Petrópolis | Grupo 1

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ESTE MATERIAL NÃO PODE SER DIVULGADO, COPIADO, ALTERADO, CITADO E IMPRESSO. TRABALHO DE CAMPO GRUPO 1 PETRÓPOLIS ANA PAULA PEREIRA INOCÊNCIO ANA PAULA DE OLIVEIRA LUCIMAR CONCEIÇÃO DE JESUS ALVES MARIA LUIZA GOMES DA SILVA REJANE SOUZA DOS SANTOS RIBEIRO

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Este relatório de campo foi desenvolvido por alunos como um Trabalho de Conclusão do Curso Agentes Locais em Desastres Naturais.

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ESTE MATERIAL NÃO PODE SER DIVULGADO, COPIADO, ALTERADO, CITADO E IMPRESSO.

TRABALHO DE CAMPO

GRUPO 1 PETRÓPOLIS

ANA PAULA PEREIRA INOCÊNCIO

ANA PAULA DE OLIVEIRA

LUCIMAR CONCEIÇÃO DE JESUS ALVES

MARIA LUIZA GOMES DA SILVA

REJANE SOUZA DOS SANTOS RIBEIRO

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ESTE MATERIAL ESTÁ EM VALIDAÇÃO, POR ESTA RAZÃO NÃO PODE SER DIVULGADO, COPIADO, ALTERADO, CITADO E IMPRESSO.

A IMPRESSÃO ESTÁ AUTORIZADA SOMENTE AO CORPO DOCENTE E DISCENTE.

GRUPO 1 PETRÓPOLIS

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REALIZAÇÃO

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

VICE-PRESIDÊNCIA DE AMBIENTE, PROMOÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE

CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES EM SAÚDE

ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE E AMBIENTE

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE FARMÁCIA

DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA E ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E SERVIÇOS PÚBLICOS

SUBSECRETARIA DE DEFESA CIVIL

APOIO

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL

SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL

DEPARTAMENTO DE MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES

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VERSÃO EM AVALIAÇÃO

TRABALHO DE CAMPO

GRUPO 1 PETRÓPOLIS

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ORGANIZADORES CARLOS MACHADO DE FREITAS E VÂNIA ROCHA

REVISÃO TÉCNICA SUELI SCOTELARO PORTO E VÂNIA ROCHA

PROGRAMAÇÃO VISUAL PRISCILA FREIRE

PROFESSORES TUTORES MARCELO ABELHEIRA E SUELI SCOTELARO PORTO

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A importância da ESF na prevenção e atuação em desastres Um triste despertar no vale do Cuiabá Este relatório mostra a necessidade de implantação de novas equipes e principalmente proporcionar melhor estrutura de trabalho das equipes existentes, valorizando os profissionais que nelas atuam.

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Sumário

A importância da ESF na prevenção e atuação em desastres

1. O que é e como funciona a ESF- estratégia saúde da família.

2. Vulnerabilidade Estrutural.

3. Intersetorialidade.

4. Metodologia do Trabalho

4.1. Relato de Moradores – 12 de janeiro de 2011 – Um triste despertar

no Vale do Cuiabá

4.1.1 Relato de Mirian Catunta.

4.1.2 Relato de Monique Pereira Inocêncio.

4.1.3 Relato de Micheline Ramos.

5. Fotos do vale do Cuiabá 2010 X 2013.

6. Situação Populacional.

6.1. Por faixa etária.

6.2. Por doença referida.

6.3. Cadastramento familiar.

7. Plano de ação.

7.1. Prevenção a respeito de desastres naturais.

7.2. Reciclar para morar.

Referencias bibliográficas.

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A importância da ESF na prevenção e atuação em desastres naturais.

1. O que é e como funciona Estratégia Saúde da Família.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da atenção

básica no País, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, e é

tida pelo Ministério da Saúde e gestores estaduais e municipais como

estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por

favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de

aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de

ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e

coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe

multiprofissional (equipe de Saúde da Família – eSF) composta por, no mínimo:

(I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de

Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da

Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agentes comunitários de

saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de

Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da

Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal.

É prevista, ainda, a implantação da Estratégia de Agentes Comunitários

de Saúde nas Unidades Básicas de Saúde como uma possibilidade para a

reorganização inicial da atenção básica com vistas à implantação gradual da

ESF ou como uma forma de agregar os agentes comunitários a outras

maneiras de organização da atenção básica.

