PGIRSU_Pirapora-12-08-2011

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Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. BDMG Banco Interamericano de Desenvolvimento BID

Plano de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos UrbanosMunicpio de Pirapora MG

Contrato n 2577 de 02 de junho de 20100 Rev.12/08/2011 MKI MS LMRS MS/LMRS CSQ

Reviso R0

Data Elaborado por

Elabor.

Verif.

Aprov. Coordenadores Lvia Maria Ribeiro de Souza Mrio Saffer

Descrio da RevisoResponsveis Tcnicos Antonio C. I. Delia Celso Silveira Queiroz Marcio Junqueira Mrio Saffer Lvia Maria Ribeiro De Souza

CONCREMAT ENG. E TECNOLOGIA S.A./ENGEBIO ENGENHARIA S.S. LTDA.

O PRESENTE DOCUMENTO E TODA INFORMAO A ELE PERTINENTE DE PROPRIEDADE DO BDMG/BID E EST SENDO DISPONIBIZADO SOB CONDIO EXPRESSA DE NO DIVULGAO E DE USO RESTRITO. O MESMO DEVER SER MANTIDO CONFIDENCIAL E NO PODER SER UTILIZADO SEM PRVIO CONSENTIMENTO POR ESCRITO, DEVENDO SER DEVOLVIDO QUANDO SOLICITADO.

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EXECUO E COLABORAO

Prefeitura Municipal de Pirapora Secretaria de Infraestrutura e UrbanizaoDiretora de Meio Ambiente Maria do Socorro M. Souza.

Servio Autnomo de gua e Esgoto - SAAE PiraporaEng. Ambiental Bruno Santos Guimares

Consrcio Concremat/EngebioDr. Eng. Qumico Mario Saffer Eng. Qumico Guilherme Augusto Arajo Duarte Biloga Melissa Kaori Izawa Tc. Ambiental Eduardo Bayon Britz Advogada Tirzh Rodrigues Economista Adalberto Kilpinski Eng. Espec. Meio Ambiente Lvia Maria Ribeiro de Souza Hidrogelogo Celso Silveira Queiroz

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SUMRIO1. 2. 3. 4. APRESENTAO .......................................................................................................................................9 . INTRODUO............................................................................................................................................11 OS PRINCPIOS DO PGIRSU...................................................................................................................14 AS ETAPAS DE ELABORAO DO PLANO.........................................................................................17 4.1 METODOLOGIA DE TRABALHO..................................................................................................................17 4.2 PLANEJAMENTO / ELABORAO DO PLANO..............................................................................................20 4.2.1 Grupos de Trabalho...............................................................................................................................22 4.2.2 Plano de Trabalho..................................................................................................................................25 5. DIAGNSTICO DA SITUAO ATUAL..................................................................................................28 5.1 LEVANTAMENTO DE DADOS...............................................................................................................................28 5.1.1 Dados Gerais do municpio..................................................................................................................285.1.1.1 Histrico................................................................................................................................................................28 5.1.1.2 Dados fsicos.......................................................................................................................................................31 5.1.1.3 Dados sociais......................................................................................................................................................38

5.1.2 5.1.3 5.1.4 5.1.5 5.1.6 5.1.7

Dados institucionais...............................................................................................................................44 Dados econmico-financeiros..............................................................................................................47 Dados legais...........................................................................................................................................48 Dados ambientais..................................................................................................................................49 Caracterizao dos Resduos Slidos................................................................................................55 Servios de Limpeza Pblica...............................................................................................................59Servio de Varrio.............................................................................................................................................61 Servio de Limpeza de ralos e bocas-de-lobo................................................................................................65 Servios de Capina e Raspagem.....................................................................................................................65 Servio de Limpeza de feiras............................................................................................................................67 Servio de Poda..................................................................................................................................................68 Servio de Coleta domiciliar / comercial..........................................................................................................69 Servio de Coleta Seletiva.................................................................................................................................73 Central de Triagem de reciclveis....................................................................................................................75

5.1.7.1 5.1.7.2 5.1.7.3 5.1.7.4 5.1.7.5 5.1.7.6 5.1.7.7 5.1.7.8

5.1.8 Resduos Slidos dos servios de Sade (RSS)..............................................................................79 5.1.9 Resduos Slidos da Construo Civil (RCC)...................................................................................81 5.2 O DIAGNSTICO DA SITUAO ATUAL DOS SERVIOS DE LIMPEZA URBANA EM PIRAPORA......................82 5.2.1 Acondicionamento, limpeza pblica, coleta e destinao final.......................................................82 5.2.2 Os servios de RSS, RCC, RSI e Resduos Especiais....................................................................905.2.2.1 Resduos Slidos dos Servios de Sade (RSS)...........................................................................................91 5.2.2.2 Resduos da Construo Civil (RCC)...............................................................................................................92 5.2.2.3 Resduos Slidos Industriais (RSI) e Resduos Especiais............................................................................93

5.2.3 5.2.4 5.2.5 5.2.6 5.2.7 6.

Diagnstico Social .................................................................................................................................94 . Diagnstico Institucional.......................................................................................................................97 Diagnstico econmico e financeiro ...................................................................................................97 . Diagnstico legal..................................................................................................................................101 Diagnstico Ambiental.........................................................................................................................103

PROGNSTICO.......................................................................................................................................106 6.1 PROJEO POPULACIONAL..............................................................................................................................106 6.2 DEMANDA FUTURA ...........................................................................................................................................109 .

7. 8.

OBJETIVOS E METAS DO PGIRSU......................................................................................................110 PROPOSIES TCNICAS...................................................................................................................112

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8.1 PROPOSTAS INSTITUCIONAIS - ECONMICO-FINANCEIRAS...................................................................112 8.2 PROJETOS/AES...........................................................................................................................................115 9. PLANO DE AO ...................................................................................................................................121 . 9.1 DEFINIO DAS AES.................................................................................................................................121 9.2 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS / AES.....................................................................121 9.3 ESTIMATIVA DE INVESTIMENTOS E CUSTOS.....................................................................................................122 9.4 AES DE EMERGNCIA E CONTINGNCIA......................................................................................................124 9.4.1 Aes corretivas para situaes emergenciais...............................................................................125 9.5 PROGRAMAS DE INVESTIMENTO ......................................................................................................................128 . 9.5.1 Cronograma fsico-financeiro.............................................................................................................128 9.5.2 Fontes de Financiamento...................................................................................................................132 10. MECANISMOS DE AVALIAO DO PLANO.......................................................................................135 10.1 10.2 INDICADORES...............................................................................................................................................135 REVISES....................................................................................................................................................140

11. A FORMALIZAO DO PLANO............................................................................................................142 11.1 11.2 AUDINCIA PBLICA....................................................................................................................................142 A FORMALIZAO LEGAL DO PLANO...........................................................................................................142

12. ANALISE GLOBAL DO PLANO.............................................................................................................144 12.1 ASPECTOS INSTITUCIONAIS..................................................................................................................144 12.2 ASPECTOS FINANCEIROS...................................................................................................................145 12.3 ASPECTOS LEGAIS................................................................................................................................145 12.4 SERVIOS MUNICIPAIS.................................................................................................................................145 12.4.1 Servios de Limpeza Pblica........................................................................................................145 12.4.2 Triagem e Tratamento de resduos..............................................................................................146 12.4.3 Disposio final de resduos..........................................................................................................146 12.4.4 RSS...................................................................................................................................................147 12.5 EDUCAO AMBIENTAL.......................................................................................................................147 12.6 PASSIVO AMBIENTAL............................................................................................................................147 12.7 INCLUSO SOCIAL - CATADORES.....................................................................................................147 12.8 CUSTOS FINAIS MDIOS..............................................................................................................................148 12.9 CONTINUIDADE DO PGIRSU................................................................................................................148 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA......................................................................................................................150 ANEXOS............................................................................................................................................................151

Anexo 01 - Ata da primeira reunio Municipal Anexo 02 - Ata da segunda reunio Municipal Anexo 03 Ata da terceira reunio Municipal Anexo 04 Notcia da primeira reunio Municipal Anexo 05 Notcia da terceira reunio Municipal Anexo 06 Planilha de Levantamento de Dados

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Anexo 07 Planilha de Diagnstico Anexo 08 Metas Projetos/Aes Custos e Cronograma Fsico-financeiro.

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LISTA DE FIGURASFigura 1. Princpios do PGIRSU (Manual I Concremat/Engebio) ................................................... 15 Figura 2. Etapas da elaborao do Plano (Manual I Concremat/Engebio) ..................................... 19 Figura 3: Reunies Tcnicas. Empresa consultora / PMP / SAAE ................................................. 21 Figura 4: Localizao do municpio de Pirapora no contexto estadual ........................................... 30 Figura 5: Dados climatolgicos, referente a mdia do perodo de 1961 a 1990. ........................... 31 Figura 6: Mapa demonstrando a rede de drenagem do municpio de Pirapora-MG. ..................... 33 Figura 7: Litotipos e coberturas geolgicas encontradas no municpio de Pirapora....................... 35 Figura 8: Mapa mostrando o mosaico dos solos descrito para Pirapora-MG. ................................ 37 Figura 9: Prdio SAAE / ETA I ........................................................................................................ 42 Figura 10: Organograma organizacional simplificado do municpio de Pirapora. ........................... 45 Figura 11: Despejo clandestino de efluente sanitrio ..................................................................... 50 Figura 12: Poluio atmosfrica causada pelo lanamento de gases txicos das Indstrias locais ........................................................................................................................................................ 51 Figura 13: Ao fundo, resduos de vidro, junto aos RCC. ................................................................ 52 Figura 14: Descarte irregular de ossadas de animais. ................................................................... 53 Figura 15: Disposio inadequada de resduos slidos na malha urbana. .................................... 54 Figura 16: Queima de resduos de poda e capina na rea urbana. ............................................... 54 Figura 17: Bota fora ilegal, prximo ao Viaduto da BR 365 ............................................................ 55 Figura 18: Caracterizao dos resduos slidos ............................................................................. 57 Figura 19: Segregao e pesagem de resduos slidos. ................................................................ 58 Figura 20. Grfico de composio dos RSU de Pirapora (%). ....................................................... 59 Figura 21. Resduos coletados pelos servios de Limpeza Urbana em Pirapora. ......................... 60 Figura 22: Almoxarifado do Depto. de Limpeza e Obras ................................................................ 61 Figura 23: Servio de varrio das vias .......................................................................................... 63 Figura 24: Acondicionamento dos resduos da varrio ................................................................. 64 Figura 25: Coleta no Bairro Ccero Passos .................................................................................... 70 Figura 26: Veculos coletores e servio de coleta. Atentar falta de uniformes e EPIs. ............... 71 Figura 27: Caminho da coleta seletiva .......................................................................................... 74 Figura 28. Triagem: materiais recuperados x rejeito. ..................................................................... 75 Figura 29: Centro de Triagem de material reciclado Cooprarte. .................................................. 77 Figura 30: Acmulo de materiais no ptio do setor de triagem ...................................................... 78 Figura 31: Acondicionamento dos resduos slidos em pontos diferentes do municpio ............... 84

