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PLANO ESTRATÉGICO PARA O FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016 PR-01195

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PR-01195

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Sumário executivo

Reconhecendo a importância do empreendedorismo na promoção da inovação e da

competitividade, o Governo Regional dos Açores tem vindo a implementar nos últimos anos

um conjunto de iniciativas orientadas para o fomento da actividade empreendedora.

Com o intuito de estabelecer uma base de informação rigorosa e abrangente sobre a

situação actual da actividade empreendedora na Região, a Secretaria Regional da Economia

do Governo Regional dos Açores apoiou, em 2010, a realização do estudo GEM Açores

20101.

Resultante de uma parceria entre o Centro de Empreendedorismo da Universidade dos

Açores e a SPI Ventures, o GEM Açores 2010 permitiu a aplicação na Região da metodologia

padronizada definida pelo GEM. É de destacar a realização de uma sondagem à população

adulta abrangendo um universo de 1.000 indivíduos e a realização de entrevistas a 37

especialistas ligados ao empreendedorismo nos Açores. Deste modo, foi possível identificar

de forma precisa os principais factores que fomentam ou travam as dinâmicas

empreendedoras nos Açores2.

Com um conjunto de acções diversificadas no terreno, o Governo Regional dos Açores,

através das Secretarias Regionais da Ciência, Tecnologia e Equipamentos (SRCTE) e da

Economia (SRE), por proposta da Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações

(DRCTC) e da Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (DRAIC)

decidiu, em 2009, avançar para o desenvolvimento de uma Estratégia para o

Empreendedorismo e a Inovação nos Açores e para a criação de um Business Innovation

Centre. Para tal, em Julho de 2010, foi formalmente constituído um Grupo de Trabalho,

coordenado pelo Director Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações (Eng. Paulo

Menezes) e pelo Director Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (Dr.

Arnaldo Machado), sendo chefe do projecto o Prof. José Azevedo (SRCTE). O Grupo de

Trabalho integra ainda representantes da DRCTC (Dr.ª Teresa Ferreira e Dr. Jorge Pereira,

inicialmente na DRAIC), da DRAIC (Dr. Paulo Carreiro) e das Direcções Regionais da Educação

e Formação (Dr.ª Margarida Quinteiro), do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do

Consumidor (Dr. Filipe Brum) e da Juventude (Dr.ª Margarida Alves e Dr.ª Débora Pavão).

1 O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é o maior estudo sobre empreendedorismo realizado a

nível mundial. Foi realizado pela primeira vez em 1999, fruto de uma iniciativa conjunta do Babson

College (Estados Unidos da América) e da London Business School (Reino Unido).

2 Mais informação sobre o GEM Açores 2010 encontra-se disponível em: www.spi.pt/GEMacores/

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De forma a apoiar a elaboração do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo

na Região Autónoma dos Açores, foram contratados os serviços da SPI Açores, empresa de

consultadoria com sede em Ponta Delgada.

Através das suas ligações à Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), a SPI Açores combina

uma clara percepção das realidades locais com as competências e experiência adquiridas

pela SPI a nível nacional e internacional, permitindo à empresa apresentar soluções

inovadoras, com um elevado grau de exequibilidade.

Com a elaboração do Plano Estratégico pretende-se dotar a Região de um instrumento que

permita, de uma forma informada e organizada, agir sobre os principais factores

estruturantes para o estímulo da actividade empreendedora.

A metodologia associada à elaboração do Plano Estratégico para o Fomento do

Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores contemplou a concretização de cinco

Fases:

- Fase 1: Realização do diagnóstico regional no âmbito do empreendedorismo;

- Fase 2: Realização de estudos de caso;

- Fase 3: Definição de linhas de orientação estratégica;

- Fase 4: Elaboração do Plano de Acção;

- Fase 5: Elaboração do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na

Região Autónoma dos Açores.

A metodologia adoptada pretendeu assegurar que o desenvolvimento dos trabalhos se

constituísse como um processo mobilizador, dinâmico e de proximidade. Neste sentido,

foram realizados “mergulhos no território” para conhecimento in loco das iniciativas no

terreno e foram promovidas entrevistas e reuniões com diferentes tipos de interlocutores

que, actuando em diferentes quadrantes, contribuíram activamente para o enriquecimento

do trabalho, potenciando a inclusão de uma visão multifacetada das realidades.

Procurou-se também, sempre que possível, ilustrar a estratégia proposta e os consequentes

projectos estruturantes com exemplos de casos diversificados, que pudessem constituir-se

como fontes inspiradoras para as actividades que se pretendem desenvolver. Neste âmbito

foram analisadas as iniciativas: Programa EXIST - Start-Ups de Base Universitária (Alemanha),

Programa Start-Up Chile (Chile), Programa UniEmprende da Universidade de Santiago de

Compostela (Espanha), Programa RuralEES da Federação Canária de Desenvolvimento Rural

(Espanha), Babson College (EUA) e ParcBIT - Parque Balear de Inovação Tecnológica

(Espanha).

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Tendo em conta que a análise das realidades relacionadas com o empreendedorismo

contempla inúmeros aspectos específicos, pareceu oportuno definir um conjunto limitado

de vectores de análise que os permitissem clusterizar. Tendo como base o conceito de

Ecossistema do Empreendedorismo desenvolvido pelo Babson College (Babson

Entrepreneurship Ecosystem Project-BEEP, 2010), a aproximação metodológica adoptada

considerou seis grandes domínios estruturantes:

- Capital humano: em que são analisados aspectos como a taxa de crescimento

populacional, a estrutura etária da população e as suas qualificações;

- Empresas e mercados: em que é analisado o dinamismo empresarial local, os

principais sectores, os canais de distribuição preferenciais, a abertura do mercado a

novas empresas, entre outros;

- Apoio financeiro: onde é feita uma análise da facilidade de acesso dos

empreendedores a capital financeiro e se identificam os principais recursos

disponíveis, incluindo aspectos como o microcrédito ou o capital de risco;

- Cultura empreendedora: onde se analisam as normas sociais vigentes, no que se

relaciona com a atitude perante o empreendedor ou a tolerância ao risco;

- Infra-estruturas e serviços de apoio: em que são identificados e analisados os apoios

ao empreendedorismo existentes na Região, onde se incluem, entre outros, espaços

de incubação de empresas, gabinetes de apoio, serviços de consultadoria, etc.;

- Políticas e programas: em que se considera o envolvimento político na temática do

empreendedorismo e a forma como esse envolvimento se traduz em programas de

apoio concretos.

Note-se que as análises efectuadas têm por base um conjunto de conceitos fundamentais

associados à temática do empreendedorismo, que se apresentam, de forma sistematizada,

no início deste documento.

Deste modo, e com base numa análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities,

Threats), que pretendeu sistematizar os resultados das restantes análises realizadas, foi

possível destacar, no ecossistema do empreendedorismo da Região Autónoma dos Açores,

os seguintes aspectos:

- Pontos fortes: População jovem; Vantagens competitivas em sectores específicos;

Disponibilidade de apoios governamentais orientados para o empreendedorismo;

Diversidade de iniciativas de promoção da cultura empreendedora; e Dinamização

de diferentes iniciativas visando a criação de Parques de Ciência e Tecnologia;

- Áreas de Melhoria: Baixo nível de formação da população; Reduzida dimensão (e

fragmentação) do mercado local; Reduzido dinamismo do tecido socioeconómico;

Baixa cultura de empreendedorismo; e Reduzido valor acrescentado dos serviços de

apoio ao empreendedorismo;

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- Oportunidades: Relação histórica com EUA e Canadá; e Características geográficas,

biológicas e mesmo socioeconómicas específicas;

- Ameaças: Debilidades económicas do País; e Concorrência de outras regiões.

Assim, com base na análise do panorama actual, das diferentes realidades existentes e das

diferentes iniciativas já a decorrer no terreno, foi possível avançar com a definição da

estratégia para o fomento do empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores.

A definição desta estratégia pressupôs a explicitação de uma Visão, correspondente ao

cenário prospectivo que se pretende alcançar.

Em 2020, a Região Autónoma dos Açores será reconhecida, a nível nacional e

internacional, por um ecossistema particularmente favorável ao

empreendedorismo numa região insular e ultraperiférica.

Assumindo esta Visão como o quadro de referência estratégico, que permite orientar a

elaboração dos níveis de definição estratégica subsequentes, foi possível avançar com a

definição de uma Missão.

Os actores do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, onde se incluem

o Governo Regional, as Autarquias Locais, a Universidade, as Escolas, as

Empresas e a sociedade civil, deverão intervir de forma concertada nos seus

diferentes domínios de actuação para fomentar a actividade empreendedora

na Região e maximizar os resultados socioeconómicos daí decorrentes.

Enquadradas pela Visão e pela Missão, foram detalhadas Linhas de Orientação Estratégica,

alinhadas com os diferentes domínios estruturantes dos ecossistemas de

empreendedorismo. Estas Linhas pretendem fornecer pistas sobre o caminho a percorrer e

provocar reflexões sobre a estratégia:

- Capital humano: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá contribuir

activamente para o aumento das qualificações dos recursos humanos da Região e

para a atracção e fixação de empreendedores qualificados;

- Empresas e mercados: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá

contribuir activamente para o aproveitamento de oportunidades económicas

existentes na Região e para facilitar o acesso das empresas aos mercados externos;

- Apoio financeiro: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá

apresentar um conjunto alargado e coerente de instrumentos de financiamento, que

se adeqúem às diferentes necessidades dos empreendedores e sejam facilmente

acessíveis.

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- Cultura empreendedora: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá

fomentar e valorizar a iniciativa, o risco, a criatividade e a inovação e promover a

tolerância ao insucesso entre a população da Região;

- Infra-estruturas e serviços de apoio: O ecossistema do empreendedorismo dos

Açores deverá estar dotado de um conjunto limitado de infra-estruturas e serviços

de apoio de referência, acessíveis aos empreendedores, que facilite a instalação das

empresas e cubra, de uma forma integrada, as suas necessidades tangíveis e

intangíveis;

- Políticas e Programas: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá ser

considerado uma prioridade política regional, reflectida num enquadramento

regulatório e institucional favorável ao fomento da actividade empreendedora.

- Deverá também estar dotado de um conjunto coerente de programas de apoio, que

se adaptem às diferentes necessidades dos projectos inovadores e sejam facilmente

acessíveis.

No sentido de materializar a estratégia definida, importará não só identificar novas

propostas de actuação, mas também considerar as iniciativas já no terreno, que serão

merecedoras de continuidade. A este respeito, no âmbito deste Plano Estratégico,

considera-se relevante reunir condições para assegurar a continuação e o amadurecimento

das iniciativas: Programa Educação Empreendedora, Centro de Empreendedorismo da UAc,

Concurso Regional de Empreendedorismo, Parque Tecnológico Nonagon, Rede de

Gabinetes do Empreendedor, Rede Prestige Azores, Empreende Jovem, Regime de Apoio ao

Microcrédito Bancário e Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos

Açores.

No que concerne à definição de novas iniciativas a desenvolver no âmbito deste Plano,

importa que estas permitam a concretização da estratégia de um modo transversal aos

diferentes domínios definidos. A carteira de projectos proposta tenta dar resposta às

diferentes necessidades identificadas em fase de diagnóstico, assim como aproveitar os

pontos fortes e oportunidades aí apontados.

- START-UP AZORES: Implementação de programa internacional de atracção de

empreendedores qualificados;

- EMPREENDE AÇORES: Implementação de programa de formação-acção para

fomento do empreendedorismo relacionado com os produtos endógenos dos

Açores;

- INCUBA AÇORES: Estabelecimento da incubadora de empresas de referência nos

Açores;

- BIC AZORES: Estabelecimento de um Business Innovation Centre nos Açores;

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- OBSERVATÓRIO DO EMPREENDEDORISMO: Implementação de estrutura de

monitorização da evolução do ecossistema do empreendedorismo dos Açores;

- AZORES ANGELS: Criação de uma rede de Business Angels nos Açores;

- ENTERPRISE AZORES: Implementação de programa de promoção da visibilidade

externa do ecossistema do empreendedorismo dos Açores.

Para a materialização deste Plano, propõe-se a definição de um enquadramento normativo

adequado, estabelecido através de diploma legal, que permita considerar as diferentes

iniciativas de promoção do empreendedorismo, em curso e previstas, promovidas por

diferentes tipos de entidades. Este enquadramento poderá, com vantagem, consubstanciar-

se na definição de um Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo, cujas condições de

acesso e respectivas regras gerais de atribuição sejam objecto de decreto regulamentar

regional próprio.

No âmbito da elaboração deste Plano, é proposta uma estruturação para o Sistema de

Incentivos em Eixos, Medidas e Tipologias de apoio alinhados com a Estratégia de

intervenção definida. Deste modo, os “Eixos” estarão alinhados com as Linhas de Orientação

estratégica preconizadas, da mesma forma em que as “Medidas” deverão cobrir de uma

forma abrangente os objectivos estratégicos estabelecidos e as “Tipologias de apoio”

deverão procurar abranger as diferentes iniciativas, propostas ou existentes, a levar a cabo

para implementação deste Plano. Assim, o Sistema de Incentivos proposto prevê a existência

de quatro eixos (três considerados estruturantes e um de assistência técnica), oito medidas

e quinze tipologias de apoio.

O Sistema de Incentivos foi desenhado por forma a prever a sua abertura à participação dos

diferentes actores do ecossistema do empreendedorismo da Região, permitindo o seu

envolvimento de forma activa na materialização deste Plano. Procura-se assim optimizar a

utilização dos recursos públicos na consecução dos objectivos definidos.

Independentemente da definição, ou não, do quadro normativo e do Sistema de Incentivos,

a implementação do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na Região

Autónoma dos Açores deve ser monitorizada em permanência. No sentido de

operacionalizar a estratégia, implementar os mecanismos de monitorização e fazer o

necessário acompanhamento, é proposta a criação de uma estrutura de gestão que permita

uma forte articulação entre os vários órgãos de Governo e o envolvimento da sociedade nas

diferentes vertentes da implementação do Plano. Sugere-se assim que esta estrutura venha

a apresentar a seguinte configuração:

- Coordenação Executiva: Órgão responsável pela coordenação do Plano. Composição

a indicar pelo Governo Regional. Deverá ser suportado pelo Grupo de Trabalho;

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- Grupo de Trabalho: Órgão executivo responsável pela implementação do Plano

Estratégico, em particular pela dinamização dos projectos definidos. Poderá ter

como base o Grupo de Trabalho responsável pelo acompanhamento do presente

trabalho;

- Conselho Regional para o Empreendedorismo: Órgão com carácter consultivo.

Deverá envolver membros do Governo Regional e personalidades reconhecidas do

mundo empresarial e académico. Sugere-se que possa ser presidido pelo Presidente

do Governo Regional. Este Conselho será particularmente importante no

acompanhamento estratégico do Plano e na avaliação da evolução do ecossistema

empreendedor da Região.

Por fim, no âmbito deste Plano é proposto um conjunto de indicadores que irá permitir, por

um lado, monitorizar a respectiva implementação e, paralelamente, avaliar o seu impacto no

ecossistema do empreendedorismo da Região Autónoma dos Açores.

A SPI Açores

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Agradecimentos

Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e entidades que, generosamente, se

disponibilizaram para a discussão de temas relevantes para a elaboração deste trabalho,

contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade. Não queremos

deixar de destacar, entre outros, os contributos de:

Duarte Vieira (Morfose), Eduardo Braga (Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada),

Emanuel Silva (SeaExpert), Fátima Amorim (PRORURAL), Flávio Tiago (Knowledge2Business),

Gui Menezes (Fishmetrics), Hélder Fialho (Azores Parque), Helvídio Barcelos (AçorCarnes),

Henrique Ramos (SeaExpert), João Crispim (Centro de Empreendedorismo da Universidade

dos Açores), João Santos (NextEnergy), João Soares Albergaria (Go4theGlobe), João Sousa

(Operative Mind Technologies), José Sousa (Operative Mind Technologies), Luís Rocha

(Observatório do Emprego e Formação Profissional), Nuno Martins (Associação de

Municípios da Região Autónoma dos Açores), Octávio Melo (PROPESCAS), Paulo Carreiro

(Rede de Gabinetes do Empreendedor), Pedro Freire (GeoFun), Rui Amann

(PROCONVERGENCIA), Sandro Paim (Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo).

A SPI Açores

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Índice

Sumário executivo ..................................................................................................................... ii

Principais conceitos utilizados ................................................................................................. xiv

1. REALIDADES ACTUAIS .........................................................................................................1

1.1. Capital humano ..............................................................................................................4

1.2. Empresas e mercados .....................................................................................................7

1.3. Apoio financeiro .......................................................................................................... 11

1.4. Cultura empreendedora .............................................................................................. 13

1.5. Infra-estruturas e serviços de apoio ............................................................................ 18

1.6. Políticas e programas .................................................................................................. 23

2. ANÁLISE SWOT ................................................................................................................ 28

2.1. Pontos Fortes ............................................................................................................... 30

2.2. Áreas de Melhoria ....................................................................................................... 31

2.3. Oportunidades ............................................................................................................. 33

2.4. Ameaças ...................................................................................................................... 34

3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS ......................................................................................... 35

3.1. Visão e Missão ............................................................................................................. 37

3.2. Linhas de Orientação Estratégica e Objectivos ........................................................... 38

3.2.1. Capital humano ............................................................................................................ 38

3.2.2. Empresas e mercados ................................................................................................... 39

3.2.3. Apoio financeiro ........................................................................................................... 40

3.2.4. Cultura empreendedora ............................................................................................... 41

3.2.5. Infra-estruturas e serviços de apoio ............................................................................. 42

3.2.6. Políticas e programas ................................................................................................... 43

4. PLANO DE ACÇÃO ............................................................................................................ 45

4.1. Principais iniciativas a manter ..................................................................................... 47

4.2. Propostas de acção ...................................................................................................... 49

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4.2.1. Projecto 1. Start-Up Azores .......................................................................................... 51

4.2.2. Projecto 2. Empreende Açores ...................................................................................... 57

4.2.3. Projecto 3. Incuba Açores ............................................................................................. 62

4.2.4. Projecto 4. BIC Azores ................................................................................................... 67

4.2.5. Projecto 5. Observatório do Empreendedorismo ......................................................... 72

4.2.6. Projecto 6. Azores Angels ............................................................................................. 77

4.2.7. Projecto 7. Enterprise Azores ........................................................................................ 82

4.3. Síntese ......................................................................................................................... 87

5. MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E GESTÃO ......................... 91

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 100

ANEXO – ESTUDOS DE CASO ................................................................................................. 104

Estudo de caso 1 – EXIST ....................................................................................................... 105

Estudo de caso 2 – Start-up Chile .......................................................................................... 110

Estudo de caso 3 – UNIEMPRENDE ....................................................................................... 115

Estudo de caso 4 – FEDERCAN ............................................................................................... 121

Estudo de caso 5 – Babson College ....................................................................................... 127

Estudo de caso 6 – ParcBIT .................................................................................................... 134

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Índice de Figuras

Figura 1. Domínios de análise de um ecossistema do empreendedorismo. ..............................2

Figura 2. Estrutura etária da população residente, Açores e Portugal, 2011. ...........................4

Figura 3. Proporção da população com nível de ensino completado, por região portuguesa,

2011. ...........................................................................................................................................5

Figura 4. Taxas de retenção nos 1º, 2º e 3º ciclos ensino básico, Açores e Portugal, 2009-

2010. ...........................................................................................................................................6

Figura 5. PIB per capita, Açores e Portugal, 2000-2009. ............................................................7

Figura 6. VAB por sector de actividade, Açores e Portugal, 2008. .............................................7

Figura 7. Evolução da balança comercial nos Açores, 2004-2009. .............................................8

Figura 8. Taxa de desemprego trimestral, Açores e Portugal, 2010 - 2011. ..............................8

Figura 9. Expectativas de emprego dos alunos da UAc / Sector onde gostariam de trabalhar,

2010-2011. ............................................................................................................................... 13

Figura 10. Análise SWOT. ......................................................................................................... 29

Figura 11. Níveis de definição da estratégia. ........................................................................... 36

Figura 12. Quadrantes orientadores da estratégia. ................................................................ 46

Figura 13. Posicionamento dos diferentes domínios do ecossistema do empreendedorismo

nos quadrantes orientadores da estratégia. ........................................................................... 47

Figura 14. Relação entre as fases de crescimento das novas empresas e as necessidades de

capital. ..................................................................................................................................... 77

Figura 15. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível das infra-estruturas e serviços de

apoio. ....................................................................................................................................... 87

Figura 16. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do financiamento da actividade

empreendedora. ...................................................................................................................... 88

Figura 17. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do fomento da Cultura

empreendedora. ...................................................................................................................... 88

Figura 18. Principais relações a estabelecer entre o Start-up Chile e outras iniciativas. ........ 89

Figura 19. Representação esquemática das principais iniciativas consideradas no Plano

Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo. ............................................................. 90

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Índice de Tabelas

Tabela 1. Indicadores demográficos das empresas, Açores e Portugal, 2009. ..........................9

Tabela 2. Indicadores das empresas, Açores e Portugal, 2009. .............................................. 10

Tabela 3. Síntese da proposta de Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo. ................. 93

Tabela 4. Relação entre as iniciativas propostas e existentes e as tipologias de apoio

previstas no Sistema de Incentivos proposto. ......................................................................... 94

Tabela 5. Principais indicadores de acompanhamento do Plano. ........................................... 96

Tabela 6. Principais indicadores de evolução do ecossistema do empreendedorismo na

Região Autónoma dos Açores ................................................................................................. 97

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Principais conceitos utilizados

Business angel: investidor que realiza investimentos em oportunidades nascentes (tipo

start-up ou early stage). Para além de aportar capacidade financeira, também contribui com

a sua experiência e network de negócios. (Associação Portuguesa de Business Angels, 2011).

Capital de risco: também conhecido pela designação em inglês “venture capital”. É um

investimento associado a elevados níveis de risco, realizado por investidores individuais ou

institucionais, por um prazo limitado. O Capital de risco participa directamente no capital

social das empresas, apoiando a sua gestão e tentando optimizar ao máximo o seu sucesso,

uma vez que o seu investimento está dependente dos resultados obtidos. (Guia Prático do

Capital de Risco, IAPMEI / APCRI, 2006).

Capital semente: também conhecido pela designação em inglês “seed capital”. Corresponde

geralmente a um pequeno montante, dirigido a projectos empresariais em fase de projecto

e desenvolvimento, antes mesmo da instalação do negócio, envolvendo muitas vezes o

apoio a estudos de mercado para determinar a viabilidade de um produto ou serviço, mas

também ao desenvolvimento de produto a partir de projectos ou estudos. (Guia Prático do

Capital de Risco, IAPMEI / APCRI, 2006).

Condições estruturais do empreendedorismo: condições que agrupam vários aspectos que

afectam o processo empreendedor e que são avaliadas no âmbito dos estudos GEM. No ano

2010 foram consideradas: Apoio Financeiro, Políticas Governamentais, Programas

Governamentais, Educação e Formação, Transferência de Resultados de Investigação &

Desenvolvimento, Infra-estrutura Comercial e Profissional, Abertura do Mercado Interno,

Acesso a Infra-estruturas Físicas e Normas Sociais e Culturais. (Global Entrepreneurship

Monitor 2010)

Desenvolvimento: actividades realizadas com vista à descoberta ou melhoria substancial de

matérias-primas, produtos, serviços ou processos de fabrico envolvendo a exploração de

resultados de trabalhos de investigação ou de outros conhecimentos científicos ou técnicos.

(Lei 40/2005, de 3 de Agosto)

Ecossistema do empreendedorismo: conjunto dos factores e actores relevantes para o

empreendedorismo e as relações entre estes. Pode ser estruturado nos 6 domínios: Capital

humano, Empresas e mercados, Políticas e programas, Apoio financeiro, Cultura

empreendedora e Infra-estruturas e serviços de apoio. (Babson College 2010)

Empreendedorismo: qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou nova iniciativa,

tal como emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio

existente, por parte de um indivíduo, de uma equipa de indivíduos, ou de negócios

estabelecidos. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016

xv

xv

FFF: representa “Friends, Family and Fools”, ou seja, familiares e amigos. Apesar da

informalidade, representam a fonte de financiamento associada ao arranque da maioria dos

projectos, de forma exclusiva ou complementada com outras formas de financiamento

(Saraiva, 2011)

GEM: sigla referente ao “Global Entrepreneurship Monitor”, o maior estudo sobre

empreendedorismo realizado a nível mundial. Fruto de uma iniciativa conjunta do Babson

College (Estados Unidos da América) e da London Business School (Reino Unido) foi iniciado

em 1999. Foi realizado nos Açores pela primeira vez em 2010.

Incubadora de empresas: estrutura que apoia as empresas nas suas fases iniciais de

desenvolvimento, ajudando-as a sobreviver e a crescer nas fases em que são mais

vulneráveis. A incubação de empresas é um processo dinâmico de desenvolvimento de

negócios. As incubadoras apoiam a gestão das empresas, disponibilizam acesso a

financiamento e a serviços de apoio técnico especializado, oferecem serviços partilhados,

acessos a equipamentos e espaços de trabalho flexíveis – tudo num só local. (National

Business Incubation Association)

Indústrias criativas: actividades que têm a sua origem na criatividade individual, habilidade

e talento e com potencial de criação de emprego e riqueza, através da geração e exploração

da propriedade intelectual. O conceito de indústrias criativas integra um alargado leque de

actividades onde se encontram: Publicidade, Arquitectura, Artes Visuais e Antiguidades,

Artesanato e Joalharia, Design, Design de Moda, Cinema, Vídeo e Audiovisual, Software

Educacional e de Entretenimento, Música, Artes Performativas, Edição, Software e Serviços

de Informática e Televisão e Rádio. (Tom Fleming Creative Consultancy et al., 2008)

Inovação: implementação de uma nova, ou significativamente melhorada solução para a

empresa, novo produto, processo, método organizacional ou de marketing, com o objectivo

de reforçar a sua vantagem competitiva, aumentar o desempenho, ou o conhecimento. (NP

4456:2007, adaptado do Manual de Oslo)

Investigação: actividade realizada com vista à aquisição de novos conhecimentos científicos

ou técnicos. (Lei 40/2005, de 3 de Agosto)

Microcrédito: pequeno empréstimo bancário destinado a apoiar quem não têm acesso ao

crédito bancário, mas quer desenvolver uma actividade económica por conta própria e, para

isso, reúne condições e capacidades pessoais, que antecipam o êxito da iniciativa.

(Associação Nacional de Direito ao Crédito)

Negócios estabelecidos: empresas que proporcionam remuneração salarial há mais de 42

meses. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)

Negócios nascentes: iniciativas iniciais de constituição de um negócio, em que há afectação

de recursos (tempo e/ou dinheiro) pelo empreendedor, e que ainda não pagaram salários

por um período superior a 3 meses. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)

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Novos negócios: empresas que proporcionam remuneração salarial por um período superior

a 3 meses e inferior a 42 meses. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)

Parque de Ciência e Tecnologia: organização gerida por profissionais especializados, cujo

objectivo fundamental é aumentar a riqueza da comunidade em que se insere, através da

promoção da cultura de inovação e competitividade das empresas e instituições de ciência e

tecnologia instaladas no Parque ou a ele associadas. Nesse sentido, o Parque estimula e gere

o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, centros de investigação,

empresas e mercados; facilita a criação e crescimento de empresas inovadoras com recurso

a mecanismos de incubação e de spin off; e proporciona outros serviços de valor

acrescentado, bem como instalações de qualidade. (IASP International Board, 2002).

Spin off: expressão em língua inglesa que designa uma empresa que nasceu a partir de um

grupo de investigação de uma empresa, universidade ou centro de investigação,

normalmente com o objectivo de explorar um novo produto ou serviço de alta tecnologia. É

comum que estas se estabeleçam em incubadoras de empresas ou áreas de concentração de

empresas de alta tecnologia. (Universidade do Porto, 2011)

Start up: expressão em língua inglesa que designa uma empresa recém-criada, em fase de

constituição, implementação e organização das suas operações. Por vezes este termo é

utilizado para referenciar uma empresa solidificada no mercado, que beneficiou de um

crescimento rápido. (Guia Prático do Capital de Risco, IAPMEI / APCRI, 2006).

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1

1

1. REALIDADES ACTUAIS

1. Realidades

actuais

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2

1. Realidades actuais

O desenvolvimento do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na Região

Autónoma dos Açores implicou um trabalho rigoroso de levantamento de todas as

realidades relacionadas com o empreendedorismo na Região.

Há um conjunto muito vasto de factores que interagem entre si, os quais afectam (e são

afectados) pela actividade empreendedora. As aproximações metodológicas recentes

estabelecem um paralelo com os sistemas vivos, designando por “ecossistemas de

empreendedorismo” o conjunto dos factores e actores relevantes para o

empreendedorismo e as relações entre estes.

Tendo em conta que a análise das realidades relacionadas com o empreendedorismo deverá

incluir inúmeros aspectos específicos, as análises dos Ecossistemas de Empreendedorismo

contemplam a definição de um conjunto limitado de vectores que os permitem clusterizar. A

aproximação metodológica adoptada neste documento tem como base o conceito de

Ecossistema do Empreendedorismo desenvolvido pelo Babson College3, que agrupa os

diversos factores em seis grandes domínios estruturantes (Figura 1).

Figura 1. Domínios de análise de um ecossistema do empreendedorismo.

Fonte: Babson College, Babson Entrepreneurship Ecosystem Project (BEEP), 2010.

3 O Babson College desenvolveu em 2010 o “Babson Entrepreneurial Ecosystem Project - BEEP”

orientado para a geração de ecossistemas que promovam políticas, estruturas, programas e climas

favoráveis ao fomento do espírito empreendedor.

Políticas e

Programas

Infra-estruturas e serviços de

apoio

Cultura

empreend.

Apoio Financeiro

Capital

Humano

Empresas e Mercados

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3

3

Estes seis domínios foram adoptados para a realização da análise das realidades actuais no

âmbito do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na Região Autónoma

dos Açores:

- Capital humano: em que são analisados aspectos como a taxa de crescimento

populacional, a estrutura etária da população e as suas qualificações;

- Empresas e mercados: em que é analisado o dinamismo empresarial local, os

principais sectores, os canais de distribuição preferenciais, a abertura do mercado a

novas empresas, entre outros;

- Apoio financeiro: onde é feita uma análise da facilidade de acesso dos

empreendedores a capital financeiro e se identificam os principais recursos

disponíveis, incluindo aspectos como o microcrédito ou o capital de risco;

- Cultura empreendedora: onde se analisam as normas sociais vigentes, no que se

relaciona com a atitude perante o empreendedor ou a tolerância ao risco;

- Infra-estruturas e serviços de apoio: em que são identificados e analisados os apoios

ao empreendedorismo existentes na Região, onde se incluem, entre outros, espaços

de incubação de empresas, gabinetes de apoio, serviços de consultadoria, etc.;

- Políticas e programas: em que se considera o envolvimento político na temática do

empreendedorismo e a forma como esse envolvimento se traduz em programas de

apoio concretos4.

4 Note-se que estes 6 domínios se relacionam directamente com os definidos no âmbito do estudo

GEM. Nesse caso, foram consideradas 10 Condições Estruturais do Empreendedorismo: Políticas

governamentais, Programas governamentais, Apoio financeiro, Educação e formação, Normas

culturais e sociais, Abertura do mercado/Barreiras à entrada, Infra-estrutura comercial e profissional,

Acesso a infra-estruturas físicas, Transferência de ID e Protecção dos direitos de propriedade

intelectual. Neste diagnóstico, as duas primeiras surgem agrupadas com a designação “Políticas e

Programas” e as quatro últimas são referenciadas no âmbito das “Infra-estruturas e serviços de

apoio”. Sempre que relevante, será feita referência aos resultados da avaliação destas Condições

Estruturais, ao longo deste diagnóstico.

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4

4

1.1. Capital humano

Entre os vários factores envolventes capazes de influenciarem directamente o

empreendedorismo, incluem-se os sociais e demográficos, incluindo questões como o

envelhecimento da população, a taxa de crescimento ou o seu nível de formação.

Por exemplo, a presença de uma população mais jovem indica tipicamente uma maior

propensão ao risco e ao aceitar de novos desafios. Paralelamente, a existência de uma

população com níveis de formação mais elevados tem consequências ao nível do potencial

existente para um empreendedorismo de base tecnológica, mais sustentado e inovador.