Cada equipe de Saúde da Família (eSF) deve ser responsável por, no

máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas,

respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o

número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das

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famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade,

menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe.

Fonte: Portal da saúde - DAB (departamento de atenção

básica).

A Estratégia Saúde da Família serve para o bem estar dos usuários,

aumentando assim a capacidade de analise e intervenção sobre os problemas

e necessidades de saúde em termos clínicos, sanitários e ambientais dentro do

território, promovendo ações de saúde, organizando palestras e debates com a

comunidade para uma tentativa de melhor comunicação identificando seus

problemas e tentando amenizá-los. A ESF em desastres naturais é muito

importante, tendo em vista os vários problemas que aparecem quando estamos

nessa situação.

A ESF neste momento entra em campo com sua equipe para direcionar

todas as ações; como localizar e cadastrar as famílias atingidas; conhecer as

áreas de risco evitando assim mais acidentes é muito importante para que haja

um direcionamento correto; guiar as vítimas pra um ponto de apoio seguro

onde haja alimentação e cuidados médicos para que elas se sintam mais

seguras,a ESF tem dados de todos moradores o que facilita muito sua

evacuação.

No momento do desastre tem que estar preparada para qualquer

eventualidade visando assim os pontos mais frágeis daquele local, esta equipe

estará apta a realizar tais procedimentos, pois é uma equipe treinada por

profissionais capacitados na prevenção e promoção á saúde do individuo

trabalhando sobre a conscientização da população quanto á construções

inadequadas, orientando quanto ao local de moradia, estado do terreno,

escoamento correto da água, organização e reciclagem do lixo etc.

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2. VULNERABILIDADE ESTRUTURAL.

A ocorrência de desastres não está relacionada apenas a fenômenos da

natureza (chuvas, ventos, secas, tempestades...),por muitas vezes são

resultantes de construções em lugares de risco como: encostas, rios, que são

os mais frequentes na região serrana e que especificamente ocorreu no Vale

do Cuiabá no dia 12/01/12, pois a maioria das casas estava construída em

APP, (área de proteção permanente).

Um trecho de 3 quilômetros do vale foi devastado pela transbordamento

do rio Cuiabá, a maioria das vítimas fatais no município de Petrópolis estava

lá. Até o fechamento deste trabalho o número oficial de óbitos na região é de

41 mortos e 22 desaparecidos

A imagem acima, extraída do Google Earth e editada em Autocad,

mostra que, na área mais afetada, existiam inúmeras construções dentro da

APP (Área de Proteção Permanente), onde o código florestal brasileiro, proíbe

edificações. No caso de rios com até 10 metros de largura, medidos no seu

nível mais alto, a APP exige um afastamento de 30 metros de cada margem do

rio.

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A linha azul assinala o curso do rio Cuiabá. E as duas linhas laranja

delimitam os limites aproximados da APP. Veja a quantidade de casas de

maneira indubitável dentro desses limites. A imagem fala por si só.

A pousada Tambo los Incas — que foi submersa e destruída pelas

águas — ficava pouco abaixo desse ponto. Medindo pelo Google Earth, a

pousada estava a 42 metros do rio, portanto possivelmente fora da APP, caso

a largura do rio na sua cheia fosse (normalmente) pouco diferente da média. A

margem de erro dessa medição é de 1 a 2 metros.

No caso do Vale do Cuiabá, estreito e íngreme, um estudo mais

apurado, feito por um hidrólogo, provavelmente demarcaria uma faixa bem

maior que a distância mínima exigida pelo código florestal.O código está em

vigor desde 1965. Algumas propriedades são anteriores a ele. O resto é crime.

Fonte:(Raul Bueno site: eco cidades)

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Descrição Geral

O Vale do Cuiabá possui uma bacia hidrográfica drenante tipo circular,

em forma de “concha” o que agrava enormemente os riscos de

transbordamento do rio nas regiões do vale nos dias de chuva de muita

intensidade. (extraído do Relatório da visita técnica no Vale do Cuiabá –

Itaipava – Petrópolis – RJ, foi elaborado pela Comissão de Profissionais

ligados ao CREA/RJ, CAU/RJ e APEA – (Google)).

