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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL BASEADO EM INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL APLICADO À MICRO EMPRESAS Cristiane Rosa (UNIVALI) [email protected] George Luiz Bleyer Ferreira (UNIVALI) [email protected] Osmar Possamai (UFSC) [email protected] O presente estudo teve como objetivo propor um plano de gestão ambiental para micro empresas com base em indicadores de desempenho ambiental. A partir do mapeamento do processo se obteve entradas e saídas caracterizando os aspectos e impactos ambientais em média e alta significância. Como procedimento metodológico optou-se por um estudo de caso em uma microempresa do setor madeireiro para avaliar a aplicabilidade das ações e o método. A partir desse levantamento foi possível identificar potenciais impactos gerando quatro indicadores de desempenho ambiental (IDA) relacionados ao consumo de toras de pinus, de energia elétrica, de óleo diesel e cumprimento dos requisitos legais. Por fim, com base nestes resultados foram propostos 14 programas e ações para melhoria da gestão ambiental através do controle dos indicadores de desempenho sugeridos, de modo a possibilitar a melhoria contínua e sustentabilidade do processo produtivo. Palavras-chave: Indicadores de desempenho ambiental, Gestão ambiental, microempresa, NBR ISO 14.001, NBR ISO 14.031. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015.

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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

BASEADO EM INDICADORES DE

DESEMPENHO AMBIENTAL APLICADO

À MICRO EMPRESAS

Cristiane Rosa (UNIVALI)

[email protected]

George Luiz Bleyer Ferreira (UNIVALI)

[email protected]

Osmar Possamai (UFSC)

[email protected]

O presente estudo teve como objetivo propor um plano de gestão

ambiental para micro empresas com base em indicadores de

desempenho ambiental. A partir do mapeamento do processo se obteve

entradas e saídas caracterizando os aspectos e impactos ambientais em

média e alta significância. Como procedimento metodológico optou-se

por um estudo de caso em uma microempresa do setor madeireiro para

avaliar a aplicabilidade das ações e o método. A partir desse

levantamento foi possível identificar potenciais impactos gerando

quatro indicadores de desempenho ambiental (IDA) relacionados ao

consumo de toras de pinus, de energia elétrica, de óleo diesel e

cumprimento dos requisitos legais. Por fim, com base nestes resultados

foram propostos 14 programas e ações para melhoria da gestão

ambiental através do controle dos indicadores de desempenho

sugeridos, de modo a possibilitar a melhoria contínua e

sustentabilidade do processo produtivo.

Palavras-chave: Indicadores de desempenho ambiental, Gestão

ambiental, microempresa, NBR ISO 14.001, NBR ISO 14.031.

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1. Introdução

O impacto ambiental causado pelas ações de empresas é um tema relevante que tem tomado

espaço nas agendas de muitos executivos. As organizações contemporâneas que estão

alinhadas a essas preocupações, planejam ações que visam melhorar o processo produtivo da

empresa, como também a qualidade final de seus produtos e principalmente os possíveis

aspectos e impactos ambientais. Para Barbieri (2011) a implantação de medidas de

gerenciamento ambiental, do ponto de vista empresarial, é comum o pensamento que qualquer

providência que seja tomada em relação ao meio ambiente traz consigo o aumento de

despesas. Jabour e Jabour (2013) explica que existem também empresas capazes de ousar nas

melhorias internas de forma a transformar as restrições e ameaças ambientais em

oportunidades de negócios. Outro fato relacionado à implantação do sistema de gestão

ambiental, segundo Fernandes at al (2012) é a dificuldade de implantação em empresas de

pequeno e médio porte, devido a impactos ambientais reduzidos, neste caso, se comparado

com empresas de grande porte. Segundo Seiffert (2007) para um impacto ambiental isolado

esta hipótese pode ser verdadeira, mais isto não faz com que o mesmo não se torne

acumulativo. Para Dias (2011) a possibilidade de se constituir mecanismos e técnicas de

gestão que facilitem a adoção de práticas de gestão que favoreçam a implantação de baixo

custo e que revertam os resultados em ganhos reais deve ser perseguida.

