas durante dois minutos com água destilada para se retirar o excesso

de PEG 6.000 presente na superfície das sementes. Por fim, essas

sementes permaneceram expostas em ambiente aberto a 25 ºC até

retornarem ao teor de água original, novamente determinado por meio do

medidor de umidade de grãos G650.

O terceiro, e último, fator utilizado para responder aos objetivos deste

trabalho foi o uso de dosagens diferenciadas do fungicida para a avaliação

do efeito de doses crescentes sobre as respostas fisiológicas das sementes.

Para isso, tanto as amostras que receberam o condicionamento com PEG

6.000 quanto as que não o receberam, de ambas cultivares selecionadas,

foram tratadas com diferentes doses do produto comercial à base da mistura

de piraclostrobina (25 gL-1), tiofanato metílico (225 g L-1) e fipronil (250 g L-1).

As doses testadas foram 0 (testemunha), 50, 100, 150 e 200 mL do produto

comercial por 100 kg de sementes.

Para a realização desse tratamento, as sementes utilizadas tiveram

seu teor de água inicial determinado através de um medidor de umidade de

grãos de bancada, modelo G650. Em seguida, foram utilizados sacos de

polietileno onde foram acondicionadas as sementes e adicionado o produto.

Estes sacos foram, então, agitados por 20 segundos, para que as mesmas

fossem uniformemente cobertas pelo produto. Essas sementes foram

deixadas em ambiente à temperatura de 25 ºC para retornarem ao teor de

água original, determinado pelo mesmo medidor de umidade de grãos.

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33

Imediatamente depois da realização do tratamento das sementes,

estas foram armazenadas em câmara refrigerada, a 20 ºC e 13% de

umidade, durante sete dias, a fim de se simular uma situação de

armazenamento utilizada a nível comercial pelas empresas de produção e

comercialização de sementes. Decorrido esse tempo, as sementes foram

prontamente utilizadas para a realização dos testes de embebição,

germinação e vigor previstos neste trabalho.

O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, em

esquema fatorial 2 x 2 x 5, sendo duas cultivares de tegumentos com

permeabilidade contrastante, com e sem condicionamento osmótico com

PEG 6.000 e cinco concentrações do fungicida utilizado (Tabela 1). A

depender do teste realizado, foram utilizadas três ou quatro repetições.

TABELA 1. Tratamentos utilizados em sementes de soja (Glycine max L. Merrill) das cultivares P98Y11 e P98Y12 com e sem o condicionamento osmótico com polietileno glicol 6.000 e diferentes doses do fungicida. Cuiabá/MT, 2012.

Cultivar (2 níveis)

Condicionamento Osmótico (2 níveis)

Fungicida1 (mL 100 kg-1 de sementes)

P98Y11

Com Condicionamento (PEG 6.000)2

0

50

100

150

200

Sem Condicionamento

0

50

100

150

200

P98Y12

Com Condicionamento (PEG 6.000)

0

50

100

150

200

Sem Condicionamento

0

50

100

150

200 1Fungicida: mistura comercial dos ingredientes ativos piraclostrobina (25 g L -1), tiofanato metílico (225 g L-1) e fipronil (250 g L-1). 2PEG 6.000: polietileno glicol 6.000

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34

3.3 Determinação da Massa de Mil Sementes e Teor Inicial de Água

A massa de mil sementes das duas cultivares foi determinada em

uma balança de precisão (0,0001g), pesando-se oito repetições de 100

sementes de cada tratamento e convertendo-se essa medida para 1000

sementes (Brasil, 2009).

O teor inicial de água de cada tratamento foi determinado através de

medidor de umidade de grãos de bancada, modelo G650. Para tanto, foram

utilizadas quatro repetições de cada tratamento, que foram colocadas no

interior do aparelho, o qual registra o resultado em porcentagem de água

(%), base úmida.

3.4 Teste de Embebição

A mensuração da permeabilidade do tegumento das sementes das

duas cultivares com e sem o condicionamento osmótico, bem como nas

diferentes concentrações do fungicida, foi feita mediante teste de embebição

de água pelas sementes, calculando-se a porcentagem (%E) e a velocidade

de embebição (VE), seguindo-se a metodologia utilizada por Santos et al.

(2007).

Para isso, foram preparadas 24 subamostras de 50 sementes de cada

um dos 20 tratamentos, as quais foram pesadas em uma balança de

precisão (0,0001 g) para determinação da massa inicial (MI) da amostra.

Essas subamostras foram envolvidas em papel umedecido na forma de

rolos, que, posteriormente, foram acondicionados em uma câmara

incubadora tipo BOD a 25 ºC. Em intervalos de duas horas em um período

(T) de 12 horas, foram retiradas da câmara incubadora quatro subamostras

de cada cultivar, as quais foram enxutas em papel toalha para retirar a água

superficial e, em seguida, pesadas na mesma balança de precisão (0,0001g)

para obtenção da massa final (MF) da amostra.

De posse desses dados, foi calculada a porcentagem de embebição

(%E) através da fórmula: %E = [(MF-MI)/MI]x100. Estes valores de %E

foram utilizados para a elaboração das curvas de embebição de cada

tratamento. Além disso, com os dados de MI e MF, também foi possível

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calcular a velocidade de embebição (VE), através da fórmula VE = (MF-MI)/T

expressa em gramas de água por hora.

3.5 Teste de Germinação

Para cada tratamento foi aplicado o teste padrão de germinação,

seguindo-se metodologia proposta nas Regras para Análise de Sementes

(Brasil, 2009). Para isso, foram utilizadas quatro subamostras de 50

sementes, acondicionadas em substrato de papel toalha tipo “germitest” na

forma de rolo, previamente umedecido com água destilada a um volume de

2,5 vezes a massa do papel seco. Esses rolos foram envolvidos em sacos

de plástico para se evitar a perda de umidade e, em seguida, colocados em

câmara de germinação tipo B.O.D., na temperatura de 25 ºC, com fotofase

de 12 horas, onde permaneceram durante todo o período das avaliações.

