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PLANO ESTRATÉGICO PARA O FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016
PR-01195
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Sumário executivo
Reconhecendo a importância do empreendedorismo na promoção da inovação e da
competitividade, o Governo Regional dos Açores tem vindo a implementar nos últimos anos
um conjunto de iniciativas orientadas para o fomento da actividade empreendedora.
Com o intuito de estabelecer uma base de informação rigorosa e abrangente sobre a
situação actual da actividade empreendedora na Região, a Secretaria Regional da Economia
do Governo Regional dos Açores apoiou, em 2010, a realização do estudo GEM Açores
20101.
Resultante de uma parceria entre o Centro de Empreendedorismo da Universidade dos
Açores e a SPI Ventures, o GEM Açores 2010 permitiu a aplicação na Região da metodologia
padronizada definida pelo GEM. É de destacar a realização de uma sondagem à população
adulta abrangendo um universo de 1.000 indivíduos e a realização de entrevistas a 37
especialistas ligados ao empreendedorismo nos Açores. Deste modo, foi possível identificar
de forma precisa os principais factores que fomentam ou travam as dinâmicas
empreendedoras nos Açores2.
Com um conjunto de acções diversificadas no terreno, o Governo Regional dos Açores,
através das Secretarias Regionais da Ciência, Tecnologia e Equipamentos (SRCTE) e da
Economia (SRE), por proposta da Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações
(DRCTC) e da Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (DRAIC)
decidiu, em 2009, avançar para o desenvolvimento de uma Estratégia para o
Empreendedorismo e a Inovação nos Açores e para a criação de um Business Innovation
Centre. Para tal, em Julho de 2010, foi formalmente constituído um Grupo de Trabalho,
coordenado pelo Director Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações (Eng. Paulo
Menezes) e pelo Director Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (Dr.
Arnaldo Machado), sendo chefe do projecto o Prof. José Azevedo (SRCTE). O Grupo de
Trabalho integra ainda representantes da DRCTC (Dr.ª Teresa Ferreira e Dr. Jorge Pereira,
inicialmente na DRAIC), da DRAIC (Dr. Paulo Carreiro) e das Direcções Regionais da Educação
e Formação (Dr.ª Margarida Quinteiro), do Trabalho, Qualificação Profissional e Defesa do
Consumidor (Dr. Filipe Brum) e da Juventude (Dr.ª Margarida Alves e Dr.ª Débora Pavão).
1 O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é o maior estudo sobre empreendedorismo realizado a
nível mundial. Foi realizado pela primeira vez em 1999, fruto de uma iniciativa conjunta do Babson
College (Estados Unidos da América) e da London Business School (Reino Unido).
2 Mais informação sobre o GEM Açores 2010 encontra-se disponível em: www.spi.pt/GEMacores/
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De forma a apoiar a elaboração do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo
na Região Autónoma dos Açores, foram contratados os serviços da SPI Açores, empresa de
consultadoria com sede em Ponta Delgada.
Através das suas ligações à Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI), a SPI Açores combina
uma clara percepção das realidades locais com as competências e experiência adquiridas
pela SPI a nível nacional e internacional, permitindo à empresa apresentar soluções
inovadoras, com um elevado grau de exequibilidade.
Com a elaboração do Plano Estratégico pretende-se dotar a Região de um instrumento que
permita, de uma forma informada e organizada, agir sobre os principais factores
estruturantes para o estímulo da actividade empreendedora.
A metodologia associada à elaboração do Plano Estratégico para o Fomento do
Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores contemplou a concretização de cinco
Fases:
- Fase 1: Realização do diagnóstico regional no âmbito do empreendedorismo;
- Fase 2: Realização de estudos de caso;
- Fase 3: Definição de linhas de orientação estratégica;
- Fase 4: Elaboração do Plano de Acção;
- Fase 5: Elaboração do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na
Região Autónoma dos Açores.
A metodologia adoptada pretendeu assegurar que o desenvolvimento dos trabalhos se
constituísse como um processo mobilizador, dinâmico e de proximidade. Neste sentido,
foram realizados “mergulhos no território” para conhecimento in loco das iniciativas no
terreno e foram promovidas entrevistas e reuniões com diferentes tipos de interlocutores
que, actuando em diferentes quadrantes, contribuíram activamente para o enriquecimento
do trabalho, potenciando a inclusão de uma visão multifacetada das realidades.
Procurou-se também, sempre que possível, ilustrar a estratégia proposta e os consequentes
projectos estruturantes com exemplos de casos diversificados, que pudessem constituir-se
como fontes inspiradoras para as actividades que se pretendem desenvolver. Neste âmbito
foram analisadas as iniciativas: Programa EXIST - Start-Ups de Base Universitária (Alemanha),
Programa Start-Up Chile (Chile), Programa UniEmprende da Universidade de Santiago de
Compostela (Espanha), Programa RuralEES da Federação Canária de Desenvolvimento Rural
(Espanha), Babson College (EUA) e ParcBIT - Parque Balear de Inovação Tecnológica
(Espanha).
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Tendo em conta que a análise das realidades relacionadas com o empreendedorismo
contempla inúmeros aspectos específicos, pareceu oportuno definir um conjunto limitado
de vectores de análise que os permitissem clusterizar. Tendo como base o conceito de
Ecossistema do Empreendedorismo desenvolvido pelo Babson College (Babson
Entrepreneurship Ecosystem Project-BEEP, 2010), a aproximação metodológica adoptada
considerou seis grandes domínios estruturantes:
- Capital humano: em que são analisados aspectos como a taxa de crescimento
populacional, a estrutura etária da população e as suas qualificações;
- Empresas e mercados: em que é analisado o dinamismo empresarial local, os
principais sectores, os canais de distribuição preferenciais, a abertura do mercado a
novas empresas, entre outros;
- Apoio financeiro: onde é feita uma análise da facilidade de acesso dos
empreendedores a capital financeiro e se identificam os principais recursos
disponíveis, incluindo aspectos como o microcrédito ou o capital de risco;
- Cultura empreendedora: onde se analisam as normas sociais vigentes, no que se
relaciona com a atitude perante o empreendedor ou a tolerância ao risco;
- Infra-estruturas e serviços de apoio: em que são identificados e analisados os apoios
ao empreendedorismo existentes na Região, onde se incluem, entre outros, espaços
de incubação de empresas, gabinetes de apoio, serviços de consultadoria, etc.;
- Políticas e programas: em que se considera o envolvimento político na temática do
empreendedorismo e a forma como esse envolvimento se traduz em programas de
apoio concretos.
Note-se que as análises efectuadas têm por base um conjunto de conceitos fundamentais
associados à temática do empreendedorismo, que se apresentam, de forma sistematizada,
no início deste documento.
Deste modo, e com base numa análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities,
Threats), que pretendeu sistematizar os resultados das restantes análises realizadas, foi
possível destacar, no ecossistema do empreendedorismo da Região Autónoma dos Açores,
os seguintes aspectos:
- Pontos fortes: População jovem; Vantagens competitivas em sectores específicos;
Disponibilidade de apoios governamentais orientados para o empreendedorismo;
Diversidade de iniciativas de promoção da cultura empreendedora; e Dinamização
de diferentes iniciativas visando a criação de Parques de Ciência e Tecnologia;
- Áreas de Melhoria: Baixo nível de formação da população; Reduzida dimensão (e
fragmentação) do mercado local; Reduzido dinamismo do tecido socioeconómico;
Baixa cultura de empreendedorismo; e Reduzido valor acrescentado dos serviços de
apoio ao empreendedorismo;
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- Oportunidades: Relação histórica com EUA e Canadá; e Características geográficas,
biológicas e mesmo socioeconómicas específicas;
- Ameaças: Debilidades económicas do País; e Concorrência de outras regiões.
Assim, com base na análise do panorama actual, das diferentes realidades existentes e das
diferentes iniciativas já a decorrer no terreno, foi possível avançar com a definição da
estratégia para o fomento do empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores.
A definição desta estratégia pressupôs a explicitação de uma Visão, correspondente ao
cenário prospectivo que se pretende alcançar.
Em 2020, a Região Autónoma dos Açores será reconhecida, a nível nacional e
internacional, por um ecossistema particularmente favorável ao
empreendedorismo numa região insular e ultraperiférica.
Assumindo esta Visão como o quadro de referência estratégico, que permite orientar a
elaboração dos níveis de definição estratégica subsequentes, foi possível avançar com a
definição de uma Missão.
Os actores do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, onde se incluem
o Governo Regional, as Autarquias Locais, a Universidade, as Escolas, as
Empresas e a sociedade civil, deverão intervir de forma concertada nos seus
diferentes domínios de actuação para fomentar a actividade empreendedora
na Região e maximizar os resultados socioeconómicos daí decorrentes.
Enquadradas pela Visão e pela Missão, foram detalhadas Linhas de Orientação Estratégica,
alinhadas com os diferentes domínios estruturantes dos ecossistemas de
empreendedorismo. Estas Linhas pretendem fornecer pistas sobre o caminho a percorrer e
provocar reflexões sobre a estratégia:
- Capital humano: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá contribuir
activamente para o aumento das qualificações dos recursos humanos da Região e
para a atracção e fixação de empreendedores qualificados;
- Empresas e mercados: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá
contribuir activamente para o aproveitamento de oportunidades económicas
existentes na Região e para facilitar o acesso das empresas aos mercados externos;
- Apoio financeiro: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá
apresentar um conjunto alargado e coerente de instrumentos de financiamento, que
se adeqúem às diferentes necessidades dos empreendedores e sejam facilmente
acessíveis.
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- Cultura empreendedora: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá
fomentar e valorizar a iniciativa, o risco, a criatividade e a inovação e promover a
tolerância ao insucesso entre a população da Região;
- Infra-estruturas e serviços de apoio: O ecossistema do empreendedorismo dos
Açores deverá estar dotado de um conjunto limitado de infra-estruturas e serviços
de apoio de referência, acessíveis aos empreendedores, que facilite a instalação das
empresas e cubra, de uma forma integrada, as suas necessidades tangíveis e
intangíveis;
- Políticas e Programas: O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá ser
considerado uma prioridade política regional, reflectida num enquadramento
regulatório e institucional favorável ao fomento da actividade empreendedora.
- Deverá também estar dotado de um conjunto coerente de programas de apoio, que
se adaptem às diferentes necessidades dos projectos inovadores e sejam facilmente
acessíveis.
No sentido de materializar a estratégia definida, importará não só identificar novas
propostas de actuação, mas também considerar as iniciativas já no terreno, que serão
merecedoras de continuidade. A este respeito, no âmbito deste Plano Estratégico,
considera-se relevante reunir condições para assegurar a continuação e o amadurecimento
das iniciativas: Programa Educação Empreendedora, Centro de Empreendedorismo da UAc,
Concurso Regional de Empreendedorismo, Parque Tecnológico Nonagon, Rede de
Gabinetes do Empreendedor, Rede Prestige Azores, Empreende Jovem, Regime de Apoio ao
Microcrédito Bancário e Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos
Açores.
No que concerne à definição de novas iniciativas a desenvolver no âmbito deste Plano,
importa que estas permitam a concretização da estratégia de um modo transversal aos
diferentes domínios definidos. A carteira de projectos proposta tenta dar resposta às
diferentes necessidades identificadas em fase de diagnóstico, assim como aproveitar os
pontos fortes e oportunidades aí apontados.
- START-UP AZORES: Implementação de programa internacional de atracção de
empreendedores qualificados;
- EMPREENDE AÇORES: Implementação de programa de formação-acção para
fomento do empreendedorismo relacionado com os produtos endógenos dos
Açores;
- INCUBA AÇORES: Estabelecimento da incubadora de empresas de referência nos
Açores;
- BIC AZORES: Estabelecimento de um Business Innovation Centre nos Açores;
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- OBSERVATÓRIO DO EMPREENDEDORISMO: Implementação de estrutura de
monitorização da evolução do ecossistema do empreendedorismo dos Açores;
- AZORES ANGELS: Criação de uma rede de Business Angels nos Açores;
- ENTERPRISE AZORES: Implementação de programa de promoção da visibilidade
externa do ecossistema do empreendedorismo dos Açores.
Para a materialização deste Plano, propõe-se a definição de um enquadramento normativo
adequado, estabelecido através de diploma legal, que permita considerar as diferentes
iniciativas de promoção do empreendedorismo, em curso e previstas, promovidas por
diferentes tipos de entidades. Este enquadramento poderá, com vantagem, consubstanciar-
se na definição de um Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo, cujas condições de
acesso e respectivas regras gerais de atribuição sejam objecto de decreto regulamentar
regional próprio.
No âmbito da elaboração deste Plano, é proposta uma estruturação para o Sistema de
Incentivos em Eixos, Medidas e Tipologias de apoio alinhados com a Estratégia de
intervenção definida. Deste modo, os “Eixos” estarão alinhados com as Linhas de Orientação
estratégica preconizadas, da mesma forma em que as “Medidas” deverão cobrir de uma
forma abrangente os objectivos estratégicos estabelecidos e as “Tipologias de apoio”
deverão procurar abranger as diferentes iniciativas, propostas ou existentes, a levar a cabo
para implementação deste Plano. Assim, o Sistema de Incentivos proposto prevê a existência
de quatro eixos (três considerados estruturantes e um de assistência técnica), oito medidas
e quinze tipologias de apoio.
O Sistema de Incentivos foi desenhado por forma a prever a sua abertura à participação dos
diferentes actores do ecossistema do empreendedorismo da Região, permitindo o seu
envolvimento de forma activa na materialização deste Plano. Procura-se assim optimizar a
utilização dos recursos públicos na consecução dos objectivos definidos.
Independentemente da definição, ou não, do quadro normativo e do Sistema de Incentivos,
a implementação do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na Região
Autónoma dos Açores deve ser monitorizada em permanência. No sentido de
operacionalizar a estratégia, implementar os mecanismos de monitorização e fazer o
necessário acompanhamento, é proposta a criação de uma estrutura de gestão que permita
uma forte articulação entre os vários órgãos de Governo e o envolvimento da sociedade nas
diferentes vertentes da implementação do Plano. Sugere-se assim que esta estrutura venha
a apresentar a seguinte configuração:
- Coordenação Executiva: Órgão responsável pela coordenação do Plano. Composição
a indicar pelo Governo Regional. Deverá ser suportado pelo Grupo de Trabalho;
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- Grupo de Trabalho: Órgão executivo responsável pela implementação do Plano
Estratégico, em particular pela dinamização dos projectos definidos. Poderá ter
como base o Grupo de Trabalho responsável pelo acompanhamento do presente
trabalho;
- Conselho Regional para o Empreendedorismo: Órgão com carácter consultivo.
Deverá envolver membros do Governo Regional e personalidades reconhecidas do
mundo empresarial e académico. Sugere-se que possa ser presidido pelo Presidente
do Governo Regional. Este Conselho será particularmente importante no
acompanhamento estratégico do Plano e na avaliação da evolução do ecossistema
empreendedor da Região.
Por fim, no âmbito deste Plano é proposto um conjunto de indicadores que irá permitir, por
um lado, monitorizar a respectiva implementação e, paralelamente, avaliar o seu impacto no
ecossistema do empreendedorismo da Região Autónoma dos Açores.
A SPI Açores
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Agradecimentos
Gostaríamos de agradecer a todas as pessoas e entidades que, generosamente, se
disponibilizaram para a discussão de temas relevantes para a elaboração deste trabalho,
contribuindo com a sua visão para uma análise multifacetada da realidade. Não queremos
deixar de destacar, entre outros, os contributos de:
Duarte Vieira (Morfose), Eduardo Braga (Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada),
Emanuel Silva (SeaExpert), Fátima Amorim (PRORURAL), Flávio Tiago (Knowledge2Business),
Gui Menezes (Fishmetrics), Hélder Fialho (Azores Parque), Helvídio Barcelos (AçorCarnes),
Henrique Ramos (SeaExpert), João Crispim (Centro de Empreendedorismo da Universidade
dos Açores), João Santos (NextEnergy), João Soares Albergaria (Go4theGlobe), João Sousa
(Operative Mind Technologies), José Sousa (Operative Mind Technologies), Luís Rocha
(Observatório do Emprego e Formação Profissional), Nuno Martins (Associação de
Municípios da Região Autónoma dos Açores), Octávio Melo (PROPESCAS), Paulo Carreiro
(Rede de Gabinetes do Empreendedor), Pedro Freire (GeoFun), Rui Amann
(PROCONVERGENCIA), Sandro Paim (Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo).
A SPI Açores
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Índice
Sumário executivo ..................................................................................................................... ii
Principais conceitos utilizados ................................................................................................. xiv
1. REALIDADES ACTUAIS .........................................................................................................1
1.1. Capital humano ..............................................................................................................4
1.2. Empresas e mercados .....................................................................................................7
1.3. Apoio financeiro .......................................................................................................... 11
1.4. Cultura empreendedora .............................................................................................. 13
1.5. Infra-estruturas e serviços de apoio ............................................................................ 18
1.6. Políticas e programas .................................................................................................. 23
2. ANÁLISE SWOT ................................................................................................................ 28
2.1. Pontos Fortes ............................................................................................................... 30
2.2. Áreas de Melhoria ....................................................................................................... 31
2.3. Oportunidades ............................................................................................................. 33
2.4. Ameaças ...................................................................................................................... 34
3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS ......................................................................................... 35
3.1. Visão e Missão ............................................................................................................. 37
3.2. Linhas de Orientação Estratégica e Objectivos ........................................................... 38
3.2.1. Capital humano ............................................................................................................ 38
3.2.2. Empresas e mercados ................................................................................................... 39
3.2.3. Apoio financeiro ........................................................................................................... 40
3.2.4. Cultura empreendedora ............................................................................................... 41
3.2.5. Infra-estruturas e serviços de apoio ............................................................................. 42
3.2.6. Políticas e programas ................................................................................................... 43
4. PLANO DE ACÇÃO ............................................................................................................ 45
4.1. Principais iniciativas a manter ..................................................................................... 47
4.2. Propostas de acção ...................................................................................................... 49
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4.2.1. Projecto 1. Start-Up Azores .......................................................................................... 51
4.2.2. Projecto 2. Empreende Açores ...................................................................................... 57
4.2.3. Projecto 3. Incuba Açores ............................................................................................. 62
4.2.4. Projecto 4. BIC Azores ................................................................................................... 67
4.2.5. Projecto 5. Observatório do Empreendedorismo ......................................................... 72
4.2.6. Projecto 6. Azores Angels ............................................................................................. 77
4.2.7. Projecto 7. Enterprise Azores ........................................................................................ 82
4.3. Síntese ......................................................................................................................... 87
5. MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E GESTÃO ......................... 91
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 100
ANEXO – ESTUDOS DE CASO ................................................................................................. 104
Estudo de caso 1 – EXIST ....................................................................................................... 105
Estudo de caso 2 – Start-up Chile .......................................................................................... 110
Estudo de caso 3 – UNIEMPRENDE ....................................................................................... 115
Estudo de caso 4 – FEDERCAN ............................................................................................... 121
Estudo de caso 5 – Babson College ....................................................................................... 127
Estudo de caso 6 – ParcBIT .................................................................................................... 134
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Índice de Figuras
Figura 1. Domínios de análise de um ecossistema do empreendedorismo. ..............................2
Figura 2. Estrutura etária da população residente, Açores e Portugal, 2011. ...........................4
Figura 3. Proporção da população com nível de ensino completado, por região portuguesa,
2011. ...........................................................................................................................................5
Figura 4. Taxas de retenção nos 1º, 2º e 3º ciclos ensino básico, Açores e Portugal, 2009-
2010. ...........................................................................................................................................6
Figura 5. PIB per capita, Açores e Portugal, 2000-2009. ............................................................7
Figura 6. VAB por sector de actividade, Açores e Portugal, 2008. .............................................7
Figura 7. Evolução da balança comercial nos Açores, 2004-2009. .............................................8
Figura 8. Taxa de desemprego trimestral, Açores e Portugal, 2010 - 2011. ..............................8
Figura 9. Expectativas de emprego dos alunos da UAc / Sector onde gostariam de trabalhar,
2010-2011. ............................................................................................................................... 13
Figura 10. Análise SWOT. ......................................................................................................... 29
Figura 11. Níveis de definição da estratégia. ........................................................................... 36
Figura 12. Quadrantes orientadores da estratégia. ................................................................ 46
Figura 13. Posicionamento dos diferentes domínios do ecossistema do empreendedorismo
nos quadrantes orientadores da estratégia. ........................................................................... 47
Figura 14. Relação entre as fases de crescimento das novas empresas e as necessidades de
capital. ..................................................................................................................................... 77
Figura 15. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível das infra-estruturas e serviços de
apoio. ....................................................................................................................................... 87
Figura 16. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do financiamento da actividade
empreendedora. ...................................................................................................................... 88
Figura 17. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do fomento da Cultura
empreendedora. ...................................................................................................................... 88
Figura 18. Principais relações a estabelecer entre o Start-up Chile e outras iniciativas. ........ 89
Figura 19. Representação esquemática das principais iniciativas consideradas no Plano
Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo. ............................................................. 90
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Índice de Tabelas
Tabela 1. Indicadores demográficos das empresas, Açores e Portugal, 2009. ..........................9
Tabela 2. Indicadores das empresas, Açores e Portugal, 2009. .............................................. 10
Tabela 3. Síntese da proposta de Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo. ................. 93
Tabela 4. Relação entre as iniciativas propostas e existentes e as tipologias de apoio
previstas no Sistema de Incentivos proposto. ......................................................................... 94
Tabela 5. Principais indicadores de acompanhamento do Plano. ........................................... 96
Tabela 6. Principais indicadores de evolução do ecossistema do empreendedorismo na
Região Autónoma dos Açores ................................................................................................. 97
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Principais conceitos utilizados
Business angel: investidor que realiza investimentos em oportunidades nascentes (tipo
start-up ou early stage). Para além de aportar capacidade financeira, também contribui com
a sua experiência e network de negócios. (Associação Portuguesa de Business Angels, 2011).
Capital de risco: também conhecido pela designação em inglês “venture capital”. É um
investimento associado a elevados níveis de risco, realizado por investidores individuais ou
institucionais, por um prazo limitado. O Capital de risco participa directamente no capital
social das empresas, apoiando a sua gestão e tentando optimizar ao máximo o seu sucesso,
uma vez que o seu investimento está dependente dos resultados obtidos. (Guia Prático do
Capital de Risco, IAPMEI / APCRI, 2006).
Capital semente: também conhecido pela designação em inglês “seed capital”. Corresponde
geralmente a um pequeno montante, dirigido a projectos empresariais em fase de projecto
e desenvolvimento, antes mesmo da instalação do negócio, envolvendo muitas vezes o
apoio a estudos de mercado para determinar a viabilidade de um produto ou serviço, mas
também ao desenvolvimento de produto a partir de projectos ou estudos. (Guia Prático do
Capital de Risco, IAPMEI / APCRI, 2006).
Condições estruturais do empreendedorismo: condições que agrupam vários aspectos que
afectam o processo empreendedor e que são avaliadas no âmbito dos estudos GEM. No ano
2010 foram consideradas: Apoio Financeiro, Políticas Governamentais, Programas
Governamentais, Educação e Formação, Transferência de Resultados de Investigação &
Desenvolvimento, Infra-estrutura Comercial e Profissional, Abertura do Mercado Interno,
Acesso a Infra-estruturas Físicas e Normas Sociais e Culturais. (Global Entrepreneurship
Monitor 2010)
Desenvolvimento: actividades realizadas com vista à descoberta ou melhoria substancial de
matérias-primas, produtos, serviços ou processos de fabrico envolvendo a exploração de
resultados de trabalhos de investigação ou de outros conhecimentos científicos ou técnicos.
(Lei 40/2005, de 3 de Agosto)
Ecossistema do empreendedorismo: conjunto dos factores e actores relevantes para o
empreendedorismo e as relações entre estes. Pode ser estruturado nos 6 domínios: Capital
humano, Empresas e mercados, Políticas e programas, Apoio financeiro, Cultura
empreendedora e Infra-estruturas e serviços de apoio. (Babson College 2010)
Empreendedorismo: qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou nova iniciativa,
tal como emprego próprio, uma nova organização empresarial ou a expansão de um negócio
existente, por parte de um indivíduo, de uma equipa de indivíduos, ou de negócios
estabelecidos. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)
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FFF: representa “Friends, Family and Fools”, ou seja, familiares e amigos. Apesar da
informalidade, representam a fonte de financiamento associada ao arranque da maioria dos
projectos, de forma exclusiva ou complementada com outras formas de financiamento
(Saraiva, 2011)
GEM: sigla referente ao “Global Entrepreneurship Monitor”, o maior estudo sobre
empreendedorismo realizado a nível mundial. Fruto de uma iniciativa conjunta do Babson
College (Estados Unidos da América) e da London Business School (Reino Unido) foi iniciado
em 1999. Foi realizado nos Açores pela primeira vez em 2010.
Incubadora de empresas: estrutura que apoia as empresas nas suas fases iniciais de
desenvolvimento, ajudando-as a sobreviver e a crescer nas fases em que são mais
vulneráveis. A incubação de empresas é um processo dinâmico de desenvolvimento de
negócios. As incubadoras apoiam a gestão das empresas, disponibilizam acesso a
financiamento e a serviços de apoio técnico especializado, oferecem serviços partilhados,
acessos a equipamentos e espaços de trabalho flexíveis – tudo num só local. (National
Business Incubation Association)
Indústrias criativas: actividades que têm a sua origem na criatividade individual, habilidade
e talento e com potencial de criação de emprego e riqueza, através da geração e exploração
da propriedade intelectual. O conceito de indústrias criativas integra um alargado leque de
actividades onde se encontram: Publicidade, Arquitectura, Artes Visuais e Antiguidades,
Artesanato e Joalharia, Design, Design de Moda, Cinema, Vídeo e Audiovisual, Software
Educacional e de Entretenimento, Música, Artes Performativas, Edição, Software e Serviços
de Informática e Televisão e Rádio. (Tom Fleming Creative Consultancy et al., 2008)
Inovação: implementação de uma nova, ou significativamente melhorada solução para a
empresa, novo produto, processo, método organizacional ou de marketing, com o objectivo
de reforçar a sua vantagem competitiva, aumentar o desempenho, ou o conhecimento. (NP
4456:2007, adaptado do Manual de Oslo)
Investigação: actividade realizada com vista à aquisição de novos conhecimentos científicos
ou técnicos. (Lei 40/2005, de 3 de Agosto)
Microcrédito: pequeno empréstimo bancário destinado a apoiar quem não têm acesso ao
crédito bancário, mas quer desenvolver uma actividade económica por conta própria e, para
isso, reúne condições e capacidades pessoais, que antecipam o êxito da iniciativa.
(Associação Nacional de Direito ao Crédito)
Negócios estabelecidos: empresas que proporcionam remuneração salarial há mais de 42
meses. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)
Negócios nascentes: iniciativas iniciais de constituição de um negócio, em que há afectação
de recursos (tempo e/ou dinheiro) pelo empreendedor, e que ainda não pagaram salários
por um período superior a 3 meses. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)
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xvi
Novos negócios: empresas que proporcionam remuneração salarial por um período superior
a 3 meses e inferior a 42 meses. (Global Entrepreneurship Monitor 2010)
Parque de Ciência e Tecnologia: organização gerida por profissionais especializados, cujo
objectivo fundamental é aumentar a riqueza da comunidade em que se insere, através da
promoção da cultura de inovação e competitividade das empresas e instituições de ciência e
tecnologia instaladas no Parque ou a ele associadas. Nesse sentido, o Parque estimula e gere
o fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, centros de investigação,
empresas e mercados; facilita a criação e crescimento de empresas inovadoras com recurso
a mecanismos de incubação e de spin off; e proporciona outros serviços de valor
acrescentado, bem como instalações de qualidade. (IASP International Board, 2002).
Spin off: expressão em língua inglesa que designa uma empresa que nasceu a partir de um
grupo de investigação de uma empresa, universidade ou centro de investigação,
normalmente com o objectivo de explorar um novo produto ou serviço de alta tecnologia. É
comum que estas se estabeleçam em incubadoras de empresas ou áreas de concentração de
empresas de alta tecnologia. (Universidade do Porto, 2011)
Start up: expressão em língua inglesa que designa uma empresa recém-criada, em fase de
constituição, implementação e organização das suas operações. Por vezes este termo é
utilizado para referenciar uma empresa solidificada no mercado, que beneficiou de um
crescimento rápido. (Guia Prático do Capital de Risco, IAPMEI / APCRI, 2006).
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1. REALIDADES ACTUAIS
1. Realidades
actuais
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1. Realidades actuais
O desenvolvimento do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na Região
Autónoma dos Açores implicou um trabalho rigoroso de levantamento de todas as
realidades relacionadas com o empreendedorismo na Região.
Há um conjunto muito vasto de factores que interagem entre si, os quais afectam (e são
afectados) pela actividade empreendedora. As aproximações metodológicas recentes
estabelecem um paralelo com os sistemas vivos, designando por “ecossistemas de
empreendedorismo” o conjunto dos factores e actores relevantes para o
empreendedorismo e as relações entre estes.
Tendo em conta que a análise das realidades relacionadas com o empreendedorismo deverá
incluir inúmeros aspectos específicos, as análises dos Ecossistemas de Empreendedorismo
contemplam a definição de um conjunto limitado de vectores que os permitem clusterizar. A
aproximação metodológica adoptada neste documento tem como base o conceito de
Ecossistema do Empreendedorismo desenvolvido pelo Babson College3, que agrupa os
diversos factores em seis grandes domínios estruturantes (Figura 1).
Figura 1. Domínios de análise de um ecossistema do empreendedorismo.
Fonte: Babson College, Babson Entrepreneurship Ecosystem Project (BEEP), 2010.
3 O Babson College desenvolveu em 2010 o “Babson Entrepreneurial Ecosystem Project - BEEP”
orientado para a geração de ecossistemas que promovam políticas, estruturas, programas e climas
favoráveis ao fomento do espírito empreendedor.
Políticas e
Programas
Infra-estruturas e serviços de
apoio
Cultura
empreend.
Apoio Financeiro
Capital
Humano
Empresas e Mercados
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3
Estes seis domínios foram adoptados para a realização da análise das realidades actuais no
âmbito do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na Região Autónoma
dos Açores:
- Capital humano: em que são analisados aspectos como a taxa de crescimento
populacional, a estrutura etária da população e as suas qualificações;
- Empresas e mercados: em que é analisado o dinamismo empresarial local, os
principais sectores, os canais de distribuição preferenciais, a abertura do mercado a
novas empresas, entre outros;
- Apoio financeiro: onde é feita uma análise da facilidade de acesso dos
empreendedores a capital financeiro e se identificam os principais recursos
disponíveis, incluindo aspectos como o microcrédito ou o capital de risco;
- Cultura empreendedora: onde se analisam as normas sociais vigentes, no que se
relaciona com a atitude perante o empreendedor ou a tolerância ao risco;
- Infra-estruturas e serviços de apoio: em que são identificados e analisados os apoios
ao empreendedorismo existentes na Região, onde se incluem, entre outros, espaços
de incubação de empresas, gabinetes de apoio, serviços de consultadoria, etc.;
- Políticas e programas: em que se considera o envolvimento político na temática do
empreendedorismo e a forma como esse envolvimento se traduz em programas de
apoio concretos4.
