Plano decenal de expansão de energia 2020

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O presente Plano Decenal de Expansão de Energia 2020 incorpora uma visão integrada da expansãoda demanda e da oferta de diversos energéticos no período 2011-2020.A elaboração pela EPE dos estudos associados a este Plano se desenvolveu contando com as diretrizese o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético – SPE/MME e daSecretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis – SPG/MME.A participação de técnicos das empresas do setor elétrico ao longo dos trabalhos, bem como ascontribuições de diversos órgãos e entidades recebidas durante o processo de Consulta Pública sobreo Plano anterior, possibilitou aprimorar a qualidade das análises efetuadas.

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Ministrio de Minas e Energia Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico

PLANO DECENAL DE EXPANSO DE ENERGIA 2020

Ministrio de Minas e Energia MME Ministro de Estado Mrcio Pereira Zimmermann - at dezembro/2010 Edison Lobo Secretrio Executivo Jos Antonio Corra Coimbra - at dezembro/2010 Mrcio Pereira Zimmermann Chefe de Gabinete do Ministro Francisco Romrio Wojcicki - at dezembro/2010 Jos Antonio Corra Coimbra Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Energtico Altino Ventura Filho Secretrio de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis Marco Antnio Martins Almeida Secretrio de Energia Eltrica Ildo Wilson Grdtner Secretrio de Geologia, Minerao e Transformao Mineral Cludio Scliar

Empresa de Pesquisa Energtica EPE

Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim Diretor de Estudos Econmico-Energticoss e Ambientais Amlcar Gonalves Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Eltrica Jos Carlos de Miranda Farias Diretor de Estudos de Petrleo, Gs e Biocombustveis Elson Ronaldo Nunes Diretor de Gesto Corporativa Ibans Csar Cssel

Ministrio de Minas e Energia MME Esplanada dos Ministrios Bloco U 5 andar 70065-900 Braslia DF Tel.: (55 61) 3319 5299 Fax : (55 61) 3319 5067 www.mme.gov. br

Empresa de Pesquisa Energtica EPE

SedeSAN Quadra 1 Bloco B Sala 100-A 70041-903 - Braslia DF

Escritrio CentralAv. Rio Branco, 01 11 Andar 20090-003 Rio de Janeiro RJ Tel.: (55 21) 3512 3100 Fax : (55 21) 3512 3198 www.epe.gov.br

Catalogao na Fonte Brasil, Ministrio de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energtica Plano Decenal de Expanso de Energia 2020 / Ministrio de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energtica. Braslia: MME/EPE, 2011 2 v.: il. 1. Energia_Brasil. 2. Poltica Energtica_Brasil 3. Recursos Energticos_Brasil

Ministrio de Minas e Energia

Empresa de Pesquisa Energtica

PARTICIPANTES MME

Coordenao GeralAltino Ventura Filho

Coordenao ExecutivaGilberto Hollauer Joo Jos de Nora Souto Paulo Altaur Pereira Costa

Centro de Pesquisas de Energia Eltrica - CEPELAlbert Cordeiro Geber de Melo, Maria Elvira Pieiro Macieira

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico - SPECoordenao: Altino Ventura Filho Equipe tcnica: Ado Martins Teixeira Junior, Adriano Jeronimo da Silva, Bruno Xavier de Sousa, Carlos Alexandre Prncipe Pires, Cssio Giuliani Carvalho, Christiany Salgado Faria, Cristiano Augusto Trein, Daniele de Oliveira Bandeira, Fernando Jos Ramos Mello, Giacomo Perrotta, Gilberto Hollauer, Gilberto Kwitko Ribeiro, Guilherme Zanetti Rosa, Gustavo Santos Masili, Gustavo Cerqueira Ataide, Hamilton Moss de Souza, Herivelto de Souza Bronzeado, Joo Antnio Moreira Patusco, Jose Antnio Fabrini Marsiglio, Jos Luiz Scavassa, Kleverson Manoel Marques Gontijo, Leonardo Rangel de Melo Filardi, Lvio Teixeira de Andrade Filho, Lucas Dantas Xavier Ribeiro, Lcia Maria Praciano Minervino, Luis Fernando Badanhan, Marco Aurlio dos Santos Arajo, Maurilio Amaro de Souza Filho, Paulo Antnio Gomes Monteiro, Paulo Augusto Leonelli, Paulo Cesar Magalhes Domingues, Paulo rico Ramos de Oliveira, Roberto Meira Jnior, Tarita da Silva Costa, Thiago Guilherme Ferreira Prado, Ubyrajara Nery Graa Gomes, Valdir Borges Souza Jnior, Vania Maria Ferreira, Vinicius Grossi de Oliveira.

Secretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPGCoordenao: Marco Antnio Martins Almeida Equipe tcnica: Adriano Gomes de Sousa, Aldo Barroso Cores Jnior, Antnio Henrique Godoy Ramos, Breno Peixoto Cortez, Cludio Akio Ishihara, Clayton de Sousa Pontes, Deivson Matos Timb, Diogo Santos Baleeiro, Henrique Soares Vieira Magalhes, Hermann Helinski Arajo, Hugo Leonardo Gosmann, Jos Botelho Neto, Juliano Vilela Borges dos Santos, Lauro Doniseti Bogniotti, Luciano Costa de Carvalho, Luiz Carlos Lisba Theodoro, Manoel Rodrigues Parada Neto, Marlon Arraes Jardim Leal, Paulo Roberto Machado Fernandes Costa, Ricardo Borges Gomide, Ricardo de Gusmo Dornelles, Symone Christine de Santana Arajo, Umberto Mattei, Issao Hirata, Raphael Ehlers dos Santos, Joo Batista Simon Flausino, Luciano Pedrosa de Souza, Renato Lima Figueiredo Sampaio, Fernando Massaharu Matsumoto, Andre Barros Martins.

Ncleo Estratgico de Gesto Socioambiental NESA/SECEXCoordenao: Marcia Camargo Equipe tcnica: Maria Ceicilene Arago Martins Rego, Rita Alves Silva.

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Empresa de Pesquisa Energtica

PARTICIPANTES EPECoordenao GeralMaurcio Tiomno Tolmasquim

Coordenao ExecutivaEstudos econmico-energticos e ambientais: Amilcar Gonalves Guerreiro Estudos de energia eltrica: Jos Carlos de Miranda Farias Estudos de petrleo, gs e biocombustveis: Elson Ronaldo Nunes

Consolidao e SistematizaoJos Marcos Bressane

Estudos econmicos e energticosCoordenao: Ricardo Gorini Equipe tcnica: Adriana Fiorotti Campos, Ana Cristina Braga Maia, Andre Luiz Rodrigues Osorio, Arnaldo dos Santos Junior, Carla da Costa Lopes Acho, Claudio Gomes Velloso, Daniel Vasconcellos de Sousa Stilpen, Emilio Hiroshi Matsumura, Fabiana Bastos de Faria, Fernanda Marques Pereira Andreza, Flvio Alberto Figueiredo Rosa, Glaucio Vinicius Ramalho Faria, Guilherme Oliveira Arantes, Gustavo Naciff de Andrade, Inah Rosa Borges de Holanda, Isabela de Almeida Oliveira, Ismael Alves Pereira Filho, Jaine Venceslau Isensee, Jairo Viana Feliciano, Jeferson Borghetti Soares, Jose Manuel Martins David, Kriseida C. P. Guedelha Aleskseev, Lena Santini Souza Menezes, Leyla Adriana Ferreira da Silva, Luciano Basto Oliveira, Luiz Claudio Orleans, Luiz Gustavo Silva de Oliveira, Marcia Andreassy, Maria Fernanda Bacile Pinheiro, Marilene Dias Gomes, Monique Riscado da Silva, Natalia Goncalves de Moraes, Reinaldo da Cruz Garcia, Renata de Azevedo M. da Silva, Ricardo Dias das Neves, Rogrio Antnio da Silva Matos, Sergio Henrique Ferreira da Cunha, Silvana Andreoli Espig, Simone Saviolo Rocha.

Gerao de energia eltrica Estudos de PlanejamentoCoordenao: Oduvaldo Barroso da Silva Equipe tcnica: Amaro Pereira, Anderson da Costa Moraes, Angela Regina Livino de Carvalho, Bruno Phillipe de Almeida Macedo, Danielle Bueno de Andrade, Fernanda Fidelis Paschoalino, Fernanda Gabriela B. dos Santos, Gabriel Malta Castro, Karina Nogueira Tavares Farah, Marilia Ribeiro Spera, Matheus Mingatos Fernandes Gemignani, Patricia Costa Gonzalez de Nunes, Pedro Americo Moretz-Sohn David, Renata Nogueira Francisco de Carvalho, Renato Haddad Simes Machado, Ronaldo Antonio de Souza, Simone Quaresma Brando, Tereza Cristina Paixo Domingues, Thas Iguchi, Thiago Correa Cesar.

Gerao de energia eltrica Estudos de EngenhariaCoordenao: Marisa Moreira Marques Equipe tcnica: Giacomo Chinelli, Paulo Roberto Amaro, Paulo Srgio Caldas

Estudos de transmisso de energia eltricaCoordenao: Paulo Csar Vaz Esmeraldo Equipe tcnica: Alexandre de Melo Silva, Aretha de Souza Vidal Campos, Armando Leite Fernandes, Carolina Moreira Borges, Daniel Jos Tavares de Souza, Daniela Florncio de Souza, Dourival de Souza Carvalho Junior, Edna Maria de Almeida Arajo, Fbio de Almeida Rocha,Fernando Hevelton Oliveira, Henrique Abreu Oliveira, Joo Mauricio Caruso, Jurema Baptistella Ludwig, Marcelo Willian Henriques Szrajbman, Marcelo Loureno Pires, Maria Alzira Noli Silveira, Marcos Vincius da Silva Farinha, Maria de Ftima de Carvalho Gama, Maxwell Cury Junior, Priscilla de Castro Guarini, Roberto Luiz Magalhes Rocha, Thiago de Faria Rocha Dourado Martins, Tiago Campos Rizzotto, Vanessa Stephan Lopes, Vinicius Ferreira Martins.