Para avaliação do processo de germinação, foram feitas contagens

diárias durante oito dias das plântulas normais, plântulas anormais,

sementes mortas e sementes não germinadas (Brasil, 2009). A partir desses

dados, foram calculados: a primeira contagem de germinação aos quatro

dias (PCG), a porcentagem final de germinação aos oito dias após

semeadura (%G) e o índice de velocidade de germinação (IVG), de acordo

com Maguire (1962), sendo consideradas como aprovadas no critério de

germinação apenas as plântulas normais (Brasil, 2009) cuja raiz primária

atingiu 2 mm de comprimento.

É importante ressaltar que o teste padrão de germinação também foi

útil para comprovar que os fungos associados às sementes não interferiram

nos resultados dos experimentos, mesmo que não tenham sido feitos testes

específicos para se avaliar a sanidade das mesmas, como é o caso do

“blotter test”. A não realização destes testes de sanidade de sementes se

deve ao fato de que o objetivo do trabalho foi apenas verificar o efeito dos

tratamentos sobre a qualidade fisiológica das sementes.

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3.6 Testes de Vigor

Para análise do vigor das sementes submetidas aos diferentes

tratamentos foram utilizados os testes de condutividade elétrica e de

envelhecimento acelerado.

Teste de condutividade elétrica (CE)

Para o teste de CE, foram utilizadas quatro subamostras de 50

sementes para cada tratamento, as quais foram selecionadas quanto à

ausência de rachaduras visíveis em microscópio estereoscópico (sementes

intactas). Estas sementes foram previamente pesadas e acondicionadas em

copos de plástico, com capacidade de 200 mL, contendo 75 mL de água

destilada e levemente agitadas para se retirar quaisquer bolhas de ar. Em

seguida, permaneceram em um germinador a 25 ºC durante 24 h. Decorrido

esse tempo, foi determinada a condutividade elétrica da solução de

embebição determinada por condutivímetro modelo Digimed CD-20. O valor

obtido no condutivímetro foi dividido pela massa inicial de cada amostra e o

resultado expresso em µmhos cm-1 g-1 de sementes (Marcos Filho et al.,

1987; Krzyzanowski et al., 1999).

Teste de envelhecimento acelerado (EA)

Para o teste de EA, foram utilizadas 200 sementes de cada

tratamento, distribuídas em caixas de plástico tipo “gerbox” (11,0 x 11,0 x 3,0

cm) com compartimento individual (mini-câmaras) suspensas, adicionando-

se 40 mL de água destilada ao fundo do “gerbox”, conforme metodologia

recomendada por AOSA (1983) e Marcos Filho (1999). O período de

permanência na incubadora foi de 48 horas à temperatura de 41 ºC. Após

esse período, as sementes foram postas para germinar da mesma forma

descrita para o teste padrão de germinação, com quatro subamostras de 50

sementes, sendo a avaliação das plântulas normais realizada cinco dias

após a semeadura (Dutra e Vieira, 2004).

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3.7 Análise Estatística

Para se avaliar a curva de embebição das sementes nos diferentes

tratamentos foram feitas curvas de regressão para a análise dos dados em

função da porcentagem de embebição (%E) ao longo das 12 horas. Além

disso, realizou-se a análise da interação entre os três fatores para verificar o

grau de resposta das sementes a cada um dos fatores (permeabilidade do

tegumento, condicionamento osmótico e concentração de fungicida).

Realizou-se ainda teste de análise de variância pelo teste F em virtude do

atendimento das pressuposições básicas, verificadas pelo teste de Shapiro-

Wilk para normalidade de erros e do teste de Bartlett para homogeneidade

dos dados. Por atenderem aos requisitos de homogeneidade e normalidade,

foram feitas análises de comparação de médias pelo teste de Scott-Knott ao

nível de 5% de probabilidade.

Para a realização das análises foram utilizados os softwares

estatísticos MINITAB e SISVAR.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Curvas de Embebição

As sementes da cultivar de soja P98Y12 apresentaram maior taxa de

embebição durante as 12 horas em que foram avaliadas (Figura 2). Esse

fato pode ser explicado, pois estas sementes possuem não só uma massa

maior em relação às da cultivar P98Y11, mas também um teor de água

inicial inferior (Tabela 2). Além disso, a cultivar P98Y12 apresenta tegumento

mais permeável e, portanto, absorveu água com maior facilidade quando

comparada com a cultivar P98Y11.

FIGURA 2. Curva de embebição das sementes de soja (Glycine max L.

Merrill) das cultivares P98Y11 e P98Y12. Cuiabá/MT, 2012.

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TABELA 2. Teor de água (%) e massa de mil sementes (g) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, submetidas ao condicionamento osmótico com polietileno glicol (PEG 6.000) e tratadas com fungicida. Cuiabá/MT, 2012.

Tratamentos Teor de água

(%) Massa de mil sementes (g) Cultivar

PEG 6.0001

Fungicida2 Dose 100 kg-1

P98Y11

Com

0 13,8 191,95 50 13,4 174,25 100 12,8 182,75 150 12,0 183,25 200 13,7 169,55

Sem

0 12,0 161,15 50 12,1 158,70 100 12,2 158,10 150 12,1 158,05 200 12,1 165,80

P98Y12

Com

0 12,3 334,75 50 12,8 216,80 100 13,4 217,05 150 13,0 222,40 200 12,8 212,25

Sem

0 11,9 198,80 50 11,7 204,20 100 11,9 203,55 150 11,9 199,30 200 11,8 198,35

1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000. 2Produto à base de piraclostrobina (25 g L-1), tiofanato metílico (225 g L-1) e fipronil (250 g L-1).

Os teores de água das sementes das duas cultivares aumentaram ao

longo do tempo, durante as 12 horas de avaliação, seguindo um padrão

linear de absorção (Figura 2). Esse mesmo padrão linear da curva de

embebição foi observado também por Costa et al. (2002) em 17 cultivares de

soja, e por Santos et al. (2007) ao elaborarem a curva de embebição de

sementes das cultivares Embrapa 48 e BRS 133.