O local era ocupado por mansões, sítios e condomínios de luxo, não

deixando de ter também pessoas com menores condições financeiras. E sendo

localizado próximo a rios e encostas. No dia 12 de janeiro de 2011, houve uma

inundação de tão grande proporção que foram destruídas muitas casas e

ocorreram muitas mortes de pessoas e animais (pois é um local de criação de

animais). Uma grande enxurrada que atingiu 6 metros de altura e 150 metros

de largura, uma das consequências deste desastre foi à inundação e

destruição da estrutura física do PSF vale do Cuiabá, que tendo sido

construído em lugar vulnerável ficou alagado por completo e levou a perda total

todos os documentos e equipamentos. Estando assim impedido de prestar

assistência no momento em que a população mais necessitava da equipe que

atuava naquela comunidade.

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PSF Boa Esperança fotos tiradas pela enfermeira do posto após desastre.

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PSF Boa Esperança fotos tiradas pela enfermeira do posto após desastre.

Segundo o Jornal A Tribuna de Petrópolis do dia 17 de julho de 2011, foi

divulgada uma matéria dizendo que “o governo federal liberou para o Estado do

Rio R$2,8 milhões para construção de nove Unidades Básicas de Saúde sendo

200 mil, para o PSF do Cuiabá”. A secretária de saúde à época, Aparecida

Barbosa, explicou que o governo federal havia solicitado um levantamento das

necessidades para o Vale do Cuiabá e uma delas foi o posto de saúde que até

então estaria funcionando em dois contêineres.

-“o que fizemos foi identificar um novo terreno, pois onde o posto

funcionava entrava água toda vez que chovia forte e agora com este dinheiro

vamos construir um novo posto”.

Hoje dois anos após tal reportagem, a equipe do PSF Vale do Cuiabá

ainda atua em contêineres, a reforma do posto esta sendo feito pela própria

equipe com recursos doados pela comunidade, pois apesar da verba liberada

como consta na reportagem citada acima as necessidades da população não

foram supridas.

3. Intersetor alidade

Intersetorialidade – Ação focada na busca da promoção de produtos

sociais em comum. É a ação ou parceria em que todos os setores irão

compartilhar tecnologias e desfrutar dos benefícios diretamente. Deve ser o

eixo estruturador das políticas públicas, possibilitando uma abordagem geral

dos problemas sociais. (fonte: www.cnep.org.br/glossario.htm).

Intersetorial

Integração dos serviços de saúde e outros órgãos públicos com a finalidade de

articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução

envolva áreas não compreendidas no âmbito do SUS, potencializando, assim,

os recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos disponíveis e

evitando duplicidade de meios para fins idênticos. Se os determinantes do

processo saúde/doença, nos plano individual e coletivo, encontram-se

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localizados na maneira como as condições de vida são produzidas, isto é, na

alimentação, na escolaridade, na habitação, no trabalho, na capacidade de

consumo e no acesso a direitos garantidos pelo poder público, então é

impossível conceber o planejamento e a gestão da saúde sem a integração das

políticas sociais (educação, transporte, ação social), num primeiro momento, e

das políticas econômicas (trabalho, emprego e renda), num segundo. A

escolha do prefixo inter e não do trans é efetuada em respeito à autonomia

administrativa e política dos setores públicos em articulação.

(fonte: rede humaniza SUS)

A falta de intersetorialidade nos remete ao atual momento vivido no vale

do Cuiabá onde se encontra duas equipes de saúde para mesma população:

uma delas mantida pela secretaria municipal de saúde de Petrópolis e outra

mantida pela FIRJAN, onde as pessoas recebem consultas médicas gratuitas e

pagam somente pelos exames que são prescritos. Foram também construído

pela FIRJAN 25 casas populares doadas para a comunidade, centros de

capacitação de informática e culinária.

Espaço comunitário de saúde básica SESI (FIRJAN) – no vale do Cuiabá.

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Espaço comunitário de saúde básica SESI (FIRJAN) – no vale do Cuiabá.

PSF Boa Esperança-foto tirada em julho/2013.

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PSF Boa Esperança-foto tirada em julho/2013.

4. Metodologia do trabalho de campo

Para a realização do trabalho de campo o grupo cumpriu determinadas

etapas:

Escolha do território Vale do Cuiabá, onde houve uma tragédia há dois anos e

até o presente momento pouco foi feito;

Reconhecimento da área com caminhada e fotos;

Edição de vídeo com morador José Quintella, presidente da associação de

moradores e residente na área há mais de 40 anos, onde o mesmo relatou

acontecimentos do dia da tragédia e o que foi feito até hoje;

Para finalizar pedimos para alguns moradores descreverem num papel o que

foi para eles aquela madrugada do dia 12 de janeiro de 2011.

