Plano Estratégico Antac PIT 27 Setembro 2011

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    Plano estratgico Antac PIT 27 setembro 2011.doc

    Projeto 7 - Cincia e Tecnologia para a Inovao na Construo

    Projeto Inovao Tecnolgica na Construo (PIT)

    Cincia, Tecnologia e Inovao e a Indstria da Construo Civil:elementos para a formulao de uma poltica para o setor.

    Coordenao: Francisco Ferreira Cardoso USP-EP e Antac

    1. Apresentao

    O presente documento tem como objetivo:

    caracterizar a indstria da construo e a sua importncia para o desenvolvimento econmicoe socioambiental do Brasil.

    Caracterizar a infraestrutura existente para produo de cincia e tecnologia e inovaorelacionadas indstria da construo e a integrao entre academia e setor produtivo quantoao tema.

    Apontar os principais centros de ps-graduao da rea do ambiente construdo no Pas, comsuas principais linhas de pesquisa.

    Para um conjunto definido de linhas de pesquisa, identificar os principais centros de pesquisada rea temtica (de excelncia e emergentes), os temas pesquisados em cada um e asperspectivas e os principais desafios para as linhas nos prximos cinco anos.

    Apresentar conjunto de desafios a serem enfrentados pela indstria da construo para um

    horizonte de 10 anos, assim como diversos gargalos que necessitam ser superados para que osreferidos desafios sejam enfrentados.

    Mostrar a necessidade de se estabelecer uma poltica de Cincia, Tecnologia e Inovao(C,T&I) para a rea de Tecnologia do Ambiente Construdo e discutir a oportunidade decriao de um Fundo Setorial.

    As informaes sobre os dois primeiros itens foram obtidas em uma srie de documentos queapresentam dados e projees para a indstria da construo e compiladas por conjunto depesquisadores da rea de Tecnologia do Ambiente Construdo; elas visam a contribuir para aestruturao de programas de fomento cincia, tecnologia e inovao, relacionadas construo,no Pas.

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    As informaes sobre o terceiro item foram obtidas na internet, nos sitesdos programas de ps-graduao relacionados (pesquisa feita em maio de 2010).

    As informaes do quarto item foram fornecidas pelos coordenadores dos grupos de trabalhotemticos ad hocda Antac Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente Construdo.

    O contedo do quinto item foi proposto por conjunto de professores e pesquisadores seniores darea de Tecnologia do Ambiente Construdo, tendo como ponto de partida plano estratgico paracincia, tecnologia e inovao na rea de Tecnologia do Ambiente Construdo preparado em 2002conjuntamente pela Antac, Finep Financiadora de Estudos e Projetos (MCT Ministrio deCincia e Tecnologia) e pelo MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e ComrcioExterior (ANTAC, 2002).

    Propostas so apresentadas ao seu final, de forma a se alinhar com os objetivos do ProjetoInovao Tecnolgica na Construo (PIT), conduzido sob a liderana da CBIC CmaraBrasileira da Indstria da Construo.

    Os nomes dos professores e pesquisadores envolvidos na produo do documento so citados aofinal do documento.

    2. Mapeamento da indstria da construo

    A realizao de empreendimentos de construo envolve um amplo espectro de agentes, incluindoempresas construtoras, fabricantes de materiais de construo, fabricantes de ferramentas eequipamentos, agentes financeiros, empresas e profissionais de servios tcnicos especializados,entre outros, conforme esquematizado na Figura 1. O principal elo entre estes agentes

    estabelecido pelas empresas construtoras, os principais produtores de bens finais, queresponderam, em 2009, por 61,2% do PIB Produto Interno Bruto ou valor agregado da indstriada construo (ABRAMAT; FGV, 2010).

    Fonte: NGI & NORIE UFRGS (2006)

    Figura 1 Agentes envolvidos na indstria da construo.

    Produtores de bens finais -edifcios, sistemas de

    infraestrutura (transporte,

    energia, saneamento,telecomunicaes)

    Capital para Produo

    Capital para compra dos bensfinais

    Servios tcnicosespecializados: projetos,

    consultoria, controletecnolgico, gesto da

    qualidade

    Fornecedores deservios deexecuo de

    subsistemas esistemas

    construtivosFornecedores deferramentas eequipamentos

    Produtores demateriais

    componentes esistemas

    construtivos

    Produtores dematrias primas

    bsicas

    Revendas edistribuidores de

    materiais

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    A Classificao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE 2.0 do Instituto Brasileiro deGeografia e Estatstica IBGE subdivide a atividade Construo em trs divises: construo de

    edifcios em geral, obras de infraestrutura e servios especializados para construo. As Figuras 2e 3 apresentam as principais tipologias das obras produzidas pelas duas principais.

    Fonte: NGI & NORIE UFRGS (2006)

    Figura 2 Principais tipologias de obras da diviso construo de edifcios em geral da indstriada construo.

    Fonte: Classificao Nacional de Atividades Econmicas - CNAE 2.0 (2006)

    Figura 3 Principais tipologias da diviso obras de infraestrutura da indstria da construo.

    Residenciais

    Incorporao imobiliria Produo estatal

    Comerciais

    de base imobiliria:flats,shoppingcenters, escritrios

    de propriedade privada: hotelaria,cadeia de lojas, escolas euniversidades, hospitais privados

    Industriais

    Obras civis Obras de montagem

    industrial

    Obras pblicas de edificaes

    Escolas Aeroportos Presdios Etc..

    Construo de outras obras deinfraestrutura

    Obras porturias, martimas efluviais

    Montagem de instalaes industriaise de estruturas metlicas

    Obras de engenharia civil noespecificadas anteriormente

    Obras de infraestrutura para energia eltrica,telecomunicaes, gua, esgoto e transporte por dutos

    Obras para gerao e distribuio de energia eltrica e paratelecomunicaes

    Construo de redes de abastecimento de gua, coleta de esgoto econstrues correlatas

    Construo de redes de transportes por dutos, exceto para gua e esgoto

    Construo de rodovias, ferrovias,obras urbanas e obras-de-arte

    especiais

    Construo de rodovias e ferrovias Construo de obras-de-arte

    especiais Obras de urbanizao - ruas,

    praas e caladas

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    Em ambas as divises, a demanda depende fortemente do estado como contratante de obraspblicas, que corresponde a cerca de 40% do montante de obras contratadas no Pas (IBGE,

    2006), ou como financiador de empreendimentos habitacionais.Na diviso construo de edifcios, merece destaque o segmento de obras residenciais, porrepresentar uma parcela substancial da atividade de construo do Pas. A Figura 4 apresentaesquematicamente uma caracterizao dos diversos mercados existentes neste segmento,estratificados conforme faixas de renda. Observa-se que uma parte da produo de habitao parabaixa renda ocorre atravs de autoconstruo.

    Fonte: EPUSP & MDIC (2003)

    Figura 4: Formas de produo de edifcios residenciais (SM = salrio mnimo).

    A indstria da construo rene um amplo conjunto de cadeias produtivas, das quais participamcerca de 100 setores e sub-setores industriais. Vrias classificaes so utilizadas para estascadeias. Por exemplo, o IBGE utiliza a seguinte classificao para as cadeias produtivasvinculadas indstria da construo: (a) extrao vegetal; (b) indstria extrativa mineral;(c) produtos minerais no-metlicos; (d) metalurgia; (e) material eltrico e de comunicaes;

    (f) papel e papelo; (g) borracha; (h) qumica; (i) produtos e matrias plsticas; e (j) txtil. Estudoda Associao Brasileira da Indstria de Materiais de Construo - Abramat, juntamente com aFundao Getlio Vargas - FGV, traa o perfil da cadeia produtiva da construo e da indstria demateriais e equipamentos analisando 10 cadeias de produo: Aos longos; Cimento; concreto efibrocimento; Lmpadas e outros equipamentos de iluminao; Material eltrico; Materialplstico; Metais sanitrios e Vlvulas; Produtos cermicos; Tintas e vernizes; Vidro; e Mquinas eequipamentos para construo (ABRAMAT; FGV, 2010).

    3. Importncia da indstria da construo

    A indstria da construo cumpre um importante papel para o desenvolvimento social, econmico

    e ambiental do Pas. Esta importncia justificada por uma srie de indicadores:

    CCOONNSSUUMMIIDDOORRFFIINNAALL

    ALTA RENDA(acimade 20 SM)

    MDIA ALTARENDA

    (de 10 a 20 SM)

    MDIA BAIXARENDA

    (de 5 a 10 SM)

    BAIXA RENDA(at 5 SM)

    PPRROOMMOOOOEECCOOMMEERRCCIIAALLIIZZAAOO

    DDEEUUNNIIDDAADDEESS

    PRIVADA

    ESTATAL

    MATERIAISBSICOS

    COMPONEN-TES

    SUBSISTE-MAS

    VAREJO DEGRANDE E

    MDIOPORTE

    VAREJO DEPEQUENO

    PORTE

    CCOOMMEERRCCIIAALLIIZZAAOODDEEIINNSSUUMMOOSS

    VENDA

    PRODUO

    PRPRIAE PREODE CUSTO

    PRODUOPRIVADA

    IMOBILI-RIA

    PRODUOE GESTOESTATAL

    AUTO-CONSTRU-

    O

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    responsvel por um valor agregado de R$ 224 bilhes, ou 8,3% do PIB do Pas (2009)(ABRAMAT; FGV, 2010);

    entre 2008 e 2009, o valor adicionado da cadeia produtiva (PIB setorial) da construo cresceu4,5% em termos nominais; o PIB da construo civil, elemento central da cadeia produtiva,registrou um crescimento de 7,2%, ou 3,8 pontos percentuais acima da variao do INCC -ndice Nacional de Custo da Construo (ABRAMAT; FGV, 2010);

    d ocupao profissional a mais de 10 milhes de trabalhadores, dos quais mais de 6,9milhes na atividade central de construo civil (2009); foi responsvel pela criao de 154mil novos postos de trabalho com carteira assinada em empresas construtoras, em 2008(ABRAMAT; FGV, 2010);

    recolheu aos cofres pblicos uma carga tributria de R$ 45,9 bilhes, correspondentes a 20,5%

    do PIB, dos quais R$ 27,6 bilhes oriundos atividade central de construo civil, em 2009(ABRAMAT; FGV, 2010);

    dficit habitacional e de infraestrutura: o dficithabitacional, em 2007, ultrapassava os 6,2milhes de moradias, sendo concentrado nos centros urbanos (82,6%) e nas populaes debaixa renda; quase 10,5 milhes de moradias apresentam deficincia nos servios deinfraestrutura, com destaque para a baixa cobertura de redes de esgoto (MINISTRIO DASCIDADES, 2009);

    impacto ambiental: os edifcios consomem entre 30 e 40% da energia primria mundial e aconstruo o setor que mais consome recursos (UNEP, 2007).

    4. Infraestrutura existente de Cincia e Tecnologia na rea de Tecnologia do AmbienteConstrudo e integrao entre academia e setor produtivo

    O Pas possui uma boa capacidade instalada em termos de infraestrutura de Cincia e Tecnologiana rea de Tecnologia do Ambiente Construdo. Existe uma associao cientfica consolidada, aAntac - Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente Construdo, que tem assento em frunssetoriais como o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP-H) do Ministrio dasCidades, programas de fomento a Cincia, Tecnologia e Inovao (C,T&I) da Finep-MCT,comits de normalizao da ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas, dentre outros.Esta Associao promove diversos eventos peridicos, possui dois peridicos cientficos e umabiblioteca virtual com cerca de 28.000 publicaes para download(Infohab).