Dessa forma, surgiu a motivação para esta pesquisa: A dificuldade para micro e pequenas

empresas em identificar um plano de gestão ambiental que traga melhorias aos seus

processos, serviços e produtos de maneira que estes, não apenas estejam em conformidade

com o meio ambiente e a legislação mais, que possam ser implantados de maneira prática sem

grandes investimentos de recursos financeiros. Desta forma, a presente pesquisa tem o

objetivo de elaborar um Plano de Gestão Ambiental com base em indicadores de desempenho

ambiental orientados a microempresas.

2. Metodologia

Para atender o objetivo da pesquisa a abordagem feita nos meios de investigação caracterizou-

se como bibliográfica e de campo. Na pesquisa bibliográfica fez-se uma revisão da literatura

sobre o tema a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros e artigos

de periódicos. Optou-se também pelo estudo de campo para proporcionar uma análise acerca

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do modo como foi implantado o Plano de Gestão Ambiental com base em indicadores.

Definiu-se uma microempresa do ramo madeireiro para observar a aplicação prática, a fim de

validar os resultados obtidos a partir da pesquisa bibliográfica.

2.1 Identificação e classificação dos resíduos do processo produtivo

Por meio de visitas técnicas realizadas na empresa selecionada, como estudo de campo foram

empregados questionários e entrevistas com os funcionários, além da observação in loco para

levantamento dos dados. Através de diagramas de blocos montou-se o fluxograma do

processo identificando e caracterizando as principais etapas do processo produtivo. Assim, se

quantificou e caracterizou as entradas e saídas de cada etapa do processo. Desta forma foram

levantados os aspectos ambientais e a geração de resíduos, classificando-os conforme a

ABNT NBR 10.004.

2.2 Avaliação e categorização do impacto ambiental

Depois de identificados os aspectos e impactos ambientais estes foram caracterizados quanto

à situação, quanto à incidência do aspecto / impacto, com relação à classe dos impactos, e

severidade seguindo o que preconiza a NBR ISO 14001. A Categoria do impacto ambiental

foi definida pelo cruzamento entre os dados da Consequência/Severidade. Com relação aos

requisitos legais foram identificados aqueles que incidem sobre o impacto ambiental. Logo no

enquadramento, atribuiu-se Sim (S) para os impactos considerados como de Alta e Média

Significância, e Não (N) para os impactos de Menor Significância.

No que corresponde aos controles operacionais, foram atribuídos “sim” (S) para casos onde

exista gerenciamento dos aspectos e impactos ambientais, e “não” (N) para situações onde

não existe o gerenciamento. Por fim, as Ações de Gerenciamento foram propostas medidas de

prevenção e mitigação dos impactos ambientais, juntamente com os objetivos e metas para

que a organização consiga atingir o que foi proposto em seu plano de gestão.

2.3 Identificações dos indicadores de desempenho e plano de ação

A identificação dos indicadores de desempenho ambiental se baseou no que preconiza a NBR

ISO 14031, onde se classificou os indicadores de desempenho ambiental (IDA) em

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indicadores operacionais (IDO) e gerenciais (IDG). O plano de ação consiste na identificação

de ações capazes de atingir os objetivos e metas propostos pela organização, priorizando

ações para mitigar os impactos com maior severidade informados pela etapa anterior.

Também define as responsabilidades dos colaboradores internos e aloca os recursos humanos

e financeiros necessários para a sua implantação, levando em consideração os aspectos

ambientais da organização. Finalmente o plano amarra as ações propostas às exigências

legais. Para a elaboração do plano de ação considerou-se a metodologia 5W1H, ou seja,

(What, Why , Where, When, Who e How).

3. Resultados e discussões

Com base no levantamento dos dados através de entrevistas e medições in loco, observando

cada etapa da metodologia proposta no tópico anterior, analisaram-se os resultados de forma a

verificar a aplicabilidade da metodologia e a importância do resultado gerado para mitigar o

impacto ambiental.

3.1 Caracterizações do processo de fabricação

Para um entendimento inicial de todo o processo produtivo da empresa levantou-se o fluxo do

processo etapa por etapa. A figura 01 corresponde a este levantamento e representa o processo

produtivo que tem como início o transporte da matéria-prima, que seguindo o fluxo lógico do

processo o mesmo é finalizado na etapa onde é realizado o armazenamento e a expedição do

produto final. Importante que se diga que cada etapa do processo identifica o aspecto

ambiental, ou seja, o elemento que gera o impacto ambiental.

