PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well...

65
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE LUCAS DA COSTA SOARES NATAL 2018

Transcript of PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well...

Page 1: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

NORTE

LUCAS DA COSTA SOARES

NATAL 2018

Page 2: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

LUCAS DA COSTA SOARES

PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

NORTE

Projeto de monografia apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica, como requisito para a obtenção do título de Engenheiro Mecânico.

Orientadora: Profª. Drª. Juliana Ricardo de Souza.

NATAL 2018

Page 3: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado a toda a minha

família e amigos, de maneira especial aos

meus pais, que sempre me apoiaram e me

deram todo o suporte necessário para

conquistar os meus objetivos nos âmbitos

pessoal e acadêmico. Sou e serei

eternamente grato também àqueles que

estão sempre ao meu lado, em todos os

momentos e aos que, de alguma forma,

contribuíram para o desenvolvimento do

trabalho.

Page 4: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

AGRADECIMENTOS

A Deus, que está comigo em todos os momentos, me iluminando e me

protegendo de todo o mal. Que me me dá a saúde e forças necessárias para lutar

pelos meus objetivos e que me dá discernimento para tomar decisões em minha

vida. Sem Ele, certamente eu nada seria.

Aos meus familiares, que acreditaram no meu sonho e me deram todo o

suporte necessário para que eu pudesse, mesmo que longe deles, morar em Natal e

cursar Engenharia Mecânica na UFRN. Em especial aos meus pais, Edione Soares

e Francisco Soares, e à minha avó Socorro Medeiros, que são meus exemplos e

inspirações de vida. Agradeço por todo o amor e por todo o afeto e atenção

prestados durante todos esses anos. Por nunca me deixarem faltar o necessário e

por darem o melhor de si em prol da minha felicidade.

A Renata e Franklin que, além de irmãos, são meus amigos e me dão

motivação e amor diário, me apoiando e dando suporte às minhas conquistas.

Aos meus amigos, que se tornaram minha família em Natal e que sempre

estiveram comigo nos momentos em que mais precisei, e que são verdadeiros

irmãos para mim, que compartilham das minhas felicidades e das minhas angústias,

sempre me motivando a conquistar meus objetivos e também aos amigos de

Mossoró, que, mesmo distantes, estão sempre presentes em minha vida.

Aos colegas de estágio e de vida: Iane, Magdiel, Eloá e Thaieny, que

estiveram comigo durante toda a construção do trabalho e que se tornaram amigos

também fora da empresa e da Universidade.

À professora Juliana Ricardo e à supervisora Karine dos Anjos, pelo auxílio na

elaboração do trabalho e por sempre se prestarem solícitas às minhas necessidades

profissionais e acadêmicas. Por toda a atenção que me foi dada e pelos

ensinamentos prestados.

Aos senhores Ricardo Nogueira e Adailson Rodrigues, que me acolheram

com atenção, que foram excelentes chefes e que contribuíram diretamente para o

meu crescimento pessoal e, principalmente, acadêmico e profissional.

Aos colaboradores Wilker e João Batista, que foram de fundamental

importância para o êxito do trabalho, e aos senhores Willian, Bruno, Diomeces,

Euclides, Pedro, Egon, Edson e Idjonson por todo o suporte e amizade.

Page 5: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

SOARES, Lucas da Costa. Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira de uma Indústria Têxtil do Estado do Rio Grande do Norte. 2018. 65 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Mecânica, Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2018.

RESUMO O presente relatório refere-se à apresentação de um Plano de Lubrificação elaborado para uma Mercerizadeira de uma Indústria Têxtil. O controle da lubrificação é de fundamental importância aos processos têxteis, haja vista a alta exigência do mercado atual, necessitando a obtenção de produtos de primeira qualidade. A gestão da manutenção industrial, de modo geral, certamente influencia nos resultados obtidos por qualquer empresa que possua um grande maquinário e, portanto, quanto melhor for o controle da manutenção, maior será a confiabilidade dos seus equipamentos. A lubrificação industrial tem ganhado cada vez mais importância e espaço na Indústria Têxtil, principalmente por impactar diretamente na performance, disponibilidade e eficiência do maquinário, bem como na qualidade dos produtos entregues. Tendo como base a necessidade de se ter um controle da lubrificação nos equipamentos, principalmente os ligados ao processo produtivo, foi constatado que não havia controle de lubrificação para uma das máquinas de suma importância ao acabamento do tecido, gerando, em algumas ocasiões, paradas na máquina para manutenções corretivas não planejadas decorrentes de falhas na lubrificação, gerando manchas nos tecidos e, consequentemente, impactando na qualidade dos artigos. Os conceitos utilizados neste trabalho abordam um estudo da tribologia, da Lubrificação de Classe Mundial (LCM), da confiabilidade, bem como da máquina Mercerizadeira e do setor ao qual ela está alocada. Através do Plano, é possível guiar as ações a serem realizadas, no que diz respeito à lubrificação, bem como corrigir problemas encontrados no equipamento, além de se enxergar a sua importância perante à manutenção da Indústria Têxtil. O formato do Plano de Lubrificação foi escolhido com base nos estudos feitos e apresenta, de maneira clara, os resultados obtidos. Assim, o Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira foi desenvolvido através de diversas etapas, que incluem desde o levantamento de todos os componentes da máquina, bem como todos os pontos de lubrificação, até a quantidade, periodicidades de relubrificação e inspeção e armazenamento dos lubrificantes. Além disso, o levantamento revelou problemas relacionados a apontamento de mão de obra trabalhada pelos mecânicos de lubrificação, haja vista que, por não possuir Plano de Lubrificação, o apontamento era realizado em outras ordens de manutenção. A partir da elaboração do Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira, foi possível estabelecer um controle de lubrificação à máquina e aos apontamentos de horas trabalhadas pelos mecânicos responsáveis pela lubrificação do equipamento, além de padronizar as rotinas de trabalho desses colaboradores. O trabalho realizado servirá também como base para implementação de Planos de Lubrificação a outros equipamentos da empresa estudada. Palavras-chave: Indústria Têxtil. Lubrificação. Manutenção. Mercerizadeira.

Page 6: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

SOARES, Lucas da Costa. Lubrication Plan for the Mercerizing Machine of a Textile Industry of the State of Rio Grande do Norte. 2018. 65 p. TCC (Undergraduate) - Mechanical Engineering Course, Technology Center, Federal University of Rio Grande do Norte, Natal, 2018.

ABSTRACT This report refers to the presentation of a Lubrication Plan developed for a Mercerizing machine of a Textile Industry. Lubrication control is essential for the textile process, in view of the market requirement, requiring a series of first quality products. The management of industrial maintenance, in general, certainly influences the results obtained by any company that owns a large machinery, and therefore, the better the maintenance control, the greater the reliability of its equipment. Industrial lubrication has gained increasing importance and space in the Textile Industry, mainly because it has a direct impact on the performance, availability and efficiency of the machinery, as well as on the quality of the delivered products. Based on the need to control the lubrication in the equipment, especially those related to the production process, it was verified that there was no lubrication control for one of the machines of great importance to the finishing of the fabric, occasionally generating stops in the machine for unplanned corrective maintenance due to lubrication failures, resulting in blemishes on the fabrics and, consequently, impacting the quality of the products. The concepts used address a study of tribology, World Class Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the Plan, it is possible to guide the actions to be taken, in regard to lubrication, as well as to correct problems found in the equipment, in addition to seeing its importance in the maintenance of the Textile Industry. The format of the Lubrication Plan was chosen based on the studies done and presents, in a clear way, the results obtained. Thus, the Lubrication Plan for the Mercerizing machine has been developed through several stages, which include everything from the lifting of all the components of the machine, as well as all the lubrication points, to the quantity, relubrication periodicity and inspection and storage of the lubricants. In addition, the survey revealed problems related to the registration of manpower worked by lubrication mechanics, considering that, because it did not have a Lubrication Plan, registration was carried out in other work orders. From the elaboration of the Lubrication Plan for the Mercerizing machine, it was possible to establish a control of lubrication to the machine and a control of the records of hours worked by the mechanics responsible for the lubrication of the equipment, besides standardizing the work routines of these collaborators. The work performed will also serve as a basis for the implementation of Lubrication Plans to other equipment of the company studied.

Keywords: Textile Industry. Lubrication. Maintenance. Mercerizing Machine.

Page 7: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

LISTA DE ILUSTRAÇÕES LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Pilares da Manutenção Produtiva Total ...................................................21 Figura 2 – Local de armazenamento das FISPQ’s ................................................... 28 Figura 3 – Print screen da FISPQ do ÓLEO KLUBERSYNTH CTH 2-260 .............. 28 Figura 4 - Etapas para a realização do trabalho........................................................33 Figura 5 – Layout da Mercerizadeira, dividida por compartimentos ......................... 34 Figura 6 – Sala de lubrificação ................................................................................. 36 Figura 7 – Controle de lubrificação realizada pelos mecânicos ............................... 36 Figura 8 - Itens levantados relacionados à lubrificação na Mercerizadeira...............37 Figura 9 – Evidência de problema na lubrificação das caixas de lavagem .............. 38 Figura 10 – Manchas no tecido provenientes de falha na lubrificação .................... 39 Figura 11 – Manchas de graxa no tecido – cilindros secadores .............................. 39 Figura 12 – Layout das caixas de lavagem e das torres de secagem ..................... 40 Figura 13 – Aplicação de lubrificante durante Manutenção Preventiva na Mercerizadeira .......................................................................................................... 41 Figura 14: Potenciais de melhorias a partir do controle e gestão da lubrificação......42 Figura 15 – Bombonas utilizadas para lubrificação .................................................. 49 Figura 16 – Carrinho de ferramentas da Manutenção ...............................................49 Figura 17: Representação de Checklist de Tarefas por OM para a lubrificação na Mercerizadeira .......................................................................................................... 58 Figura 18: Mapeamento dos pontos com falha na lubrificação – Torres de Secagem .................................................................................................................. 60 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Evolução do índices de não qualidade gerada por manchas de oxidação, graxa e óleo nos tecidos ........................................................................................... 15 LISTA DE EQUAÇÕES Equação 1 - Quantidade de graxa em cada ponto (carga axial)...............................50 Equação 2 - Quantidade de graxa em cada ponto (carga radial)..............................50 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Função dos aditivos ............................................................................... 25 Quadro 2 – Planilha de controle de FISPQ .............................................................. 29 Quadro 3 – Levantamento dos componentes da Mercerizadeira ............................ 35 Quadro 4 – Pontos de lubrificação por compartimento da Mercerizadeira .............. 45 Quadro 5 – Código dos lubrificantes utilizados na Mercerizadeira .......................... 48 Quadro 6 – Armazenamento e ferramentas de uso dos lubrificantes ...................... 48 Quadro 7 – Quantidade de graxa a ser aplicada nos mancais dos cilindros da Mercerizadeira .......................................................................................................... 51 Quadro 8 – Periodicidade de relubrificação da Mercerizadeira por blocos e compartimentos ........................................................................................................ 52 Quadro 9 – Plano de Lubrificação da Mercerizadeira .............................................. 53

Page 8: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASTM – American Standard for Testing Materials FISPQ – Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos LCM – Lubrificação de Classe Mundial MCE – Manutenção Corretiva de Emergência MCP – Manutenção Corretiva Planejada ME – Mercerizadeira MP – Manutenção Preventiva OM – Ordem de Manutenção PCM – Planejamento e Controle da Manutenção PL – Plano de Lubrificação TAG – Código dos lubrificantes TPM – Total Productive Maintenance UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Page 9: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ....................................................................... 12

1.1 APRESENTAÇÃO ..................................................................................... 12

1.2 OBJETIVOS............................................................................................... 13

1.2.1 Objetivo Geral .................................................................................... 13

1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................... 13

1.3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 13

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................. 16

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO .................................................... 17

2.1 TRIBOLOGIA ............................................................................................17

2.2 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL...................................................................18

2.2.1 Manutenção Produtiva Total ............................................................. 20

2.2.2 Manutenção Preventiva .................................................................... 22

2.2.3 Manutenção Corretiva ....................................................................... 22

2.2.4 Manutenção Preditiva ........................................................................ 23

2.3 INTRODUÇÃO À LUBRIFICAÇÃO .......................................................... 23

2.3.1 Óleos Lubrificantes ........................................................................... 24

2.3.2 Graxas ................................................................................................ 24

2.3.3 Aditivos .............................................................................................. 25

2.4 LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL ................................................................. 26

2.5 CONTROLE DE FICHAS DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS .......................................................................... 27

2.6 LUBRIFICAÇÃO NA INDÚSTRIA TÊXTIL ............................................... 29

2.6.1 Beneficiamento Têxtil ........................................................................ 30

2.6.2 Mercerização e a máquina Mercerizadeira ...................................... 30

2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO ............................................. 31

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA .......................................... 32

3.1 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ................................ 33

3.1.1 Diagnóstico da situação atual da lubrificação e coleta de dados ... 33

3.1.2 Identificação e análise de problemas na máquina relacionados à lubrificação .............................................................................................. 38

Page 10: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

3.1.3 Elaboração do Plano de Lubrificação ............................................... 40

3.1.4 Integração entre lubrificação e manutenção .................................... 41

3.1.5 Informatização dos controles ............................................................ 42

3.2 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO .......................................................... 43

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ..................... 44

4.1 SISTEMATIZAÇÃO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO ............................... 44

4.1.1 Pontos de Lubrificação ..................................................................... 45

4.1.2 Lubrificantes utilizados no equipamento ........................................ 47

4.1.3 Cadastro dos Lubrificantes .............................................................. 48

4.1.4 Ferramentas de uso ........................................................................... 48

4.1.5 Quantidade de lubrificante ................................................................ 50

4.1.6 Periodicidade de lubrificação ........................................................... 51

4.2 PLANO DE LUBRIFICAÇÃO DA MERCERIZADEIRA .............................. 52

4.3 CADASTRO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO NO SISTEMA DA EMPRESA ESTUDADA ............................................................................. 57

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ........................................................................ 59

5.1 – OBJETIVOS E CONQUISTAS ALCANÇADAS COM O ESTUDO ......... 59

5.2 – CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO ........................................................... 61

5.3 – SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS .......................................... 62

5.4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 62

REFERÊNCIAS .............................................................................................. 63

Page 11: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

12

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO

Com a evolução e crescimento da indústria ao longo dos anos, tornou-se

cada vez mais importante a gestão sobre o uso de lubrificantes. Através de uma boa

gestão na lubrificação industrial, é possível aumentar a eficiência no que se diz

respeito ao processo produtivo, à logística de itens em estoque, à disponibilidade e

confiabilidade de equipamentos, à estabilidade operacional e, consequentemente, à

redução de custos.