Estudos de petrleo e gs naturalCoordenao: Csar Dias Ramos Equipe tcnica: Adriana Queiroz Ramos, Aline Maria dos Santos, Aloysio Vasconcelos Filho, Ana Ceclia Souza Lima, Antonio Marco Siciliano, Carlos Augusto Ges Pacheco, Claudio Bettini, Denise Faertes, Guilherme Eduardo Zerbinatti Papaterra, Henrique Plaudio Gonalves Rangel, Jefferson Acioli Machado, Ktia Souza de Almeida, Marcelo Ferreira Alfradique, Marco Stiel Radu Halpern, Marcos Frederico F. de Souza, Norival Brisola, Regina Freitas Fernandes, Reneu Rodrigues da Silva, Roberta de Albuquerque Cardoso, Sergio Martins de Souza, Victor Hugo Trocate da Silva, Wellington de Oliveira Campos.

Estudos de derivados de petrleo e biocombustveisCoordenao: Ricardo Nascimento e Silva do Valle Equipe tcnica: Amanda Pereira Arago, Andr Borges Landim, Andr Luiz Ferreira dos Santos, Angela Oliveira da Costa, Antnio Carlos Santos, Carlos Alberto Ferreira dos Reis, Clara Santos Martins Saide, Diogo Valerio, Euler Joo Geraldo da Silva, Frederico Ventorim, Gildo Gabriel da Costa, Giovani Vitria Machado, Jos Mauro Ferreira Coelho, Juliana Rangel do Nascimento, Lenidas Bially Olegario dos Santos, Marcelo Castello Branco Cavalcanti, Marisa Maia de Barros, Patrcia Feitosa Bonfim Stelling, Pedro Nin de Carvalho , Rachel Martins Henriques, Rafael Barros Araujo, Rafael Moro da Mata, Railson Oliveira Motta, Vitor Manuel do Esprito Santo Silva

Estudos socioambientaisCoordenao: Flvia Pompeu Serran Equipe tcnica: Ana Carolina Pinto Xavier, Carina Renn Siniscalchi, Carlos Frederico Menezes, Csar Maurcio Batista da Silva, Cristiane Moutinho Coelho, Daniel Dias Loureiro, Federica Natasha G. A. dos Santos Sodr, Gustavo Fernando Schmidt, Hermani de Moraes Vieira, Juliana Cabral Sessa, Luciana lvares da Silva, Marcos Ribeiro Conde, Marcos Vincius Fernandes Amaral, Paula Cunha Coutinho, Paulo do Nascimento Teixeira, Robson de Oliveira Matos, Valentine Jahnel, Vernica Souza da Mota Gomes.

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APRESENTAO

< texto a ser includo na publicao final do PDE 2020 >

Edison Lobo Ministro de Estado de Minas e Energia

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ESTRUTURA DO RELATRIOOs diversos estudos contemplados neste relatrio foram agrupados nos quatro seguintes temas: (i) Contextualizao e demanda;

(ii) Oferta de energia eltrica; (iii) Oferta de petrleo, gs natural e biocombustveis; e (iv) Aspectos de sustentabilidade. Ao final, apresentada uma consolidao dos principais resultados. Em volume parte, denominado Sumrio, so sintetizados os diversos captulos, focalizando os resultados e constataes deste Plano. A estrutura geral do relatrio a seguinte:

INTRODUO CONTEXTUALIZAO E DEMANDACaptulo I - PREMISSAS BSICAS Captulo II DEMANDA DE ENERGIA

OFERTA DE ENERGIA ELTRICACaptulo III GERAO DE ENERGIA ELTRICA Captulo IV TRANSMISSO DE ENERGIA ELTRICA

OFERTA DE PETRLEO, GS NATURAL E BIOCOMBUSTIVEISCaptulo V PRODUO DE PETRLEO E GS NATURAL Captulo VI OFERTA DE DERIVADOS DE PETRLEO Captulo VII OFERTA DE GS NATURAL Captulo VIII OFERTA DE BIOCOMBUSTVEIS

ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADECaptulo IX EFICINCIA ENERGTICA Captulo X ANLISE SOCIOAMBIENTAL

CONSOLIDAO DE RESULTADOS

viPlano Decenal de Expanso de Energia 2020

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SUMRIOINTRODUO ................................................................................................................... 14 CONTEXTUALIZAO E DEMANDAI - PREMISSAS BSICAS .................................................................................................. 17 1.1.1 1.2 1.3 1.4

Cenrio Macroeconmico de Referncia ................................................................. 17Aspectos gerais ............................................................................................................. 17 Conjuntura econmica .................................................................................................. 18 Aspectos qualitativos do cenrio de referncia .............................................................. 19 Quantificao do cenrio de referncia .......................................................................... 20

2. 3.3.1 3.2 3.3

Premissas Demogrficas......................................................................................... 23 Premissas Setoriais................................................................................................. 25Setor industrial ............................................................................................................. 25 Setor residencial ........................................................................................................... 27 Setor de transportes...................................................................................................... 28

II DEMANDA DE ENERGIA ........................................................................................... 30 1. 2.2.1 2.2 2.3

Projeo Consolidada do Consumo Final por Fonte ................................................. 31 Energia Eltrica ...................................................................................................... 33Projeo do consumo .................................................................................................... 34 Projeo da carga .......................................................................................................... 36 Comparao entre as projees do PDE 2020 e do PDE 2019 .......................................... 37

3. 4.4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7

Gs Natural............................................................................................................ 38 Derivados de Petrleo ............................................................................................ 41leo diesel .................................................................................................................... 41 Gs Liquefeito do Petrleo (GLP) ................................................................................... 42 Gasolina automotiva ..................................................................................................... 43 Querosene de aviao (QAV) ......................................................................................... 46 leo combustvel e outros secundrios de petrleo ....................................................... 47 Produtos no-energticos do petrleo ........................................................................... 49 Nafta ............................................................................................................................ 50

5.5.1 5.2 5.3

Biocombustveis ..................................................................................................... 52Biocombustveis lquidos ............................................................................................... 52 Biomassa da cana .......................................................................................................... 53 Biomassa da lenha ........................................................................................................ 54vii

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5.4

Carvo vegetal .............................................................................................................. 55

6.

Carvo Mineral e Coque ......................................................................................... 56

OFERTA DE ENERGIA ELTRICAIII GERAO DE ENERGIA ELTRICA .......................................................................... 57 1. 2. 3. 4. 5.5.1 5.2

Introduo ............................................................................................................. 57 Sistema Existente ................................................................................................... 58 Metodologia e Critrios .......................................................................................... 59 Diretrizes e Premissas............................................................................................. 60 Expanso da Gerao ............................................................................................. 65Parque gerador contratado e em implantao ............................................................... 66 Parque gerador planejado ............................................................................................. 69Expanso hidreltrica .................................................................................................................... 69 Expanso termeltrica ................................................................................................................... 76 Expanso de fontes alternativas .................................................................................................... 79 Resumo da expanso por tipo de fonte......................................................................................... 80

5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4

6. 7. 8. 9. 10.

Balano Esttico de Garantia Fsica ........................................................................ 83 Expanso das Interligaes .................................................................................... 88 Custos Marginais de Operao e Riscos de Dficit ................................................... 90 Atendimento Demanda Mxima .......................................................................... 93 Estimativa de Investimentos ................................................................................... 96

IV TRANSMISSO DE ENERGIA ELTRICA ................................................................ 105 1. 2.2.1 2.2 2.3 2.4 2.5

Consideraes Iniciais........................................................................................... 105 Topologia da Rede de Transmisso ....................................................................... 106Configurao inicial ..................................................................................................... 106 Expanso do SIN e integrao de novas fontes ............................................................. 107 Interligaes regionais................................................................................................. 111 Interligaes dos sistemas isolados ao SIN ................................................................... 116 Interligaes com pases vizinhos................................................................................. 117

3.3.1

Sistemas de Transmisso Regionais ...................................................................... 119Regio Norte ............................................................................................................... 119Estado do Par ............................................................................................................................. 120 Estado do Maranho ................................................................................................................... 123 Estado do Tocantins..................................................................................................................... 124 Estado do Amazonas.................................................................................................................... 125 Estado do Amap ......................................................................................................................... 127 Estado de Roraima ....................................................................................................................... 129 Estudos complementares ............................................................................................................ 130 Estado do Piau ............................................................................................................................ 131viii

3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7

3.2

Regio Nordeste.......................................................................................................... 131

3.2.1

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3.2.2 3.2.3 3.2.4 3.2.5 3.2.6 3.2.7 3.2.8 3.2.9

Estado do Cear ........................................................................................................................... 133 Estado do Rio Grande do Norte ................................................................................................... 135 Estado da Paraba ........................................................................................................................ 137 Estado de Pernambuco ................................................................................................................ 138 Estado de Alagoas ........................................................................................................................ 140 Estado do Sergipe ........................................................................................................................ 141 Estado da Bahia ........................................................................................................................... 143 Estudos complementares ............................................................................................................ 145 Estado de So Paulo .................................................................................................................... 147 Estado de Minas Gerais ............................................................................................................... 149 Estado do Esprito Santo .............................................................................................................. 151 Estado do Rio de Janeiro ............................................................................................................. 152 Estudos complementares ............................................................................................................ 154 Estado de Gois e Distrito Federal............................................................................................... 155 Estado de Mato Grosso ............................................................................................................... 157 Estados do Acre e Rondnia ........................................................................................................ 159 Estudos complementares ............................................................................................................ 161 Estado do Rio Grande do Sul ....................................................................................................... 162 Estado de Santa Catarina ............................................................................................................. 165 Estado do Paran ......................................................................................................................... 167 Estado de Mato Grosso do Sul ..................................................................................................... 169 Estudos complementares ............................................................................................................ 171

3.3

Regio Sudeste............................................................................................................ 146

3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.3.4 3.3.5

3.4

Regio Centro-Oeste e estados do Acre e Rondnia ..................................................... 155

3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.4.4

3.5

Regio Sul ................................................................................................................... 161

3.5.1 3.5.2 3.5.3 3.5.4 3.5.5

4. 5.

