PI/01 - 1º Sem/2006 - "Fazendo Sua Vida Mais Fácil: Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos"

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VIRÔ COMUNICAÇÃO Alexander Rizzo Nº. 01 Anderson Rossi Nº. 04 Ariane Canever Nº. 05 Bianca Formiga Nº. 06 Bruno Chamas Nº. 07 Bruno Nicoletti Nº. 08 Carla Candelária Nº. 10 Yasminin Devesa Nº. 71 Anderson Garcia Nº. 78 Fazendo Sua Vida Mais Fácil: Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos Universidade Metodista de São Paulo Faculdade de Publicidade Propaganda e Turismo Curso de Publicidade e Propaganda São Bernardo do Campo - SP 1semestre de 2006

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Projeto Integrado: Trabalho apresentado em cumprimento parcial às exigências do 1º semestre do curso de Publicidade e Propaganda, da Faculdade de Publicidade e Propaganda e Turismo, da Universidade Metodista de São Paulo. Professor coordenador do projeto: Professora Lana Cristina Nascimento Santos Professores orientadores: Carlos Straccia, José Antonio Fardo, Kleber Marcus, Lucia Laqua, Marilaine Bernal Machado Ramos, Rafael Pulls, Sergio Dassiê Gensicauskas, Vlaquiria Gold. Agência: Viro Comunicação

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VIRÔ COMUNICAÇÃO

Alexander Rizzo Nº. 01 Anderson Rossi Nº. 04 Ariane Canever Nº. 05 Bianca Formiga Nº. 06 Bruno Chamas Nº. 07 Bruno Nicoletti Nº. 08

Carla Candelária Nº. 10 Yasminin Devesa Nº. 71 Anderson Garcia Nº. 78

Fazendo Sua Vida Mais Fácil:

Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos

Universidade Metodista de São Paulo Faculdade de Publicidade Propaganda e Turismo

Curso de Publicidade e Propaganda São Bernardo do Campo - SP

1◦ semestre de 2006

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VIRÔ COMUNICAÇÃO

Alexander Rizzo Nº. 01 Anderson Rossi Nº. 04 Ariane Canever Nº. 05 Bianca Formiga Nº. 06 Bruno Chamas Nº. 07 Bruno Nicoletti Nº. 08

Carla Candelária Nº. 10 Yasminin Devesa Nº. 71 Anderson Garcia Nº. 78

Fazendo Sua Vida Mais Fácil:

Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos

Monografia apresentada em cumprimento parcial às exigências do curso de Comunicação Mercadológica, da Faculdade de Publicidade, Propaganda e Turismo, da Universidade Metodista de São Paulo, para conclusão do I Semestre, sob orientação da Professora Lana Cristina Nascimento Santos. Professores orientadores: Carlos Straccia, Cicília Peruzzo, Evandro Galão, Heron, José Antonio Fardo, Juliana Harris, Kleber Markus, Lídia Schwarz, Lúcia Laqua, Marilaine, Marco, Rafael Pulls, Sergio Dassiê, Valquiria Gold.

Universidade Metodista de São Paulo Faculdade de Publicidade Propaganda e Turismo

Curso de Publicidade e Propaganda São Bernardo do Campo - SP

1◦ semestre de 2006

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COMUNICAÇÃO, Virô, . Fazendo Sua Vida Mais Fácil: Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos. 2006. 57p. + anexos. Universidade Metodista de São Paulo / Faculdade de Publicidade, Propaganda e turismo, São Bernardo do Campo, 2006. Orientação: Professora Lana Santos Tipo: Projeto Integrado Comunicação, Publicidade e Propaganda, Promoção

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DEDICATÓRIA

Aos pais, Que nos dão, suporte, direção e carinho.

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Epígrafe

“Em tempos de crise, há os que choram e os que vendem lenços. Prefiro vender lenços.”

Nizan Guanaes

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Lista de Ilustrações 1. Peça Publicitária Rádio Philips 531A............................................................................... 32 2. Animais Policrômicos, Lascaux, França........................................................................... 45 3. Vitral da época do renascimento....................................................................................... 4. Um Painel de Estrada........................................................................................................ 56 5. Outdoor............................................................................................................................. 56 6. Radio Portátil Antigo......................................................................................................... 56 7. Equilíbrio....................................................................................................... 56 8. Propaganda com ênfase, apesar de todo seu cenário ela dá destaque a seu produto ....... 56 9. Peças Publicitárias Coca-Cola........................................................................................... 56 10. Exemplos de Canais de Mídia........................................................................................... 56 11. Peça Nova – Max Sound Wi-Fi Philips............................................................................ 56

12. Paleta de Cores.................................................................................................................. 56

13. Tipografia........................................................................................................................... 56 14. Processo de Construção do Anúncio................................................................................. 56 15. Ilustrações Utilizadas na Peça............................................................................................ 56 16. Equilíbrio e Instabilidade................................................................................................... 56 17. Simetria e Assimetria......................................................................................................... 56 18. Regularidade e Irregularidade............................................................................................ 56 19. Simplicidade e Complexidade............................................................................................ 56 20. Unidade e Fragmentação.................................................................................................... 56 21. Economia e Profusão.......................................................................................................... 56 22. Minimização e Exagero...................................................................................................... 56 23. Previsibilidade e Espontaneidade....................................................................................... 56 24. Atividade e Estase.............................................................................................................. 56 25. Sutileza e Ousadia.............................................................................................................. 56 26. Neutralidade e Ênfase......................................................................................................... 56 27. Transparência e Opacidade................................................................................................ 56 28. Estabilidade e Variação...................................................................................................... 56 29. Exatidão e Distorção........................................................................................................... 56 30. Planura e Profundidade....................................................................................................... 56 31. Singularidade e Justaposição.............................................................................................. 56 32. Seqüencialidade e Acaso.................................................................................................... 56 33. Agudeza e Difusão.............................................................................................................. 56 34. Cartaz de propaganda da câmera Brownie......................................................................... 56 35. A lendária câmera Leica..................................................................................................... 56 36. A Pirâmide de Maslow...................................................................................................... 56 37. Ponto.................................................................................................................................. 56 38. Linha................................................................................................................................... 56 39. Forma................................................................................................................................. 56 40. Direção................................................................................................................................ 56

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41. Tom..................................................................................................................................... 56 42. Cor....................................................................................................................................... 56 43. Textura................................................................................................................................ 56 44. Movimento.......................................................................................................................... 56

RESUMO

Este artigo teve como objeto de estudo a Historia da Propaganda no Brasil, tendo como temática

principal a propaganda voltada à eletrodomésticos. Analisamos peças pertencentes ao período

de 1900 à atualidade, e buscamos nesta analise, desertar não só sobre as peças analisadas – tema

também abordado neste trabalho tanto os aspectos econômicos, culturais e sociais que

predominavam em cada época analisada, fazendo com que, alem de um trabalho de estudo de

propaganda, seja também um pequeno documento histórico, onde se tem retratadas características

marcantes de cada época.

Palavras-Chave: Analise, Eletrodomésticos, Propagnda

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SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................

Capitulo I – Do Campo à “Aldeia” Global 1.1 - A Segunda Onda......................................................................................... 1.2 - A Terceira Onda....................................................................................

Capitulo II – Propaganda e suas Ferramentas: Um conceito tão antigo quanto inovador - Como as ferramentas de Propaganda são utilizadas para vender uma idéia ao público 2.1 - Empregabilidade das Ferramentas de Comunicação................................. Capitulo III – Como uma Imagem Pode “Valer” Por Mil Palavras – As Várias Facetas da Linguagem Visual e a Importância da Fotografia na História da Propaganda 3.1 - Dados sobre a evolução da linguagem visual (poética) 3.2 – Informações sobre as técnicas empregadas para a realização das peças publicitárias da época ...................................................................................................

3.3 - Se o mesmo anuncio analisado fosse lançado nos dias de hoje, quais seriam as alterações necessárias para a adequação da peça?......................................... 3.4 – Individualmente, descreva se a tecnologia contribuiu para o aprimoramento da linguagem visual do anuncio em questão 3.4.1 -Alexander Rizzo Nº. 01....................................................... 3.4.2 -Anderson Rossi Nº. 04........................................................ 3.4.3 -Ariane Canever Nº. 05......................................................... 3.4.4 -Bianca Formiga Nº. 06........................................................ 3.4.5 -Bruno Chamas Nº. 07.......................................................... 3.4.6 -Bruno Nicoletti Nº. 08........................................................ 3.4.7 - Carla Candelária Nº. 10...................................................... 3.4.8 -Yasminin Devesa Nº. 71...................................................... 3.4.9 - Anderson Garcia Nº. 78...................................................... 3.5 – Na opinião do grupo. A tecnologia participa do processo Criativo?..... 3.6 - O grupo vai criar um anuncio para lançar o produto nos dias de hoje. Elaborar um projeto de criação para a construção da peça............................................A) Conceito geral (idéia) / textual................................................................................. B) Descrição e objetivos da peça...................................................................................C) Pesquisa iconográfica (imagens) indicar as fontes das pesquisas............................

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D) Elementos Projetuais................................................................................................ - Cor – Paleta de cores....................................................................................... - Tipografia........................................................................................................ - Diagramação – Rascunhos...............................................................................- Ilustrações........................................................................................................

E) Perfil do publico alvo................................................................................................F) Tecnologia utilizada para a produção do anuncio.....................................................G) Bibliografia de Produção.......................................................................................... 3.7 - Analisar o anúncio (antigo) utilizando um Processo de desconstrução....

3.7.1 - Equilíbrio e Instabilidade.................................................................3.7.2 - Simetria e Assimetria.......................................................................3.7.3 - Regularidade e Irregularidade..........................................................3.7.4 - Simplicidade e Complexidade......................................................... 3.7.5 - Unidade e Fragmentação................................................................. 3.7.6 - Economia e Profusão....................................................................... 3.7.7 - Minimização e Exagero....................................................................3.7.8 - Previsibilidade e Espontaneidade.................................................... 3.7.9 - Atividade e Estase........................................................................... 3.7.10 - Sutileza e Ousadia..........................................................................3.7.11 - Neutralidade e Ênfase.................................................................... 3.7.12 - Transparência e Opacidade............................................................ 3.7.13 - Estabilidade e Variação..................................................................3.7.14 - Exatidão e Distorção...................................................................... 3.7.15 - Planura e Profundidade.................................................................. 3.7.16 - Singularidade e Justaposição......................................................... 3.7.17 - Seqüencialidade e Acaso............................................................... 3.7.18 - Agudeza e Difusão.........................................................................

3.8 - História da Fotografia no Século XX 3.8.1 - 1º Momento – A Fotografia nos contextos social e cultural de 1900 a 1940................................................................................................. 3.8.2 - 2º Momento – Abordagem da fotografia no período de 1941 a 1980.............................................................................................................3.8.3 - 3º Momento – Fotografia das décadas atuais (1981 a 2006)............3.8.4 – Um Resumo....................................................................

Capítulo IV– A Psicologia como “Mercadoria” – Como Fatores Psicológicos Influem o Consumidor

4.1 –Personalidade.......................................................................................4.2 – Motivação...........................................................................................4.3 – Percepção........................................................................................... 4.4 – Cores.................................................................................................. 4.5 – Conclusão...........................................................................................

Capítulo V – Do Nanquim ao Reclame – Analise das Peças Trabalhadas no Projeto Integrado

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5.1 - Elementos Básicos da Comunicação Visual.......................................

5.1.2 - O Ponto............................................................................... 5.1.3 – Linha....................................................................................5.1.4 – Forma.................................................................................. 5.1.5 – Direção................................................................................ 5.1.6 –Tom...................................................................................... 5.1.7 – Cor.......................................................................................5.1.8 – Textura................................................................................ 5.1.9 – Movimento..........................................................................

5.2 - Principais Características Lingüísticas das Peças do Projeto Integrado........................................................................................................................

5.2.1 - Descrição das Peças Trabalhadas........................................ 5.2.2 - Análise da Peça Impressa....................................................

5.2.2.1 - Ato de Comunicação.............................................5.2.2.2 - Funções de Linguagem......................................... 5.2.2.3 – Signos................................................................... 5.2.2.4 - Coesão e Coerência..............................................

5. 3 - Historia da Propaganda até os dias de hoje........................................5.3.1 - Período de 1900 a 1940........................................................5.3.2 - Período de 1941 a 1980........................................................5.3.3 - Período de 1981 à Atual ......................................................

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INTRODUÇÃO

A Linguagem Publicitária apesar de todo o seu aspecto inovador, moderno e vibrante, já

possui um longo tempo de atuação. Desde os primeiros anúncios em jornais, nos meados do

século XIX, passando pela fundação de “A Eclética”, primeira “agência” nacional em 1913, até o

momento que a propaganda nacional ganha identidade própria e chega ao status que possui hoje,

sendo acalmada internacionalmente, como uma das mais criativas e revolucionarias propagandas

do mundo.

Como atividade Integrada para o turno noturno do I semestre do Curso de Publicidade e

Propaganda, neste primeiro semestre de 2006, realizou-se uma pesquisa e seleção de peças

publicitárias de Eletrodomésticos / Eletroeletrônicos , veiculadas em todas as mídias disponíveis

no período entre 1900 e 2006 – objetivando uma analise acadêmica, de como as ferramentas de

comunicação e linguagem – tanto na forma escrita, como na comunicação visual – influem na

forma de se vender um produto, e que esta forma é ligada diretamente ao período histórico no

qual estão inseridas.

Neste contexto, obteve-se como temática, “Características da linguagem publicitária” ,

com o título “Fazendo Sua Vida Mais Fácil: Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos” e,

além da coordenação do curso, teve como orientadora a professora Lana Cristina Santos,

auxiliada por todos os professores do respectivo semestre.

O Tema atualmente, possui bastante material a ser trabalhado, mas no inicio do século

XX, quando o acesso a tecnologia era escasso, num pais onde a grande maioria da população, era

analfabeta e possuía condições econômicas não tão favoráveis, os profissionais da área de

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publicidade necessitavam se esforçar muito, para tentar colocar na mente do público, as

vantagens de se possuir, por exemplo, um rádio na sua residência.

Com o passar do tempo, a tecnologia torna-se mais acessível, e com isso cria-se o

ambiente ideal para que se proliferassem um maior numero de lançamentos tecnológicos, e neste

cenário uma maior numero de peças publicitárias buscando trazer cada vez mais “o maravilhoso

mundo da alta tecnologia” para dentro dos lares brasileiros.

Este é o contexto com o qual trabalharemos, analisar não só como as técnicas e linguagens

de propaganda são utilizadas para persuadir o consumidor a comprar um eletrodoméstico, mas

também qual o contexto histórico rodeia este consumidor.

E para melhor entendimento desta monografia fica declarado que para todo este conteúdo

apresentado, utilizou-se o período de estudo do ano de 1900 a 2006

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Capítulo I – Do Campo à “Aldeia” Global

Vivemos atualmente num processo de alterações tão intenso, que muitas vezes nos

sentimos perdidos no meio desta tormenta de mudanças. São valores familiares, tendências da

moda, a e economia global, enfim tantos valores que mudam repentinamente - e que muitas vezes

mudam porque são influenciados, por outros fatores, afinal vivenciamos a época da globalização,

da internet, onde tudo e todos são integrados, vivemos na grande “Aldeia Global” – que por

muitas vezes podemos nos perguntar, “Quando isto começou e onde pode parar?”.

Neste texto, visamos fazer um breve descritivo, de um período da historia, que pode ser

curto do ponto de vista cronológico – aproximadamente 350 anos – mas que é extremamente rico

no tocante a mudança da relação do ser humano com o planeta no qual vive e mesmo com os

demais seres humanos, pois passamos neste curto período de tempo, da sociedade Rural, auto-

suficiente e relativamente isolada, para o mundo global, digital e totalmente interdependente,

passando pelo período o qual deixamos de ser uma sociedade agrícola, para a sociedade a qual

desenvolve o conceito da indústria e do capitalismo.

Compararemos os diversos aspectos que acarretaram a mudança da “Era da Máquina”

para a atual “Era Digital”, onde existem agora novos conceitos, novos meios de vida e de

trabalho, enfim uma civilização nova e totalmente revolucionária como citado a seguir.

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“Tão profundamente revolucionária é esta nova civilização, que desafia todas as nossas

velhas pressuposições. Velhos modos de pensar, fórmulas antigas, dogmas antigos e

antigas ideologias, por mais acalentadas e por mais úteis que tenham sido no passado, não

mais se adaptam aos fatos. O mundo que está emergindo rapidamente do choque de novos

valores e tecnologias, novas relações geopolíticas, novos estilos de vida e novos modos de

comunicação, exigem idéias e analogias novas, novas classificações e novos conceitos.

Não podemos enfiar o mundo embrionário de manhã em cubículos convencionais. Nem as

atitudes nem os modos são apropriados.” (TOFFLER, 1980, p. 16).

Comecemos pelos principais aspectos da Segunda Onda, pois só assim teremos noção de

o quão revolucionário é o período que vivemos.

1.1 - A Segunda Onda

Tendo Origem há cerca de 300 anos, com mais ou menos meio século de diferença, a

Revolução Industrial, surge para contrapor e alterar os paradigmas econômicos, sociais e até

mesmo culturais, vigentes até então.

Vivia-se, até aquele momento, em uma civilização basicamente agrícola, onde a terra era

base da economia, do poder geral existente, da vida das famílias, enfim tudo girava em torno da

aldeia. Havia uma divisão simples de trabalho, algumas castas claramente definidas – nas quais, o

nascimento quase que sempre, definia a posição da pessoa na vida – e a economia, basicamente

de subsistência, era descentralizada e voltada para atender as próprias necessidades.

Neste cenário bucólico e basicamente rural – com algumas exceções, como os mercadores

que viajavam os oceanos e trazendo em seus navios mercadorias de todo o mundo – irrompe a

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Revolução Industrial, que, muda drasticamente todo o “modo de vida” que existia até então. Com

sua pujança e dinamismo, vem como um “rolo-compressor” e rapidamente sobrepõe-se sobre a

mentalidade e os paradigmas vigentes até então, tanto pelo aspecto econômico quanto pelo

aspecto social.

Sua força de transformação e seu cunho revolucionário são tão marcantes, que podem ser

claramente percebidos a seguir:

“O industrialismo foi mais que chaminés e linhas de montagem. Foi um sistema social

rico, multiforme, que tocou todos os aspectos da vida humana e atacou todas as feições do

passado da Primeira Onda. Produziu a grande fabrica de Willow Run, fora de Detroit, mas

também colocou o trator na fazenda, a maquina de escrever no escritório, a geladeira na

cozinha. Produziu o jornal e o cinema, o trem suburbano e o DC-3. Deu-nos cubismo e

musica de 12 tons. Deu-nos edifícios Bauhaus e cadeiras de Barcelona, as greves brancas,

as pílulas de vitaminas e o prolongamento da duração da vida. Universalizou o relógio de

pulso e a urna eleitoral. Mais importante, interligou todas estas coisas – montou-as como

uma máquina – e formou o sistema social mais poderoso, coeso e expansivo que o mundo

já conheceu: a civilização da Segunda Onda.” (TOFFLER, 1980, p.36).

A partir deste momento, com a industrialização, a produção em massa, surge conceitos até

então inexistentes ou com pouca força.

Como exemplo, podemos citar a criação de uma mentalidade consumista, na qual

trocamos as comunidades “auto-suficientes”, que produziam e consumiam apenas o que lhes era

necessário, pela civilização na qual todos dependem de algum produto ou serviço produzido por

terceiros, onde a demanda por produtos é cada vez maior.