Segundo dados provisórios dos Censos 2011, neste ano a população dos Açores é de 246.102

habitantes, dos quais cerca de 56% vive na ilha de S. Miguel. Em 2001, o arquipélago contava

com 241.763 habitantes, tendo-se registado, deste modo, um acréscimo populacional de

cerca de 2% na última década.

No que respeita à estrutura etária da população (Figura 2), verifica-se que a população do

arquipélago é mais jovem do que o global da população nacional: nos Açores 32,0% dos

residentes têm menos de 24 anos, valor superior à média nacional, que é apenas de 25,7%.

Figura 2. Estrutura etária da população residente, Açores e Portugal, 2011.

Fonte: INE, Censos 2011 - Resultados Provisórios, 2011.

A existência de uma população relativamente jovem (quando comparada com o cenário

verificado a nível nacional) pode ser um factor relevante na óptica da promoção da

actividade empreendedora na Região Autónoma dos Açores.

17,9% 14,9%

14,1%10,8%

54,8%55,1%

13,3% 19,1%

Açores Portugal

>65 anos

25 - 64 anos

15 - 24 anos

0 - 14 anos

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5

5

No que diz respeito à educação, não deixa de ser sintomático que a Região Autónoma dos

Açores seja aquela que, a nível nacional, apresenta resultados mais baixos, quer ao nível da

taxa de população com Ensino Secundário completado, quer ao nível da taxa de população

com Ensino Superior completado.

Figura 3. Proporção da população com nível de ensino completado, por região portuguesa, 2011.

Fonte: INE, Censos 2011 - Resultados Provisórios, 2011.

De igual modo, a taxa de escolarização no Ensino Superior5 na Região, no ano lectivo

2010/2011, era muito inferior à registada a nível nacional (9,3% contra 31,5%) (SREA,

Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011).

Na Universidade dos Açores, matricularam-se, no ano lectivo 2010/2011, 3.991 alunos em

cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo que a área mais popular foi a de

Ciências Empresariais.

No mesmo ano lectivo diplomaram-se nestes mesmos graus de ensino 608 alunos. É de

referir que o número de doutorados, em cada ano, tem sido modesto: 12 no ano lectivo

2010/2011 (Universidade dos Açores, Relatório e Contas, 2011).

5 A taxa de escolarização no Ensino Superior é calculada como a relação percentual entre o número de

alunos matriculados em cursos de formação inicial, com idade entre 18 e 22 anos, e a população

residente dos mesmos níveis etários.

10,0%

12,9%

8,4%

12,0%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0%

Madeira

Açores

Algarve

Alentejo

Lisboa

Centro

Norte

Portugal

Superior

Secundário

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6

6

Também no que concerne ao Ensino Básico, apesar da evolução favorável registada nos

últimos anos, a Região apresenta taxas de retenção6 nos 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico

superiores às registadas a nível nacional (Figura 4).

Na mesma linha, a taxa de transição/conclusão no Ensino Secundário7 é também menor na

Região (74,5%) do que a nível nacional (80,7%).

Figura 4. Taxas de retenção nos 1º, 2º e 3º ciclos ensino básico, Açores e Portugal, 2009-2010.

Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.

De uma forma sumária, é possível concluir que, no que diz respeito ao Capital Humano, a

Região Autónoma dos Açores se depara com duas realidades com efeitos contrários em

termos de empreendedorismo: se, por um lado, a Região tem uma população crescente e

relativamente jovem, por outro, o panorama relativo ao seu nível de formação apresenta

fragilidades evidentes, que importa debelar.

6 A taxa de retenção é a relação entre o n.º de alunos do ensino básico regular que permanecem no

mesmo ano de escolaridade e o n.º de alunos matriculados no ensino básico regular, nesse ano

lectivo.

7 A taxa de transição/conclusão no ensino secundário é a percentagem de alunos que no final do ano

lectivo obtêm aproveitamento, em relação ao total de alunos matriculados no ensino secundário

regular, nesse ano lectivo.

3,7

7,7

13,8

7,3

10,1

18,2

1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

Portugal

R. A. Açores

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7

7

1.2. Empresas e mercados

Indicadores macro-económicos

Em 2009, o PIB da região foi de 3.706 milhões de euros, representando 2,2% do total

nacional. No mesmo ano, o PIB per capita foi de 15.123 euros, valor muito próximo do

nacional, que se situou nos 15.805 euros (Figura 5).

Figura 5. PIB per capita, Açores e Portugal, 2000-2009.

Fonte: Aicep Portugal Global, 2010; SREA, 2011.

No que diz respeito ao Valor Acrescentado Bruto (VAB), a sua distribuição na Região é

ligeiramente diferente do que se verifica a nível nacional (Figura 6), evidenciando um peso

maior do sector primário nos Açores (9% contra 2%).

Figura 6. VAB por sector de actividade, Açores e Portugal, 2008.

Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.

Contudo, tanto na Região como a nível nacional, o sector com maior representatividade é o

terciário que, em ambos os casos, representa 74% do VAB.

10 000

11 000

12 000

13 000

14 000

15 000

16 000

17 000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Portugal Açores

Primário9%

Secundário17%

Terciário74%

Açores Primário2%

Secundário24%

Terciário74%

Portugal

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8

8

Analisando as exportações e importações da Região (Figura 7), verifica-se que a balança

comercial da Região dos Açores é deficitária.

Figura 7. Evolução da balança comercial nos Açores, 2004-2009.

Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional, 2011.

De registar, contudo, que a taxa média de crescimento anual das exportações é mais elevada

que a das importações: 20,3% contra 12,4% (entre 2004 e 2009).

No que respeita à tipologia de bens e serviços comercializados, mais de 70% das exportações

são produtos alimentares e bebidas (sobretudo pescado e seus derivados e produtos

lácteos), sendo as principais importações material de transporte e acessórios e produtos

industriais.

No que respeita ao emprego, merece referência o facto de a taxa de desemprego ter vindo a

aumentar, aproximando-se do valor registado a nível nacional (Figura 8).

Figura 8. Taxa de desemprego trimestral, Açores e Portugal, 2010 - 2011.

Fonte: INE, 2011.

3143 35 42

6178

71

96 90121

96

128

40 53 5578

3550

150

100

50

0

50

100

2004 2005 2006 2007 2008 2009

Milh

õe

s d

e E

uro

s

Exportações Importações Saldo

5,0%

7,5%

10,0%

12,5%

15,0%

1º T-2010 2º T-2010 3º T-2010 4º T-2010 1º T-2011 2º T-2011 3º T-2011

Portugal Açores

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9

9

Empresas

A Região Autónoma dos Açores possuía, em 2009, um total de 19.803 empresas,

correspondentes a 1,8% do total de empresas em território nacional nesse ano, que se

situou em 1.060.906 (SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010,

2011). Verifica-se, assim, que nos Açores existem 8 empresas para cada 100 habitantes,

enquanto no País esse valor se eleva para 10.

No global, as empresas localizadas nos Açores deram origem a um volume de negócios na

ordem dos 5.098 milhões de euros, montante que corresponde a 1,5% do total gerado pela

globalidade das empresas portuguesas (SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos

Açores - 2009, 2010).

Muito importante para a análise do panorama relativo ao empreendedorismo será a

identificação dos indicadores demográficos das empresas, nomeadamente das taxas de

natalidade e de sobrevivência (Tabela 1).

Tabela 1. Indicadores demográficos das empresas, Açores e Portugal, 2009.

Portugal RA Açores

Taxa de natalidade8 15,09 19,04

Taxa de sobrevivência (a 2 anos)9 49,36 46,06

Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.

Verifica-se assim que a taxa de natalidade de empresas é maior na Região Autónoma dos

Açores do que a nível nacional, sendo a sua taxa de sobrevivência a dois anos ligeiramente

inferior.

No entanto, neste aspecto, merece um particular destaque o facto de o principal indicador

do GEM, a Taxa de Actividade Empreendedora nos Açores (TAE) ser nos Açores de apenas

3,5% em 2010, revelando-se mais baixa do que a de Portugal Continental (4,4%) e abaixo da

dos restantes países membros da União Europeia (5,2%) no mesmo ano.

8 Taxa de natalidade: quociente entre o número de nascimentos reais e o número de empresas activas

no período de referência.

9 Taxa de sobrevivência: quociente entre o número de empresas activas no ano n que, tendo nascido

no ano n-t, sobreviveram t anos, e o número de empresas nascidas no ano n-t.

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10

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Complementarmente, mostra-se ainda relevante analisar um conjunto seleccionado de

indicadores das empresas, no que se relaciona com a sua presença em sectores de alta

tecnologia (Tabela 2).

Tabela 2. Indicadores das empresas, Açores e Portugal, 2009.

Portugal RA Açores

Proporção do VAB das empresas em sectores de

alta e média-alta tecnologia 10,62 1,36

Proporção dos nascimentos de empresas em

sectores de alta e média-alta tecnologia 1,96 1,83

Proporção de pessoal ao serviço em actividades

de tecnologias da informação e da comunicação 2,02 0,62

Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.

Destaca-se aqui o indicador da proporção do VAB das empresas em sectores de alta e

média-alta tecnologia que, nos Açores, apresenta um valor quase 8 vezes inferior à média

nacional.

No que respeita às despesas em ID da Região (em percentagem do PIB) é possível dizer que

estas são bastante reduzidas, tendo sofrido poucas alterações nos últimos anos. Apesar do

ligeiro aumento de 0,44% para 0,46% entre 2003 e 2008, este valor continua a ser bastante

inferior à média nacional, que se situava nos 1,55% do PIB em 2008 (SREA, Anuários

Estatísticos da Região Autónoma dos Açores, 2005 e 2008 e GPEARI, Inquérito ao Potencial

Científico e Tecnológico Nacional, 2008).

O peso das empresas nos gastos com ID é reduzido, quando comparado com a média

nacional. Assim, nos Açores, o Ensino Superior lidera destacadamente as referidas despesas,

representando 64,2% do total dos gastos em ID da Região. Segue-se o sector empresarial

com 14,8%, o sector estatal com 11,6% e, por último, as Instituições Privadas sem Fins

Lucrativos com 9,5%. A nível nacional, são já as empresas que assumem a maior parcela das

despesas de ID, com 50,1% do total em 2008. (SREA, Anuário Estatístico da Região

Autónoma dos Açores, 2008 e GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico

Nacional, 2008).

É de referir ainda que, de acordo com o GEM Açores 2010, a Condição Estrutural “Abertura

do Mercado/Barreiras à Entrada” é avaliada como sendo “parcialmente insuficiente”. Na sua

análise, destacam-se pela negativa sobretudo as dificuldades e os custos de penetração no

mercado açoriano.

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11

11

1.3. Apoio financeiro

Um dos aspectos fundamentais para o lançamento de uma actividade empreendedora é

seguramente o acesso a fontes de financiamento para novas empresas. Nos Açores

encontram-se disponíveis diferentes tipos de apoio financeiro ao empreendedorismo. Os

quadros seguintes apresentam, de forma sumária, as principais iniciativas identificadas.

Iniciativa Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário

Descrição

sumária

Gerido em parceria pelas Direcções Regionais de Apoio ao Investimento e à

Competitividade, da Solidariedade e Segurança Social e do Trabalho, Qualificação

Profissional e Defesa do Consumidor.

Dirigido a empreendedores açorianos que se encontrem desempregados, à procura

de primeiro ou novo emprego, com idade igual ou superior a 18 anos e sem recursos

para aceder ao crédito bancário pelas vias normais.

Financiamento até 15.000 € para constituir um negócio.

Reembolso de acordo com as condições definidas nos protocolos estabelecidos entre

o Governo Regional e as instituições bancárias.

Iniciativa Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores (FIAEA)

Descrição

sumária

Primeiro fundo de capital de risco do arquipélago, no valor de um milhão de euros,

lançado em Julho de 2011.

Fundo subscrito pelo Governo Regional, através da Agência para a Promoção do

Investimento dos Açores (APIA), e pela InovCapital.

Direccionado para projectos de micro, pequenas e médias empresas em todas as

suas fases de desenvolvimento.

Privilegia projectos de carácter inovador desenvolvidos por empresas com menos de

3 anos de existência e investimentos em empresas na sua fase inicial (start-up) que

apresentem um claro potencial de valorização.

Disponibiliza capital para investimentos num máximo de 100.000 €, por empresa,

por ano.

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PLANO ESTRATÉGICO PARA O

FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016

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Iniciativa FINICIA Açores

Descrição

sumária

Desenvolvido e gerido pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao

Investimento (IAPMEI).

Tem como objectivo facilitar o acesso a financiamento e assistência técnica na

criação de empresas.

Nos Açores, o Eixo II do Programa “Negócios emergentes de pequena escala”

referente, especificamente, ao financiamento destinado à criação de empresas ou a

empresas existentes há menos de 3 anos, é gerido pela Plataforma FINICIA Açores,

da qual fazem parte: a Universidade dos Açores, através do Centro de

Empreendedorismo; a DRAIC; a APIA e a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores.

Além dos referidos programas, existem também os apoios ao empreendedor

disponibilizados por entidades da banca comercial.

A título de exemplo, refere-se a "Linha de Crédito Açores Investe II", destinada a apoiar a

realização de operações de financiamento de investimentos novos em activos fixos,

corpóreos ou incorpóreos, o reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes. Esta

linha de crédito resulta de um Protocolo com a Região Autónoma dos Açores, e diferentes

entidades do sistema financeiro: BPI, BCP, BES/Açores, Santander, BANIF, Barclays Bank,

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo dos Açores, Caixa Económica da Misericórdia de Angra do

Heroísmo e Montepio Geral.

No mesmo sentido, merece referência a "Linha de Crédito Açores Empresas III", resultante

de um Protocolo entre a Região Autónoma dos Açores, dez Instituições de Crédito e as

Sociedades de Garantia Mútua (SGM). Esta Linha de Crédito será garantida pelas SGM que

assumirão até 75% do risco de financiamentos a conceder por parte das Instituições de

Crédito.

Bancos como o Montepio, o BCP, o BES ou o BPI disponibilizam também linhas de crédito

orientadas especificamente para financiar a parte reembolsável dos incentivos aprovados no

quadro dos diferentes sistemas de incentivos disponíveis na Região.

Não sendo específicos para a Região Autónoma, podem-se identificar outros apoios, como a

“Linha de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego” do BPI, destinada a

financiar a criação de novos negócios, ou o “Millennium BCP Microcrédito” e o

“Microcrédito BES”, orientados para potenciar a inclusão social e a criação de auto emprego.

Deste modo, conjugando os programas de apoio de origem pública e os de matriz privada,

verifica-se a existência de uma diversidade considerável de possibilidades de acesso a capital

financeiro no caso da criação de novas empresas. Refira-se, no entanto, que nem sempre

esta diversidade de oferta é equivalente a facilidade de acesso ao referido capital.

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016

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Segundo os resultados do GEM Açores 2010 relativos à Condição Estrutural “Apoio

Financeiro”, o acesso a fontes de financiamento é avaliado como sendo “parcialmente

insuficiente”. Destacam-se pela negativa diferentes aspectos relacionados com o acesso a

capital de risco e, pela positiva, os apoios governamentais às novas empresas.

1.4. Cultura empreendedora

Nos Açores, é reconhecida a prevalência de uma elevada cultura de aversão ao risco,

transversal a toda a sociedade, que se constitui como um dos principais inibidores da

actividade empreendedora.

É sintomático o facto de, na Universidade dos Açores, apenas uma pequena minoria dos

alunos (10%) ter como objectivo criar o seu próprio emprego (Figura 9). Neste âmbito, não

deixa de ser significativo que, a grande maioria dos alunos (62%) tenha como objectivo

conseguir um emprego no sector público.

Figura 9. Expectativas de emprego dos alunos da UAc / Sector onde gostariam de trabalhar, 2010-2011.

Fonte: Inquérito aos estudantes da UAc, OEFP 2011.

Consciente desta realidade, o Governo Regional, em particular através das Direcções

Regionais da Juventude e da Educação e Formação, tem vindo a apoiar um leque alargado de

iniciativas na área da educação para o empreendedorismo.

Nos quadros seguintes, apresentam-se as principais acções de formação na área do

empreendedorismo realizadas na Região Autónoma dos Açores no decorrer de 2011.

Sector público62%

Sector privado28%

Criar próprio emprego

10%

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016

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Acção EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: O CAMINHO PARA O SUCESSO!

Promotores Direcção Regional da Juventude

Direcção Regional da Educação e Formação

Destinatários Alunos e professores do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico, do Ensino Secundário e do

Ensino Profissional

Descrição

sumária

O programa é implementado com o apoio do Centro de Empreendedorismo da

Universidade dos Açores e assenta em metodologias pedagógicas aplicadas em sala

de aula. Inclui formação de professores (3 dias – 25 horas – 1 crédito) e 15 a 35 horas

de formação para alunos na Área‐Projecto.

Prevê também a criação de clubes de empreendedorismo nas escolas e a realização,

no final do ano lectivo, do concurso IdeiAçores.

Principais

resultados

A 1ª Edição foi realizada no ano lectivo 2010/2011, incluiu 13 escolas de 2º e 3º

ciclos, 5 escolas secundárias e 8 profissionais, localizadas nas diferentes ilhas.

Esta edição envolveu 52 professores e 1040 alunos, dando origem a 18 Clubes de

Empreendedorismo e a 19 ideias de negócio (no âmbito do IdeiAçores).

Acção CURSO DE EMPREENDEDORISMO

Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores

Destinatários População sem formação superior (12º ano ou ensino técnico) e desempregados de

longa duração

Descrição

sumária

Integra-se na Componente de Formação Tecnológica dos Cursos de Educação e

Formação – Curso de Formação Complementar, com uma carga horária de 120

horas.

Com este Curso pretende-se que os formandos, que tenham aspirações a criar um

negócio, apreendam e/ou desenvolvam um conjunto de conhecimentos e

competências na área empresarial.

Principais

resultados

Desde 2008 são realizados 10 a 12 cursos por ano, sobretudo em S. Miguel,

abrangendo mais de 500 formandos.

A equipa de gestão do Centro estima que tenham sido criadas, em resultado destas

formações, 5 ou 6 empresas, embora tal número seja difícil de precisar, uma vez que

não é feito qualquer acompanhamento aos formandos uma vez findo o curso.

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Acção CURSO DE EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICA

Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores

Destinatários Preferencialmente elementos do meio académico açoriano, nomeadamente

investigadores

Descrição

sumária

Integra-se na Componente de Formação Tecnológica dos Cursos de Educação e

Formação – Curso de Formação Complementar, com uma carga horária de 120

horas.

Pretende-se ajudar a criar negócios sustentáveis com base em ideias resultantes da

formação académica ou profissional, nomeadamente relacionadas com novas

tecnologias e investigação científica.

Principais

resultados Apenas um estudo para elaboração de Plano de Negócios

Acção DISCIPLINA DE EMPREENDEDORISMO NA UAC

Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores

Destinatários Alunos da Universidade dos Açores

Descrição

sumária

O Centro de Empreendedorismo é responsável pela disciplina de Empreendedorismo

(destinada às Licenciaturas de Gestão de Empresas e Economia, onde é optativa) e

de Administração e Empreendedorismo (para a Licenciatura em Serviço Social, onde

é obrigatória). Prevê-se que a disciplina de Empreendedorismo venha a ser oferecida

a outros cursos e departamentos da UAc.

Foram ainda identificadas iniciativas de menor escala na área da formação para o

empreendedorismo, ao nível das Câmaras de Comércio:

- A Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada ofereceu, em 2011, um curso

de 20 horas subordinado ao tema “Novas Empresas e Novos Negócios” destinado a

Gestores de Topo;

- A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo realizou o workshop “Emprego e

Empreendedorismo”, com a duração de 4 horas, aberto ao público em geral, e que

foi realizado em 2011 nas ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa. A Câmara organizou

também um curso especificamente dedicado à preparação de planos de negócios –

“Business Plan: Como construir um Plano de Negócios”, com a duração de 30 horas,

aberto ao público em geral;

- A Câmara de Comércio e Indústria da Horta realizou um seminário de curta duração

denominado “Seminário de Empreendedorismo”, focado no desenvolvimento de

metodologias criativas para a abertura de novos negócios.

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Nesta área, é ainda de referir que, no sentido de promover uma cultura empreendedora na

Região, o Centro de Empreendedorismo promove seminários e conferências sobre a

temática, contando muitas vezes com a participação de empresários provenientes de fora da

Região Autónoma.

No intuito de contribuir para o aumento da cultura empreendedora nos Açores, são ainda

dinamizados na Região diferentes concursos na área do empreendedorismo, também eles

orientados para diferentes tipos de público-alvo. Nos quadros seguintes são descritas de

forma sumária as principais iniciativas deste tipo.

Acção CONCURSO REGIONAL DE EMPREENDEDORISMO

Promotor Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade

Descrição

sumária

O Concurso Regional de Empreendedorismo foi criado, em 2006, para premiar os

melhores projectos de potenciais empreendedores açorianos.

O formulário de candidatura consiste num Plano de Negócios simplificado,

procurando posicionar este exercício mais perto do mercado.

Desde a sua origem, o Concurso Regional de Empreendedorismo já premiou 15

projectos, em áreas diversificadas, que incluem a produção e comercialização de

alfaces em ambiente hidropónico, a produção e comercialização de pellets e a

construção de raiz de um campo de mini-golfe.

Acção PRÉMIO MELHOR IDEIA DE NEGÓCIO

Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores

Descrição

sumária

O Prémio Melhor Ideia de Negócio é promovido pelo Centro de Empreendedorismo,

numa parceria com o Millennium BCP, patrocinador da iniciativa, e com a

cooperação da Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade.

O Prémio funciona de forma articulada com o Concurso Regional de

Empreendedorismo, sendo cumulativo com este.

Trata-se de um prémio anual no valor de 5.000 Euros destinado a galardoar a melhor

ideia de negócio apresentada por alunos da Universidade dos Açores no âmbito do

Concurso Regional de Empreendedorismo.

Os alunos da Universidade dos Açores interessados em participar no concurso

deverão formalizar a sua candidatura nos termos do Concurso Regional de

Empreendedorismo, respeitando os prazos e exigências aí definidos.

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Acção CONCURSO IDEIAÇORES

Promotores Direcção Regional da Juventude

Direcção Regional da Educação e Formação

Descrição

sumária

O Concurso IdeiAçores é uma acção integrante do Projecto “Educação

Empreendedora: O Caminho do Sucesso”.

É uma iniciativa do Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da

Juventude e da Direcção Regional da Educação, em colaboração com o Centro de

Empreendedorismo da Universidade dos Açores

É objectivo central do concurso angariar ideias de negócio, que façam sentido para a

Região Autónoma dos Açores, em diferentes sectores de actividade, com a finalidade

de sensibilizar e motivar os jovens açorianos para as práticas empreendedoras,

promovendo o espírito de iniciativa.

O Concurso IdeiAçores é destinado a jovens com menos de 23 anos, matriculados em

estabelecimentos de ensino da Região Autónoma dos Açores.

Acção LABJOVEM

Promotor Direcção Regional da Juventude

Descrição

sumária

Não sendo directamente relacionado com a criação de empresas, o Labjovem é um

concurso que visa incentivar a promoção de jovens criadores das diferentes áreas

artísticas, servindo de plataforma a uma nova geração de artistas açorianos.

Destina-se a jovens com idade inferior a 35 anos, naturais dos Açores, residentes na

região há pelo menos 2 anos e/ou descendentes de açorianos até à terceira geração,

residentes nos EUA e Canadá.

As áreas contempladas pelo concurso incluem: Arquitectura, Artes Plásticas, Artes

Cénicas, Design de Moda, Design Gráfico, Fotografia, Ilustração e Banda Desenhada,

Literatura, Música, e Vídeo.

Além da selecção dos vencedores e da atribuição de prémios, o Labjovem procura

encaminhar os projectos vencedores na obtenção de apoios, que permitam a sua

concretização.

Constata-se que as diferentes acções orientadas para a promoção de uma cultura

empreendedora na Região Autónoma dos Açores têm subjacente a preocupação de

poderem atingir diferentes segmentos de público, de forma transversal à sociedade. Foram

identificadas iniciativas que envolvem desde os mais jovens alunos das escolas de 2º ciclo,

até aos alunos, docentes e investigadores universitários.

Segundo os resultados do GEM Açores 2010 relativos à Condição Estrutural “Educação e

Formação”, o grau de incorporação de conteúdos de empreendedorismo no ensino é

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considerado “parcialmente insuficiente”. O estudo destaca pela negativa o grau em que o

ensino primário e secundário considera estas matérias e, pela positiva, a sua incorporação

nos níveis de formação superiores.

Já no que respeita à Condição Estrutural “Normas Culturais e Sociais” esta é classificada no

Açores como sendo “parcialmente insuficiente”, destacando-se claramente pela negativa a

falta de estímulo ao empreendedorismo que implique risco e a falta de estímulo à

criatividade e à inovação.

1.5. Infra-estruturas e serviços de apoio

Na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto limitado de estruturas e serviços de

apoio orientados especificamente para acolherem novas empresas e auxiliar o seu

desenvolvimento nos primeiros tempos de actividade. No entanto, encontram-se em fase de

projecto ou implementação diferentes iniciativas, que irão contribuir para alterar

significativamente este panorama.

Nos quadros seguintes, são apresentadas as principais iniciativas identificadas,

implementadas ou em fase de projecto. Foram consideradas iniciativas de carácter tangível

(ex: instalações físicas e condições logísticas) e intangível (ex: serviços profissionais e de

aconselhamento).

Estrutura Espaço de Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico (EDET)

Promotor Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada

Descrição

sumária

Criado em 2006 o, EDET procurou constituir-se como o primeiro ninho de empresas

da Região. O EDET disponibiliza infra-estruturas físicas, tendo capacidade para

albergar 10 a 12 empresas.

O EDET disponibiliza também alguns serviços de apoio empresarial, estendendo às

empresas alojadas os serviços de apoio tipicamente oferecidos pela Câmara de

Comércio e Indústria de Ponta Delgada: formação, assessoria jurídica e económica,

apoio à preparação de candidaturas a incentivos e aconselhamento sobre

oportunidades de investimento.

A candidatura ao EDET é efectuada através de um formulário online, em que é

pedido ao promotor que explicite vários aspectos característicos do seu negócio. O

principal critério de selecção é o carácter inovador da ideia.

Principais

resultados

O sucesso do EDET tem sido limitado, sendo escassos os casos de sucesso

identificados como resultado da sua actividade.

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Estrutura Ninho de Empresas do Azores Parque

Promotor Câmara Municipal de Ponta Delgada (accionista maioritária do Azores Parque)

Descrição

sumária

O Azores Parque está em funcionamento desde 2008, acomodando neste momento

um conjunto de empresas, maioritariamente deslocalizadas de Ponta Delgada.

O Azores Parque tem uma estrutura denominada Ninho de Empresas, que

disponibiliza espaços de instalação física para novas empresas a preços reduzidos.

Não são prestados pelo Parque serviços técnicos de apoio às actividades das

empresas.

O Azores Parque está a desenvolver o projecto “Incubadora de Ideias”, com apoio do

Taguspark, que pretende funcionar como uma verdadeira incubadora de empresas,

prestando ao empreendedor serviços de aconselhamento, consultoria e formação.

Principais

resultados

Desde o início da actividade do Parque já foram alojadas no Ninho de Empresas 14

entidades.

Uma dessas empresas cresceu para lá da dimensão que o Ninho de Empresas pode

suportar e saiu para novas instalações.

As principais áreas de actividade das empresas alojadas são as tecnologias de

informação, tecnologias ambientais e audiovisual.

Até à data, nenhum serviço de “incubação de ideias” foi ainda prestado.

Estrutura Rede de Gabinetes do Empreendedor

Promotor Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade

Descrição

sumária

Esta rede é constituída por oito gabinetes – distribuídos por todas as ilhas, excepto o

Corvo – que proporcionam um atendimento personalizado e especializado a

empresas e futuros empresários.

Os Gabinetes do Empreendedor fornecem aconselhamento relativo a aspectos da

gestão corrente das empresas como, por exemplo, financiamentos disponíveis

impostos, licenciamentos e certificações.

A rede é suportada por uma plataforma de comunicações dedicada, que permite a

troca de informação em tempo real e o arquivo desmaterializado de conteúdos

relevantes para a sua acção.

Principais

resultados

De acordo com a equipa de gestão da Rede, cerca de 23% das solicitações recebidas

estão relacionadas com obtenção de financiamento, tanto público como privado.

Nota-se uma grande predominância de solicitações oriundas da ilha de São Miguel.

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Estrutura Rede Prestige Azores

Promotor Direcção Regional de Ciência, Tecnologia e Comunicações

Descrição

sumária

O Projecto Rede Prestige Azores visa criar uma rede de Conselheiros a quem são

colocadas questões de âmbito geral ou específico, onde se pode enquadrar o

aconselhamento no âmbito da promoção de novas empresas.

Os Conselheiros são açorianos, descendentes de açorianos ou pessoas que estejam

directamente envolvidas com os Açores, residentes fora da Região e cujo trabalho

tenha relevância em áreas científicas e/ou tecnológicas; faz parte da Rede o Prémio

Nobel da Medicina Craig Melo.

No âmbito da Rede Prestige serão criados núcleos em áreas específicas, capazes de

fornecerem informação estratégica direccionada, que pode ser usada não só como

recurso de consulta mas como fonte para análises complexas e previsões.

Principais

resultados Projecto ainda recente. Em fase de arranque.

Estrutura Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira

Promotor Direcção Regional da Juventude

Câmara Municipal da Praia da Vitória

Descrição

sumária

As Academias da Juventude estão previstas no Programa do X Governo Regional e

visam o desenvolvimento de projectos tecnológicos, culturais e sociais por parte da

juventude açoriana, funcionando também como centros de incubação de ideias.

A Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira, sedeada no concelho da Praia

da Vitória, foi a primeira a ser instituída. Trata-se de um espaço multidisciplinar e

polivalente, orientado para a promoção do empreendedorismo e da criatividade,

com recurso às Novas Tecnologias e equipamentos de ponta. Está dotada de

equipamentos nas áreas cénica, tecnológica e audiovisual.

Principais

resultados Projecto ainda recente. Em fase de maturação.

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016

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Estrutura InCUBE

Promotor Direcção Regional da Juventude

Descrição

sumária

A Direcção Regional da Juventude está a desenvolver o projecto InCUBE, o qual

conta com a colaboração da Associação Académica e do Governo dos Açores, através

do Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores.

O projecto tem como principal âncora a implementação de uma incubadora de

empresas, que se prevê que venha a funcionar no edifício onde está sediado o

Centro de Empreendedorismo; aí serão disponibilizados oito espaços para

incubação.

O Centro de Empreendedorismo acredita que a sua ligação e proximidade à

Universidade venha a facilitar a existência de, por um lado, uma maior procura

potencial por parte de docentes e alunos e, por outro lado, uma maior capacidade

de prestação de serviços de elevado valor acrescentado para as empresas incubadas.

O projecto abrange também a criação de uma Júnior-Empresa, uma associação sem

fins lucrativos cuja gestão será da responsabilidade dos alunos da UAc. Sob

orientação de professores da UAc, serão os alunos os responsáveis pela definição do

portfólio de serviços, pela angariação de clientes e pela gestão financeira e

operacional das suas actividades. Pretende-se que a Júnior-Empresa seja antecâmara

para possíveis iniciativas empresariais de base científica e tecnológica.

Principais

resultados O projecto encontra-se ainda em fase de implementação

Estrutura Nonagon / BIC Açores

Promotor Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos

Descrição

sumária

O Nonagon será o Parque Tecnológico de S. Miguel, localizado em Lagoa.

Este parque, ainda em fase de construção, pretende ser o primeiro Parque

Tecnológico da Região Autónoma dos Açores a funcionar em moldes conformes às

normas internacionais para a operação de Parques Tecnológicos, estabelecidas pela

International Association of Science Parks (IASP).

Assim, o Nonagon prevê a existência de estruturas destinadas a facilitar a criação e o

crescimento de empresas baseadas na inovação, através da incubação e processos

de spin-off, oferecendo ainda outros serviços de valor acrescentado, bem como

espaços e apoios de elevada qualidade.