Evoluo Fsica e Investimentos ............................................................................ 172 Tarifas de Uso do Sistema de Transmisso ............................................................ 175

OFERTA DE PETRLEO, GS NATURAL E BIOCOMBUSTVEISV PRODUO DE PETRLEO E GS NATURAL .......................................................... 180 1. 2. 3. Introduo ........................................................................................................... 180 Previses de Produo.......................................................................................... 181 Implicaes Estratgicas e Econmicas ................................................................. 186

VI OFERTA DE DERIVADOS DE PETRLEO ............................................................... 188 1.1.1 1.2 1.3

Perspectivas de Preos de Petrleos e Derivados .................................................. 188Perspectivas de preos internacionais de petrleos ...................................................... 189 Perspectivas de preos internacionais de derivados de petrleo ................................... 190 Perspectivas de preos nacionais de derivados de petrleo .......................................... 192

2.2.1 2.2 2.3 2.4

Expanso do Parque Nacional de Refino ............................................................... 193Metodologia e premissas adotadas para o abastecimento ............................................ 194 Evoluo do parque de refino atual ............................................................................. 197 Novas refinarias previstas............................................................................................ 198 Estimativa de investimentos ........................................................................................ 201ix

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2.5 2.6

Evoluo do parque nacional de refino ........................................................................ 201 Resultados .................................................................................................................. 202Balano entre oferta e demanda de derivados e perfil de produo .......................................... 202 Balano nacional de derivados .................................................................................................... 204 Balano nacional de petrleo ...................................................................................................... 209

2.6.1 2.6.2 2.6.3

2.7

Refino Consideraes finais ...................................................................................... 210

3.3.1 3.2

Infraestrutura Nacional de Transporte de Petrleos e Derivados ........................... 212Introduo .................................................................................................................. 212 Panorama atual da infraestrutura nacional de transporte de petrleo e derivados........ 212Infraestrutura dutoviria para transporte de petrleo e derivados ............................................ 212 Infraestrutura de armazenamento de petrleo e derivados ....................................................... 212 Transporte martimo de petrleo e derivados ............................................................................ 213

3.2.1 3.2.2 3.2.3

3.3 3.4

Impactos das movimentaes previstas sobre a infraestrutura ..................................... 214 Expanso da infraestrutura nacional de transporte de petrleo e derivados ................. 215Investimentos da carteira de projetos da Transpetro ................................................................. 215 Investimentos sugeridos pela EPE ............................................................................................... 217

3.4.1 3.4.2

VII OFERTA DE GS NATURAL .................................................................................. 219 1.1.1 1.2 1.3 1.4 1.5

Perspectivas de Preos de Gs Natural ................................................................. 219Premissas para as previses de preos ......................................................................... 220 Preos Henry Hub ........................................................................................................ 221 Preos de GNL internalizado no Brasil metodologia netback value ............................ 222 Competitividade do gs natural no brasil ..................................................................... 223 Projeo dos preos de gs natural no brasil na hiptese de competitividade com OC .. 224

2. 3.3.1 3.2 3.3 3.4 3.5

Expanso da Oferta de Gs Natural ...................................................................... 225 Balano de Oferta e Demanda de Gs Natural ...................................................... 228Estados da regio Norte .............................................................................................. 229 Estados da regio Nordeste ......................................................................................... 229 Estados das regies Sudeste, Sul e Centro-Oeste .......................................................... 231 Balano de oferta e demanda do Brasil Malha integrada ........................................... 232 Consideraes finais .................................................................................................... 233

4.4.1

Infraestrutura de transporte de Gs Natural ......................................................... 234Panorama atual ........................................................................................................... 234Estados da regio Norte .............................................................................................................. 234 Estados da regio Nordeste ......................................................................................................... 234 Estados da regio Sudeste ........................................................................................................... 235 Estados da regio Sul e Centro Oeste .......................................................................................... 235 Estados da regio Norte .............................................................................................................. 235 Estados da regio Nordeste ......................................................................................................... 235 Estados da regio Sudeste ........................................................................................................... 236 4.1.1 4.1.2 4.1.3 4.1.4

4.2

Expanso da infraestrutura.......................................................................................... 235

4.2.1 4.2.2 4.2.3

4.3

Expanso indicativa ..................................................................................................... 237

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4.4

Novos sistemas em estudo .......................................................................................... 239Estado do Par ............................................................................................................................. 239 Estado do Maranho ................................................................................................................... 239 Estado do Piau ............................................................................................................................ 239 Estado de Gois e Distrito Federal............................................................................................... 239

4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4

4.5 4.6

Expanso da infraestrutura via GNL ............................................................................. 240 Estimativa de investimentos ........................................................................................ 240

VIII OFERTA DE BIOCOMBUSTVEIS ......................................................................... 241 1.1.1

Expanso da Oferta de Etanol .............................................................................. 241Projees da demanda total de etanol ......................................................................... 241Demanda do mercado interno .................................................................................................... 241 Demanda internacional ............................................................................................................... 242 Demanda total ............................................................................................................................. 245 Cenrio atual do mercado de acar e etanol ............................................................................. 246 Expanso da capacidade industrial .............................................................................................. 246 Investimento em usinas ............................................................................................................... 249 1.1.1 1.1.2 1.1.3

1.2

Projees da oferta de etanol no Brasil ........................................................................ 246

1.2.1 1.2.2 1.2.3

1.3 1.4

Impacto das novas tecnologias .................................................................................... 249 Disponibilidade de rea para o plantio de cana-de-acar ............................................ 251Cana para atendimento demanda de etanol e acar e rea de expanso agrcola ................ 251 Projeo da rea plantada no horizonte decenal ........................................................................ 251 rea disponvel para o cultivo ..................................................................................................... 252 Projetos e investimentos dutovirios para o transporte de etanol ............................................. 253 Portos e pers ............................................................................................................................... 254 Etanol consideraes finais ...................................................................................................... 255

1.4.1 1.4.2 1.4.3

1.5

Logstica de transporte do etanol para exportao ....................................................... 253

1.5.1 1.5.2 1.5.3

2.2.1 2.2 2.3

Expanso da Oferta de Biodiesel .......................................................................... 256O consumo obrigatrio de biodiesel 2011-2020 ............................................................ 256 Os leiles e o estoque estratgico de biodiesel............................................................. 256 Oferta de biodiesel ...................................................................................................... 257Disponibilidade de insumos para a produo de biodiesel ......................................................... 257 Capacidade de processamento.................................................................................................... 258

2.3.1 2.3.2

2.4 2.5 2.6 2.7

Perspectivas de preos de biodiesel ............................................................................. 259 Balano de capacidade instalada e demanda de biodiesel ............................................ 259 A Infraestrutura de escoamento da produo de biodiesel ........................................... 260 Biodiesel Consideraes finais .................................................................................. 261

3.3.1 3.2 3.3 3.4

Biomassa de Cana-de-Acar para Oferta de Energia Eltrica ............................... 263O setor sucroalcooleiro e os leiles de energia eltrica ................................................. 264 Oferta de biomassa de cana-de-acar......................................................................... 265 Potencial tcnico de gerao de energia eltrica da biomassa de cana-de-acar .......... 266 Biomassa de cana-de-acar Consideraes finais ..................................................... 267

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ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADEIX EFICINCIA ENERGTICA ...................................................................................... 269 1. 2.2.1 2.2 2.3 2.4 2.5

Conceitos e Definies .......................................................................................... 269 Principais Resultados Agregados .......................................................................... 271Setor industrial ........................................................................................................... 272 Setor de transportes.................................................................................................... 275 Setor residencial ......................................................................................................... 276 Setor comercial ........................................................................................................... 278 Outros setores ............................................................................................................ 279

X ANLISE SOCIOAMBIENTAL................................................................................... 281 1.1.1 1.2

Critrios e Procedimentos ..................................................................................... 282Energia eltrica ........................................................................................................... 282 Petrleo, gs natural e biocombustveis ....................................................................... 284

2.2.1 2.2 2.3

Gerao Hidreltrica ............................................................................................ 284Projetos analisados ..................................................................................................... 284 Indicadores ................................................................................................................. 286 Resultados da avaliao .............................................................................................. 288

3.3.1 3.2 3.3

Transmisso de Energia Eltrica ........................................................................... 290Projetos analisados ..................................................................................................... 290 Indicadores ................................................................................................................. 292 Resultados da avaliao .............................................................................................. 292

4.4.1 4.2 4.3

Produo de Petrleo e Gs Natural ..................................................................... 294Abrangncia da anlise................................................................................................ 294 Anlise de sensibilidade ambiental .............................................................................. 295 Benefcios socioeconmicos ........................................................................................ 296

5.5.1 5.2 5.3

Oferta de Gs Natural .......................................................................................... 297Abrangncia da anlise................................................................................................ 297 Anlise socioambiental da malha planejada ................................................................. 299 Benefcios socioeconmicos ........................................................................................ 300

6.6.1 6.2

Oferta de Biocombustveis Lquidos ...................................................................... 300Etanol ......................................................................................................................... 303 Biodiesel ..................................................................................................................... 309

7. 8.8.1

Indicadores socioambientais ................................................................................ 310 Emisses de Gases de Efeito Estufa ....................................................................... 314Consideraes iniciais.................................................................................................. 314xii

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8.2

Anlise integrada das emisses de GEE ........................................................................ 315

9. 10.