4 Note-se que estes 6 domínios se relacionam directamente com os definidos no âmbito do estudo
GEM. Nesse caso, foram consideradas 10 Condições Estruturais do Empreendedorismo: Políticas
governamentais, Programas governamentais, Apoio financeiro, Educação e formação, Normas
culturais e sociais, Abertura do mercado/Barreiras à entrada, Infra-estrutura comercial e profissional,
Acesso a infra-estruturas físicas, Transferência de ID e Protecção dos direitos de propriedade
intelectual. Neste diagnóstico, as duas primeiras surgem agrupadas com a designação “Políticas e
Programas” e as quatro últimas são referenciadas no âmbito das “Infra-estruturas e serviços de
apoio”. Sempre que relevante, será feita referência aos resultados da avaliação destas Condições
Estruturais, ao longo deste diagnóstico.
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4
1.1. Capital humano
Entre os vários factores envolventes capazes de influenciarem directamente o
empreendedorismo, incluem-se os sociais e demográficos, incluindo questões como o
envelhecimento da população, a taxa de crescimento ou o seu nível de formação.
Por exemplo, a presença de uma população mais jovem indica tipicamente uma maior
propensão ao risco e ao aceitar de novos desafios. Paralelamente, a existência de uma
população com níveis de formação mais elevados tem consequências ao nível do potencial
existente para um empreendedorismo de base tecnológica, mais sustentado e inovador.
Segundo dados provisórios dos Censos 2011, neste ano a população dos Açores é de 246.102
habitantes, dos quais cerca de 56% vive na ilha de S. Miguel. Em 2001, o arquipélago contava
com 241.763 habitantes, tendo-se registado, deste modo, um acréscimo populacional de
cerca de 2% na última década.
No que respeita à estrutura etária da população (Figura 2), verifica-se que a população do
arquipélago é mais jovem do que o global da população nacional: nos Açores 32,0% dos
residentes têm menos de 24 anos, valor superior à média nacional, que é apenas de 25,7%.
Figura 2. Estrutura etária da população residente, Açores e Portugal, 2011.
Fonte: INE, Censos 2011 - Resultados Provisórios, 2011.
A existência de uma população relativamente jovem (quando comparada com o cenário
verificado a nível nacional) pode ser um factor relevante na óptica da promoção da
actividade empreendedora na Região Autónoma dos Açores.
17,9% 14,9%
14,1%10,8%
54,8%55,1%
13,3% 19,1%
Açores Portugal
>65 anos
25 - 64 anos
15 - 24 anos
0 - 14 anos
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No que diz respeito à educação, não deixa de ser sintomático que a Região Autónoma dos
Açores seja aquela que, a nível nacional, apresenta resultados mais baixos, quer ao nível da
taxa de população com Ensino Secundário completado, quer ao nível da taxa de população
com Ensino Superior completado.
Figura 3. Proporção da população com nível de ensino completado, por região portuguesa, 2011.
Fonte: INE, Censos 2011 - Resultados Provisórios, 2011.
De igual modo, a taxa de escolarização no Ensino Superior5 na Região, no ano lectivo
2010/2011, era muito inferior à registada a nível nacional (9,3% contra 31,5%) (SREA,
Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011).
Na Universidade dos Açores, matricularam-se, no ano lectivo 2010/2011, 3.991 alunos em
cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo que a área mais popular foi a de
Ciências Empresariais.
No mesmo ano lectivo diplomaram-se nestes mesmos graus de ensino 608 alunos. É de
referir que o número de doutorados, em cada ano, tem sido modesto: 12 no ano lectivo
2010/2011 (Universidade dos Açores, Relatório e Contas, 2011).
5 A taxa de escolarização no Ensino Superior é calculada como a relação percentual entre o número de
alunos matriculados em cursos de formação inicial, com idade entre 18 e 22 anos, e a população
residente dos mesmos níveis etários.
10,0%
12,9%
8,4%
12,0%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0%
Madeira
Açores
Algarve
Alentejo
Lisboa
Centro
Norte
Portugal
Superior
Secundário
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Também no que concerne ao Ensino Básico, apesar da evolução favorável registada nos
últimos anos, a Região apresenta taxas de retenção6 nos 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico
superiores às registadas a nível nacional (Figura 4).
Na mesma linha, a taxa de transição/conclusão no Ensino Secundário7 é também menor na
Região (74,5%) do que a nível nacional (80,7%).
Figura 4. Taxas de retenção nos 1º, 2º e 3º ciclos ensino básico, Açores e Portugal, 2009-2010.
Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.
De uma forma sumária, é possível concluir que, no que diz respeito ao Capital Humano, a
Região Autónoma dos Açores se depara com duas realidades com efeitos contrários em
termos de empreendedorismo: se, por um lado, a Região tem uma população crescente e
relativamente jovem, por outro, o panorama relativo ao seu nível de formação apresenta
fragilidades evidentes, que importa debelar.
6 A taxa de retenção é a relação entre o n.º de alunos do ensino básico regular que permanecem no
mesmo ano de escolaridade e o n.º de alunos matriculados no ensino básico regular, nesse ano
lectivo.
7 A taxa de transição/conclusão no ensino secundário é a percentagem de alunos que no final do ano
lectivo obtêm aproveitamento, em relação ao total de alunos matriculados no ensino secundário
regular, nesse ano lectivo.
3,7
7,7
13,8
7,3
10,1
18,2
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo
Portugal
R. A. Açores
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1.2. Empresas e mercados
Indicadores macro-económicos
Em 2009, o PIB da região foi de 3.706 milhões de euros, representando 2,2% do total
nacional. No mesmo ano, o PIB per capita foi de 15.123 euros, valor muito próximo do
nacional, que se situou nos 15.805 euros (Figura 5).
Figura 5. PIB per capita, Açores e Portugal, 2000-2009.
Fonte: Aicep Portugal Global, 2010; SREA, 2011.
No que diz respeito ao Valor Acrescentado Bruto (VAB), a sua distribuição na Região é
ligeiramente diferente do que se verifica a nível nacional (Figura 6), evidenciando um peso
maior do sector primário nos Açores (9% contra 2%).
Figura 6. VAB por sector de actividade, Açores e Portugal, 2008.
Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.
Contudo, tanto na Região como a nível nacional, o sector com maior representatividade é o
terciário que, em ambos os casos, representa 74% do VAB.
10 000
11 000
12 000
13 000
14 000
15 000
16 000
17 000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
€
Portugal Açores
Primário9%
Secundário17%
Terciário74%
Açores Primário2%
Secundário24%
Terciário74%
Portugal
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Analisando as exportações e importações da Região (Figura 7), verifica-se que a balança
comercial da Região dos Açores é deficitária.
Figura 7. Evolução da balança comercial nos Açores, 2004-2009.
Fonte: INE, Estatísticas do Comércio Internacional, 2011.
De registar, contudo, que a taxa média de crescimento anual das exportações é mais elevada
que a das importações: 20,3% contra 12,4% (entre 2004 e 2009).
No que respeita à tipologia de bens e serviços comercializados, mais de 70% das exportações
são produtos alimentares e bebidas (sobretudo pescado e seus derivados e produtos
lácteos), sendo as principais importações material de transporte e acessórios e produtos
industriais.
No que respeita ao emprego, merece referência o facto de a taxa de desemprego ter vindo a
aumentar, aproximando-se do valor registado a nível nacional (Figura 8).
Figura 8. Taxa de desemprego trimestral, Açores e Portugal, 2010 - 2011.
Fonte: INE, 2011.
3143 35 42
6178
71
96 90121
96
128
40 53 5578
3550
150
100
50
0
50
100
2004 2005 2006 2007 2008 2009
Milh
õe
s d
e E
uro
s
Exportações Importações Saldo
5,0%
7,5%
10,0%
12,5%
15,0%
1º T-2010 2º T-2010 3º T-2010 4º T-2010 1º T-2011 2º T-2011 3º T-2011
Portugal Açores
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Empresas
A Região Autónoma dos Açores possuía, em 2009, um total de 19.803 empresas,
correspondentes a 1,8% do total de empresas em território nacional nesse ano, que se
situou em 1.060.906 (SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010,
2011). Verifica-se, assim, que nos Açores existem 8 empresas para cada 100 habitantes,
enquanto no País esse valor se eleva para 10.
No global, as empresas localizadas nos Açores deram origem a um volume de negócios na
ordem dos 5.098 milhões de euros, montante que corresponde a 1,5% do total gerado pela
globalidade das empresas portuguesas (SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos
Açores - 2009, 2010).
Muito importante para a análise do panorama relativo ao empreendedorismo será a
identificação dos indicadores demográficos das empresas, nomeadamente das taxas de
natalidade e de sobrevivência (Tabela 1).
Tabela 1. Indicadores demográficos das empresas, Açores e Portugal, 2009.
Portugal RA Açores
Taxa de natalidade8 15,09 19,04
Taxa de sobrevivência (a 2 anos)9 49,36 46,06
Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.
Verifica-se assim que a taxa de natalidade de empresas é maior na Região Autónoma dos
Açores do que a nível nacional, sendo a sua taxa de sobrevivência a dois anos ligeiramente
inferior.
No entanto, neste aspecto, merece um particular destaque o facto de o principal indicador
do GEM, a Taxa de Actividade Empreendedora nos Açores (TAE) ser nos Açores de apenas
3,5% em 2010, revelando-se mais baixa do que a de Portugal Continental (4,4%) e abaixo da
dos restantes países membros da União Europeia (5,2%) no mesmo ano.
8 Taxa de natalidade: quociente entre o número de nascimentos reais e o número de empresas activas
no período de referência.
9 Taxa de sobrevivência: quociente entre o número de empresas activas no ano n que, tendo nascido
no ano n-t, sobreviveram t anos, e o número de empresas nascidas no ano n-t.
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Complementarmente, mostra-se ainda relevante analisar um conjunto seleccionado de
indicadores das empresas, no que se relaciona com a sua presença em sectores de alta
tecnologia (Tabela 2).
Tabela 2. Indicadores das empresas, Açores e Portugal, 2009.
Portugal RA Açores
Proporção do VAB das empresas em sectores de
alta e média-alta tecnologia 10,62 1,36
Proporção dos nascimentos de empresas em
sectores de alta e média-alta tecnologia 1,96 1,83
Proporção de pessoal ao serviço em actividades
de tecnologias da informação e da comunicação 2,02 0,62
Fonte: SREA, Anuário Estatístico da Região Autónoma dos Açores - 2010, 2011.
Destaca-se aqui o indicador da proporção do VAB das empresas em sectores de alta e
média-alta tecnologia que, nos Açores, apresenta um valor quase 8 vezes inferior à média
nacional.
No que respeita às despesas em ID da Região (em percentagem do PIB) é possível dizer que
estas são bastante reduzidas, tendo sofrido poucas alterações nos últimos anos. Apesar do
ligeiro aumento de 0,44% para 0,46% entre 2003 e 2008, este valor continua a ser bastante
inferior à média nacional, que se situava nos 1,55% do PIB em 2008 (SREA, Anuários
Estatísticos da Região Autónoma dos Açores, 2005 e 2008 e GPEARI, Inquérito ao Potencial
Científico e Tecnológico Nacional, 2008).
O peso das empresas nos gastos com ID é reduzido, quando comparado com a média
nacional. Assim, nos Açores, o Ensino Superior lidera destacadamente as referidas despesas,
representando 64,2% do total dos gastos em ID da Região. Segue-se o sector empresarial
com 14,8%, o sector estatal com 11,6% e, por último, as Instituições Privadas sem Fins
Lucrativos com 9,5%. A nível nacional, são já as empresas que assumem a maior parcela das
despesas de ID, com 50,1% do total em 2008. (SREA, Anuário Estatístico da Região
Autónoma dos Açores, 2008 e GPEARI, Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico
Nacional, 2008).
É de referir ainda que, de acordo com o GEM Açores 2010, a Condição Estrutural “Abertura
do Mercado/Barreiras à Entrada” é avaliada como sendo “parcialmente insuficiente”. Na sua
análise, destacam-se pela negativa sobretudo as dificuldades e os custos de penetração no
mercado açoriano.
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1.3. Apoio financeiro
Um dos aspectos fundamentais para o lançamento de uma actividade empreendedora é
seguramente o acesso a fontes de financiamento para novas empresas. Nos Açores
encontram-se disponíveis diferentes tipos de apoio financeiro ao empreendedorismo. Os
quadros seguintes apresentam, de forma sumária, as principais iniciativas identificadas.
Iniciativa Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário
Descrição
sumária
Gerido em parceria pelas Direcções Regionais de Apoio ao Investimento e à
Competitividade, da Solidariedade e Segurança Social e do Trabalho, Qualificação
Profissional e Defesa do Consumidor.
Dirigido a empreendedores açorianos que se encontrem desempregados, à procura
de primeiro ou novo emprego, com idade igual ou superior a 18 anos e sem recursos
para aceder ao crédito bancário pelas vias normais.
Financiamento até 15.000 € para constituir um negócio.
Reembolso de acordo com as condições definidas nos protocolos estabelecidos entre
o Governo Regional e as instituições bancárias.
Iniciativa Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores (FIAEA)
Descrição
sumária
Primeiro fundo de capital de risco do arquipélago, no valor de um milhão de euros,
lançado em Julho de 2011.
Fundo subscrito pelo Governo Regional, através da Agência para a Promoção do
Investimento dos Açores (APIA), e pela InovCapital.
Direccionado para projectos de micro, pequenas e médias empresas em todas as
suas fases de desenvolvimento.
Privilegia projectos de carácter inovador desenvolvidos por empresas com menos de
3 anos de existência e investimentos em empresas na sua fase inicial (start-up) que
apresentem um claro potencial de valorização.
Disponibiliza capital para investimentos num máximo de 100.000 €, por empresa,
por ano.
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Iniciativa FINICIA Açores
Descrição
sumária
Desenvolvido e gerido pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e ao
Investimento (IAPMEI).
Tem como objectivo facilitar o acesso a financiamento e assistência técnica na
criação de empresas.
Nos Açores, o Eixo II do Programa “Negócios emergentes de pequena escala”
referente, especificamente, ao financiamento destinado à criação de empresas ou a
empresas existentes há menos de 3 anos, é gerido pela Plataforma FINICIA Açores,
da qual fazem parte: a Universidade dos Açores, através do Centro de
Empreendedorismo; a DRAIC; a APIA e a Câmara de Comércio e Indústria dos Açores.
Além dos referidos programas, existem também os apoios ao empreendedor
disponibilizados por entidades da banca comercial.
A título de exemplo, refere-se a "Linha de Crédito Açores Investe II", destinada a apoiar a
realização de operações de financiamento de investimentos novos em activos fixos,
corpóreos ou incorpóreos, o reforço do fundo de maneio ou dos capitais permanentes. Esta
linha de crédito resulta de um Protocolo com a Região Autónoma dos Açores, e diferentes
entidades do sistema financeiro: BPI, BCP, BES/Açores, Santander, BANIF, Barclays Bank,
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo dos Açores, Caixa Económica da Misericórdia de Angra do
Heroísmo e Montepio Geral.
No mesmo sentido, merece referência a "Linha de Crédito Açores Empresas III", resultante
de um Protocolo entre a Região Autónoma dos Açores, dez Instituições de Crédito e as
Sociedades de Garantia Mútua (SGM). Esta Linha de Crédito será garantida pelas SGM que
assumirão até 75% do risco de financiamentos a conceder por parte das Instituições de
Crédito.
Bancos como o Montepio, o BCP, o BES ou o BPI disponibilizam também linhas de crédito
orientadas especificamente para financiar a parte reembolsável dos incentivos aprovados no
quadro dos diferentes sistemas de incentivos disponíveis na Região.
Não sendo específicos para a Região Autónoma, podem-se identificar outros apoios, como a
“Linha de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego” do BPI, destinada a
financiar a criação de novos negócios, ou o “Millennium BCP Microcrédito” e o
“Microcrédito BES”, orientados para potenciar a inclusão social e a criação de auto emprego.
Deste modo, conjugando os programas de apoio de origem pública e os de matriz privada,
verifica-se a existência de uma diversidade considerável de possibilidades de acesso a capital
financeiro no caso da criação de novas empresas. Refira-se, no entanto, que nem sempre
esta diversidade de oferta é equivalente a facilidade de acesso ao referido capital.
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Segundo os resultados do GEM Açores 2010 relativos à Condição Estrutural “Apoio
Financeiro”, o acesso a fontes de financiamento é avaliado como sendo “parcialmente
insuficiente”. Destacam-se pela negativa diferentes aspectos relacionados com o acesso a
capital de risco e, pela positiva, os apoios governamentais às novas empresas.
1.4. Cultura empreendedora
Nos Açores, é reconhecida a prevalência de uma elevada cultura de aversão ao risco,
transversal a toda a sociedade, que se constitui como um dos principais inibidores da
actividade empreendedora.
É sintomático o facto de, na Universidade dos Açores, apenas uma pequena minoria dos
alunos (10%) ter como objectivo criar o seu próprio emprego (Figura 9). Neste âmbito, não
deixa de ser significativo que, a grande maioria dos alunos (62%) tenha como objectivo
conseguir um emprego no sector público.
Figura 9. Expectativas de emprego dos alunos da UAc / Sector onde gostariam de trabalhar, 2010-2011.
Fonte: Inquérito aos estudantes da UAc, OEFP 2011.
Consciente desta realidade, o Governo Regional, em particular através das Direcções
Regionais da Juventude e da Educação e Formação, tem vindo a apoiar um leque alargado de
iniciativas na área da educação para o empreendedorismo.
Nos quadros seguintes, apresentam-se as principais acções de formação na área do
empreendedorismo realizadas na Região Autónoma dos Açores no decorrer de 2011.
Sector público62%
Sector privado28%
Criar próprio emprego
10%
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Acção EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA: O CAMINHO PARA O SUCESSO!
Promotores Direcção Regional da Juventude
Direcção Regional da Educação e Formação
Destinatários Alunos e professores do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico, do Ensino Secundário e do
Ensino Profissional
Descrição
sumária
O programa é implementado com o apoio do Centro de Empreendedorismo da
Universidade dos Açores e assenta em metodologias pedagógicas aplicadas em sala
de aula. Inclui formação de professores (3 dias – 25 horas – 1 crédito) e 15 a 35 horas
de formação para alunos na Área‐Projecto.
Prevê também a criação de clubes de empreendedorismo nas escolas e a realização,
no final do ano lectivo, do concurso IdeiAçores.
Principais
resultados
A 1ª Edição foi realizada no ano lectivo 2010/2011, incluiu 13 escolas de 2º e 3º
ciclos, 5 escolas secundárias e 8 profissionais, localizadas nas diferentes ilhas.
Esta edição envolveu 52 professores e 1040 alunos, dando origem a 18 Clubes de
Empreendedorismo e a 19 ideias de negócio (no âmbito do IdeiAçores).
Acção CURSO DE EMPREENDEDORISMO
Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores
Destinatários População sem formação superior (12º ano ou ensino técnico) e desempregados de
longa duração
Descrição
sumária
Integra-se na Componente de Formação Tecnológica dos Cursos de Educação e
Formação – Curso de Formação Complementar, com uma carga horária de 120
horas.
Com este Curso pretende-se que os formandos, que tenham aspirações a criar um
negócio, apreendam e/ou desenvolvam um conjunto de conhecimentos e
competências na área empresarial.
Principais
resultados
Desde 2008 são realizados 10 a 12 cursos por ano, sobretudo em S. Miguel,
abrangendo mais de 500 formandos.
A equipa de gestão do Centro estima que tenham sido criadas, em resultado destas
formações, 5 ou 6 empresas, embora tal número seja difícil de precisar, uma vez que
não é feito qualquer acompanhamento aos formandos uma vez findo o curso.
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Acção CURSO DE EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICA
Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores
Destinatários Preferencialmente elementos do meio académico açoriano, nomeadamente
investigadores
Descrição
sumária
Integra-se na Componente de Formação Tecnológica dos Cursos de Educação e
Formação – Curso de Formação Complementar, com uma carga horária de 120
horas.
Pretende-se ajudar a criar negócios sustentáveis com base em ideias resultantes da
formação académica ou profissional, nomeadamente relacionadas com novas
tecnologias e investigação científica.
Principais
resultados Apenas um estudo para elaboração de Plano de Negócios
Acção DISCIPLINA DE EMPREENDEDORISMO NA UAC
Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores
Destinatários Alunos da Universidade dos Açores
Descrição
sumária
O Centro de Empreendedorismo é responsável pela disciplina de Empreendedorismo
(destinada às Licenciaturas de Gestão de Empresas e Economia, onde é optativa) e
de Administração e Empreendedorismo (para a Licenciatura em Serviço Social, onde
é obrigatória). Prevê-se que a disciplina de Empreendedorismo venha a ser oferecida
a outros cursos e departamentos da UAc.
Foram ainda identificadas iniciativas de menor escala na área da formação para o
empreendedorismo, ao nível das Câmaras de Comércio:
- A Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada ofereceu, em 2011, um curso
de 20 horas subordinado ao tema “Novas Empresas e Novos Negócios” destinado a
Gestores de Topo;
- A Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo realizou o workshop “Emprego e
Empreendedorismo”, com a duração de 4 horas, aberto ao público em geral, e que
foi realizado em 2011 nas ilhas Terceira, São Jorge e Graciosa. A Câmara organizou
também um curso especificamente dedicado à preparação de planos de negócios –
“Business Plan: Como construir um Plano de Negócios”, com a duração de 30 horas,
aberto ao público em geral;
- A Câmara de Comércio e Indústria da Horta realizou um seminário de curta duração
denominado “Seminário de Empreendedorismo”, focado no desenvolvimento de
metodologias criativas para a abertura de novos negócios.
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Nesta área, é ainda de referir que, no sentido de promover uma cultura empreendedora na
Região, o Centro de Empreendedorismo promove seminários e conferências sobre a
temática, contando muitas vezes com a participação de empresários provenientes de fora da
Região Autónoma.
No intuito de contribuir para o aumento da cultura empreendedora nos Açores, são ainda
dinamizados na Região diferentes concursos na área do empreendedorismo, também eles
orientados para diferentes tipos de público-alvo. Nos quadros seguintes são descritas de
forma sumária as principais iniciativas deste tipo.
Acção CONCURSO REGIONAL DE EMPREENDEDORISMO
Promotor Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade
Descrição
sumária
O Concurso Regional de Empreendedorismo foi criado, em 2006, para premiar os
melhores projectos de potenciais empreendedores açorianos.
O formulário de candidatura consiste num Plano de Negócios simplificado,
procurando posicionar este exercício mais perto do mercado.
Desde a sua origem, o Concurso Regional de Empreendedorismo já premiou 15
projectos, em áreas diversificadas, que incluem a produção e comercialização de
alfaces em ambiente hidropónico, a produção e comercialização de pellets e a
construção de raiz de um campo de mini-golfe.
Acção PRÉMIO MELHOR IDEIA DE NEGÓCIO
Promotor Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores
Descrição
sumária
O Prémio Melhor Ideia de Negócio é promovido pelo Centro de Empreendedorismo,
numa parceria com o Millennium BCP, patrocinador da iniciativa, e com a
cooperação da Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade.
O Prémio funciona de forma articulada com o Concurso Regional de
Empreendedorismo, sendo cumulativo com este.
Trata-se de um prémio anual no valor de 5.000 Euros destinado a galardoar a melhor
ideia de negócio apresentada por alunos da Universidade dos Açores no âmbito do
Concurso Regional de Empreendedorismo.
Os alunos da Universidade dos Açores interessados em participar no concurso
deverão formalizar a sua candidatura nos termos do Concurso Regional de
Empreendedorismo, respeitando os prazos e exigências aí definidos.
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Acção CONCURSO IDEIAÇORES
Promotores Direcção Regional da Juventude
Direcção Regional da Educação e Formação
Descrição
sumária
O Concurso IdeiAçores é uma acção integrante do Projecto “Educação
Empreendedora: O Caminho do Sucesso”.
É uma iniciativa do Governo Regional dos Açores, através da Direcção Regional da
Juventude e da Direcção Regional da Educação, em colaboração com o Centro de
Empreendedorismo da Universidade dos Açores
É objectivo central do concurso angariar ideias de negócio, que façam sentido para a
Região Autónoma dos Açores, em diferentes sectores de actividade, com a finalidade
de sensibilizar e motivar os jovens açorianos para as práticas empreendedoras,
promovendo o espírito de iniciativa.
O Concurso IdeiAçores é destinado a jovens com menos de 23 anos, matriculados em
estabelecimentos de ensino da Região Autónoma dos Açores.
Acção LABJOVEM
Promotor Direcção Regional da Juventude
Descrição
sumária
Não sendo directamente relacionado com a criação de empresas, o Labjovem é um
concurso que visa incentivar a promoção de jovens criadores das diferentes áreas
artísticas, servindo de plataforma a uma nova geração de artistas açorianos.
Destina-se a jovens com idade inferior a 35 anos, naturais dos Açores, residentes na
região há pelo menos 2 anos e/ou descendentes de açorianos até à terceira geração,
residentes nos EUA e Canadá.
As áreas contempladas pelo concurso incluem: Arquitectura, Artes Plásticas, Artes
Cénicas, Design de Moda, Design Gráfico, Fotografia, Ilustração e Banda Desenhada,
Literatura, Música, e Vídeo.
Além da selecção dos vencedores e da atribuição de prémios, o Labjovem procura
encaminhar os projectos vencedores na obtenção de apoios, que permitam a sua
concretização.
Constata-se que as diferentes acções orientadas para a promoção de uma cultura
empreendedora na Região Autónoma dos Açores têm subjacente a preocupação de
poderem atingir diferentes segmentos de público, de forma transversal à sociedade. Foram
identificadas iniciativas que envolvem desde os mais jovens alunos das escolas de 2º ciclo,
até aos alunos, docentes e investigadores universitários.
Segundo os resultados do GEM Açores 2010 relativos à Condição Estrutural “Educação e
Formação”, o grau de incorporação de conteúdos de empreendedorismo no ensino é
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considerado “parcialmente insuficiente”. O estudo destaca pela negativa o grau em que o
ensino primário e secundário considera estas matérias e, pela positiva, a sua incorporação
nos níveis de formação superiores.
Já no que respeita à Condição Estrutural “Normas Culturais e Sociais” esta é classificada no
Açores como sendo “parcialmente insuficiente”, destacando-se claramente pela negativa a
falta de estímulo ao empreendedorismo que implique risco e a falta de estímulo à
criatividade e à inovação.
1.5. Infra-estruturas e serviços de apoio
Na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto limitado de estruturas e serviços de
apoio orientados especificamente para acolherem novas empresas e auxiliar o seu
desenvolvimento nos primeiros tempos de actividade. No entanto, encontram-se em fase de
projecto ou implementação diferentes iniciativas, que irão contribuir para alterar
significativamente este panorama.
Nos quadros seguintes, são apresentadas as principais iniciativas identificadas,
implementadas ou em fase de projecto. Foram consideradas iniciativas de carácter tangível
(ex: instalações físicas e condições logísticas) e intangível (ex: serviços profissionais e de
aconselhamento).
Estrutura Espaço de Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico (EDET)
Promotor Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada
Descrição
sumária
Criado em 2006 o, EDET procurou constituir-se como o primeiro ninho de empresas
da Região. O EDET disponibiliza infra-estruturas físicas, tendo capacidade para
albergar 10 a 12 empresas.
O EDET disponibiliza também alguns serviços de apoio empresarial, estendendo às
empresas alojadas os serviços de apoio tipicamente oferecidos pela Câmara de
Comércio e Indústria de Ponta Delgada: formação, assessoria jurídica e económica,
apoio à preparação de candidaturas a incentivos e aconselhamento sobre
oportunidades de investimento.
A candidatura ao EDET é efectuada através de um formulário online, em que é
pedido ao promotor que explicite vários aspectos característicos do seu negócio. O
principal critério de selecção é o carácter inovador da ideia.
Principais
resultados
O sucesso do EDET tem sido limitado, sendo escassos os casos de sucesso
identificados como resultado da sua actividade.
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Estrutura Ninho de Empresas do Azores Parque
Promotor Câmara Municipal de Ponta Delgada (accionista maioritária do Azores Parque)
Descrição
sumária
O Azores Parque está em funcionamento desde 2008, acomodando neste momento
um conjunto de empresas, maioritariamente deslocalizadas de Ponta Delgada.
O Azores Parque tem uma estrutura denominada Ninho de Empresas, que
disponibiliza espaços de instalação física para novas empresas a preços reduzidos.
Não são prestados pelo Parque serviços técnicos de apoio às actividades das
empresas.
O Azores Parque está a desenvolver o projecto “Incubadora de Ideias”, com apoio do
Taguspark, que pretende funcionar como uma verdadeira incubadora de empresas,
prestando ao empreendedor serviços de aconselhamento, consultoria e formação.
Principais
resultados
Desde o início da actividade do Parque já foram alojadas no Ninho de Empresas 14
entidades.
Uma dessas empresas cresceu para lá da dimensão que o Ninho de Empresas pode
suportar e saiu para novas instalações.
As principais áreas de actividade das empresas alojadas são as tecnologias de
informação, tecnologias ambientais e audiovisual.
Até à data, nenhum serviço de “incubação de ideias” foi ainda prestado.
Estrutura Rede de Gabinetes do Empreendedor
Promotor Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade
Descrição
sumária
Esta rede é constituída por oito gabinetes – distribuídos por todas as ilhas, excepto o
Corvo – que proporcionam um atendimento personalizado e especializado a
empresas e futuros empresários.
Os Gabinetes do Empreendedor fornecem aconselhamento relativo a aspectos da
gestão corrente das empresas como, por exemplo, financiamentos disponíveis
impostos, licenciamentos e certificações.
A rede é suportada por uma plataforma de comunicações dedicada, que permite a
troca de informação em tempo real e o arquivo desmaterializado de conteúdos
relevantes para a sua acção.
Principais
resultados
De acordo com a equipa de gestão da Rede, cerca de 23% das solicitações recebidas
estão relacionadas com obtenção de financiamento, tanto público como privado.
Nota-se uma grande predominância de solicitações oriundas da ilha de São Miguel.
