PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2008-2017

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 PLANO DECENAL DE EXPANSÃO DE ENERGIA 2008   2017 1 VOLUME Ministério de Minas e Energia Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético

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PLANO DECENAL DE EXPANSO DE ENERGIA2008 U 20171VOLUMEMinistrio de Minas e EnergiaSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento EnergticoPLANO DECENAL DE EXPANSO DE ENERGIA2008 U 20171VOLUMEMinistrio de Minas e Energia MMEMinistroEdison LoboSecretrio ExecutivoMrcio Pereira ZimmermannChefe de Gabinete do MinistroJos Antonio Corra CoimbraSecretrio de Planejamento e Desenvolvimento EnergticoAltino Ventura FilhoSecretrio de Petrleo, Gs Natural e Combustveis RenovveisJos Lima de Andrade NetoSecretrio de Energia EltricaJosias Matos de ArajoSecretrio de Geologia, Minerao e Transformao MineralCludio ScliarMinistrio de Minas e Energia MMEEsplanada dos MinistriosBloco U 5 andar70065-900 Braslia DFTel.: (55 61) 3319 5299Fax : (55 61) 3319 5067www.mme.gov. brEmpresa de Pesquisa Energtica EPEPresidenteMauricio Tiomno TolmasquimDiretor de Estudos Econmico-Energticoss e AmbientaisAmlcar Gonalves GuerreiroDiretor de Estudos de Energia EltricaJos Carlos de Miranda FariasDiretor de Estudos de Petrleo, Gs e BiocombustveisGelson Baptista ServaDiretor de Gesto CorporativaIbans Csar CsselEmpresa de Pesquisa Energtica EPESedeSAN Quadra 1 Bloco B Sala 100-A70041-903 Braslia DFEscritrio CentralAv. Rio Branco, 01 11 Andar20090-003 Rio de Janeiro RJTel.: (55 21) 3512 3100Fax : (55 21) 3512 3199www.epe.gov.brBrasil, Ministrio de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa EnergticaPlano Decenal de Expanso de Energia 2008/2017 / Ministrio de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energtica. Rio de Janeiro: EPE, 20092 v.: il.1. Energia_Brasil. 2. Poltica Enegtica_Brasil 3. Recursos Energticos_BrasilPARTICIPANTES DO MMECoordenao GeralAltino Ventura FilhoCoordenao ExecutivaJoo Jos de Nora SoutoPaulo Altaur Pereira CostaPedro Alves de MeloCentro de Pesquisas de Energia Eltrica - CEPELAlbert Cordeiro Geber de Melo, Maria Elvira Pieiro MaceiraSecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico - SPECoordenao: Altino Ventura FilhoEquipe Tcnica: Adriano Jeronimo da Silva, Andr Krauss Queiroz, Antnio Perez Puen-te, Artur Costa Steiner, Bruno Xavier de Sousa, Carlos Alexandre Prncipe Pires, Carolino Augusto Cepeda, Cssio Giuliani Carvalho, Ceres Zenaide Barbosa Cavalcanti, Christiany SalgadoFaria,DemtrioMatosTomazio,GiacomoPerrotta,GilbertoHollauer,Gilberto Kwitko Ribeiro, Gustavo Santos Masili, Hamilton Moss de Souza, Henryette Patrice Cruz, Iran de Olivieira Pinto, Joo Antnio Moreira Patusco, Joo Luiz Tedeschi, John Denys Ca-dman, Jose Antnio Fabrini Marsiglio, Jos Luiz Scavassa, Laura Cristina da Fonseca Porto, Lvio Teixeira de Andrade Filho, Luis Fernando Badanhan, Osmar Ferreira do Nascimento, PauloAntnioGomesMonteiro,PauloAugustoLeonelli,PaulodeTarsodeAlexandria Cruz, Paulo rico Ramos de Oliveira, Paulo Roberto Rabelo da Assuno, Reinaldo da Cruz Garcia, Renato Augusto Faria de Arajo, Roberto Carneiro Filho, Roberto Meira Jnior, Ro-berto Wagner Lima Pereira, Samira Sana Fernandes de Sousa, Sophia Andonios Spyridakis Pereira, Thiago Guilherme Ferreira Prado, Valdir Borges Souza JniorSecretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPGCoordenao: Jos Lima de Andrade NetoEquipe Tcnica: Adriano Gomes de Sousa, Antnio Henrique Godoy Ramos, Cludio A. Ishihara, Clayton de Souza Pontes, Hugo Leonardo Gosmann, Jos Botelho Neto, Lauro Donisete Bogniotti, Luciano Costa de Carvalho, Luciano Pinheiro da Costa, Luiz Carlos Lis-ba Theodoro, Manoel Rodrigues Parada Neto, Marco Antnio Martins Almeida, Marlon Arraes Jardim Leal, Maurcio Marins Machado, Otvio Luis da Silva Rosa, Paulo Roberto Machado Fernandes Costa, Ricardo Borges Gomide, Ricardo Dornelles, Symone Christine Arajo, Tatiana de Carvalho Benevides, Umberto Mattei, Yedda Beatriz G. A. D. C. S. S. AfonsoCoordenao GeralMaurcio Tiomno TolmasquimJos Carlos de Miranda FariasAmilcar Gonalves GuerreiroGelson Baptista ServaCoordenao ExecutivaGeral Jos Marcos Bressane, Juarez Castrillon Lopes, Luciano KielmanowiczEstudos econmicos e energticos James Bolvar Luna AzevedoEstudos de gerao de energia eltrica Talita de Oliveira PortoEstudos de transmisso de energia eltrica Paulo Csar Vaz EsmeraldoEstudos socioambientais Ricardo Cavalcanti FurtadoEstudos de petrleo e derivados Ricardo Nascimento e Silva do ValleEstudos de gs natural Geraldo Furtado RodriguesEstudos de biocombustveis Frederico VentorimEstudos econmicos e energticosAdriana Fiorotti Campos, Andr Luiz Rodrigues Osorio, Arnaldo dos Santos Junior, Carla daCostaLopesAcho,CludioGomesVelloso,EmilioHiroshiMatsumura,InahRosa Borges de Holanda, Jos Manuel Martins David, Leticia Fernandes Rodrigues da Silva, Luiz Cludio OrleansEstudos de gerao de energia eltricaAmaroPereira,AndersondaCostaMoraes,AngelaReginaLivinodeCarvalho,Danielle Bueno de Andrade, Felipe Pinto Coelho Palma, Fernanda Gabriela B. dos Santos, Gabriel Malta Castro, Leonardo Augusto da Fonseca P. SantAnna, Martha Rosa Martins Carvalho, Maurcio Smola, Patricia Costa Gonzalez de Nunes, Pedro Americo Moretz-Sohn David, Renata Nogueira Francisco de Carvalho, Thas Iguchi, Thiago Correa CesarEstudos de transmisso de energia eltricaAlexandreMeloSilva,ArmandoLeiteFernandes,DanielJosTavaresdeSouza,Daniela Souza, Fernando Hevelton Oliveira, Jurema Baptistella Ludwig, Marcelo Willian Henriques Szrajbman, Maria Alzira Noli Silveira, Maria de Ftima de Carvalho Gama, Thiago Dourado Martins, Vinicius Ferreira Martins, Welton VerlyPARTICIPANTES DA EPEEstudos socioambientais Ana Castro Lacorte, Andr Correia de Almeida, Carlos Frederico Menezes, Csar Maurcio Batista da Silva, Cristiane Moutinho Coelho, Federica Natasha Ganana A. dos Santos So-dr, Flavia Pompeu Serran, Giam Carmine Cupello Miceli (estagirio), Glauce Maria Lieggio Botelho, Gustavo Ramos dos Santos, Hermani de Moraes Vieira, Ktia Gisele Soares Mato-sinho, Luciana lvares da Silva, Marcos Ribeiro Conde, Marcos Vincius Fernandes Amaral, Mrian Regini Nuti (Coordenao), Paula Cunha Coutinho, Paulo do Nascimento Teixeira, Robson de Oliveira Matos, Ronaldo Cmara Cavalcanti, Vernica Souza da Mota GomesEstudos de petrleo e derivadosAdrianaQueiroz Ramos, Aldeir D. Bernardo (contratado), Amanda Pereira Arago, Carlos Alberto Ferreira dos Reis, Cludio Bettini, Eduardo Pontual Ribeiro (consultor), Ernesto Fer-reira Martins, Gildo Gabriel da Costa, Giovani Vitria Machado, Jefferson Acioli Machado, Joo A. Bastos de Mattos, Jos Mauro Ferreira Coelho, Luana Barki (estagiria), Marcos Frederico F. de Souza, Marisa Maia de Barros, Norival Brisola, Paulo Lcio da Silva Jnior (estagirio),RafaelMorodaMata,ReginaFreitasFernandes,ReneuRodriguesdaSilva, Sergio Martins de Souza, Virglio J. Martins Ferreira Filho (consultor)Estudos de gs naturalAloysio Vasconcelos Filho, Ana Ceclia Souza Lima, Carlos Augusto Ges Pacheco, Henri-que Plaudio Gonalves Rangel, Marcelo Ferreira Alfradique, Marco Stiel Radu HalpernEstudos de biocombustveisAngela Oliveira da Costa, Anna Amlia Paula Gomes de Oliveira, Antnio Carlos Santos, Antonio Marco Siciliano, Bruno Faria Cunha (estagirio), Giovan Kronenberger, Lenidas Bially Olegario dos Santos, Luciano Basto Oliveira, Patrcia Feitosa Bonm Stelling, Rafael Barros AraujoAPRESENTAOComo agente normativo e regulador da atividade econmica, o Estado Brasileiro exerce, na forma da lei, as funes de planejamento, sendo determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. Na rea energtica, cabe ao Conselho Nacional de Poltica EnergticaCNPE a for-mulao de polticas e diretrizes de energia para o desenvolvimento nacional equilibrado.O Ministrio de Minas e Energia - MME, responsvel pela concepo, articulao e coordenao do plane-jamento energtico nacional, disponibiliza para a sociedade o presente Plano Decenal de Expanso de Energia, para o horizonte 2008 a 2017, contendo uma viso integrada da expanso da demanda e da oferta de diversos energticos.Este Plano foi subsidiado por estudos desenvolvidos pela Empresa de Pesquisa Energtica, a partir de diretri-zes emanadas do MME, abrangendo a viso de curto, mdio e longo prazos, em estreita colaborao das equipes tcnicas do Ministrio e dos diversos agentes. Os resultados dos estudos foram disponibilizados por consulta p-blica, propiciando a obteno de sugestes e melhorias nos seus resultados.EmatendimentosdiretrizesbsicasdoModeloInstitucionaldoSetorEnergtico,relativassegurana energticaemodicidadetarifria,oPlanocontmimportantessinalizaesparaorientarasaesedecises relacionadas ao equacionamento do equilbrio entre as projees de crescimento econmico do pas, seus reexos nosrequisitosdeenergiaedanecessriaexpansodaoferta,embasestcnica,econmicaeambientalmente sustentvel.OPlanoDecenalestabeleceosempreendimentos,asmetasfsicas,osinvestimentos,osconsumosener-gticoseasanlisesdascondiesdesuprimentoaomercadodeenergia.Oprogramadeobrasapresentado subsidiar o processo licitatrio para expanso da energia, permitindo a contestao pblica dos projetos a serem licitadas, visando o adequado atendimento ao mercado de energia.Assim, o Ministrio agradece a colaborao recebida de seus parceiros institucionais nessa atividade de pla-nejamento, etapa fundamental para assegurar a expanso do sistema energtico brasileiro no horizonte decenal.Braslia, maio de 2009Edison LoboMinistro de Estado de Minas e EnergiaESTRUTURA DO RELATRIOO Relatrio do Plano Decenal de Expanso de Energia 2008/2017 est estruturado da seguinte forma:VOLUME 1Introduo: apresenta o contexto em que foram realizados os estudos, seus principais objetivos e os pontos de destaque deste ciclo de planejamento. Captulo I Descrio Geral dos Estudos: apresenta uma viso geral dos estudos realizados, mostrando a integrao das diferentes reas focalizadas.Captulo II Demanda de Energia: apresenta uma sntese dos estudos prospectivos sobre a demanda de energia, os quais fornecem os elementos fundamentais para a avaliao das alternativas de expanso da oferta deenergianopas.Sodescritasaspremissasmacroeconmicasedemogrcasutilizadas,ametodologiade projeo da demanda para cada energtico e seus respectivos resultados, alm de apresentar a consolidao da demanda total de energia no pas para o perodo decenal.O Captulo III Oferta de Energia Eltrica contm as trs seguintes partes: 1. Gerao de Energia Eltrica: apresenta os procedimentos metodolgicos, as premissas utilizadas para a formulao das hipteses da expanso da gerao e as conguraes de usinas resultantes para as trajet-rias de projeo de demanda consideradas, assim como os principais resultados das anlises, tais como, os riscos de dcit, custos marginais de operao, evoluo dos uxos nas interligaes, dentre outros. Inclui, ainda, uma estimativa do total de investimentos associados ao plano de expanso da gerao, bem como uma anlise de sensibilidade a prazos mais longos para obteno de licenas ambientais para os aprovei-tamentos hidreltricos. Apresenta tambm uma anlise das condies de atendimento demanda mxima no horizonte decenal.2. Transmisso de Energia Eltrica: apresenta os principais aspectos que nortearam o estabelecimento da congurao de referncia do sistema de transmisso e sua evoluo ao longo do perodo decenal. A ex-panso da transmisso descrita por regio geoeltrica do SIN e por cada estado dessas regies, sendo tambm indicada a correspondente estimativa de investimentos. So ainda abordados os seguintes aspec-tos:avaliaodaestabilidadeeletromecnicadosistemainterligado,aprojeodaevoluodosvalores mdios das tarifas de uso do sistema de transmisso, a avaliao dos ndices de conabilidade da rede eltri-ca, bem como a evoluo dos nveis de curto-circuito nos barramentos. Uma relao dos principais estudos complementares necessrios em cada regio tambm apresentada. Finalmente, so descritas as principais ampliaes visualizadas nas redes de subtransmisso das concessionrias de distribuio estaduais. 