Desafios para Sustentabilidade ............................................................................ 319 Consideraes Finais ............................................................................................ 320

CONSOLIDAO DOS RESULTADOS ............................................................................... 322REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................ 325

LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. 334 LISTA DE GRFICOS ............................................................................................................... 338 LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. 341

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. 342

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INTRODUOO presente Plano Decenal de Expanso de Energia 2020 incorpora uma viso integrada da expanso da demanda e da oferta de diversos energticos no perodo 2011-2020. A elaborao pela EPE dos estudos associados a este Plano se desenvolveu contando com as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico SPE/MME e da Secretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPG/MME. A participao de tcnicos das empresas do setor eltrico ao longo dos trabalhos, bem como as contribuies de diversos rgos e entidades recebidas durante o processo de Consulta Pblica sobre o Plano anterior, possibilitou aprimorar a qualidade das anlises efetuadas.

Contexto e enfoque dos estudosNo que tange ao ambiente econmico, o ano de 2010 foi marcado pela forte expanso do nvel de atividade domstico, consolidando-se a retomada verificada a partir de meados de 2009. Com base neste bom desempenho, tem se solidificado um relativo consenso entre os diversos analistas de que as perspectivas de crescimento da economia brasileira sero bastante favorveis nos prximos anos. O cenrio de referncia compartilha desse prognstico comum. Subjacente a essa viso favorvel, est a expectativa de que a economia mundial conseguir evitar um segundo mergulho, porm ao custo de alguns anos de baixo crescimento nas economias desenvolvidas. No caso dos emergentes, prevalece a perspectiva de que sua expanso dever ser mais acelerada. Neste cenrio, o pas, ajudado pela construo de fundamentos macroeconmicos mais slidos ao longo dos ltimos anos, cresce a uma taxa superior mdia mundial no horizonte decenal. No que concerne ao setor eltrico, ressalta-se a continuidade dada ao sucesso dos leiles de energia nova e de reserva, por meio dos quais foram comercializados em 2010, em cinco leiles, cerca de 17.000 MW de potncia, correspondente a aproximadamente 5.600 MW mdios para o mercado regulado. Esto includas neste total, vale destacar, a energia proveniente do aproveitamento hidreltrico de Belo Monte, com potncia de 11.233 MW, e a gerao de origem elica, com uma potncia total de cerca de 2.000 MW. Foi tambm dado prosseguimento ao exitoso processo das licitaes de empreendimentos de transmisso, tendo sido licitado em 2010, em trs leiles, um total da ordem de 1.600 km de linhas de transmisso. Quanto expanso da gerao no horizonte do presente Plano, foi mantida a significativa participao das fontes renovveis na matriz eltrica a partir do ano de 2014, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel das fontes de gerao, diretriz esta reafirmada pelo preo competitivo destas fontes demonstrado nos ltimos leiles de energia. Reconhece-se, por outro lado, dada a possibilidade de oferta de grandes volumes de gs natural associado produo petrolfera do Pr-Sal, que a expanso da gerao termeltrica a gs poderia vir a ocupar um maior espao na matriz energtica, principalmente na eventualidade de dificuldades para o licenciamento ambiental de usinas hidreltricas e de linhas de transmisso. Essa forma de expanso,14

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no contemplada neste Plano, poder vir a ser considerada nos prximos ciclos do planejamento decenal, desde que as condies que venham a ser estabelecidas para o fornecimento do gs possibilitem a competitividade econmica da energia produzida. Ainda quanto termeletricidade, a expanso da gerao com fontes nucleares no contemplou neste Plano outras usinas alm da de Angra 3, tendo em vista, principalmente, os prazos necessrios para a implantao de novas centrais. No obstante os estudos para seleo de stios propcios implantao de centrais nucleares nas regies Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, que esto sendo finalizados, estes prazos indicam que a data mais provvel para incio de sua operao seria posterior ao horizonte deste Plano. Em continuidade prtica incorporada nos Planos anteriores, o conceito de sustentabilidade orientou os estudos socioambientais desenvolvidos para este Plano. O foco em alternativas de maior sustentabilidade est balizado pelas atuais discusses e negociaes internacionais sobre as mudanas do clima, conforme evidenciado na conferncia de Copenhague (COP-15). Em mbito nacional, a questo climtica teve sua relevncia reiterada pela promulgao da lei 12.187/09. Esse novo estatuto legal, que instituiu a Poltica Nacional sobre Mudana do Clima e estabeleceu a meta de reduo das emisses de gases de efeito estufa (GEE) em 36,1 a 38,9% em relao a um cenrio de referncia para 2020, desloca as discusses sobre mudanas climticas, no Brasil, para novo patamar institucional. Nesse contexto, o PDE 2020 se apresenta como importante instrumento para a delimitao do cenrio de mitigao, uma vez que incorpora medidas que, em conjunto, contribuem para a diminuio da emisso de GEE. Aumento da eficincia energtica, incremento do parque instalado de hidroeletricidade e fontes alternativas de energia eltrica como elica, biomassa e PCHs, alm da avaliao das reas de expanso da cana necessrias para o aumento do volume de biocombustveis e consequente substituio de combustveis fsseis, esto entre as medidas incorporadas. Na rea de explorao e produo de petrleo e gs natural, com base nas reservas dos campos em produo e em desenvolvimento, nos volumes recuperveis de descobertas em avaliao e nas estimativas referentes s acumulaes por descobrir nos blocos exploratrios contratados at a 10 Rodada de Licitaes promovida pela ANP e nas reas da Unio, elaboraram-se previses de produo de petrleo e gs natural. Espera-se que no prximo decnio a produo nacional de petrleo e gs natural seja duplicada, com a contribuio do Pr-Sal atingindo cerca da metade dessa produo at 2020. As demandas de derivados de petrleo, confrontadas com as previses de produo, permitem antever as condies de atendimento ao mercado, as possibilidades de exportao de petrleo e seus derivados, bem como os investimentos necessrios no parque de refino e na infraestrutura logstica de petrleo e seus derivados. Prev-se, para o prximo decnio, um papel mais relevante para o Brasil no mercado mundial de petrleo, atuando como exportador lquido, no s de petrleo, como tambm de derivados, em funo da produo em campos j delimitados e do desenvolvimento da produo das acumulaes descobertas na rea do Pr-Sal, assim como da expanso do parque nacional de refino. Quanto ao gs natural, um aspecto fundamental na avaliao da penetrao desse combustvel na indstria refere-se competio direta com o leo combustvel, primordialmente atravs dos preos relativos do leo e do gs natural. Alm disso, outros aspectos tais como a preferncia do gs natural

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em processos industriais que exigem elevado grau de pureza do produto final foram elementos essenciais considerados nessa anlise. O cenrio adotado de equivalncia energtica para o leo combustvel e para o gs natural equipara os respectivos preos competitivos no horizonte decenal. Projeta-se para o perodo decenal uma ampliao significativa da participao do gs nacional na oferta total de gs natural, devido principalmente ao incremento da produo interna oriunda das recentes descobertas. Ainda assim, prev-se a manuteno da importao de gs natural boliviano nos nveis atuais, e de GNL, atravs dos terminais instalados (Rio de Janeiro e no Cear) e, eventualmente, de novos terminais como forma de otimizao da infraestrutura. Os estudos relacionados aos biocombustveis lquidos - etanol carburante e biodiesel - avaliaram a demanda e a capacidade de atendimento da mesma, em toda a cadeia produtiva. Para o perodo 2011-2020 projeta-se que o mercado brasileiro de etanol continuar em franca expanso, devido ao aumento expressivo da frota de veculos flex-fuel e competitividade do preo do etanol hidratado em relao gasolina. O Brasil dever se manter na liderana de vendas do mercado internacional, ainda que, no perodo analisado, no tenha sido observada uma ampliao significativa dos volumes exportados, dada a tendncia de mercados mais protecionistas nos prximos anos. Estima-se que a demanda de etanol ser plenamente atendida pela expanso da oferta, atravs do aumento da rea de plantio de cana, da ampliao e implantao de unidades produtoras, bem como do uso de novas tecnologias, que aumentaro a eficincia de toda a cadeia produtiva. Neste contexto, vislumbram-se empreendimentos direcionados a facilitar e reduzir os custos de transporte e armazenagem de etanol. Considerou-se que, no perodo abrangido por este Plano, o biodiesel ser utilizado apenas para atendimento mistura mandatria, apesar de ter sido avaliada a possibilidade de que a demanda ultrapassasse as metas legais estabelecidas. Para atendimento desta demanda, foi analisada a disponibilidade de insumos, assim como a capacidade de processamento e de escoamento da produo. Quanto biomassa de cana-de-acar para a gerao de bioeletricidade, a avaliao da quantidade de energia j contratada pelo setor eltrico e a anlise de seu potencial tcnico evidenciaram uma significativa folga para ampliao de sua capacidade, o que possibilitaria sua consolidao como uma fonte importante na matriz eltrica nacional, em consonncia com as diretrizes definidas para a expanso da gerao atravs de fontes renovveis. Finalmente, cumpre ressaltar a importncia deste Plano como instrumento de planejamento para o setor energtico nacional, contribuindo para o delineamento das estratgias de desenvolvimento do pas a serem traadas pelo Governo Federal.