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Eis os relatos:

12 de Janeiro de 2011 – Um triste despertar no vale do Cuiabá.

4.1. Relato de moradores.

4.1.4 Carta de Mirian Catunta.

“Naquela noite do dia 11 de janeiro de 2011, tudo parecia normal até que começou a chuva forte e a luz acabou. Naquela hora eu só pensei no meu filho que estava dormindo, fui até o quarto peguei ele enrolado em uma colcha e fiquei com ele em meu colo na varanda .Então perguntei minha mãe como estava o rio ,e ela falou que estava bem cheio. Ai esperei e nisso ela mandou eu ir para rua com ele , só que eu pensei que não ia encher mais e nisso o meu esposo veio pegou ele e o levou para casa em cima da minha que era de vizinhos e eu fui tentar pegar alguma roupa para meu filho , pois ele só estava de fralda descartável . E quando o meu esposo voltou para me buscar eu estava saindo na porta com uma trouxa de roupa e nisso nós só escutamos um barulho muito forte e a água começou a entrar pelo portão e eu e meu esposo subimos para o muro da varanda e a água só subindo cada vez mais, o pessoal da casa de cima tentou jogar uma corda pra me amarrar e me puxar só que não deu, pois alguma coisa me prendeu na coluna e eu fiquei amarrada ali. Meu esposo não conseguiu se segurar e foi levado pela água, mas graças a Deus ele se segurou em uma palmeira imperial que estava dentro do nosso quintal, e o pessoal de cima da casa cima jogaram um assento sanitário amarrado em uma corda e o puxou para da laje e eu fiquei ali sozinha com a água no meu pescoço com tudo o que vinha na água me batendo eu só pedia a Deus que eu não queria morrer pois eu tinha meu filho e nisso eu comecei a gritar e eu não ia conseguir mas eu queria ver ele só que o pessoal falava que eu ia conseguir sim e que eles iam colocar ele ali fora para ver o que estava passando comigo mas eu só gritava e pedia perdão a Deus e que ele me salvasse e ali fiquei por três horas e meia e quando a água começou a baixar e o pessoal me gritou e falou que a água estava baixando só que eu não consegui perceber pois eu gritava muito, quando eu parei de gritar e olhei a água já estava no meu ombro e nisso o irmão de um vizinho nosso que morava em São Paulo que estava aqui de passeio desceu e me pegou e o pessoal me puxou para cima da laje e já estava amanhecendo e a primeira pessoa que eu vi foi o meu filho, e eu o abracei com a ultima força que eu tinha e eu só agradeci a Deus por ter me salvado e poder reencontrar meu filho, esposo e família. Aí o bombeiro chegou e meu tio também e fez os 1ºs socorros e eu fui pra UPA e dei entrada lá com o corpo todo ralado, em carne viva, dedo esmagado e com inicio de hipotermia, mas feliz pois o mais importante Deus tinha me dado novamente a minha vida e o meu filho comigo e minha família que graças a Deus todos estavam bem. Para mim e minha família aquela noite foi uma noite de terror, mais graças a Deus e a dois vizinhos que para mim foi dois anjos que Deus mandou para me salvar, hoje eu estou aqui. Por: Mirian Catunta

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4.1.2. Carta de Monique Pereira Inocêncio.

Quando Minha Tia Vania ligou para minha casa pedindo ajuda ao meu pai pra

ele ajudar a colocar as coisas para cima, nisso que ela ligou já tinha acontecido

à tromba d’agua no ponto final, enquanto a agua não tinha chegado aqui em

baixo, minha tia e minha vó estavam juntando as coisas, e meu pai disse:

- Cadê o Pedro? Ele era pra ter sido o primeiro a sair.

Após a pergunta tia Vania foi busca-lo, mais a agua já estava chegando a casa

dela e Pedro Ficou assustado com tanta agua, (mais ficou assustado porque

tinha acabado de acordar) e voltou para cama e tia Vania consegue pega-lo e

entregar para meu tio Zezo, quando eles estavam voltando para casa da minha

vó Arminda chega minha mãe correndo dizendo que os muros já tinham

estourados e que eram para serem rápidos e correr.

