Plano de Bairro da Vila Cauhy Vol.01

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plano de bairro da vila cauhy vol. 01

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Primeira parte do Plano de Bairro da Vila Cauhy com a caracterização da área, referências de projeto e o processo participativo desenvolvido. O Plano de Bairro da Vila Cauhy é um trabalho final de graduação de arquitetura e urbanismo da FAU/UnB

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  • plano debairro davilacauhy

  • Plano de Bairro da Vila Cauhy vol. 01Trabalho Final de Graduao FAU/UnBPedro Ernesto Chaves BarbosaOrientao: Liza Andrade

  • conflitos urbanos | 01

    agradecimentos1Platia, vai dar tempo?

    Este trabalho a sntese de um ano e meio de trabalho de pesquisa sobre urbanismo e participao que comeou l no ensaio terico sobre os Planos de Bairro de Saramandaia e Dois de Julho com a professora Flaviana, e foi finalizado com a queridssima Liza com a experincia prtica do Plano de Bairro da Vila Cauhy. Este foi um dos perodos mais intensos da faculdade e que proporcionou as melhores experincias de aprendizado e amadurecimento que eu mal podia imaginar em agosto de 2009 quando comecei a estudar na UnB. Isso mesmo. Foram seis anos e meio de caminhada que pareciam que nunca iam acabar, mas que num piscar de olhos acabaram. E com a sensao de que valeu a pena que comeo os meus agradecimentos!

    Primeiramente, agradeo especialmente a amiga Liza por ter aguentado a minha cabea dura (rs) durante mais de um ano e por ter me conduzido a esse final de curso que nunca na vida podia esperar.

    Agradeo tambm aos meus amigos que me acompanharam na vida acadmica, em especial aqueles que fizeram a Escala de 2012, o SERES e o incio do Sinergia junto comigo e aos amigos do Brasil inteiro que conheci atravs da FeNEA nos encontros de arquitetura.

    Pelo convvio maravilhoso na FAU e pelos momentos inesquecveis fora dela, agradeo enormemente aos amigos Caio Fiza, Daniel Melo, Ki-rinky Nerium, Manups e Amanda Sicca. Tambm agradeo s maravilho-sas Dbora, Natlia e Paula (Jlia) pelas risadas, momentos de desabafo e compartilhamento de ajuda nesse ano de dipl.

    Para conseguir chegar a esse final com esse volumoso trabalho s tenho a agradecer a colaborao dos moradores da Vila Cauhy que deram ateno a um estudante de arquitetura e urbanismo que brotou do nada dizendo que queria fazer um projeto participativo. Obrigado Walter, Frana, Juliana, Mira, Ivonete, Gernimo pela confiana!

    Fora isso, quero agradecer do fundo do meu corao a todos aqueles que se dispuseram a parar suas vidas pra sentar do meu lado e me ajudar na execuo desse Plano de Bairro. Por terem me acompanhado na Vila, agradeo aos amigos Andr Broseghini, Brenda Marcella, Guibs, Caio Fiza (de novo), Chapola, Estela, Fernanda, Manups (de novo), Linda, Stela, Cear, Iuri, Amanda (de novo), Rafael, Gui e Dbora (de novo). Todos vocs deixaram um pedacinho de vocs neste trabalho e so, portanto coautores.

    Por fim, mas no menos importante, gostaria de agardecer a minha famlia (primos, tios, avs, todos) e dar os maiores agradecimentos aos meus pais que sempre me incentivaram e me ajudaram nessa empreitada que foi sair de Teresina par vir morar em Braslia e a minha madrinha Susana. Amo muito vocs!

    Nota 0.1Bom, se eu esquecer de algum, porfavor na fique chateado, escrevi esses agradecimentos 6 dias aps o prazo final de entrega! RISOS.

  • REFERNCIASDE PROJETO_154

    CONFLITOSSOCIOAMBIENTAIS_111

    CONFLITOSURBANOS_06

    INTRODUO_01

    NDICE DE FIGURAS_273

    BIBLIOGRAFIA_275 1_relatos

    PROCESSOPARTICIPATIVO_170

  • SANEAMENTOECOLGICO

    REMOES EREASSENTAMENTOS

    RUAS, PRAAS E DEMAIS ESPAOS PBLICOS

    PORQUE UM PLANO DE BAIRRO

    DIRETRIZES

    CLASSIFICAO DE REAS

    CONCLUSO

    2_planode bairro APLICAES

  • 01 | plano de bairro da vila cauhy

    introduoEste trabalho final de graduao trata sobre a Vila Cauhy uma ocu-

    pao predominantemente de baixa renda localizada na regio adminis-trativa do Ncleo Bandeirante no Distrito Federal. O principal objetivo foi estudar possibilidades de urbanizao de um assentamento precrio mediante o uso de metodologias participativas de desenho e planejamen-to urbano.

    Nos tramites legais, para haver urbanizao de um assentamento irregular preciso que o mesmo passe por um trabalho de regularizao fundiria que solucione pendncias relativas a titularidade da posse da terra e que melhore a habitabilidade da ocupao caso seja possvel e/ou necessrio.

    Para isso ocorrer, uma das peas deste processo o projeto urbans-tico de regularizao que prev a implantao de infraestruturas e equi-pamento pblicos alm de adequar a ocupao s normativas ambientais, urbansticas e de preveno de riscos.

    No discurso isso parece ser uma operao simples, porm na prtica cada vila, favela, ou aglomerado guarda em si situaes sociais e ambien-tais peculiares que constantemente esto em conflito. Nesse aspecto, desenvolver um projeto urbanstico exige bastante esforo na conciliao entre fixao da populao, preservao ambiental e melhoria da quali-dade de vida. Em ateno ao caso da Vila Cauhy, este trabalho busca ini-cialmente caracterizar estes conflitos que envolvem a prtica projetual.

    No primeiro captulo so desenvolvidos temas relativos apenas aos conflitos. Inicialmente faz-se uma contextualizao do objeto de estudo dentro das dinmicas da metrpole brasiliense atravs das dualidades entre centro e periferia, formalidade e informalidade, regularidade e irre-gularidade e como estes refletem na forma como a cidade vem crescendo. Com base nesses argumentos, ao longo do texto feita uma anlise da estrutura urbana da Vila Cauhy e de suas imediaes objetivando dar subsdios s intervenes projetuais.

    O segundo captulo, dedicado aos conflitos socioambientais decor-rentes do processo de regularizao fundiria. Com base na caracteriza-o da estrutura urbana e nos estudos de impacto ambiental desenvol-vidos para os projetos urbansticos oficiais so apontados os principais limitantes para a ocupao urbana. No caso da Vila Cauhy, esses conflitos so bastante acentuados principalmente pela grande quantidade de reas de preservao permanente (APPs), inundao e falta de estabilidade do solo que impem uma grande quantidade de reassentamentos.

    No terceiro captulo so apresentadas as referncias utilizadas na concepo do projeto participativo e das propostas de urbanizao de-senvolvidas no ltimo captulo. Destas, destacam-se as experincias do grupo Micrpolis no bairro Calafate em Belo Horizonte (MG), o desen-volvimento dos Planos de Bairro de Saramandaia e Dois de Julho ambos localizados em Salvador (BA) pelo grupo de pesquisa Lugar Comum (FAUFBA), os mapeamentos afetivos do grupo espanhol Iconoclassistas, o relatrio DED/NAU 41/2013 de tcnicas e metodologias participativas elaborado pelo Laboratrio nacional de Engenharia Civil de Portugal

  • introduo | 02

    Figura 0.01Pichao em uma das entradas da Vila Cauhy prxima a ponte da rua da Glria.

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    (LNEC) alm dos padres de desenho urbano sensvel a gua desenvolvi-das por ANDRADE, 2014.

    No quarto captulo feita uma descrio do processo participativo desenvolvido neste trabalho. Aqui a participao da comunidade en-tendida como forma de diagnosticar a ocupao e desenvolver respostas para os problemas com base nas vises e expectativas da populao sobre o lugar onde vivem. Alm disso, as atividades desenvolvidas buscaram empoderar a populao da vila acerca das potencialidades e prejuzos de uma regularizao fundiria.

    Por fim, no quinto captulo so apresentadas as propostas de urba-nizao da Vila Cauhy atravs de um Plano Bairro que concilia plane-jamento e desenho urbano na escala local. A ideia foi desenvolver um plano de aes com possibilidades de intervenes prticas pautadas nas condies ambientais e nos interesses da comunidade. Essa aborda-gem surge como crtica a forma como so elaborados os planos diretores no Brasil que por vezes tem pouco rebatimento prtico.

    Figura 0.02Painel interativo utilizado durante o processo participativo do Blano de Bairro da Vila Cauhy.

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  • CONFLITOSURBANOS

    A CIDADE UMA S?_01E HOJE, COMO A CIDADE CRESCE?_09

    VILA CAUHY_32LOCALIZAO_47

    O NCLEO BANDEIRANTE_57USO E OCUPAO_69

    OS ESPAOS PBLICOS_71TIPOS EDILCIOS_97

    CRESCIMENTO DA VILA_101DADOS DEMOGRFICOS_107

    REDES POLTICAS_109

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    Nota 01Slogan de uma das campanhas de erradicao das invases promovidas pelo governo do Distrito Federal e ttulo do filme de Ardiley Queiroz, premiado no Festival de Cinema de Tiradentes (2012)

    Nota 02A AMB uma definio estabelecida pelo ge-grafo Aldo Paviani que se refere ao aglome-rado urbano composto pelo DF e pelas cidades guas Lindas de Gois, Santo Antnio do Descoberto, Valparaso de Gois, Novo Gama, Luzinia, Formosa e Planaltina de Gois.

    Antes de entrar na caracterizao dos conflitos e da estrutura urba-na da Vila Cauhy e seu entorno imediato, preciso contextualizar essa ocupao urbana dentro da rea Metropolitana de Braslia2 (AMB). Essa rpida introduo permite compreender porque mesmo apesar de uma intensa produo habitacional financiada pelo Estado, a irregularidade no foi resolvida.

    Antes mesmo de sua inaugurao em 1960, a construo de Braslia j atraia grande contingente de migrantes. A falta de lugares para abrigar a grande quantidade de pessoas que chegavam para a construo da capital deu origem a vrias favelas nas vizinhanas do Plano Piloto, em especial na regio da Cidade Livre (atual Ncleo Bandeirante).

    A resposta do Governo do Distrito Federal ao grave problema habitacional que crescia ano aps ano veio atravs do planejamento da expanso urbana atravs de cidades satlites. Dessa forma, a populao que morava nas favelas era progressivamente removida e reassentada nesses novos ncleos urbanos que por vezes eram distantes em at 40km da rea central do Plano Piloto.

    Dentro da histria da criao das cidades satlites importante ressaltar o papel da Campanha de Erradicao de Invases (CEI) criada nos primeiros anos da inaugurao de Braslia e que tinha como objetivo acabar com as vilas e favelas do Distrito Federal. Atravs de procedimen-tos questionveis e forte apelo publicitrio a populao era convencida a cooperar com o governo facilitando o reassentamento sob a alegao de que a cidade era uma s e que o fim dos assentamentos irregulares iria gerar melhoria da qualidade de vida.

    Nesse contexto vale a pena retomar a pergunta que d origem a esse tpico: a cidade era realmente uma s? Ao que tudo indica a resposta no. Na prtica o que se observa ainda hoje que existe uma dualidade entre o Plano Piloto concentrador de investimentos e gastos do governo e uma periferia que atendida com servios pblicos de menor qualidade e quantidade.

