Plano de Formação Inicial e Continuada do PBA-Proposta Pedagógica
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GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINSSECRETARIA DA EDUCAO E CULTURA
SUPERINTENDNCIA DE EDUCAODIRETORIA DE EDUCAO NA DIVERSIDADE
COORDENADORIA DE EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
PROPOSTA PEDAGGICA PARA FORMAO INICIAL E CONTINUADAPROGRAMA DE ALFABETIZAO DE JOVENS/BRASIL ALFABETIZADO
APRESENTAO
O Programa de alfabetizao de jovens e adultos do Estado doTocantins foi implantado em 1999 atravs da mobilizao de vrios setores dasociedade nos 139 municpios. O Programa funciona com voluntrios,
professores da educao bsica da rede estadual e municipal de ensino, tendopor objetivo superar o analfabetismo. Em quase uma dcada de trabalho oPrograma de alfabetizao de adultos j alfabetizou mais de 122 mil pessoas.Este Programa tem durao de oito meses com carga horria de 320 horas eexige Formao Inicial para os alfabetizadores com carga horria mnima de 40horas e Formao Continuada de 64 horas.
A cada nova etapa de alfabetizao oferecido aos alfabetizadores ealfabetizadores coordenadores de turmas um curso de Formao Inicial,visando o aprimoramento do planejamento pedaggico, da alfabetizao, doacompanhamento dos alfabetizandos e das prticas de alfabetizao em sala
de aula, atendendo o que estabelece a Resoluo do Programa BrasilAlfabetizado-PBA. O Curso de Formao Inicial para os alfabetizadores ealfabetizadores coordenadores de turmas do Programa Brasil Alfabetizadoestabelecido na RESOLUO/CD/FNDE N. 06 de 2010 ser de 40 horas. AFormao Inicial para os alfabetizadores ser ofertada em duas etapas. Umaetapa para os alfabetizadores coordenadores de turmas que ocorrer em umplo do Estado destinada a atender as especificidades dos alfabetizadorescoordenadores de turmas. A outra etapa ser para os alfabetizadores queacontecer em trs plos no estado dedicada aos fundamentos, princpios emtodos de alfabetizao de jovens e adultos, alm de capacit-los para aaplicao dos exames de triagem de acuidade visual, conforme as orientaes
do Projeto Olhar Brasil. A Formao Continuada ocorrer mensalmente nasDiretorias de Ensino com durao de 8 horas, para o aprofundamento dadimenso pedaggica e acompanhamento do planejamento da AoAlfabetizadora.
JUSTIFICATIVA
No Brasil existem 20 milhes de adultos analfabetos. A capacitaopara o uso da leitura e escrita torna-se cada vez mais importante para aexpresso plena da cidadania. Na regio norte o ndice de analfabetismo de8,8% (IBGE/PNAD-2007). O Estado do Tocantins possui 14,2% (IBGE/PNAD-
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2007) de adultos analfabetos, na sua expressiva maioria, entre a populao debaixa renda. A demanda por alfabetizar e instrumentalizar esses adultos umcompromisso de todos para a superao do analfabetismo.
Os alunos do PBA so jovens, adultos e idosos que, de alguma maneira,
foram excludos do processo de escolarizao, seja na infncia ou mesmo navida adulta. Esse retorno ao Programa de Alfabetizao representa uma buscapara sair da condio de cegos para as letras, segundo eles prprios seidentificam. A alfabetizao tardia representa tambm o caminho da liberdade.Para esses, est em jogo permanncia no emprego atual, a conquista deuma melhor remunerao, a independncia em relao aos filhos,companheiros e amigos em atividades simples como abrir uma conta bancria,escrever uma carta para famlia, ler a bblia, ler uma placa com nome de rua,regularizar documentao e tambm mudana de vida, para aqueles que tirama carteira de habilitao e mudam de profisso. H ainda os que, por medo ouvergonha de parecerem ridculos ao prximo, matriculam-se diretamente nas
sries iniciais do 1 Seg. de EJA. Esses jovens, adultos e idosos, embora nose reconheam como analfabetos, tm conscincia da falta de habilidades deleitura e de escrita e, portanto, voltam escola para obter aquilo que acreditamque a ampliao de seus conhecimentos pode lhes proporcionar: novaspossibilidades, novas conquistas.
A falta de leitura e da escrita no Brasil caracteriza-se como um problemasocial, cultural e econmico e tem razes desde a colonizao, quandosenhores, mesmo proprietrios de terras no dominavam a leitura e a escrita. Aleitura vem se tornando indispensvel vida cotidiana e formao de laossociais, e constitui-se uma exigncia ainda mais importante na esferaprofissional. Cabe ressaltar, que a caracterstica de excluso social no serestringe aos que no aprenderam a ler e a escrever, mas tambm se estendequeles que embora possuam habilidades de leitura e de escrita, noconseguem fazer uso pleno dessas habilidades em suas atividades e prticassociais.
A Formao Inicial e Continuada do Programa Brasil Alfabetizadorepresenta um momento importantssimo para o aprimoramento da leitura epara o desenvolvimento da ao Alfabetizadora, visto que o Programa atuacom voluntrios e que por vezes no possuem experincias com alfabetizao
de adultos. Deste modo, o Curso de Formao Inicia/Continuada, pretende serum momento de socializao das praticas de leitura e escrita. Este Cursopretende atender tambm as necessidades de capacitao dos alfabetizadoresvoluntrios dos 58 Municpios prioritrios do Estado com ndice deanalfabetismo superior a 30%, conforme meta de atendimento do PES.
OBJETIVO GERAL
Promover a Formao Inicial e Continuada aos alfabetizadores ealfabetizadores coordenadores de turmas do Programa Brasil alfabetizadoconforme determina o PPALFA.
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OBJETIVOS ESPECFICOS
Proporcionar aprofundamento terico e metodolgico na rea dealfabetizao de adultos;
Possibilitar a formao dos profissionais envolvidos na alfabetizao deadultos para as especificidades do Programa olhar Brasil.
METAS
A Formao Inicial e Continuada ir capacitar 964 alfabetizadores e 94alfabetizadores coordenadores de turmas nos 139 Municpios do Estado,visando alfabetizar 11.000 Alfabetizandos conforme PPALFA.
METODOLOGIA
O Curso de Formao Inicial ser ministrado pela equipe formadora detcnicos da SEDUC, de modo presencial, atravs de palestras, estudos etrabalhos dirigidos, apresentaes e oficinas. A Formao Inicial ter duraode 40 horas presenciais, sendo no mnimo de 34 de formao paraalfabetizao e 6 horas para capacitao para o Programa Olhar Brasil, queser trs plos no Estado destinada a atender as especificidades dosalfabetizadores coordenadores de turmas. A outra etapa ser para osalfabetizadores com a mesma carga horria que acontecer em trs plos noestado dedicada aos fundamentos, princpios e mtodos de alfabetizao dejovens e adultos, alm de capacit-los para a aplicao dos exames de triagemde acuidade visual, conforme as orientaes do Projeto Olhar Brasil. AFormao Continuada ocorrer mensalmente nas 13 Diretorias de EnsinoRegionais de Ensino com durao de 8 horas mensais, para o aprofundamentoda dimenso pedaggica e acompanhamento do planejamento da AoAlfabetizadora. Esta etapa tratar dos seguintes temas:
1- Conceitos gerais do Programa Brasil Alfabetizado2- O papel do alfabetizador e Alfabetizador coordenador;3- Memrias de alfabetizao4- O primeiro dia de aula;5- Mtodos de Alfabetizao de adultos
6- O ambiente de alfabetizao7- Matriz de referncia do Programa Brasil Alfabetizado:8- Teste Cognitivo de Entrada e Sada:9- Elaborao de estratgias para potencializar o uso do resultado dos
teste cognitivo de entrada para planejar e encaminhar o trabalho dealfabetizao em sala de aula;
10- Planejamento pedaggico11- Projeto olhar Brasil.12- Agenda Territorial.13- Economia Solidaria14- Agricultura Familiar
15- Registro Civil16- Transporte Escolar
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17- Merenda Escolar18- Programa Nacional do Livro Didtico-PNLA/EJA19- Projeto Pescando letras20- Processo de avaliao;21- Diversidades: Afro-brasileiras e indgenas.
22- Oficinas de Leitura e Escrita, e Matemtica.
A Formao Continuada ocorrer mensalmente em todas as DiretoriasRegionais de Ensino com durao de oito horas, totalizando 64 horas. Osencontros iro proporcionar aos alfabetizadores momentos de aprofundamentopedaggico e socializao de experincias em alfabetizao de adultos. Osencontros de Formao Continuada trataro dos seguintes temas:Intersetorialidade tratando de aes relacionadas ao pacto firmado entregovernadores e presidente da Republica: reduo da mortalidade infantil, dossubregistro civil e agricultura familiar; Testes Cognitivos Comentados;
Concepes e Metodologias de Alfabetizao; Competncias Bsicas emAlfabetizao; Aprendizagem de Adultos; Combatendo a Evaso; FunoSocial da Leitura; Mini seminrio de leitura nas DREs; Seminrio deAlfabetizao e continuidade dos estudos na EJA. Ao final do Processo serrealizado um Seminrio de Alfabetizao em Palmas envolvendo todos osalfabetizadores, alfabetizadores coordenadores e parceiros. Esta Ao serorganizada pela Coordenadoria de EJA.
RECURSOS FINANCEIROS
Para a realizao do Curso de Formao Inicial e Continuada edespesas com o Seminrio, sero utilizados os recursos do Programa BrasilAlfabetizado destinados a este fim e sero empregados em auxlios financeirospara os alfabetizadores e pagamento de dirias para os formadores.
AVALIAO
Entende-se a avaliao como meio e no como fim dos processos emque a SEDUC desenvolve. Nesse sentido, ela significativa e buscarimprimir nova qualidade aos projetos avaliados. Enquanto prtica processual, aavaliao implica no permanente acompanhamento de todos os elementos
que, direta ou indiretamente, possam influenciar no desenvolvimento dotrabalho educativo e pedaggico.Nessa concepo o curso de Formao Inicial e Continuada do
Programa Brasil Alfabetizado ser avaliado, atravs de instrumento prprio, aofinal de cada encontro de formao pelos alfabetizadores e coordenadores deturmas.
Esses momentos so extremamente importantes para (re) orientar aprtica e direcionar novos caminhos na construo do Programa BrasilAlfabetizado e na melhoria de um Ensino de Qualidade para os Jovens eAdultos.
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ORGANIZAO DO TRABALHO
Histrico de alfabetizao de jovens e adultos no estado doTocantins
Perfil e atribuies do coordenador de turmas de alfabetizao Orientao para o coordenador em salas de alfabetizao. Perfil e atribuies do alfabetizador Avaliao do processo Importncia da parceria - termo de cooperao com os
municpios.