Diferenças entre cultivares de soja quanto à capacidade e à taxa de

absorção de água já foram verificadas por vários autores. Porém, somente

alguns deles conseguiram observar o padrão trifásico de embebição

apresentados por Laboureau (1983) e por Bewley e Black (1994), como foi o

caso de Rossetto et al. (1997). Esses autores observaram o padrão trifásico

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de absorção após 100 horas de avaliação do teste de embebição. Rodrigues

et al. (2006), por outro lado, verificaram ajuste quadrático dos dados de

porcentagem de embebição de sementes de soja, observando um acréscimo

acentuado no teor de água nas três primeiras horas e uma estabilização no

acréscimo dos teores de água após seis horas.

Outra variável que comprova a maior taxa de absorção de água da

cultivar P98Y12 em relação à P98Y11 é a velocidade de embebição (VE),

medida em gramas de água absorvida por hora. A cultivar P98Y12

apresentou uma velocidade de embebição média de 5,48 gh-1,

estatisticamente superior à média de 4,76 gh-1 obtida para a cultivar P98Y11.

É possível observar, na curva de embebição de água das duas

cultivares (Figura 3), que as sementes que sofreram o condicionamento

osmótico, ou seja, as semente “com PEG”, apresentaram uma curva de

embebição abaixo das sementes que não foram tratadas (sementes “sem

PEG”). Isso pode ser explicado pelo fato dos osmocondicionadores, como o

PEG 6.000, atuarem como “reparadores” de membranas celulares nos

tecidos da semente, em especial no tegumento (Heydecker et al., 1975).

Devido a esse “reparo” na estrutura das membranas, ocorre uma redução na

velocidade de penetração da água para o interior da semente (Nunes et al.,

2004), o que pode ser entendido como uma vantagem para a manutenção

da qualidade das sementes, uma vez que a rápida absorção de água

poderia provocar injúrias ao embrião.

Contudo, dentre os fatores cultivar (P98Y11 e P98Y12) e

condicionamento osmótico, somente o fator cultivar apresentou efeito

significativo sobre a velocidade de embebição, ao passo que o fator

condicionamento osmótico não apresenta efeito sobre a velocidade de

embebição, nem mesmo a interação desses fatores (Apêndice A).

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FIGURA 3. Curva de embebição de sementes de soja (Glycine max L.

Merrill) das cultivares P98Y11 e P98Y12, com e sem o condicionamento com polietileno glicol (PEG 6.000). Cuiabá/MT, 2012

Ao se incluir o fator doses de fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL por

100 kg de sementes) já é possível observar que o condicionamento osmótico

passa a interferir no padrão de embebição das duas cultivares. Isso pode ser

visualizado nas Figuras 4 e 5, as quais trazem as curvas de embebição de

cada dose do fungicida nas cultivares P98Y11 e P98Y12, com e sem PEG,

respectivamente. O padrão de absorção visualizado na cultivar P98Y11 é

semelhante ao da cultivar P98Y12, ambas condicionadas com PEG 6.000

(Figuras 4 e 5). Da mesma forma, o padrão da cultivar P98Y11 é semelhante

ao da cultivar P98Y12, quando submetidas à embebição sem o

condicionamento (Figuras 4 e 5). Isso demonstra interação entre os fatores

condicionamento osmótico e doses do fungicida, o que ficou comprovado

após a análise dos dados de velocidade de embebição (VE) (Apêndice A e

Figura 6).

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FIGURA 4. Curva de embebição sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivar P98Y11, com (A) e sem (B)

condicionamento com PEG 6.000 em função de diferentes doses do fungicida. Cuiabá/MT, 2012

FIGURA 5. Curva de embebição sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivar P98Y12, com (A) e sem (B)

condicionamento com PEG 6.000 em função de diferentes doses do fungicida. Cuiabá/MT, 2012

(A) Com PEG 6.000

(A) Com PEG 6.000

(B) Sem PEG 6.000

(B) Sem PEG 6.000

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FIGURA 6. Velocidade de embebição (gh-1) de sementes de soja (Glycine

max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, condicionadas com polietileno glicol (PEG 6.000) e tratadas com fungicidas, ao longo de 12 horas de embebição em água. Cuiabá/MT, 2012

A interação entre os fatores condicionamento osmótico (PEG) e as

doses do fungicida foi significativa a 1% de probabilidade (Apêndice A),

evidenciando que o tratamento com PEG 6.000 reduz a velocidade de

embebição (VE) de ambas cultivares quando estas são tratadas com o

fungicida em doses superiores a 100 mL por 100 kg de sementes (Figura 6 e

Tabela 3). Além disso, as sementes tratadas com as duas maiores doses do

fungicida (150 e 200 mL por 100 kg de sementes) apresentaram os maiores

valores de VE (Tabela 3), indicando aumento da velocidade de embebição à

medida que se aumenta a concentração desse produto na semente, tanto

nas sementes condicionadas quanto nas que não sofreram o

condicionamento osmótico.

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TABELA 3. Velocidade de embebição em água (gh-1) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função da interação dos fatores condicionamento osmótico e doses do fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida1

(mL 100kg-1 sementes)

Condicionamento osmótico

Com PEG 6.0002 Sem PEG 6.000

0 4,86*Ab 3,97 Ac

50 5,16 Ab 4,31 Ac

100 4,64 Bb 4,84 Ab

150 5,58 Ba 5,98 Aa

200 5,63 Ba 6,21 Aa

C.V.(%) 12,93

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

2PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

4.2 Primeira Contagem de Germinação (PCG)

Os fatores que mais influenciaram a primeira contagem de

germinação foram a cultivar e o condicionamento osmótico (Apêndice A). No

caso das cultivares, a P98Y12 apresentou maiores médias de PCG (Tabela

4), provavelmente devido a sua maior permeabilidade – fator discutido

anteriormente (item 4.1) nos testes de taxa e velocidade de embebição –

absorvendo água mais rapidamente, garantindo maior velocidade no

processo germinativo.