Quando minha mãe encontrou com todos eles já estavam no meio do caminho

e já estava cheio de agua na casa deles nisso meu tio Zezo perguntou:

- Onde esta minha mãe?

E meu pai responde:

- Ela voltou pra dentro casa.

E tio Zezo foi logo busca-la, quando chegou a agua já estava pela Cintura. Os

colocaram pra cima e todos já estavam salvos, mais a agua continuou subindo

e com tantas pessoas que estavam na minha casa, na varanda e no portão

ouvimos muitos gritos de pessoas pedindo ajuda, socorro por todo lado e sem

poder fazer nada a única opção foi orar, nisso eu comecei a orar tentando

acalma todos aqueles que estavam em minha casa, mas com a graça de Deus

tudo ocorreu bem algumas pessoas sobreviveram outros não.

Agora todos da minha família estão reconstruindo tudo aquilo que foi perdido.

(por Monique Pereira Inocêncio)

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4.1.3. Relato da enchente de 2011. MICHELINE RAMOS. Vale do Cuiabá Foi na madrugada de 11 pra 12 de janeiro de 2011. Dia que jamais sairá de minha memória. Por volta de 1h da manhã, sentada num dos computadores de uma lan house que meu marido tinha na casa da minha mãe onde morávamos, acompanhada pelo meu único e irmão caçula Mickael me dei conta de que chovia além do normal. Logo após a minha constatação acabou a luz no bairro, o que nos forçou a sair do computador e observar o rio, que passa nos fundos do terreno da minha casa. Estávamos em casa aquele dia: Eu, meu irmão, minha mãe, e duas tias. O rio enchia com uma rapidez além do normal, mas nada que pudéssemos pensar em imaginar o que estava por vir. Até que depois de algumas horas, ele começou timidamente a transbordar, como que primeiro quisesse alertar-nos e nos dar tempo de preparar-nos. Mesmo assim, ficamos em casa, colocando as coisas da varanda pra cima, acreditando que no máximo a água passearia por ali, em volta da casa. Minha cadela, a Mini, começou a latir ferozmente em direção a água que se aproximava, como que pressentisse o perigo que nos rondava. Alguns minutos depois já estávamos convencidos de que a água não se contentaria em ficar apenas na varanda e começamos a colocar as coisas de dentro de casa para cima, na esperança de salvar alguma coisa. De repente o barulho aumentou, e a água que a princípio vinha pela direção do rio, começou a vir de todos os lados e muito mais forte. Foi quando minha mãe disse: - Deixa tudo pra traz, vamos embora. Todos juntos em fila indiana fomos em direção à sala com intenção de sair por ali quando minha mãe que puxava a fila tentou destrancar a porta e a chave quebrou. A água já batia na nossa canela e subia bem rápido. Quando viramos pra voltar pelo corredor, a porta se fechou com a pressão da água. Meu irmão rapidamente pulou a janela que dava da sala pro corredor e abriu a porta por fora. Quando saíamos da sala pro corredor em fila, minha cadela subiu no sofá com medo da água que já quase a cobria, eu rapidamente a peguei no colo e fomos todos para a lan house tentar sair por lá. Nessa altura a água já estava na nossa coxa. Começamos a pular a janela da lan house, 1 por 1, pois a porta já não abria com a pressão da água. Quando o último que foi meu irmão pulou, minha mãe gritou: - Cadê a Eva, Eva ficou pra traz. Meu irmão não pensou 2 vezes e voltou para buscar minha tia Eva, ficamos eu e minha mãe a espera deles. Como ele demorava muito a voltar e a água já estava batendo quase em nosso peito, resolvi voltar também para ajudá-los. Voltei até o último cômodo, onde minha tia ficava, e encontrei meu irmão esmurrando a porta, chamando por ela.

