Planejamento e Controle de Capacidade- PPCP

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Planejar, controlar e dirigir a capacidade de um processo industrial e importante e sem perspectivas.Sempre lembrando que e possível, otimizar o processo produtivo

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  • PLANEJAMENTO E CONTROLE DE CAPACIDADE

    INTRODUO

    Prover a capacitao de satisfazer a demanda atual e futura uma responsabilidade

    fundamental da administrao de produo. Um equilbrio adequado entre capacidade e

    demanda pode gerar altos lucros e clientes satisfeitos, enquanto o equilbrio "errado" pode

    ser potencialmente desastroso. Embora planejar e controlar a capacidade seja uma das

    principais responsabilidades dos gerentes de produo, tambm deveria envolver outros

    gerentes funcionais. H razes para isso. A primeira que as decises de capacidade tm

    um impacto em toda a empresa. A segunda que todas as outras funes fornecem entradas

    (inputs) vitais para o processo de planejamento. A terceira que cada funo do negcio

    normalmente dever planejar e controlar a capacidade de suas prprias "microoperaes"

    para atender funo produo principal.

    O que chamamos aqui de planejamento e controle de capacidade s vezes tambm

    chamado de planejamento e controle agregados. A razo disto que no "mais alto nvel"

    do processo de planejamento e controle, os clculos de demanda e capacidade normalmente

    so realizados de for ma agregada, que no discrimina entre os diferentes produtos e

    servios que uma operao produtiva pode fazer. A essncia da tarefa conciliar, no nvel

    geral e agregado, a existncia de capacidade com o nvel de demanda que deve ser satisfeita

    (veja Figura 11.1).

    Que capacidade?

    O uso mais comum do termo capacidade no sentido esttico, fsico do volume fixo

  • de um recipiente ou do espao em um edifcio. Este significado da palavra s vezes tambm

    usado por gerentes de produo. Por exemplo, um fabricante de produtos farmacuticos

    pode investir em novos reatores de capacidade de 1.000 litros, uma empresa de

    investimentos em propriedades compra um estacionamento com capacidade para 500 carros

    no centro da cidade e um cinema mltiplo (multiplex) construdo com dez telas e uma

    capacidade total de 2.500 lugares. Enquanto estas medidas de capacidade descrevem a

    escala dessas operaes, elas no refletem suas capacidades de processamento. Para fazer

    isso devemos incorporar a dimenso tempo adequada para o uso dos ativos. Desta forma, o

    gerente de produo da empresa farmacutica tratar do nvel de produo que pode ser

    conseguido usando os reatores de 1.000 litros. Se a cada hora pode ser produzida uma

    batelada de produtos-padro, a capacidade de processamento planejada pode ser

    equivalente a 24.000 litros por dia. Logo, a definio da capacidade de uma operao o

    mximo nvel de atividade de valor adicionado em determinado perodo de tempo, que o

    processo pode realizar sob condies normais de operao.

    Restries de capacidade

    Muitas organizaes operam abaixo de sua capacidade mxima de processamento,

    seja porque a demanda insuficiente para "preencher" completamente sua capacidade, seja

    por uma poltica deliberada, de forma que a operao possa responder rapidamente a cada

    novo pedido. Com freqncia, entretanto, as organizaes encontram-se com algumas

    partes de sua operao funcionando abaixo de sua capacidade, enquanto outras partes esto

    em sua capacidade "mxima". So as partes que esto trabalhando na sua capacidade

    "mxima" que so as restries de capacidade de toda a operao.

    Planejamento e controle de capacidade

    Planejamento e controle de capacidade a tarefa de determinar a capacidade efetiva

    da operao produtiva, de forma que ela possa responder demanda. Isto normalmente

    significa decidir como a operao deve reagir a flutuaes na demanda. Apresentamos este

    assunto no Captulo 6, onde examinamos as mudanas de longo prazo na demanda e as

    estratgias alternativas de capacidade para lidar com essas mudanas. Essas estratgias

    diziam respeito a introduzir (ou eliminar) incrementos grandes de capacidade fsica.

    Chamamos esta tarefa de estratgia de capacidade de longo prazo. Neste captulo tratamos

    de um perodo de tempo menor, no qual as decises de capacidade so tomadas

  • principalmente dentro das restries dos limites da capacidade fsica estabelecidos pela

    estratgia de capacidade da operao de longo prazo.