    A comunidade acadmica da rea de construo caracteriza-se por ter uma forte interao comempresas da indstria da construo, incluindo empresas construtoras, rgos promotores efinanciadores de empreendimentos habitacionais e fabricantes de materiais, sindicatos eassociaes profissionais, muitos dos quais tm contribudo, embora de forma fragmentada, para ofinanciamento de estudos e pesquisas.

    Uma busca no portal da inovao do MCT com a expresso construo civil aponta para aexistncia de 5.825 especialistas, sendo que 2.792 possuem doutorado (2008). Ao todo, h cercade 50 programas de ps-graduao (mestrado e doutorado), distribudos nas vrias regies doPas, que atuam na rea da construo civil.

    Em que pese a capacidade instalada e a importncia da construo, os investimentos em C,T&Idirigidos a esta indstria so relativamente modestos, quando comparados com outras atividadesindustriais. O nico programa de financiamento pesquisa, existente entre 1995 e 2009, o

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    Programa de Tecnologia de Habitao (Habitare), coordenado pela Finep, investiu cerca de R$ 21milhes para pesquisas. Estes recursos impulsionaram a produo do conhecimento, colaboram

    com a introduo de inovaes e melhorias na indstria da construo. Foram financiados 116projetos de instituies de ensino e pesquisa de todo o Pas. A publicao Habitare: Resultadosde Impacto 1995-2007 uma mostra das contribuies alcanadas a partir destas pesquisas(FINEP, 2008).

    Mais recentemente, em 2009 e 2010, dois editais foram abertos pela Finep para as reas deSaneamento Ambiental e Habitao, com foco na rea social, ambos promovendo a criao deredes de instituies de pesquisa, e para os quais recursos significativos foram disponibilizados.No edital de 2009, na rea de Habitao, trs redes foram constitudas: Uso racional de gua eeficincia energtica em habitaes de interesse social (R$ 3,5 milhes), Tecnologias dainformao e comunicao aplicadas construo de habitaes de interesse social (R$ 2,5milhes) e Desenvolvimento de mtodos e metodologias para avaliao de desempenho detecnologias inovadoras no mbito do Sistema Nacional de Avaliao Tcnica (R$ 4,4 milhes).

    No edital de 2010, na rea de Habitao, trs novas redes foram constitudas: Tecnologias paraCanteiro de obras sustentvel de Habitaes de Interesse Social (HIS) (R$ 2,1 milhes),Desenvolvimento de tecnologias sociais para construo, recuperao, manuteno e usosustentvel de moradias, especialmente de interesse social, e para a reduo de riscos ambientais(R$ 6,5 milhes) e Desenvolvimento de um sistema integrador (software) para projeto eexecuo de sistemas construtivos em alvenaria coordenada modularmente (R$ 2,8 milhes).Infelizmente, dois outros temas constantes do edital no tiveram suas redes constitudas(Desenvolvimento de materiais e componentes ecoeficientes aplicados construohabitacional e Desenvolvimento de solues tecnolgicas para reabilitao de edifcios ociosos

    ou degradados, destinados ao uso habitacional no segmento de interesse social).As redes de ambos os editais esto em incio de trabalho ou ainda sendo contratadas, no havendoassim resultados das pesquisas realizadas.

    No obstante esse esforo, a construo no considerada uma das reas Estratgicas para aesde Pesquisa, Desenvolvimento e Inovao, estabelecidas pelo Plano de Ao de CinciaTecnologia e Inovao PACTI 2007-2010 (MCT, 2010).

    No mbito dos estados, as fundaes de amparo pesquisa financiam, com volumes distintos derecursos, projetos com temas na rea de Tecnologia do Ambiente Construdo. No entanto, nessescasos no h qualquer elemento integrador ou uma estratgia definida que oriente tais

    investimentos na rea, sendo os temas definidos pelos pesquisadores e suas instituies depesquisa.

    Algumas dessas fundaes possuem ainda linhas de financiamento de pesquisa e inovao paraempresas ou para estas quando associadas a instituies de pesquisa. Um exemplo so osProgramas de Apoio Pesquisa em Parceria para Inovao Tecnolgica - Programa de Apoio Pesquisa em Parceria para Inovao Tecnolgica (PITE) e Consrcios Setoriais para InovaoTecnolgica (ConSITec) , da Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo Fapesp.No entanto, aqui tambm no h elemento integrador ou uma estratgia orientadora para a rea deTecnologia do Ambiente Construdo.

    O MDIC, juntamente com a Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI, vem

    conduzindo o Projeto Agendas Tecnolgicas Setoriais, por meio de quatro projetos:

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    Materiais de construo avanados.

    Mdulos industrializados e componentes leves de materiais cimentcios de alto desempenho.

    Ampliar e fortalecer a rede laboratorial (servios tecnolgicos) e aumentar sua capilaridade.

    Estabelecer parmetros e critrios de referncia para a avaliao de sustentabilidade paraedificaes, incluindo a padronizao da informao tcnica de produto indicativas dodesempenho ambiental.

    Embora esses projetos estejam alinhados com proposta de poltica industrial para a construocivil - diviso construo de edifcios, que resultou de um processo de consulta s diferentespartes interessadas (FIESP, 2008), aqui tambm no h alinhamento com uma estratgia maisampla de C,T&I para a rea.

    O IBGE (2005) realizou uma pesquisa com o objetivo de fornecer informaes para a construode indicadores nacionais e regionais das atividades de inovao tecnolgica das empresasbrasileiras com 10 ou mais pessoas ocupadas. Teve como universo de investigao, alm dasatividades industriais, segmentos de alta intensidade tecnolgica dos servios - telecomunicaes,informtica e pesquisa e desenvolvimento. Os produtos usados na construo esto presentes emvrias atividades analisadas. Entretanto, este documento no apresenta um recorte setorial daindstria da construo.

    O Relatrio Final Executivo do Projeto Inovao Tecnolgica - PIT, conduzido sob a liderana daCBIC, aponta que:

    no se identifica nas pesquisas de universidades o desenvolvimento de novos conceitos

    de produtos que tenham integrao com a produo de mercado. (...) As inovaoorganizacionais, ainda em baixa escala de implantao, contam com a participao de

    algumas instituies de pesquisa. (...) No entanto, o levantamento das pesquisas em

    desenvolvimento (...) tem uma baixa incidncia de temas relacionados inovao ou

    transformao destes projetos de pesquisa em produtos e processos inovadores. (CBIC;NGI, 2009, p.36)

    O documento imputa esse distanciamento ao meio acadmico e aos agentes de produo:

    O rompimento das barreiras de entendimento dos agentes de produo com o meio depesquisa e desenvolvimento tecnolgico fundamental para que o investimento seja

    otimizado, mas sobretudo para que aquilo que efetivamente faz falta para a evoluo do

    setor quanto inovao entre na pauta do desenvolvimento tecnolgico no mbito dasuniversidades e institutos.

    O primeiro passo o efetivo conhecimento mtuo e a quebra de preconceitos existentes,

    pois em ambos os lados existe conhecimento gerado, com caractersticas prprias de cada

    um verdade, pois o conhecimento gerado pela experimentao prtica diferente do

    conhecimento cientfico gerado nos laboratrios e projetos de pesquisa, mas ambos tm

    valor para a evoluo da construo civil. (CBIC; NGI, 2009, p.37)

    Como soluo, o estudo prope uma srie de projetos de desenvolvimento necessrios promooda inovao na indstria da construo no Pas, dentre os quais o Projeto 7. Cincia e Tecnologiapara a Inovao na Construo, cuja coordenao ficou a cargo da Antac, e que tem por objetivos:

    1) Consolidao do roadmapde necessidades das empresas.

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    2) Realizao de workshoppara conhecimento mtuo;

    3) Estabelecimento de canal de comunicao, acompanhamento e difuso das pesquisas.

    O presente documento foi escrito para dar suporte a esse Projeto.

    5. Centros de Ps-graduao da rea de Tecnologia do Ambiente Construdo e principaislinhas de pesquisa

    Como apontado pelo O Relatrio Final Executivo do PIT, preciso melhor difundir a produoacadmica. Para colaborara nesse esforo, o Quadro 1 traz informaes sobre os principais centrosde ps-graduao da rea do ambiente construdo no Pas, com suas principais linhas de pesquisa,indicando o nvel de formao (mestrado profissional MP, mestrado, mestrado M ou mestradoe doutorado D).

    Quadro 1: Informaes sobre os principais centros de ps-graduao da rea do ambienteconstrudo no Pas, com seus nveis de formao (mestrado profissional MP, mestrado M oumestrado e doutorado - D) e suas principais linhas de pesquisa (Fonte: Internet; maro de 2010).

    Instituio Est. Curso Nvel Linhas

    IPT SPHabitao:Planejamento eTecnologia

    MPLinhas de pesquisa:Planejamento, Gesto e Projeto

    Tecnologia em Construo de Edifcios

    UEFS BAEngenhariaCivil eAmbiental

    M

    rea de concentrao: Materiais e EstruturasLinha de pesquisa:Materiais e componentes da construo: convencionais e

    inovaes

    UEL PREngenharia deEdificaes eSaneamento

    MLinha de pesquisa:Sistemas construtivos e Desempenho de Edificaes

    UEM PREngenhariaUrbana

    Mrea de concentrao: Infraestrutura e Sistemas UrbanosLinha de pesquisa:Infraestrutura e Sistemas Urbanos

    UFAM AMEngenhariaCivil

    Mrea de concentrao:Materiais e componentes de construo

    UFBA BAEngenhariaAmbiental

    Urbana

    Mrea de concentrao:Tecnologia e gesto da construo

    UFC CEEstruturas eConstruoCivil

    M

    rea de concentrao: Construo CivilLinhas de pesquisa:Gerenciamento de Empresas e Empreendimentos

    Habitao de Interesse Social

    UFES ESEngenhariaCivil

    M

    Linhas de pesquisa:Concretos e argamassas

    Durabilidade do concreto

    Gesto da Construo Civil e do ambiente construdo

    Materiais e processos construtivos

    Reciclagem e uso como materiais de construo

    UFF RJ EngenhariaCivil

    D rea de concentrao:

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    Tecnologia da construo

    UFF RJ Arquitetura eUrbanismo M

    Linhas de pesquisa:

    Planejamento e Gesto do EspaoProjeto, Produo e Gesto do Edifcio

    Espao Construdo e o Meio Ambiente

    UFG GOEngenhariaCivil

    MLinhas de pesquisa:Materiais de Construo Civil

    UFG GOGeotecnia eConstruoCivil

    M

    Linhas de pesquisa:Desempenho das Construes

    Processos Construtivos

    Tecnologias de Materiais e Componentes Construtivos

    UFJF MGAmbienteConstrudo

    MLinha de pesquisa:Produo, projeto e experincia do espao e suas relaes com as

    tecnologias digitais

    UFMG MGConstruoCivil

    M

    nfase: Materiais de construo civilMateriais cimentcios

    Materiais metlicos para construo civil

    Resduos como materiais de construo civil

    Gesto de empreendimentos de construo civil

    UFMT MTEngenharia deEdificaes eAmbiental

    M

    reas de concentrao:Construo civil (tecnologia de materiais, projetos e sistemasconstrutivos)