1- Educao de Jovens e Adultos no Tocantins quadro/histrico deatendimento
A educao de jovens e adultos tornou-se um grande desafio no Brasil e,
na maioria dos pases da Amrica Latina. No apenas pelas dificuldades
econmicas que circundam um fazer pedaggico diferenciado, mas
principalmente pela complexidade dos diversos atores envolvidos.
O Estado do Tocantins atende uma multiplicidade de sujeitos na
educao de jovens e adultos (EJA). Nesse sentido, compreend-los em suas
mltiplas identidades constitui um desafio para a educao tocantinense.
1.1. EJA Indgena
A Secretaria de Educao do Estado do Tocantins SEDUC-TO atende
uma populao de 4 etnias, a saber: Apinaj, Krah, Java e Xerente, Caraj e
Krah.
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Grfico 1: etnias indgena
Etnia Aldeia Escola Modalidade N alunosApinaj So Esc. Ind.
Mantyk1 segmento 21
DRE TOCANTINPOLIS
Xerente Porteira Esc. Ind.Sremtowe
2 segmento 19
Xerente Rio Sono Esc. Ind. Sin 2 segmento 19Xerente Brup Esc. Ind.
Krasapte2 segmento 27
DRE - MIRACEMA
Java Boto Velho Esc. Ind. JooAlencar Were
1 segmento 112 segmento 15
DRE PARASO
Krah Manoel Alves Esc. Ind. 19 deAbril
1 e 2segmento
40
DRE PEDRO AFONSO
JavaSo Joo Esc. Ind.
Temanar 1 segmento16
Txuiri Txuir - Hina 08Canoan Tain 18
Fonte: SEDUC-TO Coordenadoria de Educao Indgena.
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1.2. EJA Campo
O Estado do Tocantins localiza-se na regio norte, possuindo um
contingente populacional de, aproximadamente, 1.057.098 habitantes (Censo
Demogrfico de 2000). Desses, 859.961 so habitantes da zona urbana e
197.137, da zona rural. Tem
como base econmica: agricultura (produo de gros - arroz, milho, soja,
feijo); frutas (abacaxi, melancia, banana etc); pecuria (gado de corte);
comrcio e prestao
de servios.
O ndice de Desenvolvimento Humano - (Programa das Naes Unidas-
2000) indica que, dos 500 municpios mais pobres do Brasil, 6 localizam-se no
Estado, sendo
eles: Praia Norte (Ranking Brasil 5.005), Sampaio (5.038), (Esperantina
(5.083), Axix do Tocantins (5.098), Recursolndia (5.149) e Carrasco Bonito
(5.202). Os principais problemas enfrentados pelo Estado concentram-se na
atividade econmica, ainda pouco estruturada, embora algumas atividades
modernas venham se destacando, o que contribui para um alto ndice de
emprego informal.
Verifica-se ainda altos ndices de pobreza e problemas na rea da
sade. Segundo dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclio
- 2001), divulgados pelo IBGE, da populao economicamente ativa, 35,04%
encontram-se no setor primrio (agricultura), 12,83%, no secundrio (indstria)
e 52,12%, no setor tercirio (servios). De acordo com o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisa Ansio Teixeira, pelo Censo Escolar de 2003, o Tocantins
possua, no Ensino Fundamental, uma taxa de abandono de 8,50%;reprovao de 12,10% e distoro idade/srie de 35,80% . No Ensino Mdio, a
taxa de abandono era de 18,60%; reprovao de 8,60% e distoro idade/srie
de 55,57%. Atualmente, o Estado apresenta uma matrcula de 448.507 alunos
na Educao Bsica, sendo que 385.828 esto matriculados em escolas
urbanas e 62.679 em escolas rurais, dos quais 14.123 esto na rede estadual
sendo 3.632 indgenas. Observa-se que 77,47% do universo do alunado do
campo esto matriculados na rede municipal de ensino.
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O nmero de professores da rede estadual de 8.668 e da rede
municipal de 8.298. Segundo o INCRA/TO, o Estado possui 248
assentamentos com 18.000 pessoas assentadas em 70 municpios
tocantinenses; 60 acampamentos contam com, aproximadamente, 5.000
pessoas. O Estado possui ainda centenas de pessoas que foram atingidas pela
construo das Usinas de Lajeado e Peixe e foram reassentadas em outras
localidades.
Segundo dados preliminares do Censo Escolar/SEDUC/TO/2005, o
Estado apresenta uma matrcula de 409.424 alunos na Educao Bsica,
sendo que 350.992 esto matriculados em escolas urbanas. Desses cerca de
16.483 alunos so oriundos da zona rural, porm freqentam escolas na zona
urbana, via transporte escolar; 48.939 em escolas rurais, dos quais 10.492
esto na Rede Estadual de Ensino, sendo 3.777 indgenas. Observa-se que
78,56% do universo do alunado do campo esto matriculados na rede
municipal de ensino.
No que se refere vocao econmica do Tocantins, segundo a
Pesquisa da Atividade Econmica Regional - Tocantins - PAER/TO/2000,
realizada pela Fundao Sistema Estadual de Anlise de Dados - SEADE, a
agricultura o setor que absorve a maior parte da populao economicamente
ativa no Estado. A agropecuria contribui com 60% do PIB, e a principal
atividade econmica do Estado, com destaque para a
pecuria. A seguir, aparecem o comrcio e os servios, com predomnio do
setor pblico. A indstria fica em ltimo lugar. A maioria das empresas
instaladas no Estado de estabelecimentos comerciais (80% do total), e 12%
so indstrias e empresas de construo civil, concentradas principalmente nos
municpios de Palmas, Gurupi e Araguana.Considerando a caracterstica econmica do Estado e o fenmeno do
xodo rural, faz-se necessrio implantar polticas pblicas visando promover o
desenvolvimento sustentvel da agricultura e, conseqentemente, prevenir os
bolses de pobreza nas reas perifricas da capital do Estado do Tocantins.
Mediante esses indicadores, o Frum Permanente da Educao do Campo, do
Estado do Tocantins, deliberou como estratgia de atendimento dos povos do
campo a implantao do Projeto Saberes da Terra, do Ministrio daEducao/Secretarias de Educao Continuada, Alfabetizao, e Diversidade e
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Educao Profissional e Tecnolgica, nos municpios de Araguatins,
Augustinpolis, Buriti do Tocantins, Carrasco Bonito, Campos Lindos,
Cachoeirinha, Esperantina e Stio Novo do Tocantins. Aps a implantao
desse piloto, o Projeto ser avaliado e expandido para os demais municpios
tocantinsenses.
1.3. EJA Prisional
Em 2004 o Estado do Tocantins iniciou o Projeto Ressocializao
Educativa na Casa de Custdia de Palmas, sob coordenao da Diretoria
Regional de Ensinode Palmas, para atendimento de alfabetizandos, 1, 2 e 3
segmentos. Em 2005, com recursos provenientes do MEC por meio do
Programa Educando para a Liberdade,ampliou-se para todo o Estado com o
nome Projeto Ressocializao Educativa no Estado do Tocantins, atendendo
os presdios em Palmas, Gurupi e Araguana, bem
como a cadeia pblica de Porto Nacional.
O Programa Educando para a Liberdade, que tem recurso financiado
pelo governo do Japo resultado de aes geridas pelos Ministrios da
Justia e da Educao tendo a UNESCO como instituio articuladora desse
projeto, uma vez que a dcada pela Educao supe a garantia de educao
como direito de todos e em todos os lugares.
At 2007 o Projeto atendia aproximadamente, 260 (duzentos e sessenta)
alunos, e envolvia uma mdia de 20 (vinte) professores e 10 (dez) agentes
penitencirios e 15 tcnicos (SEDUC/DRE e SECIJUS) para sua execuo.
1.4. EJA Regular
O Estado do Tocantins oferta Educao de Jovens e Adultos desde
1996, a fim de atender as pessoas que no tiveram acesso a escola na idade
adequada e cumprindo o que determina a Constituio Federal no seu art. 6 e
a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional. A EJA sempre foi
regulamentada pelas Resolues Estaduais refletindo as regras estabelecidas
nacionalmente. O Tocantins acompanha as transformaes sociais na medidaem que vem modificando ano a ano, as regras para oferta de EJA,
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demonstrando assim um compromisso social com seus sujeitos, compromissos
que vo alm da suplncia e suprimento educacional. Segue abaixo uma breve
anlise das Resolues da EJA publicadas desde 1996.
a) A Resoluo n 061/96 aprovou o Projeto REVIVER e suas grades
curriculares para funcionamento nas Unidades Escolares Estaduais, municipais
e particulares; O Projeto dividia essa modalidade de ensino em trs etapas:
REVIVER I Alfabetizao de Jovens e Adultos; REVIVER II Curso de
Suplncia de 1 a 4 srie do Ensino Fundamental e VEVIVER III Curso de
Suplncia de 5 a 8 srie do Ensino Fundamental.
b) Em 1997 publicada a Resoluo n 037/97 que estabelecia as
normas sobre a EJA no Sistema Estadual de Ensino do Estado do Tocantins,
que passaria a ser ministrada sob a forma de Cursos e Exames Supletivos que
compreendero a Base Nacional Comum do currculo, habilitando ao
prosseguimento de estudos de carter regular. Assim, as normas eram
estabelecidas para os cursos e exames supletivos e os Certificados.
c) A Resoluo 01/2000 - CNE/CEB veio estabelecer as Diretrizes
Nacionais Curriculares da EJA, ressalvando todas as especificidades dos
sujeitos da EJA e fazendo um chamamento para a reflexo da oferta de EJA e
das prticas pedaggicas. Esse documento tornou-se um divisor de guas para
a Educao de Jovens e Adultos no pas porque rompe definitivamente com o
carter de suplncia e suprimento da EJA, sugerindo um modelo pedaggico
que assegure a equidade e a diferena, a fim de desempenhar as novas
funes dessa modalidade: Reparadora, equalizadora e qualificadora.
d) Em 2001 a Educao de Jovens e Adultos no Tocantins, alm de
obeder s Diretrizes Curriculares Nacionais, regulamentada pela Resoluo
n 135/2001 que estabelece a idade mnima para matrcula na EJA: 14 anoscompletos para Ensino Fundamental e 17 anos completos para Ensino Mdio;
estabelece ainda a idade mnima para inscrio e realizao dos Exames de
Educao de Jovens e Adultos: 15 anos completos para concluso do Ensino
Fundamental e 18 anos completos para a Concluso do Ensino Mdio; todas
as Escolas devero solicitar autorizao do Conselho Estadual de Educao
das Escolas que implantarem essa modalidade de ensino.
e) A Resoluo n 071/2003 d nova redao Res. n 135/2001 eregulamenta os cursos de modalidade EJA, organizando-a em Segmentos e
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perodos; 1 Segmento composto por perodos conforme primeira fase do
Ensino Fundamental (1 a 4 sries), 2 Segmento composto por quatro
perodos correspondentes a segunda fase do Ensino Fundamental (5 a 8
sries) e 3 Segmento composto por trs perodos conforme os trs anos do
Ensino Mdio. O Exame da EJA ser realizado pela SEDUC atravs de seus
rgos prprios, ou por instituies por ela designados.