3. Anlise Socioambiental do Sistema Eltrico: apresenta um panorama das questes socioambientais refe-rentes ao sistema eltrico, descrevendo os procedimentos metodolgicos adotados para a anlise socioam-biental dos empreendimentos de gerao e transmisso, a caracterizao dos aspectos socioambientais no territrio abrangido pelo atual sistema eltrico e a anlise das conguraes propostas para a expanso da gerao e da transmisso. Ao nal, apresentada a classicao resultante das avaliaes socioambientais para os empreendimentos e para os conjuntos de empreendimentos, caracterizando os nveis de ao ne-cessrios para assegurar sua viabilizao nos prazos indicados neste plano.VOLUME 2Captulo IV Reservas e Produo de Petrleo e Gs Natural: contempla a previso decenal das reservas nacionaisdepetrleo,abrangendoosdiversostiposdehidrocarboneto(leoleve,leomediano,leopesado) e gs natural. Alm das previses de reservas e volumes potenciais recuperveis, so apresentadas as estimativas de produo em campos j descobertos e no descobertos, tanto para o petrleo quanto para o gs natural. tambm indicada a previso dos investimentos em E&P, consistentes com as previses de reservas e produo e petrleo e gs natural. Ao nal feita uma anlise dos principais aspectos socioambientais referentes s atividades de explorao e produo de petrleo e gs natural.Captulo V Oferta de Derivados de Petrleo: apresenta os resultados dos estudos de expanso da oferta dederivadosdepetrleo,contemplandoasperspectivasdepreosinternacionaisenacionaisdosderivadosde petrleo, e a expanso do parque nacional de reno e das centrais petroqumicas, bem como da infra-estrutura nacional de transporte de petrleo e derivados. Para cada um desses setores so tambm apresentadas as estima-tivas de investimentos previstos. Captulo VI Oferta de Gs Natural: apresenta os resultados dos estudos de expanso da oferta de gs natural, contemplando as perspectivas de preos de gs natural, e a expanso da capacidade de oferta de gs na-tural nacional e importado, bem como da infra-estrutura nacional de transporte desse energtico. Inclui, tambm, uma estimativa dos investimentos associados a essa expanso. Ao nal, so analisados os efeitos socioambientais decorrentes das atividades de processamento, transporte e utilizao do gs natural, incluindo uma anlise socio-ambiental da malha de gasodutos. CaptuloVIIOfertadeBiocombustveisLquidos:apresentaosresultadosdosestudosdeexpansoda oferta de biocombustveis lquidos, os quais se concentraram na oferta do etanol e do biodiesel, no mbito do mercado de combustveis lquidos carburantes. Ao nal do captulo, apresentada uma anlise dos efeitos socio-ambientais associados ao processamento e utilizao do etanol e do biodiesel. Para o etanol, so abordados os aspectos de mercado para o etanol brasileiro e a expanso da capacidade de oferta. tambm apresentada a logstica de transporte desse energtico e seu potencial de expanso, incluindo a estimativa de investimentos associados. Para o biodiesel, abordada a perspectiva de preos nacionais e internacionais, bem como a competititivi-dade desse energtico nacional. So ainda analisados os aspectos de disponibilidade de insumos para a produo e o potencial de oferta e de consumo desse combustvel.Captulo VIII Principais Indicadores da Expanso: apresenta um resumo dos principais resultados das anlises descritas nos captulos anteriores, abrangendo o mercado e consumo nal de energia (Captulo II), a oferta dos diver-sos energticos abordados nos captulos III a VII, incluindo a evoluo fsica das infra-estruturas de produo, processa-mento e transporte e os aspectos socioambientais. tambm apresentada uma sntese os investimentos estimados.No nal do Volume 2 so listadas as empresas e agentes do setor energtico, bem como outros rgos e entidades, aos quais so dirigidos agradecimentos do MME e da EPE pela colaborao prestada durante a elabo-rao deste Plano.INTRODUOOMinistriodeMinaseEnergiaMME,atravsdeseusrgoseempresas,promovediversos estudos e anlises com o objetivo de subsidiar a formulao de polticas energticas, bem como orientar a denio dos planejamentos setoriais.A Empresa de Pesquisa Energtica EPE, empresa pblica, vinculada ao MME, instituda pela Lei n 10.847, de 15 de maro de 2004, tem por nalidade prestar servios na rea de estudos e pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento do setor energtico, tais como energia eltrica, petrleo e gs natural e seus derivados, carvo mineral, fontes energticas renovveis e ecincia energtica, dentre outras.AelaboraopelaEPEdosestudosassociadosaoPlanoDecenaldeExpansodeEnergia2008-2017se desenvolveu contando com as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico SPE/MME e da Secretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPG/MME. Adicional-mente, houve uma participao importante de tcnicos das empresas do setor eltrico. Essa forma de conduo dos estudos permitiu manter o processo participativo das empresas, necessrio para conferir a qualidade, ecin-cia e eccia necessrias aos resultados obtidos.Adicionalmente, no mbito do processo de Consulta Pblica realizada sobre o Plano anterior, PDE 2007-2016, e do presente Plano, foram recebidas contribuies de diversos rgos e entidades, tendo-se procurado, neste ciclo, incorporar a maioria delas, possveis no prazo de elaborao deste Plano, de modo a aprimorar este instrumento de planejamento.O presente Plano incorpora uma viso integrada da expanso da demanda e da oferta de diversos energ-ticos no perodo decenal.O objetivo do planejamento decenal da expanso do sistema energtico nacional consiste em se denir um cenrio de referncia para implementao de novas instalaes na infra-estrutura de oferta de energia, necessrias paraseatenderaocrescimentodosrequisitosdomercado,segundocritriosdegarantiadesuprimentopr-estabelecidos, de forma ambientalmente sustentvel e minimizando os custos totais esperados de investimento, inclusive socioambientais, e de operao. Esses estudos de planejamento abrangem o horizonte do perodo 2008-2017, devendo ser objeto de revi-ses anuais. Essas atualizaes anuais iro considerar, dentre outras, as mudanas nas previses de crescimento do consumo de energia e reavaliaes da economicidade e viabilidade dos projetos de oferta de energia em funo de um maior detalhamento dos seus estudos tcnicos de engenharia e de meio ambiente, alm da incorporao de novos projetos cujos estudos tenham sido nalizados.Contexto em que foram realizados os estudosSo a seguir destacados alguns dos principais aspectos relativos ao contexto em que foram realizados os estudos de planejamento para o horizonte decenal de 2017.No que tange ao ambiente econmico, no incio de 2008 havia uma expectativa de continuidade de cresci-mento da economia mundial (capitaneado pelos pases emergentes), ao mesmo tempo em que preos de commo-dities (especialmente energticos) alcanavam patamares elevados em relao aos ltimos anos. Nesse contexto, qualquer exerccio de projeo de longo prazo embutia uma maior incerteza acerca das trajetrias das principais variveis que afetam o mercado de energia, j que as correlaes histricas pareciam desaparecer. A incerteza tomou um rumo completamente diferente a partir da deagrao da crise do sistema nanceiro internacional a partir de setembro/2008, expondo fragilidades desse sistema e suas conseqncias adversas sobre o nvel de atividade econmica global. Os desdobramentos sobre a economia brasileira ainda no puderam ser totalmenteidenticadose,assimsendo,osestudosapresentadosnestePlanoaindanoincorporamasconse-qncias possveis.No obstante, julga-se que nesse ambiente incerto aumenta a importncia do papel do planejamento decenal para auxiliar na formao das expectativas dos agentes do setor energtico brasileiro no sentido de buscar a utilizao mais adequada dos recursos nacionais. Entende-se que as anlises com horizonte decenal e de mais longo prazo no podem deixar que a eventual deteriorao das expectativas de curto prazo contamine a viso para alm da crise. No que concerne ao setor eltrico, os principais papis na expanso do sistema de energia eltrica perten-cem aos agentes, tanto de gerao e transmisso, quanto de distribuio, responsveis, respectivamente, pelos investimentos e pela contratao da maior parcela de energia, com antecedncia necessria implantao dos novos empreendimentos.Para o setor eltrico, o planejamento decenal tem, portanto, a funo de orientar e subsidiar: a realizao dos futuros leiles de compra de energia de novos empreendimentos de gerao e de transmisso; a denio de quais estudos de expanso da transmisso devem ser priorizados, bem como de quais estudos de viabilidade tc-nico econmica e socioambiental de novas usinas geradoras realizar e, ainda, quais estudos de inventrios devero ser feitos ou atualizados.Constatou-se em 2007 e 2008 uma conrmao da robustez dos processos balizadores do modelo insti-tucional vigente, concretizando-se a continuidade, com sucesso, dos leiles de energia nova de A-3 e A-5, bem como das licitaes de empreendimentos de transmisso. Vale destacar, quanto a estes ltimos, no obstante o ambiente econmico internacional adverso acima mencionado, a realizao, com sucesso, em novembro/2008, do leilo das instalaes do sistema de transmisso das usinas do rio Madeira, com investimentos estimados da ordem de 8 bilhes de reais. Um aspecto relevante a ser ressaltado quanto expanso da gerao no horizonte do presente Plano que a mesma incorpora os resultados dos Leiles de Energia Nova promovidos at o ano de 2008. Como conseqncia, uma parcela da expanso de gerao, e, particularmente, a maioria das usinas termeltricas a combustvel fssil,j se encontrava denida pelo resultado dos certames supracitados, pr-estabelecendo-se, assim, uma congurao de expanso at o ano de 2013 que no corresponde a um cenrio elaborado pelo planejamento do sistema. Den-tre as justicativas para a signicativa contratao de termeltricas a combustvel fssil nos ltimos leiles, deve-se ressaltar a diculdade para a obteno de licenas ambientais para osempreendimentos hidreltricos.Na rea de explorao e produo de petrleo e gs natural, com base nas reservas dos campos em produ-o e em desenvolvimento, nos volumes recuperveis de descobertas em avaliao e nas estimativas referentes a acumulaes a descobrir, elaboraram-se previses de produo de petrleo e gs natural. A partir dos cenrios macro-econmicos, foram estimadas as demandas de derivados de petrleo que con-frontadas com as previses de produo, permitem antever as condies de atendimento ao mercado, as possibi-lidades de exportao de petrleo e seus derivados, bem como