    Capacidade de mdio e curto prazo

    Tendo definido a capacidade de longo prazo, os gerentes de produo devem decidir

    como ajustar a capacidade da operao no mdio prazo. Isto normalmente envolve uma

    avaliao da demanda futura em um perodo de 2 a 18 meses, durante o qual o volume de

    produo pode ser variado, por exemplo, alterando o nmero de horas que os equipamentos

    so usados. Na prtica, entretanto, poucas previses so exatas e a maioria das operaes

    tambm precisa responder a mudanas na demanda que ocorrem em um perodo de tempo

    menor. Hotis e restaurantes apresentam variaes de demanda inesperadas e

    aparentemente aleatrias de uma noite para a seguinte, mas tambm sabem pela experincia

    que determinados dias so mais movimentados do que outros. Desta forma, os gerentes de

    produo tambm devem fazer ajustes de capacidade de curto prazo, que lhes permitam

    flexibilizar o volume produzido por um curto perodo, seja com base em previses (por

    exemplo, os caixas de bancos sempre esto ocupados no horrio do almoo) ou sem aviso

    (por exemplo, em um dia quente e ensolarado em um parque temtico).

    Demanda e capacidade agregadas

    A caracterstica importante do planejamento e controle de capacidade, como est

    sendo abordada aqui, que visa definir os nveis de capacidade no mdio e curto prazos em

    termos agregados. Isto , toma decises de capacidade amplas e gerais, mas no se

    preocupa com todos os detalhes dos produtos e servios individuais oferecidos. Logo,

    polticas agregadas assumem que o mix de diferentes produtos e servios permanecer

    relativamente constante durante o perodo de planejamento. A Figura 11.2 mostra como

    quatro operaes podem agregar seus nveis de capacidade e demanda.

  • Objetivos do planejamento e controle de capacidade

    As decises tomadas por gerentes de produo no planejamento de suas polticas de

    capacidade afetaro diversos aspectos de desempenho.

    Os custos sero afetados pelo equilbrio entre capacidade e demanda (ou nvel de

    produo, se isso for diferente). Nveis de capacidade excedentes demanda podem

    significar sub-utilizao de capacidade e, portanto, alto custo unitrio.

    As receitas tambm sero afetadas pelo equilbrio entre capacidade e demanda,

    mas de forma oposta. Nveis de capacidade iguais ou superiores a demanda em

    qualquer momento asseguraro que toda a demanda seja atendida e no haja perda de

    receitas.

    O capital de giro ser afetado se uma operao decidir produzir estoque de bens

    acabados antecipando-se demanda. Isto pode permitir atender demanda, mas a

    organizao deve financiar o estoque at que seja vendido.

    A qualidade dos bens ou servios pode ser afetada por um planejamento de

    capacidade que inclui grandes flutuaes nos nveis de capacidade, atravs da

    contratao de pessoal temporrio, por exemplo. O pessoal novo e a interrupo do

    trabalho rotineiro da operao aumentariam a probabilidade de ocorrncia de erros.

    A velocidade de resposta demanda do cliente pode ser melhorada, seja pelo

    aumento dos estoques (permitindo que os clientes sejam atendidos diretamente a partir

    do estoque em vez de terem que esperar a fabricao dos itens) ou pela proviso

    deliberada de capacidade excedente para evitar filas. A confiabilidade do fornecimento

  • tambm ser afetada pela proximidade dos nveis de demanda e de capacidade. Quanto

    mais prxima demanda estiver da capacidade mxima da operao, tanto menos

    capaz esta ser para lidar com interrupes inesperadas e menos confiveis seriam seus

    fornecimentos de bens e servios.

    A flexibilidade, especialmente a de volume, ser melhorada por capacidade

    excedente. Se a demanda e a capacidade estiverem em equilbrio, a operao no ser

    capaz de responder a quaisquer aumentos inesperados da demanda.

    ETAPAS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE CAPACIDADE

    A seqncia das decises de planejamento e controle de capacidade que precisam

    ser tomadas pelos gerentes de produo ilustrada na Figura 11.3. Tipicamente, a gerncia

    de produo depara-se com uma previso de demanda que tem pouca probabilidade de ser

    correta ou constante. Eles tero alguma idia de sua prpria habilidade para atender a essa

    demanda. Antes de tomar qualquer deciso, entretanto, devem ter uma idia quantitativa

    tanto da capacidade quanto da demanda. Logo, a primeira etapa ser medir os nveis

    agregados de demanda e capacidade para o perodo de planejamento. A segunda etapa ser

    identificar as polticas alternativas de capacidade que poderiam ser adotadas em resposta a

    flutuaes da demanda. A terceira etapa ser escolher a poltica de capacidade mais

    adequada para suas circunstncias.