Nascif e Dorigo (2013, p. 4) são incisivos no aspecto de que a competitividade

é o fator primordial para o crescimento e sobrevivência das empresas em um

ambiente globalizado.

Eles também defendem que para que os resultados possam ser alcançados,

é necessário “ter um sistema de Gestão Estratégica Integrado, sob uma liderança

atuante e perseverante, de modo que as Diretrizes, Projetos, Programas e Planos de

Ação sejam executados, avaliados e corrigidos de forma permanente e

sistematizada”. (NASCIF; DORIGO, 2013. p. 4).

Bastian (2009, p. 8) defende que:

O setor têxtil propriamente dito destaca-se por ser incorporador de

tecnologia desenvolvida em outros setores, ou seja, grande parte dos

avanços tecnológicos no processo produtivo da indústria têxtil provém dos

avanços ocorridos na produção de suas máquinas e de suas matérias-

primas, nesse último caso, especialmente no desenvolvimento das fibras

sintéticas.

Uma máquina que não dispõe de um controle na lubrificação, principalmente

sendo esta bastante complexa e importante ao setor, provavelmente irá apresentar

problemas relacionados à falha por lubrificação. Atualmente, é de suma importância

se dar atenção à gestão de lubrificantes, no que diz respeito à manutenção de

equipamentos, haja vista a relevância que se tem em trabalhar com propostas que

visem um aumento na confiabilidade do maquinário.

Este trabalho caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, através da coleta

de dados narrativos e, diante do exposto, a presente monografia discute a seguinte

problemática: Como estabelecer uma gestão e um controle da lubrificação para

uma Mercerizadeira?

Page 12: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

13

1.2 OBJETIVOS

A partir da problemática identificada, a seguir, são dispostos o objetivo geral e

os específicos deste estudo.

1.2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho objetiva-se em propor uma gestão e um controle à

lubrificação da Mercerizadeira através da elaboração de um Plano de Lubrificação

(PL), a fim de identificar potenciais de melhorias e padronizar rotinas de lubrificação

para o equipamento.

1.2.2 Objetivos Específicos

O trabalho tem, por objetivos específicos, os seguintes itens:

Compreender a importância da lubrificação para os ativos;

Identificar e conhecer a máquina Mercerizadeira e o processo de mercerização;

Identificar possíveis problemas na máquina relacionados à lubrificação e gerar

ações para saná-los;

Inserir o Plano de Lubrificação ao sistema da empresa, possibilitando a criação

de ordens de serviços baseadas em checklist, para padronização das atividades

e apontamento de mão de obra dos mecânicos responsáveis pela lubrificação do

equipamento;

Adquirir conhecimentos a respeito de gestão e controle de lubrificantes.

1.3 JUSTIFICATIVA

De acordo com Bastian (2009, p. 4), o setor têxtil brasileiro investe, para a

atualização de seus parques, uma média de um bilhão por ano de dólares, com

tecnologia de ponta, investindo na capacitação dos profissionais e respeitando as

leis ambientais e a legislação.

Page 13: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

14

A lubrificação na indústria têxtil, nesta visão, conecta-se com as questões

ambientais, pelo fato de lidar com produtos que podem causar impactos ao meio

ambiente e, por esse motivo, necessitam de uma atenção especial.

A Mercerizadeira é uma máquina muito importante para o processo de

beneficiamento do tecido, especialmente para a empresa estudada. Nesta máquina,

passam praticamente quase todos os tipos de tecidos que são ofertados pela

empresa. Por se tratar de uma indústria que trabalha com tecidos, problemas na

lubrificação podem impactar diretamente na qualidade dos produtos, haja vista a

possibilidade de gerar manchas nos tecidos, por exemplo, devido a um possível

excesso de lubrificante.

Segundo Nascif e Dorigo (2013, p. 5), o gerenciamento da rotina e a

implementação de melhorias garantem a estabilização dos processos diários, que

possibilitam a previsibilidade dos resultados obtidos, além de garantirem a

competitividade da empresa no mercado.

Com base nisso, e tendo em vista a importância da Mercerizadeira para o

processo industrial têxtil e os impactos que a falta de uma gestão de lubrificantes

pode trazer à empresa, é de fundamental importância ter-se um controle da

lubrificação para o equipamento.

Através da padronização das atividades a serem executadas, é possível criar

e fazer o acompanhamento de indicadores, a fim de estabelecer uma melhoria

contínua ao plano de lubrificação e, consequentemente, de sua gestão. Além disso,

tal análise possibilita a identificação de falhas em diversos âmbitos, desde a

execução da lubrificação, até problemas com matéria-prima ou no maquinário, por

exemplo.

Segundo Chen (2007),

O agendamento de manutenção para reduzir a taxa de falha é comumente

reconhecido pelos tomadores de decisão. Sabe-se que a manutenção

desempenha um papel importante em muitas indústrias, como indústrias de

semicondutores e químicas, e, portanto, deve ser considerada seriamente.

De acordo com a experiência prática, um mau agendamento de

manutenção pode reduzir bastante o desempenho da empresa.

Page 14: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

15

Como afirma Belinelli (2015), “os planos de lubrificação são a base da Gestão

da Lubrificação, pois são eles que procedimentam todos os passos para uma correta

execução”. A partir destes planos, é possível observar dados relacionados aos

pontos de lubrificação, além da periodicidade, ferramentas de aplicação, quantidade,

inspeção, dentre outros.

Problemas relacionados à lubrificação podem impactar diretamente nos

índices de não qualidade da empresa. O Gráfico 1 representa a evolução dos

defeitos em tecidos gerados por oxidação, graxa e óleo na Mercerizadeira, em

relação ao mesmo índice observado em outras duas máquinas semelhantes.

Gráfico 1: Evolução do índice de não qualidade gerada por manchas de oxidação, graxa e óleo nos

tecidos.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Pela análise do Gráfico 1, é possível verificar a elevada incidência do defeito

na Mercerizadeira, quando comparada aos outros equipamentos. Em todos os

meses do ano, com exceção de dezembro de 2017, o índice de não qualidade

gerada por oxidação, graxa e óleo nos tecidos foi maior na Mercerizadeira.

Assim, o trabalho se justifica por possibilitar à empresa uma gestão e controle

à lubrificação na Mercerizadeira, analisando a complexidade deste equipamento e a

sua importância para o processo produtivo. Além disso, possibilita um melhor

controle dos dados de lubrificação da máquina, sistematizando a gestão e

proporcionando melhorias na execução das atividades por parte dos colaboradores

responsáveis pela lubrificação, bem como no apontamento e registro das horas

trabalhadas.

Page 15: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

16

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho foi elaborado a partir de cinco capítulos. No primeiro capítulo, é

feita uma apresentação geral do estudo realizado, mostrando o objetivo geral e os

objetivos específicos, além da justificativa do trabalho.

O segundo capítulo aborda o referencial teórico, em que são expostos os

conceitos necessários ao entendimento do trabalho realizado. São apresentados

conceitos relacionados principalmente à tribologia, lubrificação, manutenção

industrial e indústria têxtil.

No terceiro capítulo é abordada a metodologia pela qual a pesquisa foi

realizada, destacando as etapas do desenvolvimento do trabalho. Já o quarto

capítulo apresenta o plano de lubrificação para a Mercerizadeira, bem como o

cadastro deste no sistema da empresa estudada. Além disso, também é feita uma

comparação da gestão após implementação do plano de lubrificação com a gestão

anterior a ela.

Por fim, o quinto capítulo apresenta as considerações finais do trabalho,

retomando alguns resultados obtidos e relevando pontos a respeito da continuidade

da gestão e controle da lubrificação para o equipamento escolhido.

Page 16: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

17

CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico deste trabalho aborda temas e conceitos que serão

vistos durante o desenvolvimento desta monografia, a fim de viabilizar um melhor

entendimento dos assuntos tratados. Além disso, este capítulo objetiva-se em dar

sustentação ao trabalho e apresenta as principais características e justificativas

atribuídas à pesquisa.

A partir desta revisão, é possível se ter um embasamento com relação ao

trabalho desenvolvido e realizar uma análise qualitativa dos resultados.

2.1 TRIBOLOGIA

A Oxford English Dictionary (2010) define tribologia como “o ramo da ciência e

tecnologia relacionada com a interação de superfícies em movimento relativo e com

matérias (como fricção, desgaste, lubrificação e design dos rolamentos)”.

Já Carreteiro e Belmiro (2016, p. 416), dizem que tribologia é “a ciência e

tecnologia de superfícies atuantes em movimento relativo e todos os fenômenos daí

decorrentes”.

A tribologia reúne os conhecimentos obtidos na mecânica, na física, na

química e na ciência dos materiais para explicar e prever o comportamento de

sistemas físicos que são utilizados em sistemas mecânicos. O que unifica a

tribologia não são os conhecimentos básicos, mas sim a área de aplicação.

(SINATORA, 2005). Fenômenos tribológicos são fundamentalmente importantes

para o funcionamento de muitos sistemas mecânicos. (TRIBOLOGY, 2016).

Visto que a tribologia estuda o desgaste, o atrito e a lubrificação, Lima (2011,

p. 3) defende que “qualquer tipo de movimento relativo entre corpos sólidos, líquidos

ou gasosos, dá origem ao atrito, que se opõe a esse movimento. O atrito produz

calor, o que, entre outros inconvenientes, representa uma perda direta de energia”.

A presença do atrito entre componentes pode gerar desgaste da superfície, corrosão

do material, aumento de temperatura do equipamento e liberação de partículas, por

exemplo. Este último, gerando a formação de sujeira ou contaminação do ambiente.

Page 17: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

18

Sendo o desgaste um dos focos da tribologia, Kato (2001) defende que o

desgaste pode ser representado de quatro maneiras: adesivo, abrasivo, fadiga e

corrosivo.

De acordo com RADI et. al. (2007, p. 3):

O desgaste adesivo ocorre quando a ligação adesiva entre as superfícies é

suficientemente forte para resistir ao deslizamento. Como resultado dessa

adesão, uma deformação plástica é causada na região de contato gerando

uma trinca que pode se propagar, levando à geração de um terceiro corpo e

a uma transferência completa de material. No desgaste abrasivo, ocorre

remoção de material da superfície. Esse desgaste ocorre em função do

formato e da dureza dos dois materiais em contato. Quando o desgaste é

ocasionado pelo alto número de repetições do movimento, ele é chamado

de desgaste por fadiga. Finalmente, o desgaste corrosivo ocorre em meios

corrosivos, líquidos ou gasosos.

Já a ASTM G40-01 (2001) defende que o desgaste abrasivo é “a perda de

massa resultante da interação entre partículas ou asperezas duras que são forçadas

contra uma superfície, ao longo da qual se movem”.

2.2 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

A manutenção é o termo utilizado para abordar a forma pela qual as

organizações buscam evitar as falhas, cuidando de suas instalações físicas (SLACK

et al., 2009). Com base nisso, a manutenção busca estar sempre elevando a

confiabilidade dos equipamentos. Este conceito é dado a partir da “capacidade de

um item desempenhar uma função requerida sob condições especificadas, durante

um dado intervalo de tempo” (NBR-5462, 1994).

Nascif (2013, p.27) defende que “a Manutenção é considerada como uma

Função Estratégica tendo em vista a sua importância em relação aos resultados da

empresa”.

Segundo os autores Enderenyl et al. (2001, p. 641):

Em muitas aplicações, as falhas dos componentes podem ser divididas em

duas categorias, falhas aleatórias e aquelas que surgem como

consequência de deterioração (envelhecimento). O processo de

deterioração é representado por uma sequência de estágios de desgaste

crescente, levando finalmente a falhas no equipamento.