os investimentos necessrios no parque de reno e na infra-estrutura logstica de petrleo e seus derivados.Vislumbra-se para o prximo decnio um novo papel para o Brasil no mercado mundial de petrleo, pas-sando condio de exportador lquido de petrleo e derivados, em funo do desenvolvimento da produo em campos de petrleo j delimitados. Esta condio ser posteriormente ampliada, a partir do desenvolvimento dos novos campos descobertos na nova e promissora provncia petrolfera conhecida como Pr-sal. Na rea do gs natural, foram levantadas as projees de demanda de gs natural das companhias distri-buidoras locais, do consumo em renarias, das fbricas de fertilizantes e das termeltricas. A competitividade entre o gs natural e energticos substitutos em cada segmento, como por exemplo, o leo combustvel no segmento industrial, constitui-se como orientadora na elaborao das projees das demandas e com este objetivo foram analisadas as perspectivas dos preos de gs natural no cenrio mundial e seus reexos no Brasil.Projeta-se para o perodo decenal uma ampliao da participao do gs nacional na oferta total de gs, devido ao incremento da produo interna, mesmo considerando a perspectiva de novos terminais de GNL alm dos dois terminais do Rio de Janeiro e do Cear que iniciam sua operao em 2009. Prev-se tambm que a im-portao de gs boliviano permanecer estvel nos nveis atuais. Quanto aos biocombustveis, foram analisadas as condicionantes de demanda e perspectivas de atendimen-to, focando o etanol carburante e o biodiesel. Paraoetanolcarburante,analisou-seasuacompetitividadeemrelaogasolinanonovomercadode veculos ex-fuel, que apresenta taxas de crescimento expressivas, bem como o potencial de expanso da capa-cidade de oferta e sua logstica de transporte, a estimativa de investimentos associados e o mercado internacional, avaliando-se as estimativas brasileiras de exportaes.No que tange ao biodiesel, foram analisados aspectos de disponibilidade de insumos e de capacidade de processamento, a infra-estrutura de escoamento da produo, o potencial de consumo, a perspectiva de preos nacionais e sua competitividade face ao diesel fssil, bem como a existncia de condies para que a demanda ultrapasse as metas estabelecidas pela Lei n 11.097/2005.Finalmente, cumpre ressaltar que o planejamento energtico com horizonte decenal e de mais longo pra-zoumprocessosujeitoconstantereavaliao,namedidaemqueseencontrasubmetidoacondicionantes macroeconmicos e setoriais internacionais e nacionais que se modicam freqentemente. Por isso, as incertezas intrnsecas evoluo futura desses condicionantes impem revises sucessivas ao planejamento. Neste momen-to singular da economia mundial, este Plano se constitui em uma referncia importante para o setor energtico nacional.SUMRIOCAPTULO I Descrio Geral dos Estudos 14CAPTULO II Demanda de Energia 22CAPTULO III Oferta de Energia Eltrica 74III-1 Gerao de Energia Eltrica 74III-2 Transmisso de Energia Eltrica 152III-3 Aspectos Socioambientais 348CAPTULO IV Reservas e Produo de Petrleo e Gs Natural 440CAPTULO V Oferta de Derivados de Petrleo 492CAPTULO VI Oferta de Gs Natural 542CAPTULO VII Oferta de Biocombustveis Lquidos 594CAPTULO VIII Principais Indicadores da Expanso 660DESCRIO GERAL DOS ESTUDOS1Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 U 2017Ministrio de Minas e Energia - MME16 a seguir apresentada uma viso geral das atividades e estudos associados ao processo do planejamento decenal, os quais esto apresentados nos demais captulos deste Plano, procurando caracterizar sua integrao e interdependncia.Uma ilustrao esquemtica dessas atividades e estudos mostrada nos diagramas das seguintes guras:- Figura 1 Fluxograma geral dos estudos de demanda de energia - Figura 2 Fluxograma geral dos estudos associados oferta de energia eltrica e - Figura 3 Fluxograma geral dos estudos associados ao petrleo e oferta de derivados de petrleo, gs natural e biocombustveis lquidos.Estudos da demanda de energiaConformemostradonaFigura1,osestudosparaaprojeodoconsumonaldeenergianohorizonte decenal tomaram como ponto de partida a denio de premissas macroeconmicas e setoriais, as quais foram utilizadas como informaes e dados para as simulaes nos modelos adotados para a obteno das projees da demanda. A partir da anlise da insero da economia brasileira no contexto internacional, as premissas macroecon-micas englobaram a formulao de cenrios mundiais e nacionais. A quanticao das variveis macroeconmicas nacionais foi validada com auxlio de um modelo de consistncia macroeconmica.As premissas setoriais abordaram, para cada segmento da sociedade e cada setor da economia, as principais caractersticas da sua dinmica prpria, identicando as variveis determinantes do consumo de cada energti-co envolvido na atividade do correspondente segmento ou setor. Analisaram-se tambm as principais fontes de energia com potencial uso nal em cada setor/segmento, e, para segmentos especcos, a competitividade entre energticos no atendimento ao uso nal.Ressalta-se, ainda, a importncia das informaes setoriais obtidas junto aos agentes do mercado, tanto na formulao das premissas quanto na anlise dos resultados obtidos.Com base nas premissas e cenrios adotados, procedeu-se simulao da demanda futura de energia com o apoio de metodologia apropriada projeo dessa demanda, recorrendo-se, para o efeito, a modelos espec-cos para cada setor ou segmento e para cada fonte de energia. Neste contexto, foram adotadas duas abordagens complementares, com a utilizao simultnea de modelos do tipo top-down e bottom-up, buscando-se, atravs de sucessivas iteraes, a convergncia dos resultados.Dessa forma, obtiveram-se as projees do consumo nal de energia por setor e por energtico, que ali-mentaram as anlises para a denio das alternativas de expanso da oferta de energia. Por sua vez, denida uma congurao para a oferta dos energticos, ela tambm tem implicaes sobre a demanda de energia, conduzin-do a um processo de ajuste iterativo entre simulao da demanda e da oferta de energia. Observa-se,nalmente,quefoitambmefetuadaaanlisedosresultadosconsolidadosdaprojeoda demandanaldeenergia,confrontando-oscomocomportamentohistricoregistradonoBalanoEnergtico Nacional BEN e com a perspectiva futura de crescimento da economia brasileira, avaliando-se o comportamento de alguns parmetros importantes, tais como, a elasticidade-renda do consumo de energia e a intensidade ener-gtica da economia.Estudos da oferta de energia eltricaO diagrama da Figura 2 ilustra a interao entre os estudos de expanso da gerao, da transmisso e socio-ambientais, os quais compem os estudos da oferta de energia eltrica. Nessa gura tambm evidenciada a intera-o com os estudos de demanda de energia e da oferta de derivados de petrleo, gs natural e biocombustveis. Os estudos de demanda de energia proporcionam os insumos para os demais estudos, estabelecendo as bases para as projees de carga de energia e de demanda, em termos mensais e por subsistema, necessrios para os estudos energticos, bem como por barramento, requerido para os estudos eltricos da transmisso. Numaetapainicial,soestabelecidososcenriosdeexpansodasfontesdegeraoedossistemasde transmisso associados, com nfase nas interligaes entre subsistemas e reforos principais dos sistemas recepto-Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDescrio Geral dos Estudos17Cenrios MundiaisCenrios NacionaisModelo de ConsistnciaMacroeconmicaPremissas macroeconmicas0Demografia0Expanses de capacidade0Indicadores de mercado0Conservao de energia0Autoproduo de energia0Substituio de energticos0Posse e uso de equipamentos0TecnologiaPremissas setoriaisSimulao da demanda de energiaProjees do consumo final de energia por setor e por fonteAnlise da Expanso daOferta de Energia( Captulos III a VII)Plano Nacional de Energia (PNE)Setores Residencial0Comercial0Pblico0Agropecurio0Transportes0IndustrialFontes leo diesel0GLP0Gasolina e lcool0leo combustvel0Outros derivados de petrleo0Gs natural0Biocombustveis0Bagao de cana0Lenha0Energia eltricaModelo do tipo top-downModelos agregados explicativos da demanda de energia em funo de macro-varveis, tais como: PIB, populao, etc.Modelo tcnico-econmicos de uso final ou do tipo bottom-upModelos que utilizam uma representao desagregada das inter-relaes entre o sistema energtico e o sistema scio-econmico envolvente, analisando a demanda de energia a partir dos seus usos finais nos diferentes setores.Figura 1 Fluxograma geral dos estudos de demanda de energiares. A anlise da evoluo dos balanos energticos e dos requisitos de intercmbios dos subsistemas possibilita o delineamento inicial das seqncias de usinas e troncos de transmisso a partir do sistema existente. Nesta etapa so tambm antecipados os condicionantes socioambientais para a viabilizao das hipteses de gerao e transmisso, cuja anlise mais detalhada ser objeto das etapas subseqentes do trabalho. Similar-mente, as questes relacionadas disponibilidade de combustveis e a sua infra-estrutura de transporte tambm socontempladasnodelineamentodoscenriosdegerao-transmisso,bemcomonaetapasucessivados estudos.Os estudos do Plano Nacional de Energia PNE constituem um insumo relevante para esta etapa. As alternativas de gerao-transmisso pr-selecionadas so avaliadas numa etapa seguinte atravs de es-tudos energticos (expanso da gerao), eltricos (expanso da transmisso) e socioambientais. Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 U 2017Ministrio de Minas e Energia - MME18D e m a n d a d e E n e r g i a E l t r i c aEstudos da expanso da gerao eltrica(Captulo III-1 )Concepo de cenriosdegerao-transmisso Estudos da expanso datransmisso eltrica( Captulo III-2 )Estudos Socioambientais ( Captulo III-3 )Diretrizes socioambientais para a expansode gerao e transmissoC a r g a p o r b a r r a m e n t od o s i s t e m a i n t e r l i g a d oE s t u d o s d e D e m a n d a d e E n e r g i aC e n r i o s M a c r o e c o n m i c o s e P r o j e e s d e C a r g a( C a p t u l o I I )C a r g a a n u a l eh i p t e s e s d e m e r c a d oC a r g a m e n s a l d e e n e r g i a ed e m a n d a p o r s u b s i t e m aEstudos do Plano Nacional de Energia - PNE 2030Estabelecimento de cenrios de expanso otimizada e integrada da gerao-transmisso e interligaes entre subsistemasOferta de combustvel e de infraestrutura de processamento e transporteEstudos de petrleo e derivados, gs natural, biocombustveis ( Captulos IV a VII )Anlise do sistema de geraoModelagem da expansohidrotrmica otimizada dosistema interligado(Custos esperados de operao, riscos dedficit, energia no suprida, intercmbios entre subsistemas, custo/benefcio das interligaes)Configuraes de usinas, rede eltrica dos subsistemas e interligaesAnlise do sistema detransmissoModelagem da rede eltrica dosistema interligado (Anlise de regime permanente, dinmica,confiabilidade, curto-circuito, tarifas de uso, investimentos)Configurao e Dados (fsicos, operacionais e econmicos)Rede existenteInstalaes novas j licitadas e a licitar Novas conexesEstudoscomplementaresde transmissoEstudos para a licitao da transmissoPlano de Ampliaes e Reforos - PAR (ONS)RELATRIO DO PLANO DECENAL- Requisitos de expanso da gerao e transmisso - Demanda de investimentos e equipamentosEstudoscomplementaresde geraoConfigurao e Dados (fsicos, operacionais e