f) Em 2005, publicar-se- a instruo normativa n 019 que definir os
critrios para abertura de turmas de EJA 3 Segmento (mnimo de 25 e
mximo de 35) e estabelece a idade mnima para ingresso no 1 perodo do 3
Segmento da EJA, que passa a ser 22 anos completos. No mesmo ano a
instruo normativa n 024/2005 retifica o nmero de alunos para o 1 perodo
do 3 Segmento e fixa o mnimo de 30 e o mximo de 35 alunos.
g) Em 2006 a instruo normativa de n 006/2006 define os critrios
para ingresso e aberturas de turmas de EJA na Rede Estadual de Ensino e, em
razo da recm-implantao do Projeto de Ressocializao Educativa do
Tocantins, estabelece critrios diferenciados para abertura de turmas nas
Unidades Escolares do Sistema Prisional; essa mesma resoluo condiciona a
abertura de turmas do 3 Segmento de EJA ao rendimento dos alunos,
conforme anlise dos dados do PES.
h) Em 2007 a Resoluo n 076/2007 vem reafirmar alguns aspectos
das resolues 019/2005 e 006/2006, mas reconfigura a organizao da EJA,
inclui do a alfabetizao estruturada em um nico perodo de oito meses e os
1, 2 e 3 Segmentos permanecendo da mesma forma. A Resoluo 127/2007
CEE de publica a nova grade curricular em que o 2 Segmento de EJA passar
de quatro para seis perodos e o 3 Segmento, de trs para cinco perodos,
aumentando assim a carga horria anual e diminuindo da carga horria diriade EJA, que a partir de agora poder ser ministrada em mdulos ou no. So
avanos e permanncias que se remetem a uma caminhada que alm de
muito complexa desafiadora, porque ainda se impe dados preocupantes no
que diz respeito ao abandono; na EJA a infreqncia nem sempre significa
desistncia ou evaso, configura-se como abandono, o que no deve ser
entendido apenas como desestmulo ou falta de oportunidade. O abandono
reflete tambm as mazelas sociais e a Escola e todo seu corpo docente
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responsvel pela oferta de educao de qualidade que vise o cumprimento das
funes da EJA, assim como a permanncia, com sucesso desses alunos.
Em 2007, foi o primeiro ano em que a Secretaria de Educao e Cultura,
realizou formao especfica para os Professores da Educao de Jovens e
Adultos. Esse passo no tudo para diminuir o abandono, mas representa uma
preocupao em melhorar a qualidade da educao ofertada aos jovens e
adultos tocantinenses. Hoje atende-se, aproximadamente 25.000 (vinte e cinco
mil) jovens e adultos, nos trs segmentos e na alfabetizao; e, embora seja
um nmero significativo, sabe-se que ainda h muito o que se fazer para atingir
todas as pessoas de 18 a 40 anos que no concluram a educao bsica no
Estado.
1.5. EJA/PBA1
O Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetizao de
jovens, adultos e idosos desenvolvido pelo MEC desde 2003. Segundo o
MEC, o programa uma porta de acesso cidadania e o despertar do
interesse pela elevao da escolaridade. O Brasil Alfabetizado desenvolvido
em todo o territrio nacional, com o atendimento prioritrio a 1.928 municpios
que apresentam taxa de analfabetismo igual ou superior a 25%. Desse total,
90% localizam-se na regio Nordeste. Esses municpios recebem apoio
tcnico na implementao das aes do programa, visando garantir a
continuidade dos estudos aos alfabetizandos. Podem aderir ao programa, por
meio das resolues especficas publicadas no Dirio Oficial da Unio,estados, municpios e o Distrito Federal.
O Programa normatizado por Resolues, Portarias e outros atos que
estabelecem orientaes, critrios e procedimentos para a transferncia
automtica dos recursos financeiros para o exerccio anual, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos municpios e para o pagamento de bolsas no mbito do
Programa Brasil Alfabetizado.
1 Fonte: www.mec.gov.br, coletado em 22/03/2010.
http://www.mec.gov.br/http://www.mec.gov.br/http://www.mec.gov.br/http://www.mec.gov.br/ -
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1.6. Programa Brasil Alfabetizado no Tocantins
O governo do Estado do Tocantins implantou em 05 de janeiro de 1999,
o Programa de Alfabetizao de Jovens e Adultos por meio dos comits de
alfabetizao nos 139 municpios. Iniciou-se com um grande mutiro de
alfabetizao, envolvendo alunos da rede pblica, membros de associaes,
igrejas, clubes, agentes de sade e universitrios, com o nome de ABC da
Cidadania.
O objetivo do mesmo erradicar o analfabetismo, promovendo a
alfabetizao de jovens e adultos no Estado do Tocantins. Em 1991 o ndice de
analfabetismo era de 31,4% (PNAD) e no ano de 2000, demonstrou que o
ndice de pessoa no escolarizada diminuiu 18,8%. Em 2000 a taxa de
analfabetismo no Estado era de 18,78%, conforme o Censo. Em 2003 o Estado
possua uma taxa de analfabetismo de 17,6% (dados do PNAD/2003),
correspondendo a 144.202 analfabetos a partir de 15 anos. A partir desta data,
o atendimento passou a ser realizado atravs do Programa Brasil Alfabetizado.
O Programa era desenvolvido atravs de parcerias com as prefeituras,
Secretarias Estaduais, Sesi, Ceulp/Ulbra, BB-Educar, Ministrio da Educao,
ITPAC e outras. O mesmo tinha durao de 06 meses com carga horria de 10
horas semanais, com o total de 240 horas. Funcionavam em escolas,
associaes diversas, igrejas, centros comunitrios
O Programa de Alfabetizao do Tocantins, no privilegiava um mtodo
especfico, mas uma filosofia educacional que desenvolva a inteligncia e a
capacidade de interveno social. Esta proposta identifica-se com os princpios
filosficos e pedaggicos de educao, concebidos por Paulo Freire, os
fundamentos epistemolgicos do processo de conhecimentos dapsicopedagoga Emlia Ferreira e com a realidade histrica, poltico,
socioeconmico e cultural, considerado por Vigotsky.
Desde 2005 o Programa atende alfabetizandos no Sistema Prisional,
nas aldeias indgenas, nas comunidades ribeirinhas e nas comunidades
quilombolas do Estado. Em 2000, devido a grande campanha de mobilizao e
incentivos financeiros foram alfabetizados mais de 30 mil jovens e adultos. O
Estado mantm uma mdia anual de 12 mil alfabetizandos. O pblico alvo do
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programa localiza-se na zona urbana com pessoas acima de 25 anos, do sexo
feminino.
A partir de 2006 o Programa Brasil Alfabetizado passou a ter durao de
8 meses com a carga horria de 10 horas semanais totalizando 320 horas. Em
2007 o Programa passou por mudanas e hoje a maiorias dos alfabetizadores
so da rede oficial e existem turmas funcionando nos 96 municpios, na sua
maioria em Unidades Escolares.
A tabela abaixo evidencia o nmero de alfabetizadores de novembro de
2009 com trmino previsto para julho de 2010, as turmas ativas, coordenadores
de turmas por Diretoria Regional de Ensino.
Tabela 1 - PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO POR DIRETORIAS REGIONAIS
DE ENSINOINCIO DO CURSO EM NOVEMBRO DE 2009 E TRMINO EM JULHO 20102
DIRETORIAREGIONAL DE
ENSINO
ALFABETIZADORES
TURMAS
ATIVADAS
COORDENADORE
S DETURMAS
ZONARURAL
ZONAURBAN
A
ALFABETIZAN
DOS
1 ARAGUANA 51 53 5 32 21 900
2 ARAGUATINS 119 128 13 63 52 1950
3 ARRAIAS 24 28 3 19 9 341
4COLINAS DOTO
36 37 4 19 18 437
5 DIANPOLIS 55 61 7 31 30 726
6 GUARA 10 12 2 5 7 181
7 GURUPI 57 60 7 27 33 911
8MIRACEMADO TO
36 36 3 15 21 458
9 PALMAS 59 73 8 33 40 887
10 PARASO DOTO 24 24 3 14 10 363
11PEDROAFONSO
39 39 4 22 25 503
12PORTONACIONAL
60 75 7 34 41 992
13TOCANTINPOLIS
98 113 13 87 26 1257
TOTAL 668 739 79 401 333 9906Fonte: COORDENADORIA DE EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS
2 Dados cedidos, aos dois consultores de Campo, pela Coordenadoria de Educao de Jovens e Adultos da
SEDUC/TO em maro de 2010.
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O aspecto de fragilidade do Programa a questo da evaso. No
existem dados com relao a isto. Tambm no foi possvel visualizar uma
poltica de combate a evaso. A Formao inicial e continuada dos
alfabetizadores de 64 horas.
2- PERFIL E ATRIBUIES DO COORDENADOR DE TURMAS DEALFABETIZAO
Ter experincia em EJA Alfabetizao de Adultos Elaborar e executar o plano de trabalho; Realizar a formao inicial e continuada dos alfabetizadores; Monitorar, planejar e acompanhar o alinhamento conceitual do
Projeto (execuo das metodologias de acordo com o referencialmetodolgico);
Acompanhar as aes dos alfabetizadores por meio de relatrios evisitas de acompanhamento in loco semanal;
Sugerir material de apoio para ao de alfabetizao; Propor aes de incentivo e permanncia dos alfabetizandos;
(combate a evaso); Recolher, conferir e encaminhar DRE mensalmente, todos os
documentos referentes s turmas de alfabetizao; Estabelecer estratgias para acompanhamento e avaliao dos
alfabetizadores e alfabetizandos; Coletar informaes diversas: aes exitosas, dificuldades, ndicesde evaso, perfil dos alfabetizandos; Participar de encontro mensal com o tcnico de Apoio da DRE e
outros coordenadores para socializao de experincias; Estabelecer parceria com as escolas, coordenadores locais e
SecretariaMunicipal de Educao para integrar os alfabetizados, egressos dasturmas de alfabetizao, nas turmas de EJA.
4- ORIENTAES PARA O COORDENADOR
Em salas de alfabetizao:
Fazer apresentao do Programa Brasil Alfabetizado e do seu trabalho. Conscientizar e motivar os alfabetizandos atravs de exerccios,
dinmicas ou palavras a permanecerem estudando; Conduzi-los a visualizar seus projetos de vida e o estudo como caminho
para realiz-los; Observar de forma discreta e amistosa os materiais utilizados, Sugerir espaos de leitura e incentivar a sua prtica na sala de aula
(nunca intimando); Observar o ambiente da sala de aula: Cartazes, palavras chaves, etc.