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Figura 32: Lixeiras pblicas ............................................................................................................ 85 Figura 33: Instalaes Aterro Sanitrio balana rodoviria. ........................................................ 88 Figura 34: Clula finalizada ............................................................................................................ 89 Figura 35: Instalao e operao da clula atual ........................................................................... 90 Figura 36: Bota-fora. Antigo lixo ................................................................................................... 93 Figura 37: Projeo populacional de Pirapora para o horizonte do Plano. ................................... 108 Figura 38: Projeo da produo dos resduos em Pirapora, de acordo com o tipo de coleta/ destinao..................................................................................................................................... 110 Figura 39. Organograma administrativo sugerido para os Servios de Limpeza Urbana. ........... 114

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LISTA DE TABELASTabela 1: Atores municipais do PGIRSU ........................................................................................ 24 Tabela 2: Etapas de elaborao o Plano ........................................................................................ 27 Tabela 3: Unidades de Sade no municpio ................................................................................... 39 Tabela 4: Nmero de alunos matriculados em Pirapora ................................................................. 40 Tabela 5: Composio dos resduos slidos em Pirapora .............................................................. 57 Tabela 6: Roteiro da coleta convencional e seletiva ....................................................................... 73 Tabela 7: Diagnstico Econmico-Financeiro dos ltimos quatro anos. ........................................ 98 Tabela 8: Arrecadao Servios de Limpeza Urbana .................................................................... 99 Tabela 9 Tabela Resumo de Diagnstico Financeiro ..................................................................... 99 Tabela 10: Despesa Orada 2011 ................................................................................................ 100 Tabela 11: Planilha de Metas, Metas especficas e definio de Projetos/Ao .......................... 116 Tabela 12: Custo de Implantao e Operao Anual ................................................................... 123 Tabela 13A. Resumo do Cronograma Fsico-Financeiro (Ano 1-5) .............................................. 130 Tabela 13B. Resumo do Cronograma Fsico-Financeiro (Ano 6-10). (Continuao) ................... 131 Tabela 14. Indicadores aplicveis aos servios de limpeza urbana ............................................. 136 Tabela 15. Valores dos Servios de Limpeza atuais e previstos aps a implantao do PGIRSU. ...................................................................................................................................................... 148

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1.

APRESENTAOO Consrcio Concremat Engenharia e Tecnologia S.A./Engebio Engenharia

S.S. Ltda., vencedor da licitao do edital BID - SBQC BDMG-046/2009 Consultoria para a Melhoria da Capacidade de Planejamento e das Prticas de Gerenciamento de Resduos Slidos Urbanos em um Grupo Selecionado de Municpios de Minas Gerais, apresenta ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais S.A. - BDMG e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento BID e ao municpio de Pirapora, o Plano de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos Urbanos - PGIRSU do municpio de Pirapora desenvolvido conforme o Contrato n 2577, de 02 de junho de 2010. O presente PGIRSU do municpio de Pirapora foi elaborado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura, SAAE e pela Equipe Tcnica do Consrcio Concremat/Engebio. O acelerado crescimento populacional, econmico e tecnolgico, somado ao lento desenvolvimento social, cultural e educacional da sociedade, resultou na emergncia de um dos grandes viles ambientais atuais a gerao desenfreada dos chamados Resduos Slidos Urbanos - RSU. Tal terminologia, pouco difundida e por vezes negligenciada pela populao, caracteriza o lixo proveniente de nossas residncias, dos comrcios, das indstrias, dos servios de sade, dos servios pblicos de varrio, capina e poda, da construo civil, e da tecnologia. Quando se soma todos esses tipos de resduos, chega-se a um grande volume de gerao do mesmo nas cidades, onde, sem o correto gerenciamento causam grandes passivos sociais e ambientais. O gerenciamento adequado do Sistema de Limpeza Urbana, e,

conseqentemente dos resduos slidos gerados diariamente ainda um desafio para a maioria dos municpios brasileiros. Consciente das dificuldades para a implementao de um planejamento estratgico de gerenciamento dos resduos slidos urbanos, o governo do Estado de Minas Gerais, por meio do BDMG, com assistncia tcnica e financeira do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID desenvolveu Projeto-piloto com o objetivo de assessorar os municpios mineiros de forma tcnica, jurdica, e prtica, no desenvolvimento e implementao de seus9

Planos de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos Urbanos PGIRSU, e o municpio de Pirapora foi um dos selecionados. Nesse sentido, o presente documento constitui-se na proposta da Prefeitura Municipal de Pirapora em parceria com o Servio Autnomo de gua e Esgoto SAAE - Pirapora, com consultoria tcnica do consrcio Concremat/Engebio, Contrato BDMG 2577, para a formulao do Plano de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos Urbanos, elaborado em atendimento Poltica Nacional de Saneamento Bsico, Poltica Nacional de Resduos Slidos e Poltica Estadual de Resduos Slidos. O referido Plano tem como principal objetivo servir de ferramenta til para a capacitao dos gestores pblicos no que diz respeito correta gesto dos resduos slidos urbanos, visando facilitar e estimular a elaborao do planejamento, e o alcance dos objetivos de: no gerao, minimizao, reutilizao, reciclagem, destinao e tratamento adequado dos resduos slidos urbanos, de acordo com as diretrizes da Legislao vigente. Com base nessa proposta, a presente formulao do Plano de

Gerenciamento Integrado dos RSU de Pirapora dever ter a participao e validao de todos os atores do Municpio, de maneira que, aps examinado e aprovado, possa ento ser implementado com base nas premissas aqui consubstanciadas.

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2.

INTRODUOEntre os grandes desafios postos sociedade brasileira, o acesso universal

ao Saneamento Bsico, com qualidade, equidade e continuidade, considerado uma das questes fundamentais do momento atual das polticas sociais, culturais e ambientais. Para uma instituio especializada como a Organizao Mundial de Sade (OMS), Saneamento o controle de todos os fatores do meio fsico onde o homem habita, exerce, ou pode exercer efeitos prejudiciais ao seu bem- estar fsico, mental ou social. Considerada um dos setores do Saneamento Bsico, a Gesto dos Resduos Slidos Urbanos GRSU, no tem merecido a ateno necessria por parte do poder pblico. Com isso, compromete-se cada vez mais a j comprometida sade da populao, bem como, degradam-se os recursos naturais, especialmente o solo, a atmosfera, e os recursos hdricos. A interdependncia dos conceitos de meio ambiente, sade e saneamento, hoje bastante evidente, o que refora a necessidade de integrao das aes desses setores em prol da melhoria da qualidade de vida da populao brasileira. No Brasil, da competncia do Municpio a gesto dos resduos slidos urbanos produzidos em seu territrio. A complexidade que envolve a prestao dos servios de coleta, tratamento e disposio final de resduos slidos, e as dimenses que a questo assume face s diversas repercusses sociais, territoriais e tcnicas, somado ao seu potencial de alterao qualitativa do meio ambiente, acabam conduzindo a polticas pblicas pautadas no planejamento estratgico e voltadas para atacar o maior dos problemas identificados at ento: a falta de um gerenciamento adequado na destinao final dos resduos slidos urbanos. Os resduos so produtos da atividade humana e, devem ser tratados de forma adequada visando minimizao dos seus efeitos sobre o ambiente, pois constituem a expresso mais visvel e concreta dos riscos ambientais nos centros urbanos. A estimativa de gerao de resduos slidos domiciliares no Brasil de cerca de 0,6 kg/hab./dia e mais 0,3 kg/hab./dia de resduos de varrio, capina e poda, limpeza de logradouros e entulhos. Algumas cidades, especialmente nas11

regies Sul e Sudeste como So Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, alcanam ndices de produo mais elevados, podendo chegar a 1,3kg/hab./dia, considerando todos os resduos manipulados pelos servios de limpeza urbana. O problema da disposio final assume uma magnitude alarmante. Considerando apenas os resduos urbanos e pblicos, o que se percebe uma ao generalizada das administraes pblicas locais ao longo dos anos em apenas afastar das zonas urbanas os resduos slidos coletados, depositando-os por vezes em locais absolutamente inadequados, como encostas florestadas, manguezais, rios, baas e vales. A maioria dos municpios vaza seus resduos em locais a cu aberto, em cursos d'gua ou em reas ambientalmente protegidas, denunciando os problemas ambientais que a m gesto dos resduos slidos acarreta. A participao de catadores na segregao informal dos resduos slidos seja nas ruas ou nos vazadouros e aterros, o ponto mais agudo e visvel da relao dos resduos slidos com a questo social. Trata-se do elo perfeito entre o inservvel e a populao marginalizada da sociedade que, no lixo, identifica o objeto a ser trabalhado na conduo de sua estratgia de sobrevivncia. A insero e capacitao desses atores na gesto dos resduos slidos urbanos so obrigatrias e est regulamentada na Poltica Nacional de Resduos Slidos. Gerenciar os resduos de forma integrada demanda trabalhar integralmente os aspectos sociais com o planejamento das aes tcnicas e operacionais do sistema de limpeza urbana. Os dados estatsticos da limpeza urbana so muito deficientes, pois as prefeituras tm dificuldade em apresent-los, j que existem diversos padres de aferio dos vrios servios. Com relao aos custos dos diversos servios, as informaes tambm no so confiveis, pois no h parmetros que permitam estabelecer valores que identifiquem cada tarefa executada, a fim de compar-la com dados de outras cidades. Diante desse cenrio nacional, e considerando a quantidade e a qualidade dos resduos gerados no municpio de Pirapora, bem como a populao atual e sua projeo, apresenta-se o planejamento do gerenciamento dos resduos slidos urbanos de forma integrada, de modo a abranger um sistema adequado de coleta,

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segregao, transporte, tratamento e disposio final dos resduos slidos municipais. Para este planejamento, o documento caracterizou e avaliou a situao atual do sistema de limpeza urbana desde a sua gerao at o seu destino final, nos aspectos operacional, tcnico, financeiro e humano. Este produto permitiu a proposio de metas, que se desdobraram em aes/projetos voltados para a melhoria e maior eficincia do Sistema de Limpeza no municpio de Pirapora.

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3.

OS PRINCPIOS DO PGIRSU

O PGIRSU, aps consolidado e aprovado, ser parte integrante da poltica ambiental do municpio de Pirapora. A Poltica de Resduos Slidos apresenta alguns princpios bsicos que serviro para orientar a elaborao do Plano de Gesto Integrado de Resduos Slidos Urbanos. Dentre os princpios destacam-se os previstos na Poltica Estadual de Resduos Slidos, os quais so os norteadores da Poltica Nacional de Resduos Slidos conforme apresentado na figura 1 a seguir.

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Figura 1. Princpios do PGIRSU (Manual I Concremat/Engebio)15

Todos estes princpios visam facilitar o cumprimento dos objetivos estabelecidos pela Poltica de Resduos Slidos, tanto na esfera Federal quanto na Estadual, que representam dentre outros: Proteo da qualidade ambiental e da sade pblica; Fomentao e valorizao da no-gerao, da reduo, da reutilizao, da reciclagem, da gerao de energia, do tratamento e da disposio ambientalmente correta; Reduo do volume e da periculosidade; Gerao de benefcios sociais, ambientais e econmicos; Gesto Integrada dos Resduos; Estimulao de solues intermunicipais e regionais para gesto dos resduos; Estimulao a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias; Estimulao do consumo sustentvel. Respeitando as responsabilidades legais do municpio e os princpios a serem previamente definidos, para iniciar o planejamento propriamente dito,

estabeleceram-se procedimentos que permitiro avaliar, controlar e melhorar os aspectos do gerenciamento do resduo slido urbano, especialmente no que diz respeito a: Responsabilidades legais da administrao pblica do municpio; Cumprimento da legislao e normas; Uso racional de matrias-primas e insumos (3R); Sade dos muncipes; Insero social dos catadores; Sade e segurana dos trabalhadores; Cuidados com o meio ambiente dentre outros.

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4.4.1

AS ETAPAS DE ELABORAO DO PLANOMETODOLOGIA DE TRABALHO A elaborao do PGIRSU de Pirapora foi desenvolvida pela Secretaria

Municipal de Infra-estrutura, em parceria com o SAAE Servio Autnomo de Agua e Esgoto, e em conjunto com a consultoria disponibilizada pelo BID-BDMG ao municpio atravs do consrcio das empresas Concremat/Engebio, tendo como base o MANUAL DE ORIENTAES PARA PLANEJAMENTO ESTRATGICO EM GESTO INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS URBANOS Volume II BID, BDMG, Concremat/Engebio. Antes de se iniciar o Plano de Gerenciamento, identificou-se e mobilizaram-se representantes do municpio envolvidos na questo de resduos slidos urbanos. Foram convocados representantes de diversas secretarias do municpio, tais como: Secretaria de Infraestrutura, Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente, Secretaria de Administrao e Finanas, Secretaria de Sade, Secretaria de Trabalho e Ao Social (SETAS), e o SAAE - Servio Autnomo de gua e Esgoto municipal; todos atuantes na rea e interessados na formulao e implementao do plano. O SAAE um uma autarquia criada para o controle dos servios de gua e esgoto, atuante h mais de 50 anos no municpio. Existe a pretenso de se passar o controle dos servios de Resduos Slidos para o SAAE, baseando-se nas premissas da Poltica Nacional de Saneamento que engloba os sistemas de gua, esgoto, resduos slidos e drenagem pluvial em uma unidade de gesto. Nesse sentido, a elaborao do PGIRSU est ocorrendo em momento bastante oportuno e de urgncia. Como base para o plano, executou-se primeiramente as etapas de levantamento de dados e diagnstico, fundamentais para que se conhecesse a situao atual no municpio. A partir das informaes levantadas, foi possvel realizar uma anlise crtica dos servios de limpeza urbana e visualizar os problemas existentes, definindo os pontos fortes (positivos) e os pontos fracos (negativos). A formulao do Plano de Gerenciamento dos Resduos Slidos est baseada na definio de metas, que se desdobram em projetos e aes, que visam qualificar e sistematizar os servios ligados limpeza urbana, informando tambm17

os recursos financeiros necessrios para implantao de cada servio. O Plano leva em considerao aspectos referente gerao, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposio final de resduos slidos urbanos com foco no atendimento dos requisitos bsicos de meio ambiente e de sade pblica, primando pelos 3Rs - reduo, reutilizao e reciclagem. De posse destas informaes e desta avaliao foi possvel elaborar o Plano de Gerenciamento Integrado de Resduos Slidos Urbanos - PGIRSU propriamente dito, que se constitui no documento que visa o planejamento e a normatizao do gerenciamento integrado dos resduos slidos no municpio. Nesse sentido, a construo do plano seguiu cinco passos bsicos, quais sejam: Diagnostico - perceber a realidade e avaliar se os sistemas existentes atendem aos princpios previstos na Poltica Estadual de Resduos Slidos, norteadores pela Poltica Nacional de Resduos Slidos; Definio de metas e solues para viabilizar tais princpios; Planejamento por meio da avaliao de prioridades, os recursos e prazos definidos para realizar os projetos e aes necessrias ao alcance das metas; Consolidao dos princpios pr-estabelecidos no incio do plano; Reavaliao peridica das aes com base em indicadores visando a atualizao, retroalimentao e readequao do Plano normalmente de quatro em quatro anos. A elaborao do plano foi desenvolvida por meio de etapas que nortearam o planejamento, desde o conhecimento da situao atual at a consolidao e formalizao do plano. Vale ressaltar que a reavaliao do Plano, ultima etapa de sua construo dever ser realizada de forma peridica e sistemtica, a cada 4 anos, visando a melhoria do planejamento. A Figura 2 a seguir, apresenta as etapas a serem desenvolvidas durante a elaborao do Plano de Gesto Integrada de Resduos Slidos Urbanos - PGIRSU:

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Figura 2. Etapas da elaborao do Plano (Manual I Concremat/Engebio)19

4.2

PLANEJAMENTO / ELABORAO DO PLANO O planejamento da implementao de um sistema de gesto integrada de

resduos slidos, como qualquer atividade de planejamento, exige cuidados para que os objetivos definidos no plano possam ser transformados em aes reais. So elementos indispensveis na composio de um Plano de gesto: (IBAM, 2007) Reconhecimento dos diversos agentes sociais envolvidos, identificando os papis por eles desempenhados e promovendo sua articulao; Definio dos princpios do plano com a Integrao dos aspectos tcnicos, ambientais, sociais, institucionais e polticos para assegurar a

sustentabilidade; Consolidao da base legal necessria e dos mecanismos que viabilizem a implementao das leis; Mecanismos de financiamento para a auto-sustentabilidade das estruturas de gesto e do gerenciamento; Informao sociedade, empreendida tanto pelo poder pblico quanto pelos setores produtivos envolvidos, para que haja controle social; Sistema de planejamento integrado, orientando a implementao das polticas pblicas para o setor. O planejamento das atividades para elaborao do Plano foi realizado a partir da definio das etapas a serem desenvolvidas e a disponibilidade da equipe responsvel pela coordenao do Plano no municpio. Aps os contatos iniciais com o municpio, a empresa consultora Concremat/Engebio desenvolveu um cronograma de atividades a serem

desenvolvidos em conjunto com a equipe responsvel pela coordenao do Plano no municpio. Na primeira reunio/visita ao municpio, a Concremat/Engebio apresentou o cronograma geral, as atividades, bibliografia referncia e o MANUAL DE ORIENTAES PARA PLANEJAMENTO ESTRATGICO EM GESTO

INTEGRADA DE RESDUOS SLIDOS URBANOS Volumes I e II BID, BDMG, Concremat/Engebio, o qual serviu de base para a elaborao do plano.

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Foi definida nesta ocasio a coordenao municipal do Plano, a qual ficou responsvel pela coordenao das atividades no municpio. Os trabalhos foram concentrados e desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e SAAE, com a coordenao dos tcnicos: Eng. Ambiental Bruno Santos Guimares e a Diretora de Meio Ambiente Maria do Socorro M. Souza. A seguir, fotos das reunies.

Figura 3: Reunies Tcnicas. Empresa consultora / PMP / SAAE

A segunda reunio teve como objetivo a consolidao do diagnstico da situao atual do municpio, determinao de metas, e inicio dos trabalhos de elaborao dos projetos/aes, sendo as atividades divididas em 03 momentos diferentes, com trabalhos realizados por grupos temticos. Nesse momento, foi importante a presena do Secretrio de Administrao e Finanas Heliomar Silveira, como representante do prefeito, e demais integrantes do grupo para que fosse feita a tomada do conhecimento da situao atual de servios, administrativa, financeira, legal, ambiental, social, entre outros.

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Nos Anexos 01 e 02 so apresentadas as Atas da primeira e segunda reunio realizada no municpio, respectivamente. O Anexo 03 corresponde a Ata da terceira reunio municipal, emitida pelo municpio, quando foi realizada a apresentao do PGIRSU para o setor tcnico e administrativo da prefeitura, alm dos 58 presentes entre os mais de mil convidados pelo municpio: entidades comunitrias, setor privado, ONGs, etc. Os Anexos 04 e 05 correspondem cpias de notcias extradas do site oficial do municpio (http://www.pmppirapora.com.br), a respeito da primeira e segunda reunio municipais realizadas. 4.2.1 Grupos de Trabalho O Grupo de Trabalho GT foi montado com funcionrios das secretarias e divises da Prefeitura municipal, e do SAAE; composto por duas equipes bem qualificadas tecnicamente. Vale ressaltar que todos os setores foram mobilizados para a elaborao do plano, coordenado pela Secretaria de Infraestrutura e SAAE. Para melhor eficincia, as atividades foram divididas em dois aspectos: o aspecto jurdico/administrativo/financeiro, e o aspecto tcnico/operacional. A primeira Equipe, GT 1, ficou responsvel por: Anlise da constitucionalidade da legislao municipal existente, em detrimento das legislaes nacional, estadual, visando a identificao de vcios e o apontamento de correes; Proposies para a prestao dos servios de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos domiciliares, pblicos e de pequenos geradores comerciais; Proposies para a prestao do manejo de resduos slidos industriais, especiais, de servios de sade, de transportes e de grandes geradores comerciais e da construo civil; Proposies para absoro de organizao de catadores nas atividades de triagem de resduos slidos passveis de reciclagem;

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Sustentabilidade financeira dos Servios pblicos relacionado aos Resduos Slidos: Anlise de custo dos servios de limpeza urbana, Proposta de tarifao e implementao de incentivos fiscais; Estruturao Administrativa; Gesto de pessoas; Prestao dos servios: Atualizao e adequao dos servios e Reviso dos contratos; Buscar recursos para capacitao e Plano Social A segunda Equipe, GT 2, ficou responsvel por: Diagnstico do atual Modelo de Gesto Tcnica-Operacional; Caracterizao dos Resduos Slidos municipais: Composio dos resduos; Caracterizao dos servios de limpeza pblica: rea atendida, medio dos servios, rea demandada; Proposta de modelagem de gesto dos servios de limpeza urbana e de manejo dos resduos slidos; Estruturao Operacional: Dimensionamento de servios, mo-de-obra, maquinrio, equipamentos/utenslios, Planejamento de cada um dos servios relacionados limpeza urbana e coleta de resduos slidos; Proposies para adequao do Aterro Sanitrio Tratamento e disposio final de Resduos Slidos. Segue planilha com os participantes municipais:NOME Adna Martins Timteo Alessandra Barbosa R. Veloso Bruno Santos Guimares Cludio Tadeu Dnio Machado dos Santos CARGO / ENTIDADE Tcnica em Saneamento - Cadastro Tcnico SAAE Gerncia Administrativa SAAE Engenheiro Ambiental - Gesto RSU SAAE Coordenador do PGIRSU Assessor de Oramentos e Finanas PMP Agente Administrativo com formao em Direito PMP EQUIPE GT2 GT1 GT1/GT2 GT1 GT123

NOME Diacui Diniz Guarabyra Gensio Veloso de Souza Helder Freire Heliomar Valle da Silveira Janeir Soares Barbosa Jesiel Nepomuceno Jos Marcio Vargas Liguori Juciara M. de O. Bernardes Maria Aparecida L. Resende Maria do Socorro M. Souza Onilto Barbosa dos Santos Patrick Valim Pedro Jos Moreira Wanderley de Carvalho Alves Wallace M. Trindade

CARGO / ENTIDADE Advogada PMP Gerente Operacional SAAE Diretor SAAE Secretrio de Administrao e Finanas PMP (representante do Prefeito) Engenheiro Civil - Gerncia de Projetos SAAE Diretor Adjunto SAAE Secretrio de Infra-estrutura PMP Gerncia Financeira SAAE Ao Social/SINE - PMP/SETAS Gegrafa - Diretora de Meio Ambiente PMP/SEINFE Planejamento PMP/SEINFE Bilogo - ETA/ETE SAAE Vigilncia Sanitria e Ambiental PMP/SADE Diretor de Servios Urbanos PMP/SEINFE Gegrafo Departamento de Geocincia da UnimontesTabela 1: Atores municipais do PGIRSU

EQUIPE GT1 GT2 GT1 GT1/GT2 GT2 GT1 GT1/GT2 GT1 GT2 GT2 GT2 GT2 GT2 GT2 GT2

Vale ressaltar que as equipes avaliaram conjuntamente cada uma das metas e aes/projetos que foram propostas em cada aspecto. De forma que a aprovao ou prioridade de cada ao dependeu da concordncia das equipes. A equipe de consultoria, do Consrcio Concremat/Engebio, acompanhou todo o perodo de elaborao do Plano realizando orientaes, anlises e

complementao de informaes, recomendaes, e auxlio na definio de metas e nas propostas de solues, por meio de contatos telefnicos, mensagens de e-mails, material grfico enviado por correio e misses de acompanhamento no municpio (reunies). A coordenao do plano, em conjunto com a equipe de consultoria, decidiu que a participao da sociedade civil organizada, composta pelas principais instituies e organizaes locais tais como: conselhos profissionais, industriais ou empresariais, instituies de educao e financeiras, instituies de sade, e

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representantes da populao local, ocorreria na consolidao do Plano, por meio de Audincia Pblica. 4.2.2 Plano de Trabalho Para o Plano de Trabalho, seguiu-se a metodologia proposta pela Empresa Consultora. A Concremat/Engebio realizou trs visitas tcnicas no municpio, e o restante das atividades foram desenvolvidas pela Equipe de Trabalho e enviadas via e-mail para avaliao e consultoria. As etapas se dividiram conforme a planilha a seguir.EQUIPE CONVIDADA

ETAPA

ATIVIDADE

RESPONSVEL

DATAS

Mobilizao dos Atores e Coordenadores 1. Mobilizao e Apresentao Formao dos GTs

Coordenadores PGIRSU + Concremat/Engebio

Coordenadores do PGIRSU + GTs

Antes da primeira Reunio

Coordenadores

Prefeito + Concremat/Engebio + Coordenador + GTs

Primeira Reunio: 08/02

Levantamento de dados por meio de planilhas e diagnstico 2. Diagnstico Consolidao e validao

Coordenadores

Coordenadores do PGIRSU + GTs

At 07/03

Concremat/Engebio

Validao com Prefeito e Coordenador + GTs Apoio Concremat/Engebio Concremat/Engebio + validao com Prefeito e Coordenadores

Segunda Reunio: 28 a 30 de maro

3. Prognstico

Estudo de projees e demandas

Concremat/Engebio

At 28/03

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ETAPA

ATIVIDADE Definio de Metas preliminares

RESPONSVEL

EQUIPE CONVIDADA Coordenadores do PGIRSU + GTs + Concremat/Engebio

DATAS

Coordenadores

At 17/03

4. Definio de Metas

Consolidao e validao

Concremat/Engebio

Validao com Prefeito e Coordenador + GTs Apoio Concremat/Engebio

Segunda Reunio: 28 a 30 de maro

Estudos de Alternativas tcnicas institucionais e financeiras 5. Estudo de Alternativas Definio de Alternativas tcnicas institucionais e financeiras

Concremat/Engebio

Concremat/Engebio + Cordenador + GTs

Segunda Reunio: 28 a 30 de maro incio

Coordenadores

Coordenador + GTs - Apoio Concremat/Engebio

enviada 12/04 etapa cumprida

Inicio do Planejamento de aes e projetos especficos

Coordenadores

Coordenador + GTs - Apoio Concremat/Engebio

Segunda Reunio: 28 a 30 de maro incio

6. Plano de Ao

Planejamento deaes e projetos especficos Aes de emergncia e contingncia

Coordenadores

Coordenador + GTs ApoioConcremat/En gebio

enviada 12/04 para avaliao

Concremat/Engebio

Concremat/Engebio + Cordenador + GTs

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ETAPA

ATIVIDADE

RESPONSVEL

EQUIPE CONVIDADA Coordenador + GTs - Apoio Concremat/Engebio

DATAS

Programa de Investimento

Coordenadores

7. Consolidao do Plano

Cronograma FsicoFinanceiro

Coordenadores

Coordenador + GTs - Apoio Concremat/Engebio Terceira Reunio: 25 de julho

Consolidao e validao

Concremat/Engebio

Coordenador + GTs - Apoio Concremat/Engebio + Validao com o Prefeito

8. Avaliao do Plano

Definio de mecanismos de avaliao e periodicidades Formalizao legal e divulgao do Plano

Coordenadores

Coordenador + Prefeito - Apoio Concremat/Engebio Coordenador + GTs - Apoio Concremat/Engebio

9. Formalizao do Plano

Coordenadores + Prefeito

Tabela 2: Etapas de elaborao o Plano

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5.5.1

DIAGNSTICO DA SITUAO ATUALLEVANTAMENTO DE DADOS Como base para o plano, executou-se primeiramente as etapas de

levantamento de dados e diagnstico, fundamentais para que se conhecesse a situao atual no municpio. A partir das informaes levantadas, foi possvel realizar uma anlise crtica dos servios de limpeza urbana e visualizar os problemas existentes, definindo os pontos fortes (positivos) e os pontos fracos (negativos). Para este incio de elaborao do Plano foram utilizadas as planilhas de levantamento de informaes e a planilha de diagnstico. Encontram-se no Anexo 06 as Planilhas de Levantamento de dados e no Anexo 07 as Planilhas de Diagnstico elaboradas a partir da anlise das informaes obtidas. As planilhas apresentadas so a memria de dados em seu estado bruto, fruto dos levantamentos de campo e das analises realizadas pelo municpio e pela empresa consultora, posteriormente consolidadas na segunda reunio municipal.

5.1.1 Dados Gerais do municpio 5.1.1.1

HistricoSo Gonalo das Tabocas era o nome primitivo do arraial e do distrito que,

durante muitos anos, integrou o municpio de Curvelo. Com a criao do municpio de Pirapora, pela lei n 556, de 30 de agosto de 1911, determinou-se que seriam formados dois distritos de So Gonalo das Tabocas, do municpio de Curvelo, de So Francisco de Pirapora, com sede em Pirapora. A lei n 663, de 18 de setembro de 1915, elevou a vila Pirapora categoria de cidade. Assim, ficou a cidade e o municpio, com o nome de Pirapora, tendo o distrito da sede a denominao So Gonalo das Tabocas. Foi a lei n 843, de 07 de setembro de 1923, que mudou a denominao do distrito de So Gonalo das Tabocas para Pirapora. Situada no bioma Cerrado, na margem direita da microrregio do Alto Mdio So Francisco, justamente em frente cachoeira, Pirapora localiza-se no ponto inicial da navegao normal do rio So Francisco. O municpio constitudo de um nico distrito.

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Possuindo rea de 550 km, e situado a 330 km da capital Belo Horizonte, o municpio tem em mdia 53.368 habitantes, e o Produto Interno Bruto (PIB) municipal constitudo principalmente pelos setores econmicos de indstrias metalrgicas e txteis; setor primrio com a agropecuria, extrao vegetal, e pesca, e o tercirio com o Turismo, comrcio de mercadorias, e servios; de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2010). O municpio de Pirapora faz limite com os municpios de Vrzea da Palma e Buritizeiro. O acesso Rodovirio se d pela BR-040, BR-134, e BR-496. O municpio dispe ainda de acessos ferrovirios e hidrovirios. A bacia principal da cidade a do Rio So Francisco. O Rio cruza a cidade no sentido Norte/Sul e drena a maior parte do permetro urbano. Algumas das subbacias contribuem para talvegues, que so afluentes do Rio So Francisco fora do permetro urbano. Na rea urbana do municpio no existem formaes de relevo que indiquem talvegues com caractersticas de fundos de vales. A drenagem da rea para o Rio So Francisco difusa na maior parte das contribuies. A Figura 4 mostra a localizao de Pirapora no Estado de Minas Gerais.

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Figura 4: Localizao do municpio de Pirapora no contexto estadual30

5.1.1.2 Clima

Dados fsicos

O municpio de Pirapora, pela classificao de Kppen, apresenta clima tropical,Awa Tropical chuvoso, quente mido, com inverno seco e vero chuvoso, caracterizado pela temperatura mdia do ms mais frio sempre em torno de 15C. A precipitao pluviomtrica anual observada para o clima tropical chuvoso varia de 900 a 1.200 milmetros. Observa-se que o perodo chuvoso detm 85% do total anual da precipitao. As temperaturas mdias anuais so as seguintes: Mdia das mximas 28C Mdia das mnimas 15C Mdia compensada 23C

MS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

TEMP. MN (C) 17.9 18.4 18.2 17.1 15.4 13.3 12.9 14.3 16.2 17.9 18.3 18

TEMP. MX. (C) 29 29.7 29.7 29.4 28.3 27.5 27.4 28.4 30.3 30.3 28.2 28.2Fonte: Inmet, 2011.

PRECIPITAO (MM) 220.3 145 130.6 62.5 11.1 3.1 3 1 35.6 75.2 185.7 277.4

Figura 5: Dados climatolgicos, referente a mdia do perodo de 1961 a 1990.

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Hidrografia O curso dgua de maior importncia do municpio o Rio So Francisco, com uma vazo mdia de 450 m/seg. Segue, em importncia, o Rio das Velhas. O Rio So Francisco situa-se entre as cidades de Pirapora e Buritizeiro, que se desenvolvem em margens opostas. O Rio das Velhas faz limites entre os municpios de Pirapora e Vrzea da Palma. Alm destes cursos dgua de grandes caudais, existem outros crregos de importncia: Crrego das Pindabas; Crrego So Vicente; Crrego das Tabocas; Crrego da Areia; Crrego do Brejinho; Riacho da Pedra Brgida No contexto hidrogrfico estadual Pirapora representa uma localizao estratgica uma vez que seus limites territoriais so banhados pelos dois rios mais importantes do Estado de Minas Gerais, a oeste pelo Rio So Francisco e a Leste pelo Rio das Velhas. Outros fatores de destaque no municpio so, o inicio da hidrovia oficial do So Francisco que inicia frente ao sitio urbano a confluncia (encontro das guas) dos rios So Francisco e Velhas a norte do municpio (Figura 6). Alm dos grandes rios j citados so encontrados no municpio afluentes e sub-afluentes que compem a rede de drenagem e influenciam diretamente no uso e ocupao dos solos. Geralmente as margens destes corpos hdricos encontrados os cultivos de subsistncia, fruticultura, caf, milho e feijo alm dos talhes de eucaliptos.

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Figura 6: Mapa demonstrando a rede de drenagem do municpio de Pirapora-MG.33

Geologia H vrios tipos de solos na Bacia do So Francisco, desde solos arenosos, at solos argilosos. Muitas reas dispem de solos salinos, ou areia pura, ambos inteis para a agricultura. As margens e ilhas so formadas por solos transportados, que so chamados de aluvies, e sempre foram utilizados pelos ribeirinhos para cultura de subsistncia, de feijo, batata, milho ou mandioca, aproveitando as vazantes, ou lameiros. Localizado na Bacia Sedimentar do So Francisco, o municpio apresenta uma evoluo paleogeogrfica fortemente controlada pelos estgios tectnicos e magmticos que condicionaram os perodos de deposio, diagnese e eroso das rochas (litotipos) encontradas na bacia. Esses estgios esto claramente representados no registro estratigrfico da bacia, com indicao de eventos que vo desde o Neoproterozoico (650 milhes de anos) at o Cenozoico, representados pelo estgio atual de desenvolvimento e deposio das coberturas e sedimentos aluviais transportados pela rede drenagem (Trindade, 2010).

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Figura 7: Litotipos e coberturas geolgicas encontradas no municpio de Pirapora.35

Vegetao Em Pirapora predomina a cobertura vegetal do cerrado. A caracterstica da rea clima semi-mido, com duas estaes distintas: seca e chuvosa. A cobertura vegetal encontra-se em trs estgios: - vrzea em alagados; pastagens formadas aps o desmatamento; e - cerrado ralo, que serve de pastagem nativa. Estes estgios so distribudos da seguinte forma: Cerrado 58,3% Pastagens formadas 26,0% Matas 5,0% Vrzeas 4,0% Campo 3,0% Culturas permanentes 2,0% Culturas anuais 1,6% Reflorestamento 0,1% Tambm so encontrados nesta regio as famosas veredas, locais onde ocorrem afloramentos da gua do sub-solo e onde predominam o Buritis-Palmcea e a Pindaba. Solos Para Santos et al. (2006), os solos so colees de corpos naturais, constitudos por partes slidas, lquidas e gasosas; so tambm tridimensionais, dinmicos e formados por materiais minerais e orgnicos; ocupando a maior parte do manto superficial das extenses continentais do nosso planeta. Segundo a classificao do CETEC (2008), so descritas cinco classes de solo (Figura 8) em primeiro nvel categrico (Neossolos, Gleissolos, Argissolos, Cambissolos e Latossolos), em conformidade com as condies de relevo e material parental de cada rea (Trindade, 2010).

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Figura 8: Mapa mostrando o mosaico dos solos descrito para Pirapora-MG.

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O mosaico das classes de solos encontrado no municpio indica reas preferenciais para implantao dos projetos agrcolas, industriais e, sobretudo, influencia na capacidade suporte de cada rea e tambm na resistncia que cada solo apresenta aos processos erosivos. 5.1.1.3

Dados sociais

Densidade demogrfica Com rea de aproximadamente 550 km e populao residente de 53.368 habitantes distribuindo-se predominantemente na rea urbana, o municpio de Pirapora tem Densidade demogrfica de 97,12 hab./km, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE, 2010). O crescimento anual da populao entre os anos de 2000 e 2010 foi de 0,60%, e a urbanizao no ano de 2010 de 98,16%. A populao rural do municpio de 983 habitantes, portanto, 1,84% da populao municipal. O ndice de Desenvolvimento Humano IDH do municpio de 0,758, segundo Indicadores Municipais do Portal ODM. A populao residente, tanto na rea urbana como na rural, mais representativa na faixa de 15 a 19 anos. H o predomnio da populao feminina (51,98%) em relao masculina (48,02%).

Sade Segue tabela descritiva da Rede de servios do Sistema de sade municipal.

REDE DE SERVIOS DO SISTEMA DE SADE DE PIRAPORA Unidade / Servio / Sistema Equipes de PSF's Equipes de Sade Bucal PSF Consultrios Odontolgicos UAP - Unidade Ambulatorial CAPSI (Adulto) - Sade mental CAPSI (Infanto juvenil) - Sade mental Hospitais Gerais So Sebastio Quant. 13 06 08 01 01 01 03

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REDE DE SERVIOS DO SISTEMA DE SADE DE PIRAPORA Unidade / Servio / Sistema UNIMED FHMMMF Pronto Atendimento Unidade Hosp. Especializada Oftalmologia Nucleo de Sade da Mulher Unidade Mvel (aesde promoo sade) Laboratrios credenciados Clinicas de Fisioterapia Farmcia Popular Servio Mvel de Atendimento Urgncia - SAMU Sistema de Transporte em Sade SETS Servio de Hemodilise Servio de Tomografia computadorizada Unidade de Terapia Intensiva - UTI 10 leitosFonte: Prefeitura Municipal de Pirapora. Tabela 3: Unidades de Sade no municpio

Quant.

01 01 01 01 04 04 01

Educao A seguir, tabelas descritivas da Rede fsica do Sistema educacional, e do nmero de alunos matriculados, no municpio de Pirapora,

REDE FISICA ESCOLAS MUNICIPAIS CRECHES MUNICIPAIS PRE-ESCOLA MUNICIPAL NUCLEOS DE EDUCAO INTEGRAL MUNICIPAL LABORATORIOS DE INFORMTICA COMPUTADORES ESCOLAS ESTADUAIS ESCOLAS PRIVADAS (PR-ESCOLA AO ENS. MDIO)Fonte: Prefeitura Municipal de Pirapora. Tabela 4: Nmero de unidades educacionais em Pirapora

2011 09 10 01 07 09 325 11 12

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N DE ALUNOS TOTAL DE ALUNOS EM ESCOLAS MUNICIPAIS ENS. FUND. 1 AO 5 ANO ENS. FUND. 6 AO 9 ANO ENS. INFANTIL CRECHE ENS. INFANTIL - PRE-ESCOLAR EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS CAIP - Centro de Apoio a Incluso de Pirapora AEE - Atendimento Educacional Especializado EDUCAO INTEGRAL TOTAL DE ALUNOS EM ESCOLAS ESTADUAIS TOTAL DE ALUNOS EM ECOLAS PRIVADASFonte: Prefeitura Municipal de Pirapora Tabela 4: Nmero de alunos matriculados em Pirapora

2010 6.228 4.166 718 788 1.161 301 304 80 50 893 7.385 2.228

Habitao e Desenvolvimento Urbano Com relao Habitao, segundo Secretrio municipal de Planejamento Dalton Figueiredo, foram construdas 590 casas populares em dois conjuntos habitacionais denominados Cidade de Deus (190 unidades) e Morada do Sol (400 unidades); estas 400 unidades esto em fase de concluso. Existem ainda 144 apartamentos garantidos para a construo na rea do antigo aeroporto, e outras 614 unidades que esto em fase de projeto e sero pleiteadas. No que diz respeito s obras de pavimentao e calamento, segundo medio de servios, tem-se uma rea de 188.000 m de novas vias asfaltadas ou caladas nos ltimos anos, outros 77.450 m referem-se s vias que esto em fase de andamento. Soma-se ainda a esses dados, a construo do Centro de Convenes do municpio, a construo de 06 praas pblicas, e 05 pontes na zona rural que esto concludas; existe projeto do Centro de Zoonoses que est em fase inicial de construo. Tais aes que propiciam o Desenvolvimento Urbano.

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Ao Social No que diz respeito ao levantamento de aes relacionadas promoo da educao ambiental da sociedade, e da insero social de catadores de materiais reciclveis, segue abaixo uma relao dos projetos e programas que ocorreram ao longo dos ltimos anos no municpio: Reativao do CODEMA Sensibilizao porta a porta sobre coleta seletiva; Distribuio de cartilhas e material educativo; Promoo de passeata ecolgica; Promoo de gincana ecolgica; Capacitao a docentes executada em maio/2007; Capacitao tcnica a catadores de reciclveis, executada em maio/2007; Capacitao tcnica a profissionais da rea da sade e funcionrios do aterro sanitrio, executada em maio/2007; Visita de estudantes e comunidade ao Aterro sanitrio e galpo dos catadores, durante todo o ano; Revitalizao do viveiro municipal na confeco de mudas para recuperao da rea degradada do antigo lixo e paisagismo da cidade, j em andamento; Plantio de rvores nativas na rea degradada do antigo lixo; Limpeza do Rio So Francisco em parceria com a Votorantim, Grupo Case e Prefeitura.

gua O SAAE o responsvel pelo tratamento de gua e efluentes no municpio. O Rio So Francisco a nica fonte de captao do Sistema de Abastecimento de gua de Pirapora. Existem duas estaes de tratamento de gua, uma delas localizada no centro da cidade (ETA I) que opera com uma vazo mdia de 200 litros/seg e a outra localizada no Distrito Industrial (ETA II) que opera com uma vazo mdia de 85 litros/seg. Para a ETA I a tomada d`gua feita por meio de um canal de derivao41

aberto em rocha no leito do Rio So Francisco, prximo Ponte Marechal Hermes. O Sistema de Aduo constitudo por um canal fechado de alvenaria de tijolos e pedras, que estende-se do ponto de tomada d`gua at a estao elevatria de gua bruta, prximo ETA I, sendo que seu escoamento por gravidade. Na ETA I, cujo tratamento de gua convencional. A captao de gua para a ETA II flutuante utilizando uma balsa com um conjunto moto-bomba, que tem capacidade para bombear 85 litros/seg. A aduo feita por bombeamento utilizando a tubulao em ferro fundido DN 500, que se estende do ponto de tomada dgua at a ETA II, percorrendo uma distncia de, aproximadamente, 1.100 metros. A ETA II composta por uma unidade com tratamento convencional, mas devido a problemas estruturais, foi desativada, sendo implantada ao seu lado, uma unidade pr-fabricada em chapa de ao com capacidade final de 150 litros/seg, sendo dois mdulos de 75 litros/seg. Da unidade antiga est sendo aproveitado o edifcio com a casa de qumica, os reservatrios enterrado (capacidade de 1.700 m3) e elevado (capacidade de 375 m3). A ETA metlica pr-fabricada em painis modulares de chapa de ao, e funciona por gravidade.

Figura 9: Prdio SAAE / ETA I

O sistema de abastecimento de gua de Pirapora possui sete reservatrios em operao totalizando 3094 m3 de capacidade de armazenamento de gua tratada. A rede de distribuio de gua conta hoje com, aproximadamente, 300 Km42

de rede com diversos dimetros, e 17.840 ligaes segundo relatrio de maio de 2011, abastecendo 100% da populao urbana do Municpio. Os sistemas ETA I e ETA II encontram-se interligados atravs da rede de distribuio, proporcionando uma flexibilidade, atravs de registros de manobra, no abastecimento de gua do municpio de Pirapora. No existe interferncia.

Esgotamento Sanitrio O atual sistema de esgotamento sanitrio de municpio abrange cerca de 40% da populao e contempla redes coletoras, interceptoras e emissrio, 3 estaes elevatrias de esgotos e a estao de tratamento de esgotos. O restante da populao utiliza o sistema esttico de coleta e tratamento de esgotos, fossa sptica, sendo que algumas destas unidades funcionam de forma inadequada o que proporciona o escapamento de maus odores e a provvel contaminao do solo. Ressaltasse ainda que do percentual atendido por redes coletoras nem todas as residncias possuem a ligao predial, devido a questes culturais, entretanto a prefeitura vem realizando trabalhos no sentido de estimular a esta parcela de usurio a efetuarem esta ligao e desprezaram a fossa sptica. A estao de tratamento de esgotos do municpio composta pela unidade de tratamento preliminar, seguido de reatores anaerbios de fluxo ascendente de lagoas facultativas. O sistema foi projetado com capacidade para tratar 83,25 litros/seg, equivalente a uma populao de 29.500 habitantes em 1 etapa, atendendo uma rea de maior adensamento, e na 2 em etapa tratar 177,64 litros/seg, equivalente a uma populao de 61.500 habitantes. Atualmente, somente as ruas dos bairros do Bom Jesus I, Centro, N.Sra. Aparecida, Santo Antnio, Industrial, Cinqentenrio, parte do Santos Dumont, Vila Branca e Conjunto Veredas so contemplados com redes coletoras instaladas ou em fase de instalao, correspondendo a 40% da populao municipal. Os 13 bairros no contemplados com este sistema utilizam fossas spticas

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Drenagem Com relao aos Sistemas de Macro e Micro Drenagem Urbana, no existem informaes consistentes relacionadas extenso e dimensionamento das redes. Vale ressaltar que o municpio iniciar a elaborao do Plano Diretor de Saneamento, no qual o aspecto Drenagem Urbana de guas pluviais ser diagnosticado, e seu gerenciamento implementado. 5.1.2 Dados institucionais De acordo com o organograma institucional do municpio, os servios de limpeza Urbana esto atualmente sob coordenao da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Urbanizao. A seguir, o organograma simplificado do municpio.

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Figura 10: Organograma organizacional simplificado do municpio de Pirapora.45

A estrutura Administrativa da Secretaria de Infra-estrutura e Urbanizao est dividida em oito sees, atendendo a demanda dos servios de: Limpeza urbana Servios Urbanos Seo Administrativa Saneamento Urbano Prdios pblicos Frota Praas, parques e jardins Servios funerrios Nesse sentido, os trabalhadores cotados para o Servio de Limpeza Urbana, esto representados em seis dessas sees, excetuando apenas as de: Praas, Parques e Jardins, e Servios Funerrios. As sees: Administrativa, Limpeza pblica, Saneamento Urbano, e Servios Urbanos so as principais, no que diz respeito ao gerenciamento dos resduos slidos. Nessa estrutura, so estimados 95 funcionrios ligados ao servio. Alguns dos servidores esto cotados na pasta das Infraestrutura, realizando servios de limpeza pblica, e obras, uma vez que a Secretaria responsvel tambm pelas obras e reformas pblicas no municpio; agentes administrativos, fiscais e operacionais, normalmente, desempenham as funes relacionadas aos dois aspectos: obras e limpeza. Segue enumerao dos trabalhadores: 01 Diretor de Departamento (Obras e Limpeza); 01 Engenheiro Ambiental; 06 agentes administrativos (incluindo Diretora de Meio Ambiente); 08 agentes operacionais no Aterro Sanitrio; 02 agentes administrativos no Setor operacional de obras e limpeza; 43 agentes operacionais no servio de varrio, incluindo a limpeza de feiras;

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18 agentes operacionais no servio de capina e outros servios urbanos de limpeza; 02 agentes operacionais no servio de poda; 05 agentes operacionais nos servios de: limpeza de vias, e retirada de entulhos; 02 agentes operacionais na limpeza da orla (margem do rio); 07 motoristas ou operadores de mquinas; 5.1.3 Dados econmico-financeiros Tendo em vista as informaes disponibilizadas, relativas movimentao econmica e financeira do municpio de Pirapora, assim como a anlise documental a ns apresentada, compreendendo: Relatrio de arrecadao de IPTU Taxas; Planilha de diagnstico financeiro apresentando as movimentaes Correntes e de Capital dos anos 2007, 2008, 2009 e 2010; Oramento Analtico/comparativo orado x realizado dos anos de 2008 e 2009; Tabela de taxas municipais; Quadro de detalhamento das despesas do oramento 2011; Lei Municipal 2068/2010 que fixa o oramento de 2011; Leis municipais de arrecadao; Planilha descritiva de servidores lotados nos departamentos de limpeza urbana; Planilha de frota prpria a servio do departamento municipal de limpeza urbana; Demonstrativos dos gastos relativos manuteno da frota prpria.

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5.1.4 Dados legais Leis Municipais O municpio de Pirapora possui outras legislaes municipais, mas de uma forma geral, foram apontadas as que mais importam ao presente trabalho. Lei orgnica - no Captulo IX, seo VI, trata da Poltica do Meio Ambiente, abrangendo o assunto do artigo 252 ao 267. Possui Plano diretor, abrangendo: Lei municipal n 1.468 de 29 de dezembro de 1997, estabelece o Plano de Desenvolvimento do municpio e apresenta dispositivos de proteo ambiental no seu art. 40 e 41. Lei municipal n 1.469/97 Delimita o permetro Urbano do municpio. Lei municipal n 1470/97 Dispe sobre parcelamento de solo; Lei municipal n 1471/97 Dispe sobre a ocupao no municpio; Lei municipal n 1472/97 Dispe sobre o Sistema virio; Lei municipal n 1.473 Dispe sobre o emplacamento e a numerao das vias pblicas; Lei municipal n 1.474/97 Institui o Cdigo de Obras. Lei municipal n 1.475/97 Institui o Cdigo de Posturas, Lei Municipal n 145 de 22 de abril de 1954, cria o Servio Autnomo de gua - SAE, posteriormente foi alterada pela Lei Municipal n403 de 18 de maro de 1954, onde o Servio passou a abranger o servio de Esgoto, passando a ser designado SAAE. Lei municipal n 1815 de 28 de dezembro de 2005, institu Cdigo Tributrio.

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Lei Municipal n 2006 de 27 de novembro de 2007 - Reestrutura o Plano de Carreiras, Cargos, Vencimentos e Salrio setorial para a administrao da Prefeitura Municipal de Pirapora.

Lei Municipal N 1896 de 28 de junho de 2007 - Conta ainda, com Cdigo de Meio Ambiente.

Lei municipal 1957 de 04 de junho de 2008 - dispe sobre a coleta regular e seletiva, autoriza o legislativo a firmar convnio com a Associao de Catadores de Pirapora ASCARPI/ASMP, e arcar com as despesas essenciais (gua, luz, etc.) para funcionamento da Associao, at que esta tenha condies de arcar com esta.

Lei Municipal 1972 de 10 de dezembro de 2008 - autoriza o municpio a arcar com as despesas essenciais ao funcionamento das associaes e/ou cooperativas de catadores.

5.1.5 Dados ambientais No que diz respeito passivos ambientais dentro da malha urbana, ressaltase aspectos como: falta de esgotamento sanitrio, descartes indevidos de esgotos nas redes de drenagem, emisses de gases txicos e material particulado pelas indstrias locais, e disposio inadequada de resduos slidos, sejam eles provenientes de domiclios, da limpeza pblica, ou da construo civil. Com relao ao esgotamento sanitrio, o municpio dispe de rede coletora e tratamento que atende 40% da populao. Os demais estabelecimentos (residncias e comrcios) utilizam fossas spticas. Existem ainda alguns pontos de descartes indevidos em redes de drenagem pluvial, sendo o esgoto lanado diretamente nos corpos hdricos, afetando o bioma local. Vale ressaltar que a questo das ligaes clandestinas em redes de drenagem est associada educao da sociedade, uma vez que a construo de fossas spticas pode ser uma alternativa menos impactante ao meio, excetuando as reas onde o lenol fretico aflorado, no possibilitando esse tipo de construo. A seguir, exemplo de descarte clandestino de efluentes domsticos.49

Figura 11: Despejo clandestino de efluente sanitrio

No municpio existem 04 indstrias do ramo txtil, 02 indstrias na produo de cermicas, e 03 indstrias de produo de ligas metlicas. So 09 grandes empreendimentos ao total, sendo que, atualmente, apenas 01 dispe de filtro em sua chamin. No setor industrial, assim como seu entorno, grande a concentrao de material particulado no ar; os gases so emitidos sem nenhum tipo de conteno ou filtragem causando impactos negativos atmosfera. fato que as indstrias trazem desenvolvimento para o municpio como a gerao de empregos e a grande representatividade no PIB municipal, porm necessrio atentarmos aos passivos causados pelas emisses de gases e efluentes. Segue ilustrao da poluio atmosfrica.

50

Figura 12: Poluio atmosfrica causada pelo lanamento de gases txicos das Indstrias locais

Apesar de haver a coleta convencional em mais de 90% dos bairros municipais, existem vrios locais onde ocorre a disposio inadequada dos resduos slidos. Com relao aos resduos domiciliares, existem atualmente 05 bairros ou comunidades onde no se realiza a coleta convencional, quais sejam: Chcaras Muniz, Chcaras Maltez, Cidade Jardim Manses, Ilha do Coqueiro, Comunidade Pernambuco. Segundo dados do SAAE, o somatrio de ligaes na rede de gua nessas regies de 165. Considerando 01 famlia por unidade de ligao, e fazendo uma mdia de 04 pessoas por famlia, chega-se a montante de 660 pessoas, que geram, no mnimo 500 kg. de resduos slidos por dia. Atualmente todo esse resduo disposto de forma inadequada, sendo que 75% provavelmente sejam dispostos margem do Rio So Francisco, uma vez que as comunidades do Pernambuco e Ilha do Coqueiro perfazem a maioria dessa populao e esto locadas em reas ribeirinhas. Outro aspecto relacionado aos resduos slidos a questo do descarte inadequado de resduos de poda e capina, de entulhos, e at mesmo resduos domiciliares, em vrios pontos da malha urbana. Entre vrios outros pontos isolados,51

foram selecionados 08 pontos mais crticos onde ocorrem descartes contnuos de resduos, quais sejam: Prximo ao bairro Cidade Jardim, debaixo do viaduto da BR 365; Distrito Industrial, no final da Avenida Norte Sul, prximo ao futuro Frigorfico; Entre os bairros Santa Mariana e So Geraldo, no final da Avenida Bonifcio Machado de Miranda; Final da Avenida Joo Cota Sobrinho, depois da Escola Quintino Vargas; Na Avenida Herculano Cintra Mouro, rea em frente ao Posto Carranca; rea margem direita, no final da Rua Treze de Maio, prximo ao trevo da BR 365; Avenida Benjamim Constant; rea do antigo Aeroporto. Em alguns desses pontos nota-se at mesmo a disposio irregular de resduos domiciliares e comerciais. Ressalta-se aqui, alm dos resduos de poda, capina, e construo civil, os resduos provenientes de vidraarias, os resduos provenientes de aougues, caracterizado por ossadas de animais, e a queima de resduos.

Figura 13: Ao fundo, resduos de vidro, junto aos RCC.52

Figura 14: Descarte irregular de ossadas de animais.

Deve-se haver um trabalho de cadastramento e conscientizao junto aos prestadores de servio de transporte desses resduos, principalmente os carroceiros; assim como dar sociedade, alm da conscientizao e informao a respeito dos passivos socioambientais causados a partir do descarte inadequado de resduos, local adequado para a disposio destes resduos slidos. Segue diagnstico fotogrfico da situao.

53

Figura 15: Disposio inadequada de resduos slidos na malha urbana.

Figura 16: Queima de resduos de poda e capina na rea urbana.

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Figura 17: Bota fora ilegal, prximo ao Viaduto da BR 365

5.1.6 Caracterizao dos Resduos Slidos Quando no existem dados consistentes de quantificao dos resduos slidos ou o municpio no dispe de balanas ou recursos para uma boa caracterizao dos resduos, a Cartilha de Limpeza Urbana (IBAM, 2001) sugere uma metodologia simplificada para amostragem e caracterizao fsica dos resduos denominada quarteamento. No municpio, apesar de implantado o Aterro Sanitrio, os resduos slidos no estavam sendo pesados; e a ultima caracterizao ocorrida foi no ano de 1997. Nesse sentido, realizou-se novo processo simplificado de caracterizao fsica dos resduos, no dia 23 de fevereiro de 2011. Essa caracterizao no foi realizada de forma minuciosa, pois ocorreu em apenas 01 dia. Ressalta-se que uma55

caracterizao minuciosa dos resduos slidos urbanos est inserida como uma das aes prioritrias, e ir auxiliar no dimensionamento dos servios. Tal ao comeou a ser realizada no dia 15 de junho de 2011 com a pesagem peridica dos resduos slidos; a caracterizao propriamente dita ser realizada logo que o Plano for implantado. Para o processo simplificado de caracterizao fsica dos resduos slidos domsticos que ocorreu no ms de fevereiro, conforme metodologia da Cartilha de Limpeza Urbana do IBAM (2001) foram obtidas amostras dos resduos coletados pelo servio de limpeza pblica do municpio, coletado de diferentes bairros do municpio, quais sejam: Santo Antonio, Industrial, Cidade Jardim, Ccero Passos e centro da cidade; a fim de se conseguir resultados que se aproximassem o mximo possvel da realidade. Estas amostras foram coletas separadamente do caminho de coleta. Todo o processo de separao foi realizado no ptio do Aterro Sanitrio. Os procedimentos prticos de separao foram realizados da seguinte maneira: Descarregamento na sede do Aterro Sanitrio, sobre ptio impermeabilizado. Em seguida os colaboradores iniciaram a abertura de todos os sacos, realizaram processo de revolvimento, e o processo de triagem. O processo consistia em separar os lixos reciclveis dos rejeitos. Os catadores despejaram todo o lixo dos sacos, e separaram os reciclveis dos rejeitos, que eram colocados em tambores. Foram considerados como rejeitos todos os resduos que no possuem valor de mercado como: fraldas, grama, terra, papel higinico, pilhas, lmpadas, borrachas e cermicas. Os tambores eram preenchidos e pesados, com cada tipo de resduo; os rejeitos tambm foram pesados.

- Peso especfico = Peso lquido / volume - Peso esp. mdio = 208,33 kg/m

Peso esp. = 125 kg / 0,6 m

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Componente Papel/Papelo Plsticos Vidro Matria Orgnica Metais Borracha Inertes Total

Composio (%) 15,6 14,9 0,3 58,8 0,6 0,3 9,5 100

Tabela 5: Composio dos resduos slidos em Pirapora

Abaixo segue ilustrao da caracterizao dos resduos slidos. Ocorreu primeiramente a pesagem dos resduos em tambores para estimar o peso especfico (kg/m), e depois a separao por tipo de resduo.

Figura 18: Caracterizao dos resduos slidos57

Figura 19: Segregao e pesagem de resduos slidos.

58

Comp posiodosRSU UdePir rapora( (%)Papel/Papelo Plsticos 0,6 0,3 V Vidro MatriaOrgnica 9,5 Metais Borracha 0,3 15,6 14,9 Inertes

58,8

Figura 2 Grfico d composio dos RSU de Pirapora (% 20. de o e %). Fonte: E Estudo gravimtrico (20 011)

5.1.7 Servios de L Limpeza Pblica A execu uo dos s servios d limpeza pblica d municp de Pira de do pio apora de e ponsabilida ade da Sec cretaria de Infraestru e utura e Ur rbanizao e ocorre por meio o, e o resp de A Administra direta. o Compet a esta S te Secretaria todos os servios co s omo: colet e destin ta nao final l dos resduos s slidos domiciliares e comerci iais de peq quenos vo olumes, va arrio das s sarje etas e cal adas, limp peza e des sobstruo de bocas de lobo assim como ramais e o o galerias, capin manual e mecan na nizada das vias pb s blicas, ro agem dos terrenos s s baldios, poda de rvore pintura de meio-f lavage de logr es, fio, em radouros pblicos, e p rao do A Aterro Sani itrio muni icipal; som ma-se ainda a limpeza caracterizada pelo a a o oper reco olhimento d dos resdu uos de co onstruo civil (entulhos), e d dos resduos verdes s cara acterizados pela capina e poda, que so dispostos i s d ilegalmente na malha urbana e a A Terce eirizao d dos servio ocorre em alguns servios como: no caso da os s o a colet transpo ta, orte e dest tinao fin dos res nal sduos sli idos domic ciliares / comerciais,59 9

atrav da em vs mpresa Mo ovimentar S Servios LTDA; em parte do servio de capina e L e caiao; e do a aluguel de caminhe e caam es mbas estac cionrias pa o recolhimento e ara sporte de r resduos diversos. trans De acor com o levantame rdo ento realiza pelo m ado municpio a atravs de estimativa a por v volume co oletado de RSU gera ados pelos servios de limpeza e coleta durante a s a elaborao deste plano, o RSU de Pirapora composto da segui o inte forma: :

Resdu uoscole etados( (%)varri o 4,3 32% 01% 48,0 feira 33,61% coletaregular 9,12 2% coletaseletiva 0,13% 4,3 32% 0,48% RSCC

poda

RSSS

Figu 21. Resd ura duos coletados pelos servi de Limpez Urbana em Pirapora. s os za m

Descrio dos Tipos de servios s e s: Uten nslios / eq quipamentos manuais do Set de Lim tor mpeza / Ob bras Os equ uipamentos e utens s lios manu uais so d divididos e entre as equipes de e Capina, Caia o e Ras spagem, L Limpeza da margem do Rio, poda de rvores, d m e retira de ent ada tulho de ru uas, lotes e avenidas, opera tapa buraco, e equipes de es e e Obra diversas as s.

60 0

No levantamento feito, no foi possvel fazer uma diviso criteriosa dos materiais e utenslios por equipes ou servio, uma vez que todos ficam guardados no mesmo almoxarifado e so disponibilizados para as equipes no momento de realizao de determinado servio. Segue registro fotogrfico do Almoxarifado do Setor de Limpeza e Obras.

Figura 22: Almoxarifado do Depto. de Limpeza e Obras

5.1.7.1

Servio de VarrioEste Servio contempla a limpeza dos logradouros pblicos. No servio,

realiza-se: o recolhimento de resduos domiciliares espalhados na rua (no acondicionado), a varrio do passeio e da sarjeta no roteiro determinado, e o recolhimento de lixo de caixas coletoras de papis (papeleiras). Pelo levantamento da extenso de vias varridas, em funo de todas as vias do municpio, sabe-se que o servio de varrio abrange apenas 25% das vias municipais. O servio executado de forma manual tanto no centro e acessos a este, quanto nos bairros; e a freqncia da varrio diria no centro, e de 1 a 261

vezes por semana nos bairros. O tipo de pavimentao das ruas varridas em grande maioria asfalto, uma minoria de paraleleppedo. O servio de varrio divido em duas guarnies, uma na parte baixa da cidade, 47 ruas e/ou avenidas compreendendo o centro, onde se inclui as reas comerciais e tursticas e as vias de acesso ao mesmo; e outra na parte alta da cidade, nos bairros, (45 ruas e/ou avenidas) compreendendo as ruas de maior fluxo. O roteiro foi feito h muitos anos atrs e foi dimensionado correlacionando-se a freqncia de varrio em funo do fluxo das vias. As duas guarnies perfazem 43 pessoas, sendo que na parte baixa da cidade so 27 varredores e na parte alta so 16 varredores. No foram contabilizados 11 servidores que esto: ou em desvio de funo devido a motivos mdicos, ou afastados do cargo por tempo indeterminado. Vale ressaltar que muitos desses servidores no esto executando o servio de forma eficiente. Outro fator que quase todos os servidores tm jornada de trabalho de oito a dez horas, em funo das horas extras. A extenso das vias na parte baixa menor, porm, de modo geral, a freqncia de varrio maior, as vias so mais sujas, demandam mais varredores. As vias da parte alta a cidade so maiores, porm de menor freqncia de varrio. Vale ressaltar que muitas das vias que deveriam ser varridas, no esto sendo, devida a falta de pessoal. Cada varredor da parte alta tem seus equipamentos auxiliares como: 01 vassoura, 01 carrinho de ferro com rodas de pneus em mau estado, 01 p, e um nmero determinado de sacos plsticos. A manuteno dos carrinhos precria, as vassouras so trocadas conforme necessidade perfazendo uma mdia de 01 vassoura a cada 02 meses para cada gari. Esta Guarnio se rene no Setor de Obras do municpio toda manh para a realizao do servio. Os utenslios dos servidores da parte baixa do municpio esto mais gastos uma vez que abrangem as ruas onde o servio de varrio dirio. Nesse caso o setor recebe vassouras com maior freqncia. Nas duas guarnies os servidores so divididos por ruas, normalmente 01 ou 02 varredores ficam responsveis pela realizao da varrio nas ruas que lhe so

62

determinadas. O rendimento dirio de vias varridas por gari, conforme o planejamento de mdia de 1.5 km/dia, sendo a extenso mdia mensal de vias varridas de 1.240,4 km./ms. Segue registro fotogrfico.

Figura 23: Servio de varrio das vias

Os resduos de varrio vo sendo acumulados ao longo da via durante a varredura em sacos plsticos de 100 litros. A quantidade de sacos plsticos que so repassados para os varredores calculada informalmente, a depender do tamanho da via que o mesmo ir varrer. A mdia de sacos varia de 10.000 a 12.000 por ms. Essa variao est relacionada s mudanas sazonais ao longo do ano. Como no existe uma base de dados a respeito do volume de resduos de varrio, fez-se estimativa a partir da pesagem de 04 sacos recolhidos em diferentes pontos do municpio, porm, esses dados no so consistentes por se tratarem de dados isolados. Os resduos de varrio foram coletados e dispostos em tambor de 200 litros para clculo de seu peso lquido. A partir da pesagem, verificou-se um63

peso mdio de 8,25 kg para cada saco contendo resduos de varrio. Por falta de dados, esse valor ser usado para o clculo de gerao desses resduos. Segue registro da disposio dos sacos provenientes dos resduos de varrio.

Figura 24: Acondicionamento dos resduos da varrio

Os encarregados pelas 02 guarnies tm controle dos sacos repassados a cada varredor, conforme a metragem da rua a ser varrida. Nesse sentido, calcula-se um montante mdio mensal de 90 toneladas/ms, adotando mdia anual de 11.000 sacos/ms. Esse quantitativo varia de acordo com a poca do ano, seja por fatores naturais (clima, ventos, chuvas) ou antrpicos (festividades). Esses resduos provenientes da varrio, acondicionados em sacos plsticos pelos varredores, so coletados, ou pelos caminhes da prefeitura, ou pela mesma empresa que coleta os resduos convencionais (domiciliares/comercial). O baixo peso dos sacos se deve ao fato de os mesmos conterem apenas folhas secas, papis, galhos, resduos plsticos em geral. Resduos de pouco peso e maior grau de compactao. Os encarregados pela varrio ressaltam que se os64

sacos plsticos estiverem com resduos de terra, areia ou agregados, ou seja, pesados, a empresa de coleta no faz o recolhimento. No se realiza transbordo por se tratar de uma distancia relativamente curta entre o centro de massa da cidade e o Aterro Sanitrio, a destinao final; a destinao dos resduos de varrio a mesma dos demais resduos slidos urbanos, o Aterro Sanitrio municipal.

5.1.7.2

Servio de Limpeza de ralos e bocas-de-loboNo municpio, o servio de limpeza de ralos e bocas-de-lobo ocorre

separadamente do servio de varrio, realizado por outra equipe composta por 04 pessoas; pelo estudo realizado na folha analtica da secretaria, esses 04 servidores esto inclusos dentro da equipe da capina, e revezam os servios conforme demanda. As medidas de fiscalizao do servio de limpeza no ocorrem de forma sistemtica no municpio. Essa equipe fica responsvel no apenas pela limpeza, mas tambm pela manuteno das caixas de ralo, caso as mesmas estejam entupidas ou danificadas. A jornada de trabalho de 8 horas, das 07:00 s 11:00 h, e de 13:00 s 17:00 h. A limpeza executada de forma manual, e so usados utenslios como: enxada, ps, chibancas, picaretas, bocas-de-lobo, alavanca, e colher de pedreiro. Os resduos provenientes da limpeza das bocas-de-lobo tambm so coletados por veculo da Prefeitura e atualmente so destinados para o bota-fora municipal, antigo lixo. Existe tambm outro bota-fora onde existe o despejo de resduos de capina, localizado abaixo do viaduto (prox. Cidade Jardim). Esse ponto se tornou um passivo ambiental, e alm de resduos de capina so lanados resduos de construo civil. 5.1.7.3

Servios de Capina e RaspagemOs servios de capina e raspagem correspondem limpeza de terra, mato e

ervas daninhas que se acumulam junto s sarjetas para se garantir as condies

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adequadas de drenagem e evitar o mau aspecto das vias. Caracteriza tambm a Limpeza de mato da sarjeta e ao redor das rvores, canteiros e postes. O servio de roagem utilizado para a retirada de capim e mato ou outras vegetaes em locais pblicos. No h como calcular a extenso de reas capinadas, conseqentemente a cobertura dos servios pode ser apenas estimada. Estima-se que o servio de Capina cubra 60% do municpio. Existem reas como, por exemplo, o setor Industrial onde nunca ocorreu a capina. Esse servio ocorre no municpio sem um planejamento adequado, o que dificulta o diagnstico e anlise. Ocorre a terceirizao de parte dos servios de capina e raspagem. Existe uma Empresa contratada, responsvel por locais especficos como: entradas da cidade, Av. Jeferson Gitirana, Rua Treze de Maio e outras ruas do bairro Bom Jesus, Av. PIO XII, Trevo Ponte Nova e Trevo Ponte Velha, Av. Nilton Jos Lopes entre outras. O contrato da Prefeitura com a Prestadora de Servios de at 312.500 m de capina e raspagem ao ano. Porm, operacionalmente, nota-se que a metragem mxima de capina e raspagem mensal de 20.000 m. Se esse valor excede, a metragem excedente acumula para o ms seguinte. As especificaes dos servios realizados pela empresa contratada sero analisadas atravs do Contrato vigente. Existe tambm um grupo de servidores municipais responsvel pelo servio de Capina e Raspagem nos bairros da cidade. Esse grupo conta com 18 pessoas das quais 06 so efetivas e 12 so contratadas pela Prefeitura. Esses servidores se dividem em 03 guarnies, cada uma com 01 encarregado, que trabalham nos bairros de forma contnua, obedecendo a uma demanda de reas especficas. Equipamentos como enxada, rastelo, p, vassoura, garfo, carrinho de mo, foice, enxado so utilizados no servio. Existe tambm outra equipe responsvel apenas pela limpeza de margens de rios, especificamente a margem do Rio So Francisco. Essa equipe composta por 01 servidor, efetivo, que trabalha de segunda a sexta; e outro servidor, contratado, que trabalha nos finais de semana e feriados. Esses trabalhadores usam utenslios como enxada, p e rastelo.

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Para os dois servios, o de Capina na malha urbana, e a limpeza nas margens do rio, as equipes realizam o servio e acumulam os resduos e rejeitos coletados; um veculo da Prefeitura com 01 motorista e 02 ajudantes faz a retirada desses resduos. Esse servio de coleta e transporte deficiente, uma vez que muita das vezes tais resduos ficam expostos na malha urbana durante muito tempo. No realizado transbordo dos resduos de capina. Esses resduos atualmente so dispostos no bota-fora do municpio, localizado frente do Aterro Sanitrio, antigo lixo. Existe outro Departamento denominado Parques e Jardins, responsvel pela arborizao e manuteno das reas verdes municipais, abrangendo praas e jardins. Esse tipo de servio tambm gera resduos slidos provenientes da capina, poda e roada. Existem atualmente 10 praas, 13 jardins, 07 PSFs, 03 Avenidas, 03 escolas e 03 creches onde ocorre essa manuteno, perfazendo um total de 39 espaos verdes. Em relato feito com a responsvel pelas equipes, nota-se que a equipe de servidores muito pequena em vista da quantidade de locais a serem mantidos. Nesse sentido, d-se prioridade s praas e jardins centrais, onde o fluxo de pessoas maior. No perodo de chuvas, ocorrem os mutires para a execuo dos servios; no perodo de seca, prioriza-se a irrigao uma vez que o perodo de estiagem longo com temperaturas muito altas. Essa equipe dispe de utenslios e equipamentos separados. O mtodo de coleta dos resduos realizado da mesma forma, por veculo da prefeitura. 5.1.7.4

Servio de Limpeza de feirasO servio de Limpeza de Feiras feito pelos varredores do municpio.

Existem 04 feiras livres na cidade, sendo 02 no centro que so Mercado municipal (funcionamento dirio, maior no sbado) e Feira da Praa dos Cariris (sextas-feiras); e 02 nos bairros sendo 01 no bairro Santos Dumont nos fins de semana e 01 no bairro Industrial todas as quintas-feiras. Todas as feiras so pavimentadas. Das 04 feiras, a Prefeitura realiza o servio de limpeza em 03, uma vez que, na feira do bairro Santos Dumont a limpeza realizada pela Associao local, sendo

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os resduos provenientes da limpeza coletados pela empresa de coleta dos resduos convencionais. Nesse sentido, o servio realizado da seguinte forma: no Mercado Central existem 02 funcionrias que ficam encarregadas da limpeza do local diariamente, sendo que 01 responsvel pela limpeza dos sanitrios e a outra pela limpeza dos demais espaos; Com relao limpeza da feira do bairro Industrial e da Praa dos Cariris, 02 funcionrias so disponibilizadas para cada feira, um dia antes, e um dia depois do acontecimento das atividades. Ressalta-se que na Praa dos Cariris,