    Medio da demanda e da capacidade

    Previso de flutuaes da demanda

    Na maior parte das organizaes, a previso da demanda responsabilidade dos

    departamentos de vendas e/ou marketing. , entretanto, um insumo (input) principal para a

    deciso do planejamento e controle de capacidade, que normalmente uma

    responsabilidade da gerncia de produo. Afinal, sem uma estimativa da demanda futura

    no possvel planejar efetivamente para futuros eventos, somente reagir a eles. Por isto

    importante que os gerentes de produo entendam a base e os fundamentos lgicos para

    essas previses de demanda. No que diz respeito a planejamento e controle de capacidade

    h trs requisitos para uma previso de demanda.

    Ser expressa em termos teis para o planejamento e. controle de capacidade

    Se as previses somente forem expressas em termos monetrios, no dando

    nenhuma indicao das demandas sobre a capacidade da operao, precisaro ser traduzidas

  • em expectativas realistas de demanda, expressas nas mesmas unidades que a capacidade

    (por exemplo, horas-mquina por ano, pessoal operacional necessrio, espao etc.).

    Ser to exata quanto possvel

    Em planejamento e controle de capacidade, a exatido de uma previso importante

    porque, enquanto a demanda pode mudar instantaneamente, existe uma defasagem entre

    decidir alterar a capacidade e a mudana surtir efeito.

    Dar uma indicao da incerteza relativa

    As decises de trabalhar horas extras e recrutar pessoal extra em geral so baseadas

    nos nveis de demanda previstos, que na prtica podem diferir consideravelmente da

    demanda real, conduzindo a custos desnecessrios ou servio insatisfatrio aos clientes. Por

    exemplo, a Figura 11.4 mostra os nveis mdios de demanda de um supermercado durante

    um dia em termos do nmero de clientes que entram na loja. A demanda inicialmente

    baixa, mas depois aumenta at a hora do almoo. Depois disso a demanda diminui para

    somente aumentar novamente no incio da noite e finalmente cair novamente no final da

    atividade comercial. O gerente do supermercado pode usar esta previso para ajustar

    (digamos) a capacidade dos caixas durante o dia. Embora esta possa ser uma previso

    precisa da demanda mdia, nenhum dia ser exatamente igual a esse padro.

    De igual importncia uma estimativa de quanto a demanda real pode diferir da

    mdia. Isto pode ser descoberto examinando a estatstica da demanda, para determinar uma

    distribuio da demanda em cada momento do dia. A importncia disto reside no fato de

    que o gerente agora sabe quando ser importante ter pessoal de reserva, talvez alimentando

    prateleiras nas gndolas, estando de prontido para atender nos caixas se a demanda o

    justificar.

    SAZONALIDADE DA DEMANDA

    Em muitas organizaes, o planejamento e controle de capacidade est preocupado

    em lidar com flutuaes sazonais da demanda. Quase todos os produtos e servios tm

    alguma sazonalidade da demanda e alguns tambm tm sazonal idade de suprimentos,

    normalmente quando os insumos so produtos de agricultura sazonal, por exemplo, para o

    processamento de vegetais congelados. Estas flutuaes na demanda,

    ou no suprimento, podem ser razoavelmente previsveis, mas algumas normalmente

    tambm so afetadas por variaes inesperadas no clima e por evoluo das condies

  • econmicas. A Figura 11.5 mostra alguns exemplos de sazonalidade.

    FLUTUAES SEMANAIS E DIRIAS DA DEMANDA

    A sazonalidade da demanda ocorre em um ano, mas variaes previsveis similares

    na demanda tambm podem ocorrer para alguns produtos e servios em um ciclo mais

    curto. O grau em que urna operao ter que lidar com flutuaes de demanda de prazo

    muito curto determinado parcialmente pelo tempo que seus clientes esto dispostos a

    esperar por seus produtos ou servios. Urna operao cujos clientes so incapazes ou no

    querem esperar deve planejar-se para flutuaes de demanda de prazo muito curto. Servios

    de emergncia, por exemplo, precisam entender a variao horria da demanda por seus

    servios e planejar a capacidade de acordo com isso.