    Tecnologia ambiental (conforto ambiental e eficincia energtica egesto da gua e resduos para o meio urbano)

    UFPA PAEngenhariaCivil

    M

    rea de concentrao: Estruturas e Construo CivilLinhas de pesquisa:Estruturas

    Construo Civil e Materiais: gerenciamento e materiais deconstruo

    UFPB PBEngenhariaCivil

    Mrea de concentrao: Engenharia UrbanaLinha de pesquisa:Habitao

    UFPE PEEngenhariaCivil eAmbiental

    M

    rea de Concentrao: Estruturas e MateriaisLinha de pesquisa:Materiais e Componentes da Construo Civil

    UFPel RSArquitetura eUrbanismo

    M

    reas de Concentrao:Arquitetura, Patrimnio e Sistemas Urbanos

    Qualidade e Tecnologia do Ambiente ConstrudoLinha de pesquisa:Percepo e Avaliao do Ambiente Urbano pelo Usurio

    Conforto Ambiental e Eficincia Energtica no Desempenho doEspao Construdo

    Sustentabilidade do Ambiente Construdo

    UFPR PRConstruoCivil

    M

    reas de Concentrao:Ambiente ConstrudoGerenciamento

    Materiais de Construo

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    UFRGS RS EngenhariaCivil

    D

    Linhas de pesquisa:Desempenho do Ambiente Construdo e Sustentabilidade

    Desenvolvimento de Novos Materiais Geotcnicos e deConstruo

    Gesto e Economia da Construo

    Patologia e Recuperao de Estruturas e Construes

    Tecnologia de Materiais e Processos Construtivos

    UFRGS RS Arquitetura DLinha de pesquisa:Habitabilidade da edificao e da urbanizao

    UFRJ RJ Arquitetura D

    rea de Concentrao: Qualidade, Ambiente e PaisagemLinhas de pesquisa:Ambientes de sade

    Habitao e assentamentos humanos

    Sustentabilidade, conforto ambiental e eficincia energtica

    UFRJ RJEngenhariaUrbana

    MP

    rea de Concentrao: Engenharia UrbanaLinhas de pesquisa:Planejamento e Gesto Territorial

    Sistemas Urbanos

    Mtodos e Tcnicas

    UFRN RNArquitetura eUrbanismo

    D

    rea de Concentrao: Projeto, morfologia e conforto noambiente construdo

    Linhas de pesquisa:Projeto de Arquitetura

    Morfologia, Usos e Percepo do Ambiente

    Conforto ambiental e eficincia energtica

    UFSC SCEngenhariaCivil

    D

    rea de Concentrao: Construo CivilLinhas de pesquisa:Conforto Ambiental e Energia

    Materiais e Processos Construtivos

    UFSC SCArquitetura eUrbanismo

    D

    Linhas de Pesquisa:Mtodos e Tcnicas Aplicados ao Projeto em Arquitetura eUrbanismo

    Comportamento Ambiental do Espao Urbano e das Edificaes

    UFSCar SPConstruoCivil

    Mrea de concentrao:Sistemas construtivos de edificaes

    UFSCar SPEngenhariaUrbana

    D

    rea de concentrao:Estudos de Processos e Fenmenos Aplicados EngenhariaUrbana

    Gesto,Planejamento e Tecnologias Aplicados EngenhariaUrbana

    UFSM RSEngenhariaCivil

    M

    Linhas de pesquisa:Conforto Ambiental

    Materiais de Construo

    Patologia e Recuperao da Construo

    UFU MGEngenharia

    CivilM

    reas de concentrao:Engenharia Urbana e Estruturas eConstruo Civil

    Linhas de Pesquisa:

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    Materiais tradicionais, materiais reciclados e novos materiais

    Estrutura

    Planejamento e Infraestrutura Urbana

    UnB DFEstruturas eConstruoCivil

    D

    rea de concentrao: Estruturas e construo civilLinhas de pesquisa:Patologia, Recuperao, Manuteno e Reforo de Estruturas eEdificaes

    Sistemas Construtivos e Desempenho de Materiais

    Gesto, Qualidade e Sustentabilidade na Produo da Edificao

    UnB DFArquitetura eUrbanismo

    D

    rea de concentrao: Projeto e tecnologiaLinhas de pesquisa:Tecnologia

    Paisagem, ambiente e sustentabilidade

    Unicamp SPEngenhariaCivil

    D

    rea de Concentrao: Arquitetura e ConstruoLinhas de pesquisa:Conforto no Edifcio e na Cidade

    Gesto e Tecnologia do Ambiente ConstrudoMetodologia e Teoria do Projeto e da Cidade

    Unicap PEEngenhariaCivil

    MLinhas de pesquisa:Materiais de construo

    Tecnologia das construes

    Unisinos RSEngenhariaCivil

    MLinhas de pesquisa:Otimizao de processos para minimizao de resduos

    Reciclagem e disposio final de resduos

    UPE PEEngenhariaCivil

    MLinhas de pesquisa:Desempenho e Inovao Tecnolgica na Construo

    Gesto da Construo

    USP-EP SPEngenhariaCivil

    D

    reas de concentrao: Engenharia de Construo Civil eUrbana

    Especialidades:Engenharia de Sistemas Prediais

    Engenharia e Planejamento Urbanos

    Materiais e Componentes de Construo Civil

    Real Estate

    Tecnologia Computacional para Construo CivilTecnologia e Gesto da Produo na Construo Civil

    USP-FAU SPArquitetura eUrbanismo

    D

    reas de concentrao: Tecnologia da Arquitetura e Projeto daArquitetura

    Linhas de Pesquisa:Tecnologia da Construo

    Conforto, eficincia energtica e ergonomia

    Processo de produo da arquitetura e do urbanismo

    Produo da arquitetura

    Arquitetura e cidade

    Projeto de arquitetura: teoria e mtodo

    Planejamento Urbano e RegionalUSP-SC SP Arquitetura e D rea de concentrao: Arquitetura, urbanismo e tecnologia

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    Urbanismo Linhas de Pesquisa:Desenvolvimento e avaliao de produtos e processos no ambiente

    construdoConforto ambiental e eficincia energtica no edifcio e na cidade

    Inovaes tecnolgicas no edifcio e na cidade

    Polticas e projetos tecnolgicos no ambiente construdo

    UTFPR PREngenhariaCivil

    M

    rea de concentrao: construo civilLinhas de pesquisa:Materiais e sistemas estruturais

    Sistemas de produo

    A Figura 5 traz o mapa da localizao dessas instituies.

    Figura 5: Principais centros de ps-graduao da rea no Pas, nveis de formao (mestradoprofissional MP, mestrado M e mestrado e doutorado - D), em engenharia civil construo,em tecnologia da arquitetura (letra A) e em engenharia urbana (letras EU) (Fonte: Internet; maro

    de 2010).

    UFMG (M)

    UFPR (M)

    UFSCar (M)

    UFAM (M)

    UFG (M)

    UFU (M)

    UFPA (M)

    UFF (D)

    UFRGS (D)

    UFSM (M)

    Unisinos (M)

    UFSC (D)

    UFBA (M)

    UFC (M)

    UFMT (M)

    UNB (D)

    UFJF (MA)

    UFPel (MA)

    UFF (MA)

    UFRGS (DA)

    UFRJ (DA)

    UFRN (DA)

    UFSC (DA)

    UNB (DA)

    USP (DA)

    UEFS (M3)UPE (M)

    Unicap (M)

    UFPE (D)

    UFPB (M)

    UFES (M)

    Unicamp (D)

    IPT (MP)

    USP (D)

    UTFPR (M)

    USP SC (DA)

    UFSCar (DEU)

    UEL (M)

    UEM (MEU)

    UFRJ (MPEU)

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    As incidncias das principais linhas de pesquisa nos 41 diferentes centros analisados so:

    Desenvolvimento sustentvel 32 centros.

    Qualidade do projeto, desempenho e avaliao ps-ocupao 23 centros.

    Conforto ambiental e eficincia energtica 18 centros.

    Gesto e economia da construo 18 centros.

    Engenharia urbana e gesto habitacional 17 centros.

    Sistemas e processos construtivos 15 centros.

    Materiais de construo 11 centros.

    Patologia e durabilidade das construes 10 centros.

    Inovao tecnolgica 9 centros.

    Reaproveitamento de resduos na construo 7 centros.

    Tecnologia da Informao e Comunicao 6 centros.

    Tecnologia de sistemas prediais 5 centros.

    A anlise dessas informaes leva a algumas concluses:

    so diversos os centros de pesquisa com programas de ps-graduao na rea de Tecnologiado Ambiente Construdo; embora mais concentrados nas regies Sudeste e Sul, h razoveldistribuio dos centros pelo Pas; a concentrao maior para os programas de doutorado

    (Regies Sudeste e Sul); h uma grande diversidade de linhas de pesquisa relacionadas rea da Tecnologia do

    Ambiente Construdo sendo investigadas1; no caso de alguns temas, so poucos os centrosenvolvidos.

    As linhas de pesquisa investigadas tratam de problemas concretos da indstria da construo eso de interesse para os agentes pblicos e privados da cadeia produtiva.

    Nem todas as linhas de pesquisa foram destacadas, por no serem diretamente relacionadas rea, mas esto sendo igualmente realizadas investigaes sobre elas (ex.: estruturas,geotcnica, real estate, etc.).

    6. Principais linhas de pesquisa na rea de Tecnologia do Ambiente Construdo: centros depesquisa, temas pesquisados e perspectivas e principais desafios para os prximos cinco anos

    Para um conjunto definido de linhas de pesquisa apresentadas no Quadro 2, que correspondem aosGrupos de Trabalho da Associao Nacional de Tecnologia do Ambiente Construdo, apresenta-seum levantamento dos principais centros de pesquisa da rea temtica (de excelncia e

    Notar que temas da rea so tambm pesquisados em programas de ps-graduao correlatos, no repertoriados

    (urbanismo, gesto ambiental, etc.).

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    emergentes), linhas de pesquisa investigadas em cada um e as perspectivas e os principaisdesafios para cada rea para os prximos cinco anos (maro de 2010).

    Quadro 2: Conjunto de linhas de pesquisa analisadas.

    Linhas de pesquisa investigadas - Grupos de Trabalho da ANTAC

    Argamassa

    Conforto ambiental e eficincia energtica

    Desenvolvimento sustentvel

    Patologia e durabilidade das construes

    Gesto e economia da construo

    Engenharia urbana e gesto habitacional

    Qualidade do projeto, desempenho e avaliao ps-ocupao

    Reaproveitamento de resduos na construo

    Tecnologia de sistemas prediais

    Tecnologias e processos construtivos

    Tecnologia da Informao e Comunicao

    Os resultados mostram que a existncia de uma estratgia de conduo das pesquisas em cadalinha, apoiada por um Grupo de Trabalho especfico abrigado por uma entidade de pesquisadorescomo a Antac, pode em muito colaborar para a eficincia da aplicao dos recursos em pesquisa,sejam eles pblicos ou privados.