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I - PREMISSAS BSICASAs premissas demogrficas, macroeconmicas e setoriais, assim como as relativas eficincia energtica1 e autoproduo2, tm papel fundamental na determinao da dinmica do consumo de energia, com repercusso direta no comportamento de vrios indicadores. O consumo de energia no setor residencial, por exemplo, depende de variveis demogrficas (como populao, nmero de domiclios e nmero de habitantes por domiclio) assim como da expanso da renda e do PIB. Essas mesmas variveis influenciam, tambm, outros setores de consumo, como o de comrcio e servios. J o setor industrial mantm relao no s com a economia nacional, mas tambm com a economia mundial, em razo principalmente de vrios os segmentos voltados exportao. Assim, estudos prospectivos setoriais, sobretudo referentes aos segmentos energointensivos, compreendendo alternativas de expanso, rotas tecnolgicas e caractersticas de consumo energtico, so essenciais para a projeo do consumo de energia na indstria. Em adio, na indstria que a autoproduo de energia ganha maior relevncia. A autoproduo de eletricidade desloca parcela do consumo final de energia e, dessa forma, alivia a demanda de investimento na expanso do parque de gerao e da rede de transmisso do setor eltrico. Neste captulo so apresentadas as premissas bsicas adotadas nos estudos do PDE 2020, abrangendo o cenrio macroeconmico de referncia, as perspectivas de preos do petrleo e o crescimento demogrfico. Outras premissas, de carter mais especfico, so citadas ao longo do relatrio.

1. Cenrio Macroeconmico de Referncia1.1 Aspectos geraisA evoluo da demanda por energia estabelecida a partir do estudo de cenrios de longo prazo no qual so delineadas as principais condies de contorno, especialmente as do contexto econmico. A partir dessa viso de longo prazo, recortes temporais de horizontes menores podem ser determinados, obtendo-se, dessa maneira, trajetrias consistentes ao longo do tempo para as variveis de interesse. Nesse sentido, o cenrio de interesse do PDE 2020 pode ser visto como um recorte de menor horizonte do cenrio de interesse dos estudos de longo prazo que a EPE elabora. A representao esquemtica dessa relao apresentada na Figura 1.1 As premissas formuladas para a eficincia energtica so especialmente relevantes. As iniciativas nessa rea perpassam todos os setores de consumo e so, muitas vezes, a forma mais econmica de atendimento da demanda de energia. Pela importncia de que se revestem, as premissas sobre a eficincia no uso da energia sero tratadas no Capitulo IX.

O termo autoproduo se refere aqui gerao de energia eltrica de um consumidor com instalaes prprias de gerao localizadas junto unidade de consumo, ou seja, para o autossuprimento de eletricidade, no sendo utilizada a rede eltrica de distribuio ou transmisso.

2

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PDE 2020Trajetria mais provvel: 1 - 5 ano = Definido

Cenrios AEstudo de longo prazo

6 - 10 ano = Normativo Anlises de sensibilida de

Diagnsticox

B1

Diretrizes Estratgia

B25 10 15

Sinalizao Cenrios possveis

C20 25

Horizonte de anlise (anos)

Figura 1 Cone de cenrios: Relao entre o PDE 2020 e os estudos de longo prazo

Alm da viso de longo prazo, o PDE 2020 incorpora elementos conjunturais, bem como definies e estratgias de mdio prazo, que podem influenciar parmetros relevantes no horizonte decenal, em especial, as taxas de expanso da economia. Nesse contexto, destaque-se o consenso quanto as perspectivas bastante favorveis de crescimento da economia brasileira nos prximos anos, com potencial para um desempenho nacional superior mdia mundial. Essa viso revela alinhamento entre os cenrios elaborados pela EPE desde o PNE 2030 e os que vm sendo apresentados por analistas especializados em economia brasileira. No PDE 2020 em particular, trabalha-se com uma taxa mdia de crescimento mundial cerca de 4% ao ano, enquanto o Brasil se expande a uma taxa mdia de 5% ao ano, conforme analisado nas prximas sees.

1.2 Conjuntura econmicaAs perspectivas para os prximos anos indicam um crescimento econmico moderado nos pases avanados, afastando momentaneamente uma crise mais profunda, enquanto os pases emergentes continuam a puxar o ritmo de atividade mundial. A recuperao observada nas economias desenvolvidas, obtida com ampla atuao dos governos nacionais, logrou evitar o aprofundamento da crise financeira. No entanto, subsistem dvidas com relao intensidade e ao ritmo de recuperao dessas economias por conta de suas relativamente elevadas taxas de desemprego e de seus nveis de endividamento pblico. Isso porque as condies desfavorveis do mercado de trabalho e as perspectivas de maior restrio do lado da poltica fiscal acentuam as incertezas, induzindo postergao de decises de consumo e de investimento, contendo, consequentemente, a expanso da demanda agregada, que resulta insuficiente para sustentar crescimento econmico nos nveis anteriores crise. O monitoramento das condies dos mercados de trabalho e da dvida pblica nos pases desenvolvidos , portanto, essencial para avaliar a retomada da atividade econmica mundial. Sem dvida, a recuperao mais vigorosa desses mercados ensejar patamares mais robustos de

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crescimento da atividade, enquanto que a permanncia da situao atual por um perodo longo tender a inibir o crescimento mundial. Desconsiderando-se um cenrio de eventual ruptura econmica, a expectativa de que a economia mundial apresente, nos prximos anos, padro de crescimento diferenciado entre pases desenvolvidos e emergentes, mais vigoroso nestes em comparao com aqueles. A sustentao de preos das commodities em patamares historicamente elevados refora, de certo modo, essa viso. No caso do Brasil, as expectativas prevalecentes indicam que a economia apresentar uma taxa de crescimento bastante significativa em 2010. Para os anos seguintes, a retomada da expanso da taxa de investimento, as condies favorveis de crdito na economia, o aquecimento do mercado de trabalho, entre outros fatores, tm pavimentado a percepo relativamente disseminada entre os analistas de que um novo ciclo de crescimento forte e sustentado da economia brasileira esteja se consolidando para os prximos anos. De modo geral, o cenrio aqui adotado como referncia reflete esta viso comum.

1.3 Aspectos qualitativos do cenrio de refernciaO elemento central do cenrio de referncia do PDE 2020 o desempenho da economia brasileira superior mdia mundial mesmo em um contexto internacional de expanso mais moderada como a que provavelmente ocorrer nos prximos anos, em que ainda se projetam desdobramentos da crise financeira internacional de 2008. Assim, considera-se que a perspectiva de recuperao gradual da economia mundial, especialmente nos primeiros anos, por conta dos problemas macroeconmicos dos pases desenvolvidos. Por outro lado, as economias emergentes sustentam parcela da demanda mundial, notadamente no mercado de commodities e de insumos bsicos, sustentando o nvel de atividade mundial. A insero do pas na economia mundial fica cada vez mais atrelada dinmica dos pases que mais crescem. Como resultado, so favorecidos os subsetores em que o pas possui importantes vantagens comparativas, tais como celulose, agropecuria, siderurgia e indstria extrativa mineral. O arcabouo macroeconmico construdo ao longo dos ltimos anos se consolida e, com isso, permite uma gesto de poltica econmica mais condizente com um pas que caminha gradualmente para operar em linha com os parmetros internacionais. Dessa forma, mesmo um aumento do dficit de transaes correntes como proporo do PIB, esperado nos primeiros anos do horizonte decenal, pode ser considerado administrvel. Do lado da economia real, um ciclo de forte expanso do investimento requerido para sustentar as taxas de crescimento do PIB no cenrio de referncia. Alm dos setores ligados dinmica externa dos pases emergentes, o aquecimento do mercado domstico fruto da evoluo positiva do mercado de trabalho e de crdito, em particular e os eventos catalisadores (a Copa do Mundo e os Jogos Olmpicos) geram incentivos a maiores investimentos em infraestrutura e no setor habitacional nos prximos anos, contribuindo para um desempenho relativo melhor de setores como a construo civil.

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Neste cenrio, o padro de crescimento caracterizado por avanos importantes na resoluo de gargalos na infraestrutura, ainda que no sejam completamente superados no horizonte decenal, e pelo aumento da Produtividade Total dos Fatores (PTF), concentrado nos segmentos mais dinmicos da economia em um primeiro momento e que, aps alguns anos, acaba por se espalhar para os demais segmentos econmicos.

1.4 Quantificao do cenrio de refernciaTendo como elemento sntese do nvel de atividade econmica a taxa de crescimento do PIB, o cenrio de referncia adotado no PDE 2020 pode ser caracterizado como apresentado na Tabela 1.Tabela 1 Taxas de crescimento do nvel de atividade (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2000-2004 PIB mundial (% a.a.) Comrcio mundial ( % a.a.) PIB nacional (% a.a.) 3,7 6,4 3,0 2005-2009 3,4 2,8 3,6 2010 4,6 9,0 7,2 2011-2015 4,5 5,7 5,0 2016-2020 3,9 4,8 5,0 Projeo

Fontes: IBGE e FMI (dados histricos) e EPE (projees).