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Ouvir dos envolvidos, a rotina diria e sugerir melhorias se necessrio; Observar a aplicao dos exerccios de motivao, e quais os
resultados alcanados;
Com o alfabetizador:
Planejar com o alfabetizador; Discutir a aplicao do planejamento anterior; Observar a atuao do alfabetizador, da aprendizagem e do
desenvolvimento do alfabetizando; Realizar interveno pedaggica junto ao professor, orientando-o nas
dificuldades; Relatar a atuao pedaggica do alfabetizador, avanos, dificuldades, e
informar o ndice de aproveitamento da turma por nvel dedesenvolvimento do alfabetizando, conforme os instrumentos deacompanhamento do programa;
Salientar que estamos trabalhando com jovens e adultos, portanto noinfantilizar;
Solicitar a professora um relatrio do desenvolvimento da aprendizagemda turma;
Discutir com alfabetizador os caminhos para o sucesso da aoalfabetizadora.
Observar espao fsico: as condies de higiene, lugares apropriadospara atividades.
Observar o material utilizado nas atividades. Incentivar o desenvolvimento de aes e/ou projetos nas turmas de
alfabetizao destinados ao combate a evaso, prticas de leituras esocializao de experincias.
5- PERFIL DO ALFABETIZADOR DE JOVENS E ADULTOS
Possuir escolaridade de nvel mdio; Estar envolvido na vida da comunidade; Ter experincias em sala de aula;
Conhecer e Compreender mtodo de alfabetizao de adultos; Planejar e organizar as aulas; Ser criativo; Expressar respeito e conhecimento pelo publico c quem
trabalha Ter equilbrio emocional, perseverana e flexibilidade; Ter postura de educador; Buscar sempre novas tcnicas; Ter boa dico e facilidade de expresso oral e escrita; Ser socivel e ter bom relacionamento; Elaborar e executar o planejamento; Acompanhar o desenvolvimento dos alfabetizandos; Propor aes de combate evaso;
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Estabelecer estratgias para acompanhamento e avaliaodos alfabetizandos;
Organizar as informaes da turma e repassar aocoordenador de turma mensalmente;
Participar de encontro de formao continuada mensalmente.
AVALIAO DO PROCESSO
O Programa de Alfabetizao de adultos ter durao de oito meses. Noincio do processo ser aplicado o teste cognitivo de entrada. Aps a aplicaodo teste o alfabetizador e o coordenador de turma utilizaro os dados coletadospara a realizao do planejamento. Ainda no incio do processo dever serinformado na ficha do perfil social do alfabetizando se j participou de outrasetapas de alfabetizao e o motivo da desistncia. Esta informao serimportante, para acompanh-lo no seu desenvolvimento e evitar outra evaso.As pessoas que estiveram em fase de desenvolvimento de alfabetizao seroencaminhadas para as turmas de EJA Primeiro segmento. As pessoasiniciantes ou em processo de alfabetizao permanecero nas turmas dealfabetizao do Programa. As turmas de alfabetizao sero acompanhadaspelo coordenador semanalmente. Este ter a funo de orientar oplanejamento do alfabetizador e acompanhar a ao alfabetizadora. A cadaacompanhamento semanal do coordenador e mensalmente do tcnico daSeduc, ser proposta uma interveno pedaggica para o desenvolvimento daturma. Ao final do Programa, ser oferecida ao alfabetizador voluntrio umadeclarao de participao no Programa, informando a carga horriatrabalhada e as horas dedicadas s Atividades de Formao.
Sugesto de textos para Formao Continuada:
1 ENCONTRO
Motivao
O primeiro encontro de formao continuada ser destinado motivao, afetividade e vitalidade dos alfabetizandos e alfabetizadores demodo a incentiv-los a participarem com interesse e dedicao no processoeducativo. Neste encontro os alfabetizadores sero incentivados a caracterizaro ambiente de alfabetizao de jovens adultos e idosos, bem comoconfeccionar seu material pedaggico.
Testes Cognitivos
Os Coordenadores e Alfabetizadores iro analisar os dados coletadosnos testes cognitivos com o objetivo de avaliar o desempenho de cada
alfabetizando e estabelecer estratgias de planejamento e acompanhamento epossveis intervenes nas turmas.
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Material- testes cognitivos de entrada e o gabarito comentado.
2 ENCONTRO
Alfabetizar para alm das cartilhas alfabetizar para o mundo.O renomado educador brasileiro Paulo Reglus Neves Freire jamais
concordou com prticas educacionais que transmitissem aos sujeitos um saberj construdo. Ele acreditava que o ato de educar deve contemplar o pensar e oconcluir, contrapondo a simples reproduo de idias impostas - alfabetizaodeveria ser sinnima de reflexo, argumentao, criticidade e politizao.
Se em prticas educacionais envolvendo alfabetizao em nveis deescolaridades "adequados", metodologias tradicionais de ensino nodespertam interesse do educando, na EJA estas aes so um convite aevaso escolar.Ao pensar em alfabetizao de adultos, Freire considerou a ausncia desentido presente nas lies das cartilhas, com frases desvinculadas darealidade do alfabetizando - que aps trabalhar o dia todo, sentava em umacadeira, preocupado com o gs, a gua, a energia eltrica, o alimento e osalrio do ms - e ouvia frases como "O boi baba e bebe" ou "Vov viu a uva".Em que frases como estas contribuiriam para seu cotidiano? Aprender a ler eescrever para qu?
Uma mudana seria eminentemente necessria.As atividades apresentadas a eles tambm eram desmotivantes ao processo,pois traziam suas respostas prontas, sem a necessidade de uma reflexo sobreo assunto. Apesar de que no havia o que um adulto, trabalhador, assalariadopudesse analisar em frases - desprovidas de informao - como as acimacitadas. Ento, realmente as prticas envolvendo a alfabetizao de adultosestavam desvinculadas da realidade de seus educandos.
Paulo Freire iniciou suas pesquisas de campo, e atravs delas podeconfirmar que as metodologias e os materiais didticos utilizados,
estavam desmotivando os alunos, que demoravam muito a apresentarresultados e acabavam abandonando os estudos. Aps esta concluso,Freire elaborou seu mtodo montou sua equipe e partiu para o desafiode alfabetizar para alm das cartilhas. Para realizao de seu trabalho, oeducador deveria saber ouvir o educando em suas experincias e atravsdelas elaborar seu roteiro de ao, apresentando materiais que apresentassemsentido para a vida dos alfabetizandos, proporcionando a eles ricos momentosde reflexo, durante os "crculos de cultura" - nomenclatura utilizada por Freirepara apresentar essa fase do mtodo. Os resultados foram surpreendentes, osalunos foram alfabetizados em pouco tempo e apenas um se evadiu,evidenciando o sucesso do mtodo. Ento, vrias novas cartilhas que
estimulavam o pensar crtico e consciente foram elaboradas - todavia forampresas ainda na grfica.
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Freire foi exilado por vrios anos, fato que no o impediu decontinuar sua luta por uma nova proposta educacional em territrio brasileiro -uma educao transformadora. Ao retornar ao Brasil, Paulo deu continuidadeaos seus trabalhos e transformando por onde passasse a forma de pensar de
muitos oprimidos.Faleceu vtima de um enfarto, deixando vrias obras literrias que tantocontriburam e contribuem para a educao em nvel mundial.
Em seu legado Freire enfatiza a educao como prtica de libertar o serhumano das amarras impostas por interesses pessoais epolticos, proporcionando a educadores reflexes a respeito de suasresponsabilidades enquanto mediadores de conhecimento, livre de alienaesque descaracterizam uma educao significativa e contrapem a "formao deum cidado crtico e consciente" - objetivo maior do processo educacionalvigente.
Angela Adriana de Almeida Lima Pedagogia, Psicopedagoga. Atua nas redesMunicipal e Estadual de Ensino, desenvolva pesquisa sobre "Bullying" e
ministro mini cursos e sobre os temas Bullying e "Respeitando e Convivendocom as Diferenas.
Oficina de Portugus-Alfabetizar
Tcnica:O que alfabetizar?
Alfabetizar, para ns, significa abrir uma nova janela que vislumbre, nohorizonte, o conhecimento, a informao e a cultura. equipar algum cominstrumentos que lhe permita decifrar as letras, as palavras e o significado deuma carta, ou de um bilhete, que lhe traga notcias ou recado, de familiaresdistantes ou de um vizinho. o instrumento que lhe permite buscar noevangelho uma orientao para a vida. , alm de tudo isso, um valiosoinstrumento que lhe d independncia para manifestar, por escrito ouoralmente, as suas idias e dar o seu parecer.Alfabetizar no deve ser de responsabilidade de uns poucos, do governo, das
escolas, da igreja, dos outros. Alfabetizar uma tarefa que cabe a todos e acada um de nos.
Diviso dos grupos
Oficina 1
Planejamento da aula com a palavra geradora ( nome de cada alfabetizando)
confeco de cartaz escrita das memrias de alfabetizao questionamento dos nomes confeco de crach em letra de forme e manuscrita
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escrita dos nomes em ordem alfabtica (a primeira letra do nome) bingo de nomes completar a confeco de fichas com nomes dos alfabetizandos escrita o nome dado a 1 e a ltima letra produo textual coletiva a vista de gravuras, tendo o professor como
escriba. representao de convvio em sala de aula atravs de desenho e
colagem.
Oficina 2
Planejamento da aula com o tema alfabeto confeco do alfabeto maisculo e minsculo nas quatro formas de
letras leitura dos rtulos
identificao da seqncia alfabtica confeco de cartaz das letras maisculas de imprensa com linha ou l confeccionar fichas com gravuras que expressam medo, dor,
surpresa, alegria encontros voclicos trabalhar palavras que rimam dentro de pequenos textos
ex;::eu amo a letra mpor ela eu tenho paixocom ela posso escrever_____________do meu corao
Oficina 3
Planejamento da aula com o tema gerador vida confeccionar cartaz com gravuras relacionadas a vida atravs da
elaborao de textos com temas como: amamentao, sade e pazpara uma vida melhor.
explorar o texto atravs de questionamento trabalhar com fichas as famlias silbicas da palavra vida leitura ouvida texto o homem trocado trabalhar o documento RG e o preenchimento do mesmo
atividades com a palavra falada e a escrita deixe sempre dicas para seu alfabetizando. ex: Quem faz pode errar.Quem no fez j errou.
Oficina 4
Planejamento da aula com a palavra geradora caf confeccionar um cartaz com a palavra caf e as famlias silbicas explorar as gravuras do cartaz atravs de questionamento espao entre palavras formao de palavras com fichas leitura de receita e identificao das partes leitura de textos com desenho
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Oficina 5Planejamento da aula com a palavra geradora famlia
confeccionar um cartaz com imagens conforme a palavra geradora questione com os alunos o que as pessoas esto fazendo trabalhe as familias silabicas com fichas utilize gravuras para identificar palavras que comecem com as
slabas fa, mi. escrita de palavras a partir do nome apresentado. ex: familia trabalhar a msica orao da famlia pe. zezinho produo de lista para cesta bsica
Oficina 6
Planejamento da aula com a palavra geradora amigo
trabalhar a msica amigo de Milton Nascimento escrever a msica no papel pardo e fazer a leitura para osalunos
fazer reflexes sobre a letra da msica trabalhar as familias silbicas g /m formar palavras simples faam cartazes em duplas a partir de: o bom amigo aquele
que... agora monte um mural com os cartazes
Oficina 7 - Matemtica
Sugestes: Utilizar rtulos, documentos pessoais, tales de gua e energia, dedespesas. Esta oficina visa facilitar a comunicao e negociao local dosalfabetizandos.
