Pesquisa Conhecimento Método

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA PESQUISA EM MÚSICA 1 ESQUEMA DOS TÓPICOS: PESQUISA / CONHECIMENTO / MÉTODOS CIENTÍFICOS O QUE É PESQUISA? “Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.” (SILVA e MENEZES, 2001) “Pesquisa é um ato que se propõe a conhecer o universo.” (DEMO apud CASTAGNA, 2012) “Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência.” (RUIZ, 1991) “A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos.” (GIL apud SILVA e MENEZES, 2001) “Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos.” (ANDRADE, 2001) TEMA Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar Escolher o tema significa: Selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as possibilidades, as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico; Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa. (LAKATOS e MARCONI, 2005, P.160) PROBLEMA Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução. Formulação Formulação de uma pergunta, mesmo que ela seja provisória; Entrar em contato com o máximo de informações que se tem sobre o fenômeno a ser estudado; Realizar leituras sobre o tema escolhido; Buscar outras pesquisas realizadas sobre o tema; O problema deve ser limitado em uma dimensão viável. Isto é, ele deve ser adequadamente recortado, afunilado, para que o pesquisador consiga resolvê-lo em um tempo determinado no cronograma da pesquisa; O problema deve ter clareza. Os termos utilizados devem ser claros e precisos, assim, alguns conceitos (variáveis) apresentados no problema devem ser adequadamente definidos; O problema deve apresentar referências empíricas. Deve-se afastar de juízos de valor (“bom”, “mau”, “deve” ou “deveria” não conduzem à verificação). HIPÓTESE Suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória. Sua função é propor explicações para certos fatos e, ao mesmo tempo, orientar a busca de outras informações. Como se chegar a uma hipótese Formulação Resultados de outras pesquisas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA PESQUISA EM MÚSICA 1

ESQUEMA DOS TÓPICOS: PESQUISA / CONHECIMENTO / MÉTODOS CIENTÍFICOS

O QUE É PESQUISA? “Pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.”

(SILVA e MENEZES, 2001)

“Pesquisa é um ato que se propõe a conhecer o universo.” (DEMO apud CASTAGNA, 2012)

“Pesquisa científica é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagradas pela ciência.”

(RUIZ, 1991)

“A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos científicos.”

(GIL apud SILVA e MENEZES, 2001)

“Pesquisa científica é um conjunto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para problemas propostos mediante o emprego de métodos científicos.”

(ANDRADE, 2001)

TEMA Tema é o assunto que se deseja estudar e pesquisar Escolher o tema significa:

Selecionar um assunto de acordo com as inclinações, as possibilidades, as aptidões e as tendências de quem se propõe a elaborar um trabalho científico;

Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente e tenha condições de ser formulado e delimitado em função da pesquisa.

(LAKATOS e MARCONI, 2005, P.160)

PROBLEMA Problema é uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para a qual se deve encontrar uma solução. Formulação

Formulação de uma pergunta, mesmo que ela seja provisória; Entrar em contato com o máximo de informações que se tem sobre o fenômeno a ser estudado; Realizar leituras sobre o tema escolhido; Buscar outras pesquisas realizadas sobre o tema; O problema deve ser limitado em uma dimensão viável. Isto é, ele deve ser adequadamente

recortado, afunilado, para que o pesquisador consiga resolvê-lo em um tempo determinado no cronograma da pesquisa;

O problema deve ter clareza. Os termos utilizados devem ser claros e precisos, assim, alguns conceitos (variáveis) apresentados no problema devem ser adequadamente definidos;

O problema deve apresentar referências empíricas. Deve-se afastar de juízos de valor (“bom”, “mau”, “deve” ou “deveria” não conduzem à verificação).

HIPÓTESE

Suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória.

Sua função é propor explicações para certos fatos e, ao mesmo tempo, orientar a busca de outras informações.