A despeito das turbulncias do mercado financeiro, espera-se a continuao do crescimento econmico mundial com base no dinamismo das economias emergentes e na recuperao gradual, embora modesta, das economias desenvolvidas (FMI, 2010). Para os prximos 10 anos, a expectativa que esse padro se mantenha, especialmente na primeira metade do decnio. No 2 quinqunio, ainda como consequncia da crise, os efeitos de longo prazo de uma maior regulao sobre o sistema financeiro internacional e de polticas econmicas voltadas para a sustentao da solvncia do setor pblico, podero ser sentidos na reduo da oferta de recursos para projetos de investimento. Com isto, a taxa de crescimento do PIB mundial no segundo perodo recuaria para valores prximos a 4% ao ano, com o comrcio mundial se expandindo ao ritmo de 5% ao ano. No cenrio domstico, as taxas de poupana de longo prazo (% PIB) e de crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) esto entre as principais variveis exgenas consideradas no Modelo de Consistncia Macroeconmica de Longo Prazo MCMLP3 e suas evolues respectivas so apresentadas na Tabela 2. Neste quadro, o avano da taxa de poupana decorre da melhoria da poupana pblica justificada, por um lado, por uma maior arrecadao tributria em razo da expanso da atividade econmica e, por outro lado, pelo maior alinhamento dos gastos do governo com o crescimento do PIB. Contribui tambm uma maior lucratividade das empresas em um contexto de crescimento da demanda, na medida em que parte dos investimentos financiada por lucros retidos. J o crescimento da PTF ocorre de forma mais acelerada em setores em que o pas apresenta vantagem comparativa e reflete, nos demais setores econmicos, a forte evoluo do investimento prevista para os prximos 10 anos, em um ambiente de crescimento continuado da economia.

3

Uma descrio deste modelo, utilizado aqui para verificao da consistncia macroeconmica das hipteses formuladas, encontrada em EPE (EPE, 2007).

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Tabela 2 Principais variveis exgenas do cenrio de referncia (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2000-2004 Taxa de Poupana (% PIB) 1 PTF ( % a.a.) 2 16,3 0,5 2005-2009 17,0 1,2 2010 19,0 1,5 2011-2015 21,1 1,5 2016-2020 22,0 1,5 Projeo

(1) As projees de taxa de poupana nos quinqunios dizem respeito aos seus valores de longo prazo; os valores histricos representam as mdias das taxas correntes de poupana e, portanto, so mais afetadas por questes conjunturais. (2) Para o clculo da PTF, ver Souza Jr. (2005). Fontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees).

Outra varivel relevante na projeo da demanda e da oferta de energia o preo do petrleo. A referncia aqui adotada foi o petrleo do tipo Brent, cotado em Londres. A evoluo do preo do leo Brent projetado ao longo do horizonte do PDE 2020 apresentada na Tabela 3. Na primeira metade do perodo, a recuperao da economia mundial, marcada, como j salientado, pelo crescimento mais acelerado das economias emergentes, em geral energointensivas, cria, ao lado da defasagem na expanso da capacidade de produo, presses para que os preos do barril se mantenham prximos de US$ 90 (preos de maio de 2010). No segundo quinqunio, admite-se alguma desacelerao nos preos, para nveis abaixo de US$ 85 por barril, refletindo a moderao prevista para o crescimento econmico mundial, a entrada de novos projetos de explorao e produo e a maturao de polticas de substituio de derivados e de eficincia energtica, entre outros fatores.Tabela 3 Evoluo do preo do petrleo tipo BrentHistrico Indicador Econmico 2000-2004 Petrleo tipo Brent (US$/barril)Observao: preos de maio de 2010 Fontes: EIA-DOE, BLS (dados histricos) e EPE (Projees)

Projeo 2010 78,9 2011-2015 88,1 2016-2020 84,2

2005-2009 74,7

39,1

De modo a sustentar o crescimento econmico esperado no perodo de 2011 a 2020, as taxas mdias de investimento (em relao ao PIB) devem alcanar um patamar superior a 21%, conforme indicado na Tabela 4. O cenrio formulado comporta trajetria de significativa elevao da taxa mdia de investimento ao longo do horizonte, especialmente na comparao com os valores registrados no passado recente. Uma taxa de juros real progressivamente menor ao longo do horizonte, o reinvestimento dos lucros das empresas e, especialmente, as perspectivas de crescimento econmico no decndio so fatores que potencializam a trajetria visualizada para o investimento no pas, tanto do ponto de vista domstico, como do ponto de vista externo. No 1 quinqunio, em particular, o aumento do investimento pblico em infraestrutura (BNDES, 2009) bem como os investimentos na cadeia da indstria de petrleo e gs se destacam em relao aos valores histricos.Tabela 4 Investimento e PIB (taxas mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2000-2004 Investimento total (% PIB) (1) Investimento pblico (% PIB) (1),(2) PIB nacional ( % a.a.)(1) Taxas de investimento a preos correntes.

Projeo 2010 18,9 3,4 7,2 2011-2015 21,0 3,5 5,0 2016-2020 22,0 3,9 5,0

2005-2009 17,5 3,3 3,6

17,1 3,0 3,0

(2) Inclui empresas estatais federais.

Fontes: IBGE e Ministrio do Planejamento (dados histricos) e EPE (Projees).

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Na rea fiscal, o cenrio compreende um quadro em que h melhoria gradual dos principais indicadores de solvncia do setor pblico ao longo do horizonte, como mostra a Tabela 5. Mesmo com a reduo projetada do supervit primrio em comparao com o histrico recente, a tendncia de queda da dvida lquida e do dficit nominal significativa nos prximos anos, ainda mais por conta da esperada reduo das taxas de juros reais, diminuindo a importncia da conta de juros na dinmica de evoluo da dvida. Dito de outra forma, um maior esforo fiscal em termos de supervit primrio, especialmente nos primeiros anos, implicar indicadores de solvncia do setor pblico ainda mais confortveis no horizonte de projeo, com potencial de anular o dficit nominal e trazer a dvida lquida para nveis mdios abaixo de 30% do PIB.Tabela 5 Indicadores econmicos do setor pblico (mdias no perodo)Indicadores Econmicos Supervit Primrio (% PIB) Dficit Nominal (% PIB) Dvida Lquida (% PIB) Histrico 2000-2004 3,4 4,6 49,7 2005-2009 3,5 4,4 50,2 2010 1,6 3,8 42,0 Projeo 2011-2015 1,9 2,6 40,2 2016-2020 1,7 1,4 32,5

Fontes: Banco Central (dados histricos) e EPE (Projees).

No cenrio de referncia adotado neste PDE 2020, os resultados do setor externo so os resumidos na Tabela 6. As exportaes so influenciadas especialmente pela demanda dos pases emergentes e as importaes crescem em funo da expanso econmica domstica. Em relao ao histrico recente, visualiza-se retrao no saldo da balana comercial no 1 quinqunio em razo de as exportaes para os pases avanados crescerem mais lentamente e haver pouco espao para uma desvalorizao real mais acentuada da moeda brasileira neste cenrio. No 2 quinqunio, ser possvel melhorar o saldo da balana comercial, porm no se cogita o retorno aos patamares da segunda metade da primeira dcada deste sculo. Alm disso, as boas perspectivas em relao economia brasileira encorajam um influxo crescente de investimento externo direto (IED) direcionado para os setores da economia bem posicionados nos mercados internacionais no primeiro quinqunio. No segundo quinqunio, esse movimento dever ser mais difundido por todos os segmentos da economia. Tal influxo de capitais serve, por outro lado, para mitigar uma deteriorao mais acentuada do saldo em transaes correntes no primeiro perodo de projeo em relao ao histrico recente. De todo modo, ainda que em queda, o saldo de transaes correntes em proporo do PIB no se aproxima de nveis em que seu financiamento nos mercados internacionais seja preocupante, como j ocorreu no passado.Tabela 6 Indicadores econmicos do setor externo (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2000-2004 Balana Comercial (US$ bilhes) Exportaes (US$ bilhes) Importaes (US$ bilhes) IED (US$ bilhes) Transaes Correntes (% PIB) 14,7 68,6 53,9 20,0 -1,4 2005-2009 36,3 153,5 117,2 27,9 -0,1 2010 16,8 196,3 179,5 40,0 -2,3 2011-2015 9,2 265,1 255,9 47,0 -2,9 2016-2020 12,6 352,3 339,7 52,0 -2,2 Projeo

Fontes: Banco Central (dados histricos) e EPE (Projees).

O cenrio de referncia compreende a recuperao da participao da indstria aps a expressiva queda por conta da crise financeira internacional, conforme indicado na Tabela 7. Essa recomposio

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se d essencialmente em cima da participao do setor de servios, que, ao longo do perodo, cresce, em mdia, um pouco abaixo da economia como um todo. Destaca-se, a indstria extrativa mineral, influenciada especialmente pela performance do segmento de petrleo e gs, embora tambm seja relevante o crescimento da extrao de minrio de ferro. Ambos os setores contam, no cenrio formulado, com preos favorveis nos mercados internacionais. Da mesma forma, segmentos que apresentam vantagens comparativas importantes, tais como siderurgia, celulose e agroindstria, devero continuar se beneficiando do crescimento econmico baseado no desempenho dos pases emergentes. No caso dos subsetores mais associados dinmica de expanso domstica, o crescimento se concentra naqueles relacionados infraestrutura e construo civil, refletindo a melhoria nas condies de crdito de longo prazo, no aumento da renda per capita e em programas governamentais de incentivo a esses segmentos, alguns j anunciados, como o Programa Minha Casa Minha Vida.Tabela 7 PIB: Participao setorial relativaSetor Histrico 2000-2004 2005-2009 2010 Projeo 2011-2015 2016-2020

Decomposio do PIB total (%) Agropecuria Indstria Servios Decomposio do PIB industrial (%) Extrativa Mineral Transformao Construo Civil Produo e Distribuio de gua, eletricidade e gsFontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees).