Figura 01 - Fluxograma do processo produtivo

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3.2 Identificação e classificação das entradas e saídas do processo de fabricação

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O processo de fabricação da madeira de pinus serrada tem início no transporte das toras de

pinus do local da extração até o pátio da empresa. O carregamento das toras, dependendo do

local onde as mesmas foram compradas, é realizado pela própria empresa que comercializa as

toras, em outros locais o carregamento e o transporte é realizado pela empresa em estudo.

Realizado o carregamento e o transporte das toras estas são descarregadas no pátio da

empresa onde serão encaminhadas para processo de corte. No processo de corte a tora será

serrada e ganhará forma de produto. Na serra, máquina que retira a casca do pinus, é onde

também se bitola a madeira. A bitola da madeira consiste em ajustar o tamanho da madeira de

acordo com o que foi solicitado pelo cliente, sendo que a empresa produz madeiras de

caixaria, caibros e sarrafos de telhas, portanto, cada uma destas madeiras possui larguras,

espessuras e comprimentos diferentes que serão determinados conforme a programação

realizada na máquina de serra. Posteriormente, a madeira é encaminhada para o processo de

acabamento, que consiste na passagem das toras pela máquina circular com o intuito de retirar

possíveis imperfeições provenientes da casca do pinus que ainda ficaram na madeira. Nesta

etapa tem-se a fabricação da madeira bruta que pode ser diretamente encaminhada para a

expedição, caso contrário, se o cliente desejar uma madeira beneficiada esta será encaminhada

para o próximo processo.

Para a produção da madeira beneficiada, é necessário que a mesma esteja totalmente seca.

Desta forma, as tábuas, caibros ou sarrafos são dispostos em grades para a realização da

secagem que ocorre no pátio da empresa, para então ser encaminhada para o processo de

beneficiamento (retificação). O processo de secagem irá depender das condições climáticas.

No processo de retificação, a madeira após passar pelo processo de secagem, passa por uma

máquina que plaina o produto, deixando-o extremamente lisos e sem imperfeições. Nesta

etapa tem-se a fabricação da madeira beneficiada que é diretamente encaminhada para a

expedição.

Por fim, o processo de armazenamento da madeira de pinus serrada é feito no pátio da

empresa, posteriormente segue para a expedição que é realizada pelos caminhões da empresa.

O carregamento das madeiras nos caminhões é realizado com auxílio de um munck (máquina

carregadeira) e pelos funcionários da empresa. Após o carregamento as madeiras são

encaminhadas principalmente para clientes dos municípios de Itajaí, Balneário Camboriú e

Camboriú em Santa Catarina, além de outros municípios próximos.

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Quadro 01 - Entradas e saída do processo de produtivo

ENTRADA PROCESSO SAÍDA

Óleo diesel

Emissões atmosféricas

Óleo lubrificante Resíduo proveniente do óleo

usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Pneus Resíduos de pneus

Toras de pinus Toras de pinus

Ruído

ENTRADA PROCESSO SAÍDA

Óleo lubrificante

Resíduo proveniente do óleo

usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Toras de pinus

Madeira serrada

Casca de pinus

Serragem

Resíduos de madeira

Energia Elétrica Energia consumida

Ruído

Óleo lubrificante

Resíduo proveniente do óleo

usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Madeira de pinus serrada Madeira Bruta

Resíduos de madeira

Serragem

Energia Elétrica Energia consumida

Ruído

Madeira bruta e verde

Madeira bruta seca

Óleo lubrificante

Resíduo proveniente do óleo

usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Madeira de pinus Bruta seca

Serragem

Cepilho

Madeira Beneficiada

Energia Elétrica Energia consumida

Ruído

Óleo diesel

Emissões atmosféricas

Óleo lubrificante Resíduo proveniente do óleo

usado

Óleo hidráulico Óleo queimado

Pneus Resíduos dos pneus

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Ruído

3.3 Identificação e classificação dos resíduos

Os resíduos produzidos ao longo do processo produtivo da empresa foram classificados

conforme a NBR 10.004 que classifica os resíduos sólidos em resíduos perigosos e não

perigosos. Foram identificados resíduos resultantes do óleo usado e óleo queimado, sendo

estes, classificados como Classe I – perigoso. Os resíduos dos pneus foram classificados como