    Hoje a metrpole extrapolou as fronteiras do Distrito Federal e chega at os municpios goianos adjacentes (regio conhecida como en-torno) abrigando um total que gira em torno de 3,5 milhes de pessoas3. Esse crescimento demogrfico continua caracterizando-se por uma forte desigualdade scio espacial, por problemas semelhantes aos das grandes cidades brasileiras e sobretudo causando um grande impacto ambiental que pode vir a comprometer em um futuro prximo a qualidade de vida da populao uma vez que, dentre outros problemas, j se fala em falta de gua.

    a cidade uma s?1

    figura 1.01

    figura 1.02

    figura 1.02

    figura 1.04

    figura 1.03

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    Figuras 1.01 a 1.04 (pg. anterior)Trechos da propaganda da CEI com o jingle A cidade uma s.

    figura 1.05Passagem subterrnea no Plano Piloto sendo usada como moradia

    figura 1.06Propaganda do Estado sobre o feito de cons-truir a capital

    figura 1.07Ruas do Ncleo Bandeirante antes de sua fixao

    figuras 1.08 a 1.10Vila do IAPI

    figuras 1.11 e 1.12Anncios em jornais impressos da Campanha e Erradicao das Invases.

    figura 1.06

    figura 1.07 figura 1.08

    figura 1.10

    figura 1.12

    figura 1.09

    figura 1.05

    figura 1.11

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    e hoje, como a cidade cresce?

    Alm da contradio entre Plano Piloto e periferia (cidades satlites e do entorno) outro aspecto que caracteriza a forma como o territrio do Distrito Federal foi se urbanizando relativo a formalidade/informali-dade das novas reas de expanso. Em outras palavras, as novas reas de expanso urbana podem ser divididas entre aquelas que foram ante-riormente planejadas e projetadas dentro de parmetros legais (planos diretores, leis de uso e ocupao do solo, normas de gabarito) validados pelo Estado e aquelas em que a ocupao no seguiu parmetros legais, no contou com aprovao oficial do governo e apresenta conflitos quanto posse das terras. Essa situao no s de Braslia: ocorre na maior parte das cidades brasileiras e em grande frequncia a ponto de em alguns casos a irregularidade se tornar mais comum e frequente que a regularidade.

    Ao contrrio do que muitos pensam a irregularidade no exclusi-vamente uma questo de favelas e/ou de baixa renda. O parcelamento irregular do solo pode tambm ser feito por pessoas de alta renda. Espe-cificamente em Braslia essa situao tornou-se peculiar uma vez que as invases dos ricos ocupam mais espao que as invases4 dos pobres.

    Como este trabalho refere-se Vila Cauhy, uma ocupao de baixa renda (ou de interesse social), nos prximos tpicos sero aprofundados temas relativos aos casos semelhantes ao objeto de estudo. Apesar disso importante ressaltar que a qualificao de um assentamento precrio no exclui a possibilidade de haverem nele pessoas com mdio ou alto poder aquisitivo.

    Assentamentos irregulares e de baixa renda so um retrato do pro-blema habitacional que muitas cidades vivem. Em sua maioria o direito a moradia digna est em suspenso uma vez que podem ser caracterizados pela precariedade dos servios e infraestruturas urbanas bsicas tais como abastecimento de gua e energia, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana, pavimentao e acesso sade, educao e segurana. Em outras palavras possvel dizer que o Estado mostra-se ausente para essa parcela da populao.

    Ermnia Maricato (2000) qualifica essas situaes como lugares fora das ideias uma vez que esses lugares no esto na agenda de prioridades figura 1.13

    Ceilndia

    04 preciso ter cuidado com o termo invaso pois geralmente ele usado de forma pejorati-va para tratar dos assentamentos irregulares. mais adequado usar o termo ocupao pois na maior parte das vezes as pessoas compram a terra (apesar de ser na mo de grileiros) ou ocupam

    figura 1.13

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    0km 5km 10km

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    Permetro do Distrito Federal

    rea urbanizada

    Gois

    Reservatrios de gua/barragens

    Principais avenidas e rodovias

    01 Luzinia

    02 Gama

    03 Jardim ABC e Alphaville Braslia

    04 Minha Casa Minha Vida Parque do Riacho (Riacho Fundo 2)

    05 Ocupao 26 de Julho (MTST Samambaia)

    06 Sol Nascente

    07 Santo Antnio do Descoberto

    08 guas Lindas de Gois

    09 Brazlndia

    10 guas Claras

    11 Estrutural

    12 VILA CAUHY

    13 Jardins Mangueiral

    14 Jardim Botnico

    16 Minha Casa Minha Vida Parano Parque (Parano)

    17 Sobradinho

    18 Planaltina

    19 Formosa

    20 Planaltina de Gois

    mapa 1.1

    REA METROPOLITANA DE

    BRASLIA

  • de intervenes urbansticas tanto da administrao pblica como da ini-ciativa privada. Marginalizados, estes tendem a ser esquecidos ao passo que outras reas mais nobres conseguem atrair e concentrar investimen-tos, olhares e estudos.

    Essa lgica da desigualdade pode ser observada na Vila Cauhy uma vez que a mais de uma dcada o governo sabe da existncia da irregula-ridade, mas at o momento no conseguiu direcionar esforos e recur-sos suficientes para urbanizar e melhorar a qualidade de vida dos seus moradores.

    preciso ressaltar que existem outros fatores que ampliam a morosidade do GDF em equacionar os problemas da Vila Cauhy. Essas questes dizem respeito ao processo de regularizao fundiria que tem como objetivos agir de forma integrada resolvendo pendncias quanto titularidade da terra para que seja possvel implantar infraestrutura e adequados aos parmetros urbansticos e ambientais. Nos prximos tpicos a regularizao ser melhor dissecada.

    Alm da precariedade urbanstica e ambiental, a Vila Cauhy assim como outros assentamentos irregulares de baixa renda bastante mar-ginalizada. Na prtica isso no s se materializa pelo esquecimento das autoridades em resolver os problemas acima relatados com maior celeri-dade, mas tambm em outras situaes como no convvio dirio em que os moradores so tratados como criminosos e/ou invasores de terra, nos mapas oficiais e no oficiais onde a existncia da vila omitida ou mesmo na falta de endereamento que dificulta a localizao dos moradores em questes bsicas como entrega de cartas e encomendas e/ou recebimento de benefcios sociais.

    Alm dos lugares onde as ideias no tocam, a metrpole brasiliense tambm cresce com ideias fora do lugar. Essa definio tambm pre-sente na crtica de Ermnia Maricato adequada para qualificar a forma como os espaos planejados e legitimados pelo Estado tem sido constru-dos sem levar em conta questes ambientais e demandas das comunida-des e movimentos populares.

    Em resumo, quando se observa as tendncias de crescimento urbano na metrpole, nota-se que se esta longe de construir uma cidade sob o paradigma da sustentabilidade to em voga nas ltimas dcadas e to necessrio para a garantia da qualidade de vida no futuro ou mesmo de se almejar reduo das desigualdades sociais, conceito que incomoda boa parte das classes dominantes.

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    figura 1.14

  • figura 1.14rea urbana de Braslia vista da regio do Grande Colorado.

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    figura 1.15Mapa de lista telefnica definindo a rea da Vila Cauhy como Clube de Regatas do Guar

    figuras 1.16 e 1.17Mapas de uso e ocupao da Lei de Uso e Ocupao do Solo (LUOS) sem definies para a rea da Vila Cauhy. Vale ressaltar que no PDOT a rea da vila definida como rea de Regularizao de Interesse Social (ARIS) que j estipula alguns parmetros de planejamento urbano, porm a LUOS deveria trazer diretri-zes mais especficas para as ARIS. A rea da vila esta demarcada com uma interrogao.

    ?

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    figura 1.15

    figura 1.16 figura 1.17

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    figuras 1.18 a 1.24Notcias sobre os assentamentos irregulares do DF. comum que a mdia se refira aos moradores como invasores, traga manchetes alarmantes cobrando controle do crescimento das ocupaes e ressalte questes como precariedade, problemas infraestruturais, a irregularidade e a pobreza. Em alguns casos como nos das figuras 22 e 25 (referentes ao Sol Nascente), as reportagens chegam a negar que o fator renda seja um problema para os moradores.

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    figura 1.25

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    figuras 1.25 a 1.27As ideias fora do lugar. Verticalizao exces-siva em local ambientalmente problemtico. Em guas Claras o lenol fretico alto e exige que algumas construes tenham que bombear o excesso de gua para viabilizar o uso de subsolos.

    figura 1.26

    figura 1.27

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    figuras 1.28 a 1.30As ideias fora do lugar. O novo bairro Noro-este surgiu com a promessa de ser um bairro ecolgico porm desmatou importante reser-va de cerrado no Plano Piloto, ocupou rea que as caractersticas ambientais desaconse-lhavam a urbanizao, retirou foradamente indgenas de suas terras, trouxe problemas de drenagem urbana para a Asa Norte e est intensificando o problema de assoreamento no Lago Parano.

    figura 1.28

    figura 1.29

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    figura 1.30

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    figura 1.31

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    figuras 1.31 e 1.32As ideias fora do lugar. enorme a quantidade de condomnios de classe mdia que se pro-liferaram regular e irregularmente pela peri-feria do DF. Ao lado, muralha de condomnio no Jardim Botnico com pssima interface com o espao pblico. Abaixo, portaria do condomnio Alphaville Braslia que possui apenas a entrada localizada no DF. O restante encontra-se localizado no Gois no municipio da Cidade Ocidental, prximo ao Jardim ABC

    figura 1.32

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    figuras 1.33 e 1.34As ideias fora do lugar. O Jardins Manguei-ral um empreendimento imobilirio de habitao popular de iniciativa do GDF e empreendido por parceria pblico privada (PPP). Alm da arquitetura de esttica ques-tionvel, o bairro foi construdo no formato de condomnio na beira da estrada que liga a cidade satlite So Sebastio. Mais uma vez o conjunto no traz relao saudvel com o espao pblico ao redor.

    figura 1.33

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    figura 1.34

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    figuras 1.35 e 1.39As ideias fora do lugar. Conjuntos habitacio-nais finaciados pelo programa federal Minha Casa Minha Vida no DF. O projeto e a execu-o foram licitados para uma nica empresa. O resultado de baixa qualidade urbanstica e construtiva das edificaes e lembra a produo da poca do Banco Nacional de Habitao (BNH).

    figura 1.35

    figura 1.36

    figura 1.37

    figura 1.38

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    figura 1.39

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    figuras 1.40 e 1.41O lugar fora das ideias. Setor Habitacional Sol Nascente na Ceilndia. Em 2013 a mdia noti-ciou que o lugar havia se tornado a maior fa-vela da Amrica Latina superando a Rocinha no Rio de Janeiro. Atualmente encontra-se em processo de regularizao fundiria. Alm da falta de infraestrura, parte das casa esto em rea de risco pois a regio uma borda de chapada com solo altamente sucetvel a eroso. O despejo descuidado da gua de dre-nagem urbana da Ceilndia assoreou crregos e gerou enormes voorocas.

    figura 1.40

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    figura 1.41

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    figura 1.42

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    figuras 1.42 e 1.43O lugar fora das ideias. A Cidade Estrutural foi um assentamento irregular surgido pela fixao de catadores de lixo do Lixo da Es-trutural conhecido oficialmente como aterro controlado do Jquei. Atualmente a ocupao urbana tem crescido muito principalmente na rea conhecida como Chcaras Santa Luzia que divide cerca com o Parque Nacional de Braslia.

    figura 1.43

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    figura 1.44

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    figura 1.45

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    figuras 1.44 e 1.45 (nas pginas anteriores) e 1.46O lugar fora das ideias. Vila Cauhy

    figura 1.46

  • A Vila Cauhy um assentamento irregular localizado na regio administrativa do Ncleo Bandeirante entre a Estrada Parque Indstria e Abastecimento (EPIA), o crrego Riacho Fundo e a via NB 035. Essa rea era antigamente conhecida como Colina do Lobo e em 1961 foi destina-da ao Clube de Regatas do Guar para a construo do seu respectivo estdio. De l para c a rea passou a ser ocupada por chcaras que aos poucos foram sendo subdivididas e/ou griladas gerando a ocupao urbana hoje existente.

