plano brasilia

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BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011 Ano 9 · Edição 91 · R$ 5,30 EDITORA Plano BR A revolução que começa no prato 91 Veganismo www.planobrasilia.com.br MESA REDONDA Chico Vigilante VIDA MODERNA Cuidados na terceira idade PONTO DE VISTA Evandro Garla

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Revista semanal com noticias da capital federal do Brasil

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BRASÍLIA5 de ABRIL de 2011

A n o 9 · e d i ç ã o 9 1 · R $ 5 , 3 0

E D I T O R A

PlanoBR

A revolução que começa no prato

9 1

Veganismo

w w w. p l a n o b r a s i l i a . c o m . b r

MESA REDONDAChico Vigilante

ViDA MODERNACuidados na terceira idade

PONtO DE ViStAevandro Garla

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Sumário

10 Cartas

11 Mesa Redonda

16 Panorama político

18 Brasília e Coisa & Tal

20 Política Brasília

22 Dinheiro

24 Capa

28 Cidadania

30 Gente

32 Cidade

34 Carreira

36 Tecnologia

38 Cotidiano

40 Planos e Negócios

42 Automóvel

44 Vida Moderna

46 Esporte

48 Personagem

50 Saúde

52 Moda

54 Comportamento

56 Religião

58 Cultura

60 Gastronomia

62 Cinema

63 Música

64 Mundo Animal

66 Jornalista Aprendiz

68 Propaganda e Marketing

70 Vinho

72 Tá Lendo o Quê?

74 Frases

75 Justiça

76 Diz aí, Mané

78 Cresça e Apareça

80 Ponto de Vista

82 Charge

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48 6260

28 34

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Expediente Carta ao leitor

DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisó[email protected]

DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia [email protected]

DIRETOR ADMINISTRATIVO Alex [email protected]

PlanoBRASÍLIA

CHEFIA DE REDAÇÃO Afrânio Pedreira

DIRETOR DE ARTE Theo Speciale

DESIGN GRÁFICO Camila Penha, Eward Bonasser Jr. e Paula Alvim

FOTOGRAFIA Gustavo Lima e Vitor Hugo

EQUIPE DE REPORTAGEM Alessandra Bacelar, Aline Ricciardi, Fernanda Azevedo, Iuri Achcar, Larissa Galvão, Maíra Elluké, Michel Aleixo,

Tássia Navarro, Veronica Soares e Virgínia Ciarlini

COLABORADORES Adriana Marques, Ana Carolina Massa Gomes, Antônio Matoso, Bohumil Med, Carlos Grillo, Cerino, Mauro Castro, , Regina Ivete Lopes,

Ricardo Movits, Romário Schettino, Silvia Mendonça,Tarcísio Holanda

IMPRESSÃO IBEP Gráfica

TIRAGEM 60.000 exemplares

REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às maté[email protected]

AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da

editora www.planobrasilia.com.br

PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA.SCLN 413 Bl. D Sl. 201

CEP: 70876-540, Brasília-DFComercial: 61 3041.3313 | 3034.0011

Redação: 61 3202.1357Administração: 61 [email protected]

Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores.

A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Caro leitor,

Mais uma edição da nossa Plano Brasília chega às suas mãos. A torcida da nossa equipe é para que ela caia no seu completo agrado, pois a aceitação do nosso trabalho é de fundamental importância para que continuemos a caprichar cada vez mais.

A nossa reportagem de capa é sobre veganismo. Um assunto que ganhou destaque na mídia quando o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, esteve em nosso país e, por ser vegano e rejeitar qualquer produto que explore animais, deu um certo “trabalhinho” para a equipe de cozinha, responsável pela refeição do homem mais poderoso do mundo e sua família. A cultura vegana reza que, além de seus adeptos não comerem carne, têm por principal objetivo proteger os animais em diversos aspectos. Para eles, a ordem é não a couros, mel, penas, lã, seda, peles ou cosméticos de empresas que utilizam bichos em testes. Por acreditarem no princípio da igualdade entre espécies e que, somente por meio da educação ocorre a reflexão, o questionamento e a transformação. Adotar o estilo de vida vegano é uma responsabilidade social. O movimento, que foi criado em meados da década de 40, na Inglaterra, vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade brasileira. No Brasil, não há dados oficiais sobre o número de seguidores. Estima-se que 4% da população brasileira, cerca de 7,6 milhões de pessoas, sejam de vegetarianos, muitos deles, veganos.

Na matéria “Entulhos por todo o DF”, retratamos a quantas anda o desrespeito das pessoas com a nossa capital ao espalharem lixo e entulhos por toda parte. Afinal, ações assim comprometem a saúde da população e agridem o meio ambiente. Andando pela cidade e por outras regiões administrativas do DF, nossa equipe de reportagem encontrou verdadeiros depósitos clandestinos de lixo em diversos pontos. Na Asa Norte, nas imediações da Universidade de Brasília(UnB) e do Hospital Universitário (HUB) a sujeira é tamanha que chega a atrapalhar o ir e vir de pedestres. E o pior é que o governo, sem uma fiscalização severa de proibição da prática e a não criação de mais áreas de transbordo nas diversas cidades, parece incentivar a prática. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) estima que, diariamente são produzidas seis mil toneladas de entulho no DF, quantidade quatro vezes maior que a do lixo urbano, que chega a duas mil toneladas diárias. Uma leitura que não deve ser deixada de lado.

Outra reportagem que apostamos que vai agradar a todos é sobre a homeopatia para animais. Conforme especialistas, os tratamentos homeopáticos de seres humanos e animais são muito semelhantes. A diferença está apenas nas doenças. A homeopatia está baseada na “Lei dos Semelhantes”, ou seja, onde o semelhante é curado pelo semelhante. Dessa forma, um determinado sintoma será curado pelo medicamento que foi capaz de provocar este mesmo sintoma em um organismo são.

É isso, caro leitor. Esperamos que todos tenham uma excelente leitura e nos falamos na próxima edição.Até lá!.

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Cartas

Fale conoscoCartas e e-mails para a redação da Plano Brasília devem ser endereçadas para:SCLN 413 Bl. D Sl. 201, CEP 70876-540Brasília-DFFones: (61) 3202.1357 / [email protected]

Erramos:Na edição passada, na editoria Auto-móvel publicamos três concessioná-rias que não comercializam o novo Ford Cargo 2012. Nas lojas abaixo, o veículo pode ser encontrado:

- Max CaminhõesQS 9, Rua 100, ADE de Águas Claras(61) 4009-5750- Slaviero CaminhõesBR-040, Polo JK, Santa Maria(61) 3395.4411

Sr. Redator,

Primeiramente, parabéns à Revista PLANO BRASILIA pela riqueza de detalhes e na qualidade que apresentam as suas edições, é assim que percebemos o cuidado que seus editores tem para com seus leitores, matérias interessantes e colunas que sem duvida elevam mais e mais a cada dia, o padrão desta revista.

Em particular, chamo atenção pela coluna do Prof.Bohumil Med deste ultimo número “O Triunfo da Musica” onde brilhantemente com a colaboração de Regina Ivete Lopes demonstrou com muita simplicidade e com fatos, como a Musica com seus ícones clássi-cos e populares ganha o destaque merecido e se posiciona como demonstração cultural de fundamental importância no contexto de uma sociedade, hoje voltada para o consumismo exacerbado e demonstração explicita da inexistência de valores.

Naquela festa popular, como o Carnaval, a dicotomia entre o popular e o clássico ficou clara e transparente e nos chamando para uma reflexão necessária sobre o brilhantismo e importância da Música, um espetáculo à parte da qual todos nós, fomos espectadores.

Congratulações ao Prof. Bohumil, sua colaboradora Regina Ivete e a Revista Plano Brasília.

Familia SUPERA

Alexandre Motta de SouzaUnidade SUPERA Brasília

Diretor Franqueado

Prezados Senhores,

Parabéns a toda a equipe dessa Revista. Não a conhecia e fiquei maravilhada quando a folheei durante uma consulta médica no Conjunto Nacional. Gostei de todas as matérias e da forma como as mesmas foram abordadas. A matéria sobre a “Intolerância Religio-sa” ficou muito boa e como o tema, quando discutido sempre causa discussões acaloradas, teve uma abordagem sensacional.Parabéns a todos mesmo!

Regina CéliaAsa Norte

Gostei muito da matéria sobre o nado sincronizado. Fiquei com vontade de levar minha filha para praticar esse lindo esporte. Obrigada à Plano Brasília por levar informação de qualidade para todo o Distrito Federal.

Ludmila Novaes Cruzeiro

Quero parabenizar a equipe da Revista Plano Brasília pelo conteúdo que vem trazendo à população do DF a cada semana. Gostei muito da matéria sobre Fobia, em uma das edições passadas. Consegui aprender mais sobre o problema que enfrento há pouco mais de dois anos. A reportagem me ajudou a perceber que preciso de tratamento. Muito obrigada.

Lucas BarrosoÁguas Claras

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Mesa Redonda

O deputado Chico Vigilante, personalidade com envolvi-mento político invejável foi fundador do PT e da CUT na capital federal. Sindicalista e parlamentar engajado

na luta pela ética nas instituições federais é fiel defensor da intervenção federal em Brasília como forma de fazer nascer uma política sem escombros do passado. Na entrevista, ele fala sobre a cartelização dos combustíveis e a importância da formação de um conselho de comunicação no DF.

Plano Brasília> Desde o tempo da presidência do Sindicato dos Vi-gilantes, a história política da capital é cheia de momentos de lutas, vitórias e derrotas. O que mudou daquela época de sindicalista para deputado distrital?Chico Vigilante> A disposição e a vontade de lutar continuam as mesmas. Até porque militamos politicamente em uma cidade feita para não ter política partidária, tanto que em 1980, quando fundamos o PT, aqui não tinha eleição. Fun-damos um partido para lutar pelas aspirações de um povo que queria liberdade, eleição e participação num processo político. Lembro que nas primeiras eleições para prefeito fazíamos campanha, aqui no DF, por candidatos de outras capitais. Também lembro da primeira eleição direta para governador do Brasil em 1982, quando Lula foi candidato em São Paulo e Brizola no Rio de Janeiro e nós aqui fazendo campanha para o Lysâneas Maciel que era um companheiro do PT ao governo do RJ. Pois bem, fundamos o PT em 1980 aqui, depois em 1983 fundamos a CUT nacional. O que me levou para a política foi uma greve que fizemos dos vigilantes em 1979. Cheguei aqui em 1977 e fui morar na Ceilândia, onde moro até hoje. A ideia de vir para Brasília era ganhar um pouco de dinheiro, voltar para o Maranhão e comprar um pedaço de terra para a família. Fomos morar na Ceilân-dia e fui trabalhar como vigilante e percebi a exploração que a categoria era vítima. Trabalhávamos até 14 horas por dia e sem nenhum benefício. Em caso de morte de um colega, a gente fazia vaquinha para sepultar o companheiro. Mas foi do meu primeiro salário que comprei um rádio e ficava a noite toda sintonizado na rádio de SP, ouvindo as notícias das greves dos metalúrgicos, e ouvi sobre um tal de Lula. No final de 1977, início de 1978, começou uma grande efervescência sindical no Brasil que foram as greves do ABC paulista. Diante das notícias, eu e meus companheiros decidimos fazer uma greve também, pensando que se em SP eles faziam carros e faziam greve, nós que não tínhamos nada também podíamos fazer. Porém, no outro dia, quando nos demos conta que se apenas fizéssemos uma greve, isso ocasionaria uma demissão. Mas um dia passou um vigilante dizendo que haveria uma assembléia no Setor Comercial Sul para montar um sindicato. Formamos uma comissão com sete companhei-ros para fundar o sindicato e ir à Delegacia do Trabalho e, oito dias depois, foi marcada uma assembléia. Dos sete que foram, voltou só um com a noticia de que não podia haver sindicato de vigilante porque éramos uma categoria armada, paramilitar e a lei proibia. Quando ouvi isso, me levantei e Vigilante

ChicoEquipe Plano Brasília: Edson Crisóstomo, Romário Schettino, Liana Alagemovits, Yuri Achcar e Virgínia Ciarlini | Fotos: Gustavo Lima

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foi a primeira vez que falei em público e disse que não precisávamos de sindicato coisa nenhuma, pois isso não resolvia problema de ninguém, pois eram mon-tados por caras que só se preocupavam com eles mesmos e o que a gente preci-sava mesmo era fazer uma greve. Todos gritaram concordando e nós já saímos dali em greve. Quando descemos do prédio, encontramos os jornalistas Rita Medeiros, Celson Franco, do Correio Braziliense e Jarbas Marques que tinha saído da prisão e estava no Jornal de Brasília. Todos queriam dar força. Era a primeira greve dos trabalhadores mais explorados. O Celson já perguntou qual era a pauta de reivindicação e eu disse que não tinha isso, mas disse o que queríamos e ele ressaltou que isso era a pauta. A gente não tinha onde escrever. Nem máquina e nem sala. Ele, prontamente me mandou aparecer no jornal para que ele escrevesse a pauta. No outro dia cedo, fui lá e disse que que-ria salário de cinco mil cruzeiros, ticket alimentação, não pagar mais uniforme, trabalhar 12h para folgar 36h e quando ele acabou de escrever, peguei o papel, coloquei no bolso e fui pra assembléia. Na época, só dois pontos em Brasília podiam acontecer essas reuniões: o Ginásio de Esportes ou no Parque da Cidade. Como era ditadura, a cada ano, a Secretaria de Segurança é que estipulava os locais. Quando estávamos lá, a tropa de choque cercou a gente e o comandante perguntou quem era o chefe e eu respondi que ali não tinha chefe e sim um nomeado para porta voz das reivindicações da categoria. Por fim, a greve durou 8 dias e o Jarbas Marques fez uma matéria que foi manchete de capa e com mais duas páginas de texto mostrando a exploração de que os vigilantes eram vítimas. Depois disso, o deputado Getúlio Dias do PDT/RS e o Alencar Furtado do MDB disseram que iam investigar terceirização do trabalho no Brasil. Nesse momento, o então di-retor geral do DASP, José Carlos Freire, que sabia das maracutaias nos contratos, fez uma interferência no TRT em BH em que o vice presidente era Gustavo de Azevedo Branco que veio a Brasília,

não para julgar porque não havia o que ser julgado em uma greve que não tem um sindicato e nem uma associação por trás, é apenas um grupo. Mas disse aos empresários que só sairia dali depois de um acordo. Ele separou os dois grupos em salas diferentes e o Dr. José Oscar foi quem ficou levando e trazendo as informações para o Gustavo. Nós con-quistamos um aumento de 2.700, para 4.500, cruzeiros, e ainda com a garantia de que em alguns meses passaria para 5 mil cruzeiros. Conseguimos seguro de vida de 50 mil cruzeiros, deixamos de pagar uniforme. Não fizemos mais vaquinha para sepultar ninguém e a jornada passou a ser de 12h de trabalho para 36h de folga. Nessa ocasião, funda-mos a associação.

Nota-se que o Senhor aprendeu política na raça e com apenas um rádio de pilha no ouvido. Hoje, com os avanços na comuni-cação temos o twitter, por exemplo, que tem sido um mecanismo incômodo para muitos parlamentares. O que o senhor diz disso?

Eu sou do tempo que a comunicação era muito difícil. Me lembro que nessa greve, o Zé Neves que era presidente do sindicato dos comerciários conseguiu um megafone, o que era um grande feito para se dirigir aos trabalhadores. Montamos o primeiro carro de som do DF, o Schettino deve ter participado algumas vezes. O meio de comunicação era determinação real de fazer as coisas. Por exemplo, em 1986, quando fizemos a greve geral, foi a primeira vez que paramos todos os jornais de Brasília e montamos um jornal dos trabalhadores e o Armando Rollemberg, Helio Doyle e Romário Schettino montaram uma redação e ainda fizemos a logística de distribuição. Ou seja, no outro dia havia a notícia da greve contada pelos grevistas. O nome era ‘’trabalhando pela greve’’. Na época, o Sarney tinha ganhado as eleições de ponta a ponta no Brasil. Em seguida, lançou o Plano Cruzado II, que foi um calote nos tra-balhadores. Então, organizamos uma caminhada em Brasília protestando contra o pacote. Marcamos de nos encontrar na rodoviária às 14h. Quan-do eram 13h30, a polícia começou a fechar o cerco. Então falei ‘’vamos embora’’, e saímos a pé até o viaduto da catedral que estava fechado. Mas essa foi uma das cenas mais lindas que vi, porque todos os servidores desceram e parecia um mar de gente. Fomos para a frente do Palácio do Planalto, mesmo com a tropa de choque posicionada e começou uma guerra de campo com pedras, bombas e tiros. Depois voltamos para a frente do congresso. Quero ressaltar que nesse dia, o ato foi feito por nós e a baderna foi feita pela direita. Tinha grupos infiltrados, todos de cabelo baixinho e camiseta amarela amarrada na cintura, orientando os de-mais para fazerem bagunça. Inclusive, foram orientados para agredir o carro da Globo que transmitia o movimento.

Fundamos um partido para lutar pelas aspirações de um povo que queria liberdade,

eleição e participação num processo político

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Subi no carro e disse que ninguém iria agredir os jornalistas e escalei uma equipe para protege-los e continuas-sem fazendo seu trabalho.

Na CPI dos combustíveis de 2002 foi cons-tatada a cartelização no DF. O que se pode esperar das investigações de hoje?

Todo mundo sabe que no DF exis-te um cartel de combustíveis. Existe uma velha frase que diz que Brasília é formada por cabeça, tronco e rodas. Aqui é o pior sistema de transporte público do país. O mais caro e as pes-soas são obrigadas a andar de carro. Aqui é o lugar onde mais se compra gasolina no país, ou seja, é a maior galonagem. É o mercado mais lu-crativo do Brasil. O cartel é operado pela rede Gasol, que detém mais de 80 postos e pela Gasoline que é ainda maior. Na CPI de 2002, constatamos essa cartelização e eles reagiram deci-dindo não aceitar cartão de crédito, nem entrada de óleo diesel aditivado. Encontraram um deputado a serviço do cartel, que apresentou um projeto proibindo supermercado de ter posto de gasolina. Situação que não existe em nenhum lugar do Brasil e aqui é lei. Aqui tem dois supermercados com postos prontos e que não funcionam porque a lei proíbe. A inconstitucio-nalidade dessa lei está tramitando faz quatro anos e há três está no Supremo que não diz nada. O cartel é podero-so. Tem os melhores advogados, me-lhores assessores. É fato que o cartel existe. Eles foram indiciados e está comprovado. A minha surpresa é que ninguém faz nada. As autoridades não agem. O que estamos exigindo agora com essa escalada desenfreada de su-bida de preços? Porque mesmo com o conflito no Oriente Médio o petróleo não subiu um centavo? A Petrobrás continua comprando e vendendo pelo mesmo preço. Eles estão alegan-do a subida do preço do etanol. Ora, a gasolina não é composta só de etanol e se este subiu, cabe ao governo di-minuir o etanol na gasolina. Estamos mais uma vez denunciando o cartel, pedindo o MPDF que investigue, pois

em 2002, derrubamos o preço da gasolina e nenhum posto quebrou. Também teve mais uma ação da jus-tiça que tabelou o lucro por um ano em 15,88%. Por agora, mandei um ofício para a presidente Dilma, para o ministro da justiça, ao ministério publico e ao governador Agnelo, pe-dindo que PCDF investigue desde o usineiro, passando pela distribuidora e chegando no dono do posto. Assim, é possível punir os responsáveis que estão atentando contra a lei da econo-mia popular. Essa quadrilha na pode continuar agindo impunemente, pois transformaram a população de Brasí-lia em refém que precisa ser libertada por meio dessas ações.

Sua história como sindicalista merece sempre ser lembrada.Sua luta contra o cartel de gasolina também é fundamental e queremos te passar agora, a cópia de uma corrente que está circulando na internet que se refere  a um boicote aos postos de gasolina.

Esse boicote é interessante, e nós vamos trabalhar isso. Estamos com reunião marcada no Sindicato dos Ban-cários para consolidar um boicote à BR Distribuidora. A proposta é ficarmos 15 dias sem comprar nos postos BR. Assim, eles sentirão no bolso e vão ter que diminuir o preço.

Como foi voltar à CLDF e em apenas três meses ocorrerem tantas denúncias? Deputados sendo investigados, ex go-vernador, Durval Barbosa e até o Senhor tendo que enfrentar uma representação. Esperava por isso? 

Esperava e sabia que isso ia aconte-cer. Defendi a tese da intervenção fede-ral saneadora no DF. O governador e todos os secretários seriam afastados e esse interventor sanearia o DF durante oito meses para que depois ocorressem as eleições. Pois essas se deram em cima de escombros que continuam existindo. Os segmentos corruptos que atuavam no DF continuam intactos. Mas o que espero, a partir de agora, é que a sociedade de Brasília seja capaz de fazer esse saneamento em função da impunidade que sempre existiu. Na medida em que for constatado um fato, ele tem que ser investigado. A exemplo do desvio da finalidade de licitações na Administração de Samambaia, que che-fiada por um administrador, nomeado por uma deputada em que a chefe de gabinete tem um cunhado que passou a prestar um serviço por carta convite e é o marido da deputada que assina o atestado técnico das obras. Aí é aquela velha história: tem focinho de porco, rabo de porco, orelha de porco, pé de porco e você vem me dizer que não é porco? Então quando denunciei, não disse que ela era culpada, disse apenas que tinha de ser investigada. O MP tem que investigar. E, se ficar comprovado, aí é que se pune. Mas o que fizeram?

Aqui é o pior sistema de transporte

público do país, o mais caro e

as pessoas são obrigadas a andar de carro

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Já que eu estou me afogando, tenho que puxar alguém junto comigo. Só que comigo não cola. Terceirizaram uma denúncia contra mim. Arrumaram um sujeito na Ceilândia e fizeram ele escrever que eu teria recebido dinheiro de uma empresa. Mas, quem quer fazer maracutaia não declara na prestação de contas, e eu declarei cada centavo. Portanto, todas as empresas que me ajudaram e estão declaradas na minha prestação de contas e pessoas físicas também, nunca vão ter um favor de mim. Está tudo declarado e eu não vou me dar mal e todos sabem disso. O que é que eu defendo? Todas as denúncias que chegarem à CLDF compete ao Presidente da Câmara, imediatamente despachar para a Procuradoria analisar o fundamento daquela denuncia e, se tiver qualquer vestígio de irregularidade, despacha para a Corregedoria, que manda para a Comissão de Ética apurar, formaliza processo e depois vai para o plenário.

Sobre moralidade e corrupção na CLDF sabemos que o abraço do afogado é um recurso muito comum. Nesses últimos dias tem surgi-do insinuações de que outras pessoas estão envolvidas na Caixa de Pandora. Houve uma tentativa de envolvimento do deputado Alírio e Chico Leite. Como o Senhor trata estas acusações tendo aliados e não aliados em jogo?