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“Em vez de pessoas e comunidades essencialmente auto-suficientes, ela criou, pela

primeira vez na historia, uma situação na qual o volume avassalador de toda comida,

mercadorias e serviços era destinado à venda, barganha ou troca. Varreu da existência,

virtualmente, mercadorias produzidas para o consumo próprio – para o uso pelo

verdadeiro produtor e família – e criou uma civilização na qual quase ninguém mais, nem

mesmo um lavrador, era auto-suficiente. Todo mundo se tornou quase inteiramente

depende de comida, mercadorias ou serviços produzidos por outrem.” (TOFFLER, 1980,

p. 52).

Esta demanda crescente por mais e mais produtos, resulta na afirmação cada vez maior do

Capitalismo - puro e simples, visando apenas o lucro sem outras preocupações, diferente do que

será visto na Revolução Digital ou Terceira Onda - como o grande pilar da Revolução Industrial.

As corporações visam o lucro a qualquer preço, e como são elas quem estipulam as regras

– quem possui o dinheiro detém o poder – utilizam-se de artifícios muitas vezes predatórios para

obter as vantagens que lhe conviam, moldando o mercado para que se molde as suas

necessidades.

Apesar de visar o consumo e o lucro, pode-se observar que o capitalismo não atinge a

todos da mesma forma, assim verificamos a existência de um “Capitalismo Excludente”, no qual,

só quem possui dinheiro “pode consumir” e “faz parte do mercado, da sociedade”. E mesmo

quem “pode consumir” é “posto a margem”, pois na política das grandes corporações o

consumidor pode “consumir tudo o que ele quiser” desde que “seja o que eu queira que ele

consumisse”, como constatado nas palavras de Henry Ford – “O cliente pode comprar qualquer

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carro, desde que seja preto” – ou seja, não é por uma necessidade do consumidor que eu produzo

um produto, mas sim eu produzo para gerar no consumidor a necessidade de consumir.

Neste cenário surge o conceito dos “quatro P´s” na economia de mercado, no qual, o

primeiro vem de Preço – como há pouca concorrência, o valor dos preços é determinado pelas

grandes corporações visando atender os seus interesses – o segundo P vem de Produto – o

mercado ira consumir, o que as corporações quiserem que ele consumisse – o terceiro P é relativo

ao Ponto de Distribuição – grande numero de locais para escoar a produção das empresas,

geralmente estes locais trabalham com uma margem de lucro reduzida, e por isso são forçados a

possuem grandes estoques – por fim o ultimo P, que é a Promoção – no qual muitas vezes utiliza-

se para divulgar o produto o conceito de propaganda que conduz o consumidor ao erro, onde o

produto em enaltecidas qualidades as quais não possui de fato, daí origina-se um conceito que até

hoje é utilizado popularmente, onde se pergunta se um produto ou um serviço é “real ou é só

propaganda”, ou seja, o produto ou serviço satisfaz aquilo à que se propõe ou apenas possui a

imagem, mas não consegue efetuar a tarefa a qual deveria realizar.

Muitas vezes estes artifícios eram extremamente nocivos contrariando muitas das regaras

que hoje são utilizadas como padrão no mercado. Desde estipularem aos seus fornecedores

valores que muitas vezes eram extremamente baixos – o que muitas vezes acabava por “quebra-

los”, pois trabalhando com uma margem de lucro irrisória que mal cobria os custos de produção

dificultava a manutenção de qualquer negocio, isto também era agravado pelo fato que muitas

vezes este fornecedor tinha como cliente apenas uma única empresa dificultando assim qualquer

tipo de negociação, contrariando os conceitos de economia de mercado que temos na Terceira

Onda – como podemos ver no trecho a seguir:

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“A margarina foi originalmente fabricada na Europa, com materiais locais. Em 1907, os

pesquisadores descobriram que a margarina podia ser feita de coco ou óleo de amêndoa de

coco. O resultado desta descoberta européia foi uma convulsão no estilo de vida dos

africanos ocidentais.

“Nas áreas principais da África Ocidental”, descreve Magnus Pyke, antigo presidente do

Instituto Britânico de Ciência alimentar e Tecnologia, “onde o óleo era produzido

tradicionalmente, a terra era possuída pela comunidade em seu todo.” O uso das palmeiras

era governado por complexos costumes e regras locais. Algumas vezes um homem que

plantara uma árvore tinha direito ao seu produto o resto da sua vida. Em alguns lugares,

as mulheres tinham direitos especiais. De acordo com Pyke, os negociantes que

organizaram “a produção do óleo de palmeira para a manufatura de margarina como

alimento de ‘compra fácil’ para os cidadãos da Europa e da América, destruíram o frágil e

complexo sistema social dos africanos não-industriais”. Foram estabelecidas enormes

plantações no Congo Belga, na Nigéria, em Camarões e na Costa do Ouro. O Ocidente

recebia a sua margarina. E os africanos tornaram-se semi-escravos nas imensas

plantações.” (TOFFLER, 1980, p. 99)

O trabalhador da Revolução Industrial ou Segunda Onda é visto como uma peça em uma

“grande máquina”, que fica condicionado a um serviço restrito, e que pode ser facilmente

substituído. Não são valorizadas aptidões intelectuais, mas sim as qualidades de exercer com

destreza serviços repetitivos sem cometer erros, e muitas vezes realizar estas tarefas se sujeitando

as péssimas condições de trabalho.

Os grandes “mentores” deste estilo de gestão de produção são Taylor e Ford. Frederick

Winston Taylor, acreditava que o trabalho poderia ser mais cientifico padronizando os processos

que cada trabalhador poderia executar, ou seja, através de um meio (padrão) pode-se realizar uma

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tarefa, utilizando-se a melhor ferramenta (padrão), num tempo ideal (padrão), criando assim os

conceitos de Administração cientifica, onde se deve.

- separar quem pensa de quem faz;

- selecionar os melhores e treina-los de acordo com o melhor método de execução;

- aderência ao planejamento de tarefas através de rigorosa supervisão;

- os Administradores devem concentra-se apenas nos desvios dos processos, entre outros.

Henry Ford é considerado o “pai” do processo de produção em linha e da especialização

do trabalhador. No qual cada trabalhador era responsável por uma tarefa especifica na linha. Era

treinado para a sua tarefa apenas, e não necessitava saber outras partes do processo, facilitando

assim sua substituição em caso de necessidade, barateando o processo de produção, pois se

gastava pouco em treinamento e em salário, aumentava a rapidez na linha, enfim, o trabalhador

tinha uma função similar aos robôs que temos na atualidade, realiza sua tarefa com precisão,

exatidão, rapidez e sem pensar.

Mas diferentemente do que há hoje em dia, no qual, os processos que precisam exatidão

ou que necessitam de grande força física são realizados por máquinas ou robôs, o processo de

produção da segunda onda requeira o contato físico, ate por isso mesmo a aptidão física para

determinadas tarefas era atributo mais que requerido. Um processo brutal para qualquer ser

humano, que gradativamente desumanizava o trabalhador e cada vez mais o transformava em

ferramenta no processo, como pode ser constatado a seguir:

“Pela época em que Henry Ford começou a fabricar o Modelo T, em 1908, não eram

necessárias 18 operações diferentes para completar uma unidade, mas 7.882. Em sua

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autobiografia Ford registrou que destas 7.882 tarefas especializadas, 949 exigiam “homens

fortes, fisicamente hábeis e praticamente homens perfeitos”; 3.338 tarefas precisavam de

homens de força física apenas “comum”, a maioria do resto podia ser realizada por

“mulheres ou crianças crescidas” e, continuava friamente, “verificamos que 670 tarefas

podiam ser preenchidas por homens sem pernas, 2.637 por homens com uma perna só,

duas por homens sem braços, 715 por homens com uma perna só, duas por homens sem

braços, 715 por homem com um braço só e 10 por homens cegos”. Em suma, atarefa

especializada não exigia um homem inteiro, mas apenas uma parte. Nunca foi apresentada

uma prova mais vivida de quanto à superespecialização pode ser brutalizante.”

(TOFFLER, 1980, p. 62)

Havia também uma centralização e uma imposição do poder. Seguia-se uma linha

hierárquica muito rígida, na qual se tinha um organograma vertical, onde para os níveis mais

“inferiores” do organograma, estipulavam-se as “tarefas que requeriam pouca habilidade

intelectual”, conforme fossemos galgando as posições superiores do organograma começavam a

se trocar as funções braçais pelas funções mais “intelectuais” ou de gestão dos processos. Neste

esquema de organização, reportavam-se os problemas de um setor ao seu superior que tinha

autonomia até um determinado ponto, ao ultrapassar este limite, o caso é reportado ao próximo

superior, e assim por diante, enfim havia uma ordem quase que militar dentro das empresas.

“... a New York Central Railroad, já em 1860, se gabava de uma capitalização de 30

milhões de dólares. Para dirigir uma empresa tão gigantesca tornavam-se necessários

novos métodos de administração.

Os primeiros diretores da estrada, por conseguinte, como os diretores do programa

espacial da nossa era, tinham de inventar novas técnicas. Padronizaram tecnologias,

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passagens e horários. Sincronizaram operações por centenas de quilômetros. Criavam

novas operações especializadas e novos departamentos. Concentraram capital, energia e

pessoas. Lutaram para maximizar a escala das redes. E para realizarem tudo isto, criaram

novas formas de organização baseadas em centralização de informação e comando.

Os empregados foram divididos em empregados “de linha” e “de administração”.

Relatórios diários Foram iniciados para fornecer dados sobre movimento de carros,

cargas, avarias, carga perdida, concertos, quilômetros-máquina, etc. Todas estas

informações fluíam por uma cadeia de comando centralizada até chegarem ao

superintendente, que tomava as decisões e enviava as ordens ao longo da linha.”

(TOFFLER, 1980, p 62)

Mas como todos os períodos na história, as grandes mudanças vêm com uma força

enorme, mudam tudo ao seu redor, consolidam-se como o novo paradigma vigente, e após algum

tempo, suas estruturas básicas acabam se degradando e por fim dando lugar a novos períodos,

muitas vezes totalmente contrastantes, mas que estipulam novos padrões para a sociedade, para

economia, para a vida, enfim, revolucionam todo aquilo que vivemos.

É isto que veremos agora, na transição do período extremamente industrial onde valores

como inteligência, respeito ao trabalhador e ao consumidor eram postos a margem e o lucro puro

e simples era a mentalidade principal, por um período no qual a aptidão intelectual, e respeito ao

mercado – existem suas exceções, afinal não vivemos em mundo utópico no qual tudo é perfeito

e cor de rosa – são mais valorizadas. Momento o qual temos a possibilidade de interagir e moldar

a história na qual ele será desenvolvido, pois somos partes integrantes do processo, a Terceira

Onda.

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1. 2 - A Terceira Onda

O sistema de produção em massa era absoluto nos anos, 50, tornou-se o padrão

incontestado em todo o mundo como a melhor maneira de conduzir os assuntos empresariais e

comerciais.

Enquanto isso ocorria, no Japão, uma nova abordagem à produção, a empresa

automobilística Toyota, para se recuperar da II Guerra Mundial, coloca em prática um novo

método de produção e de gerenciamento, era denominado de produção enxuta.

Esta, diferentemente da produção artesanal e industrial, tem como objetivo o aumento na

produção com menos recursos e mão-de-obra, para isso utilizam novas técnicas gerenciais com

máquinas mais sofisticadas.

A produção enxuta combina os dois métodos de produção anteriores: artesanal e massa,

evitando o alto custo existente na primeira, e a inflexibilidade da segunda. Isso ocorre, devido a

gerencia ser bem conceituada, reunindo trabalhadores com várias habilidades, em cada nível da

organização, trabalhadores com máquinas automatizadas, assim, conseguiram um acrecimo de

produção, produzir uma grande variedade de bens, permitindo assim ao mercado grande

variedade de escolha.

Este modo de produção enxuta tem como começo a mudança na gerencia, onde, à

substituição da hierarquia tradicional por equipes qualificadas que trabalham em conjunto,

diretamente no ponto de produção.

O modo de produção Japonesa – também denominado Toyotismo – tem como chave para

o seu sucesso o conceito de aperfeiçoamento continuo, onde tem se com metas principais

mudanças e melhorias constantes como parte das operações diárias.

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Devido ao seu grande sucesso operacional – e por conseqüente, diminuição nos custos,

aumento da produção, ganho de mercado resultando num incremento no lucro – as empresas

americanas e européias utilizam como exemplo o modo operacional de produção japonês para

alterar as próprias estruturas organizacionais, modernizando tanto seus equipamentos, quanto a

própria filosofia organizacional e de trabalho. Estas mudanças são rebatizadas como,

Reengenharia Industrial, mudando as antigas pirâmides de organização, por equipes de trabalho

melhor conceituadas.

Mas como tudo, à reengenharia, tem também seus aspectos negativos. Ela força uma

melhor organização dos negócios a serem conduzidos, mas isto acaba acarretando uma grande

margem de desemprego – pois funções as quais necessitavam de vários trabalhadores, foram

substituídas, por funções realizadas por poucos profissionais, altamente qualificados, muitas

vezes auxiliados por maquinas que executam as tarefas repetitivas que outrora foram realizadas

pela “antiga” linha de produção com centenas de operários - eliminando assim postos de trabalho

e ate mesmo dando fim a profissões as quais ficaram obsoletas.

“Hoje milhares de pessoas são excluídas do mercado de empregos porque são

funcionalmente analfabetas. Mesmo os cargos mais simples exigem pessoas capazes de

lerem fórmulas, botões ligados-desligados, folhas de pagamentos, instruções de trabalho,

etc. Na Segunda Onda a capacidade de ler era a habilidade mais elementar exigida pelo

departamento pessoal.” (TOFFLER, 1980, p 162).

Um aspecto que também foi marcante neste novo processo é o conceito de Just-in-time,

ou seja, a produção sobre demanda. A produção é sincronizada com os fornecedores, para não

haver nem excessos de estoque, nem custos demasiados de produção barateando assim o produto.

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Isto implica também numa maior capacidade da “linha de produção”, se adequar às necessidades

e desejos do consumidor, na rapidez que o mercado necessita. Isto também gerou uma

desmassificação da produção para atender demandas menores.

“No Japão, na Alemanha Ocidental, nos Estados Unidos, mesmo na União Soviética, em

campos tais como manufatura elétrica, produtos químicos, aeroespaço, eletrônica, veículos

especializados, comunicações e coisas semelhantes, encontramos bem desenvolvida a

tendência para a desmassificação. Na superavançada oficina da Western Eletric, no Ilinois,

por exemplo, os operários recondicionam 400 circuit packs diferentes, em séries que de

um máximo de dois mil por mês, descendo paulatinamente até dois por mês. Em Hewlett-

Packard, em Colorado Springs, a serie reduzida do número 50 a 100 unidades é muito

comum.” (TOFFLER, 1980, p 187).

Hoje, muitas empresas estão eliminando as hierarquias organizacionais, eliminando cada

vez mais a gerencia média, com a compressão de várias funções em apenas um processo.

Alguns exemplos onde pôde se observar o uso da reengenharia:

- IBM Credit;

- Bridgestone (Firestone);

- Goodyear;

- General Electric;

- Victor Company;

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Este método de reengenharia teve muito sucesso na área varejista, com sistemas de

resposta rápida, onde se diminuía a mão-de-obra e o tempo no processo de distribuição. O Wall-

Mart, uma das maiores cadeias varejistas do mundo, seria um exemplo de varejo no qual a

reengenharia deu muito certo.

Grandes mudanças ocorreram também nos escritórios, transformando operações, nas quais se

utilizava o papel, em transações eletrônicas. Perdendo-se assim milhões de postos de trabalho no

“Escritório Eletrônico”.

O desemprego causado pelo o achatamento das grandes burocracias corporativas é um

fator realmente negativo a ser ponderado nos dias atuais, como também o achatamento dos

salários que promove a queda do poder aquisitivo dos consumidores e por conseqüência, crises na

maioria das economias domesticas mundo a fora.

Houve evoluções também na relação entre trabalhadores e empregadores. Há uma maior

participação do trabalhador na empresa – o trabalhador não é mais visto apenas como uma “peça”

no processo de produção, mas como parte fundamental do processo - hoje, temos o trabalhador

mais atuante na empresa, com maior poder de decisão. E neste contexto, as empresas começaram

a prover seus funcionários de vários benefícios, como participações nos lucros, ou bônus

salariais, que nada mais são que modos pelos quais a empresa esta ganhado um incremento em

sua produção, em troca de uma bonificação ao seu funcionário, ou seja, há um processo

denominado “ganha-ganha”, a empresa ganha na produtividade, o funcionário ganha

financeiramente.

Como temos valorizadas hoje as habilidades intelectuais dos trabalhadores mais do que a

habilidade física ou repetitiva, até mesmo um dos grandes ícones da organização fabril teve

mudanças, o horário. Temos hoje, um conceito no qual se valoriza mais a entrega do trabalho do

que o horário no qual ele é executado, ou seja, não há a necessidade de se estipular horário para a

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execução de tarefas, pois as tarefas não são mais “tão mecânicas” e por dependerem tanto do

“intelecto” da “pessoa”, o horário não é tão importante, pois pessoas diferentes trabalham melhor

em horários diferentes.

“Em vez de exigir que todo o mundo chegue ao portão da fábrica ou ao escritório à mesma

hora, ou mesmo a impressionantes horas prefixadas, a companhia que opera na base de

tempo flexível estabelece tipicamente certas horas centrais, quando se espera que todo

mundo apareça, e especifica outras horas flexíveis. Cada empregado pode escolher quais

horas flexíveis ele, ou ela deseja passar trabalhando.” (TOFFLER, 1980, p 248).

O mundo, mais do que nunca é integrado, tanto no aspecto comercial, quanto cultural,

político, enfim, vivemos em uma grande Aldeia Global. A idéia do “estado-nação”, e subjugada

pelo o conceito de globalização, onde tudo se integra de tal forma em que, por exemplo, uma

Empresa da Tailândia, com sede na Bélgica, compra bacalhau Norueguês, para ser servido em um

almoço familiar de páscoa no Rio de Janeiro.

“O encolhimento do estado-nação reflete o aparecimento de uma economia global de novo

estilo, que emergiu quando a Terceira Onda começou o seu impulso. Os estados-nações

eram os continentes políticos necessários para economias de tamanho nação. Hoje os

continentes não só apresentaram vazamentos, mas foram tornados obsoletos por seu

próprio sucesso. Primeiro, há o crescimento dentro deles de economias regionais que

outrora atingiram uma escala com as economias nacionais. Segundo, a economia mundial

a que elas deram nascimento explodiu em tamanho e está assumindo estranhas formas

novas.

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Deste modo, a nova economia global é dominada pelas grandes companhias nacionais. É

servida por um serviço bancário ramificado e indústria financeira que opera a velocidades

eletrônicas. Produz dinheiro e crédito que nenhuma nação pode regula. Move-se no

sentido de circulações transnacionais – não um único “dinheiro mundial”, mas uma

variedade de circulações monetárias ou “metacirculações”, cada uma baseada numa “cesta

de mercado” de moedas ou produtos nacionais. É rasgada por um conflito de escala

mundial entre fornecedores de recurso e usuários. É crivada por um débito vacilante numa

escala até aqui inimaginável. É uma economia mista, com capitalistas e empresas sócio-

estatais formando associações de capitais e trabalhando lado a lado. E sua ideologia não é

laissez faire ou marxismo, mas globalismo – a idéia do nacionalismo é obsoleto.”