Page 18: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

19

De acordo com Kardec (2009, p. 23), a função da manutenção é garantir a

disponibilidade e confiabilidade dos equipamentos e instalações, de modo a atender

a um processo de produção ou de serviço com segurança, custos controlados e

preservando o meio ambiente.

A qualidade na gestão da manutenção deve ser composta desde intervenções

pensadas previamente até análises e inspeções, para que possam ser identificados

os estágios do ciclo de vida de um equipamento, por exemplo, ou para mensurar o

desempenho, a fim de aumentar a confiabilidade e evitar falhas que ameacem

perdas de qualidade e segurança e na do equipamento. (BARONE; FRANGOPOL,

2014a) Os autores Barone e Frangopol (2014, p. 41) enfatizam que “as intervenções

de manutenção são necessárias para manter, melhorar ou restaurar o desempenho

do sistema”.

Estas intervenções possuem, em geral, dois objetivos: reduzir ou eliminar

problemas nos equipamentos ou recuperar, parcialmente ou totalmente, a

resistência de um ou mais componentes da estrutura quando uma determinada

condição é alcançada. (BARONE; FRANGOPOL, 2014b).

Uma das ferramentas utilizadas para identificação de causas-raízes e que

possibilitam a criação de planos de ação para solucionar problemas é a técnica de

brainstorming. Nóbrega (1997, p. 249) defende que:

A sessão brainstorming, por ser uma técnica de grupo, tem por objetivo

coletar ideias de todos os participantes, se críticas ou julgamentos. Logo,

destina-se ao recolhimento de ideias e sugestões viabilizadoras de soluções

para determinados problemas ou situações de trabalho improdutivo.

Dentre os tipos de manutenção, destacam-se três: Manutenção Corretiva,

Manutenção Preventiva e Manutenção Preditiva. Cada um destes tipos de

manutenção possui suas particularidades e são importantes para o bom

funcionamento dos equipamentos.

A partir da análise destes tipos de manutenção, é possível se ter um

embasamento a respeito das intervenções que podem ser feitas nas máquinas.

Page 19: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

20

2.2.1 Manutenção Produtiva Total

A Manutenção Produtiva Total, termo derivado do inglês Total Productive

Maintenance (TPM), é uma abordagem inovadora para manutenção que otimiza a

eficácia do equipamento, elimina avarias e promove a manutenção autônoma pelos

operadores através de atividades do dia-a-dia envolvendo a força de trabalho total

(BHADURY, 2000 apud I.P.S., 2008).

De acordo com Tsuchiya (1992, p.4 apud K. E. et al., 199, p. 124):

O TPM é projetado para maximizar a eficácia do equipamento, melhorando

a eficiência geral, estabelecendo um sistema abrangente de manutenção

produtiva que cobre toda a vida útil do equipamento, abrangendo todos os

campos relacionados a equipamentos, planejamento, uso, manutenção, etc.

e, com a participação de todos funcionários da alta administração até os

trabalhadores do chão de fábrica, para promover a manutenção produtiva

por meio do gerenciamento da motivação ou de atividades voluntárias em

pequenos grupos.

A Manutenção Produtiva total propõe a redução de custos através da

melhoria contínua de seus equipamentos e está sustentada sob oito pilares, que

estão apresentados abaixo, de acordo com Nakajima (1989, p.42), JIPM (2002, p. 2)

e Palmeira (2002, p. 113), conforme citado por Moraes (2004, p. 40):

1. Pilar da Melhoria Focada: utiliza-se do conceito de Manutenção Corretiva de

Melhorias para atuar nas perdas crônicas relacionadas aos equipamentos;

2. Pilar da Manutenção Autônoma: baseia-se no treinamento teórico e prático

recebidos pelos operários e no espírito de trabalho em equipe para a melhoria

contínua das rotinas de produção e manutenção;

3. Manutenção Planejada: refere-se às rotinas de manutenção preventiva

baseadas no tempo ou na condição do equipamento, visando a melhoria

contínua da disponibilidade e confiabilidade além da redução dos custos de

manutenção;

4. Treinamento e educação: refere-se a aplicação de treinamentos técnicos e

comportamentais para liderança, a flexibilidade e a autonomia das equipes;

5. Gestão antecipada: baseia-se nos conceitos de Prevenção da Manutenção

onde todo o histórico de equipamentos anteriores ou similares é utilizado

desde o projeto afim de que se construa equipamentos com índices mais

adequados de confiabilidade e manutenabilidade;

Page 20: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

21

6. Manutenção da qualidade: refere-se à interação da confiabilidade dos

equipamentos com a qualidade dos produtos e capacidade de atendimento a

demanda;

7. Segurança, Saúde e Meio Ambiente: dependente da atuação dos demais

pilares, esse pilar tem o enfoque na melhoria contínua das condições de

trabalho e na redução dos riscos de segurança e ambientais;

8. Melhoria dos processos administrativos: também conhecido como TPM de

escritório, utiliza-se dos conceitos de organização e eliminação de

desperdícios nas rotinas administrativas, que de alguma maneira acabam

interferindo na eficiência dos equipamentos produtivos e processos.

A Figura 1 apresenta os pilares da Manutenção Produtiva Total:

Figura 1: Pilares da Manutenção Produtiva Total.

Fonte: IM&C Internacional, 2006.

Page 21: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

22

2.2.2 Manutenção Preventiva

Segundo a NBR-5462 (1994, p. 7), manutenção preventiva é o tipo de

manutenção “efetuado em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios

prescritos, destinada a reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do

funcionamento de um item”. A Manutenção Preventiva (MP) possui o objetivo de

intervir em um sistema ou componentes específicos, sob certas condições, a partir

de um estudo prévio (LIU et al., 2014).

De acordo com Slack et. Al (2002, p 645), a manutenção preventiva “visa

eliminar ou reduzir as probabilidades de falhas por manutenção (limpeza,

lubrificação, substituição e verificação) das instalações em intervalos de tempos pré-

planejados.

2.2.3 Manutenção Corretiva

De acordo com a NBR-5462 (1997, p.7), a Manutenção Corretiva é o tipo de

manutenção que “é efetuada após a ocorrência de uma pane destinada a recolocar

um item em condições de executar uma função requerida”.

De acordo com Slack et al. (2002, p. 625) “significa deixar as instalações

continuarem a operar até que quebrem”. O trabalho de manutenção é realizado

somente após a quebra do equipamento ter ocorrido.

Ela busca reduzir a gravidade das falhas de equipamentos, uma vez que já

ocorreram. Em contraste com a manutenção preventiva, a manutenção corretiva tem

foco nos procedimentos de manutenção que trazem o equipamento de volta à

produção em um menor tempo possível e/ou outras alternativas que minimizem a

perda de produção enquanto a máquina estiver inoperante. (TAYLOR; SHEUT;

KRAJEWSKI, 2007).

Analisando-se a vertente do Sistema de Manutenção Lean, a manutenção

corretiva pode ser dividida de duas maneiras: Manutenção Corretiva de Emergência

(MCE), em que, segundo Pinto (2013, p. 28) “a intervenção ocorre após a falha ou

avaria”, e Manutenção Corretiva Planejada (MCP), em que a intervenção no

equipamento irá acontecer após um planejamento prévio de manutenção. PINTO

(2013).

Page 22: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

23

2.2.4 Manutenção Preditiva

Segundo a NBR-5462 (1994, p.7), Manutenção Preditiva ou Controlada é:

A manutenção que permite garantir uma qualidade de serviço desejada,

com base na aplicação sistemática de técnicas de análise, utilizando-se de

meios de supervisão centralizados ou de amostragem, para reduzir ao

mínimo a manutenção preventiva e diminuir a manutenção corretiva.

Uma política de manutenção baseada nos princípios da manutenção preditiva

pode ser lucrativa para evitar a ocorrência de falhas a um menor custo.

(UNIVERSITC et al., 2001) A manutenção preditiva conceitua-se a partir da ação de

monitoramento e/ou acompanhamento das condições de um sistema, de seus

parâmetros operacionais e de sua eventual desgaste, sendo realizada através de

medições ou inspeções que não venham a interferir na operação do sistema.

(FILHO, 2008).

2.3 INTRODUÇÃO À LUBRIFICAÇÃO

Segundo Medeiros (2010, p. 51), lubrificante é “a substância que interposta

entre duas superfícies, em deslocamento relativo, diminuem a resistência ao

movimento”. De acordo com ele, os lubrificantes podem ser divididos em quatro

grupos: lubrificantes líquidos, pastosos, sólidos e gasosos.

Um dos principais problemas relacionados à lubrificação é o desgaste dos

materiais por atrito. Através de fenômenos como arraste de material, cisalhamento e

abrasão, corpos em movimento e em contato possuem uma tendência ao desgaste,

devido ao atrito entre as áreas de contato. (GÂNDARA, 2000, p. 40).

De acordo com Pirro e Wessol (2001):

“Os elementos de máquinas requerem lubrificação, pois eles formam

superfícies que movem respectivamente uma a outra, deslizando, rolando,

avançando ou retrocedendo. Caso ocorra o contato direto entre as

superfícies, o atrito conduzirá altas temperaturas entre elas e possivelmente

o desgaste ou avaria acontecerá. Logo a interposição de um lubrificante

entre essas superfícies previne ou reduz o contato direto entre elas.”

Page 23: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

24

O estudo dos lubrificantes pode ser dividido de acordo com suas funções,

características, classificações e tipos. As bases lubrificantes são obtidas

essencialmente do refino do petróleo cru e da síntese de compostos relativamente

puros e são as principais constituintes dos lubrificantes. (CARRETEIRO; BELMIRO,

2016, p.19).

2.3.1 Óleos Lubrificantes

Para reduzir o desgaste entre os corpos em contato, a fim de aumentar a vida

útil dos materiais, utiliza-se o óleo lubrificante. (GÂNDARA, 2000, p. 40). De acordo

com a Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (2005, p. 8):

São funções do lubrificante, dependendo da sua aplicação, a refrigeração e

a limpeza das partes móveis, a transmissão de força mecânica, a vedação,

isolação e proteção do conjunto ou de componentes específicos, e até a

transferência de determinadas características físico-químicas a outros

produtos.

Segundo Carreteiro e Belmiro (2008, p. 447), “a viscosidade é a característica

mais importante no controle do uso do lubrificante”. A viscosidade, assim, impacta

diretamente na escolha dos óleos lubrificantes a serem utilizados em qualquer

equipamento.

O óleo é selecionado a partir da viscosidade necessária para que haja uma

lubrificação correta ao rolamento, atuando em sua temperatura de funcionamento.

Essa viscosidade reduz conforme o aumento de temperatura. Tal relação entre

temperatura de um óleo e sua respectiva viscosidade é dada através do índice de

viscosidade IV. (PEREIRA; BRITO, 2002, p. 4).

2.3.2 Graxas

Pereira e Brito (2002, p. 2) defendem que “as graxas podem ser definidas

como produtos formados pela dispersão de um espessante em um óleo lubrificante”.

Elas se comportam conforme o tipo de sabão que é empregado, com

determinada textura, a qual poderá ser amanteigada, ser fibrosa, ou untosa. (LIMA,

2001, p. 6).

Page 24: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

25

Segundo Albino Antunes (2013, p. 25), “as graxas lubrificantes geralmente

utilizam sabões metálicos (lítio, alumínio, sódio, cálcio etc.) como agente espessante

e óleo mineral, derivado do petróleo”.

Para selecionar graxas para um rolamento, alguns critérios devem ser

analisados, como: fator de velocidade, temperatura de serviço, coeficiente de carga

e condição do lubrificante (PEREIRA; BRITO, 2002, p. 2).

2.3.3 Aditivos

A Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte (2005, p. 10) define

aditivos como sendo “substâncias empregadas para melhorar ou conferir

determinadas características aos óleos lubrificantes básicos para que estes

desempenhem de forma melhor uma finalidade específica”.

O Quadro 1 representa um resumo das funções dos principais tipos de

aditivos:

Quadro 1: Função dos aditivos.

Fonte: Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte, 2005.

Page 25: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

26

2.4 LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

Embora seja fácil ver que os engenheiros de confiabilidade se preocupam

muito mais com a lubrificação, também fica claro que o um bom controle tem um

impacto significativo na eficácia geral dos ativos. Também está claro que a

lubrificação adequada envolve muito mais do que apenas recomendar um

lubrificante para uma aplicação específica (SCHWINDAMAN, 2008).

A lubrificação industrial é uma forma primitiva de manutenção preventiva que,

através de uma gestão correta e eficaz, aumenta a disponibilidade de máquina,

definindo-se assim como uma ferramenta eficaz na diminuição de custo e,

consequentemente, no aumento de produtividade nas indústrias (MOBLEY,2008).

Além disso, uma boa gestão da lubrificação contribui diretamente com os

resultados obtidos pela empresa, aumentando sua competitividade no mercado.

Para Falconi (1992, p.6), “ser competitivo é ter a maior produtividade entre todos os

seus concorrentes. O que garante a sobrevivência das empresas é a garantia de sua

competitividade”.