    Dentro da AMB, a vila encontra-se em posio privilegiada prxima ao Ncleo Bandeirante, Aeroporto e o SMAS, principais polos geradores de emprego e facilmente acessvel, principalmente com a implantao do Expresso DF que possibilita a chegada dos moradores ao Plano Piloto em no mximo 20 minutos.

    Tanta facilidade j foi alvo de especuladores da construo civil que j investiram pesado na remoo das famlias. Em 1995, o valorizado lote do clube foi posto a venda de forma ilegal mesmo com os moradores dentro. Segundo consta no Jornal do Guar da poca, participaram da ne-gociao os empresrios da construo civil Paulo Octvio, Lus Estevo e Srgio Naya que juntos j foram scios da empresa LPS Participaes e Empreendimentos notabilizada em 1998 pelo caso do edifcio Pallace II no Rio de Janeiro que desabou por falhas de execuo e por vrios outros esquemas de corrupo.

    Segundo o relato deste mesmo jornal, destes trs empresrios, Naya acabou adquirindo o terreno, pois foi o nico que estava disposto a remover pelas prprias mos a Vila Cauhy.. Contam alguns moradores que o novo dono das terras iniciou o cercamento da rea e que foram os prprios moradores que, de noite, derrubaram a cerca.

    Nota-se por esses relatos que se hoje ainda h a permanncia dos moradores da Vila Cauhy, isso resultado principalmente de uma luta r-dua e coletiva que envolve a prefeitura comunitria e mais recentemente a recm-refundada Associao de Moradores, alm de alguns projetos de ao social tais como a Obra de Maria.

    A partir de 2007, no ento governo de Jos Roberto Arruda (na poca do DEM), iniciaram-se os procedimentos para a regularizao da vila. Em 2009, fez-se uma licitao para terceirizao da elaborao de um estudo de impacto de vizinhana (RIVI) e um plano de regularizao fundiria com alternativas aprovadas em reunio pela comunidade. Com as alternncias de mandato, o processo acabou parando, e em 2011 uma vistoria da SEDHAB6 acabou encontrando inconsistncias no RIVI con-tratado. Em 2014 uma nova empresa, a Zago Engenharia, foi contratada para os mesmos servios, porm em decorrncia de problemas adminis-trativos, o mesmo no foi concludo.

    Essa grande confuso entorno da regularizao fundiria tem colo-cado a Vila Cauhy como refm do clientelismo e da politicagem. Sempre na poca das eleies, os moradores falam que vrios candidatos vo at eles prometer a entrega dos ttulos de posse sem remoes. O desconheci-mento dos estudos produzidos e a grande quantidade de promessas acaba

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    vila cauhy

    Nota 05Uma das atividades do Plano de Bairro foi a proposio de um sistema de endereamento para a Vila Cauhy. Neste, a via NB 03 passar a ser nomeada como avenida Riacho Fundo.

    Nota 06A cada troca de gesto, a secretaria respons-vel pelo desenvolvimento urbano e habitao troca de nome, havendo as vezes algumas mudanas na sua rea de atuao. As siglas que j deram nome a esse rgo e podem ser encontradas em vrios documentos tcnicos de regularizao fundiria da Vila Cauhy so: 2003-2006 SEDUH (Desenvolvimento Urbano e Habitao);2007-2010 SEDUMA (Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente)2011-2014 SEDHAB (Regularizao Fundiria, Desenvolvimento Urbano e Habitao); e2015-2015 SEGETH (Gesto do Territrio e Habitao).

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    fazendo circular uma srie de informaes falsas e desencontradas que ora geram expectativas, ora descontentamento. Diante desse quadro, fica difcil para os moradores saber quando estes finalmente podero resolver problemas graves como o esgoto que corre a cu aberto, as ruas sem cal-amento que nas pocas de chuva viram um grande lamaal, alm claro da falta de equipamentos pblicos como creche e posto de sade.

    Alm das questes polticas, um dos principais entraves para a regularizao fundiria da Vila Cauhy a questo ambiental. Os estudos j desenvolvidos apontam que a rea tem grande quantidade de reas de preservao ambiental, o que exige solues no convencionais de uso e ocupao do solo de forma a evitar a degradao do lugar.

    A anlise dos estudos pedolgicos, geolgicos e hidrolgicos mostra que a regio anteriormente consistia numa vereda, o que explica a grande presena de guas. Essa grande riqueza que ser discutida no captulo 02 (conflitos socioambientais) , no hall de todas as restries a essa regularizao fundiria, a mais forte. Propor reassentamentos e infraestruturas de forma sustentvel depende da integrao destas com o ecossistema do local.

    Nas prximas pginas ser apresentada a primeira parte do diag-nstico que subsidiou a elaborao do Plano de Bairro. Essa seo ser composta pela caracterizao da estrutura urbana da Vila Cauhy bem como dos usos e tipos de ocupao tanto pelo vis morfolgico quanto pe-los aspectos histricos, afetivos e culturais. A cada informao levantada ser feita uma pequena anlise e o estabelecimento de algumas diretrizes-padres para as futuras intervenes na vila.

    PRAA DORELGIO

    VILACAUHY

    RODOVIRIADO PLANOPILOTO

    recorte mapa 1.3

  • PRAA DORELGIO

    VILACAUHY

    RODOVIRIADO PLANOPILOTO

    recorte mapa 1.3

    conflitos urbanos | 34

    mapa 1.2

    LOCALIZAO

  • VILA CAUHY

    1km

    0,3km

    2km

    3km

    4km

    5km6km

    7km

    03

    01

    02

    04

    05

    0m 100m 300m 700m

    mapa 1.3

    LOCALIZAO

    01 Museu Vivo da Memria Candanga02 Zoolgico03 Aeroporto04 Parkshopping05 Rodoviria Interestadual

    CANDANGOLNDIA

    NCLEO BANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    35 | plano de bairro da vila cauhy

  • VILA CAUHY

    1km

    0,3km

    2km

    3km

    4km

    5km6km

    7km

    03

    01

    02

    04

    05

    0m 100m 300m 700m

    mapa 1.3

    LOCALIZAO

    01 Museu Vivo da Memria Candanga02 Zoolgico03 Aeroporto04 Parkshopping05 Rodoviria Interestadual

    CANDANGOLNDIA

    NCLEO BANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    conflitos urbanos | 36

  • VILA CAUHY

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    0M 100M 300M 700M

    MAPA 1.4

    MALHA VIRIA

    CANDANGOLNDIA

    NCLEOBANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    ESTRADA

    PARQUE D

    OM BOSCO

    AVENIDA

    DAS NA

    ES (L4

    SUL)

    EIXO R

    ODOVIR

    IO SUL (E

    IXO S

    UL)

    ESTRADA PARQUE SETOR POLICIAL

    ESTRADA PARQUE GUAR

    ESTRAD

    A PARQU

    E NCL

    EO BAN

    DEIRAN

    TE

    ESTRAD

    A PA

    RQUE INDSTRIA E AB

    ASTECIMEN

    TO

    ESTRAD

    A PARQ

    UE AER

    OPOR

    TO

    AVENIDA

    W3 S

    UL

    AVENIDA

    L2 SU

    L

    AVENIDA DO CONTORNO

    AVENIDA DO CONTORNO

    AVENIDA CENTRAL

    3 AVEN

    IDA

    VIA NB-03

    AVENID

    A CENT

    RAL

    2 AVEN

    IDA

    37 | plano de bairro da vila cauhy

  • VILA CAUHY

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    0M 100M 300M 700M

    MAPA 1.4

    MALHA VIRIA

    CANDANGOLNDIA

    NCLEOBANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    ESTRADA

    PARQUE D

    OM BOSCO

    AVENIDA

    DAS NA

    ES (L4

    SUL)

    EIXO R

    ODOVIR

    IO SUL (E

    IXO S

    UL)

    ESTRADA PARQUE SETOR POLICIAL

    ESTRADA PARQUE GUAR

    ESTRAD

    A PARQU

    E NCL

    EO BAN

    DEIRAN

    TE

    ESTRAD

    A PA

    RQUE INDSTRIA E AB

    ASTECIMEN

    TO

    ESTRAD

    A PARQ

    UE AER

    OPOR

    TO

    AVENIDA

    W3 S

    UL

    AVENIDA

    L2 SU

    L

    AVENIDA DO CONTORNO

    AVENIDA DO CONTORNO

    AVENIDA CENTRAL

    3 AVEN

    IDA

    VIA NB-03

    AVENID

    A CENT

    RAL

    2 AVEN

    IDA

    conflitos urbanos | 38

  • VILA CAUHY

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    CANDANGOLNDIA

    NCLEOBANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    ESTAO 114 SUL

    M

    ESTAO 112 SUL

    M

    M

    ESTAO TERMINAL ASA SUL

    M

    ESTA

    O SHOPP

    ING

    ESTAO FEIRA

    M

    ESTAO GUAR

    M

    ESTAO VARGEM BONITABRT

    BRT ESTAO PARKWAY

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    0M 100M 300M 700M

    mapa 1.5

    TRANSPORTE PBLICO DE MASSA

    BRT

    M

    BRT expresso DF sul

    metr linhas 01 (ceilndia) e 02 (samambaia)

    39 | plano de bairro da vila cauhy

  • VILA CAUHY

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    CANDANGOLNDIA

    NCLEOBANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    ESTAO 114 SUL

    M

    ESTAO 112 SUL

    M

    M

    ESTAO TERMINAL ASA SUL

    M

    ESTA

    O SHOPP

    ING

    ESTAO FEIRA

    M

    ESTAO GUAR

    M

    ESTAO VARGEM BONITABRT

    BRT ESTAO PARKWAY

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    0M 100M 300M 700M

    mapa 1.5

    TRANSPORTE PBLICO DE MASSA

    BRT

    M

    BRT expresso DF sul

    metr linhas 01 (ceilndia) e 02 (samambaia)

    conflitos urbanos | 40

  • VILA CAUHY

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    CANDANGOLNDIA

    NCLEOBANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    M

    M

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    M

    M

    M

    M

    0m 100m 300m 700m

    mapa 1.6

    REDE DE CICLOVIAS

    Ciclofaixa

    Ciclovia

    41 | plano de bairro da vila cauhy

  • VILA CAUHY

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    CANDANGOLNDIA

    NCLEOBANDEIRANTE

    GUAR II

    SETOR DE MLTIPLASATIVIDADES SUL

    TELEBRASLIA

    LAGO SUL

    ASA SULSETOR POLICIAL

    SETOR HOSPITALARLOCAL SUL

    M

    M

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    M

    M

    M

    M

    0m 100m 300m 700m

    mapa 1.6

    REDE DE CICLOVIAS

    Ciclofaixa

    Ciclovia

    conflitos urbanos | 42

  • 0m 100m 300m 700m

    mapa 1.7

    ZONEAMENTO PDOT

    Zona Rural de Uso Controlado

    Zona Urbana Consolidada

    Zona Urbana de Expanso eQualificao

    Zona Urbana de Uso Controlado I

    Zona Urbana do Conjunto Tombado

    VILA CAUHY

    M

    M

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    M

    M

    M

    M

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    43 | plano de bairro da vila cauhy