5,9 28,0 66,1

5,8 27,2 66,9

5,6 26,3 68,1

5,7 27,3 67,0

5,7 28,1 66,2

5,9 63,3 18,6 12,2

8,8 60,3 17,8 13,1

13,3 55,5 18,3 12,9

15,0 53,9 18,7 12,4

16,2 52,2 19,2 12,4

2. Premissas DemogrficasNas ltimas dcadas, tm sido observadas alteraes no perfil demogrfico brasileiro no que se refere ao padro de crescimento populacional. Entre outros aspectos, tem-se obervado menor taxa de fecundidade e maior expectativa de vida ao nascer. Em sntese, pode-se afirmar a populao brasileira continua a crescer, porm a um ritmo menor e est envelhecendo. Refletindo especialmente o declnio nas taxas de fecundidade da populao total residente do pas apresenta, nos ltimos anos, taxas de crescimento de modo geral declinantes em todas as regies do pas. Em termos relativos, as regies Norte e Centro-Oeste apresentam taxa mdias de crescimento em torno de 1% ao ano, enquanto as demais regies crescem mais prximo de 0,5% ao ano. Em termos absolutos, espera-se que o contingente populacional aumente de cerca de 13 milhes de pessoas nos prximos 10 anos, sendo quase 40% no Sudeste. De todo modo, uma leve desconcentrao demogrfica dever ser observada em direo ao Norte e Centro-Oeste ao longo do horizonte decenal. A Tabela 8 apresenta as projees da populao no pas e por regio geogrfica.4

Os dados populacionais do IBGE, originalmente divulgados com a data de referncia de 1 julho de cada ano, so ajustados para a data de 31 de dezembro, tornando-se assim compatveis com os dados anuais relativos s variveis energticas.

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Tabela 8 Brasil e Regies, 2011-2020: Projeo da populao total residente (mil hab.)Ano 2010 2015 2020 2010-2015 2015-2020 2010-2020 Norte 15.965 16.848 17.577 1,1 0,9 1,0 Nordeste 53.299 55.270 56.898 0,7 0,6 0,7 Sudeste 80.674 83.521 85.874 0,7 0,6 0,6 Sul 27.482 28.348 29.063 0,6 0,5 0,6 Centro-Oeste 14.140 14.934 15.590 1,1 0,9 1,0 Brasil 191.560 198.921 205.002 0,8 0,6 0,7

Variao mdia (% ao ano)

Estrutura de Participao Populacional (%) 2010 2015 2020Fonte: Elaborao EPE.

8,3 8,5 8,6

27,8 27,8 27,8

42,1 42,0 41,9

14,4 14,3 14,2

7,4 7,5 7,6

100,0 100,0 100,0

O nmero de domiclios varivel fundamental para estimar a demanda de energia, especialmente a demanda residencial por eletricidade. Seu valor obtido pelo produto da populao residente pelo inverso da relao habitante/domiclio cuja projeo realizada a partir de dados censitrios. No horizonte decenal, estima-se que o nmero de habitantes por domiclio no Brasil caia de 3,1 em 2010 para 2,7 em 2020, o que significa, considerada as projees da populao, aumento de cerca de 15 milhes de domiclios no pas no perodo. A regionalizao das projees indica aumento de participao relativa das regies Norte e Centro-Oeste no nmero total de domiclios do pas. Em termos absolutos, contudo, o crescimento de 3,5 milhes de domiclios no Nordeste maior do que a expanso conjunta de 2,4 milhes de domiclios das regies Centro-Oeste e Norte. A Tabela 9 apresenta as projees do nmero de domiclios no pas e por regio geogrfica.Tabela 9 Brasil e Regies, 2011-2020: Projeo do nmero de domiclios (mil unidades)Ano 2010 2015 2020 Norte 4.259 4.841 5.421 Nordeste 15.295 17.002 18.734 Sudeste 27.152 30.330 33.574 Sul 9.591 10.769 11.965 Centro-Oeste 4.547 5.175 5.783 Brasil 60.844 68.118 75.477

Variao mdia (% ao ano) 2010-2015 2015-2020 2010-2020 2010 2015 2020Fonte: Elaborao EPE

2,6 2,3 2,4 7,0 7,1 7,2

2,1 2,0 2,0 25,1 25,0 24,8

2,2 2,1 2,1 44,6 44,5 44,5

2,3 2,1 2,2 15,8 15,8 15,9

2,6 2,2 2,4 7,5 7,6 7,7

2,3 2,1 2,2 100,0 100,0 100,0

Estrutura de Participao dos Domiclios (%)

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3. Premissas Setoriais3.1 Setor industrialAo longo de 2010, consolidou-se a recuperao da indstria nacional, confirmada tanto pela volta a patamares de produo pr-crise quanto por movimentos de investimento em novos projetos, que haviam sido temporariamente suspensos. Em adio, o cenrio econmico considerado como referncia contempla forte demanda domstica por insumos bsicos industriais, como ao e alumnio, em funo da melhoria da renda da populao e, sobretudo, da necessidade de dotar o pas de uma infraestrutura moderna e eficiente. Vale ressaltar a demanda por insumos bsicos dever apresentar expanso significativa no somente no Brasil, mas tambm em outros pases em desenvolvimento, como China e ndia, onde ainda existe importante dficit habitacional, de servios pblicos bsicos e de infraestrutura em geral. As indstrias produtoras de insumos bsicos respondem por importante parcela do consumo industrial de energia. Assim sendo, a expanso dessa indstria ter significativos reflexos no consumo total de energia, especialmente em pases emergentes como o Brasil, onde seu peso relativamente maior. Por outro lado, certo que a busca de padres ambientais mais aceitveis levar ao progressivo aproveitamento do potencial de eficincia energtica tanto no uso quanto na produo de energia e tambm induzir a um uso mais parcimonioso de insumos bsicos industriais energointensivos, como o ao, o alumnio ou o cimento, entre outros. No longo prazo, esse movimento dever resultar em reduo da elasticidade-renda da demanda de energia. Contudo, deve-se reconhecer que esse melhor aproveitamento energtico no ser capaz de provocar ruptura do atual modelo de desenvolvimento no horizonte decenal, nem de modificar nas tendncias de curto prazo. As projees setoriais de demanda de energia foram elaboradas para cada segmento industrial, com destaque para aqueles em que se observa uso mais intenso de energia, partindo-se, de um modo geral, das seguintes premissas: para os setores cuja produo pode ser vista como homognea5, foram consideradas as perspectivas de expanso da capacidade instalada de produo de cada setor, compatveis com os investimentos setoriais previstos, com a dinmica dos mercados interno e externo dos respectivos produtos e com o comportamento da demanda interna em face do cenrio macroeconmico adotado como referncia; para os setores cujos produtos so mais heterogneos6, considerou-se a evoluo do valor adicionado setorial atrelada ao cenrio macroeconmico de referncia, conforme a desagregao setorial apresentada no Balano Energtico Nacional (EPE, 2010). Para as indstrias energointensivas em especial foram realizados avaliaes especficas7. Esse conjunto de indstrias (alumnio inclusive alumina e bauxita , siderurgia ao bruto , ferroligas, pelotizao, cobre, celulose e papel, soda-cloro, petroqumica e cimento) responde por parcela significativa do consumo de energia, parcela esta que chega a 40% do consumo industrial no caso da energia eltrica.5 6

So exemplos, neste caso: alumnio, alumina, cobre, siderurgia, ferroligas, cimento e papel e celulose.

So exemplos neste caso: qumica, alimentos e bebidas, txtil, cermica, outras indstrias, no-ferrosos (exclusive alumnio), alumina e cobre, e outros da metalurgia.

Essas avaliaes englobaram tanto as perspectivas de expanso da capacidade instalada de produo desses setores quanto a projeo da produo fsica a eles associada e a evoluo dos respectivos consumos especficos de eletricidade.

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As perspectivas de expanso da capacidade instalada desses segmentos, apresentadas na Tabela 10, foram formuladas com base em informaes obtidas junto Associao Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia (ABRACE), rea de estudos setoriais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), a associaes de classe dos diversos grupos industriais e a entidades e empresas ligadas ao setor energtico.Tabela 10 Grandes consumidores industriais: Produo fsica (10 t/ano)Setor Alumnio Alumina Bauxita Siderurgia (ao bruto) Pelotizao Ferroligas Cobre Soda-Cloro (soda) Petroqumica (eteno) Celulose Pasta Mecnica Papel Cimento 2010 1.530 8.665 30.760 33.071 53.996 1.019 639 1.510 3.422 13.609 494 10.100 57.664 2020 2.537 15.693 48.824 67.228 83.790 2.060 2.240 2.491 5.885 26.089 795 17.776 100.791 % mdia ao ano 5,2 6,1 4,7 7,4 4,5 7,3 13,4 5,1 5,6 6,7 4,9 5,8 5,7

(1) Estimativa em 2010. (2) A produo dos setores de siderurgia, soda-cloro e petroqumica so referentes aos respectivos produtos: ao bruto, soda custica e eteno. Fonte: Elaborao EPE.

O Brasil apresenta claras vantagens comparativas relativamente a alguns desses segmentos, como o caso da siderurgia e do setor de papel e celulose. Essa situao ftica contribui para o crescimento elevado da produo nesses casos. O setor do cobre bastante particular na medida em que se trata de uma indstria ainda incipiente no pas, cuja expanso contempla vrios projetos no estado do Par, que devero tornar o pas autossuficiente na produo deste importante metal. A Tabela 11 mostra a evoluo dos consumos especficos mdios de eletricidade em cada setor. Em todos os casos admite-se ganho de eficincia na produo. A nica exceo o setor de ferroligas, o que no significa perda de eficincia: que o cenrio de expanso deste setor contempla participao crescente do ferronquel no mix setorial ferroligas. Na produo dessa liga o consumo especfico oscila entre 13,0 e 13,5 MWh/t, bem superior ao consumo mdio do segmento.Tabela 11 Grandes consumidores industriais: Consumo especfico mdio de eletricidade (kWh/t)Setor Alumnio Alumina Bauxita Siderurgia (ao bruto) Pelotizao Ferroligas Cobre Soda-Cloro (soda) Petroqumica (eteno) 20101 14.780 299 13 501 49 6.965 1.566 2.721 1.581 2020 13.878 287 12 457 47 7.920 1.469 2.565 1.549 % mdia ao ano -0,6 -0,4 -0,4 -0,9 -0,4 1,3 -0,6 -0,6 -0,2

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Setor Celulose Pasta Mecnica Papel Cimento(1) Valores estimados para 2010. Fonte: Elaborao EPE.

20101 885 2.189 697 94

2020 841 2.111 664 90

% mdia ao ano -0,5 -0,4 -0,5 -0,5

3.2 Setor residencialNo setor residencial brasileiro, destacam-se os consumos de eletricidade, do gs liquefeito de petrleo (GLP) e da lenha, estes ltimos atendendo principalmente aos servios de coco e aquecimento de gua. A evoluo do consumo residencial de energia est relacionada ao aumento no nmero de domiclios e posse de equipamentos. Com relao ao nmero de domiclios atendidos pelo servio de energia eltrica, o cenrio adotado admite sucesso pleno do Programa Luz para Todos ao longo do horizonte de anlise. Nessas condies, o nmero de domiclios particulares permanentes com energia eltrica passar de 58 milhes em 2009 para cerca de 75 milhes de unidades em 2020. Com relao posse de eletrodomsticos8, apresentada na Tabela 12, considerou-se que o aumento do estoque desses equipamentos nas residncias se d em funo do incremento no nmero de novas ligaes rede e do aumento da renda das famlias e, em um plano mais agregado, de sua melhor repartio.Tabela 12 Posse mdia de equipamentos (unidades/100 domiclios)Equipamento Ar condicionado Refrigerador Congelador Chuveiro eltrico Mquina de lavar roupas Televiso Lmpadas 2010 20 96 19 74 64 137 7,55 2015 23 100 17 71 68 165 7,60 2020 27 100 15 68 74 171 7,64

(1) Corresponde ao nmero de domiclios que utilizam exclusivamente o chuveiro eltrico. (2) Nmero mdio de lmpadas por domiclio. Fonte: Elaborao EPE.

A projeo do estoque foi realizada considerando um cenrio de evoluo das vendas e o sucateamento dos equipamentos, admitindo-se, como premissa geral, que, ao final de sua vida til, haveria substituio por novos equipamentos com a mesma funo, porm mais eficientes. Desta forma, o estoque se expande e se torna cada vez mais eficiente, de acordo com a Tabela 13.

Para efeito destes clculos, foram considerados os seguintes equipamentos: televisores, refrigeradores, lmpadas, congeladores, condicionadores de ar e chuveiros eltricos, que respondem, hoje, por mais de 80% do consumo de uma residncia (Procel, 2007).

8

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Tabela 13 Consumo mdio do estoque de equipamentos (kWh/ano)Equipamento Ar condicionado Refrigerador Congelador Televiso Lmpadas Chuveiro eltrico Mquina de lavar roupasFonte: Elaborao EPE.

2010 456 349 519 149 38 477 68

2020 416 317 453 145 35 493 63

% mdia ao ano -0,9 -1,0 -1,3 -0,3 -1,0 0,3 -0,9

Quanto utilizao de outros energticos nos domiclios, especialmente para usos trmicos, admitiuse que o gs natural deslocar parcela do mercado de GLP como decorrncia da expanso da malha de distribuio.

3.3 Setor de transportesNos prximos anos, os crescimentos da populao e da renda, associados ao aumento das cidades, levaro maior demanda por mobilidade, que se traduz em aumento da atividade do transporte de passageiros (passageiro-km). Maior renda justificar expanso expressiva da frota de autoveculos9 no perodo (Grfico 1), notadamente de veculos leves.60 56

45 40

milhes

30

29

15

0 2009Elaborao: EPE

2015

2020

Grfico 1 Evoluo da frota total de autoveculos

A fim de contextualizar tal expanso, comum utilizar-se como parmetro de comparao o indicador veculo por habitante associado a um respectivo patamar de renda per capita. Como mostra o Grfico

9

Utiliza-se o termo veculos para denominar, no restante do texto, os autoveculos que, alm dos veculos leves, incluem os nibus e caminhes.

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2, a evoluo da frota total no Brasil projetada no cenrio de referncia compatvel com a relao mdia existente entre patamar de PIB per capita (medida em US$ PPP de 2008) e o indicador de veculos por habitante.

8 7 6Habitante por Veculo

Brasil 2008frica do Sul

5 4 3 2

Brasil 2015Argentina Mxico

Brasil 2020Coria do Sul

ustria Itlia EUA

1 0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0

50,0

US$ mil PPP de 2008

Fontes: ANFAVEA, FMI (Dados histricos de 2008) e EPE

Grfico 2 Relao habitante por veculo e PIB per capita

Assim, no cenrio adotado, a distribuio do transporte de passageiros compreende aumento da participao do transporte individual relativamente ao transporte coletivo, a despeito do crescimento significativo que este experimentar. No horizonte, considera-se que o transporte ferrovirio de passageiros dever aumentar sua participao em funo da maturao de projetos que integram o Programa de Acelerao do Crescimento (PAC) e de outros investimentos de concessionrios e governos estaduais. No transporte de cargas, foram considerados todos os projetos includos no PAC 1 e no PAC 2, alm da expanso da estrada de ferro Carajs, que acrescentar 100km de linha rede e duplicar um trecho de 605km. As projees consideradas neste PDE 2020 esto em conformidade com o Plano Nacional de Logstica e Transporte PNLT (CENTRAN, 2007), que indica a oferta, em 2023, de cerca de 20.000km de ferrovias em adio s instalaes de 2007. A partir desses investimentos, o sistema de transporte tende a tornar-se mais eficiente e estruturalmente menos concentrado no modal rodovirio, que, assim, reduz sua participao na matriz de atividade de carga nacional (tonelada-km), em favor dos modais aerovirio, aquavirio e ferrovirio.

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II DEMANDA DE ENERGIA

N

este captulo, apresentada a sntese do procedimento metodolgico utilizado na projeo da demanda de energia utilizada neste PDE 2020, bem como os resultados obtidos para o consumo final energtico, consolidados por tipo de fonte. A projeo da demanda teve como

base as premissas indicadas no captulo anterior. Alm dessas, h ainda premissas especficas, referentes eficincia energtica. O processo de previso da demanda de energia compreendeu as seguintes etapas: (a) Diagnstico do ano base das projees, tendo como referncia os dados de oferta e demanda de energia do Balano Energtico Nacional 2010 ano base 2009 (EPE, 2010) e de suas relaes com o contexto macroeconmico; (b) Avaliao do impacto do cenrio macroeconmico sobre o nvel de atividade dos setores agropecurio e de servios, assim como sobre o perfil de consumo das famlias; (c) Avaliao do impacto das premissas setoriais sobre o consumo industrial de energia; (d) Elaborao da projeo da demanda de energia por tipo de fonte; (e) Anlise de consistncia e consolidao da demanda de energia e (f) Elaborao da projeo da matriz energtica brasileira, relacionando os principais setores de consumo com as demandas de cada uma das fontes energticas. A Figura 2 exibe a inter-relao entre as etapas do processo de projeo da demanda de energia.

Mdulo Macroeconmico

Cenrios Mundiais

Cenrios Nacionais

Consistncia Macroeconmica

Premissas setoriais Demografia Eficincia Meio Ambiente

Estudos da Demanda

Projees de demandaUso energtico: Indstria Agropecuria Comrcio/servios Residencial Transportes Gerao termeltrica Setor energtico Uso no energtico: Gs natural Nafta No energticos de petrleo (solventes, lubrificantes, asfaltos e outros) Input para estudos de oferta

Figura 2 Representao esquemtica do processo de projeo da demanda de energia do PDE 2020

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A metodologia utilizada permite obter a demanda setorial de energia por fonte energtica, em mbito nacional. Energticos como a eletricidade, o gs natural e alguns derivados de petrleo, como o leo combustvel e o leo diesel, requerem nvel mais detalhado quanto localizao das respectivas demandas, por conta de implicaes na logstica de suprimento associada. Nesses casos, procede-se regionalizao das projees, de mo