Na hora que saiu a fala do Arruda em relação ao Chico Leite, eu mesmo liguei para o Chico e disse para ele pedir uma investigação imediatamente. Para pedir à procuradoria que apure, e se tiver qualquer fundamento, encaminhar. Res-saltei que ele tem minha solidariedade e eu sei que ele é uma pessoa digna. Mas repito, que na hora de uma denúncia, qualquer pessoa tem que ser investigada. Também falei com o governador Agnelo que a PCDF tem que ser uma Polícia de Estado. Delegado nenhum vai ser substituído por estar in-vestigando quem quer que seja. Foi assim que Lula agiu. Foi assim que devolvemos a credibilidade ao Brasil. O irmão do presidente teve a casa invadida por um mandado de busca e reviraram tudo sem achar nada. O presidente só ficou saben-do depois que a busca havia sido feita. É assim que age uma polícia cidadã. É assim que vai se acabar com a impunidade em Brasília. Em relação àquele problema de Rondônia, do Cassol e em Roraima, caso gafanhoto, eu me perguntava

quando é que vai chegar uma investigação em Brasília? Pois naquela época todos sabiam que havia malandragem no exe-cutivo, que tinha desvio no judiciário, que tinha safadeza no legislativo, que tinha grupos empresariais tirando proveito. Entretanto, parece que tinha um pacto de silêncio da impunidade. A imprensa local não falava nada de Brasília, mas divulgava um ato lá de Rondônia. Cansei de ir a redações de jornais daqui e de fora e em conversa com Policarpo Junior, por quem tenho muito respeito, eu perguntei

quando que a Veja iria se debruçar sobre Brasília. Portanto, acho que esse trabalho da Plano Brasília não tem que livrar a pele de ninguém. Quando for inocente, louvor! Quando for malandro e vagabundo, cacete. Pois foi essa impunidade que fez o país chegar aonde chegou. Achar que não havia cor-rupção na ditadura e que só começou agora é, no mínimo, inocência. O que temos hoje é uma imprensa independente e que isso não quer dizer que não deva receber subsídios de publicidade. Pode-se receber valores de publicidade e fazer imprensa com decência. Qualquer governo que tenta dar a publicidade para a imprensa na tentativa de fazê-la calar, comete um grande erro.

Esse não seria o momento de criar o conselho de comunicação no DF?Muitas vezes digo ao governador que ele tem que ter

uma comissão de acompanhamento de tudo que a imprensa publica e apurar tudo. Não dá pra ficar dizendo que a culpa é da imprensa.

Deputado, obrigado pelo sua participação e afirmamos que a Plano Brasília tem feito um jornalismo sério e identificado com a cidade.

Quero mais uma vez agradecer a oportunidade e fico muito feliz de ver esta revista crescendo. Temos que acabar com a idéia de que somos uma província e dependemos do eixo Rio – São Paulo, uma vez que lá existem meios de comunicação importantes como Veja, Época, Istoé e Carta Capital. Como os grandes jornais são sediados fora de Brasília, é preciso que tenhamos um veículo local de credi-bilidade voltado às questões da cidade. Precisamos que o Correio Braziliense se enfileire na defesa de Brasília. Como discutido com o ex-presidente dos Diários Associados, o já falecido Doutor Paulo Cabral, o Globo faz a defesa do Rio de Janeiro, o Estadão faz a de São Paulo e quem faz a de Brasília? Portanto, a Plano Brasília tem que defender a nossa cidade sem acobertar os malfeitos e sim divulgá-los para que sejam corrigidos.

Confira a entrevista completa em video no site da Plano Brasília:www.planobrasilia.com.br

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16 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

Paz na base governista“Ô, gente, não aposta nisso. Cês vão perder... Cê sabe pra onde que eu vou? Eu vou pra Portugal com o Lula, gente”, afirmou a presidente Dilma Rousseff, afastando a hipótese, levantada pelos repórteres, de entrar em conflito com Lula.

A presidente Dilma Rousseff acaba de demonstrar que não deseja provocar problemas com sua base

de apoio no Congresso. Trata-se de mais de uma centena de emendas apresenta-das pelos parlamentares ao Orçamento da União entre os anos de 2007 e 2009. Ao final de seu governo, Lula emitiu decreto estabelecendo um prazo de validade para tais emendas. Isso significa, nos termos do decreto presidencial, as emendas que não forem pagas até o dia 30 de abril, serão anuladas. Os assessores técnicos do Palácio do Planalto calculam que, somando-se os atrasados antigos às emendas ao Orçamento da União que não foram pagas, em 2010, a soma total chega à casa dos R$ 18 bilhões.

Se somarmos aquele total às emendas que sofreram corte em 2011 – mais R$ 18 bilhões – o total da contenção chega aos R$ 36 bilhões. Essa política de austerida-de está causando um grande mal-estar na base parlamentar governista, chegando alguns mais exaltados a ameaçarem rebeliões. As queixas estão sendo apre-sentadas aos ministros que cuidam da articulação política com o Congresso – Antonio Palocci, da Chefia da Casa Civil, e Luiz Sérgio, das Relações Institucionais. Os mais afoitos estão mandando recados para a própria presidente da República, Dilma Rousseff, deixando claro que po-derão dar o troco quando estiverem em votação matérias de interesse do governo.

LEVANTAMENTO DAS EMENDASÀ noite de quinta-feira, a presidente

Dilma Rousseff reuniu seu Conselho Político, que é integrado pelos líderes de sua base e os presidentes de partidos. Durante o encontro, para serenar os ânimos, Dilma comunicou aos caciques

partidários que decidiu liberar as emen-das. E já instruiu a equipe econômica a fazer um levantamento de tais emendas e a proceder ao empenho respectivo, o que consiste em documento que autoriza a realização da despesa e a honrar o pagamento. Muitas Prefeituras, seguras desse compromisso, abriram licitações e, em alguns casos, instalaram canteiros de obras. O problema é que não há ne-nhuma garantia de que tais pagamentos serão honrados.

LULA ANULOU OS PAgAMENTOSAo final de seu segundo mandato, o

presidente Lula baixou um decreto anu-lando todas as emendas que não foram pagas dentro de 36 dias. Dilma decidiu anular o referido decreto. Seus assessores procuram agora amparo legal para prorrogar essas emendas e, ao mesmo tempo, elaboram um cronograma para os pagamentos. O que está na cabeça do governo é conferir prioridade às obras já iniciadas ou em avançada fase de con-tratação. Não existe informação segura sobre o total em dinheiro que o governo está disposto a desembolsar para honrar tais compromissos. Mas o que se tem em mente é acabar com um problema que poderá provocar rebelião na base de apoio de Dilma.

DILMA ACABOU UMA REBELIãOO que é importante é que a ação de

Dilma acabou com uma rebelião que já se articulava dentro da base parlamentar governista. É uma liberalidade que entra em paradoxo com a política de austerida-de posta em prática pelo novo governo, responsável por um corte de despesas da ordem de R$ 51 bilhões no Orçamento de 2011. Há muitas emendas sérias, mas

não se pode descartar a hipótese de que outras provoquem escândalos na impren-sa. Basta lembrar os escandalosos desvios operados pelos Anões do Orçamento e os sanguessugas das ambulâncias superfatu-radas, sobretudo no Centro-Oeste. Não raro há um jogo de interesses pessoais entre parlamentares e prefeitos aos quais são ligados.

DEFENSORES PúBLICOS EM DESTAQUEO deputado Mauro Benevides

ocupou a tribuna da Câmara para por em destaque a posse, às 19 horas do dia 22 de março, da nova diretoria da Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), entidade que congrega a referida carreira jurídica, que foi criada na Constituição de 1988 através de emenda subscrita por Ulysses Guimarães e pelo próprio Mauro. Ele destacou que continuará à frente da instituição o Dr. André Castro, por uma decisão consensual de seus companhei-ros de corporação. Benevides lembrou que, sob o comando do presidente da ANADEP, os Defensores Públicos acompanharam a discussão e votação da Lei Complementar 132, da qual ele foi relator, “conciliando interesses que eventualmente se conflitavam”, até receber a tranqüila sanção do presidente Lula, “em memorável acontecimento no salão do gabinete presidencial, em dependências do Centro Cultural do Banco do Brasil”.

Lembrou que a instituição terá diante de si novos desafios, como a PEC que institui o Conselho Nacional e a que disciplina o quinto constitucional, “além de uma outra alusiva ao chamado piso salarial, envolvendo advogados e defen-sores públicos de todo o país”.

Panorama Político TARCÍSIO HOLANDA

Page 17: plano brasilia

AS INDAgAÇÕES DA LEI DA FICHA LIMPAO presidente do TSE (Tribunal Su-

perior Eleitoral), Ricardo Lewandowski, acaba de admitir que a chamada Lei da Ficha Limpa poderá não valer também para as eleições futuras, a partir de 2012. Ricardo Lewandowski que é, também, do Supremo Tribunal Federal, admite que poderão surgir novos questiona-mentos judiciais a essa legislação que foi considerada moralizadora. Advertiu que, recentemente, o Supremo Tribunal Federal apenas julgou recurso que invo-cava o artigo 16 da Constituição. Reza o referido dispositivo: “A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência”.

Ou seja, alterações na legislação eleitoral terão de ser, necessariamente, aprovadas um ano antes das eleições. Deve-se lembrar que a Lei da Ficha Limpa foi sancionada em junho de 2010, em um ano eleitoral, portanto, o que levou o STF a decidir (por seis votos a 5) que tal diploma legal não vigorou na eleição do ano passado. “Essa foi a única decisão tomada” – disse Lewandowski, advertindo: “O Supremo não se pronun-ciou sobre a constitucionalidade da lei”. O que significa que essa é uma questão em aberto. “Essa constitucionalidade relativamente aos seus vários artigos poderá ser questionada futuramente, antes das eleições de 2012”. O que fica é a expectativa em novas ações.

CONTRADIÇÕESNos termos da Constituição de

1988, todo cidadão é inocente até provar em contrário. A Lei da Ficha Limpa faz a lei retroagir para atingir

infrações ou crimes cometidos no passado. Nesses termos, ela como que faz uma antecipação de culpa. Para ter o registro de sua candidatura ne-gado, basta que o político tenha uma condenação de segunda instância (um colegiado ou mais de um juiz). Mas o prejudicado tem a opção de recorrer às instâncias superiores – o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal. E em não poucas oportunidades, chamado a opinar a respeito, o Supremo Tribunal Federal entendeu que a lei moralizadora feriu o princípio da presunção de inocência.

OS DIREITOS DE CADA UMA Constituição também estabelece

que nenhuma lei poderá retroagir senão em benefício do réu. Tal princípio reza que nenhum cidadão poderá ser condenado segundo uma lei sancionada depois da data em que o crime foi cometido. A Lei da Ficha criou limites à elegibilidade, amplian-do a relação de crimes que tornam um candidato inelegível durante oito anos. Assim, se um político decide disputar uma determinada Prefeitura Municipal em 2012 – se ele carregar nas costas uma condenação por im-probidade administrativa, um crime que cometeu em 2002, será atingido pela Lei da Ficha Limpa, que entrou em vigência a partir de 2010. Isso fere um princípio constitucional.

A RETROATIVIDADE DA LEISe o prejudicado recorrer ao Supre-

mo Tribunal Federal, essa corte poderá estabelecer que uma lei aprovada em 2010 não pode retroagir para punir um candidato por crime cometido no pas-

sado. O presidente do TSE lembrou que o Supremo Tribunal Federal atribuiu aos relatores de recursos ainda pen-dentes de julgamento a prerrogativa de decidir sozinhos sobre as questões que chegarem a eles. E estimou que existam 30 recursos remetidos pelo TSE ao STF, que terá o direito de dar a palavra final. “Então os ministros, nestes cerca de 30 recursos extraordinários que já foram enviados pelo TSE ao STF, deverão de-cidir isso individualmente” – advertiu Ricardo Lewandowski.

DE ORELHA EM PéObserva o presidente do TSE que

os ministros poderão decidir individual-mente dizendo que “a lei não se aplica às eleições de 2010, sem a necessidade de um novo pronunciamento do plenário”. Isso deve deixar todos de orelha em pé. Se a pendência for decidida pelo STF, o candidato com esse problema no passado terá o registro regularizado na Justiça Eleitoral. A posse na Câmara, Senado, Assembléia ou Câmara Municipal não será automática. “A partir daí, o candida-to deverá tomar as providências, porque o Poder Judiciário não age de ofício, nem o STF, nem o TSE” – fez questão de ad-vertir o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski.

O ministro Ricardo Lewandowski alerta: “O candidato deverá, por meio de seu advogado, tomar as providências para que uma das Casas do Congresso Nacional, eventualmente afetada, ou as Assembléias Legislativas, tomem as providências necessárias”. Antes que isso aconteça, segundo o ministro, a Justiça Eleitoral terá de “reproclamar o resultado (eleitoral) e refazer os cálculos com base no quociente eleitoral modificado”.

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18 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

Brasília e Coisa & Tal ROMÁRIO SCHETTINO

Vingança de Arruda Volta e meia o ex-governador cassado José Roberto Arruda solta um

petardo. Nem sempre agradável aos ouvidos, às vistas e ao olfato. É o

que chamam de “o abraço do afogado”, isto é, “morro, mas levo alguém

comigo”. A cúpula do DEM, o senador Cristovam Buarque e, agora, o

deputado distrital Chico Leite (PT) estão expostos em depoimentos “va-

zados” à imprensa. A imprensa solta quando acha conveniente, a Durval

Filmes idem e o Ministério Público não consegue explicar tudo a tempo

e hora. O fato é que os brasilienses são surpreendidos a cada momento

com uma novidade.

Poemeu Deputadas enroladas e deputados enrolados

Só Arruda ri de todos

Depois de dar o abraço dos afogados

Arlete presidente A secretária de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF

(Sedest) Arlete Sampaio assumiu a presidência do Fórum Nacional dos

Secretários de Assistência Social. Além disso, está tocando, em várias frentes,

os problemas sociais do DF, que não são poucos. Arlete considera “impres-

cindível e estruturante a atualização cadastral de todos os beneficiários de

transferência de renda, construindo um Cadastro Único aos moldes do Gover-

no Federal. Hoje, há quatro bases de dados, possibilitando a que uma família

possa receber mais de um benefício. Outra preocupação é o redesenho dos

programas (Bolsa Social, Bolsa Educação e Bolsa Família) unificando-os e

melhorando a focalização nas famílias em situação de pobreza e extrema

pobreza.com a competência que sempre demonstrou em tudo o que faz”.

Leite derramado O líder do bloco PT-PRB, na Câmara Legisla-

tiva, deputado Chico Vigilante (PT), divulgou

nota sobre denúncia contra o deputado Chico

Leite: “Afirmo que acreditamos na honestidade

e seriedade do deputado Chico Leite. Portanto,

ele tem a nossa solidariedade e apreço. Mas

exigimos que tudo seja apurado com rigor para

que não paire nenhuma dúvida sobre a banca-

da do Partido dos Trabalhadores nesta Casa”.

Leite entrou com pedido de investigação junto

à Mesa Diretora da Câmara Legislativa para

que a Corregedoria investigue a sua conduta ética. É assim que se faz,

não adianta ficar com discurso defensivo e chorando o leite derramado.

Se as provas existirem, que apareçam, e que o culpado pague pelos

erros cometidos.

Mais um A mesma coisa deve acontecer com o

deputado distrital Alirio Neto (PPS), atual

secretário de Justiça, Direitos Humanos e

Cidadania (Sejus), também citado como um

“beneficiado” pelo sistema de distribuição

de recursos de caixa 2 na campanha elei-

toral. A melhor defesa é o ataque, a hora é

de abrir o jogo, quem não deve não teme.

Aliás, brasileiro adora clichê!

Rodízio nos carros Essa será uma medida imprudente no Distrito Federal. Se fizerem

isso, haverá duplicação de veículos no já complicado trânsito

local. Famílias que possuem dois carros com a mesma termina-

ção no número da placa comprarão mais um. Já pensaram? A

vida no trânsito do DF ficará ainda mais insuportável. A solução

é melhorar o transporte coletivo. Colocar linhas Leste-Oeste no

Plano Piloto, integrar metrô-ônibus, renovar a frota de ônibus

e reabrir a concorrência nas linhas atuais e a serem criadas.

Tudo isso pra ontem. Chega de declarações retumbantes e de

soluções paliativas e irresponsáveis.

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PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011 19

Livro do Venício Já está nas boas casas do ramo o novo livro do professor e

pesquisador Venicio Artur de Lima: “Regulação das comuni-

cações – história, poder e direitos”, publicado pela Editora

Paulus. A edição primorosa tem prefácio de Bernardo Ku-

cinski e é uma coletânea de artigos críticos sobre a política

nacional de comunicação.

Outros 50 mais um O Governo do DF prepara uma mega festa para os 51 anos

de Brasília. Será também o primeiro lançamento de Brasília

na Copa do Mundo. Aguardem, uma outra Brasília é possível.

Aos 51 anos, não é uma má idéia dar espaço para os artistas

locais e é isso que a Secretaria de Cultura está fazendo

ao lançar o edital de chamamento para inscrições. Mais

informações na sede da Secretaria (SDN Via N-2 - Anexo do

Teatro Nacional).

Morre Liz Taylor

Assim caminha a humanidade, a diva se foi. Morre Eliza-

beth Taylor, mais conhecida como Liz Taylor, aos 79 anos.

A grande atriz de Hollywood morreu em Los Angeles (EUA)

por problemas cardíacos. A bela Liz era talentosa e foi

reconhecida com vários Oscar. No filme “Disque Butterfield

8”, em 1961; “Quem tem medo de Virgínia Woolf”, em 1967;

além de ter sido indicada outras três vezes em 1958, por

“A Árvore da Vida”; em 1959, por “Gata em Teto de Zinco

Quente”; e em 1960, por “De Repente, No Último Verão”.

Rainha das bilheterias das décadas de 1950 e 1960, seus

olhos cor de violeta encantavam platéias, os críticos e uma

série de maridos, o principal deles o ator Richard Burton, que

ela conheceu no set de filmagens de “Cleópatra”. Os dois

tiveram uma relação turbulenta, casaram-se e separaram-se

duas vezes. Juntos, adotaram a quarta filha de Liz, Maria

Burton. Após 11 anos, entre idas e vindas, a atriz se separou

de Burton e, no mesmo ano, casou-se com o atual senador

republicano pelo estado da Virginia John Warner.

EBC sem religiãoO Conselho Curador da EBC - Empresa Brasil de Comunica-

ção - decidiu que todos os programas religiosos exclusivos

sairão do ar das emissoras de rádio e televisão. A medida,

amplamente debatida, adotou a idéia de que em uma empresa

pública de comunicação tem de prevalecer o caráter laico e

democrático, com abertura de espaços às diversas manifes-

tações religiosas do povo brasileiro. Os conselheiros ainda

deram um prazo generoso para que os responsáveis pelos

atuais programas religiosos se despeçam de seus ouvintes

ou telespectadores. Esses programas – Santa Missa, às 8h,

aos domingos, e Reencontro (evangélico), às 7h45, aos sá-

bados – serão substituídos por uma programação alternativa

que contemple a religiosidade existente no País. A religião é

livre no Brasil, mas o Estado laico e as empresas públicas

não podem privilegiar algumas em detrimento de outras, sob

pena de desrespeitar o direito daqueles que não tem religião

nenhuma ou daqueles que tenham fé em religião minoritária

desprovida de recursos financeiros para financiar suas pro-

duções midiáticas. Taí uma boa medida do Conselho Curador.

Deputado escurinhoUma declaração do deputado Júlio Campos (DEM-MT), ao

escolher o critério racial para distinguir o ministro do Su-

premo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa de seus 10

colegas, provocou polêmica nacional. O deputado referiu-se

a Barbosa como o “moreno escuro lá no Supremo”. É claro

que Joaquim prefere ser identificado como “negro” mesmo.

Não há a menor dúvida.

Comunicando

E-mail: [email protected]

Divu

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ão

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20 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

O adeus a José Alencar A morte do ex-vice presidente da República, José Alencar, 79

anos, no último dia 29, comoveu o País. Foram 13 anos de

luta contra o câncer, 17 cirurgias e 117 dias de internação.

Ainda assim, o bom humor nunca o abandonou. Ele fez ques-

tão de dar transparência ao tratamento e a força de vontade

de Alencar impressionava até a equipe médica. Os brasileiros

viram no ex-vice-presidente um exemplo de obstinação. “Ele

nunca se fez de vítima, enquanto outros o fazem por muito

menos”. Era uma frase fácil de ser ouvida por quem admirava

este mineiro de Muriaé, na Zona da Mata, que se tornou um

bem sucedido empresário e, ao lado do presidente Luiz Inácio

Lula da Silva, também um bem sucedido político.

Agenda suspensa A presidente Dilma Roussef e o ex-presidente Lula estavam em

Portugal quando souberam da morte de José Alencar. A agenda

oficial foi suspensa e os dois voltaram para dar o último adeus

ao ex-vice-presidente. “Conheço poucos seres humanos que

têm a alma, a bondade e lealdade do Zé Alencar”, disse Lula,

bastante emocionado. “Consideramos que o Zé Alencar era uma

das pessoas com quem foi uma grande honra ter convivido”,

completou Dilma.

Honras de chefe de Estado José Alencar passou 489 dias na Presidência da República

substituindo Lula. Por isso, o corpo do ex-vice-presidente foi

velado com honras de chefe de Estado. Desde 1985, na morte

de Tancredo Neves, não ocorria cerimônia semelhante na capital

federal. Em frente à rampa do Pa-

lácio do Planalto, a população fez

fila para se despedir de Alencar.

Luto oficial O governo federal e o GDF decre-

taram luto oficial de sete dias. Em

nota, o governador Agnelo Quei-

roz afirmou que “José Alencar foi

exemplo de superação, de amor

à vida. Dizia bravamente não

ter medo da morte. É assim que

temos de lembrá-lo e homenageá-lo. (...)

Prestou uma grande contribuição política,

econômica e social ao Brasil. Conquistou

o país sem nunca deixar suas origens

humildes.”

Holofotes divididos no Senado A morte de José Alencar foi anunciada durante

sessão especial do Senado, em homenagem

ao ex-senador e ex-governador Mário Covas.

Nos discursos sobre o político tucano, também

vitimado pelo câncer em 2001, os senadores

não deixaram de citar o ex-vice-presidente e ex

senador. Com o fim da sessão, o Plenário foi

ocupado por homenagens a Alencar. Cristovam

Buarque (PDT-DF) destacou o surgimento de

um personagem histórico: “José Alencar hoje

deixou de estar entre nós na vida, mas hoje ele

nasceu para a história. Perdemos uma figura

especial, mas ganhamos um exemplo a ser

Elza

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ão

YURI ACHCARPolítica Brasília

Page 21: plano brasilia

PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011 21

seguido por cada um de nós”. Rodrigo Rollemberg do PSB-DF (foto)

manifestou admiração pelo ex-vice-presidente: “Tenho convicção de

que o exemplo de José Alencar será farol a iluminar a trajetória deste

País, a trajetória do nosso povo. E feliz a geração que pôde conviver

com um homem com as qualidades de José Alencar.” Gim Argello

(PTB-DF) foi o único senador de Brasília que não se manifestou sobre

a morte do ex-vice-presidente no Plenário.

A preposição que faz a diferença Na pressa de anunciar a morte de José Alencar, alguns se-

tores da imprensa tacaram a preposição “de” entre o nome

e o sobrenome. Resultado? Mataram - de novo e quase dois

séculos depois - o escritor José de Alencar, autor de clássicos

da literatura brasileira como Iracema e O Guarani.

Paternidade negada A professora aposentada Rosemary de Morais tem mais um

motivo para lamentar a morte de José Alencar. O ex-vice-pre-

sidente morreu sem reconhecê-la como filha. Rosemary lutava

na Justiça desde 2001 pelo reconhecimento da paternidade.

Ela teria sido fruto da relação de Alencar com a enfermeira

Francisca Nicolina de Morais, entre 1953 e 1954, na cidade de

Caratinga, Minas Gerais. A filha chegou a ser reconhecida pela

Justiça local, mas Alencar se negou a fazer o exame de DNA.

Dona Weslian tem a força A derrota para Agnelo Queiroz (PT)

na eleição para o GDF não abalou

Weslian Roriz. Pelo contrário,

parece ter feito muito bem a ela.

Muito religiosa, Dona Weslian tem

decidido sobre todas as questões

que envolvem a família. Ela cuidou,

inclusive, dos preparativos da

cirurgia cardiovascular do marido,

Joaquim Roriz. E o ex-governador

também vai muito bem, obrigado.