econmicos)UsinasexistentesUsinas novas j licitadasUsinas futuras (estudos disponveis de viabilidade e inventrios)DadoshidrolgicosNovos estudos de viabilidade tcnico-econmica de projetos hidreltricosNovos estudos de inventrio de bacias hidrogrficasEstudos para licitao da expanso da geraoEstudos para o licenciamento prvio ambiental de usinas hidreltricasFigura 2 Fluxograma geral dos estudos associados oferta de energia eltricaEmpresa de Pesquisa Energtica - EPEDescrio Geral dos Estudos19Os estudos energticos possibilitam ajustar o cronograma de entrada das fontes de gerao ao longo do perodo, de modo a atender aos critrios de risco mximo de dcit e da igualdade do custo marginal de expanso com o custo marginal de operao. Tendo como insumo os registros de vazes disponveis e as sries sintticas de energias auentes, so efetuadas simulaes da operao e expanso otimizada do sistema hidrotrmico nacional, obtendo-se, dentre outras variveis probabilsticas, a evoluo do risco de dcit, do valor esperado de energia no suprida, dos custos esperados de operao, os despachos de gerao e os requisitos de intercmbios entre os subsistemas.Mantm-senestaetapaainteraodosestudosdegeraocomosdetransmisso,particularmenteno que tange denio dos limites de intercmbio e dos custos/benefcios associados expanso da capacidade das interligaes entre os subsistemas. Da mesma forma, h tambm interao com os estudos socioambientais associados s fontes de gerao e linhas de transmisso consideradas na anlise das alternativas.Os estudos de expanso da transmisso se desenvolvem medida que so caracterizadas as alternativas de gerao e os correspondentes requisitos de intercmbios entre os subsistemas. Com base na avaliao probabilsti-ca dos intercmbios resultante dos estudos energticos, so estabelecidos valores referenciais desses intercmbios e analisadas as necessidades de reforos ou expanses da rede eltrica atravs de uma anlise conjunta dos sub-sistemas do Sistema Interligado Nacional SIN. O diagnstico do desempenho da rede eltrica inicialmente feito com base em estudos de regime permanente, em condies normais e de contingncias. Neste ciclo de estudos, foram tambm contemplados estudos de estabilidade eletromecnica, de conabilidade, de curto circuito e da evoluo das tarifas de uso do sistema de transmisso.Conforme ilustrado na Figura 2, o desenvolvimento dos estudos considera a incluso da varivel socioam-biental de modo sistemtico nas diversas etapas da anlise, subsidiando a formulao das alternativas da expanso do sistema eletroenergtico e a tomada de decises. Os estudos socioambientais enfocam os projetos de gerao e de transmisso individualmente, bem como conjuntos de projetos, utilizando como critrios bsicos a avaliao de indicadores para as dimenses fsico-bitica e socioeconmica e a avaliao processual. Para este ciclo, foi desen-volvido um estudo de macrolocalizao de projetos termeltricos com vistas a indicar as reas de atratividade e de restrio socioambiental. Desta forma, os estudos indicam aes para a viabilizao dos projetos, alm de fornecer um panorama ambiental do conjunto de programas de expanso da gerao e da transmisso como um todo.O conjunto de estudos de mercado, de gerao, de transmisso e socioambientais possibilita a elaborao do Plano Decenal pelo MME, o qual orienta a expanso dos sistemas de gerao e de transmisso, bem como apresenta os principais indicadores de mercado, de desempenho do sistema e de requisitos de investimentos no setor eltrico no perodo decenal.H um conjunto de estudos complementares ou derivados do Plano Decenal, a seguir descritos, os quais realimentam o processo dinmico de planejamento, servindo de insumos para o prximo ciclo e, quando possvel, para os estudos em andamento.O diagnstico elaborado para a rede eltrica leva a um conjunto de estudos complementares de transmis-so,executadosparalelamenteouemseqnciaaosestudosdoPlanoDecenal,contemplando,dentreoutros: a)anlisedetalhadadodesempenhodinmicodosistemainterligadovisandoadeterminaodoslimitesde intercmbios nas interligaes; b) avaliao detalhada dos nveis de curto-circuito nas subestaes ao longo do perodo decenal, de modo a caracterizar a superao dos limites dos equipamentos e sua inuncia na denio da topologia das alternativas de transmisso; c) evoluo das tarifas de uso do sistema de transmisso (TUST); d) evoluo da conabilidade do sistema interligado e dos subsistemas regionais; e) estudos especcos de integrao de empreendimentos de gerao mais relevantes ou de suprimento de pontos especcos do sistema.Estudos adicionais se fazem necessrios tambm para dimensionar e especicar com mais detalhes as obras a serem includas pelo MME no programa de licitao da transmisso. Tais estudos focalizam particularmente as obras a serem instaladas nos cinco primeiros anos do perodo decenal.Verica-setambmumconjuntodeestudoscomplementaresdegerao,cujanecessidadecadenida medida que so realizados os estudos no horizonte decenal, os quais visam o aprofundamento da anlise do suprimento de pontos especcos do sistema interligado ou de regies isoladas, incluindo tambm, em conjunto com os estudos de transmisso, as interligaes internacionais.Conforme se verica pela Figura 2, a partir das anlises no horizonte decenal resultam ainda recomenda-es para: a) Estudos para subsidiar a licitao da expanso da gerao, voltados para a habilitao tcnica dos empreendimentos, incluindo estudos para o licenciamento ambiental prvio de empreendimentos hidreltricos; b) Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME20Estudos para subsidiar os futuros leiles de compra de energia nova, incluindo a viabilidade tcnico-econmica de novos empreendimentos de gerao e novos estudos de inventrio de bacias hidrogrcas.Estudos associados s reservas e produo de petrleo e gs natural e oferta de derivados de petrleo, gs natural e biocombustveis lquidosOdiagramadaFigura3ilustraasatividadesprincipaisdessesestudos,bemcomosuainteraocomos demais estudos.As projees de consumo nal, estabelecidas pelos estudos de demanda de energia, com base nos cenrios macroeconmicos, so os insumos principais para a projeo das ofertas dos diversos energticos. Foiefetuadaumaanlisedasituaoatualedasprojeesdepreosinternacionaisenacionais,aqual tambm subsidiou o estudo da oferta desses energticos.Orequisitodeexpansodageraoeltrica,obtidodoestudodeofertadeenergiaeltrica,representa uma varivel importante da anlise, sendo este requisito, de outra parte, condicionado disponibilidade das infra-estruturas de produo e transporte determinadas pelos estudos de oferta dos energticos.Os estudos dos derivados de petrleo e do gs natural tiveram como insumo o estudo de suas reservas e produo.Nesteestudofoianalisadaaexpansoprevistadasreservaseelaboradasprevisesdaproduoem campos descobertos e no descobertos, tanto para o petrleo quanto para o gs natural. Esta anlise possibilitou uma estimativa de investimentos em explorao e produo no horizonte decenal.No que se refere aos derivados de petrleo, o estudo contemplou as anlises da expanso do parque na-cional de reno e da infra-estrutura de transporte, incluindo tambm a estimativa de investimentos associados a esses segmentos.Na rea do gs natural, foram levantadas as projees de demanda de gs natural das companhias distri-buidoras locais, do consumo em renarias, das fbricas de fertilizantes e das termeltricas. A oferta de gs na-cional para o mercado consumidor foi projetada por meio da aplicao de ndices de disponibilidade obtidos de histricos da realizao da indstria produtora de gs natural no pas. Em seguida, foram elaborados os balanos regionais e o balano nacional de oferta e demanda de gs, considerando tambm as perspectivas de importao de gs natural, alm da oferta nacional projetada. Finalmente, foi efetuada a anlise das necessidades de amplia-o da infra-estrutura nacional de transporte de gs, incluindo uma estimativa dos investimentos associados a essa expanso.Quanto aos biocombustveis, foram analisadas as condicionantes de demanda e perspectivas de atendimen-to, focalizando o etanol carburante e o biodiesel. Paraoetanolcarburante,analisou-seasuacompetitividadeemrelaogasolinanonovomercadode veculos ex-fuel, bem como o potencial de expanso da capacidade de oferta e sua logstica de transporte, a estimativa de investimentos associados e o mercado internacional, avaliando-se as estimativas brasileiras de ex-portaes.No que tange ao biodiesel, foram analisados aspectos de disponibilidade de insumos e de capacidade de processamento, a infra-estrutura de escoamento da produo, o potencial de consumo, a perspectiva de preos nacionais e sua competitividade face ao diesel fssil, bem como a existncia de condies para que a demanda ultrapasse as metas obrigatrias pela Lei n 11.097/2005.Um aspecto comum analisado para todos os energticos foram os aspectos socioambientais, tendo sido elaborados critrios e procedimentos de anlise socioambiental para esse horizonte de planejamento, adequando indicadores e a espacializao destes para cada energtico (petrleo, gs natural, etanol, biodiesel). Foram tam-bm calculadas as emisses de gases de efeito estufa para os segmentos de downstream e upstream da cadeia de produo de petrleo e gs natural.Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDescrio Geral dos Estudos21Figura 3 Fluxograma geral dos estudos associados ao petrleo e oferta de derivados de petrleo, gs natural e biocombustveis lquidosReservas e Produo de petrleo e gs natural(CaptuloIV)Anlise socioambiental(includa nos Captulos IV, VI e VII referentes aos diversos energticos)- Viso geral dos efeitos socioambientais decorrentes da produo, processamento, transporte e utilizao do petrleo (Cap. IV), gs natural (Cap. VI) e biocombustveis (Cap. VII)- Anlise socioambiental da malha de gasodutos planejados(Captulo VI)- Previso da produo de petrleo em campos descobertos- Previso da produo de petrleo em campos no descobertos- Previso da produo de gs natural em campos descobertos- Previso da produo de gs natural em campos no descobertos- Expanso prevista das reservas de petrleo e gs natural - Estimativa de investimentos em E&POferta de derivados de petrleo( Captulo V )- Expanso do parque nacional de refino- Expanso da infra-estrutura de transporte de petrleo e derivados- Estimativa de investimentos em refino, centrais petroqumicas e infra-estrutura de transporte de petrleo e derivadosOferta de gs natural ( Captulo VI )- Balanos regionais de oferta e demanda- Expanso da infra-estrutura de transporte de gs natural- Expanso da infra-estrutura via GNL- Estimativa de investimentos na infra-estrutura de transporte e na cadeia de GNLOferta de biocombustveis lquidos( Captulo VII )Oferta de etanol- Perspectivas para o etanol nacional- Produo de etanol no Brasil- Logstica para a exportao- Estimativa de investimentos na infra-estrutura de transporteOferta de bio-diesel- Disponibilidade de insumos-Potencial de oferta- Consumo alm do obrigatrioPerspectivas de preosPetrleo e derivados, gs natural, biocombus-tveis e carvo mineral( anlise de cada energtico includa nos Captulos V,VI e VII)- Preos internacionais- Preos nacionaisEstudos de Demanda de EnergiaCenrios macroeconmicos- Projees de consumo final dos diversos energticos( Captulo II )Expanso do sistema de gerao de energia eltrica( Captulo III-1 )- Demanda de combustveis para gerao