(TOFFLER, 1980, p 248)

Enfim estamos todos integrados, e a economia não tem mais espaços para proteções de

mercado, barreiras comerciais, e outros tipos de protecionismos. A livre economia proporciona

novas experiências entre as empresas, troca-se o modelo Industrial de se tirar maior vantagem

possível, prejudicar e impor a fornecedores as condições que eram favoráveis apenas as grandes

corporações, pelo modelo no qual já não se trata o fornecedor como o tal, mas como parceiro,

aliado, em busca de objetivos comuns, para que possam sobreviver em um mercado cada vez

mais acirrado.

Isto provoca várias mudanças no modo o qual as empresas observam e se relacionam com

os clientes. Ao contrario da antiga tática de impor ao cliente o que se produzia, de não se ter

preocupações com qualidade ou com satisfação, pois devido à baixa concorrência não “era

necessário” temer a perda do mercado – afinal se o consumidor não compra de minha empresa,

de quem comprará? – muda-se totalmente a relação empresa-consumidor. Agora há o conceito de

focar o cliente, mima-lo, pois num mercado tão globalizado, com inúmeras opções, variedades,

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cores, o consumidor é cada vez mais “infiel”, e basta apenas um deslize, para que se perca um

cliente o qual, a empresa pode ter investido anos de trabalho de promoção, de fixação de sua

marca e muito dinheiro. Neste universo, as empresas começam a atentar para outros fatores, que

nunca haviam sido relevados, ou eram simplesmente postos à margem, como por exemplo, a

responsabilidade-social ou preocupação com o meio ambiente. Aspectos como estes, na atual

“mentalidade consumista”, podem ser determinantes na compra ou não, de determinado produto

ou marca. Hoje em dia o ato de comprar um produto ou contratar um serviço, passa não só pela

necessidade do consumidor, mas também por uma gama muito grande de outras “Influências de

Compra”.

Atendendo as demandas deste novo consumidor, as empresas abandonam, o antigo

conceito de “promoção e distribuição” da Segunda Onda, baseado nos “4 P’s”, e adota um novo

conceito de promoção e distribuição mais voltado para os interesses do consumidor – logo

visando uma maior rentabilidade, e menores chances de se perder mercado – conhecido como “4

C’s”, onde temos:

- O 1º “C” é de Custo:

Quem define o preço, é o mercado, a demanda, se a empresa não se adequar ao mercado,

perde terreno e acaba fechando;

- O 2º “C” é de Cliente:

O cliente é o foco principal da empresa, todas as atenções são voltadas para atender as

suas necessidades da melhor forma possível, afinal devido a grande concorrência, o cliente é

extremamente “Infiel”;

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- O 3º “C” é de Canal de Distribuição:

Acabam-se os “grandes estoques”, agora há a distribuição é efetuada com uma logística

avançada, que começa desde uma produção muitas vezes executada sobre demanda, com uma

distribuição rápida, e visando a menor margem custo no tramite entre a produção e o consumidor,

tornado assim o produto mais competitivo.

- O 4º “C” é de Comunicação:

Tudo tem de estar integrado na promoção de um produto, tanto a imagem da corporação,

quanto a imagem do produto, atingindo o consumidor de uma forma que ele possa “comprar a

idéia” de se adquirir um produto ou serviço, eficiente, que atenda as suas necessidades, tenha um

preço justo.

Podemos definir então que, um produto adequado é aquele que atende as seguintes

premissas. Esta no local certo, com o preço certo, com a divulgação adequada, no momento no

qual o cliente quer comprar.

Um outro aspecto positivo desta nova postura de consumo é a mobilização dos

consumidores em prol dos seus direitos. Nas ultimas décadas, existe uma mobilização para que a

voz do consumidor seja ouvida e suas questões sejam respondidas. Vem do inglês –

Consumerism – o nome deste fenômeno, que traduzido para o português, denomina-se

Consumeirismo, e pode ser brevemente definido como “políticas e atividades traçadas para

proteger os interesses e direitos dos consumidores, em suas relações de troca com qualquer tipo

de organização”. Como bem dito na breve definição, utilizamos o conceito de organização não o

de Empresa, ou seja, não se restringem as organizações com as quais mantenha relações de

negócios, sendo um conceito ainda mais amplo, incluindo hospitais, bibliotecas e mesmo

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agências governamentais, dentre outras organizações. Em outras palavras, consumeirismo pode

também ser defindo como “uma reação popular contra negligencia burocrática e desrespeito

corporativo em relação aos cidadãos e consumidores”.

Este conceito, sob a forma de Associações de Consumidores, surge após a consolidação

da sociedade de consumo no fim da década de 50, em paises com uma cultura de consumo já

mais desenvolvida como os EUA, Canadá, alguns paises da Europa do Norte e Central, Austrália,

Nova Zelândia e Japão. A partir dos anos 60, as instituições e corporações começam a se

interessar por este movimento, a pretexto da melhora do funcionamento da concorrência e do

combate às manobras protecionistas. Hoje é difundida globalmente, tal como foi reconhecido

pela Assembléia-Geral da ONU no Ano de 1985, quanto tivemos a aprovação os princípios

orientadores de proteção do consumidor.

O consumeirismo tem tal força que suas manifestações equivalem-se aos movimentos

sociais que temos ao redor do globo; a pressão política e a sensibilização e movimentação da

opinião pública para a correta consumação dos direitos do consumidor; a execução e a difusão de

testes e ensaios comparativos; as iniciativas favoráveis à melhoria das condições de vida dos

menos favorecidos; os alertas para denunciar produtos perigosos ou situações atentatórias da

segurança; a intervenção na política mundial de consumo demonstra a força que o consumidor

tem e pode exercer nos dias atuais.

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Capitulo II – Propaganda e suas Ferramentas: Um conceito tão

antigo quanto inovador - Como as ferramentas de Propaganda são utilizadas

para vender uma idéia ao público

Ter um bom produto nas mãos não é garantia de lucro para as empresas. O produto por si

só não cria identidade, não tem apelo junto ao publico, não possui credibilidade, ou seja, não

vende. Baseado neste conceito, a propaganda tem como função, criar uma imagem para o

produto, gerar junto ao público-alvo, a idéia de que se tem um produto útil, com bom preço, que

atenda uma necessidade latente, mesmo que muitas das vezes, nos publicitários acabamos por

gerar esta necessidade latente no consumidor.

Em síntese, a propaganda tem como função principal, fixar a marca na cabeça do

consumidor e gerar uma necessidade de consumo ou como bem define Sant’Anna (2001, p.122):

“A função da publicidade é precisamente a de atuar na mente da massa, condicionando-a para o

ato da compra antes de ter contato com o vendedor”.

Neste contexto, observar-se a empregabilidade de diversos tipos de ferramentas de

comunicação nas peças selecionadas e como essas ferramentas podem fazer a diferença entre um

“bom produto” e produto com excelente vendagem, com uma marca forte e que o consumidor

tenha em mente.

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2. 1 - Empregabilidade das Ferramentas de Comunicação

As peças analisadas são referentes a eletrodomésticos. Na atualidade, dissertar sobre o

emprego de ferramentas de propaganda para a promoção de qualquer eletrodoméstico é

praticamente relatar o uso de quase todos os tipos de ferramentas publicitárias à disposição. A

tecnologia é lugar-comum em nossa sociedade, os avanços tecnológicos não são tão

surpreendentes, e pode-se fazer uso de varias linguagens, meios e formas de expor o produto. E

por mais inventivas e diferentes que possam ser, tem um grande grau de acessibilidade junto ao

grande público.

Agora façamos um exercício, e voltemos no tempo até meados da década de 30, mais

precisamente 1936, data da primeira peça, quando os principais meios de comunicação em massa,

eram o rádio (que ainda ganhava força), revistas e jornais. O acesso aos avanços tecnológicos era

privilégio de poucos e tanto os recursos técnicos para criação, quanto os recursos financeiros

eram muito pequenos e por este aspecto dificultavam e muito o trabalhos dos publicitários de

então.

Nesse contexto temos a primeira peça, o Rádio Philips 531 A, como a maioria das peças

publicitárias da época, utilizava-se de mídia impressa para expor suas qualidades. Observa-se

uma peça simples, sem grandes recursos de texto, que viessem a persuadir o consumidor a fazer a

compra.

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Figura. 1- Peça Publicitária Rádio Philips 531A

A peça é baseada em ilustração, característica marcante da época. Outras características

são basicamente, um texto curto, que atinge sua finalidade em poucas palavras, e formas e cores

fortes para chamar a atenção do público, como visto em Sant’Anna (2001, p.239): “A ilustração

de um cartaz destina-se a chamar a atenção por sua forma e cor, e a seguir exprimir uma idéia”.

Na peça onde podemos observar um destaque muito grande para a marca, buscando gerar

a identificação da Philips, no novo nicho de mercado, os compradores de aparelhos de rádio.

Afinal fazia-se a tentativa de popularizar o rádio como objeto presente nos lares brasileiros, e

num mercado imaturo, nada melhor do que tentar fixar a marca e seu logotipo na mente do

público e tirar proveito de um nome já conhecido como o da Philips para agregar qualidades

como confiabilidade e tradição a um produto relativamente novo, como citado por Sant’Anna

(2001, p.131): “Portanto, o nome, a marca e a embalagem podem veicular a mensagem

relacionada com os serviços e a satisfação que o consumidor receberá”.

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Logotipo, na definição de Sant’Anna (2001, p.130): “é a figura que possibilita a

identificação simples e imediata de um produto ou coisa”. Podemos verificar que, no caso ele tem

uma importância muito grande, e aparece de forma bem destacada, justamente procurando obter a

identificação: marca, produto, diferente por exemplo de peças as quais exista a identificação do

público com o logotipo da empresa, nestes casos , geralmente o logotipo da empresa aparece de

forma mais discreta, dando-se maior ênfase ao produto.

Com relação ao texto, apesar de estar graficamente destacado, não acresce muito no que

diz respeito a persuadir ou gerar um impulso de consumo junto ao consumidor, não há portanto o

uso de uma das formas básicas do texto publicitário, que é a emoção. Assim, como já foi

observada, há a tentativa de fixar o “Radio Philips 531A”, na mente do público. Para atingir esse

objetivo, nada melhor que colocar em letras destacadas, com uma cor forte, a frase “Rádio

Philips”, junto da ilustração do aparelho, fazendo assim valer-se do uso da outra forma básica de

texto, o Racional. Relativo a esta modalidade de texto, a definição dada por Sant’Anna (2001,

p.162): “Informa, descreve o produto, enumera as vantagens, justifica as razões por que deve ser

comprado”.

Em destaque, também, mais duas figuras na peça: o próprio rádio, afinal o comprador,

deve saber além do nome como é o produto que deseja ter, e neste caso como é marcante na

época, devido as limitações de produção existentes. E o logotipo do modelo do rádio, pois assim

como é até hoje se vincula um produto à marca de seu fabricante, para dar-lhe identidade própria,

ou seja, no caso, não passar para o público apenas tratar-se do “Radio Philips”, mas passar que

trata-se de um “Rádio Philips” modelo “531 A”, assim, no lançamento de outros modelos, o

consumidor não irá comprar apenas o “Rádio Philips”, mas sim, comprará o rádio do modelo que

achar mais adequado as suas necessidades.

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Fim da década de 40, inicio dos anos 50, com a consolidação do rádio como grande

veiculo de mídia com abrangência nacional, atingindo um publico muito maior do que as mídias

impressas e com uma velocidade infinitamente superior, temos um avanço também no modo com

o qual se fazia propaganda. O texto publicitário ganha em conteúdo criativo, pois com o advento

de elementos sonoros na comunicação, novos recursos podem ser explorados pelos publicitários,

e houve com isso a criação de empresas especializadas em jingles e spots, como citado por

Ramos no trecho a seguir:

“Foi o período áureo do jingle. De Coca-Cola, Lever e Sonrisal, de Colgate,

Melhoral e Glostora, de, de tantos e tantos outros. José Scatena pôde fundar, em

1948, a Rádio Gravações Especializadas (RGE), nossa primeira organização de

Jingles e Spots.” (RAMOS, 1985, p. 58)

Torna-se então o meio de comunicação dominante e preferido pelas agências. É parte

fundamental do cotidiano das pessoas, com sua programação variada que atinge diferentes faixas

etárias, preferências de gênero musical, tornando-se o “companheiro inseparável” de muitas

delas, como podemos constatar no texto a seguir.

“O rádio é uma presença constante na vida de todos, representando muitas vezes,

o papel de único companheiro em momentos de solidão das pessoas. Sua

programação é fundamentalmente de lazer, entretenimento e informação, em

primeiro plano; de prestação de serviços, em segundo; e de educação, em

terceiro.” (Sampaio 2003, p. 98)

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A segunda peça do trabalho é um jingle muito interessante, com uma linguagem

influenciada pelo próprio nome do produto. O “Rádio Philips Caboclo”, da década de 50, que

utiliza no seu Jingle uma linguagem que remete ao interior, com uma música de fundo em ritmo

de quadrilha e com sotaque interiorano.

Em termos de texto, novamente há o emprego de um Texto Racional, onde são exaltadas

características do rádio como o “funcionamento com quatro pilhas de lanterna”, ou ter “quatro

faixas de ondas”, mas diferente do texto da primeira peça, utiliza o Texto Emotivo, como é

definido por Sant’Anna (2001, p 162): “Fala a linguagem dos sentimentos, das emoções em vez

de falar objetivamente da mercadoria, salienta seus efeitos”. Ou seja, em trechos como, “Estou

contente e satisfeito com meu novo companheiro, Rádio Philips Caboclo que eu escuto o dia

inteiro!”, não são destacadas características do produto, mas sim, sentimentos que o produto

desperta no consumidor.

Uma outra característica marcante da peça é sua sonoplastia. A melodia é de fácil

absorção pelo público, tem uma melodia empolgante e mesmo sendo com um ritmo mais

interiorano, agrada ao público urbano, devido ao seu ritmo alegre e contagiante. Essas

características espelham uma das vantagens da veiculação de peças publicitárias pelo rádio, o

impacto que a musicalidade e os sons, propiciam ao texto publicitário, característica esta citada

por Sant’Anna (2001, p.218): “impacto – pelo o uso da música e da sonoplastia reforça o efeito

da palavra, dando maior impacto aos textos publicitários”.

Por fim, a última peça de trabalho é um anúncio de TV do liquidificador ARNO “Magic

Click” .

Um anúncio de TV deve ser criativo, agressivo, objetivo, original, atrevido, pois é uma

mensagem que é passada muito rápida para poder gerar certo interesse no espectador, não

atingindo estas premissas básicas, acabarão como citado por Sant’Anna (2001, p.165): “...não

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prenderão a atenção do telespectador e não cumprirão o seu papel.. Serão anúncios inúteis e essa

é a ultima coisa que um anuncio pode ser”.

Você deve vender em mais ou menos trinta segundos, uma mensagem que faça com que

seja a solução dos problemas daquele que está assistindo.

E isso não é fácil, como cita Sant’Anna (2001, p.165): “Sabemos que todos nós temos

tendência a gravar, a lembrar sempre as nossas experiências agradáveis, e a esquecer as más

recordações”. Com isso, deve-se ter um pouco de cuidado com o que é exposto nestes comerciais

para não acabar confundindo a cabeça daquele que assiste, e sim, fazendo que gere um interesse e

uma vontade de consumir aquele certo produto e fazer com que seja referência para outras coisas

e não um efeito contrario de rejeição, pois um anuncio de TV é muito trabalhoso e que tem um

custo muito alto para não criar o efeito desejado pelo emissor.

Uma bela ajuda para alcançar esse resultado é lidar com a parte emotiva das pessoas, pois

anúncios com apelos emocionais acabam sendo gravados com mais facilidade na cabeça das

pessoas, pois acaba gerando uma certa identificação, fazendo com que aquele produto passe a

fazer parte da vida e parte da rotina de cada um.

“Pesquisas comprovam que, se alguma coisa for dita que não seja também ilustrada, o

espectador imediatamente a esquece. Portanto, não vale a pena dizer algo que não vá

também mostrar. Passe o comercial com o som desligado: se não vende sem o som é

ineficaz”. (SANT’ANNA, 2001, p.166)

Assim se pode entender e ter uma certa noção da importância que um comercial de TV

tem para com o espectador e a capacidade que existe nele de fixar algo na mente das pessoas

fazendo com que gere o interesse e a curiosidade que o emissor deseja passar para o destinatário.

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Um comercial de TV deve ser objetivo de tal forma, que faça com que seu telespectador

lembre-se dele quando tiver algum problema. E esse foi o efeito que a Arno buscou criar nesta

peça.

Durante o comercial, dois jovens estão na cozinha tomando uma vitamina e um deles

tenta tirar a lâmina do copo do liquidificador para lavar. Tenta de todas as formas mais não

consegue. Ouvindo a conversa e os comentários dos dois jovens, uma senhora que estava ouvindo

tudo na sala da casa aparece na cozinha e como se fosse em um passe de mágica ela pressiona um

botão na parte inferior do copo que solta facilmente a lâmina.

Os dois jovens inconformados com a “capacidade” da senhora de ter tirado tão facilmente a lamina, acabam

fazendo um comentário e a chamam de “velha”, ela ainda faz um comentário: ”Sou velha mais não sou burra... nem

surda!” Neste cenário, seriam naturais comentários como: “Que facilidade! Nunca mais vou cortar

meus dedos com a lâmina do meu liquidificador”.

O emissor conseguiu chegar onde queria, e com um toque de humor durante o anúncio

para torná-lo mais aceitável.

“É muito difícil ser engraçado, principalmente ao se fazer um comercial para a

TV. Em primeiro lugar porque um comercial engraçado tem uma audiência fria.

Não é como uma festa onde as pessoas chegam se sentindo bem, bebem alguns

aperitivos, querem relaxar e, de qualquer forma, sendo educados e sendo

simpáticos, na hora de rir, eles riem.” (SANT’ANNA, 2001, p. 166).

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Portanto deve-se ter muito cuidado com esse tipo de anúncio: ou se conquista a simpatia

daquele que está assistindo, ou se acaba com todo o trabalho e com todo o investimento do

cliente em apenas trinta segundos.

As pessoas enxergam os comercias de uma forma diferente, os vêem como uma pausa

para ir fazer outras coisas enquanto o filme não começa, ou como diz Sant’Anna (2001, p.169) “As pessoas vêem o comercial com um sentimento básico de chateação, de interrupção e

desprazer.”

Porém um comercial não foi criado para fazer o espectador rir, mais sim a intenção

principal é vender o produto, aumentar o número de vendas, e a parte engraçada é

conseqüência, é apenas uma distração para tornar o comercial mais atrativo. Os dois tem que

seguir juntos para dar certo, segundo Sant’Anna (2001, p. 169) “A venda em primeiro lugar e a

comédia em segundo”.

Seguindo tudo isso, comerciais de TV dão muito certo, basta apenas seguir uma linha

adequada para acertar o alvo certo na hora certa.

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Capitulo III – Como uma Imagem pode “valer” Por Mil Palavras –

As Várias Facetas da Linguagem Visual e a Importância da Fotografia na História

da Propaganda

Hoje temos uma grande quantidade de imagens ao nosso redor. Tanto na TV, na Internet,

nos Outdoors, revistas, temos uma quantidade sem precedentes de informações visuais que fazem

parte do nosso cotidiano.