TABELA 4. Porcentagem de sementes de soja (Glycine max L. Merrill),

cultivares P98Y11 e P98Y12, germinadas na primeira contagem do teste de germinação (PCG), realizada aos quatro dias após a semeadura. Cuiabá/MT, 2012

Cultivares de soja % PCG

P98Y11 59,5* b

P98Y12 62,5 a

C.V.(%) 8,03

*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

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Independente da cultivar de soja analisada (P98Y11 ou P98Y12) e da

dose de fungicida testada, as sementes que não foram tratadas com o

polietileno glicol (PEG 6.000) apresentaram maiores porcentagens de

germinação aos quatro dias após a semeadura (PCG) (Tabela 5). Isso se

deve, provavelmente, ao fato do polietileno glicol reduzir a taxa de difusão de

oxigênio para o interior da semente devido à sua viscosidade (Michel e

Kaufmann, 1973), podendo induzir à anaerobiose em algumas sementes e

resultar em produção de níveis tóxicos de etanol (Mexal et al., 1975; Mayer e

Mayber, 1989), o qual – assim como seu precursor (o ácido 1-

aminociclopropano-1-carboxílico, ACC) – é o elemento que regula diversos

processos metabólicos, inclusive a germinação (Tiryaki et al., 2004).

TABELA 5. Porcentagem de sementes de soja (Glycine max L. Merrill)

germinadas na primeira contagem do teste de germinação (%PCG), realizada aos quatro dias após a semeadura em função da interação entre os fatores condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.000) e doses do fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida1

(mL.100kg-1 sementes)

Condicionamento osmótico

Com PEG 6.0002 Sem PEG 6.000

0 48,8*Ba 71,8 Ab

50 44,8 Bb 76,5 Ab

100 43,3 Bb 81,8 Aa

150 39,5 Bb 81,8 Aa

200 42,8 Bb 78,8 Aa

C.V.(%) 8,03

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

2PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

Por esse motivo, alguns autores vêm trabalhando com outras

metodologias para a realização do condicionamento osmótico que envolvam

aeração da solução de PEG para aumentar a concentração de oxigênio

nesta solução e, assim, facilitar a entrada desse elemento para o interior da

semente, evitando danos causados pela ausência de O2 (Khalil et al., 2001;

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Nunes et al., 2004; Rouhi et al., 2011). Como as metodologias envolvendo

aeração forçada são mais complexas e, dificilmente aplicáveis em escala

comercial, neste trabalho não foi feita aeração da solução.

Outro resultado interessante quanto à primeira contagem de

germinação é que, apesar do fator fungicida não ter apresentado efeito

significativo sobre essa variável, quando analisado isoladamente (Apêndice

A), apresentou resposta significativa quando interagido com o fator

condicionamento osmótico com PEG 6.000. Na ausência do PEG 6.000, o

tratamento com o fungicida favoreceu a rápida germinação das sementes

(PCG). Ao contrário, quando as sementes foram condicionadas com o PEG

6.000, a germinação avaliada aos quatro dias após a semeadura ficou

prejudicada conforme se aumentou a dose do fungicida (Tabela 5). Uma das

possíveis causas desse efeito é o fato da solução de polietileno glicol

apresentar uma alta viscosidade e, com isso, acentuar o efeito negativo do

fungicida sobre a semente.

É possível verificar uma curva crescente da PCG de acordo com o

aumento da dose de fungicida, em ambas cultivares, quando as sementes

não foram tratadas com PEG 6.000, enquanto essa curva apresenta-se

decrescente no caso das sementes tratadas com esse osmocondicionador

(Figura 7). Um dos motivos para a tendência de queda na PCG – com o

aumento da dose do fungicida nas sementes que receberam o tratamento

com o PEG 6.000 – foi que, como estas foram primeiramente tratadas com o

PEG 6.000 para, em seguida, receberem o tratamento com o fungicida, isso

pode ter impedido o fungicida de entrar em contato direto com a semente,

ficando aderido à película de PEG 6.000. Assim, não foi possível ao

fungicida realizar algum efeito benéfico às sementes osmocondicionadas,

como ocorreu nas sementes sem o condicionamento (sem PEG 6.000). Esse

resultado foi semelhante aos encontrados por Fagan (2007) e Grossmann e

Retzlaff (1997), com sementes de soja tratadas apenas com fungicidas.

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FIGURA 7. Primeira contagem do teste de germinação realizada aos quatro dias após a semeadura de duas cultivares de soja (Glycine max L. Merrill), P98Y11 e P98Y12, submetidas ou não ao condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.000), tratadas com diferentes doses de fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012

4.3 Porcentagem Final de Germinação (%G)

Os três fatores (cultivares, condicionamento osmótico e tratamento de

sementes com fungicida) apresentaram efeito significativo sobre a

porcentagem final de germinação das sementes (Apêndice A). Quanto ao

efeito do condicionamento osmótico das sementes, é possível observar que

o tratamento das sementes com PEG 6.000 foi prejudicial à germinação das

sementes (Tabela 6). Outros autores também não conseguiram visualizar

melhoria na porcentagem de germinação após a utilização do

condicionamento osmótico em várias culturas (Lorenz et al., 1988;

Mendonça et al., 1999; Ghana e William, 2003; Subedi e Ma, 2005).

Variedade

PEG

Dose do Fungicida

P98Y12

P98Y

11

ComSemComSem

200

150

10050020

015010

050020015

010

050020

015

010

0500

50

40

30

20

10

0

Pri

me

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Co

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)

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TABELA 6. Porcentagem final de germinação (%G) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, aos oito dias após a semeadura, em função do condicionamento osmótico1. Cuiabá/MT, 2012.