    Medir a capacidade

    Medir a demanda fornece parte da informao bsica para o planejamento de

    capacidade. O problema principal para obter esta informao que a demanda

    intrinsecamente incerta. O problema principal com a medio da capacidade no tanto sua

    incerteza, mas, sua complexidade. Somente quando a produo altamente padronizada e

    repetitiva fcil definir a capacidade sem ambigidade. Logo, se uma fbrica de televisores

    produzir somente um modelo bsico, a capacidade semanal poderia ser descrita como 2.000

    televisores do modelo A. Um departamento do governo pode ter a capacidade de imprimir e

    postar 500.000 formulrios de impostos por semana. Um passeio rpido em um parque

    temtico pode ser projetado para processar lotes de 60 pessoas a cada 3 minutos - uma

  • capacidade de "processar" 1.200 pessoas por hora. Em cada caso, o volume de produo a

    medida mais adequada de capacidade, porque no varia a natureza do produto da operao.

    Para muitas operaes, entretanto, a definio de capacidade no to bvia.

    Especialmente quando uma gama muito mais ampla de produtos apresenta demandas

    variveis para o processo, as medidas de volume de produo so menos teis. Neste caso

    medidas baseadas nos insumos so freqentemente usadas para definir capacidade. Veja

    Tabela 11.1

    CAPACIDADE DEPENDE DO MIX DE ATIVIDADES

    O hospital mede sua capacidade em termos de seus recursos parcialmente porque

    no h uma relao clara entre o nmero de leitos que possui e o nmero de pacientes que

    trata. Se todos seus pacientes precisassem de tratamentos relativamente pequenos com

    estadias curtas no hospital, este poderia tratar muitas pessoas por semana.

    Alternativamente, se a maioria de seus pacientes precisar de longos perodos de observao

    ou recuperao, um nmero muito menor seria tratado. O volume de produo depende do

    mix de atividades nas quais o hospital est engajado; como a maior parte dos hospitais

    desempenha muitos tipos diferentes de atividades, difcil predizer o volume de produo.

  • Certamente, difcil comparar diretamente a capacidade de hospitais que exercem

    atividades muito diferentes.

    CAPACIDADE DE PROJETO E CAPACIDADE EFETIVA

    A capacidade terica de uma operao - a capacidade que os projetistas tcnicos

    tinham em mente quando projetaram a operao - nem sempre pode ser atingida na prtica.

    Por exemplo, uma companhia que faz a cobertura de papel fotogrfico ter diversas linhas

    de cobertura que depositam finas camadas de produtos qumicos sobre os rolos de papel em

    alta velocidade. Cada linha capaz de funcionar em uma velocidade especfica. O produto

    da velocidade mxima de cobertura pelo tempo de operao da planta fornece a capacidade

    terica de projeto da linha. Na realidade, entretanto, a linha no pode funcionar

    continuamente em sua velocidade mxima. Produtos diferentes tero diferentes

    necessidades de cobertura, de forma que ser preciso parar a linha para fazer a mudana.

    Tambm ser necessrio fazer manuteno da linha, o que diminuir ainda mais o tempo

    produtivo. Dificuldades tcnicas de programao podem significar tempo perdido

    adicional. Nem todas essas perdas so falhas do gerente de produo; ocorreram devido a

    demandas tcnicas e do mercado sobre a operao. A capacidade real que resta depois que

    essas perdas so deduzidas chamada capacidade efetiva da operao. E estas causas de

    reduo de capacidade no sero as nicas perdas de capacidade de produo. Fatores como

    problemas de qualidade, quebras de mquinas, absentesmo e outros problemas que podem

    ser evitados tero seu custo. Isto significa que o volume de produo real da linha ser

    ainda menor do que a capacidade efetiva. s propores do volume de produo realmente

    conseguido por uma operao para a capacidade de projeto e para a capacidade efetiva so

    respectivamente chamadas utilizao e eficincia da planta.