Teve alta na terça-feira passada, surpreendendo até os médi-

cos, que acreditavam na necessidade de mantê-lo internado por

pelo menos mais três dias.

Jaqueline Roriz de volta a Brasília Depois de uma temporada no Rio de Janeiro, a deputada federal

Jaqueline Roriz (PMN-DF) foi a São Paulo visitar o pai, enquanto

este se recuperava da cirurgia. Ambos já estão na capital, mas

Jaqueline preferiu não retomar o trabalho na Câmara dos De-

putados. Ela não é vista por lá desde a divulgação do vídeo em

que aparece com o marido, Manoel Neto, recebendo dinheiro de

Durval Barbosa.

Notificação terceirizada A parlamentar foi notificada sobre o processo contra ela no

Conselho de Ética por meio do advogado, Eduardo Alckmin. A

defesa sustenta que Jaqueline não pode ser investigada por

atos cometidos antes de ter assumido o mandato.

Difícil será convencer os deputados... Novata na Câmara e eleita por um partido sem expressão, Ja-

queline Roriz não encontra uma voz amiga entre os deputados

que integram o Conselho de Ética. O relator do caso, Carlos

Sampaio (PSDB-SP), já avisou que só vai discutir o argumento

da defesa no fim do processo.

Durval fora de formaO delator do suposto mensalão do Distrito Federal não aparece

na academia onde costuma malhar há três semanas. Ele e a

esposa exercitavam os músculos religiosamente às segundas,

quartas e sextas-feiras, ao meio-dia. Se o relator do processo

contra Jaqueline Roriz no Conselho de Ética da Câmara quiser

mesmo ouvir Durval, vai precisar procurá-lo em outro lugar.

Mais espaço para a culturaA nova sede da Câmara Legislativa, que custou R$ 106 milhões

aos cofres públicos, vai virar palco cul-

tural. Desde que assumiu a presidência

da Casa, o deputado Patrício (PT) tem

tocado sem alarde um projeto para que

o novo prédio receba atividades que

aproximem a Câmara dos cidadãos.

Para ele, seria uma excelente forma de

aproveitar o espaço que a sede tem. A

expectativa é de que ainda esse mês a

ideia saia do papel. Na semana passada,

Patrício se reuniu com o presidente da

Câmara dos Deputados, Marco Maia

(PT-RS), para tratar do assunto. Na Casa

Federal, as atividades culturais já fazem

parte da rotina.

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Gustavo Lima

Page 22: plano brasilia

22 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

Inflação, aumento na taxa de juros e restrições ao crédito. Onde isso vai parar? Para responder essa pergunta retórica fica um alento: nunca na história deste país se viveu econo-

mia tão consistente. Como não tenho como fazer comparações precisas e pontuais vamos aos fatos atuais e, inequivocamente, os que estamos vivendo. Entre inflação e taxa de juros, ini-ciemos nossa jornada pelo juro. Entre tantas modalidades de crédito e acesso a dinheiro, vale comentar sobre a que atinge em cheio a vida do trabalhador com carteira assinada. O crédito consignado. Um crédito que possibilita ao trabalhador ter juros menores por autorizar o desconto direto na folha de pagamento. O juro é menor pois reduz o risco do agente financeiro, já que terá os pagamentos parcelados pagos reali-zados diretamente pela empresa que contrata o empregado tomador do empréstimo.

Um bom produto para quem precisa de um dinheiro para auxiliar no orçamento doméstico. Porém, a taxa que deveria ser amiga do trabalhador só vem apresentando animosidade. A taxa de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos consig-nados registrou alta em fevereiro, pela quarta vez consecutiva, chegando a 2,14% ao mês. Frente a fevereiro de 2010, houve alta, de 0,11 ponto percentual, pois naquele mês a taxa média do crédito consignado era de 2,03% a.m.

Segundo a Nota de Política Monetária divulgada pelo Banco Central, no segundo mês de 2011, o volume total de crédito consignado alcançou R$ 141,600 bilhões, o que representa um avanço de 26,5% frente a fevereiro de 2010 e de 1,4% frente ao mês anterior. Muito mais gente pegando dinheiro em volume maior, com um custo maior. Seguindo a lei da oferta e procura, o preço do dinheiro emprestado deveria aumentar, mas não de forma tão agressiva. Para se ter uma ideia, no lançamento do cré-dito consignado a diferença entre ele e o crédito pessoal, cobrado diretamente do tomador, ficava superior a 100%. Hoje está próximo a 50%. Enquanto o crédito consignado gira em torno de 2,14% o crédito pessoal, quando bem negociado está em torno de 3,90%.

Em Brasília, os servidores públicos são campeões em tomar crédito consignado, mais de 85% dos valores concedi-dos em fevereiro foram destinados para esse público. Soma--se a isso tudo um cenário de inflação que incomoda e temos uma receita simples de afogamento orçamentário doméstico. Onde isso vai parar?

Onde isso vaiDinheiro MAURO CASTRO

CurtasO valor total de empréstimos à pessoas físicas em janeiro deste ano somou 770 bilhões de reais, um aumento de 21,5% na comparação com 2010. A faixa de crédito que mais cresceu foi a de valores acima de 50 mil reais, acréscimo superior a 40%. No entanto, quase a metade do saldo de empréstimos a pessoas físicas ativos no sistema financeiro no primeiro mês do ano correspondia ao crédito concedido no valor entre 5 mil e 50 mil reais.

ETANOL X GASOLINANa última semana, o etanol deixou de ser vantajoso em quase todos os estados do país. Considerando os valores da semana terminada no dia 26 do mês de março, o combustível é vantajoso em relação à gasolina apenas no Mato grosso. Para o uso do etanol compensar, é preciso que o litro custe até 70% do preço do litro da gasolina – sem falar de outras variáveis como desgaste do motor e desconforto na hora de ligar o carro frio. Se a proporção ultrapassar essa porcenta-gem, abastecer com gasolina torna-se mais vantajoso.

PROMOçõES AéREASFérias terminadas e algumas companhias aéreas lançam promoções rápidas para aumentar as vendas. O consumidor que deseja viajar deve cuidar e comparar condiçõesAs ofertas, contudo, não seguem os moldes de um pacote tradicional de férias, comercializado nos meses de janeiro e fevereiro. O consu-midor deve ler atentamente as condições estipuladas pela empresa aérea. é comum que as tarifas promocionais possuam diferenças, como na existência de prazo mínimo e máximo de estada, pagamen-to de taxa extra para remarcar ou cancelar voo.

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CapaPor: Maíra Elluké | Fotos: Victor Hugo Bomfim e Divulgação

Atitude VerdePensar duas vezes antes de escolher o que vai colocar no carrinho do super-mercado pode parecer questão de gosto, mas para os praticantes do veganismo é uma questão de princípio. A filosofia se baseia em excluir o consumo de qualquer produto que promova o sofrimento ani-mal. Para os vegans, o movimento é mais do que um estilo de vida. É uma forma

responsável de fazer parte do mundo.

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PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011 25

Seja por questões éticas, sociais ou ambientais, o fato é que o número de brasileiros que começam a pensar em seu papel por um mundo melhor é

cada vez maior. Parte dessa parcela da população atribui sua responsabilidade social aos produtos que consomem diariamente. É o caminho escolhido pelos adeptos ao veganismo ou vegetarismo estrito, que têm por princi-pal objetivo proteger os animais em diversos aspectos.

Além de não comerem carne, os veganos rejeitam qualquer produto que explore animais. Nada de couro, mel, penas, lã, seda, peles ou cosméticos de marcas que utilizem bichos em testes. Para Sônia Felipe, fundadora da Sociedade Vegana - organização pacifista que traba-lha pela difusão dos direitos animais e ao modo de vida vegano – adotar esse estilo de vida é uma responsabili-dade social. “Acreditamos no princípio da igualdade entre espécies e que somente por meio da educação ocorre a reflexão, o questionamento e a trans-formação”, destaca. Com esse mesmo eixo de pensamento, o grupo vegeta-riano “Revolução da Colher” divulga em todo país suas ações individuais para chegar a um resultado coletivo expressivo. “O mundo é movido pelas pessoas e se elas querem um mundo melhor é preciso começar a mudança. O país ganha muito mais se tirar de vez a carne do prato em vez de fazer greve, política ou caridade”, declara Luis Fabiano Celestrino, idealizador da organização.

Criado em meados da década de 40, na Inglaterra, pelo britânico Donald Watson, o movimento vegan, ou vegano, vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade brasileira. Os adeptos dessa vertente do vegetarianismo abolem o consumo de qualquer alimento, vestimenta e todo tipo de produto de origem animal, além de defender o di-reito dos animais e buscarem uma vida mais sustentável. “É um conjunto de valores e de práticas políticas. É a identidade social ética do vegetariano politizado”, afir-ma o assistente social Jonas Freitas, 28 anos, que vive o veganismo há cerca de oito anos. Ele conta que se recusa a comprar algum produto de couro e boicota empresas que praticam ostensivamente a exploração animal, pois acredita que essas atitudes fazem com que se sinta livre. “Chegamos a um nível de dependência humana para produtos e derivados animais tão grande que em alguns casos não existem alternativas viáveis. Ou a libertação é completa ou então não existe”, revela.

Ao ser questionado sobre o motivo de sua escolha, o assistente social é enfático. “Eu escolhi esse caminho por-

que acredito na revolução. E é extremamente revolucio-nário ser vegano”, ressalta. Ativista na ONG Vegan Staff, Jonas acredita que o veganismo é um conjunto de ações diferentes. “Tem a ver diretamente com o cotidiano, com tudo o que eu vivo e faço. Quem ostenta a filosofia vegana tem que se questionar todos os dias”. Entre os pensamentos que guiam a Vegan Staff, está o do filósofo grego Pitágoras: “Enquanto os homens massacrarem os animais, eles se matarão uns aos outros. Aquele que semeia a morte e o sofrimento não pode colher a alegria e o amor”. Apesar de não ter uma central de ativismo num determinado endereço, a ONG conta com ativistas em todo o país. “A Vegan Staff está onde seus militantes estão. Em Brasília nossa rede de contato dá suporte, divulgação e orientação a quem desejar”, detalha Jonas.

Para os veganos, animais não existem para o bel-prazer dos huma-nos. Na visão da filosofia, cada animal é dono de sua própria vida. Tendo assim o direito de não ser tratado como propriedade (cobaia, comida e merca-doria). Dessa maneira, os vegans pro-põem uma analogia entre especismo, racismo, sexismo e inúmeras outras formas de preconceito e discriminação. Com foco na defesa desses princípios foi que o Coletivo V nasceu. Trata-se de um grupo horizontal e autogestionário, ou seja não há líderes ou hierarquia, dessa forma, há uma participação direta de todos os membros da orga-nização. De acordo com a ativista do movimento Adriany Nascimento, 21 anos, o principal objetivo do coletivo é

difundir e desmitificar o veganismo. Além de divulgar os direitos animais e mostrar o impacto ambiental e socioeconômico da indústria da carne. “Queremos mos-trar que as possibilidades de se viver sem esses produtos é real. Além disso, o coletivo repudia qualquer tipo de descriminação. Somos a favor da libertação animal e humana”, destaca.

Entre inúmeras ações do Coletivo V – formado por cerca de 15 colaboradores – o principal evento realizado pela organização é a Verdurada DF. O movimento com bandas de hardcore e cunho político, sempre traz pa-lestras e oficinas sobre a cultura vegana. “É um modelo já existente, iniciado em São Paulo e que hoje acontece em várias cidades do país”, conta Adriany. Vegetariana desde 2007, a estudante sempre se preocupou em saber a procedência da comida que chegava a seu prato. “Mas por comodismo e ignorância, no sentido de falta de ins-trução, ainda consumia ovos e lacticínios”, revela. Foi em abril do ano passado que Adriany cortou de vez da sua

Eu escolhi esse caminho

porque acredito na revolução. E é extremamente revolucionário

ser veganoAtitude Verde

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26 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

vida o consumo de todos os alimen-tos e produtos de origem animal.

No Brasil, não há dados oficiais sobre o número de seguidores do vega-nismo. Estima-se que 4% da população brasileira, cerca de 7,6 milhões de pessoas, sejam de vegetarianos, muitos deles, veganos. Dados do Instituto Ipsos de 2009 reforçam ainda que 28% dos brasileiros têm procurado comer menos carne. “Há vários sinais de que esse é um mercado em ascensão, já que é muito claro o crescimento de vege-tarianos e veganos no país”, afirma a nutricionista do Instituto Vittá, Deise Lopes. A Sociedade Vegetariana Bra-sileira é a entidade responsável pela certificação de produtos veganos no Brasil. O selo é entregue ao produtor mediante uma análise rigorosa da ca-deia produtiva, com taxas que podem chegar até mil reais - dependendo do porte da empresa.

PORQUE TIRAR A CARNE DO PRATO

Há quem concorde com as pala-vras do ex-beatle Paul McCartney: “Se os matadouros tivessem paredes de vidro todos seriam vegetarianos”. Além do cuidado com a saúde, exis-tem outras inúmeras razões que mo-tivam tantas pessoas a deixar o hábi-to de comer carne e outros produtos de origem animal para trás. Para o nutrólogo Eric Slywitch são três os motivos, no Brasil, que fazem um in-divíduo mudar de postura diante do que consome. “A ética é a primeira.

Banir a carne do cardápio

ajuda a proteger o sistema

cardiovascular por combater a

hipertensão

A busca por ser mais saudável e ter mais qualidade de vida, a segunda. A terceira é a causa ambiental. Muitos se preocupam com os impactos que a produção de carne traz ao meio ambiente”, revela. Além do respeito à vida animal, aspectos ambientais reforçam o discurso vegano. A lógica é simplesmente matemática. “Cada quilo de soja consome em média cerca de 2 mil litros de água. Por outro lado, para produzir cada quilo de carne bovina são necessários cerca de 43 mil litros de água”, detalha Eric Slywitch.

Praticante de uma dieta vegana crua, o médico que também é autor

de dois livros sobre o assunto, “Alimentação sem Carne” e “Virei vegetariano e agora?” deixou de consumir alimentos de origem ani-mal, aos 14 anos, por influência de seus professores de artes marciais. Hoje, com 35 anos, ele trabalha para disseminar a cultura vegana pelo Brasil, além de promover cur-sos e oficinas sobre o assunto.

Para ele, banir a carne do car-dápio ajuda a proteger o sistema cardiovascular por combater a hipertensão. A dieta vegana, por ser rica em fibras e pobre em gorduras, proporciona baixos índices do co-lesterol ruim (LDL) e de glicemia. “Uma dieta sem carnes é, de fato, mais saudável. Mas deve-se buscar um equilíbrio entre legumes e frutas, além de abusar das proteínas que é encontrada em outros alimentos”, garante o nutrólogo.

Os números mostram que a população brasileira é por costume – e não por natureza – carnívora. Em 2010 os brasileiros consumiram cerca de 16,8 milhões de toneladas de carnes bovina, suína e de frango, de acordo os números da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura. Mesmo com alta no preço, o consumo de carne bovina per capita no Brasil atingiu 37,5 quilos em 2010. Isto representa uma alta de 5,1% em relação a 2009. O crescimento se dá mesmo com a elevação dos preços em 38,7% no varejo, e 32,9% para o consumidor. Somando-se as carnes de frango, bovina e suína, o consumo per capita chegou a 98,5 quilos, contra 97 quilos em 2009. Ainda de acordo com os números, a tendência é de um aumento de 1,5% para 2011. De acordo com a nutri-cionista Deise Lopes, os números traduzem uma realidade que deve ser transforma-da. É preciso balancear

A nutricionista Deise Lopes

“O veganismo é a identidade social ética do vegetariano politizado”, diz Jonas Freitas

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os cardápios de forma mais saudável. “O fato é que hoje se consome muito mais carne do que é realmente necessário. Há muitos outros alimentos nutritivos que deveriam ser mais consumidos”, pondera. “Para aqueles que desejam cortar a carne do cardápio é preciso mudar de forma gradativa a alimentação”, completa a nutricio-nista. “Nenhum radicalismo funciona. Para começar é preciso cortar os alimentos indesejados aos poucos, assim o organismo se acostuma mais facilmente”, informa.

CARDÁPIO VEgANNo auge da adolescência, com 16 anos, a psicóloga

por formação, mas culinarista vegana por paixão, Marina Corbucci, hoje com 26, decidiu parar de consumir carne depois de receber informativos sobre o assunto num show de rock. Mal sabia ela que o veganismo iria conquistá-la de vez. Hoje, quase 11 anos depois da mudança de vida, Ma-rina se prepara para realizar um sonho – ter um estabele-cimento especializado em receitas veganas. A criatividade é o carro chefe do Café Corbucci, que promete alcançar um público carente de boas opções alimentícias exclusi-vamente vegans. Previsto para ser aberto em meados de abril, o Café nasceu da necessidade que Marina sentia ao procurar um local para comer na cidade. “São poucos os lugares veganos para comer com qualidade em Brasília. O diferencial é esse”, declara.

Já a técnica em nutrição e expert em cozinha ve-gana Nathalia Soares, 19 anos, mais conhecida como

“Chubby Vegan” faz sucesso na internet ao divulgar em redes sociais receitas

livres de matéria-prima de origem animal. Ao optar por não consu-mir nenhum produto vindo de animais desde os 16 anos, ela revela que o começo foi fácil – ao contrário da maioria. “Para mim foi bastante tranquilo porque tive a ajuda de um amigo na época que era vegano e me apresentou mui-tos ingredientes e lugares. Além de muitas dicas”, conta. Apesar de ter passado pela fase de adaptação na

alimentação, desde que adotou o estilo de vida, Nathalia diz que várias áreas de sua vida foram afetadas. “O que teve mais impacto foi com a minha família, que até hoje não se

conforma muito bem com isso”, declara. Entre as receitas que

tiveram boa aceitação, Nathalia destacou o sorvete de chocomenta e as barrinhas de coco.

As receitas veganas de Nathalia Soares fazem sucesso na web

A estudante Adriany Nascimento, do Coletivo V

A culinária vegana conquistou Marina Corbucci

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CidadaniaPor: Virginia Ciarlini | Fotos: divulgação

Considerada como forma prin-cipal, uma expressão de arte, a música acompanha as mais

diversas civilizações ao longo da histó-ria. É reconhecida como uma prática cultural, de gêneros variados e que está sempre presente na vida do ser huma-no. Por essa razão, é amplamente utili-zada como elemento educativo, com a finalidade maior de contribuir para a formação integral de crianças e jovens, que encontram no fazer musical um motivo de alegria e satisfação pessoal.

Com essa consciência da importân-cia da música desde a mais tenra idade até o amadurecimento do ser humano é que surge o Programa de Música do Instituto Grupo Pão de Açúcar (IGPA). Voltado para crianças e jovens, de 12 aos 18 anos, o programa tem como objetivo oportunizar o contato com a arte musi-cal e a participação em uma Orquestra de Metais e Percussão. Resultado de um processo que prevê o ensino musical por meio de instrumentos de sopro e per-cussão, tais como trompete, flugelhorn,

melofone, euphonium, trombone, tuba, caixa, pratos, bombo, tons sinfônicos, gongo, glockenspiel, e outros.

Vale ressaltar, que o Programa de Música do IGPA não está limitado a formar músicos. O ideal do programa transcende esta perspectiva e vai ao encontro da formação integral do ser humano. Em outras palavras, trata-se de um programa cuja prioridade é formar cidadãos íntegros, conscientes do papel de cada um na sociedade e capazes de serem agentes transforma-dores da realidade.

O IGPA realiza esse projeto desde 1998. Atualmente, está em cinco cidades brasileiras: Osasco, Santos, Brasília, Rio de Janeiro e Fortaleza e já beneficiou mais de dez mil jovens. As aulas são ministradas nas Casas da Comunidade, núcleos educacionais, laboratórios de informática e área de convivência. Na ca-pital federal a casa do instituto funciona no Supermercado Extra de Taguatinga desde 2001 e mais de dois mil alunos já participaram do Programa de Música.

Com duração de dois anos, as aulas são realizadas duas vezes por semana, com um conteúdo de aulas teóricas, práticas e de história da música, além da oportunidade do aprendizado com instrumentos e estilos musicais varia-dos. A ideia é valorizar as diferenças culturais do nosso país. Em Brasília, por exemplo, o estilo é música popular brasileira (MPB). Já em Fortaleza, o xote e o maracatu são as estrelas.

E para aqueles que se destacam no programa, a participação nas Orques-tras Grupo Pão de Açúcar está garantida até os 21 anos e com a chance de ainda serem convidadas para atuar em orques-tras mais importantes. Para Daryalva Bacellar, gerente de Responsabilidade Social do IGPA, “o papel do instituto, além de educar, é possibilitar um pre-paro para a vida, para a realização plena como ser humano”.

A profissionalização musical de di-versos alunos de Brasília oportunizou que integrantes fossem aprovados, por meio de concurso, para Banda de Mú-

Música e inclusão socialProjeto nacional já beneficiou mais de dez mil crianças

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sica da Aeronáutica e Banda de Música do Batalhão da Guarda Presidencial. Há também os que foram encaminhados para a UnB, Orquestra da Escola de Música de Brasília e empresas especia-lizadas em casamentos e eventos.

Além disso, alguns alunos que se formaram no IGPA foram monitores de turmas iniciantes do projeto, outros se tornaram professores de música em escolas infantis e de ensino fundamen-tal e muitos assumiram a liderança ou regência da orquestra da igreja.

Para Lyndnez Gomes dos Santos, 17 anos, uma aluna de qualidades ex-cepcionais, o programa tem cumprido papel fundamental nas escolhas da vida. Ela começou no segundo semestre de 2005 e foi uma exceção. Depois de apenas um ano de curso, já passou para a Orquestra e ficará no grupo até os 21 anos. O que ela toca é o flugelhorn, um instrumento de sopro da família dos trompetes.

A aluna ressalta que além do apren-dizado do instrumento, o desenvolvi-mento humano, o comportamento e o entrosamento com o grupo, sempre ob-servados minuciosamente pelo maestro e mentor Altair Paulo da Silva, foram os pontos relevantes para que atingisse um lugar de destaque. “Ele sempre acompa-nha muito de perto o nosso desenvolvi-mento. É amigo e sempre destaca que devemos manter a concentração, o foco e a unidade do grupo. Também diz que esses conceitos têm que ser levados para a vida toda”, diz Lyndnez.

Esse exemplo de aluna diz que segui-rá a carreira de psicóloga e música e que vai trabalhar na área de musicoterapia. Ela se diz uma apaixonada pelo que faz e conta sobre as oportunidades que a orquestra proporciona. “Já viajei para São Paulo, Minas e Goiânia para tocar com as orquestras de outros estados e em Brasília já me apresentei nas salas Villa Lobos e Martins Pena do Teatro Nacional, na Concha Acústica e até já desfilei no sete de setembro no ano passado”, conclui.

Para Onofre Silva, diretor regional (Centro Oeste) do Pão de Açúcar, o objetivo do Programa de Música do IGPA é tornar a cultura mais acessível, gerando inclusão social por meio da música. “Faz parte do DNA do Pão de Açúcar estar próximo à comunidade. Brasília é uma praça muito importante para a atuação do Instituto com mais de 700 crianças e adolescentes benefi-ciados pelo programa desde o início em 2005. Este trabalho é um orgulho para nós”, ressalta.

E para participar da seleção basta ir à Casa do Instituto levando carteira de identidade e comprovante de residência. O curso é gratuito.