Está prevista a instalação no Parque de um Centro de Inteligência Competitiva,

orientado para o estímulo e geração de novas ideias relevantes para a economia

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Açoriana.

No mesmo sentido, é também de referir que está em estudo a criação de um BIC10

em articulação com o Nonagon, existindo já contactos com a rede europeia EBN

(www.ebn.org).

O BIC teria um papel particularmente activo no processo de incubação de empresas,

permitindo um acesso facilitado a serviços de aconselhamento e orientação

estratégica de elevada qualidade.

Principais

resultados O projecto encontra-se ainda em fase de implementação

Estrutura Parque Tecnológico da Terceira

Promotor Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos

Descrição

sumária

O Parque Tecnológico da Terceira encontra-se ainda em fase de projecto. Está

previsto que esta infra-estrutura tecnológica seja desenvolvida em parceria com a

Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, a Câmara do Comércio e Indústria dos

Açores e a Universidade dos Açores.

O Parque deverá reunir unidades científicas de I&D, empresas, associações e serviços

públicos, sendo particularmente dirigido para as áreas da Biotecnologia, Biomedicina

e Tecnologias ambientais.

Assim como no Nonagon, também no Parque Tecnológico da Terceira está prevista a

instalação de um Centro de Inteligência Competitiva.

Actualmente, pouco mais existe que um projecto de infra-estruturas, que prevê a

construção das instalações na freguesia da Terra Chã, em Angra do Heroísmo,

havendo já uma parcela de terreno reservada para esse fim.

Principais

resultados O projecto encontra-se ainda em fase de definição

Considerando as iniciativas já implementadas no terreno é possível constatar que o principal

apoio oferecido às novas empresas tem por base a disponibilização de espaços físicos em

condições vantajosas. São poucas as estruturas que disponibilizam serviços de apoio e,

mesmo estes, são serviços de baixa complexidade, assentes sobretudo na disponibilização

de informação.

10 Os Business and Innovation Centres (BIC) são organizações de apoio a empreendedores e pequenas

e médias empresas altamente inovadoras. São reconhecidos através de um esquema de certificação,

a nível da União Europeia, que lhes permite operar como BIC.

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PLANO ESTRATÉGICO PARA O

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Constata-se também que a maioria das iniciativas existentes ou previstas são de origem

pública, seja através do Governo Regional, seja de Câmaras Municipais.

Ainda de acordo com o GEM Açores 2010, a Condição Estrutural “Acesso a Infra-estruturas

físicas”, é avaliada como sendo “parcialmente suficiente”, destacando-se pela positiva o

acesso às utilidades básicas e, pela negativa, o acesso a infra-estruturas de comunicação.

Note-se que, na questão específica “Em que medida os parques de ciência e incubadoras

prestam apoio efectivo a empresas em crescimento?”, os resultados do GEM Açores 2010

são negativos, e significativamente inferiores aos do País.

1.6. Políticas e programas

A importância política atribuída ao empreendedorismo e a todo o seu ecossistema encontra-

se evidenciada no Programa do X Governo Regional, onde se refere que o novo paradigma

de desenvolvimento regional deverá assentar “…no fomento da actividade empresarial, no

reforço da rede regional de infra-estruturas e serviços directamente destinados às empresas,

no incremento dos factores imateriais de competitividade, na inovação, no

empreendedorismo, no desenvolvimento da sociedade de informação e do conhecimento,

particularmente na promoção da investigação no contexto empresarial e na acessibilidade às

novas tecnologias, bem como na promoção da sustentabilidade ambiental.”.

A relevância política da temática faz-se sentir, não só ao nível das directrizes económicas,

mas também nas orientações sociais. Ao longo do referido Programa de Governo, o

empreendedorismo é defendido como instrumento de fixação de população

(nomeadamente nas ilhas mais frágeis), como elemento fundamental na emancipação da

juventude e como mecanismo de integração de grupos mais vulneráveis na sociedade.

Com base nestas orientações, tem vindo a ser disponibilizado aos empreendedores

açorianos um conjunto de programas de incentivo de matriz essencialmente pública e de

iniciativa governamental. Os quadros seguintes apresentam, de forma sumária, os principais

mecanismos identificados.

Note-se que nem todos estes mecanismos, iniciativas e programas foram exclusivamente

desenhados para apoiar a actividade empreendedora. No entanto, foram seleccionados e

analisados quando se identificou que contêm, dentro dos seus recursos, meios de apoio

directo ou indirecto ao novo empresário e ao seu negócio.

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Programa SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores

Descrição

sumária

O SIDER tem como objectivo financiar projectos de vários ramos e sectores, com

uma forte componente em inovação e qualidade.

Inclui incentivos não reembolsáveis e reembolsáveis sem juros.

As taxas de comparticipação são diferenciadas para cada ilha.

Financiamentos entre 15.000 Euros e 2.000.000 Euros.

Principais

resultados

Até Junho de 2011, foram recebidas 652 candidaturas, que representavam um

investimento de aproximadamente 423 milhões de euros.

Os sectores com maior número de candidaturas foram os do comércio (229) e

turismo (157) que, em conjunto, representaram quase 60% do total de candidaturas.

Em termos de volume de investimento candidatado, os sectores mais

representativos foram a indústria (23%) e o turismo (23%).

Programa Empreende Jovem

Descrição

sumária

O programa Empreende Jovem é destinado a jovens empreendedores (18-35 anos).

Considera projectos de investimento entre 15.000 e 300.000 Euros, que promovam a

criação de empresas.

Subsídio não reembolsável com uma taxa base de 50% para as ilhas de São Miguel e

Terceira, 55% para as ilhas do Faial e Pico e de 60% para as restantes ilhas.

Poderá considerar majorações de acordo com o sector, a origem do capital, a

obtenção de prémios em concursos de empreendedorismo, ou a frequência de

cursos de empreendedorismo.

Principais

resultados

Até Junho de 2011, foram recebidas 44 candidaturas, que, no total, representavam

um investimento de aproximadamente 7 milhões de euros.

Em termos de distribuição do investimento por ilhas, destacaram-se a Ilha do Pico,

com o maior investimento (32%), São Miguel (18%) e Faial (17%).

No que se refere à distribuição por sector, o “alojamento e restauração” foi o sector

mais representativo, com cerca de 2 milhões (28%) de investimento.

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Programa PRORURAL – Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores

2007-2013

Descrição

sumária

O PRORURAL é dirigido a empresários agrícolas em nome individual e empresas

(incluindo cooperativas).

Considera apoios a actividades de: formação; melhoria das infra-estruturas;

manutenção da actividade agrícola em zonas desfavorecidas; desenvolvimento de

práticas agrícolas sustentáveis; criação de actividades turísticas em meio rural.

No âmbito da Acção 3.1.2 - Criação e Desenvolvimento de Microempresas, considera

apoios entre os 30% e os 60% das despesas elegíveis.

Principais

resultados

Foram apresentadas até ao final de 2010, 1.211 candidaturas que, no total,

representavam um investimento de aproximadamente 174 milhões de euros.

No âmbito da referida Acção 3.1.2 foram aprovados, até ao fim de 2010, 53

projectos, correspondentes a um investimento total de cerca de 5,3 milhões de

Euros.

No âmbito da Medida 1.1, que financia a instalação de jovens agricultores, foram

aprovados até ao fim de 2010, 50 projectos, totalizando cerca de 1,8 milhões de

Euros.

Programa PROPESCAS – Programa Operacional das Pescas para a Região Autónoma dos

Açores 2007-2013

Descrição

sumária

O PROPESCAS destina-se a apoiar actividades de: modernização da frota pesqueira

(incluindo financiamento para pescadores com menos de 40 anos adquirirem a sua

primeira embarcação); formação; aumento da qualidade das actividades do sector;

exploração comercial de espécies ainda não exploradas; implementação de novas

unidades produtivas e aumento das exportações.

Principais

resultados

Até ao momento, o programa tem sido relativamente incipiente no apoio à

actividade empreendedora.

A maior fatia do financiamento (72 projectos em 76) foi atribuída na linha “Portos de

Pesca, Locais de Desembarque e Abrigo”.

Os restantes quatro projectos incluem um no eixo da “Adaptação da Frota de pesca

regional” e três no eixo “Aquicultura, transformação e comercialização dos produtos

da pesca”.

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Programa PRO-EMPREGO- Programa Operacional do Fundo Social Europeu para a Região

Autónoma dos Açores 2007-2013

Descrição

sumária

O PRO-EMPREGO tem como objectivos gerais: apoiar processos de modernização do

tecido produtivo através do fomento do emprego qualificado, da aprendizagem ao

longo da vida e do empreendedorismo; apoiar a estruturação do sistema de ciência e

tecnologia e criar condições para a sua crescente aproximação ao tecido

empresarial; fomentar a empregabilidade de públicos vulneráveis a partir da

promoção das suas condições da inclusão social.

Principais

resultados

Até Dezembro de 2010 tinham sido submetidos 903 pedidos de financiamento,

representando um investimento total de cerca de 280 milhões de euros (valor

superior à dotação orçamental do Programa). Destes, cerca de 60% foram

aprovados.

Para os projectos formativos aprovados, ou com proposta de aprovação, estavam

previstos 62.897 participantes, 2.508 cursos e 4.461 acções, sendo a duração média

das acções previstas de 300 horas. Relativamente aos projectos não formativos,

como planos de estágio, programas ocupacionais ou de emprego, etc., o número de

participantes previsto foi de 7.648.

De salientar a aprovação de cerca de 2,8 milhões de euros para projectos de

formação avançada de suporte a projectos de empreendedorismo de base

tecnológica.

Iniciativa Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial

(SIFIDE)

Descrição

sumária

O SIFIDE é um sistema de incentivos que abrange todas as empresas de Portugal

Continental e das Regiões Autónomas.

Permite a dedução à colecta do IRC para empresas que apostam em ID.

Programa com grande impacto na capacidade de realização de ID, a nível nacional.

Principais

resultados A utilização deste sistema de incentivos nos Açores é ainda incipiente.

Merece ainda referência o facto de a Região Autónoma dos Açores beneficiar de um

conjunto de condições fiscais mais vantajosas do que Portugal Continental: taxas de IRC, IRS

e IVA inferiores às de Portugal Continental e isenção de IMT até valores mais elevados que

os de Portugal Continental.

De referir ainda que, de acordo com os resultados do GEM Açores 2010 relativos à Condição

Estrutural “Programas Governamentais”, o nível de apoio governamental à actividade

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empreendedora é avaliado como sendo “nem suficiente nem insuficiente”. Destacam-se

pela positiva, a diversidade e a adequabilidade dos programas de apoio às novas empresas

e, pela negativa, a dificuldade de acesso aos mesmos.

No que se relaciona com a Condição Estrutural “Políticas Governamentais”, estas são

também avaliadas como sendo “nem suficientes nem insuficientes”, destacando-se pela

positiva a prioridade política atribuída ao empreendedorismo e, pela negativa, a burocracia

e a dificuldade em obter autorizações e licenças num tempo reduzido.

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2. ANÁLISE SWOT

2. Análise SWOT

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2. Análise SWOT

A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) permite sistematizar os

resultados das restantes análises realizadas, identificando os pontos fortes actuais do

ecossistema do empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores, que poderão ser os

seus motores de evolução, as áreas de melhoria, para as quais devem ser desenhadas

estratégias específicas, as oportunidades, que reflectem as influências positivas externas e

que importa aproveitar, e as ameaças, que importa conhecer em profundidade e se

pretendem prevenir (Figura 10).

Figura 10. Análise SWOT.

A análise cruzada das quatro áreas acima apresentadas permite ainda obter algumas

orientações complementares como as potencialidades, os constrangimentos, as

vulnerabilidades e os principais problemas relacionados com o empreendedorismo na

Região Autónoma dos Açores.

Pontos fortes Áreas de melhoria

Oportunidades Ameaças

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2.1. Pontos Fortes

População jovem

Analisando a estrutura etária da Região Autónoma dos Açores, constata-se que a população

é mais jovem que em Portugal, como um todo. Nos Açores, cerca de 1/3 da população tem

menos de 24 anos, enquanto a nível nacional apenas cerca de 1/4 da população responde a

esse critério.

Tipicamente, a população jovem é mais propensa à assumpção de riscos e ao assumir de

novos desafios, factores fundamentais no que concerne à promoção do empreendedorismo.

Vantagens competitivas em sectores específicos

Na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto de sectores que apresenta condições

particularmente favoráveis à ocorrência de iniciativas empreendedoras.

Se à partida, pelo seu dinamismo e potencial exportador, se destacam os sectores das

pescas e seus derivados e da agro-indústria relacionada com os produtos lácteos, podem

também apontar-se sectores emergentes como o mar, o turismo (em particular o turismo de

natureza), ou as energias renováveis (designadamente as relacionadas com a geotermia, o

vento, ou as ondas).

Disponibilidade de apoios governamentais orientados para o empreendedorismo

Na Região Autónoma dos Açores, as estruturas de governo encontram-se consciencializadas

para a importância da actividade empreendedora. Deste modo, sob a alçada de diferentes

Direcções Regionais, encontram-se a ser implementados diferentes programas que

disponibilizam apoio financeiro a projectos de empreendedores. Se à partida é de destacar o

Empreende Jovem, especificamente delineado para esse objectivo, merece ser mencionado

que, no âmbito do PROPESCAS e do PRORURAL, existem linhas que contemplam apoios

significativos à criação de novas empresas nos respectivos sectores (pescas e agricultura,

respectivamente).

Não sendo exclusivamente relacionado com o empreendedorismo, é de referir que a Região

Autónoma tem um enquadramento fiscal mais favorável do que Portugal Continental,

contando com taxas mais reduzidas de IRC, IRS e IVA.

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Diversidade de iniciativas de promoção da cultura empreendedora

Apesar de muitas delas estarem ainda a dar os primeiros passos, na Região Autónoma dos

Açores encontra-se no terreno um conjunto alargado de iniciativas, que têm como objectivo

promover uma cultura de empreendedorismo na Região.

Estas iniciativas consistem maioritariamente na dinamização de acções formativas e na

promoção de concursos, e estão desenhadas de forma a terem como destinatários vários

segmentos da sociedade, desde os jovens alunos de 2º e 3º ciclo, aos profissionais instalados

e aos docentes e investigadores da Universidade dos Açores.

Dinamização de diferentes iniciativas visando a criação de Parques de Ciência e Tecnologia

Neste momento estão a ser dinamizadas nos Açores diferentes iniciativas de Parques de

Ciência e Tecnologia / Parques Tecnológicos, encontrando-se as mesmas em diferentes

estados de maturação.

Em todo o mundo, estas infra-estruturas são instrumentos dinamizadores da actividade

empreendedora, em particular do empreendedorismo tecnológico e de maior valor

acrescentado, contando para tal com espaços e serviços associados a incubação de

empresas.

2.2. Áreas de Melhoria

Baixo nível de formação da população

Globalmente, a Região Autónoma dos Açores apresenta uma população menos qualificada

do que qualquer das restantes regiões portuguesas. De acordo com os dados provisórios dos

Censos 2011 (INE, 2011) apenas 8,4% da população concluiu um nível de formação superior

e 10% concluiu um nível secundário.

Este baixo nível de formação tem seguramente consequências ao nível da capacidade

empreendedora da população, em particular no que concerne à criação de negócios mais

inovadores, com maior valor acrescentado.

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Reduzida dimensão (e fragmentação) do mercado local

Ao nível da dimensão do mercado, os Açores ressentem-se do facto de serem uma região

insular e ultraperiférica.

Com cerca de 250.000 habitantes distribuídos de forma assimétrica pelas diferentes ilhas

(56% em S. Miguel, 23% na Terceira e 21% nas restantes ilhas), o mercado local é de

reduzida dimensão. No mesmo sentido, a distância a que se encontram os restantes

mercados (não só os mercados internacionais mas mesmo as restantes regiões portuguesas)

dificultam a dinamização de redes empresariais e o estabelecimento de canais de

comercialização dos produtos.

Reduzido dinamismo do tecido socioeconómico

O tecido económico dos Açores é de reduzida dimensão, concentrando-se num conjunto

limitado de sectores e sobretudo nas ilhas de maior dimensão populacional. A falta de um

ambiente de inovação e de desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços, é

seguramente um entrave à existência de actividades empreendedoras na Região. Nesta

âmbito, merece referência o facto das despesas de ID da Região em percentagem do PIB

serem de apenas 0,46% em 2008 (a média nacional nesse ano foi de 1,55%), sendo

significativo que apenas 14,8% deste valor tenha origem no sector privado.

Baixa cultura de empreendedorismo

A Taxa de Actividade Empreendedora nos Açores era de apenas 3,5% em 2010, revelando-se

mais baixa do que a de Portugal Continental (4,4%) e abaixo da dos restantes países

membros da União Europeia (5,2%) no mesmo ano.

Na Região Autónoma dos Açores é reconhecida uma cultura avessa ao risco, que é

transversal a toda a sociedade açoriana.

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Reduzido valor acrescentado dos serviços de apoio ao empreendedorismo

Hoje em dia, apesar de existirem várias iniciativas no terreno, existem poucas estruturas de

apoio ao empreendedorismo. Mesmo nas estruturas já existentes, os serviços oferecidos são

de reduzida complexidade, tendo como base, sobretudo, a disponibilização de espaços a

preços inferiores aos do mercado. Os serviços adicionais disponibilizados estão muito ligados

a assessorias jurídicas ou divulgação de informação, não cobrindo aspectos como a

transferência de tecnologia ou conhecimento, promoção da inovação, networking, apoio à

internacionalização, etc.

2.3. Oportunidades

Relação histórica com EUA e Canadá

A Região Autónoma dos Açores é o território europeu mais próximo dos Estados Unidos e do

Canadá. Esta proximidade faz com que historicamente exista uma relação próxima entre

estes países e os Açores, que se materializou em sucessivas vagas de emigração, que estão

na origem da existência de comunidades açorianas significativas nestes países. Hoje em dia

as comunidades açorianas nos EUA e no Canadá representam cerca de um milhão de

pessoas, cerca de quatro vezes mais do que a população do arquipélago. Esta relação

constitui-se como uma oportunidade, quer no sentido de atracção de potenciais

empreendedores, quer no estabelecimento de redes de apoio ou canais de distribuição para

novas empresas a serem criadas nos Açores.

Características geográficas específicas

As características geográficas, biológicas e mesmo socioeconómicas muito específicas, fazem

dos Açores um verdadeiro laboratório natural para a investigação e para a aplicação de

métodos inovadores e originais, que podem ter consequências positivas na área do

empreendedorismo.

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2.4. Ameaças

Debilidades económicas do País

Portugal vive, desde há algum tempo, algumas debilidades económicas, que têm

condicionado o desenvolvimento regional e a capacidade de investimento.

Estas debilidades fazem-se sentir também nos Açores e podem ter um particular relevo na

área do empreendedorismo, sendo um factor inibidor da tomada de riscos e do lançamento

de novos negócios.

Concorrência de outras regiões

Hoje em dia, a temática do empreendedorismo é assumida como uma prioridade um pouco

por todo o mundo. Vários países, regiões e até municípios, têm vindo a adoptar e

desenvolver estratégias tendentes à criação de novas empresas e negócios de maior valor

acrescentado.

A existência destas dinâmicas tornará seguramente o processo de atracção de novas

empresas e empreendedores para os Açores um desafio mais exigente.

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3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS

3. Orientações

estratégicas

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3. Orientações estratégicas

A estratégia delineada para o fomento do empreendedorismo na Região Autónoma dos

Açores pressupõe a concretização de diferentes níveis de definição estratégica: Visão,

Missão, Linhas de Orientação Estratégica e Objectivos (Figura 11).

Figura 11. Níveis de definição da estratégia.

No âmbito do planeamento estratégico, a Visão é o fio condutor de toda a estratégia de

desenvolvimento proposta; corresponde, na prática, ao cenário que se pretende alcançar a

médio-longo prazo.

Directamente relacionada com a Visão, encontra-se a Missão, que pretende, com base na

Visão estabelecida, orientar a acção dos agentes envolvidos.

Ambas, Visão e Missão, deverão ser expressas de forma simples e clara, para que possam ser

facilmente interiorizadas pelos actores envolvidos, facilitando a sua mobilização em torno da

estratégia definida.

Enquadradas pela Visão e pela Missão, são elaboradas as Linhas de Orientação Estratégica,

que se estruturam neste caso nos seis grandes domínios de análise dos ecossistemas do

empreendedorismo considerados: Capital humano, Empresas e mercados, Políticas e

programas, Apoio financeiro, Cultura empreendedora e Infra-estruturas e serviços de apoio.

Por último, para cada uma das Linhas de Orientação definidas são apresentados diferentes

Objectivos, que se pretendem alcançar com a implementação da estratégia.

Visão

Missão

Linhas de Orientação Estratégica

Objectivos

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3.1. Visão e Missão

Conforme foi referido, a Visão corresponde na prática ao cenário prospectivo que se

pretende alcançar. Constitui o quadro de referência estratégico que permite orientar a

elaboração dos níveis de definição estratégica subsequentes e onde se devem integrar as

iniciativas definidas no âmbito do Plano. O próprio processo de definição da Visão permite

recolher pistas sobre o caminho a percorrer e motivar reflexões em torno da estratégia a

adoptar.

Deste modo, a Visão proposta no âmbito do Plano Estratégico para o Fomento do

Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores é:

Visão

Em 2020, a Região Autónoma dos Açores será reconhecida, a nível nacional e internacional,

por um ecossistema particularmente favorável ao empreendedorismo numa região insular e

ultraperiférica.

Com base nesta Visão, é proposta a seguinte Missão:

Missão

Os actores do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, onde se incluem o Governo

Regional, as Autarquias Locais, a Universidade, as Escolas, as Empresas e a sociedade civil,

deverão intervir de forma concertada nos seus diferentes domínios de actuação para

fomentar a actividade empreendedora na Região e maximizar os resultados

socioeconómicos daí decorrentes.

Note-se que na Missão elaborada é possível destacar, de uma forma sintética, as respostas

às questões “Quem?”: os actores do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, “Onde

intervir?”: nos seis domínios do ecossistema do empreendedorismo, nomeadamente capital

humano, empresas e mercados, políticas e programas, apoio financeiro, cultura

empreendedora e infra-estruturas e serviços de apoio; e “Com que objectivos intervir?”:

fomentar a actividade empreendedora e maximizar os resultados socioeconómicos daí

decorrentes.

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3.2. Linhas de Orientação Estratégica e Objectivos

As Linhas de Orientação Estratégica encontram-se forçosamente enquadradas pela Visão e

pela Missão procurando detalhá-las considerando elementos específicos. No caso deste

Plano elas abordam os seis grandes domínios de análise dos ecossistemas do

empreendedorismo considerados: Capital humano, Empresas e mercados, Apoio financeiro,

Cultura empreendedora, Infra-estruturas e serviços de apoio e Políticas e programas.

Na prática, podem ser encaradas como Visões parciais em cada um dos seis domínios,

pretendendo fornecer pistas sobre o caminho a percorrer e provocar reflexões sobre a

estratégia.

Da definição destas Linhas de Orientação Estratégica decorre a explicitação de vários

corolários, correspondentes à especificação dos Objectivos que se pretendem alcançar

através da materialização da estratégia.

Estas Linhas de Orientação e Objectivos estão na base da definição dos diferentes projectos

mobilizadores a implementar.

3.2.1. Capital humano

O desenvolvimento de uma região está intrinsecamente relacionado com o nível de

qualificação dos seus recursos humanos. Dispor de recursos humanos tecnicamente

habilitados, empreendedores e inovadores é condição essencial para promover a criação de

novas empresas, fazer evoluir as empresas existentes e atrair novos investimentos

empresariais.

No que diz respeito ao Capital humano, a Região Autónoma dos Açores depara-se com duas

realidades com efeitos contrários em termos de empreendedorismo: se, por um lado, a

Região tem uma população relativamente jovem, por outro, o panorama relativo ao seu

nível de formação apresenta fragilidades. De facto, a população residente apresenta níveis

de educação inferiores às médias nacional e comunitária em todos os níveis de ensino

(básico, secundário e universitário).

De modo a debelar esta fragilidade, a Região deve promover activamente a qualificação dos

seus cidadãos, em todos os níveis de ensino, incluindo o ensino profissional e tecnológico.

Contudo, a melhoria das taxas de escolarização da população é um processo cujos

resultados apenas se fazem sentir no médio-longo prazo. Assim sendo, importa desenvolver

esforços no sentido de atrair para a Região capital humano qualificado, que possa contribuir

para alavancar a actividade empreendedora e, consequentemente, fomentar o

desenvolvimento sócio-económico da Região.

Deste modo, relativamente ao Capital humano, é possível enunciar a seguinte Linha de

Orientação Estratégica:

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O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá contribuir activamente para o

aumento das qualificações dos recursos humanos da Região e para a atracção e fixação de

empreendedores qualificados.

Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este

domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes

Objectivos:

- Aumentar os níveis de qualificação da população;

- Reforçar a oferta formativa em áreas estratégicas para a Região;

- Atrair empreendedores qualificados a nível nacional e internacional.

3.2.2. Empresas e mercados

Hoje em dia, o desenvolvimento económico e social de uma região deve passar pelo

aproveitamento dos seus factores distintivos, i.e., os factores que dificilmente possam ser

replicados por outras regiões. Estes factores distintivos, que representam o potencial de

uma região e que podem, entre outros, estar relacionados com a existência de matérias-

primas locais, de recursos humanos qualificados ou de um mercado local ou regional

exigente, devem ser valorizados, através da criação de condições para o desenvolvimento de

um tecido empresarial que deles retire vantagens económicas.

A Região Autónoma dos Açores possui inúmeros recursos endógenos, que podem promover

a criação de novas empresas e o desenvolvimento de um tecido empresarial com fortes

ligações ao território. No entanto, o reduzido dinamismo do tecido económico e a falta de

um ambiente de inovação e de desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços

colocam entraves à existência de actividades empreendedoras na Região.

Para além disso, a insularidade, a reduzida escala do Arquipélago, a fragmentação em nove

ilhas e os elevados custos de transporte e comunicação dificultam o estabelecimento de

canais de comercialização dos produtos e o acesso aos mercados externos.

Urge, deste modo, explorar o potencial dos recursos endógenos da Região e facilitar o

acesso das empresas aos mercados externos, explorando novos canais de distribuição e

promovendo o aumento, por exemplo, das relações com a diáspora açoriana (especialmente

nos EUA e Canadá).

Assim sendo, no que se relaciona com as Empresas e mercados, foi definida a seguinte Linha

de Orientação Estratégica:

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O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá contribuir activamente para o

aproveitamento de oportunidades económicas existentes na Região e para facilitar o acesso

das empresas aos mercados externos.

Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este

domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes

Objectivos:

- Explorar e divulgar o potencial económico dos recursos endógenos da região;

- Explorar e dinamizar novos canais de distribuição para produtos e serviços de

empresas açorianas;

- Facilitar o acesso a mercados externos (a nível nacional e internacional);

- Aumentar as relações com a diáspora açoriana, especialmente nos EUA e Canadá.

3.2.3. Apoio financeiro

A disponibilidade de recursos financeiros é um dos factores considerados mais críticos para

o sucesso de uma actividade empreendedora. Para a maioria dos casos, em que a

disponibilidade de recursos próprios não é suficiente, importa que o ecossistema do

empreendedorismo possa disponibilizar instrumentos de financiamento, que facilitem a

criação das novas empresas e a sua sobrevivência no mercado.

Atendendo à diversidade de perfis das novas iniciativas empresariais (necessidades de

capital, sector, risco associado, etc.) e dos próprios empreendedores (idade, formação, etc.),

importa que a oferta de mecanismos financeiros disponibilizada no ecossistema seja

diferenciada, permitindo a sua adequação aos diferentes tipos de necessidade.

Importa por isso que o ecossistema do empreendedorismo possa disponibilizar diferentes

tipos de instrumentos, que vão do tradicional acesso ao crédito, ao microcrédito, passando

por fundos de investimento, business angels, capital de risco, capital semente, bolsas ou

mesmo subsídios.

Nos Açores, estão disponíveis diferentes tipos de apoio financeiro ao empreendedorismo,

como o Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário, o Fundo de Investimento de Apoio ao

Empreendedorismo dos Açores, o FINICIA Açores e diferentes tipos de crédito

disponibilizados pela banca comercial. Apesar disso, estamos perante tipologias de apoio

financeiro “tradicionais”, sendo identificadas carências no que se relaciona com o capital de

risco e relacionados.

São de destacar no capítulo da disponibilidade de instrumentos de financiamento a

diversidade de apoios governamentais, materializados em programas como o Empreende

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Jovem, o PROPESCAS, o PRORURAL, ou o SIDER, que permitiram nos últimos tempos a

materialização de um número considerável de iniciativas empreendedoras.

Refira-se, no entanto, que nem sempre esta diversidade de oferta é equivalente a facilidade

de acesso ao referido capital. Importa por isso que essa oferta seja divulgada e o seu acesso

facilitado aos empreendedores interessados.

Desta forma, no que concerne ao Apoio financeiro, é possível definir a seguinte Linha de

Orientação Estratégica:

O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá apresentar um conjunto alargado e

coerente de instrumentos de financiamento que se adeqúem às diferentes necessidades dos

empreendedores e sejam facilmente acessíveis.

Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este

domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes

Objectivos:

- Atrair para a realidade Açoriana novas formas de financiamento associadas à

actividade empreendedora;

- Divulgar e facilitar o acesso aos mecanismos de financiamento existentes;

- Fomentar a criação de linhas de crédito e outros mecanismos financeiros específicos

para a realidade açoriana.

3.2.4. Cultura empreendedora

Em qualquer região ou país, as normas sociais e culturais vigentes têm um impacto

significativo no encorajar ou desencorajar do empreendedorismo. Aspectos como o

reconhecimento da iniciativa individual, o encarar de novos riscos e desafios, o estímulo à

criatividade e à inovação, ou a aceitação do insucesso são encarados de diferentes formas

em diferentes culturas.

Nos Açores, é reconhecida a existência de uma cultura de aversão ao risco, transversal a

toda a sociedade, que se constitui como um dos principais inibidores da actividade

empreendedora.

Conforme foi referido, é sintomático o facto de, na Universidade dos Açores, apenas uma

pequena minoria dos alunos (10%) ter como objectivo criar o seu próprio emprego,

enquanto a grande maioria dos mesmos (62%) tem como objectivo conseguir um emprego

no sector público.

Consciente desta realidade, o Governo Regional, em particular através das Direcções

Regionais da Juventude e da Educação e Formação, tem vindo a apoiar um leque alargado de

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iniciativas na área da educação para o empreendedorismo. Estas iniciativas têm subjacente a

preocupação de poderem atingir diferentes segmentos de público, de forma transversal à

sociedade. Foram identificadas iniciativas que envolvem desde os mais jovens alunos das

escolas de 2º e 3º ciclos do Ensino Básico (Programa Educação Empreendedora: o Caminho

para o Sucesso), até aos alunos, docentes e investigadores universitários (Curso de

Empreendedorismo de Base Tecnológica). Apesar de serem iniciativas relativamente

recentes, cujo impacto na mudança de mentalidades só será perceptível a longo-prazo, são

iniciativas relevantes, a que importa dar continuidade.

Paralelamente, será relevante complementar as iniciativas referidas com outras que

contribuam para valorizar a imagem social do empreendedor e aumentem o

reconhecimento público dos casos de sucesso empresarial.

Desta forma, no que se relaciona com a Cultura empreendedora, foi definida a seguinte

Linha de Orientação Estratégica:

O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá fomentar e valorizar a iniciativa, o

risco, a criatividade e a inovação e promover a tolerância ao insucesso entre a população da

Região.

Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este

domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes

Objectivos:

- Incluir no processo educativo componentes conducentes à familiarização com a

actividade empreendedora;

- Valorizar a imagem social do empreendedor;

- Contrariar os códigos sociais vigentes de aversão ao risco e à iniciativa privada;

- Fomentar uma cultura de criatividade e inovação;

- Divulgar casos de sucesso empresarial do Arquipélago.

3.2.5. Infra-estruturas e serviços de apoio

A existência de um ambiente estruturado de apoio à actividade económica é essencial para

promover a actividade empreendedora. Como ambiente estruturado e atractivo entende-se

não apenas as infra-estruturas físicas mas também os serviços profissionais e de

aconselhamento a empresas em fase nascente.

