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27 DE OUTUBRO DE 2017 – SEXTA-FEIRA – ANO 26 – Nº 5.166 PL do Execuvo atualiza Políca de Segurança Alimentar e Nutricional Minas Gerais terá nova nor- ma sobre a Políca Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Pe- sans). É o que prevê o Projeto de Lei (PL) 4.737/17, do go- vernador Fernando Pimentel, recebido ontem pelo Plenário da Assembleia de Minas. A proposta também organiza o Sistema Nacional dessa área (Sisan), no âmbito do Estado. O governador jusfica que a Lei 15.982, de 2006, que ins- tuiu essa políca estadual em Minas, foi uma das primeiras no País a traçar estratégias para a consolidação da segurança ali - mentar e nutricional. Porém, a Lei Federal 11.346, de 2006, que trouxe normas para o Si- san, criou uma lacuna em rela- ção à norma estadual, que foi aprofundada por novos mar - cos legais na úlma década. O PL define princípios, di- retrizes, conceitos e objevos da Pesans, bem como seus mecanismos de financiamen- to e gestão e de monitora- mento e avaliação. Também define a segurança alimentar como um direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quandade suficiente, de for- ma sustentável e com respei- to à diversidade cultural. Plano – Entre as diretrizes da políca estão o acesso à terra pelas populações mais vul- neráveis, o fortalecimento da agricultura sustentável e local, e a promoção do acesso uni- versal à água, além de estraté- gias para educação alimentar e nutricional. A Pesans orientará a elaboração de um plano (Ple- sans) por uma câmara interse- torial, alinhado às deliberações das conferências sobre o tema e às diretrizes do Conselho de Segurança Alimentar (Consea). Entre as diretrizes es- pecíficas do Plesans, está a realização de diagnósco de situações de segurança, inse- gurança e riscos alimentares e nutricionais. Ele também deverá prever ações próprias para os portadores de ne- cessidades alimentares es- peciais. O PL 4.737/17 prevê a pactuação e a cooperação entre entes federados para o cumprimento das metas. Municípios – O capítulo que trata do Sistema Na - cional de Segurança Ali - mental e Nutricional (Sisan) prevê a organização des- se mecanismo no Estado e também a adesão dos municípios interessados, que deverão replicar a es - trutura estadual. Também estipula a realização de conferências estaduais em intervalos de, no máximo, quatro anos, com a parti - cipação da sociedade civil e precedidas de conferên- cias regionais. Mensagem do governador foi recebida em Plenário, durante a Reunião Ordinária Pobreza no campo também está na mira Também foi recebida mensa- gem do governador encami- nhando o PL 4.736/17, que instui o Plano Estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo. Na jusficava, Fernando Pimentel explica que o enfrentamento do pro- blema demanda uma atua- ção coordenada dos diver- sos setores governamentais, para que promovam melho- rias efevas nas condições de vida do campo. Destaca a comunicação que os principais beneficia- dos pelo plano serão as po- pulações do Alto, do Médio e do Baixo Jequinhonha e dos Vales do Mucuri e do Rio Doce, além do Norte de Minas. A escolha desses territórios, afirma a men- sagem, decorre de estudos do grupo coordenador das ações de enfrentamento da pobreza no campo, instuído em 2016. O texto do proje- to prevê ainda, entre outras diretrizes, que será ulizado o Cadastro Único para Pro- gramas Sociais como base de dados prioritária para a de- finição de polícas públicas, construção de indicadores e avaliação dos resultados. Questão de ordem – Também durante a Reunião Ordinária, o deputado Antônio Jorge (PPS) formalizou questão de ordem di - rigida à Mesa para que defina os critérios e limites para o uso de vídeos durante pronunciamen- tos em Plenário. O parlamentar foi impedido de ulizar vídeo em reunião anterior, o que movou queixas também do deputado Sargento Rodrigues (PDT). Daniel Protzner/ALMG

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27 DE OUTUBRO DE 2017 – SEXTA-FEIRA – ANO 26 – Nº 5.166

PL do Executivo atualiza Política deSegurança Alimentar e Nutricional

Minas Gerais terá nova nor-ma sobre a Política Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Pe-sans). É o que prevê o Projeto de Lei (PL) 4.737/17, do go-vernador Fernando Pimentel, recebido ontem pelo Plenário da Assembleia de Minas. A proposta também organiza o Sistema Nacional dessa área (Sisan), no âmbito do Estado.