II B – não perigoso – Inertes. Já os resíduos II A – não perigosos – não inertes correspondem

às cascas de pinus/resíduos de madeira, serragem e cepilho. Desta forma que os resíduos

Classe I devem ser destinados para Aterro Classe I, já os resíduos Classe II A e II B devem

ser encaminhados para Aterro Classe II. Atualmente, a empresa vende os resíduos da casca de

pinus, serragem, cepilho e os restos de madeira para empresas como cerâmicas e floriculturas

da região. Resíduos da casca de pinus de menor tamanho que não são reaproveitados nas

cerâmicas e floriculturas são dispostos no pátio da empresa.

Os resíduos perigosos são gerados em pequena escala, o que atualmente resulta na destinação

inadequada, como no lixo comum. Os resíduos de pneus são resultantes da manutenção

realizada nos caminhões que geralmente acontece em oficinas terceirizadas, desta forma os

resíduos acabam sendo destinados por essas oficinas.

3.4 Avaliações dos impactos ambientais

Para a identificação dos aspectos/impactos ambientais considerou-se todo o processo

produtivo da empresa, sendo que cada processo foi analisado separadamente. Consideraram-

se também as atividades de limpeza, a caixa de serragem e o compressor. Com relação à

significância obteve-se como resultados aspectos/impactos de baixa, média e alta

significância. Quanto aos aspectos/impactos identificados como de Alta Significância,

classificou-se os impactos resultantes do Consumo de Energia e do Consumo de água como

de Alta Significância por serem aspectos que contribuem para o esgotamento/redução da

disponibilidade de recursos naturais, sendo um aspecto que ocorre todos os dias na empresa,

pois seu processo produtivo depende do uso da energia elétrica, além do consumo de água

para limpeza e abastecimento humano.

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Os demais aspectos/impactos foram classificados como de média e de baixa significância. Os

impactos resultantes da Emissão de produtos de combustão/Emissão de Fumaça preta, do

Vazamento de óleo dos caminhões, da Emissão de material particulado, da Geração de

resíduos dos pneus, do Resíduo da casca de pinus/Varrição dos caminhões, da Geração de

resíduos provenientes da casca de pinus, da Geração de resíduos de EPIs, da Geração de

resíduos de Madeira / serragem, da Geração de resíduos de Madeira / Cepilho, da Geração de

embalagens de óleo, de Estopas, trapos e panos contaminados com óleo, da Geração de peças

sujas de óleo, dos Resíduos de máquinas, dos Óleos lubrificantes, da Geração de resíduos de

varrição e da Geração de lâmpadas fluorescentes foram classificados de média significância,

uma vez que não se enquadram como alta significância, além de seus impactos não ocorrerem

periodicamente como no caso do vazamento de óleo dos caminhões, ou até mesmo a geração

dos diversos resíduos ao longo do processo da empresa que poderão ser mitigados com ações

de controle dos mesmos. Diante disso, para esses aspectos e seus respectivos impactos

considerou-se a classificação de média significância, uma vez que os mesmos poderão ser

mitigados e controlados com ações e medidas de controle ambiental.

Os impactos identificados como de baixa significância foram resultantes dos aspectos como a

geração de ruídos, o risco de acidentes de trabalho, o risco de acidente de trânsito, o incêndio,

a explosão e a geração de resíduos metálicos, uma vez que estes aspectos não ocorrem

periodicamente e podem ser controlados com ações de controle. Neste caso a geração de

ruídos ocorre periodicamente, porém é controlada, como os riscos de acidente de trabalho e de

trânsito. Os impactos resultantes do Incêndio e da explosão foram considerados de baixa

significância, pois não há registro de ocorrência e a empresa possui medidas de prevenção.

Com relação à identificação dos requisitos legais aplicáveis a atividade identificou-se

registros nos âmbitos federal, estadual e municipal, além da identificação de normas

regulamentadoras, como as normas brasileiras e resoluções do CONSEMA e CONAMA.