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Estrutura Rede Prestige Azores
Promotor Direcção Regional de Ciência, Tecnologia e Comunicações
Descrição
sumária
O Projecto Rede Prestige Azores visa criar uma rede de Conselheiros a quem são
colocadas questões de âmbito geral ou específico, onde se pode enquadrar o
aconselhamento no âmbito da promoção de novas empresas.
Os Conselheiros são açorianos, descendentes de açorianos ou pessoas que estejam
directamente envolvidas com os Açores, residentes fora da Região e cujo trabalho
tenha relevância em áreas científicas e/ou tecnológicas; faz parte da Rede o Prémio
Nobel da Medicina Craig Melo.
No âmbito da Rede Prestige serão criados núcleos em áreas específicas, capazes de
fornecerem informação estratégica direccionada, que pode ser usada não só como
recurso de consulta mas como fonte para análises complexas e previsões.
Principais
resultados Projecto ainda recente. Em fase de arranque.
Estrutura Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira
Promotor Direcção Regional da Juventude
Câmara Municipal da Praia da Vitória
Descrição
sumária
As Academias da Juventude estão previstas no Programa do X Governo Regional e
visam o desenvolvimento de projectos tecnológicos, culturais e sociais por parte da
juventude açoriana, funcionando também como centros de incubação de ideias.
A Academia da Juventude e das Artes da Ilha Terceira, sedeada no concelho da Praia
da Vitória, foi a primeira a ser instituída. Trata-se de um espaço multidisciplinar e
polivalente, orientado para a promoção do empreendedorismo e da criatividade,
com recurso às Novas Tecnologias e equipamentos de ponta. Está dotada de
equipamentos nas áreas cénica, tecnológica e audiovisual.
Principais
resultados Projecto ainda recente. Em fase de maturação.
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Estrutura InCUBE
Promotor Direcção Regional da Juventude
Descrição
sumária
A Direcção Regional da Juventude está a desenvolver o projecto InCUBE, o qual
conta com a colaboração da Associação Académica e do Governo dos Açores, através
do Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores.
O projecto tem como principal âncora a implementação de uma incubadora de
empresas, que se prevê que venha a funcionar no edifício onde está sediado o
Centro de Empreendedorismo; aí serão disponibilizados oito espaços para
incubação.
O Centro de Empreendedorismo acredita que a sua ligação e proximidade à
Universidade venha a facilitar a existência de, por um lado, uma maior procura
potencial por parte de docentes e alunos e, por outro lado, uma maior capacidade
de prestação de serviços de elevado valor acrescentado para as empresas incubadas.
O projecto abrange também a criação de uma Júnior-Empresa, uma associação sem
fins lucrativos cuja gestão será da responsabilidade dos alunos da UAc. Sob
orientação de professores da UAc, serão os alunos os responsáveis pela definição do
portfólio de serviços, pela angariação de clientes e pela gestão financeira e
operacional das suas actividades. Pretende-se que a Júnior-Empresa seja antecâmara
para possíveis iniciativas empresariais de base científica e tecnológica.
Principais
resultados O projecto encontra-se ainda em fase de implementação
Estrutura Nonagon / BIC Açores
Promotor Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos
Descrição
sumária
O Nonagon será o Parque Tecnológico de S. Miguel, localizado em Lagoa.
Este parque, ainda em fase de construção, pretende ser o primeiro Parque
Tecnológico da Região Autónoma dos Açores a funcionar em moldes conformes às
normas internacionais para a operação de Parques Tecnológicos, estabelecidas pela
International Association of Science Parks (IASP).
Assim, o Nonagon prevê a existência de estruturas destinadas a facilitar a criação e o
crescimento de empresas baseadas na inovação, através da incubação e processos
de spin-off, oferecendo ainda outros serviços de valor acrescentado, bem como
espaços e apoios de elevada qualidade.
Está prevista a instalação no Parque de um Centro de Inteligência Competitiva,
orientado para o estímulo e geração de novas ideias relevantes para a economia
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Açoriana.
No mesmo sentido, é também de referir que está em estudo a criação de um BIC10
em articulação com o Nonagon, existindo já contactos com a rede europeia EBN
(www.ebn.org).
O BIC teria um papel particularmente activo no processo de incubação de empresas,
permitindo um acesso facilitado a serviços de aconselhamento e orientação
estratégica de elevada qualidade.
Principais
resultados O projecto encontra-se ainda em fase de implementação
Estrutura Parque Tecnológico da Terceira
Promotor Direcção Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos
Descrição
sumária
O Parque Tecnológico da Terceira encontra-se ainda em fase de projecto. Está
previsto que esta infra-estrutura tecnológica seja desenvolvida em parceria com a
Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, a Câmara do Comércio e Indústria dos
Açores e a Universidade dos Açores.
O Parque deverá reunir unidades científicas de I&D, empresas, associações e serviços
públicos, sendo particularmente dirigido para as áreas da Biotecnologia, Biomedicina
e Tecnologias ambientais.
Assim como no Nonagon, também no Parque Tecnológico da Terceira está prevista a
instalação de um Centro de Inteligência Competitiva.
Actualmente, pouco mais existe que um projecto de infra-estruturas, que prevê a
construção das instalações na freguesia da Terra Chã, em Angra do Heroísmo,
havendo já uma parcela de terreno reservada para esse fim.
Principais
resultados O projecto encontra-se ainda em fase de definição
Considerando as iniciativas já implementadas no terreno é possível constatar que o principal
apoio oferecido às novas empresas tem por base a disponibilização de espaços físicos em
condições vantajosas. São poucas as estruturas que disponibilizam serviços de apoio e,
mesmo estes, são serviços de baixa complexidade, assentes sobretudo na disponibilização
de informação.
10 Os Business and Innovation Centres (BIC) são organizações de apoio a empreendedores e pequenas
e médias empresas altamente inovadoras. São reconhecidos através de um esquema de certificação,
a nível da União Europeia, que lhes permite operar como BIC.
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Constata-se também que a maioria das iniciativas existentes ou previstas são de origem
pública, seja através do Governo Regional, seja de Câmaras Municipais.
Ainda de acordo com o GEM Açores 2010, a Condição Estrutural “Acesso a Infra-estruturas
físicas”, é avaliada como sendo “parcialmente suficiente”, destacando-se pela positiva o
acesso às utilidades básicas e, pela negativa, o acesso a infra-estruturas de comunicação.
Note-se que, na questão específica “Em que medida os parques de ciência e incubadoras
prestam apoio efectivo a empresas em crescimento?”, os resultados do GEM Açores 2010
são negativos, e significativamente inferiores aos do País.
1.6. Políticas e programas
A importância política atribuída ao empreendedorismo e a todo o seu ecossistema encontra-
se evidenciada no Programa do X Governo Regional, onde se refere que o novo paradigma
de desenvolvimento regional deverá assentar “…no fomento da actividade empresarial, no
reforço da rede regional de infra-estruturas e serviços directamente destinados às empresas,
no incremento dos factores imateriais de competitividade, na inovação, no
empreendedorismo, no desenvolvimento da sociedade de informação e do conhecimento,
particularmente na promoção da investigação no contexto empresarial e na acessibilidade às
novas tecnologias, bem como na promoção da sustentabilidade ambiental.”.
A relevância política da temática faz-se sentir, não só ao nível das directrizes económicas,
mas também nas orientações sociais. Ao longo do referido Programa de Governo, o
empreendedorismo é defendido como instrumento de fixação de população
(nomeadamente nas ilhas mais frágeis), como elemento fundamental na emancipação da
juventude e como mecanismo de integração de grupos mais vulneráveis na sociedade.
Com base nestas orientações, tem vindo a ser disponibilizado aos empreendedores
açorianos um conjunto de programas de incentivo de matriz essencialmente pública e de
iniciativa governamental. Os quadros seguintes apresentam, de forma sumária, os principais
mecanismos identificados.
Note-se que nem todos estes mecanismos, iniciativas e programas foram exclusivamente
desenhados para apoiar a actividade empreendedora. No entanto, foram seleccionados e
analisados quando se identificou que contêm, dentro dos seus recursos, meios de apoio
directo ou indirecto ao novo empresário e ao seu negócio.
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Programa SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores
Descrição
sumária
O SIDER tem como objectivo financiar projectos de vários ramos e sectores, com
uma forte componente em inovação e qualidade.
Inclui incentivos não reembolsáveis e reembolsáveis sem juros.
As taxas de comparticipação são diferenciadas para cada ilha.
Financiamentos entre 15.000 Euros e 2.000.000 Euros.
Principais
resultados
Até Junho de 2011, foram recebidas 652 candidaturas, que representavam um
investimento de aproximadamente 423 milhões de euros.
Os sectores com maior número de candidaturas foram os do comércio (229) e
turismo (157) que, em conjunto, representaram quase 60% do total de candidaturas.
Em termos de volume de investimento candidatado, os sectores mais
representativos foram a indústria (23%) e o turismo (23%).
Programa Empreende Jovem
Descrição
sumária
O programa Empreende Jovem é destinado a jovens empreendedores (18-35 anos).
Considera projectos de investimento entre 15.000 e 300.000 Euros, que promovam a
criação de empresas.
Subsídio não reembolsável com uma taxa base de 50% para as ilhas de São Miguel e
Terceira, 55% para as ilhas do Faial e Pico e de 60% para as restantes ilhas.
Poderá considerar majorações de acordo com o sector, a origem do capital, a
obtenção de prémios em concursos de empreendedorismo, ou a frequência de
cursos de empreendedorismo.
Principais
resultados
Até Junho de 2011, foram recebidas 44 candidaturas, que, no total, representavam
um investimento de aproximadamente 7 milhões de euros.
Em termos de distribuição do investimento por ilhas, destacaram-se a Ilha do Pico,
com o maior investimento (32%), São Miguel (18%) e Faial (17%).
No que se refere à distribuição por sector, o “alojamento e restauração” foi o sector
mais representativo, com cerca de 2 milhões (28%) de investimento.
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Programa PRORURAL – Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores
2007-2013
Descrição
sumária
O PRORURAL é dirigido a empresários agrícolas em nome individual e empresas
(incluindo cooperativas).
Considera apoios a actividades de: formação; melhoria das infra-estruturas;
manutenção da actividade agrícola em zonas desfavorecidas; desenvolvimento de
práticas agrícolas sustentáveis; criação de actividades turísticas em meio rural.
No âmbito da Acção 3.1.2 - Criação e Desenvolvimento de Microempresas, considera
apoios entre os 30% e os 60% das despesas elegíveis.
Principais
resultados
Foram apresentadas até ao final de 2010, 1.211 candidaturas que, no total,
representavam um investimento de aproximadamente 174 milhões de euros.
No âmbito da referida Acção 3.1.2 foram aprovados, até ao fim de 2010, 53
projectos, correspondentes a um investimento total de cerca de 5,3 milhões de
Euros.
No âmbito da Medida 1.1, que financia a instalação de jovens agricultores, foram
aprovados até ao fim de 2010, 50 projectos, totalizando cerca de 1,8 milhões de
Euros.
Programa PROPESCAS – Programa Operacional das Pescas para a Região Autónoma dos
Açores 2007-2013
Descrição
sumária
O PROPESCAS destina-se a apoiar actividades de: modernização da frota pesqueira
(incluindo financiamento para pescadores com menos de 40 anos adquirirem a sua
primeira embarcação); formação; aumento da qualidade das actividades do sector;
exploração comercial de espécies ainda não exploradas; implementação de novas
unidades produtivas e aumento das exportações.
Principais
resultados
Até ao momento, o programa tem sido relativamente incipiente no apoio à
actividade empreendedora.
A maior fatia do financiamento (72 projectos em 76) foi atribuída na linha “Portos de
Pesca, Locais de Desembarque e Abrigo”.
Os restantes quatro projectos incluem um no eixo da “Adaptação da Frota de pesca
regional” e três no eixo “Aquicultura, transformação e comercialização dos produtos
da pesca”.
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Programa PRO-EMPREGO- Programa Operacional do Fundo Social Europeu para a Região
Autónoma dos Açores 2007-2013
Descrição
sumária
O PRO-EMPREGO tem como objectivos gerais: apoiar processos de modernização do
tecido produtivo através do fomento do emprego qualificado, da aprendizagem ao
longo da vida e do empreendedorismo; apoiar a estruturação do sistema de ciência e
tecnologia e criar condições para a sua crescente aproximação ao tecido
empresarial; fomentar a empregabilidade de públicos vulneráveis a partir da
promoção das suas condições da inclusão social.
Principais
resultados
Até Dezembro de 2010 tinham sido submetidos 903 pedidos de financiamento,
representando um investimento total de cerca de 280 milhões de euros (valor
superior à dotação orçamental do Programa). Destes, cerca de 60% foram
aprovados.
Para os projectos formativos aprovados, ou com proposta de aprovação, estavam
previstos 62.897 participantes, 2.508 cursos e 4.461 acções, sendo a duração média
das acções previstas de 300 horas. Relativamente aos projectos não formativos,
como planos de estágio, programas ocupacionais ou de emprego, etc., o número de
participantes previsto foi de 7.648.
De salientar a aprovação de cerca de 2,8 milhões de euros para projectos de
formação avançada de suporte a projectos de empreendedorismo de base
tecnológica.
Iniciativa Sistema de Incentivos Fiscais à Investigação e Desenvolvimento Empresarial
(SIFIDE)
Descrição
sumária
O SIFIDE é um sistema de incentivos que abrange todas as empresas de Portugal
Continental e das Regiões Autónomas.
Permite a dedução à colecta do IRC para empresas que apostam em ID.
Programa com grande impacto na capacidade de realização de ID, a nível nacional.
Principais
resultados A utilização deste sistema de incentivos nos Açores é ainda incipiente.
Merece ainda referência o facto de a Região Autónoma dos Açores beneficiar de um
conjunto de condições fiscais mais vantajosas do que Portugal Continental: taxas de IRC, IRS
e IVA inferiores às de Portugal Continental e isenção de IMT até valores mais elevados que
os de Portugal Continental.
De referir ainda que, de acordo com os resultados do GEM Açores 2010 relativos à Condição
Estrutural “Programas Governamentais”, o nível de apoio governamental à actividade
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empreendedora é avaliado como sendo “nem suficiente nem insuficiente”. Destacam-se
pela positiva, a diversidade e a adequabilidade dos programas de apoio às novas empresas
e, pela negativa, a dificuldade de acesso aos mesmos.
No que se relaciona com a Condição Estrutural “Políticas Governamentais”, estas são
também avaliadas como sendo “nem suficientes nem insuficientes”, destacando-se pela
positiva a prioridade política atribuída ao empreendedorismo e, pela negativa, a burocracia
e a dificuldade em obter autorizações e licenças num tempo reduzido.
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2. ANÁLISE SWOT
2. Análise SWOT
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2. Análise SWOT
A análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats) permite sistematizar os
resultados das restantes análises realizadas, identificando os pontos fortes actuais do
ecossistema do empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores, que poderão ser os
seus motores de evolução, as áreas de melhoria, para as quais devem ser desenhadas
estratégias específicas, as oportunidades, que reflectem as influências positivas externas e
que importa aproveitar, e as ameaças, que importa conhecer em profundidade e se
pretendem prevenir (Figura 10).
Figura 10. Análise SWOT.
A análise cruzada das quatro áreas acima apresentadas permite ainda obter algumas
orientações complementares como as potencialidades, os constrangimentos, as
vulnerabilidades e os principais problemas relacionados com o empreendedorismo na
Região Autónoma dos Açores.
Pontos fortes Áreas de melhoria
Oportunidades Ameaças
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2.1. Pontos Fortes
População jovem
Analisando a estrutura etária da Região Autónoma dos Açores, constata-se que a população
é mais jovem que em Portugal, como um todo. Nos Açores, cerca de 1/3 da população tem
menos de 24 anos, enquanto a nível nacional apenas cerca de 1/4 da população responde a
esse critério.
Tipicamente, a população jovem é mais propensa à assumpção de riscos e ao assumir de
novos desafios, factores fundamentais no que concerne à promoção do empreendedorismo.
Vantagens competitivas em sectores específicos
Na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto de sectores que apresenta condições
particularmente favoráveis à ocorrência de iniciativas empreendedoras.
Se à partida, pelo seu dinamismo e potencial exportador, se destacam os sectores das
pescas e seus derivados e da agro-indústria relacionada com os produtos lácteos, podem
também apontar-se sectores emergentes como o mar, o turismo (em particular o turismo de
natureza), ou as energias renováveis (designadamente as relacionadas com a geotermia, o
vento, ou as ondas).
Disponibilidade de apoios governamentais orientados para o empreendedorismo
Na Região Autónoma dos Açores, as estruturas de governo encontram-se consciencializadas
para a importância da actividade empreendedora. Deste modo, sob a alçada de diferentes
Direcções Regionais, encontram-se a ser implementados diferentes programas que
disponibilizam apoio financeiro a projectos de empreendedores. Se à partida é de destacar o
Empreende Jovem, especificamente delineado para esse objectivo, merece ser mencionado
que, no âmbito do PROPESCAS e do PRORURAL, existem linhas que contemplam apoios
significativos à criação de novas empresas nos respectivos sectores (pescas e agricultura,
respectivamente).
Não sendo exclusivamente relacionado com o empreendedorismo, é de referir que a Região
Autónoma tem um enquadramento fiscal mais favorável do que Portugal Continental,
contando com taxas mais reduzidas de IRC, IRS e IVA.
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Diversidade de iniciativas de promoção da cultura empreendedora
Apesar de muitas delas estarem ainda a dar os primeiros passos, na Região Autónoma dos
Açores encontra-se no terreno um conjunto alargado de iniciativas, que têm como objectivo
promover uma cultura de empreendedorismo na Região.
Estas iniciativas consistem maioritariamente na dinamização de acções formativas e na
promoção de concursos, e estão desenhadas de forma a terem como destinatários vários
segmentos da sociedade, desde os jovens alunos de 2º e 3º ciclo, aos profissionais instalados
e aos docentes e investigadores da Universidade dos Açores.
Dinamização de diferentes iniciativas visando a criação de Parques de Ciência e Tecnologia
Neste momento estão a ser dinamizadas nos Açores diferentes iniciativas de Parques de
Ciência e Tecnologia / Parques Tecnológicos, encontrando-se as mesmas em diferentes
estados de maturação.
Em todo o mundo, estas infra-estruturas são instrumentos dinamizadores da actividade
empreendedora, em particular do empreendedorismo tecnológico e de maior valor
acrescentado, contando para tal com espaços e serviços associados a incubação de
empresas.
2.2. Áreas de Melhoria
Baixo nível de formação da população
Globalmente, a Região Autónoma dos Açores apresenta uma população menos qualificada
do que qualquer das restantes regiões portuguesas. De acordo com os dados provisórios dos
Censos 2011 (INE, 2011) apenas 8,4% da população concluiu um nível de formação superior
e 10% concluiu um nível secundário.
Este baixo nível de formação tem seguramente consequências ao nível da capacidade
empreendedora da população, em particular no que concerne à criação de negócios mais
inovadores, com maior valor acrescentado.
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Reduzida dimensão (e fragmentação) do mercado local
Ao nível da dimensão do mercado, os Açores ressentem-se do facto de serem uma região
insular e ultraperiférica.
Com cerca de 250.000 habitantes distribuídos de forma assimétrica pelas diferentes ilhas
(56% em S. Miguel, 23% na Terceira e 21% nas restantes ilhas), o mercado local é de
reduzida dimensão. No mesmo sentido, a distância a que se encontram os restantes
mercados (não só os mercados internacionais mas mesmo as restantes regiões portuguesas)
dificultam a dinamização de redes empresariais e o estabelecimento de canais de
comercialização dos produtos.
Reduzido dinamismo do tecido socioeconómico
O tecido económico dos Açores é de reduzida dimensão, concentrando-se num conjunto
limitado de sectores e sobretudo nas ilhas de maior dimensão populacional. A falta de um
ambiente de inovação e de desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços, é
seguramente um entrave à existência de actividades empreendedoras na Região. Nesta
âmbito, merece referência o facto das despesas de ID da Região em percentagem do PIB
serem de apenas 0,46% em 2008 (a média nacional nesse ano foi de 1,55%), sendo
significativo que apenas 14,8% deste valor tenha origem no sector privado.
Baixa cultura de empreendedorismo
A Taxa de Actividade Empreendedora nos Açores era de apenas 3,5% em 2010, revelando-se
mais baixa do que a de Portugal Continental (4,4%) e abaixo da dos restantes países
membros da União Europeia (5,2%) no mesmo ano.
Na Região Autónoma dos Açores é reconhecida uma cultura avessa ao risco, que é
transversal a toda a sociedade açoriana.
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Reduzido valor acrescentado dos serviços de apoio ao empreendedorismo
Hoje em dia, apesar de existirem várias iniciativas no terreno, existem poucas estruturas de
apoio ao empreendedorismo. Mesmo nas estruturas já existentes, os serviços oferecidos são
de reduzida complexidade, tendo como base, sobretudo, a disponibilização de espaços a
preços inferiores aos do mercado. Os serviços adicionais disponibilizados estão muito ligados
a assessorias jurídicas ou divulgação de informação, não cobrindo aspectos como a
transferência de tecnologia ou conhecimento, promoção da inovação, networking, apoio à
internacionalização, etc.
2.3. Oportunidades
Relação histórica com EUA e Canadá
A Região Autónoma dos Açores é o território europeu mais próximo dos Estados Unidos e do
Canadá. Esta proximidade faz com que historicamente exista uma relação próxima entre
estes países e os Açores, que se materializou em sucessivas vagas de emigração, que estão
na origem da existência de comunidades açorianas significativas nestes países. Hoje em dia
as comunidades açorianas nos EUA e no Canadá representam cerca de um milhão de
pessoas, cerca de quatro vezes mais do que a população do arquipélago. Esta relação
constitui-se como uma oportunidade, quer no sentido de atracção de potenciais
empreendedores, quer no estabelecimento de redes de apoio ou canais de distribuição para
novas empresas a serem criadas nos Açores.
Características geográficas específicas
As características geográficas, biológicas e mesmo socioeconómicas muito específicas, fazem
dos Açores um verdadeiro laboratório natural para a investigação e para a aplicação de
métodos inovadores e originais, que podem ter consequências positivas na área do
empreendedorismo.
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2.4. Ameaças
Debilidades económicas do País
Portugal vive, desde há algum tempo, algumas debilidades económicas, que têm
condicionado o desenvolvimento regional e a capacidade de investimento.
Estas debilidades fazem-se sentir também nos Açores e podem ter um particular relevo na
área do empreendedorismo, sendo um factor inibidor da tomada de riscos e do lançamento
de novos negócios.
Concorrência de outras regiões
Hoje em dia, a temática do empreendedorismo é assumida como uma prioridade um pouco
por todo o mundo. Vários países, regiões e até municípios, têm vindo a adoptar e
desenvolver estratégias tendentes à criação de novas empresas e negócios de maior valor
acrescentado.
A existência destas dinâmicas tornará seguramente o processo de atracção de novas
empresas e empreendedores para os Açores um desafio mais exigente.
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3. ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS
3. Orientações
estratégicas
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3. Orientações estratégicas
A estratégia delineada para o fomento do empreendedorismo na Região Autónoma dos
Açores pressupõe a concretização de diferentes níveis de definição estratégica: Visão,
Missão, Linhas de Orientação Estratégica e Objectivos (Figura 11).
Figura 11. Níveis de definição da estratégia.
No âmbito do planeamento estratégico, a Visão é o fio condutor de toda a estratégia de
desenvolvimento proposta; corresponde, na prática, ao cenário que se pretende alcançar a
médio-longo prazo.
Directamente relacionada com a Visão, encontra-se a Missão, que pretende, com base na
Visão estabelecida, orientar a acção dos agentes envolvidos.
Ambas, Visão e Missão, deverão ser expressas de forma simples e clara, para que possam ser
facilmente interiorizadas pelos actores envolvidos, facilitando a sua mobilização em torno da
estratégia definida.
Enquadradas pela Visão e pela Missão, são elaboradas as Linhas de Orientação Estratégica,
que se estruturam neste caso nos seis grandes domínios de análise dos ecossistemas do
empreendedorismo considerados: Capital humano, Empresas e mercados, Políticas e
programas, Apoio financeiro, Cultura empreendedora e Infra-estruturas e serviços de apoio.
Por último, para cada uma das Linhas de Orientação definidas são apresentados diferentes
Objectivos, que se pretendem alcançar com a implementação da estratégia.
Visão
Missão
Linhas de Orientação Estratégica
Objectivos
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3.1. Visão e Missão
Conforme foi referido, a Visão corresponde na prática ao cenário prospectivo que se
pretende alcançar. Constitui o quadro de referência estratégico que permite orientar a
elaboração dos níveis de definição estratégica subsequentes e onde se devem integrar as
iniciativas definidas no âmbito do Plano. O próprio processo de definição da Visão permite
recolher pistas sobre o caminho a percorrer e motivar reflexões em torno da estratégia a
adoptar.
Deste modo, a Visão proposta no âmbito do Plano Estratégico para o Fomento do
Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores é:
Visão
Em 2020, a Região Autónoma dos Açores será reconhecida, a nível nacional e internacional,
por um ecossistema particularmente favorável ao empreendedorismo numa região insular e
ultraperiférica.
Com base nesta Visão, é proposta a seguinte Missão:
Missão
Os actores do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, onde se incluem o Governo
Regional, as Autarquias Locais, a Universidade, as Escolas, as Empresas e a sociedade civil,
deverão intervir de forma concertada nos seus diferentes domínios de actuação para
fomentar a actividade empreendedora na Região e maximizar os resultados
socioeconómicos daí decorrentes.
Note-se que na Missão elaborada é possível destacar, de uma forma sintética, as respostas
às questões “Quem?”: os actores do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, “Onde
intervir?”: nos seis domínios do ecossistema do empreendedorismo, nomeadamente capital
humano, empresas e mercados, políticas e programas, apoio financeiro, cultura
empreendedora e infra-estruturas e serviços de apoio; e “Com que objectivos intervir?”:
fomentar a actividade empreendedora e maximizar os resultados socioeconómicos daí
decorrentes.
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3.2. Linhas de Orientação Estratégica e Objectivos
As Linhas de Orientação Estratégica encontram-se forçosamente enquadradas pela Visão e
pela Missão procurando detalhá-las considerando elementos específicos. No caso deste
Plano elas abordam os seis grandes domínios de análise dos ecossistemas do
empreendedorismo considerados: Capital humano, Empresas e mercados, Apoio financeiro,
Cultura empreendedora, Infra-estruturas e serviços de apoio e Políticas e programas.
Na prática, podem ser encaradas como Visões parciais em cada um dos seis domínios,
pretendendo fornecer pistas sobre o caminho a percorrer e provocar reflexões sobre a
estratégia.
Da definição destas Linhas de Orientação Estratégica decorre a explicitação de vários
corolários, correspondentes à especificação dos Objectivos que se pretendem alcançar
através da materialização da estratégia.
Estas Linhas de Orientação e Objectivos estão na base da definição dos diferentes projectos
mobilizadores a implementar.
3.2.1. Capital humano
O desenvolvimento de uma região está intrinsecamente relacionado com o nível de
qualificação dos seus recursos humanos. Dispor de recursos humanos tecnicamente
habilitados, empreendedores e inovadores é condição essencial para promover a criação de
novas empresas, fazer evoluir as empresas existentes e atrair novos investimentos
empresariais.
No que diz respeito ao Capital humano, a Região Autónoma dos Açores depara-se com duas
realidades com efeitos contrários em termos de empreendedorismo: se, por um lado, a
Região tem uma população relativamente jovem, por outro, o panorama relativo ao seu
nível de formação apresenta fragilidades. De facto, a população residente apresenta níveis
de educação inferiores às médias nacional e comunitária em todos os níveis de ensino
(básico, secundário e universitário).
De modo a debelar esta fragilidade, a Região deve promover activamente a qualificação dos
seus cidadãos, em todos os níveis de ensino, incluindo o ensino profissional e tecnológico.
Contudo, a melhoria das taxas de escolarização da população é um processo cujos
resultados apenas se fazem sentir no médio-longo prazo. Assim sendo, importa desenvolver
esforços no sentido de atrair para a Região capital humano qualificado, que possa contribuir
para alavancar a actividade empreendedora e, consequentemente, fomentar o
desenvolvimento sócio-económico da Região.
Deste modo, relativamente ao Capital humano, é possível enunciar a seguinte Linha de
Orientação Estratégica:
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O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá contribuir activamente para o
aumento das qualificações dos recursos humanos da Região e para a atracção e fixação de
empreendedores qualificados.
Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este
domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes
Objectivos:
- Aumentar os níveis de qualificação da população;
- Reforçar a oferta formativa em áreas estratégicas para a Região;
- Atrair empreendedores qualificados a nível nacional e internacional.
3.2.2. Empresas e mercados
Hoje em dia, o desenvolvimento económico e social de uma região deve passar pelo
aproveitamento dos seus factores distintivos, i.e., os factores que dificilmente possam ser
replicados por outras regiões. Estes factores distintivos, que representam o potencial de
uma região e que podem, entre outros, estar relacionados com a existência de matérias-
primas locais, de recursos humanos qualificados ou de um mercado local ou regional
exigente, devem ser valorizados, através da criação de condições para o desenvolvimento de
um tecido empresarial que deles retire vantagens económicas.
A Região Autónoma dos Açores possui inúmeros recursos endógenos, que podem promover
a criação de novas empresas e o desenvolvimento de um tecido empresarial com fortes
ligações ao território. No entanto, o reduzido dinamismo do tecido económico e a falta de
um ambiente de inovação e de desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços
colocam entraves à existência de actividades empreendedoras na Região.
Para além disso, a insularidade, a reduzida escala do Arquipélago, a fragmentação em nove
ilhas e os elevados custos de transporte e comunicação dificultam o estabelecimento de
canais de comercialização dos produtos e o acesso aos mercados externos.
Urge, deste modo, explorar o potencial dos recursos endógenos da Região e facilitar o
acesso das empresas aos mercados externos, explorando novos canais de distribuição e
promovendo o aumento, por exemplo, das relações com a diáspora açoriana (especialmente
nos EUA e Canadá).
Assim sendo, no que se relaciona com as Empresas e mercados, foi definida a seguinte Linha
de Orientação Estratégica:
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O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá contribuir activamente para o
aproveitamento de oportunidades económicas existentes na Região e para facilitar o acesso
das empresas aos mercados externos.
Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este
domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes
Objectivos:
- Explorar e divulgar o potencial económico dos recursos endógenos da região;
- Explorar e dinamizar novos canais de distribuição para produtos e serviços de
empresas açorianas;
- Facilitar o acesso a mercados externos (a nível nacional e internacional);
- Aumentar as relações com a diáspora açoriana, especialmente nos EUA e Canadá.