O governador justifica que a Lei 15.982, de 2006, que ins-tituiu essa política estadual em Minas, foi uma das primeiras no País a traçar estratégias para a consolidação da segurança ali-mentar e nutricional. Porém, a Lei Federal 11.346, de 2006, que trouxe normas para o Si-san, criou uma lacuna em rela-ção à norma estadual, que foi aprofundada por novos mar-cos legais na última década.

O PL define princípios, di-retrizes, conceitos e objetivos da Pesans, bem como seus mecanismos de financiamen-to e gestão e de monitora-mento e avaliação. Também define a segurança alimentar como um direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente, de for-ma sustentável e com respei-to à diversidade cultural.

Plano – Entre as diretrizes da política estão o acesso à terra pelas populações mais vul-neráveis, o fortalecimento da agricultura sustentável e local, e a promoção do acesso uni-versal à água, além de estraté-gias para educação alimentar e nutricional. A Pesans orientará a elaboração de um plano (Ple-sans) por uma câmara interse-torial, alinhado às deliberações das conferências sobre o tema e às diretrizes do Conselho de Segurança Alimentar (Consea).

Entre as diretrizes es-pecíficas do Plesans, está a realização de diagnóstico de situações de segurança, inse-gurança e riscos alimentares e nutricionais. Ele também deverá prever ações próprias para os portadores de ne-cessidades alimentares es-peciais. O PL 4.737/17 prevê a pactuação e a cooperação entre entes federados para o cumprimento das metas.Municípios – O capítulo que trata do Sistema Na-

cional de Segurança Ali-mental e Nutricional (Sisan) prevê a organização des-se mecanismo no Estado e também a adesão dos municípios interessados, que deverão replicar a es-trutura estadual. Também estipula a realização de conferências estaduais em intervalos de, no máximo, quatro anos, com a parti-cipação da sociedade civil e precedidas de conferên-cias regionais.

Mensagem do governador foi recebida em Plenário, durante a Reunião Ordinária

Pobreza no campo também está na miraTambém foi recebida mensa-gem do governador encami-nhando o PL 4.736/17, que institui o Plano Estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo. Na justificativa, Fernando Pimentel explica que o enfrentamento do pro-blema demanda uma atua-ção coordenada dos diver-sos setores governamentais, para que promovam melho-

rias efetivas nas condições de vida do campo.

Destaca a comunicação que os principais beneficia-dos pelo plano serão as po-pulações do Alto, do Médio e do Baixo Jequitinhonha e dos Vales do Mucuri e do Rio Doce, além do Norte de Minas. A escolha desses territórios, afirma a men-sagem, decorre de estudos

do grupo coordenador das ações de enfrentamento da pobreza no campo, instituído em 2016. O texto do proje-to prevê ainda, entre outras diretrizes, que será utilizado o Cadastro Único para Pro-gramas Sociais como base de dados prioritária para a de-finição de políticas públicas, construção de indicadores e avaliação dos resultados.

Questão de ordem – Também durante a Reunião Ordinária, o deputado Antônio Jorge (PPS) formalizou questão de ordem di-rigida à Mesa para que defina os critérios e limites para o uso de vídeos durante pronunciamen-tos em Plenário. O parlamentar foi impedido de utilizar vídeo em reunião anterior, o que motivou queixas também do deputado Sargento Rodrigues (PDT).

Daniel Protzner/ALMG

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2 • sexta-feira – Assembleia Informa 27 de outubro de 2017COMISSÕES

Audiência alerta para risco do AVC,que mata 10 mil por ano em Minas

O acidente vascular cerebral (AVC) é responsável por mais de 100 mil mortes por ano no Brasil. A estatística foi apre-sentada ontem por médicos e especialistas aos deputados da Comissão de Saúde da Assem-bleia de Minas em audiência pública. A atividade, que aten-deu a requerimento do presi-dente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), foi moti-vada em razão do Dia Mundial do AVC (29 de outubro).