Condicionamento osmótico %G

Com PEG 6.000 59,2 a

Sem PEG 6.000 84,8 b

C.V.(%) 6,82

*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

Contudo, alguns autores conseguiram detectar benefícios na

utilização do tratamento de sementes com osmocondicionadores, dentre

eles o próprio polietileno glicol (Misra e Dwivedi, 1980; Chiu e Sung, 2002;

Rouhi et al., 2011). Uma das principais diferenças deste trabalho em relação

àqueles em que os autores verificaram aumento na porcentagem de

germinação de sementes submetidas ao condicionamento com polietileno

glicol (PEG 6.000) foi a aeração da solução com PEG durante o período em

que a semente permaneceu embebida nesta. Isso facilitou a difusão de

oxigênio para o interior da semente durante o processo de embebição.

As sementes da cultivar P98Y12 apresentaram uma porcentagem de

germinação superior às sementes da P98Y11 quando não tratadas com

fungicida (Tabela 7), o que condiz com o fato de ter sido também a cultivar

com maior número de sementes emergidas aos quatro dias após a

semeadura (PCG). De fato, a cultivar P98Y11 apresentou uma menor

permeabilidade à água, como verificado na porcentagem e velocidade de

embebição, e, portanto, uma germinação mais lenta em relação à cultivar

P98Y12 em um mesmo intervalo de tempo, uma vez que sementes com

tegumento mais espesso e/ou menos permeável, geralmente, apresentam

germinação mais lenta (Nooden et al., 1985; Olivo et al., 2011).

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TABELA 7. Porcentagem final de germinação (%G) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill) aos oito dias após a semeadura em função da interação entre os fatores cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses de fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL. 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida1

(mL 100kg-1 sementes)

Cultivar de soja

P98Y11 P98Y12

0 60,8*Bb 72,5 Aa

50 73,3 Aa 73,5 Aa

100 74,8 Aa 73,5 Aa

150 72,0 Aa 75,8 Aa

200 72,5 Aa 72,3 Aa

C.V.(%) 6,82

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

A utilização do fungicida proporcionou aumento na porcentagem de

germinação das sementes da cultivar P98Y11 (Tabela 7). Um dos efeitos

benéficos do grupo das estrobilurinas (entre eles a piraclostrobina, presente

no fungicida utilizado) é a inibição de alguns precursores da síntese de

etileno, que é um hormônio relacionado à degradação da clorofila (Taiz e

Zeiger, 2009) e de outros compostos importantes no processo germinativo

da semente, como o ácido 1-carboxílico-1-aminociclopropano sintase (ACC

sintase) e ácido 1-carboxílico-1-aminociclopropano oxidade (ACC oxidase)

(Gold e Leinhos, 1995; Grossmann e Retzlaff, 1997).

Assim, lotes de sementes que apresentaram menores porcentagens

de germinação se beneficiam mais com o tratamento com esses fungicidas.

Esse pode ter sido o motivo pelo qual as sementes da cultivar P98Y11

tratadas com o fungicida apresentaram maior porcentagem de germinação

em relação às sementes não tratadas, ao passo que as sementes da cultivar

P98Y12, por já, naturalmente, terem apresentado maior porcentagem de

germinação, mesmo sem o tratamento, não apresentarem esse ganho

(Tabela 7).

Dessa maneira, o tratamento das sementes com esse fungicida tende

a aumentar a porcentagem de germinação, em especial no caso de

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sementes que apresentam qualidade fisiológica inferior. Esse é um dos

motivos pelo qual a diferença de germinação entre os tratamentos

apresentou interação significativa entre os fatores cultivar (P98Y11 e

P98Y12) e doses do fungicida. A superioridade da germinação das

sementes tratadas com o referido fungicida em relação àquelas em que este

não foi utilizado ocorreu apenas na cultivar P98Y11 (Tabela 7), a qual

apresentou índices inferiores em termos de velocidade de embebição (VE) e

de primeira contagem de germinação (PCG). Já a cultivar P98Y12, por ter

apresentado resultados superiores em termos fisiológicos (VE e PCG), não

evidenciou esse aumento na porcentagem de germinação (%G).

4.4 Índice de Velocidade de Germinação (IVG)

O índice de velocidade de germinação, também denominado de

índice de germinação, possui um importante papel no entendimento do

potencial das sementes durante o estabelecimento das plântulas e, por

conseguinte, na estimativa do potencial produtivo, em especial, em

condições desfavoráveis de campo (Rouhi et al., 2011). Isto porque,

sementes com maiores índices de germinação apresentam maiores

velocidades e porcentagens de germinação, conseguindo se estabelecer

mais rapidamente no campo (Basra et al., 2003; Subedi e Ma, 2005). Neste

trabalho, a velocidade de germinação foi influenciada pela cultivar, pelo

condicionamento osmótico, bem como pela interação entre cada um desses

fatores com as doses do fungicida (Apêndice A).

No caso do efeito isolado das cultivares, observou-se que a P98Y12

apresentou maior média de IVG em relação à cultivar P98Y11 (Tabela 8).

Essa superioridade já poderia ser prevista anteriormente tendo em vista que

a cultivar P98Y12 apresentou maiores valores de primeira contagem de

germinação e porcentagem final de germinação, que são variáveis

indicativas do IVG.

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TABELA 8. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12. Cuiabá/MT, 2012.

Cultivar IVG

P98Y11 36,56*b

P98Y12 39,24 a

C.V.(%) 4,54

*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Quanto ao efeito do condicionamento osmótico, é nítido que o

tratamento com o polietileno glicol (PEG 6.000) foi prejudicial às sementes

no que se refere ao IVG, ou seja, as sementes que foram condicionadas

com o PEG 6.000 apresentaram IVG’s inferiores àquelas que não passaram

por esse tratamento (Tabela 9). Ao contrário deste resultado, Rouhi et al.

(2011) obtiveram resultados positivos quanto ao condicionamento osmótico

de sementes de soja em relação a sementes não condicionadas, quanto ao

índice de velocidade de germinação. Porém, esses mesmos autores

constataram que os níveis de PEG, bem como a duração do tratamento,

interferem significativamente no índice de germinação.

TABELA 9. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função do condicionamento osmótico1. Cuiabá/MT, 2012.