Como se chegar a uma hipótese

Formulação Resultados de outras pesquisas

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TIPOS DE PESQUISA

QUANTO À FORMA DE ABORDAGEM DO PROBLEMA o Pesquisa quantitativa

Traduz em números as opiniões e/ou informações para serem classificadas e analisadas

Utiliza-se de técnicas estatísticas, apoiadas na linguagem da matemática Visa o conhecimento objetivo Rejeita os conhecimentos subjetivos Adota o princípio da verificação (só é verdadeiro aquilo que for empiricamente

comprovado)

o Pesquisa qualitativa o Busca:

Descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema Analisar a interação de certas variáveis Compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos

sociais Apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de

opiniões de determinado grupo Permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades

dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos

A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicos no processo de pesquisa

Os dados obtidos são analisados indutivamente Não emprega dados estatísticos como centro do processo de análise do

problema Não tem a pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas

QUANTO A SEUS OBJETIVOS

o Pesquisa Exploratória Visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo

explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram

experiências práticas com o problema pesquisado. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.

o Pesquisa Descritiva Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o

estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e

observação sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

o Pesquisa Explicativa Visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos

fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o ‘porque’ das coisas.

Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método experimental, e nas ciências sociais requer o uso do método observacional.

Assume, em geral, a forma de Pesquisa Experimental.

QUANTO AOS PROCEDIMENTOS TÉCNICOS UTILIZADOS o Pesquisa Bibliográfica

Baseia-se em livros e periódicos científicos e, atualmente, de material disponibilizado na internet.

Compreende o universo de trabalhos teóricos desenvolvidos em campos como os da filosofia, sociologia e antropologia

o Pesquisa Documental Assemelha-se à pesquisa bibliográfica, porém as fontes que a constituem são

documentos e não apenas livros publicados e artigos científicos Leis; ofícios; atas; documentos jurídicos, etc.

o Pesquisa Experimental Consiste em determinar um objeto de estudo e selecionar as variáveis que

seriam capazes de influenciá-lo, definindo as formas de controle e de

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observação dos efeitos que a variável produz no objeto em condições determinadas

o Survey (Levantamento) Procura determinar práticas existentes ou opiniões de uma determinada

população Caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas, cuja opinião se quer

conhecer, utilizando questionários ou entrevistas para a coleta de dados Vantagens: conhecimento direto da realidade, economia e rapidez,

quantificação Limitações: ênfase nos aspectos perspectivos, pouca profundidade, limitada

apreensão do processo de mudança o Pesquisa de Campo

Observação de fatos e fenômenos exatamente como ocorrem no real, coleta de dados referentes aos mesmos, sem qualquer interferência e, finalmente, análise e interpretação desses dados, com base numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar o problema pesquisado

o Estudo de Caso Estudo aprofundado e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a

permitir o seu conhecimento amplo e detalhado Sua preocupação é estudar determinado indivíduo ou determinado grupo para

investigar aspectos variados ou um evento específico da amostra Um único caso é estudado com profundidade para alcançar uma maior

compreensão sobre outros casos similares o Pesquisa-Ação

Quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo.

Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

o Pesquisa Participante Quando se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros

das situações investigadas.

CONHECIMENTO TIPOS DE CONHECIMENTO

SENSO COMUM o Conhecimento que vai se acumulando com as experiências do cotidiano o Representa um patrimônio cultural de extrema importância para a sociedade, facilitando a

resolução de vários problemas relacionados com a sobrevivência. E é na tentativa de resolver os obstáculos do dia-a-dia que o senso comum produz suas próprias “teorias” de conhecimento baseadas no nível meramente prático e sensitivo.

o Os conhecimentos pertencentes ao senso comum podem se arraigar na cultura popular e permanecer mesmo após o conhecimento científico provar sua ineficácia

o Apoia-se em teorias pseudocientíficas o Conjunto de informações não sistematizadas, aprendidas na prática do cotidiano, e que

inclui um conjunto de valores. Tais informações são fragmentadas e podem incluir explicações baseadas nos costumes, lendas, religião, experiência pessoal acumulada e informações científicas popularizadas

o Interage com as explicações oriundas das teorias científicas o Pode ser utilizado como suporte para o início das experiências científicas

FILOSÓFICO

o Busca os “porquês” de tudo o que existe. É ativo, pois coloca o humano em busca de respostas para as inúmeras perguntas que ele próprio pode formular

o Valorativo: parte de hipóteses (baseadas em experiências e não na experimentação) o Não verificável: as hipóteses filosóficas não podem ser confirmadas ou refutadas

RELIGIOSO (TEOLÓGICO)

o Parte do princípio de que as verdades tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em revelações da divindade, do sobrenatural

o Valorativo: proposições sagradas o Sistemático: visão do mundo como criação divina (origem, significado, finalidade e destino) o Não verificável: necessidade de uma atitude de fé perante um conhecimento revelado