Através de uma boa gestão na lubrificação, é possível garantir elevação nos

índices de disponibilidade de equipamentos, confiabilidade de processo, melhoria

contínua da lubrificação, produtividade dos colaboradores, estabilidade operacional

e controle da manutenção. Além disso, possibilita a redução no consumo de

lubrificantes e de energia, nas paradas de máquinas para manutenções corretivas,

no descarte de lubrificantes e, consequentemente, nos custos de manutenção.

Sem a lubrificação nos maquinários, a maior parte dos equipamentos iriam

parar de funcionar em um curto período de tempo, sendo o desgaste excessivo a

principal consequência. A lubrificação inadequada também é uma das causas que

fazem com que as máquinas percam suas respectivas funcionalidades, ocasionando

paradas de máquinas para ser realizada manutenção. (PIRRO e WESSOL, 2001).

Ainda segundo Pirro e Wessol (2001):

Outra consequência de uma Gestão Inadequada de Lubrificação é o

aumento do consume de energia e perca de eficiência do maquinário, pois

antes dos componentes de máquina falharem, acontece força de atrito

excessiva entre eles que acarreta sobrecarga em equipamentos elétricos

como bombas e motores.

Page 26: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

27

A escolha do lubrificante a ser utilizado depende fundamentalmente da

praticabilidade da utilização e do projeto, visando a promoção do lubrificante correto

para o equipamento, como também evitar lubrificação por excesso ou por falta,

prolongar a vida útil do equipamento, eliminar a falha pessoal e aumentar a

produtividade. (CARRETEIRO; BELMIRO, 2016, p. 425).

Já a escolha do método de aplicação do lubrificante depende de fatores

como: tipo do lubrificante, viscosidade, quantidade de óleo e custo do dispositivo

adequado. (CARRETEIRO; BELMIRO, 2016, p.4).

2.5 CONTROLE DE FICHAS DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE

PRODUTOS QUÍMICOS

Um dos cuidados que se deve ter dentro da gestão de lubrificantes está

relacionado às Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos

(FISPQ’s). Uma FISPQ, segundo a NBR-14725-2 (2009, p. 1) “estabelece critérios

para o sistema de classificação de perigos de produtos químicos, sejam eles

substâncias ou misturas, de modo a fornecer ao usuário informações relativas à

segurança, à saúde humana e ao meio ambiente”.

A obtenção destas Fichas também é de grande importância no que diz

respeito às concessões de certificações de meio ambiente e de qualidade à

empresa, haja vista que os órgãos que certificam a empresa realizam auditorias e

exigem as FISPQ’s de todos os lubrificantes utilizados por ela.

As Fichas são armazenadas, geralmente, na sala de lubrificantes e/ou em

locais de fácil acesso aos colaboradores. A Figura 2 representa o local de

armazenamento das FISPQ’s na indústria estudada:

Page 27: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

28

Figura 2: Local de armazenamento das FISPQ’s.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

A Figura 3 exemplifica uma das FISPQ’s que podem ser encontradas na

empresa estudada:

Figura 3: Print screen da FISPQ do ÓLEO KLUBERSYNTH CTH 2-260.

Fonte: Klüber Lubrication, 2007.

Page 28: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

29

O controle das FISPQ’s pode ser realizado através de auditorias bimestrais

nos locais onde ficam armazenadas as Fichas. Na empresa estudada, as mesmas

ficam alocadas na sala de lubrificação e na oficina mecânica do Beneficiamento.

Através da auditoria, também é possível analisar a usabilidade dos produtos

químicos utilizados na empresa.

O Quadro 2 refere-se à planilha de controle das FISPQ’s:

Quadro 2: Planilha de controle de FISPQ.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

2.6 LUBRIFICAÇÃO NA INDÚSTRIA TÊXTIL

De acordo com Medeiros (2015), “um par tribológico é formado por dois

corpos sólidos em contato físico com movimento relativo, sob atrito, lubrificação e

desgaste. Sua vida depende disso”. Tendo em vista este conceito e a grande

quantidade de máquinas presente na indústria têxtil, a lubrificação é de suma

importância para o bom desempenho dos equipamentos, aumentando sua vida útil e

sua confiabilidade.

Page 29: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

30

2.6.1 Beneficiamento Têxtil

O Beneficiamento Têxtil é uma das principais etapas para a obtenção dos

tecidos com alta qualidade, tendo em vista os processos pelos quais os artigos são

submetidos, a fim de agregar propriedades e elevar sua qualidade, aumentando,

consequentemente, o seu valor no mercado.

Bastian (2009, p. 6) define o Beneficiamento como uma “etapa de preparação

dos fios para seu uso final ou não, envolvendo tingimento, engomagem, retorção

(linhas, barbantes, fios especiais, etc.) e tratamento especiais”.

Neste setor, estão presentes várias máquinas que realizam diversos

processos no tecido que é recebido da Tecelagem. Os principais processos

realizados no Beneficiamento Têxtil são: chamuscagem, desengomagem, purga e

alvejamento, mercerização, estampagem, tingimento, ramagem, sanforização,

calandragem e escovação. Cada um desses processos é realizado em

equipamentos diferentes, e os tecidos passam por tais processos de acordo com os

resultados almejados e/ou conforme solicitados.

2.6.2 Mercerização e a máquina Mercerizadeira

De acordo com Bastian (2009, p. 11) a mercerização é um “tratamento

alcalino do material têxtil com objetivo de melhorar propriedades físico-químicas da

fibra (brilho, aumento da afinidade por corante, estabilidade dimensional etc.)”. Já

Rizzi (1985, p. 29) defende que “a mercerização é o processo pelo qual as fibras

celolósticas são tratadas para obter maior poder tintorial, brilho, resistência e

estabilidade dimensional”.

Os fatores que influenciam na mercerização são a concentração da solução

da soda cáustica, a temperatura e o tempo de contato soda/fibra. (RIZZI, 1985, p.

30).

A Mercerizadeira (ME) é a máquina responsável por realizar o processo de

mercerização nos tecidos. Ela está presente no setor do Beneficiamento têxtil e é de

suma importância para adquirir melhores resultados na produção dos tecidos. Os

principais processos realizados pela Mercerizadeira são: Impregnação e reação do

tecido na solução de soda cáustica, estabilização e lavagem do tecido.

Page 30: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

31

2.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO

Neste capítulo, foi possível obter conhecimento através de um embasamento

teórico a respeito dos assuntos que serão abordados no decorrer do trabalho. Foram

tratados os principais assuntos que justificam e são suporte à elaboração do Plano

de Lubrificação para a Mercerizadeira, bem como a importância do controle e gestão

da Manutenção e Lubrificação na indústria, especialmente, no ramo têxtil.

No próximo capítulo, será apresentada a metodologia pela qual a pesquisa foi

realizada, estabelecendo também uma sequência lógica ao desenvolvimento do

trabalho.

Page 31: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

32

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA

Para a elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira, inicialmente,

foi necessário ser feito um levantamento dos componentes da máquina até o terceiro

nível, que diz respeito aos itens presentes em cada compartimento do equipamento

(nível dois), bem como seus respectivos cadastros e tagueamentos.

A partir disso, puderam ser apontados e identificados todos os pontos da

máquina que necessitam de lubrificação. Com base nas informações dos

fabricantes, foram identificados os lubrificantes a serem utilizados na Mercerizadeira,

além da quantidade de lubrificante a ser aplicado em cada ponto da máquina.

Após, foram estabelecidas as rotinas de inspeção e de relubrificação para os

pontos coletados. A fim de estabelecer uma gestão à vista ao Plano de Lubrificação,

foi adotada uma simbologia relacionada à frequência a qual deve ser realizada a

lubrificação, de modo a contribuir para uma melhor visualização da periodicidade da

aplicação dos lubrificantes nos locais indicados pelo Plano.

Também foi feito um levantamento a respeito da forma de armazenamento

dos lubrificantes a serem utilizados na máquina e identificados os equipamentos

necessários para realizar a lubrificação.

Page 32: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

33

3.1 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

Para estabelecer a gestão e o controle da lubrificação na Mercerizadeira, a

execução do trabalho foi realizada a partir de cinco etapas. A Firuga 4 apresenta

estas etapas:

Figura 4: Etapas para a realização do trabalho.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

A execução de cada uma dessas etapas foi de extrema importância para o

desenvolvimento do projeto, uma vez que trata-se de um equipamento de grande

relevância para o processo produtivo e que a falta de uma gestão de lubrificação

para a máquina impacta diretamente nos indicadores de qualidade da mesma.

3.1.1 Diagnóstico da situação atual da lubrificação e coleta de dados

Nesta etapa, inicialmente foi feito um estudo geral da Mercerizadeira, da sala

de lubrificação, da sistemática de funcionamento da lubrificação, bem como dos

dados referentes à atual gestão de lubrificação para o equipamento.

O primeiro passo foi analisar a Mercerizadeira. Foi feito um levantamento dos

componentes da máquina, a fim de viabilizar a compreensão do equipamento. Por

ser uma máquina grande, a mesma é dividida em compartimentos, de acordo com

as funcionalidades de cada um deles. A Figura 5 apresenta o layout da máquina,

com suas respectivas divisões:

Diagnóstico da situação atual da lubrificação ecoleta de dados

Identificação e análise de problemas namáquina relacionados à lubrificação

Elaboração do Plano de Lubrificação

Integração entre lubrificação e manutenção

Informatização dos controles

Page 33: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

34

Figura 5: Layout da Mercerizadeira, dividida por compartimentos.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 34: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

35

O levantamento foi realizado até o terceiro nível da máquina, como mostra o Quadro 3:

Quadro 3: Levantamento dos componentes da Mercerizadeira.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

NÍVEL 1

NÍVEL 2CONJUNTO

DE ENTRADAIMPREGNAÇÃO REAÇÃO RAMINHA ESTABILIZAÇÃO

CAIXA DE

LAVAGEM 01

CAIXA DE

LAVAGEM 02

CAIXA DE

LAVAGEM 03

CAIXA DE

LAVAGEM 04

ENDIREITADOR

DE TRAMA 01

TORRE DE

SECAGEM 01

TORRE DE

SECAGEM 02

ENDIREITADOR

DE TRAMA 02

CONJUNTO DE

SAÍDA

COMPONENTES

AUXILIARES

CILINDRO

GUIA

CILINDRO

PRENSA

SUPERIOR

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

BALANÇACILINDRO GUIA

SISTEMA DE

VAPOR

SISTEMA DE

VAPOR

CABEÇAS DE

LEITURACILINDRO GUIA

TROCADOR DE

CALOR

TENSOR

MANUAL

CILINDRO

PRENSA

INFERIOR

CILINDRO

OCADO

CILINDRO

BALANÇA CILINDRO BALANÇA

CILINDRO

EXTRATOR

CILINDRO

EXTRATOR

CILINDRO

EXTRATOR

CILINDRO

EXTRATOR

CILINDRO

BANANA

TAMBORES

DE SECAGEM

TAMBORES

DE SECAGEM

GRADE

HORIZONTAL

TENSOR

PNEUMÁTICO

ESTRUTURAS DE

SEGURANÇA

SISTEMA DE

TRAÇÃO

SISTEMA DE

TRAÇÃO

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

OCADOCILINDRO OCADO

CILINDRO

GUIA

CILINDRO

GUIA

CILINDRO

GUIA

CILINDRO

GUIA

GRADE

HORIZONTAL

SISTEMA DE

EXAUSTÃO

SISTEMA DE

EXAUSTÃOCILINDRO GUIA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

TENSOR

PNEUMÁTICO

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

TENSOR

PNEUMÁTICO

CILINDRO

OCADO

CILINDRO

RAIADO

CILINDRO

RAIADOCILINDRO RAIADO

CILINDRO

IMERSOR

CILINDRO

IMERSOR

CILINDRO

IMERSOR

CILINDRO

IMERSOR

CABEÇAS DE

LEITURA

CILINDRO

CURVO

CILINDRO

CURVO

CILINDROS

BANANA

SISTEMA DE

TRAÇÃO

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

ABRIDORE DE

OURELA

CILINDRO

RAIADO

CILINDRO

PRENSA

SUPERIOR

SISTEMA DE

VAPOR

CILINDRO PRENSA

SUPERIOR

CILINDRO DE

TRAÇÃO

CILINDRO DE

TRAÇÃO

CILINDRO DE

TRAÇÃO

CILINDRO DE

TRAÇÃO

CILINDRO

GUIA

CILINDRO

GUIA

CILINDRO

PUXADOR

SUPERIOR

CILINDRO

PUXADOR

SUPERIOR

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

PRENSA

INFERIOR

SISTEMA DE

TRAÇÃO

CILINDRO PRENSA

INFERIOR

SISTEMA DE

VAPOR

SISTEMA DE

VAPOR

SISTEMA DE

VAPOR

SISTEMA DE

VAPOR

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO

PUXADOR

INFERIOR

CILINDRO

PUXADOR

INFERIOR

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

PRENSA

SISTEMA DE

VAPOR

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA PNEUMÁTICO

- CILINDROS PRENSA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDRO

BALANÇA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDRO

BALANÇA

CILINDRO BATEDOR

CILINDRO

BATEDOR DE

ENTRADA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA DE

TRAÇÃOESTRUTURA

SISTEMA PNEUMÁTICO

- CILINDROS BALANÇA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

EXTRATORES

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

EXTRATORES

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

EXTRATORES

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

EXTRATORES

ESTRUTURA ESTRUTURAABRIDORES DE

OURELA

TENSOR

PNEUMÁTICO

SISTEMA DE

VAPOR

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

PRENSA

SISTEMA DE VAPORSISTEMA DE

TRAÇÃO

SISTEMA DE

TRAÇÃO

SISTEMA DE

TRAÇÃO

SISTEMA DE

TRAÇÃO CILINDRO CURVO

ABRIDORES

DE OURELA

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDROS

BALANÇA

SISTEMA DE TRAÇÃOSISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃO

SISTEMA DE

CIRCULAÇÃOCILINDRO BALANÇA

CILINDRO

BALANÇA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA ESTRUTURA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDRO

PUXADOR

ESTRUTURA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

ABRIDORES DE

OURELA

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

CILINDRO BALANÇA

CILINDRO

ENROLADOR

SISTEMA

PNEUMÁTICO -

BRAÇO

ENROLADOR

SISTEMA DE

TRAÇÃO

ESTRUTURA

NÍVEL 3

MERCERIZADEIRA

Page 35: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

36

Foi feita uma análise na sala de lubrificação, a fim de identificar os principais

lubrificantes utilizados na máquina estudada, além de obter uma visão geral da atual

gestão e manuseio destes lubrificantes. A Figura 6 mostra a sala de lubrificação da

empresa em estudo:

Figura 6: Sala de lubrificação.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Como não havia uma gestão das rotinas de trabalho dos mecânicos

responsáveis pela lubrificação, os dados referentes ao controle dos locais de

lubrificação para o equipamento, bem como às datas para inspeção e relubrificação

eram realizadas a partir de anotações em um livro de ocorrências, juntamente com a

análise do layout da máquina. A Figura 7 mostra um registro do livro de ocorrências

relacionadas à lubrificação da Mercerizadeira:

Figura 7: Controle de lubrificação realizada pelos mecânicos.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 36: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

37

Tal livro de ocorrências era armazenado no setor durante um período de seis

meses. Após este período, o mesmo era descartado, perdendo informações que

poderiam ser necessárias para análises futuras, bem como para criar indicadores de

qualidade, gerados a fim de estabelecer melhorias para a gestão da lubrificação.

Também foi observado que o apontamento de horas trabalhadas pelos

mecânicos da lubrificação era realizado em locais inadequados. Pelo fato de não se

ter um Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira e, consequentemente, não

possuir um checklist de atividades a serem executadas e nem uma sistematização

do controle de lubrificação para a máquina, os apontamentos eram realizados em

Ordens de Manutenção (OM) de outros equipamentos.

Além disso, notou-se que a inspeção nos pontos de lubrificação da ME era

falha, tendo em vista o fato de que não se tinha um controle confiável para análise

de tais locais. Por fim, foi verificado que a lubrificação no equipamento era realizada

com base no Plano de Lubrificação de um equipamento com alguns compartimentos

semelhantes.

Foram observados também outros pontos, tais como estão apresentados na

Figura 8:

Figura 8: Itens levantados relacionados à lubrificação na Mercerizadeira.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Rotinas de trabalho da equipe

responsável pela lubrificação

Lubrificantes utilizados

Armazenamento dos lubrificantes

Histórico da lubrificação na Mercerizadeira

Ferramentas e metodologia de

aplicação dos lubrificantes

Recursos para armazenamento e processamento de

informações

Page 37: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

38

3.1.2 Identificação e análise de problemas na máquina relacionados à lubrificação

Durante esta etapa, foi feita uma análise sucinta da ME, através de um

brainstorming realizado com os responsáveis pela lubrificação do equipamento, a fim

de identificar possíveis problemas na máquina decorrentes de falhas na lubrificação.

Foi dada uma maior atenção aos problemas pontuais, para que pudessem ser

analisados e tratados, com o intuito de evitar outros problemas no desenvolvimento

do Plano de Lubrificação. Através da reunião e análise do equipamento, foi possível

identificar os seguintes problemas:

Alguns rolamentos dos cilindros secadores das torres de secagem e das

caixas de lavagem estavam com problemas. A partir de uma análise nestes pontos,

foi identificado que os mancais de rolamento estavam desgastados, apresentando

folgas.

Deste modo, ao realizar a relubrificação dos tambores das torres de secagem,

os rolamentos não estavam recebendo o lubrificante de maneira correta (o

lubrificante não estava entrando no rolamento), assim, danificando-os.Em outros

casos, foram observadas retenções danificadas por excesso de graxa na

relubrificação das caixas de lavagem, fazendo com que o lubrificante vazasse para

dentro do compartimento.

A Figura 9 retrata uma das observações relacionadas a este problema:

Figura 9: Evidência de problema na lubrificação das caixas de lavagem.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 38: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

39

Problemas relacionados à lubrificação podem gerar manchas no tecido. Este

defeito por ser explicado a partir do seguinte processo: conforme há excesso de

graxa proveniente da relubrificação, as retenções se danificam, pelo excesso de

pressão e permitem o vazamento de graxa, que escorre pela lateral interna do

equipamento e entra em contato com o banho que, ao entrar em contato com o

tecido, contamina o mesmo, conforme apresentadas na Figura 10 e na Figura 11:

Figura 10: Manchas no tecido provenientes de falha na lubrificação.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Figura 11: Manchas de graxa no tecido – cilindros secadores.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 39: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

40

Dessa forma, foi feito um mapeamento dos pontos de lubrificação em que a

incidência da anomalia apresentada era maior. Foram verificados os dois lados da

máquina e identificados os locais cujo problema era recorrente.

Os layouts das caixas de lavagem e das torres de secagem foram dispostos

aos responsáveis pela lubrificação no equipamento que, por sua vez, mapearam os

mancais que estavam apresentando este problema, a fim de saná-lo. A Figura 12

representa os layouts destes dois compartimentos:

Figura 12: Lauyout das caixas de lavagem e das torres de secagem.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

3.1.3 Elaboração do Plano de Lubrificação

Para a elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira para a

empresa estudada, alguns pontos foram levados em consideração:

Quantidade de funcionários na equipe de lubrificação;

Estrutura dos Planos de Lubrificação adotada pela empresa;

Tipos de lubrificantes a serem utilizados;

Cadastro e controle dos lubrificantes;

Pontos de lubrificação no equipamento;

Número da FISPQ;

Estrutura de armazenamento (embalagem);

Ferramentas de aplicação;

Previsão de consumo;

Planejamento dos serviços periódicos de lubrificação;

Periodicidade de inspeção;

Esquema de gestão à vista.

Page 40: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

41

Nesta etapa, foram levantados os principais pontos a serem inseridos ao

Plano de Lubrificação, a fim de atribuir a melhor gestão possível à lubrificação ao

equipamento. O modelo utilizado para a elaboração do PL foi adotado respeitando a

padronização dos Planos de Lubrificação já existentes na empresa, referentes a

outras máquinas.

Foram implementados alguns itens e modificadas algumas nomenclaturas

como forma de viabilizar um melhor entendimento por parte das pessoas que terão

acesso ao PL da Mercerizadeira.

3.1.4 Integração entre lubrificação e manutenção

Para uma boa execução da lubrificação no equipamento, é de suma

importância que haja uma integração entre a manutenção e a lubrificação. Tendo em

vista que a maior parte da lubrificação na Mercerizadeira é realizada durante as

Manutenções Preventivas, as quais atuam na máquina equipes de diferentes áreas

da manutenção (Elétrica, Mecânica, Utilidades, Oficina Mecânica e Civil), é

necessário que a programação das intervenções a serem realizadas no

equipamento seja bem planejada, para que não inviabilize a atuação de nenhuma

das áreas.

Assim, durante esta etapa, foi analisada a execução da lubrificação na ME

durante uma Manutenção Preventiva, juntamente com as outras equipes de

manutenção, a fim de observar possíveis problemas que podem estar relacionados à

incompatibilidade de informações, atuação em compartimentos iguais, inviabilizando

a intervenção por uma das partes, quantidade de colaboradores atuando no

equipamento, dentre outros.

A Figura 13 representa uma das atuações realizadas na ME pela equipe de

lubrificação, durante uma Manutenção Preventiva. Na atuação descrita na Figura 13,

ocorre uma relubrificação no mancal do cilindro extrator inferior do lado esquerdo da

caixa de lavagem 02, com uma bomba pneumática, utilizando a graxa Starburags

NBU 8:

Page 41: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

42

Figura 13: Aplicação de lubrificante durante Manutenção Preventiva na Mercerizadeira.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

3.1.5 Informatização dos controles

Esta etapa consiste no envio do Plano de Lubrificação à equipe do

Planejamento e Controle da Manutenção (PCM) da empresa, para que o PL seja

registrado no sistema de gestão da indústria. A partir da informatização do Plano de

Lubrificação, torna-se possível estabelecer um controle da lubrificação para a

Mercerizadeira, tendo em vista que, através dela, surgirão oportunidades de

melhorias a serem implementadas no âmbito da gestão da lubrificação para o

equipamento, tais como estão apresentadas na Figura 14:

Page 42: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

43

Figura 14: Potenciais de melhorias a partir do controle e gestão da lubrificação.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

3.2 CONSIDERAÇÕES DO CAPÍTULO

Estabelecer uma metodologia para realização do trabalho é de grande

importância, pois a mesma organiza, em uma sequência lógica, as etapas do

trabalho a ser desenvolvido e facilita a obtenção de bons resultados.

Através deste capítulo, foi possível observar o passo a passo para a obtenção

de um controle e, a partir disso, gerenciar o processo de lubrificação para a

Mercerizadeira, dando foco no objetivo principal do trabalho, que é a elaboração do

Plano de Lubrificação para o equipamento descrito.

Além de tornar qualitativo o entendimento da construção do trabalho, a

metodologia escolhida para este estudo dá um embasamento referente a alguns

pontos relacionados à gestão de manutenção, otimização de custos e segue um

caminho visando estabelecer o senso de propriedade aos envolvidos com a

lubrificação na máquina, tendo em vista as oportunidades de melhorias levantadas.

No capítulo seguinte, será apresentado o Plano de Lubrificação para a

Mercerizadeira, bem como os estudos feitos e dados coletados para a sua

elaboração.

Elaboração de checklistdos controles de

lubrificação, manutenção, eventos

críticos, custos, consumos e possíveis

irregularidades

Controle e apontamento correto

de mão de obra

Elaboração de indicadores de performance

Gestão à vista da lubrificação no equipamento

Armazenamento de informações em banco de dados

Padronização e controle de rotinas de

trabalho

Page 43: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

44

CAPÍTULO 4 – CARACTERIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

A elaboração do Plano de Lubrificação é a etapa mais importante para se

gerenciar o processo de lubrificação em um equipamento. Através dele, é possível

estabelecer diretrizes que geram um controle à lubrificação e identificar potenciais

de melhorias à ME, possibilitando uma melhor relação de custo x benefício aos

lubrificantes, reduzindo problemas relacionados à falhas de lubrificação e,

consequentemente, elevando a performance da máquina.

O PL encaixa-se no conceito de lubrificação preventiva, visto que há um

planejamento prévio das ações a serem realizadas, garantindo, assim, uma melhor

execução daquilo que foi previsto, sem comprometer a disponibilidade do

equipamento.

Neste capítulo, será apresentado o Plano de Lubrificação para a

Mercerizadeira de uma indústria têxtil do Estado do Rio Grande do Norte através das

abordagens levantadas e dos conceitos já definidos durante o trabalho.

4.1 SISTEMATIZAÇÃO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO

A sistemática para a elaboração do Plano de Lubrificação da ME deu-se a

partir da construção do PL dividindo-o em etapas. Tal elaboração foi feita pensando

em facilitar o trabalho dos colaboradores responsáveis pela lubrificação e de todos

os interessados pelo trabalho, de modo a conseguirem encontrar todas as

informações necessárias relacionadas à lubrificação do equipamento no Plano de

Lubrificação desenvolvido. Além disso, foram coletadas informações referentes às

programações de intervenções na máquina através do Planejamento e Controle da

Manutenção (PCM), bem como de dados referentes aos lubrificantes e à

periodicidade de lubrificação com a equipe da Manutenção Mecânica da empresa

estudada.

O Plano de Lubrificação da Mercerizadeira possui informações relacionadas

aos lubrificantes e seus respectivos cadastros, aos pontos de lubrificação, à

metodologia de aplicação (armazenamento, ferramenta de aplicação e quantidade

de lubrificante), além da periodicidade para lubrificação e inspeção dos pontos

lubrificados e aos números de FISPQ’s armazenados na indústria em que o trabalho

foi desenvolvido.

Page 44: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

45

4.1.1 Pontos de Lubrificação

Para elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira, foram

levantados os pontos de lubrificação do equipamento. A coleta destes locais é uma

das principais ações a serem executadas, pois norteia a elaboração do PL. Visto que

a máquina é dividida por compartimentos, o armazenamento dessas informações no

Plano também foi realizado de acordo com a divisão da máquina.

No total, foram encontrados 105 (cento e cinco) locais em que há a

necessidade de lubrificação. O Quadro 4 apresenta os pontos de lubrificação

coletados para a Mercerizadeira:

Quadro 4: Pontos de lubrificação por compartimento da Mercerizadeira.