Condicionamento osmótico IVG

Com PEG 6.000 27,18*b

Sem PEG 6.000 48,62 a

C.V.(%) 4,54

*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

Analisando-se a interação significativa detectada entre os fatores

condicionamento osmótico com PEG e doses de fungicida, foi possível

observar que, quando as sementes não sofreram o condicionamento

osmótico (sem PEG), a utilização do fungicida não interferiu no IVG (Tabela

10). Já, quando as sementes foram tratadas com o PEG 6.000, o tratamento

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posterior com o fungicida acarretou na redução significativa do IVG de

ambas as cultivares estudadas.

TABELA 10. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.000) e doses do fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida1

(mL.100kg-1 sementes)

Condicionamento osmótico

Com PEG 6.0002 Sem PEG 6.000

0 28,97*Ba 47,72 Aa

50 28,07 Bb 48,52 Aa

100 26,24 Bb 48,46 Aa

150 26,15 Bb 49,04 Aa

200 26,46 Bb 49,39 Aa

C.V.(%) 4,54

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

2PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

Como já verificado em outros trabalhos, a redução do potencial

osmótico permite que vários tipos de sementes embebam maiores

concentrações de fungicida em relação às sementes que não sofreram o

condicionamento osmótico (Shortt e Sinclair, 1980; Zorato e Henning, 1999).

Assim, no caso deste trabalho, a absorção do fungicida pode ter sido

potencializada pelo tratamento das sementes com o PEG 6.000 e, com isso,

ter causado problemas de toxidez à semente, conforme já observado em

trabalhos com outros fungicidas infundidos com outros solventes (Woodstock

e Taylorson, 1981; Zorato e Henning, 1999).

Com relação à interação entre os fatores cultivares e doses do

fungicida, observa-se que, assim como na análise específica sobre o fator

cultivar, em todas as doses do fungicida testadas, a cultivar P98Y11

apresentou menores índices de velocidade de germinação (Tabela 11). Além

disso, nessa interação, não houve um efeito pronunciado em relação à dose

de fungicida, uma vez que somente na dose de 50 mL 100 kg-1 sementes a

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cultivar P98Y11 apresentou um maior IVG, enquanto a cultivar P98Y12 não

teve os resultados de IVG alterados em função das doses do fungicida

(Tabela 11).

TABELA 11. Índice de velocidade de germinação (IVG) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses de fungicida (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida1

(mL.100kg-1 sementes)

Cultivar de soja

P98Y11 P98Y12

0 36,09*Bb 40,61 Aa

50 38,16 Aa 38,43 Aa

100 36,10 Bb 38,60 Aa

150 35,86 Bb 39,34 Aa

200 36,62 Bb 39,23 Aa

C.V.(%) 4,54

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

4.5 Condutividade Elétrica (CE)

Por avaliar a concentração de exsudatos que são lixiviados das

sementes para a solução em que se encontram, o teste de condutividade

elétrica tem-se apresentado como um dos melhores indicadores da

qualidade fisiológica da semente, pois soluções com elevada CE indicam

sementes que apresentam maior número de rachaduras no tegumento e

maior quantidade de membranas celulares desestruturadas. Assim, esse

teste tem grande importância na identificação de sementes de melhor e pior

qualidade fisiológica (Alvarez, 1997; Panobianco et al., 1999; Krzyzanowski

et al., 2007).

Neste trabalho, pode-se observar que todos os fatores estudados

apresentaram efeitos significativos sobre a condutividade elétrica, bem como

suas interações duplas (Apêndice A). Ao se verificar o efeito das cultivares

sobre a CE, foi possível observar que a P98Y11 apresentou valores de CE

significativamente menores do que a P98Y12 (Tabela 12).

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TABELA 12. Condutividade elétrica (CE) de sementes de soja (Glycine max L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função da cultivar. Cuiabá/MT, 2012.

Cultivar CE

P98Y11 53,03*b

P98Y12 65,54 a

C.V.(%) 10,20

*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

Isso indica que a P98Y11 apresenta, em sua estrutura tegumentar,

membranas celulares mais organizadas, de modo não só a perder menores

quantidades de solutos para o meio externo, mas também a permitir uma

entrada de água mais lenta para o interior. Isso foi comprovado pelo fato de

ter apresentado menor porcentagem e velocidade de embebição. Assim

como este, outros trabalhos também têm associado sementes com menores

valores de CE à sua menor permeabilidade à água (Panobianco et al., 1999;

Costa et al., 2002; Ma et al., 2004; Santos et al., 2007; Mertz et al., 2009a).

No caso do efeito do fator condicionamento osmótico sobre a CE, foi

possível observar que as sementes que foram tratadas com o PEG 6.000

apresentaram menor média de valores de CE do que aquelas que não

tiveram esse tratamento (Tabela 13). Isso pode ser explicado porque um dos

efeitos do osmocondicionador é reduzir a velocidade de embebição de água

pela semente e, com isso, permitir um “reparo” metabólico dos componentes

celulares e do plasma citoplasmático, evitando a perda de exsudatos

(Heydecker et al., 1975; Tilden e West, 1985; Nunes et al., 2004).

TABELA 13. Condutividade elétrica (CE) de sementes de soja (Glycine max

L. Merrill), cultivares P98Y11 e P98Y12, em função do condicionamento osmótico1. Cuiabá/MT, 2012.

Condicionamento osmótico CE

Com PEG 6.000 57,35*b

Sem PEG 6.000 61,21 a

C.V.(%) 10,20

*Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

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Quanto à interação entre cultivar e condicionamento fisiológico, foi

possível verificar que, no caso das sementes da cultivar P98Y11, a utilização

do polietileno glicol (PEG 6.000) não afetou os resultados de condutividade

elétrica (Tabela 14), uma vez que, conforme já discutido anteriormente, as

sementes dessa cultivar já apresentavam uma condutividade elétrica inferior

às da P98Y12, ou seja, sementes com membranas melhores estruturadas

que as da cultivar com tegumento permeável (‘P98Y12’). Estas, por sua vez,

apresentaram uma redução nos valores de condutividade elétrica quando

tratadas com o PEG 6.000, indicando que o osmocondicionador

proporcionou uma melhora nas estruturas do tegumento ao evitar a entrada

rápida de água.