3.2.3. Apoio financeiro
A disponibilidade de recursos financeiros é um dos factores considerados mais críticos para
o sucesso de uma actividade empreendedora. Para a maioria dos casos, em que a
disponibilidade de recursos próprios não é suficiente, importa que o ecossistema do
empreendedorismo possa disponibilizar instrumentos de financiamento, que facilitem a
criação das novas empresas e a sua sobrevivência no mercado.
Atendendo à diversidade de perfis das novas iniciativas empresariais (necessidades de
capital, sector, risco associado, etc.) e dos próprios empreendedores (idade, formação, etc.),
importa que a oferta de mecanismos financeiros disponibilizada no ecossistema seja
diferenciada, permitindo a sua adequação aos diferentes tipos de necessidade.
Importa por isso que o ecossistema do empreendedorismo possa disponibilizar diferentes
tipos de instrumentos, que vão do tradicional acesso ao crédito, ao microcrédito, passando
por fundos de investimento, business angels, capital de risco, capital semente, bolsas ou
mesmo subsídios.
Nos Açores, estão disponíveis diferentes tipos de apoio financeiro ao empreendedorismo,
como o Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário, o Fundo de Investimento de Apoio ao
Empreendedorismo dos Açores, o FINICIA Açores e diferentes tipos de crédito
disponibilizados pela banca comercial. Apesar disso, estamos perante tipologias de apoio
financeiro “tradicionais”, sendo identificadas carências no que se relaciona com o capital de
risco e relacionados.
São de destacar no capítulo da disponibilidade de instrumentos de financiamento a
diversidade de apoios governamentais, materializados em programas como o Empreende
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Jovem, o PROPESCAS, o PRORURAL, ou o SIDER, que permitiram nos últimos tempos a
materialização de um número considerável de iniciativas empreendedoras.
Refira-se, no entanto, que nem sempre esta diversidade de oferta é equivalente a facilidade
de acesso ao referido capital. Importa por isso que essa oferta seja divulgada e o seu acesso
facilitado aos empreendedores interessados.
Desta forma, no que concerne ao Apoio financeiro, é possível definir a seguinte Linha de
Orientação Estratégica:
O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá apresentar um conjunto alargado e
coerente de instrumentos de financiamento que se adeqúem às diferentes necessidades dos
empreendedores e sejam facilmente acessíveis.
Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este
domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes
Objectivos:
- Atrair para a realidade Açoriana novas formas de financiamento associadas à
actividade empreendedora;
- Divulgar e facilitar o acesso aos mecanismos de financiamento existentes;
- Fomentar a criação de linhas de crédito e outros mecanismos financeiros específicos
para a realidade açoriana.
3.2.4. Cultura empreendedora
Em qualquer região ou país, as normas sociais e culturais vigentes têm um impacto
significativo no encorajar ou desencorajar do empreendedorismo. Aspectos como o
reconhecimento da iniciativa individual, o encarar de novos riscos e desafios, o estímulo à
criatividade e à inovação, ou a aceitação do insucesso são encarados de diferentes formas
em diferentes culturas.
Nos Açores, é reconhecida a existência de uma cultura de aversão ao risco, transversal a
toda a sociedade, que se constitui como um dos principais inibidores da actividade
empreendedora.
Conforme foi referido, é sintomático o facto de, na Universidade dos Açores, apenas uma
pequena minoria dos alunos (10%) ter como objectivo criar o seu próprio emprego,
enquanto a grande maioria dos mesmos (62%) tem como objectivo conseguir um emprego
no sector público.
Consciente desta realidade, o Governo Regional, em particular através das Direcções
Regionais da Juventude e da Educação e Formação, tem vindo a apoiar um leque alargado de
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iniciativas na área da educação para o empreendedorismo. Estas iniciativas têm subjacente a
preocupação de poderem atingir diferentes segmentos de público, de forma transversal à
sociedade. Foram identificadas iniciativas que envolvem desde os mais jovens alunos das
escolas de 2º e 3º ciclos do Ensino Básico (Programa Educação Empreendedora: o Caminho
para o Sucesso), até aos alunos, docentes e investigadores universitários (Curso de
Empreendedorismo de Base Tecnológica). Apesar de serem iniciativas relativamente
recentes, cujo impacto na mudança de mentalidades só será perceptível a longo-prazo, são
iniciativas relevantes, a que importa dar continuidade.
Paralelamente, será relevante complementar as iniciativas referidas com outras que
contribuam para valorizar a imagem social do empreendedor e aumentem o
reconhecimento público dos casos de sucesso empresarial.
Desta forma, no que se relaciona com a Cultura empreendedora, foi definida a seguinte
Linha de Orientação Estratégica:
O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá fomentar e valorizar a iniciativa, o
risco, a criatividade e a inovação e promover a tolerância ao insucesso entre a população da
Região.
Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este
domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes
Objectivos:
- Incluir no processo educativo componentes conducentes à familiarização com a
actividade empreendedora;
- Valorizar a imagem social do empreendedor;
- Contrariar os códigos sociais vigentes de aversão ao risco e à iniciativa privada;
- Fomentar uma cultura de criatividade e inovação;
- Divulgar casos de sucesso empresarial do Arquipélago.
3.2.5. Infra-estruturas e serviços de apoio
A existência de um ambiente estruturado de apoio à actividade económica é essencial para
promover a actividade empreendedora. Como ambiente estruturado e atractivo entende-se
não apenas as infra-estruturas físicas mas também os serviços profissionais e de
aconselhamento a empresas em fase nascente.
Em termos de infra-estruturas, a Região Autónoma dos Açores apresenta, actualmente, um
conjunto limitado de espaços para acolher novas empresas. Entre as infra-estruturas
existentes, destacam-se o Ninho de Empresas do Azores Parque e o Espaço de
Desenvolvimento Empresarial e Tecnológico (EDET), que disponibilizam espaços para
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instalação de empresas na sua fase inicial. No que se relaciona com o apoio prestado, estas
duas infra-estruturas ficam aquém do esperado para uma incubadora de empresas: os
serviços oferecidos são de reduzida complexidade, tendo como base, sobretudo, a
disponibilização de espaços a preços inferiores aos do mercado. Os serviços adicionais
disponibilizados estão muito ligados a assessorias jurídicas ou divulgação de informação, não
cobrindo aspectos como a transferência de tecnologia ou conhecimento, promoção da
inovação, networking, apoio à internacionalização, etc.
Refira-se que se encontram em fase de projecto ou implementação diferentes iniciativas que
irão previsivelmente contribuir para a mudança do cenário actual. Destacam-se a nova
incubadora de empresas da Universidade dos Açores, desenvolvida no âmbito do projecto
InCUBE e o Nonagon, Parque Tecnológico de S. Miguel.
Importa assegurar que estas iniciativas sejam complementadas com a melhoria da qualidade
dos serviços prestados aos empreendedores na Região, de forma a facilitar a criação de
novas empresas e a aumentar o seu potencial de sobrevivência.
Com base no enunciado, no que se relaciona com as Infra-estruturas e serviços de apoio, foi
proposta a seguinte Linha de Orientação Estratégica:
Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este
domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes
Objectivos:
- Consolidar a rede de infra-estruturas de apoio aos empreendedores;
- Fomentar a qualidade e a variedade dos serviços de aconselhamento e de
consultoria aos empreendedores;
- Assegurar o acesso a infra-estruturas básicas (comunicação, energia, …).
3.2.6. Políticas e programas
Nos últimos anos e devido sobretudo à crise económica, os governos a nível europeu e
mundial têm atribuído uma maior importância ao empreendedorismo, enquanto meio de
criação de emprego, de promoção da competitividade e de fomento da criatividade e da
inovação.
Na Região Autónoma dos Açores, o Governo Regional, através de várias das suas Secretarias,
tem demonstrado igualmente uma preocupação crescente com as condições facilitadoras do
O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá estar dotado de um conjunto de
infra-estruturas e serviços de apoio acessíveis aos empreendedores, que facilitem a
instalação das empresas e cubram, de uma forma integrada, as suas necessidades tangíveis e
intangíveis.
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empreendedorismo e tem actuado no sentido de implementar medidas concretas. Entre as
medidas de apoio ao empreendedorismo implementadas pelo Governo Regional, destacam-
se o SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores e o
Programa Empreende Jovem.
Há ainda a apontar o regime fiscal em vigor nos Açores que oferece condições favoráveis às
empresas locais em relação às de outras regiões do País, em especial no que se refere ao IRC
e ao IVA.
No entanto, existem ainda algumas lacunas que deverão ser colmatadas a curto prazo no
sentido de optimizar a intervenção do Governo Regional dos Açores no ecossistema do
empreendedorismo. Assim, é importante rever os programas de incentivo existentes e, em
particular, as suas condições de acesso, de forma a garantir que se adequam às necessidades
e contingências da actividade empreendedora nos Açores.
É também necessário posicionar o empreendedorismo como prioridade política transversal
às diferentes instâncias do Governo, de modo a criar condições facilitadoras da actividade
empreendedora.
Desta forma, no que se relaciona com as Políticas e programas, foi possível definir a seguinte
Linha de Orientação Estratégica:
O ecossistema do empreendedorismo dos Açores deverá ser considerado uma prioridade
política regional, reflectida num enquadramento regulatório e institucional favorável ao
fomento da actividade empreendedora.
Deverá também estar dotado de um conjunto coerente de programas de apoio, que se
adaptem às diferentes necessidades dos projectos inovadores e sejam facilmente acessíveis.
Tendo em conta esta Linha de Orientação Estratégica e os elementos recolhidos sobre este
domínio no âmbito dos trabalhos de diagnóstico, é possível apresentar os seguintes
Objectivos:
- Posicionar o empreendedorismo como prioridade política transversal às diferentes
instâncias governamentais;
- Simplificar os procedimentos associados à actividade empresarial, em particular os
relacionados com a criação e licenciamento de empresas;
- Rever os programas de incentivo, de forma a favorecer aspectos como o fomento da
relação universidade-empresa e a promoção do acesso a novos mercados;
- Facilitar o acesso aos programas de incentivo à actividade empreendedora.
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4. PLANO DE ACÇÃO
4. Plano de
Acção
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4. Plano de Acção
No sentido de materializar a estratégia definida, importará que o Plano Estratégico para o
Fomento do Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores, não só identifique novas
propostas de actuação, mas também considere as iniciativas já no terreno, que serão
merecedoras de continuidade.
O processo de reflexão adoptado encontra-se apoiado na realização de uma análise cruzada
que permite, para os diferentes domínios considerados, analisar em conjunto o Panorama
actual, medido a partir de diferentes indicadores, e as Iniciativas para melhoria identificadas
desse domínio do ecossistema (Figura 12).
Figura 12. Quadrantes orientadores da estratégia.
Considerando a representação gráfica da Figura, os domínios que se encontrem no
quadrante inferior esquerdo serão aqueles merecedores de uma intervenção mais profunda,
pois terão sido encontrados resultados insuficientes e, paralelamente, também serão
consideradas insuficientes as iniciativas tendentes a inverter este panorama. Já os domínios
do quadrante superior esquerdo serão aqueles com resultados ainda insuficientes, mas já
com iniciativas implementadas no sentido de mudar o panorama actual. Por fim, nos
quadrantes do lado direito da figura encontrar-se-ão os domínios em que o panorama actual
é mais favorável ao empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores: na parte superior,
posicionam-se aqueles com mais iniciativas no terreno, e no inferior os com menor número
e dimensão de iniciativas identificadas.
Panorama actual
Inic
iati
vas
par
a m
elh
ori
a
Panorama actual considerado insuficiente
Iniciativas para melhoria consideradas suficientes
Panorama actual considerado suficiente
Iniciativas para melhoria consideradas insuficientes
Panorama actual considerado insuficiente
Iniciativas para melhoria consideradas insuficientes
Panorama actual considerado suficiente
Iniciativas para melhoria consideradas suficientes
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4.1. Principais iniciativas a manter
De uma forma empírica, é possível representar graficamente o posicionamento dos seis
domínios do ecossistema do empreendedorismo dos Açores de acordo com a seguinte figura
(Figura 13):
Figura 13. Posicionamento dos diferentes domínios do ecossistema do empreendedorismo nos quadrantes
orientadores da estratégia.
Denota-se assim que os domínios “Capital humano” e “Empresas e mercados” serão aqueles
nos quais a intervenção será prioritária. A estratégia para o fomento do empreendedorismo
na Região Autónoma dos Açores deverá encontrar formas para alterar o panorama vigente.
Este panorama é particularmente marcado, no primeiro caso, pelos baixos níveis de
formação da população e, no segundo caso, pela reduzida dimensão do mercado local e pela
dificuldade de acesso aos mercados externos à Região.
Numa situação diferente encontra-se o domínio “Cultura empreendedora”. Enquanto o
panorama actual é considerado manifestamente insuficiente, subsistindo na sociedade
açoriana uma mentalidade pouco propensa ao empreendedorismo, foram identificadas
iniciativas tendentes a inverter esta situação, a que importa dar continuidade. De entre estas
acções destacam-se as relacionadas com a promoção do empreendedorismo nos diferentes
níveis de ensino e a promoção dos concursos de empreendedorismo, designadamente:
Panorama actualIn
icia
tiva
s par
a m
elh
ori
a
Infra-estruturas e serviços de apoio
Apoio financeiro
Empresas e
mercados
Capital humano
Cultura empreend.
Políticas e programas
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Programa Educação
Empreendedora
Programa de formação orientado para alunos e professores do Ensino
Básico, do Ensino Secundário e do Ensino Profissional.
Inclui a realização do Concurso IdeiAçores e a criação de Clubes de
Empreendedorismo nas Escolas.
Centro de
Empreendedorismo
na UAc
Estrutura da Universidade dos Açores aberta à sociedade orientada para o
fomento do empreendedorismo entre alunos e docentes.
Concurso Regional de
Empreendedorismo
Concurso para premiar os melhores projectos de potenciais
empreendedores açorianos.
No domínio “Infra-estruturas e serviços de apoio” foi considerado que o panorama actual da
Região se encontrava numa posição intermédia, sendo que apesar de existirem já algumas
infra-estruturas e serviços disponíveis nos Açores, estas focam-se sobretudo num apoio
considerado mais básico. Não estando ainda num estado de desenvolvimento amadurecido,
são de destacar as seguintes iniciativas, pela sua relevância para a região e pelo seu
potencial de integração com outras iniciativas propostas no âmbito deste Plano:
Nonagon Parque Tecnológico da Região Autónoma dos Açores, ainda em fase de
construção.
Rede de Gabinetes do
Empreendedor
Rede de oito gabinetes (em todas as ilhas excepto o Corvo) para
atendimento personalizado a empresas e futuros empresários.
Rede Prestige Azores
Rede internacional de Conselheiros, em fase de amadurecimento, onde se
pode enquadrar o aconselhamento no âmbito da promoção de novas
empresas.
Aproveitando estas iniciativas já lançadas, a estratégia para o fomento do
empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores deverá encontrar mecanismos que
permitam por um lado aumentar abrangência da infra-estrutura de apoio existente e, por
outro lado, aumentar também a complexidade e o valor acrescentado significativo dos
serviços prestados.
Por fim, num quadrante mais favorável encontram-se os domínios “Políticas e programas” e
“Apoio financeiro”. No que concerne às “Políticas e programas”, denota-se nos Açores um
forte envolvimento político na temática do empreendedorismo, traduzido na existência de
diferentes programas de apoio à actividade empreendedora. Para além dos programas
PRORURAL, PROPESCAS e PRO-EMPREGO, todos eles com linhas específicas orientadas para
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o apoio à criação de novas empresas, destaca-se pela sua relação específica com a actividade
empreendedora:
Empreende Jovem Programa de apoio financeiro (não reembolsável) destinado a jovens
empreendedores (18-35 anos).
No que se relaciona com o “Apoio financeiro”, existem também nos Açores condições
favoráveis ao acesso a capitais pela parte de empreendedores com diferentes tipos de
necessidades. Destacam-se neste caso:
Regime de Apoio ao
Microcrédito Bancário
Regime que facilita o acesso a pequenos financiamentos, dirigido a
empreendedores açorianos que se encontrem desempregados, à
procura de primeiro ou novo emprego
Fundo de Investimento de
Apoio ao
Empreendedorismo dos
Açores (FIAEA)
Fundo de capital de risco direccionado para projectos de micro,
pequenas e médias empresas.
4.2. Propostas de acção
Uma vez identificadas as principais iniciativas existentes na Região Autónoma dos Açores a
que importa dar continuidade no âmbito deste Plano Estratégico para o Fomento do
Empreendedorismo, importa avançar no sentido da definição das novas propostas de
actuação.
A proposta das novas iniciativas tem em consideração que a abordagem ao
empreendedorismo, como a qualquer ecossistema, deve ser holística: não bastará actuar
sobre um ou dois dos domínios do sistema, sendo necessário actuar em paralelo sobre os
diferentes domínios, não esquecendo as inter-relações entre estes. A concretização da
estratégia de desenvolvimento deverá ser efectuada de modo transversal, tendo em
consideração as diferentes linhas de orientação estratégica apresentadas.
Assim, no processo de definição dos projectos a desenvolver, foi dada prioridade a iniciativas
estruturantes que permitam obter inputs positivos nas diferentes linhas. Deste modo, foi
definida a seguinte carteira de Projectos estruturantes:
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START-UP AZORES Implementação de programa internacional de atracção de
empreendedores qualificados
EMPREENDE AÇORES Implementação de programa de formação-acção para fomento do
empreendedorismo relacionado com os produtos endógenos dos Açores
INCUBA AÇORES Estabelecimento da incubadora de empresas de referência nos Açores
BIC AZORES Estabelecimento de um Business Innovation Centre nos Açores
OBSERVATÓRIO DO
EMPREENDEDORISMO
Implementação de estrutura de monitorização da evolução do ecossistema
do empreendedorismo dos Açores
AZORES ANGELS Criação de uma rede de Business Angels nos Açores
ENTERPRISE AZORES Implementação de programa de promoção da visibilidade externa do
ecossistema do empreendedorismo dos Açores
Em seguida apresentam-se, em detalhe, os diversos projectos estruturantes propostos. Para
cada um deles foi desenvolvida uma “ficha de projecto” onde se destacam os respectivos
objectivos, a descrição (incluindo a apresentação de casos de estudo nacionais e
internacionais relacionados), as principais actividades a desenvolver, a sua calendarização e
uma estimativa orçamental.
A estimativa orçamental é indicativa e encontra-se apresentada em intervalos de valores
que permitem classificar os projectos:
- Tipo A: inferior 500.000 Euros;
- Tipo B: de 500.000 a 2.000.000 de Euros;
- Tipo C: superior a 2.000.000 de Euros.
Para os diferentes projectos, esta estimativa considera as actividades previstas ao longo dos
cinco anos de implementação do Plano. Foram assumidos os custos globais dos projectos,
independentemente de estes poderem vir a recorrer a recursos humanos ou financeiros
disponíveis no âmbito de programas ou iniciativas já existentes.
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4.2.1. Projecto 1. Start-Up Azores
Nome:
Start-Up Azores – Implementação de programa internacional de atracção de
empreendedores qualificados
Objectivos:
Atrair e fixar na região empreendedores qualificados;
Dar visibilidade internacional aos Açores como Região com ambiente particularmente
favorável ao empreendedorismo;
Facilitar o acesso a redes e serviços de apoio internacionais;
Facilitar o acesso das novas empresas a mercados externos (a nível nacional e internacional);
Aumentar as relações com a diáspora açoriana, especialmente nos EUA e Canadá.
Descrição:
Conforme tem vindo a ser referenciado, a Região Autónoma dos Açores depara-se hoje em
dia com uma população pouco qualificada, apresentando níveis de formação abaixo dos das
restantes regiões portuguesas, quer no Ensino Secundário, quer no Ensino Superior. Estes
baixos níveis de formação têm consequências negativas na capacidade empreendedora da
Região, em particular no que concerne à criação de negócios mais inovadores e com maior
valor acrescentado.
Importa por isso, para além de continuar a desenvolver esforços no sentido de qualificar a
população e de estimular entre ela uma cultura de empreendedorismo, desenvolver uma
estratégia integrada que permita aos Açores captarem empreendedores qualificados,
oriundos de outras regiões do globo.
Deste modo, o projecto Start-Up Azores foi definido considerando uma intervenção nos
diferentes domínios do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, tendo em vista o
reforço da sua componente internacional.
O Start-Up Azores é um programa de atracção de empreendedores qualificados, que tem
como exemplo inspirador o Programa Start-Up Chile, criado pelo Governo Chileno para
atingir os mesmos fins.
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Um dos primeiros passos na elaboração do Start-Up Azores será a definição de um conjunto
de apoios especificamente orientados para facilitar a instalação de empreendedores
estrangeiros nos Açores.
Programa Start-Up Chile, Chile
O Start-Up Chile foi criado pelo Governo do Chile,
com o objectivo de transformar o Chile no centro da
inovação e do empreendedorismo da América Latina.
O Programa está orientado para a atracção de talento através da captação de empreendedores
de alto potencial, que possam usar o Chile como plataforma para todo o mundo.
Contribuindo activamente para a imagem externa do Chile como país empreendedor, o Start-Up
Chile tem merecido reconhecimento em vários media internacionais, com destaque para a
publicação de artigos em revistas e jornais como Forbes, The Economist, BusinessWeek e Financial
Times. O Programa tem inspirado a criação de outras iniciativas como o Startup America, o
Startup Greece, ou o Startup Italy.
Em 2010, na fase piloto do Programa, foram atraídas 22 start-ups de 14 países (incluindo
Portugal). A meta é atrair 300 empresas em 2011 e 1.000 em 2014. Em 2011, foram recebidas
mais de 1.500 candidaturas no total dos 3 concursos abertos durante o ano.
Apoios concedidos pelo Programa Start-Up Chile, Chile
Um dos principais atractivos do Start-Up Chile é a disponibilização de 40.000
USD por projecto para a sua instalação no Chile e para o seu primeiro ano de
vida.
O Programa disponibiliza espaços físicos para instalação das empresas e permite a atribuição de
um visto de residência aos membros da equipa de projecto e seus familiares, promovendo desta
forma um ambiente mais favorável à instalação num país estrangeiro.
Além disso, o Start-Up Chile destaca-se pela sua abrangência internacional, permitindo o acesso a
uma rede de mentores de vários países, pela realização de actividades de networking com
especialistas à escala global e pelo apoio especializado para a obtenção de financiamentos a nível
internacional.
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Note-se que, nos Açores, a insularidade e a ultraperificidade reduzem o potencial do
mercado local, com possíveis consequências negativas ao nível da capacidade de atracção de
empresas. Importa por isso, no âmbito do Programa Start-Up Azores, promover por um lado
a selecção de empresas com uma visão internacional e global do seu negócio e, por outro,
criar redes de ligação ao exterior que permitam apoiar a internacionalização dos projectos
empresariais seleccionados.
Rede de Apoiantes (Advocates) do Start-Up Chile, Chile
O Programa Start-Up Chile criou uma rede global de apoiantes,
constituída por diferentes personalidades, chilenos ou não, que um
pouco por todo o mundo auxiliam o Start-Up Chile a atingir a sua
missão. Entre os diferentes contributos prestados podem-se
encontrar:
- Identificação de potenciais candidatos e encaminhamento para o Programa;
- Fornecimento de apoio especializado aos empreendedores aceites no Start-Up Chile;
- Disseminação do Start-Up Chile na sua região, incluindo a apresentação do Programa
junto de universidades, incubadoras, centros de empreendedorismo, entre outros;
- Apoio na expansão da rede de universidades, empresas de capital de risco, business
angels, governos e empreendedores associados ao Programa.
A este respeito são de referenciar as sinergias que poderão ser procuradas com a Rede
Prestige Azores, recentemente promovida pela DRCTC. Trata-se, como já referido, de uma
rede internacional de Conselheiros, descendentes de açorianos ou pessoas que estejam
directamente envolvidas com os Açores, residentes fora da Região e cujo trabalho tenha
relevância em áreas científicas e/ou tecnológicas. Os Conselheiros disponibilizam-se para
responder a questões e a disponibilizar informações, onde se pode enquadrar o
aconselhamento no âmbito da promoção de novas empresas.
No mesmo sentido, existirão sinergias com outras iniciativas e com outros actores da
realidade açoriana que importa aproveitar. O Programa deverá ter uma atitude pró-activa na
sua articulação, no sentido destas iniciativas e actores poderem ser envolvidos, contribuindo
para maximizar o seu potencial.
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Red de Mentores, Chile
A Red de Mentores tem como objectivo acelerar a
trajectória de crescimento dos empreendedores de
elevado potencial no Chile, através de uma tutoria
personalizada, centrada em questões-chave do negócio.
A Rede procura combinar profissionais experientes e empreendedores, de acordo com as áreas
de especialização dos mentores e as necessidades dos empreendedores que estão sob a tutoria.
De momento, a Rede abrange mais de 150 mentores, incluindo empresários e gestores
qualificados, oriundos de áreas diversificadas. Este grupo de mentores tem um conhecimento
profundo dos mercados chileno e global e está disposto a partilhá-lo com outras empresas.
A sua actuação no programa é voluntária e não implica remuneração, sendo que o envolvimento
mínimo será de 10 horas repartidas por um semestre.
Para beneficiar do apoio da Red de Mentores, é necessário passar por um processo constituído
por várias etapas, que inclui o desenvolvimento de um plano de trabalhos a 6 meses.
Considerando as suas diferentes componentes, a estruturação do Start-Up Azores deverá
assentar na consolidação de três eixos:
- Eixo 1: Disponibilização de apoios à instalação
A incluir nomeadamente:
o Espaço físico (potencialmente em articulação com o Nonagon);
o Procedimentos administrativos de abertura da empresa;
o “Envelope financeiro” para instalação da empresa;
o Procedimentos administrativos associados à obtenção de visto de trabalho
(onde aplicável);
- Eixo 2: Disponibilização de conjunto abrangente de serviços de apoio
A incluir nomeadamente:
o Equipa técnica do Programa;
o Rede de “conselheiros” (potencialmente com o apoio da Rede Prestige,
definindo papéis a desempenhar);
o Rede de mentores em articulação com diferentes actores regionais,
nacionais e internacionais;
o Repositório de apoios financeiros disponíveis, a nível nacional e
internacional;
- Eixo 3: Estratégia de comunicação a nível internacional
Em articulação com o Projecto Enterprise Azores, apresentado neste documento.
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Naturalmente, um dos factores críticos associados à implementação do Start-Up Azores
relaciona-se com a necessidade de um rigoroso e criterioso processo de selecção, dando
prioridade a empresas com uma visão internacional da sua actividade, que possam ter nos
Açores a sua base de actuação.
Pretende-se que a consolidação dos três eixos do Start-Up Azores permita atrair para os
Açores um conjunto alargado de empreendedores e de novas empresas com elevado valor
acrescentado, que permitam dinamizar a economia da Região e que contribuam
activamente para o reconhecimento internacional pelo seu ecossistema particularmente
favorável ao empreendedorismo.
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas e
mercados
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr. e
serv. apoio
Políticas e
programas
START-UP
AZORES +++ ++ ++ ++ ++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
Actividades:
ACTIVIDADE 1. Elaboração do plano estratégico do Start-Up Azores:
- Definição da estrutura organizacional;
- Definição do perfil da equipa técnica;
- Estruturação dos apoios a disponibilizar;
- Definição do regulamento e condições de acesso;
- Elaboração da estratégia comunicacional;
- Definição do modelo de financiamento.
ACTIVIDADE 2. Desenvolvimento das actividades preparatórias do Programa:
- Contratação da equipe técnica e operacionalização da estrutura;
- Criação de rede de mentores na área do apoio ao empreendedorismo;
- Criação de rede internacional de conselheiros;
- Atracção de fundos de financiamento;
- Adesão a redes internacionais de apoio ao empreendedorismo.
ACTIVIDADE 3. Implementação do Programa:
- Implementação e avaliação da primeira edição “piloto” do Start-Up Azores;
- Implementação “cruzeiro” do Start-Up Azores.
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Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Estimativa orçamental:
Tipo B
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4.2.2. Projecto 2. Empreende Açores
Nome:
Empreende Açores – Implementação de programa de formação-acção para fomento do
empreendedorismo relacionado com os produtos endógenos dos Açores
Objectivos:
Explorar e divulgar o potencial económico dos recursos endógenos da Região através da
actividade empreendedora;
Explorar e dinamizar novos canais de distribuição para produtos e serviços de empresas
açorianas;
Facilitar o acesso das novas empresas a mercados externos (a nível nacional e internacional);
Fomentar a cultura de empreendedorismo na Região.
Descrição:
Conforme tem vindo a ser referenciado, na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto
de sectores e de produtos que apresentam condições particularmente favoráveis à
ocorrência de iniciativas empreendedoras.
Se à partida, pelo seu dinamismo e potencial exportador, se destacam os sectores das
pescas e seus derivados e da agro-indústria relacionada com os produtos lácteos, podem
também apontar-se sectores emergentes como o turismo (em particular o turismo de
natureza), outras actividades relacionadas com o mar (por exemplo, biotecnologia marinha)
ou as energias renováveis (designadamente as relacionadas com a geotermia, o vento, ou as
ondas).
Importa por isso divulgar o potencial económico dos recursos endógenos da Região,
contribuindo activamente para o aproveitamento das oportunidades existentes e para a
promoção do acesso das empresas aos mercados externos.
Tendo em consideração que, em alguns dos sectores indicados, em particular nos
relacionados com a actividade agrícola e com as pescas, o universo dos stakeholders é
constituído por uma população pouco qualificada e com baixa taxa de actividade
empreendedora, importa incentivar a criação de capacidades e competências no sentido de
contribuir para a alteração do panorama vigente.
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Projecto Emprendedores Rurales de Canarias - Programa
RuralEES, Ilhas Canárias, Espanha
O RuralEES é um programa de fomento e promoção da
economia social nas zonas rurais das ilhas Canárias, com
origem no Programa Leader II. Desenvolvido pela
Federação Canária de Desenvolvimento Rural
(FEDERCAN) em parceria com diferentes associações de
desenvolvimento local, é orientado para a geração do
auto-emprego.
No âmbito do RuralEES, a FEDERCAN desenvolveu o projecto Emprendedores Rurales de Canarias,
que procurou dinamizar o empreendedorismo junto da população rural das ilhas. O projecto
incluiu diferentes tipos de acções, onde se destacam:
- o aconselhamento os procedimentos e requisitos para iniciar um novo negócio e
concretizar uma ideia;
- o apoio especializado no desenvolvimento de um plano de negócios;
- o apoio à elaboração de candidaturas a programas de financiamento;
- a disponibilização de formação e acompanhamento especializado.
Destaca-se como actividade específica a elaboração de um manual de apoio ao empreendedor
(“Manual práctico de emprendeduria”) e a disponibilização de vários estudos de viabilidade de
“negócios-tipo” (restaurante, apoio domiciliário, casa de turismo rural, empresa de artesanato,
exploração caprina, …).