ServiçoCasa de Brasília – Instituto Grupo Pão de Açúcar endereço: extra Taguatinga Sul(QS 03, Rua 420, Lote 4)Horário: Segunda a sexta-feira, das 9h às 16hTel.: 61.3353.5774

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GentePor: Edson Crisóstomo

Regina Pessoa e Renato Barbieri

Política

Nelito Falcão, Carlos Fino, Adelmir Santana, José Múcio Monteiro, Marco Aurélio Mello, Danielle Moreira, Francisco Caputo

Dom Raymundo Damasceno entre o casal Antônio Carlos e Fatima Mota

Renata JambeiroA marchand Onice Oliveira entre os artistas plásticos, Rodrigo de Castro e Manfredo Souzanetto

Moreno

2014 já é agoraMotorista disposto a antecipar as eleições de 2014, esbanja o adesivo com a frase “100 dias de governo, e Brasília segue sem governo”.

Em ritmo eleitoralCom o mesmo sentimento de que 2014 é agora, a distrital Celina Leão se recusa a entrar na fritura de Jaqueline Roriz, e vai continuar no bom com-bate, fazendo o papel de principal opositora ao governo Agnelo Queiroz.

é só gogóCaro leitor/eleitor,Aquela proposta de acabar com o 14º e 15º salários dos deputados distritais, continua com status de pro-messa eleitoral. Somente 5 dos 24 parlamentares que dizem topar o fim do privilégio assinaram o projeto de extinção desse absurdo.

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Geleia GeralCaixa Rápido

Dom Raymundo Damasceno entre o casal Antônio Carlos e Fatima Mota

Eduardo Mundim com o casal Maria Regina e Ataíde Rodrigues

gumercindo e Lurdes ValentimRoberto Caldas e Dom Damasceno

Projeto Ensaio de CoresAna Carolina volta a Brasília para apresentação única do seu novo projeto “Ensaio de Cores”, onde mistura a mú-sica com a apresentação de telas pintadas pela cantora. Além de sucessos e canções inéditas, o show apresenta interpretações de músicas de outros compositores, todas em formato acústico e acompanhada de uma banda de mulheres especiais. Dia 29 de abril, às 21horas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Pontos de venda: 4003-1212 ou pelo site www.ingressorapido.com.br.

BB, Bradesco e CEF e o cartão EloUm lançamento do Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal promete aquecer o mercado de cartões de crédito no Brasil. Com foco na classe C, a nova bandeira de cartões Elo, nasce prometendo abocanhar 15% do mercado de cartões até 2015. A nova bandeira irá oferecer cartões de crédito, débito, pré-pagos e "private label". Além disso, a novidade terá funções bancárias e será disponibilizada para correntistas dos três bancos e para outros consumidores. De acordo com as instituições bancárias, o diferencial da nova bandeira será o custo, que deve ser mais competitivo que o das marcas internacionais Visa e Mastercard.

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CidadePor: Alessandra Bacelar | Ilustração: Theo Speciale

Resíduos de diversas espécies têm se espalhado pelo Distrito Federal. Os depósitos clandestinos comprometem a saúde da popu-

lação e agridem o meio ambiente. Não precisa ir longe para encontrá-los. No Plano Piloto, entulhos estão espa-lhados pela W3 e entrequadras, indo até as margens do Lago. Também há restos de construção civil em cidades satélites como Ceilândia, Samambaia e Taguatinga, espalhadas por ruas e centros comerciais.

No setor de oficinas da W3 Norte, diariamente, resíduos são despejados à vista de todos e em plena luz do dia. Restos de concreto e telhas velhas têm atrapalhado o comércio local, pois afastam os clientes quando encontram entulhos frente aos estabelecimentos. Isso sem contar que o ir e vir dos mo-radores f ica prejudicado, causando tropeços nos destroços ali espalhados. Outro problema é a junção dos entu-lhos ao acúmulo de lixo que se amontoa nas redondezas,

atraindo ratos, baratas e outros insetos. “Não aguento mais ter que deparar com tanta porcaria espalhada

pelas ruas, próximo à minha casa. As baratas também saem desses entulhos e entram em nossas casas. Não sei mais o que fazer”, desabafa a dona de casa, Raimunda de Oliveira, residente da 709 Norte.

O acúmulo de entulhos também che-ga a locais de grande f luxo de pessoas, como os arredores da Universidade de Brasília (UnB), colégios daquela área e até o Hospital Universitário de Brasília (HUB). Diversos trabalhadores que transitam pelo local diariamente, além de estudantes e pacientes de hospitais têm que conviver com a sujeira exposta em plena L2 Norte, uma das principais avenidas da capital da federal. “Perto do hospital tem um monte de pedaços de concreto, telhas e outros destroços atrapalhando a passagem e compro-metendo a higiene do hospital”, conta

a enfermeira Maria de Lourdes, do HUB. “Quem vai

Depósitos clandestinos prejudicam a população

e o meio ambiente

Perto do hospital tem um monte

de pedaços de concreto,

telhas e outros destroços

atrapalhando a passagem

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pra UnB encontra tanto entulho no caminho, que se a gente vai de car-ro, tem que desviar desses locais; se vai a pé tem que tomar cuidado para não tropeçar em tanta porcaria”, comenta o estudante de engenharia Paulo Dias.

Devido à irresponsabilidade de algumas pessoas, que despejam lixo em qualquer lugar a céu aberto e ainda o descaso das autoridades em fazer a retirada desses materiais e a não criação de mais áreas de trans-bordos na cidade. Além da popula-ção, quem sofre é a vegetação nativa do cerrado. A cada dia, a natureza cede lugar a grandes concentrações de materiais de construção, pneus, móveis velhos e outros objetos que foram dispensados pela população e que terminaram em terrenos bal-dios. Às vezes, tendo como vizinhan-

ça, moradores de rua que fazem do local suas residências.

Mas falta licenciamento de áreas de descarte ambiental, entre outras que precisam ser preservadas pelo Governo do Distrito Federal. De acordo com lei distrital, todo o material em desuso deve ser alojado em locais próprios, pois o acúmulo de resíduos prejudica o saneamento básico da capital, além de trazer ma-les à saúde da população. Segundo ambientalistas da UnB, é preciso que providências imediatas sejam tomadas, já que a situação pode ge-rar epidemias e agressões ao meio ambiente, de difícil reparação.

Moradores do Guará contam que os principais causadores de sujeira em várias ruas da cidade são em-presas responsáveis pelo transporte de material. Conforme alguns mo-radores, a situação se agrava ainda mais quando se mistura resíduos de construção civil com lixos domésti-cos. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) estima, que diariamente são produzidas seis mil toneladas de entulho no DF, quantidade quatro vezes maior que o lixo urbano, que chega a duas mil toneladas diárias.

Em uma avenida movimentada, no centro da Ceilândia, um antigo depósito da Supergasbrás abriga uma montanha de entulho durante anos. Os moradores acusam a administra-ção da cidade de omissão ao pro-blema. “Direto vemos gente aí atrás usando drogas, além de estupradores que ficam esperando mulheres pas-sarem pelo local”, reclama o lavador de carros Fernando Oliveira. Na área, o comércio é intenso e vendedores se sentem ameaçados com o acúmulo de lixo e entulhos que a cada dia se avoluma mais. Os comerciantes também temem que criminosos usem o ambiente como esconderijo para a bandidagem. O problema não é exclusivo na região administrativa de Ceilândia. O fato é recorrente em quase todas as cidades do DF. Denún-cia ao poder público é imprescindível.

Não aguento mais ter que deparar com

tanta porcaria espalhada pelas ruas, próximo à minha casa.

As baratas também saem

desses entulhos e entram em

nossas casas. Não sei mais o

que fazer

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Muito usado para capacitar, alinhar funções geren-ciais e desenvolver estratégias de eficácia, o coa-ching tem ganhado mercado por consequência

das transformações que o mercado profissional vem so-frendo atualmente. Cada vez mais, profissionais buscam se adaptar aos avanços e à competitividade existente em seu ambiente de trabalho.

Conforme Adriana Marques, Business Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e presidente do CoachingClub, o processo é baseado em uma parceria entre o Coach (aquele que conduz o processo) e o coachee (cliente). O maior objetivo do processo é aumentar o número de resultados positivos tanto do indivíduo, quanto do time de trabalho ou da empresa como um todo.

O processo é desenvolvido através de encon-tros semanais. Por meio de conversas estruturadas, se entende o que poderá ser trabalhado, qual a necessidade detectada pelo cliente (coachee). O próprio coachee é levado a estabelecer as estratégias que serão colocadas em prática. “O coaching é uma espécie de treinador mais individual, focado em questões de desempenho pessoal e profissional”, explica Evaldo Bazeggio, coach há quatro anos e diretor técnico da Bazeggio Consultoria.

“Quando se fala em resultados positivos se pensa logo em dinheiro. Mas existem várias formas de perceber resultados positivos, como nos rela-cionamentos, nos propósitos da vida, no emprego, na qualidade de vida e no desenvolvimento de habilidades. O maior objetivo do coaching é obter maiores resultados positivos para o cliente. Ele é o foco do trabalho. O resultado precisa trazer benefícios e impacto positivo na concepção dele”, assegura a especialista Adriana.

Técnica utilizada há mais de 20 anos e popula-

rizada há cerca de cinco, o coaching tem como princípios fundamentais primeiro estabelecer um foco de trabalho, depois fazer com que cada pessoa entre em ação, em busca do resultado e, tendo percebido esse resultado, alçar a melhoria contínua, o próximo foco. “Então é foco, ação, resultado e melhoria contínua”, resume Adriana.

De olho nas premissas do método, empresas de pequeno a grande porte tem buscado a ajuda de profis-sionais da área para otimizar lucros. “Como houve certa disseminação da metodologia, todos os tipos de empresa

CarreiraPor: Tássia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

CoachingTécnica tem ajudado principalmente empresas a melhorar rendimento e atingir metas

Adriana Marques, Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching e presidente do CoachingClub

Quando se fala em resultados positivos se pensa logo em dinheiro. Mas existem várias formas de perceber resultados positivos

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têm acessibilidade. Antes havia certo preconceito por acharem que se tratava de uma terapia, o que é um equívoco. O coaching tem início, meio e fim”, afirma Evaldo.

Segundo Adriana, a variedade de empresas que procuram a técnica é realmente grande, mas a demanda é muito parecida. “A maioria quer o aumento do envolvimento e do com-promisso dos funcionários”, ressalta.

Processo que, respeitando as escolhas do outro, visa trazer impacto produtivo na vida das pessoas, atualmente o coaching é muito aplicado em casos de sucessão de cargos e ampliação de empresas. “Normalmente o coach vai orientar os funcionários a conduzir de forma correta e produtiva essa ampliação, mas, normalmente, é um serviço mais seletivo. Não envolvendo todos os funcionários”, explica Evaldo.

O coaching não se restringe somente a empresas. Indivíduos e times também tem aderido ao método. “Eu já tive um caso em que a pessoa perdeu 35 quilos. O mais importante é entender o que a

pessoa ou a empresa está procurando e traçar estratégias para alcançar a meta”, destaca Adriana.

Vale ressaltar que o coach não é al-guém que vai fornecer respostas pron-tas para algum problema. “O mais legal é que as pessoas se descobrem donas das suas soluções. É diferente de uma consultoria. O coaching en-sina a fazer o melhor para si, porque o ideal é que a pessoa encontre a sua verdade”, observa Adriana.

Como em qualquer processo de comportamento humano, o sucesso de um coaching depende muito da pessoa beneficiada. Portanto, o coaching necessita do empenho de quem está recebendo a técnica. “Em sua grande maioria os resultados são satisfatórios, pois é algo muito espe-cífico e quando a pessoa contrata um coach ela já está disposta a mudar algo em seu comportamento”, afir-ma Evaldo.

Com a maior competitividade do mercado de trabalho, o coaching entra como uma espécie de guia, que irá explorar os caminhos possíveis para que as pessoas possam escolher

Evaldo Bazeggio, coach há quatro anos e diretor técnico da Bazeggio Consultoria

Serviço CoachingClubSHIS QI 5 hangar 5 Sl. 07, Lago Sul(61) 7816.1004/7816.1005

Bazeggio CosultoriaCLN 115 Bl. A, Sl. 209(61) 3963.1988

qual deles, de forma mais rápida e inteligente vai capacitá-los a alcançar suas metas. Seus objetivos não só pro-fissionais, mas também pessoais.

Para quem se interessar em con-tratar um coach ou adotar esta como uma nova profissão, é imprescindível buscar informações. “Contrate um coach que tenha referências, cases de sucesso e metodologia” adverte Adriana, que completa “Hoje, qual-quer um pode se autointitular coach. Procure saber sobre a formação e currículo do contratado e, se o seu interesse for se tornar um coach, procure escolas e institutos que te-nham uma metodologia reconhecida e comprovada. A Sociedade Brasilei-ra de Coaching, por exemplo, tem turmas regulares de formação em coaching acontecendo a cada dois meses na sede do CoachingClub. Na hora de escolher sobre o seu futuro profissional, vale a pena pesquisar e analisar várias propostas”, afirma.

Antes havia certo

preconceito por acharem que se tratava de uma terapia, o que

é um equívoco. O coaching tem

início, meio e fim

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Samsung

TecnologiaDa Redação | Fotos: Divulgação

Mais leve e mais moderno

A grande novidade do momento é Samsung Galaxy Tab 10.1, pro-duto que vem com processador

dual-core e bateria que tem autonomia de até 10 horas, assim como seu se-melhante de 8,9 polegadas. Os novos tablets da Samsung terão adaptadores de rede compatíveis com os padrões 802.11 a/b/g/n e se aproveitarão de duas antenas para prover melhor estabilidade durante a navegação. Alem de conectar com redes 4G e alcançará velocidades de até 21 Mbps.

O Galaxy Tab 10.1 terá tela wides-creen de 10,1 polegadas, espessura de 8,6 mm e pesará apenas 595 gramas. Apesar disso, a Samsung garante que a tela terá alta definição. A sequência de novidades continua com o novo Social Hub — um aplicativo que reúne contas de emails, redes sociais e mensageiros num único lugar. Os e-books também têm espaço reservado nos novos Galaxy Tab. A Samsung incluiu o Readers Hub, um aplicativo que lembra uma livraria e fornecerá mais de 2 milhões de livros e 2 mil jornais. A sessão de vídeos e fotos também está garantida com os novos Galaxy Tab 10.1 e 8.9. Ambos terão duas câmeras, a frontal de 2 MP e a traseira de 3 MP com capacidade para capturar vídeos em 720p. Para os americanos, a experiência com arquivos de vídeo será ainda maior, pois o aplicativo Media Hub possibilitará visualizar filmes e pro-gramas de TV que estejam disponíveis na web.

Um dos grandes diferencias dos produtos com Android está no suporte para a tecnologia Adobe Flash e, claro, com os novos Galaxy Tab não poderia ser diferente. O Android 3.0 tem supor-

te para o Adobe Flash 10.2, característica única que possibilitará aos consumidores desfrutarem dos melhores sites da web. O tecnólogo da Informação (TI), Jairo Jú-nior acredita que o mundo da tecnologia, a criação ou evolução de algum segmento tecnológico sempre gera o surgimento, em sua maioria informal e não oficial, de comparativos e análises que resultam em seletas listas dos melhores em determinada categoria ou geração. “E, em se tratando de tablet, a coisa não está sendo diferente, existe hoje um pequeno grupo desses que são vistos como a elite da categoria. O Galaxy Tab 2 é um dos que figura a elite dos tablets possuindo peculiaridades que fazem dele uma excelente escolha, dono de uma espessura reconhecida atualmente como a mais fina do mercado ainda carrega o título de mais leve, desbancando nessas características, seu principal concorrente, o iPad 2”, explica. Consumidor de novas tecnologias, Jairo Júnior esclarece que na escolha desse tipo de produto muitas vezes não há consenso quanto quem é melhor e superior. “De maneira geral todos se equivalem, diferenciando-se uns dos outros por detalhes e particularidades que para algumas pessoas podem ou não fazer diferença a depender de três fatores em especial: finalidade de utilização, sentimento de preferência por determinada espe-cificidade (marca, design ou outra característica única) e custo-benefício”, esclarece.

O TI enfatiza que o Sistema Operacional (SO) é fator que merece destaque no ta-blet da Samsung. Ele explica que o famoso Android 3.0 Honeycomb faz parte da famí-lia do robozinho verde que conquistou o mundo, tanto que foi eleito pela ComScore, empresa conhecida por pesquisas sobre plataformas móveis, o SO móvel mais usado nos EUA no segundo semestre de 2010. “Escolher o Galaxy não é necessariamente garantia de ter feito a melhor escolha, o importante é se decidir por um tablet que se adeqüe ao seu estilo, uso e disponibilidade finan-ceira”, finaliza.

Galaxy Tab 10.1

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Encontro de twitteiros é exemplo de que a solidariedade pode ser conduzida do mundo virtual para o real

Para qualquer usuário, trocar mensagens de forma instantânea e divulgar fatos – noticiosos ou

corriqueiros – são duas das mais impor-tantes funções do Twitter (microblog que permite aos usuários o envio e recebimento de atualizações pessoais de outros contatos, em textos de até 140 caracteres). Em 2006, quando o empresário norte-americano Jack Dorsey criou a ferramenta, ele não poderia imaginar todos os efeitos, que uma pequena mensagem disseminada na rede, poderia causar.

A ferramenta, que revolucionou a comunicação na web, possibilita uma infinidade de ações, inclusive a de ajudar a quem precisa. Prova disso foi o sucesso do Brasília Twestival 2011, realizado no último dia 24, no Terraço Shopping. O evento aconte-ceu simultaneamente em 153 cidades pelo mundo. Na capital federal, toda renda arrecadada durante o Twestival foi doado ao Comitê pela Democra-tização da Informática do Distrito Federal (CDI-DF) - instituição nacio-nal de cunho social e filantrópico,

que trabalha pela inclusão digital de pessoas carentes.

De acordo com a organização do evento, a edição de Brasília foi a mais expressiva do mundo. Os números divul-gados no balanço final do evento provam isto. A cidade foi a segunda capital do mundo a arrecadar mais recursos duran-te o evento. Com arrecadação total de R$ 66,4 mil, a capital federal ficou atrás apenas da cidade de Ryadh – capital da Arábia Saudita, que conseguiu levantar US$ 47 mil, o equivalente a R$ 78,4 mil para obras beneficentes daquele país. De

CotidianoPor: Maíra Elluké

Movimento global pela causa local

Público presente durante o Twestival, no último dia 24, no Terraço Shopping “O evento foi uma oportunidade de fazer contatos profissionais”, diz Melissa

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acordo com o coordenador do Twestival, o dinamarquês Jens Schriver, o principal objetivo do encontro foi cumprido. “A ideia era mobilizar a sociedade com a fi-nalidade de ajudar aqueles que trabalham para combater a pobreza e a desigualdade por meio da inclusão digital”, destaca.

Profissionais das áreas de comunica-ção, publicidade e tecnologia foram res-ponsáveis pelo intercâmbio de novidades e ideias que estão em voga na rede. Para a jornalista Janine Louven, que palestrou sobre como o Governo do Rio de Janeiro usou as redes sociais durante a invasão do Complexo do Alemão, o Twitter, assim como outros sites de relaciona-mentos, podem transformar realidades. “Em situações de crise, essas ferramentas podem ter um alcance maior na busca de soluções”, explica. Entre os outros assuntos que foram debatidos durante o encontro, o público teve a oportuni-dade de receber dicas de como utilizar ferramentas de busca e vendas online. Na segunda fase do evento, já durante a

noite, o evento se tornou uma verdadeira festa. Os twitteiros dançaram ao som de DJs da cidade. As bandas brasilienses Lafusa e JP marcaram presença.

Pela primeira vez em um evento sobre redes sociais, a twitteira e estudante de Publicidade, Melissa Lobo, 18 anos, acredita que o Twestival foi uma opor-tunidade de fazer contatos profissionais e entender mais sobre internet e mídias sociais. “Pretendo trabalhar na área e estar no mesmo evento em que inúmeros profissionais de vasta experiência falam sobre o assunto é sempre gratificante”, assegura. Já para Danuta Ferreira, 27 anos, diretora de comunicação da Agência Wise, o encontro é importante para renovar conhecimentos e fazer um intercâmbio de métodos, junto a outras empresas. “Estar em contato com pessoas da área é sempre enriquecedor”, afirma.

INCLUSãO DIgITALFundado e presidido pelo empre-

endedor social Rodrigo Baggio, o

Comitê pela Democratização da In-formática do DF já impactou mais de 1,3 milhão de vidas e recebeu mais de 60 dos mais importantes prêmios de empreendedorismo social do planeta. O CDI foi pioneiro não só na luta pela inclusão digital de populações, a princípio excluídas da sociedade da informação, como também trilha o caminho audacioso da transformação de uma grande rede em um negócio social dos mais impressionantes. No princípio, a proposta era levar com-putadores e internet à comunidades carentes, agora também trabalha no desenvolvimento de cidadãos em agentes de transformação social em potencial. “A tecnologia é um dos mais poderosos catalisadores de mudança social na atualidade, mas tecnologia, por si só, é apenas um instrumento. O verdadeiro desafio é tornar a tecnologia relevante e útil em populações socialmente excluídas”, afirma Baggio.

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Em 2011, o Colégio CIMAN comemora os 40 anos de existência. Hoje, com duas unidades (Cruzeiro e Octogonal/Sudoeste), a instituição atende da educação infantil ao ensino médio, além de educação em período integral. Do antigo curso preparatório para madureira – hoje supletivo – o CIMAN cresceu oferecendo diversas modalidades de ensino e, nos últi-mos 30 anos, são escolas de excelência reconhecida pela comunidade.

Com projeto pedagógico centrado no construtivismo e sociointeracionis-ta, o CIMAN oferece ensino baseado no desenvolvimento de habilidades para competências e focado na cidadania e na sustentabilidade, além de contar com profissionais selecionados entre os melhores do mercado. Na estrutura, o CIMAN tem laboratórios de informática adequados a todas as faixas etárias, Smartboards (lousas interativas), laboratórios de ciências, estações botânicas, hortas, piscinas aquecidas, diversos parques e salas temáticas para a educação infantil, quadras poliesportivas e um ginásio coberto, entre outros confortos para alunos e suas famílias.

Os fãs da culinária do chef Francisco Ansiliero têm mais uma chance de conhecer de perto um pouco dos seus segredos. Desde o dia 29 de março, o chef está dividindo o tempo entre cardápios e novas turmas de seu curso “Cozinhando com Fran-cisco”. No total de cinco turmas. A primeira foi iniciada em 29 de março. As próximas serão nos dias 5, 12, 19 e 26 de abril. Os cursos serão das 19h às 23h, no Dom Francisco da Academia de Tênis. A inscrição custa R$ 600, valor que inclui os ingredien-tes para o preparo dos pratos e um avental com a marca Dom Francisco.

A proposta não é formar chefs profissionais, mas ensinar o preparo de pratos simples e saborosos. Durante as aulas, sempre práticas, os alunos executarão pelo menos três pratos por noite. As receitas serão escolhidas e preparadas por eles, podendo, inclusive, ser algum prato do cardápio do Dom Francisco, como os grelhados, peixes e carnes exóticas. Ao final de cada aula, alunos e professor degustarão as receitas preparadas.

Bares e restaurantes festejaram com os lucros do verão. Segundo o Sindicato do Setor no DF (Sindhobar-DF), houve um aumento de 10% em comparação com 2009. Mas para continuar no lucro, os empre-sários do ramo apostam em inovações para atrair clientes, como é o caso da Chopperia Fogo na Palha de Taguatinga, que criou uma agenda cultural variada para atrair clientes de todo o Distrito Federal.