  • Efetiva Capacidade

    Real Produode Volume Eficincia

    Projetode Capacidade

    Real Produode Volume Utilizao

    UTILIZAO COMO UMA MEDIDA DO DESEMPENHO DAS

    OPERAES

    Para muitos negcios, a utilizao usada como uma das medidas-chaves do

    desempenho de produo. uma indicao da proporo da capacidade projetada que foi

    usada para produzir bens ou servios de valor adicionado. A justificao para dar tal

    importncia utilizao normalmente que, qualquer perda de tempo de produo poderia

    ter sido usada para produzir mais produtos, que gerariam mais lucro (isto o chamado

    argumento de "custo de oportunidade"). Muitas organizaes exigem altos nveis de

    utilizao antes de autorizar o investimento em capacidade adicional, argumentando que

    isto maximiza o retorno do capital empregado no negcio. A utilizao pode ser medida em

    relao a qualquer nvel aceito de capacidade de projeto baseada em tempo (por exemplo,

    40 horas, 80 horas, 120 horas ou 168 horas por semana). Pode ser usada para medir peas

    nicas ou grupos de equipamentos, indivduos ou equipes de empregados e mesmo

    operaes inteiras. A utilizao tambm pode ser conhecida por diferentes nomes em

    diferentes setores. Por exemplo: os "nveis de ocupao de quartos" em hotis; o "fator de

    ocupao" para assentos de avies; "tempo em operao" em algumas fbricas.

  • Infelizmente, como medida do desempenho de produo, pode levar a concluses

    errneas. Utilizao baixa pode resultar de baixa demanda ou de paradas freqentes da

    planta ou de falta de materiais ou greves. Por isso, medir o desempenho de diversas partes

    do empreendimento (vendas, manuteno, compras, gesto de recursos humanos) ainda

    freqentemente usado somente como um indicador do desempenho das operaes

    produtivas. Nem sempre desejvel procurar alta utilizao. Particularmente em operaes

    em lotes ou bateladas, nfase em alta utilizao pode resultar na formao de estoques em

    processo, criando semanas ou meses de trabalho mantido em filas, imobilizando materiais

    valiosos e atrasando a concluso de pedidos. Alta utilizao tambm pode afetar

    adversamente o cliente se reduzir a velocidade e a flexibilidade de volume da operao.

    Polticas alternativas de capacidade

    Com uma compreenso da demanda e da capacidade, o prximo passo considerar

    os mtodos alternativos de responder a flutuaes na demanda. H trs opes "puras" para

    lidar com essas variaes:

    Ignorar as flutuaes e manter os nveis das atividades constantes

    (poltica de capacidade constante).

    Ajustar a capacidade para refletir as flutuaes da demanda (poltica

    de acompanhamento da demanda).

    Tentar mudar a demanda para ajust-la disponibilidade da

    capacidade (gesto da demanda).

    Na prtica, a maior parte das organizaes usar uma combinao dessas polticas

    "puras", embora em geral uma poltica domine.

    Poltica de capacidade constante

    Em uma poltica de capacidade constante, a capacidade de processamento

    estabelecida em um nvel constante durante todo o perodo de planejamento, sem

    considerar as flutuaes da previso da demanda. Isto significa que o mesmo nmero

    de pessoas operam os mesmos processos e por isso deveriam ser capazes de produzir

    o mesmo volume agregado de produo em cada perodo. Nos casos em que so

    processados materiais no perecveis, mas no vendidos imediatamente, eles podem

    ser transferidos para o estoque de bens acabados antes das vendas em um perodo

    posterior. Logo, esta poltica vivel (mas no necessariamente desejvel) para

  • nossos exemplos da empresa de malhas de l e para o produtor de alumnio.

    As polticas de capacidade constante deste tipo podem atingir os objetivos de

    padres de emprego estveis, alta utilizao do processo e normalmente tambm alta

    produtividade com baixos custos unitrios. Infelizmente, tambm podem criar estoques

    considerveis, que devem ser financiados e armazenados. Talvez o maior problema,

    entretanto, seja que devem ser tomadas decises quanto ao que produzir para estocar em

    vez de para vendas imediatas.

    Nveis de subutilizao muito altos podem tornar proibitivamente dispendiosas as

    polticas de capacidade constante em muitas operaes de servios, mas podem ser

    consideradas adequadas quando os custos de oportunidade de vendas individuais perdidas

    so muito altos: por exemplo, na venda no varejo de joalheria de alta margem e em

    imobilirias. Tambm possvel estabelecer a capacidade algo abaixo do nvel do pico de

    demanda previsto com a finalidade de reduzir o grau de subutilizao. Nos perodos em que

    se espera que a demanda exceda a capacidade planejada, entretanto, o servio ao cliente

    pode deteriorar-se. Os clientes podero ter que fazer fila durante longos perodos ou podem

    ser "processados" mais rapidamente e com menor personalizao. Embora isto esteja

    obviamente longe do ideal, os benefcios da estabilidade e produtividade para a organizao

    podem compensar as desvantagens de desagradar alguns clientes.