TABELA 14. Condutividade elétrica (µmhos cm-1 g-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores condicionamento osmótcio (com e sem PEG 6.000) e cultivar de soja (P98Y11 e P98Y12). Cuiabá/MT, 2012.

Cultivar de soja Condicionamento osmótico

Com PEG 6.0001 Sem PEG 6.000

P98Y11 53,15*Ab 52,91 Ab

P98Y12 61,53 Bb 69,28 Aa

C.V.(%) 10,20

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

Em relação à interação entre cultivar e dose do fungicida, observou-se

que a utilização da maior dose do fungicida (200mL 100 kg-1 sementes) nas

sementes da ‘P98Y11’ resultou em aumento significativo no valor da

condutividade elétrica, sendo, portanto, prejudicial à semente (Tabela 15).

No caso da cultivar P98Y12, esse resultado negativo foi observado nas duas

menores doses do fungicida (50 e 100 mL 100 kg-1 sementes), indicando

que, nestas doses, a quantidade de exsudatos lixiviados das sementes foi

significativamente maior do que a quantidade lixiviada das sementes não

tratadas ou submetidas a maiores doses de fungicidas.

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Ao se analisar a interação entre condicionamento osmótico e dose de

fungicida (Tabela 16), verificou-se que os benefícios da utilização do

polietileno glicol (PEG 6.000) sobre a qualidade fisiológica das sementes são

perdidos quando as sementes são tratadas com o fungicida. Isso pode ser

observado nas sementes osmocondicionadas (com PEG), em que todas as

doses do fungicida utilizadas resultaram em aumento nos valores de CE.

TABELA 15. Condutividade elétrica (µmhos cm-1 g-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses de fungicida1 (0, 50, 100, 150 e 200 mL. 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida

(mL 100kg-1 sementes)

Cultivar de soja

P98Y11 P98Y12

0 48,09*Bb 58,81 Ab

50 52,22 Bb 74,04 Aa

100 51,01 Bb 74,03 Aa

150 52,53 Bb 61,70 Ab

200 59,11 Aa 61,31 Ab

C.V.(%) 10,20

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

TABELA 16. Condutividade elétrica (µmhos cm-1 g-1) de sementes de soja

(Glycine max L. Merrill) em função da interação entre os fatores condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.0001) e doses do fungicida2 (0, 50, 100, 150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida

(mL 100kg-1 sementes) Condicionamento osmótico

Com PEG 6.000 Sem PEG 6.000

0 47,16 Bb 59,75 Ab

50 60,93 Ba 65,33 Aa

100 57,27 Ba 67,76 Aa

150 57,61 Aa 56,17 Ab

200 63,79 Aa 56,63 Bb

C.V.(%) 10,20 *Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

2Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

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57

4.6 Envelhecimento Acelerado (EA)

Todos os fatores avaliados (cultivar, condicionamento osmótico e

doses de fungicida) influenciaram significativamente a germinação das

sementes de soja após passarem por um período de estresse durante o

teste de envelhecimento acelerado (Apêndice A), que é um dos testes de

vigor mais utilizados no Brasil e no mundo (Hampton e Tekrony, 1995;

Marcos Filho, 1999; Dutra e Vieira, 2004). O objetivo principal deste teste é

avaliar a germinação das sementes em situação de elevada temperatura e

umidade, que são os fatores que mais reduzem a germinação de sementes

de várias espécies, dentre elas a soja (Tomes et al., 1988), uma vez que são

os fatores ambientais preponderantes na intensidade e velocidade de

deterioração (Marcos Filho et al., 2000).

Avaliando-se a interação entre os fatores cultivar e condicionamento

osmótico (Tabela 17), foi possível observar que as sementes da cultivar

P98Y11 apresentaram maior germinação após EA do que a P98Y12, tanto

sem o condicionamento quanto com a utilização do polietileno glicol (PEG

6.000). Alguns autores já verificaram que sementes de cultivares de soja que

apresentam tegumento mais permeável à água são também as que

apresentam menores níveis de vigor (Rossetto et al., 1997; Krzyzanowski et

al., 2007; Santos et al., 2007). Isso porque, conforme discutido

anteriormente, a embebição rápida pode constituir causa adicional à redução

da germinação, pois provoca danos às membranas em processo de

reorganização (Tilden e West, 1985), em especial no caso do teste de

envelhecimento acelerado, em que a semente permanece em temperatura

mais elevada e com atmosfera saturada por água, facilitando a embebição.

Assim, os dados obtidos por esses autores corroboram para os

resultados encontrados neste trabalho, visto que as sementes da cultivar

P98Y12 foram as que apresentaram maior permeabilidade à água, sendo

também as que apresentaram menores índices de germinação após o teste

de envelhecimento acelerado.

Ainda analisando-se essa mesma interação (cultivar e

condicionamento fisiológico), foi possível observar também que, para ambas

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cultivares, o condicionamento osmótico com PEG 6.000 apresentou

resultados negativos quanto à germinação de sementes submetidas ao EA,

ou seja, sementes condicionadas apresentaram redução na germinação

quando comparadas àquelas não tratadas com PEG 6.000 (Tabela 17).

TABELA 17. Porcentagem de germinação de sementes de soja submetidas ao teste de envelhecimento acelerado (%EA) em função da interação entre os fatores condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.0001) e cultivares de soja (Glycine max L. Merrill), P98Y11 e P98Y12. Cuiabá/MT, 2012.

Cultivar de soja Condicionamento osmótico

Com PEG 6.0002 Sem PEG 6.000

P98Y11 44,80*Ba 61,80 Aa

P98Y12 20,50 Bb 45,20 Ab

C.V.(%) 15,61

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

Mendonça et al. (1999) já haviam encontrado resultados em que o

condicionamento osmótico de sementes de soja não foi eficiente para

aumentar o vigor quando este foi avaliado pelo teste de envelhecimento

acelerado. Santos (1994) e Sá (1987) também já haviam verificado efeito

negativo do condicionamento osmótico sobre o vigor de sementes de soja

usando outro agente condicionador no lugar do PEG, o manitol.