Importa referir que, no caso dos Açores, no âmbito do PRORURAL, existem experiências com
alguns paralelismos com o exemplo descrito. O PRORURAL adoptou também uma
“abordagem LEADER”, estando esta na origem da criação de diferentes Grupos de Acção
Local com vista a conseguir resultados mais adaptados às diversas realidades locais.
O PRORURAL considera uma acção específica para a “Criação e Desenvolvimento de
Microempresas”. Esta acção tem como objectivo proporcionar condições para a criação e
desenvolvimento de iniciativas empresariais nas zonas rurais, tendo em vista a consolidação
e diversificação do tecido económico. Deste modo pretende-se contribuir para a criação de
emprego, sobretudo junto da população mais jovem, para a igualdade de oportunidades
entre homens e mulheres e para o estabelecimento de um modelo de cariz mais empresarial
ao nível destes territórios.
No âmbito desta acção foram aprovados, até ao fim de 2010, 53 projectos, correspondentes
a um investimento total de cerca de 5,3 milhões de Euros.
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Com base nestes resultados, importa encontrar mecanismos que permitam alargar este tipo
de iniciativas a outras áreas da sociedade açoriana, permitindo a criação de negócios
noutros sectores.
Neste sentido é proposto, com este projecto, o desenvolvimento de um programa de
formação-acção para o fomento do empreendedorismo relacionado com os produtos
endógenos dos Açores. Atendendo ao expectável reduzido nível de qualificação dos
potenciais empreendedores nestes sectores, a componente de “acção” deverá ser
detalhadamente programada, de forma a assegurar um acompanhamento muito próximo do
empreendedor e a aumentar o seu potencial de sucesso na criação de um novo negócio.
Projecto Dona Empresa
A Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias
desenvolveu o Projecto Dona Empresa, orientado para
o Apoio ao Empreendedorismo de Mulheres.
O projecto envolveu várias dezenas de mulheres
desempregadas e visou a criação e desenvolvimento
de competências empreendedoras, com vista à sua
integração no mercado de trabalho através da criação do próprio emprego. Paralelamente
pretendeu estimular a criação de novas empresas e oportunidades de emprego e fornecer
ferramentas adequadas às potenciais empreendedoras.
Metodologicamente, o projecto foi constituído por duas fases: um programa de formação
desenhado para dotar as formandas das competências necessárias para a criação e gestão de
micro-empresas, e a prestação de serviços de consultadoria de apoio ao desenvolvimento do
Plano de Negócios e à fase de constituição e arranque das empresas.
Por fim, no caso dos Açores merece referência a importância de trabalhar no sentido de
obtenção de escala, identificando novos canais de distribuição e novas formas de promoção,
que permitam facilitar o acesso dos produtos endógenos açorianos a novos mercados. Este
trabalho não pode ser feito, em muitos casos, exclusivamente dentro da Região, sendo
necessárias acções no exterior, capazes de induzirem a procura nos mercados potenciais.
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Rede de Lojas Aldeias do Xisto
A Rede das Aldeias do Xisto é um projecto de desenvolvimento
sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR - Agência para o
Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto, em parceria com 16
Municípios da Região Centro e com mais de 70 parceiros que actuam no
território.
A criação da marca "Aldeias do Xisto" enquanto destino turístico de qualidade efectivou no
terreno uma rede público-privada potenciadora de uma identidade de base regional na Região
Centro de Portugal. O projecto de dinamização da Rede das Aldeias do Xisto já alargou a sua
marca a sub-marcas e projectos complementares: a Rede de Lojas das Aldeias do Xisto, que
comercializa produtos locais; o Calendário de Animação das Aldeias do Xisto, um programa
permanente de eventos idealizados em conjunto com os parceiros locais do território; Rede de
Património do Xisto, um projecto internacional de parceria com Røros, um local UNESCO na
Noruega; a Rede de Praias Fluviais, que junta um conjunto significativo de praias fluviais da
Região.
Com o intuito de criar novos canais de distribuição para os produtos no exterior e,
simultaneamente, aumentar a visibilidade externa da Região, foram criadas lojas fora da Região,
nomeadamente em Lisboa (loja própria) e Barcelona (integrada na loja “A Casa Portuguesa).
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas
e
mercados
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr.
e serv.
apoio
Políticas e
programas
EMPREENDE
AÇORES ++ +++ + ++ ++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
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Actividades:
ACTIVIDADE 1. Levantamento dos produtos e produtores prioritários:
- Identificação dos produtos endógenos com potencial de comercialização;
- Identificação dos produtores e suas associações;
- Identificação dos mercados prioritários.
ACTIVIDADE 2. Preparação do Programa de formação-acção:
- Definição do público-alvo;
- Desenvolvimento dos conteúdos;
- Preparação de equipas de aconselhamento personalizado;
- Preparação de manual para elaboração de plano de negócios.
ACTIVIDADE 3. Implementação do Programa:
- Implementação e avaliação da primeira edição “piloto” do Empreende Açores;
- Implementação “cruzeiro” do Empreende Açores.
Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Estimativa orçamental:
Tipo B
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4.2.3. Projecto 3. Incuba Açores
Nome:
Incuba Açores - Estabelecimento da incubadora de empresas de referência nos Açores
Objectivos:
Proporcionar aos empreendedores serviços de apoio de elevada qualidade;
Proporcionar aos empreendedores infra-estruturas de elevada qualidade, que ofereçam
condições qualificadas para a instalação de empresas, nomeadamente em sectores
considerados estratégicos;
Captar projectos de investimento com actividades de valor acrescentado e que requeiram
mão-de-obra qualificada.
Descrição:
Na Região Autónoma dos Açores existe um conjunto limitado de estruturas e serviços de
apoio orientados especificamente para acolherem novas empresas e auxiliarem o seu
desenvolvimento nos primeiros tempos de actividade. Conforme já foi referido, mesmo nas
estruturas já existentes, os serviços oferecidos são de reduzida complexidade
Neste cenário, assume grande relevância a criação de uma incubadora de empresas de
referência, que preste serviços adequados aos empreendedores e empresas, onde se
possam incluir:
Apoio à implementação e gestão de negócios e de projectos: apoio na elaboração de
planos de negócio, apoio nas áreas económico-financeiras, apoio ao
estabelecimento de acordos de parceria, apoio à internacionalização, etc.;
Apoio científico e tecnológico: procurement tecnológico, apoio ao registo de
patentes e aquisição de licenças, apoio à certificação, organização de conferências,
seminários e workshops;
Apoio à obtenção de financiamento: recolha, sistematização e divulgação de
informação relativa a programas de apoio a actividades de I&D e inovação, apoio à
preparação de candidaturas a programas de financiamento, apoio à preparação de
pedidos de concessão de empréstimos, garantias e subsídios, apoio à identificação
de investidores e capital de risco, etc.;
Promoção de acções de formação: presencial, à distância (e-learning), formação-
acção.
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Tendo em vista a especificação dos serviços a desenvolver, na concepção desta incubadora
de empresas será necessário definir a sua missão, o público-alvo que se pretende abranger
com a iniciativa e as áreas prioritárias em que se pretende actuar.
IPN-Incubadora, Coimbra
A IPN-Incubadora promove a criação de empresas spin-offs,
apoiando ideias inovadoras e de base tecnológica oriundas dos
laboratórios do Instituto Pedro Nunes (IPN), de instituições do
ensino superior, em particular da Universidade de Coimbra, do
sector privado e de projectos de I&DT em consórcio com a
indústria.
A IPN-Incubadora dispõe de uma equipa de gestores e consultores qualificados e especializados
que garante apoio ao empreendedor em diferentes aspectos, sendo de destacar:
Acompanhamento tutorial na elaboração do Plano de Negócios da empresa;
Ligações e contactos com diversos centros de investigação nacionais e internacionais e
outras fontes de conhecimento, fontes de financiamento, etc.
Possibilidade de recorrer a uma bolsa de consultores especializados em distintas áreas
em condições vantajosas;
Candidaturas a Sistemas de Incentivos ao Investimento, I&D, emprego, etc.
Em 2010, a IPN-Incubadora foi considerada a melhor Incubadora de Base Tecnológica do mundo
pelo Centre for Strategy and Evaluation Services (CSES).
É de referir que a incubadora não deverá limitar a sua acção ao apoio as empresas de base
tecnológica. Esta estrutura poderá, por exemplo, disponibilizar espaços destinados para
empresas na área das indústrias criativas. A este respeito, merece referência a articulação
que se deve estabelecer com as Academias de Juventude, projecto do Governo Regional,
que visam o desenvolvimento de projectos tecnológicos, culturais e sociais por parte da
juventude açoriana, funcionando também como centros de incubação de ideias.
Os serviços a disponibilizar deverão estar também associados às diferentes modalidades de
incubação que se pretendem disponibilizar:
Incubação de ideias, também designada por pré-incubação - em que tipicamente são
disponibilizados serviços de informação e apoio à elaboração do Plano de Negócios,
ao desenvolvimento do projecto e à constituição da empresa, com um período
relativamente reduzido de incubação (entre 6 meses a 1 ano);
Incubação física de empresas - em que tipicamente são disponibilizados serviços de
apoio à estruturação da empresa e ao desenvolvimento do negócio, por um período
máximo de incubação que geralmente ronda os 3 anos;
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES 2013-2016
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Incubação colaborativa - baseada em espaços de trabalho partilhados para empresas
e empreendedores, permitindo tanto a redução de custos como a criação de
dinâmicas conjuntas;
Incubação virtual de empresas - destinada a empresas que pretendem usufruir dos
serviços disponibilizados pela incubadora, mas que não tenham necessidade ou
possibilidade de instalação física.
Unidade de Inovação do ParcBIT, Ilhas Baleares, Espanha
No ano de 2008, foi criada a Unidade de Inovação do ParcBIT,
responsável por gerir a incubadora tecnológica do Parque. A
Unidade de Inovação procura garantir que todas as empresas
incubadas, independentemente do seu grau de maturidade,
têm acesso a serviços específicos de acordo com as suas
necessidades. A Unidade de Inovação foca-se em start-ups,
empresas estabelecidas e empresas intensivas em I&D.
As empresas incubadas têm acesso a:
Espaços de incubação a preços inferiores aos preços de mercado;
Aconselhamento e apoio em áreas de criação de novos negócios, consolidação
empresarial e gestão estratégica e financeira;
Acompanhamento e controlo dos projectos empresariais;
Aconselhamento e apoio na procura de financiamento para projectos inovadores,
especialmente a nível de concursos públicos de financiamento de I&D;
Disseminação das actividades nos meios de comunicação social e eventos relevantes.
Adicionalmente, a Unidade de Inovação do ParcBIT oferece um serviço de incubação virtual e,
desde Janeiro de 2011, um serviço de incubação colaborativa.
O modelo de incubação virtual poderá assumir um papel muito relevante na actuação da
incubadora, atendendo à dispersão dos empreendedores pelas várias ilhas do arquipélago.
Com base neste modelo, empreendedores localizados nas diversas ilhas, sem possibilidade
de instalação física na incubadora, poderão usufruir dos serviços disponibilizados.
De forma a prestar apoio ao maior número de empreendedores possível,
independentemente do local em que se encontrem, poderá ser criado uma linha telefónica
(“número verde”) de atendimento ao empreendedor, para aconselhamento relativo a
aspectos diversos relacionados com a criação de empresas.
De referir neste caso a necessidade de articular a actuação da incubadora com a Rede de
Gabinetes do Empreendedor, que tem presença física em todas as ilhas do arquipélago (com
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65
excepção do Corvo). A título de exemplo, esta rede, mais próxima dos empreendedores,
poderá divulgar os serviços disponibilizados pela incubadora, em especial a incubação
virtual, colaborar com a incubadora na implementação de cursos de formação, prestar
aconselhamento e apoio na criação de novos negócios, etc.
As diferentes orientações estratégicas adoptadas (tipo de empresas a incubar, serviços a
disponibilizar, equipa de recursos humanos, …) irão contribuir para a definição das infra-
estruturas necessárias para o funcionamento da incubadora, nomeadamente:
Espaço para acolhimento de empresas;
Espaços para serviços partilhados – salas de reuniões, salas adequadas a sessões de
formação, espaços comerciais, etc.
Espaços para instalação da equipa responsável pela gestão da incubadora e pelo
apoio aos empreendedores e empresas;
Infra-estruturas de comunicações;
Espaços comuns, como estacionamento, áreas verdes, etc.
Por último, é de referir que a incubadora de empresas pode ter interacções muito fortes
com outras iniciativas previstas para a Região, com vantagens significativas. No que se refere
à sua localização, poderá vir a ser integrada num parque tecnológico, nomeadamente no
Nonagon. A gestão da incubadora poderá ser assegurada pela entidade acreditada como
Business Innovation Centre, proposta em projecto autónomo, neste documento (projecto
BIC Azores). A incubadora poderá ainda ser o local de acolhimento das empresas
participantes no projecto Start Up Azores, previsto em projecto autónomo, neste
documento.
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas
e
mercados
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr. e
serv. apoio
Políticas e
programas
INCUBA
AÇORES + + + + +++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
Actividades:
ACTIVIDADE 1. Elaboração do Plano Estratégico da Incubadora de Empresas de referência
dos Açores:
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66
- Definição da Visão, Missão e Objectivos Estratégicos;
- Definição das áreas de actuação;
- Definição do público-alvo;
- Definição das estruturas físicas necessárias ao funcionamento da incubadora;
- Definição dos serviços a prestar;
- Definição das modalidades de incubação;
- Definição dos critérios de admissão de empresas;
- Identificação das parcerias estratégicas a estabelecer;
- Definição da estrutura organizacional e dos perfis da equipa de recursos humanos a
recrutar;
- Elaboração da estratégia comunicacional;
- Definição do modelo de financiamento.
ACTIVIDADE 2. Desenvolvimento das actividades preparatórias:
- Identificação de fontes de financiamento;
- Selecção/ construção de infra-estruturas físicas;
- Formalização da estrutura organizacional;
- Contratação da equipa técnica;
- Estabelecimento de parcerias estratégicas;
- Implementação das acções de comunicação definidas.
ACTIVIDADE 3. Entrada em funcionamento da incubadora:
- Preparação do Plano Anual de actividades;
- Selecção de ideias de negócio a apoiar;
- Instalação e apoio aos empreendedores;
- Realização das restantes actividades previstas no Plano Anual de Actividades.
Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Estimativa orçamental:
Tipo C
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4.2.4. Projecto 4. BIC Azores
Nome:
BIC Azores - Estabelecimento de um Business Innovation Centre nos Açores
Objectivos:
Proporcionar aos empreendedores e PME açorianos um conjunto vasto e integrado de
serviços de apoio de elevada qualidade;
Fortalecer o sistema regional de inovação com a introdução de uma entidade certificada e
apoiada por uma rede internacional de excelência;
Promover o acesso dos empreendedores e PME a redes internacionais.
Descrição:
Os Business Innovation Centres (BICs) são organizações de apoio a pequenas e médias
empresas e a empreendedores. São reconhecidos através de um sistema de certificação de
qualidade, único a nível europeu e mundial, que lhes permite operar sob a designação BIC. O
reconhecimento como BIC é realizado pela European Business and Innovation Centre
Network (EBN), a maior rede europeia na área do empreendedorismo, juntando
actualmente em rede mais de 150 BIC.
Os BIC têm como missão contribuir para o desenvolvimento sócio-económico regional,
apoiando os empreendedores na implementação das suas ideias de negócio inovadoras e
fornecendo às empresas já estabelecidas serviços individualizados que possibilitem a sua
modernização.
Os BIC actuam como interface entre os empreendedores e as instituições públicas e
privadas, oferecendo um conjunto integrado de serviços, garantindo que o processo global
de incubação de novos negócios decorre da melhor maneira, coordenando os seus serviços
com os de outros actores-chave do sistema regional de inovação.
Os serviços disponibilizados por uma entidade acreditada como BIC são avaliados
regularmente pela entidade acreditadora (EBN), o que permite que os empreendedores e
empresas tenham uma garantia de qualidade e adequação dos serviços às suas
necessidades.
Tendo em consideração a escala internacional dos serviços disponibilizados, a sua
complexidade e a validação externa da sua qualidade, a existência de uma entidade
reconhecida como BIC nos Açores mostra-se extremamente pertinente.
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De facto, hoje em dia, os serviços oferecidos aos empreendedores nos Açores são de
reduzida complexidade, tendo como base, sobretudo, a disponibilização de espaços a preços
inferiores aos do mercado, sendo os serviços adicionais muito ligados a assessorias jurídicas
ou divulgação de informação.
O estabelecimento do BIC Azores irá permitir o aumento do valor acrescentado dos serviços
prestados, permitindo um acesso facilitado a redes internacionais, desde logo a já referida
rede europeia de BIC, e a serviços relacionados com a transferência de tecnologia ou
conhecimento, promoção da inovação, networking, apoio à internacionalização, etc.
Dublin Business Innovation Centre (Dublin BIC), Irlanda
O Dublin BIC tem como objectivo apoiar o
desenvolvimento do empreendedorismo e da inovação
na região de Dublin. Foi fundado em 1988, constituindo-
se como uma das primeiras parcerias público-privadas da
Irlanda.
Este BIC realiza a avaliação de projectos, fornece
assistência no planeamento estratégico dos projectos,
facilita o acesso a financiamento através do “AIB Seed
Capital Fund” e da “Halo Business Angel Partnership”,
disponibiliza espaços de qualidade para instalação de empresas, facilita parcerias internacionais,
promove a transferência de tecnologia para negócios nascentes, dá apoio à expansão de
empresas e facilita o acesso a redes internacionais.
O Dublin BIC é um exemplo de uma aposta bem sucedida nas parcerias estratégicas e redes, a
nível regional, nacional e internacional. A nível internacional, são de destacar as parcerias com a
EBN, parceiro de referência a nível europeu, com a EVCA - European Venture Capital Association,
com a EBAN – European Business Angel Network, e ainda com a ETC Baltimore, parceiro na área
de incubação nos Estados Unidos.
Desde a sua fundação, o BIC Dublin ajudou à criação de mais de 350 empresas, responsáveis por
cerca de 5500 postos de trabalho directos e 2000 indirectos. Das empresas criadas com o apoio
deste BIC, cerca de 80% sobreviveram ao período crítico dos primeiros cinco anos de actividade.
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Note-se que o BIC Azores pode assumir diversas formas e a sua organização pode
apresentar-se sob diversas configurações.
Deste modo, serão de equacionar as sinergias que poderão ser conseguidas com o projecto
do Parque Tecnológico Nonagon. O Nonagon prevê a existência de estruturas destinadas a
facilitar a criação e o crescimento de empresas baseadas na inovação, através da incubação
e processos de spin-off, pretendendo oferecer serviços de valor acrescentado, bem como
espaços e apoios de elevada qualidade.
ParcBit, Ilhas Baleares, Espanha
O ParcBit é um Parque de Ciência e Tecnologia, localizado
nas Ilhas Baleares, em Espanha. A gestão do ParcBIT está
inteiramente a cabo da ParcBIT Desenvolupament, S.A.,
uma empresa criada propositadamente para este fim e
que é participada a 100% pelo Governo das Ilhas
Baleares.
O leque de serviços oferecidos pelo ParcBIT aos seus
utentes é variado. Desde logo, sendo uma estrutura física
de alojamento de empresas, coloca ao dispor dessas empresas, além do próprio alojamento,
acesso a centros de conferências, serviços de videoconferência, vigilância contínua, serviços de
manutenção, WiFi, incluindo nas áreas exteriores e nas salas de reuniões, serviços de recolha de
resíduos sólidos urbanos e áreas colectivas de refeição à disposição de todos os utentes do
Parque.
O ParcBIT destaca-se, sobretudo, pelos serviços de apoio empresarial que oferece às empresas
em si alojadas, em especial pelos serviços em matéria de incubação de empresas. Oferecendo
inicialmente as modalidades de incubação tradicional e virtual, este parque disponibiliza
actualmente uma modalidade de incubação colaborativa, inspirada nos modelos de co-working.
A ParcBIT Desenvolupament, S.A integra a rede BIC.
No sentido de conseguir a sua acreditação, o BIC Azores deverá ser capaz de demonstrar
que:
- A sua actuação está focada numa região específica;
- O seu papel é reconhecido pelas autoridades públicas relevantes da região e que
está alinhado com as prioridades regionais de desenvolvimento económico e com as
estratégias de inovação;
- Envolve o sector público, no caso de ser maioritariamente de capitais privados;
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70
- Coordena a suas actividades com outras organizações de apoio às empresas, de
modo a assegurar a prestação de serviços complementares na região de
abrangência;
- É financeiramente sustentável, tendo orçamento próprio;
- Tem um posicionamento claro, apoiado num plano estratégico e plano de acção,
orientado para a criação de novos postos de trabalho e para a dinamização
económica, através da criação de novas empresas inovadoras ou desenvolvimento
de empresas existentes;
- Tem uma identidade própria, que o diferencia de outras organizações de apoio a
empresas e empreendedores existentes na mesma região;
- É gerido de forma profissional e autónoma, contando com uma equipa de, no
mínimo, três recursos humanos a tempo inteiro (qualificados, com experiência e
envolvidos nas actividades principais de apoio a empreendedores e empresas), dos
quais um deve ser o gestor responsável pelo BIC.
Para ser reconhecido, o BIC Azores deve desencadear um processo de acreditação, que
assegura a conformidade com os critérios de qualidade BIC e que segue os seguintes passos:
- Submissão de um questionário de auto-avaliação para verificação do cumprimento
dos critérios de qualidade BIC;
- Avaliação pela Equipa de Qualidade;
- Visita ao local por um perito externo;
- Decisão final do Comité de Gestão da Qualidade dos BIC, que pode atribuir, renovar
ou retirar a licença para utilização da marca BIC.
A acreditação de uma entidade açoriana como BIC irá potenciar o reconhecimento
internacional da própria entidade e dos Açores como região empreendedora.
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas
e
mercados
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr.
e serv.
apoio
Políticas e
programas
BIC
AZORES + + + + +++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
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71
Actividades:
ACTIVIDADE 1. Elaboração do Plano Estratégico do BIC Azores:
- Definição da Visão, Missão e Objectivos Estratégicos;
- Definição da tipologia e âmbito de actuação do BIC e dos seus estatutos;
- Definição das estruturas físicas necessárias ao funcionamento do BIC;
- Definição dos serviços a prestar (ao nível de incubação e/ou serviços para PME);
- Identificação das parcerias estratégicas a estabelecer;
- Elaboração da estratégia comunicacional;
- Definição do modelo de financiamento;
- Definição dos perfis da equipa de recursos humanos a recrutar.
ACTIVIDADE 2. Desenvolvimento das actividades preparatórias:
- Formalização da estrutura organizacional do BIC;
- Contratação da equipa técnica;
- Estabelecimento das parcerias estratégicas definidas e adesão às redes identificadas.
ACTIVIDADE 3. Entrada em funcionamento do BIC:
- Preparação do Plano Anual de actividades;
- Apoio aos empreendedores e/ou PME identificados;
- Realização das restantes actividades previstas no Plano Anual de Actividades.
ACTIVIDADE 4. Desenvolvimento do processo de reconhecimento como BIC:
- Submissão de candidatura à EBN;
- Submissão do questionário de auto-avaliação;
- Realização de visita por peritos, organizada pela EBN;
- Avaliação do relatório elaborado pelos peritos;
- Se aprovado, reconhecimento como BIC.
Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Activ. 4
Estimativa orçamental:
Tipo A
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72
4.2.5. Projecto 5. Observatório do Empreendedorismo
Nome:
Observatório do Empreendedorismo - Implementação de estrutura de monitorização da
evolução do ecossistema do empreendedorismo dos Açores
Objectivos:
Monitorizar regularmente a evolução do ecossistema do empreendedorismo dos Açores e
dos correspondentes indicadores;
Realizar análises comparativas com outros territórios e regiões;
Estudar os factores condicionantes da actividade empreendedora na Região;
Estudar o impacto do empreendedorismo no dinamismo económico regional;
Disseminar informação relevante sobre o empreendedorismo nos Açores;
Fornecer aconselhamento e recomendações aos decisores políticos regionais no âmbito do
empreendedorismo.
Descrição:
A recolha e sistematização de informação relevante e fiável relativa a qualquer fenómeno
socioeconómico mostra-se extremamente relevante, não só para retratar as realidades
actuais que se pretendem analisar, mas também, quando realizadas periodicamente, para
analisar os impactos de diferentes programas e iniciativas implementados no sentido de
alterar o panorama vigente.
No caso do ecossistema do empreendedorismo dos Açores, será particularmente
interessante a instituição de um Observatório do Empreendedorismo, responsável por
recolher e sistematizar toda a informação relacionada com o ecossistema do
empreendedorismo dos Açores e com a sua evolução.
O Observatório deverá também agir como repositório e disseminador de informação
relevante relativa ao ecossistema do empreendedorismo dos Açores, independentemente
de esta ter sido recolhida por si, ou por entidades externas.
Complementarmente, importará que o Observatório possa processar a informação
recolhida, acrescentando-lhe valor e produzindo conhecimento utilizável pelos decisores
políticos e outros actores-chave do ecossistema do empreendedorismo da Região.
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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73
Entre as diferentes temáticas a que o Observatório se poderá dedicar, destacam-se a
identificação dos factores condicionantes da actividade empreendedora na Região e a
análise do impacto do empreendedorismo no dinamismo económico regional.
Assim, ao assumir estas responsabilidades, o Observatório irá colocar-se numa posição
privilegiada para se constituir como a entidade responsável pela monitorização da
implementação deste Plano Estratégico.
Observatório do Empreendedorismo Jovem, Instituto de Tecnologia de
Kavala, Grécia
O Observatório do Empreendedorismo Jovem (OEJ) é uma entidade
tutelada pelo Instituto de Tecnologia de Kavala, da Grécia, criada em Julho
de 2008 e dedicada à recolha, investigação e análise macro e
microeconómica de dados relativos à promoção do empreendedorismo.
O OEJ acumula várias funções relacionadas com o empreendedorismo, sendo destacar: i) o
levantamento estatístico da actividade empreendedora jovem a nível regional; ii) a criação e
actualização permanente de uma base de dados de novas empresas; iii) o apoio na criação de
políticas e estratégias de suporte ao empreendedorismo jovem; iv) a colaboração com
instituições activas na criação de emprego; e v) o desenvolvimento de políticas fomentadoras do
crescimento empresarial.
Os serviços oferecidos pelo OEJ relacionam-se, essencialmente, com o fornecimento de
informação aos seus interlocutores, nomeadamente ao nível de dados financeiros, mercado de
trabalho, oferta de serviços a nível regional, networking e formação.
Note-se que o Observatório não será obrigatoriamente uma estrutura com recursos físicos e
humanos permanentes. A sua actividade pode ser orientada por actividades e projectos
específicos e coordenada com diferentes parceiros da realidade Açoriana. A este respeito é
de destacar a necessária articulação com o Centro de Empreendedorismo da Universidade
dos Açores, que tem vindo a desempenhar algumas das funções previstas para o
Observatório.
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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Observatório do Empreendedorismo, Eslovénia
O Observatório do Empreendedorismo da Eslovénia foi
estabelecido em 1998, no seguimento da criação do
Observatório Europeu de PME.
O Observatório integra a estrutura da Faculdade de
Economia e Gestão da Universidade de Maribor, entidade
responsável pela gestão operacional do Observatório e
pela realização do estudo GEM na Eslovénia.
Anualmente, o Observatório apresenta uma radiografia da realidade eslovena em termos da
demografia de PME e vários estudos de investigação aprofundada no âmbito do
empreendedorismo no País.
O Observatório desenvolve vários projectos e programas de investigação fundamental e
orientada, sendo gerido e financiado segundo uma lógica de tripla hélice (governo, sector privado
e meio académico). As entidades financiadoras das actividades do Observatório incluem o
Ministério da Economia, a Agência Pública para as Actividades de Investigação, empresas
privadas, a Câmara de Artesanato da Eslovénia e a Faculdade de Economia e Gestão da
Universidade de Maribor.
Os resultados obtidos pelo Observatório do Empreendedorismo têm servido como base para
propostas apresentadas às entidades governamentais sobre políticas em diferentes áreas
transversais ao empreendedorismo.
No âmbito das actividades do Observatório, e tendo em consideração a sua missão de
recolha e análise de informação relativa à evolução do ecossistema do empreendedorismo
dos Açores, mostra-se particularmente relevante assegurar as condições necessárias para
que o projecto GEM possa ser realizado com regularidade.
O projecto GEM, sendo o maior estudo sobre empreendedorismo realizado a nível mundial,
assegura que são aplicadas metodologias independentes e rigorosas e permite a
comparação com as realidades de outros países e regiões à escala global, permitindo a
realização de análises relevantes para a definição de iniciativas estruturantes na área do
empreendedorismo.
PLANO ESTRATÉGICO PARA O
FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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Impacto do estudo GEM no processo de policy-making, Brasil
O Brasil é identificado pelo consórcio GEM como sendo um dos
países onde os resultados dos estudos GEM têm apresentado um
impacto notório ao nível da definição de políticas, incluindo a
definição e desenho de programas de apoio à actividade
empreendedora.
Neste aspecto é de destacar o Plano Estratégico do SEBRAE (agência pública de apoio ao pequeno
empresário e ao empreendedor), onde os resultados do GEM, em particular os relativos às áreas
“educação e formação” e “financiamento”, foram considerados e incorporados, de modo a
melhorar as condições gerais de apoio ao empreendedorismo.
Adicionalmente, estados como o Paraná requereram o desenvolvimento de relatórios GEM
específicos, focados exclusivamente no ecossistema empreendedor do estado, de modo a melhor
definir políticas e estratégias de fomento da actividade empresarial.
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas
e merc.
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr. e
serv. apoio
Políticas e
programas
OBSERVATÓRIO DO
EMPREENDEDORISMO + ++ + ++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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Actividades:
ACTIVIDADE 1. Definição de aspectos estratégicos:
- Visão;
- Missão;
- Objectivos estratégicos.
ACTIVIDADE 2. Definição do modelo operacional:
- Envolvimento de actores-chave regionais (nomeadamente representantes do
Governo Regional, Universidade dos Açores e sector privado);
- Determinação da estrutura organizacional;
- Definição do modelo operacional do Observatório (incluindo financiamento e
sustentabilidade financeira);
- Definição de modelos de parceria;
- Elaboração de plano de actividades (incluindo estudos a realizar e indicadores a
aferir).
ACTIVIDADE 3. Implementação do Observatório do Empreendedorismo:
- Disseminação das actividades do Observatório;
- Implementação do plano de actividades.
Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Estimativa orçamental:
Tipo A
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4.2.6. Projecto 6. Azores Angels
Nome:
Azores Angels - Criação de uma rede de Business Angels nos Açores
Objectivos:
Identificar investidores, na Região e fora dela, interessados em apoiar empresas em fase
nascente;
Coordenar em rede a actividade desses investidores, de forma a conferir escala aos recursos
disponíveis para apoiar empreendedores;
Proporcionar aos empreendedores e PME açorianos acesso a novos instrumentos de
financiamento.
Descrição:
Ao longo do processo empreendedor, as empresas passam por diferentes etapas, a que
correspondem diferentes necessidades de capital. De um modo geral, numa fase inicial, as
necessidades de capital são menores, e são supridas pelos denominados “FFF” (Family,
Friends and Fools). Numa fase mais adiantada, envolvendo montantes mais elevados, o
instrumento de financiamento normalmente utilizado é o capital de risco. Entre estas duas
fases do financiamento das novas empresas encontram-se os Business Angels.
Figura 14. Relação entre as fases de crescimento das novas empresas e as necessidades de capital.
Fonte: APBA, 2011
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Os Business Angels são por norma investidores que realizam investimentos em
oportunidades nascentes, ao mesmo tempo que contribuem com a sua experiência,
conhecimento e redes de contactos para o sucesso dessas oportunidades.
Conforme referido anteriormente, existem na Região Autónoma dos Açores diversos
instrumentos financeiros de apoio à criação de novas empresas como, por exemplo, o
Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário, o Fundo de Investimento de Apoio ao
Empreendedorismo dos Açores (FIAEA) ou o FINICIA Açores. No entanto, não foram
identificadas iniciativas que se possam associar às actividades de Business Angel.
Com este projecto pretendem-se identificar novas formas de financiamento à actividade
empreendedora nos Açores, em particular ao nível da dinamização da actividade de Business
Angel na Região. Deste modo, pretende-se disponibilizar aos empreendedores e às
empresas locais um conjunto mais diversificado de soluções adaptadas às suas necessidades.
Constituição de Entidades Veículo, Programa Compete
No âmbito do programa Compete, foi lançada em 2009 uma
iniciativa no sentido de fomentar a actividade de Business Angel
através da constituição de entidades veículo.
Estas entidades veículo são empresas detidas por Business Angels, que têm por política de
investimento a participação em empresas em fase de constituição ou arranque, normalmente
para o desenvolvimento de projectos de cariz inovador.
O montante de financiamento atribuído a cada empresa veículo está limitado a 500.000 euros,
correspondendo este valor a um máximo de 65% dos valores de investimento a aplicar em novas
empresas. As entidades veículo têm assim uma estrutura "óptima" de 770 mil euros, dos quais
500 mil são provenientes do Programa Compete e 270 mil euros dos próprios Business Angels.
O modelo implementado assume-se como uma experiência piloto no mercado português, tendo
por base modelos já validados internacionalmente, nomeadamente na Holanda.
Graças a este programa, a comunidade de Business Angels portuguesa coloca ao dispor dos
empreendedores portugueses um montante superior a 40 milhões de euros, disponível através
de mais de 50 entidades veículo criadas para o efeito.
A nível nacional, com o intuito de contribuir para o fortalecimento e incentivo da actividade
de Business Angel, têm vindo a ser criadas diversas associações de Business Angels com
diferentes âmbitos territoriais.
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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79
A nível regional são exemplos a Associação de Business Angels de Santarém, a Associação de
Business Angels do Alentejo, a Associação de Business Angels do Algarve, a Vima Angels, a
Invicta Angels, entre outras.
De âmbito nacional, destacam-se a Associação Portuguesa de Business Angels (APBA) e a
Federação Nacional de Associações de Business Angels (FNABA), que procura representar as
várias Associações de Business Angels existentes em Portugal.
Associação Portuguesa de Business Angels (APBA)
A APBA é uma associação criada em 2006, que tem como missão
“fomentar o desenvolvimento dos Business Angels em Portugal, de
modo a desenvolver o espírito de empreendedorismo e a contribuir
para o crescimento de uma economia vibrante e inovadora”.
Para o efeito, a APBA realiza regularmente diversas actividades, de entre as quais se destaca a
organização da Semana Global do Empreendedorismo, iniciativa inserida num conjunto de 120
eventos que decorrem durante uma semana em mais de 120 países.
Actualmente, a APBA possui mais de 150 associados a título individual, bem como um associado
institucional (CEC – Conselho Empresarial do Centro) e dois associados beneméritos (BES e EDP
Inovação), que representam 10 milhões de euros de capital disponível para investimento em
capital de risco informal. A APBA avaliou já mais de 200 projectos.
De sinalizar ainda que a APBA é associada da EBAN – European Business Angels Network.
Federação Nacional de Associações de Business Angels
(FNABA)
A FNABA é uma entidade que tem como Missão
representar os interesses de várias associações de Business
Angels em Portugal, contribuindo para o fortalecimento e
incentivo da sua actividade.
Entre os objectivos principais da FNABA encontram-se a contribuição para o desenvolvimento de
Redes de Business Angels em todo o território nacional; o incentivo à criação e dinamização de
Associações de Business Angels e suas estruturas; ou a promoção das relações entre Business
Angels, para manter uma aproximação e colaboração efectiva entre si.
A FNABA é, presentemente, membro da European Business Angels Network e da World Business
Angel Association.
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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A expansão das redes de Business Angels à Região Autónoma dos Açores mostra-se um
passo importante no sentido de dinamizar a actividade empreendedora no Arquipélago.
Para esta expansão, será necessário identificar indivíduos dispostos a apoiar,
financeiramente e com a sua experiência, empresas em fase nascente. Estes investidores
poderão ser empresários da Região ou com ligações à mesma (por exemplo, descendentes
de açorianos residentes fora mas com interesse em investir na Região). Adicionalmente, será
importante, de modo a garantir o reforço do capital a disponibilizar aos projectos
empreendedores, estabelecer parcerias com entidades bancárias, sociedades de capital de
risco, entre outras.
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas
e
mercados
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr. e
serv. Apoio
Políticas e
programas
AZORES
ANGELS + +++ + ++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
Actividades:
ACTIVIDADE 1. Envolvimento dos membros da rede;
- Identificação de potenciais interessados nos Açores (empresários de sucesso,
filantropos, mecenas, indivíduos influentes, ...);
- Identificação de potenciais interessados nas comunidades da diáspora Açoriana;
ACTIVIDADE 2. Estruturação da rede de Business Angels nos Açores;
- Definição de modelo organizativo;
- Envolvimento de entidades parceiras (nomeadamente do sistema financeiro);
- Definição dos modelos de investimento e respectiva avaliação;
- Definição das formas de articulação e ligação às redes existentes a nível nacional e
internacional;
- Elaboração de estimativas orçamentais;
- Elaboração de um plano de actividades.
ACTIVIDADE 3. Implementação de uma rede de Business Angels nos Açores:
- Disseminação da rede de Business Angels;
- Implementação do plano de actividades e realização de investimentos.
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FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Estimativa orçamental:
Tipo A
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4.2.7. Projecto 7. Enterprise Azores
Nome:
Enterprise Azores: Implementação de programa de promoção da visibilidade externa do
ecossistema do empreendedorismo dos Açores
Objectivos:
Criar e consolidar a imagem externa do ecossistema do empreendedorismo dos Açores;
Divulgar externamente e promover a visibilidade dos Açores como destino de excelência
para os empreendedores;
Publicitar os instrumentos e mecanismos de apoio à actividade empreendedora existentes
na Região;
Contribuir para uma melhoria da imagem dos empreendedores junto da população da
Região.
Descrição:
Com a implementação do conjunto de iniciativas abrangidas pelo Plano Estratégico para
Fomento do Empreendedorismo na Região Autónoma dos Açores, o ecossistema do
empreendedorismo da Região irá apresentar condições particularmente favoráveis ao
empreendedorismo. Importa por isso comunicar para o exterior essas condições, dando
visibilidade externa ao ecossistema do empreendedorismo dos Açores.
Hoje em dia, a disseminação dessas vantagens é ainda tímida, sendo de destacar a acção da
Agência para a Promoção do Investimento dos Açores (APIA), apesar de esta entidade não
concentrar esforços específicos na área do empreendedorismo.
No novo contexto gerado pelo Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo, é
necessário que esta actividade da APIA seja complementada por uma acção promocional
forte, capaz de colocar em evidência todos os novos mecanismos de apoio que irão ser
instituídos na Região.
PLANO ESTRATÉGICO PARA O
FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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“Start-Ups from outside Ireland”, Enterprise Ireland, Irlanda
A Enterprise Ireland é uma organização governamental irlandesa
orientada para a promoção da competitividade do país. A
Entreprise Ireland trabalha em parceria com as empresas
irlandesas, ajudando-as a crescer, inovar e ganhar mercados de
exportação, apoiando o crescimento económico sustentável do
país, o desenvolvimento regional e o emprego seguro e
qualificado.
Uma das áreas de actuação da Enterprise Ireland é a promoção da atracção de empreendedores a
nível global, acomodando diferentes iniciativas dentro de uma área específica denominada
“Start-Ups from outside Ireland”.
No âmbito da “Start-Ups from outside Ireland”, a Enterprise Ireland realiza acções de promoção
externa orientadas para informar os empreendedores das vantagens que existem para quem
investe no país, sejam elas vantagens associadas a toda a envolvente, sejam associadas a apoios
específicos à actividade empreendedora. Entre estes apoios destaca-se um fundo de 10 milhões
de Euros destinados a atrair empreendedores estrangeiros para o território irlandês.
No âmbito das acções comunicacionais do “Start-Ups from outside Ireland” foram desenvolvidos
e disponibilizados online vídeos de curta duração focados nas vantagens competitivas do país,
nos mecanismos de apoio ao empreendedorismo e em testemunhos pessoais de
empreendedores internacionais que se estabeleceram no país.
www.enterprise-ireland.com/en/Start-a-Business-in-Ireland/Startups-from-Outside-Ireland/
Para atingir os objectivos enunciados para o projecto, propõe-se o desenvolvimento de uma
estratégia de comunicação alargada, com capacidade de abranger potenciais
empreendedores exteriores à Região Autónoma dos Açores.
Para tal, para além da definição de uma imagem e das mensagens prioritárias a associar ao
ecossistema (“branding”), será fundamental analisar qual o melhor mix comunicacional a ser
aplicado no sentido de utilizar de forma optimizada os recursos existentes. Será por isso
necessário considerar uma vasta gama de instrumentos, que abrangem os mais variados
meios de comunicação, capazes de transmitir a mensagem (promessa/proposta de valor)
das mais variadas formas e para distintos públicos-alvo.
PLANO ESTRATÉGICO PARA O
FOMENTO DO EMPREENDEDORISMO NA
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Entre os meios a utilizar destaca-se à partida a internet, sobretudo pelo seu alcance global e
pela facilidade de desenvolvimento e inserção de conteúdos. Note-se a necessidade de
desenvolvimento de conteúdos multilingues, em particular em língua inglesa, que facilitem a
divulgação do ecossistema do empreendedorismo a nível internacional.
Um outro instrumento a considerar será seguramente a realização de eventos de
networking, quer no exterior, quer na própria Região, procurando contribuir
simultaneamente para a atracção de empreendedores e para a dinamização do espírito
empreendedor da população.
Programa de Fomento Cultura Emprendedora, Astúrias, Espanha
O Programa de Fomento Cultura Emprendedora é uma
iniciativa do Governo do Principado das Astúrias
(Espanha) para impulsionar a cultura empreendedora
na região. O Programa tem como objectivo geral
melhorar os níveis de empreendedorismo nas Astúrias,
alicerçando-se nos eixos: Fomento da cultura
empreendedora; Fomento e consolidação do auto-
emprego; e Difusão e comunicação da cultura empreendedora.
No que diz respeito à difusão da cultura empreendedora, o Programa contempla diversas
actividades específicas, dentro e fora da região, que incluem: seminários e jornadas de
disseminação, campanha nos meios de comunicação social, iniciativa web “Emprendeastur”
(www.emprendeastur.es), publicação de livros e folhetos, e criação do “Dia do Empreendedor”
Os eventos a promover deverão pautar-se por um forte carácter internacional, procurando
contar com a colaboração/participação/apoio de figuras reputadas dos meios empresariais e
académicos nacionais e estrangeiros, procurando rentabilizar ao máximo a forte presença da
diáspora açoriana nos EUA e Canadá.
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Semana Global do Empreendedorismo
A Semana Global do Empreendedorismo é um evento de carácter
internacional que se realiza hoje em dia em mais de 100 países.
A Semana Global do Empreendedorismo pretende sensibilizar a
sociedade para a necessidade de uma cultura/atitude
empreendedora e da capacidade de assumir riscos, assumindo os
fracassos como forma de aprendizagem, por vezes necessária, para
atingir grandes sucessos empresariais. A nível global, anualmente,
durante o mês de Novembro, as entidades associadas ao projecto
coordenam, em cada local, a organização de eventos orientados
para inspirar uma cultura de empreendedorismo.
Entre as actividades promovidas durante esta semana encontram-se: competições de start-ups;
prémios para jovens empreendedores; competição de ideias de negócio em tecnologias limpas;
fóruns em empreendedorismo social; jogos de inovação; sessões de pitching com júris
especializados e com os vencedores a assegurarem financiamento.
Em Portugal, a Semana Global do Empreendedorismo de 2011 foi coordenada pela APBA
(Associação Portuguesa de Business Angels) e pela SEDES (Associação para o Desenvolvimento
Económico e Social).
Impacto esperado por domínio do ecossistema:
Capital
humano
Empresas
e
mercados
Apoio
financeiro
Cultura
empreend.
Infra-estr.
e serv.
Apoio
Políticas e
programas
ENTERPRISE
AZORES ++ ++ ++
+++ - impacto forte; ++ - impacto médio; + - impacto reduzido
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Actividades:
ACTIVIDADE 1. Preparação de um Plano de Comunicação:
- Identificação do posicionamento pretendido;
- Segmentação e identificação dos públicos-alvo;
- Elaboração da estratégia de copy (mensagem) e de branding;
- Identificação do mix comunicacional pretendido;
ACTIVIDADE 2. Definição de Agenda de eventos e actividades:
- Definição do calendário de eventos a organizar, a incluir actividades existentes e
novas actividades, a identificar;
- Definição de uma agenda de participação em eventos externos relevantes, a nível
nacional e internacional.
ACTIVIDADE 3. Implementação do Plano de Comunicação e da Agenda de eventos e
actividades:
- Desenvolvimento e aplicação dos materiais comunicacionais de qualidade, com
informação relevante, que deverão, sempre que adequado, ser bilingues, de acordo
como o definido no Plano de Comunicação;
- Reforço da presença do ecossistema do empreendedorismo dos Açores na internet,
através do desenvolvimento de uma página Web de grande qualidade, no mínimo,
bilingue;
- Implementação da Agenda de eventos e actividades.
Cronograma:
2013 2014 2015 2016
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
Activ. 1
Activ. 2
Activ. 3
Estimativa orçamental:
Tipo B
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4.3. Síntese
Considerando os projectos propostos e as iniciativas já no terreno (implementadas ou ainda
em fase de maturação), é possível identificar as ligações e relações existentes entre eles.
Ao nível das infra-estruturas e serviços de apoio, a iniciativa do Parque Tecnológico Nonagon
poderá constituir-se como a base natural para a instalação da incubadora de referência do
arquipélago (projecto Incuba Açores). Por sua vez, será esta incubadora que se poderá vir a
constituir como plataforma central do Business & Innovation Center dos Açores (projecto BIC
Azores). Note-se que, apesar de estar localizada em São Miguel, os serviços a prestar pela
incubadora / BIC poderão ter uma componente de “incubação sem paredes” que poderá ter
como agente facilitador, nas diferentes ilhas, a rede de Gabinetes do Empreendedor já
existente (Figura 15).
Figura 15. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível das infra-estruturas e serviços de apoio.
Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.
Por seu turno, ao nível do financiamento, a dinamização nos Açores de uma rede de Business
Angels (projecto Azores Angels) vem permitir completar o leque de tipologias de apoio
financeiro inerentes às diferentes fases do processo empreendedor. Para além dos apoios
não reembolsáveis (sobretudo com base no Empreende Jovem, mas onde se podem incluir
outros apoios, como os existentes no âmbito do PRORURAL), existem já na Região iniciativas
promotoras do microcrédito (Regime de Apoio ao Microcrédito Bancário) e do Capital de
Risco (Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores - FIAEA) (Figura
16).
Nonagon Incuba Azores BIC Azores
Gabinetes do empreendedor
Parque tecnológicoIncubadora
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Figura 16. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do financiamento da actividade empreendedora.
Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.
No que se relaciona com a cultura empreendedora, foi tida em consideração a necessidade
de existirem tipologias de acção orientadas para diferentes tipos de públicos, com
necessidades específicas. Deste modo, estão previstas iniciativas orientadas para a
familiarização com a temática do empreendedorismo junto do público mais jovem
(Educação Empreendedora), junto de um público com formação elevada (actividades
promovidas pelo Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores) e junto da
população, com menos qualificações, relacionada com a promoção dos produtos endógenos
na área rural ou das pescas (projecto Empreende Açores). Com carácter transversal, abertas
à população destacam-se as iniciativas previstas no âmbito do Enterprise Azores. Este
projecto poderá integrar de forma coordenada iniciativas já existentes, como o Concurso
Regional de Empreendedorismo ou outros eventos no âmbito do fomento da cultura
empreendedora na Região. Note-se que estas iniciativas terão naturalmente relações fortes
com aquelas mencionadas ao nível do financiamento e das infra-estruturas e serviços de
apoio (nomeadamente a incubadora), que terão seguramente um papel relevante na
materialização de novos projectos empresariais (Figura 17).
Figura 17. Principais iniciativas incluídas no Plano ao nível do fomento da Cultura empreendedora.
Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.
Com um carácter internacional, e tendo como missão o estabelecimento de ligações entre o
ecossistema do empreendedorismo dos Açores e o exterior, destaca-se claramente o
projecto Start-up Azores, que poderá partir das bases já lançadas pela Rede Prestige Azores
Banca comercial
Regime de apoio ao
microcréd. bancário
FIAEAEmpreende
jovem
Não reembolsável
Outros (Prorural,…)
Microcrédito Capital de Risco Business Angels
Azoresangels
Ofertas comerciais
para empreend.
Empreende Açores
EnterpriseAzores
(componente regional)
Concurso Regional de empreend.
Educação empreendedora
Acções do Centro de Empr.
da UAc
Escolas Universidade População com menor qualificação
População em geral
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para materializar uma rede internacional de mentores e de “embaixadores” do programa e,
consequentemente, do referido ecossistema. O Start-up Azores deverá também articular-se
com o Parque Tecnológico e com a sua incubadora, no sentido de poder oferecer condições
particularmente favoráveis à instalação de empreendedores. Paralelamente, deverá assumir
um papel pró-activo na ligação com as diferentes fontes de financiamento previstas. Note-se
que, para uma maior visibilidade internacional do programa e do ecossistema do
empreendedorismo da Região, será importante que a sua estratégia comunicacional se
articule com aquela que é proposta no âmbito do projecto Enterprise Azores (Figura 18).
Figura 18. Principais relações a estabelecer entre o Start-up Chile e outras iniciativas.
Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.
Por fim, merece ainda referência o Observatório do Empreendedorismo que, não se
relacionando directamente com outros projectos e iniciativas específicas, permitirá
acompanhar a implementação de todos eles e avaliar os seus principais resultados e
impactos, acompanhando a evolução de todo o ecossistema do empreendedorismo da
Região.
Assim sendo, e considerando a globalidade das iniciativas incluídas neste Plano estratégico,
é possível obter a seguinte representação esquemática (Figura 19).
Banca comercial
EnterpriseAzores
Nonagon Incuba Azores BIC Azores
Parque tecnológicoIncubadora
Acções do Centro de Empr.
da UAc
Universidade
FIAEA
Empreende jovem
Não reembolsável
Outros (Prorural,…)
Capital de Risco Business Angels
Azoresangels
Rede PrestigeAzores
Start-up Azores
Ofertas comerciais
para empreend.
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Figura 19. Representação esquemática das principais iniciativas consideradas no Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo.
Legenda: A cor mais escura representa as novas iniciativas propostas. A cor mais clara as iniciativas já lançadas.
Banca comercial
Empreende Açores
EnterpriseAzores
(componente regional)
Nonagon Incuba Azores BIC Azores
Gabinetes do empreendedor
Parque tecnológicoIncubadora
Concurso Regional de empreend.
Educação empreendedora
Acções do Centro de Empr.
da UAc
Escolas Universidade População com menor qualificação
População em geral
Observatório do Empreendedorismo
Enterp
riseA
zores
(com
po
nen
te externa)
Regime de apoio ao
microcréd. bancário
FIAEAEmpreende
jovem
Não reembolsável
Outros (Prorural,…)
Microcrédito Capital de Risco Business Angels
Azoresangels
Rede PrestigeAzores
Start-up Azores
Ofertas comerciais
para empreend.
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5. MECANISMOS DE IMPLEMENTAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E
GESTÃO
5. Mecanismos
de implementação,
acompanhamento e
gestão
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5. Mecanismos de implementação, acompanhamento e gestão
Para a materialização deste Plano, importa definir o enquadramento normativo adequado,
que resulte transparente e de fácil compreensão para os diferentes actores do ecossistema
do empreendedorismo da Região.
Atendendo à relevância transversal do empreendedorismo como impulsionador da
competitividade, do crescimento económico e do emprego de uma Região, propõe-se que
este enquadramento possa ser definido num diploma legal, que permita considerar as
diferentes iniciativas de promoção do empreendedorismo, em curso e previstas, promovidas
por diferentes tipos de entidades.
Note-se que este enquadramento poderá com vantagem consubstanciar-se na definição de
um Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo, cujas condições de acesso e respectivas
regras gerais de atribuição sejam objecto de decreto regulamentar regional próprio.
Assim, é proposto desde já que este Sistema de Incentivos se organize em Eixos, Medidas e
Tipologias de apoio alinhados com a Estratégia de intervenção definida neste documento.
Deste modo, os “Eixos” estarão alinhados com as Linhas de Orientação estratégica
preconizadas, da mesma forma em que as “Medidas” deverão cobrir de uma forma
abrangente os objectivos estratégicos estabelecidos e as “Tipologias de apoio” deverão
procurar abranger as diferentes iniciativas, propostas ou existentes, a levar a cabo para
implementação deste Plano.
Assim, tendo em consideração a tipologia de iniciativas consideradas no âmbito deste Plano,
e de uma forma sintética, é possível adiantar a seguinte proposta de estruturação deste
Sistema de Incentivos (Tabela 3).
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Tabela 3. Síntese da proposta de Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo.
Eixos Medidas Tipologias de apoio
I Cultura
empreendedora
I.1
Promover a familiarização
com a actividade
empreendedora
A
Apoio à realização de acções de
promoção do empreendedorismo
nas escolas
B
Apoio à realização de acções de
formação especializada em
temáticas relacionadas com o
empreendedorismo
I.2
Aumentar o reconhecimento
da actividade
empreendedora
A
Apoio à realização de eventos de
divulgação da cultura
empreendedora
B Apoio à realização de concursos
de empreendedorismo
II Infra-estruturas e
serviços de apoio
II.1
Fomentar a qualidade e a
variedade dos serviços de
aconselhamento e de
consultoria aos
empreendedores
A
Apoio ao reforço das
competências das estruturas de
apoio ao empreendedorismo
B
Apoio à participação em redes
internacionais de apoio ao
empreendedorismo
C Apoio técnico à criação de novos
projectos empresariais
II.2
Consolidar a rede de infra-
estruturas de apoio aos
empreendedores
A Apoio à criação de estruturas de
apoio ao empreendedorismo
III Financiamento
III.1
Assegurar a existência de
formas de financiamento
associadas à actividade
empreendedora
A
Apoio à criação de entidades-
veículo na área dos Business
Angel
B Apoio à disponibilização de
fundos de capital de risco
C Apoio à disponibilização de
microcrédito bancário
III.2
Promover a existência de
apoios financeiros públicos à
actividade empreendedora
A Apoio financeiro à criação de
novos projectos empresariais
B
Apoio à aquisição de serviços de
apoio à actividade
empreendedora
IV Assistência
técnica
IV.1 Acompanhamento e
controlo A
Realização de estudos sobre a
temática
IV.2 Outras actividades A Apoio à realização de acções de
comunicação externa
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Deste modo, o Sistema de Incentivos proposto prevê a existência de quatro eixos (três
considerados estruturantes11 e um de assistência técnica), oito medidas e quinze tipologias
de apoio.
É possível relacionar estas tipologias de apoio com as iniciativas (propostas e em curso) de
acordo com a seguinte Tabela (Tabela 4).
Tabela 4. Relação entre as iniciativas propostas e existentes e as tipologias de apoio previstas no Sistema de
Incentivos proposto.
Medida
Projectos
I.1
.A
I.1
.B
I.2
.A
I.2
.B
II.1
.A
II.1
.B
II.1
.C
II.2
.A
III.
1.A
III.
1.B
III.
1.C
III.
2.A
III.
2.B
IV.1
.A
IV.2
.A
Inic
iati
vas
pro
po
stas
Start-up Azores
Empreende Açores
Incuba Açores
BIC Azores
Observatório do
Empreendedorismo
Azores Angels
Enterprise Azores
Pri
nci
pai
s in
icia
tiva
s e
m c
urs
o
Programa Educação
Empreendedora
Centro de
Empreendedorismo na
Universidade dos Açores
Concurso Regional de
Empreendedorismo
Nonagon
Rede de Gabinetes do
Empreendedor
Rede Prestige Azores
Empreende Jovem
Regime de Apoio ao
Microcrédito Bancário
FIAEA
11 De forma a simplificar a Estrutura do Sistema de Incentivos e a facilitar a sua aplicação e a sua
compreensão pelos potenciais beneficiários foram apenas considerados três eixos, correspondentes
aos domínios do Ecossistema com maior potencial de definição de intervenções autónomas de
incentivo ao empreendedorismo: Cultura empreendedora, Infra-estruturas e serviços de apoio e
Financiamento.
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Note-se que o Sistema de Incentivos foi desenhado por forma a prever a sua abertura à
participação dos diferentes actores do ecossistema do empreendedorismo da Região,
permitindo o seu envolvimento de forma activa na materialização deste Plano. Procura-se
assim optimizar a utilização dos recursos públicos na consecução dos objectivos deste Plano
Estratégico.
Estrutura de acompanhamento e gestão
Independentemente da definição, ou não, do quadro normativo e do Sistema de Incentivos
proposto, a implementação do Plano Estratégico para o Fomento do Empreendedorismo na
Região Autónoma dos Açores deve ser avaliada permanentemente. Só desta forma é
possível aferir os resultados e impactos das iniciativas colocadas em prática e identificar
aspectos que possam contribuir para eventuais melhorias da estratégia proposta.
No sentido de operacionalizar a estratégia, implementar os mecanismos de monitorização e
fazer o necessário acompanhamento, será aconselhável criar uma estrutura de
acompanhamento e gestão adequada. Pela natureza transversal das estratégias para o
fomento do empreendedorismo, o seu acompanhamento requer uma forte articulação entre
os vários órgãos de Governo e uma coordenação ao mais alto nível. Será também necessário
promover o envolvimento da sociedade nas diferentes vertentes da implementação do
Plano. Sugere-se assim que a estrutura a criar possa vir a apresentar a seguinte
configuração:
- Coordenação Executiva: Órgão responsável pela coordenação do Plano. Composição
a indicar pelo Governo Regional. Deverá ser suportado pelo Grupo de Trabalho;
- Grupo de Trabalho: Órgão executivo responsável pela implementação do Plano
Estratégico, em particular pela dinamização dos projectos definidos. Poderá ter
como base o Grupo de Trabalho responsável pelo acompanhamento do presente
trabalho;
- Conselho Regional para o Empreendedorismo: Órgão com carácter consultivo.
Deverá envolver membros do Governo Regional e personalidades reconhecidas do
mundo empresarial e académico. Sugere-se que possa ser presidido pelo Presidente
do Governo Regional. Este Conselho será particularmente importante no
acompanhamento estratégico do Plano e na avaliação da evolução do ecossistema
empreendedor da Região.
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Indicadores de acompanhamento do Plano
No sentido de monitorizar a implementação do Plano, é sugerido um conjunto de
indicadores que deverá ser acompanhado de forma continuada. Pretendeu-se que este
conjunto de indicadores fosse limitado e abrangesse de forma integrada os domínios
estruturantes do ecossistema do empreendedorismo (Tabela 5).
Tabela 5. Principais indicadores de acompanhamento do Plano.
Domínio Indicador
Capital humano
Número de empreendedores oriundos do exterior da Região apoiados pelo programa Start-Up Azores
Número de empreendedores apoiados pelo BIC Azores
Número de empreendedores que recebem apoio (formação ou consultoria) no âmbito do projecto Empreende Açores
Empresas e
mercados
Número de PME apoiadas pelo BIC Azores
Número de especialistas integrados na Rede de Mentores
Número de empresas criadas no âmbito do projecto Empreende Açores
Número de redes internacionais integradas pela incubadora
Número de redes internacionais integradas pelo BIC Azores
Número de candidaturas ao programa Start-up Azores
Apoio financeiro
Número de solicitações de apoio recebidas pela Associação de Business Angels
Número de projectos apoiados pela Associação de Business Angels
Número de investidores atraídos para a Associação de Business Angels
Cultura
empreendedora
Afluência a eventos de promoção do empreendedorismo
Número de eventos organizados pela Associação de Business Angels
Número de participantes nos concursos regionais de empreendedorismo e ideias
Número de referências a actividade empreendedora na comunicação social local
Infra-estruturas e
serviços de apoio
Número de candidaturas à incubadora recebidas
Número de empresas incubadas
Nível de satisfação dos utilizadores dos serviços do BIC
Nível de satisfação dos utilizadores da incubadora
Número de solicitações recebidas pelo Observatório do Empreendedorismo para prestação de serviços
Número de relatórios/publicações editados anualmente pelo Observatório do Empreendedorismo
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Indicadores de evolução do ecossistema do empreendedorismo na Região Autónoma dos
Açores
No sentido de avaliar o impacto do Programa no ecossistema do empreendedorismo, é
sugerido o seguimento de um conjunto de indicadores de evolução (Tabela 6).
De referir que o ecossistema do empreendedorismo se constitui como um sistema dinâmico,
afectado não só pelas medidas directas de promoção do empreendedorismo mas também
por um vasto conjunto de políticas governamentais (entre as quais políticas na área da
educação e formação, ciência e tecnologia, cultura, juventude, trabalho, etc.) e de factores
(entre os quais merece destaque o panorama económico internacional).