termeltricaFonte: Banco de imagens - ANEELDEMANDA DE ENERGIA21 Introduo 242 O Ano Base (2007) 252.1 Oferta Interna de Energia 252.2 Consumo Final de Energia 262.3 Consumo Final Energtico, por Fonte 273 Premissas Bsicas 273.1 Cenrio Macroeconmico de Referncia 273.1.1 Economia Internacional e Nacional: conjuntura e perspectivas 283.1.2 Aspectos Qualitativos do Cenrio de Referncia 323.1.3 Quanticao do Cenrio de Referncia 333.2 Premissas Demogrcas 363.2.1 Projeo da Populao 373.2.2 Projeo do Nmero de Domiclios 374 Energia Eltrica 384.1 Autoproduo 394.2 Projeo do Consumo e da Carga de Energia Eltrica 414.2.1 Projeo do Consumo de Energia Eltrica 414.2.2 Projeo da Carga 464.2.3 Comparao das Projees: PDE 2008-2017 versus PDE 2007-2016 495 Derivados de Petrleo 505.1 leo Diesel 505.2 Gs Liquefeito do Petrleo (GLP) 515.3 Gasolina 525.4 Querosene de aviao (QAV) 565.5 leo combustvel e outras secundrias de petrleo 576 Gs natural 607 Biocombustveis 637.1 Biocombustveis lquidos 637.2 Biomassa da cana 657.3 Lenha 658 Resultados Consolidados 66Referncias bibliogrcas 71Lista de Tabelas 71Lista de Grcos 72Lista de Figuras 73Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME241. IntroduoAs projees da demanda do Plano Decenal de Expanso de Energia 2008-2017 PDE 2008-2017 esto referenciadas aos estudos desenvolvidos para o Plano Nacional de Energia 2030 PNE 2030, compreensiva inves-tigao de longo prazo desenvolvida pela EPE para o Ministrio de Minas e Energia. Foram realizadas ao longo do ano de 2007, tendo sofrido ajustes at meados de 2008, e podem ser estruturadas em quatro grandes grupos, a saber:Analise do ano base das projees, que compreendeu a compilaao e o exame do conIexIo econmico e da demanda de energia em 2007;Pevisao e quanIicaao do cenario econmico reerencial, que compreendeu uma discussao dos condicio-nantes de curto prazo para o crescimento econmico nacional nos prximos 10 anos;Pevisao das premissas demogracas e seIoriais, que compreendeu inIeraes com o l8GL e pesquisas junIo aos grandes consumidores de energia, principalmente com relao s suas perspectivas de investimento e expanso da produo;Projeao da demanda de energia para o horizonIe 200820!7.As projees foram elaboradas para o pas como um todo, e, sempre que possvel, procurou-se regionaliz-la. Esquematicamente, a inter-relao entre essas etapas pode ser representada como na Figura 1.Estudos da Demanda de Longo Prazo (PNE 2030)Anlise do Ano Base (2007)Contexto Econmico e Demanda de EnergiaReviso do Cenrio Econ-mico de RefernciaReviso das Premissas Demogrficas e SetoriaisProjees Preliminares daDemandaProjees Finais da DemandaEstudo da OfertaFigura 1 - Viso Geral da Abordagem dos Estudos de Demanda do PDE 2008-2017Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia25Fontes 2006 2007 Variao (%) Estrutura (%)Renovveis 101.880 109.656 7,6 45,9Hidrulica e eletricidade 33.537 35.505 5,9 14,9Produtos da cana-de-acar 32.999 37.847 14,7 15,9Lenha e carvo vegetal 28.589 28.628 0,1 12,0Outras renovveis 6.754 7.676 13,7 3,2No Renovveis 124.464 129.102 3,7 54,1Petrleo e derivados 85.545 89.239 4,3 37,4Gs natural 21.716 22.199 2,2 9,3Carvo mineral e derivados 13.537 14.356 6,1 6,0Urnio (U3O8) e derivados 3.667 3.309 -9,8 1,4Total 226.344 238.758 5,5 100,0Tabela 1 - Brasil. Oferta Interna de Energia (10 tep)Em cada um desses mdulos foram empregados modelos de quanticao desenvolvidos internamente na EPE ou modicados de acordo com os objetivos dos estudos do PDE 2008-2017.A projeo da demanda de energia contemplou duas abordagens complementares. Em uma delas, utili-zando modelos do tipo top-down, a demanda de energia foi correlacionada com macro-variveis de cenrio, tais como o PIB, a populao, o nmero de domiclios, etc., e com indicadores especcos do mercado de energia. Em alguns casos, a relao entre a demanda de energia e as demais variveis especicada atravs de modelos eco-nomtricos. Neste caso, a previso da demanda de energia funo da cenarizao (ou projeo) dessas variveis explicativas e desses indicadores. Na outra abordagem, do tipo bottom-up, foram utilizados modelos tcnico-econmicos, entre os quais o Modelo Integrado de Planejamento Energtico (MIPE), um modelo de planejamento integrado de recursos energ-ticos, desenvolvido pela COPPE/UFRJ, que se baseia em uma anlise setorial desagregada da demanda energtica por uso nal, incorporando explicitamente a anlise da competio entre os vrios energticos no atendimento aos diferentes usos nais. Especicamente, no caso do setor residencial, foi tambm utilizado o Modelo do Setor Residencial (MSR), desenvolvidonaEPEapartirdeSchaefferetal[7]eAcho[1].Essemodelo,emborautilizeamesmalosoa bsica do MIPE, incorpora desenvolvimentos adicionais que o tornam mais apropriado para analisar a demanda energtica nas residncias.As duas abordagens foram exploradas em paralelo e atingiu-se uma convergncia dos resultados atravs de um processo iterativo envolvendo o ajuste de parmetros e a calibragem de indicadores, de forma consistente com o cenrio referencial e as premissas adotadas.Deve-se ressaltar, por m, que os estudos de demanda foram conduzidos, em grande medida, de forma integrada, compreendendo inclusive a necessria interao com os estudos da oferta. Neste captulo so apresen-tados, resumidamente, os principais aspectos e resultados que caracterizam os estudos de demanda realizados.2. O Ano Base (2007)2.1 Oferta Interna de EnergiaEm 2007, a oferta interna de energia no Brasil atingiu 238,8 milhes de toneladas equivalentes de petrleo (tep), sendo que, deste total, 109,7 milhes, ou 45,9%, corresponderam a energia renovvel, o que faz da matriz energtica brasileira uma das mais limpas do mundo, em termos da relao do volume de emisses de gases de efeitoestufapelototaldeenergiaofertada.Defato,aparticipaodasfontesrenovveisnaofertainternade energia brasileira est bem acima da mdia mundial (2006), avaliada em 12,9%, e mais ainda da mdia dos pases membros da OCDE, de 6,7%. Com exceo do urnio e seus derivados, a oferta de todas as fontes primrias de energia apresentou cresci-mento, conforme apresentado na Tabela 1. A reduo da oferta de urnio se deu em funo da queda na gerao eltrica associada.Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME26A energia hidrulica, incluindo a parcela importada de Itaipu, deixou de ser a maior contribuinte isolada entre as fontes renovveis em termos de energia primria equivalente, tendo sido superada pelos produtos da cana-de-acar. Em 2007 houve signicativo crescimento na oferta deste grupo de energticos, como reexo da expanso da produo de etanol, que avanou 27,0%.A produo nacional de petrleo apresentou elevao de 1,5%, atingindo uma mdia diria de 1,75 mi-lhes de barris. As exportaes lquidas somaram 421 mil barris dirios ante uma importao lquida de 416 mil barris por dia em 2007.O petrleo e seus derivados representaram, em 2007, 37,4% da oferta total de energia. A oferta de gs natural apresentou crescimento de 2,2%, com ligeira reduo de participao na matriz energtica do pas, de 9,6% em 2006 para 9,3% em 2007.Aproduodeeletricidadeapartirdeusinastermeltricas,excetuando-seasdebiomassa,foireduzida em 7,0%, sendo a reduo da gerao a gs natural a de maior queda, igual a 15,1%. Por sua vez, a gerao a partir de fontes renovveis teve crescimento de 6,5%, com destaque para a gerao a partir de biomassa (bagao de cana e lixvia, principalmente), que cresceu 17,3% em 2007 atingindo 21,9 TWh. A gerao total de energia eltrica no pas superou 440 TWh.2.2 Consumo Final de EnergiaEm 2007 o consumo nal de energia foi de 215,6 milhes de tep, correspondendo a cerca de 90% da ofer-ta interna. Comparativamente a 2006, houve um expressivo crescimento de 6,2%. O setor industrial respondeu por 38,0% do consumo nal do Pas, seguido do setor de transportes, 26,7% e do residencial, 10,3%. A Tabela 2 resume as principais estatsticas do consumo nal de energia no Brasil. Fontes 2006 2007 Variao (%) Estrutura (%)Consumo nal 202.898 215.565 6,2 100,0Consumo nal no energtico 14.324 14.155 -1,2 6,6Consumo nal energtico 188.574 201.409 6,8 93,4Setor energtico 18.823 21.049 11,8 9,8Indstria 76.757 81.915 6,7 38,0Alimentos e bebidas 20.122 21.262 5,7 9,9Ferro gusa e ao 16.985 18.241 7,4 8,5Papel e celulose 8.016 8.555 6,7 4,0Qumica 7.364 7.715 4,8 3,6Metalurgia e no ferrosos 5.694 5.982 5,1 2,8Cermica 3.533 3.841 8,7 1,8Cimento 3.087 3.373 9,3 1,6Minerao e pelotizao 3.013 3.342 10,9 1,6Transportes 53.270 57.621 8,2 26,7Rodovirio 49.067 52.892 7,8 24,5Residencial 22.090 22.271 0,8 10,3Comercial e pblico 9.084 9.491 4,5 4,4Agropecurio 8.550 9.062 6,0 4,2Tabela 2 - Brasil. Consumo Final de Energia (10 tep)Entreosconsumidoresdederivadosdepetrleo,osetordetransportesosegmentomaisimportante, representando 60,9% do consumo nal de derivados, seguido da indstria que, incluindo o setor energtico, res-ponde por 23,1%. No que se refere biomassa, que inclui o consumo de bagao de cana, lenha e carvo vegetal, etanol e outras fontes primrias renovveis, o consumo energtico em 2007 foi de aproximadamente 63 mil tep; sendoqueosprincipaissetoresconsumidoresforamoindustrial,com51,7%dototal,osetorenergticocom 16,8% e o de transportes, com 13,7%. O consumo total de eletricidade foi de 412,1 TWh em 2007, tendo como Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia27Fontes 2006 2007 Variao (%) Estrutura (%)Gs natural 10.124 10.909 7,8 6,0Lenha 16.401 16.310 -0,6 9,0Bagao de cana15.259 16.152 5,9 9,0Eletricidade 32.283 33.958 5,2 18,8lcool etlico6.395 8.612 34,7 4,8Biodiesel 58 339 484,5 0,2Outros 21.382 22.432 4,9 12,4Subtotal derivados de petrleo 67.849 71.650 5,6 39,7leo diesel32.665 34.704 6,2 19,2leo combustvel5.003 5.440 8,7 3,0Gasolina 14.494 14.342 -1,0 8,0 Gs liquefeito de petrleo7.142 7.379 3,3 4,1QAV 2.401 2.632 9,6 1,5Outros derivados de petrleo 6.144 7.152 16,4 4,0Consumo nal energtico(1) 169.751 180.361 6,3 100,0Tabela 3 - Brasil. Consumo Final Energtico(1), por Fonte (10 tep)principais setores consumidores a indstria (46,7%), o residencial (22,1%) e o comercial/servios, com 14,2%. No total, o crescimento do consumo de energia eltrica foi de 5,7% em comparao com 2006.2.3 Consumo Final Energtico, por FonteEntre 2006 e 2007, as fontes que tiveram maior importncia no consumo nal energtico, excluindo-se o consu-mo do setor energtico, foram o leo diesel e a eletricidade, cujas participaes oscilaram em torno de 19% cada.Entreosderivadosdepetrleo,almdoleodiesel,deve-sedestacartambmoconsumodegasolina, cujaparticipaonoconsumonalenergticofoide8,0%noperodo.Osderivadosdepetrleoraticamsua importncia na matriz energtica brasileira, tendo sido responsveis por mais de 40% do consumo nal energtico brasileiro, excluindo-se o consumo do setor energtico.A lenha e o gs natural vm se mantendo como importantes fontes energticas no Brasil, tendo sido res-ponsveis por, respectivamente, 9% e 6% do consumo energtico brasileiro. O bagao de cana ganhou substancial participao, atingindo 9,0% em 2007. A Tabela 3 apresenta a consolidao do consumo nal energtico, excluindo-se o consumo do setor ener-gtico, discriminado por fonte, para os anos de 2006 e 2007.Nota: (1) No inclui o consumo do setor energtico.3. Premissas Bsicas3.1 Cenrio Macroeconmico de RefernciaH uma signicativa correlao entre a evoluo da demanda total de energia e o nvel de atividade econ-mica. Dessa forma, no razovel fazer um exame prospectivo da demanda de energia de um pas sem a conco-mitante anlise da evoluo do respectivo contexto econmico ao longo do horizonte de interesse.Estudos de natureza prospectiva de longo horizonte requerem a aplicao de mtodos especcos, dentre os quais a abordagem de cenrios est entre os mais indicados, especialmente por conta do elevado nmero de incertezas envolvido.Para a elaborao dos estudos de planejamento energtico de longo prazo, a EPE formulou cenrios para a economia brasileira destacando um deles como de referncia, no mbito do Plano Nacional de Energia, o PNE 2030. Os estudos posteriores da EPE, nomeadamente aqueles relativos ao Plano Decenal, utilizaram como pano de fundo esses cenrios, que denem tendncias de longo prazo. Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME28No entanto, o cenrio referencial utilizado no Plano Decenal, embora identicado com a losoa e as prin-cipais caractersticas do cenrio de referncia do PNE 2030, tambm incorpora elementos conjunturais de curto prazo, bem como denies e estratgias de mdio prazo, que podem inuenciar alguns parmetros do cenrio, em particular, as taxas de expanso da economia.1EstudosdaEPEsobreademandadeenergia,concludosnonalde2007,baseavam-seemumcenrio macroeconmico que admitia que o PIB brasileiro seguiria uma trajetria de crescimento sustentado, cujo valor mdio para o perodo 2008-2017 era estimado em 5% ao ano.2Atualmente, consenso que pelo menos as condies da cena de partida (2008-2009) deste cenrio foram signicativamente alteradas, especialmente por conta da ecloso deuma crise nanceira global, cujos efeitos e profundidade ainda no puderam ser avaliados em toda a sua extenso. No entanto, ainda que a anlise dos fatos recentes traga elementos para a reviso dos parmetros bsicos da cena de partida do cenrio macroeconmico (2008-2009), ela no sucientemente ntida a ponto de autori-zar que se proceda a alteraes mais substantivas dos parmetros no perodo subseqente (2010 2017). Assim, aps uma expanso de 6% no primeiro semestre, a taxa de crescimento do PIB em 2008 dever re-troceder para o patamar de 5% e apresentar um recuo adicional para algo em torno de 4% em 2009. Para os anos subseqentes, considerou-se mais adequada a manuteno da previso anterior de crescimento mdio do PIB em torno de 5% ao ano, o mesmo considerado nas previses de demanda de energia originais. Contudo, as alteraes que ora se percebem, na cena de partida, podero causar impacto na demanda de energia, impacto este que se propaga ao longo do horizonte. Preservando a consistncia com a manuteno do cenrio de crescimento da economia a partir de 2010, as premissas de expanso setorial da indstria consideradas neste PDE so essencialmente as mesmas adotadas na elaborao das projees originais, com pequenos deslocamentos de cronograma. Deve-se levar em conta, contudo, que a elevao dos juros e as restries ao crdito (decorrentes da crise nanceira internacional) podero ocasionar a postergao nas datas de instalao de alguns projetos industriais de maior porte.Como subsdio para a elaborao das projees da demanda de energia, apresenta-se, na seo seguinte, a avaliao das condies macroeconmicas, nacionais e internacionais, procurando-se quanticar os parmetros bsicos que caracterizam a cena de partida (2008-2009), bem como os trs anos subseqentes (2010-2012), do cenrio em relao ao qual tais projees esto referenciadas.3.1.1 Economia Internacional e Nacional: conjuntura e perspectivasEconomia InternacionalNo incio de 2007, em um ambiente de comrcio mundial aquecido, as expectativas eram de crescimento do PIB mundial prximo de 4% em 2008 e 2009 e, aproximadamente, 5% entre 2010 e 2013 (FMI. In: EPE, 2008). Essas expectativas foram mantidas at o nal do primeiro semestre de 2008 quando, devido ao aprofundamento dacrisenorte-americanaeaoaumentodospreosdascommodities(petrleoealimentos,especialmente)no mercado internacional, o FMI reavaliou as suas projees, reduzindo as expectativas em relao ao crescimento do PIB mundial para 3,9% em 2008 e 3,7% em 2009.Mesmo menores, as projees ainda indicavam taxas de crescimento em nveis razoveis, considerando-se que se trata de uma mdia mundial. Os principais responsveis pela manuteno dessas taxas seriam, de acordo comoFMI(2008),ospasesemergentesraticandoahipteseconhecidacomodescolamento,ouseja,a desaceleraodonveldeatividadenospasesdesenvolvidosnoafetaria(ouafetariaemmenorproporo)o crescimento de pases como China, ndia e Brasil.4 A Tabela 4 resume as taxas de crescimento do PIB esperadas neste novo contexto.1 Vale ressaltar que houve uma mudana metodolgica no clculo do PIB divulgada aps os estudos de cenrios macroeconmicos do PNE 2030. Com a nova metodologia, passou-se a apurar mais dedignamente os nveis de atividade de vrios setores econmicos nacionais (espe-cialmente no setor de servios), no que resultou, como principal conseqncia, que a metodologia antiga subestimava as taxas de crescimento da economia brasileira. 2 As notas tcnicas que documentam estes estudos foram publicadas pela EPE em maro/2008 [6] e maio de 2008 [5].3 Idem nota de rodap n. 2.4 Contudo, a inao, decorrente do aumento generalizado das commodities, era vista como um risco futuro, o que apontaria para eventuais polticas de maior contrao monetria naquelas economias, e certa desacelerao do nvel de atividade. Em outras palavras, tambm para essas economias se esperava um ritmo menor de crescimento, ainda que os efeitos da crise pudessem ser proporcionalmente menores. Para as econo-mias mais avanadas, prevalecia a percepo da tendncia de enfraquecimento ao longo do segundo semestre de 2008 e do ano de 2009. Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia29Tabela 4 - Economia mundial. FMI: Expectativas de crescimento do PIB para 2008 e 2009 (% a.a.)2008 2009WEO1WEO2Reviso3WEO(1)WEO(2)Reviso(3)Mundo 3,7 4,1 3,9 3,8 3,9 3,7Eco. Emergentes6,7 6,9 ND* 6,6 6,7 ND*Eco. Desenvolvidas1,3 1,7 ND* 1,3 1,4 ND*Notas: * No Disponvel; (1) World Economic Outlook 2008. Em abril de 2008; (2) World Economic Outlook 2008 Update. Em julho de 2008; (3) FMI. In: FOLHA DE SO PAULO, 26/08/2008.Fonte: FMI, 2008; FMI. In: FOLHA DE SO PAULO, 2008.Para o perodo 2010-2013, o FMI (2008) projetava um maior crescimento da economia mundial com base na hiptese de que as polticas econmicas se revelariam bem sucedidas, logrando absorver o choque advindo da crise nanceira.Economia Nacional: expectativa para 2008O comportamento da economia brasileira nos primeiros meses de 2008 manteve o vigor que caracterizou a atividade econmica ao longo de 2007. Conforme apresentado na Tabela 5, o crescimento do PIB de 5,8% no primeiro trimestre teve como principal destaque a indstria que avanou 6,9%, estimulada pela atividade de cons-truo civil que no mesmo perodo expandiu 8,8%. Pelo lado da demanda, o investimento continuou sobressaindo dentre os demais componentes, com expanso de 15,2% no primeiro trimestre de 2008 frente ao mesmo perodo de 2007, correspondendo a 2,6 vezes o crescimento do PIB.A expanso do crdito, ainda que com alguma moderao ocasionada pelo aumento dos custos de capta-o, e a elevao persistente da importao de mquinas e equipamentos, inuenciada pela apreciao cambial, continuaram representando um forte impulso atividade econmica. Contudo, espera-se que, no curto prazo, essas componentes da atividade econmica reduzam seu ritmo, em funo da trajetria de elevao da taxa de juros bsica e da desacelerao das operaes de crdito. Tabela 5 - Brasil. Taxas de crescimento do PIB (%): trimestre contra trimestre do ano anteriorDescriminao2007 2008I Tri II Tri III Tri IV Tri I TriPIB (preos de mercado) 4,4 5,4 5,6 6,2 5,8tica do produtoAgropecuria 3,7 1,1 9,7 8,6 2,4Indstria 3,2 6,9 5,0 4,3 6,9Servios 4,5 4,5 4,6 5,3 5,0tica da demandaInvestimento (FBCF) 8,8 13,9 14,6 16,0 15,2Consumo das Famlias 5,7 5,8 6,0 8,6 6,6Consumo do Governo 3,7 3,4 3,1 2,2 5,8Exportao 6,0 13,3 1,8 6,4 -2,1Importao 19,8 18,6 20,4 23,4 18,9Fonte: IBGE. In: EPE, 2008.Em relao taxa de investimento (como proporo ao PIB), a expectativa que seja mantido seu cresci-mento, que se verica, de forma consistente, desde 2005. Conforme indicado no Grco 1, as estimativas para 2008, 2009 e 2010 so de que sejam alcanadas taxas de 18,6%, 19,6% e 20,9%, respectivamente (BNDES). O investimento continuaria, assim, representando um estmulo expanso da demanda agregada, provocado prin-Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME30cipalmente pelas obras de infra-estrutura, especialmente as includas no Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) e pela necessidade de expanso dos insumos bsicos (indstria pesada) e de bens de capital.Grco 2 - Brasil. Expectativas do mercado para o crescimento do PIBNota: Expectativas do Mercado - Mdias ano: em Abril de 2007;em Julho de 2007; em Maio de 2008; em Agosto de 2008.Fonte: BACEN. In: EPE, 2008; BACEN, 2008a.Em resumo, essa anlise preliminar sugere que a expanso da atividade econmica no pas deva se sustentar at o m de 2008, com indicadores positivos de produo, comrcio varejista e emprego, porm em um ritmo mais moderado. Por outro lado, o aumento da taxa bsica de juros poder pressionar desfavoravelmente alguns fatores de estmulo ao crescimento da demanda interna, principalmente a ampliao do volume de crdito. De todo o modo, a expectativa que, ao nal de 2008, o crescimento do PIB brasileiro esteja prximo ao patamar de 5%.Economia Nacional: expectativas do mercado para 2009-2012SegundocoletarealizadaregularmentepeloBancoCentral(PesquisaFocus),asexpectativasdosagentes econmicos em agosto de 2008 para o perodo de 2009 a 2012, de uma forma geral, estavam alinhadas com as anlises do FMI. Mais especicamente, eram esperadas taxas menores de crescimento do PIB brasileiro nos primei-ros anos (cena de partida), porm permaneceram as mesmas expectativas de crescimento no mdio prazo (aps 2009), congurando uma perspectiva de que, no plano mundial, as medidas de polticas econmicas se mostrem bem sucedidas e sejam absorvidos os choques advindos da crise nanceira. O Grco 2 mostra a evoluo das expectativas do mercado para o PIB brasileiro.Grco 1 - Brasil, Taxa de investimento acumulada em 12 meses (% PIB)15,3%16,1%15,9%16,5%17,6%19,6%20,9%18,0%18,6%2003 2004 2005 2006 2007 2008T1 2008P 2009P 2010PPROJEOFonte: IBGE e BNDES. In: EPE, 2008.01234520/04/2007 4,3 4,2 4,2 4,120/07/2007 4,0 4,1 4,1 4,130/05/2008 4,8 4,1 4,2 4,3 4,429/08/2008 4,8 3,7 4,2 4,2 4,32008 2009 2010 2011 2012%Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia31Comrelaoaoutrosagregados,asexpectativasdomercadorevelavam,emalgumamedida,inuncia das alteraes conjunturais. A percepo de ento era de que a vulnerabilidade da economia brasileira a choques externos era mais baixa do que no passado e em comparao com outras economias emergentes. Assim, agregados de desempenho do setor pblico como o resultado primrio e a dvida lquida deveriam continuar a trajetria positiva que vinham trilhando nos ltimos anos. J no caso das expectativas para a evoluo do PIB, as previses do mercado para a taxa bsica de juros da economia, a taxa de cmbio e a inao embutiam a hiptese de que a crise nanceira seria relativamente bem administrada, conforme indicado na Tabela 6.Tabela 6 - Brasil. Expectativas do mercado