O que está na moda em todo o Brasil é um artista sozinho em cena e com microfone em punho,. O comediante é atração principal e a platéia mostra o resultado do brilho do artista com gargalhadas. é o comedia stand-up que conquista cada vez mais os boêmios. “Além do choop gelado o cliente pode dar boas risadas com stand up comedy toda sexta-feira, com entrada franca. Com este inves-timento acredito que haverá um aumento ainda maior no nosso público”, ressalta a gerente do estabelecimento, Arlena Flym.

Segundo ela, mudar um pouco a cara do estabelecimento poderá render bons frutos, pois muitos boêmios apostam mais em bares e restaurantes da Asa Sul e Norte. “A ideia é mostrar que Taguatinga tem ótimos lugares para diversão”, diz ela.

Planos e Negócios ALEx DIAS

Serviço Colégio CIMANUnidade Cruzeiro - Qd. 501 (61) 3213.3838

Unidade Octogonal/Sudoesteentre Áreas 1/4 – Octogonal (61) 3213.3737

Serviço Fogo na Palha(61) 3201.6173QNB 15, Ae 04 - Taguatinga Nortewww.fogonapalha.com.br

Serviço Francisco Ansiliero(61) 3316.6285

Assessoria - Solos Comunicações(61) [email protected] / [email protected]

FRANCISCO ANSILIERO

COLéGIO CIMAN

FOGO NA PALHA

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A Media House Comunicação & Marketing é uma empresa de co-municação integrada que alia criatividade e resultados. Atuando no mercado brasiliense, a empresa foi idealizada pela jornalista Flávia Rochet, que possui larga experiência no mercado de Consultoria de Comunicação, tendo atuado tanto na área governamental quanto privada. Junto a uma equipe multiprofissional, que conhece de perto o cotidiano da imprensa e as demandas de comunicação de seus públicos, a Media House tem oferecido atendimento personalizado aos seus clientes, atuando sempre de forma pro ativa no mercado. O diferencial da empresa é criar planejamentos estratégicos que aliem custo e benefícios para os clientes, na busca dos melhores produtos de comunicação para fortalecimento de marcas. Entre os serviços oferecidos pela Media House estão Assessoria de Impren-sa, gestão Estratégica, Comunicação Interna, Treinamento, Eventos, Design e Conteúdo.

As últimas foram Pink Biju, Ricardo Eletro, Drogaria Rosário e a nova agência do Vapt Vupt. De posição geográfica privilegiada, na BR-040, na cidade de Valparaíso de goiás, o Shopping Sul é o único do Entorno Sul de Brasília, região composta por sete municípios que abrange cerca de 900 mil consumidores.

Hoje, o centro de compras recebe um fluxo de 20 mil pessoas/dia, sendo 85% concentrado nas classes B e C, e possui mais de 100 operações de diversos segmentos. Em continuidade ao seu processo de expansão, o Shopping Sul prossegue com as inaugurações do seu novo mix de lojas.

Em maio, o Shopping Sul contará com mais uma loja âncora: a Riachuelo, uma das três maiores redes de varejo de moda do país. As obras já estão em estágio avançado e no mall do shopping já está instalado um stand para os clientes que desejam fazer o cartão da loja. Além da Riachuelo, estão em fase final de obra mais três lojas de vestuário, além de uma nova agência do BRB e agência do Banco do Brasil.

O Shopping Sul é administrado pela Terral Shopping Centers que é uma empresa do grupo Terral, com administração integrada, espe-cializada no desenvolvimento, administração e comercialização de centros comerciais, com foco na inovação e geração de resultados e

com reconhecida expertise nos públicos B e C. A empresa tem por característica o lançamento de empreendimentos inteligentes e arrojados com racionalização de custos de condomínio, a fim de garantir o melhor retorno aos seus parceiros e investidores. Atualmente, está à frente de seis shoppings em operação e outros quatro projetos ainda em diferentes fases de concretização.

A empresa Renato Nunes Cerimonial vai inovar uma vez mais e criar uma nova opção em Brasília: a mostra “Noivas e Eventos Brasília 2011”. Marcado para ocorrer de 05 a 08 de maio no Unique Pala-ce, o novo empreendimento terá como diferencial agregar outros segmentos de festas ao setor dedicado até então exclusivamente a casamentos.

“Quem vai se casar continuará encontrando todos os serviços, pro-dutos e profissionais para selecionar desde o convite até a viagem de lua-de-mel. A novidade é incluirmos opções e fornecedores para outras celebrações como formaturas, festas infantis e eventos corporativos”, conta Renato, que assina o novo evento. Toda a formatação é altamente direcionada ao consumidor, que poderá escolher e contratar fornecedores durante o evento.

Há 23 anos na profissão, Renato Nunes já cuidou de aproximadamente 2, 5 mil eventos, entre casamentos, festas de debutantes, formaturas, lançamentos de empresas e produtos, eventos corporativos e outras celebrações. Sua empresa conta com uma equipe experiente e espe-cializada em assessorar famílias, profissionais e empresas a transfor-mar eventos em acontecimentos, atuando desde o planejamento até a recepção dos convidados ao lado dos anfitriões.

Serviço Media HouseST/Norte Lt. M, ent. B, Sl. 148(61) 3541.5200 / 3263.2500www.mediahousecomunicacao.com.br

Serviço Shopping SulBR 040, KM 12 - Valparaíso de Goiáswww.shoppingsul.net

Serviço Renato Nunes Cerimonial(61) [email protected]

MEDIA HOUSE

RENATO NUNES CERIMONIAL

SHOPPING SUL

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A Toyota acaba de trazer ao mercado bra-sileiro a linha Corolla 2012. O modelo, líder do segmento dos sedãs médios,

chega com design mais moderno, esportivo e sofisticado, além de novos equipamentos de série, acabamento interno aprimorado e nova família de motores e transmissões para as ver-sões 1.8L 16V Flex.

Já disponível nas concessionárias, o carro per-manece com a mesma configuração, sendo com-posta pelas consagradas versões: XLi e GLi, com transmissões automática e manual, motor de 1.8L 16V Flex e XEi e Altis, com câmbio automático e motor de 2.0L 16V Flex.

DESIgNNa reestilização do veículo, a Toyota pri-

mou por enfatizar a jovialidade do Corolla, aumentando assim o público consumidor. O desenho está mais evoluído. Na frente, as mudanças acentuaram as linhas curvilíneas do capô. O Corolla 2012 apresenta nova grade dianteira, maior e com file-tes centrais mais finos e elegantes em comparação com o modelo anterior, que destaca a insígnia da Toyota. Na lateral, as rodas de liga leve das versões GLi e XEi e da versão top de linha Altis foram redesenhadas e estão mais elegantes e modernas. Para as versões GLi e XEi, a roda de liga leve de cinco pontos mostra agora

duas superfícies sobrepostas que transmitem a sensa-ção de movimento mesmo com o veículo estático.

As mudanças na traseira são as mais profundas. As lanternas do Corolla 2012 têm um novo set de distri-buição das lâmpadas. A moldura da placa está mais ampla e a moldura que sobrepõe à tampa do porta--malas ocupa praticamente toda a superfície da tampa traseira. Nas versões XEi e Altis, a Toyota adotou lanternas com LED, que visam reforçar o apelo de tecnologia e sofisticação.

Novo

AutomóvelDa Redação | Fotos: Divulgação

Corolla 2012Modelo apresenta novo design, mais esportivo e arrojado

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MOTORA grande novidade téc-

nica da linha Corolla 2012 é a introdução de uma nova família de motores para as versões XLi e GLi. Ambas agora são equipa-das com um propulsor 1.8L 16V Dual VVT-i Flex, que substitui o 1.8L VVT-i Flex. De construção leve e compacta e com alta rigidez, o novo motor tem concepção similar aos motores 2.0L 16V Dual VVT-i Flex, introduzidos na linha Corolla no ano passado, também adotan-do bloco, cárter e cabeçote de alumínio.

Para melhor apro-veitamento da alta taxa

de compressão, os motores 1.8L 16V Dual VVT-i e 2.0 16V Dual VVT-i Flex da Toyota utilizam velas de irídio do tipo M12, mais finas e com longo alcance, que co-laboram para a queima mais eficiente do combustível. Também se fazem presentes nos motores componentes que minimizam a suscetibilidade à manutenção, como pistões refrigerados a óleo, tuchos hidráulicos e balan-cins roletados – este último, além de reduzir o atrito no funcionamento do conjunto, contribui para melhora do consumo.

Outro destaque técnico do Corolla 2012 é o ar-con-dicionado com compressor de volume variável, que permite um gerenciamento mais eficiente do sistema e consequente funcionamen-to linear do equipamento, captando menos energia do motor. O resultado dessa alteração é a melhora no consumo de combustí-vel e do conforto na cabine.

Sistema da direção elé-trica e ajuste de suspensão têm acertos específicos de acordo com a motorização que permitem ao condutor dirigir o Corolla com o melhor balanço entre con-forto e desempenho.

DESEMPENHO A renovação da linha Corolla 2012 proporcionou ao

sedã médio da Toyota melhorias substanciais de desempe-nho e consumo, nas versões 1.8L 16V Dual VVT-i. Testes realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia aferiram evolução na aceleração de zero a 100 km/h. Considerando a versão GLi equipada com câmbio automático, o modelo anterior, com álcool, precisava de 12,58 segundos para cumprir a prova, contra 12,17 segundos utilizados pelo novo modelo. A aceleração de zero a 100 km/h das versões 2.0L Dual VVT-i Flex é feita em 11,6 segundos.

MEIO AMBIENTEA Toyota é mundialmente reconhecida por sua irrestrita

preocupação e respeito com o meio ambiente. E na construção do Corolla, a montadora superou seus próprios parâmetros e criou o sedã médio mais “verde” produzido no Brasil. São fabricadas em resina recicláveis todas as peças de revestimento do veículo, que estão identificadas com o símbolo de Produto Reciclável. O Corolla mais uma vez fechou o ano na liderança do segmento de sedãs médios, com 31,2% de participação.

ServiçoKyoto AdharaSPMS ePIA Lt. 03, bl. A Núcleo Bandeirante (61) 2108.7878

Kyoto MotorsSIA Tr. 01, Lt. 1160 a 1210 (61) 2103.5900

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Vida ModernaPor: Virgínia Ciarlini | Fotos: Divulgação

Preconceito para muitos e certeza para a maioria, a che-gada da terceira idade é uma realidade que precisa ser encarada com mais responsabilidade e mais naturali-

dade. Refletir sobre o tema com determinação e coragem é uma tarefa importante, principalmente quando os números relativos à população idosa aumenta substan-cialmente nos quatro cantos do mundo.

Dados do IBGE revelam que a fecundida-de no Brasil vem diminuindo ao longo dos anos como conseqüência de transformações sociais. O aumento do consumo de méto-dos contraceptivos e a entrada ostensiva da mulher no mercado de trabalho são fatores que contribuem para a diminuição da taxa de natalidade e influenciam diretamente no aumento da população de idosos. Além das melhorias da qualidade de vida e os avanços da medicina que aumentam a expectativa de vida do brasileiro que chegará a 81 anos em 2050.

Atualmente, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais e a projeção para 2050 é de uma para cinco nos países em desenvolvimento. E nos países desenvolvidos esse número é de uma para três. Em Brasília já são duzentos mil idosos e a capital é destaque no auxílio à terceira idade além de ter sido a primeira cidade a criar uma Subsecretaria para Assuntos da terceira idade.

Para Renato Maia, médico geriatra, o envelhecimento é uma conquista da cidade. As condições sanitárias, por exemplo, colaboram com esse aumento. As áreas de maior concentração de pessoas com mais de 60 anos no DF são Asa Sul, Lago Sul e Cruzeiro, locais que foram primordialmente

habitados desde a inauguração da nova capital. “O momento é de transição demográfica e as demandas específicas dessa idade têm que ser encaradas como um desafio”, ressalta.

O geriatra alerta que esse tipo de precon-ceito está vinculado a qualquer idade, pois esse é um indicador que sofre depreciação crescente a partir dos 18 anos quando se atin-ge a maior idade, por exemplo. Aos 30 anos, a pecha é que se é tia, e por aí vai. Ele destaca que no Brasil se valoriza excessivamente o novo, “esse sempre foi um conceito forte. A construção da nova capital, a nova arquitetura. Todos esses dizeres carregam um preconceito arraigado”.

Para Maia, os desafios a serem encarados podem respeitar uma ordem de conscien-tização. O primeiro deles é cada um saber

envelhecer, respeitando as próprias peculiaridades, enfren-tando o dia a dia e os limites. O segundo é para a família toda que tem que encarar que os pais estão envelhecendo. E por fim, para toda sociedade é entender os cuidados princi-

A expectativa de vida aumenta e a população mundial será de maioria idosa

Quando se envelhece, geralmente

se adota uma postura

cultural inadequada

Miriam Shimote Personal Trainer

é o seu Velhopreconceito

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Serviçodr. Renato Maiaedifício Life Center STN – Lote O – Salas 33/55Fone: (61) 3274-0366www.renatomaia.com.br

Miriam Shimote - Personal TrainerW3 norte - Brasília Rádio Center sobreloja 38Fone: (61) 3273-0834

palmente com a saú-de dos mais velhos, encarando que há modificações, mas que a idade avança-da não é doença.

Ele diz, ainda, que no âmbito da saú-de é preciso discutir muito como tratar essas pessoas. “É pre-ciso reconhecer que a despeito de doenças como AIDS e câncer, por exemplo, as do-enças degenerativas e crônicas são muito comuns na velhice”.

Nessa linha de ra-ciocínio, Míriam Shi-mote, que é uma pro-fissional da área de educação física com especialização em fi-siologia do exercício e grupos especiais, que abrange, dentre outros, idosos e do-enças senis, revela que se apaixonou pela atividade física como clínica e não estética. “Quando o corpo é estimulado, respeitando os limites de cada um, os resultados são fantásticos”.

O estímulo por meio da atividade física é fundamental para a melhoria da qualidade de vida e independência dos idosos. Há seis anos trabalhando com pacientes da terceira idade, aten-dendo uma pessoa por vez, ela destaca que há um caso em que o foco na re-abilitação e atenção exclusiva fizeram com que o paciente que se utilizava de andador para locomoção, hoje usa apenas bengala.

“O objetivo de todo trabalho que desenvolvo com pacientes da terceira idade é estimular, fortalecer e otimizar as potencialidades”, ressalta a perso-nal. Segundo ela, quando a idade vem chegando há um processo gradativo de perda da independência, pois o

cérebro desliga o que não usa e quando o corpo não é estimu-lado, até uma queda é mais prejudicial devido ao que já dei-xou de usar.

Miriam também alerta que cultural-mente o instinto de proteção ao idoso, muitas vezes é ina-dequado. Ela cita o exemplo de que o simples ato de não permitir que o idoso carregue uma pe-quena sacola de su-permercado já inibe o fortalecimento de f ibras musculares, assim como fazer com que ele fique sempre sentado, ou mesmo sempre o ajude a sair do carro sem que este force as pernas nesse simples ato. “Quando se envelhece, geral-mente se adota uma postura cultural ina-dequada. Ser educa-do é imprescindível

com qualquer idade, mas estimular pequenos esforços é de grande valia. A palavra de ordem é o respeito aos limites de cada um”.

E o conselho que fica é que os mais velhos têm experiência e sabedoria de uma vida de décadas de observação e aprendizado que preenchem uma bagagem de conhecimento que só a idade avançada é capaz de garimpar.

O momento é de transição

demográfica e as demandas específicas dessa idade têm que ser encaradas como um desafio

O médico Ricardo Maia

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EsportePor: Alessandra Bacelar | Fotos: Lúcio Bernardo Jr.

DA PATINAçÃO ARTÍSTICA

Ritmo e equíbrio nas pistas

A BELEZA

Com leveza nos movimentos e equilíbrio, a arte da dança se encontra em um dos esportes que mais se trabalha o corpo: a patinação. A musicalidade

juntamente com a técnica dá lugar a uma atividade rítmica que expressa a beleza corporal. Por seu alto impacto e velocidade, a patinação é considerada uma atividade aeró-bica e enaeróbica. O esporte é capaz de trabalhar todos os músculos do corpo, desenvolvendo também a flexibilidade.

À frente da coordenação de equipe de patinação do Iate Clube de Brasília está a ex-técnica da seleção brasileira Bruna Santos. Quando atleta, foi tetracampeã brasileira e disputou diversos campeonatos internacionais. Para ela, além da realização de um esporte, a patinação traz ensi-

namentos essenciais para a vida. “A patinação me ensina a viver. Ela me ensinou a lidar com a competividade e, principalmente, com a mensagem de ‘cair e levantar’. É algo que precisamos pôr em prática na vida sempre”, assegura. À frente de um trabalho que vem crescendo e ganhando notoriedade, Bruna faz questão de destacar o apoio que a equipe do clube tem dispensado à sua equipe.

Pela primeira vez, o Brasil recebe o Campeonato Mun-dial de Patinação Artística, programado para acontecer em novembro deste ano. Brasília será a sede do evento mais esperado por patinadores de todo o mundo. Na última com-petição mundial, em Portimão - Portugal, o Brasil conquistou três medalhas na prática esportiva. O patinador brasileiro

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DA PATINAçÃO ARTÍSTICA

ServiçoIate Clube de Brasília Setor de Clubes Norte, Trecho 2, Conj, 04(61) 3329.8700

Gustavo Casado, que competiu na mo-dalidade Júnior Combinado, trouxe a medalha de ouro ao Brasil. As duas medalhas de bronze foram conquista-das por Marcel Stumer, pela quarta vez em sua carreira e Carlos Radtke, outro destaque nacional.

Atletas veteranos e novatos em competições mundiais comemoram o fato do próximo campeonato de pa-tinação acontecer no país. Na capital federal, patinadores brasilienses já se preparam para a competinação e prometem fazer bonito.

A equipe do Iate Clube de Brasí-lia tem treinado intensamente para

garantir a vaga no mundial e con-quistar títulos para o Brasil. Fazem parte da competição as categorias: infanto-juvenil, para crianças a partir de oito anos a adolescentes de até 18 anos de idade e a sênior, que é a cate-goria de atletas de 19 anos em diante.

Marta Ziller, 10 anos já patina a cinco anos e tem intensificado os trei-nos para a competição. “Meu sonho é competir no mundial. A patinação me ajudou a ter mais noção do meu corpo e mais f lexibilidade. Quero poder mostrar tudo que aprendi nos últimos anos”, revela.

A prática de anos capacitou a co-ordenadora Bruna Santos a definir bem como é reunir todo o conheci-mento adquirido em apenas quatro

minutos de apresentação. “É difícil mostrar em tão

pouco tempo tudo que se treinou durante o ano. É preciso ter equilíbrio emo-cional e muita atenção aos detalhes”, ressalta.

Assim é a patinação ar-tística. Movimentos coorde-nados e velozes, que trazem com a música, uma sincronia rítmica para as pistas. Surgi-da na Europa, a modalidade esportiva antes era utilizada como meio de transporte pelos europeus. Só depois

foi considerada um lazer. Hoje, a patinação é consagrada como um dos esportes mais completos que existe, pois trabalha toda a estru-tura do corpo humano, além de trazer equilíbrio e coordenação motora, segundo especialistas em educação física. Uma combinação de bem estar e estilo por meio de belos movimentos.

Meu sonho é competir no mundial. A

patinação me ajudou a ter mais

noção do meu corpo e mais flexibilidade

Patinadora Marta Ziller, 10 anos

Coordenadora de patinaçãoBruna Santos

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Amor verdadeiroMesmo depois de 70 anos de casamento, o amor e o respeito persistem

A história de amor de Alzira e Augusto começou na pe-quena cidade de Estrela do Indaiá, em Minas Gerais há 70 anos. Augusto morava em uma fazenda afasta-

da da cidade. Alzira era professora. Um dia, Augusto teve que levar seus irmãos à pequena escola daquela simpática cidadezinha mineira. Para que a história não terminasse aqui, o destino quis que a professora dos irmãos de Augusto fosse Alzira. E, como acontece em qualquer novela român-tica que se preze, os olhares dos dois mocinhos da história se encontraram e, ali, o amor se instalou em definitivo. “Foi amor à primeira vista”, assegura o mocinho.

Alzira Maciel, 88 anos e Augusto Antunes de Morais, 90, se apaixonaram perdidamente. Casaram, tiveram filhos, netos e bisnetos. Ainda juntos e felizes, no dia 18 de junho o casal completa bodas de vinho. Setenta anos de convivência em comum e, declaradamente, felizes e apaixonados.

Pegando carona na felicidade dos genitores, a família inteira aproveitou o último 12 de fevereiro para se reunir e celebrar os aniversário de Augusto, dia 14, de Alzira, dia 21 e os 70 anos de casamento dos dois. “Uma festa com pompa e circunstância”, como muitos se referem devido à grandiosidade do evento.

Pioneiros, o casal chegou a Brasília em 1961, quando a capital da república era um verdadeiro canteiro de obras com espigões sendo erguidos por toda a parte. Foi aqui que Alzira e Augusto deram continuidade à vidinha de casados e apaixonados. Desse amor nasceram os quatro filhos: Tarcízio, Cidinha, Eunice e Lia, que por sua vez deram 13 netos e 12 bisnetos. “O primeiro que veio para Brasília foi Augusto. Depois de alguns meses ele nos buscou. Fomos morar em Taguatinga”, lembra Alzira.

Na capital do país e para sustentar a família, Augusto trabalhou no comércio. Montou um armazém onde vendia de tudo, de secos e molhados a produtos de limpeza e utensí-lios para o lar. A filha Cidinha, conta que o pai vendia muito fiado, o que prejudicou o negócio. “Até esses dias, tínhamos

PersonagemPor: Tassia Navarro | Fotos: Gustavo Lima

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uma caderneta com o nome de pessoas que deviam para ele”, conta.

“Já trabalhei com tudo nessa vida. Até nas obras da cidade”, diz Augusto. Conforme ele, no início foi complica-do. Não existiam muitos meios de transporte. Era muita poeira e tudo ainda era muito longe. “Eu arrumei um lote em Taguatinga. Limpávamos num dia, quando era no outro de manhã já estava tudo empoeirado de novo”, relembra.

As labutas do casal por melhores dias eram árduas e diárias. Conforme a filha Eunice, as coisas só começaram a melhorar quando o pai Augusto começou a trabalhar no setor adminis-trativo da Polícia Federal. A primeira mudança na vida do casal e dos filhos foi quando eles se mudaram para o Cruzeiro Novo, para um dos primeiros apartamentos que foram construídos no local.

Hoje, a família, mesmo depois de ter crescido - 40 membros - insiste nas reuniões de domingo para os tradicionais almoços para estreitar os

laços de afetividade e manter todos unidos. “Estamos sempre juntos. Na dor e na alegria. Papai sempre fez questão de reunir a família na hora das refeições e isso a gente leva até hoje”, conta Cidinha. “A gente vive para a família”, completa Eunice. E essa união familiar já está percebida e captada pela primeira bisneta da família, Priscila, 22 anos.

E as lembranças sobre a vida do casal que completa 70 anos não param aqui. Os sábados em que o cardápio era frango caipira e melancia como sobremesa, que Augusto costuma pro-porcionar à família, ficaram marcados na memória de Eunice.

Fora os “aperreios” dos primeiros anos de vida conjugal quando tudo ainda são planos e, devido à idade, os problemas de saúde não se apieda-ram do casal. Dona Alzira já operou o coração duas vezes o que provocou enorme tristeza em Augusto. “Ele chegou ao ouvido dela e disse bem baixinho: Eu te amo viu sô”, conta a filha Eunice.

Mas engana-se quem pensa que por toda a vida do casal não existiram “briguinhas“. Conforme a bisneta Priscila, quando Alzira e Augusto estão juntos, os dois vivem brigando, mas não vivem um sem o outro. Já Cidi-nha atenta para o fato de que o pai é incapaz de comer uma banana sem levar um pedaço para a sua mãe Nãna, como o pai a trata carinhosamente.