  • 0m 100m 300m 700m

    mapa 1.7

    ZONEAMENTO PDOT

    Zona Rural de Uso Controlado

    Zona Urbana Consolidada

    Zona Urbana de Expanso eQualificao

    Zona Urbana de Uso Controlado I

    Zona Urbana do Conjunto Tombado

    VILA CAUHY

    M

    M

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    M

    M

    M

    M

    1KM

    0,3KM

    2KM

    3KM

    4KM

    5KM

    6KM

    7KM

    conflitos urbanos | 44

  • 1km

    0,3km

    2km

    3km

    4km

    5km

    6km

    7km

    vlt

    vlt

    vlt

    vlt

    vltvlt

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    0m 100m 300m 700m

    mapa 1.8

    FUTURAS INTERVENES

    Expanso Expresso DF Sul

    BRT eixo oeste

    BRT eixo norte

    BRT eixo sudoeste

    Veculo Leve sobre Trilhos (VLT)

    Interbairros/Transbraslia

    Polo Multifuncional Metropolitana*

    As informaes deste mapa foram obtidas a partir do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) do DF aprovado em 2012.

    VILA CAUHY

    M

    M

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    M

    M

    M

    M

    recorte mapa 1.9

    45 | plano de bairro da vila cauhy

  • 1km

    0,3km

    2km

    3km

    4km

    5km

    6km

    7km

    vlt

    vlt

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    vltvlt

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    0m 100m 300m 700m

    mapa 1.8

    FUTURAS INTERVENES

    Expanso Expresso DF Sul

    BRT eixo oeste

    BRT eixo norte

    BRT eixo sudoeste

    Veculo Leve sobre Trilhos (VLT)

    Interbairros/Transbraslia

    Polo Multifuncional Metropolitana*

    As informaes deste mapa foram obtidas a partir do Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) do DF aprovado em 2012.

    VILA CAUHY

    M

    M

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    BRT

    M

    M

    M

    M

    recorte mapa 1.9

    conflitos urbanos | 46

  • Figura 1.47Terminal Asa Sul

    Figura 1.48Estrada Parque Indstria e Abastecimento (EPIA)

    47 | plano de bairro da vila cauhy

    Os mapas de 1.1 a 1.8 possibilitam no s localizar a Vila Cauhy no contexto espacial do Distrito Federal, mas tambm evidenciar que o espao que os moradores hoje ocupam na cidade bastante valorizado, apresenta vrias facilidades e est em processo de valorizao.

    O posicionamento ao lado da Estrada Parque Indstria e Abaste-cimento (EPIA) e nas proximidades dos cruzamentos desta via com as Estradas Parque Ncleo Bandeirante (EPNB) e Dom Bosco (EPDB) torna a vila acessvel para polos geradores de emprego da metrpole (Setor de Indstria e Abastecimento, Rodoviria do Plano Piloto e Taguatinga) o que uma importante caracterstica em uma cidade que tendeu a isolar seus trabalhadores longe das regies centrais.

    A localizao vantajosa tambm pode ser observada na disposio dos principais eixos de transporte pblico de massa do DF, o metr e o BRT (expresso DF). A partir do mapa 1.8 em que so evidenciados os projetos futuros de mobilidade urbana, percebe-se que essa qualidade do lugar deve ser ainda mais ampliada.

    A partir desses dados evidenciados, aqui se aponta a primeira e mais importante diretriz deste trabalho: a fixao da Vila Cauhy como forma de propiciar uma maior diversidade de padres habitacionais prximos ao conjunto tombado. Tendo em vista que a populao do bairro em ques-to em sua maioria de baixa renda, essa diretriz ganha ainda mais fora, pois vai na contramo da lgica excludente de desenvolvimento urbano do Distrito Federal.

    localizao

    figura 1.47

  • conflitos urbanos | 48

    figura 1.48

  • 49 | plano de bairro da vila cauhy

    Figura 53Estao Parkway do BRT (Expresso DF)

    Figura 1.49A regio do Parkshopping polariza vrios servios e oportunidades de emprego. Alm dele, na regio existem outros 2 shoppings, 2 hipermercados e a rodoviria interestadual. Ao lado fica o setor de mltiplas atividades sul que a alguns anos atrs concentrava muitas oficinas e pequenas indstrias e hoje vem se caracterizando pelos vrios condomnios de torres residenciais. A regio ainda servida pela estao de metr shopping e no futuro com uma estao de BRT. Boa parte dos mora-dores da Vila Cauhy frequenta esses espaos seja para compras ou trabalho.

    Figura 52A regio da estao de metr shopping concentra vrias linhas que partem para as cidades satlites do quadrante sul e sudoeste do DF alm das mais populosas cidades do entorno.

    figura 1.50

    figura 1.49

  • conflitos urbanos | 50

    figura 1.51

  • 51 | plano de bairro da vila cauhy

    figuras 1.52Estrada Parque Dom Bosco (EPDB).

    figura 1.52

  • conflitos urbanos | 52

    figura 1.53Estrada Parque Ncleo Bandeirante (EPNB).

    figura 1.53

  • 0m 100m 300m 500m

    mapa 1.9

    NCLEO BANDEIRANTE

    VILA NOVADIVINIA

    SETOR DE INDSTRIASBERNARDO SAYO

    VILAMETROPOLITANA

    PARKWAY DONCLEO BANDEIRANTE

    PARKWAYDO AEROPORTO

    PARKWAYDO GUAR

    0,3km

    0,5km

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    EPNB

    EPNB

    EPNB

    EPIA

    EPIA

    EPDB

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    AVENIDA CO

    NTORNO

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    VIA NB-01

    VIA NB-04

    VIA NB-05

    AVENIDA DOM BOSCO

    VIA NB-03

    VIA NB-03

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    1km

    1,5km

    2km

    2,5km

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    VILACAUHY

    53 | plano de bairro da vila cauhy

  • 0m 100m 300m 500m

    mapa 1.9

    NCLEO BANDEIRANTE

    VILA NOVADIVINIA

    SETOR DE INDSTRIASBERNARDO SAYO

    VILAMETROPOLITANA

    PARKWAY DONCLEO BANDEIRANTE

    PARKWAYDO AEROPORTO

    PARKWAYDO GUAR

    0,3km

    0,5km

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    EPNB

    EPNB

    EPNB

    EPIA

    EPIA

    EPDB

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    AVENIDA CO

    NTORNO

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    VIA NB-01

    VIA NB-04

    VIA NB-05

    AVENIDA DOM BOSCO

    VIA NB-03

    VIA NB-03

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    1km

    1,5km

    2km

    2,5km

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    VILACAUHY

    conflitos urbanos | 54

  • VILA NOVADIVINIA

    SETOR DE INDSTRIASBERNARDO SAYO

    vilametropolitana

    VILACAUHY

    0,3km

    0,5km

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    EPNB

    EPNB

    EPNB

    EPIA

    EPIA

    EPDB

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    AVENIDA CO

    NTORNO

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    VIA NB-01

    VIA NB-04

    VIA NB-05

    AVENIDA DOM BOSCO

    VIA NB-03

    VIA NB-03

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    1km

    1,5km

    2km

    2,5km

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    FERROV

    IA CENTRO-ATLNTICA

    ferrovia centro-atlntica

    01 Frum02 Corpo de Bombeiros03 Centro de Sade04 Colgio La Salle (particular)05 Polcia Civil06 CRAS07 Mercado Pblico08 Administrao Regional09 Feira Livre10 Grupo de Escoteiros11 Conselho Tutelar12 Centro de Ensino Infantil do NB13 Escola Salesiana So Domingos Slvio (particular)14 Escola Classe n 03 NB15 Colgio Origem (particular)16 Terminal de nibus17 Centro de Ensino Fundamental n 01 do NB18 UPA19 Estdio Vasco Viana de Andrade20 Escola Classe Metropolitana21 Polcia Militar20 Estao Parkway (expresso DF)23 Viveiro de mudas da Novacap24 Centro de Ateno Integral a Criana CAIC JKO25 Parque Recreativo do NB (SESI)26 Museu Vivo da Memria Candanga27 Creche Irm Elvira/ Lar de Velhinhos Maria Madalena/Intituto Jorge Cauhy28 Estao de trens Bernardo Sayo (desativada)29 Ginsio pblico30 rea de Lazer

    0m 100m 300m 500m

    mapa 1.10

    EQUIPAMENTOS PBLICOS

    recorte mapa 1.12

    22

    21

    30

    20

    19

    17

    15 16

    14

    13

    12

    27

    11

    07

    0506

    04

    03

    02 01

    25

    26

    08

    2909

    10

    18

    23

    24

    28

    55 | plano de bairro da vila cauhy

  • VILA NOVADIVINIA

    SETOR DE INDSTRIASBERNARDO SAYO

    vilametropolitana

    VILACAUHY

    0,3km

    0,5km

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    SEGUND

    A AVENID

    A

    EPNB

    EPNB

    EPNB

    EPIA

    EPIA

    EPDB

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    AVENIDA CO

    NTORNO

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    TERCEIR

    A AVENID

    A

    VIA NB-01

    VIA NB-04

    VIA NB-05

    AVENIDA DOM BOSCO

    VIA NB-03

    VIA NB-03

    AVENIDA

    CENTRA

    L

    1km

    1,5km

    2km

    2,5km

    FERROVIA CENTRO-ATLNTICA

    FERROV

    IA CENTRO-ATLNTICA

    ferrovia centro-atlntica

    01 Frum02 Corpo de Bombeiros03 Centro de Sade04 Colgio La Salle (particular)05 Polcia Civil06 CRAS07 Mercado Pblico08 Administrao Regional09 Feira Livre10 Grupo de Escoteiros11 Conselho Tutelar12 Centro de Ensino Infantil do NB13 Escola Salesiana So Domingos Slvio (particular)14 Escola Classe n 03 NB15 Colgio Origem (particular)16 Terminal de nibus17 Centro de Ensino Fundamental n 01 do NB18 UPA19 Estdio Vasco Viana de Andrade20 Escola Classe Metropolitana21 Polcia Militar20 Estao Parkway (expresso DF)23 Viveiro de mudas da Novacap24 Centro de Ateno Integral a Criana CAIC JKO25 Parque Recreativo do NB (SESI)26 Museu Vivo da Memria Candanga27 Creche Irm Elvira/ Lar de Velhinhos Maria Madalena/Intituto Jorge Cauhy28 Estao de trens Bernardo Sayo (desativada)29 Ginsio pblico30 rea de Lazer