3.5 Indicadores de desempenho ambiental (IDA)

Na elaboração dos indicadores de desempenho ambiental (IDA) separou-se em indicadores de

desempenho operacional (IDO) e indicadores de desempenho gerencial (IDG), conforme

preconiza a ISO NBR 14.031. Para os IDO foi determinada uma unidade funcional básica.

Neste caso utilizou-se a unidade m³ de madeira serrada que servirá como denominador na

relação entre todos os indicadores propostos. O numerador será baseado na relação entre o

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consumo de insumos e matérias-primas sobre a fabricação da madeira serrada, no período de

01 (um) ano. A tabela 01 apresenta os Indicadores de Desempenho Operacional (IDO)

identificados.

Tabela 01: Indicadores de desempenho ambiental operacional (IDO) sugerido

Mês/Ano

Consumo

de Toras

de pinus

(Ton.)

Consumo

de

Energia

Elétrica

(kWh)

Consumo

de Óleo

Diesel

(litros)

Quantidade

de madeira

serrada

(m³)

IDO

(Ton./m³)

IDO

(kWh/m³)

IDO

(litros/m³)

Out/12 240 5013 4086 143,22 1,68 35,00 28,53

Nov/12 120 4869 1991 71,87 1,67 67,75 27,70

Dez/12 120 4992 2750 79,25 1,51 62,99 34,70

Jan/13 200 3639 2413 108,30 1,85 33,60 22,28

Fev/13 160 5954 1500 73,47 2,18 81,04 20,42

Mar/13 160 4906 1018 89,36 1,79 54,90 11,39

Abr/13 160 4189 2000 89,52 1,79 46,80 22,34

Mai/13 160 5190 3498 77,00 2,08 67,40 45,43

Jun/13 200 5327 1500 108,50 1,84 49,10 13,82

Jul/13 200 5118 4500 106,86 1,87 47,89 42,11

Ago/13 200 5868 2300 101,65 1,97 57,73 22,63

Set/13 220 5318 3000 99,93 2,20 53,22 30,02

Total Anual 2140 60383 30556 1148,92 22,42 657,42 321,38

Média Anual 178,33 5031,92 2546,33 95,74 1,87 54,78 26,78

A produção de madeira serrada mensal variou entre 71 a 143 m³, totalizando uma produção

anual de 1.148,92 m³, e em média 95,74 m³ ao mês. Com base nesses dados será possível

identificar e analisar o desempenho ambiental da empresa com base nos indicadores de

desempenho ambiental.

Com base na tabela 01 é possível afirmar que nos meses Fevereiro/2013 e Setembro/2013

houve um aumento no consumo de toras de pinus (ton.) por quantidade de pinus madeira

serrada (m³), implicando em um baixo desempenho ambiental no processo produtivo da

empresa. Já no mês de Dezembro/2012 houve menor consumo de toras de pinus (ton.) por

quantidade de pinus madeira serrada (m³), acarretando em um bom desempenho ambiental.

Para melhor representatividade a figura 02 demonstra os indicadores de desempenho

(Ton/m³).

Figura 02: IDO referente ao Consumo de toras por quantidade de madeira serrada (T/m³)

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11

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50(Ton./m³)

Meses/Ano

Indicador de Desempenho Ambiental (Ton./m³)

A partir da figura 02 é possível verificar dois picos com menor desempenho ambiental, e um

pico de maior desempenho ambiental. Pressupõe-se que esta variação pode estar relacionada

com a aquisição desta matéria-prima. Com isso, pode haver alguns meses em que houve

maior aquisição de matéria-prima, sendo esta não consumida totalmente no período de um

mês, ficando em estoque para o mês seguinte. Desta forma, no mês seguinte a aquisição de

matéria-prima pode ser menor, gerando esta variação. Outro fator é a condição climática, que

influência na retirada e transporte das toras. Além disso, percebe-se uma leve ascendência

entre os meses de junho a setembro de 2013, o que demonstra certa ineficiência no uso da

matéria-prima por quantidade de produção.