Em termos de infra-estruturas, a Região Autónoma dos Açores apresenta, actualmente, um

conjunto limitado de espaços para acolher novas empresas. Entre as infra-estruturas

existentes, destacam-se o Ninho de Empresas do Azores Parque e o Espaço de

Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico (EDET), que disponibilizam espaços para

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instalação de empresas na sua fase inicial. No que se relaciona com o apoio prestado, estas

duas infra-estruturas ficam aquém do esperado para uma incubadora de empresas: os

serviços oferecidos são de reduzida complexidade, tendo como base, sobretudo, a

disponibilização de espaços a preços inferiores aos do mercado. Os serviços adicionais

disponibilizados estão muito ligados a assessorias jurídicas ou divulgação de informação, não

cobrindo aspectos como a transferência de tecnologia ou conhecimento, promoção da

inovação, networking, apoio à internacionalização, etc.

Refira-se que se encontram em fase de projecto ou implementação diferentes iniciativas que

irão previsivelmente contribuir para a mudança do cenário actual. Destacam-se a nova

incubadora de empresas da Universidade dos Açores, desenvolvida no âmbito do projecto

InCUBE e o Nonagon, Parque Tecnológico de S. Miguel.

Importa assegurar que estas iniciativas sejam complementadas com a melhoria da qualidade

dos serviços prestados aos empreendedores na Região, de forma a facilitar a criação de

novas empresas e a aumentar o seu potencial de sobrevivência.

Com base no enunciado, no que se relaciona com as Infra-estruturas e serviços de apoio, foi

proposta a seguinte Linha de Orientação Estratégica:

Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este

domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes

Objectivos:

- Consolidar a rede de infra-estruturas de apoio aos empreendedores;

- Fomentar a qualidade e a variedade dos serviços de aconselhamento e de

consultoria aos empreendedores;

- Assegurar o acesso a infra-estruturas básicas (comunicação, energia, …).

3.2.6. Políticas e programas

Nos últimos anos e devido sobretudo à crise económica, os governos a nível europeu e

mundial têm atribuído uma maior importância ao empreendedorismo, enquanto meio de

criação de emprego, de promoção da competitividade e de fomento da criatividade e da

inovação.

Na Região Autónoma dos Açores, o Governo Regional, através de várias das suas Secretarias,

tem demonstrado igualmente uma preocupação crescente com as condições facilitadoras do

O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá estar dotado de um conjunto de

infra-estruturas e serviços de apoio acessíveis aos empreendedores, que facilitem a

instalação das empresas e cubram, de uma forma integrada, as suas necessidades tangíveis e

intangíveis.

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empreendedorismo e tem actuado no sentido de implementar medidas concretas. Entre as

medidas de apoio ao empreendedorismo implementadas pelo Governo Regional, destacam-

se o SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores e o

Programa Empreende Jovem.

Há ainda a apontar o regime fiscal em vigor nos Açores que oferece condições favoráveis às

empresas locais em relação às de outras regiões do País, em especial no que se refere ao IRC

e ao IVA.

No entanto, existem ainda algumas lacunas que deverão ser colmatadas a curto prazo no

sentido de optimizar a intervenção do Governo Regional dos Açores no ecossistema do

empreendedorismo. Assim, é importante rever os programas de incentivo existentes e, em

particular, as suas condições de acesso, de forma a garantir que se adequam às necessidades

e contingências da actividade empreendedora nos Açores.

É também necessário posicionar o empreendedorismo como prioridade política transversal

às diferentes instâncias do Governo, de modo a criar condições facilitadoras da actividade

empreendedora.

Desta forma, no que se relaciona com as Políticas e programas, foi possível definir a seguinte

Linha de Orientação Estratégica:

O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá ser considerado uma prioridade

política regional, reflectida num enquadramento regulatório e institucional favorável ao

fomento da actividade empreendedora.

Deverá também estar dotado de um conjunto coerente de programas de apoio, que se

adaptem às diferentes necessidades dos projectos inovadores e sejam facilmente acessíveis.

Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este

domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes

Objectivos:

- Posicionar o empreendedorismo como prioridade política transversal às diferentes

instâncias governamentais;

- Simplificar os procedimentos associados à actividade empresarial, em particular os

relacionados com a criação e licenciamento de empresas;

- Rever os programas de incentivo, de forma a favorecer aspectos como o fomento da

relação universidade-empresa e a promoção do acesso a novos mercados;

- Facilitar o acesso aos programas de incentivo à actividade empreendedora.

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4. PLANO DE ACÇÃO

4. Plano de

Acção

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4. Plano de Acção

No sentido de materializar a estratégia definida, importará que o Plano Estratégico para o

Fomento do Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores, não só identifique novas

propostas de actuação, mas também considere as iniciativas já no terreno, que serão

merecedoras de continuidade.

O processo de reflexão adoptado encontra-se apoiado na realização de uma análise cruzada

que permite, para os diferentes domínios considerados, analisar em conjunto o Panorama

actual, medido a partir de diferentes indicadores, e as Iniciativas para melhoria identificadas

desse domínio do ecossistema (Figura 12).

Figura 12. Quadrantes orientadores da estratégia.

Considerando a representação gráfica da Figura, os domínios que se encontrem no

quadrante inferior esquerdo serão aqueles merecedores de uma intervenção mais profunda,

pois terão sido encontrados resultados insuficientes e, paralelamente, também serão

consideradas insuficientes as iniciativas tendentes a inverter este panorama. Já os domínios

do quadrante superior esquerdo serão aqueles com resultados ainda insuficientes, mas já

com iniciativas implementadas no sentido de mudar o panorama actual. Por fim, nos

quadrantes do lado direito da figura encontrar-se-ão os domínios em que o panorama actual

é mais favorável ao empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores: na parte superior,

posicionam-se aqueles com mais iniciativas no terreno, e no inferior os com menor número

e dimensão de iniciativas identificadas.

Panorama actual

Inic

iati

vas

par

a m

elh

ori

a

Panorama actual considerado insuficiente

Iniciativas para melhoria consideradas suficientes

Panorama actual considerado suficiente

Iniciativas para melhoria consideradas insuficientes

Panorama actual considerado insuficiente

Iniciativas para melhoria consideradas insuficientes

Panorama actual considerado suficiente

Iniciativas para melhoria consideradas suficientes

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4.1. Principais iniciativas a manter

De uma forma empírica, é possível representar graficamente o posicionamento dos seis

domínios do ecossistema do empreendedorismo dos Açores de acordo com a seguinte figura

(Figura 13):

Figura 13. Posicionamento dos diferentes domínios do ecossistema do empreendedorismo nos quadrantes

orientadores da estratégia.

Denota-se assim que os domínios “Capital humano” e “Empresas e mercados” serão aqueles

nos quais a intervenção será prioritária. A estratégia para o fomento do empreendedorismo

na Região Autónoma dos Açores deverá encontrar formas para alterar o panorama vigente.

Este panorama é particularmente marcado, no primeiro caso, pelos baixos níveis de

formação da população e, no segundo caso, pela reduzida dimensão do mercado local e pela

dificuldade de acesso aos mercados externos à Região.

Numa situação diferente encontra-se o domínio “Cultura empreendedora”. Enquanto o

panorama actual é considerado manifestamente insuficiente, subsistindo na sociedade

açoriana uma mentalidade pouco propensa ao empreendedorismo, foram identificadas

iniciativas tendentes a inverter esta situação, a que importa dar continuidade. De entre estas

acções destacam-se as relacionadas com a promoção do empreendedorismo nos diferentes

níveis de ensino e a promoção dos concursos de empreendedorismo, designadamente:

Panorama actualIn

icia

tiva

s par

a m

elh

ori

a

Infra-estruturas e serviços de apoio

Apoio financeiro

Empresas e

mercados

Capital humano

Cultura empreend.

Políticas e programas

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Programa Educação

Empreendedora

Programa de formação orientado para alunos e professores do Ensino

Básico, do Ensino Secundário e do Ensino Profissional.

Inclui a realização do Concurso IdeiAçores e a criação de Clubes de

Empreendedorismo nas Escolas.

Centro de

Empreendedorismo

na UAc

Estrutura da Universidade dos Açores aberta à sociedade orientada para o

fomento do empreendedorismo entre alunos e docentes.

Concurso Regional de

Empreendedorismo

Concurso para premiar os melhores projectos de potenciais

empreendedores açorianos.

No domínio “Infra-estruturas e serviços de apoio” foi considerado que o panorama actual da

Região se encontrava numa posição intermédia, sendo que apesar de existirem já algumas

infra-estruturas e serviços disponíveis nos Açores, estas focam-se sobretudo num apoio

considerado mais básico. Não estando ainda num estado de desenvolvimento amadurecido,

são de destacar as seguintes iniciativas, pela sua relevância para a região e pelo seu

potencial de integração com outras iniciativas propostas no âmbito deste Plano:

Nonagon Parque Tecnológico da Região Autónoma dos Açores, ainda em fase de

construção.

Rede de Gabinetes do

Empreendedor

Rede de oito gabinetes (em todas as ilhas excepto o Corvo) para

atendimento personalizado a empresas e futuros empresários.

Rede Prestige Azores

Rede internacional de Conselheiros, em fase de amadurecimento, onde se

pode enquadrar o aconselhamento no âmbito da promoção de novas

empresas.

Aproveitando estas iniciativas já lançadas, a estratégia para o fomento do

empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores deverá encontrar mecanismos que

permitam por um lado aumentar abrangência da infra-estrutura de apoio existente e, por

outro lado, aumentar também a complexidade e o valor acrescentado significativo dos

serviços prestados.

Por fim, num quadrante mais favorável encontram-se os domínios “Políticas e programas” e

“Apoio financeiro”. No que concerne às “Políticas e programas”, denota-se nos Açores um

forte envolvimento político na temática do empreendedorismo, traduzido na existência de

diferentes programas de apoio à actividade empreendedora. Para além dos programas

PRORURAL, PROPESCAS e PRO-EMPREGO, todos eles com linhas específicas orientadas para

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o apoio à criação de novas empresas, destaca-se pela sua relação específica com a actividade

empreendedora:

Empreende Jovem Programa de apoio financeiro (não reembolsável) destinado a jovens

empreendedores (18-35 anos).

No que se relaciona com o “Apoio financeiro”, existem também nos Açores condições

favoráveis ao acesso a capitais pela parte de empreendedores com diferentes tipos de

necessidades. Destacam-se neste caso:

Regime de Apoio ao

Microcrédito Bancário

Regime que facilita o acesso a pequenos financiamentos, dirigido a

empreendedores açorianos que se encontrem desempregados, à

procura de primeiro ou novo emprego

Fundo de Investimento de

Apoio ao

Empreendedorismo dos

Açores (FIAEA)

Fundo de capital de risco direccionado para projectos de micro,

pequenas e médias empresas.

4.2. Propostas de acção

Uma vez identificadas as principais iniciativas existentes na Região Autónoma dos Açores a

que importa dar continuidade no âmbito deste Plano Estratégico para o Fomento do

Empreendedorismo, importa avançar no sentido da definição das novas propostas de

actuação.

A proposta das novas iniciativas tem em consideração que a abordagem ao

empreendedorismo, como a qualquer ecossistema, deve ser holística: não bastará actuar

sobre um ou dois dos domínios do sistema, sendo necessário actuar em paralelo sobre os

diferentes domínios, não esquecendo as inter-relações entre estes. A concretização da

estratégia de desenvolvimento deverá ser efectuada de modo transversal, tendo em

consideração as diferentes linhas de orientação estratégica apresentadas.

Assim, no processo de definição dos projectos a desenvolver, foi dada prioridade a iniciativas

estruturantes que permitam obter inputs positivos nas diferentes linhas. Deste modo, foi

definida a seguinte carteira de Projectos estruturantes:

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START-UP AZORES Implementação de programa internacional de atracção de

empreendedores qualificados

EMPREENDE AÇORES Implementação de programa de formação-acção para fomento do

empreendedorismo relacionado com os produtos endógenos dos Açores

INCUBA AÇORES Estabelecimento da incubadora de empresas de referência nos Açores

BIC AZORES Estabelecimento de um Business Innovation Centre nos Açores

OBSERVATÓRIO DO

EMPREENDEDORISMO

Implementação de estrutura de monitorização da evolução do ecossistema

do empreendedorismo dos Açores

AZORES ANGELS Criação de uma rede de Business Angels nos Açores

ENTERPRISE AZORES Implementação de programa de promoção da visibilidade externa do

ecossistema do empreendedorismo dos Açores

Em seguida apresentam-se, em detalhe, os diversos projectos estruturantes propostos. Para

cada um deles foi desenvolvida uma “ficha de projecto” onde se destacam os respectivos

objectivos, a descrição (incluindo a apresentação de casos de estudo nacionais e

internacionais relacionados), as principais actividades a desenvolver, a sua calendarização e

uma estimativa orçamental.

A estimativa orçamental é indicativa e encontra-se apresentada em intervalos de valores

que permitem classificar os projectos:

- Tipo A: inferior 500.000 Euros;

- Tipo B: de 500.000 a 2.000.000 de Euros;

- Tipo C: superior a 2.000.000 de Euros.

Para os diferentes projectos, esta estimativa considera as actividades previstas ao longo dos

cinco anos de implementação do Plano. Foram assumidos os custos globais dos projectos,

independentemente de estes poderem vir a recorrer a recursos humanos ou financeiros

disponíveis no âmbito de programas ou iniciativas já existentes.

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4.2.1. Projecto 1. Start-Up Azores

Nome:

Start-Up Azores – Implementação de programa internacional de atracção de

empreendedores qualificados

Objectivos:

Atrair e fixar na região empreendedores qualificados;

Dar visibilidade internacional aos Açores como Região com ambiente particularmente

favorável ao empreendedorismo;

Facilitar o acesso a redes e serviços de apoio internacionais;

Facilitar o acesso das novas empresas a mercados externos (a nível nacional e internacional);

Aumentar as relações com a diáspora açoriana, especialmente nos EUA e Canadá.

Descrição:

Conforme tem vindo a ser referenciado, a Região Autónoma dos Açores depara-se hoje em

dia com uma população pouco qualificada, apresentando níveis de formação abaixo dos das

restantes regiões portuguesas, quer no Ensino Secundário, quer no Ensino Superior. Estes

baixos níveis de formação têm consequências negativas na capacidade empreendedora da

Região, em particular no que concerne à criação de negócios mais inovadores e com maior

valor acrescentado.

Importa por isso, para além de continuar a desenvolver esforços no sentido de qualificar a

população e de estimular entre ela uma cultura de empreendedorismo, desenvolver uma

estratégia integrada que permita aos Açores captarem empreendedores qualificados,

oriundos de outras regiões do globo.

Deste modo, o projecto Start-Up Azores foi definido considerando uma intervenção nos

diferentes domínios do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, tendo em vista o

reforço da sua componente internacional.

O Start-Up Azores é um programa de atracção de empreendedores qualificados, que tem

como exemplo inspirador o Programa Start-Up Chile, criado pelo Governo Chileno para

atingir os mesmos fins.

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Um dos primeiros passos na elaboração do Start-Up Azores será a definição de um conjunto

de apoios especificamente orientados para facilitar a instalação de empreendedores

estrangeiros nos Açores.

Programa Start-Up Chile, Chile

O Start-Up Chile foi criado pelo Governo do Chile,

com o objectivo de transformar o Chile no centro da

inovação e do empreendedorismo da América Latina.

O Programa está orientado para a atracção de talento através da captação de empreendedores

de alto potencial, que possam usar o Chile como plataforma para todo o mundo.

Contribuindo activamente para a imagem externa do Chile como país empreendedor, o Start-Up

Chile tem merecido reconhecimento em vários media internacionais, com destaque para a

publicação de artigos em revistas e jornais como Forbes, The Economist, BusinessWeek e Financial

Times. O Programa tem inspirado a criação de outras iniciativas como o Startup America, o

Startup Greece, ou o Startup Italy.

Em 2010, na fase piloto do Programa, foram atraídas 22 start-ups de 14 países (incluindo

Portugal). A meta é atrair 300 empresas em 2011 e 1.000 em 2014. Em 2011, foram recebidas

mais de 1.500 candidaturas no total dos 3 concursos abertos durante o ano.

Apoios concedidos pelo Programa Start-Up Chile, Chile

Um dos principais atractivos do Start-Up Chile é a disponibilização de 40.000

USD por projecto para a sua instalação no Chile e para o seu primeiro ano de

vida.

O Programa disponibiliza espaços físicos para instalação das empresas e permite a atribuição de

um visto de residência aos membros da equipa de projecto e seus familiares, promovendo desta

forma um ambiente mais favorável à instalação num país estrangeiro.

Além disso, o Start-Up Chile destaca-se pela sua abrangência internacional, permitindo o acesso a

uma rede de mentores de vários países, pela realização de actividades de networking com

especialistas à escala global e pelo apoio especializado para a obtenção de financiamentos a nível

internacional.

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Note-se que, nos Açores, a insularidade e a ultraperificidade reduzem o potencial do

mercado local, com possíveis consequências negativas ao nível da capacidade de atracção de

empresas. Importa por isso, no âmbito do Programa Start-Up Azores, promover por um lado

a selecção de empresas com uma visão internacional e global do seu negócio e, por outro,

criar redes de ligação ao exterior que permitam apoiar a internacionalização dos projectos

empresariais seleccionados.

Rede de Apoiantes (Advocates) do Start-Up Chile, Chile

O Programa Start-Up Chile criou uma rede global de apoiantes,

constituída por diferentes personalidades, chilenos ou não, que um

pouco por todo o mundo auxiliam o Start-Up Chile a atingir a sua

missão. Entre os diferentes contributos prestados podem-se

encontrar:

- Identificação de potenciais candidatos e encaminhamento para o Programa;

- Fornecimento de apoio especializado aos empreendedores aceites no Start-Up Chile;

- Disseminação do Start-Up Chile na sua região, incluindo a apresentação do Programa

junto de universidades, incubadoras, centros de empreendedorismo, entre outros;

- Apoio na expansão da rede de universidades, empresas de capital de risco, business

angels, governos e empreendedores associados ao Programa.

A este respeito são de referenciar as sinergias que poderão ser procuradas com a Rede

Prestige Azores, recentemente promovida pela DRCTC. Trata-se, como já referido, de uma

rede internacional de Conselheiros, descendentes de açorianos ou pessoas que estejam

directamente envolvidas com os Açores, residentes fora da Região e cujo trabalho tenha

relevância em áreas científicas e/ou tecnológicas. Os Conselheiros disponibilizam-se para

responder a questões e a disponibilizar informações, onde se pode enquadrar o

aconselhamento no âmbito da promoção de novas empresas.

No mesmo sentido, existirão sinergias com outras iniciativas e com outros actores da

realidade açoriana que importa aproveitar. O Programa deverá ter uma atitude pró-activa na

sua articulação, no sentido destas iniciativas e actores poderem ser envolvidos, contribuindo

para maximizar o seu potencial.

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Red de Mentores, Chile

A Red de Mentores tem como objectivo acelerar a

trajectória de crescimento dos empreendedores de

elevado potencial no Chile, através de uma tutoria

personalizada, centrada em questões-chave do negócio.

A Rede procura combinar profissionais experientes e empreendedores, de acordo com as áreas

de especialização dos mentores e as necessidades dos empreendedores que estão sob a tutoria.

De momento, a Rede abrange mais de 150 mentores, incluindo empresários e gestores

qualificados, oriundos de áreas diversificadas. Este grupo de mentores tem um conhecimento

profundo dos mercados chileno e global e está disposto a partilhá-lo com outras empresas.

A sua actuação no programa é voluntária e não implica remuneração, sendo que o envolvimento

mínimo será de 10 horas repartidas por um semestre.

Para beneficiar do apoio da Red de Mentores, é necessário passar por um processo constituído

por várias etapas, que inclui o desenvolvimento de um plano de trabalhos a 6 meses.

Considerando as suas diferentes componentes, a estruturação do Start-Up Azores deverá

assentar na consolidação de três eixos:

- Eixo 1: Disponibilização de apoios à instalação

A incluir nomeadamente:

o Espaço físico (potencialmente em articulação com o Nonagon);

o Procedimentos administrativos de abertura da empresa;

o “Envelope financeiro” para instalação da empresa;

o Procedimentos administrativos associados à obtenção de visto de trabalho

(onde aplicável);

- Eixo 2: Disponibilização de conjunto abrangente de serviços de apoio

A incluir nomeadamente:

o Equipa técnica do Programa;

o Rede de “conselheiros” (potencialmente com o apoio da Rede Prestige,

definindo papéis a desempenhar);

o Rede de mentores em articulação com diferentes actores regionais,

nacionais e internacionais;

o Repositório de apoios financeiros disponíveis, a nível nacional e

internacional;

- Eixo 3: Estratégia de comunicação a nível internacional

Em articulação com o Projecto Enterprise Azores, apresentado neste documento.

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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA

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55

Naturalmente, um dos factores críticos associados à implementação do Start-Up Azores

relaciona-se com a necessidade de um rigoroso e criterioso processo de selecção, dando

prioridade a empresas com uma visão internacional da sua actividade, que possam ter nos

Açores a sua base de actuação.

Pretende-se que a consolidação dos três eixos do Start-Up Azores permita atrair para os

Açores um conjunto alargado de empreendedores e de novas empresas com elevado valor

acrescentado, que permitam dinamizar a economia da Região e que contribuam

activamente para o reconhecimento internacional pelo seu ecossistema particularmente

favorável ao empreendedorismo.

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas e

mercados

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr. e

serv. apoio

Políticas e

programas

START-UP

AZORES +++ ++ ++ ++ ++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

Actividades:

ACTIVIDADE 1. Elaboração do plano estratégico do Start-Up Azores:

- Definição da estrutura organizacional;

- Definição do perfil da equipa técnica;

- Estruturação dos apoios a disponibilizar;

- Definição do regulamento e condições de acesso;

- Elaboração da estratégia comunicacional;

- Definição do modelo de financiamento.

ACTIVIDADE 2. Desenvolvimento das actividades preparatórias do Programa:

- Contratação da equipe técnica e operacionalização da estrutura;

- Criação de rede de mentores na área do apoio ao empreendedorismo;

- Criação de rede internacional de conselheiros;

- Atracção de fundos de financiamento;

- Adesão a redes internacionais de apoio ao empreendedorismo.

ACTIVIDADE 3. Implementação do Programa:

- Implementação e avaliação da primeira edição “piloto” do Start-Up Azores;

- Implementação “cruzeiro” do Start-Up Azores.

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56

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Estimativa orçamental:

Tipo B

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4.2.2. Projecto 2. Empreende Açores

Nome:

Empreende Açores – Implementação de programa de formação-acção para fomento do

empreendedorismo relacionado com os produtos endógenos dos Açores

Objectivos:

Explorar e divulgar o potencial económico dos recursos endógenos da Região através da

actividade empreendedora;

Explorar e dinamizar novos canais de distribuição para produtos e serviços de empresas

açorianas;

Facilitar o acesso das novas empresas a mercados externos (a nível nacional e internacional);

Fomentar a cultura de empreendedorismo na Região.

Descrição:

Conforme tem vindo a ser referenciado, na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto

de sectores e de produtos que apresentam condições particularmente favoráveis à

ocorrência de iniciativas empreendedoras.

Se à partida, pelo seu dinamismo e potencial exportador, se destacam os sectores das

pescas e seus derivados e da agro-indústria relacionada com os produtos lácteos, podem

também apontar-se sectores emergentes como o turismo (em particular o turismo de

natureza), outras actividades relacionadas com o mar (por exemplo, biotecnologia marinha)

ou as energias renováveis (designadamente as relacionadas com a geotermia, o vento, ou as

ondas).

Importa por isso divulgar o potencial económico dos recursos endógenos da Região,

contribuindo activamente para o aproveitamento das oportunidades existentes e para a

promoção do acesso das empresas aos mercados externos.

Tendo em consideração que, em alguns dos sectores indicados, em particular nos

relacionados com a actividade agrícola e com as pescas, o universo dos stakeholders é

constituído por uma população pouco qualificada e com baixa taxa de actividade

empreendedora, importa incentivar a criação de capacidades e competências no sentido de

contribuir para a alteração do panorama vigente.

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Projecto Emprendedores Rurales de Canarias - Programa

RuralEES, Ilhas Canárias, Espanha

O RuralEES é um programa de fomento e promoção da

economia social nas zonas rurais das ilhas Canárias, com

origem no Programa Leader II. Desenvolvido pela

Federação Canária de Desenvolvimento Rural

(FEDERCAN) em parceria com diferentes associações de

desenvolvimento local, é orientado para a geração do

auto-emprego.

No âmbito do RuralEES, a FEDERCAN desenvolveu o projecto Emprendedores Rurales de Canarias,

que procurou dinamizar o empreendedorismo junto da população rural das ilhas. O projecto

incluiu diferentes tipos de acções, onde se destacam:

- o aconselhamento os procedimentos e requisitos para iniciar um novo negócio e

concretizar uma ideia;

- o apoio especializado no desenvolvimento de um plano de negócios;

- o apoio à elaboração de candidaturas a programas de financiamento;

- a disponibilização de formação e acompanhamento especializado.

Destaca-se como actividade específica a elaboração de um manual de apoio ao empreendedor

(“Manual práctico de emprendeduria”) e a disponibilização de vários estudos de viabilidade de

“negócios-tipo” (restaurante, apoio domiciliário, casa de turismo rural, empresa de artesanato,

exploração caprina, …).

Importa referir que, no caso dos Açores, no âmbito do PRORURAL, existem experiências com

alguns paralelismos com o exemplo descrito. O PRORURAL adoptou também uma

“abordagem LEADER”, estando esta na origem da criação de diferentes Grupos de Acção

Local com vista a conseguir resultados mais adaptados às diversas realidades locais.

O PRORURAL considera uma acção específica para a “Criação e Desenvolvimento de

Microempresas”. Esta acção tem como objectivo proporcionar condições para a criação e

desenvolvimento de iniciativas empresariais nas zonas rurais, tendo em vista a consolidação

e diversificação do tecido económico. Deste modo pretende-se contribuir para a criação de

emprego, sobretudo junto da população mais jovem, para a igualdade de oportunidades

entre homens e mulheres e para o estabelecimento de um modelo de cariz mais empresarial

ao nível destes territórios.

No âmbito desta acção foram aprovados, até ao fim de 2010, 53 projectos, correspondentes

a um investimento total de cerca de 5,3 milhões de Euros.

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Com base nestes resultados, importa encontrar mecanismos que permitam alargar este tipo

de iniciativas a outras áreas da sociedade açoriana, permitindo a criação de negócios

noutros sectores.

Neste sentido é proposto, com este projecto, o desenvolvimento de um programa de

formação-acção para o fomento do empreendedorismo relacionado com os produtos

endógenos dos Açores. Atendendo ao expectável reduzido nível de qualificação dos

potenciais empreendedores nestes sectores, a componente de “acção” deverá ser

detalhadamente programada, de forma a assegurar um acompanhamento muito próximo do

empreendedor e a aumentar o seu potencial de sucesso na criação de um novo negócio.

Projecto Dona Empresa

A Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias

desenvolveu o Projecto Dona Empresa, orientado para

o Apoio ao Empreendedorismo de Mulheres.

O projecto envolveu várias dezenas de mulheres

desempregadas e visou a criação e desenvolvimento

de competências empreendedoras, com vista à sua

integração no mercado de trabalho através da criação do próprio emprego. Paralelamente

pretendeu estimular a criação de novas empresas e oportunidades de emprego e fornecer

ferramentas adequadas às potenciais empreendedoras.

Metodologicamente, o projecto foi constituído por duas fases: um programa de formação

desenhado para dotar as formandas das competências necessárias para a criação e gestão de

micro-empresas, e a prestação de serviços de consultadoria de apoio ao desenvolvimento do

Plano de Negócios e à fase de constituição e arranque das empresas.

Por fim, no caso dos Açores merece referência a importância de trabalhar no sentido de

obtenção de escala, identificando novos canais de distribuição e novas formas de promoção,

que permitam facilitar o acesso dos produtos endógenos açorianos a novos mercados. Este

trabalho não pode ser feito, em muitos casos, exclusivamente dentro da Região, sendo

necessárias acções no exterior, capazes de induzirem a procura nos mercados potenciais.

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Rede de Lojas Aldeias do Xisto

A Rede das Aldeias do Xisto é um projecto de desenvolvimento

sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR - Agência para o

Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com 16

Municípios da Região Centro e com mais de 70 parceiros que actuam no

território.

A criação da marca "Aldeias do Xisto" enquanto destino turístico de qualidade efectivou no

terreno uma rede público-privada potenciadora de uma identidade de base regional na Região

Centro de Portugal. O projecto de dinamização da Rede das Aldeias do Xisto já alargou a sua

marca a sub-marcas e projectos complementares: a Rede de Lojas das Aldeias do Xisto, que

comercializa produtos locais; o Calendário de Animação das Aldeias do Xisto, um programa

permanente de eventos idealizados em conjunto com os parceiros locais do território; Rede de

Património do Xisto, um projecto internacional de parceria com Røros, um local UNESCO na

Noruega; a Rede de Praias Fluviais, que junta um conjunto significativo de praias fluviais da

Região.

Com o intuito de criar novos canais de distribuição para os produtos no exterior e,

simultaneamente, aumentar a visibilidade externa da Região, foram criadas lojas fora da Região,

nomeadamente em Lisboa (loja própria) e Barcelona (integrada na loja “A Casa Portuguesa).

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas

e

mercados

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr.

e serv.

apoio

Políticas e

programas

EMPREENDE

AÇORES ++ +++ + ++ ++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

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Actividades:

ACTIVIDADE 1. Levantamento dos produtos e produtores prioritários:

- Identificação dos produtos endógenos com potencial de comercialização;

- Identificação dos produtores e suas associações;

- Identificação dos mercados prioritários.

ACTIVIDADE 2. Preparação do Programa de formação-acção:

- Definição do público-alvo;

- Desenvolvimento dos conteúdos;

- Preparação de equipas de aconselhamento personalizado;

- Preparação de manual para elaboração de plano de negócios.

ACTIVIDADE 3. Implementação do Programa:

- Implementação e avaliação da primeira edição “piloto” do Empreende Açores;

- Implementação “cruzeiro” do Empreende Açores.

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Estimativa orçamental:

Tipo B

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4.2.3. Projecto 3. Incuba Açores

Nome:

Incuba Açores - Estabelecimento da incubadora de empresas de referência nos Açores

Objectivos:

Proporcionar aos empreendedores serviços de apoio de elevada qualidade;

Proporcionar aos empreendedores infra-estruturas de elevada qualidade, que ofereçam

condições qualificadas para a instalação de empresas, nomeadamente em sectores

considerados estratégicos;

Captar projectos de investimento com actividades de valor acrescentado e que requeiram

mão-de-obra qualificada.

Descrição:

Na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto limitado de estruturas e serviços de

apoio orientados especificamente para acolherem novas empresas e auxiliarem o seu

desenvolvimento nos primeiros tempos de actividade. Conforme já foi referido, mesmo nas

estruturas já existentes, os serviços oferecidos são de reduzida complexidade

Neste cenário, assume grande relevância a criação de uma incubadora de empresas de

referência, que preste serviços adequados aos empreendedores e empresas, onde se

possam incluir:

Apoio à implementação e gestão de negócios e de projectos: apoio na elaboração de

planos de negócio, apoio nas áreas económico-financeiras, apoio ao

estabelecimento de acordos de parceria, apoio à internacionalização, etc.;

Apoio científico e tecnológico: procurement tecnológico, apoio ao registo de

patentes e aquisição de licenças, apoio à certificação, organização de conferências,

seminários e workshops;

Apoio à obtenção de financiamento: recolha, sistematização e divulgação de

informação relativa a programas de apoio a actividades de I&D e inovação, apoio à

preparação de candidaturas a programas de financiamento, apoio à preparação de

pedidos de concessão de empréstimos, garantias e subsídios, apoio à identificação

de investidores e capital de risco, etc.;

Promoção de acções de formação: presencial, à distância (e-learning), formação-

acção.

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Tendo em vista a especificação dos serviços a desenvolver, na concepção desta incubadora

de empresas será necessário definir a sua missão, o público-alvo que se pretende abranger

com a iniciativa e as áreas prioritárias em que se pretende actuar.