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CIENTÍFICO

o Racional Construído a partir da razão Composição lógica do conhecimento, geração de novas ideias

o Objetivo Verifica a verdade através da investigação e experimentação Verifica a adequação das ideias aos fatos

o Factual Procura explicar os fatos Empirismo: experimentação para confirmação dos fatos

o Analítico Decomposição do objeto para formulação de um contexto geral Lida com problemas e soluções parciais

o Claro e preciso Não se baseia em meias verdades Recorre à conceitualização, à definição dos termos da pesquisa

o Comunicável Característica informativa, linguagem clara para bom entendimento Possibilidade de outros pesquisadores verificarem; é socializável

o Verificável Válido apenas quando passa pelo crivo da prova Hipóteses passíveis de comprovação Experimentação para poder comprovar ou refutar hipóteses

o Metodológico Planejado Baseado no conhecimento já disponível Metodologia estabelece normas e técnicas aplicáveis

o Acumulativo Continuidade como consequência de seu desenvolvimento Substituição de dados ultrapassados com o aparecimento de novos dados

o Falível Não é definitivo, nem absoluto Passível de resoluções científicas

o Explicativo Visa verificar os fatos justificando-os

o Útil Cria ferramentas que possibilitam manipulação ou intervenção sobre a realidade

UMA DEFINIÇÃO: Conhecimento científico é aquele construído de maneira programada, sistemática e controlada de alguma forma; é feito através de teorias, com métodos e técnicas específicas, para que se permita a verificação de sua validade. Se baseia em trabalhos da área, parte de estudos prévios sobre o tema. Tal saber é registrado em uma linguagem rigorosa, possibilitando sua transmissão e ampla utilização. Esse é o tipo de conhecimento praticado nos meios acadêmicos. Algumas questões em relação à pesquisa em artes, que lida com aspectos subjetivos, lida com o sensível, o emocional, o psicológico (criatividade, ensino, aprendizagem), que é uma atividade estética por princípio (por Vanda Freire):

A pesquisa pode, realmente contribuir, de alguma forma, para uma prática de natureza estética como a prática musical?

Em que medida o próprio fazer musical (interpretar, compor, reger) não é, ele mesmo, uma atividade de pesquisa, já que esse fazer envolve buscas e decisões e se apoia em um aparato técnico?

Ensinar música é também um ato de pesquisar, já que envolve sistematização de informações? A atividade de pesquisa é antagônica ou incompatível à criatividade inerente a qualquer atividade

artística? Algumas respostas:

“A pesquisa é uma atividade de investigação científica destinada a gerar um conhecimento novo, inclusive na área de música, a partir da interação entre a prática musical e a reflexão teórica. Isto é, deve resultar, como conclusão, uma nova interpretação, uma nova informação, uma nova possibilidade metodológica, etc. As conclusões de pesquisa devem propiciar, nessa ótica, algum tipo de incidência e transformação na prática musical.”

“A pesquisa sobre música não é uma atividade estética, ainda que se debruce sobre um objeto de natureza estética”

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“É importante observar as peculiaridades do conhecimento científico e do conhecimento estético” “A pesquisa não valida a arte; ela é validada por outros meios” “A pesquisa pode, contudo, refletir sobre a arte e sobre as práticas relacionadas à arte, inclusive

as de ensino” “O retorno dessas reflexões pode contribuir para uma transformação qualitativa do artista e de

suas práticas” Toda pesquisa surge de uma inquietação, um questionamento, ou conflito inicial. Toda pesquisa, seja qual for a abordagem metodológica, necessita preencher 3 requisitos:

1. A existência de uma pergunta 2. A elaboração (e descrição) de um conjunto de passos que permitam obter a informação necessária

para responde-la (metodologia) 3. A indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida (grau de confiabilidade e não a obtenção

de respostas definitivas e verdadeiras. A pesquisa é sempre uma aproximação da realidade, que deve ser confiável por ser coerente e fundamentada, mas sempre passível de revisão ou de questionamento).