    0m 100m 300m 500m

    mapa 1.10

    EQUIPAMENTOS PBLICOS

    recorte mapa 1.12

    22

    21

    30

    20

    19

    17

    15 16

    14

    13

    12

    27

    11

    07

    0506

    04

    03

    02 01

    25

    26

    08

    2909

    10

    18

    23

    24

    28

    conflitos urbanos | 56

  • 57 | plano de bairro da vila cauhy

    Nota 07Enquanto os setores centrais do Plano Piloto no se consolidavam, a rea da Cidade Livre foi construda provisoriamente para suprir a populao com comrcio. (GABRIELE, 2010)

    Nota 08A regio do IAPI era assim conhecida pois era prxima ao Hospital do IAPI ou Hospital Jus-celino Kubitscheck de Oliveira construdo em carter provisrio para atender a demanda dos momentos iniciais de construo de Bras-lia e mantido pelo Instituto de Aposentadorias e Penses dos Industririos (IAPI). Mesmo com a inaugurao da cidade, o hospital permaneceu porm foi fechado em 1974. Hoje o conjunto dos edifcios foi restaurado e abriga o Museu Vivo da Memria Candanga. (GABRIELE, 2010)

    figura 1.54Foto antiga da Vila do IAPI

    figura 1.55 (ao lado)Comrcio de rua da 3 Avenida do Ncleo Bandeirante

    A regio administrativa do Ncleo Bandeirante tem uma histria bastante peculiar com relao construo de Braslia. Anteriormente conhecido como Cidade Livre7, esta era a localizao de um dos acampa-mentos de construtoras onde boa parte dos trabalhadores da construo iam provisoriamente constituir uma moradia em barracos de madeira. tambm nessa regio onde se localiza um dos poucos aglomerados ur-banos remanescentes dos acampamentos das construtoras destinados a abrigar os trabalhadores que teve seu desenho urbano original preserva-do, a Vila Metropolitana.

    Como foi dito no incio deste captulo, a grande quantidade de trabalhadores que migraram para a nova capital acabou dando origem tambm a um conjunto de favelas no entorno da Cidade Livre. Conhe-cidas genericamente como favelas do IAPI8, as Vilas Placa da Mercedes, Tenrio, Morro do Querosene e Sarah Kubitschek foram aos poucos abri-gando trabalhadores e tornando-se aos olhos das autoridades um enorme problema social do Distrito Federal.

    Devido ao seu carter provisrio, com a inaugurao da capital, ini-ciaram-se os trabalhos de remoo tanto da Cidade livre quanto das vilas e favelas no seu entorno. A estratgia do GDF era transferir os moradores para a recm-inaugurada cidade satlite de Taguatinga/Ceilndia e o comrcio para a avenida W3 Norte no Plano Piloto.

    Devido ao empenho dos moradores organizados em movimentos pr-fixao, em 1961 a Cidade Livre ganhou o direito de permanecer na-quele mesmo local e comear a ter suas prprias infraestruturas urbanas bsicas implantadas.

    Hoje a regio ainda constitui importante plo comercial do Distrito Federal e responsvel por gerar a maioria dos empregos da populao da Vila Cauhy. Isso refora a importncia da regularizao da mesma pois a remoo para outra localizao implicaria em transtornos tendo em vista que dependendo da distncia das novas moradias, boa parte dos moradores poderia perder seus empregos.

    o ncleo bandeirante

    figura 1.54

  • conflitos urbanos | 58

    figura 1.55

  • 59 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.56

  • conflitos urbanos | 60

    figura 1.56Comrcio de rua em beco perpendicular a 3 Avenida do Ncleo Bandeirante.

    figura 1.57Galeria comercial coberta de prdio de uso misto na Avenida Central do Ncleo Bandeirante.

    figura 1.57

  • 61 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.58

  • conflitos urbanos | 62

    figura 1.58Passarela elevada sobre a EPNB

    figura 1.59Quadras de casas unifamiliares nas margens da EPNB

    figura 1.59

  • 63 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.60

  • conflitos urbanos | 64

    figuras 1.60As principais avenidas do Ncleo Bandeirante apresentam estacionamentos nos canteiros centrais o que alm de gerar conflitos de trfe-go faz a paisagem ser prejudicada. Ao lado, Avenida Central.

    figuras 1.61Via NB-03 que liga o Ncleo Bandeirante Vila Cauhy. O excesso de espao para carros torna a paisagem rida.

    figura 1.61

  • 65 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.62Vila Metropolitana

    figura 1.63Vila Nova Divinia

    figura 1.64Condomnios do Parkway em frente a estao Parkway do BRT.

    figura 1.62

    figura 1.63

  • conflitos urbanos | 66

    figura 1.64

  • 0m 50m 100m 200m

    mapa 1.11

    LINHA DO TEMPO

    1960

    1971

    1979

    fundao de braslia

    novacap doa terreno do clubede regatas do guar

    primeira tentativa dereintegrao de posse

    lei de parcelamento do solo

    1988nova constituiocaptulos sobre poltica urbana

    1995sergio naya comprailegalmente o terreno

    2001estatuto da cidade

    2007GDF decide intervir na vila

    2008incio do licenciamentoambientalprojeto TOPOCART

    ARIS Vila Cauhy (PDOT 2009)

    posto de ass. tcnica da codhabderrubada da agefis na lona branca

    2014projeto da zago engenharia

    2009

    2015

    1961

    67 | plano de bairro da vila cauhy

  • 0m 50m 100m 200m

    mapa 1.12

    REA CONSTRUDA, MACROPARCELAS EMICROPARCELAS

  • Nota 09A rua padro seria composta por caladas de 1,5m de largura que permite a passagem de um cadirante e a implantao de postes e rvores de pequeno porte, espao para carros com mo nica com 1 faixa de estacionamen-to e outra de livre para trnsito (ambas com 3m de largura)

    O mapa 1.12 trata sobre a morfologia dos elementos urbanos (macro-parcelas ou quarteires e microparcelas ou lotes). Atravs deles possvel comparar a ocupao da Vila Cauhy com outros parcelamentos no seu entorno, em especial o Parkway e o Ncleo Bandeirante. A primeira ob-servao que pode ser feita com relao organizao de ruas, espaos pblicos e privados. Alm do contraste entre o espao no planejado da vila e o planejamento do Ncleo Bandeirante e do Parkway possvel perceber que h uma gradao que comea com um espao urbano denso com esquinas, passa por outro cheio de becos e variaes de largura de rua e vai at um espao pouco cercado de lotes grandes, edificaes isola-das e espaos pblicos superdimensionados sem uso.

    Seguindo a mesma linha desse passeio urbanstico, tambm poss-vel perceber as diferenas de renda em poucos hectares urbanizados. A rea menos densa possui rendas e casas maiores, a cidade densa possui diversidade de tipos edilcios e de renda, porm predomina o rendimento mdio e por fim, no espao informal h renda baixa com lotes reduzidos, alguns indcios de coabitao exagerada e padro construtivos mais simples. Essas diferenas sero abordadas ainda neste captulo no tpico relativo aos padres de ocupao.

    J no mapa 1.13 possvel perceber como que as edificaes da cidade so utilizadas para residncia, comrcio e servios, residncia misturada com comrcio (misto), indstria e instituies. Neste quesito a Vila Cauhy se destaca por em contraposio aos outros espaos planeja-dos possuir um distribuio de usos onde predomina o uso residencial, mas que possui comrcios e usos mistos livremente distribudos. Muito mais que efeito da no regulamentao da vila, essa forma de ocupao somada distribuio de usos reflete uma maneira mais lgica de ocupar os espaos urbanos. Em vez de setorizar de forma rgida, na Vila Cauhy os usos e formas de ocupao se misturam permitindo o convvio entre diferentes alm de diminuir percursos a serem feitos para operaes cotidianas (fazer compras ou trabalhar)

    Quanto aos espaos destinados aos carros, tambm se observam grandes diferenas. Enquanto no N. Bandeirante e no Parkway os espa-os para carros so superdimensionados, na vila o espao que sobrou en-tre as edificaes para implementar as ruas bastante reduzido variando entre 1,5 metros e 8 metros de largura. Tendo em vista que uma rua pa-dronizada* pode ocupar entre 9 e 12 metros de largura, surge aqui outra diretriz: uso de modelos de rua com uso compartilhado entre pedestres, automveis e ciclistas como forma de manter a lentido dos fluxos locais e ao mesmo tempo evitar conflitos de desapropriao e reduo dos lotes que j so bastante pequenos.

    Essa diretriz alm de minimizar conflitos durante uma possvel implementao de infraestruturas, tambm um padro mais sustent-vel de uso e ocupao do solo pois incentiva o uso de transportes menos poluentes ou no poluentes tais como o nibus, a bicicleta e o prprio andar a p.

    uso e ocupao

    69 | plano de bairro da vila cauhy

  • 0m 50m 100m 200m

    mapa 1.13

    residencial

    misto

    comercial

    institucional

    rural improdutivo

    rural produtivo

    industrial

    USO E OCUPAO DO SOLO

    desocupado

  • O mapa a seguir (1.14) traz a indicao de alguns dos espaos pbli-cos presentes na Vila Cauhy e em seu entorno. Existe uma gama variada de tipos de espaos com bons potenciais de uso, porm como foi dito anteriormente, muitos padecem da falta de cuidado.

    Dentre os espaos mais prejudicados pelo desenvolvimento irregu-lar/espontneo da Vila Cauhy esto s ruas que em sua maioria so de terra batida com esgoto, gua de nascentes e da chuva escoando a cu aberto. Essas caractersticas alm de comprometerem o uso dos espaos pblicos pelos moradores podem gerar problemas de sade (doenas oriundas do contato com gua e solo contaminado alm de problemas respiratrios em razo da poeira).

    Em termos de morfologia das ruas, existem variaes de largura que vo desde becos estreitos com 1,5 metros at ruas com 9 metros. Em cada situao a forma como as casas se abrem para as ruas tende a estimular ou desestimular o convvio no espao pblico. Dentre todos os casos, a situao mais interessante a do final da Rua da Glria que possui dimenses de caixa de viria e casas bastante reduzidas alm de uma grande quantidade de pessoas nas ruas a todo momento.

    A Avenida Riacho Fundo de longe uma das que mais tem circula-o de carros. Isso se deve, pois a mesma liga o viaduto do cruzamento da EPIA com a EPDB com a praa principal do Ncleo Bandeirante. Em com-pensao quando se fala nos pedestres, essa uma das piores vias da vila pois mesmo que ela seja calada e devidamente saneada, existem muitas fachadas cegas e quase nenhum comrcio nas fachadas mais ativas.

    De todos esses espaos, um dos mais icnicos a Praa da Vitria, pois o nico que possui grande porte e possui uma infraestrutura razo-vel contando com um pergolado, um coreto e uma academia de ginstica simplificada.

    O Campo do Adelino junto com a Praa da Vitria um dos espaos mais significativos da vila. Muitas pessoas do Ncleo Bandeirante guar-dam lembranas desse lugar, pois antigamente havia uma escolinha de futebol em que as crianas da regio brincavam. Hoje se observa que a manuteno deixa a desejar e nos projetos de regularizao h a opo de transformar o mesmo em rea para equipamentos pblicos mesmo que esta seja a nica opo de lazer para os jovens da vila.