3 ENCONTRO
ALFABETIZAO E AS COMPETNCIAS BSICAS
Desenvolvimento da escuta e da fala em situaes de dilogo: Discusso de textos ouvidos; Compreenso e interpretao de diferentes textos: informativos,
narrativos, poticos, jornalsticos... Produo de textos de diferentes tipos, de acordo com a situao de
interao; Reconhecimento de nmero e numerais a partir da situao cotidiana e
representao de idia de quantidade; Identificao da seqncia numrica; Reconhecimento e usos sociais: compra e venda, lucro e prejuzo etc. Estabelecimento de relaes entre o meio ambiente, aes humanas e
sade;
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Identificao de relaes entre fatos sociais, polticos e econmicos,posicionando-se criticamente diante dos acontecimentos, prximos edistantes, no espao e no tempo.
Indicadores
Expressa-se, oralmente, com facilidade, defendendo seu ponto de vistaou idia.
Relata fatos do seu dia-a-dia, notcias ouvidas no rdio ou na TV, comclareza e objetividade.
Reconta histrias ouvidas pelo alfabetizador, antecipando ou criando ofinal da histria.
Explica situaes acontecidas nos textos lidos pelo alfabetizador.Reconhece o seu prprio nome quando escrito.
Reconhece o nome dos colegas. L cdulas e moedas do sistema monetrio e estabelece relaes entre
elas. Escreve letras soltas que no expressam grafia nem o som que diz
escrever. Reconhece letras iniciais de palavras conhecidas. Rene letras soltas para formar palavras. S escreve com modelos (cpia de palavras). Constri palavras novas a partir de palavras conhecidas. Elabora e organiza frases. Escreve pequenos textos a partir de atividades orais, desenvolvidas em
sala de aula. Resolve situaes-problema do cotidiano, fazendo uso do clculo
mental. L nmeros e os relaciona as aes do cotidiano. S escreve nmeros com modelos. Escreve nmeros para atender as atividades do cotidiano. Classifica materiais diversos baseados em critrios. Transfere para a linguagem matemtica os clculos que realiza.
Oficina O texto ColetivoO texto Coletivo pode ser produzido oralmente pelos participantes e
depois transcrito pelo facilitador. Esta atividade uma proposta de construoconjunta do conhecimento e ir trabalhar a linguagem verbal, os valores,crenas, sonhos e o raciocnio lgico. Esta atividade pretende elevar o nvel decompreenso dos envolvidos, de respeito a idia e ao ser do outro, bem comomelhorar a capacidade de comunicao.
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4 ENCONTRO
Andragogia Um Conceito de Educao
A Andragogia significa, portanto,ensino para adultos. Um caminhoeducacional que busca compreender o adulto desde todos os componenteshumanos, e decidir como um ente psicolgico, biolgico e social.
Busca promover o aprendizado atravs da experincia, fazendo com quea vivncia estimule e transforme o contedo, impulsionando a assimilao. Oadulto, aps absorver e digerir aplica. o aprender atravs do fazer, oaprender fazendo.
Jorge Larrosa e Walter Kohan, na apresentao da coleo Educao:
Experincia e Sentido acentuam a importncia da experincia do aprendizado:A experincia, e no a verdade, o que d sentido educao. Educamospara transformar o que sabemos, no para transmitir o que sabido. AdrianaMarquez em palestra no Primeiro Encontro Nacional de Educao ePensamento, na Repblica Dominicana, cita: A Andragogia na essncia umestilo de vida, sustentado a partir de concepes de comunicao, respeito etica, atravs de um alto nvel de conscincia e compromisso socialcomplementa ainda: As regras so diferentes, o mestre (Facilitador) e osalunos (Participantes) sabem que tem diferentes funes, mas no hsuperioridade e inferioridade, normalmente no o mesmo que acontece naeducao com crianas
Paulo Freire, em Pedagogia do Oprimido, afirma: Ningum educaningum, nem ningum aprende sozinho, ns homens (mulheres) aprendemosatravs do mundo. Em Pedagogia da Autonomia, Freire diz: Ensinar no transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produo ou asua construo.
Pressupostos e Fundamentos da Educao de Adultos:
1. Adultos so motivados a aprender na medida em que experimentam quesuas necessidades e interesses sero satisfeitos. Por isto estes so os pontos
mais apropriados para se iniciar a organizao das atividades de aprendizagemdo adulto.
2. A orientao de aprendizagem do adulto est centrada na vida; por isto asunidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem so assituaes de vida e no disciplinas.
3. A experincia a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro dametodologia da educao do adulto a anlise das experincias.
4. Adultos tm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por isto, o
papel do professor engajar-se no processo de mtua investigao com osalunos e no apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avali-los.
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5. As diferenas individuais entre pessoas crescem com a idade; por isto, aeducao de adultos deve considerar as diferenas de estilo, tempo, lugar eritmo de aprendizagem.
Pedagogia x Andragogia Comparaes
Modelo Pedaggico Modelo Andraggico
Papel daExperincia
A experincia daquele queaprende considerada depouca utilidade. O que importante, pelo contrrio, aexperincia do professor.
Os adultos so portadores de umaexperincia que os distingue dascrianas e dos jovens. Em numerosassituaes de formao, so os prpriosadultos com a sua experincia queconstituem o recurso mais rico para assuas prprias aprendizagens.
Vontade deAprender
A disposio para aprenderaquilo que o professor ensinatem como fundamento critriose objetivos internos lgicaescolar, ou seja, a finalidade deobter xito e progredir emtermos escolares.
Os adultos esto dispostos a iniciar umprocesso de aprendizagem desde quecompreendam a sua utilidade paramelhor afrontar problemas reais da suavida pessoal e profissional.
Orientao daAprendizagem
A aprendizagem encaradacomo um processo de
conhecimento sobre umdeterminado tema. Isto significaque dominante a lgicacentrada nos contedos, e nonos problemas.
Nos adultos a aprendizagem
orientada para a resoluo deproblemas e tarefas com que seconfrontam na sua vida cotidiana (oque desaconselha uma lgica centradanos contedos)
Motivao
A motivao para aaprendizagem fundamentalmente resultado deestmulos externos ao sujeito,como o caso das
classificaes escolares e dasapreciaes do professor.
Os adultos so sensveis a estmulosda natureza externa (notas, etc), masso os fatores de ordem interna quemotivam o adulto para a aprendizagem
(satisfao, auto-estima, qualidade devida,, etc)
Princpios e Caminhos de Aprendizagem na Andragogia
Algumas pesquisas afirmam que estudantes adultos aprendem apenas 10% doque ouvem, aps 72 horas. Entretanto so capazes de lembrar 85% do queouvem, vm e fazem, aps as mesmas 72 horas.
No basta apenas, portanto, o envolvimento do ser humano na esfera dopensar, atravs de estmulos lgicos e racionais. necessrio o envolvimento
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na esfera do sentir, proporcionando estmulos interiores e emocionais. Destaforma, o sentir estimula o querer, transformando em vontade e ao.
O Eixo Andraggico constitui-se do Participante e do Facilitador, sendodirecionados pelos princpios da Horizontalidade e Participao.
Alcal Adolfo, em A Prtica Andraggica em Adultos de Idade Avanada,define:
A Andragogia a cincia e a arte que, sendo parte a Antropologia eestando imersa na Educao Permanente, se desenvolve atravs de umaprtica fundamentada nos princpios da Participao e daHorizontalidade, cujo processo, orientado com caractersticas sinrgicaspelo Facilitador do aprendizado, permite incrementar o pensamento, aautogesto, a qualidade de vida e a criatividade do participante adulto,com o propsito de proporcionar uma oportunidade para que se atinja a
auto-realizao.
CONCLUSO
O Facilitador preparado est consciente dos complexos processossociais envolvidos na interao grupal e no processo criativo. Compreende-oprimeiro em si mesmo para depois capacitar-se a ajudar outras pessoas a seperceberem e a se fortalecerem no trabalho em grupo.
Humildade para manter-se em segundo plano, isto lembrar-se que o juiz de um jogo tido como bom, quando os jogadores e a torcida nopercebem a sua presena.
preciso que eu lhes ensine que nada tenho a ensinar-lhes, disse opolmico Joseph Jacotot.
A misso do Facilitador est em estimular os Participantes a umposicionamento ativo no aprendizado, provocar experincias, estimular acapacidade de autoavaliao e de trabalho em equipe, evitando a passividadee o esmorecimento.
Concluindo, lembremos da citao de Rudolf Steiner:
No importa que eu tenha uma opinio diferente do outro. Mas que o outroencontre o certo, a partir de si prprio, se eu contribuir um pouco para tal
BIBLIOGRAFIA
ADIGO (2001) Programa de Desenvolvimento de Lderes e Facilitadores. SoPaulo.
Alcal, Adolfo (1999)Es la Andragoga una Ciencia?. Ponencia. Caracas.
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Canario, Rui (1999) Educao de Adultos, um campo e uma problemtica.Lisboa: Educa.
Cavacanti, Roberto de Albuquerque (1999) Andragogia: A aprendizagem
nos adultos. Revista de Clnica Cirrgica da Paraba.
Freire, Paulo (1987) Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra. Rio de Janeiro.
Freire, Paulo (1996) Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra. Rio de Janeiro.
Marquez, Adriana (1998) Andragoga: Propuesta Poltica para una CulturaDemocrtica en Educacin Superior. Santo Domingo, Repblica Dominicana.
Fernndez S. Nstor (2001) - Andragoga. su ubicacin en la educacincontinua. Universidad Nacional Autnoma de Mxico.
Steiner, Rudolf (1988) A Arte da Educao I e II Antroposfica. SoPaulo.
UNESCO (1997), La Declaracin de Hamburgo. Memrias de la ConferenciaMundial de Educacion de Adultos. Bogot
5 ENCONTRO
EDUCAO DE JOVENS E ADULTOS E EVASO
Paola Gentil e Andressa Rovani
J so cerca de 4,2 milhes de alunos em todo o pas. Esse nmero tende acrescer com os projetos de combate ao analfabetismo
H um intenso movimento de jovens e adultos voltando sala de aula. Quemno teve oportunidade de estudar na idade apropriada, ou que por algummotivo abandonou a escola antes de terminar a Educao Bsica, est
procurando as instituies de ensino para completar seus estudos. Aquelesque no sabem ler e escrever pretendem ser alfabetizados. Os que j tmessas habilidades desejam adquirir outros saberes e diploma, naturalmentepara que tenham chances no concorrido mercado de trabalho e sintam-secidados responsveis pelos destinos do pas. Nesta e na prxima edio deESCOLA voc vai conhecer um pouco mais sobre teoria e prtica da Educaode Jovens e Adultos.