O mundo publicitário, sabe tirar muito bem proveito grande quantidade de informação

visual, a qual o público esta exposto. Pois o grande feito, atualmente é fazer com que a imagem a

qual o publicitário está trabalhando, possa destacar em meio à inúmeras outras se faça notada

pelo seu público alvo.

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Neste capítulo, temos um descritivo, sobre como as técnicas de linguagem visual são

empregadas para obter-se um melhor retorno da peça publicitária. E também ressaltaremos a

importância da fotografia, neste pouco mais de um século – período das peças analisadas – onde

se passa do momento onde o homem aprende a registrar imagens, até o ponto atual onde uma

imagem pode ser alterada de tantas formas, que pode transforma-se de registro em engodo numa

rapidez absurda.

3.1 - Dados sobre a evolução da linguagem visual (poética).

A linguagem visual começou há muito tempo atrás. Em 1994, segundo Hoving (2000), foi

descoberta a mais antiga caverna pré-histórica pintada, ela fica localizada no sudeste francês e

possui desenhos de aproximadamente 31.000 anos de idade, são mais de 300 cavalos,

rinocerontes, leões, búfalos e mamutes, sós ou em grupos. Outros achados ostentam figuras

monumentais com até 5 metros de comprimento, gravadas diretamente na rocha.

Os desenhos eram feitos com corantes naturais, e gordura animal. Os locais decorados

eram, em geral, cavernas, grutas e galerias subterrâneas, escuras, perigosas (habitat de animais

selvagens) e de difícil acesso. Dadas às dimensões dos desenhos e a dificuldade e o risco em

produzi-los, é de se perguntar que necessidade incontrolável era essa a do homo sapiens em

produzir imagens, não obstante todos os perigos e obstáculos que teria que enfrentar para fazê-

las. Seriam as imagens utilizadas como um recurso auxiliar a caça? Seriam os animais divindades

ou símbolos? Teriam algo a ver com a fertilidade? Ou era apenas (pode-se dizer assim) arte pela

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arte? Perguntas que continuam sem resposta até os dias atuais, mas que remetem a uma reflexão

sobre a humanidade e a sua relação com a imagem gráfica.

Na Antigüidade, esse intrigante assunto foi abordado novamente, sempre relacionando a

comunicação visual com funções, importância, conceitos e interpretações diversas. Segundo

Platão, a arte, e, por conseguinte, a imagem, tinha “(...) O poder de transformar o homem

seduzindo-lhe a imaginação. É precisamente pela aparência que podeis capturar a mente

daqueles que não darão ouvidos aos vossos teoremas (...)”.

Figura 2. – Animais Policrômicos, Lascaux, França

(www.historiadaarte.com.br)

Na idade media e no renascimento, o artista gráfico servia a igreja como propagandista,

suas obras eram representadas em vitrais, estátuas, nos entalhes e afrescos. Nas pinturas e

ilustrações manuscritas, era ele que transmitia visualmente as palavras a um público que podia

ver as histórias bíblicas de forma palpável.

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Figura 3. – Vitral da época do renascimento

(www.revista-temas.com/contacto/NewFiles/Contacto7.html)

“O “realismo social” da revolução russa punha alguns fatos da comunicação visual diante

de um público analfabeto e provavelmente destituído de qualquer sofisticação. Em filmes

como “Os dez dias que abalaram o mundo” ou “O encouraçado Potemkin”, Eisenstein

inseriu trechos de jornais cinematográficos reais, mas em seu material original seguia

técnicas documentais que buscavam a autenticidade e se destinavam a convencer o

público de que se tratava de um testemunho histórico” (Dondis, 2000, p. 185).

Na fase inicial, em que a comunicação visual começou a ser gerada nos computadores, os

objetos não causavam o mesmo efeito que causam hoje, não tinham tanta perfeição. Esses objetos

apareciam na imagem através de traçado de muitos segmentos em linha reta (com influência dos

equipamentos vetoriais), que tentavam buscar sua própria forma. Essa fase se estendeu desde o

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início da década de 60 até meados da década de 70, e é conhecida como “era dos modelos de

arame”, pois os desenhos eram como maquetes feitas com arames.

Com o objetivo de conseguir um tipo de representação com texturas, foram iniciadas

pesquisas na década de 70, tentando evidenciar as superfícies que constituem esses objetos. Essa

fase pode ser chamada por “era da visualização de superfície”.

Essa fase é motivada pelo fato de que o mundo físico possui volume, conseqüentemente

viu-se que os objetos que pretendemos fazer a construção e visualização no computador são

sólidos. Dessa forma, as técnicas de visualização devem ser voltadas para volumes e não para

superfícies como era feito antes.

Nesse processo inclui-se o meio ambiente onde a energia luminosa se propaga. Essa fase

pode ser chamada de “era da visualização volumétrica”. Os equipamentos que temos não são

adequados para fazer este tipo de representação, porém o número de pesquisas sobre este assunto

é muito grande.

O processo de visualização se consiste sempre em uma imagem, sendo assim, para

representar dados de dimensão e natureza diversas, esses sistemas produzem informações visuais

em um suporte bidimensional.

Temos dois tipos de sistemas de visualização: 2D e 3D.

Os sistemas 2D (bidimensional) se dividem em programas de desenhos e pintura. Alguns

exemplos de programas de pintura disponíveis no mercado são o Paintbox, o Adobe Photoshop e

o Fractal Painter. Nestes programas de pintura, o usuário se utiliza técnicas interativas e de

processamento de imagens para especificar a cor de cada ponto da imagem. Os sistemas de

pintura requerem dispositivos vetoriais para a entrada de dados, que podem ser complementados

também por os dispositivos matriciais que são utilizados para a saída de dados.

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Nos programas de desenhos são trabalhados desenhos geométricos que possuem atributos

visuais, como por exemplo, as cores, que conseqüentemente são convertidos em imagem. O Corel

Draw, o Adobe Illustrator e o Aldus Free Hand são exemplos de programas de desenho

disponíveis no mercado.

Para a entrada de dados, os sistemas de desenhos se utilizam somente de dispositivos

vetoriais, já para a saída de dados há duas opções, ou se utilizam dispositivos vetoriais, ou de

matriciais.

Para ser utilizados dispositivos vetoriais em um sistema de desenho, devem existir

recursos de segmentação para poder fazer a conversão de dados matriciais em vetoriais. Neste

caso, é necessário um tipo de ferramenta chamada de “auto-trace”' (traçado automático).

Os programas de visualização em 3D é como se fosse uma extensão dos programas de

desenho, onde os modelos geométricos das imagens são tridimensionais. Alguns exemplos de

programas de visualização 3D disponíveis no mercado são o 3D Studio e o Renderman.

Tornando um desenho geométrico em um plano bidimensional conseguimos gerar uma

imagem partindo de tudo isso, definindo imagens sintéticas de objetos tridimensionais como se os

estivesse fotografando, começa o processo a ser empregado que é o da câmara virtual. Pode-se

também simular a entrada da luz para formar a imagem, como se é feito na fotografia. Portanto,

precisamos de um modelo da iluminação que exclui superfícies, fontes de luz e o meio

transmissivo.

Bibliografia:

DONDIS, Donis A. 1997 - Sintaxe da Linguagem Visual.

HOVING, Thomas 2000 - Arte para dummies.

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www.visgraf.impa.br/Data/RefBib/PS_PDF/eav00

3.2 – Informações sobre as técnicas empregadas para a realização das peças

publicitárias da época

Na época, ou seja, por volta da década de 30 as técnicas utilizadas eram bem poucas perto

das técnicas de hoje, mas já se desenvolvia em grande escala, começaram a aparecer uma série de

meios de exercer a publicidade, como os painéis de estrada, os out-doors, os anúncios em revistas

e jornais ficam melhores, começam a utilizar a cor no cinema que antes eram em preto-e–branco.

As agencias publicitárias criam os famosos jingles e os programas nos rádios. Tudo isso

vem trazendo avanços ate os dias atuais.

Figura 4. – Um Painel de Estrada

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(http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.proviewpropaganda.com.br/imagens/pai

neis_estrada_grande.gif&imgrefurl=http://www.proviewpropaganda.com.br/produtos_paineis_est

radas.asp&h=241&w=420&sz=31&tbnid=_yMfegNwD67uhM:&tbnh=70&tbnw=122&hl=pt-

BR&start=1&prev=/images%3Fq%3Dpaineis%2Bde%2Bestrada%26svnum%3D10%26hl%3Dpt

-BR%26lr%3D)

Figura 5. -Outdoor

(http://www.a.com.cn/Enterprise/html/OutDoor/image/img_003.jpg)

Outra técnica que começa a ser muito utilizada e exigida pelas empresas desta época, é a

pesquisa com o mercado, para saber quais as suas preferências, o publico alvo de cada produto,

em geral para conhecer o consumidor, assim utilizando o marketing. Isso tudo se torna um dos

instrumentos mais importantes.

Nesta mesma década o rádio vem em uma crescente muito grande, e faz com que os

publicitários se voltem muito para uma publicidade baseada em mais de 50% no mesmo, com a

produção não apenas de jingles e publicidades mais também programas nas emissoras, fazem

com que 10% da programação fossem constituídos de propagandas comerciais. Algumas

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emissoras traziam até o patrocínio de empresas, tudo isso acontece quando se consegue através

do governo federal o sinal do rádio.

Aqui está um rádio antigo para retratar que realmente não é um emissor muito recente na

sociedade, mais que é muito utilizado ainda, só que agora com varias mudanças que deixam mais

opções de modelos.

Figura 6 – Radio Portátil Antigo

(http://forum.mxstudio.com.br/index.php?showtopic=12182)

3.3 - Se o mesmo anuncio analisado fosse lançado nos dias de hoje, quais

seriam as alterações necessárias para a adequação da peça?

Se o anuncio fosse lançado hoje em dia, ele iria focar em um publico jovem. No anuncio

teria algumas informações do produto, ou seja, suas principais características. A linguagem da

peça seria mais moderna atingindo assim o seu público alvo, o rádio, que seria o produto

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anunciado estaria mais no centro em destaque para que as pessoas que olharem para o anuncio,

saberia qual produto ele quer mostrar.

Não usaríamos muitas cores quentes como no anúncio analisado, colocaríamos cores mais

clara, entre e o azul e o cinza dando uma idéia de tecnologia.

A nova peça usaria também o equilíbrio, pois disposta de uma maneira organizada e

alinhada seria mais fácil para a visualização do produto e ter noções de sua altura e largura.

Figura 7. - Equilíbrio

Como na peça analisada, faríamos uma peça assimétrica, para que possamos ter uma

melhor visualização do produto, colocando-o em um ângulo que possa ser vista tanto sua lateral

como sua frente. Diferente da peça analisada na nova, haveria regularidade, fazendo que fique

mais fácil a visualização do produto em destaque.

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A simplicidade seria introduzida de novo, pois assim teríamos uma peça bem organizada

para que possamos dar muito mais destaque ao produto, fazendo que seja mais fácil de ser

observado pelas pessoas.

A ênfase daria um destaque ao produto, e com certeza, como na maioria das peças

publicitárias ela seria utilizada.

Figura 8. - Propaganda com ênfase, apesar de todo seu cenário ela dá destaque a seu produto (moto)

(www.motosclassicas70.com.br)

Bibliografia:

DONDIS, Donis A. 1997 - Sintaxe da Linguagem Visual.

3.4 – Individualmente, descreva se a tecnologia contribuiu para o

aprimoramento da linguagem visual do anuncio em questão;

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3.4.1 -Alexander Rizzo Nº. 01

Com a ajuda da tecnologia o anúncio com certeza ficara melhor, e sua aparência também.

Este vai mudar suas cores, onde é feito através de pinturas será mudado para um estilo mais

avançado, feito com uma fotografia digital, computadorizada e ficará uma imagem mais viva e

bela. Sem contar a figura do rádio que vai ser muito diferente, com outras cores e muitos

acessórios.

Isto tudo daria uma idéia de um anuncio mais profissional e sério, não como ele está no

momento, onde parece até ser um trabalho escolar, sem nenhuma preocupação com a estética,

porém o que prevalece realmente é a falta dessa tecnologia que mudara totalmente o visual da

peça.

3.4.2 -Anderson Rossi Nº. 04

A tecnologia contribuiu sim para o aprimoramento das técnicas visuais da peça em

questão, pois as propagandas das décadas antecedentes utilizavam apenas uma escala de

tonalidades para a impressão de anúncio. Já no anúncio em questão percebemos a utilização das

cores, viabilizando assim chamar, de uma forma diferente, a atenção do consumidor e também

trabalhar a parte inconsciente do mesmo.

3.4.3 -Ariane Canever Nº. 05

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A meu ver, a tecnologia contribui sim para o aprimoramento da linguagem visual, pois a

parte visual do anuncio é tudo, ela que nos mostra a época e todos os detalhes.

3.4.4 -Bianca Formiga Nº. 06

Sem sombra de dúvidas a tecnologia contribui e muito para o aprimoramento da

linguagem visual da peça, pois a tecnologia nos fornece novos recursos e opções para aprimorar

tudo isso, deixando o anúncio mais moderno, com um design diferenciado e com uma aparência

mais atrativa para o destinatário. Sem essa tecnologia seria impossível conseguir um resultado de

uma imagem mais moderna que se adequa as necessidades da época que estamos que

conseqüentemente acaba chamando muito mais atenção de quem as vê. Sem contar que a

tecnologia facilita também a forma com que é feito o anúncio, pois tudo é feito pelo computador

facilitando e muito todo esse trabalho.

3.4.5 -Bruno Chamas Nº. 07

Para o aprimoramento sim, com as fotos digitais as imagens dos novos anúncios ficam

muito melhores, e também é muito mais fácil e rápido criar um anúncio hoje em dia com todos os

recursos que temos.

Mas a linguagem visual começou a milhares de anos no tempo que o ‘’homem’’ ilustrava

as cavernas, eles faziam trabalhos maravilhosos com muito pouco recurso, para se ter um bom

anuncio num é preciso somente uma grande tecnologia, você tem que ser criativo. Há muito

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tempo atrás quando não tínhamos toda essa tecnologia o homem fazia anúncios maravilhosos ate

melhores que o de hoje em dia e sem nenhuma ajuda tecnológica.

3.4.6 -Bruno Nicoletti Nº. 08

Com certeza, a tecnologia contribuiu e muito para o aprimoramento da linguagem visual,

com o passar dos anos, vimos e vemos que a tecnologia de um produto, é bem explorada nos

anúncios, o publico alvo busca cada vez mais a tecnologia, o que o produto pode oferecer, então

nós publicitários fazemos uso desta ferramenta, para persuadi-los, colocando como primeiro

plano, a tecnologia, com fotos, imagens e palavras, podemos tomar como exemplo o anuncio do

rádio da década de 30 e o anuncio feito para os dias atuais.

3.4.7 - Carla Candelária Nº. 10

Com Certeza a tecnologia contribuiu sim para o aprimoramento na linguagem visual; pois

o anúncio fica mais claro, e permite com que o público alvo venha ser atingido através de

inúmeros recursos tecnológicos utilizados para a criação do anuncio, fazendo com que o mesmo

tenha não só uma aparência moderna, mas de facilidade de manuseio o para o consumidor, sem

contar as grandes facilidades para criar esse anuncio com programas desenvolvidos para a

melhoria da imagem e apresentação e conseqüentemente um ótimo resultado de venda do produto

anunciado.

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3.4.8 -Yasminin Devesa Nº. 71

Sem dúvida o aprimoramento de toda a linguagem visual deve-se ao fato do grande

avanço que a tecnologia vem sofrendo com o tempo. A peça fica muito mais clara e atrativa; com

as novas facilidades que se tem hoje nas áres do design gráfico, fica cada vez mais evidente o

objetivo de chamar a atenção do público e coresponder as exigencias da época que

vivenciamos.A diferença pode ser observada desde as cores, a ausencia de muito texto até a

forma de produção e impressão do núncio. Com certeza a tecnologia nos levará a ter peças com a

qualidade cada vez melhor e mais criativas.

3.4.9 - Anderson Garcia Nº. 78

Acredito que sim, houve uma grande evolução na comunicação por meio de mídia

impressa, afinal saímos de um modo quase artesanal de se fazer publicidade, baseado

basicamente em ilustrações, para o momento no qual vivemos hoje, onde podemos até "interagir

com uma peça impressa" (tomando como exemplo algumas propagandas de perfumes, as quais

trazem junto à peça impressa, um espaço onde podemos sentir a fragrância do perfume

anunciado).

No caso da peça do rádio a evolução é evidente, naquele tempo o rádio era uma novidade,

e poucas eram as pessoas que possuíam acesso a novas formas de tecnologia, por tanto, não se

podia exigir que fossem destacadas na peça aspectos tecnológicos em relação ao produto.

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Atualmente o acesso a tecnologia, tornou-se mais acessível e com isto, torna mais fácil o trabalho

do publicitário, que pode explorar melhor características tecnológicas do aparelho, para elaborar

uma peça publicitária. Também com o avanço da tecnologia, houve uma grande evolução na

qualidade gráfica do anuncio, tanto a fotografia (a qual era pouco utilizada na época da peça

analisada), quanto as ferramentas de edição e confecção da peça (computador, impressão,

diagramação), colaboram para que tenhamos uma peça de melhor qualidade atualmente.

O único fator, o qual acredito não tenha mudado até hoje, e espero que não mude, é a

criatividade. Pois mesmo com toda a tecnologia, se não tivermos uma idéia criativa, teremos mais

um anúncio, em meio a outros milhares existentes.

3.5 - Na opinião do grupo. A tecnologia participa do processo

criativo?

O grupo, em sua opinião, concorda que a tecnologia participa com certeza do processo

criativo da propaganda, pois com o avanço da tecnologia a praticidade ficou muito maior para

construção de uma peça. Apesar de a criação vir da “cabeça” do publicitário não podemos dizer

que não acontece uma participação muito grande da tecnologia, ou seja, quanto maior esta, maior

a facilidade.

Como podemos perceber com facilidade nas propagandas da Coca-cola nos anos de 1944

e 1998 , onde o avanço da tecnologia trouxe muitas mudanças na peça publicitária. Ao começar

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pelas cores um tanto quanto diferentes ,onde uma parece ser meio apagada e a outra “viva”, pela

imagem que parece ser um desenho na propaganda mais antiga , enquanto na mais recente da

para perceber o uso da computação gráfica, e muitas outras coisas.

Figuras. 9a e 9b – Peças Publicitárias Coca-Cola

(http://www.geocities.com/MadisonAvenue/Boardroom/6816/)

A tecnologia vem trazendo muitos benefícios para a sociedade, e isso não é diferente para

com a publicidade e propaganda.

Nestes últimos tempos empresas norte americanas estão criando sistemas digitais, onde

acontece uma distribuição da publicidade em domicilio nos Estados Unidos. Este novo avanço

deverá inovar a publicidade , e foi comparado ao código de barra que revolucionou esta área de

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forma a trazer uma facilidade muito maior para os supermercados. Este é só mais um exemplo do

que a tecnologia pode fazer aliada a criatividade.

Com o passar dos anos a publicidade vai tendo que usar da tecnologia ainda mais,

acompanhando a mídia do futuro que vai estar cada vez mais utilizando da propaganda ou line,

tendo que utilizar de sua criatividade em objetos como, celulares, tv, rádio, laptop, computadores

de mesa,tocadores de MP3 e smartphones.