IPN-Incubadora, Coimbra

A IPN-Incubadora promove a criação de empresas spin-offs,

apoiando ideias inovadoras e de base tecnológica oriundas dos

laboratórios do Instituto Pedro Nunes (IPN), de instituições do

ensino superior, em particular da Universidade de Coimbra, do

sector privado e de projectos de I&DT em consórcio com a

indústria.

A IPN-Incubadora dispõe de uma equipa de gestores e consultores qualificados e especializados

que garante apoio ao empreendedor em diferentes aspectos, sendo de destacar:

Acompanhamento tutorial na elaboração do Plano de Negócios da empresa;

Ligações e contactos com diversos centros de investigação nacionais e internacionais e

outras fontes de conhecimento, fontes de financiamento, etc.

Possibilidade de recorrer a uma bolsa de consultores especializados em distintas áreas

em condições vantajosas;

Candidaturas a Sistemas de Incentivos ao Investimento, I&D, emprego, etc.

Em 2010, a IPN-Incubadora foi considerada a melhor Incubadora de Base Tecnológica do mundo

pelo Centre for Strategy and Evaluation Services (CSES).

É de referir que a incubadora não deverá limitar a sua acção ao apoio as empresas de base

tecnológica. Esta estrutura poderá, por exemplo, disponibilizar espaços destinados para

empresas na área das indústrias criativas. A este respeito, merece referência a articulação

que se deve estabelecer com as Academias de Juventude, projecto do Governo Regional,

que visam o desenvolvimento de projectos tecnológicos, culturais e sociais por parte da

juventude açoriana, funcionando também como centros de incubação de ideias.

Os serviços a disponibilizar deverão estar também associados às diferentes modalidades de

incubação que se pretendem disponibilizar:

Incubação de ideias, também designada por pré-incubação - em que tipicamente são

disponibilizados serviços de informação e apoio à elaboração do Plano de Negócios,

ao desenvolvimento do projecto e à constituição da empresa, com um período

relativamente reduzido de incubação (entre 6 meses a 1 ano);

Incubação física de empresas - em que tipicamente são disponibilizados serviços de

apoio à estruturação da empresa e ao desenvolvimento do negócio, por um período

máximo de incubação que geralmente ronda os 3 anos;

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Incubação colaborativa - baseada em espaços de trabalho partilhados para empresas

e empreendedores, permitindo tanto a redução de custos como a criação de

dinâmicas conjuntas;

Incubação virtual de empresas - destinada a empresas que pretendem usufruir dos

serviços disponibilizados pela incubadora, mas que não tenham necessidade ou

possibilidade de instalação física.

Unidade de Inovação do ParcBIT, Ilhas Baleares, Espanha

No ano de 2008, foi criada a Unidade de Inovação do ParcBIT,

responsável por gerir a incubadora tecnológica do Parque. A

Unidade de Inovação procura garantir que todas as empresas

incubadas, independentemente do seu grau de maturidade,

têm acesso a serviços específicos de acordo com as suas

necessidades. A Unidade de Inovação foca-se em start-ups,

empresas estabelecidas e empresas intensivas em I&D.

As empresas incubadas têm acesso a:

Espaços de incubação a preços inferiores aos preços de mercado;

Aconselhamento e apoio em áreas de criação de novos negócios, consolidação

empresarial e gestão estratégica e financeira;

Acompanhamento e controlo dos projectos empresariais;

Aconselhamento e apoio na procura de financiamento para projectos inovadores,

especialmente a nível de concursos públicos de financiamento de I&D;

Disseminação das actividades nos meios de comunicação social e eventos relevantes.

Adicionalmente, a Unidade de Inovação do ParcBIT oferece um serviço de incubação virtual e,

desde Janeiro de 2011, um serviço de incubação colaborativa.

O modelo de incubação virtual poderá assumir um papel muito relevante na actuação da

incubadora, atendendo à dispersão dos empreendedores pelas várias ilhas do arquipélago.

Com base neste modelo, empreendedores localizados nas diversas ilhas, sem possibilidade

de instalação física na incubadora, poderão usufruir dos serviços disponibilizados.

De forma a prestar apoio ao maior número de empreendedores possível,

independentemente do local em que se encontrem, poderá ser criado uma linha telefónica

(“número verde”) de atendimento ao empreendedor, para aconselhamento relativo a

aspectos diversos relacionados com a criação de empresas.

De referir neste caso a necessidade de articular a actuação da incubadora com a Rede de

Gabinetes do Empreendedor, que tem presença física em todas as ilhas do arquipélago (com

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excepção do Corvo). A título de exemplo, esta rede, mais próxima dos empreendedores,

poderá divulgar os serviços disponibilizados pela incubadora, em especial a incubação

virtual, colaborar com a incubadora na implementação de cursos de formação, prestar

aconselhamento e apoio na criação de novos negócios, etc.

As diferentes orientações estratégicas adoptadas (tipo de empresas a incubar, serviços a

disponibilizar, equipa de recursos humanos, …) irão contribuir para a definição das infra-

estruturas necessárias para o funcionamento da incubadora, nomeadamente:

Espaço para acolhimento de empresas;

Espaços para serviços partilhados – salas de reuniões, salas adequadas a sessões de

formação, espaços comerciais, etc.

Espaços para instalação da equipa responsável pela gestão da incubadora e pelo

apoio aos empreendedores e empresas;

Infra-estruturas de comunicações;

Espaços comuns, como estacionamento, áreas verdes, etc.

Por último, é de referir que a incubadora de empresas pode ter interacções muito fortes

com outras iniciativas previstas para a Região, com vantagens significativas. No que se refere

à sua localização, poderá vir a ser integrada num parque tecnológico, nomeadamente no

Nonagon. A gestão da incubadora poderá ser assegurada pela entidade acreditada como

Business Innovation Centre, proposta em projecto autónomo, neste documento (projecto

BIC Azores). A incubadora poderá ainda ser o local de acolhimento das empresas

participantes no projecto Start Up Azores, previsto em projecto autónomo, neste

documento.

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas

e

mercados

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr. e

serv. apoio

Políticas e

programas

INCUBA

AÇORES + + + + +++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

Actividades:

ACTIVIDADE 1. Elaboração do Plano Estratégico da Incubadora de Empresas de referência

dos Açores:

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- Definição da Visão, Missão e Objectivos Estratégicos;

- Definição das áreas de actuação;

- Definição do público-alvo;

- Definição das estruturas físicas necessárias ao funcionamento da incubadora;

- Definição dos serviços a prestar;

- Definição das modalidades de incubação;

- Definição dos critérios de admissão de empresas;

- Identificação das parcerias estratégicas a estabelecer;

- Definição da estrutura organizacional e dos perfis da equipa de recursos humanos a

recrutar;

- Elaboração da estratégia comunicacional;

- Definição do modelo de financiamento.

ACTIVIDADE 2. Desenvolvimento das actividades preparatórias:

- Identificação de fontes de financiamento;

- Selecção/ construção de infra-estruturas físicas;

- Formalização da estrutura organizacional;

- Contratação da equipa técnica;

- Estabelecimento de parcerias estratégicas;

- Implementação das acções de comunicação definidas.

ACTIVIDADE 3. Entrada em funcionamento da incubadora:

- Preparação do Plano Anual de actividades;

- Selecção de ideias de negócio a apoiar;

- Instalação e apoio aos empreendedores;

- Realização das restantes actividades previstas no Plano Anual de Actividades.

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Estimativa orçamental:

Tipo C

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4.2.4. Projecto 4. BIC Azores

Nome:

BIC Azores - Estabelecimento de um Business Innovation Centre nos Açores

Objectivos:

Proporcionar aos empreendedores e PME açorianos um conjunto vasto e integrado de

serviços de apoio de elevada qualidade;

Fortalecer o sistema regional de inovação com a introdução de uma entidade certificada e

apoiada por uma rede internacional de excelência;

Promover o acesso dos empreendedores e PME a redes internacionais.

Descrição:

Os Business Innovation Centres (BICs) são organizações de apoio a pequenas e médias

empresas e a empreendedores. São reconhecidos através de um sistema de certificação de

qualidade, único a nível europeu e mundial, que lhes permite operar sob a designação BIC. O

reconhecimento como BIC é realizado pela European Business and Innovation Centre

Network (EBN), a maior rede europeia na área do empreendedorismo, juntando

actualmente em rede mais de 150 BIC.

Os BIC têm como missão contribuir para o desenvolvimento sócio-económico regional,

apoiando os empreendedores na implementação das suas ideias de negócio inovadoras e

fornecendo às empresas já estabelecidas serviços individualizados que possibilitem a sua

modernização.

Os BIC actuam como interface entre os empreendedores e as instituições públicas e

privadas, oferecendo um conjunto integrado de serviços, garantindo que o processo global

de incubação de novos negócios decorre da melhor maneira, coordenando os seus serviços

com os de outros actores-chave do sistema regional de inovação.

Os serviços disponibilizados por uma entidade acreditada como BIC são avaliados

regularmente pela entidade acreditadora (EBN), o que permite que os empreendedores e

empresas tenham uma garantia de qualidade e adequação dos serviços às suas

necessidades.

Tendo em consideração a escala internacional dos serviços disponibilizados, a sua

complexidade e a validação externa da sua qualidade, a existência de uma entidade

reconhecida como BIC nos Açores mostra-se extremamente pertinente.

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De facto, hoje em dia, os serviços oferecidos aos empreendedores nos Açores são de

reduzida complexidade, tendo como base, sobretudo, a disponibilização de espaços a preços

inferiores aos do mercado, sendo os serviços adicionais muito ligados a assessorias jurídicas

ou divulgação de informação.

O estabelecimento do BIC Azores irá permitir o aumento do valor acrescentado dos serviços

prestados, permitindo um acesso facilitado a redes internacionais, desde logo a já referida

rede europeia de BIC, e a serviços relacionados com a transferência de tecnologia ou

conhecimento, promoção da inovação, networking, apoio à internacionalização, etc.

Dublin Business Innovation Centre (Dublin BIC), Irlanda

O Dublin BIC tem como objectivo apoiar o

desenvolvimento do empreendedorismo e da inovação

na região de Dublin. Foi fundado em 1988, constituindo-

se como uma das primeiras parcerias público-privadas da

Irlanda.

Este BIC realiza a avaliação de projectos, fornece

assistência no planeamento estratégico dos projectos,

facilita o acesso a financiamento através do “AIB Seed

Capital Fund” e da “Halo Business Angel Partnership”,

disponibiliza espaços de qualidade para instalação de empresas, facilita parcerias internacionais,

promove a transferência de tecnologia para negócios nascentes, dá apoio à expansão de

empresas e facilita o acesso a redes internacionais.

O Dublin BIC é um exemplo de uma aposta bem sucedida nas parcerias estratégicas e redes, a

nível regional, nacional e internacional. A nível internacional, são de destacar as parcerias com a

EBN, parceiro de referência a nível europeu, com a EVCA - European Venture Capital Association,

com a EBAN – European Business Angel Network, e ainda com a ETC Baltimore, parceiro na área

de incubação nos Estados Unidos.

Desde a sua fundação, o BIC Dublin ajudou à criação de mais de 350 empresas, responsáveis por

cerca de 5500 postos de trabalho directos e 2000 indirectos. Das empresas criadas com o apoio

deste BIC, cerca de 80% sobreviveram ao período crítico dos primeiros cinco anos de actividade.

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Note-se que o BIC Azores pode assumir diversas formas e a sua organização pode

apresentar-se sob diversas configurações.

Deste modo, serão de equacionar as sinergias que poderão ser conseguidas com o projecto

do Parque Tecnológico Nonagon. O Nonagon prevê a existência de estruturas destinadas a

facilitar a criação e o crescimento de empresas baseadas na inovação, através da incubação

e processos de spin-off, pretendendo oferecer serviços de valor acrescentado, bem como

espaços e apoios de elevada qualidade.

ParcBit, Ilhas Baleares, Espanha

O ParcBit é um Parque de Ciência e Tecnologia, localizado

nas Ilhas Baleares, em Espanha. A gestão do ParcBIT está

inteiramente a cabo da ParcBIT Desenvolupament, S.A.,

uma empresa criada propositadamente para este fim e

que é participada a 100% pelo Governo das Ilhas

Baleares.

O leque de serviços oferecidos pelo ParcBIT aos seus

utentes é variado. Desde logo, sendo uma estrutura física

de alojamento de empresas, coloca ao dispor dessas empresas, além do próprio alojamento,

acesso a centros de conferências, serviços de videoconferência, vigilância contínua, serviços de

manutenção, WiFi, incluindo nas áreas exteriores e nas salas de reuniões, serviços de recolha de

resíduos sólidos urbanos e áreas colectivas de refeição à disposição de todos os utentes do

Parque.

O ParcBIT destaca-se, sobretudo, pelos serviços de apoio empresarial que oferece às empresas

em si alojadas, em especial pelos serviços em matéria de incubação de empresas. Oferecendo

inicialmente as modalidades de incubação tradicional e virtual, este parque disponibiliza

actualmente uma modalidade de incubação colaborativa, inspirada nos modelos de co-working.

A ParcBIT Desenvolupament, S.A integra a rede BIC.

No sentido de conseguir a sua acreditação, o BIC Azores deverá ser capaz de demonstrar

que:

- A sua actuação está focada numa região específica;

- O seu papel é reconhecido pelas autoridades públicas relevantes da região e que

está alinhado com as prioridades regionais de desenvolvimento económico e com as

estratégias de inovação;

- Envolve o sector público, no caso de ser maioritariamente de capitais privados;

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70

- Coordena a suas actividades com outras organizações de apoio às empresas, de

modo a assegurar a prestação de serviços complementares na região de

abrangência;

- É financeiramente sustentável, tendo orçamento próprio;

- Tem um posicionamento claro, apoiado num plano estratégico e plano de acção,

orientado para a criação de novos postos de trabalho e para a dinamização

económica, através da criação de novas empresas inovadoras ou desenvolvimento

de empresas existentes;

- Tem uma identidade própria, que o diferencia de outras organizações de apoio a

empresas e empreendedores existentes na mesma região;

- É gerido de forma profissional e autónoma, contando com uma equipa de, no

mínimo, três recursos humanos a tempo inteiro (qualificados, com experiência e

envolvidos nas actividades principais de apoio a empreendedores e empresas), dos

quais um deve ser o gestor responsável pelo BIC.

Para ser reconhecido, o BIC Azores deve desencadear um processo de acreditação, que

assegura a conformidade com os critérios de qualidade BIC e que segue os seguintes passos:

- Submissão de um questionário de auto-avaliação para verificação do cumprimento

dos critérios de qualidade BIC;

- Avaliação pela Equipa de Qualidade;

- Visita ao local por um perito externo;

- Decisão final do Comité de Gestão da Qualidade dos BIC, que pode atribuir, renovar

ou retirar a licença para utilização da marca BIC.

A acreditação de uma entidade açoriana como BIC irá potenciar o reconhecimento

internacional da própria entidade e dos Açores como região empreendedora.

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas

e

mercados

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr.

e serv.

apoio

Políticas e

programas

BIC

AZORES + + + + +++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

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71

Actividades:

ACTIVIDADE 1. Elaboração do Plano Estratégico do BIC Azores:

- Definição da Visão, Missão e Objectivos Estratégicos;

- Definição da tipologia e âmbito de actuação do BIC e dos seus estatutos;

- Definição das estruturas físicas necessárias ao funcionamento do BIC;

- Definição dos serviços a prestar (ao nível de incubação e/ou serviços para PME);

- Identificação das parcerias estratégicas a estabelecer;

- Elaboração da estratégia comunicacional;

- Definição do modelo de financiamento;

- Definição dos perfis da equipa de recursos humanos a recrutar.

ACTIVIDADE 2. Desenvolvimento das actividades preparatórias:

- Formalização da estrutura organizacional do BIC;

- Contratação da equipa técnica;

- Estabelecimento das parcerias estratégicas definidas e adesão às redes identificadas.

ACTIVIDADE 3. Entrada em funcionamento do BIC:

- Preparação do Plano Anual de actividades;

- Apoio aos empreendedores e/ou PME identificados;

- Realização das restantes actividades previstas no Plano Anual de Actividades.

ACTIVIDADE 4. Desenvolvimento do processo de reconhecimento como BIC:

- Submissão de candidatura à EBN;

- Submissão do questionário de auto-avaliação;

- Realização de visita por peritos, organizada pela EBN;

- Avaliação do relatório elaborado pelos peritos;

- Se aprovado, reconhecimento como BIC.

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Activ. 4

Estimativa orçamental:

Tipo A

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72

4.2.5. Projecto 5. Observatório do Empreendedorismo

Nome:

Observatório do Empreendedorismo - Implementação de estrutura de monitorização da

evolução do ecossistema do empreendedorismo dos Açores

Objectivos:

Monitorizar regularmente a evolução do ecossistema do empreendedorismo dos Açores e

dos correspondentes indicadores;

Realizar análises comparativas com outros territórios e regiões;

Estudar os factores condicionantes da actividade empreendedora na Região;

Estudar o impacto do empreendedorismo no dinamismo económico regional;

Disseminar informação relevante sobre o empreendedorismo nos Açores;

Fornecer aconselhamento e recomendações aos decisores políticos regionais no âmbito do

empreendedorismo.

Descrição:

A recolha e sistematização de informação relevante e fiável relativa a qualquer fenómeno

socioeconómico mostra-se extremamente relevante, não só para retratar as realidades

actuais que se pretendem analisar, mas também, quando realizadas periodicamente, para

analisar os impactos de diferentes programas e iniciativas implementados no sentido de

alterar o panorama vigente.

No caso do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, será particularmente

interessante a instituição de um Observatório do Empreendedorismo, responsável por

recolher e sistematizar toda a informação relacionada com o ecossistema do

empreendedorismo dos Açores e com a sua evolução.

O Observatório deverá também agir como repositório e disseminador de informação

relevante relativa ao ecossistema do empreendedorismo dos Açores, independentemente

de esta ter sido recolhida por si, ou por entidades externas.

Complementarmente, importará que o Observatório possa processar a informação

recolhida, acrescentando-lhe valor e produzindo conhecimento utilizável pelos decisores

políticos e outros actores-chave do ecossistema do empreendedorismo da Região.

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73

Entre as diferentes temáticas a que o Observatório se poderá dedicar, destacam-se a

identificação dos factores condicionantes da actividade empreendedora na Região e a

análise do impacto do empreendedorismo no dinamismo económico regional.

Assim, ao assumir estas responsabilidades, o Observatório irá colocar-se numa posição

privilegiada para se constituir como a entidade responsável pela monitorização da

implementação deste Plano Estratégico.

Observatório do Empreendedorismo Jovem, Instituto de Tecnologia de

Kavala, Grécia

O Observatório do Empreendedorismo Jovem (OEJ) é uma entidade

tutelada pelo Instituto de Tecnologia de Kavala, da Grécia, criada em Julho

de 2008 e dedicada à recolha, investigação e análise macro e

microeconómica de dados relativos à promoção do empreendedorismo.

O OEJ acumula várias funções relacionadas com o empreendedorismo, sendo destacar: i) o

levantamento estatístico da actividade empreendedora jovem a nível regional; ii) a criação e

actualização permanente de uma base de dados de novas empresas; iii) o apoio na criação de

políticas e estratégias de suporte ao empreendedorismo jovem; iv) a colaboração com

instituições activas na criação de emprego; e v) o desenvolvimento de políticas fomentadoras do

crescimento empresarial.

Os serviços oferecidos pelo OEJ relacionam-se, essencialmente, com o fornecimento de

informação aos seus interlocutores, nomeadamente ao nível de dados financeiros, mercado de

trabalho, oferta de serviços a nível regional, networking e formação.

Note-se que o Observatório não será obrigatoriamente uma estrutura com recursos físicos e

humanos permanentes. A sua actividade pode ser orientada por actividades e projectos

específicos e coordenada com diferentes parceiros da realidade Açoriana. A este respeito é

de destacar a necessária articulação com o Centro de Empreendedorismo da Universidade

dos Açores, que tem vindo a desempenhar algumas das funções previstas para o

Observatório.

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Observatório do Empreendedorismo, Eslovénia

O Observatório do Empreendedorismo da Eslovénia foi

estabelecido em 1998, no seguimento da criação do

Observatório Europeu de PME.

O Observatório integra a estrutura da Faculdade de

Economia e Gestão da Universidade de Maribor, entidade

responsável pela gestão operacional do Observatório e

pela realização do estudo GEM na Eslovénia.

Anualmente, o Observatório apresenta uma radiografia da realidade eslovena em termos da

demografia de PME e vários estudos de investigação aprofundada no âmbito do

empreendedorismo no País.

O Observatório desenvolve vários projectos e programas de investigação fundamental e

orientada, sendo gerido e financiado segundo uma lógica de tripla hélice (governo, sector privado

e meio académico). As entidades financiadoras das actividades do Observatório incluem o

Ministério da Economia, a Agência Pública para as Actividades de Investigação, empresas

privadas, a Câmara de Artesanato da Eslovénia e a Faculdade de Economia e Gestão da

Universidade de Maribor.

Os resultados obtidos pelo Observatório do Empreendedorismo têm servido como base para

propostas apresentadas às entidades governamentais sobre políticas em diferentes áreas

transversais ao empreendedorismo.

No âmbito das actividades do Observatório, e tendo em consideração a sua missão de

recolha e análise de informação relativa à evolução do ecossistema do empreendedorismo

dos Açores, mostra-se particularmente relevante assegurar as condições necessárias para

que o projecto GEM possa ser realizado com regularidade.

O projecto GEM, sendo o maior estudo sobre empreendedorismo realizado a nível mundial,

assegura que são aplicadas metodologias independentes e rigorosas e permite a

comparação com as realidades de outros países e regiões à escala global, permitindo a

realização de análises relevantes para a definição de iniciativas estruturantes na área do

empreendedorismo.

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Impacto do estudo GEM no processo de policy-making, Brasil

O Brasil é identificado pelo consórcio GEM como sendo um dos

países onde os resultados dos estudos GEM têm apresentado um

impacto notório ao nível da definição de políticas, incluindo a

definição e desenho de programas de apoio à actividade

empreendedora.

Neste aspecto é de destacar o Plano Estratégico do SEBRAE (agência pública de apoio ao pequeno

empresário e ao empreendedor), onde os resultados do GEM, em particular os relativos às áreas

“educação e formação” e “financiamento”, foram considerados e incorporados, de modo a

melhorar as condições gerais de apoio ao empreendedorismo.

Adicionalmente, estados como o Paraná requereram o desenvolvimento de relatórios GEM

específicos, focados exclusivamente no ecossistema empreendedor do estado, de modo a melhor

definir políticas e estratégias de fomento da actividade empresarial.

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas

e merc.

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr. e

serv. apoio

Políticas e

programas

OBSERVATÓRIO DO

EMPREENDEDORISMO + ++ + ++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

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Actividades:

ACTIVIDADE 1. Definição de aspectos estratégicos:

- Visão;

- Missão;

- Objectivos estratégicos.

ACTIVIDADE 2. Definição do modelo operacional:

- Envolvimento de actores-chave regionais (nomeadamente representantes do

Governo Regional, Universidade dos Açores e sector privado);

- Determinação da estrutura organizacional;

- Definição do modelo operacional do Observatório (incluindo financiamento e

sustentabilidade financeira);

- Definição de modelos de parceria;

- Elaboração de plano de actividades (incluindo estudos a realizar e indicadores a

aferir).

ACTIVIDADE 3. Implementação do Observatório do Empreendedorismo:

- Disseminação das actividades do Observatório;

- Implementação do plano de actividades.

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Estimativa orçamental:

Tipo A

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77

4.2.6. Projecto 6. Azores Angels

Nome:

Azores Angels - Criação de uma rede de Business Angels nos Açores

Objectivos:

Identificar investidores, na Região e fora dela, interessados em apoiar empresas em fase

nascente;

Coordenar em rede a actividade desses investidores, de forma a conferir escala aos recursos

disponíveis para apoiar empreendedores;

Proporcionar aos empreendedores e PME açorianos acesso a novos instrumentos de

financiamento.

Descrição:

Ao longo do processo empreendedor, as empresas passam por diferentes etapas, a que

correspondem diferentes necessidades de capital. De um modo geral, numa fase inicial, as

necessidades de capital são menores, e são supridas pelos denominados “FFF” (Family,

Friends and Fools). Numa fase mais adiantada, envolvendo montantes mais elevados, o

instrumento de financiamento normalmente utilizado é o capital de risco. Entre estas duas

fases do financiamento das novas empresas encontram-se os Business Angels.

Figura 14. Relação entre as fases de crescimento das novas empresas e as necessidades de capital.

Fonte: APBA, 2011

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Os Business Angels são por norma investidores que realizam investimentos em

oportunidades nascentes, ao mesmo tempo que contribuem com a sua experiência,

conhecimento e redes de contactos para o sucesso dessas oportunidades.

Conforme referido anteriormente, existem na Região Autónoma dos Açores diversos

instrumentos financeiros de apoio à criação de novas empresas como, por exemplo, o

Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário, o Fundo de Investimento de Apoio ao

Empreendedorismo dos Açores (FIAEA) ou o FINICIA Açores. No entanto, não foram

identificadas iniciativas que se possam associar às actividades de Business Angel.

Com este projecto pretendem-se identificar novas formas de financiamento à actividade

empreendedora nos Açores, em particular ao nível da dinamização da actividade de Business

Angel na Região. Deste modo, pretende-se disponibilizar aos empreendedores e às

empresas locais um conjunto mais diversificado de soluções adaptadas às suas necessidades.

Constituição de Entidades Veículo, Programa Compete

No âmbito do programa Compete, foi lançada em 2009 uma

iniciativa no sentido de fomentar a actividade de Business Angel

através da constituição de entidades veículo.

Estas entidades veículo são empresas detidas por Business Angels, que têm por política de

investimento a participação em empresas em fase de constituição ou arranque, normalmente

para o desenvolvimento de projectos de cariz inovador.

O montante de financiamento atribuído a cada empresa veículo está limitado a 500.000 euros,

correspondendo este valor a um máximo de 65% dos valores de investimento a aplicar em novas

empresas. As entidades veículo têm assim uma estrutura "óptima" de 770 mil euros, dos quais

500 mil são provenientes do Programa Compete e 270 mil euros dos próprios Business Angels.

O modelo implementado assume-se como uma experiência piloto no mercado português, tendo

por base modelos já validados internacionalmente, nomeadamente na Holanda.

Graças a este programa, a comunidade de Business Angels portuguesa coloca ao dispor dos

empreendedores portugueses um montante superior a 40 milhões de euros, disponível através

de mais de 50 entidades veículo criadas para o efeito.

A nível nacional, com o intuito de contribuir para o fortalecimento e incentivo da actividade

de Business Angel, têm vindo a ser criadas diversas associações de Business Angels com

diferentes âmbitos territoriais.

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A nível regional são exemplos a Associação de Business Angels de Santarém, a Associação de

Business Angels do Alentejo, a Associação de Business Angels do Algarve, a Vima Angels, a

Invicta Angels, entre outras.

De âmbito nacional, destacam-se a Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) e a

Federação Nacional de Associações de Business Angels (FNABA), que procura representar as

várias Associações de Business Angels existentes em Portugal.

Associação Portuguesa de Business Angels (APBA)

A APBA é uma associação criada em 2006, que tem como missão

“fomentar o desenvolvimento dos Business Angels em Portugal, de

modo a desenvolver o espírito de empreendedorismo e a contribuir

para o crescimento de uma economia vibrante e inovadora”.

Para o efeito, a APBA realiza regularmente diversas actividades, de entre as quais se destaca a

organização da Semana Global do Empreendedorismo, iniciativa inserida num conjunto de 120

eventos que decorrem durante uma semana em mais de 120 países.

Actualmente, a APBA possui mais de 150 associados a título individual, bem como um associado

institucional (CEC – Conselho Empresarial do Centro) e dois associados beneméritos (BES e EDP

Inovação), que representam 10 milhões de euros de capital disponível para investimento em

capital de risco informal. A APBA avaliou já mais de 200 projectos.

De sinalizar ainda que a APBA é associada da EBAN – European Business Angels Network.

Federação Nacional de Associações de Business Angels

(FNABA)

A FNABA é uma entidade que tem como Missão

representar os interesses de várias associações de Business

Angels em Portugal, contribuindo para o fortalecimento e

incentivo da sua actividade.

Entre os objectivos principais da FNABA encontram-se a contribuição para o desenvolvimento de

Redes de Business Angels em todo o território nacional; o incentivo à criação e dinamização de

Associações de Business Angels e suas estruturas; ou a promoção das relações entre Business

Angels, para manter uma aproximação e colaboração efectiva entre si.

A FNABA é, presentemente, membro da European Business Angels Network e da World Business

Angel Association.

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A expansão das redes de Business Angels à Região Autónoma dos Açores mostra-se um

passo importante no sentido de dinamizar a actividade empreendedora no Arquipélago.

Para esta expansão, será necessário identificar indivíduos dispostos a apoiar,

financeiramente e com a sua experiência, empresas em fase nascente. Estes investidores

poderão ser empresários da Região ou com ligações à mesma (por exemplo, descendentes

de açorianos residentes fora mas com interesse em investir na Região). Adicionalmente, será

importante, de modo a garantir o reforço do capital a disponibilizar aos projectos

empreendedores, estabelecer parcerias com entidades bancárias, sociedades de capital de

risco, entre outras.

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas

e

mercados

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr. e

serv. Apoio

Políticas e

programas

AZORES

ANGELS + +++ + ++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

Actividades:

ACTIVIDADE 1. Envolvimento dos membros da rede;

- Identificação de potenciais interessados nos Açores (empresários de sucesso,

filantropos, mecenas, indivíduos influentes, ...);

- Identificação de potenciais interessados nas comunidades da diáspora Açoriana;

ACTIVIDADE 2. Estruturação da rede de Business Angels nos Açores;

- Definição de modelo organizativo;

- Envolvimento de entidades parceiras (nomeadamente do sistema financeiro);

- Definição dos modelos de investimento e respectiva avaliação;

- Definição das formas de articulação e ligação às redes existentes a nível nacional e

internacional;

- Elaboração de estimativas orçamentais;

- Elaboração de um plano de actividades.

ACTIVIDADE 3. Implementação de uma rede de Business Angels nos Açores:

- Disseminação da rede de Business Angels;

- Implementação do plano de actividades e realização de investimentos.

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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA

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81

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Estimativa orçamental:

Tipo A

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4.2.7. Projecto 7. Enterprise Azores

Nome:

Enterprise Azores: Implementação de programa de promoção da visibilidade externa do

ecossistema do empreendedorismo dos Açores

Objectivos:

Criar e consolidar a imagem externa do ecossistema do empreendedorismo dos Açores;

Divulgar externamente e promover a visibilidade dos Açores como destino de excelência

para os empreendedores;

Publicitar os instrumentos e mecanismos de apoio à actividade empreendedora existentes

na Região;

Contribuir para uma melhoria da imagem dos empreendedores junto da população da

Região.

Descrição:

Com a implementação do conjunto de iniciativas abrangidas pelo Plano Estratégico para

Fomento do Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores, o ecossistema do

empreendedorismo da Região irá apresentar condições particularmente favoráveis ao

empreendedorismo. Importa por isso comunicar para o exterior essas condições, dando

visibilidade externa ao ecossistema do empreendedorismo dos Açores.

Hoje em dia, a disseminação dessas vantagens é ainda tímida, sendo de destacar a acção da

Agência para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA), apesar de esta entidade não

concentrar esforços específicos na área do empreendedorismo.

No novo contexto gerado pelo Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo, é

necessário que esta actividade da APIA seja complementada por uma acção promocional

forte, capaz de colocar em evidência todos os novos mecanismos de apoio que irão ser

instituídos na Região.

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“Start-Ups from outside Ireland”, Enterprise Ireland, Irlanda

A Enterprise Ireland é uma organização governamental irlandesa

orientada para a promoção da competitividade do país. A

Entreprise Ireland trabalha em parceria com as empresas

irlandesas, ajudando-as a crescer, inovar e ganhar mercados de

exportação, apoiando o crescimento económico sustentável do

país, o desenvolvimento regional e o emprego seguro e

qualificado.

Uma das áreas de actuação da Enterprise Ireland é a promoção da atracção de empreendedores a

nível global, acomodando diferentes iniciativas dentro de uma área específica denominada

“Start-Ups from outside Ireland”.