Segundo o neurologista Gustavo Daher, uma a cada seis pessoas no mundo, in-dependentemente dos fa-tores de risco, vai sofrer um AVC em algum momento da vida. “São 10 mil mortes por ano em Minas Gerais e outros milhares de casos de incapacitação física ou neu-rológica provocados pela doença. Nosso maior desa-fio é vencer o descaso da sociedade, que desconhece ou tem medo de conhecer o AVC”, alertou.

O médico destacou, tam-bém, que falta capacitação no sistema de saúde e que os hos-pitais não estão preparados para receber as vítimas. Ele acrescentou que a cada seis se-gundos o AVC mata alguém no mundo, o que torna a doença a mais grave e silenciosa de que se tem conhecimento. “Cerca de 90% dos casos poderiam ser evitados”, salientou.

A presidente da Associa-ção Mineira do AVC (Amavc), Sandra Issida Gonçalves, re-

forçou que a realidade é cruel e assola inclusive crianças e adolescentes. De acordo com ela, a doença acomete qual-quer um sem aviso prévio e a falta de informações aumen-ta a gravidade do problema.Saúde pública – O neurolo-gista da Santa Casa de Belo Horizonte, Albert Louis Bica-lho, diz acreditar que o AVC seja o maior problema de saúde pública do País, pois existem outras vítimas não registradas ou subdiagnosti-cadas. Diante desse cenário, solicitou mais investimentos públicos, uma vez que a pró-

pria Santa Casa tem um cen-tro de referência que depen-de de doações privadas.

“Atendemos cerca de 2 mil pessoas por ano com a doença. Desse total, 30% morrem, apesar de todo o esforço. Não há valorização profissional. Por isso propo-nho que seja elaborada uma lei para implantar unidades vasculares em todas as ma-crorregionais de saúde do Es-tado”, afirmou.

O presidente do Sindica-to dos Fisioterapeutas e Te-rapeutas Ocupacionais, Eder Luciano Vaz dos Santos, tam-

bém pediu mais recursos pú-blicos para prevenção e trata-mento da doença. Segundo ele, mais de 70% das pessoas com sequelas não têm acesso ao tratamento adequado.

Já o neurocirurgião Cle-verson Martins Kill ponderou que é preciso evitar desper-dícios e garantir a eficácia no atendimento. Ele relatou que, dos pacientes atendi-dos em unidades de pronto atendimento (UPAs), cerca de 60% não são recebidos ade-quadamente, pela falta de capacitação dos profissionais e pela carência de estrutura.

Médicos e especialistas defenderam, na audiência da Comissão de Saúde, mais recursos públicos

Primeiras quatro horas são fundamentaisO deputado Carlos Pimenta lembrou aos participantes da audiência que cerca de 6 mi-lhões de pessoas morrem no mundo anualmente vítimas de AVC. No Brasil, segundo ele, é uma morta pela doen-ça a cada 5 minutos, o que faz da doença a segunda princi-pal causa de óbitos no País.

“Há tratamento. As pri-meiras quatro horas são fun-

damentais e podem salvar as pessoas, por meio do uso de medicamentos. Para se ter uma ideia, é possível rever-ter em até 80% as sequelas e mortes”, disse Carlos Pimenta. O parlamentar lamentou, ain-da, a ausência de represen-tante do governo do Estado na audiência e afirmou que a Assembleia fará novas campa-nhas de conscientização.

Na avaliação do deputado Antônio Jorge (PPS), os maio-res desafios são a conscienti-zação, a capacitação e a infor-mação. “O AVC deve ser prio-ridade nas políticas de saúde pública”, alertou. Ele sugeriu, também, que seja criado um grupo de trabalho que auxilie o Parlamento mineiro a cons-truir uma lei estadual especí-fica sobre a doença.

Requerimento – Ao final da reunião, foi aprovado requerimento de audiência pública, do deputado Dal-mo Ribeiro Silva (PSDB), com o objetivo de debater a situação econômica dos municípios no que tange ao financiamento de políti-cas de saúde, assim como a dívida do Estado com as prefeituras.