PRIORIDADE NACIONAL
Crescem as matrculas, mas evaso preocupa
mailto:[email protected]?subject=EDUCA%C3%87%C3%83O%20DE%20JOVENS%20E%20ADULTOSmailto:[email protected]?subject=EDUCA%C3%87%C3%83O%20DE%20JOVENS%20E%20ADULTOS -
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Mais do que alfabetizar a populao, um desafio antigo, o pas necessita
expandir a escolaridade nos nveis fundamentais e mdios.
So mais de 65 milhes os jovens e adultos que no concluram oensino bsico. Desses, 30 milhes no freqentaram nem os quatro primeirosanos escolares so os chamados analfabetos funcionais. Cerca de 16 milhesno sabem ler nem escrever um bilhete simples. O pas tem apenas 19municpios dos mais de 5,5 mil com mdia de escolarizao acima de oitoanos. Ao analisar esses dados, fica claro que acabar com o analfabetismo emelhorar a taxa de escolaridade dos brasileiros so uma das prioridades nocenrio da educao nacional.
A situao vem melhorando. O Censo Escolar 2003 aponta ocrescimento de 12,2% nas matrculas de jovens e adultos na rede oficial (vejatabela na pgina ao lado). So mais de 4,2 milhes de pessoas que voltaram aestudar, sem contar outras 730 mil atendidas por movimentos populares,empresas, sindicatos ou organizaes no governamentais. "Se a educao um direito de todos, independentemente da idade, como diz a nossaConstituio, temos de dar EJA a mesma ateno oferecida a todos ossegmentos do ensino bsico", afirma Cludia Veloso, coordenadora-geral deEJA do Ministrio da Educao. Na prtica, a EJA passa a ser contemplada poralguns programas de governo, como o Programa Nacional da Biblioteca naEscola. Ainda este ano as escolas tero quatro colees de literaturaespecficas para esse pblico, com seis ttulos cada uma, e os concluintes dosegundo segmento do Ensino Fundamental tambm recebero volumes emcasa.
Movimentos populares
A batalha para aumentar a escolaridade antiga. No incio do sculopassado a presso para acabar com o analfabetismo vinha da indstria,carente de mo-de-obra especializada. "Diversos projetos oficiais surgiram,
mas foram os movimentos sociais que deram as bases para a Educao deJovens e Adultos que temos hoje", afirma Lencio Soares, professor de ps-graduao e coordenador do Ncleo de EJA da Faculdade de Educao daUniversidade Federal de Minas Gerais. A ditadura militar tentou abafariniciativas como os Centros Populares de Cultura e o Movimento de Educaode Base, entre outros, propondo o Movimento Brasileiro de Alfabetizao, oMobral.
Com a abertura poltica, a sociedade voltou a organizar-se. O Brasil
participou de conferncias internacionais, reforando o compromisso com o fimdo analfabetismo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), de
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1996, dedicou EJA toda uma seo. O governo federal lanou em 1997 aAlfabetizao Solidria hoje uma ONG atuante em 2010 municpios e em 2001o projeto Recomeo (este ano rebatizado de Fazendo Escola), que distribuirecursos para aquisio de material e pagamento de professores de EJA para
municpios com baixo ndice de Desenvolvimento Humano. O programa atendeo Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste, regies com os maiores ndices deanalfabetismo e analfabetismo funcional (veja grfico ao lado). Foram asDiretrizes Curriculares Nacionais de 2000 que definiram os objetivos da EJA:restaurar o direito educao negada aos jovens e adultos, oferecer a elesigualdade de oportunidades para a entrada e permanncia no mercado detrabalho e qualificao para uma educao permanente.
Continuidade
Ao atrair o adulto para a escola, preciso garantir que ele no aabandone. As altas taxas de evaso (menos de 30% concluem os cursos) tmorigem no uso de material didtico inadequado para a faixa etria, noscontedos sem significado, nas metodologias infantilizadas aplicadas porprofessores despreparados e em horrios de aula que no respeitam a rotinade quem estuda e trabalha. Problemas como esses podem ser resolvidosquando o professor conhece as especificidades desse pblico e usa arealidade do aluno como eixo condutor das aprendizagens, como voc vernas prximas pginas. Aps a alfabetizao, garantir a continuidade dosestudos outro desafio. "Quem j sabe ler e escrever quer tambm fazer oEnsino Fundamental e o Mdio", afirma Vera Masago Ribeiro, coordenadorada organizao no governamental Ao Educativa, responsvel pelaelaborao do material didtico de EJA distribudo pelo MEC. Por isso asparcerias nessa rea so bem-vindas. Na edio do prximo ms vocconhecer alguns projetos presenciais e adistncia desenvolvidos por secretarias deeducao e pela sociedade civil e como aespecializao em EJA tem sido preocupaodos institutos de formao de docentes.
EJA no Brasil nmero dematrculas
1999 3071906
2000 3410830
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2001 3777989
2002 3779593
2003 4240703
FONTE: INEP
Revista Nova Escola -Edio 0167
Novembro 2003
6 ENCONTRO
FUNO SOCIAL DA LEITURA
Grupo1
Analfabetos na sociedade letrada: diferenas culturais e modos depensamento Marta Kohl de Oliveira*
Quando nos referimos ao analfabeto na sociedade letrada, isto , a essesujeito que vive no mundo urbano, escolarizado, industrializado e burocratizadoe que no tem o domnio da palavra escrita, estamos nos referindo, naverdade, a um grupo social extremamente homogneo. um grupo composto,em sua maioria, por migrantes de zonas rurais, principalmente regio Nordestedo pas, trabalhadores em ocupaes pouco qualificadas e com uma histriadescontnua e mal-sucedida de passagem pela escola; seus pais tambm eramtrabalhadores em ocupaes braais no-qualificadas (principalmente lavoura)e com nvel instrucional muito baixo (geralmente tambm analfabetos). Acaracterizao desse grupo cultural repete-se nas vrias situaes escolares ede pesquisa que lidam com esse personagem que designamos genericamente
como "analfabeto": ele tem um lugar social especfico, que vai combinar-secom a sua incapacidade de utilizar o sistema simblico da escrita.
Se quanto a suas caractersticas socioculturais sabemos claramente oque o analfabeto, quanto ao domnio do sistema de escrita, parece que noestamos lidando com um grupo formado por indivduos muito semelhantesentre si. Os adultos que chamamos de analfabetos, imersos no mundo letrado,vo sendo contaminados pelas informaes desse mundo e acumulamconhecimentos sobre suas regras de funcionamento e sobre o prprio sistemade escrita.
Numa sociedade to saturada de escrita como a grande cidadecontempornea, raramente encontramos pessoas completamente analfabetas.
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Obviamente que, como consumidor da palavra escrita, o analfabeto est emdesvantagem em relao queles indivduos que, tendo passado por umprocesso regular de escolarizao, dominam a lgica do mundo letrado. Masele sabe coisas sobre esse mundo, tem conscincia de que dominacompletamente o sistema de leitura e escrita e est, ativamente, buscando
estratgias pessoais para lidar com os desafios que enfrenta nas esferas davida que exigem competncias letradas. Freqentemente esses indivduossabem escrever o prprio nome, muitas vezes reconhecem ou sabem escreveralgumas letras, conhecem o formato de algumas palavras, conhecem osnmeros. Alguns conhecem letra de forma, mas no letra cursiva, outros tmdificuldades de saber onde "termina uma palavra e comea outra", outros,ainda, conhecem as letras, mas no sabem "junt-las". O rtulo "analfabeto"no identifica, pois, um estgio de alfabetizao bem definido. Poderamostrabalhar, na verdade, com a idia de "graus de analfabetismo": exposto deuma forma particular aos estmulos do mundo letrado, submetido ou no aalgum tipo de treino escolar ou instruo por parte de pessoas mais
escolarizadas, usando sua capacidade de reflexo sobre o contexto em quevive e sobre seu prprio conhecimento, cada indivduo constitui umacombinao especfica de capacidades, no havendo a formao de um grupohomogneo quanto ao domnio do sistema de leitura e escrita.
A considerao do lugar social do analfabeto, juntamente com a idiados diferentes graus de analfabetismo, coloca a questo do analfabetismo nomundo letrado menos como um problema que diz respeito s relaes entreculturas e modos de pensamento. Isto , o analfabeto no qualquer indivduotecnicamente definvel como privado da capacidade de leitura e escrita e,portanto, necessitado de uma ao alfabetizadora que simplesmente lhepermita o acesso ao sistema simblico da escrita. Ao contrrio, a questocentral parece ser o enfrentamento de um grupo cultural de origem iletrada (erural, tradicional, sem qualificao profissional) com o modo de pensardominante na sociedade letrada e urbana, escolarizada, industrializada,marcada pelo conhecimento cientfico e tecnolgico).
Bibliografia
COLE, M. & SCRIBNER, S. Culture and thought:a psychological introduction.
New York: John Wiley and Sons, 1974.LURIA, A. R. Desenvolvimento cognitivo: seus fundamentos culturais e sociais.So Paulo: cone, 1990.
OLIVEIRA, M. K. de. Inteligncia e vida cotidiana: competncias cognitivas deadultos de baixa renda. Cadernos de Pesquisa, 44 :45-54, fev.1983.
OLIVEIRA, M. K. de. O inteligente e o "estudado" - alfabetizao, escolarizaoe competncia entre adultos de baixa renda. Revista da Faculdade deEducao, 13 (2) : 15-26, jul. / dez. 1987.
NOTAS
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* Professora da Faculdade de Educao da USP.
Marta Kohl de Oliveira. Analfabetos na sociedade letrada: diferenas culturaise modos de pensamento. So Paulo: Travessia, v. 5, n. 12, pp. 17 - 20 jan. /abr. 1992. Texto publicado nos Parmetros em Ao - Educao de Jovens e
Adultos
Grupo 2
Nossa lngua portuguesa - possibilidades de trabalho
Eliane Mingues
Ser que o trabalho de alfabetizao, com jovens e adultos pode tercomo pano de fundo a variedade de textos que circulam socialmente para queestes pensem sobre a leitura e a escrita? Como? De onde retirar esta
diversidade? O que propor que faam com tais textos? Como no transform-los em cartilha, repetindo com estes escritos aqueles mesmos exercciosmecnicos e sem sentido que pressupem que o sujeito nada sabe sobre esteobjeto com o qual ele interage quotidianamente atravs dos escritosespalhados pelo mundo e que esto bem na frente de seus olhos e ao alcancede suas mos?
Mas o que podemos afirmar e pensar que estes indivduos no sabem?No sabem juntar as letras? Desenh-las? Saber como estas se chamam?
