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PSICOTERAPIA ANALTICO FUNCIONAL ( FAP)Prof Felipe Pimentel Mestre em Psicologia UFES Esp. Terapia Comportamental ITCR (SP)Contribuio: Ms. Luciano Cunha e Dr. Maria Zilah Brando

FAP ( Psicoterapia Analtica Funcional)A FAP ( Psicoterapia Analtica Funcional), proposta por Kohlenberg, um tipo de processo teraputico no qual as relaes intensas entre Terapeuta e Cliente so determinantes para detectar comportamentos-problemas do cliente, assim como para promover a sua posterior mudana. A FAP tem por suporte terico o Behaviorismo Radical de B. F. Skinner, e deriva portanto de uma anlise funcional skinneriana do ambiente psicoteraputico convencional.

... A FAP conduz o terapeuta a uma relao genuna, envolvente, sensvel e cuidadosa com seu cliente, e, ao mesmo tempo apropria-se com vantagens das definies claras, lgicas e precisas do Behaviorismo Radical.( Kohlenberg, 2001, p.2)

Para quem a FAP indicada?A FAP indicada para qualquer tipo de cliente, no entanto h alguns que merecem destaque: Clientes que buscam relaes teraputicas intensas. Clientes que no obtiveram melhora adequada em terapias comportamentais convencionais Clientes com problemas interpessoais difusos.

Princpios Filosficos Bsicos do Behaviorismo Radical.O Behaviorismo Radical, ao contrrio de outras teorias, preocupa-se com o contexto, porque segundo esta filosofia, o ambiente que evoca os comportamentos do indivduo e no estruturas internas ou entidadesmentais. FAP WATSON (considera comportamentos privados.

Princpios Filosficos Bsicos do Behaviorismo Radical.Uma viso no-mentalista do comportamento: o enfoque nas variveis ambientais que controlam o comportamentoMemria Pensamento = Lembrando Pensando Desejo = Valor do reforador Motivao = Operaes estabelecedoras

A Anlise Funcional do Comportamento consiste em descrever relaes entre o comportamento e as variveis das quais este funo. Pode-se chegar s variveis ambientais que controlam o comportamento atravs do comportamento verbal do indivduo (produto de sua histria pessoal), desde que se possa compreender o significado do relato assim como sua funcionalidade.

No entanto no se pode confiar somente no relato do indivduo pois este depende das contingncias reforadoras para ser emitido, portanto extremamente malevel. Devido a isto o uso da FAP de extrema valia para a compreenso do comportamento. A FAP tem sua base na investigao de trs conceitos fundamentais : Reforamento, Comportamentos Clinicamente Relevantes e Generalizao, numa situao tpica de consultrio.

ReforamentoDefinio

Qualquer conseqncia que afete a resposta do indivduo, aumentando sua fora e/ou freqncia.

Na FAP o Reforamento deve ser natural e no arbitrrio e deve seguir imediatamente o comportamento do cliente que se quer fortalecer.

Reforamento Natural X Reforamento Arbitrrio1. Quo ampla ou estreita a classe de respostas?Ex.estudar p/ prova ou ler? 2. O Comportamento desejado existe no repertrio da pessoa? 3. Quem proporciona o reforamento o primeiro beneficiado? 4. Para o comportamento que est sendo apresentado, o reforador oferecido tpico e comumente presente no ambiente natural?

ReforamentoUma das caractersticas bem conhecidas do reforamento que quanto mais prximo das conseqncias (no tempo e no espao) um comportamento estiver, maiores sero os efeitos deste processo. Isto implica em que os efeitos do tratamento sero mais significativos se os comportamentos problema e as melhoras ocorrerem durante a sesso, onde estes estaro, no tempo e no espao, o mais perto possvel do reforamento.

EXEMPLO Um homem cujo problema apresentado uma hostilidade que se desenvolve em relaes interpessoais prximas, demonstrar que o ambiente teraputico funcionalmente similar ao seu cotidiano se ele desenvolver uma hostilidade em relao ao terapeuta na medida em que uma relao mais prxima venha a se estabelecer entre eles.

Opsss... UM LEMBRETE!!!AES DO TERAPEUTA

DISCRIMINATIVAS Sinalizar reforadores ELICIADORAS Evocar sentimentos e outras reaes fisiolgicas REFORADORAS Mudar a funo de respostas punidas previamente na histria de vida do cliente

CRBs - Comportamentos Clinicamente RelevantesDefinio Comportamentos observveis que ocorrem no relacionamento teraputico, que incluem : comportamentos- problemas e comportamentos finais desejados.

