2013 Luiz Carlos Dorigo TECM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA www.tecem.com.br

PLANEJAMENTO E CONTROLE DA MANUTENO (PCM) Parte 2

Luiz Carlos Dorigo 4 - ATRIBUIES DO PCM As quatro funes fundamentais do PCM, quais sejam, Planejamento, Programao, Coordenao e Controle devem ser bem definidas e compor o Manual de Gesto atravs de seus Padres e Procedimentos de Trabalho. 4.1 - PLANEJAMENTO O ncleo de PCM deve desenvolver as seguintes atividades na funo Planejamento:

Participar da gerao da Matriz de Criticidade dos Ativos junto com a Engenharia de Manuteno

Elaborar o mapa de 52 semanas Classificar os ativos no CMMS/EAM, utilizando a Matriz de Criticidade e grupando os equipamentos

por tipos definidos (cdigo de catalogao dos ativos) Detalhar e oramentar as Ordens de Servio dos diversos planos de manuteno (Inspeo,

Manuteno Preditiva e Manuteno Preventiva) Diligenciar a aquisio, reservar e requisitar os sobressalentes (Aprovisionamento) Negociar com os clientes a real necessidade dos servios de Manuteno Corretiva

importante ressaltar de imediato a necessidade de um programa sistemtico de capacitao do pessoal da Manuteno na funo de planejador. Um equvoco comum a colocao de empregados recm admitidos na funo de planejador porque esses profissionais tm boa formao em softwares de Planejamento (Gantt, Diagrama de Setas, Pert-CPM, MS-Project, Nivelamento de Recursos...). As competncias fundamentais de um bom planejador so, em um determinado servio de manuteno, conhecer:

- A DURAO DAS ATIVIDADES - A QUANTIDADE DE RECURSOS (PESSOAL, MATERIAL, FERRAMENTAS ESPECIAIS, EQUIPAMENTOS DE APOIO - VENTILAO, EXAUSTO, ILUMINAO, ACESSO- MQUINAS DE ELEVAO DE CARGA) - A DEPENDNCIA DESSAS ATIVIDADES (SEQUENCIA DE TAREFAS) - AS FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E OS SOFTWARES DE GERENCIAMENTO DA MANUTENCO

E, admitindo que em nossas escolas tcnicas e de engenharia, no existe preparao adequada para as atividades de Manuteno e, muito menos, de Planejamento de Manuteno, um absurdo imaginar que somente por conhecer softwares de planejamento esses profissionais esto preparados para a funo.

Luiz Carlos Dorigo, engenheiro eletricista, consultor snior da TECM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA, co-autor do livro Manuteno Orientada para Resultados, instrutor de cursos e conferencista em congressos e seminrios.

2013 Luiz Carlos Dorigo TECM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA www.tecem.com.br

Essa deciso no muito rara, de colocar recm contratados nos grupamentos de PCM, tem sido um fator de frustrao para novos empregados. Dentro de um ncleo de PCM, planejar estabelecer planos de manuteno e de inspeo, alm de atender as solicitaes de manuteno corretiva, de pequenos projetos e obras. Trata-se de criar para todos os ativos da empresa, atravs das Ordens de Trabalho (OT/OS) os mais adequados planos da Manuteno e Inspeo que iro garantir a sua confiabilidade e a sua disponibilidade. A atividade de planejar na Manuteno deve comear pela elaborao da MATRIZ DE CRITICIDADE dos ativos, cuja responsabilidade da Engenharia de Manuteno, porm com a parceria do Planejamentio do PCM, em conjunto com a Operao, Programao de Produo, Segurana e Meio Ambiente. A Matriz de Criticidade elaborada a partir da anlise dos ativos em relao aos aspectos de:

Segurana Pessoal Meio-Ambiente Produo Qualidade do Produto Custos de Manuteno.

Ao analisarmos todos os ativos da Empresa deveremos nos esforar para estabelecer 3 nveis de Criticidade. Esses 3 nveis serviro de base para a escolha das tcnicas e os tipos de servio mais adequados de Manuteno que sero aplicadas a eles, assim como a freqncia de sua aplicao. As tcnicas/servios aplicveis so classificadas em:

Manuteno Corretiva

Manuteno Preventiva

Manuteno Preditiva

Inspeo. MATRIZ DE CRITICIDADE Os parmetros que devem nortear sua execuo esto indicados na tabela a seguir:

rea de Ao Parmetro Graduao

Segurana e Meio- Ambiente

Causa fatalidade ou acidente incapacitante, danos irreversveis Sade e Meio-Ambiente, no cumprimento da legislao (NR-10 e NR-13...)

Mxima

Causa leses leves, perturbao ecolgica de baixa durao Mdia

Causa efeitos leves a sade, no afeta o Meio-Ambiente Pequena

Produo

Afeta a produo anual de forma irrecupervel Mxima

Afeta a produo, porm pode ser recuperada Mdia

No afeta a produo Pequena

Qualidade do Produto

Afeta a qualidade final (produto fora de especificao para o cliente externo)

Mxima

Exige reprocessamento do produto Mdia

No afeta a qualidade do produto Pequena

Custos de Manuteno

Aumenta em mais de 20% os custos mensais da Manuteno Mxima

Aumenta de 10% a 20% os custos mensais da Manuteno Mdia

No afeta significativamente os custos de Manuteno Pequena

2013 Luiz Carlos Dorigo TECM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA www.tecem.com.br

A MAIOR CONTRIBUIO DA MATRIZ DE CRITICIDADE UNIFORMIZAR O COMPROMETIMENTO DE TODO PESSOAL E PARTICULARMENTE DOS GERENTES COM A DEFINIO DA IMPORTNCIA RELATIVA DOS ATIVOS.

Aplicada a Matriz de Criticidade para todos os ativos faz-se a classificao dos equipamentos definindo-os em trs nveis: A, B, C. Sero de Criticidade A todos aqueles equipamentos que se enquadrarem na classificao Mxima em qualquer um dos quatro requisitos, quais sejam Segurana e Meio-Ambiente, Produo, Qualidade do Produto e Custos de Manuteno. De Criticidade C sero aqueles que se situarem na classificao Pequena em todos os requisitos. Quanto Criticidade B, depende muito de deciso gerencial na utilizao da Matriz de Criticidade, podendo programar servios por oportunidade. Como exemplo, a contratao dos servios externos de Vibrao e Termografia, que podem gerar um lote econmico, quando as empresas contratadas tm que deslocar para o local da planta industrial que as contratou.

EMBORA SEJA NECESSRIO LEVANTAR A MATRIZ DE CRITICIDADE PARA TODOS OS ATIVOS, RECOMENDAMOS CONCENTRAR INCIALMENTE TODOS OS ESFOROS NA CONSOLIDAO DOS PLANOS PARA OS ATIVOS TOP TEN DE CRITICIDADE A. TRATA-SE DE UM TRABALHO EXAUSTIVO, QUE GERALMENTE NECESSITA DE REVISES AO LONGO DE SUA EXECUO.

A Matriz de Criticidade assim elaborada define uma situao esttica. No significa que a prioridade de atendimento para as intervenes de manuteno do dia a dia j esteja previamente definida. H que se considerar as circunstncias de funcionamento da planta. Por exemplo: quando h excesso de Manuteno Corretiva, a prioridade fica impactada pela indisponibilidade e mesmo que alguns equipamentos tenham reserva (ou stand-by), pode ser gerada a necessidade de urgncia ou emergncia. Isso enfatiza as desvantagens de se trabalhar com alto percentual de manuteno corretiva em carteira de servios futuros, pois pode provocar perturbaes na Programao de Servios. Como a lotao de Manuteno estvel pode inclusive provocar atrasos e descumprimento dos planos de Inspeo, Manuteno Preventiva e Manuteno Preditiva. Podemos considerar que a Criticidade tratada no Planejamento, enquanto que a Prioridade tratada na Programao (cujas atividades definiremos porsteriormente). Ativos de Criticidade A devem ser, aproximadamente, 10% do total de ativos da planta. Obrigatoriamente devem ser detalhados para esses ativos:

Planos de Inspeo, Planos de Manuteno Preditiva, Planos de Manuteno Preventiva (onde no for possvel aplicar Manuteno Preditiva), Programas de Confiabilidade, Programas de Engenharia de Manuteno Programas de TPM.

A Manuteno Corretiva nesses ativos s deve acontecer sob a forma de Manuteno Corretiva Planejada, isto , aquela aplicada aps a Inspeo ou a Manuteno Preditiva.

Esses ativos devem gerar obrigatoriamente Relatrios de No Conformidade, em casos de falha (situao de indisponibilidade). Adicionalmente, dentre esses ativos so escolhidos os TOP-TEN da planta industrial, ou seja, os 10 (dez) ativos mais crticos e importantes, para serem os primeiros a receber a aplicao dos Programas de Confiabilidade. Ativos de Criticidade Bl devem representar aproximadamente 60% dos ativos da planta. Deve ser adotada pelo menos uma entre as tcnicas: Manuteno Preventiva, Preditiva ou Inspeo. Ativos de Criticidade C devem representar aproximadamente 30% do total de ativos da planta. Por definio gerencial, podem ser adotadas desde tcnicas de Manuteno Preditiva, Preventiva ou Inspeo (em funo

2013 Luiz Carlos Dorigo TECM TECNOLOGIA EMPRESARIAL LTDA www.tecem.com.br

das disponibilidades/oportunidades) at tcnicas de Manuteno Corretiva aps falha, ou seja, deixar o equipamento operar at a falha.

Criticidade e Prioridade Por vezes os termos Criticidade e Prioridade podem provocar alguma confuso. Criticidade o quanto um equipamento crtico ou influencia o funcionamento de uma mquina ou sistema. O efeito de um mau funcionamento ou falha de um item para o desempenho de um sistema. Prioridade o tratamento que se d ao servio no momento de sua execuo. Prioridades de Atendimento so normas ou padres de gerenciamento que indicam quais os critrios a serem adotados para definir quem ser atendido antes, quando existem vrios pedidos pendentes ou simultneos e acima da capacidade de atendimento momentneo. Assim, um equipamento de Criticidade A pode em um dado momento, no ser o mais prioritrio. Simplificando podemos afirmar: As aes decorrentes da Criticidade so aes de Confiabilidade e so tratadas no Planejamento. As aes decorrentes da Prioridade so aes de Disponibilidade e so tratadas na Programao. Planos de Inspeo e de Manuteno Uma vez estabelecida a Matriz de Criticidade e o Mapa de Classificao dos Ativos esto satisfeitas as condies para a elaborao dos Planos de Manuteno. Normalmente costuma-se detalhar os Planos de Manuteno e Inspeo com o horizonte anual, ou seja, 52 semanas. Por isso