Mãe coruja, Dona Alzira sempre foi com os filhos. Com o aparecimento dos netos e dos bisnetos, a corujice foi pulando de geração para gera-ção. Hoje, seus xodós são Gabriel e Matheus, bisnetos de três anos. “Eles são uma gracinha, mas às vezes eu confundo um com o outro”, confessa a avó coruja, que mesmo fazendo algu-mas trocas, não faz nenhuma distinção entre os dois. Amor é amor!

Para a família, Alzira e Augusto são e sempre foram exemplos de amor, amizade e carinho. “Nossa família é abençoada, graças a Deus. Tivemos uma excelente criação porque tivemos em quem nos espelhar”, assegura Cidinha.

O casal com as filhas e a bisneta

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Lentesde

contatoO perigo pode estar em seus olhos

Para algumas pessoas o uso da lente de contato é essencial para melhorar a aparência.

Para outros, mais do que ajudar na estética, o acessório é fundamental para realizar algumas tarefas no dia a dia que são mais difíceis de serem executadas com uso dos óculos, como por exemplo, praticar espor-tes. Nos últimos anos, o uso das lentes de contato sem orientação de especialista está aumentando significadamente. Vendida em sites na internet e lojas, as lentes usadas sem qualquer acompanhamento clínico têm colocado a saúde de muita gente em perigo.

Para colocar norma na venda do produto, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou no último mês uma resolução que determina que a indicação, adaptação, realização de exames complementares e o controle das lentes sejam atividades exclusivas do médico oftalmologista. De acordo com o órgão, a medida foi tomada devido ao aumento nos casos de pessoas com problemas

na visão, causados pelo uso ina-dequado das lentes e do comércio indiscriminado do produto sem a devida avaliação oftalmológica.

O coordenador da Câmara Téc-nica de Oftalmologia do Conselho Federal de Medicina, José Fernan-do Maia Vinagre, explica que a

grande preocupação do Conselho é com a saúde das pessoas. “No Bra-sil, qualquer indivíduo vai a uma ótica, compra e usa uma lente de contato sem passar pela orientação de um especialista. Isso é um erro que pode comprometer a visão do paciente”, avalia o médico.

SaúdePor: Veronica Soares | Fotos: Victor Hugo Bomfim

Edney Moura em consulta

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Infecção, alergia, coceira e até perda da visão. Essas são algumas das consequências que uma lente mal adaptada ao olho do paciente pode causar. Segundo José Fer-nando, é necessário que todos os passos para o uso da lente sejam acompanhados por especialista. “Muitas vezes o paciente só procura o oftalmologista quando o proble-ma causado pelo uso da lente de contato já está em um estágio bem mais avançado”, relata.

Apesar dos alertas, encontrar uma pessoa que já usou lente sem prescrição médica é mais fácil do que se imagina. Quando o assisten-te administrativo Cristiano Benevi-des, 28 anos, optou pela lente de contato, não imaginava que a de-cisão poderia lhe trazer problemas tão graves. Ainda criança, Cristiano foi diagnosticado com hipermetro-pia, uma doença que faz com que as imagens sejam focadas atrás da retina e não na retina como no olho normal. Por causa do problema, desde muito cedo foi levado a usar óculos de grau. A opção pela lente de contato surgiu há apro-ximadamente quatro anos quando Cristiano, além de querer se livrar dos óculos, decidiu também mudar a cor dos olhos de castanho para o verde. Quando foi fazer a escolha, não pensou duas vezes: pediu ajuda a um atendente da ótica, que lhe indicou um oculista para fazer a tão sonhada lente de contato colorida. Os primeiros anos em que usou o produto não apare-ceram problemas. Mas logo depois, os olhos começaram a lacrimejar, ficar vermelhos e a coçarem. Quando pro-curou o oftalmologista, foi informado de que a retina estava cheia de pigmenta-ção e Cristiano corria sério

risco de perder a visão. “O médico me disse que meus olhos estavam iguais a uma noite escura cheia de gotas de água. Foi uma surpresa. Não imaginava que uma simples lente poderia trazer consequências tão graves”, disse.

A secretária Adriana Nasci-mento, 31 anos, só queria ter um lindo par de olhos azuis. Com isso, comprou as lentes pela internet, sem a menor preocupação com a saúde. Logo no primeiro mês, a lente de contato lhe rendeu uma alergia crônica. “Só procurei o médico depois do problema. Acho que devia ter mais orientação sobre a venda do produto. Se tivesse sido informada antes, com certeza não teria comprado a lente sem ajuda de um profissional”, declara.

O médico oftalmologista Edney de Resende Moura, do Hospital Pacini assegura que é raro o dia em que não aparece um paciente

com problemas causados pelo uso indevido da lente de contato em seu consultório. Ele explica que em Brasília, o problema é mais grave ainda, pois a umidade relativa do ar da cidade é muito baixa. “Aqui, o índice de olho seco é grande. Por causa do clima, o uso errado da lente de contato aqui na capital pode ser pior do que em outros lugares”, alerta. Conforme ele, uma lente de contato deve ser feita de acordo com a curvatura do globo ocular.

Além disso, o especialista diz que outros fatores devem ser le-vados em conta, mesmo porque o globo ocular de uma mesma pessoa apresenta características individu-ais, anatômicas e funcionais dife-rentes. “As pessoas tem que tomar muito cuidado. É um produto que fica diretamente em contato com o globo ocular. É imprescindível que uma lente seja usada sem a orienta-ção de um oftalmologista”, alerta.

CUIDADOS• Manterasunhascurtasehigienizadas• Lavarasmãoscomsabãoantesdemanusear as lentes • Nunca lavar as lentes com água(corrente ou mineral) ou soro fisiológico• Higienizar as lentes seguindo osmétodos orientados pelo médico• Trocarosestojosdaslentesacadacompra de produto de limpeza• Usaraslentespelotempoindicadopelo médico• Realizar exames oftalmológicosperiodicamente • Nãoemprestaroupegarempresta-do lentes de terceiros• Evitar piscinas e praias quandoestiver usando as lentes• Interromperousodaslentesebus-car orientação de um especialista diante de qualquer sintoma fora do padrão

ServiçoHospital Pacinidr. edney de ResendeSeP-SUL 715/915 Lt. A e B Brasília - dF (61) 3214.4777“Aqui o índice de olhos secos é grande”

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BelezaProdução: Camila Penha | Fotos: Gustavo Lima

Tendência para as MãosAcada estação traz tendências novas para a moda, inclusive nas cores a serem usadas de esmaltes. No inverno é

comum usar mais cores frias, que combinem com a época, sendo os tons de preto, azul e cinza os mais procurados. E agora, essas cores passam da roupa para as unhas. Os azuis para este inverno estão mais escuros e metalizados

e, já os cinzas bem claros. O vermelho é uma das cores do ano. Muito vista nos desfiles, tanto nas roupas quanto na maquiagem. Nas unhas ela também não ficou de fora. Podem ser usados desde vermelho sangue a tons mais escuros. A tendência de vestuário mais uma vez passa para as unhas já que muitas marcas estão investindo no verde militar e tons de camuflagem.

O crochê da Impala fica entre o cinza e o nude. essa mistura é chamada Greige, que vem com tudo depois de ser criada pela Chanel com o esmalte Particuliere e, usado na capa da Vanity Fair pela Lady Gaga.

O cinza da Hits n°204 cremoso é uma edição limitada

A Risqué tem no Tubinho sua versão de cinza

O vermelho Ninfa da Big Universo é mais escuro

Vermelho Guerra da Impala vem na edição especial da para o SPFW

da Ana Hickmann, o vermelho vem com nome sugestivo: Sexy

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Hip Hop é o azul escuro perolado da Ana Hickmann

A Hits n°378 tem uma cor bonita de azul cremoso

Na coleção lançada pela Risqué em conjunto com a modelo Isabeli Fontana, a cor Azul Crination vem metalizada A Colorama traz o Militar

para a tendência de esmaltes

O Verde Militar da Impala foi mostrado durante o SPFW

Outra dica forte para as unhas é usar uma camada de brilho por cima das cores escuras. Pode-se usar glitter, efeitos em 3d ou mesmo esmaltes holográficos. este é o Sparkle Touch da Kiko.

ServiçoAna Hickmannwww.anahickmann.com.br

Big Universowww.biguniverso.com.brColoramawww.coloramaesmaltes.com.br

Hits Speciallitàwww.speciallita.com.brImpalawww.impala.com.br

Kiko Milanowww.kikocosmetics.comRisquéwww.risque.com.br

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Luz na passarela...Que lá vem elaJá dizia Vinicius de Moraes, “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”

Quem pensa que ser miss é apenas ter um rostinho bonito está enganado. A vida de celebridade não é fácil. Falta tempo para a

família, a agenda lotada, namorar então, só quando sobra tempo. Mas vale a pena. Tudo em nome de um grande sonho: se tornar miss e representar a cidade no quesito beleza. Na noite da última segunda-feira (28), no Pátio Brasil foi a vez da estudante de geologia da Universidade de Brasília, Kelly Cristiane Schimi-dt entrar para o seleto grupo das misses. Entre sete fortes candidatas, a modelo foi eleita como a mais bela da cidade de 2001 para representar Brasília no próximo concurso de Miss Distrito Federal.

Para a escolha de Kelly como a Miss Brasília 2011, os jurados tiveram que atentar para quesitos como beleza, simpatia e desenvoltura de passarela, por exemplos. “Hoje ela tem que apresentar um conjunto. A soma da beleza com a responsabilidade que é representar a cidade, uma cultura, um povo. A simpatia, o carinho e a realização de ações sociais também são imprescindíveis na vida de uma miss”, explica Clóvis Nunes, coordenador do evento no DF.

Mas, se tornar Miss Brasília é apenas parte de outro grande sonho que geralmente toda candidata a concursos de beleza tem. O sonho de quase todas é entrar para o grupo de miss Brasil, representar o país mundo afora ou se tornar uma top model de su-cesso. O sonho de Kelly, além de ganhar a coroa de representante máxima do país é ser Miss Universo.

ComportamentoPor: Aline Ricciardi | Fotos: Gustavo Lima

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Para que isto aconteça, a representante de Brasília terá que passar por outras três grandes provas de fogo. O primeiro será a de Miss Distrito Federal 2011, que elegerá a mais bela entre todas as representantes das regiões administrativas do DF. Uma vez escolhida, a eleita partirá para São Paulo onde disputará o título de Miss Brasil em junho e, posteriormente, o Miss Universo 2011.

Com toda a sua beleza e simpatia, a miss Brasília diz estar confiante e querer muito estar entre as candidatas na edição mundial, que será transmitido para mais de 80 países.

AS REgRASNesta etapa, as candidatas tiveram que

mostrar muito mais do que beleza. Segundo os critérios do concurso, as participantes tinham que ter entre 18 e 24 anos de idade e não serem casadas e nem ter filhos. As modelos foram avaliadas em três quesitos.

Para avaliação de simpatia, as meninas desfilaram com roupas casuais como jeans, blusa e salto alto. No quesito, a publicitária de 1,75 metros de altura, Taiana Rodrigues Silva, 21 anos, classificada em segundo lugar do concurso mostrou ter de sobra. “Sempre quis ser miss. É um sonho de criança. Ano que vem eu quero tentar nova-mente”, assegurou.

O show de beleza das sete participan-tes foi demonstrado quando as mesmas entraram na passarela em traje de banho. Em maiôs pretos padronizados, os jurados puderam avaliar por todos os ângulos, a beleza natural das candidatas. E foi no quesito plástica que a estudante de direito, Rayanna do Prado, arrebatou a terceira colocação no certame.

Para avaliação dos jurados nos quesitos elegância e postura, as sete concorrentes fizeram um desfile irretocável em trajes de gala, todos assinados pela estilista Valentina.

Antes das três primeiras coladas re-ceberam seus títulos, a Miss Brasília de 2010, Mariane Mocaio fez o seu desfile de despedida emocionado, sendo aplaudida por todos os presentes.

A miss Brasília 2011, Kelly Cristiane além de levar a faixa e a coroa como a mais bela do ano na cidade, ganhou bolsas de estudos e cursos de modelo. A segunda e

terceira colocadas também ganharam bolsas de estudo para a formação de modelo.

O gLAMOUR DE OUTRORA Apesar de hoje os concursos de beleza não

terem tanta repercussão em colunas sociais e na mídia em geral como em outras épocas, o Miss Brasília já teve os seus momentos de muitas glórias. Até a década de 90, além de atrair os olhares de beldades da cidade, políticos, elites da sociedade e empresário do segmento de moda, o evento, realizado com toda pompa e glamour, figurava como um dos programas prediletos e imperdíveis de muita gente da capital federal. Mas não foi só o concurso regional que caiu em descrédito. Nas outras capitais do país a história vem se repetindo. Os concursos são realizados quase sem nenhuma divulgação e fica, na maioria das vezes, restrito ao conhecimento de parentes e amigos das participantes.

Mas é inegável que a escolha de mulheres bonitas no país já teve momentos impagáveis de glamour e que revelou verdadeiros ícones de beleza como Martha Rocha, Linda Evangelista e Vera Fischer.

O concurso Miss Brasil, que começou a ser realizado regularmente em 1954, já foi o segun-do evento mais importante do país. Ficou atrás apenas da Copa do Mundo de futebol. Ainda hoje, ser miss atrai olhares de meninas por todo o mundo. O concurso Miss Universo, por exemplo, é a mais importante competição internacional de beleza feminina e é o grande sonho de milhares de garotas em todo o mundo.

As participantes brasileiras sempre tiveram destaque na competição. Mas, por apenas duas vezes foram vencedoras: Ieda Maria Vargas ga-nhou o título de a mais bela do mundo em 1963 e Martha Vasconcellos, em 1968. Mas, mesmo assim, foi outra Martha que ganhou a maior fama. Em 1954, a modelo Martha Rocha, ficou em segundo lugar. Dona de uma beleza estonte-ante, elogiada pela mídia do mundo todo, ela só não arrebatou a coroa e o título de miss universo daquele ano por conta das famosas duas polega-das a mais nos quadris.

Serviç[email protected] encontros do Grupo Peregrino da PazLocal:Centro Cultural de Brasília(Jesuítas) endereço: L2 Norte Quadra 601-B (Ao lado do SeRPRO)

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O Centro de Tradições de Matriz Africana (Cetrab) passou a atuar em âmbito nacional. A inauguração

da unidade no Distrito Federal, na última sexta-feira (25), representa um marco nas políticas públicas para os povos de terreiro de todo o país – a instituição sem fins lu-crativos tem como principal objetivo atuar na defesa do resgate e da preservação das tradições culturais de matriz africanas.

O presidente da Cetrab, Marcelo Monteiro participa da luta pelo reconhe-cimento e respeito das religiões de matriz africana há muitos anos. Para ele, a inau-guração da Instituição no mês de março

é representativa. Já que, além de serem discutidas as situações de discriminação contra as mulheres, é no dia 21 de março que é comemorado o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial. “Esse é um momento histórico. Nessa ocasião, peço mais união de todos para continuar a luta contra a intolerância religiosa e vencer a discriminação”, apelou. u.

Marcelo lembra que as demonstra-ções de intolerância contra os adeptos da religião de matriz africana ocorrem em todo o país. Entre elas, a mais recen-te é a demolição da Vila Harmonia, no Rio de Janeiro. O local abriga os tem-

plos religiosos Ilê de Ogunjá e Yemanjá. Legalmente registrado, os terreiros serão removidos para dar continuidade à construção do corredor expresso para passagem de ônibus. No sul do país, a história se repete. Segundo o presidente do Cetrab do Paraná, Robson Arantes existem hoje naquele estado, aproxi-madamente 450 terreiros. Por medo de ações preconceituosas, que ocorre mui-tas vezes por parte de adeptos radicais de religiões pentecostais, a maioria deles é obrigada a se esconder da sociedade.

Para Rubens Carlos Palácios Soria, vinculado à Secretaria Nacional de Segu-

ReligiãoDa Redação | Fotos: Divulgação | Colaboração: Eli Antonelli

Cetrab inaugura sede nacional no DF

Entidade busca fortalecer e preservar a cultura afro-brasileira

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rança Alimentar Nutricional, a presença do Cetrab em Brasília é essencial para maior aproximação das políticas públicas nacionais de interesse da comunidade negra. “A maioria dessas pessoas vivem em situação de vulnerabilidade social. É importante a inserção do Ministério do Desenvolvimento Social em parceria com o povo de santo, com os quilombolas, com os povos indíge-nas para lutar contra a invisibilidade que possam existir diante de políticas públicas do Estado”, ressalta. Segundo ele, recentemen-te houve um ganho político desses segmentos, principalmente em decorrência do decreto que instituiu as políticas públicas para povos tradicionais. “Essa vitória só foi possível devido a presença dos povos de terreiro em comissões de discussões políticas. São pequenos passos que estão sendo dados para promover políticas adequadas para esse público”, destaca.

Durante a inauguração, a deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou que, para manter a cultura dos povos de terreiros viva, é inadmissível que os adeptos dessas religiões se escondam. A

parlamentar lembrou que está sendo criado um Plano em De-fesa das Comunidades de Terreiro, focado em políticas públicas da cultura, educação e geração de renda. “Existe um potencial de economia solidária que pode ser construído”, comenta. Entre outras atribuições, o plano irá reconhecer a importância e a possibilidade de desenvolver trabalhos na produção de rou-pas, velas e outros materiais focados na religiosidade. O Cetrab tem representação em 21 estados e, também, abrange países como Portugal, Chile, Uruguai, Alemanha e Argentina.

TRADIÇãO E APOIO

A integrante do Ase Opo Afonjá, Iyalorixá Olorisa Railda Rocha Pitta mora em Brasília desde 1963. O terreiro, um dos mais antigos da cidade, busca manter viva as tradições da religião de matriz africana. “O povo de santo precisava de uma organização séria que o representasse. Demorou muito para isso ocorrer, mas estou feliz que o Marcelo irá conduzir esse trabalho de resgate das nossas tradições”, comentou. Para Iya, a presença do Cetrab em Brasília irá não só atuar nessa ação de preservação da cultura, mas também incentivar e promover ações sociais como os debates focados na anemia falciforme, comum à população negra.

ServiçoCetrab NacionalSHCS CR Qd. 505 bl. A ent. 11, sl. 101Asa Sul(61) 3542.7792

PALESTRA SOBRE ANEMIA FALCIFORME ENCERRA EVENTOA anemia falciforme foi o tema da palestra de encerra-mento da inauguração do Cetrab de Brasília. A doença é hereditária e mais comum na população negra. Trabalhos focados na divulgação dos riscos da doença vem sendo realizados pela Cetrab e Ministério da Saúde. Na ocasião, várias dúvidas sobre a doença foram solucionadas pela representante daquele órgão. Isabela Rosa, represen-tante da Associação Brasiliense de Pessoas com Doença Falciforme, falou sobre as dificuldades e vitórias nos anos de convívio com a doença. A palestra ocorreu no ase Ile Ase Logun Cetomi

Baba Nonato de Ogunté e suas ekedjis

Baba Marcos de Xangô e Iyá Railda de OxumRoupas de adeptos da religião de matriz africana

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Brasília FestComixUma feira dedicada totalmente ao

universo das histórias em qua-drinhos ou HQs - como muitos

preferem chamar – levou mais de 1,8 mil pessoas ao Pátio Brasil Shopping entre os dias 25, 26 e 27 de março. A primeira edição da Brasília Fest Comix teve como firme propósito fomentar o segmento na capital do país. O espaço reuniu exposi-ções de gibis, oficinas de criação, palestras e mostras de cinema. Para o organizador do evento, Valter da Silva, além de expan-dir a cultura, a identificação do tipo de público e o que ele realmente quer desse mundo, a Fest Comix comprovou que os consumidores de HQs não são apenas crianças. Cada vez mais, jovens e adultos vêem nesse mercado um potencial compa-rável a indústria do cinema e videogames.

Na última década, o mercado de HQs no Brasil encontra-se em plena ascensão. O crescimento da economia abriu as portas para que editoras menores pudessem divi-dir o bolo com os gigantes do setor. Revistas infantis, super-herois, mangás e publi-cações independentes, hoje dividem um espaço mais democrático em bancas e lojas

especializadas do país. Sem falar no leque de opções oferecido pela internet. Ainda assim, Valter que também é o produtor da Feira do Livro, teve receio em realizar um evento exclusivo de HQs. “Essa primeira edição foi um projeto piloto”, afirma. Tal insegurança transparece um viés comparti-lhado por vários agentes do segmento dos quadrinhos, não só em Brasília.

Klebs Júnior, fundador do estúdio Impacto Quadrinhos de São Paulo esteve na Fest Comix na função de caça-talentos. Como distribuidor, ele afirma que atual-mente as revistas infantis do estúdio Mau-rício de Souza são as líderes do mercado, vendendo dois milhões de exemplares por mês. Os super-herois das grandes marcas americanas Mavel e DC Comics somam de 15 a 20 mil e as publicações menores, como os herois nacionais e os independentes, vendem apenas três mil exemplares. O quadrinista é categórico em afirmar que “a indústria de HQs no Brasil não existe. Apenas republicações de coisas de fora”. Em sua opinião, o problema de quem faz HQs por aqui é a falta de comprometimento com um trabalho peri-

ódico. “Os culpados por essa disparidade são os próprios desenhistas e autores”, garante. “Que anunciante vai querer estar numa mídia que não tem qualidade e compromisso com o público alvo? O que rola por aqui são graphic novels e projetos experimentais que não dão retorno finan-ceiro”, completa. “Romance gráfico” ou graphic novel é um termo utilizado para uma espécie de livro com ilustrações, um quadrinho de luxo. Esse tipo de publica-ção vem crescendo no Brasil.

Rafael Coutinho, 31 anos, filho do ilustre Laerte – um dos maiores nomes do cartum brasileiro – não concorda com a afirmação. Além de produzir animações e exposições, Rafael recentemente lançou em parceria com o escritor gaúcho Daniel Galera, a graphic novel Cachalote. Para o paulista é ridículo culpar os produtores de HQs por essa realidade. “Seria como dizer que a música no Brasil vai mal porque os músicos demoram demais na hora de gravarem seus discos. Ou dizer que a lite-ratura vai mal porque o escritor demora para escrever um romance. Quadrinho leva tempo. Ponto”, pondera. Segundo

CulturaPor: Michel Aleixo | Fotos: Gustavo Lima

Feira tenta fomentar a cultura dos quadrinhos na capital

Valter da Silva, organizador do evento

Rafael Coutinho, quadrinista

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ele, o que as HQs estão atravessando é uma transição para um novo tipo de indústria. “A produção de graphic novels vem sendo viabilizada e se tornando aos poucos, algo minimamente sólido. Mas enquanto a coisa funcionar na base do “se mata aí e me entrega daqui um ano”, realmente proliferarão críticos com esse tipo de análise”.

Os grandes estúdios dos Estados Uni-dos estão constantemente garimpando novos talentos no Brasil. Nomes como o paulista Ivan Reis, que começou nos estú-dios Maurício de Souza e hoje desenha as histórias do Homem de Ferro e Lanterna Verde; o cearense José Edilbenes, ex-ser-vente de pedreiro que faz sucesso em uma das mais poderosas editoras do mundo; e os gêmeos Fábio Moon e Gabriel Bá, ga-nhadores do “Oscar dos quadrinhos”, são só alguns exemplos. Atento a isso, Klebs e a Impacto Quadrinhos oferecem cursos de desenho e aproveitam eventos como a Brasília Fest Comix para conhecer futuros prodígios. Ele viu potencial na cidade e espera voltar em maio para realizar um curso intensivo. O estudante Daniel Souza, 16 anos, carrega constantemente em sua mochila, uma pasta repleta de desenhos

de heróis japoneses. Para ele, pouco importam os problemas de mercado. Seu sonho é desenhar para grandes estúdios do Japão. “Sempre aproveito esses eventos para mostrar meus trabalhos. Sei que é um mercado concorrido, mas acredito no meu potencial”, garante.