CRB 1- Comportamento-problema que aparece na sesso teraputica. CRB 2 - Comportamentos mais adequados que ocorrem na sesso. CRB 3 - Fala do cliente sobre seu prprio comportamento. O cliente consegue fazer Anlise Funcional.

EXEMPLOS CRB1CRB1- Problemas do cliente que ocorrem na sesso 1-Uma mulher cujo padro mergulhar em relacionamentos inatingveis, apaixona-se pelo terapeuta. 2-Um homem, com ansiedade para falar, congela consegue se comunicar com o terapeuta na sesso. e no

EXEMPLOS CRB13-Uma cliente cujo problema no ter amigos e que afirma no saber conquist-los exibe comportamentos como: evitar contato visual, responder a perguntas falando excessivamente, de modo impreciso, tem uma crise atrs da outra, exige ser cuidada, fica enfurecida se o terapeuta no lhe fornece todas as respostas, e freqentemente queixa-se de que o mundo no se importa com ela e lhe reservou a pior parte.

EXEMPLOS CRB14 -Uma mulher, que foi abandonada por pessoas que se cansam dela, inicia temas novos ao final da sesso, freqentemente ameaa se matar e apareceu bbada na casa do terapeuta no meio da noite . 5- Um homem que se descreve como eremita diz que gostaria de construir uma relao de intimidade, est h trs anos em terapia e continua periodicamente a brincar com seu terapeuta afirmando que este s se interessa pelo dinheiro do cliente e secretamente o rejeita.

CRB2CRB2 Progressos do cliente que ocorrem na sesso. Baixa probabilidade de aparecimento quando ainda ocorre CRB1. Exemplo:

Cliente (com queixa de fobia social e passividade) interrompe o terapeuta durante a sesso para que possa completar o raciocnio.

CRB 2 ExemploJoanne, uma mulher brilhante e sensvel, que buscou terapia em funo de uma ansiedade constante insnia e recorrentes pesadelos de estupro. Embora ela suspeitasse ter sido abusada sexualmente pelo pai na infncia, ela no guardava, especificamente, lembranas de tal abuso. Ela melhorou gradualmente no decorrer dos seis anos de terapia com TSAI.

CRB 2 ExemploCRB s 2 de Joanne reforados durante a terapia: - Recordar-se e responder com emoo = Reduzir a esquiva generalizada (no estabelecer relacionamentos de intimidade) e aumentar os CRB s 2 de lembrar-se e vivera dor pelo ocorrido. - Aprender a dizer o que deseja = Histria de punio por ter seus prprios desejos. Com um tempo, ela solicitou uma sesso extra (23:30) e este CRB2 foi reforado.

CRB 2 Exemplo- Confiar = Reaes do pai eram imprevisveis. Pontualidade na sesso, julgamentos morais. Tentativa de fazer com que a cliente fosse menos vigilante na busca de reaes errticas do terapeuta e com terceiros. - Aceitar o amor = Cliente no sabia como amar ou como ser amada. Terapeuta tenta enfatizar a percepo da cliente sob a abertura do corao. Objetivo de auxiliar no desenvolvimento de relacionamentos amorosos mais ntimos.

CRB3CRB3 Interpretaes do comportamento segundo o cliente Fala do cliente sobre seu prprio comportamento, o que inclui interpretaes e dar razes. Envolve a observao e interpretao do prprio comportamento e dos estmulos reforadores, discriminativos e eliciadores associados a ele.

CRB 3Descries sobre semelhanas entre o que ocorre na sesso e na vida diria. interessante o terapeuta observar uma correspondncia entre os relato do cliente e o que ele faz na sesso. Ser que fazer a anlise funcional garante que o sujeito se comporte da maneira adequada?

GeneralizaoDefinio

Quando o indivduo responde de um modo semelhante a diferentes contextos devido presena de variveis comuns entre eles.

Na FAP

Acontece quando as melhoras ocorridas na sesso passam a acontecer na vida cotidiana do indivduo.

Aplicao da FAPAvaliao InicialO cliente solicitado a relatar seus problemas e outras condies de sua vida. Entrevistas, auto-relatos, material gravado, questionrios e registros so utilizados para definir o problema, gerar hipteses sobre variveis de controle e monitorar o progresso. Avaliao da eventual ocorrncia de CRB s 1 (evitar distores do relato por conta do tempo) Isto est acontecendo agora? Como voc se sente agora, a seu prprio respeito? A dificuldade que voc teve de se expressar agora, a mesma que voc tem com sua me?