Com base na tabela 01 é possível verificar que nos meses de Novembro/2012 e

Fevereiro/2013 houve um aumento no consumo de energia elétrica (kWh) por quantidade de

madeira serrada (m³). Já nos meses de Outubro/2012 e Janeiro/2013 o consumo de energia

elétrica (kWh) por quantidade de madeira serrada (m³) foi menor se comparado com os outros

meses. Para melhor representatividade a Figura 03 demonstra os indicadores de desempenho

(kWh/m³).

Figura 03 - IDA do consumo de energia elétrica (kWh) por quantidade de madeira serrada (m³)

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12

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

90,00

kWh/m

³

Meses/Ano

Indicador de Desempenho Ambiental (kWh/m³)

A figura 03 demonstra que o mês de maior consumo de energia elétrica por quantidade de

madeira serrada foi em Fevereiro/2013, relatando assim baixo desempenho ambiental da

empresa. O menor pico de consumo de energia elétrica por quantidade de madeira serrada foi

em Outubro/2013 e em Janeiro/2013, o que demonstra melhor desempenho ambiental. Esta

grande variação no consumo de energia elétrica por madeira serrada, pode ser também

justificado pelo fato da empresa possuir estoque de madeira serrada de um determinado mês

para outro, o que provoca menor produção de madeiras. Outra hipótese é que nos meses em

que houve maior consumo de energia elétrica por madeira serrada, a demanda por madeira

beneficiadas pode ter ser sido maior o que implica no maior consumo de energia elétrica.

De acordo com a tabela 01 pode-se afirmar que o total de óleo diesel consumido em um ano

foi de 30.556 litros, em média 2.546,33 litros ao mês. Com relação aos indicadores pode-se

afirmar que no mês de Maio/2013 houve maior consumo de óleo diesel (litros) por quantidade

de madeira serrada (m³), o que demonstra baixo desempenho ambiental no processo produtivo

da empresa. Para melhor representatividade a Figura 04 demonstra os indicadores de

desempenho (litros/m³).

Figura 04 - IDA do consumo de óleo diesel (litros) por quantidade de madeira serrada (m³)

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13

0,00

5,00

10,00

15,00

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25,00

30,00

35,00

40,00

45,00

50,00

(Litros/m³)

Meses/Ano

Indicador de Desempenho Ambiental (litros/m³)

Com a representação gráfica é possível verificar os picos de maior e menor desempenho

ambiental, sendo o maior desempenho ambiental no mês de Março/2013 e o menor

desempenho ambiental no mês de Maio/2013. Conforme figura 04 pode se verificar grande

variação no consumo de óleo diesel por quantidade de madeira serrada, esta variação pode ser

explicada pela hipótese de que em determinados meses, onde o consumo de óleo diesel foi

maior, o transporte da matéria – prima para o processamento foi com um percurso maior, ou

seja, locais mais distantes da empresa. O mesmo acontece com a questão do transporte para o

cliente, sendo que a distância varia conforme o local de entrega. De modo geral o primeiro

semestre (outubro/2012 a março/2013) apresentou melhor desempenho que o segundo

(abril/2013 a setembro/2013). Com base nisso serão propostas ações para que a empresa

melhore o seu desempenho com relação ao consumo de óleo diesel.

Para os indicadores de desempenho gerencial (IDG) propôs-se uma análise de como a

empresa se encontra frente aos requisitos legais nos níveis federal, estadual e municipal, além

de normas regulamentadoras, que se aplicam as atividades da empresa. Avaliou-se, então o

cumprimento da legislação conforme previsto na legislação, ou seja, se está realizando o

atendimento, se não está, ou se atende parcialmente. A figura 05 mostra o resultado da análise

frente a 56 requisitos.

Figura 05 – Indicador de desempenho gerencial (IDG) sugerido

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Observa-se na figura 05 que dos 56 requisitos legais aplicáveis à atividade da empresa, 15

estão sendo atendidos, ou seja, a empresa está efetuando suas atividades conforme previsto na

legislação. Apesar disso, existem alguns não atendidos, uma vez que 17 requisitos não estão

sendo cumpridos. Com relação ao atendimento parcial 24 requisitos estão sendo atendidos de

maneira parcial, ou seja, não está sendo contemplado por completo o atendimento conforme

previsto nas legislações. Como indicador de desempenho gerencial (IDG) sugeriu-se a relação

entre o número de requisitos atendidos pelos requisitos legais aplicáveis a esta atividade.