COMPONENTE PONTOS DE LUBRIFICAÇÃO

FUSOS DOS KF ABRIDORES DE OURELA

CONJUNTO TENSOR

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA SUPERIORES (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA INFERIORES (LE/LD)

MANCAIS DO EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS BATEDORES SUP/INF. (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS SUP/INF. (LE/LD)

CONJUNTO DE CILINDROS TENSORES

MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR DE BORRACHA (LE/LD)

MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR DE INOX (LE/LD)

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR DO CILINDRO PUXADOR

MANCAIS DO CILINDRO ROSCA (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE INOX (LE/LD)

GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS SUPERIORES (LD)

GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS INFERIORES (LD)

CORRENTES E ENGRENAGENS

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR DE ACIONAMENTO WU-5

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS (LE/LD)

MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA

MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE INOX (LE/LD)

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR WU-5 (LD)

CA

ST

EL

O D

E E

NT

RA

DA

BO

OS

TE

RIM

PR

EG

NA

ÇÃ

O

Page 45: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

46

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA (LE/LD)

MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA

MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROSPRENSA INOX (LE/LD)

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR WU-5 (LD)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD)

CILINDRO DE TRAÇÃO DE BORRACHA

MANCAIS DOS FUSOS (LE/LD)

CAIXA DE ENGRENAGENS/CORRENTES (LD)

MANCAIS DO CILINDRO DE TRAÇÃO DAS CORRENTES

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

MANCAIS DO CILINDRO RAIADO

REDUTOR WU-4 (LD)

REDUTOR WU-4 ( ENTRADA DA RAMINHA )

REDUTOR COAXIAL (LE/LD) ( ENTRADA DA RAMINHA )

REDUTOR COAXIAL LD ( CAIXA DE REDUTORES RAMINHA )

REDUTOR WU-4 ( SAIDA DA RAMINHA )

REDUTOR RAMINHA (LE/LD) (M-15)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS (LE/LD)

MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD)

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR WU-5 (LD)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS SUPERIORES (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS INFERIORES (LE/LD)

MANCAIS DA ARTICULAÇÃO DA BALANÇA

CARDAN DE ALINHAMENTO E TRANSMISSÃO DOS REUTORES SUP/LD

MANCAIS DOS CILINDROS EXTRATORES SUPERIORES (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS EXTRATORES INFERIORES (LE/LD)

MANCAIS DO CILINDRO DE TRAÇÃO

MANCAIS DO CILINDRO ROSCA

MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS DE INOX (LE/LD)

GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS SUP. (LD)

GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS INF. (LD)

CAIXA DE ENGREN/CORRENTES SUP. (LD)

CAIXA DE ENGREN/CORRENTES INF. (LD)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 01)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 01)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 02)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 02 )

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 03)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 03)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA. (LE/LD) ( CAIXA 04)

MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX. (LE/LD) ( CAIXA 04)

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 01)

REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 02

REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 03)

REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 04)

CA

IXA

S D

E L

AV

AG

EM

RE

ÃO

RA

MIN

HA

ES

TA

BIL

IZA

ÇÃ

O

Page 46: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

47

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

4.1.2 Lubrificantes utilizados no equipamento

Após análise dos lubrificantes utilizados pela empresa e em equipamentos

semelhantes, foram definidos cinco tipos de lubrificantes a serem utilizados na

Mercerizadeira, conforme necessidade de aplicação nos pontos de lubrificação já

apresentados. São eles:

LUBRIFICANTE MOLYKOMBIM UFMT 4, à base de bissulfeto de molibdênio;

GRAXA TRIBOTEC PD-00, à base de lítio;

GRAXA MOBILUX EP-2, à base de lítio;

ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320, à base mineral;

GRAXA STABURAGS NBU 8, à base de óleo mineral.

MANCAIS DOS CILINDROS SECADORES. (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS SUPERIORES (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS INFERIORES (LE/LD)

MANCAIS DO EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS SUPERIORES (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS INFERIORES (LE/LD)

MANCAIS DAS POLIAS

UNIÕES ROTATIVAS SUP/INF (LE/LD)

REDUTOR N-1 (LD)

REDUTOR N-2 (LD)

REDUTOR N-3 (LD)

FUSOS KF

ENGRENAGEM/CORRENTE DE ACIONAMENTO DO CILINDRO ENROLADOR (LE)

MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA (LE/LD)

EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA

MANCAIS DOS CILINDROS S BATEDORES (LE/LD)

MANCAIS DOS CILINDROS S TENSORES (LE/LD)

CORRENTES/ENGRENAGENS ACIONADAS PELO REDUTOR

MANCAIS DOS CILINDROS S GUIAS (LE/LD)

MANCAIS DE APOIO DO EIXO DAS ENGREN.

MANCAIS DO CILINDRO ENROLADOR

MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR BORRACHA. (LE/LD)

MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR INOX (LE/LD)

GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN

REDUTOR LD

REDUTOR DE ACIONAMENTO DOS FUSOS (LD) - CAIXA DE REDUTORES N-1

REDUTOR DE ACIONAMENTO DOS FUSOS (LD) - CAIXA DE REDUTORES N-2

TO

RR

ES

DE

SE

CA

GE

MC

AS

TE

LO

DE

SA

ÍDA

Page 47: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

48

4.1.3 Cadastro dos Lubrificantes

Cada lubrificante é cadastrado no sistema com um código diferente. Este

código serve para facilitar a identificação do item no que diz respeito ao controle de

estoque, solicitações de compra e padronização, por exemplo. O Quadro 5 mostra o

código de cada lubrificante utilizado na Mercerizadeira:

Quadro 5: Código dos lubrificantes utilizados na Mercerizadeira.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

4.1.4 Ferramentas de uso

As ferramentas de uso dos lubrificantes variam de acordo com os locais de

lubrificação, bem como da quantidade a ser aplicada e do tipo de lubrificante. O

Quadro 6 representa as ferramentas recomendadas para uso de cada lubrificante e

a embalagem na qual o lubrificante é recebido pelo almoxarifado:

Quadro 6: Armazenamento e ferramentas de uso dos lubrificantes.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

TAG Tipo de Lubrificante

PC650010205 LUBRIF. MOLYKOMBIM UFMT 4

PC650010162 GRAXA TRIBOTEC PD-00

PC650010111 GRAXA MOBILUX EP-2

PC650010385 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320

PC650010145 GRAXA STABURAGS NBU 8

Tipo de Lubrificante Embalagem Ferramenta

LUBRIF. MOLYKOMBIM UFMT 4 SPRAY 450 ml SPRAY

GRAXA TRIBOTEC PD-00 BALDE 18 kg PINCEL

GRAXA MOBILUX EP-2 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL

ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 TAMBOR 200 L BALDE

GRAXA STABURAGS NBU 8 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA

Page 48: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

49

A Figura 15 apresenta exemplos de bombas utilizadas na lubrificação da

empresa estudada:

Figura 15: Bombas utilizadas para lubrificação

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

A Figura 16 mostra o carro de ferramentas utilizado como suporte para a

lubrificação dos equipamentos:

Figura 16: Carro de ferramentas da Manutenção.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 49: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

50

4.1.5 Quantidade de lubrificante

Para estabelecer a quantidade de lubrificante a ser utilizada nos pontos de

lubrificação da Mercerizadeira, foram adotados os cálculos utilizados pela empresa,

a fim de respeitar a padronização na gestão de lubrificantes já existente para outros

equipamentos.

O cálculo para quantidade de lubrificante a ser utilizado em cada local,

dependendo do ponto, pode levar em consideração as especificações do rolamento,

o tipo de carga, a velocidade da máquina em rotações por minuto, a quantidade de

graxa na tampa, bem como na caixa.

A quantidade de graxa em cada rolamento é dada a partir da multiplicação

dos valores de diâmetro externo do rolamento (D) pela sua largura (B). Já o valor em

cada ponto de relubrificação é dado através da multiplicação do valor total de graxa

(dado pelo somatório entre a quantidade de graxa no rolamento, na tampa e na

caixa) pelo fator multiplicador de carga. Se o tipo for axial, multiplica-se por 0,005.

Para o tipo radial, multiplica-se por 0,002. Estes valores foram derivados de acordo

com a velocidade do equipamento. As dimensões dos valores para diâmetro externo

e largura são dadas em milímetros, enquanto que as quantidades de graxa são

dadas em gramas.

A Fórmula 1 representa a quantidade de graxa em cada ponto de

relubrificação para locais submetidos à carga axial, enquanto que a Fórmula 2

apresenta a mesma equação para cargas radiais:

Qtd. graxa em cada ponto = [(B x D) + Qtd. graxa na tampa + Qtd. graxa na caixa] x 0,005 (1)

Qtd. graxa em cada ponto = [(B x D) + Qtd. graxa na tampa + Qtd. graxa na caixa] x 0,002 (2)

O Quadro 7 representa o exemplo de alguns valores de quantidade de graxa

a ser aplicada em mancais dos cilindros da Mercerizadeira:

Page 50: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

51

Quadro 7: Quantidade de graxa a ser aplicada nos mancais dos cilindros da Mercerizadeira.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

4.1.6 Periodicidade de lubrificação

A periodicidade para a lubrificação da Mercerizadeira foi definida de acordo

com o fabricante do equipamento (Benninger), e as lubrificações na máquina são

realizadas conforme as programações para Manutenções Preventivas na

Mercerizadeira, visto que, por questões de segurança, a relubrificação é feita com a

máquina parada. Assim como para a Manutenção Preventiva, a lubrificação do

equipamento é efetuada conforme as divisões de compartimentos.

Em termos de Manutenção Preventiva, a Mercerizadeira é dividida em quatro

blocos de compartimentos:

Bloco A – Castelo de Entrada, Booster, Impregnação e Reação;

Bloco B – Raminha e Estabilização;

Bloco C – Caixas de Lavagem;

Bloco D – Torres de Secagem e Castelo de Saída.

LOCALREFERENCIA DOS

ROLAMENTOS

DIÂMETRO

EXTERNO

(D)

LARGURA

(B)TIPO

QUANTIDADE

DE GRAXA NO

ROL. [g]

GRAXA

NA

TAMPA

[g]

GRAXA

NA

CAIXA [g]

TOTAL [g]NO PONTO

[g]

MANCAIS DO CIL. BALANÇA SUP/INF. LE/LD

(CAST.ENTRADA )1205 52 15 radial 780 0 0 780 1,6

MANCAIS DO CIL. GUIA SUP/INF. LE/LD

(CAST. ENTRADA)2208 80 23 radial 1840 0 0 1840 3,7

MANCAIS DO CIL. PUXADOR BORRACHA E

SUP/INF. LE/LD (CAST. ENTRADA)22309 100 36 radial 3600 1445 1700 6745 13,5

MANCAIS DO CIL. PUXADOR INOX E

SUP/INF. LE/LD ( CAST. ENTRADA )22309 100 36 radial 3600 14909 1862 20371 40,7

MANCAIS CIL. GUIA SUP/INF. LE/LD Y205 52 34,1 radial 1773,2 1773,2 3,5

MANCAIS DOS CIL. EXTRATORES SUP.

LE/LD ( CX`S DE LAVAGEM )1306 72 19 axial 1368 612 648 2628 13,1

MANCAIS DOS CIL. BALANÇA SUP. LE/LD

(CX`S DE LAVAGEM)1205 52 15 radial 780 780 1,6

MANCAIS DA ARTICULAÇÃO DOS CIL.

BALANÇA SUP/INF. LE/LD (CAST.ENTRADA )1207 72 17 radial 1224 0 0 1224 2,4

MANCAIS DO CIL. BALANÇA SUP. LE/LD

(TORRE DE SECAGEM)1205 52 15 radial 780 0 0 780 1,6

MANCAIS DO CIL. ENROLADOR (CAST.

SAIDA BRAÇO ENROLADOR )22207 72 23 radial 1656 0 0 1656 3,3

Page 51: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

52

A Manutenção Preventiva na ME ocorre uma vez ao mês, onde, em um mês

são feitas intervenções nos blocos A e B, e no mês posterior a Preventiva é

realizada nos blocos C e D. Com base nestas informações e nas necessidades de

lubrificação de cada compartimento, o Quadro 8 representa a periodicidade de

relubrificação por blocos e compartimentos:

Quadro 8: Periodicidade de relubrificação da Mercerizadeira por blocos e compartimentos.

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Vale salientar que, pela necessidade de se realizar a relubrificação nos

pontos das torres de secagem trimestralmente, a execução da lubrificação neste

componente é programada juntamente com o PCM, a fim de viabilizar tal

intervenção e não afetar os serviços planejados pelas outras equipes de

manutenção.

Além disso, há a lubrificação nos redutores da máquina. Foi programada uma

troca de óleo geral com periodicidade anual. Entretanto, a inspeção para estes locais

deve ser realizada semanalmente, completando o nível de óleo de acordo com a

necessidade.

4.2 PLANO DE LUBRIFICAÇÃO DA MERCERIZADEIRA

Após conclusão de todas as etapas definidas para a elaboração do Plano de

Lubrificação da Mercerizadeira, foram reunidos os dados coletados em um único

arquivo, seguindo a padronização de documentos adotada pela empresa estudada.