O escritor e colecionador Alexandre Callari trouxe à feira parte da sua coleção de 11 mil quadrinhos. Entre as relíquias, um suplemento juvenil de 1936 com histórias do Tarzan. Uma das primeiras publicações de super-heróis no país. Como aficionado, Alexandre acha difícil existir uma equação que explique as disparidades nas vendas de HQs estrangeiras e nacio-nais. Sua coleção está repleta de herois brasileiros de várias épocas, como o Raio Negro de 1966 e o imortal Jerônimo, dos anos 50. Em sua opinião, a fórmula para o crescimento da produção nacional seria a criação de heróis com características mais brasileiras. “O problema dos herois daqui é que eles tentam copiar os modelos americanos como X Men ou Wolverine. Assim, eles não vingam. Os criadores têm que lançar um personagem genuinamente brazuca, com o nosso estilo”, acredita. Klebs concorda e cita o exemplo das

telenovelas. “Quando as emissoras locais fizeram uma novela com a mesma quali-dade das importadas, o público brasileiro adotou a versão nacional”.

O que se observa é que a indústria dos quadrinhos é tão heterogênea que dificulta aos agentes produtores terem um diálogo consistente. São muitos pro-dutores independentes espalhados e as grandes editoras tem uma fórmula de tra-balho lucrativa. Por isso, é improvável que eles mudem de formato. Criar quadrinhos “genuinamente nacionais” para o grande público não parece ser uma necessidade, visto que as traduções dos heróis america-nos vendem bem. O organizador da Fest Comix vai além ao afirmar que as HQs ainda sofrem de preconceitos. “Algumas pessoas dizem que os quadrinhos são coisa de criança. É um absurdo. Quem tem talento para desenhos pode trabalhar no cinema, animações e muito mais”, garante Valter. “Sem falar no potencial que não é explorado na educação. Os professores de-veriam incentivar a leitura de quadrinhos nas escolas”, completa. Mesmo com tantos vetores, o empresário aposta no universo das HQs. Ele garante que a Fest Comix volta ainda maior no ano que vem.

Rafael Coutinho, quadrinista Alexandre Callari, colecionador Suplemento juvenil de 1936, uma das primeiras HQs lançadas no Brasil

Klebs Junior, caça-talentos

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Inspirado nas autênticas parrillas argentinas, suculentas carnes as-sadas na grelha, mas sem contato

com a fumaça, o Pobre Juan chegou a Brasília no Shopping Iguatemi. O método de fazer churrasco de nossos “hermanos” já ganhou muitos adeptos brasileiros e já cativou os paulistanos. Agora é a vez dos brasilienses. O espa-ço chama a atenção por unir o estilo rústico ao moderno. Com árvores no interior do esta-belecimento que trazem um fres-cor ao ambiente que inova em sofisti-cação e conforto. Um oásis em meio a uma selva de pedra.

O restaurante oferece uma grande variedade de carnes importadas: bife Ancho, bife de Chorizo, Ojo de bife e ainda, o exclusivo bife Pobre Juan.

Os acompanhamentos também

fazem sucesso – papas souflê, batatas infladas e crocantes, farofa de huevos e o arroz biro biro. O toque final fica por conta das sobremesas preparadas com doce de leite Havanna, exclusividade da casa, entre elas destacam-se a panqueca e o pettit gateau de doce de leite.

O ambiente é charmoso e tem to-ques bem caseiros, ideal para um almo-ço no final de semana com a família ou

os amigos. Com um espaço bem proporcionado, decorado

com plantas, e móveis rústicos, o local convida o cliente a momentos

prazeros. O restaurante possui

também um clima propício para o apreciador das famosas caipirinhas brasileiras, com uma adega suspensa no local, o estilo certamente é inovador. Para o brasiliense que é um famoso apreciador do happy hour depois do trabalho, o restaurante parece ideal.

GastronomiaPor: Fernanda Azevedo | Fotos: Gustavo Lima e divulgação

Pobre JuanRestaurante traz conforto e rusticidade

Considerado um filhote do Fa-sano, restaurante sofisticado e premiado de São Paulo, o Gero

de Brasília não perde em nada para o seu sofisticado pai. Com requinte e certa dose de informalidade, o restaurante localizado no shopping Iguatemi, possui um ambiente atra-ente e confortável. O serviço é rápido e o cliente é muito bem atendido e a satisfação é garantida.

São massas, carnes e pães crocantes e fresquinhos. O restaurante reúne as mais especiais receitas da alta culinária italiana, como a codorna grelhada com toucinho fresco da toscana acompa-nhada de risoto de cevada; o filé de badejo ao molho de manjericão fresco e legumes grelhados. A carta de vinhos também é imperdível. A adega contém mais de 100 rótulos, todos selecionados e de boa qualidade.

Ótima sugestão para uma entrada saudável e gostosa é o carpaccio Alla Gero, carpaccio de filé mignon servido junto a rúcula, parmesão e vinagre balsâmico, um ótimo acompanhamento da casa. Como prato principal, o Ro-balo in Crosta di Asparagi com salsa di Pomodori San marzano; robalo com aspargos ao molho de tomate San Marzano e legumes grelhados são boas pedidas. Outra opção da casa que me-rece destaque é a sobremesa; o Misto di Dolci Fasano, um quarteto composto por souflêt de chocolate, millefloglie; massa folhada com creme patissièrre, trenousse; mousse de chocolate branco, ao leite e meio amargo e para coroar, sorvete de baunilha.

O ambiente excepcional, a qualida-de no serviço, a beleza dos pratos e o sa-bor já conquistaram muitos brasilienses.

GeroAlta gastronomia Italiana em Brasília

Ojo de Bife

Bife Ancho

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A carne é suculenta, crocante e o melhor, saudável. O aroma da ave é divino. Pioneiro na arte

de servir frango desossado, o Galeto’s surgiu como uma opção rápida, bara-ta e mais saudável, que as tradicionais churrascarias de São Paulo. Em 1971, um imigrante português residente no Brasil desde 1948, associou-se a seu filho, recém-formado em Admi-nistração, para fundar o primeiro restaurante Galeto’s. E, desde então, os fundadores só tem motivos para sorrir com o sucesso nos negócios. O restaurante expandiu, hoje em dia o Galeto’s pode ser encontrado nas principais capitais do país, e Brasília também é privilegiada. Localizado na praça de alimentação do Iguatemi Shopping, o local tem uma área bem aconchegante e moderna.

A especialidade da casa é o galeto que é abatido jovem, com a carne ma-cia e menos gordurosa. Ele é grelhado e chega à mesa com uma carne tenra e pele crocante. A técnica utilizada para desossar a ave foi desenvolvida

pelo Galeto s e é um corte exclusivo da casa. Todos os processos alimentícios são supervisionados e coordenados por uma equipe de nutricionistas. O buffet de saladas é farto e fresco, há também os grelhados e massas. Mas o prato principal mesmo é o galeto. A receita vem desde a fundação do restaurante. O petisco é assado na brasa e servido bem crocante. Ótimo para quem aprecia uma carne macia e de pouca gordura. A carta de vinhos também é bem atraente. Elaborada por profissionais especializados para harmonizar perfeitamente com o sa-bor das aves.

Para sobremesa, o restaurante ofe-rece um pudim fantástico. O cliente pode optar também por receitas acom-panhadas dos sorvetes Häagen Dazs® ou ainda uma levíssima salada de frutas.

ServiçoPobre Juan, Galeto’s e GeroSHIN, CA 4, Lote A Shopping Iguatemi Brasília(61) 3577.5000

Requinte e sofisticação

Galeto’sRobalo in Crosta di Asparagi con Salsa

di Pomodori San Marzano

Zucchine, abobrinha italiana

Misto di Dolci Fasano

Galeto desossado com misto de vegetais grelhados

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Dando seqüência ao nosso pequeno passeio dentro do mundo subliminar no cinema, vamos ver alguns estudos científicos sobre a percepção subliminar.

CIENTIFICAMENTE FALANDONos primeiros experimentos, no final do século XIX,

os pesquisadores mostravam aos voluntários, fichas com letras ou figuras geométricas a uma distância tão grande que quando perguntados sobre o que viam todos diziam que não conseguiam distinguir nada além de borrões. Depois pediam as pessoas que tentassem adivinhar em um questionário de múltipla escolha as figuras que haviam sido mostradas. Como o nível de acertos era maior do que o que seria obtido ao acaso, os pesquisadores concluíam que as pessoas haviam sido afetadas pelas imagens.

A partir do final do final dos anos 70 os pesquisadores passaram a tentar verificar se havia mudanças no compor-tamento das pessoas submetidas a estímulos subliminares. Em um estudo famoso os pesquisadores exibiram ideogra-mas chineses aos voluntários e depois pediram a eles que tentassem adivinhar num teste de múltipla escolha se os ideogramas tinham significados positivos ou negativos. Para algumas pessoas as imagens foram precedidas por imagens subliminares de figuras sorridentes ou tristes de tal maneira que nenhuma pessoa reportou tê-las visto. A conclusão é que as pessoas submetidas às imagens sublimi-nares tiveram maior tendência de classificar positivamente os ideogramas precedidos de figuras positivas que aquelas que não tinham sido submetidas a elas.

É muito difícil planejar um experimento com uma metodologia que isole totalmente o fenômeno que se está estudando. No caso da percepção subliminar o maior pro-blema dos pesquisadores é assegurar que um estímulo seja realmente subliminar para todas as pessoas no experimen-to. Descobrir os limites objetivo e subjetivo de cada pessoa e enquadrar o estímulo nesta estreita faixa para todas as pessoas no experimento é uma dificuldade enorme. Mas

mesmo os pesquisadores mais otimistas reconhecem que o efeito de um estímulo subliminar não dura mais do que dois ou três segundos. Quer dizer, quando o teste cognitivo não é feito imediatamente depois da exibição das imagens subliminares, nenhum efeito é verificado.

Outro consenso entre os cientistas é que percepção subliminar não significa persuasão subliminar. Ou seja, embora a percepção subliminar possa aumentar o número de respostas certas em questões de múltipla escolha sobre o estímulo, ela não pode fazer que alguém beba mais coca--cola, pare de fumar ou mude de orientação sexual.

Enquanto psicólogos seguem desenvolvendo novas metodologias para delimitar a extensão da percepção subliminar, os publicitários e demais profissionais do marketing tentam descobrir se mensagens sublimina-res podem ser usadas para influenciar os hábitos dos consumidores. Até o momento, apesar dos numerosos trabalhos existentes, foram muito poucos aqueles que encontraram algum efeito relevante. De fato entre 1970 e 1985 houve apenas um trabalho mostrando uma influência positiva de mensagens subliminares. Seu autor, Del I. Hawkins, mostrou que dentre as pessoas submetidas a mensagens subliminares, aquelas expostas à palavra “COKE” (Coca-Cola) reportavam mais sede dos que pessoas expostas à uma palavra sem sentido.

Não podemos provar cientificamente que as mensa-gens subliminares nos induzem a fazer algo que não que-remos. Mas seguramente ainda seremos expostos a muitas mensagens de forma subliminar e certamente estaremos sendo influenciados a pensar e agir de forma inconsciente até nos conscientizarmos de que elas existem, mesmo sem poder vê-las ou ouvi-las.

Segredos Cinema

Parte III

*Ricardo Movits, cineasta, artista plástico, poeta, escritor, compositor e produtor cultural, nasceu no Rio de Janeiro em 1965. É membro da Academia Maçônica de Letras e autor de várias peças teatrais e roteiros para cinema, teatro e televisão.

RICARDO MOVITS *

subliminares

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Finalmente, para deleite dos melô-manos de plantão, a Orquestra Sin-fônica do Teatro Nacional Cláudio

Santoro reabriu a temporada oficial de concertos. Bastante apropriada, a escolha do repertório para as cinco primeiras apre-sentações vem privilegiar obras compostas em homenagem à cidade, já que no ano passado, por motivos que o Brasil inteiro conhece, as comemorações dos 50 anos da capital do país deixaram a desejar. Entre os artistas (compositores e intérpretes), talentos brasilienses. A idéia é também mostrar ao público local a prata da casa, de excelente qualidade, diga-se de passagem.

O CONCERTO DE ABERTURAO primeiro concerto da série foi

no dia 22 de março. A noite foi aberta com a composição “Brasília Episódio Sinfônico” de Fernando Morais. Episó-dio é uma forma clássica de definição complicada, mas que se pode comparar ao divertimento, outra forma de compo-sição, porém mais simples. E a plateia realmente se divertiu com a beleza das linhas melódicas combinadas com ritmos brasileiros. A obra apresenta bom equilí-brio instrumental e brilho de composição moderna, sem apelar para recursos e

efeitos contemporâneos baratos. Sem dúvida é trabalho de um autor inspirado que domina a técnica compositiva.

Fernando é trompista da orquestra e professor da Escola de Música de Brasília que, com muita dedicação e estudos, e, principalmente, muito talento, penetrou fundo nos segredos das combinações sonoras. Hoje, reconhecido na Europa e nos Estados Unidos, tem composi-ções tocadas, gravadas e editadas nos principais centros musicais. Mas, como “Santo de casa não faz milagres”, faltava o reconhecimento do público brasiliense que, pela reação, aprovou.

Ainda com a intenção de valorizar nossos artistas, para cantar “As Quatro Últimas Canções”, de Richard Strauss, foi convidada a soprano Denise Tavares. A linda voz, reforçada por um vibrato refinado (sem falar no vestido branco de gala, superelegante), e a sensibilidade de uma cantora no auge das qualidades musicais foram componentes de uma interpretação romântica e emocionante. Apenas um detalhe destoante: nas regiões graves, a orquestra tocou forte demais, cobrindo a voz da solista.

Após o intervalo, foi interpretada “Sinfonia nº 3 – Brasília” de José Guerra

Vicente, pai de Antonio Guerra Vicente, consagrado violoncelista brasiliense e membro do Quarteto de Brasília. Como geralmente ocorre com vários composi-tores, somente depois de muito tempo o conjunto de obras de Guerra Vicente (pai) vem sendo divulgado e reconhecido. Sinfonia Brasília, escrita em 1960, é uma composição impressionante, completa, densa e ao mesmo tempo melódica, especialmente no segundo movimento. Tecnicamente impecável, pode competir com grandes obras dos mais importantes compositores brasileiros.

O concerto de abertura da tempora-da 2011 mostrou uma performance de ótimo nível, tanto pelas obras escolhidas como pelo desempenho dos músicos da orquestra e a atuação sensível e segura do maestro Cláudio Cohen.

Se você perdeu essa apresentação, não fique triste. Haverá oportunidade de assis-tir as próximas. Os concertos são sempre às terças-feiras, as 20h na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Compareça! A gente se vê por lá. Ah, a entrada é franca.

Começa a temporada 2011

BOHUMIL MED*

*BOHUMIL MED Professor emérito da Universidade de Brasília.Com a colaboração de Regina Ivete Lopes

Música

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HomeoA homeopatia como qualidade de vida para os animais

Tratamentos homeopáticos de seres humanos e animais são muito semelhantes. A diferença está apenas nas doenças. A homeopatia representa

uma alternativa de tratamento para um grande número de problemas que acometem os animais. Seu tratamento baseia-se na utilização de medicamentos homeopáticos que serão indicados com a finalidade de tratar o orga-nismo como um todo e não apenas sintomas isolados. A homeopatia está baseada na “Lei dos Semelhantes”, ou seja onde o semelhante é curado pelo semelhante. Dessa forma, um determinado sintoma será curado pelo medicamento que foi capaz de provocar este mesmo sintoma em um organismo são.

O veterinário Eder Rodrigo Neiva Carvalho explica que “é possível tratar todas as doenças através da ho-meopatia, mas antes é preciso estudar bem o caso para administrar a dose correta”. O veterinário relata, ainda, uma das grandes vantagens dos remédios homeopáticos em relação aos alopatas. “Na hora de formular um

medicamento, a gente consegue colocar dois princípios ativos no mesmo remédio. Um antibiótico e um analgé-sico no mesmo comprimido, por exemplo. A quantida-de vem exata e o preço é bem mais acessível”, declarou Eder. A veterinária Camila Monteiro Steck acrescenta ainda que a homeopatia não causa lesão estrutural nos animais. Diferentemente dos medicamentos conven-cionais, “a homeopatia ensina ao corpo o caminho da cura”, garante ela.

Outro fator determinante no processo de fabricação dos remédios, segundo Eder, é que a quantidade de princípios ativos utilizados precisa estar de acordo com o peso do animal. “É a relação miligramas versus peso do animal”, pontua.

Algumas farmácias homeopáticas para fins veteriná-rios mostram uma ampla variedade de medicamentos para manipulação. Eles podem ser no formato de bis-coitos medicamentosos, cápsulas, emulsões, geis, geis transdérmicos, pastas orais, pomadas, pós ou sachês,

Por: Aline Ricciardi | Fotos: Divulgação | Ilustração: Eward Bonasser Jr.Mundo Animal

Patas

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shampoos, soluções, xaropes e sus-pensões. Para facilitar a aceitação dos animais em relação aos medica-mentos, os manipuladores utilizam substâncias que dão sabor a eles.

Camila Steck também fala sobre os sintomas investigados pelos veterinários especializados em homeopatia. “Dentre os sintomas pesquisados pelo homeopata, um dos mais valorizados é o “mental”. No que diz respeito aos animais, nós esbarramos em uma dificul-

dade fundamental: a comunicação é limitada. Não se pode ter acesso ao interior, à mente de um animal, mas somente observar seu compor-tamento ou receber tais informações através do proprietário”, informa a homeopata.

A homeopatia pode ser tão efi-ciente quanto à alopatia, mas o vete-rinário Eder rebate e diz existir uma falsa crença de que a homeopatia é lenta na resposta do organismo. Já está comprovado que o tempo de

ServiçoClínica dona Cadela e seus filhotesQNe 01 lt. 08 lj. 01Taguatinga Norte(61) 3352.6600

Eder Rodrigo, veterinário

reação do organismo é proporcional ao tempo da afecção: se o processo é agudo obteremos resposta em questão de horas. “Se a afecção é crônica, a resposta vem em algumas semanas”, explica ele.

A socióloga Maria de Lourdes Santana utiliza a homeopatia como forma de manter o seu organismo em equilíbrio. Comprovada a sua eficácia, a socióloga continua utili-zando o mesmo tipo de tratamento em seu labrador com muito sucesso, mesmo depois de ter curado o seu cão. Com problemas de pele, o cachorro não obtinha respostas satisfatórias durante o tratamento com remédios alopáticos. Segundo ela, o animal só começou a melho-rar após a troca de tratamento. “O homeopático precisa ser constante e persistente. Acredito que os resulta-dos são melhores. Sem contar que eles não possuem nenhum efeito colateral”, ressalva.

Utilizar medidas preventivas de forma natural é sempre a melhor solução. O uso de muitas vacinas pode prejudicar o animal de forma permanente. “Muitas vezes, as pessoas acham que vacina, quanto mais, melhor. Hoje há casos com-provados de reações ruins com a vacinação, como o surgimento de alergias, convulsões ou até mesmo levar à morte. Eu prefiro propor um esquema diferente, mas o proprietá-rio tem que se dispor. Eu acho mais racional do que sair vacinando em massa”, diz a veterinária Camila. A única ressalva da especialista é com relação à raiva, doença típica dos cachorros. “É uma doença em que a vacinação é obrigatória e tem de ser feita”, assegura.

Floral de Bach, alternativa para o tratamento

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C inco anos após ser lançado na contra corrente política, o Movimento Endireita Brasil

(MEB) continua pequeno e não pa-rece mobilizar o quanto gostaria. Escorado no pensamento de uma direita liberal, a associação sem fins lucrativos propõe ao cidadão brasileiro que ajude no crescimen-to e fortalecimento da nova direita no país.

O presidente do movimento, Ricardo Salles, candidato derrotado a deputado estadual nas últimas eleições, em São Paulo, pelo DEM, explica que o principal objetivo do movimento é mostrar um projeto al-ternativo, para que as pessoas enten-

dam o significado do que é a direita. “Precisamos desmitificar o termo ‘direita’ que foi demonizado durante os últimos 20 anos por um trabalho permanente da esquerda. As ideias de direita liberal não encontram de-fensores qualificados e pretendemos ocupar esse espaço”, afirma.

Apesar de não estar vinculado a nenhum partido político, o MEB compartilha de ideias e mantém relações institucionais com várias entidades nacionais e estrangeiras. Um dos princípios liberais do movimento está na diminuição da atuação do Estado na economia do país. “Com a diminuição do tamanho do Estado, podemos

reduzir a carga tributária e, com isso, sobrará mais recursos nas mãos das pessoas que trabalham e pagam impostos. Mais recursos em circulação significa mais dinamis-mo na economia, mais emprego, mais renda e mais oportunidade para todos”, acredita Salles.

O presidente do movimento conta que é preciso chamar a aten-ção dos brasileiros para a ideologia da direta. “É preciso mostrar que prosperidade, liberdade, democra-cia e desenvolvimento econômico somente foram atingidos por países que adotaram em algum momento de sua história posturas liberais no campo econômico”, diz. “O Estado

Jornalista AprendizPor: Sílvia Mendonça

busca espaço na política brasileira

Movimento paulistano tenta atrair novos olhares para políticas liberais

Nova direita

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ServiçoSílvia Mendonça é aluna do 5º semestre de Jornalismo do Instituto de ensino Superior de Brasília - IeSB

engole os recursos que poderiam e deveriam ser direcionados para as pessoas que trabalharam e merece-riam manter o fruto deste trabalho para si. Tais recursos são desviados, desperdiçados e mal aplicados pelo Estado”, aponta Salles.

Porém, para o cientista político e coordenador do curso de Ciência Política do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), José Deocle-ciano Júnior, a ideia de uma direita liberal plena ser aplicada de fato no governo é algo distante. “É claro que em um sistema desses a gente vai ter uma implicação. Se as forças do mercado para os liberais tendem ao equilíbrio, a gente sabe que no mundo real você vai ter momentos de crise. Então a coisa não é tão sim-ples assim”, analisa. “Em uma pers-pectiva liberal, os momentos de crise vão ser auto-regulados pelo próprio mercado, só que essa autoregulação

pode gerar desemprego e desigual-dade social. Logo os indivíduos não vão mais estar em um mesmo nível de igualdade, não terão as mesmas oportunidades”, avalia.

Um dos questionamentos do cientista político é a própria denominação dos conceitos de “direita” e “esquerda”. “Esse aspecto às vezes faz sentido para as ideologias partidárias, para as ideologias políticas. Mas, princi-palmente no Brasil, da década de 1990 para cá, ele não se constitui como um determinante da ação política”, explica. “Se você pegar o Fernando Henrique Cardoso percebemos que ele nunca foi um político de direita, tanto é que o PSDB seria uma centro-esquerda. Mas, na verdade, quando você olha as políticas econômicas que ele implementou são de direita liberais”, exemplifica.

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Comunicação de governo é chapa branca, amigo. Não funciona. É perda de tempo criar para governo. Só tem gente despreparada lá. Ninguém entende de

marketing. São funcionários públicos. Todos caretas e aco-modados. Tira logo essa campanha da frente e vai para casa. Precisamos faturar.