Tabela 6. Principais indicadores de evolução do ecossistema do empreendedorismo na Região Autónoma dos
Açores
Domínio/ Indicador Fonte Valor de base Período de
referência
Indicadores globais
Taxa de Actividade Empreendedora GEM Açores 3,5% 2010
Taxa de Actividade Empreendedora
feminina GEM Açores 1,0% 2010
Taxa de Actividade Empreendedora
18-24 anos GEM Açores 4,9% 2010
Taxa de Actividade Empreendedora
25-34 anos GEM Açores 4,8% 2010
Capital humano
Proporção da população com
ensino secundário completo INE 10,% 2011
Proporção da população com
ensino superior completo INE 8,4% 2011
Nível de educação e formação GEM Açores -0,5712
2010
Empresas e mercados
Taxa de desemprego INE 11,6 % 3.º Trim. 2011
N.º total de empresas SREA 19.803 2009
12 Valor determinado através de avaliação efectuada por especialistas regionais, no âmbito do GEM
Açores 2010, mediante uma escala de Likert com uma gama de valores entre -2 (insuficiente) e 2
(suficiente).
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Domínio/ Indicador Fonte Valor de base Período de
referência
Taxa de natalidade das empresas SREA 19,04 % 2009
Taxa de sobrevivência das
empresas (a 2 anos) SREA 46,06 % 2009
Proporção do VAB das empresas
em sectores de alta e média-alta
tecnologia
SREA 1,36 % 2009
Proporção dos nascimentos de
empresas em sectores de alta e
média-alta tecnologia
SREA 1,83 % 2009
Peso das empresas nas despesas
em ID da Região SREA 14,8% 2008
N.º de postos de trabalho criados
nas novas empresas - N.D.
% de empreendedores early-stage
que têm clientes internacionais GEM Açores 65,8 % 2010
Nível de abertura do
mercado/barreiras à entrada GEM Açores -0,80
12 2010
Políticas e programas
N.º de empresas criadas, apoiadas
por sistemas de incentivos (SIDER,
PRORURAL, PROPESCAS, …)
N.D.
N.º candidaturas SIFIDE N.D.
Investimento elegível candidaturas
SIFIDE N.D.
Nível das políticas governamentais GEM Açores -0,4212
2010
Nível dos programas
governamentais GEM Açores -0,04
12 2010
Apoio financeiro
Montante concedido ao abrigo do
sistema de microcrédito N.D.
N.º de projectos apoiados por
fundos de capital de risco N.D.
Venture capital (% PIB) N.D.
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Domínio/ Indicador Fonte Valor de base Período de
referência
Crédito privado concedido a
empresas (% PIB) N.D.
Nível de apoio financeiro GEM Açores -0,5012
2010
Cultura empreendedora
N.º de participantes em iniciativas
dirigidas ao ensino básico N.D.
N.º de participantes em iniciativas
dirigidas ao ensino secundário N.D.
N.º de alunos inscritos em cadeiras
de empreendedorismo no ensino
superior
N.D.
Nível de normas sociais e culturais GEM Açores -0,7812
2010
Infra-estruturas e serviços de apoio
Número de empresas instaladas em
Parques de Ciência e Tecnologia N.D.
Número de empresas incubadas
em incubadoras de empresas N.D.
% de empresas com acesso a banda
larga N.D.
Nível de acesso a infra-estruturas
físicas GEM Açores 0,62
12 2010
Nível de infra-estrutura comercial e
profissional GEM Açores -0,32
12 2010
N.D. – Não disponível.
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BIBLIOGRAFIA
Bibliografia
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Bibliografia
Documentos, livros e artigos
Centro de Empreendedorismo, SPI Ventures e Governo dos Açores (2011). GEM Açores 2010
– Estudo sobre o Empreendedorismo.
Decreto Legislativo Regional n.º 25/2010/A, de 2 de Julho - Regulamento do Empreende
Jovem
Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade. Revista Empreender.
Números de 1 a 11.
Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade (2007). Manual do
Empreendedor.
Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação e Associação Portuguesa de
Capital de Risco e de Desenvolvimento (2006). Guia Prático do Capital de Risco.
Instituto Nacional de Estatística (2011). Censos 2011 - Resultados Provisórios.
Instituto Nacional de Estatística (2011). Estatísticas do Comércio Internacional 2010.
Instituto Português da Qualidade (2007). NP 4456: 2007 - Gestão da Investigação
Desenvolvimento e Inovação (IDI). Terminologia e definições das actividades de IDI
International Association of Science Parks (2002). IASP International Board, 6 February 2002.
Isenberg, Daniel (2010). How to Start an Entrepreneurial Revolution. Harvard Business
Review Article.
Kelley, Donna, Bosma Niels e Amorós, José Ernesto (2011). Global Entrepreneurship Monitor
2010 Global Report.
Lei 40/2005, de 3 de Agosto. Cria o SIFIDE, sistema de incentivos fiscais em investigação e
desenvolvimento empresarial.
Observatório do Emprego e Formação Profissional (2011). Inquérito aos estudantes da
Universidade dos Açores, Ano lectivo 2010/2011.
Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação +E +I. Resolução de Conselho
de Ministros n.º 54/2011, de 16 de Dezembro, e Declaração de Rectificação n.º 35/2011, de
21 de Dezembro.
Saraiva, Pedro (2011). Empreendedorismo: do Conceito à Aplicação, da Ideia ao Negócio, da
Tecnologia ao Valor. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
Serviço Regional de Estatística dos Açores (2011). Anuário Estatístico da Região Autónoma
dos Açores 2010.
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Tom Fleming Creative Consultancy, Horwath Parsus, Opium Lda, Gestluz e Comedia (2008).
Estudo Macroeconómico - Desenvolvimento de um Cluster das Indústrias Criativas na Região
Norte. Promotores: Fundação de Serralves, em parceria com a Junta Metropolitana do
Porto, a Casa da Música e a Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense.
Universidade dos Açores (2011). Relatório e Contas, 2010.
Sites Consultados
Agência para a Promoção do Investimento dos Açores: http://www.investinazores.com/
Aicep Portugal Global: http://www.portugalglobal.pt/
Associação Nacional de Direito ao Crédito: http://www.microcredito.com.pt/
Associação Portuguesa de Business Angels: http://www.apba.pt/
Babson College - http://www.babson.edu/
Babson College, Babson Entrepreneurship Ecosystem Project (BEEP): http://entrepreneurial-revolution.com/
Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo: http://www.ccah.eu/
Câmara de Comércio e Indústria de Ponta Delgada: http://www.ccipd.pt/
Câmara Municipal da Praia da Vitória: http://www.cmpv.pt/
Câmara Municipal de Ponta Delgada: http://cm-pontadelgada.azoresdigital.pt/
Centro de Empreendedorismo da Universidade dos Açores:
http://www.empreendedorismo.uac.pt/
Direcção Regional da Educação e Formação:
http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sref-dref
Direcção Regional da Juventude: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/srp-drj/
Direcção Regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade:
http://www.azores.gov.pt/portal/pt/entidades/sre-draic/
Direcção Regional de Ciência, Tecnologia e Comunicações:
http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/srcte-drctc/
Dublin Business Innovation Centre: http://www.dbic.ie/
Enterprise Ireland: http://www.enterprise-ireland.com/en/
European Business & Innovation Centre Network: http://www.ebn.be/
Federação Nacional de Associações de Business Angels: http://www.fnaba.org/
FINICIA Açores: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sre-
draic/textoTabela/FINICA.htm
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Fundo de Investimento de Apoio ao Empreendedorismo dos Açores:
http://www.inovcapital.pt/fiaea/
Global Entrepreneurship Monitor: http://www.gemconsortium.org/
Instituto Nacional de Estatística: http://www.ine.pt/
IPN-Incubadora: www.ipn-incubadora.pt/
National Business Incubation Association: http://www.nbia.org/
Observatório do Empreendedorismo Jovem, Instituto de Tecnologia de Kavala:
http://www.teikav.edu.gr/teikav/
Observatório do Empreendedorismo, Eslovénia: http://www.epfip.uni-
mb.si/raziskovanje/slovenski-podjetniski-observatorij/
ParcBIT: http://www.parcbit.es/
PRO-EMPREGO- Programa Operacional do Fundo Social Europeu para a Região Autónoma
dos Açores 2007-2013: http://proemprego.azores.gov.pt/
Programa Compete, Constituição de Entidades Veículo:
http://www.pofc.qren.pt/faqs?temaid=62
Programa de Fomento Cultura Emprendedora: http://www.emprendeastur.es/
Programa EXIST – Start-ups de Base Universitária: http://www.exist.de/
Programa Start-Up Chile: http://www.startupchile.org/
PROPESCAS – Programa Operacional das Pescas para a Região Autónoma dos Açores 2007-
2013: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/sram-
ssrp/textoTabela/PROPESCAS.htm
PRORURAL – Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores 2007-
2013: http://prorural.azores.gov.pt/
Rede Canária Rural: http://www.redcanariarural.org/
Rede de Lojas Aldeias do Xisto: http://www.aldeiasdoxisto.pt/
SIDER - Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores:
http://www.proconvergencia.azores.gov.pt/SistemaIncentivos.html
UNIEMPRENDE: http://www.uniemprende.es/
Universidade do Porto: http://upin.up.pt
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ANEXO – ESTUDOS DE CASO
Anexo – Estudos
de Caso
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Estudo de caso 1 – EXIST
Iniciado em 1997, o Programa EXIST – Start-ups de Base
Universitária é uma iniciativa do Ministério Federal de Economia
e Tecnologia da Alemanha, destinada à melhoria do ambiente
empreendedor em universidades e instituições de investigação
e ao aumento do número de start-ups de base tecnológica e
intensivas em conhecimento.
O Programa enquadra-se na “Estratégia Hightech para a Alemanha” do Governo e é co-
financiado pelo Fundo Social Europeu.
O EXIST assenta, fundamentalmente, em três eixos: a promoção de uma cultura
empreendedora, o financiamento de start-ups e a facilitação da transferência de tecnologia.
Tendo em conta estes aspectos-chave do Programa, conclui-se que se enquadra num dos
critérios apresentados no capítulo anterior, nomeadamente o facto de abordar
políticas/programas/acções/medidas de apoio à actividade empreendedora, com sucesso
comprovado.
Objectivos
O Programa EXIST tem quatro objectivos principais:
Criar uma “cultura empreendedora” permanente no ensino, investigação e
administração, nas instituições do ensino superior;
Externalizar o conhecimento para a economia – de acordo com a responsabilidade
em temos de transferência de tecnologia por parte das instituições do ensino
superior;
Promover o enorme potencial existente em instituições do ensino superior e centros
de investigação para criar negócios ou empreendedores;
Aumentar significativamente o número de start-ups inovadoras, o que resultará na
criação de novos e mais seguros empregos.
Enquadramento regional/nacional/internacional
Se de início o Programa se focava apenas em redes universitárias em cinco regiões alemãs, a
sua extensão foi crescendo, abrangendo agora todo o País e a maioria das universidades e
centros de investigação. Assim, o Programa EXIST adopta uma postura nacional, potenciando
empreendedores e start-ups alemãs que actuem ao nível do País.
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Por outro lado, o enfoque do Programa continua a ser um modelo de cooperação regional,
onde universidades, centros de investigação e empresas colaboram para levar a bom porto a
iniciativa, o que garante a visibilidade de projectos de menor dimensão, que poderiam
passar despercebidos caso o enfoque do Programa fosse exclusivamente nacional.
Recursos físicos e humanos
Em termos de recursos humanos, além de uma equipa de apoio altamente experiente e da
colaboração com diversas entidades externas (empresas, ministérios, câmaras de comércio,
autarquias, entre outras), o Programa inclui um conselho de consultores com onze
membros, provenientes do mundo empresarial e financeiro, universitário e científico. Este
conselho apoia não só as redes regionais no desenvolvimento e implementação dos seus
planos, mas também o Ministério da Economia e Tecnologia em tarefas transversais, como a
identificação de fontes de financiamento para as actividades do Programa.
Quanto aos recursos físicos, estes dizem respeito, como é natural, às infra-estruturas de
todas as entidades envolvidas no Programa que, como referido, são numerosas a nível
nacional e internacional. Adicionalmente, existem ainda os recursos materiais disponíveis
para os vários empreendedores e start-ups.
Áreas de actividade e serviços
O Programa EXIST assenta em três eixos complementares: a promoção de uma cultura
empreendedora, o financiamento de start-ups e a facilitação da transferência de tecnologia.
Os três eixos do Programa EXIST.
Promoção de uma cultura
empreendedora
Financiamento de startups
Facilitação da transferência de
tecnologia
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Primeiro eixo: promoção de uma cultura empreendedora
Este eixo subsidia projectos nas universidades que permitam desenvolver uma infra-
estrutura de apoio a empreendimentos inovadores de base tecnológica e intensivos em
conhecimento. Os projectos podem receber um apoio financeiro do Ministério da Economia
e Tecnologia durante três anos e devem ter como principais objectivos:
Estabelecer uma “cultura empreendedora” duradoura nas universidades e centros
de investigação;
Apoiar a transferência e comercialização de conhecimento científico;
Promover, de forma organizada, o enorme potencial de negócio e de ideias
empreendedoras em universidades e centros de investigação;
Aumentar o número e as hipóteses de sucesso de start-ups inovadoras.
Segundo eixo: financiamento de start-ups
Este eixo procura apoiar a criação de start-ups inovadoras, desenvolvidas através de
projectos nas universidades e centros de investigação, mediante a concessão de bolsas aos
empreendedores.
Estas bolsas destinam-se assim a cientistas, licenciados e estudantes universitários e têm
como objectivo a transformação de ideias de negócio em produtos e serviços
comercializáveis. Para cobrir as suas despesas, os empreendedores recebem bolsas entre os
800 e os 2.500 EUR por mês, dependendo do seu grau de formação, por um período máximo
de 12 meses. Além disso, recebem ainda materiais e equipamentos (no valor de 10.000 EUR
para projectos individuais e 17.000 EUR para projectos em equipa), financiamento para
formação (5.000 EUR) e, caso necessário, 100 EUR por mês por cada criança à
responsabilidade dos empreendedores. As universidades e os centros de investigação
oferecem as infra-estruturas durante a fase pré-start-up e apoio técnico e administrativo.
Terceiro eixo: facilitação da transferência de tecnologia
Este eixo promove negócios de base tecnológica, nas fases pré-start-up ou start-up,
complementando o eixo anterior, mais amplo e não centrado apenas nas empresas de alta
tecnologia. Está dividido em duas fases de financiamento:
Na primeira fase, o Programa apoia as equipas de investigação das universidades e
centros de investigação na demonstração da viabilidade dos seus produtos ou ideias
e na preparação da start-up. Para o efeito, o Programa subsidia as despesas de
pessoal de três membros e disponibiliza ainda 60.000 EUR para materiais e
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equipamentos. Após um ano, o financiamento pode ser alocado a mais um
colaborador especialista em gestão;
Na segunda fase, uma vez estabelecidas, as novas empresas de base tecnológica
podem ser financiadas até 150.000 EUR para continuar o desenvolvimento dos
produtos.
Todas as candidaturas devem ser apresentadas às respectivas universidades e/ou centros de
investigação.
Perfil das empresas apoiadas
Sendo um programa que actua junto de universidades e centros de investigação, as
empresas apoiadas são maioritariamente de base tecnológica ou de conhecimento
especializado, relacionadas com ciências da saúde, tecnologias de informação e consultoria,
por exemplo.
Entre os exemplos de empresas apoiadas, destacam-se:
Kreuzverweis Solutions Gmbh: uma spin-off da Universidade de Koblenz-Landau, que
pretende revolucionar o conceito de pesquisa num computador, associando tags
automáticas a vídeos e imagens, que, caso contrário, teriam de ser identificadas
pelos utilizadores;
Orcan Energy Gmbh: uma spin-off da Universidade de Munique que comercializa um
equipamento que gera electricidade através do calor libertado por outras máquinas,
por exemplo da indústria ou dos automóveis. Destaca-se de outras soluções
semelhantes no mercado por ser mais pequeno, leve e barato;
Opto-medical Technologies Gmbh: criada por membros do Instituto de Óptica
Biomédica da Universidade de Luebeck, esta start-up oferece uma nova técnica de
tomografia não invasiva, semelhante aos ultra-sons, mas com uma maior resolução,
o que facilitará o diagnóstico de várias doenças.
Parcerias e colaborações
Sendo um programa directamente coordenado pelo Governo Alemão, o EXIST procura
fomentar a colaboração entre as várias universidades e centros de investigação e apoiar, ao
nível técnico e financeiro, os projectos dos seus membros. As parcerias e colaborações dos
organismos de gestão do Programa com entidades externas prendem-se com consultores
técnicos, câmaras do comércio e associações empresariais.
Por outro lado, o Programa incentiva também a internacionalização das start-ups criadas – o
melhor exemplo desta atitude é a iniciativa Aceleradora Alemã de Silicon Valley, que procura
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oferecer uma experiência num dos maiores e mais importantes centros tecnológicos
mundiais, onde os empreendedores poderão, não só melhorar as suas competências, mas
também estabelecer contactos no concorrido mercado americano que permitam dar início à
internacionalização dos seus negócios.
Estratégia de curto/médio prazo
Em vigor desde 1997, o Programa conheceu já várias fases diferentes, procurando envolver,
cada vez mais, um número maior de universidades e centros de investigação alemães. A sua
estratégia de curto/médio prazo passa por continuar o trabalho bem sucedido que tem sido
desenvolvido e maximizar as potencialidades da Alemanha nas áreas tecnológicas e
científicas.
Mais informação
www.exist.de
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Estudo de caso 2 – Start-up Chile
O segundo estudo de caso analisado refere-se ao
Programa Start-Up Chile, uma iniciativa inovadora
criada pelo Ministério Chileno de Economia e gerida
pela Corporación de Fomento de la Producción
(CORFO), através do seu Programa InnovaChile, que
promove acções de apoio à inovação e à
transferência de tecnologia.
O objectivo do Programa Start-Up Chile é a atracção de empreendedores estrangeiros de
alto potencial para o País, de forma a converter o Chile no ecossistema mais inovador e
empreendedor da América Latina.
Este estudo de caso aborda uma iniciativa pública de apoio à actividade empreendedora de
desenho muito inovador, com sucesso comprovado, como demonstram os números de
captação de investimento para os projectos apoiados pelo Start-Up Chile, num país com um
PIB per capita ligeiramente inferior ao dos Açores (aproximadamente 11.600 EUR, em 2010,
face aos 15.000 EUR dos Açores). Para além disso, este estudo apresenta uma iniciativa que
proporciona um apoio transversal à actividade empreendedora de alto conteúdo inovador e
tecnológico. Desta forma, a relevância deste estudo de caso é muito significativa no âmbito
do presente projecto, tendo em conta os critérios de selecção apresentados no Capítulo 1.
Objectivos
O Start-Up Chile é um programa de incubação de negócios de alto potencial que visa criar
um ecossistema empreendedor local como plataforma global de criação de empresas,
estabelecendo assim o Chile como o país mais inovador e empreendedor da América Latina,
pela conexão de empreendedores locais e estrangeiros em redes dinâmicas e diversas.
Enquadramento regional/nacional/internacional
Até ao momento, todas as empresas seleccionadas para o Start-Up Chile têm os seus
escritórios na capital, Santiago, uma cidade com cerca de 5 milhões de habitantes e o centro
económico e financeiro do Chile, que gera anualmente cerca de 45% do seu PIB.
No entanto, o Programa tem como objectivo o desenvolvimento do Chile como um todo,
pelo que o âmbito do projecto é nacional, com perspectivas de ligação internacional,
procurando atrair capital estrangeiro e fomentar a criação de emprego de carácter
transnacional. Assim, durante a 1ª ronda de candidaturas de 2011, foram aprovadas
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iniciativas empresariais de empreendedores provenientes de países tão diferentes como
Índia, Zimbabué, Portugal, Canadá e Estados Unidos da América.
O Programa está também interessado em expandir constantemente a sua rede de parceiros
e ligar o Chile aos principais centros de inovação e empreendedorismo a nível mundial,
estabelecendo ligações entre os empreendedores locais e internacionais, de forma a
aproveitar o know-how de cada um e as sinergias destas colaborações. Está também
previsto o apoio à internacionalização dos negócios estabelecidos ao abrigo do Start-Up
Chile, por exemplo, através do financiamento de viagens e missões ao estrangeiro.
Recursos físicos e humanos
A gestão e coordenação do Start-Up Chile são realizadas por uma equipa jovem, enérgica e
dinâmica, proveniente das mais variadas áreas e empenhada em mudar a situação do
empreendedorismo no País. Com uma grande variedade de competências e experiências no
mercado de trabalho, a equipa de recursos humanos do Start-Up Chile é composta por 11
especialistas, que tratam da gestão de todo o processo, incluindo aspectos financeiros e
técnicos.
Adicionalmente, o Programa inclui também um conselho consultivo, constituído por oito
membros, provenientes de vários países, todos eles figuras de renome na área do
empreendedorismo e que apoiam a equipa do Start-Up Chile na tomada das decisões
estratégicas mais importantes. Neste conselho encontram-se figuras provenientes de
universidades de prestígio, como a Universidade de Stanford e a Universidade de Duke, e
personalidades do mundo empresarial, de empresas tão relevantes como a Hewlett Packard
e a Concha y Toro.
Quanto a recursos físicos, o Programa disponibiliza espaço físico temporário às empresas
que se instalarem no Chile para o desenvolvimento da sua actividade.
Áreas de actividade e serviços
Como referido, o Start-Up Chile ambiciona tornar o Chile no centro de inovação e
empreendedorismo da América Latina, procurando, por isso, atrair os melhores
empreendedores a nível mundial e fornecer-lhes todas as condições necessárias para levar a
sua empresa a bom porto. Assim, o Programa fornece, entre outras coisas, o acesso a uma
rede de mentores, a possibilidade de assistir a eventos semanais para estabelecimento de
contactos e apoio especializado para a obtenção de financiamento. O Programa disponibiliza
ainda um fundo de 40.000 USD por projecto e um visto de residência de um ano a todos os
membros da equipa de projecto. O visto inclui também os familiares dos empreendedores,
promovendo desta forma um ambiente favorável para a criação de negócios num país
estrangeiro.
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O processo de admissão é realizado em duas etapas: num primeiro momento, um júri de
três elementos, seleccionado pela YouNoodle (uma rede social destinada a empreendedores,
localizada na Califórnia, EUA, que apoia actualmente mais de 15.000 start-ups), avalia cada
projecto e atribui-lhe uma pontuação.
De seguida, os projectos passam por um júri da Subcomissão de Empreendedorismo do
Programa InnovaChile – a entidade através da qual o Start-Up Chile recebe financiamento e
que é composta por uma equipa de especialistas em inovação, tecnologia e
empreendedorismo – que dá o parecer final.
Perfil das empresas apoiadas
Até ao momento, a maioria dos projectos apoiados são de base tecnológica e de alto
potencial, embora apresentem grande variedade, com empresas especializadas em energia,
comércio electrónico, empreendimentos sociais, ensino de línguas, viagens e design.
Contudo, mais do que a área de actuação, o critério mais importante para um projecto ser
seleccionado é a sua orientação global, uma vez que o caminho para o sucesso passa pela
expansão e não pelo isolamento.
Depois de um primeiro ano piloto, 2010, em que foram atraídos 22 projectos de 14 países, o
Programa espera trazer 300 novos projectos para o Chile durante o ano de 2011, tendo
como objectivo fazer crescer este número para 1000, em 2014.
De entre os empreendedores já instalados no Chile, é interessante destacar os fundadores
da Junar, uma plataforma que permite aos utilizadores encontrar e aceder facilmente a
dados, que angariaram um financiamento de 1,2 milhões de USD, em Dezembro de 2010, de
empresas de capital de risco da América Latina para a criação e desenvolvimento do
negócio.
De entre os projectos seleccionados em 2011, sete são iniciativas portuguesas, provenientes
do UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, que possui, desde
finais de 2010, um protocolo de parceria com a organização do Programa. De notar que
Portugal é, a par da Índia, o terceiro país com mais projectos seleccionados, sendo apenas
ultrapassado pela Argentina e pelos EUA.
Entre os projectos portugueses seleccionados, destacam-se a Vendder, que comercializa
uma plataforma de criação de lojas online e que foi seleccionada logo na fase piloto do
Programa; a EZ4U, vocacionada para soluções real-time de localização de pessoas e objectos
em ambiente indoor; e a Tecla Colorida, que comercializa a aplicação escolinhas.pt
(schools.com na versão internacional), um software colaborativo, no qual se transpõe o
ambiente escolar para o meio digital, permitindo interacção e partilha entre alunos,
professores e pais.
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Parcerias e colaborações
As parcerias e colaborações envolvidas no Programa prendem-se, essencialmente, com
entidades que apoiam os projectos seleccionados para instalação no Chile, e podem ser
enquadradas em três grupos: mentores, capital de risco e apoiantes.
Mentores
Baseado no projecto Mentores de Negócios da Nova Zelândia (uma abordagem inovadora
utilizada nesse país), o ForoInnovación (organização de iniciativa privada e sem fins
lucrativos do Chile, http://foroinnovacion.cl) lançou a Rede de Mentores (RdM), em
Novembro de 2009.
De momento, existem 160 mentores – empresários e gestores altamente qualificados,
vindos de áreas tão diversificadas como marketing, gestão, finanças, contabilidade,
administração, produção e distribuição, recursos humanos, internacionalização de negócios
e exportações, tecnologias de informação e organizações não lucrativas. Este grupo de
mentores tem um conhecimento profundo dos mercados chileno e global e está disposto a
partilhá-lo com outras empresas.
A RdM tem como objectivo ser líder na Rede de Mentores na América Latina, de forma a
conseguir promover e desenvolver conceitos como inovação, empreendedorismo e
liderança.
Para beneficiar do apoio da RdM, é necessário passar por um processo constituído por várias
etapas, que inclui um estudo da compatibilidade entre as necessidades do mercado e a
experiência dos empreendedores e o desenvolvimento de um plano de trabalhos de 6
meses.
Capital de risco
O Governo Chileno, através da CORFO, tem apoiado vários fundos de capital de risco,
disponibilizando quase 350 milhões de USD. Alguns destes fundos são o Aurus Bios
(direccionado para empresas de base científica, principalmente dedicadas à biotecnologia ou
ciências farmacêuticas), o Aurus Tecnologia (para empresas no mercado das tecnologias), o
Austral Capital (que oferece também uma interessante rede de contactos em toda a América
Latina), o Equitas Capital (focado em negócios relacionados com o ambiente e recursos
naturais), o Fondo de Inversión Copec – Universidad Católica (desenvolvido em parceria com
esta universidade) e o Yarden Venture Capital (que aposta em start-ups de alta tecnologia).
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Apoiantes
Por apoiantes entendem-se todos aqueles que, um pouco por todo o mundo, chilenos ou
não, auxiliam o Start-Up Chile a atingir a sua missão, contribuindo de diversas maneiras:
Disseminando informações sobre o Programa, bem como a newsletter bissemanal
junto dos seus contactos;
Identificando potenciais candidatos e encaminhando-os para o Programa;
Fornecendo apoio especializado aos empreendedores aceites no Start-Up Chile;
Procurando oportunidades para disseminar o Start-Up Chile na sua região, incluindo
apresentar o Programa junto de universidades, incubadoras, centros de
empreendedorismo, entre outros;
Ajudando a expandir a rede de universidades, empresas de capital de risco, business
angels, governos e empreendedores associados ao Programa;
Promovendo eventos locais, encontros e seminários para explicar o Programa e
identificar potenciais interessados; e
Unindo forças com outros apoiantes na sua região, para maximizar a disseminação
do Programa.
Estratégia de curto/médio prazo
Após um início promissor, os fundadores do Start-Up Chile estão confiantes no sucesso do
Programa, prevendo que, até 2014, sejam 1000 os projectos apoiados, provenientes de todo
o mundo. De facto, a equipa gestora do Programa sabe que para o País se tornar o centro de
inovação e empreendedorismo da América Latina, aproveitar as experiências e know-how
externos é um factor essencial.
Com o intuito de facilitar a criação de novas empresas, o Governo do Chile tem vindo a
desenvolver esforços que permitam diminuir o número de dias necessários para o registo.
Assim, em 2010, um empreendedor esperava 27 dias para ver a sua empresa registada; em
2011 este número reduziu-se para 16 e, em 2013, prevê-se que seja apenas de 8.
Ao longo dos próximos três anos, o Programa pretende também atrair novos investidores
dispostos a financiar as start-ups instaladas no Chile, bem como aumentar a sua rede de
contactos, tanto a nível nacional como internacional.
Mais informação
www.startupchile.org
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Estudo de caso 3 – UNIEMPRENDE
Iniciado em 1998, o Programa
UNIEMPRENDE presta serviços a
todas as estruturas de criação de
empresas do sistema universitário
galego, sendo, no entanto, gerido
centralmente pela Universidade
de Santiago de Compostela (USC).
Desde a sua criação, passou de pioneiro a nível nacional a uma referência internacional,
fomentando o conceito de “universidades empreendedoras”, ou seja, aquelas que se
envolvem de forma activa no desenvolvimento económico e social.
Assim, através do UNIEMPRENDE, a Universidade Galega promove este seu compromisso
com a sociedade, transformando os resultados dos seus projectos de investigação em
factores de melhoria da qualidade de vida da população e tornando os seus alunos em
impulsionadores deste desenvolvimento e geradores de riqueza.
O UNIEMPRENDE procura apoiar toda a comunidade universitária, principalmente
estudantes e investigadores que desenvolvam actividades nas áreas de conhecimento dos
programas da Universidade; possui ainda linhas de apoio dedicadas a segmentos
populacionais historicamente menos empreendedores, como as mulheres.
O Programa UNIEMPRENDE pode ser considerado como um caso de estudo relevante para a
Região Autónoma dos Açores por “Abordar políticas/programas/acções/medidas de apoio à
actividade empreendedora, num determinado território, cujo sucesso tenha sido
comprovado”.
Objectivos
O Programa UNIEMPRENDE tem quatro objectivos principais:
Incrementar a médio/longo prazo o número de “vocações empresariais” nas
universidades galegas, fomentando o empreendedorismo na comunidade
universitária;
Identificar, dentro das capacidades de produção científica e de conhecimento das
universidades galegas, linhas de trabalho susceptíveis de serem exploradas a partir
de uma óptica empresarial;
Prestar serviços de apoio à criação de empresas que facilitem a análise da viabilidade
empresarial dos projectos, bem como apoiá-las nos passos seguintes (incluindo o
seu lançamento e a procura de financiamento);
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Criar, estruturar e potenciar uma infra-estrutura estável, que permita difundir e
desenvolver amplamente as diferentes medidas deste Programa.