Foram considerados também detalhes referentes ao equipamento e aos pontos de

lubrificação, de modo a atender todas as informações necessárias para a construção

do PL e respeitando também às solicitações do PCM para cadastro posterior do

Plano no Sistema de Manutenção da indústria.

Com base em todos os pontos levantados e itens a serem inseridos no Plano

de Lubrificação, o mesmo foi elaborado, conforme apresentado no Quadro 9:

Bloco Componente Periodicidade

CASTELO DE ENTRADA BIMESTRAL

BOOSTER BIMESTRAL

IMPREGNAÇÃO BIMESTRAL

REAÇÃO BIMESTRAL

RAMINHA BIMESTRAL

ESTABILIZAÇÃO BIMESTRAL

C CAIXAS DE LAVAGEM BIMESTRAL

TORRES DE SECAGEM TRIMESTRAL

CASTELO DE SAÍDA BIMESTRAL

A

B

D

Page 52: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

53

Quadro 9: Plano de Lubrificação da Mercerizadeira.

ITEM TAG COMPONENTE LUBRIFICANTE Nº FISPQ EMBALAGEM FERRAMENTA SIMBOLOGIA PERÍODO INSPEÇÃO

1 CASTELO DE ENTRADA

1.1 PC650010205 FUSOS DOS KF ABRIDORES DE OURELA LUBRIF. MOLYKOMBIM UFMT 4 22 SPRAY 450 ml SPRAY BIMESTRAL SEMANAL

1.2 PC650010162 CONJUNTO TENSOR GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 18 kg PINCEL BIMESTRAL SEMANAL

1.3 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA SUPERIORES (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (1,6 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

1.4 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA INFERIORES (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (1,6 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

1.5 PC650010111 MANCAIS DO EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (7 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

1.6 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS BATEDORES SUP/INF. (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (8,5 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

1.7 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS SUP/INF. (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (3,7 g) BIMESTRAL MENSAL

1.8 PC650010111 CONJUNTO DE CILINDROS TENSORES GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (5,5 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

1.9 PC650010111 MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR DE BORRACHA (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (13,5 g) BIMESTRAL MENSAL

1.10 PC650010111 MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR DE INOX (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

1.11 PC650010111 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

1.12 PC650010385 REDUTOR DO CILINDRO PUXADOR ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

2 BOOSTER

2.1 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO ROSCA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (8 g) BIMESTRAL MENSAL

2.2 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

2.3 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE INOX (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

2.4 PC650010145 GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS SUPERIORES (LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (4 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

2.5 PC650010145 GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS INFERIORES (LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (4 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

2.6 PC650010162 CORRENTES E ENGRENAGENS GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 18 kg PINCEL BIMESTRAL SEMANAL

2.7 PC650010111 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

2.8 PC650010386 REDUTOR DE ACIONAMENTO WU-5 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

3 IMPREGNAÇÃO

3.1 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (8 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

3.2 PC650010145 MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (8 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

3.3 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

3.4 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE INOX (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

3.5 PC650010145 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

3.6 PC650010386 REDUTOR WU-5 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

PLANO DE LUBRIFICAÇÃO - MERCERIZADEIRA

EQUIPAMENTO LUBRIFICANTE METODOLOGIA

Page 53: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

54

4 REAÇÃO

4.1 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (10 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

4.2 PC650010145 MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (7 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

4.3 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

4.4 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROSPRENSA INOX (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

4.5 PC650010145 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

4.6 PC650010386 REDUTOR WU-5 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

5 RAMINHA

5.1 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

5.2 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

5.3 PC650010145 CILINDRO DE TRAÇÃO DE BORRACHA GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA (7 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

5.4 PC650010145 MANCAIS DOS FUSOS (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (5,5 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

5.5 PC650010162 CAIXA DE ENGRENAGENS/CORRENTES (LD) GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 25 kg PINCEL BIMESTRAL BIMESTRAL

5.6 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO DE TRAÇÃO DAS CORRENTES GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (10 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

5.7 PC650010111 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

5.8 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO RAIADO GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (7 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

5.9 PC650010386 REDUTOR WU-4 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

5.10 PC650010386 REDUTOR WU-4 ( ENTRADA DA RAMINHA ) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

5.11 PC650010386 REDUTOR COAXIAL (LE/LD) ( ENTRADA DA RAMINHA ) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

5.12 PC650010386 REDUTOR COAXIAL LD ( CAIXA DE REDUTORES RAMINHA ) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

5.13 PC650010386 REDUTOR WU-4 ( SAIDA DA RAMINHA ) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

5.14 PC650010385 REDUTOR RAMINHA (LE/LD) (M-15) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

6 ESTABILIZAÇÃO

6.1 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (10 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

6.2 PC650010145 MANCAIS DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (7 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

6.3 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

6.4 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

6.5 PC650010111 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

6.6 PC650010386 REDUTOR WU-5 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 X P320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - ( L ) ANUAL SEMANAL

Page 54: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

55

7 CAIXAS DE LAVAGEM

7.1 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS SUPERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (1,6 g) BIMESTRAL MENSAL

7.2 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS INFERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (1,6 g) BIMESTRAL MENSAL

7.3 PC650010145 MANCAIS DA ARTICULAÇÃO DA BALANÇA GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTALA PNEUMÁTICA - (2,4 g ) BIMESTRAL MENSAL

7.4 PC650010145 CARDAN DE ALINHAMENTO E TRANSMISSÃO DOS REUTORES SUP/LD GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

7.5 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS EXTRATORES SUPERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (13,1 g) BIMESTRAL MENSAL

7.6 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS EXTRATORES INFERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (13,1 g) BIMESTRAL MENSAL

7.7 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO DE TRAÇÃO GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (4,9 g) BIMESTRAL MENSAL

7.8 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO ROSCA GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (4 g) BIMESTRAL MENSAL

7.9 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS DE INOX (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (9,1 g ) BIMESTRAL MENSAL

7.10 PC650010145 GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS SUP. (LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

7.11 PC650010145 GRAXEIRO DAS ENGRENAGENS INF. (LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL BIMESTRAL

7.12 PC650010162 CAIXA DE ENGREN/CORRENTES SUP. (LD) GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 25 kg PINCEL BIMESTRAL BIMESTRAL

7.13 PC650010162 CAIXA DE ENGREN/CORRENTES INF. (LD) GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 25 kg PINCEL BIMESTRAL BIMESTRAL

7.14 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 01) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

7.15 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 01) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

7.16 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 02) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

7.17 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 02 ) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

7.18 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA (LE/LD) (CAIXA 03) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

7.19 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX (LE/LD) (CAIXA 03) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

7.20 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE BORRACHA. (LE/LD) ( CAIXA 04) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (21,6 g) BIMESTRAL MENSAL

7.21 PC650010145 MANCAIS DO CILINDRO PRENSA DE INOX. (LE/LD) ( CAIXA 04) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (40,7 g) BIMESTRAL MENSAL

7.22 PC650010145 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

7.23 PC650010386 REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 01) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

7.24 PC650010386 REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 02 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

7.25 PC650010386 REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 03) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

7.26 PC650010386 REDUTOR WU-4 LD (CAIXA 04) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

8 TORRES DE SECAGEM

8.1 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS SECADORES. (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (18,7 g) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.2 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS SUPERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (1,6 g) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.3 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇAS INFERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (1,6 g) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.4 PC650010145 MANCAIS DO EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (2,4 g) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.5 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS SUPERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (9,1 g ) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.6 PC650010145 MANCAIS DOS CILINDROS GUIAS INFERIORES (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (9,1 g ) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.7 PC650010145 MANCAIS DAS POLIAS GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (8 g) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.8 PC650010145 UNIÕES ROTATIVAS SUP/INF (LE/LD) GRAXA STABURAGS NBU 8 16 BALDE 25 kg PISTOLA PNEUMÁTICA - (8 g) TRIMESTRAL BIMESTRAL

8.9 PC650010386 REDUTOR N-1 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

8.10 PC650010386 REDUTOR N-2 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

8.11 PC650010386 REDUTOR N-3 (LD) ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

Page 55: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

56

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

9 CASTELO DE SAÍDA

9.1 PC650010205 FUSOS KF LUBRIF. MOLYKOMBIM UFMT 4 22 SPRAY 450 ml SPRAY BIMESTRAL SEMANAL

9.2 PC650010162 ENGRENAGEM/CORRENTE DE ACIONAMENTO DO CILINDRO ENROLADOR (LE) GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 18 kg PINCEL BIMESTRAL QUINZENAL

9.3 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS BALANÇA (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (1,6 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

9.4 PC650010111 EIXO DE ARTICULAÇÃO DA BALANÇA GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (7 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

9.5 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS S BATEDORES (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (8,5 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

9.6 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS S TENSORES (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL (5,6 g) BIMESTRAL TRIMESTRAL

9.7 PC650010162 CORRENTES/ENGRENAGENS ACIONADAS PELO REDUTOR GRAXA TRIBOTEC PD-00 12 BALDE 18 kg PINCEL BIMESTRAL QUINZENAL

9.8 PC650010111 MANCAIS DOS CILINDROS S GUIAS (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (2,5 g) BIMESTRAL MENSAL

9.9 PC650010111 MANCAIS DE APOIO DO EIXO DAS ENGREN. GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (7 g) BIMESTRAL MENSAL

9.10 PC650010111 MANCAIS DO CILINDRO ENROLADOR GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (3,3 g) BIMESTRAL MENSAL

9.11 PC650010111 MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR BORRACHA. (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (13,1 g) BIMESTRAL MENSAL

9.12 PC650010111 MANCAIS DO CILINDRO PUXADOR INOX (LE/LD) GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (2,1 g) BIMESTRAL MENSAL

9.13 PC650010111 GRAXEIROS DA CRUZETA DO CARDAN GRAXA MOBILUX EP-2 11 BALDE 25 kg PISTOLA MANUAL - (3 g) BIMESTRAL MENSAL

9.14 PC650010385 REDUTOR LD ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

9.15 PC650010386 REDUTOR DE ACIONAMENTO DOS FUSOS (LD) - CAIXA DE REDUTORES N-1 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

9.16 PC650010386 REDUTOR DE ACIONAMENTO DOS FUSOS (LD) - CAIXA DE REDUTORES N-2 ÓLEO MOBIL GEAR 600 XP-320 5 TAMBOR 200 L BÉQUER - (3,5 L) ANUAL SEMANAL

SIMBOLOGIA

LUBRIFICAÇÃO BIMESTRAL

LUBRIFICAÇÃO TRIMESTRAL

LUBRIFICAÇÃO ANUAL

OBS.: O nível de óleo dos Redutores deve ser completado conforme necess idade.INF = INFERIOR

LEGENDA

LE = LADO ESQUERDO

LD = LADO DIREITO

SUP = SUPERIOR

Page 56: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

57

4.3 CADASTRO DO PLANO DE LUBRIFICAÇÃO NO SISTEMA DA EMPRESA

ESTUDADA

Após a elaboração do Plano de Lubrificação da Mercerizadeira, o mesmo foi

enviado ao PCM, para que pudesse ser cadastrado no Sistema de Manutenção da

empresa e, conforme as paradas da máquina para realização de Manutenção

Preventiva, as Ordens de Manutenção para a lubrificação no equipamento também

possam ser criadas, visto que estas Ordens são executadas de acordo com o Plano

de Lubrificação.

Através das OM’s, é possível identificar os pontos a serem lubrificados de

acordo com a periodicidade e compartimentos pré-estabelecidos, bem como o tipo

de lubrificante, a ferramenta a ser utilizada e a quantidade de lubrificante. Além

disso, as Ordens de Manutenção informam o centro de custo ao qual os serviços e

materiais estarão inseridos e a equipe a realizar a intervenção no equipamento.

As OM’s possibilitam, ainda, o armazenamento das informações referentes à

execução das tarefas designadas. O controle pode ser feito a partir do número

gerado pela OM, bem como através da data de execução ou dos componentes em

que a lubrificação foi realizada. Além disso, é através das Ordens de Manutenção

que os apontamentos de mão de obra são realizados pelos colaboradores

responsáveis pela lubrificação na Mercerizadeira para, posteriormente, serem

registradas no Sistema da empresa.

A Figura 17 representa uma parte do Checklist de Tarefas por Ordem de

Manutenção, gerada para realização da lubrificação nas Caixas de Lavagem da

Mercerizadeira:

Page 57: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

58

Figura 17: Representação de Checklist de Tarefas por OM para a lubrificação na Mercerizadeira.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 58: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

59

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO

Através da elaboração do Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira, o

trabalho desenvolvido possibilitou o enriquecimento em diversas áreas de

conhecimento, como também proporcionou melhorias à empresa estudada.

Para Slack (2002, p. 71):

O bom desempenho de qualidade em uma operação não apenas leva à

satisfação de consumidores externos, como também torna mais fácil a vida

das pessoas envolvidas na operação. Satisfazer aos clientes internos pode

ser tão importante quanto satisfazer aos consumidores externos.

Assim, é possível concluir que o Plano de Lubrificação foi desenvolvido

pensando não só nos fins acadêmicos, mas também em agregar valor ao setor de

Manutenção Mecânica da indústria, no que diz respeito à lubrificação dos ativos.