No âmbito da “Start-Ups from outside Ireland”, a Enterprise Ireland realiza acções de promoção

externa orientadas para informar os empreendedores das vantagens que existem para quem

investe no país, sejam elas vantagens associadas a toda a envolvente, sejam associadas a apoios

específicos à actividade empreendedora. Entre estes apoios destaca-se um fundo de 10 milhões

de Euros destinados a atrair empreendedores estrangeiros para o território irlandês.

No âmbito das acções comunicacionais do “Start-Ups from outside Ireland” foram desenvolvidos

e disponibilizados online vídeos de curta duração focados nas vantagens competitivas do país,

nos mecanismos de apoio ao empreendedorismo e em testemunhos pessoais de

empreendedores internacionais que se estabeleceram no país.

www.enterprise-ireland.com/en/Start-a-Business-in-Ireland/Startups-from-Outside-Ireland/

Para atingir os objectivos enunciados para o projecto, propõe-se o desenvolvimento de uma

estratégia de comunicação alargada, com capacidade de abranger potenciais

empreendedores exteriores à Região Autónoma dos Açores.

Para tal, para além da definição de uma imagem e das mensagens prioritárias a associar ao

ecossistema (“branding”), será fundamental analisar qual o melhor mix comunicacional a ser

aplicado no sentido de utilizar de forma optimizada os recursos existentes. Será por isso

necessário considerar uma vasta gama de instrumentos, que abrangem os mais variados

meios de comunicação, capazes de transmitir a mensagem (promessa/proposta de valor)

das mais variadas formas e para distintos públicos-alvo.

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Entre os meios a utilizar destaca-se à partida a internet, sobretudo pelo seu alcance global e

pela facilidade de desenvolvimento e inserção de conteúdos. Note-se a necessidade de

desenvolvimento de conteúdos multilingues, em particular em língua inglesa, que facilitem a

divulgação do ecossistema do empreendedorismo a nível internacional.

Um outro instrumento a considerar será seguramente a realização de eventos de

networking, quer no exterior, quer na própria Região, procurando contribuir

simultaneamente para a atracção de empreendedores e para a dinamização do espírito

empreendedor da população.

Programa de Fomento Cultura Emprendedora, Astúrias, Espanha

O Programa de Fomento Cultura Emprendedora é uma

iniciativa do Governo do Principado das Astúrias

(Espanha) para impulsionar a cultura empreendedora

na região. O Programa tem como objectivo geral

melhorar os níveis de empreendedorismo nas Astúrias,

alicerçando-se nos eixos: Fomento da cultura

empreendedora; Fomento e consolidação do auto-

emprego; e Difusão e comunicação da cultura empreendedora.

No que diz respeito à difusão da cultura empreendedora, o Programa contempla diversas

actividades específicas, dentro e fora da região, que incluem: seminários e jornadas de

disseminação, campanha nos meios de comunicação social, iniciativa web “Emprendeastur”

(www.emprendeastur.es), publicação de livros e folhetos, e criação do “Dia do Empreendedor”

Os eventos a promover deverão pautar-se por um forte carácter internacional, procurando

contar com a colaboração/participação/apoio de figuras reputadas dos meios empresariais e

académicos nacionais e estrangeiros, procurando rentabilizar ao máximo a forte presença da

diáspora açoriana nos EUA e Canadá.

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Semana Global do Empreendedorismo

A Semana Global do Empreendedorismo é um evento de carácter

internacional que se realiza hoje em dia em mais de 100 países.

A Semana Global do Empreendedorismo pretende sensibilizar a

sociedade para a necessidade de uma cultura/atitude

empreendedora e da capacidade de assumir riscos, assumindo os

fracassos como forma de aprendizagem, por vezes necessária, para

atingir grandes sucessos empresariais. A nível global, anualmente,

durante o mês de Novembro, as entidades associadas ao projecto

coordenam, em cada local, a organização de eventos orientados

para inspirar uma cultura de empreendedorismo.

Entre as actividades promovidas durante esta semana encontram-se: competições de start-ups;

prémios para jovens empreendedores; competição de ideias de negócio em tecnologias limpas;

fóruns em empreendedorismo social; jogos de inovação; sessões de pitching com júris

especializados e com os vencedores a assegurarem financiamento.

Em Portugal, a Semana Global do Empreendedorismo de 2011 foi coordenada pela APBA

(Associação Portuguesa de Business Angels) e pela SEDES (Associação para o Desenvolvimento

Económico e Social).

Impacto esperado por domínio do ecossistema:

Capital

humano

Empresas

e

mercados

Apoio

financeiro

Cultura

empreend.

Infra-estr.

e serv.

Apoio

Políticas e

programas

ENTERPRISE

AZORES ++ ++ ++

+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido

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Actividades:

ACTIVIDADE 1. Preparação de um Plano de Comunicação:

- Identificação do posicionamento pretendido;

- Segmentação e identificação dos públicos-alvo;

- Elaboração da estratégia de copy (mensagem) e de branding;

- Identificação do mix comunicacional pretendido;

ACTIVIDADE 2. Definição de Agenda de eventos e actividades:

- Definição do calendário de eventos a organizar, a incluir actividades existentes e

novas actividades, a identificar;

- Definição de uma agenda de participação em eventos externos relevantes, a nível

nacional e internacional.

ACTIVIDADE 3. Implementação do Plano de Comunicação e da Agenda de eventos e

actividades:

- Desenvolvimento e aplicação dos materiais comunicacionais de qualidade, com

informação relevante, que deverão, sempre que adequado, ser bilingues, de acordo

como o definido no Plano de Comunicação;

- Reforço da presença do ecossistema do empreendedorismo dos Açores na internet,

através do desenvolvimento de uma página Web de grande qualidade, no mínimo,

bilingue;

- Implementação da Agenda de eventos e actividades.

Cronograma:

2013 2014 2015 2016

1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S

Activ. 1

Activ. 2

Activ. 3

Estimativa orçamental:

Tipo B

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4.3. Síntese

Considerando os projectos propostos e as iniciativas já no terreno (implementadas ou ainda

em fase de maturação), é possível identificar as ligações e relações existentes entre eles.

Ao nível das infra-estruturas e serviços de apoio, a iniciativa do Parque Tecnológico Nonagon

poderá constituir-se como a base natural para a instalação da incubadora de referência do

arquipélago (projecto Incuba Açores). Por sua vez, será esta incubadora que se poderá vir a

constituir como plataforma central do Business & Innovation Center dos Açores (projecto BIC

Azores). Note-se que, apesar de estar localizada em São Miguel, os serviços a prestar pela

incubadora / BIC poderão ter uma componente de “incubação sem paredes” que poderá ter

como agente facilitador, nas diferentes ilhas, a rede de Gabinetes do Empreendedor já

existente (Figura 15).

Figura 15. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível das infra-estruturas e serviços de apoio.

Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.

Por seu turno, ao nível do financiamento, a dinamização nos Açores de uma rede de Business

Angels (projecto Azores Angels) vem permitir completar o leque de tipologias de apoio

financeiro inerentes às diferentes fases do processo empreendedor. Para além dos apoios

não reembolsáveis (sobretudo com base no Empreende Jovem, mas onde se podem incluir

outros apoios, como os existentes no âmbito do PRORURAL), existem já na Região iniciativas

promotoras do microcrédito (Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário) e do Capital de

Risco (Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores - FIAEA) (Figura

16).

Nonagon Incuba Azores BIC Azores

Gabinetes do empreendedor

Parque tecnológicoIncubadora

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Figura 16. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do financiamento da actividade empreendedora.

Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.

No que se relaciona com a cultura empreendedora, foi tida em consideração a necessidade

de existirem tipologias de acção orientadas para diferentes tipos de públicos, com

necessidades específicas. Deste modo, estão previstas iniciativas orientadas para a

familiarização com a temática do empreendedorismo junto do público mais jovem

(Educação Empreendedora), junto de um público com formação elevada (actividades

promovidas pelo Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores) e junto da

população, com menos qualificações, relacionada com a promoção dos produtos endógenos

na área rural ou das pescas (projecto Empreende Açores). Com carácter transversal, abertas

à população destacam-se as iniciativas previstas no âmbito do Enterprise Azores. Este

projecto poderá integrar de forma coordenada iniciativas já existentes, como o Concurso

Regional de Empreendedorismo ou outros eventos no âmbito do fomento da cultura

empreendedora na Região. Note-se que estas iniciativas terão naturalmente relações fortes

com aquelas mencionadas ao nível do financiamento e das infra-estruturas e serviços de

apoio (nomeadamente a incubadora), que terão seguramente um papel relevante na

materialização de novos projectos empresariais (Figura 17).

Figura 17. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do fomento da Cultura empreendedora.

Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.

Com um carácter internacional, e tendo como missão o estabelecimento de ligações entre o

ecossistema do empreendedorismo dos Açores e o exterior, destaca-se claramente o

projecto Start-up Azores, que poderá partir das bases já lançadas pela Rede Prestige Azores

Banca comercial

Regime de apoio ao

microcréd. bancário

FIAEAEmpreende

jovem

Não reembolsável

Outros (Prorural,…)

Microcrédito Capital de Risco Business Angels

Azoresangels

Ofertas comerciais

para empreend.

Empreende Açores

EnterpriseAzores

(componente regional)

Concurso Regional de empreend.

Educação empreendedora

Acções do Centro de Empr.

da UAc

Escolas Universidade População com menor qualificação

População em geral

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para materializar uma rede internacional de mentores e de “embaixadores” do programa e,

consequentemente, do referido ecossistema. O Start-up Azores deverá também articular-se

com o Parque Tecnológico e com a sua incubadora, no sentido de poder oferecer condições

particularmente favoráveis à instalação de empreendedores. Paralelamente, deverá assumir

um papel pró-activo na ligação com as diferentes fontes de financiamento previstas. Note-se

que, para uma maior visibilidade internacional do programa e do ecossistema do

empreendedorismo da Região, será importante que a sua estratégia comunicacional se

articule com aquela que é proposta no âmbito do projecto Enterprise Azores (Figura 18).

Figura 18. Principais relações a estabelecer entre o Start-up Chile e outras iniciativas.

Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.

Por fim, merece ainda referência o Observatório do Empreendedorismo que, não se

relacionando directamente com outros projectos e iniciativas específicas, permitirá

acompanhar a implementação de todos eles e avaliar os seus principais resultados e

impactos, acompanhando a evolução de todo o ecossistema do empreendedorismo da

Região.

Assim sendo, e considerando a globalidade das iniciativas incluídas neste Plano estratégico,

é possível obter a seguinte representação esquemática (Figura 19).

Banca comercial

EnterpriseAzores

Nonagon Incuba Azores BIC Azores

Parque tecnológicoIncubadora

Acções do Centro de Empr.

da UAc

Universidade

FIAEA

Empreende jovem

Não reembolsável

Outros (Prorural,…)

Capital de Risco Business Angels

Azoresangels

Rede PrestigeAzores

Start-up Azores

Ofertas comerciais

para empreend.

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Figura 19. Representação esquemática das principais iniciativas consideradas no Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo.

Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.

Banca comercial

Empreende Açores

EnterpriseAzores

(componente regional)

Nonagon Incuba Azores BIC Azores

Gabinetes do empreendedor

Parque tecnológicoIncubadora

Concurso Regional de empreend.

Educação empreendedora

Acções do Centro de Empr.

da UAc

Escolas Universidade População com menor qualificação

População em geral

Observatório do Empreendedorismo

Enterp

riseA

zores

(com

po

nen

te externa)

Regime de apoio ao

microcréd. bancário

FIAEAEmpreende

jovem

Não reembolsável

Outros (Prorural,…)

Microcrédito Capital de Risco Business Angels

Azoresangels

Rede PrestigeAzores

Start-up Azores

Ofertas comerciais

para empreend.

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5. MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E

GESTÃO

5. Mecanismos

de implementação,

acompanhamento e

gestão

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5. Mecanismos de implementação, acompanhamento e gestão

Para a materialização deste Plano, importa definir o enquadramento normativo adequado,

que resulte transparente e de fácil compreensão para os diferentes actores do ecossistema

do empreendedorismo da Região.

Atendendo à relevância transversal do empreendedorismo como impulsionador da

competitividade, do crescimento económico e do emprego de uma Região, propõe-se que

este enquadramento possa ser definido num diploma legal, que permita considerar as

diferentes iniciativas de promoção do empreendedorismo, em curso e previstas, promovidas

por diferentes tipos de entidades.

Note-se que este enquadramento poderá com vantagem consubstanciar-se na definição de

um Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo, cujas condições de acesso e respectivas

regras gerais de atribuição sejam objecto de decreto regulamentar regional próprio.

Assim, é proposto desde já que este Sistema de Incentivos se organize em Eixos, Medidas e

Tipologias de apoio alinhados com a Estratégia de intervenção definida neste documento.

Deste modo, os “Eixos” estarão alinhados com as Linhas de Orientação estratégica

preconizadas, da mesma forma em que as “Medidas” deverão cobrir de uma forma

abrangente os objectivos estratégicos estabelecidos e as “Tipologias de apoio” deverão

procurar abranger as diferentes iniciativas, propostas ou existentes, a levar a cabo para

implementação deste Plano.

Assim, tendo em consideração a tipologia de iniciativas consideradas no âmbito deste Plano,

e de uma forma sintética, é possível adiantar a seguinte proposta de estruturação deste

Sistema de Incentivos (Tabela 3).

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Tabela 3. Síntese da proposta de Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo.

Eixos Medidas Tipologias de apoio

I Cultura

empreendedora

I.1

Promover a familiarização

com a actividade

empreendedora

A

Apoio à realização de acções de

promoção do empreendedorismo

nas escolas

B

Apoio à realização de acções de

formação especializada em

temáticas relacionadas com o

empreendedorismo

I.2

Aumentar o reconhecimento

da actividade

empreendedora

A

Apoio à realização de eventos de

divulgação da cultura

empreendedora

B Apoio à realização de concursos

de empreendedorismo

II Infra-estruturas e

serviços de apoio

II.1

Fomentar a qualidade e a

variedade dos serviços de

aconselhamento e de

consultoria aos

empreendedores

A

Apoio ao reforço das

competências das estruturas de

apoio ao empreendedorismo

B

Apoio à participação em redes

internacionais de apoio ao

empreendedorismo

C Apoio técnico à criação de novos

projectos empresariais

II.2

Consolidar a rede de infra-

estruturas de apoio aos

empreendedores

A Apoio à criação de estruturas de

apoio ao empreendedorismo

III Financiamento

III.1

Assegurar a existência de

formas de financiamento

associadas à actividade

empreendedora

A

Apoio à criação de entidades-

veículo na área dos Business

Angel

B Apoio à disponibilização de

fundos de capital de risco

C Apoio à disponibilização de

microcrédito bancário

III.2

Promover a existência de

apoios financeiros públicos à

actividade empreendedora

A Apoio financeiro à criação de

novos projectos empresariais

B

Apoio à aquisição de serviços de

apoio à actividade

empreendedora

IV Assistência

técnica

IV.1 Acompanhamento e

controlo A

Realização de estudos sobre a

temática

IV.2 Outras actividades A Apoio à realização de acções de

comunicação externa

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Deste modo, o Sistema de Incentivos proposto prevê a existência de quatro eixos (três

considerados estruturantes11 e um de assistência técnica), oito medidas e quinze tipologias

de apoio.

É possível relacionar estas tipologias de apoio com as iniciativas (propostas e em curso) de

acordo com a seguinte Tabela (Tabela 4).

Tabela 4. Relação entre as iniciativas propostas e existentes e as tipologias de apoio previstas no Sistema de

Incentivos proposto.

Medida

Projectos

I.1

.A

I.1

.B

I.2

.A

I.2

.B

II.1

.A

II.1

.B

II.1

.C

II.2

.A

III.

1.A

III.

1.B

III.

1.C

III.

2.A

III.

2.B

IV.1

.A

IV.2

.A

Inic

iati

vas

pro

po

stas

Start-up Azores

Empreende Açores

Incuba Açores

BIC Azores

Observatório do

Empreendedorismo

Azores Angels

Enterprise Azores

Pri

nci

pai

s in

icia

tiva

s e

m c

urs

o

Programa Educação

Empreendedora

Centro de

Empreendedorismo na

Universidade dos Açores

Concurso Regional de

Empreendedorismo

Nonagon

Rede de Gabinetes do

Empreendedor

Rede Prestige Azores

Empreende Jovem

Regime de Apoio ao

Microcrédito Bancário

FIAEA

11 De forma a simplificar a Estrutura do Sistema de Incentivos e a facilitar a sua aplicação e a sua

compreensão pelos potenciais beneficiários foram apenas considerados três eixos, correspondentes

aos domínios do Ecossistema com maior potencial de definição de intervenções autónomas de

incentivo ao empreendedorismo: Cultura empreendedora, Infra-estruturas e serviços de apoio e

Financiamento.

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Note-se que o Sistema de Incentivos foi desenhado por forma a prever a sua abertura à

participação dos diferentes actores do ecossistema do empreendedorismo da Região,

permitindo o seu envolvimento de forma activa na materialização deste Plano. Procura-se

assim optimizar a utilização dos recursos públicos na consecução dos objectivos deste Plano

Estratégico.

Estrutura de acompanhamento e gestão

Independentemente da definição, ou não, do quadro normativo e do Sistema de Incentivos

proposto, a implementação do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na

Região Autónoma dos Açores deve ser avaliada permanentemente. Só desta forma é

possível aferir os resultados e impactos das iniciativas colocadas em prática e identificar

aspectos que possam contribuir para eventuais melhorias da estratégia proposta.

No sentido de operacionalizar a estratégia, implementar os mecanismos de monitorização e

fazer o necessário acompanhamento, será aconselhável criar uma estrutura de

acompanhamento e gestão adequada. Pela natureza transversal das estratégias para o

fomento do empreendedorismo, o seu acompanhamento requer uma forte articulação entre

os vários órgãos de Governo e uma coordenação ao mais alto nível. Será também necessário

promover o envolvimento da sociedade nas diferentes vertentes da implementação do

Plano. Sugere-se assim que a estrutura a criar possa vir a apresentar a seguinte

configuração:

- Coordenação Executiva: Órgão responsável pela coordenação do Plano. Composição

a indicar pelo Governo Regional. Deverá ser suportado pelo Grupo de Trabalho;

- Grupo de Trabalho: Órgão executivo responsável pela implementação do Plano

Estratégico, em particular pela dinamização dos projectos definidos. Poderá ter

como base o Grupo de Trabalho responsável pelo acompanhamento do presente

trabalho;

- Conselho Regional para o Empreendedorismo: Órgão com carácter consultivo.

Deverá envolver membros do Governo Regional e personalidades reconhecidas do

mundo empresarial e académico. Sugere-se que possa ser presidido pelo Presidente

do Governo Regional. Este Conselho será particularmente importante no

acompanhamento estratégico do Plano e na avaliação da evolução do ecossistema

empreendedor da Região.

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Indicadores de acompanhamento do Plano

No sentido de monitorizar a implementação do Plano, é sugerido um conjunto de

indicadores que deverá ser acompanhado de forma continuada. Pretendeu-se que este

conjunto de indicadores fosse limitado e abrangesse de forma integrada os domínios

estruturantes do ecossistema do empreendedorismo (Tabela 5).

Tabela 5. Principais indicadores de acompanhamento do Plano.

Domínio Indicador

Capital humano

Número de empreendedores oriundos do exterior da Região apoiados pelo programa Start-Up Azores

Número de empreendedores apoiados pelo BIC Azores

Número de empreendedores que recebem apoio (formação ou consultoria) no âmbito do projecto Empreende Açores

Empresas e

mercados

Número de PME apoiadas pelo BIC Azores

Número de especialistas integrados na Rede de Mentores

Número de empresas criadas no âmbito do projecto Empreende Açores

Número de redes internacionais integradas pela incubadora

Número de redes internacionais integradas pelo BIC Azores

Número de candidaturas ao programa Start-up Azores

Apoio financeiro

Número de solicitações de apoio recebidas pela Associação de Business Angels

Número de projectos apoiados pela Associação de Business Angels

Número de investidores atraídos para a Associação de Business Angels

Cultura

empreendedora

Afluência a eventos de promoção do empreendedorismo

Número de eventos organizados pela Associação de Business Angels

Número de participantes nos concursos regionais de empreendedorismo e ideias

Número de referências a actividade empreendedora na comunicação social local

Infra-estruturas e

serviços de apoio

Número de candidaturas à incubadora recebidas

Número de empresas incubadas

Nível de satisfação dos utilizadores dos serviços do BIC

Nível de satisfação dos utilizadores da incubadora

Número de solicitações recebidas pelo Observatório do Empreendedorismo para prestação de serviços

Número de relatórios/publicações editados anualmente pelo Observatório do Empreendedorismo

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Indicadores de evolução do ecossistema do empreendedorismo na Região Autónoma dos

Açores

No sentido de avaliar o impacto do Programa no ecossistema do empreendedorismo, é

sugerido o seguimento de um conjunto de indicadores de evolução (Tabela 6).

De referir que o ecossistema do empreendedorismo se constitui como um sistema dinâmico,

afectado não só pelas medidas directas de promoção do empreendedorismo mas também

por um vasto conjunto de políticas governamentais (entre as quais políticas na área da

educação e formação, ciência e tecnologia, cultura, juventude, trabalho, etc.) e de factores

(entre os quais merece destaque o panorama económico internacional).

Tabela 6. Principais indicadores de evolução do ecossistema do empreendedorismo na Região Autónoma dos

Açores

Domínio/ Indicador Fonte Valor de base Período de

referência

Indicadores globais

Taxa de Actividade Empreendedora GEM Açores 3,5% 2010

Taxa de Actividade Empreendedora

feminina GEM Açores 1,0% 2010

Taxa de Actividade Empreendedora

18-24 anos GEM Açores 4,9% 2010

Taxa de Actividade Empreendedora

25-34 anos GEM Açores 4,8% 2010

Capital humano

Proporção da população com

ensino secundário completo INE 10,% 2011

Proporção da população com

ensino superior completo INE 8,4% 2011

Nível de educação e formação GEM Açores -0,5712

2010

Empresas e mercados

Taxa de desemprego INE 11,6 % 3.º Trim. 2011

N.º total de empresas SREA 19.803 2009

12 Valor determinado através de avaliação efectuada por especialistas regionais, no âmbito do GEM

Açores 2010, mediante uma escala de Likert com uma gama de valores entre -2 (insuficiente) e 2

(suficiente).

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Domínio/ Indicador Fonte Valor de base Período de

referência

Taxa de natalidade das empresas SREA 19,04 % 2009

Taxa de sobrevivência das

empresas (a 2 anos) SREA 46,06 % 2009

Proporção do VAB das empresas

em sectores de alta e média-alta

tecnologia

SREA 1,36 % 2009

Proporção dos nascimentos de

empresas em sectores de alta e

média-alta tecnologia

SREA 1,83 % 2009

Peso das empresas nas despesas

em ID da Região SREA 14,8% 2008

N.º de postos de trabalho criados

nas novas empresas - N.D.

% de empreendedores early-stage

que têm clientes internacionais GEM Açores 65,8 % 2010

Nível de abertura do

mercado/barreiras à entrada GEM Açores -0,80

12 2010

Políticas e programas

N.º de empresas criadas, apoiadas

por sistemas de incentivos (SIDER,

PRORURAL, PROPESCAS, …)

N.D.

N.º candidaturas SIFIDE N.D.

Investimento elegível candidaturas

SIFIDE N.D.

Nível das políticas governamentais GEM Açores -0,4212

2010

Nível dos programas

governamentais GEM Açores -0,04

12 2010

Apoio financeiro

Montante concedido ao abrigo do

sistema de microcrédito N.D.

N.º de projectos apoiados por

fundos de capital de risco N.D.

Venture capital (% PIB) N.D.

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Domínio/ Indicador Fonte Valor de base Período de

referência

Crédito privado concedido a

empresas (% PIB) N.D.

Nível de apoio financeiro GEM Açores -0,5012

2010

Cultura empreendedora

N.º de participantes em iniciativas

dirigidas ao ensino básico N.D.

N.º de participantes em iniciativas

dirigidas ao ensino secundário N.D.

N.º de alunos inscritos em cadeiras

de empreendedorismo no ensino

superior

N.D.

Nível de normas sociais e culturais GEM Açores -0,7812

2010

Infra-estruturas e serviços de apoio

Número de empresas instaladas em

Parques de Ciência e Tecnologia N.D.

Número de empresas incubadas

em incubadoras de empresas N.D.

% de empresas com acesso a banda

larga N.D.

Nível de acesso a infra-estruturas

físicas GEM Açores 0,62

12 2010

Nível de infra-estrutura comercial e

profissional GEM Açores -0,32

12 2010

N.D. – Não disponível.

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BIBLIOGRAFIA

Bibliografia

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101

Bibliografia

Documentos, livros e artigos

Centro de Empreendedorismo, SPI Ventures e Governo dos Açores (2011). GEM Açores 2010

– Estudo sobre o Empreendedorismo.

Decreto Legislativo Regional n.º 25/2010/A, de 2 de Julho - Regulamento do Empreende

Jovem

Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade. Revista Empreender.

Números de 1 a 11.

Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (2007). Manual do

Empreendedor.

Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação e Associação Portuguesa de

Capital de Risco e de Desenvolvimento (2006). Guia Prático do Capital de Risco.

Instituto Nacional de Estatística (2011). Censos 2011 - Resultados Provisórios.

Instituto Nacional de Estatística (2011). Estatísticas do Comércio Internacional 2010.

Instituto Português da Qualidade (2007). NP 4456: 2007 - Gestão da Investigação

Desenvolvimento e Inovação (IDI). Terminologia e definições das actividades de IDI

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Isenberg, Daniel (2010). How to Start an Entrepreneurial Revolution. Harvard Business

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Kelley, Donna, Bosma Niels e Amorós, José Ernesto (2011). Global Entrepreneurship Monitor

2010 Global Report.

Lei 40/2005, de 3 de Agosto. Cria o SIFIDE, sistema de incentivos fiscais em investigação e

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Observatório do Emprego e Formação Profissional (2011). Inquérito aos estudantes da

Universidade dos Açores, Ano lectivo 2010/2011.

Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação +E +I. Resolução de Conselho

de Ministros n.º 54/2011, de 16 de Dezembro, e Declaração de Rectificação n.º 35/2011, de

21 de Dezembro.

Saraiva, Pedro (2011). Empreendedorismo: do Conceito à Aplicação, da Ideia ao Negócio, da

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Serviço Regional de Estatística dos Açores (2011). Anuário Estatístico da Região Autónoma

dos Açores 2010.

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Tom Fleming Creative Consultancy, Horwath Parsus, Opium Lda, Gestluz e Comedia (2008).

Estudo Macroeconómico - Desenvolvimento de um Cluster das Indústrias Criativas na Região

Norte. Promotores: Fundação de Serralves, em parceria com a Junta Metropolitana do

Porto, a Casa da Música e a Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense.

Universidade dos Açores (2011). Relatório e Contas, 2010.

Sites Consultados

Agência para a Promoção do Investimento dos Açores: http://www.investinazores.com/

Aicep Portugal Global: http://www.portugalglobal.pt/

Associação Nacional de Direito ao Crédito: http://www.microcredito.com.pt/

Associação Portuguesa de Business Angels: http://www.apba.pt/

Babson College - http://www.babson.edu/

Babson College, Babson Entrepreneurship Ecosystem Project (BEEP): http://entrepreneurial-revolution.com/

Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo: http://www.ccah.eu/

Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada: http://www.ccipd.pt/

Câmara Municipal da Praia da Vitória: http://www.cmpv.pt/

Câmara Municipal de Ponta Delgada: http://cm-pontadelgada.azoresdigital.pt/

Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores:

http://www.empreendedorismo.uac.pt/

Direcção Regional da Educação e Formação:

http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sref-dref

Direcção Regional da Juventude: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/srp-drj/

Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade:

http://www.azores.gov.pt/portal/pt/entidades/sre-draic/

Direcção Regional de Ciência, Tecnologia e Comunicações:

http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/srcte-drctc/

Dublin Business Innovation Centre: http://www.dbic.ie/

Enterprise Ireland: http://www.enterprise-ireland.com/en/

European Business & Innovation Centre Network: http://www.ebn.be/

Federação Nacional de Associações de Business Angels: http://www.fnaba.org/

FINICIA Açores: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sre-

draic/textoTabela/FINICA.htm

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Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores:

http://www.inovcapital.pt/fiaea/

Global Entrepreneurship Monitor: http://www.gemconsortium.org/

Instituto Nacional de Estatística: http://www.ine.pt/

IPN-Incubadora: www.ipn-incubadora.pt/

National Business Incubation Association: http://www.nbia.org/

Observatório do Empreendedorismo Jovem, Instituto de Tecnologia de Kavala:

http://www.teikav.edu.gr/teikav/

Observatório do Empreendedorismo, Eslovénia: http://www.epfip.uni-

mb.si/raziskovanje/slovenski-podjetniski-observatorij/

ParcBIT: http://www.parcbit.es/

PRO-EMPREGO- Programa Operacional do Fundo Social Europeu para a Região Autónoma

dos Açores 2007-2013: http://proemprego.azores.gov.pt/

Programa Compete, Constituição de Entidades Veículo:

http://www.pofc.qren.pt/faqs?temaid=62

Programa de Fomento Cultura Emprendedora: http://www.emprendeastur.es/

Programa EXIST – Start-ups de Base Universitária: http://www.exist.de/

Programa Start-Up Chile: http://www.startupchile.org/

PROPESCAS – Programa Operacional das Pescas para a Região Autónoma dos Açores 2007-

2013: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram-

ssrp/textoTabela/PROPESCAS.htm

PRORURAL – Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores 2007-

2013: http://prorural.azores.gov.pt/

Rede Canária Rural: http://www.redcanariarural.org/

Rede de Lojas Aldeias do Xisto: http://www.aldeiasdoxisto.pt/

SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores:

http://www.proconvergencia.azores.gov.pt/SistemaIncentivos.html

UNIEMPRENDE: http://www.uniemprende.es/

Universidade do Porto: http://upin.up.pt

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ANEXO – ESTUDOS DE CASO

Anexo – Estudos

de Caso

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Estudo de caso 1 – EXIST

Iniciado em 1997, o Programa EXIST – Start-ups de Base

Universitária é uma iniciativa do Ministério Federal de Economia

e Tecnologia da Alemanha, destinada à melhoria do ambiente

empreendedor em universidades e instituições de investigação

e ao aumento do número de start-ups de base tecnológica e

intensivas em conhecimento.

O Programa enquadra-se na “Estratégia Hightech para a Alemanha” do Governo e é co-

financiado pelo Fundo Social Europeu.

O EXIST assenta, fundamentalmente, em três eixos: a promoção de uma cultura

empreendedora, o financiamento de start-ups e a facilitação da transferência de tecnologia.

Tendo em conta estes aspectos-chave do Programa, conclui-se que se enquadra num dos

critérios apresentados no capítulo anterior, nomeadamente o facto de abordar

políticas/programas/acções/medidas de apoio à actividade empreendedora, com sucesso

comprovado.

Objectivos

O Programa EXIST tem quatro objectivos principais:

Criar uma “cultura empreendedora” permanente no ensino, investigação e

administração, nas instituições do ensino superior;

Externalizar o conhecimento para a economia – de acordo com a responsabilidade

em temos de transferência de tecnologia por parte das instituições do ensino

superior;

Promover o enorme potencial existente em instituições do ensino superior e centros

de investigação para criar negócios ou empreendedores;

Aumentar significativamente o número de start-ups inovadoras, o que resultará na

criação de novos e mais seguros empregos.

Enquadramento regional/nacional/internacional

Se de início o Programa se focava apenas em redes universitárias em cinco regiões alemãs, a

sua extensão foi crescendo, abrangendo agora todo o País e a maioria das universidades e

centros de investigação. Assim, o Programa EXIST adopta uma postura nacional, potenciando

empreendedores e start-ups alemãs que actuem ao nível do País.

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Por outro lado, o enfoque do Programa continua a ser um modelo de cooperação regional,

onde universidades, centros de investigação e empresas colaboram para levar a bom porto a

iniciativa, o que garante a visibilidade de projectos de menor dimensão, que poderiam

passar despercebidos caso o enfoque do Programa fosse exclusivamente nacional.