E se pensarmos no contrrio, ou seja, na experincia que eles tm coma escrita que est no mundo? O que podemos afirmar e pensar que sabem?Ser que sabem o que um jornal e o que encontrar nele? Ser que sabem sde olhar se um escrito pode ser uma receita ou uma carta? Ser que podem lernos grandes painis espalhados pela cidade onde vivem o nome dos produtosque consomem? E o nome dos bancos onde podem ter conta, ser que sabemidentificar os diferentes bancos que existem lendo seus nomes e sabem entrare resolver seus problemas no banco certo? E as contas de consumo quecostumam receber em sua casa? O que ser que podem retirar de informaesdestas contas? Ser que identificam a escrita de seus nomes? So capazes depegar o nibus certo para determinado lugar que precisam ir? E comprar um
disco do cantor que gostam? Ser que podem faz-lo sem errar, ou "trocamtodas as bolas", ou seja, todos os nomes?
Estas e outras questes costumam aparecer com freqncia quando oassunto tratado diz respeito ao "como possvel alfabetizar com textos?"
Pensar no conceito - ou seja, o que se entende por alfabetizao - determinante neste contexto. Se entendermos que para aprender o sujeitodeve pensar e ter bons problemas para resolver, deve poder ter acesso ainformaes e a um bom modelo da lngua que se l e que se escreve, e que oobjeto a ser conhecido deve manter suas caractersticas de objeto social de
conhecimento, faz todo sentido organizar situaes e trazer para dentro da salade aula os textos de verdade, aqueles retirados do cotidiano e que
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costumamos usar para retirar informaes, comunicar, nos divertir, fazerpensar.
So os textos retirados dos jornais, das legendas de fotos, os poemas,os textos informativos, as piadas, as receitas, regras de jogos, enfim aqueles
que mesmo sem saber ler e escrever os estudantes, jovens e adultos, temcontato, acesso e conhecimento prvio.
Se por outro lado, o que ainda se acredita que o sujeito nada sabe eprecisa comear do zero, aprendendo primeiro o desenho de letras, o som queestas possuem e seus nomes, ai fica invivel pensar em situaes de verdade,ou seja, situaes em que os textos apaream inteiros e carregados designificado e com os quais j se construiu uma boa experincia durante a vida.
Grupo 3
O que significa mesmo ser um sujeito alfabetizado nos dias de hoje?
sabido atualmente que, cada vez mais, torna-se crescente anecessidade de possibilitar a melhoria na qualidade das competncias leitora eescritora dos indivduos que atuam em nossa sociedade. Mesmo quando estespassaram pela educao formal possvel observar que a qualidade dessaeducao, muitas vezes, no corresponde s expectativas e qualificaesesperadas para um bom desempenho de determinadas funes.
Vivemos num mundo letrado e todo processo educacional deve estarvinculado a esta realidade, tendo como objetivo uma Educao Integral quepossibilite a insero desses indivduos neste mundo letrado, tornando-os bonsleitores e escritores, usurios competentes da lngua materna.
Concordar com estes desafios significa formatar um projeto de trabalhonada fcil, no qual a tarefa principal seria a de colocar jovens e adultos emcontato com situaes contextualizadas de leitura e de escrita, possibilitando odesenvolvimento de novos conhecimentos, contribuindo para o acesso eparticipao neste mundo letrado, seja para o exerccio da cidadania, seja paraa resoluo dos problemas da vida cotidiana e a melhoria da qualidade dotrabalho.
Neste contexto, possibilitar estas conquistas significa ento dar forma aum projeto pedaggico em que os envolvidos sero convidados diariamente aler, escrever, contar, ouvir, resolver problemas, refletir sobreacontecimentos do mundo, argumentar... Atividades que vo muito alm dotreino, da repetio e da memorizao.
Considerando que um grupo de jovens e adultos, reunidos paraaprender a ler e escrever ou, ainda, reunidos para retomar e melhorar suacompetncia leitora e escritora, sempre ser um grupo de composio bastanteheterognea, no s em relao aos conhecimentos prvios dos diferentes
tipos de contedos, mas tambm quanto disponibilidade para umaaprendizagem significativa e para as diferentes formas de construo de novos
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conhecimentos, talvez, algumas perguntas instigantes sejam: Comopossibilitar que todos aprendam? ; Como selecionar os contedos maisadequados? Como avaliar?...
Possveis contedos
A partir dessa concepo, algumas sugestes de contedos para esse trabalhoso:
Leitura diria, do professor e dos alunos, dos textos de circulao social:para apreciao e diverso; para a busca de novas informaes; para aprendermais sobre um assunto; para revisar os textos, para observar como um autorresolve suas questes em relao escrita etc.
Escrita diria, do professor e dos alunos, dos textos de circulao social:para saber escrever considerando a funo e a estrutura dos diferentes tiposde textos; para saber utilizar a escrita como recurso no desempenho de suasfunes; para aprender a resolver questes impostas no ato da escrita(ortografia, pontuao, gramtica etc.); para desenvolver o papel de revisor,atravs do estudo de bons modelos de textos; da escrita em duplas, individualou em grupos; da reviso coletiva, individual ou com o apoio da professora.
Participao em eventos de oralidade: aprender a ouvir e aprender aparticipar expressando opinies de forma crtica.
Avaliao
A avaliao neste processo de ensino e de aprendizagem torna-seconstante a partir das produes dos alunos; da observao em relao participao, ao interesse e ao desempenho na realizao das atividades, dapostura enquanto membro de grupo, considerando-se sempre os avanosindividuais e do grupo.
Os instrumentos mais utilizados so: as tabulaes das aprendizagensocorridas nas seqncias de atividades feitas atravs de um quadro no qual sepontua o que mais significativo da produo de cada aluno; provas quesistematizam contedos aprendidos; bilhetes individuais que apontam
problemas a serem resolvidos ou salientam as boas solues encontradas;observao e registro do desempenho dos alunos.
Traduzindo em midos...
A partir de tudo que j foi dito, como ento o trabalho pode ganhar forma,contorno, vida?
no dia-a-dia, encontro aps encontro, nas atividades, discusses, leituras eprodues que os alunos vo tendo problemas a resolver.Pode-se estruturar uma rotina que compreenda:
Lngua Portuguesa:Atividade permanente: leitura compartilhada;
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Leitura individual: diversidade textual;Escrita individual ou em pequenos grupos: diversidade textual;Anlise e reflexo sobre a lngua: reviso textual.
Exemplo de trabalho com a leitura
Em que situaes, alm daquelas vivenciadas por leitores particulares,pode-se ouvir em voz alta e acompanhar o texto, numa situao de leituracompartilhada de livros como: O Conto da Ilha Desconhecida de JosSaramago, prmio Nobel de literatura; Alexandre e Outros Heris deGracialiano Ramos, conhecido autor regionalista; Morte e Vida Severina, doconsagrado Joo Cabral de Melo Neto;As janelas do Parati, escrito por AmirKlink e O Xang de Baker Streetde J Soares, entre outras histrias?
Com muita sorte, em algum momento da escolaridade, quandoconscientes do papel da leitura de autores consagrados, professores,
bibliotecrios ou outros compartilham com os alunos suas experincias leitoras,fazendo "rodas" ou sees de leitura em voz alta. Com jovens e adultos queretomaram seus estudos, esta oportunidade poder ser nica, portanto osresponsveis por este trabalho no deveriam deixar de fora a literatura. Aquelaque o professor aprecia, gosta e que se no for pela voz dele, o professor,estes alunos jamais tero tal oportunidade de conhecer, gostar e mergulhar nomundo das letras.
Ter bons livros na sala de aula, ter acesso aos mesmos e poderconhecer alguns clssicos sem duvida uma situao privilegiada de transitarpelo mundo dos livros e aprender com eles. Os textos citados acima so salgumas possibilidades de concretizar este trabalho. Estas leituras, realizadaspelo professor, se dirias e de boa qualidade, podem comunicar aos alunoscomportamentos leitores muito importantes, alm de servir como matria-primapara produes futuras. Um aluno que tem um modelo pobre da lngua queescreve, normalmente tende a reapresentar uma produo pobre comoresultado do que vivenciou. J um aluno que tem contato com o que h demelhor no mundo da escrita poder, quando solicitado, produzir textos de muitomelhor qualidade.
Grupo 4Que sugestes de atividades de escrita podem ser propostas?
A elaborao de murais, para o refeitrio da escola, seus corredores,sua porta de entrada ou, ainda, um mural ambulante, que coloca disposiodas outras pessoas que freqentam a escola parte do que esto aprendendo,pesquisando, descobrindo podem ser timas situaes de produo de escritae uso desta...
Organizar um caderno de receitas, uma coletnea dos poemas mais
apreciados pela turma, um baralho com dicas culturais da cidade, um livro de
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"o que o que ", ou de piadas, um jornal, um lbum de famlia, entre outros,podem ser situaes de uso da escrita bastante interessantes.
Os jogos, como as cruzadinhas, a forca, o caa-palavras, podem sersituaes interessantes de aprendizagem para se pensar nas letras, seus sons
e suas posies nas palavras e no deixam de serem situaes de verdade douso da lngua.
Mas como propor tudo isto se estes jovens e adultos ainda no lem eno escrevem? O papel do professor como aquele que vai ajudando,colocando problemas, dando forma ao que os alunos pensam fundamental.Ele ser uma pea fundamental, pois dele depender, em muitas ocasies, aescrita do que os alunos podem produzir oralmente, a leitura do que elessozinhos ainda no podem fazer, enfim ele um organizador de tudo que forproposto.
O que no se pode perder de vista que o cardpio que se vai oferecerno muda nunca, ou seja, vamos continuar a propor que os estudantes leiam,escrevam, copiem, faam ditados, interpretem o que esto lendo. O que vaimudar a qualidade do que ser proposto, ou seja, a leitura e produo detextos bem escritos e de verdade, a interferncia constante do professordurante todo o processo e a conscincia de que se aprende a ler lendo, e aescrever escrevendo, tendo como pano de fundo, bons problemas a se resolvere boas questes para pensar.
Exemplos de produes escritas de um grupo de Jovens Adultosestudantes
A produo de autobiografias inspiradas no texto "AUTO-RETRATO" deGraciliano Ramos, realizada tambm pelo mesmo grupo, possibilitou umabrincadeira divertida com a lngua escrita: a leitura dos textos para que seadivinhasse quem eram seus autores:
Adivinhe quem quem...
Se voc acha que conhece todos que esto nesta turma, teste seuconhecimento. Abaixo de cada auto-retrato, existe um espao para ser
preenchido com o nome do personagem autobiografado.Se tiver dvidas e no conseguir resolver o enigma, v at o final da
sesso e recorte os nomes que esto na ordem correta de apresentao dostextos no livro e cole-os no lugar indicado.
Boa sorte e aproveite para conhecer mais detalhadamente quem se apresentaento a seguir...
Auto-retrato aos 38 anos
Nasceu em 1960, em Lagedo, BahiaCasado duas vezes, tem quatro filhos
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Altura: 1,68Sapato n 40Pesa 58 quilosGosta de andarGosta de vizinhos, sendo cada um na sua casa
Gosta muito de rdio e televisoDetesta quem fala altoUsa culosGosta de comida mineiraAdora frutasGosta muito de msica sertanejaAma muito seus filhos catlico no praticantePrimeiro livro que leu: "O Xang" de J SoaresFuma cigarros "FREE"Gosta muito de praia e de mar
Gosta de pescarTem uma gastrite nervosa que o incomoda muitoEspera morrer quando Deus quiser.