Ricardo Barbosa/ALMG

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27 de outubro de 2017 sexta-feira – Assembleia Informa • 3COMISSÕES

Parlamentares defendem em audiênciaautonomia financeira para Funed

Em audiência pública realizada ontem, deputados da Comis-são de Saúde da Assembleia de Minas defenderam a con-cessão de autonomia finan-ceira para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), órgão do Estado responsável pela produção de medicamentos. Tanto o presi-dente da comissão, deputado Carlos Pimenta (PDT), quan-to o deputado Antônio Jorge (PPS) criticaram o governo por utilizar recursos arrecadados com a venda de medicamen-tos para sustentar o déficit operacional do Estado.

A audiência foi convoca-da inicialmente para discutir a possibilidade de implemen-

tação de parceria público-pri-vada (PPP) na Funed para ges-tão, operação e manutenção de suas fábricas. No entanto, o presidente da Funed, Marcelo Fernandes Siqueira, cancelou sua participação na reunião após mandar suspender, no sábado (21), o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) que vinha sendo apon-tado por servidores e parla-mentares como uma prepa-ração para a privatização das unidades da Funed.

O presidente da Funed foi representado na audiên-cia por seu chefe de gabinete, Luiz Starling, segundo quem a intenção da instituição, com

o aviso de suspensão, é pro-mover entendimentos com os servidores e a sociedade, a fim de discutir os rumos da Funed. O PMI que gerou a po-lêmica foi publicado no início de 2017, ainda antes da pos-se de Marcelo Siqueira, em maio deste ano.

Na avaliação de um dos sindicalistas presentes na audiência pública, Érico de Moraes Colen, da diretoria do Sindicato Único dos Tra-balhadores da Saúde de Mi-nas Gerais (Sind-SaúdeMG), o PMI é a última versão de um projeto de privatização da Funed que vem ameaçan-do a instituição há tempos.

“Há quase dez anos lutamos contra a privatização da Fu-ned, que a cada hora aparece de uma forma”, afirmou.Críticas – Antônio Jorge disse ter acreditado, inicialmente, que o PMI visava à transferên-cia de tecnologia. Ele criticou uma parceria que transfira a gestão e a produção da Fu-ned para a iniciativa privada. Em sua avaliação, a aquisição de tecnologia para produção de medicamentos biológicos, feitos a partir de organismos vivos, é a melhor perspectiva para a instituição, desde que os recursos obtidos com essa atividade possam ser reverti-dos para a própria Funed.

Segundo o parlamentar, o órgão já chegou a arreca-dar R$ 800 milhões com a produção de vacina, recurso que teria sido incorporado ao caixa único do Estado e usado para custear o déficit público. Também diretor do Sind-Saú-de, Renato Barros afirmou que a suspensão do PMI é positiva, mas tem que ser complementada pela discus-são pública de uma proposta de financiamento da Funed.

Carlos Pimenta disse que é preciso manter a vigilância. “Essa proposta não pode vol-tar à tona e ir por esse cami-nho obscuro, seja na Funed, na Fhemig ou em qualquer outro órgão do Estado”, afirmou.

Deputados e sindicalistas defenderam que recursos obtidos com a venda de medicamentos permaneçam na Funed

Sarah Torres/ALMG

OBITUÁRIO

Morre o ex-deputado federal Luís LealFaleceu, na manhã de on-tem, o ex-deputado federal Luís Gonzaga Soares Leal. Com seis filhos e seis ne-tos, Luís Leal morreu de in-farto, aos 82 anos. O corpo será velado no Salão Nobre da Assembleia de Minas, a partir das 9 horas de hoje. Depois seguirá para o Cemi-tério Parque Renascer, em Contagem (RMBH), onde será cremado.

Biografia – Nascido em 17 de agosto de 1936, em Teó-filo Otoni (Mucuri), ele foi, além de político, advogado e professor. Filiado ao Mo-vimento Democrático Nacio-nal (MDB), iniciou sua car-reira política como vereador (1966-1970), em sua terra natal, onde se tornou pre-feito (1973-1976).