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Depois de algum tempo ouvimos a voz dela de dentro do quarto, fizemos força abrimos a porta. Entramos, já não dava mais pra voltar. Meu irmão quebrou a janela, subimos nela, mas a água não parou de subir. Meu irmão nadou uns metros, quebrou umas telhas de um pequeno telhado que tinha na frente da varanda, subiu por esse telhado até a lage da casa e me puxou pra cima, e nós dois juntos puxamos minha tia que já se encontrava bebendo água, quase se afogando. Cheguei em estado de choque na lage, ouvia gritos de socorro por todos os lados. me lembro de ter arrancado um cano de quase 5 metros da lage e dado a meu irmão, que salvou entre os vizinhos mais 6 pessoas. Ficamos em 9 na lage segurando na caixa d'água, pois a água ainda subiu 1 metro acima da lage. A força da água batendo em nossas pernas, nos dava a sensação de que não iríamos aguentar se ela subisse mais. Mas a força de Deus foi maior. Com o tempo ela foi abaixando, abaixando, abaixando até por completo. Já com o dia clareando, saímos de lá, chocados, mas aliviados. Perdemos tudo na casa. Fomos informados da quantidade de pessoas que não sobreviveram, e do tamanho da tragédia e agradecemos a Deus por estarmos todos vivos em família. Recebemos ajuda de muitos amigos e instituição religiosa. Infelizmente, até hoje, após quase 3 anos após, muito pouco foi feito. As autoridades não se importaram em 1% da proporção do estrago que a tragédia nos causou, tanto materialmente, como fisicamente e emocionalmente. Sabemos que muita doação foi desviada, muita má intenção foi praticada e pouca justiça foi feita. O tempo passa e as coisas graves acabam caindo no esquecimento. Num país onde a corrupção fala mais alto, não se pode esperar muito, lamentavelmente!! Esperamos sim é que DEUS possa nos ajudar, nos restituindo, dando força e sabedoria para conquistarmos tudo 7 vezes mais do que perdemos. Pois só ele é FIEL!!

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5. Fotos e relacionadas ao vale do Cuiabá.

Antes e depois do desastre de 12/01/2011.

Google Earth ago/ 2010.

Foto tirada por moradores.

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Google Earth set/2011.

Foto tirada pelos moradores.

Page 27: Petrópolis | Grupo 1

Foto tirada pelos moradores.

Google Earth set 2011.

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Jul/2013

6. Situação populacional no Vale do Cuiabá

Os gráficos abaixo mostram a situação no vale do Cuiabá após desastre

ocorrido em janeiro de 2011, dados estes retirado do SIAB-sistema de

informação atenção básica relatórios de dezembro de 2010 e junho de 2013.

6.1. Por faixa etária

Fonte: SIAB

0

500

1000

1500

2000

2500

< 1 1 a 4 5 a 6 7 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 39 40 a 49 50 a 59 > 60 TOTAL

20102013

Page 29: Petrópolis | Grupo 1

6.2. doenças referidas

Fonte: SIAB

6.3. cadastramento familiar

Fonte:SIAB

Total de famílias cadastradas em 2010=483

Total de famílias cadastradas em 2013=613

0

50

100

150

200

250

300

ALC CHA DEF DIA EPI HAS

2010

2013

0

100

200

300

400

500

600

700

familias cadastradas

Série1

Série2

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7. Planos de ação 7.1. Prevenção a respeito de desastres naturais. A ESF orientará a população para fazer o descarte correto do lixo, uso e limpeza de calhas adequadas para amenizar o risco de deslizamentos de encostas e inundações. Também, objetiva ajudar os voluntários e a comunidade atingida para localizar pessoas com maior vulnerabilidade. Delimitação do mapeamento político geográfico, identificando e localizando os elementos fixos e os fluxos do território. Observar as características naturais topográficas do terreno, tipo de solo, presença de rios, matas, nascentes e qualquer evento físico ocorrido anteriormente, etc... Reproduções de imagens dos locais apresentando as características, situações, problemas, necessidades e potencialidades. Pesquisas e informações coletadas em campo associadas a registros oficiais e atualizados. Número de habitantes em risco de desabamento, observando situação vulnerável, social e ambiental. Observar as características, condições de vida, relações de poder. É importante planejar abrigos com capacidade suficiente para todos e adequar esses espaços as pessoas com necessidades especiais em situações de emergência.

7.2. Reciclando para morar

A meu ver, esse deveria ser o nome de um projeto para moradia de

pessoas atingidas por catástrofes. Em tempos em que se fala tanto em meio

ambiente e reciclagem não seria nada mal se os governantes pensassem

nessa possibilidade, pois as garrafas pets estão aí, entupindo bueiros e

disputando espaço com os peixes nos rios causando grandes transtornos.