Concluindo:

“É necessário haver um problema de pesquisa (o que não significa uma hipótese formal), um procedimento que gere informação relevante para a resposta e, finalmente, é preciso demonstrar que esta informação decorre do procedimento empregado e que a resposta produzida por ele não é apenas uma resposta possível como também é a melhor, nas circunstâncias (o que inclui, certamente, o referencial teórico).”

MÉTODOS CIENTÍFICOS

“Método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado [...] é o caminho a seguir para chegar à verdade nas ciências.”

(JOLIVET, 1979, p.71)

“A característica distintiva do método é a de ajudar a compreender, no sentido mais amplo, não os resultados da investigação científica, mas o próprio processo de investigação.”

(KAPLAN) “A investigação científica depende de um ‘conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos’ para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos científicos.” “Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa.”

(GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993, apud SILVA e MENEZES)

TIPOS DE MÉTODOS CIENTÍFICOS Método Indutivo “Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume. Considera que o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta princípios preestabelecidos. No raciocínio indutivo a generalização deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações.”

(GIL, 1999; LAKATOS; MARCONI, 1993, apud SILVA e MENEZES)

“Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contidas nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam.”

(LAKATOS e MARCONI, 2000, p.53)

Ex: O corvo 1 é negro / O corvo 2 é negro / O corvo 3 é negro. “Todo corvo é negro.” Antônio é mortal / João é mortal / Paulo é mortal / Carlos é mortal. Ora, Antônio, João, Paulo e Carlos são homens. Logo, (todos) os homens são mortais.

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Método Dedutivo “Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz que pressupõe que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro.”

(SILVA e MENEZES) Deduzir é tirar como consequência, é inferir, concluir. A forma típica de argumentação é o silogismo. Trata-se de uma dedução formal que, a partir de duas proposições chamadas premissas (uma maior e outra menor), se obtém uma conclusão necessária. Ex: Todo homem é mortal (premissa maior) / Sócrates é homem (premissa menor) Sócrates é mortal (conclusão) Toda criança é capaz de aprender música. / Cecília é criança. Cecília é capaz de aprender música. Método Dialético “Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições as transcendem dando origem a novas contradições que passam a requerer solução.”

(SILVA e MENEZES, 2005)

Os fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico, etc. Interpretação do real a partir de seus fatores econômicos e sociais Características:

o Ação recíproca – ou “tudo se relaciona” o Mudança dialética (negação da negação) – “tudo se transforma” o A mudança nega o que é mudado e o resultado, por sua vez, é negado, mas esta segunda

negação conduz a um desenvolvimento e não a um retorno ao que era antes. o Contradição – ou luta dos contrários

Método Fenomenológico

Preconizado por Husserl, não é dedutivo nem indutivo Preocupação da experiência tal como ela é (essência do fenômeno) A realidade é construída socialmente e entendida como o ‘compreendido’, o ‘interpretado’, o

‘comunicado’ A realidade não é única; existem tantas quantas forem as suas interpretações e comunicações Base do método: interpretação-compreensão Consiste em mostrar o que é dado e em esclarecer esse dado A realidade não é tida como algo objetivo e passível de ser explicado como um conhecimento que

privilegia explicações em termos de causa e efeito. ETAPAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

Formulação de uma Questão: pode ter origem nas nossas experiências diárias, numa teoria, etc...

Elaboração de uma Hipótese: a hipótese é uma resposta provisória à questão formulada na 1ª etapa. É uma suposição, uma tentativa de explicação avançada pelo investigador

Verificação da hipótese: o investigador vai procurar verificar a hipótese, recorrendo a métodos e técnicas de observação e/ou experimentação

Formulação de conclusões: o investigador tira conclusões sobre a validade da hipótese que colocou a partir dos resultados da investigação.

REFERÊNCIAS ALVEZ-MAZZOTTI, A.J. e GEWANDSNAJDER, F. O Método nas Ciências Naturais e Sociais. São Paulo: Pioneira, 1998.

FREIRE, Vanda Belard (org). Horizontes da Pesquisa em Música. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2010.

JACOBINI, Mª Letícia de Paiva. Metodologia do Trabalho Científico. 4.ed. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011.

LAKATOS, Marina; MARCONI, Eva. Fundamentos da Metodologia Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2000.

SEVERINO, Antonio J. Metodologia do Trabalho Científico. 21.ed. (ou + atual) São Paulo: Cortez, 2000.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera M. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4.ed. Florianópolis: UFSC, 2005.