Diante disso, para os requisitos que não estão sendo atendidos, bem como para a manutenção

dos controles dos indicadores sugeridos foram propostas ações através dos planos de ações.

3.6 Propostas para o plano de ação para a Gestão Ambiental na empresa

Para o plano de ação considerou-se a metodologia 5W1H, onde se destacou a identificação da

ação, o profissional responsável, a justificativa da ação, período de implantação, o local e

como será realizada aquela ação. Para aspectos de média e alta significância serão propostas

melhorias e ações para controle. Para aspectos de baixa significância mais que se

apresentaram requisitos legais que se aplicam aos mesmos, foram também propostas ações e

melhorias com o intuito de preveni-los e gerenciá-los.

Quadro 02 - Programas e ações propostas à empresa para a gestão ambiental

Programas e ações para Gestão Ambiental da empresa

Programa de otimização do consumo de Energia Elétrica

Programa de otimização no consumo de óleo diesel e o risco de vazamento

Reduzir o consumo de Toras de pinus (ton.) por quantidade de pinus madeira serrada (m³)

Definir a política ambiental da empresa

Elaborar e Implantar o PGRSI na empresa do setor madeireiro

Programa interno de monitoramento de emissões atmosféricas de veículos pesados

Plano de atendimento à emergência

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Realizar o Controle interno do número de acidentes

Implantar um Sistema de irrigação do solo com caminhões pipa

Programa de reutilização da casca de pinus em outras atividades industriais

Programa de controle acústico visando o conforto da comunidade e dos colaboradores

Programa de reutilização da serragem/cepilho em outras atividades industriais

Programa de Aproveitamento das águas pluviais

Realizar o controle interno das penalidades e infrações causadas ao meio ambiente

Com a adoção dos programas listados no quadro 02 a empresa poderá fazer o uso dos recursos

naturais de forma mais eficiente, minimizando os impactos ambientais resultantes do processo

produtivo em situações normais, como também em situações de emergência, além de

contribuir para a melhoria contínua e para a imagem da empresa perante as partes

interessadas.

4. Conclusão

Falar de gestão ambiental para micro e pequenas empresas, parece um tanto utópico para a

realidade brasileira. No entanto, percebe-se que cada vez mais este mercado tem se mostrado

receptivo para fazer mais do que a mera produção com qualidade. A conscientização de uma,

ainda que pequena parcela de empresários têm feito a diferença em implantar sistemas de

gestão ambiental, não apenas para atendarem a legislação, mas de forma a utilizar os recursos

naturais de maneira sustentável e inteligente. A abordagem proposta neste artigo para a

implantação de um plano de gestão ambiental com base em indicadores de desempenho é de

simples aplicação, no entanto, se observa grandes oportunidades de ganhos ambientais e

financeiros. Se estes ganhos forem projetados para o expressivo número de micro e pequenas

empresas no mercado nacional, expresso na contextualização deste estudo, ter-se-á não apenas

o controle do uso de racional dos recursos naturais, mas também a destinação correta de

resíduos gerados e consequentemente a mitigação de impactos ambientais.

REFERÊNCIAS

ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10.004: Resíduos sólidos –

classificação. Rio de Janeiro, 2004.

_______. ABNT NBR ISO 14.001: Sistemas da gestão ambiental – Requisitos com orientações para uso. Rio de

Janeiro, 2004.

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______. ABNT NBR ISO 14.031: Gestão Ambiental – Avaliação de desempenho ambiental - Diretrizes. Rio de

Janeiro, 2004.

BARBIERI, José Carlos. Gestão Ambiental Empresarial - Conceitos Modelos E Instrumentos - 3 ª Ed. São

Paulo: Saraiva, 2011.

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Atualizada. São Paulo, Atlas, 2011.

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JABBOUR, José Chiappetta; JABBOUR, Ana Beatriz Lopes de Sousa. Gestão Ambiental Nas Organizações -

Fundamentos e Tendências. São Paulo: Atlas, 2013.

SEIFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 sistemas de gestão ambiental: implantação objetiva e

econômica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 258 p.