    Por fim importante destacar a relao que os moradores tem com o Riacho Fundo que corre nos fundos da vila. A primeira vista h uma rela-o conflituosa uma vez que as suas margens tem servido como depsito de lixo e esgoto e vez ou outra as guas transbordam afetando as partes mais baixas, porm esta a nica rea pblica bem arborizada. Durante o processo participativo foi possvel observar que alm de marcante na paisagem, muitos moradores reconhecem a importncia da sua preserva-o e guardam lembranas de pescar, nadar ou apenas contemplar suas margens que hoje se encontram assoreadas.

    A seguir ser feito um panorama das ruas, praas e demais espaos pblicos da vila apontando suas dimenses e seus principais usos.

    espaos pblicos

    71 | plano de bairro da vila cauhy

  • rua senhor adelino rua morada nobre

    rua do progresso

    avenida riacho fundo

    rua da glria

    rua da mina

    rua colina do lobo

    rua colina do lobo

    rua da igreja

    rua so jos

    mapa 1.14

    01 praa da vitria02 campo do adelino03 praa do parquinho04 pista de caminhada05 ciclovia06 ponto de encontro comunitrio (pec)P1, P2, P3 e P4 pontes de pedestre

    ESPAOS PBLICOS

    0m 25m 100m50m

    beco do siri

    P1

    P2

    P4

    03

    0201

    0504

    06

  • AMOVIC

    igreja

    igreja

    igreja

    Mercado

    BAR

    BARpergolado

    portico

    coreto

    bancos e mesasacademia

    brinquedo infantil

    MOBILIRIOURBANO

    73 | plano de bairro da vila cauhy

  • AMOVIC

    igreja

    igreja

    igreja

    Mercado

    BAR

    BARpergolado

    portico

    coreto

    bancos e mesasacademia

    brinquedo infantil

    MOBILIRIOURBANO

    conflitos urbanos | 74

    PRAA DA VITRIAEssa uma das principais entradas da vila e um dos nicos espaos

    pblicos que possui um paisagismo implantado. Por essas caractersticas, esse lugar acaba sediando todos os eventos importantes que acontecem na regio. Alm disso, de noite por volta das 19h possvel perceber que a praa ganha vida com as crianas brincando, os dois bares tomando um pouquinho das ruas e alguns quiosques de comida de rua.

    O mobilirio urbano existente um padro do GDF feito em madeira de Eucalipto e implantado em 2007. Desde ento, parece que nunca hou-ve manuteno e muitos esto caindo aos pedaos. Alm dessa desvan-tagem, durante o dia, a falta de sombreamento faz com que o lugar seja pouqussimo convidativo ao uso.

    Figuras 1.65 a 1.68 (prx. pgina)Praa da Vitria

  • 75 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.65

    figura 1.66

  • conflitos urbanos | 76

    figura 1.67

    figura 1.68

  • prefeitura

    77 | plano de bairro da vila cauhy

    Figuras 1.69 a 1.70Campo do Adelino

    CAMPO DO ADELINOOutro espao livre bastante importante para a vila um campo de

    futebol precrio completamente irregular de terra batida e alguns res-qucios de grama. Mesmo com todos esse predicados ruins, essa a nica opo de lazer para os jovens que moram na vila.

    Alm disso, o esse campo de futebol possui um forte apelo histrico pois no tempo que a regio da Vila Cauhy se chamava Colina do Lobo, havia naquele lugar um escolinha de futebol mantida pelo Seu Adelino, um dos pioneiros da ocupao. Muitas pesssoas da regio do Ncleo Ban-deirante tem lembranas de quando jogavam bola naquele campinho e por isso que at hoje o lugar conhceido como Campo do Adelino.

    Em termos locacionais, a rea bem localizada e fica entre a Praa da Vitria e o viaduto da EPIA com a EPDB. Apesar disso, devido a um desnvel de aproximadamente 4m entre o campo e a praa, a integrao entre esse dois espaos bastante falha.

    Em intervenes futuras, esta rea deve ser tratada com bastante cuidado pois alm de ser uma das poucas reas de lazer da regio, possui importante apelo histrio e paisagstico.

  • conflitos urbanos | 78

    figura 1.69

    figura 1.70

  • 79 | plano de bairro da vila cauhy

    CAIC

    Lona Branca

    quiosques dealimentao

    artesanato

    mercado deplantas

  • CAIC

    Lona Branca

    quiosques dealimentao

    artesanato

    mercado deplantas

    conflitos urbanos | 80

    AVENIDA RIACHO FUNDOA Avenida Riacho Fundo originalmente era a estrada NB-03 e foi

    rebatizada durante a elaborao do novo endereamento. Atualmente superdimensionada, possui amplos espaos livres, alguns quiosques de alimentao, uma ciclovia e uma pista de cooper. Nos horrios o fluxo intenso e engarrafa sempre.

    Alm disso, a rea possui grande potencial e ao mesmo tempo muita fragilidade ambiental. Nas margens, em frente a Lona Branca, existe uma nascente e quanto mais se aproxima do Riacho Fundo, mais a vegetao toma conta da paisagem tornando o lugar mais agradvel.

  • 81 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.71

    Figuras 1.71 e 1.72Avenida Riacho Fundo. Na foto abaixo, a pista de cooper e ao lado a nascente nas margens da pista

  • conflitos urbanos | 82

    figura 1.72

  • 83 | plano de bairro da vila cauhy

    RUA COLINA DO LOBOEsta a rua que faz a interface da Vila Cauhy com o viaduto da

    EPIA. A princpio, este mais um espao no urbanizado e com pouqus-sima agitao urbana porm, essa um dos dois caminhos que existem para sair da Rua da Glria e chegar na Praa da Vitria (o outro caminho pelo setor de oficianas do Ncleo Bandeirante).

    Alm disso, essa rea apresenta uma pequena pracinha com um par-quinho bastante depredado, um talude e uma mina de gua que abastece boa parte das casas da vila.

    O talude em especial deve ser uma rea a receber um melhor trata-mento paisagstico, principalemnte porque acima dele correm veculos a mais de 60km/h. Qualquer deslize pode gerar srios prejuzos para quem anda no lugar

    talude

    mina

  • conflitos urbanos | 84

    figura 1.73

    figura 1.74

    figura 1.75

    Figuras 1.73 e 1.75Rua Colina do Lobo

  • 85 | plano de bairro da vila cauhy

    RUA SENHOR ADELINOEssa uma das ruas mais movimentadas da vila: liga o Ncleo

    Bandeirante ao Campo do Adelino passando prximo a Praa da Vitria e a Obra de Maria alm de dar acesso s ruas do Progresso e Morada Nobre. Essa rua tambm pode ser usada como refrencia para que qualquer um possa entender as ruas da vila: todas so de cho batido, algumas o esgoto corre a cu aberto e alm de serem bastante estreitas.

    Vale ressalatar que nesta rua em que esta surgindo um novo loteamento nos fundos do lote da Lona Branca. Por medo de derrubadas violentas feitas pelo governo, esses novos moradores mantm a rea onde moram fechada por portes.

    BAR

    esgoto

    BAR

    6m

  • conflitos urbanos | 86

    figura 1.76

    figura 1.77

    figura 1.78

    Figuras 1.76 a 1.78Rua Senhor Adelino

  • 87 | plano de bairro da vila cauhy

    SETOR DE OFICINAS

    maradona

    bena

    lanchoneteda vila

    BAR

    esgoto

  • maradona

    bena

    lanchoneteda vila

    BAR

    esgoto

    conflitos urbanos | 88

    RUA DA GLRIA TRECHOS 5 E 6

  • 89 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.79

  • conflitos urbanos | 90

    figura 1.80

  • 91 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.81

    figura 1.82

    figura 1.83

    Figuras 1.79 e 1.80 (pginas anteriores)Rua da Glria trecho 05

    Figuras 1.81Bar do Bena

    Figuras 1.82Rua da Glria trecho 05 parte prxima ao rio

    Figuras 1.83Rua da Glria trecho 06 parte prxima ao rio

    Figuras 1.82Rua da Glria beco entre trecho 05 e as chca-ras da parte prxima ao rio

  • conflitos urbanos | 92

    figura 1.84

  • 93 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.85

  • conflitos urbanos | 94

    figura 1.86

    figura 1.87

    figura 1.88

    Figuras 1.85 e 1.88Setor de Oficinas do Ncleo Bandeirante

    Figuras 1.86 e 1.88Ponte entre a rua da Glria trecho 06 e o Setor de Oficinas do Ncleo Bandeirante

    Figura 1.89 (prx. pgina)Vazio urbano atrs do CAIC

  • 95 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.89

  • 0m 50m 100m 200m

    mapa 1.15

    VAZIOS URBANOS E POSSVEISOCUPAES

    lotes subutilizados

    espaos pblicos ociosos

  • casa de fundos casas geminadas

    cortio

    casa isolada ouchcara

    favelacondomnio

    97 | plano de bairro da vila cauhy

    tipos edilcios

  • casa de fundos casas geminadas

    cortio

    casa isolada ouchcara

    favelacondomnio

    conflitos urbanos | 98

  • 99 | plano de bairro da vila cauhy

    figura 1.90

    figura 1.93

    figura 1.91 figura 1.92

    figura 1.94

    figura 1.95

    figura 1.96 figura 1.97 figura 1.98

  • conflitos urbanos | 100

    Figuras 1.89 e 1.105Algumas tipologias de casas da vila.

    figura 1.99

    figura 1.104

    figura 1.100

    figura 1.103figura 1.102

    figura 1.105

    figura 1.101

  • 1965

    1965

    2014

    1980

    2014

    1978

    1980

    1986

    2014

    1991

    2014

    1978

    1991

    1986

    1997

    1997

    2014

    101 | plano de bairro da vila cauhy

    crescimento da vila

  • 1965

    1965

    2014

    1980

    2014

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    1980

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    2014

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    1986

    1997

    1997

    2014

    conflitos urbanos | 102

  • 2002

    2008

    2005

    2011

    2015

    103 | plano de bairro da vila cauhy

  • 2002

    2008

    2005

    2011

    2015

    conflitos urbanos | 104

  • CASO 01 lotes vazios

    CASO 02 chcaras

    CASO 03 subdiviso de lotes

    Na existncia de espaos vazios entre as edificaes e que no possuem um dono, as pessoas ocupam e constroem novas casas.

    So comuns os casos de chacareiros que alugam parte de suas terras para as pessoas contrurem casas.

    Nesses casos, quando o chacareiro quer terminar o contrato de aluguel, as famlias entram na justia pela permanncia e acabam conquistando o direito de permanecer sem pagar aluguel.

    Esse um dos casos mais comuns em que as famlias por diversas motivaes acabam fracionando os lotes ou alugando casas nos fundos. Isso acontece muitas vezes para abrigar familiares.

    Ao final, os lotes acabm abrigando uma grande quantidade de famlias. Foi possvel perceber isso durante a aplicao dos questionrios em que vrias sequencias de casas tinham pessoas do mesmo sobrenome ou origem. Tambm comum alugar cmodos das casas.

    COLINA DO LOBOAntes de ser a Vila Cauhy, a regio era conhecida pelo menos at o incio dos anos 2000 com esse nome.

    REMOO quem Jorge Cauhy?Essas famlias moravam muito prximas da margem do Riacho Fundo e durante uma enchente de grandes propores a Defesa Civil decidiu remov-los da rea de risco. A primeira proposta era mudar as pessoas para um conjunto haitacional distante. Contam os moradores que o deputado distrital Jorge Cauhy interferiu nesse procedimento e ordenou que os atingidos fossem realocados na rea prxima ao Campo do Adelino que ainda encontrava-se desocupada. Desde ento o deputado passou a ser aclamado na vila que acabou recebendo o nome dele.