Quanto à interação entre os fatores cultivar e dose de fungicida

(Tabela 18), foi observado que as sementes da cultivar P98Y11 foram

beneficiadas pelo tratamento com as duas menores doses do fungicida (50 e

100 mL 100 kg-1 sementes), porém prejudicadas pelas duas maiores doses

do mesmo (150 e 200 mL 100 kg-1 sementes). No caso da cultivar P98Y12, a

qual apresentou resultados inferiores aos observados para a P98Y11 em

todas as doses de fungicida avaliadas, este proporcionou uma melhoria nos

resultados de germinação após o EA quando utilizado nas doses de 50, 100

e 150 mL 100 kg sementes-1. Esses resultados indicam que o fungicida

utilizado apresenta-se como uma boa ferramenta para a melhoria da

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germinação de sementes quando submetidas a algum tipo de estresse,

como é o caso do envelhecimento acelerado.

TABELA 18. Porcentagem de germinação de sementes de soja (Glycine max L. Merrill) submetidas ao teste de envelhecimento acelrado (%EA) em função da interação entre os fatores cultivar (P98Y11 e P98Y12) e doses do fungicida1 (0, 50, 100, 150 e 200 mL. 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida1

(mL 100kg-1 sementes)

Cultivar de soja

P98Y11 P98Y12

0 54,00*Ab 26,75 Bb

50 65,25 Aa 37,25 Ba

100 59,75 Aa 37,00 Ba

150 44,00 Ac 34,25 Ba

200 43,50 Ac 29,00 Bb

C.V.(%) 15,61

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade 1Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

Assim como ocorreu para a interação cultivar e dose do fungicida,

avaliando-se a interação dos fatores condicionamento osmótico e dose do

fungicida (Tabela 19), verificou-se que tanto para as sementes

condicionadas quanto para aquelas que não foram tratadas com PEG 6.000,

a utilização do fungicida nas menores doses (50 e 100 mL 100 kg-1

sementes) proporcionou uma melhoria na porcentagem de germinação após

uma situação de estresse (EA).

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TABELA 19. Porcentagem de germinação de sementes de soja (Glycine max L. Merrill) submetidas ao teste de envelhecimento acelerado (%EA) em função da interação entre os fatores condicionamento osmótico (com e sem PEG 6.0001) e doses do fungicida2 (0, 50, 100, 150 e 200 mL. 100 kg-1 sementes). Cuiabá/MT, 2012.

Doses do fungicida

(mL 100kg-1 sementes)

Condicionamento osmótico

Com PEG 6.000 Sem PEG 6.000

0 26,75*Bb 54,00 Ab

50 35,25 Ba 67,25 Aa

100 38,25 Ba 58,50 Aa

150 33,25 Ba 45,00 Ac

200 29,75 Bb 42,75 Ac

C.V.(%) 15,61

*Médias seguidas da mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. 1PEG 6.000: Polietileno glicol 6.000.

2Fungicida: piraclostrobina (25 g L

-1) + tiofanato metílico (225 g L

-1) + fipronil (250 g L

-1).

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5 CONCLUSÕES

- Não existe interação tripla significativa entre os fatores

permeabilidade tegumentar, condicionamento osmótico da semente e

tratamento da semente com fungicida na melhoria da qualidade fisiológica

de sementes de soja (Glycine max L.)

- As sementes da cultivar P98Y12, por apresentarem tegumento mais

permeável em relação à cultivar P98Y11, germinam mais rapidamente,

porém apresentam índices de vigor (condutividade elétrica e envelhecimento

acelerado) inferiores.

- O tratamento de sementes de soja com diferentes doses do

fungicida à base de piraclostrobina (25g L-1) + tiofanato metílico (225g L-1) +

fipronil (250g L-1) influencia a embebição de água pelas sementes, bem

como a germinação e o vigor, principalmente nas duas menores doses

testadas (50 e 100 mL 100 kg sementes-1).

- O condicionamento osmótico das sementes de soja com o

polietileno glicol (PEG 6.000) na concentração de -1,2 MPa durante 12

horas, antes do tratamento com o fungicida prejudica a germinação e o

vigor.

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7 APÊNDICE

APÊNDICE A. Análise de variância de velocidade de embebição, primeira contagem de germinação, porcentagem final de germinação, índice de velocidade de germinação, condutividade elétrica e envelhecimento acelerado em sementes de soja submetidas ao condicionamento osmótico com PEG 6.000 e doses de fungicida.

Fonte de Variação GL

Quadrado Médio

Velocidade de

Embebição

Primeira

Contagem de

Germinação

Porcentagem

Final de

Germinação

Índice de

Velocidade de

Germinação

Condutividade

Elétrica

Envelhecimento

Acelerado

Cultivar (A) 1 10,2057 ** 45,0000 ** 140,4500 * 143,2143 ** 3128,5785 ** 8364,0500 *

Condicionamento (B) 1 0,2525 ns

5882,4500 ** 13056,0500 ** 9198,4746 ** 298,7787 ** 8694,4500 *

Fungicida (C) 4 7,4036 ** 3,1437 ns

149,3000 ** 2,9880 ns

259,2548 ** 657,5750 *

A X B 1 0,0012 ns

9,8000 ns

22,0500 ns

0,5227 ns

337,8441 ** 296,4500 *

A X C 4 0,0360 ns

7,5937 ns

112,2000 ** 9,9000 * 427,7404 ** 258,4250 *

B X C 4 2,0083 ** 54,4812 ** 17,8000 ns

13,1297 ** 265,4992 ** 310,0750 *

A X B X C 4 0,0098 ns

4,0812 ns

15,3000 ns

0,5515 ns

80,6696 ns

48,8250 ns

Resíduo 60 0,4380 5,9917 24,1167 2,9370 36,5507 45,2166

C.V. (%) 12,93 8,03 6,82 4,54 10,20 15,61

** Significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste F * Significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F NS

Não significativo