Tv (a) Rádio (b) Laptop (c)

Celular (d) Smart Phones (e) Computador de Mesa (f)

Figuras.10a à 10f – Exemplos de Canais de Mídia

(http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=5798)

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3.6 - O grupo vai criar um anuncio para lançar o produto nos dias de hoje.

Elaborar um projeto de criação para a construção da peça.

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Figura. 11 – Peça Nova – Max Sound Wi-Fi Philips

A) conceito geral (idéia) / textual

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O conceito geral da nossa peça, ou seja, a idéia é de um anúncio de um rádio, da marca

Philips, que visa a venda do produto da melhor forma possível, por isso utilizamos da tecnologia,

fazendo com que o publico adquira informações mínimas para se interessar a ir atrás do produto

para adquirir a compra do mesmo. Essa seria a idéia de nossa peça publicitária.

B) Descrição e objetivos da peça

A peça contem em suas descrições: alguns componentes principais do nosso rádio que são

muito importantes para que aconteça uma interação com o cliente sobre uma base do nosso

produto, a marca que no caso a nossa é Philips, não pode faltar jamais e deve ser colocada de

forma que perceba sua presença, o nome do rádio muito imprescindível em uma peça publicitária

pois é como vão chamar o objeto quando estiver sendo vendido para o cliente, a figura do rádio

colocada ao centro da peça para ressaltar o objeto a venda, alem de um chamativo como o

surpreenda-se que faz com que as pessoas fiquem ainda mais interessadas a saber do nosso

produto.

O objetivo principal do nosso anúncio é chamar a atenção do cliente para que haja a venda do

produto, este é sempre o objetivo maior de uma empresa, existem outros,entre eles estão mostrar

a qualidade do produto, os acessórios que fazem o nosso microsystem ser considerado de alto

nível, com a tecnologia wi-fi, a potência, principalmente o que podemos encontrar de diferente

em relação aos outros aparelhos e assim atrair os compradores

C) pesquisa iconográfica (imagens) indicar as fontes das pesquisas

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Foram realizadas pesquisas no livro Sintaxe da Comunicação Visual de Donis Dondis

(1997).

As características do produto indicada no anuncio foram retiradas de rádios Philips.

Não se baseamos em nenhum outro anuncio, o novo anuncio foi criado espontaneamente

no Adobe Photoshop CS2.

D) Elementos Projetuais

- Cor – paleta de cores

Figura. 12 – Palheta de Cores

Não usamos muitas cores quentes como no anúncio analisado, colocamos cores mais

clara, entre e o azul e o cinza dando uma idéia de tecnologia.

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- Tipografia

Figura 13 – Tipografia

Usamos essa fonte mais arredondada, para dar um visual de modernidade ao anuncio. A

cor da fonte se encaixou muito bem com a cor de fundo do anuncio.

- Diagramação – Rascunhos

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(a) (b)

(c) (d)

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(e) (f)

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(g)

Figuras. 14a à 14g – Processo de Construção do Anúncio

- Ilustrações

Figura. 15 – Ilustrações Utilizadas na Peça

Fonte - www.philips.com.br

E) Perfil do publico alvo

O Anúncio se destina ao público moderno que gosta muito de tecnologia e um bom som.

F) Tecnologia utilizada para a produção do anuncio

Foi utilizado o Adobe Photoshop CS2

G) Bibliografia de Produção

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www.philips.com.br

DONDIS, Donis A. 1997 - Sintaxe da Linguagem Visual.

3.7 - Analisar o anúncio (antigo) utilizando um processo de demonstração.

As técnicas de comunicação visual servem para dar ao designer uma grande

variedade de formas para que o mesmo expresse visualmente o conteúdo do

produto (Dondis A. Dondis).

As escolhas das técnicas visuais devem ser cuidadosamente escolhidas pois poderão

acarretar o sucesso absoluto de um produto ou o fracasso dele.

O designer não pode ser tão sutil, nem tão intenso na utilização das técnicas visuais, pois

isso pode comprometer o resultado da peça. O designer deve definir claramente quais técnicas

serão utilizadas, senão definir as técnicas a informação que deveria ser passada será insuficiente.

As técnicas visuais funcionam em extremos. Ou seja, cada técnica tem o seu oposto.

Veremos a seguir algumas técnicas e como elas são aplicadas na peça: Rádio Philips (1936).

3.7.1 - Equilíbrio e Instabilidade

A peça esta disposta de uma maneira alinhada e organizada, dando a impressão que esta

em formato de circulo como visto na figura abaixo, esta é uma técnica chamada equilíbrio.

Se as formas geométricas da peça estivessem dispostas aleatoriamente, teria sido utilizada

a técnica instabilidade, que é a técnica que se opõe a técnica equilíbrio.

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Figura. 16- Equilíbrio e Instabilidade

3.7.2 - Simetria e Assimetria

Podemos dizer que a peça também é assimétrica, pois não conseguimos traçar um eixo

vertical ou até mesmo horizontal que a separe em duas partes iguais. Se tivesse sido utilizada a

técnica de simetria, nós conseguiríamos traçar um eixo que a separasse igualmente.

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Figura. 17 - Simetria e Assimetria

3.7.3 - Regularidade e Irregularidade

Na peça não conseguimos traçar um plano para que as formas se encaixem dentro de um

método constante e invariável, como verificamos abaixo, as figuras não se encaixam nos quadros

disposto, nem do modo que foram dispostos, nem se forem dispostos em qualquer outro método.

Isso se chama irregularidade.

Se as formas estivessem dentro de um plano, nós a chamaríamos de regularidade.

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Figura. 18 - Regularidade e Irregularidade

3. 7. 4 - Simplicidade e Complexidade

Como podemos observar na figura a seguir, nas figuras do globo e da estrela não foram

utilizados pelo designer uma riqueza de detalhes, na verdade estas figuras estão bastante

simplificadas, este fato de não ser utilizados tantos detalhes nos leva ao que chamamos de

simplicidade. Apesar do radio, mais especificamente nos botões e no falante terem um pouco a

mais de detalhes não podemos considerar que foi utilizada a técnica de

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complexidade, já que o que esta predominando é a técnica da simplicidade.

Figura 19. - Simplicidade e Complexidade

3.7.5 - Unidade e Fragmentação

A peça no geral também se baseia na técnica da fragmentação, pois percebemos que as

formas e as letras focam um único propósito: o radio, cada unidade tem uma função, mas que se

relacionam entre si, mas que também mantêm seu caráter individual.

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Figura 20. - Unidade e Fragmentação

3.7.6 - Economia e Profusão

Na técnica de economia são utilizados poucos traços que chegam a um objetivo ou forma

desejada. Profusão é um objeto ou peça muito detalhada.

A peça fica entre essas duas técnicas não se aprofundando em nenhuma delas em

especifico, pois vemos que foram criados traços a mais que o mínimo necessário para o

entendimento de uma forma, mas também não foram utilizados traços de mais para também

atingir uma determina da forma.

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Figura 21. - Economia e Profusão

3.7.7 - Minimização e Exagero

As formas da peça estão tomando grande parte do todo da peça preenchendo grande parte

do espaço utilizado para dispor as figuras, podemos perceber então que esta sendo utilizado o

exagero. Se o todo da peça estivesse muito mais para o vazio, deixando as formas pequenas e o

todo da peça vazio teria sido utilizado a técnica da minimização.

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Figura 22. - Minimização e Exagero

3.7.8 - Previsibilidade e Espontaneidade

Como pode ser percebido na demonstração abaixo, vemos que os elementos da peça estão

dispostos de uma forma circular dando a idéia de uma previsibilidade já que a mesma esta

disposta desta maneira, mas não deixando de ressaltar que cada elemento tem sua

individualidade.

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Figura 23. - Previsibilidade e Espontaneidade

3.7.9 - Atividade e Estase

Notamos que o radio e as estrelas claramente nos dão a idéia de que estão parados, não

nos proporcionando uma sensação de que algo esta em movimento, porem como assinalado

abaixo verificamos que o designer nos da a idéia de movimento no globo, dando a impressão que

o mesmo esta girando.

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Figura 24. - Atividade e Estase

3.7.10 - Sutileza e Ousadia

O designer nesta peça tende a utilizar um pouco de ousadia, pois as cores fortes como o

amarelo e o vermelho que foram utilizados, o globo com um cinturão e a estrela valvulada não

eram cenas do cotidiano das pessoas da época.

Figura 25. - Sutileza e Ousadia

3.7.11 - Neutralidade e Ênfase

Apesar de a peça ter algumas formas que nos chama a atenção, o radio por estar em

primeiro plano é o objeto que nós focamos. Logo o designer utilizou a técnica de ênfase, que foca

um objeto ou forma em questão. O oposto da técnica utilizada é a neutralidade que sugere uma

leitura total da peça, não intensificando o olhar para um determinado objeto.

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Figura 26. - Neutralidade e Ênfase

3.7.12 - Transparência e Opacidade

Como podemos perceber o radio se opõe a frente do globo, tampando-lhe uma parte. Esta

também é uma técnica que foi utilizada que se chama opacidade. Esta técnica como dita se

sobrepõe à outra forma bloqueando-lhe uma parte. A técnica que contrasta com a opacidade é a

transparência que ocorre quando duas formas sobrepostas formam uma outra imagem.

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Figura 27. - Transparência e Opacidade

3.7.13 - Estabilidade e Variação

Analisando a peça podemos também perceber que na peça existe uma variação, pois as

formas não seguem um padrão, elas não são unidades uniformes, ou seja, as formas não são todas

circulares, ou todas retangulares, isto nos leva a conclusão de que esta sendo utilizada a técnica

de variação, mas as formas estão dispostas de uma forma circular. Se estivessem seguindo os

tópicos mencionados diríamos que foi utilizada a técnica de estabilidade.

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Figura 28. - Estabilidade e Variação

3.7.14 - Exatidão e Distorção

Notamos que não há nenhuma forma que se diferencia da sua forma original. Não há nada

desfigurado ou que fuja da realidade, a isto damos o nome de exatidão.

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Figura 29. - Exatidão e Distorção

3.7.15 - Planura e Profundidade

Como também verificamos que na peça existem mais de um plano, isto nos revela que

também foi utilizada a técnica de profundidade. Se na peça existisse apenas o radio e o letreiro, e

o radio estivesse centralizado, diríamos que foi utilizada a técnica planura.

Figura 30. - Planura e Profundidade

3.7.16 - Singularidade e Justaposição

Se observarmos, o radio, a estrela e uma parte do globo (Assinaladas na peça abaixo),

percebem que são formas bidimensionais, ou seja, conseguimos ver determinado objeto, no caso

as partes mencionadas abaixo, em dois ângulos diferentes, a isso se da o nome de justaposição.

Em contra partida, se os objetos nos dessem a sensação de serem “chapados”, ou seja, vistos

apenas de um único ângulo, diríamos que foi utilizada a técnica de singularidade.

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Figura 31. - Singularidade e Justaposição

3.7.17 - Seqüencialidade e Acaso

Como já dito a peça esta disposta circularmente, mas não há uma seqüencialidade, pois as

formas são diferentes e não estão ordenadas de forma que da a idéia de uma seqüência. Isto nos

força a acreditar que esta sendo usado uma técnica chamada: acaso, pois vemos que os objetos

estão desorganizados, mas de uma forma previamente pensada.

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Figura 32. - Seqüencialidade e Acaso

3.7.18 - Agudeza e Difusão

Apesar de não ser o tema principal, a peça também conta com uma técnica chamada

agudeza, pois observamos os contornos rígidos da estrela e da parte inferior do radio. Se fosse

usada uma técnica que as formas parecessem esfumaçadas, dando a sensação de calor, diríamos

que foi utilizada a técnica de difusão.

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Figura 33. - Agudeza e Difusão

3.8 - História da Fotografia no Século XX

Neste pouco mais de um século que separam as peças com as quais trabalhamos, ocorriam

diversas evoluções tecnológicas que auxiliaram na própria evolução da propaganda.

A Fotografia, teve sem duvida uma grande participação neste processo evolutivo, pois no

inicio, a propaganda baseava-se praticamente em ilustrações e hoje temos a fotografia como

ferramenta fundamental em grande parte das peças publicitárias de sucesso.

Vejamos agora, como se deu a evolução da fotografia através do século e como esta arte

torna-se uma das principais formas de mídia da atualidade.

3.8.1 - 1º Momento – A Fotografia nos contextos social e cultural de 1900 a

1940

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Na entrada do ano de 1900, a fotografia já tinha todos os quesitos necessários para o

registro de imagens com altíssima qualidade de exposição e reprodução, tanto que o cinema, cuja

base é fotográfica, só seria possível tecnologicamente nestas condições, sendo concretizado por

Edison e os irmãos Lumière. Na fotografia estática, os principais avanços foram de ordem

mecânica, na construção de lentes cada vez mais precisas e nítidas, e câmeras portáteis de

diversos formatos e tamanhos. A Eastman lançou, por exemplo, em 1900, a câmera Brownie, que

custava apenas 1 dólar, e que transformou radicalmente a fotografia em uma arte popular,

legando outras empresas a supremacia por uma qualidade técnica profissional.

Neste quesito, dois fabricantes de lentes se destacaram no mercado pela excelência da

construção óptica, a Carl Zeiss e a Schneider, ambas alemãs, e que contribuíram largamente para

o aumento da capacidade luminosa e qualidade da imagem formada.

Da mesma forma, foram explorados diversos tipos de formatos, pois os negativos de

Eastman eram muito pequenos, propícios apenas a amadores. Fotógrafos profissionais ainda

precisavam de chapas de negativo, mas agora confeccionados em material flexível e não mais em

vidro. Os formatos em chapa foram explorados sob diversos tamanhos por diversos fabricantes de

câmeras, mas havia sempre uma limitação comercial, da qual dependia a sobrevivência do

formato. Assim, os fabricantes de câmeras lançavam produtos que exigiam determinados

formatos, e sob encomenda deste fabricante, chapas de negativo eram confeccionadas,

geralmente pela própria Kodak. O custo disso era relativamente alto, e se a câmera não

emplacasse comercialmente, o formato era fadado a morrer, como acontece até hoje em certos

formatos de vídeo, como o Betamax (que sucumbiu ao VHS) e o Laser Disc (que morreu com a

entrada do DVD). Assim, os grandes formatos, durante todo o período que vai de meados de

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1900 até 1930, sofreram constantes modificações, sendo padronizados pela influência comercial

em três principais, as chapas de negativo 8x10 polegadas, a 5x7 polegadas e a 4x5 polegadas.

Figura 34. -Cartaz de propaganda da câmera Brownie

Já nos formatos em rolo, que eram destinados principalmente ao usuário amador - e mais

tarde ao foto jornalismo - eram mais favoráveis à aceitação comercial, de maneira que até a

própria Eastman fabricou um grande número de formatos, identificados por números como 101

(introduzido no mercado em 1901), 116, 117, 120 (introduzido também em 1901), 122

(introduzido em 1906 e descontinuado em 1949), 123 (introduzido em 1904), 127 e mais tarde,

616 e 620 (introduzidos em 1932). A maioria destes formatos não sobreviveu, sendo que alguns

deles ainda são possíveis sob encomenda. Mas a partir da década de 20, com a entrada das

câmeras de fabricação japonesa, bem mais baratas, alguns destes formatos solidificaram-se junto

ao público, razão pela qual subsistem até hoje, como o formato 120, que permitia exposições nas

proporções 6x4,5cm, 6x6 cm, 6x9 e até 6x12. O exemplo mais famoso destas câmeras, e que sem

dúvida contribuiu para sua continuidade, é a Rolleiflex.

Apesar de diferentes tentativas de formatos menores, a fábrica alemã Leitz lançou

em 1913 um protótipo de uma câmera no formato 35mm, antes apenas utilizado em películas

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cinematográficas. A idéia de usar 35 mm era, segundo o aspecto comercial, muito mais favorável

uma vez que já eram fabricadas em larga escala em função da indústria cinematográfica. Tanto

que, quase simultaneamente, a fábrica Francesa Jules Richard lançou (em 1914) a Homeos, a

primeira câmera stereo 35 mm, lançada comercialmente. Mas o fato desta ser uma câmera

stereoscópica, a limitava em termos de trabalho, e paralelamente a fábrica de Leitz continuou a

aperfeiçoar um modelo que foi lançado definitivamente em 1924, à lendária Leica. Câmera

extremamente compacta, com velocidade fixa em 1/40 seg. e de mecânica simples e impecável.

Mas seu maior trunfo era sua lente: resultado do trabalho de Ernest Leitz como fabricante de

microscópios e telescópios antes de criar sua própria firma, e da união deste com Oskar Barnack,

que trabalhava também na fabricação de lentes na Zeiss. Dessa sociedade, o resultado foi uma

câmera amadora com uma qualidade óptica extraordinária, e que aos poucos foi ganhando

mercado, sendo usada largamente no foto jornalismo. Já em 1930, a Leica era tão popular que o

formato 35 mm começou a ser progressivamente preferido para o uso amador, estourando como

formato após a Segunda Guerra Mundial.

Figura 35 - A lendária câmera Leica

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Em oposição a excelência técnica alemã, entre os anos 10-30, surgiu uma nova potência

na fabricação de lentes e câmeras: os japoneses.

Já havia fabricantes de origem nipônica desde 1890, muitas vezes em sociedades com

firmas alemãs, mas após a Primeira Guerra houve um verdadeiro boom de grandes indústrias,

como por exemplo a Nikon (Nippon Kogaku), formada em 1917, a Olympus e a Asahi Pentax,

ambas de 1919, a Minolta de 1928, a Canon de 1933 e a Fuji, de 1934.

Até então, o ato de fotografar consistia em expor, por uns breves instantes, um filme à luz.

Após essa exposição, o filme tinha de ser submetido a um processo de estabilização química, que

é a revelação e posteriormente a imagem tinha que ser transferida para um papel fotográfico. O

slide permitia o registro de uma imagem positiva no próprio filme, com uma ótima qualidade.

3.8.2 - 2º Momento – Abordagem da fotografia no período de 1941 a 1980

A história da fotografia confunde-se com as diferentes abordagens que, em diversos

momentos do pensamento ocidental, aplicou-se à imagem fotográfica. A idéia de que o que está

impresso na fotografia é a realidade pura e simples já foi criticada por diferentes campos do

conhecimento, desde a teoria da percepção até a semiologia pós-estruturalista. A própria crítica à

essência mimética da imagem fotográfica já envolve um exercício de interpretação desta imagem,

datado e, por conseguinte, historicamente determinado. Percebendo tais injunções, o filósofo

francês Philipe Dubois, apresenta dois momentos desta crítica:

1. A fotografia como transformação do real (o discurso do código e da desconstrução)

2. A fotografia como o vestígio de um real (o discurso do índice e da referência).

A primeira postura, predominante no século XX, compreende três setores do saber:

Estudos relativos à teoria da percepção, representados pelos escritos de Rudolf Arnhein em seu

livro Filme como arte. O ponto de partida das considerações de Arnhein é a desnaturalização da

representação fotográfica, estabelecendo uma comparação entre a imagem fotográfica e o objeto

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concreto. A fotografia é bidimensional, plana, com cores que em nada reproduzem a realidade

(quando não é em preto e branco). Ela isola um determinado ponto no tempo e no espaço,

acarretando a perda da dimensão processual do tempo vivido. É puramente visual, excluindo

outras formas sensoriais, tais como o olfato e o tato. Enfim, a imagem fotográfica não guarda

nenhuma característica própria à realidade das coisas. Vale lembrar que, uma desconstrução

como a do realismo fotográfico, detém-se, exclusivamente, sobre os efeitos que os recursos da

técnica fotográfica exercem sobre a percepção, não considerando os aspectos de conteúdo da

mensagem fotográfica.