    CASO 03subdivisoEm uma das entrevistas, um dos moradores relatou que estes lotes pertenciam aos pais dele e quando eles descobriram que no poderiam ser contemplados com a regularizao da vila, resolveram fracionar a terra e dar aos funcionrios mais dedicados. Aqui existem muitas casas com vrias famlias.

    BARRACOContam os moradores que nessa pequena praa existia um barraco onde moravam vrias famlias aglomeradas. O barraco foi desfeito e as famlias foram para outras partes da vila.

    CASO 01 lotes vaziosAqui havia um vazio entre a prefeitura e uma casa vizinha. Esse vazio foi ocupado por uma famlia.

    CASO 02 chcarasEssa chcara foi subdividida e os moradores conseguiram na justia a permancia sem pagar aluguel. Hoje as novas casas so de familiares do dono da chcara.

    CASO 02chcarasEm 2015 surgiram novos barracos nesta rea.

    CASO 02 chcarasAqui os chacareiros ainda subdividem lotes cobrando aluguel.

    CASO 03 subdivisoNesse parte a vila o mais comum so casas com vrias famlias numa mesma casa.

    105 | plano de bairro da vila cauhy

  • CASO 01 lotes vazios

    CASO 02 chcaras

    CASO 03 subdiviso de lotes

    Na existncia de espaos vazios entre as edificaes e que no possuem um dono, as pessoas ocupam e constroem novas casas.

    So comuns os casos de chacareiros que alugam parte de suas terras para as pessoas contrurem casas.

    Nesses casos, quando o chacareiro quer terminar o contrato de aluguel, as famlias entram na justia pela permanncia e acabam conquistando o direito de permanecer sem pagar aluguel.

    Esse um dos casos mais comuns em que as famlias por diversas motivaes acabam fracionando os lotes ou alugando casas nos fundos. Isso acontece muitas vezes para abrigar familiares.

    Ao final, os lotes acabm abrigando uma grande quantidade de famlias. Foi possvel perceber isso durante a aplicao dos questionrios em que vrias sequencias de casas tinham pessoas do mesmo sobrenome ou origem. Tambm comum alugar cmodos das casas.

    COLINA DO LOBOAntes de ser a Vila Cauhy, a regio era conhecida pelo menos at o incio dos anos 2000 com esse nome.

    REMOO quem Jorge Cauhy?Essas famlias moravam muito prximas da margem do Riacho Fundo e durante uma enchente de grandes propores a Defesa Civil decidiu remov-los da rea de risco. A primeira proposta era mudar as pessoas para um conjunto haitacional distante. Contam os moradores que o deputado distrital Jorge Cauhy interferiu nesse procedimento e ordenou que os atingidos fossem realocados na rea prxima ao Campo do Adelino que ainda encontrava-se desocupada. Desde ento o deputado passou a ser aclamado na vila que acabou recebendo o nome dele.

    CASO 03subdivisoEm uma das entrevistas, um dos moradores relatou que estes lotes pertenciam aos pais dele e quando eles descobriram que no poderiam ser contemplados com a regularizao da vila, resolveram fracionar a terra e dar aos funcionrios mais dedicados. Aqui existem muitas casas com vrias famlias.

    BARRACOContam os moradores que nessa pequena praa existia um barraco onde moravam vrias famlias aglomeradas. O barraco foi desfeito e as famlias foram para outras partes da vila.

    CASO 01 lotes vaziosAqui havia um vazio entre a prefeitura e uma casa vizinha. Esse vazio foi ocupado por uma famlia.

    CASO 02 chcarasEssa chcara foi subdividida e os moradores conseguiram na justia a permancia sem pagar aluguel. Hoje as novas casas so de familiares do dono da chcara.

    CASO 02chcarasEm 2015 surgiram novos barracos nesta rea.

    CASO 02 chcarasAqui os chacareiros ainda subdividem lotes cobrando aluguel.

    CASO 03 subdivisoNesse parte a vila o mais comum so casas com vrias famlias numa mesma casa.

    conflitos urbanos | 106

  • 00 01 SM 04,75%01 02 SM 14,25%02 05 SM 33,02%05 10 SM 25,89%10 20 SM 16,86%> 20 SM 05,23%

    NCLEO BANDEIRANTE(PDAD 2013/CODEPLAN)

    ncleo bandeirante, vila divinia, placa da mercedes,vila metropolitana e vila cauhy

    populao 23.714 habitantesrenda mdia per capta R$ 1.499,73

    coeficiente de gini 0,463analfabetismo 1,40%postos de emprego 10.700*tabalhadores 10.540*trabalha e mora no ncleo bandeirante 3.460 (32,8%)*trabalha no plano piloto 5.070*

    *PDAD 2011/CODEPLAN

    RIACHO FUNDO

    VICEN

    TE PIRES

    VILACAUHY

    vilametropolitana

    viladivinia

    placa damercedes

    ncleo bandeirante

    EPNB

    EPIA

    pirmide etria

    mulhereshomens

    00-04

    05-09

    10-14

    15-19

    20-24

    25-29

    30-34

    35-39

    40-44

    45-49

    50-54

    55-59

    60-64

    65-69

    70-74

    75-79

    80-84

    85-89

    90-94

    95-100

    + 100

    VILA CAUHY(CENSO 2010)

    1.640 habitantes populao458 domiclios

    438 domiclios ocupados20 domiclios desocupados

    39,42 hab/ha densidade

    moradores davila cauhy

    moradores dalona branca

    administraoregional

    associao demoradores

    prefeituracomunitria

    obra deMaria

    moradores doparkway

    correios

    conflitos

    parcerias

    CAIC

    AGEFIS

    CODHAB

    107 | plano de bairro da vila cauhy

    dados demogrficos

  • 00 01 SM 04,75%01 02 SM 14,25%02 05 SM 33,02%05 10 SM 25,89%10 20 SM 16,86%> 20 SM 05,23%

    NCLEO BANDEIRANTE(PDAD 2013/CODEPLAN)

    ncleo bandeirante, vila divinia, placa da mercedes,vila metropolitana e vila cauhy

    populao 23.714 habitantesrenda mdia per capta R$ 1.499,73

    coeficiente de gini 0,463analfabetismo 1,40%postos de emprego 10.700*tabalhadores 10.540*trabalha e mora no ncleo bandeirante 3.460 (32,8%)*trabalha no plano piloto 5.070*

    *PDAD 2011/CODEPLAN

    RIACHO FUNDO

    VICEN

    TE PIRES

    VILACAUHY

    vilametropolitana

    viladivinia

    placa damercedes

    ncleo bandeirante

    EPNB

    EPIA

    pirmide etria

    mulhereshomens

    00-04

    05-09

    10-14

    15-19

    20-24

    25-29

    30-34

    35-39

    40-44

    45-49

    50-54

    55-59

    60-64

    65-69

    70-74

    75-79

    80-84

    85-89

    90-94

    95-100

    + 100

    VILA CAUHY(CENSO 2010)

    1.640 habitantes populao458 domiclios

    438 domiclios ocupados20 domiclios desocupados

    39,42 hab/ha densidade

    moradores davila cauhy

    moradores dalona branca

    administraoregional

    associao demoradores

    prefeituracomunitria

    obra deMaria

    moradores doparkway

    correios

    conflitos

    parcerias

    CAIC

    AGEFIS

    CODHAB

    conflitos urbanos | 108

    redes polticas

  • Melhoria dos atuais espaos pblicos da vila (praa da Vitria e Campo do Adelino), qualificao dos espaos precrios (margem do crrego e ruas) e criao de novos espaos livres em especial na rua da Glria.

    Estruturao do sistema de circulao atravs da criao de um anel virio que concentre os fluxos mais pesados e concerve o centro da vila para os fluxos de vizinhana.

    Criar estratgias de ampliao da oferta habitacional na vila de forma inclusiva e que evite o adensamento exagerado ou precrio.

    DIRETRIZES

    MELHORIA DOS ESPAOS PBLICOS

    ANEL VIRIO

    AMPLIAR A OFERTA HABITACIONAL

    INTEGRAR E AMPLIAR CICLOVIASCriar uma rede de ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas integradas as

    existentes no Parkway, que permitam a utilizao da bicicleta como soluo de mobilidade urbana e lazer.

    Criao de equipamentos pblicos de sade e educao primria que possibilitem a melhoria dos servios da equipe do Programa Sade da Famlia e permita que as mes da vila possam trabalhar enquanto seus filhos e filhas estudam.

    Promover um zoneamento de residncias e comrcios mais flexvel que permita a ampliao de servios e comrcios locais na vila

    Criar estratgias de adensamento populacional e construtivo nas regio da Avenida Riacho Fundo, Praa da Vitria, Campo do Adelino e Rua Colina do Lobo como forma de aproveitar melhor as infraestruturas hoje existentes e a serem criadas.

    IMPLANTAR EQUIPAMENTOS PBLICOS

    ZONEAMENTO QUE INCENTIVE O USO MISTO

    ADENSAMENTO

    Duplicao da Avenida Riacho Fundo reorganizando o posiciona-mento da ciclovia, ampliando caladas e possibilitando a passagem de transporte pblico.

    DUPLICAO DA AVENIDA RIACHO

    109 | plano de bairro da vila cauhy

  • Melhoria dos atuais espaos pblicos da vila (praa da Vitria e Campo do Adelino), qualificao dos espaos precrios (margem do crrego e ruas) e criao de novos espaos livres em especial na rua da Glria.

    Estruturao do sistema de circulao atravs da criao de um anel virio que concentre os fluxos mais pesados e concerve o centro da vila para os fluxos de vizinhana.

    Criar estratgias de ampliao da oferta habitacional na vila de forma inclusiva e que evite o adensamento exagerado ou precrio.

    DIRETRIZES

    MELHORIA DOS ESPAOS PBLICOS

    ANEL VIRIO

    AMPLIAR A OFERTA HABITACIONAL

    INTEGRAR E AMPLIAR CICLOVIASCriar uma rede de ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas integradas as

    existentes no Parkway, que permitam a utilizao da bicicleta como soluo de mobilidade urbana e lazer.

    Criao de equipamentos pblicos de sade e educao primria que possibilitem a melhoria dos servios da equipe do Programa Sade da Famlia e permita que as mes da vila possam trabalhar enquanto seus filhos e filhas estudam.

    Promover um zoneamento de residncias e comrcios mais flexvel que permita a ampliao de servios e comrcios locais na vila

    Criar estratgias de adensamento populacional e construtivo nas regio da Avenida Riacho Fundo, Praa da Vitria, Campo do Adelino e Rua Colina do Lobo como forma de aproveitar melhor as infraestruturas hoje existentes e a serem criadas.

    IMPLANTAR EQUIPAMENTOS PBLICOS

    ZONEAMENTO QUE INCENTIVE O USO MISTO

    ADENSAMENTO

    Duplicao da Avenida Riacho Fundo reorganizando o posiciona-mento da ciclovia, ampliando caladas e possibilitando a passagem de transporte pblico.