Autor:
Outro importante trabalho com a leitura e escrita consistiu em aprender aselecionar informaes relevantes de um texto, que se traduziu e materializouem textos informativos em forma de "VOC SABIA".
Aqui amostras de algumas produes:
Exposio
ANIMAL
VOC SABIA QUE O TATUPEBA UM DOS POUCOS ANIMAIS QUECONTINUAM SENDO CAADOS, APESAR DA LEGISLAO QUE PROBEA MATANA DOS ANIMAIS SILVESTRES?
GECIEL VIEIRA CASSIANO
VOC SABIA QUE O GAMB FOI O PRIMEIRO BICHO AMERICANOCONHECIDO NA EUROPA?
O NAVEGANTE VICENTE PINZN LEVOU UMA FMEA NO NAVIO, EFICOU ENCANTADO COM A BOLSA QUE ELA TINHA NA BARRIGA, ONDEAPARECIAM AS CABEAS DOS GAMBAZINHOS CURIOSOS.
VOC SABIA QUE O GAMB MEDE 47 CM, MAIS 37 CM DE RABO?
Judivan
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VOC SABIA QUE PELO TAMANHO, O LEO PARTILHA COM O TIGRE OPRIMEIRO LUGAR ENTRE OS GRANDES FELINOS?
UM MACHO ADULTO PODE MEDIR AT TRS METROS DECOMPRIMENTO DO FOCINHO PONTA DO RABO, E PESAR MAIS DE 230
QUILOS?
CICERO FERNANDES
VOC SABIA QUE O VEADO MATEIRO CASTANHO?
VIVE NA AMRICA DO SUL? PESA AT 25 QUILOS? MEDE 90 CM DE ALTURA? COME FOLHA E CAPIM? TEM UMA GESTAO DE 217 DIAS?
O VEADO CASTANHO, TENDENDO PARA COR FERRUGEM, MASQUANDO FILHOTE TODO PINTADINHO. ESSAS MANCHINHASBRANCAS SOBRE O PLO MARROM AJUDAM O VEADINHO A SECAMUFLAR NO MEIO DA MATA.
VOC SABIA QUE O VEADO MATEIRO PERDE O CHIFRE A CADA ANO ECADA VEZ QUE O CHIFRE NASCE ELE MAIOR?
NADI
Exemplos do trabalho com poemas que resultou num livro:
Apresentao do trabalho pela professora:
" com muito orgulho que apresento o produto final de escrita do nossotrabalho de Lngua Portuguesa.
Em sntese, ele parte da histria deste grupo que durante um ano leu muitospoemas, devorou crnicas, apreciou romances... E, portanto, pde se dedicarcom afinco tarefa, mais que rdua, de produzir textos escritos.
Espero, realmente, que apreciem os poemas inventados!!!
S tenho elogios a fazer para quem, com dedicao, freqentou as aulas epde descobrir ou redescobrir os prazeres de conhecer...
Foi um ano em que pudemos, alm de escrever, visitar outros mundos atravsda leitura e tenho certeza de que muitos adoraram e aproveitaram muito aviagem.
A companhia de Graciliano Ramos, Joo Cabral de Mello Neto, Carlos
Drummond de Andrade, Lus Fernando Verssimo, Jorge Amado, J Soares etantos outros nos foi to oportuna!
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No entanto, este tempo de trabalho foi s o comeo e preciso seguiravanando, e isto significa continuar lendo, se preocupando com a escritacorreta das palavras, com a pontuao, com a apresentao final dos textos,observando enfim como escrevem nossos mestres para que se possa aprenderainda mais com eles.
Agora, hora de colher os frutos das conquistas e uma delas poder apreciareste livro. Espero que gostem do resultado, que sem dvida representa muitode tudo que foi concretizado.
Parabns, alunos!
Poemas para apreciar...
Os poemas que vocs lero a seguir foram feitos a partir da leitura e anlisedeste lindo poema de Carlos Drummond de Andrade.
Cidadezinha qualquer
Carlos Drummond de Andrade
Casas entre bananeiras,Mulheres entre laranjeiras,Pomar, amor, cantar.
Um homem vai devagar.Um cachorro vai devagar.Um burro vai devagar.
Devagar... As janelas olham...- Et vida besta, meu deus!
Exemplos dos poemas dos alunos:
GenteClo
Gente sem trabalharGente sem estudarEstudar, trabalhar, avanar.
Homem precisa trabalhar,pois, sem trabalho, no temComo de sua famlia cuidar.
Criana precisa estudarPois, sem estudoNo tem como trabalhar.
- Et vida sofrida sem estudar!!!
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Aves no meio das rvores
Valdemir
Aves no meio das rvoresQue passam o tempo a cantarE que no precisam pensar.
Um carro vai devagarLevando gente para passearSem beber e sem fumarE sempre a cantar.
Devagar as pessoas olham e dizem:
- ETA vida corrida, cansada e sofrida,Meu Deus!!!
Bibliografia:
COLL, Csar. Aprendizagem escolar e construo de conhecimento. PortoAlegre: Artes Mdicas, 1994.
DURANTE, Marta. Alfabetizao de adultos: leitura e produo de textos. PortoAlegre: Artes Mdicas, 1998.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prticaeducativa. So Paulo: Paz e Terra, 1996.
NOTAS
Pedagoga; Consultora da SEF/MEC; Coordenadora de projetos noCEDAC (Centro de Estudos e Documentao para a Ao Comunitria).
7- MINI FRUM: LEITURA NA VIDA COTIDIANA
Propor debate com os alfabetizadores a partir de leitura de um texto deaprofundamento. Discutir e surgiram algumas propostas de incentivo a leitura.Socializar experincias de leituras.
Desenvolver, nas turmas, um trabalho mais direcionado ao mundo da
leitura;
Estabelecer parcerias com as outras instituies competentes para
participarem deste processo;
Trabalhar de forma participativa para incluir a familiar nas atividades de
leitura;
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As turmas que funcionem nas unidades escolas realizar o trabalho em
conjunto com coordenador pedaggico, pois ele pode interferir positivamente
na aproximao da famlia com as turmas de alfabetizao.
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Anexos
Relatos de Experincias
O que d certo na Educao de Jovens e Adultos
Misturar as disciplinas - j que no mundo elas no esto separadas -,integrar os alunos na vida escolar e usar a experincia deles em sala. Essasso algumas das chaves para voc abrir as portas da escola queles quedemoraram tanto para chegar at ela
Alfabetizar para manter os alunos estudando
Quem tem uma turma de EJA sabe das dificuldades de manter ointeresse dos alunos - que chegam cansados do trabalho, de planejar aulasque tenham relao com a vida deles e que no sejam uma versoempobrecida do que dado a crianas e adolescentes. Mas j h inmerasescolas trabalhando a EJA com sucesso. Selecionamos experincias quetrazem os fundamentos para que voc possa dar aos estudantes oportunidadede se tornarem cidados autnomos e transformar a escola na porta deentrada de um mundo a ser descoberto.
Seguindo a linha do educador Paulo Freire (1921-1997), o projetoalfabetiza com base em temas geradores, fazendo a ligao dos contedosescolares com a vida dos estudantes. Em sua turma de alfabetizao na
Escola Municipal Jos Clementino Coelho, na zona rural de Limoeiro, oprofessor Aluzio Barbosa da Silva, por exemplo, comeou uma das aulas comuma cano sobre o meio ambiente. Enquanto cantavam, os alunos treinavama leitura e aprendiam que as queimadas empobrecem o solo, tirando o sustentodeles e das prximas geraes. "Eu vi por que importante reciclar o lixo e quemuitas famlias vivem de vender os materiais reciclveis", conta a agricultoraMarlene Rosa de Lima Silva, 46 anos.
Na mesma Limoeiro, o Educandrio Beatriz Frana recebe algumas
turmas do projeto no perodo noturno. Os alfabetizandos participam, uma vezpor semana, de aulas de ginstica laboral dadas voluntariamente pelaprofessora de Educao Fsica da escola, Cristina Maria de Mendona. "Ensinoexerccios de relaxamento e alongamento e utilizo msicas e brincadeiras. Como esprito mais leve, a aprendizagem melhora." Cristina revela que algunsestudantes mais velhos no conheciam doenas como artrite e osteoporose."Eles falam que com a ginstica as dores sumiram", diz. "No estamos apenasemprestando algumas salas de aula. Todos tm acesso biblioteca e, assimque inaugurar a sala de informtica, tambm podero us-la. uma forma de
contribuir para o desenvolvimento da nossa comunidade", afirma a diretoraMaria do Socorro Pereira de Souza.
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Paralelamente a trabalhos como esse, estados e municpios j semovimentam para proporcionar a continuidade da escolarizao aos formandosdas turmas de alfabetizao. A orientao da Seduc de que os alunos sejamestimulados pelos professores a prosseguir os estudos. "Em Limoeiro, estamos
mobilizando as secretarias estadual e municipal de educao para ampliar aoferta de EJA.
Mostrar que a escola se modernizou
Um grande desafio para professores de jovens e adultos acabar com aestranheza que a escola causa a muitos logo nos primeiros dias de aula. Omodelo que a maioria guarda na memria de salas com carteiras enfileiradas,quadro-negro, giz, livro, caderno e um professor - que fala o tempo todo epassa tarefas. Muitos alunos, ao participar de debates, estudos do meio,apresentaes de vdeo ou dinmicas de grupo, ficam com a sensao de queesto sendo "enrolados".
Para Vera Masago Ribeiro, coordenadora de programas da AoEducativa, organizao no-governamental em So Paulo, importantemostrar que recursos variados tambm fazem parte da aprendizagem. Paraisso, relacionar esses recursos com o contedo da aula um bom comeo. "Sea idia passar um vdeo para a turma, o professor pode antes dar um textosobre o tema e provocar uma breve discusso. Terminado o filme, ele pergunta
aos alunos qual foi o trecho mais emocionante ou marcante", sugere Vera. Elaalerta, no entanto, que preciso combinar essas atividades com o momento doregistro escrito que, para a turma, uma caracterstica especfica da escola."Ao escrever, eles tm o sentimento de aprendizagem, de apropriao doconhecimento."
Na Escola Estadual Jorge Fernandes, em Natal, os professores de EJAso orientados a preparar o terreno antes de cada atividade diferenciada. "Se oaluno for pego de surpresa, acaba achando que aquilo no faz parte da aula",
afirma a vice-diretora da escola, Maria Gorete de Frana Gomes. "Por isso, osprofessores mostram, aos poucos, que existe um mundo alm do quadro e dogiz: h filmes, msicas, entrevistas, documentrios, livros e tantas outrascoisas interessantes s quais a mai