para taxa de juros, cmbio e inao2008 2009 2010 2011 2012Taxa bsica de juros (SELIC), m de perodo (% ao ano)20/04/2007 10,4 9,8 9,5 9,0 -20/07/2007 9,8 9,2 8,9 8,6 -30/05/2008 13,8 12,5 10,9 10,1 9,629/08/2008 14,7 13,8 11,8 10,8 10,4Taxa de cmbio, m de perodo (R$/US$)20/04/2007 2,10 2,20 2,30 2,30 -20/07/2007 2,00 2,10 2,10 2,20 -30/05/2008 1,70 1,80 1,90 1,90 2,0029/08/2008 1,60 1,70 1,80 1,90 1,90Inao (IPCA), m de perodo (% ao ano)20/04/2007 4,1 4,1 4,1 4 -20/07/2007 4,0 4,1 4 4 -30/05/2008 5,5 4,6 4,3 4,2 4,229/08/2008 6,3 4,9 4,4 4,3 4,3Nota: 1.Expectativas do Mercado - Mdias ano: em abril de 2007; em julho de 2007; em maio de 2008; em agosto de 2008.Fonte: BACEN. In: EPE, 2008; BACEN, 2008a.Era no setor externo, contudo, que se esperava uma mudana qualitativa mais signicativa: com a paulatina deteriorao da balana comercial, pelo incremento das importaes mais que proporcional ao das exportaes, a trajetria do saldo de conta corrente seria afetada negativamente. No entanto, isso no signicaria riscos maiores ao equilbrio do balano de pagamentos, o que se conrmava pelas expectativas quanto ao crescimento do vo-lume de investimento estrangeiro direto (IED): h um ano se previa que o IED entre 2009 e 2011 seria em mdia de US$ 21 bilhes por ano; em agosto de 2008, as expectativas eram de uma mdia de US$ 31,4 bilhes, para o mesmo perodo.Em sntese, as expectativas do mercado at agosto de 2008 evidenciavam a percepo de que, apesar das perturbaes no ambiente externo, a situao macroeconmica do Brasil seria slida o suciente de modo a man-ter um crescimento mdio de 4,2% para o PIB no perodo, mesmo aps um arrefecimento no ritmo da expanso econmica em 2009.Outras estimativas para a economia nacionalAs projees do FMI para o crescimento do PIB brasileiro, do saldo em conta corrente e da inao (IPCA) podem ser observadas na Tabela 7.Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME32Tabela 7 - Brasil. Projees do FMI para PIB, saldo em conta corrente e inaoVariveis 2008 2009 2010 2011 2012PIB (crescimento, % ao ano)4,81 3,7(1) 4,5(1) 4,0(1) 4,0(1)4,92 4,02 - - -Conta Corrente (US$ bilhes) -10,7 -16,0 -15,6 -12,4 -8,9Inao (IPCA), m de perodo (% ao ano) 4,8 4,3 4,5 4,5 4,5Nota: (1) World Economic Outlook 2008. Em abril de 2008; 2. World Economic Outlook 2008 Update. Em julho de 2008.Fonte: FMI, 2008.Quando comparadas essas projees com as expectativas do mercado, observa-se que a avaliao quan-titativa da variao do PIB na cena de partida (2008-2009) basicamente a mesma. Para os anos subseqentes, embora haja diferena nos valores de cada ano, o valor mdio do crescimento da economia no trinio 2010-2012 semelhante, em torno de 4,2% ao ano.Por sua vez, as projees da Secretaria de Poltica Econmica (SPE), do Ministrio da Fazenda, indicavam, uma taxa de crescimento do PIB de 4,5% para o ano de 2009. Embora maior do que as expectativas do mercado e do que a projeo do FMI, a projeo da SPE mostrava a mesma tendncia, qual seja: um menor crescimento do PIB em 2009 em comparao ao ano precedente, em razo do impacto da crise nanceira internacional e das medidas do Governo para combater a inao. Observe-se, contudo, que a variao (em pontos percentuais) entre os crescimentos de 2008 e 2009 basicamente a mesma em todas as previses, inclusive a da SPE/MF. A estimativa do governo para uma taxa de crescimento mais elevada do que a domercado em 2009 sugere que, a despeito do arrefecimento que dever ocorrer no ltimo trimestre do ano, um crescimento em 2008 (algo entre 5 e 5,5%) mais forte do que a previso de mercado seria carreado para o incio do ano seguinte. Alm disso, na avaliao da SPE/MF, o forte crescimento dos investimentos e da produtividade no permitir que o PIB caia tanto quanto projeta o mercado, na medida em que os investimentos pesados so menos sensveis, em um primeiro momento, elevao (j efetuada) da taxa de juros. A Tabela 8 resume os parmetros macroeconmicos considerados pelo governo no Oramento da Unio para 2009.Tabela 8 - Brasil. Parmetros do oramento da Unio para 2009Parmetros Reprog. 2008 (A) PLOA 2009 (B) (A) (B)IPCA acumulado (%) 6,4 4,5 -1,9IGP-DI acumulado (%) 11,41 5,3 -6,11PIB real (%) 5,0 4,5 -0,5PIB (R$ bilhes) 2.883,0 3.186,6 303,6Taxa de cmbio (R$/US$) (*) 1,66 1,71 0,05Salrio mnimo (R$) 415,00 464,72 49,72Taxa Selic (% a.a.) (*) 14,07 13,5 -0,57(*) m de perodo. Fonte: SPE, 2008.3.1.2 Aspectos Qualitativos do Cenrio de RefernciaEm termos qualitativos, o crescimento da economia brasileira, no mbito do cenrio macroeconmico que baseia este Plano Decenal, supera o ritmo de expanso da economia mundial, por conta do sucesso no enfrenta-mento das principais questes internas que obstaculizam a sustentao de taxas elevadas de crescimento.Os efeitos positivos das reformas estruturais fazem-se sentir na economia como um todo, porm de forma diferenciada, j que h perda de competitividade de alguns setores vis--vis alguns setores mais dinmicos (side-rurgia, celulose, agronegcio, etc.), que se aproveitam das vantagens comparativas de que dispem. Ao longo do decnio, devero ser obtidos avanos importantes na resoluo de gargalos na infra-estrutura, ainda que no sejam completamente superados. A Produtividade Total dos Fatores (PTF) tende a aumentar, embo-ra concentrada nos segmentos mais dinmicos da economia.Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia335 De fato, pode-se esperar um novo ciclo de expanso da cana, a partir do etanol e da intensicao do uso do bagao como fonte primria para a produo de energia eltrica, e o incremento do biodiesel e do processo de produo de diesel a partir de leos vegetais (H-bio).6 Uma parte desta elevao na taxa de poupana domstica pode ocorrer mais rapidamente mesmo que as medidas no sentido de aumentar a propenso a investir da economia tenham efeito defasado ao longo de um perodo relativamente mais extenso, pois os agentes econmicos podem antecipar os desdobramentos positivos destas medidas sobre o crescimento no futuro.Tabela 9 - Mdias das principais variveis exgenasParmetroHistrico Cenrioltimos 10 anos ltimos 5 anos 2008-2012 2013-2017Taxa de poupana (% PIB) 16,9 16,4 19,5 20,0Crescimento da PTF (% a.a.)(1) 0,5 0,9 1,6 1,8Preo do petrleo (US$/barril)(2) 31,5 42,4 92,3 77,8Cresc. economia mundial (% a.a.) 4,1 4,5 4,5 4,0Notas: (1) Para o clculo da Produtividade Total dos Fatores (PTF) ver Souza Jr. [8](2)Preo mdio do petrleo tipo Brent (US$/barril)Neste cenrio, a taxa de poupana de longo prazo da economia brasileira atinge os nveis de 19,5% do PIB j no primeiro quinqunio por conta do sucesso em derrubar as restries a uma poupana pblica mais elevada,6possibilitando, dessa forma, uma taxa de investimento mdia, ceteris paribus, maior nos prximos 10 anos. A taxa de poupana maior do que os nveis observados nos ltimos 10 anos, mas situa-se nos nveis que Bacha e Bonelli [2] consideram no seu clculo do PIB potencial (19% do PIB).A taxa de crescimento da economia mundial mantm-se aproximadamente nos mesmos nveis dos ltimos 10 anos. A incorporao de ajuste nas economias mundiais a partir do efeito da correo dos preos de ativos na economia americana (especialmente no mercado imobilirio) est por trs da desacelerao do crescimento mundial em relao aos ltimos 5 anos. No segundo qinqnio, a desacelerao adicional baseia-se na hipte-se de que as altas taxas de crescimento de pases como a China, ndia e Rssia devem convergir para patamares menores, porm, ainda em um nvel suciente para manter a expanso da economia em torno de 4% em mdia neste perodo.Os preos de petrleo considerados para os prximos 10 anos esto em nveis bem superiores mdia his-trica, sendo que a mdia no primeiro quinqunio chega a ser quase 200% superior dos ltimos 10 anos e mais de 100% acima da mdia dos ltimos 5 anos. Mesmo com a queda no segundo quinqunio, a mdia de US$ 77,8 Na questo energtica, o esforo domstico de aumento de reservas e produo de petrleo e gs elimina gradualmente os riscos relativos segurana de abastecimento, ainda que estejam presentes no curto prazo, prin-cipalmente no que se refere ao gs natural. Alm disso, em um contexto de transio mais acelerada na direo da substituio do uso dos hidrocarbo-netos por combustveis renovveis,5 o pas conta, especialmente no caso do petrleo, com uma estratgia conso-lidada da qual o etanol o exemplo emblemtico. A estratgia geral de maior participao de energia renovvel contribui tambm para que se continue mantendo uma matriz de produo de eletricidade limpa.3.1.3 Quanticao do Cenrio de RefernciaA quanticao do cenrio econmico de referncia no horizonte estudado (2008-2017) baseou-se em um modelo de consistncia macroeconmica de longo prazo (MCMLP), cuja descrio pode ser obtida no documento referenciado em [5].Em termos gerais, a quanticao do cenrio de referncia para o processo de planejamento energtico tomou como hiptese bsica um crescimento da economia brasileira em torno de 4% em 2009 e de 5% ao ano no perodo 2010-2017.DemodoacontextualizaraquanticaoobtidapormeiodoMCMLP,procedeu-secomparaodos resultados do modelo com o histrico dos ltimos 10 anos da economia brasileira, como se faz na Tabela 9, por exemplo, para as mdias histricas e as mdias consideradas no cenrio das principais variveis exgenas.Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME34Tabela 10 - Taxa de Investimento vs. Taxa de Crescimento do PIBParmetroHistrico Cenrioltimos 10 anos ltimos 5 anos 2008-2012 2013-2017Taxa de investimento total (% PIB) 16,5 16,2 18,9 20,6Taxa de investimento pblico (% PIB) 3,2 3,5Taxa de crescimento do PIB (% a.a.) 2,5 3,2 4,7 5,0Nota: Mdias das taxas de investimento a preos correntes.Tabela 11 - Principais variveis do desempenho do setor pblicoVarivelHistrico Cenrioltimos 10 anos ltimos 5 anos 2008-2012 2013-2017Supervit Primrio2,5 3,6 2,8 1,5Supervit Nominal -5,6 -4,5 -0,3 -0,1Dvida Lquida do Setor Pblico44,8 48,7 33,4 20,1Nota: mdias do perodo (% PIB)A evoluo da taxa de investimento total indica um aumento signicativo em relao aos nveis vigentes dos ltimos anos, reetindo o salto do crescimento do PIB no primeiro quinqunio em relao mdia histrica dos l-timos anos. Em parte, isto explicado pela elevao da taxa de investimento do setor pblico no perodo, no qual pesa o sucesso na implantao das obras de infra-estrutura por meio do PAC. J no segundo quinqunio, embora haja uma continuidade de expanso no investimento pblico, o crescimento do investimento total de aproxima-damente 1,7 p.p. tambm resultado de um aumento do investimento privado, incentivado pela estabilidade do crescimento econmico no patamar de 5% ao ano.Um ponto interessante a se destacar na Tabela 10 que, embora a mdia de crescimento do PIB nos l-timos 5 anos tenha sido superior em mais de 0,5 p.p. em relao mdia dos ltimos 10 anos, a taxa mdia de investimento total manteve-se praticamente inalterada nos dois perodos analisados. Uma explicao parcial pode estar relacionada ao fato de que investimentos realizados no perodo de 1996 a 2001 foram mais produtivos, o que gerou condies para a economia operar em um patamar mais acelerado de crescimento no quinqunio se-guinte. Para a evoluo futura, foi considerado que este processo deve continuar, mas com retornos decrescentes medida que mais investimentos so incorporados ao parque instalado.No quadro scal, em que pese um investimento pblico maior, a trajetria das principais variveis mostra um quadro relativamente confortvel, especialmente a evoluo da dvida pblica como proporo do PIB cai para valores prximos a 20% no segundo quinqunio e possibilita que o governo possa reduzir seu supervit primrio, j que o dcit nominal virtualmente eliminado no horizonte, como mostra a Tabela 11.por barril ainda mais de 80% superior mdia dos ltimos 5 anos. Esta evoluo leva em conta que a situao de partida das projees a de um patamar elevado dos preos de petrleo e de um mercado de petrleo relati-vamente pressionado pelo ritmo do crescimento econmico mundial em relao ao crescimento da capacidade de produo. Informaes relativas evoluo dos preos do petrleo so apresentadas no Captulo V.Outro parmetro que mostra acelerao no crescimento da economia em relao s mdias histricas (mais de 1 p.p. em relao mdia dos ltimos 10 anos e mais de 0,5 p.p. em relao mdia dos ltimos 5 anos) a taxa de crescimento da PTF. A evoluo positiva deste indicador leva em conta, por um lado, a perspectiva de manuteno de taxas aceleradas de crescimento (incentivando a aplicao dos lucros excedentes no investimento) e, por outro lado, a maturao dos investimentos de infra-estrutura do PAC no m do primeiro quinqunio. No entanto, a evoluo da PTF est mais fortemente relacionada ao desempenho de setores especcos, especialmen-te naqueles em que o pas apresenta vantagem comparativa.Astaxasdeinvestimento(emproporoaoPIB)requeridasparasustentarataxamdiadecrescimento considerada no cenrio de referncia so apresentadas na Tabela 10.Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia35Tabela 12 - Evoluo das principais variveis do setor externo (US$ bilhes)VarivelHistrico Cenrioltimos 10 anos ltimos 5 anos 2008-2012 2013-2017Exportaes 75,1 97,1 199,5 284,0Importaes 60,1 64,7 184,2 273,7Balana Comercial 15,0 32,5 15,3 10,3Investimento Externo Direto (IED) 21,0 15,8 31,0 30,0Conta Corrente -10,1 7,2 -19,0 -31,2Nota: mdias dos perodosH uma reduo esperada do supervit primrio nos prximos 10 anos, mais signicativa no segundo quin-qunio. A reduo das taxas de juros reais diminui a importncia da conta de juros em relao ao PIB na dinmica de evoluo da dvida, mesmo que o Setor Pblico aumente seus investimentos. A reduo do supervit primrio, no entanto, no leva a uma deteriorao signicativa do dcit nominal; pelo contrrio, seus nveis esto bem distantes dos nveis observados no passado recente.Por m, a evoluo recente e os resultados das variveis cenarizadas referentes ao cenrio externo so apre-sentados na Tabela 12.Um crescimento mais acelerado das importaes faz com que o saldo da balana comercial se deteriore ao longo do tempo. Em particular, estima-se que a mdia do saldo se situe em torno de US$ 10 bilhes no segundo qinqnio do perodo analisado. A expanso mais forte das importaes do que a das exportaes ocorre em funo principalmente da hiptese para o crescimento da economia brasileira. Em relao ao histrico, as mdias de exportao e de importao nos prximos 10 anos mais do que triplicam em relao s mdias dos 10 ltimos anos, chegando a duplicar em relao s mdias dos ltimos 5 anos. A corrente de comrcio (soma de exportaes mais importaes), como proporo do PIB, ca prxima de 25%.A evoluo do IED vigorosa por conta das perspectivas de uma trajetria do PIB cujo crescimento assu-mido em torno de 5% ao ano. Em relao ao histrico, o volume de IED chega quase ao dobro do vericado nos ltimos 5 anos e cerca de 50% a mais em relao mdia dos ltimos 10 anos.J o saldo (dcit) em transaes correntes aumenta mais expressivamente em relao mdia histrica dos ltimos 10 anos. No entanto, mais ilustrativo comparar os dcits de transaes correntes em relao ao PIB,conformeapresentadonaTabela13.Aevoluodosaldoemtransaescorrentesmostraque,apesarda deteriorao esperada em relao mdia dos ltimos 5 anos, os valores ainda esto abaixo da mdia histrica dos ltimos 10 anos.Tabela 13 - Saldo em Transaes Correntes (% PIB)Histrico Cenrioltimos 10 anos ltimos 5 anos 2008-2012 2013-2017-1,7 0,9 -1,1 -1,5Nota: mdias do perodoO saldo em conta corrente se deteriora ao longo do horizonte. Mesmo assim, no segundo qinqnio, o d-cit do saldo em transaes correntes como proporo do PIB no ultrapassa o valor de 1,5%, um nvel relativamente confortvel para ser nanciado nos mercados internacionais. Por m, o PIB per capita atinge mais de R$ 18 mil reais em 2017 (a preos de 2006) saindo de um valor pouco inferior a R$ 13 mil em 2007 (a preos de 2006), implicando aumento de aproximadamente 3,8% ao ano em mdia no perodo.Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME363.2 Premissas DemogrcasA dinmica populacional constitui-se em um dos fatores de maior inuncia no comportamento da demanda de energia, tanto em relao ao grau de urbanizao por inuenciar os hbitos de consumo como em relao expanso da populao, que, associada ao ritmo de crescimento do nmero de domiclios, importante parmetro para o dimensionamento das necessidades de ampliao dos sistemas de distribuio.Nesta seo apresenta-se a reviso das projees da populao e do nmero de domiclios utilizadas nos estu-dos da demanda de energia do PDE 2008-2017, discriminadas segundo as grandes regies e por situao (urbanos e rurais), e que tm como fonte bsica as anlises e as publicaes do Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica (IBGE) divulgadas em 2007, com os dados da ltima contagem da populao.Os valores aqui apresentados no trazem signicativas diferenas em relao queles considerados no ciclo de estudos anterior, base para o PDE 2007-2016, assim como, em uma perspectiva de mais longo prazo, em relao ao PNE 2030. Contudo, fez-se necessrio um tratamento especco a partir das informaes do IBGE no sentido de torn-las compatveis com o nvel de detalhamento e o horizonte de projeo requeridos pelo PDE 2008-2017. De fato, por razes metodolgicas, para aplicao nos estudos da demanda de energia, deve-se dispor da projeo da populao e dos domiclios discretizada em base anual e referenciadas a 31 de dezembro de cada ano. Para compor tal projeo, tambm necessrio que a srie histrica, ainda que referenciada s pesquisas censitrias, seja ajustada para 31 de dezembro, desagregada por unidade da federao e discretizada em base anual. Em todo esse processo, a base de clculo so as informaes do IBGE e a metodologia utilizada por essa instituio em seus estudos.Por m, deve-se ressaltar que as intervenes realizadas foram feitas em estreita colaborao com tcnicos do IBGE e j consideram a Contagem da Populao 2007, publicada pelo IBGE em outubro de 2007.O Grco 3 resume os resultados relativos a populao e domiclios, que so apresentados com maiores de-talhes nas sees a seguir.milhes de habitantes20072017182,3204,522,2POPULAOPOPULAO DA AUSTRLIA20,5 milhes (2006)51,971,093,1118,6146,6171,3182,3194,0204,50501001502002501950 1960 1970 1980 1990 2000 2007 2012 2017106habitantes(milhes)2007201751,063,212,2N DE DOMICLIOSGrco 3 Brasil. Projeo da Populao e do Nmero de Domiclios (mil), 2007-2017 (1)Nota: (1) Dados referentes a 31 de dezembro.Empresa de Pesquisa Energtica - EPEDemanda de Energia37Tabela 14 - Brasil e Regies. Projeo da Populao Total Residente (10 hab), 2007 2017 (1)Ano Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil2007 14.181 50.432 78.083 26.677 12.951 182.3232012 15.574 53.104 83.019 28.193 14.064 193.9532017 16.842 55.535 87.513 29.573 15.077 204.540Variao (% ao ano)2007-2012 1,9 1,0 1,2 1,1 1,7 1,22012-2017 1,6 0,9 1,1 1,0 1,4 1,12007-2017 1,7 1,0 1,1 1,0 1,5 1,2Estrutura de Participao (%)2007 7,8 27,7 42,8 14,6 7,1 100,02012 8,0 27,4 42,8 14,5 7,3 100,02017 8,2 27,2 42,8 14,5 7,4 100,0Nota: (1) Populao em 31 de dezembro.Tabela 15 - Brasil e Regies. Projeo do Nmero de Domiclios (mil), 2007-2017 (1)Ano Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil2007 3.326 12.803 22.891 8.159 3.791 50.9942012 3.753 13.897 26.091 9.329 4.325 57.3532017 4.222 15.056 28.782 10.329 4.854 63.196Variao (% ao ano)2007-2012 2,4 1,7 2,7 2,7 2,7 2,42012-2017 2,4 1,6 2,0 2,1 2,3 2,02007-2017 2,4 1,6 2,3 2,4 2,5 2,2Estrutura de Participao (%)2007 6,5 25,1 44,9 16,0 7,4 100,02012 6,5 24,2 45,5 16,3 7,5 100,02017 6,7 23,8 45,5 16,3 7,7 100,0Nota: (1) Domiclios em 31 de dezembro.Fonte: EPE.3.2.1 Projeo da PopulaoNa Tabela 14 apresenta-se a projeo da populao segundo as regies geogrcas. As populaes das Re-gies Norte e Centro-Oeste crescem, respectivamente, s taxas mdias de 1,4% e 1,3% ao ano, acima da mdia na-cional (1,1% a.a.), o que reete a manuteno da tendncia histrica recente de expanso e ocupao das fronteiras agrcolas. Nas demais regies, observa-se a manuteno de crescimentos inferiores ou iguais mdia nacional.3.2.2 Projeo do Nmero de DomicliosA projeo do nmero de domiclios foi obtida a partir da estimativa da relao habitantes/domiclio, uti-lizando-se como base os resultados censitrios dos anos 1970, 1980, 1991 e 2000. Em nvel nacional, a relao, que em 2007 correspondia a 3,61, atinge 3,24 no nal do horizonte de previso.NaTabela15apresenta-seumasntesedasprojeesdosdomicliosparticularespermanentesocupados, mostrando-se a evoluo da sua estrutura e as taxas de crescimento segundo as Regies Geogrcas. Para 2017, projeta-se uma distribuio regional compatvel com a tendncia histrica observada nos censos. As Regies Norte e Centro-Oeste mantm a tendncia de ganho de participao, com incrementos mdios no nmero de domiclios de respectivos 2,4% e 2,5% ao ano, enquanto que as Regies Sudeste e Sul apresentam um aumento do nmero de domiclios mais prximos da mdia nacional: 2,3% e 2,4% ao ano entre 2007 e 2017, respectivamente. A Regio Nordeste a nica na qual se projeta um crescimento inferior mdia brasileira, de 1,6% ao ano, apresentando, portanto, uma reduo da participao no total nacional, que passa de 25,1%, em 2007, para 23,8%, em 2017.Plano Decenal de Expanso de Energia 2008 2017Ministrio de Minas e Energia - MME384. Energia EltricaO consumo de energia eltrica projetado por subsistema eltrico e por classe de consumo (residencial, industrial, comercial e outras). A projeo por classe se baseia na evoluo de alguns parmetros e indicadores caractersticos do correspondente segmento do mercado, bem como na evoluo do PIB e da populao.A metodologia utilizada na elaborao das projees do mercado de energia eltrica encontra-se deta-lhada em vrias publicaes da EPE, como no prprio Plano Decenal precedente, o PDE 2007-2016, e na nota tcnica da referncia [5]. No entanto, as projees de mercado de energia eltrica que so apresentadas neste Plano Decenal dife-rem daquelas constantes da nota tcnica supracitada, em razo de uma reavaliao das projees feita recen-temente (setembro de 2008), conforme documentado na 2 Reviso Quadrimestral das Projees da demanda de energia eltrica [6]. Tal reavaliao justicou-se essencialmente por dois motivos: em primeiro lugar, tanto o consumo de energia eltrica quanto a carga de energia apresentaram, ao longo do primeiro semestre deste ano, desvios negativos em relao previso anterior, em parte devido ocorrncia de fatos conjunturais, e, em segundo lugar, admitiu-se uma expanso da economia em torno de 4% em 2009, inferior adotada ante-riormente (5%).A dinmica do mercado, e conseqentemente da carga de energia eltrica, inuenciada pelo comporta-mento de diversos fatores estruturais e conjunturais de distintas naturezas. Os fatores estrutu