Já escutei essa ladainha e suas variações inúmeras vezes. Quase cheguei a acreditar nela, confesso. Mas o tempo e a ex-periência me mostraram que havia algo errado nesse mantra triste, entoado até hoje por alguns publicitários. Joseph Goe-bbels, o lendário Ministro da Propaganda de Hitler, dizia que “uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade”. E o caso acima não passa disso: uma dessas verdades forjadas ao estilo do Terceiro Reich. Incômoda para alguns. Conveniente para outros. Lamentável para Brasília, cujo mercado gira em torno dos governos federal e local.

Parte do problema credito a um equívoco muito comum, ainda que desprovido de má fé. Muita gente acredita e ar-gumenta que a comunicação do setor público não pode ser divertida ou criativa, pois ela deve ser séria e direta. Bem, certa vez ouvi uma frase ótima, que esclarece essa confusão. Não me recordo do autor, mas ele dizia assim: “ser criativo e divertido não é o oposto de ser sério, é o oposto de ser chato”. Os gestores públicos, cada dia mais bem preparados, já enten-derem a diferença e estão empenhados em estabelecer com a sociedade um diálogo mais próximo e franco.

Outra parte, deposito na conta da, outrora numerosa, turma do “esquema”. Clientes, agências e fornecedores que firmam entre si pactos velados de mediocridade. O modelo de negócios desse grupo é conhecido: resolver os problemas o mais rápido possível, com o menor esforço possível e, de preferência, pelo maior valor possível. O resultado pouco importa e o ideal é passar despercebido. Assim fica bom para todos, exceto para o contribuinte que paga a conta sem ser consultado. Esse tipo de comportamento aos poucos tem sido superado. Mérito dos instrumentos de fiscalização e controle desenvolvidos por órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Conselho Executivo de Normas Padrão (CENP).

Por fim, a crença em uma falácia acaba por alimentá-la. Veja a tal caretice do governo. A medida que, lá atrás, essa falácia ganhou tons de realidade, seu poder de eliminar a ousadia também cresceu. Tanto que ainda hoje é comum ouvir de criativos brilhantes coisas do tipo: “Essa ideia é genial, mas é melhor levar essa outra, que é mais fácil de aprovar. O cliente é careta”. Grandes campanhas já morreram graças ao preconceito gerado por essa falácia. Aliás, muitas carreiras também. Ela é responsável por apagar a chama criativa com que os recém-formados ingressam no mercado e por trans-formar suas aspirações em fumaça. Alguns resistem e buscam oxigênio no setor privado para reacender uma possível brasa. E assim, vemos os talentos daqui migrarem para São Paulo e outros grandes centros.

A caretice não é exclusividade do setor público. Tampouco a criatividade e a ousadia são privilégios do setor privado. Existem bons e maus profissionais dos dois lados. No entanto, o preconceito atinge apenas um deles. E digo preconceito ancorado em fatos. Os caretas da Master e do Ministério da Saúde já ganharam Leão no Festival de Cannes. Os caretas da Sales/D’Arcy e dos Correios também. Os caretas da Monumen-ta, da DM9DDB e do Ministério da Justiça foram destaque no Globes Awards Mundial. Há vários caretas na comunicação governamental determinados a serem os caras.

A verdade é que a única forma de se obter reconhecimento é ser criativo. Por mais desgastante que seja, busque sempre o ponto fora da curva. Veja, por exemplo, o que diz a Bíblia no livro do Apocalipse: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca”. Embora retirada de contexto, essa passagem traz um ensinamento que é atemporal e universal. Pense nisso. E até semana que vem.

Propaganda e Marketing CARLOS GRILLO*

*CARLOS GRILLO Sócio Diretor da Monumenta Comunicação e Estratégias SociaisEmail: [email protected]: @carlosgrillo

Entre os carase os caretas

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Já vi diversas pessoas quase entrarem num dilema existencial crônico, simplesmente porque decidiram presentear outra com uma garrafa de vinho. Parece

que se sentem entre a cruz e a espada. Será que as pes-soas entram nesse dilema quando decidem presentear outra com um perfume? E presentear uma pessoa com um perfume é tão difícil assim? Talvez seja, mas nin-guém entra em crise existencial por isso.

Perfume é uma coisa muito pessoal, portanto não basta ir a uma perfumaria e comprar uma fragrância de “marca famosa” que se está garantido o sucesso do mimo. Até porque se pode incorrer no risco de se adquirir algo muito distante do gosto do presenteado. Ocorre também de um bom e caro perfume, de marca consagrada, sim-plesmente não combinar com as características físicas, idade, ambiente de convivência e o investimento, que normalmente não é baixo, torna-se um tiro no pé. Nada mais frustrante que o nosso presente não agradar ou pior, decepcionar o presenteado. Nessas ocasiões, muitas mulheres com a sabedoria e a sensibilidade que lhes são natas, simplesmente escolhem algo que já tenham certeza de que seja do gosto da pessoa. Nada mais óbvio, diriam uns. Podemos, portanto aplicar a mesma lógica ao se presentear uma pessoa com um vinho, por se tratar de algo muito específico denominado “gosto pessoal”.

Tentar conhecer previamente o gosto da pessoa a presentear, suas preferências e aversões quanto aos distintos estilos e procedências de vinhos é uma lógica que não costuma falhar. Seja o presenteado uma pessoa que conheça pouco ou muito sobre vinhos, tenha ela uma adega muito ou pouco sofisticada, é sempre reco-mendável saber as suas preferências. Alguns amantes dos vinhos gostam, inclusive, de serem surpreendidos por algo nunca dantes provado, um ícone raro, um vinho de uma uva pouco comum, um vinho de um país menos conhecido, que tenha lá os seus mistérios e curiosidades. Mas enfim, pra conhecer mistérios e curiosidades sobre um vinho talvez seja mais adequado que as pessoas parti-

cipem de degustações técnicas, eventos de lojas, feiras de vinhos, etc. Ao receber um vinho como presente, a pessoa vai querer mesmo é ter um grande prazer ao saborear o líquido sorvido e ter este momento como marcante, indelevelmente tributado ao autor da prenda.

Voltando à analogia com os perfumes, creio que muitas pessoas já receberam alguns de presente que simplesmente descartaram ou foram à loja para trocá-lo por um de sua preferência. Mais comum é que em rara ocasião de bola de cristal certeira, um presenteado já se surpreendeu positivamente com um perfume nunca antes usado, que agradou e passou a ser preferido. E certamente muitos já viram também a desagradável situação em que um gerente de uma equipe, diretores ou clientes preferenciais de empresas são agraciados com um vinho caro, de um produtor “francês” famoso e tradicional, um rótulo que foi muito bem pontuado por um crítico que o revendedor reverencia mais que o pró-prio conteúdo da garrafa, que no final das contas não atende a nenhuma expectativa do infeliz “premiado”.

Enfim, conhecer as preferências e expectativas da pessoa não fará mal a ninguém, muito pelo con-trário, e pode-se informar disso com o próprio, com pessoas de seu convívio, observando a sua adega, nas lojas onde ele habitualmente compra seus vinhos, em conversas sutis prévias, etc.. Se o doador tem mesmo consideração pela pessoa, jamais tente impor as suas preferências, tenha ele mais ou menos expertise no assunto. Afinal, é a outra pessoa a quem se deseja satisfazer. Ou não? E quem, de sã consciência, quer dar um presente que desagrade? E se o presenteado só consome vinhos caríssimos, raros, inalcançáveis pelo seu poder aquisitivo... Dê um bom livro!

Como presentear com vinhos

Vinho ANTôNIO MATOSO FILHO*

*ANTôNIO MATOSO FILHO Engenheiro e enófilo, apreciador sistemático de vinhos desde 1982, mo-nitor de grupos de degustação e professor dos cursos Básico e Avançado da ABS-Brasília.

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Tá lendo o quê?

Boa leitura com um bom café

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LivroA Meta

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LivroAlta Performance em Vendas

AutorDale Carnegie, J. Oliver Crom,

Michael CromEditora

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Cristiano Fleury Cirurgião Plástico

Geniberto Paiva Campos Médico Cardiologista

LivroEra dos Extremos: o Breve Século xx

Autor

Eric Hobsbawm

EditoraCompanhia das Letras

No livro, o Prof. Venício cumpre mais uma etapa em sua luta pela informação livre, co-mo um dos direitos básicos de todo cidadão. Escrito por um mestre/doutor da academia, é de leitura acessível e prazerosa a todos que se interessam pelo tema e se preocupam com os rumos do processo democrático, no qual o direito à informação e à comunicação é parte indissociável. O autor analisa o avassalador poder da mídia capaz de, impunemente, criar, distorcer e esconder fatos; abalar e mesmo destruir nomes e reputações; definir de forma artificial a pauta política do país; pretender ensinar aos brasileiros o pensar e o agir sobre fatos do cotidiano.

Em Alta Performance em Vendas, a organização Dale Carnegie, fundada pelo autor do colossal sucesso Como fazer amigos e influenciar as pessoas, explica como vencer a concorrência, chamar a atenção, conquistar a confiança e garantir a venda. Incluindo conselhos que vão do aspecto prático — verifique se o equi-pamento audiovisual funciona antes de uma apresentação de seu produto — ao psicológico — descubra o motivo emo-cional para o cliente comprar um produto ¾, o livro é um guia perfeito para ajudar vendedores a criar uma relação longa e proveitosa com seus clientes.

Aos 77 anos, Eric Hobsbawm, um dos maiores historiadores da atualidade, dá seu testemunho sobre o século XX. Meu tempo de vida coincide com a maior parte da época de que trata este livro, diz ele na abertura, por isso até agora me abstive de falar sobre ele. Agora, porém, neste livro fascinante, ele abandona seu silêncio voluntário para contar, em linguagem simples e envolvente, a história da era das ilusões perdidas.

LivroRegulação das Comunicações:

história, poder e direitos Autor

Venício Artur de Lima

EditoraPaulus

Eu estou relendo A Meta. Li no tempo da faculdade e o achei de grande utilidade para termos uma percepção melhor de como lidar com dificuldades na adminis-tração. O escolhi para tirar um pouco da ferrugem sobre os princípios ali colocados; para relembrar alguma coisa que eu tenha deixado para trás. Há uma passagem muito interessante em que o personagem princi-pal do livro faz um passeio com uma turma de escoteiros, a pedido de um de seus filhos. Nesse passeio ele tira uma grande observação sobre trabalho em equipe.

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Frases

Aquele que sabe se desculpar geralmente não sabe fazer outra coisa.

Benjamin Franklin

Quem te fala mal de outra pessoa, falará mal de ti também.

Provérbio turco

Aqueles que se vangloriam de seus ancestrais são os que menos os merecem.

Provérbio dinamarquês

O que foi duro de sofrer é doce de recordar.

(Provérbio italiano

O que se faz um dia é semente de felicidade para o dia seguinte.

Provérbio italiano

A humildade é a mais sólida das virtudes.

Confúcio

Bondade é amar as pessoas mais do que elas merecem.

Joseph Joubert

A generosidade consiste em dar antes de ser solicitado.

Provérbio árabe

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Em 1939, em pleno governo do Estado Novo, o então presidente populista Getúlio Vargas criou a

Justiça do Trabalho e, anos depois, em 1942, sob a égide de uma Constituição imposta e com características antide-mocráticas foram unificadas as normas trabalhistas e processuais do trabalho que ainda hoje são utilizadas.

À época da consolidação das normas trabalhistas e processuais do trabalho outro era o governo e a sociedade, sendo relevantes as conquistas adquiridas naquele momento, garantindo vários direitos aos trabalhadores como carteira de trabalho, salário mínimo, jornada de trabalho de oito horas, dentre outros. Todavia, diversa é a situação econômica e social do século XXI, bem como dis-tinta é a relação de trabalho e o perfil do próprio empregado e do empregador, se comparados quando da criação da legislação trabalhista.

São sobre essas diferenças tão gritan-tes que se faz imprescindível uma nova visão da aplicação da legislação discuti-da para que as características e garantias instituídas com o fulcro de equilibrar as relações sociais e econômicas, não aca-bem por gerar um grande abismo nas relações de hoje.

O direito do trabalho e as relações trabalhistas estão comumentes vincula-das ao protecionismo do empregado, à visão de que este é o hipossuficiente na relação trabalhista - o que geralmente faz com que as decisões judiciais, seja em que instância for, em grande parte beneficiem os empregados.

Evidente que o empregador por deter o poder econômico está em van-tagem na relação estabelecida. Ocorre também que esta vantagem nem de

perto se assemelha àquela da década de 40, pois o empregado do século XXI tem amplo conhecimento, através da mídia ou pela crescente qualificação e também pela globalização, dos seus direitos e deveres.

Apesar desses aspectos sociais serem plenamente conhecidos, o Judiciário ainda analisa os empregados com o mesmo olhar benevolente, com a cons-tante ideia de parte frágil da relação de emprego, agindo como se fossem os empregados de décadas atrás, e de forma diametralmente oposta, continu-am a olhar para os empregadores como sendo os malfeitores e aproveitadores da mão de obra assalariada.

As leis sempre se encontram atra-sadas em relação à realidade social - o que é natural – e, por essa razão, existem princípios de direitos para adequar a vontade da lei à atual conjuntura eco-nômica e social. Outrossim, se verifica que essas adequações são comumente aplicadas em outras áreas do Direito, e, nas relações de trabalho ainda per-meia o sentimento de protecionismo e amplas vantagens ao empregado em contrapartida a numerosos deveres dos empregadores, prejudicando o cresci-mento econômico natural e impedindo o amplo aproveitamento das intenções governamentais de fortificar e fomentar as relações de emprego.

O Judiciário necessita compreender que o simples fato do empregado pro-mover uma reclamação trabalhista não pode lhe garantir um ganho apenas pelo fato de ser considerado a parte mais frágil na relação de emprego.

Essas diferenças estão tão absolutas ainda hoje na esfera trabalhista que o empregador, por mais que tenha

honrado com todos os direitos legais es-tabelecidos, sempre tem receio de pagar alguma outra quantia judicialmente, e sabe por quê? Porque a sensação é que o Judiciário analisa as questões como se as partes fossem os mesmos de décadas atrás, causando insegurança jurídica, desconfiança do Judiciário, e permanente sensação de injustiça decorrente de uma causa: a imagem de que o empregador está sempre errado e o empregado é sempre injustiçado na relação de emprego.

Esse tratamento diferenciado sob a pseudo alegação de que é o empregado o mais frágil na relação trabalhista tem propiciado também a criação de novas leis para impedir os recursos ou ao menos reduzi-los, como foi o caso da nova lei do Agravo na qual a empresa, e apenas ela, porque geralmente o empregado não tem que pagar custas e depósito recursal, deverá pagar metade do valor referente ao recurso que se pretende destrancar.

Assim, é preciso uma nova análise das partes na relação de emprego de modo a conferir a cada uma delas a máxima pretendida constitucionalmente, ou seja que todos sejam iguais, não sendo lícito a diferenciação dos mesmos, a não ser para igualá-los nas suas diferenças, o que requer a análise de cada caso, afinal nem todo empregador é um malfeitor e nem todo empregado é explorado, e dessa forma o Judiciário poderá julgar em pé de igualdade.

Nova perspectiva da relação empregado / empregador

Justiça ANA CAROLINA MASSA GOMES*

*ANA CAROLINA MASSA GOMESadvogada trabalhista, associada da Advocacia Maciel, pós graduada em direito do Trabalho e processo do Trabalho.

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76 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

Diz Aí, Mané

Também preoculpa o avanço regressivo da violência

Não cei se o presidente está melhorando as indiferenças sociais ou promovendo o sarneamento dos

pobres. Me pré-ocupa o avanço regresssivo da violência urbana

Vasilhas de luz refratória podem ser levadas ao forno de microon-

das sem queimar

Fidel Castro liderou a revolução industrial de 1917, que criou o

comunismo na Russia

Os índios sacrificavam os filhos que nasciam mortos matando

todos assim que nasciam

No começo Vila Velha era muito atrazada mas com o tempo foi

se sifilizando

A capital da Argentina é Buenos Dias

O Convento da Penha foi construí-do no céculo 16 mas só no céculo 17 foi levado definitivamente para

o alto do morro

O bem star dos abtantes da nossa cidade muito endepende do governo federal capixaba

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De tudo aquilo que nós, seres humanos, somos capazes de sentir, o reconhecimento é

algo que, sem dúvida, nos engran-dece enormemente. Reconhecer é atribuir valor a fatos, coisas e pessoas que, na nossa vida, tem papel fundamental. É propor-se enxergar, com olhos sinceros, pe-quenos detalhes do cotidiano que recheiam nossa jornada. É ter a consciência do quanto a atitude de algumas pessoas contribuem com o nosso próprio sucesso. Acima de qualquer coisa, reconhecer é perceber que, de alguma forma, o universo é generoso.

Exercitar o reconhecimento no dia-a-dia significa gerar uma atmosfera positiva. Quantas vezes deixamos de congratular nossos pares de trabalho pelo excelente desempenho? E as chances des-perdiçadas nos momentos felizes em família, quando não nos damos conta do quanto isso é um privi-légio? E quando apenas o fato de termos saúde já é o suficiente?

Praticar o poder do reconheci-mento é também energizar as pessoas à sua volta. Para que você possa per-ceber de forma mais fácil o que isso significa, faça uma lista dos papéis que você desempenha. Elenque, pelo menos, os cinco mais importantes; pai, mãe, filho, amigo, irmão. Em seguida, para cada papel, analise de maneira rigorosa quais são as coisas, fatos ou pessoas fundamentais? Aque-

las que te apóiam, te dão suporte? Quem te faz feliz? O que te traz a sensação de plenitude? E quanto ao caminho por você trilhado, o quê ou quem te ajudou a chegar até aqui? Sabendo disso, o quanto você se sente grato por tê-las? Nesta lista deve con-ter desde antigos chefes, parceiros e oportunidades de trabalho, até a babá de confiança, a família e seus amigos.

Na primeira chance que tiver, externalize seu reconhecimento e perceba como as pessoas ficam en-cantadas e gratas pela sua atitude. Isso pode acontecer na forma de conversa, bilhete, mensagem ou apenas um gesto, como um abraço, um afago ou um carinho. Aprenda o valor da palavra “obrigado”.

Nada, em todo o universo, tem valor algum até que, cada um de nós, atribua nosso próprio valor a isto. O que para alguns é uma difi-culdade, para outros é uma chance de crescimento. O que pode ser visto como perda pode, também, ser visto como chance de recomeço. O exercício de reconhecer o que temos de bom nos fortalece e nos faz ter forças para seguirmos em frente.

O reconhecimento faz crescer pela certeza do quanto somos agra-ciados. Seja pela nossa saúde, pela nossa casa, pelos nossos amigos, pelo nosso trabalho ou por sermos donos da nossa própria vida.

Reconhecimento gera gratidão. E a gratidão, por sua vez, é o senti-mento que acompanha a fé.

Para se alcançar resultados e ter sucesso na vida é preciso ter fé.

A fé não se explica, se sente. É o sentimento que não exige evidências para brotar. Ter fé significa acredi-tar. Acreditar em forças superiores, em Deus, nas pessoas, no caminho que vem pela frente, no que o uni-verso reserva para cada um.

A fé te guia quando o desânimo parece tomar conta de seus dias. E, assim como o exercício do reconhe-cimento, a fé e a gratidão também podem ser praticadas.

Escolha dez coisas para agra-decer hoje na sua vida. Agradeça a cada uma delas. Isso pode ser apenas mentalmente ou de forma concreta, através de um sonoro “obrigado”. Faça isso sempre que se lembrar.

Para finalizar, decida no que irá acreditar hoje. Seja que as coisas vão dar certo ou que algo vai mudar. Refaça e reafirme sua decisão todos os dias.

A combinação destes três sen-timentos pode não ser a solução para todos os males mas vão, com certeza, te ajudar a chegar mais longe, de maneira mais prazerosa, leve e feliz!

Reconheça, agradeça, acredite e cresça!

Cresça e Apareça ADRIANA MARQUES*

Reconhecimento!

*Adriana Marques é Business Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching master Coach pelo Behavioral Coaching Institute e presidente do CoachingClub.

O comungar da fé

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80 PLANO BRASÍLIA 5 DE ABRIL DE 2011

O esporte tem sido um grande aliado da política nacional na hora de se divulgar uma

imagem positiva do Brasil para o mundo. Recentemente conse-guimos grandes conquistas nesse setor, sediaremos a Copa de 2014, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas de 2016 e ainda este ano, seremos cenário dos V Jogos Mundiais Mi-litares, competições de amplitude internacional que trarão ainda mais prestígio para o nosso país e desenvolvimento para as cidades onde os jogos acontecerão. Porém, o esporte nacional ainda está longe de ser valorizado como merece.

É comum vermos atletas profis-sionais de renome com dificuldades para conseguir patrocínio e até participar de competições onde defenderiam a nossa bandeira por falta de incentivo. Se atletas meda-lhistas olímpicos passam por esses obstáculos, imaginem aqueles que ainda não estão nas manchetes das seções esportivas.

Um exemplo de como desperdi-çamos grandes potencias aconteceu no final de 2009, quando nossos atletas da seleção de judô para sur-dos participaram pela primeira vez do 21º Jogos Surdolímpicos de Judô, em Taipei, Taiwain. A participação brasileira foi um sucesso, além de se destacarem nas competições, o judoca Alexandre Soares conquistou uma medalha inédita para o Brasil, mas na volta para a dura realidade

encontrada por milhares de espor-tistas por aqui, três dos sete atletas da seleção tiveram que abandonar a equipe por não terem condições de viver apenas do esporte.

Infelizmente, esse é apenas um exemplo do que acontece diariamente na vida de jovens que deveriam ver o esporte como uma ferramenta de inclusão social e não como mais sonho inatingível. No Distrito Federal essa história se repete. As políticas e programas institucionais existentes ainda não são suficientes para promover o apoio que o esporte precisa.

Apesar de contar com importan-tes projetos de incentivo à prática esportiva entre crianças, adoles-centes, jovens e adultos, regiões carentes onde a inclusão por meio do esporte é imprescindível para manter esses jovens longe da mar-ginalidade, o número insuficiente de programas e a demora para sua conclusão abrem uma lacuna na vida daqueles que tem pressa para seguir um sonho.

Nesse caso, cito outro exemplo para o leitor, a minha própria his-tória. Foi graças ao futsal que nunca me envolvi com as drogas, prática muito comum entre os jovens da co-munidade onde cresci. Por isso, falo com propriedade sobre a diferença que a prática esportiva pode fazer no futuro de uma pessoa, mesmo que ela não venha a se tornar um grande atleta.

O atual governo do DF conta com um importante programa de metas direcionadas ao esporte e lazer, estímulo que áreas de vul-nerabilidade social tanto carecem. Considero que a capital federal está no caminho certo para promover o desenvolvimento que o setor precisa, mas para isso, devemos unir forças para ampliar esses pro-gramas e beneficiar não só crianças e jovens, quanto adultos, idosos, pessoas com necessidades especiais e profissionais da área.

Buscando identificar os prin-cipais entraves na área e elaborar projetos consistentes que rendam resultados a médio e longo prazo para o desenvolvimento do esporte no Distrito Federal, a Câmara Le-gislativa Distrital vai contar com um importante espaço para a discussão desse tema através da Frente Par-lamentar do Esporte, na qual sou presidente. Por intermédio de uma série de audiências públicas, con-ferências, simpósios, seminários e workshops, a Frente terá a missão de levar o incentivo e assistência que o esporte amador, educacional, espor-te de auto rendimento e profissional precisam e dessa maneira contribuir com os trabalhos do da Secretaria de Estado de Esporte e com o Ministério do Esporte para que o Brasil alcance ainda mais notoriedade no setor.

Hora de unir forças em prol do esporte no DF

EVANDRO GARLA*Ponto de Vista

*EVANDRO GARLADeputado distrital pelo PRB-DF

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Charge

Eixo Monumental

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