    Poltica de acompanhamento da demanda

    O contrrio de uma poltica de capacidade constante aquela que tenta ajustar a

    capacidade bem prxima dos nveis variveis da demanda prevista. Isto muito mais

    difcil de conseguir do que uma poltica de capacidade constante, pois um nmero

    diferente de pessoas, diferentes horas de trabalho e mesmo diferentes quantidades de

    equipamentos podem ser necessrios em cada perodo. Por esta razo, as polticas puras

    de acompanhamento da demanda tm pouca probabilidade de atrair operaes que

    fabricam produtos-padro no perecveis. Tambm quando as operaes de manufatura

    so especialmente intensivas em capital, a poltica de acompanhamento da demanda

    exigiria um nvel de capacidade fsica, que seria totalmente usado somente

    ocasionalmente. por esta razo que essa poltica tem menor probabilidade de ser

    adequada para o produtor de alumnio do que para o fabricante de malhas de l.

    s vezes difcil conseguir variaes muito grandes na capacidade de um

  • perodo para o outro. Se as mudanas na demanda prevista forem to grandes como as do

    exemplo do hotel, nveis significativamente diferentes de pessoal sero necessrios ao

    longo do ano. Isto significaria empregar pessoal em tempo parcial e temporrio, exigir

    que os empregados permanentes trabalhassem mais horas ou mesmo introduzir mo-de-

    obra contratada. Os gerentes de produo tero ento a difcil tarefa de assegurar que os

    padres de qualidade e os procedimentos de segurana ainda sejam seguidos em detalhe

    e que os nveis de servio aos clientes sejam mantidos. Tanto no hotel como no

    supermercado, a previso da demanda durante os perodos de frias menor do que a

    mdia. Isto poderia ajudar o gerente de produo, pois os empregados seriam

    encorajados a tirar frias nesse perodo. Infelizmente, muitos servios tm seu pico

    durante o vero e os gerentes devem tentar assegurar que o pessoal experiente e

    permanente tire suas frias em outras pocas.

    MTODOS PARA AJUSTAR A CAPACIDADE

    A abordagem de acompanhamento da demanda exige que a capacidade seja ajustada

    de algumas formas. Existem diferentes mtodos para conseguir isso, embora nem todos

    sejam viveis para todos os tipos de produo. Alguns desses mtodos esto listados a

    seguir.

    Horas extras e tempo ocioso

    Com freqncia o mtodo mais rpido e conveniente para ajustar a capacidade

    variando o nmero de horas produtivas trabalhadas pelo pessoal da produo. Quando a

    demanda mais alta do que a capacidade nominal, o dia de trabalho pode ser estendido e

    quando a demanda menor do que a capacidade nominal, o tempo despendido pelo pessoal

    em trabalho produtivo pode ser reduzido. No ltimo caso, o pessoal pode engajar-se em

    outras atividades como limpeza ou manuteno. Este mtodo somente til se a

    programao da capacidade produtiva extra coincide com a da demanda.

    Variar o tamanho da fora de trabalho

    Se a capacidade for fortemente dependente do tamanho da fora de trabalho, uma

    forma de ajustar a capacidade ajustar o nmero de pessoas. Isto feito contratando

    pessoal extra durante os perodos de alta demanda e dispensando-os quando a demanda

  • diminui. H, entretanto, implicaes de custo, e possivelmente tambm algumas ticas, para

    serem consideradas antes de adotar esse mtodo. Os custos de contratar pessoal extra

    incluem os associados com o recrutamento, assim como os custos de baixa produtividade,

    enquanto o pessoal novo passa pela curva de aprendizagem. Os custos de dispensa podem

    incluir possveis indenizaes, mas tambm podem incluir a perda de moral na operao e a

    perda da boa vontade no mercado de mo-de-obra local.

    Usar pessoal em tempo parcial

    Uma variao da estratgia anterior recrutar pessoal em tempo parcial, isto , para

    trabalhar menos do que um dia normal. Este mtodo muito usado em operaes de

    servios como supermercados e restaurantes fast-food, mas tambm usado por alguns

    fabricantes para alocar pessoal ao turno noturno depois do dia normal de trabalho. Se,

    entretanto, os custos fixos do emprego de cada empregado, independentemente de quanto

    tempo trabalharem, forem altos, ento usar este mtodo pode no valer a pena.

    Subcontratao

    Em perodos de alta demanda, uma operao pode adquirir capacidade de outras

    organizaes. Isto pode capacitar a operao a atender sua prpria demanda sem custos

    extras de investimento em capacidade, que no ser necessria depois que o pico de

    demanda tiver passado. Novamente, h custos associados com este mtodo. O mais bvio

    que a subcontratao pode ser muito dispendiosa. O subcontratante tambm desejar ter

    fiargem suficiente no negcio. Um subcontratante pode no estar to motivado a fornecer

    no prazo ou nos nveis desejados de qualidade. Finalmente, h risco de que os

    subcontratantes tambm decidam entrar no mesmo mercado.

    Gerenciar a demanda

    Embora a maioria das operaes tentem planejar para variaes da previso de

    demanda, uma demanda estvel e uniforme pode permitir que uma organizao reduza

    custos e melhore o servio; a capacidade pode ser mais bem utilizada e o lucro potencial

    pode ser melhorado. Muitas organizaes reconheceram esses benefcios e tentam

    "administrar a demanda" de vrias formas. O objetivo transferir a demanda dos perodos

    de pico para perodos tranqilos. Isto normalmente est alm da responsabilidade imediata

    dos gerentes de produo, sendo a responsabilidade das funes de marketing e/ou vendas.

    O papel principal do gerente de produo , portanto, identificar e avaliar os benefcios da

  • gesto da demanda e assegurar que as mudanas resultantes na demanda sejam

    satisfatoriamente atendidas pelo sistema de produo.

    ALTERAR A DEMANDA

    O mecanismo mais bvio para mudar a demanda atravs do preo. Embora isto

    seja provavelmente a abordagem mais amplamente aplicada na gesto da demanda,

    menos comum para produtos do que para servios. Por exemplo, alguns hotis na cidade

    oferecem pacotes de frias de baixo custo "descanso na cidade" nos meses em que so

    esperados menos visitantes de negcios.

    As organizaes tambm podem tentar aumentar a demanda em perodos de baixa

    demanda atravs de propaganda adequada. Isto poderia sugerir que a qualidade do servio

    poderia ser melhor nessa poca (porque haver menor nmero de pessoas) ou simplesmente

    poderia despertar um interesse maior no produto ou servio. Esta abordagem muitas vezes

    combinada com ofertas de preos e produtos modificados.

    PRODUTOS E SERVIOS ALTERNATIVOS

    s vezes, necessria uma abordagem mais radical para preencher perodos de

    baixa demanda. As organizaes podem desenvolver novos produtos, que podem ser

    produzidos nos processos existentes, mas que tm padres de demanda diferentes ao longo

    do ano.

    Polticas mistas

    Cada uma dessas trs polticas "puras" somente aplicada quando suas vantagens

    compensam fortemente suas desvantagens. Para muitas organizaes, entretanto, estas

    abordagens "puras" no atendem a sua combinao necessria de objetivos competitivos e

    operacionais. Da maioria dos gerentes de produo exigido que ponderem os muitos

    objetivos de desempenho, em geral conflitantes, identificados anteriormente. Espera-se que

    reduzam simultaneamente os custos e os estoques, para minimizar o investimento em

    capital e ainda proporcionar uma abordagem gil e orientada para o cliente em todos os

    momentos. Por esta razo, a maioria das organizaes escolhe adotar uma combinao das

    trs abordagens.

    Gesto do rendimento

    Em operaes que tm capacidades relativamente fixas como linhas areas e hotis,

    importante usar a capacidade da operao para gerar receitas com todo seu potencial.

  • Uma abordagem usada por esse tipo de operaes chamada gesto de rendimento. Isto

    realmente um conjunto de mtodos, alguns dos quais j abordamos, que podem ser usados

    para assegurar que uma operao maximize seu potencial para gerar lucros. A gesto do

    rendimento especialmente til quando:

    a capacidade relativamente fixa;

    o mercado pode ser segmentado de forma bastante clara;

    o servio no pode ser estocado de nenhuma forma;

    os servios so vendidos antecipadamente;

    o custo marginal de realizao de uma venda relativamente baixo.