Recursos físicos e humanos

Em termos de recursos humanos, além de uma equipa de apoio altamente experiente e da

colaboração com diversas entidades externas (empresas, ministérios, câmaras de comércio,

autarquias, entre outras), o Programa inclui um conselho de consultores com onze

membros, provenientes do mundo empresarial e financeiro, universitário e científico. Este

conselho apoia não só as redes regionais no desenvolvimento e implementação dos seus

planos, mas também o Ministério da Economia e Tecnologia em tarefas transversais, como a

identificação de fontes de financiamento para as actividades do Programa.

Quanto aos recursos físicos, estes dizem respeito, como é natural, às infra-estruturas de

todas as entidades envolvidas no Programa que, como referido, são numerosas a nível

nacional e internacional. Adicionalmente, existem ainda os recursos materiais disponíveis

para os vários empreendedores e start-ups.

Áreas de actividade e serviços

O Programa EXIST assenta em três eixos complementares: a promoção de uma cultura

empreendedora, o financiamento de start-ups e a facilitação da transferência de tecnologia.

Os três eixos do Programa EXIST.

Promoção de uma cultura

empreendedora

Financiamento de startups

Facilitação da transferência de

tecnologia

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Primeiro eixo: promoção de uma cultura empreendedora

Este eixo subsidia projectos nas universidades que permitam desenvolver uma infra-

estrutura de apoio a empreendimentos inovadores de base tecnológica e intensivos em

conhecimento. Os projectos podem receber um apoio financeiro do Ministério da Economia

e Tecnologia durante três anos e devem ter como principais objectivos:

Estabelecer uma “cultura empreendedora” duradoura nas universidades e centros

de investigação;

Apoiar a transferência e comercialização de conhecimento científico;

Promover, de forma organizada, o enorme potencial de negócio e de ideias

empreendedoras em universidades e centros de investigação;

Aumentar o número e as hipóteses de sucesso de start-ups inovadoras.

Segundo eixo: financiamento de start-ups

Este eixo procura apoiar a criação de start-ups inovadoras, desenvolvidas através de

projectos nas universidades e centros de investigação, mediante a concessão de bolsas aos

empreendedores.

Estas bolsas destinam-se assim a cientistas, licenciados e estudantes universitários e têm

como objectivo a transformação de ideias de negócio em produtos e serviços

comercializáveis. Para cobrir as suas despesas, os empreendedores recebem bolsas entre os

800 e os 2.500 EUR por mês, dependendo do seu grau de formação, por um período máximo

de 12 meses. Além disso, recebem ainda materiais e equipamentos (no valor de 10.000 EUR

para projectos individuais e 17.000 EUR para projectos em equipa), financiamento para

formação (5.000 EUR) e, caso necessário, 100 EUR por mês por cada criança à

responsabilidade dos empreendedores. As universidades e os centros de investigação

oferecem as infra-estruturas durante a fase pré-start-up e apoio técnico e administrativo.

Terceiro eixo: facilitação da transferência de tecnologia

Este eixo promove negócios de base tecnológica, nas fases pré-start-up ou start-up,

complementando o eixo anterior, mais amplo e não centrado apenas nas empresas de alta

tecnologia. Está dividido em duas fases de financiamento:

Na primeira fase, o Programa apoia as equipas de investigação das universidades e

centros de investigação na demonstração da viabilidade dos seus produtos ou ideias

e na preparação da start-up. Para o efeito, o Programa subsidia as despesas de

pessoal de três membros e disponibiliza ainda 60.000 EUR para materiais e

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equipamentos. Após um ano, o financiamento pode ser alocado a mais um

colaborador especialista em gestão;

Na segunda fase, uma vez estabelecidas, as novas empresas de base tecnológica

podem ser financiadas até 150.000 EUR para continuar o desenvolvimento dos

produtos.

Todas as candidaturas devem ser apresentadas às respectivas universidades e/ou centros de

investigação.

Perfil das empresas apoiadas

Sendo um programa que actua junto de universidades e centros de investigação, as

empresas apoiadas são maioritariamente de base tecnológica ou de conhecimento

especializado, relacionadas com ciências da saúde, tecnologias de informação e consultoria,

por exemplo.

Entre os exemplos de empresas apoiadas, destacam-se:

Kreuzverweis Solutions Gmbh: uma spin-off da Universidade de Koblenz-Landau, que

pretende revolucionar o conceito de pesquisa num computador, associando tags

automáticas a vídeos e imagens, que, caso contrário, teriam de ser identificadas

pelos utilizadores;

Orcan Energy Gmbh: uma spin-off da Universidade de Munique que comercializa um

equipamento que gera electricidade através do calor libertado por outras máquinas,

por exemplo da indústria ou dos automóveis. Destaca-se de outras soluções

semelhantes no mercado por ser mais pequeno, leve e barato;

Opto-medical Technologies Gmbh: criada por membros do Instituto de Óptica

Biomédica da Universidade de Luebeck, esta start-up oferece uma nova técnica de

tomografia não invasiva, semelhante aos ultra-sons, mas com uma maior resolução,

o que facilitará o diagnóstico de várias doenças.

Parcerias e colaborações

Sendo um programa directamente coordenado pelo Governo Alemão, o EXIST procura

fomentar a colaboração entre as várias universidades e centros de investigação e apoiar, ao

nível técnico e financeiro, os projectos dos seus membros. As parcerias e colaborações dos

organismos de gestão do Programa com entidades externas prendem-se com consultores

técnicos, câmaras do comércio e associações empresariais.

Por outro lado, o Programa incentiva também a internacionalização das start-ups criadas – o

melhor exemplo desta atitude é a iniciativa Aceleradora Alemã de Silicon Valley, que procura

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oferecer uma experiência num dos maiores e mais importantes centros tecnológicos

mundiais, onde os empreendedores poderão, não só melhorar as suas competências, mas

também estabelecer contactos no concorrido mercado americano que permitam dar início à

internacionalização dos seus negócios.

Estratégia de curto/médio prazo

Em vigor desde 1997, o Programa conheceu já várias fases diferentes, procurando envolver,

cada vez mais, um número maior de universidades e centros de investigação alemães. A sua

estratégia de curto/médio prazo passa por continuar o trabalho bem sucedido que tem sido

desenvolvido e maximizar as potencialidades da Alemanha nas áreas tecnológicas e

científicas.

Mais informação

www.exist.de

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Estudo de caso 2 – Start-up Chile

O segundo estudo de caso analisado refere-se ao

Programa Start-Up Chile, uma iniciativa inovadora

criada pelo Ministério Chileno de Economia e gerida

pela Corporación de Fomento de la Producción

(CORFO), através do seu Programa InnovaChile, que

promove acções de apoio à inovação e à

transferência de tecnologia.

O objectivo do Programa Start-Up Chile é a atracção de empreendedores estrangeiros de

alto potencial para o País, de forma a converter o Chile no ecossistema mais inovador e

empreendedor da América Latina.

Este estudo de caso aborda uma iniciativa pública de apoio à actividade empreendedora de

desenho muito inovador, com sucesso comprovado, como demonstram os números de

captação de investimento para os projectos apoiados pelo Start-Up Chile, num país com um

PIB per capita ligeiramente inferior ao dos Açores (aproximadamente 11.600 EUR, em 2010,

face aos 15.000 EUR dos Açores). Para além disso, este estudo apresenta uma iniciativa que

proporciona um apoio transversal à actividade empreendedora de alto conteúdo inovador e

tecnológico. Desta forma, a relevância deste estudo de caso é muito significativa no âmbito

do presente projecto, tendo em conta os critérios de selecção apresentados no Capítulo 1.

Objectivos

O Start-Up Chile é um programa de incubação de negócios de alto potencial que visa criar

um ecossistema empreendedor local como plataforma global de criação de empresas,

estabelecendo assim o Chile como o país mais inovador e empreendedor da América Latina,

pela conexão de empreendedores locais e estrangeiros em redes dinâmicas e diversas.

Enquadramento regional/nacional/internacional

Até ao momento, todas as empresas seleccionadas para o Start-Up Chile têm os seus

escritórios na capital, Santiago, uma cidade com cerca de 5 milhões de habitantes e o centro

económico e financeiro do Chile, que gera anualmente cerca de 45% do seu PIB.

No entanto, o Programa tem como objectivo o desenvolvimento do Chile como um todo,

pelo que o âmbito do projecto é nacional, com perspectivas de ligação internacional,

procurando atrair capital estrangeiro e fomentar a criação de emprego de carácter

transnacional. Assim, durante a 1ª ronda de candidaturas de 2011, foram aprovadas

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iniciativas empresariais de empreendedores provenientes de países tão diferentes como

Índia, Zimbabué, Portugal, Canadá e Estados Unidos da América.

O Programa está também interessado em expandir constantemente a sua rede de parceiros

e ligar o Chile aos principais centros de inovação e empreendedorismo a nível mundial,

estabelecendo ligações entre os empreendedores locais e internacionais, de forma a

aproveitar o know-how de cada um e as sinergias destas colaborações. Está também

previsto o apoio à internacionalização dos negócios estabelecidos ao abrigo do Start-Up

Chile, por exemplo, através do financiamento de viagens e missões ao estrangeiro.

Recursos físicos e humanos

A gestão e coordenação do Start-Up Chile são realizadas por uma equipa jovem, enérgica e

dinâmica, proveniente das mais variadas áreas e empenhada em mudar a situação do

empreendedorismo no País. Com uma grande variedade de competências e experiências no

mercado de trabalho, a equipa de recursos humanos do Start-Up Chile é composta por 11

especialistas, que tratam da gestão de todo o processo, incluindo aspectos financeiros e

técnicos.

Adicionalmente, o Programa inclui também um conselho consultivo, constituído por oito

membros, provenientes de vários países, todos eles figuras de renome na área do

empreendedorismo e que apoiam a equipa do Start-Up Chile na tomada das decisões

estratégicas mais importantes. Neste conselho encontram-se figuras provenientes de

universidades de prestígio, como a Universidade de Stanford e a Universidade de Duke, e

personalidades do mundo empresarial, de empresas tão relevantes como a Hewlett Packard

e a Concha y Toro.

Quanto a recursos físicos, o Programa disponibiliza espaço físico temporário às empresas

que se instalarem no Chile para o desenvolvimento da sua actividade.

Áreas de actividade e serviços

Como referido, o Start-Up Chile ambiciona tornar o Chile no centro de inovação e

empreendedorismo da América Latina, procurando, por isso, atrair os melhores

empreendedores a nível mundial e fornecer-lhes todas as condições necessárias para levar a

sua empresa a bom porto. Assim, o Programa fornece, entre outras coisas, o acesso a uma

rede de mentores, a possibilidade de assistir a eventos semanais para estabelecimento de

contactos e apoio especializado para a obtenção de financiamento. O Programa disponibiliza

ainda um fundo de 40.000 USD por projecto e um visto de residência de um ano a todos os

membros da equipa de projecto. O visto inclui também os familiares dos empreendedores,

promovendo desta forma um ambiente favorável para a criação de negócios num país

estrangeiro.

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O processo de admissão é realizado em duas etapas: num primeiro momento, um júri de

três elementos, seleccionado pela YouNoodle (uma rede social destinada a empreendedores,

localizada na Califórnia, EUA, que apoia actualmente mais de 15.000 start-ups), avalia cada

projecto e atribui-lhe uma pontuação.

De seguida, os projectos passam por um júri da Subcomissão de Empreendedorismo do

Programa InnovaChile – a entidade através da qual o Start-Up Chile recebe financiamento e

que é composta por uma equipa de especialistas em inovação, tecnologia e

empreendedorismo – que dá o parecer final.

Perfil das empresas apoiadas

Até ao momento, a maioria dos projectos apoiados são de base tecnológica e de alto

potencial, embora apresentem grande variedade, com empresas especializadas em energia,

comércio electrónico, empreendimentos sociais, ensino de línguas, viagens e design.

Contudo, mais do que a área de actuação, o critério mais importante para um projecto ser

seleccionado é a sua orientação global, uma vez que o caminho para o sucesso passa pela

expansão e não pelo isolamento.

Depois de um primeiro ano piloto, 2010, em que foram atraídos 22 projectos de 14 países, o

Programa espera trazer 300 novos projectos para o Chile durante o ano de 2011, tendo

como objectivo fazer crescer este número para 1000, em 2014.

De entre os empreendedores já instalados no Chile, é interessante destacar os fundadores

da Junar, uma plataforma que permite aos utilizadores encontrar e aceder facilmente a

dados, que angariaram um financiamento de 1,2 milhões de USD, em Dezembro de 2010, de

empresas de capital de risco da América Latina para a criação e desenvolvimento do

negócio.

De entre os projectos seleccionados em 2011, sete são iniciativas portuguesas, provenientes

do UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, que possui, desde

finais de 2010, um protocolo de parceria com a organização do Programa. De notar que

Portugal é, a par da Índia, o terceiro país com mais projectos seleccionados, sendo apenas

ultrapassado pela Argentina e pelos EUA.

Entre os projectos portugueses seleccionados, destacam-se a Vendder, que comercializa

uma plataforma de criação de lojas online e que foi seleccionada logo na fase piloto do

Programa; a EZ4U, vocacionada para soluções real-time de localização de pessoas e objectos

em ambiente indoor; e a Tecla Colorida, que comercializa a aplicação escolinhas.pt

(schools.com na versão internacional), um software colaborativo, no qual se transpõe o

ambiente escolar para o meio digital, permitindo interacção e partilha entre alunos,

professores e pais.

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Parcerias e colaborações

As parcerias e colaborações envolvidas no Programa prendem-se, essencialmente, com

entidades que apoiam os projectos seleccionados para instalação no Chile, e podem ser

enquadradas em três grupos: mentores, capital de risco e apoiantes.

Mentores

Baseado no projecto Mentores de Negócios da Nova Zelândia (uma abordagem inovadora

utilizada nesse país), o ForoInnovación (organização de iniciativa privada e sem fins

lucrativos do Chile, http://foroinnovacion.cl) lançou a Rede de Mentores (RdM), em

Novembro de 2009.

De momento, existem 160 mentores – empresários e gestores altamente qualificados,

vindos de áreas tão diversificadas como marketing, gestão, finanças, contabilidade,

administração, produção e distribuição, recursos humanos, internacionalização de negócios

e exportações, tecnologias de informação e organizações não lucrativas. Este grupo de

mentores tem um conhecimento profundo dos mercados chileno e global e está disposto a

partilhá-lo com outras empresas.

A RdM tem como objectivo ser líder na Rede de Mentores na América Latina, de forma a

conseguir promover e desenvolver conceitos como inovação, empreendedorismo e

liderança.

Para beneficiar do apoio da RdM, é necessário passar por um processo constituído por várias

etapas, que inclui um estudo da compatibilidade entre as necessidades do mercado e a

experiência dos empreendedores e o desenvolvimento de um plano de trabalhos de 6

meses.

Capital de risco

O Governo Chileno, através da CORFO, tem apoiado vários fundos de capital de risco,

disponibilizando quase 350 milhões de USD. Alguns destes fundos são o Aurus Bios

(direccionado para empresas de base científica, principalmente dedicadas à biotecnologia ou

ciências farmacêuticas), o Aurus Tecnologia (para empresas no mercado das tecnologias), o

Austral Capital (que oferece também uma interessante rede de contactos em toda a América

Latina), o Equitas Capital (focado em negócios relacionados com o ambiente e recursos

naturais), o Fondo de Inversión Copec – Universidad Católica (desenvolvido em parceria com

esta universidade) e o Yarden Venture Capital (que aposta em start-ups de alta tecnologia).

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Apoiantes

Por apoiantes entendem-se todos aqueles que, um pouco por todo o mundo, chilenos ou

não, auxiliam o Start-Up Chile a atingir a sua missão, contribuindo de diversas maneiras:

Disseminando informações sobre o Programa, bem como a newsletter bissemanal

junto dos seus contactos;

Identificando potenciais candidatos e encaminhando-os para o Programa;

Fornecendo apoio especializado aos empreendedores aceites no Start-Up Chile;

Procurando oportunidades para disseminar o Start-Up Chile na sua região, incluindo

apresentar o Programa junto de universidades, incubadoras, centros de

empreendedorismo, entre outros;

Ajudando a expandir a rede de universidades, empresas de capital de risco, business

angels, governos e empreendedores associados ao Programa;

Promovendo eventos locais, encontros e seminários para explicar o Programa e

identificar potenciais interessados; e

Unindo forças com outros apoiantes na sua região, para maximizar a disseminação

do Programa.

Estratégia de curto/médio prazo

Após um início promissor, os fundadores do Start-Up Chile estão confiantes no sucesso do

Programa, prevendo que, até 2014, sejam 1000 os projectos apoiados, provenientes de todo

o mundo. De facto, a equipa gestora do Programa sabe que para o País se tornar o centro de

inovação e empreendedorismo da América Latina, aproveitar as experiências e know-how

externos é um factor essencial.

Com o intuito de facilitar a criação de novas empresas, o Governo do Chile tem vindo a

desenvolver esforços que permitam diminuir o número de dias necessários para o registo.

Assim, em 2010, um empreendedor esperava 27 dias para ver a sua empresa registada; em

2011 este número reduziu-se para 16 e, em 2013, prevê-se que seja apenas de 8.

Ao longo dos próximos três anos, o Programa pretende também atrair novos investidores

dispostos a financiar as start-ups instaladas no Chile, bem como aumentar a sua rede de

contactos, tanto a nível nacional como internacional.

Mais informação

www.startupchile.org

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Estudo de caso 3 – UNIEMPRENDE

Iniciado em 1998, o Programa

UNIEMPRENDE presta serviços a

todas as estruturas de criação de

empresas do sistema universitário

galego, sendo, no entanto, gerido

centralmente pela Universidade

de Santiago de Compostela (USC).

Desde a sua criação, passou de pioneiro a nível nacional a uma referência internacional,

fomentando o conceito de “universidades empreendedoras”, ou seja, aquelas que se

envolvem de forma activa no desenvolvimento económico e social.

Assim, através do UNIEMPRENDE, a Universidade Galega promove este seu compromisso

com a sociedade, transformando os resultados dos seus projectos de investigação em

factores de melhoria da qualidade de vida da população e tornando os seus alunos em

impulsionadores deste desenvolvimento e geradores de riqueza.

O UNIEMPRENDE procura apoiar toda a comunidade universitária, principalmente

estudantes e investigadores que desenvolvam actividades nas áreas de conhecimento dos

programas da Universidade; possui ainda linhas de apoio dedicadas a segmentos

populacionais historicamente menos empreendedores, como as mulheres.

O Programa UNIEMPRENDE pode ser considerado como um caso de estudo relevante para a

Região Autónoma dos Açores por “Abordar políticas/programas/acções/medidas de apoio à

actividade empreendedora, num determinado território, cujo sucesso tenha sido

comprovado”.

Objectivos

O Programa UNIEMPRENDE tem quatro objectivos principais:

Incrementar a médio/longo prazo o número de “vocações empresariais” nas

universidades galegas, fomentando o empreendedorismo na comunidade

universitária;

Identificar, dentro das capacidades de produção científica e de conhecimento das

universidades galegas, linhas de trabalho susceptíveis de serem exploradas a partir

de uma óptica empresarial;

Prestar serviços de apoio à criação de empresas que facilitem a análise da viabilidade

empresarial dos projectos, bem como apoiá-las nos passos seguintes (incluindo o

seu lançamento e a procura de financiamento);

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Criar, estruturar e potenciar uma infra-estrutura estável, que permita difundir e

desenvolver amplamente as diferentes medidas deste Programa.

Enquadramento regional/nacional/internacional

O Programa UNIEMPRENDE engloba uma infra-estrutura complexa, com mecanismos de

apoio ao empreendedorismo a vários níveis – regional, nacional e internacional. Destes, o

mais desenvolvido e importante é o regional, dentro do qual o UNIEMPRENDE inclui uma

incubadora (a UNINOVA), sistemas de apoio financeiro (UNIRISCO, UNIBAN, Unimicro-C e

UNIGUARANTEES), mecanismos de valorização e comercialização da propriedade intelectual

(por exemplo, um sistema de licenciamento e comercialização de patentes) e mecanismos

de promoção da responsabilidade social e ambiental.

Ao nível nacional, os mecanismos dedicados à promoção do empreendedorismo são

programas específicos, em colaboração com outras instituições, de identificação de novas

oportunidades – como por exemplo o UNIEMPRENDIA, que procura promover empresas de

base tecnológica nas universidades espanholas e que conta com o apoio do Ministério da

Educação de Espanha.

Por fim, a nível internacional, a sua actuação centra-se no desenvolvimento de redes de

empreendedores – por exemplo, a Red Woman Emprende, destinada a partilhar

conhecimentos e experiências entre mulheres empreendedoras – e na difusão de uma

cultura empreendedora, materializada, por exemplo, na existência, na USC, de uma cátedra

apoiada pela UNESCO e financiada pela Comissão Europeia, destinada a promover a cultura

e a actividade empreendedora no quadro universitário dos países Ibéricos e Latino-

americanos.

Recursos físicos e humanos

Ao nível de recursos humanos, o UNIEMPRENDE conta com uma equipa experiente,

constituída por mais de 20 especialistas, em áreas que vão da transferência de tecnologia ao

empreendedorismo e gestão de unidades de investigação. A equipa está apta e disponível

para fornecer apoio em todas as etapas de estabelecimento de uma nova empresa – tanto

de alunos, como de professores e investigadores da Universidade.

Quanto aos recursos físicos e materiais, o UNIEMPRENDE disponibiliza espaço para

instalação da empresa e financiamento para o crescimento e para as necessidades

operacionais e estratégicas da mesma, através de uma participação temporária no seu

capital.

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Áreas de actividade e serviços

Os serviços e actividades oferecidos pelo UNIEMPRENDE podem ser organizados numa

cadeia de vectores, que vão da concepção e identificação de ideias à monitorização e

acompanhamento dos projectos.

Identificação de projectos e ideias

Como o nome indica, este vector procura identificar projectos e ideias passíveis de serem

transformadas em negócios:

Concurso de ideias empresariais inovadoras: destinado a todos os membros das três

universidades galegas (USC, Universidade da Corunha e Universidade de Vigo),

procura premiar ideias empresariais inovadoras, passíveis de serem transformadas

num negócio;

Concurso de projectos empresariais inovadores: semelhante ao anterior, mas

premiando projectos inovadores de empresas;

UNIEMPRENDIA: programa com periodicidade anual que procura promover

empresas de base tecnológica nas universidades espanholas e que conta com o

apoio do Ministério Espanhol da Educação.

Incubação e estruturas de apoio

Este vector inclui a incubadora da USC e todas as unidades que gerem e apoiam os centros

de investigação da universidade:

UNINOVA: a incubadora da USC, vocacionada para empresas inovadoras e de base

tecnológica;

Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (CITT): unidade que gere e apoia,

ao nível legal, os trabalhos científicos e técnicos desenvolvidos para empresas e

entidades públicas nos departamentos e centros de investigação da USC;

Unidades de Investigação Intensiva: iniciativa piloto que procura a gestão,

valorização e transferência dos resultados de investigação obtidos pelos grupos de

investigação das três universidades galegas e centros de investigação da região;

Serviços de Apoio ao Empreendedorismo e ao Emprego: dividido em três áreas –

Auto-emprego, Aconselhamento Profissional e Informação aos Jovens e Apoio

Integrado – este serviço procura fomentar o empreendedorismo junto de todos os

membros da USC, com uma ênfase especial nos mais jovens.

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Formação em boas práticas

Constituído por duas unidades, este vector procura oferecer formação na área do

empreendedorismo, bem como dar a conhecer ao grande público exemplos e casos de

sucesso na região da Galiza:

Escola de negócios UNIEMPRENDE: oferece uma ampla formação em áreas que

podem ser úteis ao empreendedor, como gestão de empresas, consultoria,

contabilidade e administração;

EMPRENDIA: publicação vocacionada para o empreendedorismo universitário, com

artigos técnicos, conselhos e casos de sucesso.

Direitos de propriedade industrial e intelectual e vigilância tecnológica

Coordenado pelo CITT, centra-se em todos os assuntos relacionados com a propriedade

intelectual, registo de patentes e legislação empresarial.

Coaching e networking

Este vector procura estabelecer redes nacionais e internacionais que permitam acompanhar

e fomentar o empreendedorismo em sectores específicos ou menos explorados

habitualmente. Entre as iniciativas promovidas neste âmbito destacam-se:

Red Woman Emprende: rede internacional que procura fomentar o

empreendedorismo feminino nas universidades;

Programa Empresa-Concepto: de âmbito nacional, este Programa é promovido pelas

três universidades galegas e procura colocar à disposição dos centros de

investigação recursos financeiros e humanos que possibilitem a criação de empresas

de base tecnológica, que advenham de resultados de projectos de investigação;

SOCIAL EMPRENDE: programa destinado a promover o empreendedorismo nas áreas

das ciências sociais e humanas;

Cátedra UNESCO: as cátedras da UNESCO têm como principal objectivo melhorar a

qualidade da educação nos países participantes, bem como aumentar a sua infra-

estrutura científica e tecnológica, através de um melhor aproveitamento dos

conhecimentos e recursos tecnológicos universitários que permita a sua exploração

e comercialização. No caso do UNIEMPRENDE, a cátedra UNESCO tem como

objectivo a promoção da inovação e da cultura empreendedora em ambiente

universitário.

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Financiamento, capital de risco e business angels

Este vector inclui todos os mecanismos de financiamento aos novos projectos dos membros

da comunidade universitária:

UNIRISCO: capital de risco para criação de empresas que aproveitem o

conhecimento gerado pela Universidade, mediante operações de investimento

temporário no capital das mesmas ou outros instrumentos financeiros;

UNIBAN: rede de business angels vocacionada para o ambiente universitário;

UNINVEST: de âmbito ibérico, é uma sociedade gestora de capitais de risco criada

para fomentar a transferência de conhecimento de centros de investigação públicos

para a sociedade através da criação de empresas;

UNIGUARANTEES: oferece garantias a empresas de base tecnológica surgidas no

meio universitário;

Unimicro-C: sistema de micro-crédito para empreendedores ligados à universidade;

INBERSO: rede internacional, que põe em contacto empresas tecnológicas de grande

potencial e grupos de investigação universitários com o intuito de facilitar a atracção

de financiamento privado;

SPIN-GROW: rede especializada em encontrar financiamento para spin-offs

universitárias.

Oficina de monitorização do empreendedorismo, sustentabilidade e qualidade

Responsável pelos seguintes elementos do funcionamento do UNIEMPRENDE:

Normas de qualidade (AENOR e SAI-8000);

Responsabilidade Social Corporativa;

VERDE EMPRENDE: guia com recomendações sobre como minimizar o impacto

ambiental de uma empresa.

Perfil das empresas apoiadas

Sendo parte do sistema universitário, o UNIEMPRENDE apoia empresas nascidas de ideias

e/ou projectos dos seus alunos, professores e investigadores, em áreas muito variadas que

vão da biotecnologia às nanotecnologias e ciências sociais.

Desde que foi criado, o Programa já apoiou 268 start-ups, financiou 23 projectos e premiou

mais de 2053 ideias e 355 projectos. Organizou ainda vários cursos vocacionados para

empreendedores (como Investigação de Mercados e Gestão Eficaz de Negócios) e promoveu

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várias actividades de divulgação do empreendedorismo (como seminários ou jornadas de

sensibilização).

Parcerias e colaborações

As várias parcerias e colaborações do Programa UNIEMPRENDE incluem empresas,

universidades, organizações governamentais, bancos e centros de investigação:

Empresas: Grupo San José, INDITEX, R. Telecomunicaciones e Consorcio Zona Franca

(Vigo);

Universidades: mais de 20 a nível nacional e internacional;

Organizações governamentais: organizações nacionais e regionais, incluindo

ministérios e o governo regional da Galiza;

Bancos: bancos espanhóis (Banco Santander, Caixa Nova, Caixa Galicia e Banco

Pastor) e bancos portugueses (Banco Espírito Santo e Banco Português de

Investimento);

Centros de investigação: mais de 135 centros, localizados em Espanha, Portugal e

América Latina.

Estratégia de curto/médio prazo

A estratégia de curto/médio prazo do Programa UNIEMPRENDE passa por continuar o bom

trabalho desenvolvido até ao momento, procurando fomentar o empreendedorismo junto

da comunidade universitária galega e disseminar a ideia da transferência de tecnologia da

Universidade para a sociedade como móbil do desenvolvimento e da inovação.

Vai também procurar o estabelecimento de novas parcerias e colaborações, principalmente

ao nível da disponibilização de capital de risco para novos negócios, bem como estimular o

empreendedorismo em sectores da sociedade tradicionalmente mais avessos à criação de

empresas, como as mulheres ou investigadores nas áreas das ciências sociais e

humanidades.

Mais informação

www.uniemprende.es

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Estudo de caso 4 – FEDERCAN

O quarto estudo de caso analisado refere-se à Federação Canária de

Desenvolvimento Rural, Rede Canária Rural (Federación Canaria de

Desarrollo Rural, Red Canaria Rural), uma iniciativa inovadora e já com

alguns anos nas Ilhas Canárias, Espanha.

Criada em 1999, no seguimento do modelo da Comissão Europeia para

os Centros Europeus de Empresas e Inovação e da Iniciativa

Comunitária – Ligações entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural (LEADER II), a

Federação Canária de Desenvolvimento Rural, Rede Canária Rural (FEDERCAN) é uma

associação sem fins lucrativos, que promove a criação de riqueza nas zonas rurais das Ilhas

Canárias, através de aconselhamento profissional aos empreendedores, assistência técnica e

acompanhamento de projectos elaborados por PME, com o objectivo de aumentar a sua

competitividade e potencial inovador. Procura também uma gestão mais eficaz das

administrações locais das Canárias, que garanta um desenvolvimento sustentado da região.

A FEDERCAN é constituída por várias associações de desenvolvimento locais, localizadas nas

várias ilhas do arquipélago:

Associación Insular de Desarrollo Rural La Gomera (AIDER La Gomera);

Asociación para el Desarrollo Rural de la Isla de La Palma (ADER La Palma);

Asociación Insular de Desarrollo Rural en Gran Canaria (AIDER Gran Canaria);

Asociación para el Desarrollo Rural de la Isla de Lanzarote (ADERLAN);

Asociación Insular de Desarrollo Rural de Tenerife (AIDER Tenerife);

Asociación para la Gestión del Desarrollo Rural Maxorata Verde (GDR Maxorata);

Grupo de Desarrollo Occidental (GDR Occidental) – El Hierro.

Tendo em conta os critérios apresentados no Capítulo 1, a FEDERCAN enquadra-se na

maioria, uma vez que foca no desenvolvimento de áreas rurais, que assumem uma grande

importância no arquipélago dos Açores e localiza-se num território semelhante e com

potencial económico semelhante (embora o PIB per capita das Canárias seja superior ao dos

Açores, atingindo cerca de 19.000 EUR/habitante/ano).

Objectivos

A FEDERCAN tem como principal objectivo encontrar linhas de acção que permitam o

desenvolvimento do meio rural das Ilhas Canárias. Entre os seus objectivos específicos,

incluem-se:

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Participação em redes comunitárias de desenvolvimento geral e local;

Integração nas associações de desenvolvimento local e rural de âmbito nacional,

comunitário e internacional;

Promoção e valorização dos produtos locais;

Promoção e apoio a PME e empresas tradicionais;

Promoção e desenvolvimento do turismo rural;

Integração socioeconómica de grupos específicos em risco de exclusão social;

Preservação do meio ambiente;

Fortalecimento da economia social;

Desenvolvimento socioeconómico;

Intercâmbio de experiências e metodologias com outras regiões nacionais,

comunitárias e internacionais;

Formação e qualificação dos trabalhadores no âmbito da sua área de expertise;

Assistência técnica em processos de desenvolvimento rural e/ou local noutras zonas

da Comunidade Autónoma e de Espanha, e em países da UE;

Formação e qualificação de trabalhadores desempregados;

Fomento e desenvolvimento do envolvimento do governo na concepção e

implementação de estratégias de desenvolvimento rural ao nível regional e europeu;

Prestação de serviços de apoio ao trabalho dos seus parceiros ao nível do

desenvolvimento regional;

Desenvolvimento de actividades económicas e de prestação de serviços a terceiros.

Enquadramento regional/nacional/internacional

Como o próprio nome indica, as actividades da associação estão localizadas principalmente

nas Ilhas Canárias, procurando abranger todas as ilhas, mesmo as mais remotas, através da

colaboração entre as várias associações de desenvolvimento locais. Todas as suas acções são

direccionadas para empreendedores, negócios ou empresas do arquipélago.

