Perseverança e dedicação no trabalho comunitário

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A família de Manoel Pereira de Lima, mais conhecido como Bié, e Severina de Fátima Trajano foi iniciada há 25 anos, tiveram dois filhos, Marinalda Trajano de Lima e Marinaldo Trajano de Lima. Desde o início a família vive numa proprie- dade de 11 ha, herança dos pais de Dona Severina, na comunidade Santa Maria, municí- pio de São Vicente do Seridó, na Paraíba. Dona Fátima conta que quando ela era pequena existia muita dificuldade para encon- trar água. Os pais de dona Fátima tinham outra filha deficiente, na procura por uma fonte de água na propriedade descobriam uma cacimba (depósi- to de água), a qual não só a família utilizava, mas também a comunidade. A família conta que no início do casamento o acesso à água era bem difícil, pois o único reser- vatório de água na propriedade era essa cacimba. Para encontrar água eles caminhavam cerca de 9 km, até o poço de uma comunidade vizinha, onde pegavam quatro barris, o que dava cerca de 120l de água para os gastos em geral da casa durante apenas uma semana. A família nesta época trabalhava na frente de emergência limpando barreiros nas comunidades três vezes por semana, o que ganhavam com esse trabalho não dava para se quer fazer a feira. Em 1983 foi iniciado o trabalho com banco de sementes na comunidade, a partir daí a família passa a se envolver no trabalho comunitário, participando da vida da comuni- dade e da associação. A família conta que a vida começou a mudar a partir do trabalho com banco de sementes, e com os mutirões para limpeza dos barreiros, plantio e cultivo do roçado. No ano de 1991 iniciaram também o trabalho com Associação dos Pequenos Paraíba Ano 5 | nº 84 | Agosto | 2011 Santo André - Paraíba Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Perseverança e Dedicação no Trabalho Comunitário 1 Fátima e Bié ao lado da cisterna calçadão Casa da Família

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Transcript of Perseverança e dedicação no trabalho comunitário

A família de Manoel Pereira de Lima, mais conhecido como Bié, e Severina de Fátima Trajano foi iniciada há 25 anos, tiveram dois filhos, Marinalda Trajano de Lima e Marinaldo Trajano de Lima.

Desde o início a família vive numa proprie-dade de 11 ha, herança dos pais de Dona Severina, na comunidade Santa Maria, municí-pio de São Vicente do Seridó, na Paraíba.

Dona Fátima conta que quando ela era pequena existia muita dificuldade para encon-trar água.

Os pais de dona Fátima tinham outra filha deficiente, na procura por uma fonte de água na propriedade descobriam uma cacimba (depósi-to de água), a qual não só a família utilizava, mas também a comunidade.

A família conta que no início do casamento o acesso à água era bem difícil, pois o único reser-vatório de água na propriedade era essa cacimba. Para encontrar água eles caminhavam cerca de 9 km, até o poço de uma comunidade vizinha, onde pegavam quatro barris, o que dava cerca de 120l

de água para os gastos em geral da casa durante apenas uma semana.

A família nesta época trabalhava na frente de emergência limpando barreiros nas comunidades três vezes por semana, o que ganhavam com esse trabalho não dava para se quer fazer a feira.

Em 1983 foi iniciado o trabalho com banco de sementes na comunidade, a partir daí a família passa a se envolver no trabalho comunitário, participando da vida da comuni-dade e da associação.

A família conta que a vida começou a mudar a partir do trabalho com banco de sementes, e com os mutirões para limpeza dos barreiros, plantio e cultivo do roçado.

No ano de 1991 iniciaram também o trabalho com Associação dos Pequenos

Paraíba

Ano 5 | nº 84 | Agosto | 2011Santo André - Paraíba

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Perseverança e Dedicação no Trabalho Comunitário

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Fátima e Bié ao lado da cisterna calçadão

Casa da Família

Produtores Rurais de Santa Cruz e Santa Maria. Iniciando-se também o trabalho com Fundo Rotativo Solidário (FRS).

Somente no ano 2000 a família conseguiu apoio para construir a primeira cisterna de água para beber e cozinhar. Nessa época no arredor da casa só tinha palma e algumas plantas nativas e frutíferas, como por exemplo: o cajuei-ro.

A família trabalha no roçado com cultivos de milho, feijão, batata doce, jerimum, macaxei-ra e melancia, além disso, eles possuem uma pequena criação de galinhas e gado.

Da produção do leite a família faz o queijo para seu consumo e comercializa o excedente na comunidade.

No ano de 2009, quando a família recebeu o apoio para construção da cisterna calçadão, conseguiram diversificar seu arredor de casa, e passaram a produzir hortaliças, como: coentro, alface, cebola, beterraba e pimenta. As hortaliças se tornaram uma nova fonte de renda para a família.

Manoel conta:

“A gente vende alface, coentro, goiaba, pepino, ovos e romã na comunidade e na bodega”.

Além das hortaliças, eles ainda possuem uma variedade de plantas frutíferas no seu arredor de casa, tais como: cajueiro, pinha, mamão, seriguela, goiaba, coqueiro, maracujá, graviola, limão,

bananeira, laranja. E também plantas medici-nais, como: hortelã miúdo, saião, hortelã gordo, alecrim, romã, nim, cidreira, entre outros.

Dona Fátima conta que depois que a família recebeu a cisterna conseguiu produzir diversos alimentos de boa qualidade e sem agrotóxicos:

“Antes a gente não tinha essas coisas em casa e precisava sempre comprar na feira”.

A família tem planos de construir uma barragem e um pequeno tanque para aumentar os reservatórios e dar continuidade ao trabalho na pequena propriedade.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Paraíba

Fátima e Bié no arredor de casa com seu papagaio

Dona Fátima junto com seu hortelã miúdo

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