A vaga estruturalista da década de 60 esforçou-se em denunciar os efeitos ideológicos

produzidos pela imagem fotográfica, tanto pela expressão estética embutida neste tipo de

imagem, quanto pelo seu conteúdo. Do ponto de vista da estética da imagem fotográfica, Hubert

Damisch e Pierre Bourdieu, ambos escrevendo entre 1963 e 1965, denunciam o débito da

fotografia à noção de espaço perspectivo, própria ao pensamento renascentista e fortemente

marcada por uma determinada visão de representar o mundo. Para esses autores, a fotografia é

baseada em convenções socialmente aceitas como válidas e, sendo assim, constitui um

importante instrumento de análise e interpretação do real. Dando continuidade às criticas da

década de 60, a revista Cahiers du Cinema, na década de 70, investe na denúncia do caráter

ideológico das fotografias de imprensa. Num artigo histórico - ‘Le Pendule’, datado de 1976 -,

Alain Bergala aborda as fotografias históricas, denunciando aquilo que chamou de “a parte

‘encenada’ das imagens que marcaram a história”. Para este autor, tal encenação seria garantida

pelos modos de integração do fotógrafo na ação, pelo efeito de paragem da imagem, pelo papel

da grande angular, etc., elementos que, conjugados ao texto impresso, produziriam uma

determinada versão dos fatos históricos que, pelo realismo fotográfico garantiriam o estatuto de

verdade anunciado.

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A terceira e última postura ligada à concepção da fotografia como a transformação do real

remete a uma postura antropológica, cuja principal preocupação é apontar que o significado da

mensagem fotográfica é convencionalizado culturalmente. Neste sentido, a recepção da fotografia

e sua compreensão pressupõem certa aprendizagem, ligada à interação dos códigos de leitura

próprios à imagem fotográfica.

O grande problema desta primeira postura crítica, a de Rudolf Arnhein, apontado por

Dubois, é desconsiderar a realidade empírica que fundamenta os discursos imagéticos, operando,

exclusivamente, sobre eles. Neste sentido, não haveria realidade fora dos discursos que a

revelam.

Já a segunda postura crítica em relação ao realismo fotográfico ultrapassa os processos de

desconstrução discursiva, retomando, em outro nível, a questão do referente, ou ainda da

materialidade da imagem fotográfica. O ponto de partida é compreender a natureza técnica do ato

fotográfico, a sua característica de marca luminosa, daí a idéia de indício, de resíduo da realidade

sensível impressa na imagem fotográfica. Em virtude deste princípio, a fotografia é considerada

como testemunho: atesta a existência de uma realidade. Como corolários deste momento de

inscrição do mundo na superfície sensível, seguem-se as convenções e opções culturais

historicamente realizadas.

3.8.3 - 3º Momento – Fotografia das décadas atuais (1981 a 2006)

A evolução tecnológica trouxe maravilhas tecnológicas que é a fotografia digital. A

fotografia digital surgiu graças à necessidade espacial de registrar imagens, portanto é

embrionária da Guerra Fria, mais especificamente no programa espacial norte-americano. As

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primeiras imagens sem filme registraram a surpefície de Marte e foram capturadas por uma

câmera de televisão a bordo da sonda Mariner 4, em 1965, eram 22 imagens em preto e branco de

apenas.

Também para fotógrafos que trabalhavam em localidades de difícil acesso, a fotografia

analógica era um fardo devido ao seu processo químico para a revelação dos trabalhos, que os

fotógrafos tinham dificuldades para levar mini laboratórios até essas localidades. Foi quando em

1990 a Kodak lança a DCS 100, a primeira câmera digital comercializada. Seu custo impediu o

uso desse modelo no foto jornalismo e em outros seguimentos profissionais, mas nasce ali a

fotografia digital. Em 10 anos a fotografia digital se tornou tão comercializada que vêm tomando

o espaço todos os dias da fotografia tradicional, pois os preços dos componentes eletrônicos caem

e a qualidade da imagem melhora.

A fotografia digital utiliza-se da luz para sensibilizar um sensor chamado CMOS ou CCD

que converte a luz em códigos eletrônicos digitais, ou seja, uma matriz de números digitais que

são armazenados em um cartão de memória que podem ser passados para um computador ou

diretamente para uma impressora, podendo ser reutilizados logo após. Ainda na câmera digital

temos funções como: modo manual ou automático, resolução (megapixels), zoom analógico (ou

ótico), zoom digital, spot meter, 2-stage Shutter Release (disparador de dois estágios), flash

(embutido e externo), red eye reduction, self-timer, white balance, macro, compensação de EV,

ajuste manual do índice ASA, interpolação.

3.8.4 – Um Resumo

Portanto, podemos afirmar que entre o objeto e a sua representação fotográfica interpõe-se

uma série de ações convencionalizadas, tanto cultural como historicamente. Afinal de contas,

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existe uma diferença bastante significativa entre uma carta de visita e um instantâneo fotográfico

de hoje. Por fim, há que se considerar a fotografia como uma determinada escolha realizada num

conjunto de escolhas possíveis, guardando esta atitude uma relação estreita entre a visão de

mundo daquele que aperta o botão e faz ‘clic’.

É, justamente, por considerar todos esses aspectos, que as fotografias nos impressionam

nos comovem, nos incomodam, enfim imprimem em nosso espírito sentimentos diferentes.

Quotidianamente, consumimos imagens fotográficas em jornais e revistas que, com o seu poder

de comunicação, tornam-se emblemas de acontecimentos, como aquela já famosa foto do

bombeiro carregando o corpo inerte de uma criança no atentado do edifício em Oklahoma, em

abril de 1995. A simples menção da foto já nos remete aos fatos e aos seus resultados.

Por outro lado, também faz parte da nossa prática de vida fotografar nossos filhos, nossos

momentos importantes e os não tão significativos. Um elenco de temas que vai desde os rituais de

passagem até os fragmentos do dia-a-dia no crescimento das crianças. Apreciamos fotografias, as

colecionamos, organizamos álbuns fotográficos, onde narrativas engendram memórias. Em

ambos os casos é a marca da existência das pessoas conhecidas e dos fatos ocorridos, que salta

aos olhos e nos faz indicar na foto recém-chegada da revelação: “Olha só como ele cresceu!”.

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Capitulo IV– A Psicologia como “Mercadoria” – Como Fatores

Psicológicos Influem o Consumidor

Neste capitulo buscamos mostrar a importância de vários aspectos psicológicos que

influenciam no processo de interesse, informação,motivação, personalidade e percepção do

consumidor por um produto. Estes processos psicológicos são partes fundamentais na moldagem

do comportamento do consumidor, e através da análise detalhada destes fatores, podemos ter um

melhor embasamento para que se determine diretrizes eficientes para abordar o consumidor e

expor a peça de forma atrativa, dinâmica e eficiente.

A psicologia é uma ciência que se propõe ao estudo do comportamento humano e dos

processos psíquicos. Cabe a psicologia estudar questões ligadas a personalidade, a aprendizagem,

a memória, a inteligência, e também a comunicação interpessoal. A psicologia utilizada na

publicidade está mais voltada para a permeabilidade do comportamento e nas possibilidades de

como influenciá-lo.

A seguir faremos uma descrição mais detalhada destes fatores, e para isso tomaremos

como base as peças utilizadas pela agência no Projeto Integrado.

4.1 -Personalidade

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Personalidade é definida como respostas consistentes à estímulos ambientais,

proporcionando ao indivíduo experiências e comportamentos relacionados ordenada e

coerentemente. É o padrão particular de organização que torna o indivíduo único e diferente de

todos os outros, ou seja, são características e comportamentos individuais que tem como base

influências externas e editam um padrão comportamental de um indivíduo.

“Personalidade procura definir as características individuais que determinam um padrão

geral de comportamento para o individuo. Estas características pessoais resultariam,

grosso modo, numa percepção do ambiente desta ou daquela forma, e influenciariam a

motivação.” (Gade,1998,p. 32).

Podemos encontrar três teorias para o estudo da personalidade: Teoria Psicanalítica, a qual

se baseia na Teoria Freudiana.

Essa teoria foi utilizada para mostrar que as motivações a nível mais profundo eram as

responsáveis pela aceitação, ou não, dos consumidores em relação a produtos e bens de

consumo.“A Teoria Psicanalítica propõe que o sistema de personalidade humano consiste em id,

ego e superego.” (Engel, 2000, p. 283).

O id representa os desejos, é uma necessidade imediatista de consumir; é um consumo

impulsivo onde o individuo tem pouco ou quase nenhum controle. “É a fonte da energia psíquica

e busca a gratificação imediata para as necessidades biológicas e instintivas” (Engel, 2000,

p.283).

Na campanha do liquidificador “Magic Click” da ARNO, o consumidor pode comprá-lo

apenas pela impulsão,devido a inovação do novo botão de limpeza,que os outros liquidificadores

não possuem. Fazendo com que o consumidor busque apenas o seu prazer e a gratificação

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imediata, sem se preocupar com as conseqüências após a compra.Ou até mesmo o Rádio Philips

Caboclo que levará à compra pelo impulso, por ser muito mais econômico que os outros rádios da

época.

O Ego é um mediador entre duas outras estruturas (id e superego). Ego é o consumidor

consciente que pesa os pós e os contras antes de realizar determinada compra.

“Através da seletividade perceptiva, o ego fará o individuo perceber somente os aspectos não

ameaçadores, bloqueando os perigosos, e isso evidentemente de acordo com a estruturação psíquica

individual”.(Gade, 1998, p.38).

“ Ego medeia as exigências hedonistas do id e as proibições moralistas do superego.”(Engel,

2000, p. 283).

Se o consumidor ver a campanha dos liquidificadores Arno na TV, ele vai gostar muito da

idéia; somente irá comprar o produto se realmente estiver precisando dele. Ele não comprará um

liquidificador sendo que já possui um em sua casa, apenas pela inovação do botão que facilitará

sua limpeza.

Já a estrutura de superego tem a função de “sensor” da personalidade; todas as

convenções morais são geridas pelo superego. O consumidor sente certa culpa antes ou após o

consumo de certo produto.

“Cabe o superego uma vigilante auto-observação, sendo que, de acordo com sua estruturação, sua

severidade pode ultrapassar de longe o rigor necessário para uma vida em sociedade”.(Gade, 1998, p.39)

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“Representa normas e serviços sociais ou pessoais como um limite ético do comportamento” (Engel,

2000, p.283).

Imagine que o consumidor está na frente da gôndola, observando o liquidificador, mas

não irá comprá-lo, pois pode se sentir culpado na compra de um liquidificador que a única

característica que se difere dos outros é um botão, para ele pode parecer dinheiro gasto sem

necessidade.

Temos também a Teoria Sociopsicológica que ao contrário da teoria psicanalítica, na qual

a personalidade tem como base principal as características individuais da pessoa, a teoria

sociopsicológica entende que a personalidade do indivíduo tem relação direta com a sociedade na

qual o mesmo vive. Sendo assim ela está diretamente ligada aos fatores externos aos quais é

submetido, ou seja, há uma interdependência do indivíduo para com a sociedade a qual vive.

“A Teoria Sociopsicologica reconhece a interdependência do individuo e da sociedade. O individuo luta

para atender as necessidades da sociedade, enquanto a sociedade ajuda o individuo a atingir suas metas.”

(Engel, 2000, p. 284)

Por fim, temos a Teoria de Traços e Fatores.

Traço é uma característica marcante, única e individual que compõe a personalidade de

um individuo, característica esta que geralmente marca diferenças individuais.

“A Teoria do Fator de Traço é uma abordagem quantitativa da personalidade. Esta

teoria postula que a personalidade de um individuo é composta de atributos

predispostos definidos chamados traços”( Engel, 2000, p. 284)

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A teoria do fator de traço baseia-se em três pontos:

-Alguns traços podem ser comuns a muitos indivíduos;

-Estes traços não devem, ser instáveis, tem o mesmo efeito sobre o grupo, mesmo em situações

ambientais diferentes.

-Os traços podem ser inferidos da mensuração de indicadores comportamentais.

4.2 - Motivação

Sua origem vem da palavra motivo, com o sentido de causa que está psicologicamente

ligada as ações do homem e dos animais em geral.

Existem duas espécies básicas de forças responsáveis pelas ações, as fisiológicas, que

estão relacionadas com sentimentos como fome, sono, doença, entre outros; e as emotivas, que

estão ligadas ao desejo de agradar e ser aceito pelas pessoas á sua volta.

São inúmeras as teorias que tentam explicar a motivação, entre elas se destacam:

Teoria do Condicionamento, que tenta explicar os motivos destacando um reforço

externo, satisfazendo uma necessidade.

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Teoria Cognitiva, valoriza a motivação, incluindo valores como objetivos, intenções e

expectativas.

Teoria Humanista, estabelece uma hierarquia entre necessidades e motivos.

Teoria Psicanalista, responsabiliza as experiências infantis como fonte principal dos

comportamentos posteriores.

A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação.

Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de

valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma

necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para

satisfazê-la.

Praticamente nenhuma pessoa procurará reconhecimento pessoal e status se suas

necessidades básicas estiverem insatisfeitas. Maslow apresentou uma pirâmide, onde as

necessidades humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de importância e

influência, cuja base estão as necessidades mais baixas e no topo as mais elevadas.

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Figura 36. - A Pirâmide de Maslow

Em relação a peça do Rádio Philips, observamos que nos passa alegria, desejo, gera uma

certa excitação, e suas cores fortes, escuras se destacando chama atenção. As informações

passadas geram uma espécie de confiança e desejo de obter o produto, portanto, a necessidade

presente é a de Status.

No Liquidificador Arno, a peça de uma forma humorística informa que o produto pode

ser utilizado por qualquer pessoa sem distinção de idade, pois há uma facilidade incrível de

utilizar o produto, nos informando que trás uma tecnologia diferente das utilizadas pela

concorrência. A peça gera um sentimento de afeto com o produto através da sua propaganda,

causando uma alegria, expectativa, surpresa no consumidor.

Já no Jingle Rádio Philips Caboclo, são usadas palavras fáceis para a memorização do

público, sem contar que é informativo, apela para um laço afetivo com o consumidor e seu estilo

de letra e tamanho engloba os aspectos que o produto possui, incentivando assim a sua compra.

Pelo estilo utilizado quanto a música caipira e/ou sertaneja, causa um efeito humorístico. Suas

reações são expressivas, pensamentos e sentimentos conscientes, contando com ativação e

divertimento.

4.3 - Percepção

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A percepção é o processo de decodificar os estímulos que recebemos. Se as necessidades

e motivações de um indivíduo, analisadas anteriormente, se concretizam, por vezes, na compra e

no consumo, não se deve concluir daí que as forças internas do ser humano são suficientes para

explicar o seu comportamento. A razão é simples: o que um consumidor compra depende, para

além das suas necessidades mais profundas, dos produtos e serviços disponíveis no seu meio

envolvente e do modo como os percebe. Além disso o conceito da "utilidade" da compra parece

afastar-se cada vez mais da racionalidade. “Percepção tem sido definida como sensações

acrescidas de significados .”(Gade, 1998, p. 29)

Em termos gerais, a percepção pode ser descrita como a forma como vemos o mundo à

nossa volta, o modo segundo o qual o indivíduo constrói em si a representação e o conhecimento

que possui das coisas, pessoas e situações, ainda que, por vezes, seja induzido em erro.

Percepcionar algo ou alguém é captá-lo através dos sentidos e também fixar essa imagem.

As relações entre o indivíduo e o mundo que o rodeia são assim regidas pelo mecanismo

perceptivo e todo o conhecimento é necessariamente adquirido através da percepção. O processo

perceptivo inicia-se com a captação, através dos órgãos dos sentidos, de um estímulo que, em

seguida, é enviado ao cérebro. A percepção pode então ser definida como a recepção, por parte

do cérebro, da chegada de um estímulo, ou como o processo através do qual um indivíduo

seleciona, organiza e interpreta estímulos. Este processo pode ser decomposto em duas fases

distintas: a sensação, mecanismo fisiológico através do qual os órgãos sensoriais registram e

transmitem os estímulos externos, e a interpretação que permite organizar e dar um significado

aos estímulos recebidos.

Os dois tipos de percepção mais conhecidos, são: a percepção subliminar, que se remete

aos estímulos registrados em nível subconsciente, não podendo ser utilizada para um

condicionamento em nível inconsciente. E a percepção de risco, que o que tange é a compra, a

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incerteza quanto ao objetivo da compra, dúvida quanto à satisfação, custo principalmente

relacionado a bens duráveis, risco de desaprovação social, indecisão em função de grande

variedade de escolhas.

4.4 - Cores

Diagnósticos de psicólogos comprovam que as cores escolhidas, não são meras

especulações subjetivas, e que podem ser justificadas cientificamente de acordo com a

personalidade das pessoas. “Na comunicação, a cor tem uma função bem definida e específica,

deve ajudar na clareza da mensagem a ser transmitida”. (Tisky-Franckowiak, 2000, p. 207)

Vermelho, traduz sensualidade, erotismo, dominação e ciúme. Pessoas que escolhem essa

cor são colérica, dinâmica, extrovertida, ativa e impulsiva.

Amarelo, cor mais fria que o vermelho mas também é alegre, espontânea e extrovertida.

Pessoas que escolhem essa cor são sanguínea, extrovertida, espiritualizada, criativa e afetiva. O

lado negativo de quem escolhe essa cor é que pode indicar que a pessoa tem tendência a

somatizar doenças de cunho psicológico, pelo controle forçado pelas emoções.

Laranja, engloba porções do Vermelho e do Amarelo, são pessoas charmosas e alegres.

Revelam extroversão calorosa e espontânea, com equilíbrio entre a excitabilidade e a apatia.

São pessoas exageradas em prazeres orais como: exagero na alimentação, fumar, beber,

satisfações sexuais, ambições de riqueza e poder.

“As três cores, vermelho, amarelo e laranja, são quentes, vivas, alegres e

espontânea, perceptivamente têm muito me comum. Representam aqueles

indivíduos que mais agem do que planejam. São os executores de idéias filosóficas

de outros, põem em prática a teoria já elaborada, dando movimento e dinamismo

ao mundo. São três cores libidinais e mais de vivências físicas do que intelectuais.

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Simbolizam líderes dominadores e carismáticos, atividades contagiantes e

apaixonadas.” (Tisky-Franckowiak, 2000, p. 201)

Azul, é a primeira cor fria, acalma e tranqüiliza o ambiente. É a mais escolhida pelas

pessoas normais e equilibradas, pois é a cor da paz, meditação e intelectualidade, dos pensadores

e construtores de idéias. São pessoas introspectivas, altruístas, equilibradas, puritanas, amigas,

passivas e pessimistas. São excelentes amigos e pais, identificando com o ideal da família,

aconchego e ternura. Gostam de ordem e de limpeza e tem sensibilidades estéticas.

Verde, é uma mistura entre o amarelo e o azul, contem o impulso ativo e a tendência do

descanso e relaxamento. Fornece proteção e abrigo. São pessoas melancólicas, introvertidas,

angustiadas, passivas, sinceras, idealistas, egocêntricas, mas confiável.