PSICODIAGNSTICO NA F.A.P. :

a) dinmico b) envolve anlises da histria passada e atual do cliente c) a anlise da relao teraputica

As Cinco Regras do TerapeutaRegra 1 - OBSERVAR CRBs do Cliente

Esta regra extremamente importante para que o terapeuta possa reagir ao comportamento do cliente assim que este ocorra.

Regra 2 - Evocar CRBs

Esta regra depende da postura do terapeuta e de seu envolvimento com o cliente. Tcnicas especficas que provoquem criatividade, a imaginao ou emoo do indivduo tambm so evocadoras de CRBs (associao livre, hipnose, lies de casa, exerccios de imaginao).

Aplicando a regra 2Lies de casaPedir que algum venha a alguma sesso, se o repertrio relevante, em termos do problema de relacionamento do cliente, somente emergir em sua presena. Iniciar ou realizar sesses com atividade relevantes (almoo, lanche, passeio, convites, ligaes, etc). Restringir comentrios ou aprovaes, em caso do cliente no saber se relacionar com quem no explcito.

Regra 3 - Reforar CRBs

Consiste em reforar naturalmente o comportamento-alvo do cliente assim que este ocorrer. O terapeuta no deve usar reforos arbitrrios.

Abordagens Diretas:

1. Reforce uma classe ampla de respostas do cliente; 2. Compatibilize suas expectativas com os repertrios atuais dos clientes; 3. Amplifique seus sentimentos para torn-los mais salientes;4. Esteja ciente de que seu relacionamento com o cliente existe para o benefcio deste;5. Se usar reforadores atpicos, faa-o somente por tempo limitado, como forma de transio; 6. Evite a punio; 7. Seja voc mesmo na medida do possvel, considerando as restries impostas pelo relacionamento teraputico.

Abordagens Indiretas:

1. Ampliar a percepo do que reforar; 2. Avalie seu impacto; 3. Pratique boas aes, que propiciem benefcios s pessoas em geral; Selecione clientes apropriados FAP.

Regra 4 - Observar os efeitos reforadores do comportamento do terapeuta em relao aos CRBs do cliente.

Esta regra no prope a mudana de comportamento por parte do terapeuta , mas sim a observao que este deve fazer de seu prprio comportamento durante a sesso e das conseqncias que estes produzem no comportamento do cliente.

Regra 5 - Fornecer interpretaes de variveis que afetam o comportamento do cliente (sem termos tcnicos) Esta regra muito importante para o autoconhecimento do cliente, pois medida em que ele consegue discriminar as variveis que controlam seu comportamento, mais facilmente ele poder modifica-lo. No entanto estas interpretaes devem condizer realmente com o comportamento, pois caso contrrio sero ineficazes ou at mesmo prejudiciais para o sujeito.

Passos do Psicodiagnstico:1- Queixa; 2- Histrico de vida; 3- Comportamentos atuais; 4- Hipteses diagnsticas; 5- Anlise da relao teraputica e identificao dos comportamentos clinicamente relevantes; 6- Hipteses diagnsticas confirmadas e enriquecidas a partir da anlise do item anterior; 7- Descrio dos comportamentos clinicamente relevantes que indicam os problemas do cliente. O terapeuta vai trabalhar com estes comportamentos, nas sesses de F.A.P., nos momentos em que eles ocorrem na relao teraputica. Observao: O psicodiagnstico pode ainda conter uma listagem dos C.R.B.s 2 esperados para facilitar sua observao no momento em que estiverem ocorrendo.

Grande parte dos comportamentos-problema dos clientes constituem-se em esquiva de relaes interpessoais consideradas aversivas. A relao teraputica reproduz com freqncia estas situaes. Considera-se que o resultado do processo teraputico positivo quando o cliente tem comportamento de enfrentamento destas situaes na sesso e, uma habilidade maior em lidar com aspectos dos relacionamentos interpessoais que anteriormente provocaram esquiva.

SITUAES TERAPEUTICAS QUE FREQUENTEMENTE EVOCAM CRBs (Kohlenberg e Tsai, 1991). Estrutura de Tempo Frias do Terapeuta Encerramento do Tratamento Taxas ( Pagamentos) Erros ou comportamento no intencional do terapeuta. Silncios e Lapsos na conversa Expresso de Afeto. Sentir-se bem, estar bem. Feedback positivo ou expresses de cuidado do terapeuta Sentir-se prximo ao terapeuta Caractersticas do terapeuta Eventos no usuais ( condies menos comuns) Sentimentos ou estados privados do terapeuta