Poderia ser formada uma equipe com engenheiros e pedreiros, alguém

formado em projeto social, e alguém que entenda de reciclagem. Essas

pessoas estariam aptas a organizar e planejar essas casas de acordo com as

leis de segurança em que deve haver uma construção. A ideia é minimizar

gastos com moradias populares e a demora em colocar as famílias em suas

casas novamente. Deve-se fazer uma pesquisa junto às famílias atingidas para

que elas opinem a respeito, ajudando a arrecadar as garrafas na própria

comunidade. Seriam usados os seguintes recursos; garrafas pet, cimento e

barro, esses são matérias necessários para construções de casas pet.

O objetivo é buscar novos recursos para que se possa morar com

dignidade ou então depender de aluguel social.

Page 31: Petrópolis | Grupo 1

(Fonte: http://dolixoaoludico.blogspot.com.br/2010/11/casa-com-garrafas-

pet.html)

As grandes vantagens de construir com garrafas PET são:

Reutilização: é um sistema de construção com baixo impacto ambiental –

sobretudo na cidade -, pois usa garrafas de plástico no fim do seu ciclo de vida,

diminuindo bastante os gastos econômicos e energéticos nos processos de

reciclagem, em particular em países menos desenvolvidos onde não existindo

pontos de reciclagem e tratamento de resíduos sólidos, são deitados em plenas

ribeiras de água ou enterrados em lixeiras a céu aberto, poluindo e provocando

alterações profundas a nível ambiental.

Econômico: reaproveita desperdícios da cidade, permitindo poupar cerca de

50% em material quando comparado com o sistema de construção tradicional,

tornando-se assim mais barato;

Page 32: Petrópolis | Grupo 1

Autoconstrução: é um processo de construção simples e acessível a qualquer

pessoa, o que o torna numa ferramenta alternativa para a resolução de

problemas das comunidades locais, face aos elevados custos materiais e da

mão de obra especializada.

Trabalho em equipe: potencia o trabalho de equipe, fortalecendo as relações

pessoais e sociais, assim como o sentimento de entreajuda em comunidade.

Durabilidade: as garrafas PET têm um tempo de degradação ambiental entre

200 e 300 anos.

De acordo com os responsáveis pelos estudos, com a técnica de construção,

que utiliza blocos com areia, cimento e garrafas, o custo de uma casa com 46

metros de área coberta, sendo dois quartos, sala, cozinha e banheiro, é de

cerca de R$ 8 mil. Para essa construção, que é baseada nas projeções

estabelecidas para financiamento da Caixa Econômica Federal, são

necessárias cerca de 2.700 garrafas PET.

(Fonte: dolixoaoludico. blogspot.com. br)

Page 33: Petrópolis | Grupo 1

(Fonte: http://dolixoaoludico.blogspot.com.br/2010/11/casa-com-garrafas-

pet.html)

Quem olha essa casa aí em cima jamais poderia imaginar que ao invés dos

tradicionais tijolos, foram usadas garrafas PET. Esse projeto se chama Minha

garrafa, minha vida, minha casa e a iniciativa é da ONG hondurenha Eco-

Tec, que vem realizando uma série de projetos com esse tipo de

arquitetura reciclável ao redor do

mundo. (Fonte:http://dolixoaoludico.blogspot.com.br/2010/11/casa-com-

garrafas-pet.html)

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Referencias bibliográficas:

Portal da saúde - DAB (departamento de atenção básica).

Relatório da visita técnica no Vale do Cuiabá – Itaipava – Petrópolis –

RJ, foi elaborado pela Comissão de Profissionais ligados ao CREA/RJ,

CAU/RJ e APEA – (Google)).

Tribuna de Petrópolis.

Rede humaniza SUS.

Google Earth.

Dolixoaoludico. blogspot.com. br.

SIAB (sistema de informação de atenção básica).

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Este relatório de campo foi desenvolvido pelo corpo discente como um Trabalho de Conclusão do Curso Agente Locais em Desastres Naturais, um projeto-piloto que visa a formação de multiplicadores em ações de Saúde, Proteção e Defesa Civil.

Este material está em validação, por esta razão não pode ser divulgado, copiado, alterado, citado e impresso. A impressão está autorizada somente ao corpo docente e discente.

Esta publicação foi desenvolvida em 2013 no Estado Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

O curso ocorreu entre os meses junho e julho de 2013 na cidade de Petrópolis, RJ, Brasil.

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