Violeta, vermelho com azul, é um jogo implícito entre o frio e o quente. Conduz o

indivíduo à irritação e a insatisfação. Pessoas ligadas à cor violeta são pessoas intranqüilas,

introvertidas, inquietas, depressivas e inseguras.

Marrom, contém o negativo do preto e a violência e impulsividade do vermelho, é a cor

da resistência psicológica, da persistência daqueles que nunca abandonam um caminho traçado.

São pessoas auto-suficientes, tradicionais, moralistas, desconfiadas, independentes, materiais e

objetivas.

Branco, longe de ser a famosa cor da paz, o branco é a adição de todos os comprimentos

de onda, é a mais intensa e irritante. Provoca carência e solidão. São pessoas intransigentes,

intolerantes e autocríticas. Debilita a personalidade, com tensões emocionais e fuga da realidade.

Preto, é a ausência de luz e corresponde a buscar as sombras e a escuridão. É a cor da vida

interior sombria e depressiva. Pessoas que escolhem essa cor são negativas e introspectivas.

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Cinza, uma cor neutra, fria e é também o conjunto de todos os comprimentos de onda,

corresponde à negação da realidade. São pessoas introspectivas, que foge do convívio social para

não sofrer.

A preferência por cores varia de acordo as situações e dificuldades, por isso não temos

uma exata validade e precisão.

A propaganda do Rádio Philips 531A, de 1936 nos mostra o uso abusivo das cores fortes,

como o vermelho e o amarelo, que transmite energia, calor, desperta empolgação e emoção. O

uso das cores fortes, como plano de fundo, e o rádio em primeiro plano fazem com que o público

alvo repare na propaganda, que por sua vez tem um grande destaque por ser o meio de

comunicação mais prestigiado na época. O estímulo da propaganda foi totalmente focado nas

cores fortes

Já no anúncio em mídia, as cores prevalecem.A grande importância em termos de

influência do uso da cor no mundo moderno remete aos fatores da atenção que desperta e das

sensações que nos transmitem.

4.5 - Conclusão

Há teorias da personalidade diversas que procuram definir as características individuais

que determinam um padrão geral de comportamento para o individuo.E estas características

pessoais resultariam numa percepção do ambiente desta ou daquela forma, e influenciaram a

motivação.

A motivação vem conceituada como um estado ativado que gera comportamento

direcionado, possuindo dois aspectos distintos: um estado motivador interno que impele o

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individuo em direção a algum objetivo; um comportamento que visa alcançar este objetivo e sua

realização, sendo estes aspectos frequentemente se encontram acompanhados de emoções mais

ou menos intensas.

A cor é uma realidade sensorial à qual não podemos fugir. Além de atuarem sobre a

emotividade humana, as cores produzem uma sensação de movimento uma dinâmica envolvente

e compulsiva.

Sendo assim , podemos concluir que a publicidade está intimamente ligada ao estudo de

muitos conceitos psicológicos, pois diversos fatores internos e externos podem influenciar o

consumidor tanto positiva como negativamente, isto é, dependerá de que forma ele interpretará a

propaganda.

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Capitulo V – Do Nanquim ao Reclame – Analise das Peças Trabalhadas no

Projeto Integrado

Neste Capitulo, buscamos fazer uma analise profunda, nas peças que elegemos como

objetos de estudo neste Projeto Integrado.

Primeiramente, faremos analise do ponto de vista da Linguagem Visual – tema também

abordado no Capítulo III – e quais as influências da linguagem visual na peça impressa.

No segundo momento, analisaremos as Ferramentas de Comunicação e Linguagem, qual

o seu papel e como o uso destas ferramentas ajudam na melhor absorção da peça pelo o público

alvo.

Finalizamos observando a influência da propaganda na história brasileira. Como

evoluímos dos primeiros anúncios nos jornais, até termos uma das mais conceituadas

propagandas do mundo.

5.1 - Elementos Básicos da Comunicação Visual

Os elementos visuais são substâncias básicas daquilo que vemos , e seu numero é

reduzido : o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, e a escala e o movimento

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são a matéria prima de toda informação visual em termos de opção e combinações seletivas. Não

podemos confundir os elementos visuais como a tinta ou filme com os materiais ou meio de

expressão que são a argila e a madeira.

“Grande parte do que sabemos sobre a interação e o efeito da percepção humana obre o

significado visual provém das pesquisas e dos experimentos da psicologia da Gestalt...”

(DONDIS, 2003, p.51).

A analise de todos os sistemas devem ser reconhecidos como um todo, formada em partes

que podem ser isoladas e vistas como inteiramente independente, e assim depois reunidas no

todo.

Qualquer unidade do sistema só pode ser modificada se modificar também o todo, do

contrário à modificação será impossível.

Existem vários pontos de vista a partir dos quais podemos analisar qualquer obra visual,

para compreende – lá melhor utilizamos um dos mais reveladores, que é decompor – lá em seus

elementos constitutivos.

A utilização dos componentes visuais básicos como meio de conhecimento e

compreensão, é um método excelente para explorar o sucesso potencial e consumado de uma

expressão.

Toda a ciência e a arte da perspectiva foram desenvolvidas durante o Renascimento para

sugerir a presença da dimensão em obras visuais bidimensionais, como pintura e desenhos. As

dimensões nessas formas visuais só podem estar implícitas, sem jamais explicita – se, mas não é

possível sintetizar sutilmente e completamente a dimensão do que em filme parado ou em

movimento.

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A lente vê como vê os olhos, em todos os detalhes e apoio absoluto de tosos os meios

visuais. O que domina a pré-visualização é um elemento simples, sóbrio e extremamente

expressivo que é a linha.

O visualizador é o artista, o artesão e o designer, pois são eles que enfatizam e manipulam

esses elementos visuais, visando o efeito pretendido.

Os elementos visuais mais simples podem ser usados com grande complexidade de

intenção: o ponto justaposto é o elemento essencial da impressão, sendo utilizado em diferentes

tamanhos, especialmente em fotografias; a foto tem a função de registrar detalhes visuais, e pode

tornar – se um meio simplificador e abstrato nas mãos do fotografo magistral.

“A Compreensão mais profunda da construção elementar das formas visuais oferece ao visualizador maior

liberdade e diversidade de opções compositivas, as quais são fundamentais para o comunicador visual”

(DONDIS, 2003, p.51).

É conveniente concentrar – se nos elementos visuais individuais, para compreender e

analisar a estrutura total de uma linguagem visual.

5.1.2 - O Ponto

O Ponto é a unidade de comunicação visual mais simples e irredutivelmente mínima.

Quando visto, os pontos e ligam, sendo, portanto capazes de dirigir o olhar. Os pontos criam à

ilusão de tom ou de cor formando o fato visual em que se baseiam os meios mecânicos para a

reprodução de qualquer tom contínuo. A capacidade única que cada série de pontos tem de

conduzir o olhar é intensificada pela maior parte dos pontos.

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Como citado por DONDIS (2003, p.51) “Quanto mais complexas forem às medidas para a

execução de um projeto visual, maior será o numero de pontos usados”. Todo anúncio é formado

por pontos.

Figura 37. - Ponto

5.1.3 - Linha

Linha é uma seqüência de pontos, ou seja, quando os pontos estão próximos entre si, que

se torna impossível de decifrar o ponto, temos a linha, pode-se também definir a linha como um

ponto em movimento.

Apesar da sua flexibilidade e liberdade a linha tem sentido: é descritiva, tem propósito e

direção, vai para algum lugar, faz algo de definitivo.

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A linha está presente também na escrita, na criação de mapas, nos símbolos elétricos. Ela

não tem forma definida, tudo depende do seu criador, como visito em DONDIS (2003, p.57): “A

linha raramente existe na natureza, mas aparece no meio ambiente”.

No anuncio, podemos notar a existência de linhas, na escrita , no logotipo da Philips e no

rádio , como apresentado na figura.

Figura 38. - Linha

5.1.4 - Forma

A linha descreve a forma.Temos três formas básicas de formas: o circulo, o quadrado e o

triângulo eqüilátero, sendo que cada uma delas tem suas características especificas.

Cada uma das formas tem suas próprias percepções psicológicas e filosóficas.

“Ao quadrado se associam enfado, honestidade, retidão e esmero; ao triângulo, ação, conflito, tensão; ao

circulo, infinitude, calidez, proteção”.(DONDIS, 2003, p.58).

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No anuncio, podemos notar a existência de formas, no globo e no logotipo da Philips,

como apresentado na figura.

Figura 39. - Forma

5.1.5 - Direção

“Todas as formas básicas expressam três direções visuais básicas e significativas: o

quadrado, horizontal e vertical, o triangula, diagonal; o circulo, a curva”.(DONDIS, 2003, p.59).

A direção horizontal-vertical tem como seu significado mais básico a estabilidade, por outro lado

à direção diagonal é totalmente o contrário, já que passa uma idéia de instabilidade, temos

também a direção curva que tem como significados associados à repetição.

No anuncio, podemos notar a existência da direção no globo e na escrita.

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Figura 40. – Direção

5.1.6 -Tom

Tom seria a intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista.O tom é

muito usado para dar dimensão a algum objeto, na maioria dos anúncios, é usada a sombra, em

tonalidades de cinza diferentes, “O valor tonal é outra maneira de descrever a luz.Graças a ele,

e exclusivamente a ele, é que enxergamos”.(DONDIS, 2003, p.64).

No anuncio, podemos notar a existência do tom, no rádio Philips e no globo, como

apresentado na figura.

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Figura 41. – Tom

5.1.7 - Cor

A cor esta ligada totalmente ao lado emocional, sendo que cada uma delas tem um

significado.

Existem três dimensões que podem ser definidas e medidas, a matriz ou croma é a

primeira delas.Há três tipos de matrizes primárias, são elas: amarelo, vermelho e azul, misturando

estas cores obtém as cores secundárias, que são: laranja, verde e violeta.

A segunda dimensão é saturação, que é a pureza relativa de uma cor, do matriz ao cinza. E

finalmente a terceira dimensão é o brilho relativo, do claro ao escuro como citado por DONDIS

(2003, p. 70), “... o fato é que revelamos muitas coisas ao mundo sempre que optamos por uma

determinada cor”.

No anuncio, podemos notar a existência das cores, no anuncio do rádio, percebemos o uso

abusivo de cores fortes como o vermelho e o amarelo, já que significam que transmite energia,

calor, desperta empolgação e emoção, a propaganda chama atenção do consumidor.

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Figura 42. – Cor

5.1.8 - Textura

“A textura é o elemento visual que com freqüência serve de substituto para a qualidade de

outro sentido, o tato”. (DONDIS, 2003, p.70).

É possível que uma textura, não apresente qualidades táteis, mas sim óticas, como no caso

das linhas de uma página impressa.Quando há uma textura real, as qualidades táteis e óticas

coexistem.

No anuncio, podemos notar a existência da textura, no rádio Philips, sem usar o tato

percebemos que o rádio tem uma textura lisa, como apresentado na figura.

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Figura 43. – Textura

5.1.9 - Movimento

O movimento esta presente em tudo que vemos, só que de forma implícita.O uso do

movimento muitas vezes pode nos enganar, na verdade pode enganar nossos olhos.A maior

descoberta quando falamos de movimento foi o congelamento da imagem, ou seja, a criação da

máquina fotográfica.

“Em parte esta ação implícita, se projeta tanto psicológica quanto cineticamente na

informação visual estática”.(DONDIS, 2003, p.80).

No anuncio, podemos notar a existência do movimento, no globo de forma implícita

percebemos o globo terrestre girando, como apresentado na figura.

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Figura 44. – Movimento

5.2 - Principais Características Lingüísticas das Peças do Projeto Integrado

O ato de se comunicar e fazer-se entendido com clareza passa por diversos aspectos

lingüísticos, onde se faz uso de várias ferramentas para obter -se uma melhor absorção do

conteúdo que oferecemos pelo receptor, alvo de nossa mensagem.

Comunicar-se com eficácia, atualmente e principalmente para nós publicitários, deixou de

ser apenas o ato simples de um emissor repassar a sua mensagem ao receptor e tornou-se algo

mais complexo. Devido à quantidade sem par de informações que temos no mundo atual, o uso

correto e às vezes até ousado de ferramentas de linguagem em uma peça publicitária, pode ser a

grande diferença entre a peça ser só mais uma, ou tocar direto ao seu publico alvo e ter o efeito

desejado pelo anunciante.

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Neste texto, iremos fazer um descritivo sobre as peças, dos três períodos, utilizadas em

nosso Projeto Integrado. Após isto faremos uma análise mais profunda sobre a nossa peça

impressa, o “Rádio Philips – 531A”, analisando o emprego destas importantes ferramentas de

linguagem no contexto da peça.

5.2.1 - Descrição das Peças Trabalhadas

Faremos aqui um descritivo sobre as peças utilizadas pela agência para trabalharmos o

Projeto integrado. Trabalhamos três peças cada qual utilizando uma mídia diferente (Mídia

impressa, Rádio e TV), utilizando-se do tema Eletrodomésticos.

Segue uma breve apresentação das peças, por ordem cronológica:

A primeira peça é relativa ao período de 1900 a 1940. O produto em destaque é o Rádio

Philips 531A , há a utilização de mídia impressa para a veiculação, e o canal utilizado foi a

Revista da Semana, Rio de Janeiro, 1936.

Temos como características a serem destacadas na peça: é uma peça colorida, onde o uso

de texto apenas identifica o produto. As imagens presentes são formadas por ilustrações e não há

a existência de apelos sensuais no anúncio.

A peça é clara e bem acessível para os padrões da época e consegue atingir o público a

que se destina. Não há uso de palavras negativas nem positivas. E destaca-se a utilização de cores

fortes e vibrantes. Pode-se perceber claramente o objetivo da comunicação (venda do produto) e

o produto que está sendo anunciado.

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Referente ao segundo período trabalhado, de 1941 a 1980, o produto em destaque é o

Rádio Philips Caboclo, onde há a utilização de mídia eletrônica, jingle, para a veiculação e os

canais utilizados foram às rádios, dos grandes centros, no fim da década de 50.

Temos como características a serem destacadas na peça: peça sonora musical, onde se tem

maior criatividade no uso de texto, como na nossa peça anterior não há a existência de apelos

sensuais no anúncio.

A linguagem utilizada sugere algo positivo. E destaca-se a utilização de uma linguagem

interiorana aliada a uma trilha musical envolvente (Código Sonoro), o que possibilita um acesso

mais fácil ao publico, e uma maior fixação da marca na lembrança do público consumidor.

Utiliza-se de frases marcantes (Linguagem fática) para fixar no consumidor as vantagens do

produto, e quem é o seu fabricante.

A peça trabalhada no terceiro período, o qual se inicia no ano de 1981 e estende-se ate à

atualidade, intitulada “Velhinha” , onde o produto em destaque é o Liquidificador Arno. Esta

peça que teve a sua primeira veiculação no ano de 2002, utiliza-se de mídia eletrônica, comercial

de TV, para a veiculação, e o canal foram às emissoras de TV, em âmbito nacional.

Peça que utiliza o humor para chamar atenção para o produto e a as funções que o

diferenciam. Este humor fica bastante evidenciado quando, por exemplo, temos explicitada a

função que facilita a limpeza do aparelho, ao permitir que se retirem as laminas do copo do

liquidificador, pressionando-se apenas um botão, aonde a personagem “Velhinha” o retira com

facilidade, diferente dos dois adolescentes, que não conseguem realizar esta operação.

Outro fato interessante é demonstrar que o idoso, não é apenas uma pessoa que “não

possuí utilidade para a sociedade”, ou é apenas um “peso-morto”. E que inteligência não tem

relação com a idade.

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Após este breve descritivo sobre as três peças trabalhadas, faremos uma análise mais

detalhada sobre a peça impressa de nossa agência, o “Rádio Philips 531A” de 1936.

5.2.2 - Análise da Peça Impressa

Baseado nas ferramentas de linguagens e suas aplicações obtêm a seguinte análise da peça.

5.2.2.1 - Ato de Comunicação

Com relação ao Ato de Comunicação, temos na peça:

Como emissor: Philips

Como destinatário: o Público Alvo (Basicamente as famílias da época, pois em 1936, o

rádio era basicamente um produto familiar).

Como Canal: A Revista da Semana, onde o anúncio foi veiculado

O código predominante é o visual, anúncio é predominantemente feito de imagens /

ilustrações.

A mensagem é todo o conteúdo veiculado no anúncio, basicamente buscando a venda do

produto

O referente envolve todos os elementos que foram citados anteriormente. Como exemplo

o destaque do modelo do rádio e sua própria ilustração vêm a ser o referente.

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5.2.2.2 - Funções de Linguagem

Função emotiva / expressiva, pois o anunciante não expressa opiniões e / ou sentimentos,

com relação ao produto na peça.

Há a existência de função conativa / apelativa, pois esta função predomina em todo texto

publicitário, com a intenção de persuadir o destinatário a que ele se interesse pelo produto

anunciado.

A própria imagem do rádio e sua identificação caracterizam a função referencial.

Observamos a presença de função fática, pois as ilustrações presentes na peça atraem a

atenção do espectador por possuírem cores chamativas, basicamente a presença de amarelo e

vermelho, e fontes com tamanho grande.

“Por meio dessas funções, o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal:

emoção, opinião e avaliações” (INFANTE,1998,p.215)

5.2.2.3 - Signos

“Um signo, ou representamen, é um Primeiro que se põe numa relação trádica

genérica tal para com um Segundo, chamado seu objeto, que é capaz de determinar um

terceiro, chamado seu interpretante, o qual se coloque em relação ao objeto na mesma

relação trádica em que ele próprio está com relação a esse mesmo objeto”.(PEIRCE,

apud SANDMANN, 1993, p.1)

O conceito de Signo ocorre por meio de palavras, imagens e outros, e relaciona-se ao

código que foi explicitado no esquema do ato de comunicação.

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Temos o conceito de Signo Icônico, nesta peça, na própria imagem do rádio no anúncio,

pois há uma relação de semelhança da imagem com o referente.

A idéia de Signo Indicial, que é aquela na qual a partir de um determinado ícone o

receptor pode deduzir qual o assunto abordado pela peça, observa-se que quando a imagem do

globo, presente no anúncio, que nos da a entender a idéia de ser um lançamento mundial,

agregando assim status ao produto.

Quanto ao Signo Simbólico, que podemos entender como toda a representação visual do

anúncio, pois o signo juntamente com o referente forma uma relação arbitrária.

5.2.2.4 - Coesão e Coerência

Relativo à Coesão, temos na peça, cores formas geométricas, fontes, personagens,

logomarcas entre outros aspectos.

Na peça foram utilizados alguns elos coesivos, como cores fortes, imagens destacadas, e

um tamanho de fonte grande.

Em alguns casos há a necessidade de utilização de uma quantidade maior de elos

coesivos, para existir uma melhor absorção da informação gerada para o destinatário, que não se

aplica ao caso do anúncio que estamos analisando, pois está bem nítida a intenção do emissor

para com o seu público-alvo, há interpretabilidade no texto, o receptor é capaz de captar com

facilidade o sentido do texto.

O conhecimento do mundo do destinatário permite que ele absorva com facilidade tanto a

mensagem do emissor, quanto seus elementos lingüísticos.