    DUPLICAO DA AVENIDA RIACHO

    conflitos urbanos | 110

  • CONFLITOSSOCIO

    AMBIENTAISAGENDA MARROM VS. AGENDA VERDE_113

    CERRADO E VEREDAS_115GUAS_121

    REGULARIZAO FUNDIRIA_125CONFLITOS NA LEI_01

  • Por muito tempo havia nas civilizaes uma espcie de obedincia aos padres da natureza. A existncia de pequenas populaes permitia que o homem se integrasse com mnimos impactos. Esse quadro muda a partir da Revoluo Industrial, momento em que a populao comea a crescer exponencialmente, desconectar-se completamente do contato com padres naturais, consumir grande quantidade de recursos e voltar-se exclusivamente para o individualismo e o antropocentrismo.

    Esse modo de vida comea a ser questionado com mais fora a partir do final do sculo XX, em especial a partir de conferncias como a Eco-92 que denunciaram as pssimas projees de futuro caso no fossem feitas mudanas estruturais na forma de habitar no planeta. Preservar a natureza paulatinamente tem mudado de significado deixando de ser apenas uma questo de salvar espcies em extino para ser uma questo de sobrevivncia.

    Para sair de um perodo antropocntrico, reprogramar hbitos e, de fato, integrar-se a natureza, muitos estudiosos tm apontado o redesenho de assentamentos como uma das partes mais importantes desse processo de transio que todos precisam passar. No so mais to raras as reporta-gens que chamam a ateno para novos modelos de vida que reduzam o consumo e tirem partido do reuso e da reciclagem de materiais descarta-dos. Nesse sentido o potencial de viso sistmica e transdisciplinar que certos campos de conhecimento possuem fundamental. Dentre estes se destaca a arquitetura e o urbanismo por serem capazes de prover s populaes ferramentas para ampliar o impacto das mudanas de hbitos que tanto se precisa.

    Ao passo que essas demandas ambientais crescem, no Brasil, arqui-tetos e urbanistas ainda permanecem distantes dessas preocupaes. Iso-lados no uso de conceitos mirabolantes e descontextualizados, projetam tendo como principal norte a composio harmnica de volumes, planos e ritmos, deixando para segundo plano condicionantes ambientais e sociais, e comprovando mais uma vez que arquiteto sempre tem conceito e esse o problema (KAPP et al.,2009).

    Alm de reflexo da sociedade que se vive hoje, a falta de considera-o pelas questes ambientais, mais uma vez encontra-se amparada pela formao que arquitetos e urbanistas tm. Como foi explicitado no tpico anterior, o foco tem sido em treinar profissionais para gerao de lucros simblicos nas camadas mais favorecidas da sociedade. Mesmo que alguns superem essa condio, uma viso sistmica e transdisciplinar dos problemas exige tambm que as agendas sociais e ambientais se integrem (ANDRADE, 2014).

    O que se observa que ou os profissionais se dedicam ao provimento imediato da sobrevivncia atravs das demandas sociais sem a garantia da sustentabilidade ambiental, ou estes se focam no ambientalismo que condena a todos e ignora as desigualdades sociais. Em muitos casos, por exemplo, essa dissociao de temas acaba gerando remoes foradas de comunidades inteiras para periferia distantes, ocupando novos conjuntos habitacionais estreis em que toda uma nova infraestrutura deve ser

    113 | plano de bairro da vila cauhy

    agenda marrom vs.agenda verde

  • criada para suprir as necessidades dos novos moradores.Tendo em vista a crise ambiental que vivenciamos nos dias de hoje

    em que boa parte das metrpoles brasileira vive sob a ameaa da falta dgua, pensar em assentamentos rurais e urbanos mais adaptados aos ecossistemas locais fundamental. Com relao aos mais pobres, a integrao entre a agenda marrom e a verde ainda mais urgente, pois, segundo a ONU, estes sero os mais afetados com as mudanas climticas (ANDRADE, 2014). A sustentabilidade e as tecnologias verdes devem estar em dilogo com as demandas populares e no se tornar um luxo ou um fator de especulao imobiliria.

    Andrade (2005) desenvolveu estudos no Brasil sobre a viso sistmi-ca ou ecossistmica para aplicao de princpios de sustentabilidade am-biental, que possam ser adotados no planejamento e desenho das cidades brasileiras. Tais princpios so: (1) proteo ecolgica (biodiversidade); (2) adensamento urbano; (3) revitalizao urbana; (4) implantao de centros de bairro; (5) desenvolvimento da economia local; (6) implementao de transporte sustentvel; (7) habitaes economicamente viveis; (8) comunidades com sentido de vizinhana; (9) tratamento de esgoto alter-nativo e drenagem natural; (10) gesto integrada da gua; (11) energias alternativas; e (12) polticas baseadas nos 3Rs (reduzir, reusar e reciclar). O mtodo consiste em traduzir os princpios em estratgias e tcnicas para o processo de desenho, objetivando proporcionar assentamentos huma-nos economicamente viveis, em equilbrio com a natureza, e lugares agradveis para se viver.

    Por fim, o conceito deve ser uma ferramenta melhor estruturada e menos mistificada, nunca deve ser usado como principal forma de amar-rar ideias de um projeto permitindo que princpios de sustentabilidade ecolgica e socioeconmica sejam sacrificados.

    conflitos socioambientais | 114

  • DF

    Antes de comear a tratar sobre os conflitos socioambientais presentes no caso da Vila Cauhy preciso realizar uma caracterizao ambiental da ocupao urbana. Geralmente os elementos ambientais so ignorados no planejamento, projeto e gesto dos espaos urbanos e como foi comentado nas pginas anteriores, essa negligncia tem e ter um custo alto para as pessoas.

    Este trabalho trata sobre a urbanizao de um assentamento irregu-lar localizado no Distrito Federal, unidade da federao localizada no bio-ma Cerrado que conhecido por muitos estudiosos como a caixa dgua do pas, pois nele onde esto as principais nascentes dos principais rios brasileiros.

    Alm das guas o cerrado dono de uma importante biodiversidade que merece ser reservada para as prximas geraes. Essa grande riqueza foi formada por anos de sucesso ecolgica e por isso bastante frgil e complicada de ser protegida. Mesmo sabendo dessas caractersticas, a explorao predatria no campo e nas cidades tem aproximado cada vez mais esse bioma da sua extino.

    Falar apenas do cerrado de forma geral ainda no permite uma con-textualizao que d os subsdios para um projeto de urbanizao na Vila Cauhy. Dentro do contexto do cerrado existem vrios tipos vegetativos peculiares e um deles so as Veredas e esse o tipo que mais predomina no caso do lugar de interveno deste trabalho.

    As veredas so importantes pela por serem nascedouros dos principais mananciais da regio, refgios fauno florsticos e locais que desempenham fundamental papel scio-econmico e esttico paisags-tico (MENDES, 2012). A presena dos buritis, palmeira simbolicamente importante para a populao do centro-oeste que s surge em rea de altssima umidade e solo encharcado a caracterstica mais visvel para que se identifique esse subsistema do Cerrado.

    nas veredas em que se observa uma grande quantidade de nascen-tes que tornam esse ambiente fundamental para dar vida aos principais cursos dgua que abastecem as regies norte, nordeste centro oeste e sudeste. Alm disso os solos hidromrficos tpicos desse ecossistema so importantes para o controle hdrico ao longo do ano saturando e armaze-nando gua nas pocas de chuva e liberando esse volume na poca seca quando o lenol fretico baixa de volume.

    As importantes funes dos solos hidromrficos vm acompanha-das de uma srie de restries para o uso e ocupao principalmente pelo alto potencial de eroso, contaminao, pouca resistncia presso e baixssima capacidade de absoro de gua. Segundo Boaventura (1978, apud. MENDES, 2012):

    Genericamente as veredas se configuram como vales rasos, com vertentes cncavas suaves cobertas por solos arenosos e fundo planos preenchidos por solos argilosos, fre-quentemente turfosos, com elevada concentrao de restos vegetais em decomposio. Em toda a extenso das veredas o lenol fretico aflora ou est muito prximo da superfcie. As

    115 | plano de bairro da vila cauhy

    cerrado e veredas

  • DF

    conflitos socioambientais | 116

    figura 2.01Cobertura do bioma cerrado no Brasil

    figura 2.01

  • figura 2.02

  • conflitos socioambientais | 118

    Como se percebe, as veredas so ambientes extremamente frgeis e no podem ser tratadas com o mesmo tipo de uso e ocupao que comu-mente se faz em outros solos, por isso, o cdigo florestal define que em toda a parte onde o solo for permanentemente encharcado e mais uma faixa de 50 metros de distncia dessa zona devem ser consideradas reas de Preservao Permanente (APPs) que implicam na no supresso da vegetao nativa.

    Alm das APPs de vereda, o cdigo florestal configura ainda outros tipos que devem ser protegidos. Destes, 3 esto presentes na vila: em volta das nascentes em uma rea dentro do raio de 50 metros, nos 30 primeiros metros a partir das margens do Riacho Fundo e nas reas com inclinao superior a 10%1.

    Alm das APPs, a vila est na rea de influncia (10 quilmetros de distncia dos limites) de outras duas reas de preservao ambiental (APA), a do Gama/Cabea de Veado e a do Planalto Central e da ARIE Santurio do Riacho Fundo. Isso indica que as diretrizes urbansticas para a rea devem atender aos respectivos planos de manejo de cada uma das unidades de conservao.

    veredas so, portanto, reas de exudao do lenol fretico e, por isto mesmo, em todas as suas variaes tipolgicas, so nascentes muito suscetveis de se degradarem rapidamente sob interveno humana predatria

    nota 2.1Existem poucas APPs de declividade e estas encontram-se concentradas dentro da APP de margem, de crrego, portanto estas no influenciam substancialmente na ocupao da vila.

  • 10km

    ARIE RIACHOFUNDO

    ARIE RIACHOFUNDO

    VILA CAUHY

    ARIE JK

    PARQUE NACIONAL

    APAPLANALTOCENTRAL

    APAPLANALTOCENTRAL

    APAPLANALTOCENTRAL

    APAPLANALTOCENTRAL

    APAPLANALTOCENTRAL

    APAPARANO

    APAPARANO

    ARIEGRANJADO IP

    RESERVAECOLGICADO IBGE

    ARIECAPETINGATAQUARA

    ARIECAPETINGATAQUARA

    APA GAMACABEA DE VEADO

    APA DORIO SO

    BARTOLOMEU

    APACAFURINGA

    JARDIMBOTNICO

    ZOOLGICO

    ARIECABECEIRADO VALO

    REBIOGUAR

    ARIE VILAESTRUTURAL

    APA DO RIODESCOBERTO

    APAPLANALTOCENTRAL

    2021

    19

    1817

    16

    15

    1413

    22

    23 24

    25

    12

    0302

    01

    05

    0406 07

    08

    40

    39

    38

    3736

    35 34

    27

    11

    10

    09

    26

    42

    41

    33

    28

    2930

    3132

    mapa 2.2

    REAS DE PRESERVAOAMBIENTAL (APAs) do DF

    119 | plano de bairro da vila cauhy

    01 Parque Recreativo do Ncleo Bandeirante;02 Parque Ecolgico e Vivencial Bosque dos Eucaliptos;03 Parque Vivencial Denner;04 Parque Ecolgico da Candangolndia;05 Parque Ecolgico Ezechias Heringer;06 Parque das Aves;07 Parque de Uso mltiplo da Asa Sul;08 Parque Ecolgico Gara Branca;09 Par