    6.1. Argamassa

    Os principais centros de pesquisa da rea temtica so (em ordem alfabtica): UFBA, UFES,UFG, UFJF, UFMG, UFPE, UFPR, UFRGS, UFSC, UnB, Unisinos e USP-EP.

    O centro de excelncia de destaque, particularmente devido a abordagem mais ampla, a USP-EP. Os demais grupos desenvolvem trabalhos de excelncia em temas pontuais. De um modogeral, os pesquisadores desses centros do assistncia tcnica a construtoras e fabricantes locais.

    A UFPR, a UFMG e a Unisinos podem ser consideradas como emergentes, formando agora umgrupo de estudos em argamassas.

    Os principais temas abordados so: ensaios de argamassas em geral, incluindo o estudo demateriais para argamassas (agregados naturais e alternativos, aglomerantes, materiais polimricose aditivos) e tcnicas de ensaios de desempenho, particularmente reologia. Em menor escala,patologia dos revestimentos, durabilidade, manuteno e restauro.

    Nos prximos cinco anos, as pesquisas devem evoluir para:

    ensaios in situ;

    correlao entre dados de laboratrio e de obra;

    formulao de argamassas incluindo aplicaes especficas;

    tcnicas de aplicao mecanizada;

    uniformizao de preparo de argamassas em obra;

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    projeto de revestimento, mapeamento das condies climticas regionais para adequao dosistema de revestimento ao ambiente;

    transferncia do conhecimento para a normalizao.

    tcnicas de caracterizao reolgica.

    H uma forte participao da indstria nas pesquisas da linha, que a mais focada de todas asaqui discutidas.

    6.2. Conforto ambiental e eficincia energtica

    Os centros de pesquisa consolidados ou em consolidao nessa rea so: UFSC, Unicamp,UFRGS, UFMG, UFRJ, USP-FAU e USP-SC, UNES-B, UFSCar, UnB, UFAL, UFRN, UFSM,UFPel, UFPR e UFMT. Os temas abordados, em geral, so os seguintes: conforto trmico,

    conforto acstico, conforto luminoso, desempenho trmico e acstico de edificaes, eficinciaenergtica em edificaes, bioclimatologia, clima urbano, simulao computacional, iluminaonatural e artificial e medio de propriedades trmicas e acsticas.

    Aes relacionadas eficincia energtica em edificaes vm sendo implementadas, atravs deparcerias Eletrobrs/Procel e Universidades, tendo como centro o Labee da UFSC. Comoresultado dessas aes foi lanado h dois anos, juntamente com o Instituto Nacional deMetrologia, Normalizao e Qualidade Industrial Inmetro, o Programa Nacional de Etiquetagemde Edificaes PNE para edifcios comerciais, de servios e pblicos. Em 2010, foi lanado oprograma para edifcios residenciais. Foi formada a Rede de Eficincia Energtica emEdificaes, atravs de convnio entre a Eletrobrs e a UFRN. Vrios laboratrios estoparticipando dessa rede, seja como multiplicadores, seja como acreditadores. Inicialmente o PNE voluntrio, mas pretende-se, nos prximos anos, transform-lo em obrigatrio. Essas aes vocontribuir significativamente para a reduo do consumo energtico, tanto para condicionamentode ar, quanto para iluminao artificial.

    Quanto s perspectivas e aos principais desafios para a rea nos prximos cinco anos, ela precisade recursos para pesquisas que objetivem melhorar a eficincia energtica de diferentes tipos deedificaes, seja atravs de levantamentos de campo, anlises tericas ou simulaescomputacionais. No entanto, para a consolidao deste tema, deveria haver incentivos para odesenvolvimento de um amplo projeto que englobasse diversas cidades do Pas, em que seadotasse uma metodologia nica para monitoramento de diferentes tipos de edificaes existentese levantamento de suas tipologias construtivas para avaliao do cenrio atual; a partir da,

    poderia se avaliar a adequao climtica dessas edificaes e estabelecer requisitos de projeto paradiferentes localidades do Brasil.

    Tambm deveriam ser incentivados trabalhos sobre conforto e desempenho trmico e acstico deedificaes, mtodos de laboratrio para determinao de propriedades trmicas e acsticas demateriais e componentes construtivos, bioclimatologia e iluminao, pois todos esses aspectosafetam direta ou indiretamente a eficincia energtica e a sustentabilidade das edificaes.Pesquisas relacionadas simulao computacional de edificaes e ao tratamento de dadosclimticos tambm deveriam ser incentivadas, bem como o acesso s informaes de estaesmeteorolgicas, nem sempre disponveis.

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    6.3. Desenvolvimento sustentvel

    Os principais centros de pesquisa da rea temtica so (em ordem alfabtica): UFES, UFPR,UFRGS, UFSC, UFSCar, Unicamp, USP-EP e USP-SC.

    Os principais centros de excelncia so a USP-EP, a UFES, a UFRGS e a UFSCar; os demais soemergentes, assim como o so: IFPR, UFPE, UFC, USP-FAU e INPA.

    Os temas abordados nos centros de excelncia so:

    na USP-EP: gesto de resduos de construo, gesto de guas e instalaes prediais, energia,gesto da construo e metodologias de avaliao e edificaes e comunidades sustentveis;

    na UFES: edificaes e comunidades sustentveis;

    na UFRGS: edificaes e comunidades sustentveis e engenharia urbana sustentvel;

    na UFSCar: sistemas construtivos no convencionais (madeira e construo em terra),incubao de cooperativas habitacionais e gesto de resduos urbanos slidos e lquidos.

    As perspectivas e os principais desafios para a rea nos prximos cinco anos so:

    uso do petrleo e de outros combustveis fsseis gradativamente se aproximando do pico depopulao mundial, por volta de 2050; esgotamento de recursos naturais contemporneosutilizados na construo; fome e misria disseminadas por todo o planeta; criminalidadecrescente para a sobrevivncia; obsolescncia em massa do estoque construdo estimadocom vida til entre 50 e 100 anos; esgotamento de aterros, de toda natureza;comprometimento crtico da qualidade da gua e escassez de gua; poluio do ar.

    Necessidade de se conscientizar os setores pblico e privado dos desafios e das oportunidadesda necessidade de se modificar as formas tradicionais de construo, em todas as escalas,adotando formas mais sustentveis.

    Necessidade de serem adotadas, em todas as instncias, vises mais holsticas e sistmicas emenos compartimentadas, o que pressupe um novo sistema de educao.

    Criao de uma cultura de formao para a sustentabilidade nas universidades brasileiras eque essas universidades implementem prticas demonstrativas.

    Criao de uma cultura de discusso de cenrios de mdio e longo prazo que considerem astransformaes devidas ao esgotamento dos recursos naturais.

    6.4. Patologia e durabilidade das construes

    Os principais centros de pesquisa da rea temtica so (em ordem alfabtica): FURG, Furnas,IFPB, IPT, ITA, Unicamp, UFG, UFPE, UFRGS, UFSC, UFSCar, UFSM, UnB e USP-EP.

    Todos so grupos bastante consolidados. No h destaque para um grupo emergente no tema.Doutores recentes foram formados em reas relativas durabilidade, mas esto sendoincorporados a grupos j existentes. No h destaque de nucleao recente.

    Existem 66 grupos de pesquisa CNPq relacionados com durabilidade das construes (ambienteconstrudo), mas a maior parte relacionada com concreto (durabilidade, alto desempenho,

    desempenho em diferentes ambientes) ou materiais de base cimento. O sub-grupo de durabilidadedo concreto o mais antigo e com maior nmero de pesquisas na rea. Os demais materiais e

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    sistemas esto dispersos pelas vrias universidades e institutos de pesquisa nacionais. Vriostemas de durabilidade so desenvolvidos pelos demais GT da Antac, dentro das especificidades de

    cada um; por exemplo, argamassas, onde a questo do desempenho do revestimento tema deinteresse.

    Na maior parte das Universidades e Institutos de Pesquisa relacionados, a questo principal caracterizar o comportamento de materiais e sistemas frente ao uso, em ensaios acelerados (ouno) em laboratrio de forma a selecionar melhores materiais para um determinado uso; ou entocaracterizar o comportamento de um material ou sistema frente a um determinado condicionantede durabilidade ou desempenho.

    Como destaque, cabe ressaltar:

    no ITA: a temtica de desenvolvimento de pesquisas tem como foco principal oestabelecimento de parmetros para estimativa de vida til e normalizao (regionalizada) decritrios de desempenho e durabilidade. Busca-se caracterizar a agressividade ambiental(gerao de mapas, em macro-escala) e estudos de microclima tambm. No h concentraosomente no concreto e estruturas de concreto, mas tambm em elementos de fachadas eoutros.

    Na USP-EP e no IPT so desenvolvidas pesquisas em biodeteriorao de materiais deconstruo.

    Na grande parte dos centros e universidades o foco so em materiais cimentcios, comdesenvolvimento de teses e seleo de materiais relacionados com revestimentos de basecimento ou ento concretos.

    A principal perspectiva para a rea nos prximos cinco anos assegurar a continuidade dedesenvolvimento de pesquisas nos centros, nas reas correlatas s j desenvolvidas atualmente.

    Os principais desafios so:

    maior integrao com a indstria, buscando levar o conhecimento relacionado comdurabilidade de materiais, especialmente os de base cimento, j adquiridos pelo meio tcnico= transferncia de tecnologia.

    Maior investimento por agncias de fomento e pela indstria em pesquisas de base, como paradesenvolvimento de parmetros que permitam normalizao, regionalizao de normalizaes,desenvolvimento e determinao de parmetros de desempenho = investimento em pesquisa

    bsica. Isso envolve conhecimento de parmetros, desenvolvimento de bancos de dados epesquisas multidisciplinares e de longa durao.

    Desenvolvimento de normas relacionadas com o tema: hoje se tem, no Brasil, poucas normasrelacionadas com o tema de forma a permitir estimativas de vida til ou avaliao de estado dedegradao. Mesmo com a norma de desempenho proposta, faltam metodologias e critrios deavaliao de desempenho e estimativa de vida til = maior integrao entre institutos depesquisa, universidades, centros, indstria e setores relacionados.

    Investimento em formao de pesquisadores em outros temas que no os j consolidados. Porexemplo, o grupo de pesquisas em durabilidade do concreto bastante grande e consolidado;no entanto faltam pesquisadores em outros temas, como desempenho de sistemas construtivos,

    comportamento em uso (ensaios de longa durao) e outros.

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    6.5. Gesto e economia da construo

    Os principais centros de pesquisa da rea temtica e os temas abordados em cada um so (por

    Regio do Pas):Regio Sudeste

    USP-EP - Linhas de Pesquisa:Real Estatee Tecnologia e gesto da produo -competitividade, qualidade e modernizao produtiva; gesto da produo; gesto deprojetos; e inovao e racionalizao nos processos construtivos.

    Unicamp - Linha de Pesquisa: Gesto e tecnologia do ambiente construdo sistemas degesto integrada; planejamento e controle da produo; planejamento econmico,financeiro e de riscos; tecnologia da informao e comunicao.

    UFF - Linhas de Pesquisa: Competitividade, conhecimento e inovao tecnolgica;

    Finanas e gesto do investimento; Gesto e estratgia de negcios; Gesto da informao;Logstica e cadeias de suprimento e; Modelagem no apoio deciso.

    Regio Sul

    UFSC Linha de Pesquisa: Materiais e processos construtivos avaliao edesenvolvimento de processos construtivos e gerenciamento de obras.

    UFRGS Linhas de Pesquisa: Aprendizagem organizacional; Gesto da produo; eGesto do processo de desenvolvimento de produto.

    Os centros de pesquisa em consolidao e os temas abordados em cada um so:

    Regio SudesteUFSCar Linhas de Pesquisa: Racionalizao, avaliao e gesto de processos e sistemasconstrutivos e; Sistemas estruturais e tecnologia de sistemas construtivos.

    UFES Linha de Pesquisa: Gesto da construo civil e do ambiente construdo.

    IPT Linhas de Pesquisa: Planejamento e gesto de empreendimentos habitacionais;Polticas habitacionais e gesto econmico-financeira de empreendimentos; Processos esistemas construtivos para edifcios; e Qualidade e desempenho nas construes.

    Regio Sul

    UFPR Linhas de Pesquisa: Gesto da produo na construo civil; Gesto de

    desenvolvimento de projetos; Planejamento estratgico, ttico e operacional; e Tecnologiada Informao para construo civil.

    UEL Linha de Pesquisa: Sistemas construtivos e desempenho de edificaes.

    Regio Centro-Oeste

    Nada consta.

    Regio Nordeste

    UPE Linhas de Pesquisa: Desempenho e inovao tecnolgica na construo; e Gestoda construo.

    UFC Linhas de Pesquisa: Gerenciamento de empresas e empreendimentos; e Habitaode interesse social.

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    Regio Norte

    UFPA Linha de Pesquisa: Construo civil e materiais.

    As perspectivas e os principais desafios para a rea nos prximos cinco anos relacionam-se aoincremento da pesquisa em reas ainda pouco investigadas:

    enfoques interorganizacionais: gesto da cadeia de suprimentos, arranjos contratuais, coalizoentre partes interessadas, reduo de oportunismo, etc.

    Gesto de pessoas: gesto de mudanas, gesto da segurana, desenvolvimento decompetncias, etc.

    Estudos quantitativos: anlise de impacto de mudanas, desempenho econmico daconstruo, etc.

    Tecnologia e sistemas de informao:BIM, prticas integradas, etc. Gesto de negcios: empreendedorismo, criao, percepo e entrega de valor.

    Globalizao na construo: mercados futuros, Impactos, etc.

    6.6. Engenharia urbana e gesto habitacional

    Os principais centros de pesquisa da rea temtica so os que possuem programas de ps-graduao no nvel de doutorado. So eles, com os principais temas abordados em cada um:

    USP-EP: Habitao e Gesto sustentvel urbana;

    USP-SC: Transporte urbano e Habitao.

    Os centros de pesquisa da rea temtica so os que possuem programas de ps-graduao no nvelde mestrado, cujos principais temas abordados so:

    UFPB: Habitao e Saneamento;

    UFU: Transporte urbano e Planejamento geoambiental;

    UPF: Gerenciamento de infraestrutura e meio ambiente;

    UFBA: Gesto sustentvel urbana;

    UEM: Infraestrutura e sistemas urbanos;

    UFPR: Gesto sustentvel urbana; UFRJ: Planejamento e gesto e sistemas urbanos.

    As perspectivas de temas para serem focados nos prximos cinco anos so:

    gesto habitacional: urbanizao de favelas, recuperao de cortios, conjuntos habitacionais ehabitao popular;

    gesto ambiental urbana: uso do solo, transportes urbanos, saneamento e sustentabilidadeurbana.

    6.7. Qualidade do projeto, desempenho e avaliao ps-ocupao

    Os principais centros de pesquisa na rea temtica e os principais temas que investigam so:

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    Unicamp : Mtodo de projeto, Avaliao ps-ocupao e Tecnologia da informao aplicadaao projeto;

    UFRJ: Avaliao ps-ocupao e Gesto do processo de projeto;

    UFRGS: Gesto do processo de projeto,Lean designe Avaliao ps-ocupao;

    USP-EP: Gesto do processo de projeto;

    USP-FAU: Avaliao ps-ocupao e Gesto do processo de projeto.

    J os centros de pesquisa emergentes na rea temtica e os principais temas que investigam so:

    UFMG: Gesto do processo de projeto e Tecnologia da informao aplicada ao projeto;

    UFPel: Avaliao ps-ocupao;

    UFRN: Avaliao ps-ocupao; UFSCar: Gesto do processo de projeto;

    USP-SC: Gesto do processo de projeto e Avaliao ps-ocupao.

    As perspectivas e os principais desafios para a rea nos prximos cinco anos so:

    dar visibilidade linha e s pesquisas desenvolvidas na temtica para as instituies defomento pesquisa, organismos governamentais e indstria de construo civil, em particular

    junto aos projetistas de arquitetura e engenharia;

    implementar redes de pesquisa entre os centros atuantes na rea;

    disseminar a temtica qualidade do projeto e nucleao de novos grupos de pesquisa em todoo territrio nacional;

    estabelecer intercmbios com centros de pesquisa internacionais.

    6.8. Reaproveitamento de resduos na construo

    Os principais centros de pesquisa na rea temtica, com exemplos dos temas que investigam, so:

    USP-EP: resduos de construo e demolio, pozolanas, escrias, fibras;

    UFSC: resduos de construo e demolio, resduos de rochas, pozolanas.

    Outros centros de pesquisa na rea temtica, com exemplos dos temas que investigam, so: UFRGS: resduos de construo e demolio, pozolanas, escrias, lodos, resduos da indstria

    caladista, resduos de vidro;

    Unisinos: resduos de construo e demolio, pozolanas, escrias, lodos, resduos daindstria cermica, resduos da indstria caladista, resduos polimricos;

    UEFS: resduos de construo e demolio, resduos de rochas, resduos da indstriacermica, resduos da indstria caladista;

    UFAL: resduos de construo e demolio, resduos de rochas;

    UFAM: resduos de construo e demolio, pozolanas, lodos, resduos da indstria cermica,resduos polimricos, resduos de vidro;

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    UFPR: resduos de construo e demolio, resduos da indstria cermica;

    UFPA: resduos de construo e demolio, pozolanas, escrias.

    Outros centros com pesquisas na rea so: UFMT, UFRJ, UFMG, UFES e UFU.

    O setor de construo civil um grande gerador de resduos, e simultaneamente possui grandepotencial para a reciclagem, em funo dos volumes de materiais envolvidos no processo deconstruo. Apesar destas caractersticas, no Brasil o gerenciamento de resduos da construocivil incipiente, no atendendo a demanda da sociedade por construes sustentveis. Sonecessrios estudos que garantam a reduo na gerao de resduos, a elaborao e a viabilizaode alternativas de reciclagem de resduos, evitando o consumo de matria prima no renovvel ediminuindo o impacto do descarte destes resduos, e tambm alternativas seguras para o descartefinal de resduos no reciclveis.

    Apesar da existncia de legislao especfica sobre o gerenciamento de resduos de construocivil, h grande dificuldade para sua implementao, principalmente em nvel municipal. Hcarncia de infraestrutura, de conhecimento tcnico especfico e de fiscalizao. A participaoda comunidade cientfica vem ocorrendo, em geral, de forma pouco articulada, destacando-seaes pontuais de grupos de pesquisa consolidados e potencialmente emergentes. Uma ao quevm gerando resultados promissores a articulao de projetos em rede de pesquisa, promovidapor rgos de fomento como a CAPES e a FINEP.

    Um dos maiores exemplos de sucesso na reciclagem para a construo civil o uso de pozolanasna fabricao de cimentos Portland, onde o Brasil se destaca em nvel mundial. Dentre outrosresduos com potencial para se tornarem coprodutos, o nico que j apresenta razovel maturidade

    o resduo de construo e demolio.Os principais desafios para os prximos anos so:

    propiciar a integrao dos grupos de pesquisa relacionados ao tema;

    implementar uma poltica para a gesto de resduos articulada entre o governo federal,municpios e sindicatos relacionados com a construo civil, preferencialmente com a aoconjunta da comunidade de pesquisa, que pode responsabilizar-se pelo apoio tecnolgiconecessrio;

    padronizar metodologias para a caracterizao de resduos e de componentes com materiaisreciclados, a serem adotadas pelos grupos de pesquisa afetos ao tema;

    desenvolver metodologias especficas para a avaliao da durabilidade de materiais ecomponentes que incorporem resduos;

    desenvolver metodologias para a avaliao do ciclo de vida de componentes com resduos,que permitam a tomada de deciso sobre alternativas de reciclagem sustentveis;

    estabelecer intercmbios com centros de pesquisa internacionais.

    6.9. Tecnologia de sistemas prediais

    Os principais centros de pesquisa na rea temtica, com exemplos dos temas que investigam, so:

    Unicamp: Avaliao de sustentabilidade; Hbitos de uso de gua em hospitais; Medio

    individualizada; Consumo de gua em escolas; Aproveitamento de gua pluvial; Patologias

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    em sistemas prediais hidrulicos e sanitrios; Reuso de gua cinza; Cobrana antecipada pelouso da gua.

    USP-EP: Hbitos de uso de gua em edificaes residenciais; Programa de uso racional dagua; Avaliao de sustentabilidade; Medio individualizada; Consumo de gua em escolas.

    UFSCar: Consumo de gua em escolas; Patologias em sistemas prediais hidrulicos esanitrios; Tratamento local de efluentes sanitrios; Interfaces dos sistemas prediaishidrulicos e sanitrios; Prognstico da quantidade de mo de obra para execuo de sistemas;Aproveitamento de gua pluvial.

    UFBA: Aproveitamento de gua pluvial; Programa de uso racional da gua.

    PUC-C: Especificao de pontos de luz em projetos de iluminao; Alocao tima deeletrodutos em projetos; Controle de perda de diversidade de aparelhos de ar-condicionado;

    Automao predial. UFPR: Programa de uso racional da gua; Qualidade de gua pluvial e gua cinza; Impactos

    em ETAs e ETEs.

    IPT: Anlise preliminar de perigo em sistemas prediais de esgoto; Sistemas de descarga debacias sanitrias.

    UPF: Aproveitamento de gua pluvial; Programa de uso racional da gua.

    UFG: Reuso de gua; Cobrana antecipada pelo uso da gua; Tratamento de esgoto in loco;Reuso de esgoto; Aproveitamento de gua pluvial.

    J os centros de pesquisa emergentes na rea temtica, com exemplos dos temas que investigam,so:

    UNESP-B: Gesto em sistema de iluminao; Avaliao de sistema de iluminao.

    UFES: Gerenciamento de esgoto.

    UFRGS: Programa de uso racional da gua; Medio individualizada.

    UFSC: Consumo de gua em escritrios.

    UDESC: Sustentabilidade ambiental.

    UNESP-RC: Aproveitamento de gua pluvial.

    UFP: Aproveitamento de gua pluvial.

    UFMG: Programa de uso racional da gua.

    UFRJ: Programa de uso racional da gua.

    As perspectivas e os principais desafios para a rea nos prximos cinco anos so:

    Conhecer mais profundamente os sistemas de medio individualizada, em particular osregimes de vazes que acontecem nos mesmos.

    Aprofundar o conhecimento do sistema de aproveitamento de gua pluvial, tornando-o maisprtico de ser implantado e mais seguro em relao qualidade da gua.

    Definir parmetros de sustentabilidade em edificaes relacionados aos sistemas prediaisa.

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    Aperfeioar a eficincia energtica no uso de aquecimento de gua.

    Aperfeioar e desenvolver componentes visando o uso racional da gua.

    6.10. Tecnologias e processos construtivos

    Os principais centros de pesquisa na rea temtica e os principais temas que investigam, emordem alfabtica, so:

    IPT: avaliao de desempenho, racionalizao, otimizao e aprovao tcnica decomponentes e sistemas construtivos (sistemas em chapas de gesso acartonado; sistemas emao; sistemas em concreto, painis pr-fabricados).

    UFG: tecnologia dos processos e sistemas construtivos em alvenaria e em pr-moldados deconcreto.

    UFMG: estruturas de concreto armado e protendido, metlicas e de madeira.

    UFRGS: anlise experimental (concreto, ao, alvenaria estrutural), blocos cermicos etecnologias de processos construtivos racionalizados.

    UFSC: alvenaria estrutural, revestimentos cermicos e processos construtivos.

    UFSCar: sistemas construtivos de concreto armado e protendido, construes metlicas emistas, pr-fabricados e alvenaria estrutural.

    UnB: anlise experimental e estruturas, patologia, manuteno e reforo de estruturas eedificaes, sistemas construtivos e desempenho de materiais.

    UFBA: tecnologia dos materiais e componentes. USP-EP: racionalizao de processos construtivos e desenvolvimento de novas tecnologias

    construtivas no processo de produo de edifcios, incluindo os processos construtivos emalvenaria estrutural.

    USP-SC: estruturas (concreto, alvenaria, metlica) e desenvolvimento e avaliao de produtose processos.

    Todas essas instituies tm laboratrios de estruturas ou construo, porm destaca-se quenenhuma tem o nvel de infraestrutura desejvel, comparvel a instituies de pesquisa de pasesconsiderados desenvolvidos. Para avaliao de sistemas construtivos, os laboratrios de destaque

    so os do IPT e da UFG (com apoio de Furnas), e tambm os da USP-EP, UFSCar, UFSC eUFRGS.

    Os temas de pesquisa so usualmente abordados conforme o sistema construtivo: em alvenariaestrutural, pr-moldados de concreto, construo metlica e mista, concreto armado e protendido.H hoje consenso em todos os sistemas sobre a necessidade de coordenao modular e introduodo conceito de industrializao aberta, alm de crescente preocupao com sistemas de elevadaprodutividade, mais sustentveis e de correto desempenho.

    Nos prximos dez anos, as pesquisas devem evoluir para:

    consolidao na norma de desempenho e das inovaes tecnolgicas no mbito do SINAT -Sistema Nacional de Aprovaes Tcnicas do PBQP-H;

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    implementao efetiva da coordenao modular, propondo alternativas de intervenogovernamental para se criar um efeito de escala no setor;

    aumento significativo de inovaes tecnolgicas de processos e sistemas construtivos, visandoa reduo de mo-de-obra, aumento da produtividade e do desempenho agregado;

    aumento de produtividade, mecanizao e uso crescente de sistemas secos, como em fachadaspr-fabricadas, sistemas com junta a seco, porm ainda com espao para sistemas moldadosno local racionalizados, como paredes de concreto (de diferentes tipos) com formasincorporadas ou no;

    implantao efetiva da industrializao aberta;

    implantao de processos e sistemas construtivos mais sustentveis e de melhor desempenho eevolvendo processos de execuo mais limpos;

    desenvolvimento, organizao e difuso de ferramentas para ensaios em laboratrios e virtuias(de controle e de anlise de desempenho).

    Deve-se destacar que parte dessas idias no so novas, fazem parte do ideal do desenvolvimentotecnolgico h algumas dcadas (cerca de 30 anos). Falta organizao e coordenao, tantogovernamental, quanto pelo lado empresarial e acadmico, para implement-las.

    H uma cerca inquietao de parte da academia sobre a necessidade de reconhecimentoacadmico de pesquisadores e instituies que desenvolvem tecnologias e processos construtivosespecficos para a Construo brasileira. Essas pesquisas muitas vezes no tm projeointernacional, mas permitem um grande desenvolvimento do setor no Pas.

    6.11. Tecnologia da Informao e Comunicao

    Os principais centros de pesquisa na rea temtica e os principais temas que investigam so:

    USP-EP:BIM - Building Information Modeling(Organizao de informao da construo),Simulao, CFD- Mecnica dos Fluidos Computacionais,Realidade Virtual,Extranets, CAD- Computer Aided Design, Educao Distnciae CAFM - Computer Aided Facility

    Management.

    UFPR: Sistemas de Informao, CAD4D, Ambientes Colaborativos,BIMe Educao Distncia.

    UFF: Sistemas de classificao,BIM, Sistemas de Gerenciamento e Ontologias. Unicamp: Projeto colaborativo, Interoperabilidade, Realidade Virtual,BIM, Sistemas

    Generativos e Prototipao Rpida.

    J os centros de pesquisa emergentes na rea temtica e os principais temas que investigam so:

    UFBA: CAD,Laser Scanning, Fotogrametria Digital eBIM.

    Unochapec: Sistemas de gerenciamento, SIG - Sistema de Informao Gerencial eInteroperabilidade.

    Mackenzie: Sistemas Generativos e Prototipao Rpida.

    UFRGS: Simulao.

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    UnB: Prototipagem Rpida, Fabricao Digital e Simulao computacional.

    Quanto s perspectivas para a rea nos prximos cinco anos, com os recentes fenmenos do

    aquecimento da construo civil, tm surgido na indstria da construo empresas de grande porteinvestindo em tecnologias da informao. Ao mesmo tempo, o mercado finalmente est sentindo anecessidade de recorrer aos recursos das TIC para solucionar problemas ligados eficincia deseus processos e escassez de mo de obra. A procura a tecnologias como oBIM(Building

    Information Modeling) ou Organizao de informao da construo crescente, assim como asistemasERPe Sistemas de Gerenciamento de Projetos na web.

    Com a abertura dos empresrios da indstria da construo s novas tecnologias, as perspectivasdesta rea de pesquisa so bastante promissoras. As principais incorporadoras e construtorasnacionais esto desenvolvendo projetos ou pilotos envolvendoBIMe vrias tmERPimplantados. Esto abertos editais de agncias de fomento direcionados rea de TIC para a

    construo e os principais fabricantes de softwareparaAEC - Architecture, Engineering andConstructiontm disponveis programas educacionais e de pesquisa atraentes. Tm surgidoalguns grupos emergentes e os de excelncia trabalham cooperativamente, ligados em redes depesquisa. J h uma norma da ABNT voltada ao BIM, indicando o interesse da sociedade e dogoverno pela rea.

    O conceitoBIMtem o poder de fomentar a demanda por uma grande variedade de tecnologias,pois a disponibilidade de modelos digitais 3D do edifcio facilita e viabiliza o uso de, porexemplo, simulaes computacionais (energticas, ventilao, etc.), planejamento 4D,oramentao automtica, visualizao interativa, gerenciamento de facilidades auxiliado porcomputador, etc.

    As questes da sustentabilidade e a recente norma de desempenho impulsionam enormemente ademanda por ferramentas que permitam, ainda na fase de projeto, otimizar os projetosarquitetnicos e de sistemas prediais, de forma integrada, fazendo com que pesquisadores deoutras reas voltem-se s TIC na busca de solues.

    Dadas as perspectivas atuais, os principais desafios de pesquisa para a rea no futuro so ligados alevar para o mercado as tecnologias que h muito tempo so desenvolvidas na academia,adaptando-as adequadamente. O conceitoBIMtraz consigo inmeras promessas de benefcios.Para que se realizem, necessrio superar obstculos ligados padronizao (sistemas declassificao, bibliotecas de componentes, etc.), interoperabilidade (formatos de arquivos) e degesto do empreendimento no contexto das novas tecnologias. Problemas ligados ao tamanho dos

    modelos (e recursos computacionais associados) tambm devem ser alvo de investigao paraviabilizar seu uso mais intenso na indstria da construo. Outro subtema o ligado a anlises esimulaes, que precisam ser mais rpidas e precisas e abranger vrios aspectos simultaneamente,alm de ter seu uso facilitado para o usurio final.

    7. Desafios e gargalos para o desenvolvimento de C,T&I na rea de Tecnologia do AmbienteConstrudo

    Os desafios e gargalos identificados neste documento para o desenvolvimento de C,T&I na reade Tecnologia do Ambiente Construdo complementam os levantados no item anterior e estofortemente alinhados com o Mapa Estratgico da Indstria elaborado pela CNI Confederao

    Nacional da Indstria (2007). As propostas foram divididas em quatro grandes itens, conformesegue: impacto social, modernizao industrial, ambiente de inovao e impacto ambiental.

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    Percebe-se uma grande convergncia entre os desafios colocados e os temas das redes dos editaisda Finep anteriormente citados.

    7.1. Impacto social

    A indstria da construo tem o potencial de contribuir para a insero social da populao debaixa renda, principalmente atravs do processo de proviso de moradias.

    Desafio 1: Contribuir para a insero social da populao de baixa renda atravs da realizaode programas integrados

    A proviso habitacional deve envolver no somente a construo de habitaes einfraestrutura, mas tambm a realizao de aes de gerao de emprego e renda,desenvolvimento comunitrio, entre outras.

    Gargalos:Dificuldades no gerenciamento de programas e projetos integrados, que envolvaminvestimentos em obras e tambm a realizao de projetos sociais, dada a suacomplexidade e a necessidade de integrar o trabalho de muitos agentes pblicos eprivados.

    Baixa eficincia das aes de carter social, incluindo a gerao de emprego e renda,melhoria da segurana e desenvolvimento comunitrio.

    Desafio 2: Trazer para o mercado formal trabalhadores e pequenas empresas de servios

    A insero social pode tambm ser alcanada atravs da insero no mercado formal de

    trabalhadores e de pequenas empresas de prestao de servios, que atuampredominantemente no mercado informal e que devem ser formalizadas.

    Gargalos:

    Falta de qualificao da mo de obra e de micro e pequenos empresrios.

    Inexistncia de mecanismos de apoio e induo ao desenvolvimento de pequenas empresasde prestao de servios de construo.

    Desafio 3: Melhorar as condies de trabalho nos canteiros de obras

    Existe a necessidade de melhorar as condies de segurana e sade do trabalho, tornandoo ambiente da construo mais atraente e propcio para a realizao de atividades com

    melhor desempenho.Gargalos:

    Falta de qualificao dos profissionais da construo quanto a modernos conceitos eprticas de gesto da segurana.

    Ausncia de viso preventiva dos sistemas de gesto da segurana quanto ocorrncia deacidentes.

    Baixo envolvimento de empresas construtoras e projetistas na busca pelas melhorescondies de trabalho.

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    7.2. Modernizao industrial

    Deve-se buscar transformar a atividade de construo, que predominantemente artesanal, em umprocesso industrial de melhor desempenho em termos de eficincia, qualidade e condies detrabalho.

    Desafio 4: Desenvolver sistemas industrializados abertos

    O processo de construo deve se desenvolver no sentido de se tornar uma atividade demontagem de componentes com alto valor agregado. Com isto, uma parte das atividadesnormalmente realizadas nos canteiros de obras pode ser transferida para ambientes fabris,nos quais se pode obter maior eficincia e condies de trabalho mais adequadas.

    Gargalos:

    Atraso no desenvolvimento de tecnologias de open buildingadaptadas realidadebrasileira, envolvendo colaborao de vrios agentes da cadeia, incluindo indstriasfabricantes de materiais e componentes e empresas construtoras.

    Baixa disseminao dos conceitos e prticas de coordenao modular.

    Falta de ferramentas de tecnologia da informao para suporte ao projeto, manufatura emontagem de sistemas e componentes construtivos, incluindo BIM (Building Information

    Modellingou Organizao de informao da construo), modelagem computacional em4D, sensores,RFId(Radio Frequency Identification), entre outros.

    Baixo nvel de desenvolvimento de novas competncias entre os profissionais daconstruo para se adaptarem s mudanas requeridas pela industrializao aberta.

    Desafio 5: Melhorar a qualidade dos empreendimentos de construo

    Em que pese muitos avanos ocorridos nas ltimas dcadas em termos de melhoria daqualidade, existe ainda uma necessidade muito grande de melhorar a qualidade dosempreendimentos de construo, particularmente no segmento habitacional de baixa rendae nas obras pblicas. Neste contexto, considera-se que a qualidade tem um carter multi-dimensional da qualidade, devendo ser enfatizadas aquelas dimenses que so maisimportantes do ponto de vista dos usurios finais dos empreendimentos, tais comoconformidade, confiabilidade, durabilidade e satisfao.

    Gargalos:

    Baixo nvel de desenvolvimento de documentao tcnica detalhada, tais como prticasrecomendadas ou cdigos de prticas.

    Baixo nvel de avaliao sistemtica de programas e empreendimentos de construo,particularmente nos setores de habitao de baixa renda e obras pblicas, de forma amelhorar a retroalimentao de futuros investimentos.

    Baixo nvel de desenvolvimento e de disseminao de mtodos e tcnicas de captao eprocessamento de requisitos dos clientes.

    Baixo nvel de consolidao e aperfeioamento da tecnologia de projeto baseada emdesempenho e da avaliao de desempenho, em especial durabilidade.

    Insuficincia da normalizao tcnica e combate restrito no conformidade de materiais,principalmente nas cadeias produtivas menos organizadas.

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    Falta de informaes detalhadas e facilmente disponveis para apoiar as decises deprojetos, tais como dados climticos, desempenho de componentes, etc.

    Falta de capacitao profissional tanto no que se refere a conhecimentos gerenciais comotcnicos.

    7.3. Criao um ambiente adequado para o desenvolvimento de inovaes tecnolgicas

    A indstria da construo tida como bastante conservadora em relao introduo deinovaes. No Brasil, este problema se deve principalmente falta de articulao das suas cadeiasde suprimentos e falta de mecanismos eficazes de apoio ao desenvolvimento de inovaes.

    Desafio 6 Consolidar grupos de Pesquisa e sua infraestrutura laboratorial

    Em que pese o tamanho relativamente grande da comunidade acadmica na rea de

    construo, existe a necessidade de agregar os esforos de seus agentes em redes e projetosde pesquisa maiores, com viso de longo prazo e com objetivos mais ambiciosos.

    Gargalos:

    Baixo nvel de colaborao entre os centros de pesquisa e a indstria em redes e projetosde pesquisa de mais longo prazo e com objetivos mais ambiciosos.

    Infraestrutura laboratorial inadequada para pesquisa e desenvolvimento inovadores emmateriais de construo, componentes e sistemas construtivos.

    Baixo nvel de insero internacional dos grupos de pesquisa, tanto no mbito latino-americano, como em relao a centros de pesquisa de ponta de pases desenvolvidos.

    Desafio 7 Criar mecanismos que apiem a introduo de inovaes no mercado

    Considerando o fato de que as suas cadeias produtivas so desarticuladas e que o eloprincipal da indstria da construo constitudo por um grande nmero de pequenasempresas construtoras, existe a necessidade de mecanismos setoriais que induzam eapiem a introduo de inovaes no mercado. No passado, ocorreram muitas iniciativasmal sucedidas de introduo de novos materiais e sistemas construtivos, que tornaram aindstria da construo e, particularmente os usurios finais, ainda mais resistentes sinovaes.

    A principal iniciativa de apoio inovao tecnolgica na indstria da construo oSistema Nacional de Avaliao Tcnica (SINAT), concebido no mbito do PBQP-H, que

    se encontra nos seus estgios inicias de implementao. Este sistema visa a dar suporte operacionalizao de um conjunto de procedimentos reconhecido por toda a cadeiaprodutiva da construo, com o objetivo de avaliar novos produtos utilizados nosprocessos de construo. Busca-se a harmonizao de procedimentos para a avaliao denovos produtos para a construo, quando no existem normas tcnicas prescritivasespecficas aplicveis ao produto. Assim, o SINAT supre, provisoriamente, lacunas danormalizao tcnica prescritiva (PBQP-H, 2008).

    Gargalos:

    Infraestrutura laboratorial inadequada para pesquisa e desenvolvimento inovadores emmateriais de construo, componentes e sistemas construtivos.

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    Baixo nvel de colaborao entre os centros de pesquisa e a indstria em atividades depesquisa e desenvolvimento de novos materiais e componentes em projetos de pesquisa de

    mais longo prazo.Falta de capacitao de profissionais e empresas em conceitos e metodologias relacionadasao processo de desenvolvimento de novos produtos.

    7.4. Reduo do impacto ambiental da indstria da construo

    A atividade de construo causa muitos impactos ambientais, colaborando decisivamente para asmudanas climticas e escassez de energia e gua. Alm disso, necessrio adequar o ambienteconstrudo e as cidades aos efeitos inevitveis das mudanas climticas, como chuvas torrenciais,ventos mais intensos que os histricos e secas prolongadas.

    Desafio 8 Aumentar a eficincia energtica dos edifcios

    O consumo de energia eltrica em edificaes totalizou, em 2006, 45% do total Brasileiro.As residncias consomem 22% e os edifcios pblicos e comerciais consomem 23%. Oconsumo de energia em sistemas de condicionamento tem crescido muito devido ao baixodesempenho trmico do que vem sendo construdo. Considerando o impacto da gerao deenergia nas mudanas climticas e que o desenvolvimento do Pas vem aumentandoconstantemente o consumo de energia, preciso aumentar a eficincia energtica nasedificaes novas e existentes e pensar em um futuro com edifcios gerando mais energiado que consumindo.

    Gargalos

    Baixo desempenho trmico dos edifcios construdos.Baixa eficincia do aquecimento solar de gua.

    Baixa capacitao em simulao de consumo de energia de edificaes e de edificaesnaturalmente ventiladas.

    Baixos nveis de eficincia energtica de equipamentos de condicionamento de ar frenteaos nveis internacionais.

    Falta de adaptao do conceito deZero Energy Buildings realidade brasileira.

    Elevado custo de gerao local de energia.

    No desenvolvimento do conceito de analise de custo de energia no ciclo de vida deedificaes.

    Desafio 9 Desenvolver o uso racional e a conservao de gua

    Uma parcela significativa da gua tratada consumida nos edifcios. Melhorias emprojeto, construo e operao (incluindo conscientizao dos usurios) so capazes depropiciar grande reduo no consumo de gua, independentemente da tipologia de edifcioconsiderada. O emprego de fontes alternativas de gua em edificaes com sistema degesto adequado, para usos no potveis, tambm representa um potencial de reduo doconsumo de gua potvel.

    Gargalos

    Baixa presena da medio individualizada em edifcios multifamiliares.

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    Ausncia de sistemas de gesto de facilidades adequados a pequenos edifcios, em especialda tipologia residencial.

    Baixo conhecimento sobre o nvel de segurana da operao de sistemas de fontesalternativas de gua, tendo em vista a garantia da sua qualidade.

    Baixo desempenho do sistema de esgoto sanitrio em funo da reduo das vazes degua pelo emprego de tecnologias poupadoras de gua.

    Desafio 10 Desenvolver materiais e componentes ecoeficientes

    Existe a necessidade de desenvolver materiais e componentes que tenham um bomdesempenho em termos de impacto ambiental, considerando as diferenas regionais.

    Gargalos

    Falta de consolidao de grupos e implantao de infraestrutura (inventrio do ciclo devida) para suporte deciso por anlise do ciclo de vida.

    Baixo nvel de utilizao de resduos, inclusive da construo, como matria prima para aproduo de materiais.

    Elevado nvel de consumo de materiais, pelo baixo nvel de oferta de sistemas construtivosleves e de materiais de baixa massa especfica.

    Ausncia de tcnicas e metodologias para uso sustentvel da madeira.

    Baixo conhecimento na rea de durabilidade de sistemas construtivos, com exceo doconcreto e ao.

    Baixo nvel de desenvolvimento de tcnicas para reduo de emisses de gases do efeitoestufa em produtos.

    Desafio 11 Aumentar a ecoeficincia dos canteiros de obras

    As atividades nos canteiros de obras geram muitos resduos, principalmente nas atividadesde carter tradicional. Este problema decorre, principalmente, de projetos inadequados,falhas na gesto da produo e inadequada integrao da cadeia de suprimentos.

    Gargalos:

    Inadequao das prticas de gesto da produo, principalmente no que se refere logstica de canteiros de obras e controle da produo.

    Falta de integrao da cadeia de suprimentos, envolvendo as cadeias diretas e reversas.

    Baixo nvel de racionalizao das tecnologias de produo visando reduo de seusimpactos socioambientais (economia de recursos, diminuio de emisses, melhoria dascondies de trabalho, etc.).

    Baixo nvel de conhecimento sobre os impactos e incmodos causados pelos canteiros deobras.

    Desafio 12 Desenvolver tecnologia de manuteno e reforma (retrofit)

    Dada a crescente importncia do mercado de manuteno e reformae da grandequantidade de resduos por ele gerados, existe a necessidade de introduzir inovaes na suarealizao.

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    Gargalos:

    Falta de legislaes municipais adequadas.

    Falta de componentes e solues tcnicas adequados a manuteno e reformas.

    Ausncia de protocolos para diagnstico das caractersticas de desempenho relevantes doparque construdo existente.

    Desafio 13 - Planejar, projetar, construir e operar cidades ambientalmente mais sustentveis

    A populao urbana tem crescido no pas e as cidades no tm conseguido abrigar deforma adequada este contingente de pessoas que as procuram em busca de oportunidadesde trabalho, servios e melhor qualidade de vida. Em futuro prximo alguns aspectosproblemticos das cidades de hoje se tornaro ainda mais preocupantes como a questo damobilidade e sua infraestrutura, saneamento e resduos slidos, habitao e drenagem.

    Todas estas questes devero ser enfrentadas de maneira sistmica e integrada,incorporando aspectos de sustentabilidade tanto ambiental como econmica e social.

    Gargalos:

    Insuficincia do nvel conhecimento tcnico a respeito das formas de atuao sistmica eintegrada na gesto de nossas cidades.

    Equipes tcnicas pouco capacitadas e com conhecimento desatualizado.

    Inadequao das atuais legislaes e normativas urbansticas para o enfrentamento dosproblemas ambientais das cidades brasileiras.

    8. Sntese e propostas

    As principais idias trazidas pelo documento so:

    a indstria da construo envolve um amplo espectro de agentes, estando as empresasconstrutoras e os empreendedores pblicos e privados, contratantes que investem seu capitalna produo, no seu centro.

    A indstria da construo cumpre um importante papel para o desenvolvimento social,econmico e ambiental do Pas.

    O Pas possui boa capacidade instalada em termos de infraestrutura de cincia e tecnologia na

    rea de Tecnologia do Ambiente Construdo, confirmada pela existncia de: uma associaocientfica consolidada; quase seis mil especialistas na rea, sendo que metade possuemdoutorado (2008); cerca de 40 programas de ps-graduao (mestrado e doutorado) na rea.

    Os investimentos federais em pesquisa cresceram significativamente nos ltimos dois anos,com foco na rea social (Saneamento Ambiental e Habitao), e redes de pesquisa foramconstitudas.

    A construo no foi considerada uma das reas Estratgicas para aes de Pesquisa,Desenvolvimento e Inovao, estabelecidas pelo Plano de Ao de Cincia Tecnologia eInovao PACTI para o quadrinio 2007-2010; esforos devem ser feitos para reverter asituao para o prximo quadrinio.

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    No mbito dos estados, as fundaes de amparo pesquisa financiam projetos com temas narea de Tecnologia do Ambiente Construdo, mas sem que haja elemento integrador ou uma

    estratgia definida que oriente tais investimentos na rea. Relatrio Final Executivo do Projeto Inovao Tecnolgica, conduzido sob a liderana da

    CBIC, aponta um distanciamento entre o meio acadmico e os agentes de produo, e propeiniciativa que consolide as necessidades das empresas e aproxime as partes e que estabeleacanal de comunicao, acompanhamento e difuso das pesquisas.

    Levantamento feito dos programas de ps-graduao da rea do ambiente construdo, emengenharia civil e em tecnologia da arquitetura e reas correlatas, mostra a diversidade decentros e uma razovel distribuio dos mesmos pelo Pas e aponta que os temas pesquisadostratam de problemas concretos e so de interesse.

    As linhas de pesquisa presentes no maior nmero de centros de ps-graduao e cuja produocientfica no binio 2008-2010 foram as mais marcantes so: Desenvolvimento sustentvel;Qualidade do projeto, desempenho e avaliao ps-ocupao; Conforto ambiental e eficinciaenergtica; e Gesto e economia da construo.

    Anlise mais detalhadas sobre determinadas linhas de pesquisa mostra que a existncia deuma estratgia de conduo das pesquisas em cada uma, apoiada por um Grupo de Trabalhoespecfico abrigado por uma entidade de pesquisadores como a Antac, pode em muitocolaborar para a eficincia da aplicao dos recursos em pesquisa.

    Foram propostos 13 desafios para a indstria da construo: Desafio 1: Contribuir para ainsero social da populao de baixa renda atravs da realizao de programas integrados;

    Desafio 2: Trazer para o mercado formal trabalhadores e pequenas empresas de servios ;Desafio 3: Melhorar as condies de trabalho nos canteiros de obras; Desafio 4: Desenvolversistemas industrializados abertos ; Desafio 5: Melhorar a qualidade dos empreendimentos deconstruo ; Desafio 6 Consolidar grupos de Pesquisa e sua infraestrutura laboratorial;Desafio 7 Criar mecanismos que apiem a introduo de inovaes no mercado; Desafio 8 Aumentar a eficincia energtica dos edifcios; Desafio 9 Desenvolver o uso racional e aconservao de gua; Desafio 10 Desenvolver materiais e componentes ecoeficientes;Desafio 11 Aumentar a ecoeficincia dos canteiros de obras; Desafio 12 Desenvolvertecnologia de manuteno e reforma (retrofit); Desafio 13 - Planejar, projetar, construir eoperar cidades ambientalmente mais sustentveis.

    Parte dessas constataes j foram apresentadas em fruns do setor, com destaque para oWorkshopIntegrao Universidade-Empresa para a Inovao na Construo, promovido pelaCBIC e pela Antac, no mbito do Projeto Inovao Tecnolgica na Construo (PIT), realizado noSindicato da Indstria da Construo Civil do Estado de So Paulo -SindusCon-SP, em maio2010, e que teve a presena de cerca de 70 convidados.

    As propostas do Projeto 7. Cincia e Tecnologia para a Inovao na Construo do PIT precisamter continuidade no que se refere a:

    estabelecimento, por parte dos agentes do setor privado e suas empresas, de suas necessidadese prioridades em termos de C,T&I.

    Maior aproximao, de forma sistmica e integrada e em escala nacional, entre os centros de

    pesquisa e os agentes do setor privado e suas empresas, com queda dos preconceitos aindaexistentes.

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    Estabelecimento de mecanismos de comunicao e difuso (aperfeioamento do Infohab, porexemplo).

    A consequncia mais direta de tudo isso ser o estabelecimento de linhas prioritrias de pesquisa.Duas questes de colocam sobre as necessidades de estabelecimento para a rea de Tecnologia doAmbiente Construdo:

    de uma poltica de C,T&I, que oriente as aes conduzidas pelas diversas partes envolvidas;

    de mecanismo permanente de recursos para C,T&I via a criao de um Fundo Setorial.

    8.1. Estabelecimento de poltica de C,T&I para a rea de Tecnologia do AmbienteConstrudo

    Como foi mostrado, a indstria da construo e a rea de Tecnologia do Ambiente Construdo so

    fundamentais ao desenvolvimento econmico do Pas, ao bem-estar da sua populao e sustentabilidade ambiental. A inovao tecnolgica elemento essencial para o atendimentodesses objetivos.

    Embora muitas iniciativas venham sendo conduzidas em C,T&I na rea, por agentes pblicos eprivados, nos ambientas acadmico, empresarial e governamental, no h um alinhamento dasmesmas. Tampouco, salvo nos anos recentes, elas vm sendo contempladas na devida medidapelas aes pblicas de fomento C,T&I.

    A falta de uma poltica consensual da cadeia produtiva de C,T&I para a indstria da construo a principal causa disso, j que, embora havendo recursos, eles no tm atingido as empresas e oscentros de pesquisa.

    Visando estabelecer prioridades estratgicas para as aes de fomento C,T&I, prope-se umaao nesse sentido, envolvendo os diferentes agentes interessados, cujo objetivo seja definir umapoltica setorial que seja expressa por:

    programas de fomento ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico e formulao de projetosde C,T&I;

    temas prioritrios para C,T&I na rea, em um horizonte de tempo de 10 a 15 anos;

    diretrizes de apoio tomada de deciso quanto a investimentos em inovao por parte dasempresas e entidades do setor.

    Essa iniciativa poder, eventualmente, levar criao de Fundo Setorial especfico. Ela deveenvolver, obrigatoriamente, academia, poder pblico e agentes privados, com o comprometimentode todos.

    A proposta no deve prejudicar as iniciativas em curso ou a serem propostas (CBIC/PIT,Finep/MCT, MDIC/ABDI, etc.), mas sim ajudar a realiz-las e aprimor-las.

    Prope-se aproveitar as mobilizaes setoriais possibilitadas pelas redes Finep (ver item 4) pararealizar seminrios especficos, ao longo de 2011, para discutir temas e prioridades de C,T&I,segundo a seguinte organizao:

    Subgrupo Concepo (redes Finep Uso racional de gua e eficincia energtica em HIS e

    Desenvolvimento de mtodos e metodologias para avaliao de desempenho de tecnologiasinovadoras no mbito do Sinat) reas temticas:

  • 7/24/2019 Plano Estratgico Antac PIT 27 Setembro 2011

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    o Desenvolvimento sustentvel, Patologia e durabilidade das construes, Engenhariaurbana e gesto habitacional, Conforto ambiental e eficincia energtica, Tecnologia

    de sistemas prediais, Materiais de construo e Qualidade do projeto (produto). Subgrupo TIC (rede Finep Tecnologias da informao e comunicao aplicadas construo

    de HIS) rea temtica: Tecnologia da Informao e Comunicao.

    Subgrupo Execuo (redes Finep Desenvolvimento de um sistema integrador (software) paraprojeto e execuo de sistemas construtivos em alvenaria coordenada modularmente eTecnologias para Canteiro de obras sustentvel de HIS reas temticas:

    o Gesto e economia da construo, Inovao tecnolgica, Sistemas e processosconstrutivos e Qualidade do projeto (processo).

    Subgrupo Uso e operao (redes Finep Uso racional de gua e eficincia energtica em HIS

    e Desenvolvimento de mtodos e metodologias para avaliao de desempenho de tecnologiasinovadoras no mbito do Sinat) reas temticas:

    o Conforto ambiental e eficincia energtica, Sistemas prediais e Desempenho eAvaliao ps-ocupao.

    Somente aps as discusses possibilitadas pelos seminrios que se passar formulao deproposta de estratgia para a consolidao de uma poltica de C,T&I na rea de Tecnologia doAmbiente Construdo.

    fundamental pensar-se na criao de mecanismo de acompanhamento e difuso das pesquisas.

    8.2. Estabelecimento de mecanismo permanente de recursos para C,T&I via a criao de umFundo Setorial de C&T para a rea de Tecnologia do Ambiente Construdo

    Segundo o site do Ministrio da Cincia e Tecnologia - MCT:

    Os Fundos Setoriais de Cincia e Tecnologia, criados a partir de 1999, so instrumentosde financiamento de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovao no Pas. H 16

    Fundos Setoriais, sendo 14 relativos a setores especficos e dois transversais. Destes, um

    voltado interao universidade-empresa (FVA Fundo Verde-Amarelo), enquanto o

    outro destinado a apoiar a melhoria da infra-estrutura de ICTs (Infra-estrutura).

    As receitas dos Fundos so oriundas de contribuies incidentes sobre o resultado da

    explorao de recursos naturais pertencentes Unio, parcelas do Imposto sobre

    Produtos Industrializados de certos setores e de Contribuio de Interveno no Domnio

    Econmico (CIDE) incidente sobre os valores que remuneram o uso ou aquisio de

    conhecimentos tecnolgicos/transferncia de tecnologia do exterior.

    Com exceo do Fundo para o Desenvolvimento Tecnolgico das Telecomunicaes

    (FUNTTEL), gerido pelo Ministrio das Comunicaes, os recursos dos demais Fundos

    so alocados no FNDCT e administrados pela FINEP, como sua Secretaria Executiva. Os

    Fundos Setoriais foram criados na perspectiva de serem fontes complementares de

    recursos para financiar o desenvolvimento de setores estratgicos para o Pas. (...)

    Desde sua implementao nos anos recentes, os Fundos Setoriais tm se constitudo no

    principal instrumento