No entanto, a FEDERCAN tem consciência de que um desenvolvimento sustentável das ilhas

só pode ser alcançado através da sua integração em redes mais vastas. Assim, por exemplo,

para uma eficiente promoção da actividade turística no arquipélago é essencial uma

disseminação alargada da sua oferta e do que a distingue da concorrência. Por outro lado, o

estabelecimento de parcerias com outras regiões espanholas e/ou outros países –

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comunitários ou não – fomenta a internacionalização dos negócios e atrai investimento

estrangeiro.

Assim, a FEDERCAN está inserida numa rede maior, a Rede Espanhola de Desenvolvimento

Rural (Red Española de Desarrollo Rural), uma associação sem fins lucrativos que promove

um modelo de desenvolvimento rural integrado, composta por 12 redes territoriais (entre as

quais a das Canárias), englobando quase 200 grupos de acção local.

Recursos físicos e humanos

As actividades da FEDERCAN centram-se principalmente no fornecimento de apoio técnico e

administrativo, pelo que, para além da sede (e dos gabinetes nas várias ilhas), disponibiliza

apenas algumas publicações – incluindo revistas sobre a actividade rural nas várias ilhas,

boletins e um manual de boas práticas sobre o desenvolvimento rural numa região.

Por outro lado, conta com uma equipa técnica altamente especializada, que para além dos

membros habituais numa associação (presidente, vogal, etc.), inclui também membros com

reconhecida experiência na gestão de programas comunitários.

Áreas de actividade e serviços

A FEDERCAN tem actualmente quatro projectos que procuram fomentar o desenvolvimento

das regiões rurais das Ilhas Canárias, três dos quais fortemente direccionados para o

empreendedorismo.

Projecto Rural EESS

Este projecto de fomento e promoção da economia social no meio rural das Ilhas Canárias

tem como principais objectivos:

Fortalecer as entidades de economia social nas áreas rurais do arquipélago e

promover o emprego;

Promover a economia social e o auto-emprego nas zonas rurais do arquipélago;

Reduzir as disparidades laborais entre as zonas rurais e urbanas e incentivar a

criação de estruturas estáveis de manutenção da actividade económica e emprego

através da economia social.

Para atingir estes objectivos, o projecto inclui seis áreas de acção diferentes: formação;

difusão e promoção da economia social; promoção do associativismo nas regiões rurais;

orientação de entidades de economia social nas regiões rurais; estudo da economia social

nas regiões rurais; e divulgação do projecto.

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Empreendedores Rurais

A partir do projecto anterior, a FEDERCAN desenvolveu o projecto Empreendedores Rurais,

que procurou fornecer conselhos sobre os procedimentos e requisitos para iniciar um novo

negócio e concretizar uma ideia, dar apoio especializado no desenvolvimento de um plano

de negócios, acompanhar as candidaturas a programas de financiamento e oferecer

formação e acompanhamento especializado.

Os negócios apoiados ao longo deste projecto centram-se principalmente em empresas

ligadas ao turismo ou a sectores tradicionais da economia da região, como a produção de

vinhos ou a transformação de produtos alimentares.

A Escola empreendedora

Este projecto está direccionado principalmente para alunos do 10º ao 12º ano e tem como

objectivo proporcionar a esses mesmos alunos a possibilidade de experimentarem e

desenvolverem as suas capacidades empreendedoras (observação e análise da envolvente,

comunicação, auto-organização, criatividade, entre outras). Ao longo do projecto, os

estudantes criam uma empresa na sala de aula, organizada formalmente e com uma

produção orientada para as necessidades do mercado.

Mulheres Empreendedoras

Este projecto pretende promover e melhorar as condições de vida, de participação e de

trabalho das mulheres das regiões rurais das Ilhas Canárias, divulgando o seu trabalho,

incentivando o empreendedorismo, fomentando políticas focadas no género e

desenvolvendo actividades de formação e informação específicas para mulheres.

Perfil das empresas apoiadas

Como referido anteriormente, a FEDERCAN procura o desenvolvimento de empresas

localizadas nas regiões rurais, com um enfoque especial nas PME, nas que actuam em

sectores tradicionais da economia e nas ligadas ao turismo – um sector muito importante,

que representa 32% do PIB das Ilhas Canárias.

Entre as empresas apoiadas pelos vários projectos, destacam-se:

Frutas Guay – localizada em Icod de Viños, Tenerife, e fundada em 1998, tem como

objectivo utilizar produtos da agricultura local na produção de marmeladas e vinhos.

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Utiliza ainda antigas receitas suíças para a elaboração de pão de forma de diferentes

sementes;

Molino de Gofio TASIRCHE – o desaparecimento dos moinhos de gofio (a farinha

tradicional das Ilhas Canárias) e a grande procura deste produto encorajou uma

empreendedora, Olga Plasencia, a dar nova vida a um desses moinhos, que estava

abandonado em Vallehermoso, Lagomera, fomentando-se assim a produção de um

produto típico, de grande valor acrescentado no mercado, principalmente junto dos

turistas;

Cooperativa Artesanal de Mujeres de Valsequillo – localizada em Valsequillo, Gran

Canária, foi fundada por um grupo de mulheres que frequentaram um curso de

formação na Agência de Desenvolvimento Local. Actualmente, produzem, com fruta

do arquipélago, marmelada, mojo de amêndoa (um doce tradicional das Canárias) e

bienmesabe (um doce típico da ilha), a partir de receitas tradicionais e caseiras.

Além das empresas referidas, a associação e os seus projectos apoiaram ainda outros

negócios em ramos muito diversificados, incluindo hotéis, empresas de organização de

percursos pedestres nas ilhas, empresas de ferragem e fábricas de doçaria regional.

Parcerias e colaborações

A FEDERCAN é uma rede constituída por várias associações de desenvolvimento local, de

cada ilha, pelo que as colaborações e parcerias entre estas estão no seu núcleo. Por outro

lado, a FEDERCAN está também inserida na já referida Rede Espanhola de Desenvolvimento

Rural.

Além destas redes de desenvolvimento, a FEDERCAN colabora também com outras

entidades locais, principalmente centros de formação e de ensino, que ajudem a promover o

empreendedorismo na região, e equipas de psicólogos especialistas no fomento das

capacidades empreendedoras.

Por fim, a FEDERCAN procura também actuar ao nível internacional, principalmente através

da disseminação dos resultados dos seus programas, destacando as empresas apoiadas e

promovendo o turismo regional nas ilhas e as culturas locais.

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Estratégia de curto/médio prazo

A estratégia de curto/médio prazo da FEDERCAN consiste na consolidação do trabalho que

tem vindo a ser efectuado até ao momento, principalmente na formação de novos

empreendedores, capazes de aproveitar o melhor de cada ilha ao nível da cultura, recursos

naturais e humanos, entre outros. Para tal, continuará a melhorar a sua rede de apoio aos

empreendedores locais, com equipas de aconselhamento e acompanhamento mais

experientes, e procurará aumentar a sua presença junto das escolas, fomentando uma

atitude empreendedora nos mais jovens. Para concretizar estas medidas, a FEDERCAN

apostará num melhoramento contínuo das suas relações com outras redes de

desenvolvimento rural, principalmente com a Rede Espanhola de Desenvolvimento Rural.

É também importante destacar o trabalho junto das mulheres. Em regiões mais pobres e

mais isoladas como são as rurais, as mulheres tendem a ser o elo mais fraco e a ser vítimas

de ostracismo por parte da sociedade. A FEDERCAN tem noção desta situação, pelo que o

seu programa “Mulheres Empreendedoras” será alvo de grande atenção no futuro,

procurando promover o auto-emprego das mulheres.

Mais informação

www.redcanariarural.org

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Estudo de caso 5 – Babson College

Fundado em Setembro de 1919 por Roger Babson, o

Babson College assumiu desde o início uma vertente

inovadora, considerando que a experiência é a melhor

professora. Assim, os seus programas de ensino têm-se

focado, não só numa sólida componente teórica, mas

também numa componente prática que incentiva os

estudantes a contactarem directamente com o mundo

do trabalho – a maioria dos professores sempre foram

empresários e os cursos envolvem, por exemplo, várias visitas a fábricas e empresas.

Com este background, e sabendo que a iniciativa privada é um motor da economia, o

Babson College tem apostado na formação e valorização do empreendedorismo,

remontando estas actividades aos anos 60, quando instituiu não só o Student Business

Initiative Award, mas também a primeira disciplina em empreendedorismo no País. O

espectro das suas actividades é grande e inclui dois centros que promovem activamente a

actividade empreendedora, incluindo investigação, coordenação de projectos de diagnóstico

em larga escala (como o Global Entrepreneurship Monitor) e formação especializada de

grande qualidade – de acordo com o US News & World Report, o MBA em

empreendedorismo do Babson College é considerado o melhor do mundo.

Os dois centros especializados no empreendedorismo são o Centro para o

Empreendedorismo Arthur M. Blank (Arthur M. Blank Center for Entrepreneurship) e o

Centro para a Liderança Feminina (Center for Women’s Leadership). O primeiro tem uma

área de actuação mais abrangente, pelo que será o enfoque principal deste estudo de caso.

De notar que o estudo de caso cumpre totalmente o primeiro critério apresentado no

capítulo 1: “Abordar políticas/programas/acções/medidas de apoio à actividade

empreendedora, num determinado território, cujo sucesso tenha sido comprovado.”

Objectivos

O Centro para o Empreendedorismo Arthur M. Blank (de agora em diante referido como

Centro) foi estabelecido em 1998 através de uma doação de Arthur M. Blank e é a base de

toda a actividade relacionada com o empreendedorismo no Babson College. O objectivo do

Centro foca-se na expansão do empreendedorismo de todos os tipos, através de programas

de ensino inovadores e de projectos de investigação globais, com entidades públicas e

privadas, que inspirem e informem a acção e o pensamento empreendedor.

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Enquadramento regional/nacional/internacional

O Centro está localizado nas instalações do Babson College, um campus de 1,4 km2 no

Babson Park, em Wellesley, Massachusetts. Localizada perto de Boston, a universidade e os

seus estudantes têm beneficiado do ambiente dinâmico da cidade, onde o

empreendedorismo é uma realidade, com várias empresas de capital de risco a fornecer

apoio a quem deseja iniciar o seu negócio.

Esta localização privilegiada, a nível nacional, não exclui que a universidade procure atrair os

melhores alunos do mundo, pelo que, pelo menos, um quarto dos estudantes são de origem

internacional (provenientes de mais de 70 países), com a universidade a fornecer

activamente cursos para alunos estrangeiros e parcerias com várias instituições.

Desde o início que o Babson College procurou pautar-se por uma perspectiva abrangente,

formando empreendedores capazes de influenciar directamente as dinâmicas empresariais,

tanto ao nível dos EUA como do mundo. Assim, muitos dos seus ex-alunos colaboram ou

assumem hoje cargos de liderança em empresas internacionais de referência. Por outro

lado, o facto de ser uma entidade de referência no ensino e formação na área do

empreendedorismo garante ao Centro uma boa rede de cooperação com entidades

internacionais, sendo responsável por projectos como o Global Entrepreneurship Monitor

(GEM), o Projecto Diana e o Successful Transgenerational Entrepreneurship Practices (STEP).

O Centro para o Empreendedorismo Arthur M. Blank é assim uma entidade de referência

tanto a nível nacional como internacional, e a sua influência é reconhecida por publicações

como o U.S. News & World Report, a Bloomberg Businessweek e a Forbes.

Recursos físicos e humanos

Localizado no campus do Babson College, o Centro ocupa uma área de cerca de 1800 m2 e

pode ser considerado como um laboratório de excelência para a investigação e ensino do

empreendedorismo, incluindo salas de aulas, um espaço de conferências que permite

videoconferência, uma biblioteca e o Salão do Fundador, um museu da excelência

empreendedora.

O Babson College possui uma equipa de académicos altamente qualificada de áreas muito

diferentes: empreendedores experientes, gestores, investigadores e autores. Destes, 36 são

especialistas em empreendedorismo, assumindo o seu ensino e investigação na

universidade, muitos deles com experiência prévia na criação de empresas. Quanto ao

Centro, conta com uma equipa permanente de 10 membros, incluindo gestores e

administrativos, muitos deles com experiência na coordenação de projectos internacionais

na área do empreendedorismo.

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Áreas de actividade e serviços

Sendo um centro de investigação inserido numa universidade de renome, as actividades do

Centro incluem tanto o ensino, como a investigação e a divulgação do conhecimento. De

seguida analisam-se algumas das principais actividades do Centro.

Ensino

Como referido, o Babson College tem uma longa tradição no ensino e formação na área do

empreendedorismo, oferecendo diversas disciplinas na área, tanto ao nível da licenciatura

como das pós-graduações, especialmente MBA, que se podem dividir em três grupos:

Disciplinas de base: onde, sob uma perspectiva holística, se ensinam técnicas e

conceitos fundamentais do empreendedorismo;

Disciplinas especializadas: disciplinas específicas dentro do empreendedorismo;

Disciplinas de apoio: onde se aprofunda o conhecimento numa área de estudo

complementar.

Todas as disciplinas oferecidas contam com a colaboração do Centro, em particular dos seus

membros e dos resultados obtidos nos vários projectos de investigação.

Como referido, a nível do ensino, os principais princípios que norteiam a filosofia do Babson

College são a combinação entre a teoria e a prática e aplicação de ambas em casos

concretos, por parte dos estudantes. É esperado de um aluno do Babson College que seja

capaz de contribuir com as suas ideias e energia para a concepção e desenvolvimento de

ideias e negócios ainda durante a sua formação.

Naturalmente, os alunos são munidos de todas as ferramentas de conhecimento necessárias

ao cumprimento dos objectivos para si estabelecidos. Estas ferramentas versam várias áreas

consideradas transversais à actividade empreendedora como o pensamento empreendedor,

a responsabilidade e sustentabilidade económica, e a acção social.

Adicionalmente, o estudo, análise e resolução de casos são componentes essenciais na vida

de um aluno do Babson College, aos níveis undergraduate e graduate, bem como ao nível da

escola de executivos. Os estudos de caso são considerados, pelo Babson College, como

ferramentas de valor inestimável na aprendizagem, uma vez que fornecem exemplos

aprofundados de situações empresariais reais, dando aos alunos a possibilidade de formular

decisões reais de gestão.

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A Aceleradora de Negócios de Babson

Lançada em 2010, a Aceleradora de Negócios de Babson (Babson Venture Accelerator) apoia

as empresas criadas pelos estudantes em cada fase do processo – desde a identificação de

oportunidades até ao plano de negócios e, eventualmente, à sua constituição. O apoio aos

estudantes é feito, por exemplo, através de acompanhamento especializado por parte de

empreendedores de sucesso e da disponibilização de espaço para instalação da futura

empresa.

O processo pode ser encarado como tendo uma estrutura piramidal com 5 etapas

diferentes:

Infra-estrutura: a primeira etapa prende-se com a avaliação da ideia de negócio do

estudante e com a identificação da etapa onde se posiciona – por exemplo, se é

apenas uma ideia ou se já possui um plano de negócios definido;

Exploração: esta etapa procura identificar e avaliar o que pretende o estudante, qual

a sua motivação, qual a sua experiência na área, entre outros;

Procura: nesta etapa dá-se a constituição da equipa e o desenvolvimento do plano

de negócios;

Summer Venture Program: um curso de 10 semanas onde equipas de estudantes de

vários níveis desenvolvem e aceleram o desenvolvimento das suas empresas;

Lançamento e crescimento: finalização do processo, com a procura de fundos e

desenvolvimento da actividade concreta da empresa, como vendas, logística e

distribuição.

A estrutura da Aceleradora de Negócios de Babson.

Lançamento e crescimento

Summer Venture Program

Procura

Exploração

Infra-estrutura

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Em 2010, a Aceleradora de Negócios apoiou 200 alunos da instituição no desenvolvimento

do seu projecto.

Investigação global

Como referido anteriormente, o reconhecimento internacional de que o Centro e o Babson

College gozam permite-lhes estabelecer diversas parcerias com outros centros e/ou

instituições. De entre os projectos em que o Centro participa, importa destacar três, dois

deles em que partilha a liderança e outro de que foi o fundador:

Global Entrepreneurship Monitor (GEM): iniciado em 1999 numa colaboração entre a

London Business School e o Babson College, o GEM analisa a situação do

empreendedorismo em mais de 60 países. Além de ser o maior estudo deste género

a nível mundial, o GEM distingue-se da concorrência porque em vez de analisar a

criação de novas empresas, analisa o comportamento dos indivíduos em relação à

criação e gestão de novas empresas, com entrevistas tanto a especialistas como à

população em geral;

Diana: retirando o seu nome da deusa da caça na mitologia Romana, o projecto

Diana é um estudo das atitudes das mulheres empreendedoras e das suas

actividades, conduzido ao longo de vários anos e por várias universidades. Duas das

cinco criadoras do projecto são membros do Babson College: Patricia Green,

Professora de Empreendedorismo, e Candida Brush, Presidente e Directora do

Departamento de Empreendedorismo. Entre os parceiros no projecto incluem-se a

University of Western Australia (Perth, Austrália), o ESBRI (Estocolmo, Suécia) e o

Dundalke Institute of Technology (Irlanda).

Práticas de Sucesso de Empreendedorismo Transgeracional (STEP): o projecto

Práticas de Sucesso de Empreendedorismo Transgeracional (Successful

Transgenerational Entrepreneurship Practices) foi lançado em 2005 pelo Babson

College e procura explorar o processo empreendedor dentro dos negócios

familiares, gerando soluções de aplicação imediata para os líderes da família. O

projecto é desenvolvido em colaboração com seis entidades estrangeiras: ESADE

(Espanha), HEC (França), Jönköping International Business School (Suécia), Universita

Bocconi (Itália), Universitat St. Gallen (Suíça) e Universitat Witten/Herdecke

(Alemanha).

Celebrando o Empreendedorismo

O Babson College possui um longo historial de valorização e reconhecimento do

empreendedorismo, tendo instituído o primeiro Student Business of the Year Award em

1959. Continuando esta linha, o Centro instituiu em 2008 o Hall of Fame dos Ex-Alunos

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Empreendedores, e, em 2009, as várias competições anuais de planos de negócios foram

unidas num evento de dois dias de celebração do empreendedorismo, com o The Creative

Thinking Prize (Prémio Pensamento Criativo) e o referido Student Business of the Year

Award.

Semana do Empreendedorismo Global

A Semana do Empreendedorismo Global (Global Entrepreneurship Week) é inserida num

conjunto de 120 eventos que decorrem durante uma semana em mais de 120 países.

Iniciada em 2008, o evento junta empreendedores e aspirantes a empreendedores para

partilharem a suas experiências, ideias e objectivos.

Perfil das empresas apoiadas

Sendo parte de uma universidade, o Centro apoia principalmente empresas nascidas de

ideias e/ou projectos dos seus alunos. De referir que cerca de 12 a 15% dos licenciados inicia

o seu próprio negócio logo após finalizar o curso. Esta percentagem triplica caso se

considerem os 5-10 anos seguintes.

Parcerias e cooperações

Além das cooperações identificadas anteriormente em projectos de investigação

internacionais, o Centro tem também outras parcerias que permitem criar uma plataforma

para estudantes e ex-alunos que promove uma atitude empreendedora inovadora e

sustentada, capaz de responder às necessidades da sociedade actual.

O estabelecimento de parcerias e colaborações com entidades externas vai ao encontro da

estratégia do Babson College, que procura combinar a teoria e o ensino académico e formal

com a prática do mundo do trabalho. Assim, ao estabelecer relações com outras entidades, a

universidade cria redes de oportunidade e de apoio aos seus alunos, dando visibilidade ao

empreendedorismo como um todo.

As empresas externas com as quais o Centro desenvolve parcerias estão ligadas ao apoio e

financiamento de start-ups e incluem a Boston Harbor Angels, a Exit Planning Exchange de

Boston, a Mass Challenge, a The Capital Network e a Walnut Venture Associates.

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Estratégia de curto/médio prazo

A estratégia de curto/médio prazo do Centro para o Empreendedorismo Arthur M.Blank

consiste na consolidação do trabalho que tem vindo a ser efectuado até ao momento,

principalmente na formação de novos empreendedores, capazes de desenvolverem start-

ups inovadoras e sustentáveis. Para tal, é necessário, não só manter a elevada qualidade dos

seus cursos, como promover o conceito de empreendedorismo e premiar os melhores

empreendedores, estabelecendo, se possível, relações e parcerias com outras entidades

externas, aproveitando o seu know-how e gerando sinergias que permitirão levar a

estratégia do Centro a bom porto.

O Centro planeia também continuar a desenvolver os seus vários projectos de investigação,

incluindo o GEM, procurando incluir cada vez mais países no estudo.

Mais informação:

www.babson.edu

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Estudo de caso 6 – ParcBIT

O último estudo de caso analisado refere-se ao Parque

Balear de Inovação Tecnológica (ParcBIT), localizado na

cidade de Palma de Maiorca, na Comunidade Autónoma

das Ilhas Baleares, Espanha.

A relevância deste estudo de caso é significativa, uma vez

que este preenche quase todos os critérios considerados

fundamentais: é um caso de sucesso no apoio ao empreendedorismo; proporciona um apoio

transversal à actividade empreendedora, desde que esta se paute por uma forte

componente de tecnologia e inovação; e está situado num território insular com autonomia

governativa. No que toca ao critério de paridade económica, existe, no entanto, uma

diferença considerável entre o PIB per capita das Ilhas Baleares (~25.000 EUR) e o dos

Açores (~15.000 EUR).

Adicionalmente, o ParcBIT é detentor da acreditação Business Innovation Centre (BIC),

atribuída pela European BIC Network (EBN), constituindo-se como uma estrutura com

potencial de replicação nos Açores. UM BIC constitui-se como um centro de promoção do

desenvolvimento social e económico de uma região, através da implementação de serviços

de apoio a empreendedores, auxiliando-os a transformar em realidade ideias com potencial

inovador e fornecendo serviços personalizados para a modernização de Pequenas e Médias

Empresas.

Objectivos

O ParcBIT foi aberto em 2002 e inaugurado oficialmente em 2003. Surgiu como resposta do

Governo das Ilhas Baleares à necessidade de impulsionar o estabelecimento, na região, de

um conjunto de empresas para o desenvolvimento de actividades relacionadas com a

investigação, desenvolvimento, inovação e serviços avançados.

Enquadramento regional/nacional/internacional

As principais instalações do ParcBIT estão localizadas na cidade de Palma de Maiorca, ilha de

Maiorca. No seu conceito, o Parque foi planeado com uma forte componente de

modernização urbanística em mente, constituindo-se também, por isso, como um

importante veículo de desenvolvimento territorial.

Com a evolução do Parque, veio também a procura dos seus serviços e infra-estruturas por

entidades fora de Palma de Maiorca e da própria ilha de Maiorca. Assim, em 2010, foi posto

em marcha o projecto de construção do Centro BIT Menorca, que potenciará a iniciativa

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empreendedora local e contribuirá directamente para a formação e capacitação de recursos

humanos qualificados.

O Centro BIT Menorca, a primeira infra-estrutura do ParcBIT localizada fora de Palma de

Maiorca, desempenhará um papel fundamental ao contribuir para o alargamento do alcance

e da coesão que o ParcBIT proporciona à Comunidade das Ilhas Baleares.

A acção do ParcBIT contempla ainda uma forte dimensão nacional e internacional,

nomeadamente através da sua política de estabelecimento de parcerias estratégicas. O

Parque tem neste momento várias convenções em vigor com entidades espanholas e

internacionais, que lhe permitem participar em várias iniciativas colaborativas e ser parte

integrante de várias entidades associativas. Esta temática será abordada em maior detalhe

no item relativo às parcerias e acordos de colaboração.

Recursos físicos e humanos

A gestão do ParcBIT está inteiramente a cabo da ParcBIT Desenvolupament, S.A., uma

empresa criada propositadamente para este fim e que é participada a 100% pelo Governo

das Ilhas Baleares.

O ParcBIT ocupa uma área total de cerca de 450 mil metros quadrados. Recentemente, foi

alvo de consideráveis melhorias infra-estruturais, que envolveram a construção de uma nova

central de energia, novos acessos e vários serviços auxiliares como bancos e um infantário.

O ParcBIT inclui ainda, no seu seio, vários e importantes centros de investigação e centros

tecnológicos, dos quais há a destacar:

A Agência de Turismo das Ilhas Baleares, que inclui o Instituto da Qualidade Turística

e o Centro de Investigação e Tecnologias Turísticas;

A Fundação iBIT – Inovação Tecnológica nas Ilhas Baleares;

O SOCIB - Sistema de Observação Costeira e Previsão;

A Fundação CIDTUR - Centro de Investigação e Desenvolvimento para o Turismo;

O MICTT - Centro de Investigação em Tecnologias Aplicadas ao Sector Turístico; e

O Laboratório de Animação e Tecnologia Audiovisual.

Adicionalmente, é de referir o Complexo de Investigação Multidisciplinar, que incluirá a

breve prazo vários centros da Universidade das Ilhas Baleares (tais como o Instituto de

Aplicações Comunicacionais e Código Comunitário, o Grupo de Física Atómica, Molecular e

Nuclear, o Grupo de Arquitectura e Comportamento de Sistemas Informáticos e de

Comunicação e o Grupo Interdisciplinar de Direito e Tecnologias de Informação), outros

centros de investigação (como os do Instituto Espanhol de Oceanografia e do Instituto

Geológico e Mineiro de Espanha) e uma bioincubadora.

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Áreas de actividade e serviços

A panóplia de serviços oferecidos pelo ParcBIT aos seus utentes é variada. Desde logo, sendo

uma estrutura física de alojamento de empresas, coloca ao dispor dessas empresas, além do

próprio alojamento, acesso a centros de conferências, serviços de videoconferência,

vigilância contínua, serviços de manutenção, WiFi, incluindo nas áreas exteriores e nas salas

de reuniões, serviços de recolha de resíduos sólidos urbanos e áreas colectivas de refeição à

disposição de todos os utentes do Parque.

No entanto, o ParcBIT destaca-se, sobretudo, pelos serviços de apoio empresarial que

oferece às empresas em si alojadas. Neste âmbito, é de destacar a acção do ParcBIT em

matéria de incubação de empresas.

No ano de 2008, foi criada a Unidade de Inovação do ParcBIT, responsável por gerir a

incubadora tecnológica do Parque. A Unidade de Inovação garante que todas as empresas

incubadas, independentemente do seu grau de maturidade, têm acesso a serviços

específicos de acordo com as suas necessidades. Particularmente, a Unidade de Inovação

foca-se em start-ups, empresas estabelecidas e empresas intensivas em I&D.

Concretamente, as empresas incubadas têm acesso a:

Bonificações no uso dos espaços de incubação que atingem 100% do valor da renda

no primeiro ano, 50% no segundo ano e 25% no terceiro e último ano;

Aconselhamento e apoio em áreas de criação de novos negócios, consolidação

empresarial e gestão estratégica e financeira;

Acompanhamento e controlo dos projectos empresariais;

Aconselhamento e apoio na procura de financiamento para projectos inovadores,

especialmente a nível de concursos públicos de financiamento de I&D;

Disseminação das actividades nos meios de comunicação social e eventos

relevantes.

Adicionalmente, a Unidade de Inovação do ParcBIT oferece um serviço de incubação virtual

e, desde Janeiro de 2011, um serviço inovador de incubação colaborativa. Este último

proporciona um novo estilo de incubação às empresas do parque baseado em espaços de

trabalho partilhados para empresas e trabalhadores com actividade independente. Esta

estratégia permite, tanto a redução de custos, como a criação de dinâmicas colaborativas.

Esquematicamente, o modelo de incubação colaborativa da Unidade de Inovação do ParcBIT

está representado na tabela seguinte.

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Modelo de incubação colaborativa.

Incubação colaborativa

Espaços de co-working Incubação tradicional

Financiamento

e gestão Maioritariamente privados Maioritariamente público

Modelo

Pagamento de uma tarifa em

função do tempo de utilização do

espaço

Bonificação percentual do aluguer em

escalões de acordo com o tempo de

utilização do espaço

Espaço físico Espaço partilhado Espaço privado

Objectivos

Sinergias entre empresas; redução

de custos estruturais; serviços de

infra-estrutura partilhada

Criação de empresas; redução dos custos de

estabelecimento; serviços de apoio técnico;

presença em redes

Resultados

Aumento da taxa de sobrevivência;

fomento da cultura de trabalho

colaborativo

Maiores possibilidades de sobrevivência dos

projectos; imersão na cultura de cooperação

empresarial e tecnológica; obtenção de

financiamento para I&D colaborativa

Fonte: ParCBIT, Presente y futuro del Parque Balear de Innovación Tecnológica, Fevereiro 2011

Os sectores de actividade em que operam as empresas incubadas são:

TIC/Programação (7 empresas em incubação física/9 em incubação virtual);

Consultoria e serviços (4/5);

Biotecnologia (0/7);

Ambiente e Energia (3/4);

Audiovisual (4/2);

Turismo (1/3);

Comunicação e Multimédia (1/2);

Aeronáutica (2/0);

Desenho Industrial (0/2);

Nanotecnologia (1/0);

Náutica (0/1).

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Perfil das empresas apoiadas

No início de 2011, o ParcBIT contava com 131 empresas alojadas nas suas instalações, 58 das

quais em regime de incubação tradicional ou virtual. No global, os sectores económicos mais

representativos no ParcBIT são as TIC aplicadas ao turismo e a consultoria. Seguem-se, com

uma representação mais limitada, as empresas que operam nos sectores de serviços

diversos, biotecnologia, audiovisual e náutica.

As seguintes figuras apresentam a distribuição da dimensão das empresas de acordo com o

número de colaboradores que empregam e a mesma análise, tendo como referência a sua

facturação.

Distribuição do número de empresas do ParcBIT segundo o número de colaboradores.

Distribuição do número de empresas do ParcBIT segundo a facturação.

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Parcerias e colaborações

A política de parcerias e colaborações do ParcBIT desenvolve-se a três níveis: regional,

nacional e internacional.

A nível regional, o Governo das Ilhas Baleares tem sido o parceiro por excelência do Parque,

através, nomeadamente, da Direcção Geral de Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e

Inovação (DGRD), e do Sistema de Inovação das Ilhas Baleares, no âmbito do projecto XAT

(Rede de Antenas Tecnológicas). Recentemente, a equipa do ParcBIT contribuiu para esse

projecto com a definição do seu plano estratégico 2010-2012. A nível regional, há também a

apontar o desenvolvimento das colaborações do ParcBIT com a Universidade das Ilhas

Baleares, ao abrigo das quais se instalaram no Parque diversos centros de investigação da

mesma e com a Associação de Jovens Empresários das Baleares.

A nível nacional, as colaborações mais significativas do ParcBIT estabeleceram-se com a

Associação de Parques Científicos e Tecnológicos de Espanha (APTE), o Centro para o

Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (CDTI), do qual o ParcBIT é um ponto de contacto

e informação, e a Escola de Organização Industrial, uma das mais importantes business

schools espanholas, em colaboração com a qual o ParcBIT oferece formação aos utentes.

Finalmente, a nível internacional, o ParcBIT está associado à Enterprise Europe Network

(EEN) e à EBN, além de ser parceiro no Interreg SUDOE “CREAMED”, um projecto destinado

a fortalecer as incubadoras de empresas na região Pirenéus – Mediterrâneo. O ParcBIT é

ainda membro da International Association of Science Parks (IASP).

Estratégia de curto/médio prazo

A estratégia de curto/médio prazo para o ParcBIT consiste na consolidação do trabalho que

tem vindo a ser efectuado até ao momento, sendo que existe uma preocupação premente

com a expansão física do parque e das suas infra-estruturas. Além do Centro BIT Menorca,

que marca a expansão geográfica do parque para fora de Palma de Maiorca, também as

actuais instalações serão alvo de expansão. Em particular, a construção do complexo de

investigação multidisciplinar marcará uma nova era na vida do ParcBIT, devido ao elevado

número de centros de investigação que irá alojar e ao surgimento da bioincubadora.

Finalmente, o ParcBIT procurará solidificar as suas parcerias a nível nacional e, sobretudo, a

nível europeu, com uma participação mais activa em redes internacionais e projectos

colaborativos.

Mais informação:

www.parcbit.es