O presente capítulo apresenta as conclusões obtidas através do trabalho, e

foi estruturado da seguinte maneira: o primeiro tópico expõe os objetivos alcançados

com o trabalho. O segundo tópico retrata as contribuições que o estudo

proporcionou ao autor e aos interessados pelo trabalho desenvolvido. O terceiro

tópico propõe sugestões para estudos futuros relacionados ao tema e o quarto

tópico aborda as considerações finais do capítulo.

5.1 – OBJETIVOS E CONQUISTAS ALCANÇADAS COM O ESTUDO

Para a elaboração do referente trabalho, além do objetivo principal, foram

levantados cinco objetivos específicos. Desta forma, confrontam-se os objetivos com

as conquistas alcançadas durante a execução do trabalho:

Objetivo 1 - Compreender a importância da lubrificação para os ativos:

Através do estudo realizado no referencial teórico, principalmente no que diz

respeito aos conceitos e lubrificação e manutenção industrial, foi possível absorver a

importância da lubrificação para os equipamentos, principalmente tratando-se de

máquinas que demandam considerável custo de manutenção e que estão

diretamente ligadas à qualidade dos produtos ofertados pela empresa,

considerando, assim, importância da Mercerizadeira e do processo de mercerização

para o beneficiamento dos tecidos.

Page 59: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

60

Objetivo 2 - Identificar e conhecer a máquina Mercerizadeira e o

processo de mercerização: Com base nos levantamentos e estudos feitos no

equipamento, desde a subdivisão da máquina por níveis de compartimentos até a

elaboração do Plano de Lubrificação, pôde-se compreender o funcionamento da ME

e suas características em termos de manutenção e de processo. A partir da literatura

revisada, conceitos referentes ao processo de mercerização puderam ser

absorvidos, enquanto que os componentes da máquina foram abordados conforme o

desenvolvimento do Plano de Lubrificação.

Objetivo 3 - Identificar possíveis problemas na máquina relacionados à

lubrificação e gerar ações para saná-los: Através da identificação do problema na

lubrificação dos mancais e rolamentos das caixas de lavagem e torres de secagem

da Mercerizadeira, ações puderam ser tomadas, evitando a reincidência da

anomalia. Foram mapeados os locais cujo problema era recorrente, e realizadas

inspeções durante as Manutenções Preventivas, substituindo alguns mancais e

rolamentos danificados de acordo com a necessidade e conforme planejamento

prévio, haja vista a dificuldade para realizar manutenção em alguns pontos. A

Figura 18 representa o mapeamento realizado nas torres de secagem da

Mercerizadeira:

Figura 18: Mapeamento dos pontos com falha na lubrificação – Torres de Secagem.

LEGENDA: - CILINDROS COM MANCAIS COM PROBLEMAS DE LUBRIFICAÇÃO;

- CILINDROS SECADORES DESATIVADOS/INEXISTENTES.

Fonte: Elaborada pelo autor, 2018.

Page 60: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

61

Objetivo 4 - Inserir o Plano de Lubrificação ao sistema da empresa,

possibilitando a criação de ordens de serviços baseadas em checklist, para

padronização das atividades e apontamento de mão de obra dos mecânicos

responsáveis pela lubrificação do equipamento: O Plano de Lubrificação foi

inserido ao Sistema de Manutenção da indústria e, após o cadastro, todos os pontos

levantados pelo referido objetivo foram implementados. Conforme paradas da

Mercerizadeira para realização de Manutenção Preventiva, o checklist de tarefas

para a lubrificação no equipamento passaram a ser entregues à equipe de

lubrificação, informando os serviços a serem realizados conforme a periodicidade de

relubrificação contida no PL e possibilitando o apontamento de mão de obra dos

colaboradores da lubrificação.

Objetivo 5 - Adquirir conhecimentos a respeito de gestão e controle de

lubrificantes: Através do referencial teórico, das ações realizadas durante o

desenvolvimento do trabalho e da vivência prática, foi possível compreender a

importância e a atenção que devem ser dadas à lubrificação industrial, como

também a necessidade de se ter uma boa gestão e controle da lubrificação, a fim de

proporcionar uma maior confiabilidade no equipamento e nos processos, bem como

reduzir os custos com lubrificantes e gerar uma estabilidade operacional, através da

padronização e acompanhamento das rotinas de trabalho.

5.2 – CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO

O Plano de Lubrificação possibilitou, além de um controle e gestão da

lubrificação na Mercerizadeira, oportunidades de melhoria no que diz respeito a

eventuais problemas mecânicos ou que afetam a qualidade dos produtos, como:

redução nos índices de manchas por oxidação, graxa e óleo no tecidos, controle

mais eficaz dos pontos de lubrificação, armazenamento de informações referentes à

lubrificação em um banco de dados, geração de indicadores para análise,

padronização das rotinas de trabalho e apontamento de mão de obra nas Ordens de

Manutenção corretas.

O estudo realizado também contribuiu elevando o senso de propriedade por

parte dos colaboradores responsáveis pela lubrificação, tendo em vista o

envolvimento e a atenção que foi dada à lubrificação da Mercerizadeira e também

aos benefícios que o PL possibilitam à máquina e à gestão da lubrificação.

Page 61: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

62

Por fim, o trabalho desenvolvido sanou uma das pendências do setor de

Manutenção Mecânica da empresa, haja vista a necessidade de se ter um Plano de

Lubrificação para a Mercerizadeira, sendo este equipamento muito importante para o

setor do Beneficiamento Têxtil e considerando a importância da lubrificação para a

máquina abordada.

5.3 – SUGESTÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

Como propostas para trabalhos futuros, recomenda-se realizar um estudo

referente a possíveis indicadores de lubrificação e gerá-los com base na coleta dos

dados armazenados pelo Sistema de Manutenção, a fim de atuar em pontos que

venham a ser potenciais de melhorias, propiciando uma melhoria contínua à gestão

da lubrificação para o equipamento. Através desse levantamento, recomenda-se

também divulgar estes indicadores, proporcionando uma gestão à vista dos dados,

para que todos os interessados possam ter acesso às informações relacionadas à

lubrificação da máquina.

Outra sugestão que pode ser considerada é referente ao armazenamento de

informações no livro de ocorrências da lubrificação. Foi percebido que, embora haja

um sistema que dispõe de ferramentas para armazenar as narrativas necessárias

relacionadas à lubrificação, as mesmas ainda são anexadas no livro de ocorrências

que, após determinado tempo, é descartado, perdendo as informações que estavam

guardadas. Pode-se, então, ser estudada uma maneira de viabilizar uma

sistematização destas informações, de modo a serem alocadas em um banco de

dados e que possa ser de fácil acesso a todos os interessados.

5.4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho apresentou o Plano de Lubrificação para a Mercerizadeira de

uma Indústria Têxtil do Estado do Rio Grande do Norte, abordando conceitos de

manutenção industrial, tribologia, gestão e controle de lubrificação, processo de

mercerização e indústria têxtil, e mostrando a metodologia de desenvolvimento, a

fim de servir como suporte e de base para outros possíveis futuros trabalhos

relacionados ao tema retratado.

Os assuntos abordados foram de suma importância e de grande relevância

para a vida acadêmica, profissional e pessoal do autor, agregando conhecimento, e

motivando-o à realização de novos estudos no âmbito da manutenção industrial.

Page 62: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

63

REFERÊNCIAS

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS.

Resolução ANP n. 17, de 18 de junho de 2009. Brasília, 2009. Disponível em: <

http://nxt.anp.gov.br/NXT/gateway.dll/leg/resolucoes_anp/2009/junho/ranp%2017%2

0-%202009.xml?f=templates&fn=document-frameset.htm>. Acesso em08 set. 2018.

ALBINO ANTUNES, Sara – Desenvolvimento de graxas lubrificantes a partir de

óleos provenientes do farelo de arroz (Oryza sativa L.). 174 p. Dissertação de

Mestrado – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis - SC, 2013.

APROMAC - Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte. Relatório de

Gestão no Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA: justificativa da

opção pelo rerrefino. Cianorte: APROMAC, 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5462: confiabilidade

e mantenabilidade: terminologia. Rio de Janeiro, 1994.

ASTM – American Standard for Testing Materials. G40-01 – Stantard Terminology

Relating to Wear and Erosion. Annual Book of Standards. Volume 03.02: Wear and

Erosion; Metal Corrosion. Philadelphia, USA, 2001.

BASTIAN, Elza Y. Onishi Guia técnico ambiental da indústria têxtil / Elaboração

Elza Y. Onishi Bastian, Jorge Luiz Silva Rocco ; colaboração Eduardo San Martin ...

[et al.]. - - São Paulo : CETESB : SINDITÊXTIL, 2009.

BARONE, G.; FRANGOPOL, D. M. Life-cycle maintenance of deteriorating structures

by multi-objective optimization involving reliability, risk, availability, hazard and cost.

Structural Safety, v. 48, p. 40–50, 2014.a.

BARONE, G.; FRANGOPOL, D. M. Reliability, risk and lifetime distributions as

performance indicators for life-cycle maintenance of deteriorating structures.

Reliability Engineering and System Safety, v. 123, p. 21–37, 2014.b.

ENDRENYI, J. et al. The present status of maintenance strategies and the impact of

maintenance on reliability. IEEE Transactions on Power Systems, v. 16, n. 4, p.

638–646, 2001.

FILHO, G. B. A Organização, o Planejamento e o Controle da Manutenção. 1ª.

ed. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2008.

Page 63: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

64

GÂNDARA, Gustavo Morini Ferreira. ÓLEOS LUBRIFICANTES MINERAIS: Uma

Análise das Potencialidades da Reutilização (Santa Bárbara d’Oeste, 2000). 88

p. - Faculdade de Engenharia Mecânica e de Produção, Universidade Metodista de

Piracicaba- UNIMEP, 2000.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de Pesquisa. 4. ed. - São Paulo:

Editora Atlas, 2002.

I.P.S. Ahuja, J.S. Khamba, 2008, "Total productive maintenance: literature

review and directions", International Journal of Quality & Reliability Management,

Vol. 25 Issue: 7, pp.709-756,

J. I. P. M. Japanese Institute of Plant Maintenance. TPM frequently asked

questions. 2002. Disponível em <www.jipm.or.jp/en/home>. Acesso em 26 out

2018.

KATO, K. Adachi, K, 2001, “Wear Mechanisms”, MODERN TRIBOLOGY

HANDBOOK, Ed. CRC Press LLC Vol. 2, Cap 22.

K. E. McKone, Roger G. Schroeder, Kristy O., 1999. Total productive

maintenance: a contextual view. University of Minnesota, Carlson School of

Management, Department of Operations and Management Science, Minneapolis,

USA, p. 123-144, 1999.

LIU, B. et al. A value-based preventive maintenance policy for multi-component

system with continuously degrading components. Reliability Engineering and

System Safety, v. 132, p. 83–89, 2014.

MEDEIROS, João Telésforo Nóbrega. TRIBlook: um livro da tribologia e

integridade estrutural – Natal, RN: EDUFRN, Editora da UFRN, 2015. 3 v.: II.

MEDEIROS, Suelson Diógenes de França – Análise tribológica de um sistema de

acionamento alternativo de PIGS para a Indústria do Petróleo. 127 p.

Dissertação de Mestrado – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal –

RN, 2010.

MORAES, P.H.A.. MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL: estudo de caso em uma

empresa automobilística. 2004. 90 f. Dissertação (Mestrado em Gestão e

Desenvolvimento Regional) – Departamento de Economia, Contabilidade e

Administração, Universidade de Taubaté, Taubaté.

NAKAJIMA, S. Introdução ao TPM. São Paulo: IMC Internacional Sistemas

Educativos, 1989. 110p.

Page 64: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the

65

PALMEIRA, J. N.; TENÖRIO, F. G. Flexibilização organizacional: aplicação de

um modelo de produtividade total. Rio de Janeiro: FGV Eletronorte, 2002. 276p.

ISBN 85-225-0402-4.

PEREIRA, Júnior das Graças. SELEÇÃO DE GRAXAS PARA ROLAMENTOS.

2012. 10 p. Artigo Científico - Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) -

Departamento de Engenharia Mecânica. São João del-Rei – MG, 2012.

PIRRO, D.M; WESSOL, A. Lubrication Fundamentals, 2 nd Edition, Ed. Marcel

Dekker Incorporation , New York –E.U.A, 2001.

RADI, P. A. et. al. Tribologia, Conceitos e Aplicação. Anais do 13º Encontro de

Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA – XIII ENCITA / 2007, São José dos

Campos – SP, p. 1-4, 2007.

RIZZI, Tulio. A mercerização sem segredos. Química Têxtil. São Paulo, n.12, pag.

29-35, 1985.

SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção. São

Paulo: Atlas, 2002. 703 p.

TAYLOR, P.; SHEUT, C.; KRAJEWSKI, L. J. A decision model for corrective

maintenance management. n. November 2014, p. 37–41, 2007.

UNIVERSITC, L. D. et al. for a Deteriorating System. 2001.

Page 65: PLANO DE LUBRIFICAÇÃO PARA A MERCERIZADEIRA DE UMA ... · Lubrication (WCL), reliability as well as the Mercerizing machine and the industry to which it is allocated. Through the