Em 1979, elegeu-se de-putado federal e permane-

ceu na Câmara dos Deputa-dos por três legislaturas, até o ano de 1991, onde chegou a presidente da Comissão de Finanças. Foi também eleito para a Assembleia Nacional Constituinte, que elaborou a Constituição de 1988.

Em 1987, licenciou-se da Câmara para assumir o cargo de secretário de Es-tado da Educação, no go-verno de Newton Cardoso,

passando em 1988 a secre-tário de Estado da Justiça, até 1989.TV Assembleia – Nos próxi-mos sábado (28) e domingo (29), a TV Assembleia exibi-rá novamente o programa Memória e Poder, com a en-trevista concedida pelo ex- -deputado federal Luís Leal. Os horários são às 20 horas, no sábado, e às 15h30, no domingo.

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4 • sexta-feira – Assembleia Informa 27 de outubro de 2017COMISSÕES

Audiência reforça mobilização contracrise da cadeia do leite no Estado

Uma mobilização em repúdio à crise na cadeia produtiva do leite marcou ontem a audiên-cia pública da Comissão de Agropecuária e Agroindús-tria da Assembleia de Minas. A reunião, solicitada pelos deputados Antonio Carlos Arantes (PSDB), presidente da comissão; Fabiano Tolen-tino (PPS), vice-presidente; e Gustavo Santana (PR), contou com a presença de produto-res rurais de diversos municí-pios mineiros.

Foram enfatizadas difi-culdades pelas quais passam os produtores. Entre elas, o alto custo da produção, o preço irrisório do leite pago a esses trabalhadores, a ener-gia elétrica cara, a seca e a ameaça de importação de lei-te do Uruguai, que está sus-pensa temporariamente.

De acordo com o produ-tor de Passos (Sul de Minas), Mauricio Silveira Coelho, in-

tegrante da Associação Bra-sileira dos Produtores de Leite (Abraleite), a situação vivida no setor é muito grave. “Ninguém consegue se man-ter com o preço do produto abaixo do custo da produ-ção. Todos nós estamos no vermelho. Não dá para ficar assim por muito tempo. Pre-cisamos de uma política es-truturante”, afirmou. Minas é o principal estado produtor de leite no Brasil, responsável por 30% da produção.Documento – O presidente do Sindicato Rural de Passos, Darlan Esper Kallas, entregou ao deputado Antonio Carlos Arantes documento elabora-do em conjunto com produ-tores de outras cidades com propostas para o setor. Uma das sugestões é a instalação de uma comissão composta por deputados para identi-ficar oportunidades e desa-fios dessa cadeia.

Segundo Antonio Carlos Arantes, a audiência dá se-quência a ações pelo Brasil contra essa crise vivenciada pelo setor. Para Fabiano To-lentino, a ameaça de impor-tação também é preocupan-te. Também manifestaram

preocupação com a crise no setor os deputados Emidi-nho Madeira (PSB), Inácio Franco (PV), Bonifácio Mou-rão (PSDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB), Cássio So-ares (PSD) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB).

Deputados e produtores fizeram defesa do setor

Guilherme Dardanhan/ALMG

Uso de charretes gera divergência

A conveniência dos passeios de charrete em cidades históricas foi discutida em audiência con-junta das Comissões Extraordi-nária de Proteção dos Animais e de Direitos Humanos da Assem-bleia de Minas, realizada ontem.

Os defensores da utili-zação das charretes, como

os deputados Ivair Nogueira (PMDB) e Fabiano Tolenti-no (PSB), argumentam que os passeios são atrativos turísticos, fomentam a eco-nomia dos municípios e con-tribuem para a mobilidade urbana. Abordando espe-cificamente a situação na

cidade de Tiradentes (Cen-tral), que deu origem à dis-cussão, Ivair Nogueira res-saltou que a prática já ocorre por lá há 40 anos e é respon-sável pelo sustento das famí-lias de 30 charreteiros. Mas, para o deputado, eventuais desvios, como o tratamento inadequado dos animais, de-vem ser combatidos.

Fabiano Tolentino ponde-rou que é difícil andar de carro em Tiradentes, com suas ruas formadas por pedras grandes e pontiagudas. Ele também lembrou que a região é um dos berços das raças de cava-los marchadores, que fazem parte da história local.

Os críticos à utilização dos veículos de tração ani-mal, por outro lado, afir-mam ser inconcebível que a tradição histórico-cultural sirva de justificativa para maus-tratos aos animais. O

deputado Noraldino Júnior (PSC), que solicitou a audi-ência, sugeriu à Prefeitura de Tiradentes a adoção de um projeto-piloto. A ideia é substituir os animais por quadriciclos. Os veículos disponibilizados seriam cus-teados com emendas parla-mentares de sua autoria.Agressão – A audiência tam-bém foi convocada para que fosse discutida a agressão sofrida pela protetora dos animais Luanda Conrado. Ela participou, na compa-nhia de Noraldino Júnior, de reunião na Prefeitura de Ti-radentes sobre a castração gratuita de animais aban-donados. Os charreteiros, no entanto, acreditavam ser ela a responsável por levan-tar a questão da proibição das charretes, o que resul-tou na agressão, condenada por todos os participantes.

Uso de tração animal foi debatido por comissão

Willian Dias/ALMG

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27 de outubro de 2017 sexta-feira – Assembleia Informa • 5SOLENIDADE

Presidente da ALMG e governadorentregam 60 carros a municípios

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Adalclever Lopes (PMDB), participou on-tem, com o governador Fer-nando Pimentel (PT), da entre-ga de chaves de 60 carros para ações na área de saúde em 59 municípios mineiros.

A cerimônia aconteceu no Palácio da Liberdade e foi acompanhada, também, pela deputada Celise Laviola

(PMDB) e pelos deputados Geraldo Pimenta (PCdoB), Gustavo Santana (PR), Mário Henrique Caixa (PV), Neilan-do Pimenta (PP) e Thiago Cota (PMDB).

Os veículos serão utiliza-dos em atividades como mo-nitoramento da qualidade da água, vigilância em saúde e controle de doenças em cida-des das regionais de Saúde de Belo Horizonte e Diamantina

(Região Central); Coronel Fa-briciano e Governador Vala-dares (Vale do Rio Doce), Ja-nuária e Montes Claros (Nor-te de Minas); Pedra Azul e Teófilo Otoni (Jequitinhonha/Mucuri); Ponte Nova (Zona da Mata) e Unaí (Noroeste de Minas). O investimento do Es-tado foi de R$ 6,5 milhões.

“Estamos doando veícu-los que serão extremamente importantes neste momen-

to, em que enfrentamos o aumento dos índices de chikungunya e dengue”, afir-mou o governador.Hospital – Durante a ceri-mônia, Pimentel anunciou o repasse de R$ 21,4 milhões para o Hospital São João de Deus, em Divinópolis (Cen-tro-Oeste). Os recursos se-rão destinados a ações e serviços ambulatoriais e de urgência e emergência.

ORADORES

CerceamentoO deputado Sargento Rodrigues (PDT) abordou fato ocorrido em reunião anterior, quando o de-putado Antônio Jorge (PPS) teria sido impedido de exibir um vídeo durante pronunciamento no Ple-nário. O pedetista criticou a presi-dência da sessão pela condução do fato, tendo em vista a ine-

xistência de impedimento legal para o uso do vídeo e também o constrangimento gerado ao cole-ga parlamentar. Para Rodrigues, esse é mais um episódio de cer-ceamento e monitoramento da ALMG feito pelo governo Fernan-do Pimentel. “A Casa está patru-lhada, e parte dessa censura tem a permissão do presidente da

Assembleia”, afirmou. O deputa-do criticou a realização de fóruns pelo Executivo, enquanto o Legis-lativo, “Poder com legitimidade para fazer audiências no interior”, está com as viagens limitadas. Ele também citou a anulação de re-querimentos e a não transmissão pela TV Assembleia de audiên-cias contrárias ao governo.

Darcy RibeiroO antropólogo, escritor e polí-tico Darcy Ribeiro, que nasceu em Montes Claros (Norte) e completaria 95 anos, foi home-nageado pelo deputado Carlos Pimenta (PDT). “Ele foi um dos maiores homens públicos do País e dedicou sua vida para aperfei-çoar a educação”, afirmou. Car-

los Pimenta citou episódios da vida do homenageado, como a pesquisa sobre índios brasilei-ros; a criação da Universidade de Brasília; a cassação de seus direitos políticos pela Ditadura; e a eleição como vice-governador do Rio de Janeiro, após a anistia. “Ele tinha a visão alargada de que somente a educação poderia li-

bertar os brasileiros”, enfatizou. Darcy Ribeiro faleceu em 1997, após concluir O povo brasileiro, uma de suas principais obras. Carlos Pimenta também sau-dou Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) pela proposta de discussão, na Comissão de Saúde, da crise econômica dos municípios pela falta de repasses do Executivo.

CaravanaO deputado João Leite (PSDB) criticou o que chamou de “road show” do governo Fernando Pimentel e do PT para acompa-nhar a caravana do ex-presiden-te Lula por Minas Gerais. “É a ca-ravana sem lei. Os prefeitos es-tão liberando os servidores para bater palmas pra Lula. O prefeito de Teófilo Otoni já foi denun-

ciado, e é bom que o Tribunal de Contas nos ouça”, afirmou, dirigindo-se ao conselheiro do TCE Doutor Viana, presente à reunião. Leite criticou os gastos do Executivo num momento de alegado déficit financeiro. Ele também citou o uso de po-liciais para proteger a caravana, o abandono de obras públicas e a falta de investimento em segu-

rança, enquanto o governo esta-ria usando R$ 100 milhões em propaganda para dizer o contrá-rio. “O PT apagou a gestão em Minas Gerais”, disse. Em aparte, Sargento Rodrigues voltou ao tema do cerceamento da ALMG, salientou a autoridade do presi-dente da sessão e questionou a ausência dos deputados da base do governo.

SegurançaO tema da segurança pública foi tratado também pelo de-putado Gustavo Corrêa (DEM), que contestou a propaganda oficial sobre os investimentos na área. “É uma irresponsabi-lidade gastar R$ 100 milhões para contar uma mentira”, re-forçou. Ele citou também visi-

ta da Comissão de Segurança Pública, que constatou irregu-laridades na 6ª Companhia do 1º BPM, em BH. “Policiais que deveriam estar nas ruas são obrigados a fazer obras. En-quanto isso, o governo e sua trupe de puxa-sacos estão pas-seando atrás da caravana do Lula”, criticou. Corrêa citou tam-

bém reunião na Prefeitura da Capital, em que o prefeito Ale-xandre Kalil teria pressionado o governador para a liberação das emendas parlamentares. Em aparte, Sargento Rodrigues enfatizou que os policiais da 6ª Cia. não são os da propaganda, têm jornada de trabalho ilegal e convivem com ratos.

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6 • sexta-feira – Assembleia Informa 27 de outubro de 2017ACONTECE HOJE

MESA DA ASSEMBLEIA

Deputado Adalclever LopesPresidente Deputado Lafayette de Andrada1º-vice-presidenteDeputado Dalmo Ribeiro Silva2º-vice-presidente

Deputado Inácio Franco3º-vice-presidenteDeputado Rogério Correia1º-secretárioDeputado Alencar da Silveira Jr.2º-secretárioDeputado Arlen Santiago3º-secretário

SECRETARIACristiano Felix dos SantosDiretor-geralGuilherme Wagner RibeiroSecretário-geral da Mesa

ASSEMBLEIA INFORMAEditado pela Diretoria de Comunicação Institucional da ALMGDiretor: José Geraldo de Oliveira PradoGerente-geral de Imprensa e Divulgação: Fabíola FarageEdição: Arlan França (editor-geral)

Revisão: Rafael Pires (GPCV)Diagramação: Mylène Marques (GPCV)End.: R. Martim de Carvalho, 94 – 8º andar – BH – CEP: 30190-090 Tel.: (31) 2108-7715Impresso pela Gerência-Geral de Suporte Logístico (ramal 7763)www.almg.gov.br

TV ASSEMBLEIA

Das 8 às 18 horas • Mostra da Associação dos Artesãos de Jaíba (Galeria de Arte)

12 horas• Zás (Teatro) – espetáculo O pequeno, com o grupo A Patela Cia. Teatro & Dança

14 horas• Fórum Técnico Plano Estadual da Política para a População em Situação

de Rua (Sala de Reuniões 1 da GPI) – reunião preparatória

PANORAMAA rapidez com que a população brasileira vem envelhecendo, se comparado ao mesmo pro-cesso em outros países, vem preocupando autoridades e especialistas da área de saúde. Com isso, políticas públicas mais efetivas voltadas para a população idosa vem sendo discutidas nas diversas esferas de governo. Para falar do assunto, o Panorama convidou a enfermeira geron-tóloga Raquel Souza Azevedo, do Hospital das Clínicas da UFMG, e o advogado Régis Spíndola, superintendente de Proteção Especial da Sedese/MG. Sábado, às 16 horas.

SALA DE IMPRENSA O Sala de Imprensa fala sobre o ódio nas redes sociais: até que ponto ofensas e xingamentos podem ser considerados livre manifestação de pensamento? Os convidados também analisam a pesquisa que mapeou o comportamento dos chamados “haters” e mostrou o que eles mais odeiam. Como a justiça vem intervindo nos casos mais graves? Participam do programa os jor-nalistas Cândido Henrique, editor do Portal O Tempo, e Liliane Corrêa, editora de mídias sociais do Portal UAI, do Estado de Minas. Sábado, às 19 horas, e domingo, às 12h30.

MEMÓRIA E PODERConfira a história de vida do economista e escritor Ronaldo Costa Couto. Nascido em Luz (MG), o mineiro foi secretário de Estado no Rio e em Minas e ministro em três pastas durante o governo de José Sarney. A trajetória de sucesso de Ronaldo Costa Couto se iniciou no curso de Economia da UFMG, quando teve contato com o renomado historiador Francisco Iglésias e com outros grandes expoentes da economia no País. Nessa mesma época, Ronaldo já teve contato com a arte de escrever, ao trabalhar como repórter do jornal Correio de Minas e da revista Três Tempos. Sábado, às 20 horas, e domingo, às 15h30.

Confira os destaques do fim de semana

Hoje 0h Plenário (continuação) 1h Panorama – Incêndios florestais 1h30 Assembleia Notícia 2h Comissão de Direitos Humanos (5/7) – Situação de policiais

militares e agentes em situação de vulnerabilidade e suas famílias, que moram no Residencial das Américas

4h05 Pensando em Minas – A modernidade no discurso político: o governo JK em Minas Gerais

6h Compactos de Comissões 6h30 Parlamento Brasil 7h Brasil Eleitor 7h30 Assembleia Notícia 8h Mundo Político 8h30 Panorama – Previdência privada 9h Compactos de Comissões 9h30 Comissão de Educação (20/9) – inédito – Debate as contribuições

do educador e filósofo Paulo Freire para a área de educação 12h Memória e Poder – Político e radialista Tancredo Naves

13h Mundo Político 13h30 Compactos de Comissões13h50 ComissãodeDefesadosDireitosdaPessoacomDeficiência

(25/9) – Ações necessárias com vistas a evitar o fechamento da Assistência ao Menor Especializada – (AME)

18h #Confirma18h30 Compactos de Comissões 19h Resenha da Semana (inédito) 19h30 Panorama – Previdência privada 20h Segunda Musical (inédito) – Everton Maia, Ana Thereza e

Gabriela Vieira20h30 Parlamento Brasil 21h Assembleia Debate – Crise nas universidades 22h Resenha da Semana 22h30 Mundo Político (inédito) – Retrospectiva da semana 23h Via Justiça (inédito) – Preconceito contra o idoso23h30 Zás (inédito) – Comédia Boa noite, Cinderela, com Amauri Reis

• programação sujeita a alterações

Correção: Diferentemente do relatado na seção “Oradores”, na página 5 da edição desta quinta-feira, 26/10, no pronunciamento do deputado Bonifácio Mourão (PSDB) com o título “Hospital”, o Hospital Regional de Governador Valadares deve atender 86 mu-nicípios das superintendências regionais de Valadares e Coronel Fabriciano, e não 276, conforme publicado.