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Não conseguimos visualizar, o emprego de fatores de coerência na peça analisada.Fatores

como, conhecimento partilhado (que é o equilíbrio entre a entropia e a redundância),

aceitabilidade, informatividade, intertextualidade.

5.3 - Historia da Propaganda até os dias de hoje

A história da propaganda revela não apenas o “ponto final” da cadeia produtiva, mas

também os valores e as formas de viver da sociedade na qual ela está inserida. Trata-se de uma

atividade importante para a economia e a sociedade brasileira, e sua história, precisa ser

preservada.

No início do século XX, muitos bens de consumo não duráveis, principalmente alimentos,

vestuário, fumo e bebidas, já eram produzidos no Brasil e preenchiam as seções de anúncio dos

jornais e das dezenas de revistas: biscoitos, cervejas, cigarros, remédios, móveis, sapatos,

chapéus, águas minerais etc. Anunciavam-se também produtos importados, como vitrolas,

automóveis e seus acessórios, por exemplo.

5.3.1 - Período de 1900 a 1940

A partir de 1900, com o surgimento da Revista Semana, inicia-se uma nova fase com uma

linguagem menos agressiva, atualidades e preocupações literárias. Também surgiram as revistas

Arara e Vida Paulista, que se mantinham através das propagandas. Muitos nomes tornaram-se

conhecidos nesta época pelos anúncios em grande escala: Drogaria J. Amarante, Charutaria do

Comércio, Vinho Baruel, Antarctica, Loteria São Paulo e também a Papelaria Duprat, o

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Polytheama, a Chapelaria Alberto e a Leiteria Mandaqui. Além das peças publicitárias coloridas

mostrando vinhos, cabeleiras postiças, corpetes, cigarros e teatros de variedades, anúncios de

remédios avolumavam-se cada vez mais.

Em 1913, nasce a primeira agência de publicidade, na verdade não foi uma agencia desde

o começo, era uma firma que evoluiu no sentido da publicidade e logo se transformou em

agência, como podemos observar no trecho a seguir:

“Em seu Livro Jornal, História e Técnica, Juarez Bahia caracacterizava nossas primeiras

agências ao escrever: “Antes de 1913 não havia no Brasil organização especializada em

distribuir anúncios para os jornais.” Seria essa quase que certamente, afunção principal

daqueles pequenos escritórios pioneiros. E o Autor continua, localizando a nossa agência

inaugural: “ A primeira firma, que pode merecer a classificação de agência de publicidade,

instalou-se em São Paulo entre 13 e 14: Castaldi & Brnnaton, propietária de A Eclética.””

(RAMOS, 1985, p.29)

A Bayer foi á pioneira em fazer sucessivas campanhas. Na

década de 1920, vários temas foram abordados. Em 1922, propagandas sobre sabonete

mostravam com nitidez a preocupação com a beleza e a estética.

Em 1926 fica mais explícito esse lado de preocupação com a estética com os primeiros

anúncios sobre moda, podendo perceber a presença cada vez mais acentuada das empresas norte-

americanas. Com o aparecimento de uma industria nacional, em um quadro amplo de evolução, a

propaganda se desenvolveu mais rapidamente, assim investimentos diversos começaram, como

por exemplo, a criação da primeira clicheria comercial, organizada por brasileiros, uma

representação de agência norte-americana, a GM, através de seu departamento, assinou um

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contrato com painéis de estrada no valor de cinco mil contos e os cinemas exibiam propagandas

com slides, coloridos em lâminas de vidro. Como esses, inúmeros investimentos foram feitos a

partir destes acontecimentos que influenciaram no desenvolvimento da publicidade, mostravam

como era de fundamental importância à análise de mercado como ponto de partida, além de

abranger o setor consumidor, retalhista e atacadista, também exibiram layout dos anúncios e

desenhavam uma intensa competição com a concorrência estrangeira.

No ano de 1920 houve uma crise, e de 1930 á 1932 revoluções, que abalaram a economia

e a vida do país, paralisando também a propaganda totalmente, bem na passagem do período de

especialização (começo das agências), para a importação de modelos mais evoluídos. Em 1930,

um novo e importante componente modificou a vida dos brasileiros: o rádio. Dez por cento de

sua programação era constituído de propaganda comercial, o alcance era imenso e o consumidor

em potencial não precisava ser letrado, como o leitor das revistas, acostumado aos longos textos

dos anúncios impressos. Esse veículo foi fundamental para a difusão das realizações e do ideário

do governo Vargas, que, já em 1931, dando início à organização da propaganda política no plano

nacional, criou o Departamento Oficial de Publicidade, precursor do poderoso Departamento de

Imprensa e Propaganda (DIP), fundado somente em 1939.Neste contexto, em julho de 1937, foi

criada a ABP – Associação Brasileira de Propaganda –, cujos membros já tinham consciência da

importância e da especificidade de sua atividade na engrenagem da economia e da vida brasileira.

Entre seus fundadores, jornalistas e publicitários, estavam Cícero e Eugênio Leuenroth, Roberto

Marinho e Assis Chateaubriand. Seus presidentes atuavam tanto em agências de propaganda

como em órgãos de imprensa. Pode-se dizer que a ABP foi à primeira instituição a dar um caráter

associativo, profissional e político mais claro à atividade da propaganda no Brasil.

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5.3.2 - Período de 1940 a 1980

Em 1939, com o inicio da 2.ª Guerra Mundial, homens ligados ao mundo dos negócios

falaram a revista Propaganda o que eles achavam da situação brasileira diante a guerra. Eles não

se preocupavam, a guerra não traria modificações ponderáveis.

Na década de 40 as atividades publicitárias foram as mais turbulentas, o decréscimo

violento no movimento de anúncios, segundo Armando Almeida o período de 1941 á 1945,

foram anos de guerra também para a propaganda, guerra das trocas comerciais. Já o período de

1945 á 1950, foi o país procurando corrigir as falhas no desenvolvimento econômico e social pós-

guerra.

Os slogans tiveram destaques na época de 1948, a Rádio Nacional, veiculava boa parte,

pois era a de maior audiência, as grandes produções, as radionovelas e os programas de auditório,

com essa grande extensão do slogan, José Cabina fundou a Rádio de Gravações Especializadas

(RGE), para gravação e criação de spots e slogans.

Esse crescimento espantoso fez com que o mercado publicitário e seus profissionais

tivessem necessidades de organização, disciplina e conceitos. Nasciam em 1949 os convênios

entre agências de propaganda, juntamente com a Associação Brasileira de Propaganda (ABA) e o

Conselho Nacional de Imprensa (CNI) tempos mais tarde surgia a Associação Brasileira de

Agências de Propaganda (Abap).

Duas décadas depois do rádio, foi a vez da televisão. Inicialmente, os anúncios eram

gravados ao vivo, e só em 1960 começou-se a usar o videoteipe. Mas foi a partir de meados dos

anos 1970, como conseqüência do “milagre econômico”, que a televisão se tornou um bem

efetivamente presente nas casas dos brasileiros.

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No início dos anos 1950 no Museu de Arte Moderna, revelou que a propaganda passou a

ser vista também como forma de expressão artística. Em 1957, realizou-se, no Rio de Janeiro, o I

Congresso Brasileiro de Propaganda, que, entre outras medidas, recomendou a fundação do

Instituto Verificador de Circulação (IVC), que passou a operar em 1962, distribuindo

informações sobre a circulação de jornais e revistas, inclusive o perfil de seu público. Até hoje, os

dados divulgados pelo IVC servem de base para a escolha de veículos impressos por parte de

agências e anunciantes.

Em 1950, o Brasil recebe a sua primeira emissora de TV, a Rede de Televisão Tupi de

São Paulo, pioneira na América Latina e sob o trabalho de Assis Chateaubriant. Além de ser o

marco para o país era também o marco para a Publicidade Brasileira, a TV trouxe ao Brasil a

evolução na arte de vender.

Com a chegada da TV, inicia-se a discussão sobre estratégias de marketing como

propaganda, promoção e pesquisa de mercado para atingir as metas de vendas dos fabricantes, foi

uma virada para as Agências e todo o mercado publicitário brasileiro. Os gigantes do Rádio

foram levados a TV, locutores viravam apresentadores com os programas de auditório, e surgindo

também as garotas propagandas.

Não existia lado criativo, só se mostrava razão de compra, além de muitas vezes na

demonstração do produto algum imprevisto ocorria e como os comerciais eram feitos ao vivo, as

apresentadoras geralmente não sabiam como reagir a tal situação levantando todo um trabalho de

convencimento do público sobre o produto, portanto os outros produtos, iam por água abaixo,

começou então o chamado estilo transamazônico, um estilo de anúncios longos existentes até

hoje, havia uma preocupação de que quanto mais se falava, mais se convencia o público, mas

falar demais nem sempre é seguro, pois as pessoas perdem tempo em ler com atenção um anúncio

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na rua enquanto está passando. Anúncios devem ser breves, que chamem atenção, mas ainda

achava-se anúncios curtos, rápidos no entendimento, interessantes, e quanto menor e mais

interessante for, é sempre bem vindo.

Fundou-se em 1951, pela necessidade de formar profissionais da área, a primeira Escola

Superior de Propaganda. Com professores escolhidos entre os profissionais mais qualificados e

empenhados a orientar e visar o lado prático. Com tudo isso, as escolas formaram incontáveis

publicitários, sendo que grande parte deles foram aproveitados por agências e veículos de

comunicação, que hoje estão nos altos escalões da publicidade.

A Escola Superior de Propaganda foi o sinal da maturidade da profissão no Brasil. Surgir

em São Paulo foi importante, pois as iniciativas no campo da publicidade ainda estavam com o

Rio de Janeiro e por diversificação das industrias.

Com a popularização dos eletrodomésticos, como a GE, Walita, entre outras.

Foram muitos os acontecimentos que marcaram a propaganda brasileira na década de 60,

alguns deles influenciaram bastante na sua estrutura e fez da propaganda o que ela é hoje. Nesta

época, agências norte-americanas ditaram as normas de criação, algumas agências brasileiras

seguiram. Em certos casos, a agência projetava um tom individual em diferentes campanhas,

colocando a sua marca pessoal acima dos produtos e de seus clientes, houve então uma grande

influência japonesa de copiar, diminuir, baratear, que foi muito positiva, pois resultou em uma

melhoria expressiva do ponto de vista de padrão. Esse foi o marco de uma renovação de approach

e linguagem, que se refletiu por esses últimos anos.

Foi também o tempo em que floresciam pequenas agências, à base de equipes criativas, a

profissão ganha a universidade, tem seu reconhecimento em nível superior, uma certa aura de

sofisticação. Após quase 20 anos com uma orientação mais técnica e formativa, as faculdades de

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comunicações se iniciam trazendo mais informação a cultura.Como citado abaixo por Roberto

Dualibi:

“A propaganda ainda tem muito de evoluir, e num certo sentido, acha que iremos atingir

uma sinceridade enorme, vamos poder dizer as coisas como são e não deixar que os

preconceitos criem uma barreira entre nós e a realidade. Em publicidade, e na sociedade

em geral, as coisas que impedem as pessoas de se mostrarem como realmente são tendem

a desaparecer em um curto espaço de tempo.”

Ainda no final da década de 1970 foi dado um importante passo na defesa dos interesses

das partes envolvidas no mercado publicitário, incluindo-se aí o próprio consumidor, a fundação

do Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), encarregado de fazer valer

o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária. A criação do Conar foi iniciativa de

um conjunto expressivo de publicitários, em reação à ameaça de instituição, pelo governo federal,

de um departamento para controle da publicidade, que estabeleceria uma espécie de censura

prévia à propaganda.

5.3.3 - Período de 1980 à Atual

A indústria cultural se consolida no país e a mídia cresce e se aperfeiçoa rapidamente, a

programação e os anúncios ao vivo da televisão serão substituídos rapidamente com a chegada do

VT (Vídeo Tape) permitindo que as agências criassem e produzissem uma publicidade muito

mais sofisticada. As agências brasileiras se multiplicam e a publicidade brasileira passa a ser

considerada uma das melhores do mundo sendo o seu maior reflexo o número de premiações que

alcançam nos festivais internacionais. O final do século XX marca uma nova configuração

econômica no mundo, a globalização, irá obrigar o mercado a posicionar-se de forma

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diferenciada e este fato exige das agências uma reestruturação em termos de ganhos e de

atendimento a seus clientes, como redução de quadros, de ganhos, e maior maturidade do setor.

Este fato permite um salto na criatividade publicitária nacional alçando o país à condição de

terceira potência mundial em criação publicitária na década de 90.

Hoje já existem novas mídias: a TV por assinatura e a Internet. Ambas convivem com a

mídia exterior, os anúncios em ônibus, o marketing direto, as propagandas em revistas, jornais,

rádio, TV aberta, cinema... Com a globalização, as agências precisam estar cada vez mais

sintonizadas com as experiências internacionais em comunicação. Ao mesmo tempo, há um

consenso, entre profissionais da propaganda, anunciantes e consumidores, de que a propaganda

brasileira é mundialmente reconhecida por sua qualidade e criatividade.

Além disso, a importância do estudo e da preservação da história da propaganda no Brasil

é dada pelas amplas relações do tema com outras questões contemporâneas. Estudar a história da

propaganda é também estudar a história dos veículos de comunicação, das idéias que se fazem do

consumidor, daquilo que se qualifica como “criativo” e “inovador” em diferentes épocas, da

legislação sobre a publicidade, dos efeitos da propaganda sobre a economia e a sociedade e das

influências que a propaganda delas sofre, das modalidades de compra e venda, das embalagens e

das tecnologias, entre outros.

A propaganda hoje é responsável pelo sustento de boa parte da mídia e é inseparável do

setor de negócios e de produção, sua maturidade e capacidade de adequar-se às novas realidades

que se constituem através de todo o século XX é que a transforma em um dos bons setores de

negócios do país. O exigente público brasileiro, acostumado com a alta qualidade e

profissionalismo que se imprimiu às peças publicitárias veiculadas na mídia, é também

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responsável pela exigência de profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem

neste setor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A aplicação dos conteúdos de cada disciplina nas peças analisadas proporcionou-nos a

capacidade de desenvolver críticas e opiniões, bem como, elaborar uma análise sobre qualquer

peça publicitária que eventualmente pode nos ser fornecida.

O Ato de pesquisar vários fatores, como lingüística comunicação visual ampliou os

nossos horizontes e fez com que percebêssemos o quanto é importante uma analise minuciosa

deste tipo.

Podemos observar também como a influencia de vários fatores, não só técnicos, como

psicológicos, podem influir na decisão d esse adquirir ou não determinado bem ou serviço

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARGAN, Júlio Carlo. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. CAVALCANTI, Carlos. Conheça os estilos de pintura – da pré- história ao realismo. São Paulo: Civilização Brasileira. DONDIS, A. Dondis. Sintaxe da linguagem visual .2ºedição.São Paulo: Martins Fontes, 2000. ENGEL, JF. Comportamento do consumidor. RJ.LTC ,2000

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação.São Paulo: Blucher,1982. GADE, C. Psicologia do consumidor e da propaganda. São Paulo ,EPU,1980

INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto – curso prático de leitura e redação. São Paulo: Scipione, 1998. KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz C. . A coerência textual.. São Paulo: Contexto, 1990. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas S.A., 1998. RAMOS, Ricardo. Do Reclame à Comunicação – Pequena História da Propaganda No Brasil SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z: como fazer a melhor propaganda e obter o maior sucesso . São Paulo: Campus, 1999. SANDMANN, A. A linguagem da propaganda. São Paulo: Contexto, 1993. SANT’ANNA, Armando. Propaganda – Teoria, técnica e Prática. São Paulo: Thompson, 2001. SIQUEIRA, João H.S. O texto. 3ª edição. São Paulo: Seliunte , 1990

TISKI FRANCKOWIACK, IT. Homem comunicação e cor. São Paulo ,2000

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ANEXOS Protocolo - Análise de Conteúdo 1 – A linguagem utilizada é:

□ não acessível □ acessível □ confusa □ especializada/técnica

2 – As peças são de alcance: □ municipal □ estadual □ nacional □ mundial 3 – Qual o público alvo: □ masculino □ feminino □ adulto □ infantil □ idoso □ adulto □ infantil □ idoso 4 – Há presença da figura humana nas peças: □ sim □ masculina □ feminina □ adulto □ infantil □ idoso □ adulto □ infantil □ idoso

□ não

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□ famosos □ não famosos □ famosos □ não famosos Obs.: 5 – Nas peças, a mensagem sobre o produto ressalta: □ funções do produto / utilidade □ com apelos sexuais □ sem apelos sexuais

□ benefícios do uso do produto □ com apelos sexuais □ sem apelos sexuais

□ novidade / lançamento sem informar funções ou utilidade □ com apelos sexuais □ sem apelos sexuais

□ outros _______________________________ ______________________________________ ______________________________________

6 – Os benefícios apresentados nas peças favorecem aspectos:

□ estéticos □ beleza / vaidade □ correção física

□ sociais □ higiene □ sociabilidade

□ psicológicos

□ outros____________________________

7 – Quanto ao tempo, menciona predominantemente: □ passado □ presente □ futuro 8 – Nas peças ,o objetivo : □ venda □ campanha □ divulgação □ outros ___________________________ 9 – Nas peças publicitárias o uso de palavras/imagens/musica sugerem:

□ aspectos positivos □ bem estar individual □ bem estar da família □ outros aspectos positivos: Dá ao consumidor uma noção de status, glamour pois o produto era um novidade na época.

□ aspectos negativos Descrever aspectos__________________ _______________________________

10 – O efeito principal das peças é predominantemente expresso por: □ palavras □ imagens □ musica 11 – No anúncio estão presentes: □ slogan □ sim □ facilmente □ em destaque

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perceptível □ não perceptível

□ não

□ em destaque □ facilmente perceptível

□ o produto □ sim

□ não perceptível

□ não

□ em destaque □ facilmente perceptível

□ o fabricante □ sim

□ não perceptível

□ não 12- Observações:

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Faculdade de Publicidade, Propaganda e Turismo

Alexander Rizzo Nº. 01 Anderson Rossi Nº. 04 Ariane Canever Nº. 05 Bianca Formiga Nº. 06 Bruno Chamas Nº. 07 Bruno Nicoletti Nº. 08

Carla Candelária Nº. 10 Yasminin Devesa Nº. 71 Anderson Garcia Nº. 78

Fazendo Sua Vida Mais Fácil: Um Século da Propaganda de

Eletrodomésticos Projeto Integrado apresentado para a Faculdade de Publicidade, Propaganda e Turismo – Universidade Metodista de São Paulo, em cumprimento parcial às exigências do curso de Publicidade e Propaganda, para conclusão do I Semestre, sob orientação da Professora Lana Cristina Nascimento Santos. Data da apresentação: __ / __ / __

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Conceito: ___________ OBS.: Banca Examinadora _____________________________________________________________ Prof. ___________________________________________________________ Prof. _____________________________________________________________ Prof. _____________________________________________________________ Prof. _____________________________________________________________ Prof.

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO Faculdade de Publicidade, Propaganda e Turismo

Projeto Integrado Curso: Publicidade e Propaganda – Noturno - Turma I Nome da Agência: VIRÔ COMUNICAÇÃO Título: Fazendo Sua Vida Mais Fácil: Um Século da Propaganda de Eletrodomésticos 1 – Disciplina: 2 – Disciplina: 3 – Disciplina: 4 – Disciplina:

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5 – Disciplina: 6 – Disciplina: 7 – Disciplina: 8 – Disciplina: