Perry Rhodan - A Liga Dos Sete e Os Rebeldes de Hetossa

download Perry Rhodan - A Liga Dos Sete e Os Rebeldes de Hetossa

of 76

Transcript of Perry Rhodan - A Liga Dos Sete e Os Rebeldes de Hetossa

  • Ateno:

    O texto do episdio 650 contm erros de grafia propositais.

    A explicao para isso encontra-se no final da pgina 10.

  • A Liga dos Sete

    Os Rebeldes de Hetossa

    11 Ciclo - O Conclio

    Volume 1

    Episdios 650/651

  • Copyright 2001:Perry Rhodan 650, by William Voltz, Der Bund der Sieben,

    Perry Rhodan 651, by Ernst Vlcek, Die Rebellen von Hetossa,Verlagsunion Erich Pabel Arthur Moewig KG (VPM KG), Rastatt, Germany,

    www.perry-rhodan.netPERRY RHODAN is a registered trademark by

    VPM KG, Verlagsunion Erich Pabel Arthur Moewig KG, Rastatt, Germany

    Copyright da traduo 2001:Perry Rhodan 650/651, Star Sistemas e Projetos Grficos Ltda., Belo Horizonte, Brasil

    Perry RhodanMarca requerida INPI

    Star Sistemas e Projetos Grficos Ltda.

    As nossas edies reproduzem integralmente o texto original.

    Todos os personagens deste livro so fictcios. Qualquer semelhanacom pessoas ou acontecimentos da vida real mera coincidncia.

    No permitido reproduzir, por qualquer meio, o contedo destevolume sem a prvia autorizao por escrito dos editores.

    Exemplares distribudos sem a capa original em cores so ilegais econstituem uma violao aos direitos autorais das editoras.

    Star Sistemas e Projetos Grficos Ltda.2001

  • Prefcio editorial da nova edio brasileira

    As pessoas que tiverem a oportunidade de folhear este livro podero considerar-setestemunhas de um evento memorvel. Este volume representa um marco para os apreciadoresda srie Perry Rhodan no Brasil e, pode-se arriscar a dizer, em todo o mundo. Aps anos deausncia, a srie de fico cientfica originria da Alemanha retorna ao cenrio editorial brasileiro,para satisfao dos que um dia acostumaram-se a acompanhar suas histrias periodicamente.

    A srie Perry Rhodan foi publicada no Brasil at o ano de 1991 e, em seus dezesseis anosde presena nas livrarias e bancas brasileiras, arrebatou milhares de dedicados e ardorosos fs.Em suas pginas, os leitores encontravam as sementes de imaginao que a cada episdiocriavam razes cada vez mais entranhadas e fortes em suas mentes vidas pelas aventuras,mistrios e fascnios mpares apresentados pela srie. Razes que certamente no foram cortadasde todo aps o abrupto cancelamento da publicao no princpio da dcada de 1990. Afinal,com a interrupo da srie no Brasil, teve incio a luta dos fs pelo seu retorno e, aps quasedez anos de persistentes aes, essa luta culminou com a iniciativa da editora SSPG em trazerPerry Rhodan de volta ao idioma portugus.

    Apesar do longo tempo de ausncia, h que constatar que este realmente parece ser omomento certo para o retorno da srie. O forte apoio dos antigos leitores que confiaram noprojeto da SSPG e assinaram antecipadamente esta nova edio; as slidas diretrizes da editora,direcionadas para a produo de uma edio que honre o nome da srie e os interesses de seusfs; a inteno de realizar um projeto de longo prazo e sem perspectivas de interrupo algofundamental ao se tratar de uma coleo seqencial de histrias que j sofreu um revs; e arelao positiva entre todos os envolvidos na produo da edio, desde a equipe de contatoda VPM a editora alem proprietria da srie at os revisores e diagramadores no Brasil.Todos esses fatores despertam uma forte esperana na realizao de um trabalho de sucessopara esta nova edio em portugus de Perry Rhodan.

    claro que esse no ser um trabalho simples. Perry Rhodan uma srie monumental,que h quatro dcadas publicada semanalmente na Alemanha e conta com diversos produtosderivados e edies estrangeiras. So mais de dois mil fascculos que formam uma seqncianarrativa contnua. Cada episdio segue naturalmente o anterior e, ao mesmo tempo, mantm asua individualidade, permitindo sua leitura como uma obra independente. Para facilitar oacompanhamento por novos leitores, a srie dividida em grupos de 50 ou 100 volumes,denominados ciclos. Cada ciclo tem uma ao bem definida no contexto da srie, com incio,desdobramentos e desfecho. Essa soluo interessante para a organizao da srie facilita aadeso de novos leitores e evita a frustrao dos leitores mais antigos, que de outra formateriam que ficar indefinidamente espera da concluso dos arcos de histrias mais amplos dacoleo.

    Diante desses aspectos, uma das decises mais importantes para a preparao da novaedio em particular foi selecionar qual o ponto de reincio para a edio em portugus dentreas centenas de opes disponveis. A alternativa mais bvia seria continuar diretamente aseqncia interrompida no Brasil, com o volume 537. Entretanto, isso criaria uma barreiracontra a conquista de novos leitores que provavelmente no teriam interesse em acompanharuma histria a partir do meio de sua ao. Publicar a srie desde o volume 1 no seria interessantepara os antigos leitores, ansiosos por aventuras inditas. O mais indicado realmente seriacomear a publicar a partir de um incio de ciclo ainda no disponvel em portugus. Opespara isso no faltam na srie: o grande ciclo atual do volume 2000, que sob certos aspectos traz a srie de volta s suas origens; o ciclo da Liga Hansetica, que mostra a Humanidade em

  • conflito com um poderoso poder csmico; o ciclo dos cantaros, que representou uma mudanaprofunda na conduo dos rumos da srie; ou talvez o recente ciclo Thoregon, muito apreciadopelos leitores alemes.

    Entretanto, nenhum deles parece to adequado quanto o ciclo que comea a ser publicadoa partir deste volume especial. O ciclo do Conclio inicia um grande arco de histrias na srie,aclamado pelos leitores alemes como um dos mais fascinantes de toda a coleo. Esse cicloprepara o leitor para as grandes transformaes introduzidas na srie ao longo dos ciclosseguintes, que enriqueceram a sua temtica e deixaram fortes influncias at hoje nos conceitoscsmicos em que as histrias se apoiam. Alm disso, a proximidade desse ciclo com o ponto emque a srie Perry Rhodan foi interrompida no Brasil dever tornar mais fcil para os antigosleitores acostumarem-se com a nova ambientao das histrias, j que poucos volumes separamos dois pontos. Poucos volumes, claro, considerando o total deles que compem a srie...

    De qualquer modo, no primordial conhecer em detalhes as histrias anteriores da sriepara acompanhar as tramas deste novo volume. Por se tratar de um incio de ciclo, a ambientaocorrente e os personagens so introduzidos de forma a facilitar a adaptao dos novos leitoresou dos que no acompanharam os ltimos enredos da antiga edio brasileira. Alm disso, estevolume traz materiais adicionais que servem como introduo a este novo ciclo: um resumo detodos os ciclos anteriores, uma apresentao da srie sob o enfoque editorial e um glossriodos principais termos especficos da srie que aparecem nos episdios deste volume.

    Enfim, com este volume inicia-se uma nova fase na histria de Perry Rhodan em lnguaportuguesa. O ciclo do Conclio est comeando, e muitas novidades e surpresas aguardam osleitores. Alm disso, a brecha para a expanso da linha de publicaes da srie em portugusest se formando no rastro do aguardado sucesso desta edio inicial. Os volumes que por oraforam deixados de lado na seqncia da srie podero ser uma realidade em portugus nofuturo bem como os episdios originais desde o volume 1 e outras sries derivadas de PerryRhodan que j foram editadas na Alemanha. Mas, por enquanto, o importante aproveitar estevolume indito e fazer o mximo para que a srie consolide-se nesta sua nova edio.

    Esperamos que os antigos aficionados pela srie e aqueles que esto descobrindo-aagora apreciem intensamente este trabalho e as novas peripcias de Perry Rhodan e seuscompanheiros. Este um projeto realizado com muita dedicao e apreo pela srie, e queesperamos no ter data para ser encerrado.

    Belo Horizonte, maio de 2001.Rodrigo de Llis

    Editor-Chefe Publicaes Perry RhodanSSPG

  • Prefcio especial da nova edio brasileira

    Perry Rhodan a srie mais longeva da histria da fico cientfica de nossa era. Nascidapara ser mais um ponto de leitura da editora Erich Pabel-Arthur Moewig, tornou-se em poucotempo uma febre de propores gigantescas em seu pas de origem, a Alemanha.

    Seus autores, Karl-Herbert Scheer e Walter Ernesting, elaboraram em 1960 uma srie paraser interligada por volumes independentes mas relacionados de aproximadamente 30 volumes.Desde seu lanamento em setembro de 1961 at hoje, quando esperamos completar quarentaanos, j foram lanados mais de 2050 volumes, e com o flego aumentado e a determinao deseu corpo editorial, teremos possivelmente mais quarenta anos pela frente.

    A srie tem sua fora na capacidade inventiva de seus autores, na organizao de suaestrutura com seus ciclos de histrias e principalmente na fora de seus personagens, lidera-dos por Perry Rhodan, o homem do futuro.

    A atrao desses livros contar a histria da Humanidade do futuro, desde seus primr-dios, com o lanamento da nave americana Stardust, no primeiro vo tripulado a pousar na Lua.L encontram a raa dos arcnidas, que num pouso forado estabeleceram-se em solo lunar.Comeam as aventuras de Rhodan e seus amigos em busca da imortalidade, das estrelas eento, de mais de trs mil anos de histria desta nova Humanidade.

    Em seus mais de 2000 volumes, a Humanidade cresce, expande-se pelo universo e vseus personagens se multiplicarem e tomarem conscincia do seu existir. Esta expanso acom-panhou o desenvolver da srie pelo mundo. Em poucos anos, a Europa foi invadida pelarhodanmania. Alm da srie principal, a VPM criou a srie Romances Planetrios, contandofatos apenas citados na srie principal e outros assuntos.. Surgiram HQs contando histriasdo universo rhodaniano. Surgiram LPs com histrias sendo contadas. Lanaram a srie Atlan,sobre um dos personagens principais e amigo de Rhodan. Criaram-se f-clubes, e fanzinesforam editados pelos seus adeptos, revistas especializadas sobre o assunto foram lanadas, asrie passou para o Japo e para a Amrica, aportando no Brasil em 1975.

    Quando chegou ao Brasil em 1975, o mundo j havia sido invadido at mesmo com olanamento de um filme, muito fraco para ser lembrado por todos. Mas esta edio brasileira,mais aproximada do volume norte-americano, conseguiu cativar seus leitores. Sem muito estar-dalhao e com pouca viso editorial, uma editora brasileira manteve sua publicao com vriasinterrupes at que em outubro de 1991, desfez todos os sonhos dos fs brasileiros, cance-lando mais uma vez e definitivamente sua publicao.

    Ento, fs brasileiros da srie, sem resignar-se, iniciam uma campanha para tentar fazercom que ela retornasse a ser publicada no Brasil. Inicialmente um f gacho contata a Ediourosem sucesso. Atravs de fs de fico cientfica espalhados pelo Brasil, consegue ampliar oleque de informaes do Brasil para a Alemanha. Lana o seu fanzine Informativo Perry Rho-dan. Era 1o de maio de 1991, e com esta revista amadora inicia sua campanha de conhecer osleitores brasileiros, a fim de colocar sua idia de republicao da srie por outra editora brasi-leira ou por suas prprias mos. Com mais de um ano de contatos, surge o Perry Rhodan FClube do Brasil em maio de 1992.

    O PRFCB nascia da necessidade dos fs brasileiros de Perry Rhodan tomarem maiorliberdade de contato com o universo rhodaniano como um todo. As negociaes com a editorabrasileira da poca e a Moewig resultaram em nada. E a srie tornava-se cada vez mais distante.Em cartas imensas de seus fs, optou-se por mudar radicalmente o IPR, a publicao do clube,para dar maior estabilidade aos fs e proporcionar conhecimento a todos. O nmero de fs foiaumentando e seu espao se tornando mais democrtico e dinmico.

  • Comeou-se a produzir textos e artigos sobre a srie, e, com os contatos na Alemanha,traduzir resumos de volumes da srie. Nada era mais desconhecido. Iniciou-se a publicao dofantstico Perry Rhodan O Caminho Para As Estrelas, uma monumental obra de refern-cia, resumindo a srie do volume 1 ao 1810, com mais de 250 pginas.

    Os fs brasileiros comeam a produzir material para a publicao nos fanzine IPR e a eraInternet chega trazendo novos associados, com mais idias e flego novo. Nesta poca, oPRFCB consegue da ento editora brasileira uma resposta: a editora no mais tem interesse empublicar a srie no Brasil. Retomam-se os contatos um pouco esquecidos com a Moewig eento para surpresa geral, esta responde dando informaes de que se poderia encontrar umaeditora que se dispusesse a relanar Perry Rhodan em lngua portuguesa.

    Na Internet, sites so lanados contando o universo rhodaniano, e o PRFCB se mantmativo. Os associados chegam ao nmero de 60 pelo Brasil e Alemanha. Publicaes bimestraisdo IPR, material na rede, informaes atualizadas por troca e traduo de fanzines eletrnicosda Alemanha e Brasil etc. Os anos se passam...

    Um contato com uma editora brasileira reacende a chama do retorno. D em nada. Vrioscontatos com empresas editoriais brasileiras apenas desestimulam os fs. A produo literriacai e Perry Rhodan parece distante para seus fs. Mais uma tentativa de arregimentar os fssurge com a criao de uma lista de discusso na Internet. Aumenta o contato entre os fs, euma listagem de mais de 500 fs agrega todos, mas sem que nenhuma tentativa desse retorno.

    No para o PRFCB, que luta pelo retorno da srie. Num contato casual, fs do clubeousam uma idia antiga: produzir a srie em parceria com uma estrutura editorial profissional.Atravs da Star Sistemas e Projetos Grficos Ltda, SSPG, a Moewig na Alemanha contatadae aceita o projeto. A srie seria relanada com direitos para a lngua portuguesa. A SSPG e aeditora alem analisam a idia e decidem relanar a srie a partir do volume 650, com o ciclo OConclio. O ano de 2001 voltado para a consecuo de anos de batalha, tendo a editora SSPGcontatado o clube para que a auxiliasse na empreitada de produzir os primeiros volumes.

    Agora, est em suas mos o trabalho de muitas pessoas.O PRFCB congratula a todos, sem exceo. Para ns do Perry Rhodan F Clube do Brasil

    a SSPG vem desempenhando um trabalho exaustivo e correto na conduo de um projeto muitobem elaborado. Depois de muitos anos, com Perry Rhodan de volta em lngua portuguesa,sabemos que nossos esforos no foram em vo e que este esforo foi recompensador. A sriehoje para os brasileiros no um mistrio. Possumos muita informao sobre ela. Mas nossabatalha agora a de aumentar o nmero de fs e fazer com que ela tambm seja universal eatemporria, atravessando eras de publicao em nosso pas.

    Tambm sua esta obra. E hoje, o seu esforo junto com o PRFCB o de manter eaumentar sua distribuio em nosso pas. Participe!

    Estamos em maio... Dez anos de Informativo Perry Rhodan e nove de PRFCB. Sinto umorgulho muito grande do que iniciei a fazer. E saber que muitas pessoas apostaram neste sonhoe o realizaram. E que participei.

    Daqui a poucos dias ser dia 19 de junho. Nascimento de K.H. Scheer e trinta anos delanamento da Stardust.

    Um abrao e boa leitura.

    Santa Maria (RS), maio de 2001Alexandre Pereira dos Santos

    Presidente Perry Rhodan F Clube do Brasil

  • N 650

    A Liga dos Sete

    de William Voltz

    Traduo de Francis Petra Janssen

    A maior srie de fico cientfica do mundo!

    Na Terra e nos outros mundos da Humanidade registra-se o incio do ano 3459.A ltima jogada do oponente da Humanidade, que se manifesta no conceito Anti-Aquilo, foi rechaada

    com sucesso quando, em abril do ano anterior, Perry Rhodan encerrou a sua Odissia Cerebral eretornou ao seu corpo original.

    Contudo, parece que o perodo de provaes ao qual a Humanidade foi submetida ainda est longede terminar. O ser imaterial Aquilo, que no jogo de xadrez csmico estava do lado da Humanidade,tambm aludira a algo semelhante.

    E assim que, cerca de oito meses aps o retorno de Perry Rhodan, surge um novo e inesperadoconfronto das profundezas do espao sideral.

    Inteligncias estranhas de uma outra galxia aparecem no Sistema Solar e fazem uma demonstraode seu extraordinrio poder, ao qual a Humanidade no tem nada comparvel a contrapor, e exigem aincorporao da Via-Lctea Liga dos Sete...

  • 10

    Perry Rhodan

    Se as provaes que nos foram impos-tas por Aquilo e Anti-Aquilo no tiveremsido totalmente em vo, logo vamos colherresultados diretos do fato de as termos su-perado. claro que sequer podemos ima-ginar as conseqncias. Todavia, aindano temos um quadro acabado sobre tudoo que aconteceu, como um mosaico em quevrias peas esto faltando.

    Assim que tudo se encaixar formandoum todo harmonioso, saberemos mais arespeito. Portanto, proponho que, no mo-mento em que um acontecimento imprevi-svel nos revelar a razo de nossas sriasprovaes, que ele sejachamado de Caso Har-monia.

    Perry Rhodan duranteentrevista coletiva em 15de dezembro de 3458, nacidade de Terrnia.

    1.

    Como era gostoso flu-tuar sobre o telhado com orgo antigravitacional ati-vado, inspirando o ar sua-ve da noite e observandoo cintilar das mquinasvoadoras dos terranos. Calloberian passa-va quase todas as noites em cima do telha-do da casa de Chinnel, pois, ao contrriodos seus anfitries, no precisava dormir.

    Anton Chinnel, que observava o xisrapeda janela do sto, sorria compreensivo. Suafamlia adotara o xisrape degredado quan-do ele estava na sua terceira escamao (oque correspondia a seis anos terranos) e oacolhera em sua casa. Calloberian era umdos cerca de mil e duzentos xisrapes que,ainda bebs, haviam sido encontrados emdiversos planetas da Galxia com atmosferade oxignio. Eles haviam sido abandona-

    dos ali por suas mes. Ningum entendiapor que algumas mes xisrapes agiam deforma to desumana com exceo de cer-tos polticos ignorantes de algumas provn-cias, que viam perigo em qualquer estranhoe acreditavam numa invaso secreta dos xis-rapes.

    Bastava Chinnel olhar para o estranhoque pairava sobre o telhado para saber queCalloberian era completamente inofensivo.O xisrape parecia-se com um lenol brancode dois metros, para fora do qual aqui e alidespontavam braos e pernas bem fininhos.Alm dos membros, cuja quantidade no era

    nada fcil para um ob-servador determinar(Chinnel sabia queeram dezesseis), existi-am ainda inmeras in-tumescncias orgni-cas sob a pele branca.

    Na extremidade su-perior do corpo deCalloberian existiamtrs protuberncias vi-suais, uma vescula fa-latria e um rgo au-ditivo semelhante auma esponja. Para sealimentar, esse estra-

    nho ser fazia uso de uma superfcie epidr-mica com poros grados atravs da qualsugava fludos albuminosos para dentro doseu corpo.

    Calloberian adorava leite, mas nem porisso desprezava cerveja, gua, vinagre ouleo, de acordo com a situao.

    Quando Anton Chinnel fez meno dese recolher, o xisrape desceu flutuando atele.

    Voc ada est acordado, Ton? Callo-berian no conseguia emitir os sons an ein com a sua vescula falatria. Esperoque no de preocupado comigo.

    Personagens principaisdeste episdio:

    Perry Rhodan - O Administrador-Geral nomeado soberano da Via-Lctea.

    Hotrenor-Taak - Um aliengena queveio de NGC 3190.

    Calloberian - Um xisrape.

    Roctin-Par - Chefe da resistncia con-tra o Conclio dos Sete.

    Ras Tschubai e Gucky - Os teleporta-dores fazem um passeio.

  • 11

    Sargia deixou mais uma garrafa de leiteno seu quarto avisou Anton. Lembre-se, amanh o seu primeiro dia de aula.

    Em Terrnia, existia uma escola para ex-traterrestres. O corpo docente compunha-se basicamente de aparelhos tradutores epositrnicas, pois esta era a nica alternati-va para ensinar uma infinidade de seres di-ferentes. Dois galatopsiclogos experientese alguns assistentes dirigiam a escola.

    Tes fosse voc meu professor, Ton! disse Calloberian, triste.

    No tenho experincia e sabedoriapara isso retrucou Chinnel. Voc deveaprender a agir por conta prpria mesmonum mundo estranho para voc como a Ter-ra. Alm disso, no precisa se preocupar.Na escola, todos trataro voc como umamigo e o aprendizado vai parecer uma brin-cadeira.

    Estou um tto seguro para o trabalhopsicolgico confessou o xisrape. svezes acho que eles tm a teno de metransformar num terro.

    Voc acredita mesmo que os nossosgalatopsiclogos seriam capazes disso?

    No...! A resposta soou hesitan-te. A voz de Calloberian no era muito alta.Por causa dos constantes movimentos pul-santes da vescula falatria, ouvia-se sem-pre um rudo como que de gua fervendo.Quando dera abrigo ao xisrape, a maior difi-culdade de Chinnel foi fazer Calloberian en-tender que era preciso inserir uma pausaentre as palavras. No comeo, tudo o queaprendia custosamente Calloberian repetiaaos borbotes, de forma que quase no sepodia perceber um sentido.

    Agora isso havia mudado. A no ser pe-las diferenas anatmicas, o entendimentoentre Calloberian e a famlia Chinnel ia devento em popa.

    Voc sabe que no nem nunca foium peso para ns continuou Anton.

    Mas seria prejudicial para a sua autocons-cincia se voc no aprendesse a tomar assuas prprias decises e agir de acordo comelas. Voc precisa se tornar completamenteindependente. E para isso tem muito o queaprender.

    Isso eu entendo! disse Callobe-rian, girando cuidadosamente sobre o seuprprio eixo. Os finssimos apndices exter-nos da pele eriaram-se obliquamente emrelao ao corpo. Sem dvida ser mui-to teresste!

    Interessante! Vez por outra An-ton ainda se via corrigindo as inevitveisviolaes verbais do xisrape. Tambm importante que voc tenha contato comoutros aliengenas. Isso vai aliviar o pesoda solido que, mais cedo ou mais tarde,voc tambm vai sentir. O importante quena escola voc vai ter um contato mais fre-qente com outros xisrapes.

    No estrho mais esta casa consi-derou Calloberian. Sabe, no consigome imagar distte daqui por muito tempo.

    Sargia, Meckton e eu tambm senti-remos muito a sua falta admitiu Chinnel. Mas no se trata de uma separao defi-nitiva. Vamos nos ver todos os fins de se-mana, sem falar das frias.

    Sei muito bem o que vocs todosfizeram por mim. Um dos quatro braci-nhos apareceu e tocou suavemente o rostode Chinnel. Por isso devo muito a vo-cs.

    Quando Calloberian quis entrar na casapela janela, todas as estrelas no cu se apa-garam de repente.

    Foi um fenmeno to abrupto e inespe-rado, que nem Chinnel nem o xisrape o per-ceberam ou puderam entender de imediato.No comeo, foi apenas uma modificaomoderada na atmosfera. Uma sombra amea-adora se projetava sobre o lugar. AntonChinnel tinha a sensao de estar sendo

    A Liga dos Sete

  • 12

    Perry Rhodan

    estrangulado. Ele curvou o corpo para seproteger e encolheu-se dentro do sto. Seucorao ameaava parar de bater.

    Calloberian emitiu um som de lamento.Quando Chinnel ergueu a cabea, o cu

    estava escuro. Era como se algum tivessepuxado uma gigantesca cortina negra nafrente das estrelas.

    As estrelas sumiram! exclamouChinnel horrorizado. O que significaisso?

    Estou vendo! concordou Callo-berian. Isso est me assustdo.

    Ele voltou para fora e ficou flutuando aoar livre para poder observar melhor. AntonChinnel tambm saltou para fora. Nas casasas luzes iam se acendendo. As pessoas quej estavam dormindo tambm pareciam sen-tir a alterao e iam para as janelas de suasresidncias.

    Chinnel podia ouvir os gritos de pavorque vinham da rua.

    Os planadores que circulavam noitesaam dos corredores areos e dirigiam-seao local de pouso mais prximo.

    Todos esto vendo! disse Chin-nel. No uma alucinao.

    Poderiam ser nuvens? pergun-tou Calloberian.

    Chinnel apontou para a meia-lua clara-mente visvel.

    O cu est completamente limpo.Continuamos vendo a Lua normalmente. Abarreira que se instalou entre ns e as estre-las deve estar muito alm no espao. Prova-velmente nos limites do Sistema Solar.

    Ele segurou uma das perninhas de Callo-berian.

    Tenho certeza de que a qualquer mo-mento vamos ter uma transmisso extraor-dinria da Televiso Terra.

    Agora Chinnel ouvia Sargia e Mecktonchamando por ele dentro de casa. Eles tam-bm haviam acordado e estavam com medo.

    Chinnel e o xisrape saram do sto.Sargia estava em p no corredor, com

    Meckton nos braos. O menino esconderao rosto no ombro da me e soluava. Docorredor, Anton podia ver a sala de estar. Ajanela estava aberta. Dava para ver um pe-dao do cu, ainda escuro. Ou seja, o fen-meno ainda no havia passado.

    As ltimas notcias! ordenou An-ton.

    O televisor de parede tridimensional, pro-gramado para obedecer aos comandos devoz dos dois membros mais velhos da fam-lia, reagiu instantaneamente e iluminou-se.

    Anton viu o smbolo do Imprio Solar:uma mo humana e uma no humana sobreo fundo da Via-Lctea.

    Logo abaixo, em sete idiomas distintos:EDIO EXTRAORDINRIA. J vamos saber o que est acontecen-

    do! disse Chinnel.Ele acendeu todas as luzes da casa, mas

    a claridade no conseguiu espantar o seutemor. A imagem do cu escuro no saa desua mente.

    Ser um campo de energia? per-guntou Sargia.

    No sei respondeu Chinnel perple-xo. Ele olhou para sua mulher. Ela era alta emagra, com ombros bem desenvolvidos, empropores incomuns nas mulheres. Ela sa-crificara os seus cabelos verdadeiros emfavor de uma peruca biossinttica em estiloescova, em moda no momento. Antes deSargia, Chinnel j assinara contratos matri-moniais com outras quatro mulheres. Ne-nhum desses casamentos havia dado certo.Uma vez por ano, Chinnel encontrava-secom uma de suas ex-esposas para no per-der o vnculo sexual com elas. Sargia no seopunha a isso. Ela era equilibrada, quasefria. s vezes, Anton tinha a impresso deque ele no passava de um clculo matem-tico na vida dela. Como Meckton ainda era

  • 13

    muito novo para assumir a chefia da famlia,Sargia e Anton revezavam-se nessa tarefa.Quando era a sua vez, Anton Chinnel sem-pre tinha a sensao de que no conseguiadar conta do recado muito bem. Apesar dis-so, estava satisfeito. O casamento pareciaestvel e sem maiores problemas.

    Os trs humanos e o xisrape reuniram-sediante do televisor de parede.

    Pelo jeito, tambm em Imprio Alfa esta-vam todos perplexos.

    De repente, Calloberian disse: Amh no poderei ir aula! Bobagem! retrucou Anton energi-

    camente. Em algumas horas tudo estarnormalizado.

    No por isso retrucou Calloberi-an calmamente. Desde que haviam deixadoo telhado, ele dava a impresso de ser umaoutra pessoa. Para Anton, ele parecia maisadulto e independente. Tenho que ir atImprio Alfa e falar com Perry Rhod.

    Anton encarou-o. Acorda, Calloberian! Voc no sabe o

    que est dizendo. Ningum vai lhe dar aten-o muito menos na situao atual. Vocno passa de um jovem xisrape.

    Acredito que possuo algumas forma-es importtes afirmou Calloberian, de-terminado. Vou oferec-las aos respon-sveis. Depender deles aceit-las ou no.

    Calloberian precisa ficar com a gente! intrometeu-se Meckton. No queroque ele v embora.

    O xisrape flutuou em direo criana e aacariciou.

    Meckton tranqilizou-se e ergueu a ca-bea.

    Voc vai voltar, Calloberian? Isso ngum pode responder retru-

    cou o xisrape. Mas sei que devo muito Humidade. Talvez seja essa a chce de poderretribuir.

    Anton e sua mulher trocaram um olhar.

    Chinnel sabia que, com a adoo, assumiratambm a responsabilidade por aquele jo-vem aliengena. Calloberian parecia total-mente perturbado. Muitas vezes Anton jnotara que o jovem estranho apresentavauma relao especial com os fenmenosnaturais. Assim, toda vez que chovia, o xis-rape ficava entorpecido, completamente es-ttico. Esse comportamento se dava tantodentro de casa como ao ar livre.

    Vou comunicar minha deciso a Sar-gia disse Anton.

    Calloberian ergueu todos os quatro bra-cinhos. Eles no tinham plos e constitu-am-se de uma massa firme, sem ossos.

    Isso nem voc, Ton, nem Sargia vodecidir disse. Por favor, no tornem ascoisas mais difceis para mim, pois eu irei dequalquer meira.

    Sargia sentou Meckton numa poltrona. Calloberian! exclamou atnita.

    O que voc est dizendo? Voc faz parte danossa famlia. Gostamos de voc e no que-remos perd-lo. Voc est fora de si.

    Antes mesmo que Calloberian pudesseresponder, a imagem no televisor de paredemudou. A transmisso no vinha dos est-dios da TVT, mas sim, diretamente de Imp-rio Alfa. A abertura sinalizava aos telespec-tadores que o programa estava sendo trans-mitido para todo o sistema e poderia, por-tanto, ser captado nos outros planetas e luasdo Sistema Solar, bem como em todas asnaves e estaes que se encontrassem nes-se setor.

    Um rosto apareceu no televisor de pare-de.

    Perry Rhodan! gritou Anton Chin-nel surpreso. Ele no esperava que o Admi-nistrador-Geral fizesse pessoalmente umpronunciamento para toda a Humanidade.Isso vinha confirmar a importncia do acon-tecimento de alguns minutos atrs.

    Muitas pessoas que vivem no lado

    A Liga dos Sete

  • 14

    Perry Rhodan

    diurno do nosso planeta ainda no sabemo que aconteceu iniciou Rhodan o seupronunciamento. Ele parecia completa-mente sereno, mas isso no significavanada. Sabia-se que o Administrador-Ge-ral raramente perdia o autocontrole. Neste momento, atravs dos noticirios edeste pronunciamento, que sabero oque est se passando. Aparentemente oSistema Solar foi completamente desliga-do do resto do Universo. No mais pos-svel visualizar as estrelas e galxias. Damesma forma, as nossas naves estaciona-das na fronteira do sistema no conse-guem mais localizar as estrelas. A comu-nicao por rdio entre as estaes exter-nas do Sistema Solar e a Terra continuafuncionando sem problemas. Para almdesses pontos, porm, at agora todas astentativas de estabelecer um contato fra-cassaram. J providenciei para que diver-sas naves saiam do Sistema Solar e ten-tem alcanar um sistema estelar vizinho.No momento, podemos apenas formularhipteses a respeito do tipo de fenmenoque est ocorrendo. Nossos cientistasmais importantes acreditam que todo oSistema Solar encontra-se envolto por uminvlucro energtico pentadimensional.Como isso aconteceu completamentedesconhecido. No existe nenhum perigoimediato no que se refere segurana doshabitantes do Sistema Solar. Vocs seromantidos informados por este canal.

    Com isso o pronunciamento foi encerra-do. No lugar de Rhodan, apareceu um hi-perfsico que discorria sobre as possibilida-des de diversos tipos de campos energti-cos.

    Chinnel j no prestava mais ateno.Era surpreendente como o pronunciamen-

    to simples e direto de Perry Rhodan, restrito apoucos detalhes, conseguira tranqiliz-lo.

    Vocs ouviram disse ele, dirigindo-

    se famlia. No existe perigo imediato.As palavras seguintes foram para Callo-

    berian. Com isso tambm as suas incertezas

    devem ter sido eliminadas. Preciso mter a mha deciso res-

    pondeu o xisrape. E tambm no aditaesperar at amh. Vou partir agora.

    O modo como o xisrape falava impressio-nou Chinnel. Diante dele no estava mais umextraterrestre infantil que precisava de suaajuda, mas sim um aliengena adulto que sa-bia exatamente o que pretendia. Para Chinnelera uma situao embaraosa. Ele se sentiacada vez mais constrangido. De repente, jno sabia mais como agir com Calloberian.

    O xisrape parecia sentir essa inseguran-a.

    No precisa se preocupar comigo,Ton!

    Chinnel tomou sua deciso. No vou deixar voc partir, Callobe-

    rian. Amanh cedo vou falar com o galatop-siclogo que dirige a escola. Ele vai sabernos aconselhar.

    O xisrape desmoronou sobre si mesmo.Ele parecia um pedao de pano amarfanha-do no cho.

    Era isso que eu temia disse ele. Voc no pode me deter, Ton!

    Ele deslizou rente ao cho em direo porta aberta. Com trs passos, Chinnel ul-trapassou-o e fechou a porta, postando-secom as costas apoiadas contra ela. Sargia eMeckton observavam a cena em silncio.

    Se for preciso, vou usar a fora paraimpedi-lo, Calloberian!

    Isso voc no pode fazer, Ton! re-petiu o estranho.

    Pela primeira vez, havia irritao em seutom de voz. O relacionamento de pai e filhoque at agora unia Chinnel e o xisrape pare-cia haver se invertido completamente: ele,Anton Chinnel, sentia-se uma criana inde-

  • 15

    fesa perante Calloberian.A voz de Chinnel soou descontrolada: No vou deixar voc partir!Nesse momento, uma nvoa azulada qua-

    se imperceptvel saiu de Calloberian e en-volveu a cabea de Chinnel. Ele sentiu ainrcia tomar conta dele. Simplesmente fi-cou ali, imvel, olhando para Calloberian.

    No sou seu imigo disse Callobe-rian. Ada sou seu amigo, acredite em mim.

    Ento, ele afastou Chinnel para o lado,atravessou o corredor e saiu.

    Sargia emitiu um som que deixava perce-ber claramente sua perplexidade. O desen-rolar dos acontecimentos a surpreendera detal forma que se sentia incapaz de tomarqualquer atitude.

    S Meckton pulou da poltrona e correuatrs de Calloberian.

    Aonde voc vai? Estou do para Imprio Alfa expli-

    cou o xisrape. No se esquea de mim,Meckton.

    Voc vai voltar? indagou o garoto. No!Meckton pressentiu que se tratava de

    uma separao definitiva. Eu vou com voc disse o garoto

    com sua lgica infantil. O seu lugar junto da sua famlia

    recusou Calloberian. De qualquer forma, melhor voc ficar com Ton e Sargia.

    Meckton, que ainda bem pequeno apren-dera a impor suas vontades quando neces-srio, reconheceu a autoridade daquele queat esse momento fora seu hspede. Entovirou-se e voltou para sua me, que j vinhaatrs dele.

    Calloberian desceu a escada flutuando eabriu a porta que dava para o quintal. Ouviuo barulho que vinha da massa de pessoasque aflura s ruas. Em todos os lugares elasdavam sinais de que estavam com medo.Certamente ningum pensaria em dormir

    nessas circunstncias.Calloberian passava pela rua quase sem

    ser notado. Flutuando, foi at a estaotransmissora mais prxima.

    Um homem e uma mulher aguardavam nafrente dele para darem um pulo no Centro.

    Vocs se comodam se eu os acom-phar? perguntou Calloberian educada-mente.

    O homem estava nervoso. A mulher, aocontrrio, parecia sonolenta e ainda no terse dado conta do que estava acontecendo.

    Voc um xisrape, no mesmo? perguntou o homem.

    Sou respondeu Calloberian. O que voc acha de toda essa hist-

    ria?Talvez, pensou Calloberian achando a

    idia divertida, o terrano acredite que umextraterrestre saiba mais acerca desses fa-tos. Neste caso em especial, ele no estarialonge da verdade.

    Sei tto quto o senhor. Estao livre! chamou a positrni-

    ca transmissora.Os dois humanos e Calloberian atraves-

    saram a antecmara. O senhor pode pr-programar o seu

    desto sugeriu Calloberian.O homem aproximou-se da coluna lateral

    e disse o seu destino. Agora a sua vez disse, dando

    lugar a Calloberian. Gostaria de ir at o mais perto poss-

    vel de Imprio Alfa disse Calloberian.Mas imediatamente ocorreu-lhe que talveza pequena positrnica no tivesse condi-es de entender essa frase e acrescentou: Local: Imprio Alfa! O mais prximo pos-svel.

    Aonde voc pensa que vai? per-guntou o homem atrs de Calloberian, fran-zindo a testa. Agora, alm de nervoso, eletambm ficou desconfiado. Voc perten-

    A Liga dos Sete

  • 16

    Perry Rhodan

    ce Segurana Solar? No! negou Calloberian. Quero

    apenas tentar ajudar a Humidade.

    2.

    As estrelas desapareceram no dia 20 dedezembro de 3458.

    Todo o Sistema Solar parecia ter sido re-pentina e definitivamente separado do Uni-verso. Alm dos planetas e luas solares nose podia mais ver, nem mesmo nos observa-trios, nenhum outro corpo celeste.

    O sistema de radiocomunicao dentrodos limites do Sistema Solar continuava fun-cionando. J, ao contrrio, era impossvelentrar em contato com os mundos coloniaise as estaes repetidoras localizadas almda fronteira do sistema.

    As espaonaves vindas de fora no po-diam mais entrar.

    As naves que haviam partido ao coman-do de Perry Rhodan conseguiam alcanarsem problemas o espao linear, todavia noencontravam outros sistemas solares ounaves alm da fronteira do sistema. Issoparecia confirmar a teoria dos cientistas queafirmavam que o Sistema Solar se encontra-va encerrado num envoltrio energticopentadimensional. O sucesso dos vos delonga distncia das naves de reconhecimen-to fora apenas aparente na verdade, asunidades da Frota Solar moviam-se numazona supra-relativista onde os dados e n-meros acabavam desorientando as naves.

    O Parlamento Solar mantinha-se em ses-so permanente. Era impossvel descrever aagitao generalizada.

    Todos os grandes computadores eletr-nicos e positrnicos do Sistema Solar, so-bretudo Nathan, estavam ocupados com ofenmeno.

    Apesar de algumas especulaes fanta-siosas, nenhum cientista importante acredi-

    tava num fenmeno natural.Por fim, chegou-se concluso de que

    s podia se tratar de uma demonstrao deum poder infinitamente superior.

    As autoridades mantinham a calma. Noestava acontecendo nada que de algumaforma colocasse a Humanidade ou o Siste-ma Solar em perigo.

    Em 29 de dezembro de 3458, Perry Rho-dan, num novo pronunciamento transmiti-do pela TVT, proferiu a clssica sentena:No temos dvidas de que se trata do CasoHarmonia.

    *

    J fazia mais de um ano que os cientis-tas haviam devolvido o Traje da Destrui-o a Alaska Saedelaere. Apesar das pes-quisas exaustivas, ningum conseguiradescobrir o segredo do traje.

    Alaska, cujo rosto fora deformado porum transmissor, guardava o traje numadas alas residenciais de Imprio Alfa. Elequeria evitar a qualquer custo que o pre-sente que lhe fora dado por um misterio-so cyno chamado Schmitt casse em moserradas.

    J havia se tornado um hbito paraAlaska, sempre que se encontrava em Im-prio Alfa, ir at o seu quarto e abrir oarmrio onde guardava o traje.

    E desta vez no foi diferente.Devido situao incerta, todos os

    membros do Exrcito de Mutantes havi-am sido chamados a Imprio Alfa. Apsuma breve exposio feita pelos dirigen-tes do Imprio Solar sobre a situao atu-al, eles foram liberados para irem para osseus aposentos particulares.

    O mutante mascarado, um tanto aves-so aos encontros sociais, aproveitou aoferta mais que depressa.

    At agora o fragmento cappin que pos-

  • 17

    sua no rosto no havia reagido s modi-ficaes csmicas que estavam aconte-cendo. Ele se mantinha completamenteimvel, de modo que Alaska de vez emquando conseguia se esquecer daquelegrumo orgnico em seu rosto.

    Ao abrir a porta dos seus aposentos, omutante mascarado teve uma surpresa.

    Bem no meio do quarto havia um serestranho.

    Um extraterrestre. No quis assust-lo garantiu o

    jovem xisrape. Mas h dias estou ten-tdo encontrar algum membro importte dogoverno e no estou consegudo.

    Eu no sou um membro do governo! respondeu Alaska automaticamente.Ao mesmo tempo percebeu como era ab-surda aquela frase na atual situao. Lestava um desconhecido, em pleno Imp-rio Alfa, no seu quarto e ele no tinha amenor idia se algum havia autorizado aentrada do xisrape.

    Meu nome Calloberi disse o vi-sitante. Venho do setor Afcartz. L euvivia como membro adotivo numa famliaterra.

    Ao que tudo indicava, o invasor noestava armado. Tambm no parecia queestivesse ali para atac-lo. Mesmo assim,o mutante mascarado, que tinha o costu-me de agir com cautela, lanou um olharpara o alarme e para o terminal de comuni-cao ao lado da porta.

    Pode chamar reforo, se quiser. disse Calloberian. Ada assim, eu fica-ria muito contente se tes pudesse meouvir.

    Como? perguntou Alaska, atni-to.

    Oh! exclamou o xisrape. Es-queci de avisar que no consigo pronun-ciar dois encontros fonticos de sua lgua.Mas logo o senhor se acostuma.

    Quem o mandou aqui? Vim por iciativa prpria. Nenhum estranho, cujo acesso no

    tenha sido autorizado, consegue entrar emImprio Alfa.

    A pele do xisrape, que se parecia comum pedao de pano, comeou a vibrar.Alaska teve a impresso que o intruso es-tava se divertindo. Os xisrapes, lembrouSaedelaere, eram tidos como amistosos einteligentes. Jamais houve incidentes en-volvendo aqueles seres.

    Mais cedo ou mais tarde, esperavaAlaska, tambm haveria uma explicaopara a presena daquele estranho.

    Quase implorando, Alaska ergueu asduas mos.

    Ento vamos comear do comeo:como voc chegou at aqui?

    Pela porta! respondeu Callobe-rian.

    O limite externo de Imprio Alfa!Como voc o ultrapassou sem ser nota-do?

    Eu passei para um outro nvel deenergia explicou Calloberian.

    Saedelaere suspirou. Sua garganta es-tava seca. Por um lado o visitante instiga-va sua curiosidade e, por outro, sabia queera sua obrigao notificar imediatamenteviolaes como aquela. Ele deveria pren-der Calloberian e entreg-lo SeguranaSolar. O assunto deveria ser investigado.

    Mas o desconhecido no parecia nadaperigoso.

    O que voc quer aqui? pergun-tou Alaska.

    Eu vim para ajudar os humos. Voc acha mesmo que precisamos

    da sua ajuda? Acho! Nenhum humo consegue ver

    as estrelas.O interesse de Alaska foi aumentando.

    O que o xisrape sabia sobre os bastidores

    A Liga dos Sete

  • 18

    Perry Rhodan

    do Caso Harmonia? De que forma voc quer nos ajudar?Um dos quatro braos fininhos des-

    pontou de baixo da superfcie cutnea eapontou para o firmamento.

    Eu consigo ver as estrelas! de-clarou o xisrape.

    *

    A presena de tantos cientistas, mdicose membros do governo no incomodavaCalloberian. Ele flutuava ao lado da longamesa, bem entre os assentos de Perry Rho-dan e Reginald Bell. Nesse meio tempo, jhaviam sido coletadas informaes a seu res-peito. A famlia Chinnel do setor de Afcartzconfirmara que Calloberian at agora haviasido um hspede amistoso. Alguns dadosindicavam que a capacidade visual do xisra-pe se orientava energeticamente e que eleconseguia se movimentar entre diferentesnveis de energia. Essa assombrosa capaci-dade era inata, assim como seu rgo anti-gravitacional. Os cientistas, cticos a princ-pio, aos poucos foram aceitando as informa-es que Calloberian fornecia.

    No dia 20 de dezembro de 3458, quandoas estrelas sumiram, Calloberian tambmdeixou de v-las num primeiro momento.Mas isso foi s por alguns minutos e logoestavam visveis novamente pelo menospara ele e os outros mil e duzentos xisrapesque viviam na Terra.

    Os rgos sensoriais de Calloberian ha-viam se adaptado nova situao.

    Segundo as palavras do nosso visi-tante, portanto, nada mudou falou o pro-fessor Waringer a todos os que se encon-travam reunidos no salo de conferncias. As estrelas e o Sistema Solar permane-cem inalterados no seu lugar. Quase se po-deria dizer que somos vtimas de uma ilusode ptica provocada deliberadamente.

    Como no recebemos notcias de fora doSistema Solar, e desde o dia 20 de dezembrotambm no chegou nenhuma nave de fora,s podemos supor que o Sistema Solar tam-bm no est visvel para os observadoresque estiverem fora de suas fronteiras. O fe-nmeno, portanto, bilateral.

    Trata-se do Caso Harmonia con-traps Julian Tifflor. Temos que desco-brir de qualquer maneira quem o respon-svel por isso.

    Mais importante saber o motivo! opinou Perry Rhodan. No creio que hajaperigo de ataque imediato.

    Bell apontou para o xisrape. Quem sabe ele possa nos ajudar a so-

    lucionar o enigma. Podem contar comigo! disse Callo-

    berian, solcito. Antes de nos aprofundarmos em nos-

    sas pesquisas, precisamos indagar se odesaparecimento das estrelas no seria ape-nas um primeiro passo das foras desco-nhecidas Rhodan levantou-se e curvou-se sobre a mesa. Ele olhou com seriedadepara os seus amigos e colaboradores. possvel que estejamos apenas no incio doCaso Harmonia.

    Ele no poderia imaginar que suas pala-vras se confirmariam to rapidamente.

    Alguns dias depois, no dia 5 de janeirode 3459, iniciou-se a segunda fase do CasoHarmonia.

    3.

    s seis horas da manh hora oficialterrana as estrelas voltaram a brilhar.

    Embora inicialmente isso pudesse serpercebido apenas pelos habitantes do he-misfrio em que era noite, em poucos minu-tos toda a populao da Terra j havia sidoinformada do restabelecimento da normali-dade. A comunicao de hiper-rdio com as

  • 19

    espaonaves e as colnias remotas tambmvoltou a funcionar.

    As autoridades na Terra receberam con-firmaes de que o Sistema Solar, do pontode vista dos que estavam do lado de fora,tambm havia desaparecido nesse perodo.

    Perry Rhodan enviou mensagens por hi-per-rdio aos governos de todos os gran-des povos da Galxia, propondo-lhes deba-tes sobre o que havia acontecido. Nas men-sagens ele advertia que o fenmeno pode-ria representar um perigo para toda a Gal-xia.

    A primeira resposta chegou algumas ho-ras depois. Ela vinha do governo dos neo-arcnidas. Os arcnidas propunham umaconferncia geral com todos os povos gal-ticos importantes para discutir o assunto.Essa resposta praticamente equivalia a umarecusa proposta de Rhodan, pois a prepa-rao de uma conferncia requeria muitotempo e a questo era se de fato elesainda tinham algum tempo.

    O efeito psicolgico causado pelo rea-parecimento das estrelas fez com que oshabitantes do Sistema Solar comeassem aesquecer o assunto.

    Porm, antes que o alvio geral pudessese espalhar por todo canto, a espaonavealiengena surgiu sobre a Terra.

    *

    O dia j estava claro, mas mesmo assimos trs homens que estavam em p na co-bertura do edifcio principal de Imprio Alfaconseguiam ver a espaonave descreven-do sua rbita ao redor do planeta.

    Quatro voltas disse Atlan, objeti-vo. E apesar disso ainda no consegui-mos determinar tecnicamente a posio des-se objeto voador. Apenas os nossos olhosnos provam que ele existe.

    Ele penetrou no Sistema Solar sem que

    percebssemos e s se tornou visvel de-pois que entrou em rbita respondeuReginald Bell. Portanto, trata-se indiscu-tivelmente de uma segunda demonstraode poder tcnico. At a chegada desta navemisteriosa, eu teria jurado que nem mesmoum rato poderia entrar no Sistema Solar semser percebido.

    Rhodan olhou para ele de esguelha. Voc e seus ratos! Na verdade, o que

    importa no o tamanho, mas sim as capa-cidades do objeto voador.

    Essa nave parece ser bem grande falou o arcnida. E esfrica.

    o que parece concordou Rho-dan. Mas essa aparncia esfrica tam-bm pode ser produzida por um envoltriode energia.

    As naves da Frota Solar que tentaramuma abordagem tambm no conseguiramdescobrir muito mais lamentou ReginaldBell. E os recm-chegados no reagems mensagens que enviamos.

    Atlan olhou para os outros dois. Talvez nem sequer seja uma nave es-

    pacial, mas apenas uma forma desconheci-da de energia.

    uma nave espacial, disso voc podeter certeza afirmou Perry.

    O objeto que os perturbava desde suaapario sumiu no horizonte.

    Vamos aguardar os relatrios que vi-ro do lado noturno do planeta propsRhodan. Talvez finalmente algo se mexaa bordo da nave aliengena. Se algum estquerendo nos visitar, no vai se dar por sa-tisfeito em ficar voando indefinidamente aoredor do nosso planeta.

    Nessa altura da conversa, o alarme geralj havia soado. A Frota Solar estava prontapara entrar em ao a qualquer momento.Os tripulantes das fortificaes espaciais daTerra concentravam toda a sua ateno so-bre o objeto voador no identificado.

    A Liga dos Sete

  • 20

    Perry Rhodan

    Apesar de todas as medidas de precau-o, Perry Rhodan no contava com um ata-que dos desconhecidos. Quem quer queestivesse naquela espaonave no pareciater intenes blicas, pois do contrrio teriaaproveitado o fator surpresa.

    Contudo, aquelas eram apenas conside-raes humanas, como Rhodan tinha queadmitir. Nunca se poderia ter certeza de queum extraterrestre pensaria da mesma forma.

    Atravs de seu radiotransmissor de pul-so, Rhodan foi informado de que a inquieta-o da populao na Terra era cada vez mai-or. Alguns administradores exigiam repre-slias. H cerca de meia hora, o Parlamentoreunira-se novamente. Todavia, seus inte-grantes exaustos estavam por assim dizerfadados inatividade, pois com um objetovoador impassvel pairando sobre a Terrano era possvel tomar nenhuma atitudepoltica.

    Havia at alguns polticos que defendi-am um ataque preventivo contra a nave es-pacial, uma reivindicao a que Rhodan nemsequer deu ateno.

    Os pensamentos de Perry Rhodan foraminterrompidos com o chamado de Julian Ti-fflor da Central.

    Aqui embaixo o pessoal no est mui-to satisfeito com essa reunio particular ano telhado disse Tifflor. Eles queremque voc fique permanentemente na Cen-tral.

    Ns subimos aqui apenas para poderver a coisa mais de perto, Tiff respondeuRhodan. Diga aos cientistas e membrosdo governo que no h motivo para apreen-so. Mas, apenas como medida de precau-o, vamos descentralizar Imprio Alfa.

    Evacuar! corrigiu Tifflor.Rhodan no se deixou desconcertar. Trata-se apenas de uma medida pre-

    ventiva. No sabemos o que os aliengenaspodem ter em mente se que de fato

    existe algum a bordo desse objeto voador.Atlan e eu j descartamos a possibilidadede um ataque, mas no podemos correr ris-cos.

    Os departamentos mais importantes deImprio Alfa possuam tamanha mobilida-de, que em curtssimo espao de tempo po-diam ser transferidos para estaes secun-drias espalhadas pela Terra. Apesar disso,eles se mantinham em comunicao.

    Ser que estamos sendo observados? cismou Atlan. Ficarei muito decepcio-nado se no conseguirmos descobrir quemnos deu o prazer desta visita.

    Ns vamos descobrir! profetizouBell, irritado.

    Pelo seu radiotransmissor de pulso, Rho-dan ouvia as primeiras notcias do hemisf-rio noturno. No havia novidades importan-tes. Aquela espaonave que surgira de for-ma to misteriosa parecia se dar por satis-feita em ficar girando ao redor do terceiroplaneta.

    O que se escondia por trs de tudo aqui-lo?

    Sem dvida, podia-se falar de uma de-monstrao de poder tcnico.

    Quem conseguia isolar o Sistema Solardo restante do universo durante semanas edepois simplesmente entrava em rbita aoredor da Terra com uma simples espaona-ve s podia ser muito superior Humani-dade.

    At agora, nenhuma tentativa de entrarem contato com os aliengenas atravs dohiper-rdio havia dado certo. Tambm fo-ram infrutferas as tentativas com os apare-lhos de rdio normais.

    Rhodan tinha certeza de que tudo aqui-lo, antes de mais nada, era apenas um moti-vo de ordem psicolgica.

    Eles querem nos deixar com a pulgaatrs da orelha! resmungou baixinho.

    Talvez os desconhecidos estejam bem-

  • 21

    intencionados interferiu Julian Tifflor. Elepodia acompanhar as mensagens pelo radi-otransmissor de pulso de Rhodan.

    Atlan deu uma gargalhada. Isso no d para imaginar. Se algum

    chega apenas com boas intenes, no pre-cisa fazer uma demonstrao de fora dessetipo.

    Um momento! exclamou Tifflor. Est chegando uma mensagem interessan-te de Braslia. Os cientistas de l consegui-ram determinar o tamanho aproximado doobjeto. Ele mede cerca de quinhentos me-tros.

    Rhodan acenou com a cabea para Bell eo arcnida.

    Vamos voltar central de comunica-o sugeriu ele. Tenho uma outra idiapara tentar fazer contato com os visitantes.Quem sabe, d certo.

    Bell coou a nuca. Talvez eles sejam to diferentes que

    no h possibilidades de comunicao. Seres inteligentes sempre conseguem

    se comunicar uns com os outros, no im-porta se as diferenas so grandes ou no retrucou Perry Rhodan.

    Juntos, entraram no pequeno transmis-sor instalado na cobertura e informaram oseu destino. Em tempo zero chegaram Cen-tral de Imprio Alfa, onde estavam instala-dos todos os tipos de equipamentos degrande porte para radiocomunicao.

    Rhodan aproximou-se de um intercomu-nicador e ligou o vdeo.

    Quero que todos os campos de ener-gia ao redor de Imprio Alfa sejam desativa-dos ordenou ele.

    Bell deu um cutuco nas costas de Atlan. O que diabos ele pretende com isso?Antes que Atlan pudesse responder, Rho-

    dan virou-se sorrindo para os dois amigos. Agora vamos transmitir uma mensa-

    gem atravs das ondas ultracurtas expli-

    cou ele. Talvez eles reajam.Os especialistas em comunicao da

    Central entreolharam-se incrdulos. Elessabiam que muitas vezes Rhodan escolhiacaminhos inslitos, mas desta vez no acre-ditavam que ele pudesse ter xito.

    Aqui fala Perry Rhodan! comeouele. No conseguimos determinar a sualocalizao, mas ns os enxergamos. Suasexibies at agora no foram nada ruins.Mas isso j est se tornando montono.Todo bom programa precisa ter um fim, se-no perde a graa.

    Para surpresa de Rhodan, dois alto-fa-lantes reproduziram o som fraco de uma ri-sada, que foi aumentando gradualmente. Oriso parecia quase cordial e expressava algode aprovao.

    Eles reagiram! exclamou Bell, sur-preso. Ele postou-se atrs do assento deRhodan, atento.

    De repente, ouviu-se uma voz desconhe-cida, grave e sonora.

    No nos enganamos a respeito de Per-ry Rhodan! disse algum num perfeitointercosmo.

    Vocs nos presentearam com uma se-mana de escurido respondeu Rhodanimediatamente. Depois entraram sem per-misso em nosso sistema estelar com o seuobjeto voador e entraram em rbita ao redordo nosso planeta principal. O que diriam setivssemos reagido com o poder de fogo deuma grande nave de guerra terrana?

    Bell prendeu involuntariamente a respi-rao. Rhodan estava querendo provocar oaliengena?

    Novamente ouviu-se a voz desconheci-da.

    Estvamos justamente nos preparan-do para enviar-lhes uma proposta semelhan-te, Perry Rhodan. Cada um dos lados devesaber a que se ater. Faa um teste. Ns osdesafiamos.

    A Liga dos Sete

  • 22

    Perry Rhodan

    Perry Rhodan no contava com aquelaresposta. Mas no deixou transparecer seuespanto e reagiu imediatamente.

    Aceitamos o seu gentil convite. A nos-sa nave-capitnia a Marco Polo. Ela vaiatacar o seu objeto voador com todo o arse-nal que tem a bordo. Para isso, necessrioque a sua nave recue para longe no espao,pois tenho certeza de que j deve ter imagi-nado que no vamos querer colocar o nos-so planeta em perigo.

    Que assim seja disse o desconhe-cido.

    Ento aconteceu algo surpreendente.Uma das telas se ligou.

    O estranho ficou visvel.Sua forma era semelhante dos huma-

    nos. Ele tinha um pouco mais de um me-tro e meio de altura. De sua estrutura mus-culosa e do trax em formato de barril po-dia-se deduzir que ele vinha de um mun-do onde a gravitao era maior do que ada Terra. Todas as partes do corpo dacriatura que no estavam escondidaspelas roupas iam de uma marrom escuroat um negro profundo. A pele pareciamais spera e espessa do que a de umhumano. O homem que se via na tela pos-sua dois braos e duas pernas. As mostinham cinco dedos. A cabea, chata,apoiava-se sobre um pescoo curto emusculoso.

    Cabelos s cresciam na cabea do alien-gena. Alguns chegavam a ter a espessurade um dedo e lembravam espirais embaraa-das entre si. O ser cortara os cabelos emforma circular, de modo que ele parecia terum ninho no alto da cabea.

    Os olhos verde-esmeralda ficavam bemseparados um do outro, bem no fundo dascavidades sseas correspondentes. Eramgrandes e brilhantes, e deles emanava a ex-traordinria inteligncia do seu dono. O na-riz era largo e chato e, diferentemente dos

    humanos, possua quatro aberturas quepodiam se fechar. A boca era larga e os lbi-os grossos tinham uma cor amarelada, o quelevou Rhodan a supor que nas veias do vi-sitante corresse sangue amarelo.

    Alm dos cabelos espessos, tambm asorelhas do ser chamaram a ateno de Rho-dan. Lembravam brnquias translcidas emforma de meia-lua que se estendiam pelopescoo abaixo, de forma que primeira vistapareciam suas.

    Quando o desconhecido falava entrevi-am-se alguns dentes largos e arredondados.

    hora de voc saber quem eu sou disse ele cordialmente. Meu nome Ho-trenor-Taak, e sou o emissrio dos hetossa-nos.

    No creio que eu precise lhe dizerquem eu sou disse Rhodan, acentuandocada slaba.

    Ns, os lares, conhecemos bem todaa Galxia admitiu o aliengena sem rodei-os. Seus gestos lembravam a Rhodan umtio bondoso que vinha para recompensarum sobrinho desobediente ou repreend-locom certa condescendncia.

    De onde vm os seus conhecimen-tos? Rhodan quis saber. At agoranenhum de ns se deparou com um repre-sentante dos lares.

    Realizamos observaes profundas explicou Hotrenor-Taak imediatamente. Mas isso no significa que somos habitan-tes desta galxia. Viemos de uma galxia lo-calizada a vinte e um milhes de anos-luz,que vocs conhecem pela designao NGC3190.

    Esta informao, enunciada de formaaparentemente despretensiosa, certamentetinha o objetivo de provocar um novo cho-que. Com toda a cordialidade, deixava-sebem claro para os terranos do que o povoque os visitava era capaz. Essa poltica foratalhada exatamente nos moldes da mentali-

  • Perry Rhodan est de volta!

    Faa a sua assinatura e comece j a sua coleodesta fantstica srie de fico cientfica!

    Para assinar:Pela Internet: www.perry-rhodan.com.br ou

    www.sspg.com.brPor correio eletrnico: [email protected] telefone: (0xx31) 3224-2050Por carta: Caixa Postal 1307 CEP 30123-970Belo Horizonte MG Brasil

    Maiores informaes nas pginas finais deste volume.

  • 24

    Perry Rhodan

    dade terrana, o que levou Rhodan a ter certe-za de que os aliengenas j haviam realizadoestudos profundos em toda a Galxia.

    Mas h quanto tempo?, perguntava-se o Administrador-Geral, cada vez maisperplexo.

    So necessrios mais do que alguns me-ses para reunir os conhecimentos funda-mentais sobre uma galxia. Uma tarefa des-sas requer anos, mesmo que se disponhade uma tecnologia to formidvel.

    Isso significava que os lares j se encon-travam na Galxia h bastante tempo.

    Mas com que objetivo?Ser que tinham planos de conquista?Se eles realmente vinham da nebulosa

    espiralada NGC 3190, essa hiptese deveriaser descartada. Uma invaso a uma distn-cia de vinte e um milhes de anos-luz, mes-mo que fosse possvel para a tecnologia doslares, no se mostrava como um empreendi-mento lgico.

    Certamente vocs no esto fazendotodo esse esforo para nos dar uma amos-tra de suas capacidades tcnicas ponde-rou Rhodan. Deve haver mais algumacoisa por trs disso.

    Sem dvida confirmou o interlocu-tor de Rhodan. Eu sou o embaixador doConclio ou Liga das Sete Galxias. Tambmchamamos esse conclio de Hetos dos Sete.

    Na mente de Rhodan surgiu instantane-amente a imagem de uma conferncia emsesso permanente, na qual estavam reuni-dos os membros de sete galxias.

    Existiria realmente uma potncia comoaquela?

    O Conclio dos Sete prosseguiuHotrenor-Taak chegou concluso deque os povos da Via-Lctea, sobretudo aHumanidade, j alcanaram um estgio deevoluo que lhes permite ingressar nessaliga csmica.

    Num timo, Rhodan juntou alguns fatos.

    Ele se lembrou das provaes pelas quaisa Humanidade passara. O aparecimento doslares seria uma conseqncia daqueles fa-tos?

    Aquilo prometera Humanidade que umdia ela poderia dominar o Universo des-de que nenhum erro decisivo fosse cometi-do.

    Ser que a Humanidade estava diante doprximo estgio de sua evoluo?

    Para comear, precisamos de um habi-tante desta galxia que a represente no Con-clio dos Sete disse Hotrenor-Taak. Evoc foi o escolhido por ns, Perry Rho-dan.

    Um silncio absoluto tomou conta daCentral de Imprio Alfa. Humanos e alien-genas que trabalhavam nas vrias subdivi-ses daquele amplo local e tinham ouvidoas ltimas palavras do lare interromperamsuas atividades e olharam para Rhodan.

    Todas as testemunhas daquele dilogosentiam instintivamente que vivenciavamum momento decisivo.

    O prprio Rhodan ficou desconcertado.Ele nunca poderia esperar um desdobramen-to como aquele. O convite, feito em tomamistoso, o surpreendeu.

    Voc o Primeiro Hetran da Via-Lc-tea, Perry Rhodan declarou Hotrenor-Taak. Voc falar em nome de todos osseres inteligentes da sua galxia no Conc-lio dos Sete.

    Pelo visto, o seu estudo sobre a nos-sa galxia no foi muito cuidadoso disseRhodan, recobrando rapidamente o auto-controle. Do contrrio, saberiam comoso as relaes dos terranos com os outrosdiversos povos espaciais. No consigo ima-ginar que um blue ou um aconense permiti-riam que eu os representasse.

    O aliengena abriu um sorriso largo. Pelaprimeira vez a sua amabilidade parecia cal-culada e sua voz adquiriu um tom levemen-

  • 25

    te ameaador. Quando o Conclio dos Sete nomeia

    um Primeiro Hetran, d a ele todo o seu apoio assegurou. No consigo imaginar aexistncia de algum em toda a Galxia quepudesse ignorar as decises que esse re-presentante viesse a tomar no interesse doHetos dos Sete.

    claro! Rhodan reprimiu sua indignao.Aquele no era o momento mais adequadopara mostrar sentimentos. Ele precisava ava-liar friamente qual a melhor forma de agirpara no provocar uma catstrofe.

    As palavras do visitante davam a enten-der que a potncia que ele representava es-taria de qualquer forma por trs do PrimeiroHetran. E, ao que tudo indicava, o Concliodos Sete estaria decidido a trazer povos re-beldes de volta razo, caso necessrio.Um protesto dos blues contra a nomeaode Perry Rhodan poderia trazer graves con-seqncias para esse povo.

    Rhodan, porm, no sentia nenhuma in-clinao para conquistar uma posio depoder custa de outros povos, muito me-nos no papel de mandatrio de aliengenas.

    Naquelas circunstncias, Perry Rhodanprecisava ganhar tempo. Ele tinha que des-cobrir qual era a verdadeira fora dos de-mais povos da liga.

    Apesar de toda a amabilidade do emiss-rio dos hetossanos, como Hotrenor-Taak seintitulava, Rhodan sentiu-se encostado con-tra a parede pela proposta do desconhe-cido.

    S com uma ttica muito hbil ele conse-guiria se desvencilhar daquela situao.

    Ele sabia que podia confiar nos seus co-laboradores. Enquanto falava, certamente aSegurana Solar e a USO j teriam dado in-cio a anlises e processamentos. Contudo,no era muito provvel que as duas organi-zaes encontrassem solues muito rapi-damente.

    Acredito disse Rhodan calmamen-te que nos desviamos da questo princi-pal deste momento. A sua proposta muitointeressante. Mas antes de passar s nego-ciaes de fato, voltemos ao teste.

    Hotrenor-Taak riu. Ele parecia se divertir. Esta uma das suas tpicas reaes,

    terrano disse. J contvamos comela. Agora vamos recuar para bem longeno espao e ento voc poder mandaruma das suas naves atrs de ns pormim, at toda a Frota Solar, se assim o qui-ser.

    A imagem foi desaparecendo da tela.Aquilo parecia, por ora, o fim da conversa-o para o lare.

    Rhodan recostou-se na cadeira e fechouos olhos. E assim ficou por alguns segun-dos. Ningum o incomodou. Na Central im-perava um silncio profundo.

    Ento agora estamos sendo recom-pensados disse Rhodan finalmente. S que eu imaginava tudo isso de uma for-ma um pouco diferente.

    Tifflor apontou para a tela na qual h al-guns instantes se via o aliengena e queagora estava novamente escura.

    Achei-o bastante cordial e amistoso! disse o Marechal Solar.

    Voc sempre foi uma pessoa bondosademais, Tiff comentou Atlan. Nopodemos nos deixar impressionar pela ama-bilidade do lare.

    Os blues, os aconenses e os saltado-res vo ficar muito satisfeitos quando sou-berem o que os lares pretendem disseRhodan, sarcstico. Por outro lado, cer-tamente seria tolice recusar o convite do es-tranho. Precisamos ganhar tempo. Isto ex-tremamente importante agora.

    J estou me alegrando com o teste! falou Bell, esfregando as mos. Nossosvisitantes esto bastante seguros de si, maseu acho que em poucos segundos j vo

    A Liga dos Sete

  • 26

    Perry Rhodan

    pedir o cessar-fogo. Duvido retrucou Atlan. Eles so

    inteligentes demais para se exporem a umverdadeiro risco e j devem ter tudo calcu-lado. Sou de opinio que foi um erro da nos-sa parte aceitar o teste. Os lares vo se apro-veitar da situao para nos mostrar mais umavez a sua superioridade.

    Rhodan ergueu os dois braos. No vamos brigar por causa disso!

    Gorducho, entre em contato com o coronelElas Korom-Khan. Instrua-o exatamentesobre o que precisa ser feito. Os oficiais deataque da Marco Polo devem usar as armasmais pesadas.

    Atlan sacudiu a cabea. Tudo isso me parece completamente

    absurdo. No deveramos nos meter comesses lares de jeito nenhum, mas sim procu-rar alternativas para pr em prtica os nos-sos prprios planos.

    Voc tem alguma idia? Rhodanolhou para o velho amigo. Alm disso,no momento estou mais preocupado comoutras coisas. Se a nova era da Humanida-de j vai comear com um relacionamentode hostilidade, no vejo grandes perspecti-vas para o futuro.

    Vamos at os sistemas de localizao interrompeu Julian Tifflor impaciente. Estou ansioso para ver como ser o ataqueda Marco Polo.

    *

    Calloberian abrira a porta do armrio ecom duas mos alisava a manga do Traje daDestruio. Alaska Saedelaere observava-o atentamente.

    Os cientistas jamais conseguiram des-cobrir o significado dessa pea misteriosa disse o mutante mascarado. Depoisque fiquei sabendo que voc consegue semover entre nveis de energia, pensei em

    mostr-lo a voc.O xisrape olhou para a pea respeitosa-

    mente. Desde a sua chegada a Imprio Alfa,Calloberian era hspede de Alaska Saede-laere. Os cientistas interrogaram o xisrape econcluram que ele falava a verdade. Logodepois do aparecimento da nave alienge-na, ele fora chamado Central de ImprioAlfa, mas desta vez no pde dar nenhumainformao.

    Calloberian, no entanto, pedira autoriza-o para poder continuar a viver em ImprioAlfa. Rhodan, na esperana de que esse serainda pudesse prestar alguma ajuda comsuas capacidades singulares, resolveu aten-der o pedido.

    Calloberian passou a ser o protegido deAlaska Saedelaere. Em alguns poucos diasos dois seres, essencialmente diferentes, jeram quase amigos.

    Posso tirar do armrio? perguntouCalloberian.

    Por favor Alaska o incentivou. No se acanhe. Eu queria muito saber o quefoi que Schmitt me deu de presente.

    Calloberian tirou o traje do armrio, flu-tuou alguns passos para longe do mvel edeitou a pea no cho.

    Em seguida, desceu e acomodou-se so-bre o traje.

    Alaska deixou-o vontade. Ele mesmo jhavia realizado diversos experimentos como traje. Parecia ser uma pea comum de ves-turio, confeccionada com um material des-conhecido. Em um lado, o traje estava umpouco danificado e faltava um pedao damanga.

    realmente uma pea sgular disseCalloberian. Nesse meio tempo Alaska j seacostumara fala de Calloberian e entendiabem o visitante. Sto uma irradiao pe-culiar difcil de explicar.

    D para identificar algo especial? Existe algo sgular respondeu Callo-

  • 27

    berian mas no consigo descrever. es-trho demais. Quem sabe se eu me ocupardele mais vezes, consiga descobrir o que .

    Saedelaere ficou um pouco desaponta-do, embora j tivesse imaginado que Callo-berian no poderia lhe dar novas informa-es.

    Quem sabe este traje no para hu-manos disse Alaska, pensativo. pos-svel que...

    O intercomunicador zuniu. Na pequenatela em cima da mesa apareceu o rosto deBell.

    O teste combinado com os lares j vaicomear informou o Marechal Solar. Perry gostaria de que voc viesse Centraljunto com o seu protegido para observar oacontecimento.

    Posso imaginar bem por qu retru-cou Alaska. Rhodan espera que Callobe-rian consiga notar algum fenmeno de ener-gia na espaonave aliengena que eventu-almente no seja perceptvel para ns.

    Bell acenou com a cabea, confirmando. No se demore, Alaska!O mutante mascarado pendurou o traje

    no armrio. Em seguida, junto com Callobe-rian, saiu da ala residencial. Em poucos se-gundos, atravs de estaes transmissorase poos antigravitacionais, os dois estavamna Central.

    Na frente dos sistemas de localizaoaglomeravam-se as pessoas que trabalha-vam ali embaixo.

    Alaska e Calloberian logo foram condu-zidos para a primeira fileira.

    Com um olhar de esguelha, Perry Rho-dan registrou a chegada de Alaska e do xis-rape.

    Calloberian foi colocado bem na frenteda tela panormica para que pudesse ob-servar tudo muito bem.

    A nave aliengena, como sempre, nopodia ser vista nas telas dos sistemas loca-

    lizadores. Mas como nesse meio tempo jfora possvel calcular seu curso, um pontode localizao simulado indicava sua posi-o.

    A Marco Polo, por sua vez, estava per-feitamente visvel. Ambas as naves encon-travam-se fora da rbita da Lua.

    O comandante da Marco Polo, o coronelElas Korom-Khan, mantinha-se em contatopermanente com a Central. Como os siste-mas localizadores hiper-energticos danave-capitnia no conseguiam determinara posio da nave aliengena, os oficiais delocalizao a bordo da Marco Polo utiliza-ram velhos radares e aparelhos de ondasultracurtas. Dessa forma eles conseguiramdetectar o alvo.

    Alaska ouviu a voz do comandante. Estamos nos aproximando sem difi-

    culdades informou o astronauta. Anave aliengena esfrica e reflete um bri-lho amarelo-ocre. Ela me lembra um peque-no sol.

    Essa fora de irradiao a torna vis-vel a longa distncia respondeu PerryRhodan. J temos relatrios de Braslia.L esto estimando o dimetro da nave emquinhentos metros. O que voc acha?

    Poderamos confirmar com algumas re-servas relatou Elas Korom-Khan. claro que no sabemos se sob a redoma deenergia visvel se esconde um corpo menor.

    Com exceo dos canhes converso-res ultrapesados, que poderiam atingir osplanetas solares, voc deve usar todas asoutras armas ordenou Rhodan. Os la-res concordaram com isso. Podemos ter cer-teza de que eles esto muito bem informa-dos sobre a qualidade do armamento quetemos a bordo.

    Pouco depois, o coronel informou: Atingimos a posio de combate! No se trata de um combate corrigiu

    Rhodan. Trata-se apenas de um teste.

    A Liga dos Sete

  • 28

    Perry Rhodan

    O que acontecer se destruirmos essanave aliengena com uma carga de fogo? perguntou Tifflor. Vou at mesmo umpouco mais longe e pergunto se no exa-tamente isso o que os estranhos desejam.Talvez eles queiram um pretexto para pode-rem lanar um ataque contra ns.

    Esse pensamento tambm j passara pelacabea de Perry Rhodan. Ele j havia avali-ado as vrias formas que o final desta ope-rao poderia ter, com todas as respectivasconseqncias, e acabou concluindo queera impossvel prever como isso iria termi-nar.

    Ele inclinou-se sobre o aparelho de r-dio.

    Abra fogo agora, coronel!Os canhes de impulso e os desintegra-

    dores abriram fogo. Ao mesmo tempo, co-meou o ataque com os canhes converso-res mais leves. Torpedos eram disparadosem direo nave desconhecida, ao mesmotempo em que ela era coberta por ondasparalisantes.

    Alguns instantes depois Rhodan ouviuo comandante da nave-capitnia suspirar.

    A nave aliengena no reage! ex-clamou Korom-Khan.

    Rhodan e Reginald Bell trocaram um olharincrdulo.

    No reage? impossvel que com umataque massivo como esse no haja conse-qncias visveis. Rhodan ergueu a voz. Observe a nave com mais ateno!

    A coisa parece um engolidor de ener-gia disse o coronel um tempo depois. Os cientistas do observatrio de bordo aca-baram de levantar a hiptese de que as pa-redes do casco desta nave no so de aoou um outro metal rgido qualquer, mas simde pura energia compactada, que se amoldasegundo a vontade de seus construtores.

    Se isso realmente for verdade, esta-mos diante de uma nave inatacvel disse

    Atlan, derrotado. Ela est se transformando! excla-

    mou o coronel. Seu rosto, visvel em algu-mas das telas de comunicao, exibia sinaisde grande excitao.

    O que est acontecendo? Rhodanquis saber. Ele estava admitindo que no co-meo tivera esperana de que o teste alcan-asse algum sucesso.

    A nave est ficando cada vez maior.Est inchando, sem perder a sua forma cir-cular, como uma bexiga o coronel falavacada vez mais depressa. Agora a bolacomeou a emitir um brilho amarelo-plido.

    Todos ficaram mudos na Central. A Mar-co Polo continuava disparando com todasas armas, com exceo da artilharia conver-sora ultrapesada.

    Rhodan estava convencido de que nacentral de ataque j haviam se esquecido hmuito tempo de que se tratava apenas deum experimento proposto pelos visitantes.Os astronautas estavam levando a coisa asrio.

    A bola parou de crescer informouKorom-Khan alguns minutos mais tarde. Agora a nave aliengena mede exatamentecinco mil metros e encontra-se completa-mente estvel.

    Cessar fogo, coronel! disse Rho-dan, desanimado. No tem nenhum sen-tido continuarmos a nos expor dessa ma-neira.

    Waringer quer falar com voc in-formou Korom-Khan.

    O famoso cientista terrano estava a bor-do da Marco Polo. A expresso de seu ros-to, que surgia nas telas, refletia exatamen-te o que se passava na mente daquele ho-mem genial. Waringer estava abalado evencido.

    Continua parecendo um astro lumino-so disse ele em tom indeciso. Os cien-tistas que supem a existncia de um envol-

  • 29

    trio externo de pura energia devem estarcertos.

    Ser que no pode ser um campo pro-tetor que despertou essa impresso? per-guntou o professor Kranjohn, que estavana Central de Imprio Alfa.

    Isso podemos descartar retrucouWaringer. Ele apertou os lbios e tentouesboar um sorriso. Com a nossa rapidezde sempre, tambm j encontramos uma de-nominao para esse objeto. Ns o chama-mos de nave de clulas energticas de es-trutura varivel ou nave CEV.

    Atlan virou-se para Rhodan. Est na hora de voc falar outra vez

    com os lares. Quanto mais esperarmos, maiseles vo achar que estamos confusos.

    Rhodan assentiu com a cabea. Enquan-to Bell continuava a conversa adiante comWaringer, Rhodan foi at o rdio de ondasultracurtas. Mais uma vez, num curtssimoespao de tempo, ele precisava tomar deci-ses da maior seriedade.

    Quando entrou em contato com Hotre-nor-Taak, nada se podia notar das suas afli-es.

    Foi realmente um teste brilhante dis-se ele calmamente. Vocs podem se orgu-lhar deste objeto voador. Agora que termina-mos, no vamos querer que fiquem limitadosa apreciar a Terra apenas de sua rbita. Vocsso nossos convidados. Aterrissem em nos-so planeta e sejam bem-vindos.

    Convidar algum que poderia ter fora-do um pouso sem nenhuma dificuldade fa-zia parte do plano de Rhodan para no per-mitir que os recm-chegados notassem ainquietao que se instalava na Terra.

    Hotrenor-Taak deu uma risada amigvel. J reduzimos a nossa nave ao tama-

    nho habitual. Assim, no causaremos pro-blemas ao pousar no maior espaoporto deTerrnia disse ele.

    Perry Rhodan captou muito bem o tom

    arrogante, mas no esboou nenhuma rea-o. Intimamente, tentava relacionar a ama-bilidade dos lares com aquela ironia to evi-dente.

    Eles so gentis e amveis obser-vou Bell, furioso.

    Isso mostra que eles julgam que a suasuperioridade no tem limites explicouAtlan. Provavelmente, para eles no pas-samos de um bando de semi-selvagens. Elesnos proporcionam um pequeno espetculopara mostrar do que so capazes e depois,generosamente, nos aceitam em sua liga Seu olhar recaiu sobre Perry Rhodan, e aexpresso do seu rosto mudou. Pelo me-nos parece que eles tm algum respeito porvoc. Hotrenor-Taak falou de um Concliodos Sete. Os lares so, portanto, apenas umdos povos dessa liga csmica. Vamos tor-cer para que os outros membros sejam umpouco mais agradveis. Quem sabe no en-viaram os lares para nos submeter a um lti-mo teste.

    Rhodan apertou os olhos. Se algum dia tiver que existir um ver-

    dadeiro embaixador da Galxia, ele deve sereleito por todos os povos da Via-Lctea. Oslares esto partindo de um outro caminho.Eles se arrogam o direito de escolher esserepresentante.

    E eles escolheram voc falou Bellenfaticamente. Na verdade, isso ape-nas uma conseqncia da situao polticana Galxia.

    Por enquanto ainda no vou recusar assegurou Rhodan. Com toda certe-za, a atitude mais inteligente fazer de con-ta que estou aceitando o convite. Mas de-pois, quando soubermos mais sobre esseConclio, algumas coisas vo mudar.

    Existem caminhos que, uma vez escolhi-dos, no nos permitem voltar preveniu Ti-fflor. No acho sensato ir to a fundo nestaaventura que no sabemos aonde vai dar.

    A Liga dos Sete

  • 30

    Perry Rhodan

    Vamos esperar e ver o que acontece! Rhodan levantou-se. Tiff, voc eAtlan vm comigo ao espaoporto. Vamosl receber nossos convidados.

    Bell fechou a cara. Existem duas coisas que me levaram a

    deixar voc aqui explicou Rhodan. Oseu temperamento, difcil de refrear, e a ne-cessidade de ter algum em Imprio Alfaque no perca a viso do conjunto mesmonas situaes mais crticas.

    Eu no sou um ratinho que semprequer ficar escondido na sua toca recla-mou Bell.

    Um dia profetizou Perry Rhodan, os ratos vo descobrir que voc semprefaz um mau uso deles em suas comparaes,e vo reclamar com seu parente maior paraque ele faa algo contra voc.

    Seria melhor que Gucky se ocupassedos aliengenas opinou o gorducho.

    Disso voc pode ter certeza! retru-cou Rhodan. Assim que a nave CEV pou-sar, todos os mutantes estaro reunidos noespaoporto.

    4.

    Silenciosa como um gigantesco balocintilante, a espaonave dos lares pairavano cu, aproximando-se do espaoporto deTerrnia. Milhares de curiosos aglomera-vam-se para v-la. A Televiso Terra trans-mitia o acontecimento. Desde o comeo,Rhodan estava consciente de que no seriapossvel ocultar o pouso da nave issono era do interesse dos lares, que queriamatrair a ateno de todo o mundo. O fato detudo se desenrolar oficialmente no teriaoutro efeito seno tranqilizar os terranos.

    O campo de pouso, todavia, encontrava-se bloqueado e apenas os responsveis ti-nham acesso a ele. Cmeras-rob teleguia-das da TVT circulavam sobre a nave CEV.

    Unidades da Segurana Solar, cuidadosa-mente camufladas, enfileiravam-se nas mar-gens do campo de pouso. Rhodan no acre-ditava que pudesse enganar os lares, mastinha certeza que esperavam dele essas me-didas de precauo.

    Os mutantes estavam espalhados portoda parte. Nem mesmo Rhodan sabia exa-tamente onde eles haviam se colocado.

    Somente Rhodan, Atlan e Julian Tifflor seaproximariam da nave CEV aps o pouso.

    Pela primeira vez, Perry Rhodan via a mis-teriosa nave de perto. O seu brilho era tointenso que ofuscava os olhos.

    Uma esfera de energia falou Atlan. Exatamente como os cientistas da MarcoPolo descreveram.

    A espaonave CEV estacionou no ar ren-te ao cho. No se via nenhum tipo de colu-na de apoio. Rhodan sups que a nave re-pousava sobre um colcho antigravitacio-nal.

    O Administrador-Geral sentou-se no lu-gar do piloto de um planador energtico queestava pronto na lateral do campo de pou-so. Os trs homens ainda estavam a mais deum quilmetro do local de pouso da naveCEV propriamente dito.

    arriscado demais irmos sozinhos aoencontro deles disse Tifflor.

    Sem dvida, Tiff! respondeu Rho-dan, e apontou para o assento de trs vazio. Mas eles precisam saber que no esta-mos com medo.

    O homem magro de feies jovens esbo-ou um sorriso.

    Mas eu estou com medo! admitiu. Ento procure escond-lo! instruiu-

    o Atlan. Voc j teve alguns sculos paratreinar essas coisas.

    Mas no tantos quanto voc! de-volveu Tifflor.

    Rhodan deu a partida e eles foram impul-sionados pelo campo de repulso que se

  • 31

    formara embaixo da mquina, saindo em dis-parada.

    Uma cmera-rob os acompanhava.O brilho da nave dos lares diminuiu. Rho-

    dan no acreditava que isso pudesse ter al-guma relao com as medidas de seguran-a, mas estava certo de que esse fato tinhaalguma relao com os processos energti-cos que aconteciam no envoltrio de ener-gia da nave.

    Rhodan parou o planador a cerca de cemmetros da espaonave CEV.

    Agora a vez deles! disse Atlan.Ficaram esperando. Nem mesmo agora

    Rhodan sentia diminuir a angstia que ha-via tomado conta dele desde que aquelanave aparecera. No ar pairava uma sensa-o de ameaa impossvel de ser afastada.

    Eles no esto com pressa obser-vou Tifflor aps alguns minutos durante osquais nada acontecera.

    Isso faz parte do jogo psicolgico de-les conjeturou o arcnida. Eles estonos tratando como crianas pequenas.

    De repente, surgiu uma mancha escurano envoltrio brilhante da espaonave CEV.

    Um ser apareceu e, aparentemente semdificuldade, deslizou atravs das paredes deenergia. Ele possua o mesmo aspecto doaliengena que falara com Rhodan pelo r-dio.

    Deve ser Hotrenor-Taak presumiuRhodan. Este o seu segundo grandeato.

    Sem nenhuma transio, Hotrenor-Taakhavia aparecido diante de sua espaonave,como se tivesse sido projetado por um trans-missor invisvel. Ele vestia um traje coladoao corpo em tons vermelho-escuros.

    O aliengena ergueu um brao. Eu sou Hotrenor-Taak, o emissrio dos

    hetossanos disse ele, saudando os trshomens que estavam em p diante do ve-culo e aguardavam. um prazer estar fren-

    te a frente com os humanos As palavrasque se seguiram dirigiam-se exclusivamen-te a Perry Rhodan. Mas, principalmente,fico feliz em poder saudar Perry Rhodan.

    A amabilidade parecia ser sincera, mastinha sem dvida tambm algo de desdm.O lare comportava-se como se o fato de es-tar naquele mundo constitusse um ato degrande generosidade de sua parte.

    Hotrenor-Taak deu meia-volta em direo espaonave e fez um sinal.

    Logo em seguida apareceram duzentosoutros lares diante da nave. Eles tambmvestiam trajes iguais ao de Hotrenor-Taak,todavia de uma cor amarelo-ocre. Rhodanpresumiu que aquela diferenciao de co-res distinguia as personalidades dirigentes.

    Os duzentos astronautas aliengenas notraziam qualquer tipo de equipamento vis-vel nem armas, fato que poderia tanto signi-ficar autoconfiana como uma exibio cons-ciente da prpria superioridade.

    Este bradou Hotrenor-Taak paraos seus acompanhantes enquanto aponta-va para Perry Rhodan o Primeiro He-tran da Via-Lctea.

    Rhodan sabia que logo acima de suascabeas pairavam as cmeras-rob da TVT.A imagem e o som estavam sendo transmiti-dos para todas as regies da Galxia. S issoj deixava Rhodan bastante desconfortvel.Como os outros povos iriam se comportarao assistir quele evidente favorecimentodos terranos?

    Como reagiria, por exemplo, o ComandoEnergtico dos aconenses quando tomas-se cincia de que um terrano tambm falariaem nome de seu povo numa liga que abran-ge sete galxias?

    As conseqncias que j se podiam pre-ver seriam incontrolveis.

    Mas parecia que essas reflexes no pas-savam pela cabea de Hotrenor-Taak, ou elesimplesmente as ignorava.

    A Liga dos Sete

  • 32

    Perry Rhodan

    Este homem distinguiu-se vrias ve-zes prosseguiu o lare. A impresso era ade que ele continuava falando para os mem-bros da tripulao de sua nave, mas Rho-dan no tinha dvidas de que, na verdade,aquelas palavras dirigiam-se aos humanose a todos os povos da Via-Lctea. Ele digno de ser o representante dos povosdesta galxia no Conclio dos Sete.

    A expresso do rosto de Rhodan no sealterou. Atlan, nervoso, raspava o cho comos ps. Ele era inteligente e experiente obastante para captar o verdadeiro sentidodas palavras do aliengena.

    Eu convido o Primeiro Hetran da Via-Lctea a me acompanhar at um sistema es-telar do Conclio disse o lare ento. Eabriu um largo sorriso. Para evitar confu-so, gostaria de explicar em poucas pala-vras o que o Conclio dos Sete. A ligacompe-se de sete potncias galticas to-talmente distintas. Uma dessas potnciasso os lares, um povo do qual fao parte.Assim como os outros seis povos, tambmns, os lares, colocamos um planeta dis-posio especialmente para a reunio. Atu-almente as sesses do Conclio realizam-sena nossa galxia, a nebulosa espiralada NGC3190, que se encontra a vinte e um milhesde anos-luz de distncia daqui. Ns, os la-res, fomos encarregados de levar o PrimeiroHetran da Via-Lctea at l e apresent-loao Conclio.

    Rhodan estava aturdido. O aliengenadesejava que ele subisse a bordo da espa-onave CEV e voasse at uma galxia dis-tante mais de vinte milhes de anos-luz e,como embaixador, falasse em nome da Via-Lctea numa assemblia.

    Agora Rhodan lamentava ter permitido apresena das cmeras da TVT, e era tardedemais para revogar a autorizao. A men-sagem do emissrio se espalharia comoum raio por todos os cantos da Galxia. Rho-

    dan no precisava ir muito longe para ima-ginar qual seria a reao na Via-Lctea.

    Voc precisa responder! sussurrouAtlan do seu lado. Agora mais impor-tante deixar bem claro para toda a Galxia oque ns achamos desse tipo de convite doque propriamente dar uma resposta para osujeito.

    Rhodan concordou fazendo um movi-mento quase imperceptvel com a cabea.

    Agradeo as saudaes do Conclio disse lentamente. Ele procurava as pala-vras certas, pois sabia que no podia dizernada que o comprometesse. Mas estouadmirado com o fato de que ningum tenhapensado em pedir a nossa concordncia.Naturalmente o Hetos dos Sete deve estarpreparado para o fato de a nossa Galxiano estar disposta a juntar-se liga. E igual-mente quanto minha nomeao como Pri-meiro Hetran da Via-Lctea. Nunca antes ti-vemos contato uns com os outros. Os larese todos os povos que eles aqui represen-tam devem ter includo em seus planos apossibilidade de o convite no ser aceito.Qualquer outra alternativa seria considera-da por ns como presunosa e um cercea-mento da nossa liberdade de escolha.

    Pela primeira vez Hotrenor-Taak pareceuperplexo. Rhodan notou que o lare no con-tara absolutamente com uma resposta comoaquela.

    Era possvel que no fossem correntesno vocabulrio dos lares expresses comoliberdade de escolha e concordncia?

    No consigo compreend-lo disseHotrenor-Taak. Voc no se sente felizpelo fato de lhe ter sido conferido o altoposto de um Hetran?

    Esta pergunta parecia confirmar as sus-peitas de Rhodan. Diante dele surgiam no-vos problemas. Como ele poderia deixar cla-ra a sua recusa para um ser que no conse-guia entender tal posicionamento?

  • 33

    O lare deu um passo em direo a Rho-dan.

    Voc est nervoso constatou. Isso prejudica a sua capacidade de estabe-lecer as correlaes. Ser que voc no con-segue perceber que, a partir deste momen-to, passa a ser o homem mais poderoso des-ta galxia? Ns, com toda a nossa fora, es-taremos apoiando-o. Voc poder impor tudonesta galxia.

    E eu quero isso? murmurou Rho-dan to baixo, que s Atlan e Tifflor podiamouvir.

    Ele tinha que se decidir, aqui e agora.Evasivas no iriam adiantar.

    O que aconteceria se ele recusasse?Isso era uma incgnita. Porm Rhodan

    estava convencido de que uma recusa tra-ria consigo graves conseqncias para aHumanidade.

    Voc no ter mais problemas com po-vos rebeldes insistiu Hotrenor-Taak. Todos os seres inteligentes tero que acei-t-lo. Disso ns cuidaremos.

    Rhodan encarou os outros perplexo.Parecia que os lares pretendiam transfor-

    m-lo em um ditador da Via-Lctea. Tenho as minhas prprias idias so-

    bre esta situao finalmente conseguiudizer. Mas, principalmente, preciso refle-tir sobre todas essas coisas. Espero queaceite a hospitalidade do meu povo at queeu tenha tomado a minha deciso.

    Rhodan virou-se repentinamente e pu-lou para dentro do planador. Ele deu a parti-da to depressa, que mal deu tempo paraque Atlan e Tifflor tambm pulassem paradentro.

    O que deu em voc? gritou Atlan.Rhodan agarrava o controle da direo com

    tanta fora que parecia querer quebr-lo. Astorres de controle ao lado do campo de pousoiam sumindo de vista. Naquele momento eleseria capaz de pular no pescoo do lare.

    Eles nos aceitam em sua liga! disseRhodan ofegante. Isso mesmo, eles nosaceitam. Nas condies deles!

    Ele freou to bruscamente que Atlan,que estava com o corpo curvado para a fren-te, quase foi arremessado para fora do ve-culo.

    Foi para isso que ns lutamos! ex-clamou exasperado. Foi para isso queagentamos tudo, para que agora cheguemuns aliengenas e venham nos dizer o quedevemos fazer.

    No vejo um perigo imediato disseAtlan, procurando atenuar a irritao doamigo.

    Primeiro Hetran da Via-Lctea dis-se ele em tom amargo. Ele olhou para baixo. Aps todas essas provaes, finalmen-te poderei ser o que os meus oponentessempre viram em mim: um ditador da Via-Lctea.

    Ele soltou o corpo, reclinando-se no as-sento.

    Mas tero um outro Rhodan, bem di-ferente do que eles imaginam! exclamouele.

    Atlan deu um sorriso irnico.

    5.

    A primeira reao veio do planeta Kor-meet, uma pequena colnia situada no sis-tema Apridos e, curiosamente, tratava-se de uma reao positiva.

    Estamos muito orgulhosos assim co-meava a mensagem que o administradorde Kormeet transmitiu pelo hiper-rdio de que um homem do nosso povo tenha sidoescolhido para ser o embaixador da Gal-xia.

    Rhodan apenas lanou um olhar rpidopara a verso descodificada que lhe entre-garam.

    Este sujeito est querendo se fazer de

    A Liga dos Sete

  • 34

    Perry Rhodan

    importante disse ele. Ou ento querconseguir um emprstimo a longo