Enquadramento regional/nacional/internacional
O Programa UNIEMPRENDE engloba uma infra-estrutura complexa, com mecanismos de
apoio ao empreendedorismo a vários níveis – regional, nacional e internacional. Destes, o
mais desenvolvido e importante é o regional, dentro do qual o UNIEMPRENDE inclui uma
incubadora (a UNINOVA), sistemas de apoio financeiro (UNIRISCO, UNIBAN, Unimicro-C e
UNIGUARANTEES), mecanismos de valorização e comercialização da propriedade intelectual
(por exemplo, um sistema de licenciamento e comercialização de patentes) e mecanismos
de promoção da responsabilidade social e ambiental.
Ao nível nacional, os mecanismos dedicados à promoção do empreendedorismo são
programas específicos, em colaboração com outras instituições, de identificação de novas
oportunidades – como por exemplo o UNIEMPRENDIA, que procura promover empresas de
base tecnológica nas universidades espanholas e que conta com o apoio do Ministério da
Educação de Espanha.
Por fim, a nível internacional, a sua actuação centra-se no desenvolvimento de redes de
empreendedores – por exemplo, a Red Woman Emprende, destinada a partilhar
conhecimentos e experiências entre mulheres empreendedoras – e na difusão de uma
cultura empreendedora, materializada, por exemplo, na existência, na USC, de uma cátedra
apoiada pela UNESCO e financiada pela Comissão Europeia, destinada a promover a cultura
e a actividade empreendedora no quadro universitário dos países Ibéricos e Latino-
americanos.
Recursos físicos e humanos
Ao nível de recursos humanos, o UNIEMPRENDE conta com uma equipa experiente,
constituída por mais de 20 especialistas, em áreas que vão da transferência de tecnologia ao
empreendedorismo e gestão de unidades de investigação. A equipa está apta e disponível
para fornecer apoio em todas as etapas de estabelecimento de uma nova empresa – tanto
de alunos, como de professores e investigadores da Universidade.
Quanto aos recursos físicos e materiais, o UNIEMPRENDE disponibiliza espaço para
instalação da empresa e financiamento para o crescimento e para as necessidades
operacionais e estratégicas da mesma, através de uma participação temporária no seu
capital.
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Áreas de actividade e serviços
Os serviços e actividades oferecidos pelo UNIEMPRENDE podem ser organizados numa
cadeia de vectores, que vão da concepção e identificação de ideias à monitorização e
acompanhamento dos projectos.
Identificação de projectos e ideias
Como o nome indica, este vector procura identificar projectos e ideias passíveis de serem
transformadas em negócios:
Concurso de ideias empresariais inovadoras: destinado a todos os membros das três
universidades galegas (USC, Universidade da Corunha e Universidade de Vigo),
procura premiar ideias empresariais inovadoras, passíveis de serem transformadas
num negócio;
Concurso de projectos empresariais inovadores: semelhante ao anterior, mas
premiando projectos inovadores de empresas;
UNIEMPRENDIA: programa com periodicidade anual que procura promover
empresas de base tecnológica nas universidades espanholas e que conta com o
apoio do Ministério Espanhol da Educação.
Incubação e estruturas de apoio
Este vector inclui a incubadora da USC e todas as unidades que gerem e apoiam os centros
de investigação da universidade:
UNINOVA: a incubadora da USC, vocacionada para empresas inovadoras e de base
tecnológica;
Centro de Inovação e Transferência de Tecnologia (CITT): unidade que gere e apoia,
ao nível legal, os trabalhos científicos e técnicos desenvolvidos para empresas e
entidades públicas nos departamentos e centros de investigação da USC;
Unidades de Investigação Intensiva: iniciativa piloto que procura a gestão,
valorização e transferência dos resultados de investigação obtidos pelos grupos de
investigação das três universidades galegas e centros de investigação da região;
Serviços de Apoio ao Empreendedorismo e ao Emprego: dividido em três áreas –
Auto-emprego, Aconselhamento Profissional e Informação aos Jovens e Apoio
Integrado – este serviço procura fomentar o empreendedorismo junto de todos os
membros da USC, com uma ênfase especial nos mais jovens.
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Formação em boas práticas
Constituído por duas unidades, este vector procura oferecer formação na área do
empreendedorismo, bem como dar a conhecer ao grande público exemplos e casos de
sucesso na região da Galiza:
Escola de negócios UNIEMPRENDE: oferece uma ampla formação em áreas que
podem ser úteis ao empreendedor, como gestão de empresas, consultoria,
contabilidade e administração;
EMPRENDIA: publicação vocacionada para o empreendedorismo universitário, com
artigos técnicos, conselhos e casos de sucesso.
Direitos de propriedade industrial e intelectual e vigilância tecnológica
Coordenado pelo CITT, centra-se em todos os assuntos relacionados com a propriedade
intelectual, registo de patentes e legislação empresarial.
Coaching e networking
Este vector procura estabelecer redes nacionais e internacionais que permitam acompanhar
e fomentar o empreendedorismo em sectores específicos ou menos explorados
habitualmente. Entre as iniciativas promovidas neste âmbito destacam-se:
Red Woman Emprende: rede internacional que procura fomentar o
empreendedorismo feminino nas universidades;
Programa Empresa-Concepto: de âmbito nacional, este Programa é promovido pelas
três universidades galegas e procura colocar à disposição dos centros de
investigação recursos financeiros e humanos que possibilitem a criação de empresas
de base tecnológica, que advenham de resultados de projectos de investigação;
SOCIAL EMPRENDE: programa destinado a promover o empreendedorismo nas áreas
das ciências sociais e humanas;
Cátedra UNESCO: as cátedras da UNESCO têm como principal objectivo melhorar a
qualidade da educação nos países participantes, bem como aumentar a sua infra-
estrutura científica e tecnológica, através de um melhor aproveitamento dos
conhecimentos e recursos tecnológicos universitários que permita a sua exploração
e comercialização. No caso do UNIEMPRENDE, a cátedra UNESCO tem como
objectivo a promoção da inovação e da cultura empreendedora em ambiente
universitário.
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Financiamento, capital de risco e business angels
Este vector inclui todos os mecanismos de financiamento aos novos projectos dos membros
da comunidade universitária:
UNIRISCO: capital de risco para criação de empresas que aproveitem o
conhecimento gerado pela Universidade, mediante operações de investimento
temporário no capital das mesmas ou outros instrumentos financeiros;
UNIBAN: rede de business angels vocacionada para o ambiente universitário;
UNINVEST: de âmbito ibérico, é uma sociedade gestora de capitais de risco criada
para fomentar a transferência de conhecimento de centros de investigação públicos
para a sociedade através da criação de empresas;
UNIGUARANTEES: oferece garantias a empresas de base tecnológica surgidas no
meio universitário;
Unimicro-C: sistema de micro-crédito para empreendedores ligados à universidade;
INBERSO: rede internacional, que põe em contacto empresas tecnológicas de grande
potencial e grupos de investigação universitários com o intuito de facilitar a atracção
de financiamento privado;
SPIN-GROW: rede especializada em encontrar financiamento para spin-offs
universitárias.
Oficina de monitorização do empreendedorismo, sustentabilidade e qualidade
Responsável pelos seguintes elementos do funcionamento do UNIEMPRENDE:
Normas de qualidade (AENOR e SAI-8000);
Responsabilidade Social Corporativa;
VERDE EMPRENDE: guia com recomendações sobre como minimizar o impacto
ambiental de uma empresa.
Perfil das empresas apoiadas
Sendo parte do sistema universitário, o UNIEMPRENDE apoia empresas nascidas de ideias
e/ou projectos dos seus alunos, professores e investigadores, em áreas muito variadas que
vão da biotecnologia às nanotecnologias e ciências sociais.
Desde que foi criado, o Programa já apoiou 268 start-ups, financiou 23 projectos e premiou
mais de 2053 ideias e 355 projectos. Organizou ainda vários cursos vocacionados para
empreendedores (como Investigação de Mercados e Gestão Eficaz de Negócios) e promoveu
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várias actividades de divulgação do empreendedorismo (como seminários ou jornadas de
sensibilização).
Parcerias e colaborações
As várias parcerias e colaborações do Programa UNIEMPRENDE incluem empresas,
universidades, organizações governamentais, bancos e centros de investigação:
Empresas: Grupo San José, INDITEX, R. Telecomunicaciones e Consorcio Zona Franca
(Vigo);
Universidades: mais de 20 a nível nacional e internacional;
Organizações governamentais: organizações nacionais e regionais, incluindo
ministérios e o governo regional da Galiza;
Bancos: bancos espanhóis (Banco Santander, Caixa Nova, Caixa Galicia e Banco
Pastor) e bancos portugueses (Banco Espírito Santo e Banco Português de
Investimento);
Centros de investigação: mais de 135 centros, localizados em Espanha, Portugal e
América Latina.
Estratégia de curto/médio prazo
A estratégia de curto/médio prazo do Programa UNIEMPRENDE passa por continuar o bom
trabalho desenvolvido até ao momento, procurando fomentar o empreendedorismo junto
da comunidade universitária galega e disseminar a ideia da transferência de tecnologia da
Universidade para a sociedade como móbil do desenvolvimento e da inovação.
Vai também procurar o estabelecimento de novas parcerias e colaborações, principalmente
ao nível da disponibilização de capital de risco para novos negócios, bem como estimular o
empreendedorismo em sectores da sociedade tradicionalmente mais avessos à criação de
empresas, como as mulheres ou investigadores nas áreas das ciências sociais e
humanidades.
Mais informação
www.uniemprende.es
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Estudo de caso 4 – FEDERCAN
O quarto estudo de caso analisado refere-se à Federação Canária de
Desenvolvimento Rural, Rede Canária Rural (Federación Canaria de
Desarrollo Rural, Red Canaria Rural), uma iniciativa inovadora e já com
alguns anos nas Ilhas Canárias, Espanha.
Criada em 1999, no seguimento do modelo da Comissão Europeia para
os Centros Europeus de Empresas e Inovação e da Iniciativa
Comunitária – Ligações entre Acções de Desenvolvimento da Economia Rural (LEADER II), a
Federação Canária de Desenvolvimento Rural, Rede Canária Rural (FEDERCAN) é uma
associação sem fins lucrativos, que promove a criação de riqueza nas zonas rurais das Ilhas
Canárias, através de aconselhamento profissional aos empreendedores, assistência técnica e
acompanhamento de projectos elaborados por PME, com o objectivo de aumentar a sua
competitividade e potencial inovador. Procura também uma gestão mais eficaz das
administrações locais das Canárias, que garanta um desenvolvimento sustentado da região.
A FEDERCAN é constituída por várias associações de desenvolvimento locais, localizadas nas
várias ilhas do arquipélago:
Associación Insular de Desarrollo Rural La Gomera (AIDER La Gomera);
Asociación para el Desarrollo Rural de la Isla de La Palma (ADER La Palma);
Asociación Insular de Desarrollo Rural en Gran Canaria (AIDER Gran Canaria);
Asociación para el Desarrollo Rural de la Isla de Lanzarote (ADERLAN);
Asociación Insular de Desarrollo Rural de Tenerife (AIDER Tenerife);
Asociación para la Gestión del Desarrollo Rural Maxorata Verde (GDR Maxorata);
Grupo de Desarrollo Occidental (GDR Occidental) – El Hierro.
Tendo em conta os critérios apresentados no Capítulo 1, a FEDERCAN enquadra-se na
maioria, uma vez que foca no desenvolvimento de áreas rurais, que assumem uma grande
importância no arquipélago dos Açores e localiza-se num território semelhante e com
potencial económico semelhante (embora o PIB per capita das Canárias seja superior ao dos
Açores, atingindo cerca de 19.000 EUR/habitante/ano).
Objectivos
A FEDERCAN tem como principal objectivo encontrar linhas de acção que permitam o
desenvolvimento do meio rural das Ilhas Canárias. Entre os seus objectivos específicos,
incluem-se:
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Participação em redes comunitárias de desenvolvimento geral e local;
Integração nas associações de desenvolvimento local e rural de âmbito nacional,
comunitário e internacional;
Promoção e valorização dos produtos locais;
Promoção e apoio a PME e empresas tradicionais;
Promoção e desenvolvimento do turismo rural;
Integração socioeconómica de grupos específicos em risco de exclusão social;
Preservação do meio ambiente;
Fortalecimento da economia social;
Desenvolvimento socioeconómico;
Intercâmbio de experiências e metodologias com outras regiões nacionais,
comunitárias e internacionais;
Formação e qualificação dos trabalhadores no âmbito da sua área de expertise;
Assistência técnica em processos de desenvolvimento rural e/ou local noutras zonas
da Comunidade Autónoma e de Espanha, e em países da UE;
Formação e qualificação de trabalhadores desempregados;
Fomento e desenvolvimento do envolvimento do governo na concepção e
implementação de estratégias de desenvolvimento rural ao nível regional e europeu;
Prestação de serviços de apoio ao trabalho dos seus parceiros ao nível do
desenvolvimento regional;
Desenvolvimento de actividades económicas e de prestação de serviços a terceiros.
Enquadramento regional/nacional/internacional
Como o próprio nome indica, as actividades da associação estão localizadas principalmente
nas Ilhas Canárias, procurando abranger todas as ilhas, mesmo as mais remotas, através da
colaboração entre as várias associações de desenvolvimento locais. Todas as suas acções são
direccionadas para empreendedores, negócios ou empresas do arquipélago.
No entanto, a FEDERCAN tem consciência de que um desenvolvimento sustentável das ilhas
só pode ser alcançado através da sua integração em redes mais vastas. Assim, por exemplo,
para uma eficiente promoção da actividade turística no arquipélago é essencial uma
disseminação alargada da sua oferta e do que a distingue da concorrência. Por outro lado, o
estabelecimento de parcerias com outras regiões espanholas e/ou outros países –
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comunitários ou não – fomenta a internacionalização dos negócios e atrai investimento
estrangeiro.
Assim, a FEDERCAN está inserida numa rede maior, a Rede Espanhola de Desenvolvimento
Rural (Red Española de Desarrollo Rural), uma associação sem fins lucrativos que promove
um modelo de desenvolvimento rural integrado, composta por 12 redes territoriais (entre as
quais a das Canárias), englobando quase 200 grupos de acção local.
Recursos físicos e humanos
As actividades da FEDERCAN centram-se principalmente no fornecimento de apoio técnico e
administrativo, pelo que, para além da sede (e dos gabinetes nas várias ilhas), disponibiliza
apenas algumas publicações – incluindo revistas sobre a actividade rural nas várias ilhas,
boletins e um manual de boas práticas sobre o desenvolvimento rural numa região.
Por outro lado, conta com uma equipa técnica altamente especializada, que para além dos
membros habituais numa associação (presidente, vogal, etc.), inclui também membros com
reconhecida experiência na gestão de programas comunitários.
Áreas de actividade e serviços
A FEDERCAN tem actualmente quatro projectos que procuram fomentar o desenvolvimento
das regiões rurais das Ilhas Canárias, três dos quais fortemente direccionados para o
empreendedorismo.
Projecto Rural EESS
Este projecto de fomento e promoção da economia social no meio rural das Ilhas Canárias
tem como principais objectivos:
Fortalecer as entidades de economia social nas áreas rurais do arquipélago e
promover o emprego;
Promover a economia social e o auto-emprego nas zonas rurais do arquipélago;
Reduzir as disparidades laborais entre as zonas rurais e urbanas e incentivar a
criação de estruturas estáveis de manutenção da actividade económica e emprego
através da economia social.
Para atingir estes objectivos, o projecto inclui seis áreas de acção diferentes: formação;
difusão e promoção da economia social; promoção do associativismo nas regiões rurais;
orientação de entidades de economia social nas regiões rurais; estudo da economia social
nas regiões rurais; e divulgação do projecto.
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Empreendedores Rurais
A partir do projecto anterior, a FEDERCAN desenvolveu o projecto Empreendedores Rurais,
que procurou fornecer conselhos sobre os procedimentos e requisitos para iniciar um novo
negócio e concretizar uma ideia, dar apoio especializado no desenvolvimento de um plano
de negócios, acompanhar as candidaturas a programas de financiamento e oferecer
formação e acompanhamento especializado.
Os negócios apoiados ao longo deste projecto centram-se principalmente em empresas
ligadas ao turismo ou a sectores tradicionais da economia da região, como a produção de
vinhos ou a transformação de produtos alimentares.
A Escola empreendedora
Este projecto está direccionado principalmente para alunos do 10º ao 12º ano e tem como
objectivo proporcionar a esses mesmos alunos a possibilidade de experimentarem e
desenvolverem as suas capacidades empreendedoras (observação e análise da envolvente,
comunicação, auto-organização, criatividade, entre outras). Ao longo do projecto, os
estudantes criam uma empresa na sala de aula, organizada formalmente e com uma
produção orientada para as necessidades do mercado.
Mulheres Empreendedoras
Este projecto pretende promover e melhorar as condições de vida, de participação e de
trabalho das mulheres das regiões rurais das Ilhas Canárias, divulgando o seu trabalho,
incentivando o empreendedorismo, fomentando políticas focadas no género e
desenvolvendo actividades de formação e informação específicas para mulheres.
Perfil das empresas apoiadas
Como referido anteriormente, a FEDERCAN procura o desenvolvimento de empresas
localizadas nas regiões rurais, com um enfoque especial nas PME, nas que actuam em
sectores tradicionais da economia e nas ligadas ao turismo – um sector muito importante,
que representa 32% do PIB das Ilhas Canárias.
Entre as empresas apoiadas pelos vários projectos, destacam-se:
Frutas Guay – localizada em Icod de Viños, Tenerife, e fundada em 1998, tem como
objectivo utilizar produtos da agricultura local na produção de marmeladas e vinhos.
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Utiliza ainda antigas receitas suíças para a elaboração de pão de forma de diferentes
sementes;
Molino de Gofio TASIRCHE – o desaparecimento dos moinhos de gofio (a farinha
tradicional das Ilhas Canárias) e a grande procura deste produto encorajou uma
empreendedora, Olga Plasencia, a dar nova vida a um desses moinhos, que estava
abandonado em Vallehermoso, Lagomera, fomentando-se assim a produção de um
produto típico, de grande valor acrescentado no mercado, principalmente junto dos
turistas;
Cooperativa Artesanal de Mujeres de Valsequillo – localizada em Valsequillo, Gran
Canária, foi fundada por um grupo de mulheres que frequentaram um curso de
formação na Agência de Desenvolvimento Local. Actualmente, produzem, com fruta
do arquipélago, marmelada, mojo de amêndoa (um doce tradicional das Canárias) e
bienmesabe (um doce típico da ilha), a partir de receitas tradicionais e caseiras.
Além das empresas referidas, a associação e os seus projectos apoiaram ainda outros
negócios em ramos muito diversificados, incluindo hotéis, empresas de organização de
percursos pedestres nas ilhas, empresas de ferragem e fábricas de doçaria regional.
Parcerias e colaborações
A FEDERCAN é uma rede constituída por várias associações de desenvolvimento local, de
cada ilha, pelo que as colaborações e parcerias entre estas estão no seu núcleo. Por outro
lado, a FEDERCAN está também inserida na já referida Rede Espanhola de Desenvolvimento
Rural.
Além destas redes de desenvolvimento, a FEDERCAN colabora também com outras
entidades locais, principalmente centros de formação e de ensino, que ajudem a promover o
empreendedorismo na região, e equipas de psicólogos especialistas no fomento das
capacidades empreendedoras.
Por fim, a FEDERCAN procura também actuar ao nível internacional, principalmente através
da disseminação dos resultados dos seus programas, destacando as empresas apoiadas e
promovendo o turismo regional nas ilhas e as culturas locais.
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Estratégia de curto/médio prazo
A estratégia de curto/médio prazo da FEDERCAN consiste na consolidação do trabalho que
tem vindo a ser efectuado até ao momento, principalmente na formação de novos
empreendedores, capazes de aproveitar o melhor de cada ilha ao nível da cultura, recursos
naturais e humanos, entre outros. Para tal, continuará a melhorar a sua rede de apoio aos
empreendedores locais, com equipas de aconselhamento e acompanhamento mais
experientes, e procurará aumentar a sua presença junto das escolas, fomentando uma
atitude empreendedora nos mais jovens. Para concretizar estas medidas, a FEDERCAN
apostará num melhoramento contínuo das suas relações com outras redes de
desenvolvimento rural, principalmente com a Rede Espanhola de Desenvolvimento Rural.
É também importante destacar o trabalho junto das mulheres. Em regiões mais pobres e
mais isoladas como são as rurais, as mulheres tendem a ser o elo mais fraco e a ser vítimas
de ostracismo por parte da sociedade. A FEDERCAN tem noção desta situação, pelo que o
seu programa “Mulheres Empreendedoras” será alvo de grande atenção no futuro,
procurando promover o auto-emprego das mulheres.
Mais informação
www.redcanariarural.org
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Estudo de caso 5 – Babson College
Fundado em Setembro de 1919 por Roger Babson, o
Babson College assumiu desde o início uma vertente
inovadora, considerando que a experiência é a melhor
professora. Assim, os seus programas de ensino têm-se
focado, não só numa sólida componente teórica, mas
também numa componente prática que incentiva os
estudantes a contactarem directamente com o mundo
do trabalho – a maioria dos professores sempre foram
empresários e os cursos envolvem, por exemplo, várias visitas a fábricas e empresas.
Com este background, e sabendo que a iniciativa privada é um motor da economia, o
Babson College tem apostado na formação e valorização do empreendedorismo,
remontando estas actividades aos anos 60, quando instituiu não só o Student Business
Initiative Award, mas também a primeira disciplina em empreendedorismo no País. O
espectro das suas actividades é grande e inclui dois centros que promovem activamente a
actividade empreendedora, incluindo investigação, coordenação de projectos de diagnóstico
em larga escala (como o Global Entrepreneurship Monitor) e formação especializada de
grande qualidade – de acordo com o US News & World Report, o MBA em
empreendedorismo do Babson College é considerado o melhor do mundo.
Os dois centros especializados no empreendedorismo são o Centro para o
Empreendedorismo Arthur M. Blank (Arthur M. Blank Center for Entrepreneurship) e o
Centro para a Liderança Feminina (Center for Women’s Leadership). O primeiro tem uma
área de actuação mais abrangente, pelo que será o enfoque principal deste estudo de caso.
De notar que o estudo de caso cumpre totalmente o primeiro critério apresentado no
capítulo 1: “Abordar políticas/programas/acções/medidas de apoio à actividade
empreendedora, num determinado território, cujo sucesso tenha sido comprovado.”
Objectivos
O Centro para o Empreendedorismo Arthur M. Blank (de agora em diante referido como
Centro) foi estabelecido em 1998 através de uma doação de Arthur M. Blank e é a base de
toda a actividade relacionada com o empreendedorismo no Babson College. O objectivo do
Centro foca-se na expansão do empreendedorismo de todos os tipos, através de programas
de ensino inovadores e de projectos de investigação globais, com entidades públicas e
privadas, que inspirem e informem a acção e o pensamento empreendedor.
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Enquadramento regional/nacional/internacional
O Centro está localizado nas instalações do Babson College, um campus de 1,4 km2 no
Babson Park, em Wellesley, Massachusetts. Localizada perto de Boston, a universidade e os
seus estudantes têm beneficiado do ambiente dinâmico da cidade, onde o
empreendedorismo é uma realidade, com várias empresas de capital de risco a fornecer
apoio a quem deseja iniciar o seu negócio.
Esta localização privilegiada, a nível nacional, não exclui que a universidade procure atrair os
melhores alunos do mundo, pelo que, pelo menos, um quarto dos estudantes são de origem
internacional (provenientes de mais de 70 países), com a universidade a fornecer
activamente cursos para alunos estrangeiros e parcerias com várias instituições.
Desde o início que o Babson College procurou pautar-se por uma perspectiva abrangente,
formando empreendedores capazes de influenciar directamente as dinâmicas empresariais,
tanto ao nível dos EUA como do mundo. Assim, muitos dos seus ex-alunos colaboram ou
assumem hoje cargos de liderança em empresas internacionais de referência. Por outro
lado, o facto de ser uma entidade de referência no ensino e formação na área do
empreendedorismo garante ao Centro uma boa rede de cooperação com entidades
internacionais, sendo responsável por projectos como o Global Entrepreneurship Monitor
(GEM), o Projecto Diana e o Successful Transgenerational Entrepreneurship Practices (STEP).
O Centro para o Empreendedorismo Arthur M. Blank é assim uma entidade de referência
tanto a nível nacional como internacional, e a sua influência é reconhecida por publicações
como o U.S. News & World Report, a Bloomberg Businessweek e a Forbes.
Recursos físicos e humanos
Localizado no campus do Babson College, o Centro ocupa uma área de cerca de 1800 m2 e
pode ser considerado como um laboratório de excelência para a investigação e ensino do
empreendedorismo, incluindo salas de aulas, um espaço de conferências que permite
videoconferência, uma biblioteca e o Salão do Fundador, um museu da excelência
empreendedora.
O Babson College possui uma equipa de académicos altamente qualificada de áreas muito
diferentes: empreendedores experientes, gestores, investigadores e autores. Destes, 36 são
especialistas em empreendedorismo, assumindo o seu ensino e investigação na
universidade, muitos deles com experiência prévia na criação de empresas. Quanto ao
Centro, conta com uma equipa permanente de 10 membros, incluindo gestores e
administrativos, muitos deles com experiência na coordenação de projectos internacionais
na área do empreendedorismo.
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Áreas de actividade e serviços
Sendo um centro de investigação inserido numa universidade de renome, as actividades do
Centro incluem tanto o ensino, como a investigação e a divulgação do conhecimento. De
seguida analisam-se algumas das principais actividades do Centro.
Ensino
Como referido, o Babson College tem uma longa tradição no ensino e formação na área do
empreendedorismo, oferecendo diversas disciplinas na área, tanto ao nível da licenciatura
como das pós-graduações, especialmente MBA, que se podem dividir em três grupos:
Disciplinas de base: onde, sob uma perspectiva holística, se ensinam técnicas e
conceitos fundamentais do empreendedorismo;
Disciplinas especializadas: disciplinas específicas dentro do empreendedorismo;
Disciplinas de apoio: onde se aprofunda o conhecimento numa área de estudo
complementar.
Todas as disciplinas oferecidas contam com a colaboração do Centro, em particular dos seus
membros e dos resultados obtidos nos vários projectos de investigação.
Como referido, a nível do ensino, os principais princípios que norteiam a filosofia do Babson
College são a combinação entre a teoria e a prática e aplicação de ambas em casos
concretos, por parte dos estudantes. É esperado de um aluno do Babson College que seja
capaz de contribuir com as suas ideias e energia para a concepção e desenvolvimento de
ideias e negócios ainda durante a sua formação.
Naturalmente, os alunos são munidos de todas as ferramentas de conhecimento necessárias
ao cumprimento dos objectivos para si estabelecidos. Estas ferramentas versam várias áreas
consideradas transversais à actividade empreendedora como o pensamento empreendedor,
a responsabilidade e sustentabilidade económica, e a acção social.
Adicionalmente, o estudo, análise e resolução de casos são componentes essenciais na vida
de um aluno do Babson College, aos níveis undergraduate e graduate, bem como ao nível da
escola de executivos. Os estudos de caso são considerados, pelo Babson College, como
ferramentas de valor inestimável na aprendizagem, uma vez que fornecem exemplos
aprofundados de situações empresariais reais, dando aos alunos a possibilidade de formular
decisões reais de gestão.
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A Aceleradora de Negócios de Babson
Lançada em 2010, a Aceleradora de Negócios de Babson (Babson Venture Accelerator) apoia
as empresas criadas pelos estudantes em cada fase do processo – desde a identificação de
oportunidades até ao plano de negócios e, eventualmente, à sua constituição. O apoio aos
estudantes é feito, por exemplo, através de acompanhamento especializado por parte de
empreendedores de sucesso e da disponibilização de espaço para instalação da futura
empresa.
O processo pode ser encarado como tendo uma estrutura piramidal com 5 etapas
diferentes:
Infra-estrutura: a primeira etapa prende-se com a avaliação da ideia de negócio do
estudante e com a identificação da etapa onde se posiciona – por exemplo, se é
apenas uma ideia ou se já possui um plano de negócios definido;
Exploração: esta etapa procura identificar e avaliar o que pretende o estudante, qual
a sua motivação, qual a sua experiência na área, entre outros;
Procura: nesta etapa dá-se a constituição da equipa e o desenvolvimento do plano
de negócios;
Summer Venture Program: um curso de 10 semanas onde equipas de estudantes de
vários níveis desenvolvem e aceleram o desenvolvimento das suas empresas;
Lançamento e crescimento: finalização do processo, com a procura de fundos e
desenvolvimento da actividade concreta da empresa, como vendas, logística e
distribuição.
A estrutura da Aceleradora de Negócios de Babson.
Lançamento e crescimento
Summer Venture Program
Procura
Exploração
Infra-estrutura
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Em 2010, a Aceleradora de Negócios apoiou 200 alunos da instituição no desenvolvimento
do seu projecto.
Investigação global
Como referido anteriormente, o reconhecimento internacional de que o Centro e o Babson
College gozam permite-lhes estabelecer diversas parcerias com outros centros e/ou
instituições. De entre os projectos em que o Centro participa, importa destacar três, dois
deles em que partilha a liderança e outro de que foi o fundador:
Global Entrepreneurship Monitor (GEM): iniciado em 1999 numa colaboração entre a
London Business School e o Babson College, o GEM analisa a situação do
empreendedorismo em mais de 60 países. Além de ser o maior estudo deste género
a nível mundial, o GEM distingue-se da concorrência porque em vez de analisar a
criação de novas empresas, analisa o comportamento dos indivíduos em relação à
criação e gestão de novas empresas, com entrevistas tanto a especialistas como à
população em geral;
Diana: retirando o seu nome da deusa da caça na mitologia Romana, o projecto
Diana é um estudo das atitudes das mulheres empreendedoras e das suas
actividades, conduzido ao longo de vários anos e por várias universidades. Duas das
cinco criadoras do projecto são membros do Babson College: Patricia Green,
Professora de Empreendedorismo, e Candida Brush, Presidente e Directora do
Departamento de Empreendedorismo. Entre os parceiros no projecto incluem-se a
University of Western Australia (Perth, Austrália), o ESBRI (Estocolmo, Suécia) e o
Dundalke Institute of Technology (Irlanda).
Práticas de Sucesso de Empreendedorismo Transgeracional (STEP): o projecto
Práticas de Sucesso de Empreendedorismo Transgeracional (Successful
Transgenerational Entrepreneurship Practices) foi lançado em 2005 pelo Babson
College e procura explorar o processo empreendedor dentro dos negócios
familiares, gerando soluções de aplicação imediata para os líderes da família. O
projecto é desenvolvido em colaboração com seis entidades estrangeiras: ESADE
(Espanha), HEC (França), Jönköping International Business School (Suécia), Universita
Bocconi (Itália), Universitat St. Gallen (Suíça) e Universitat Witten/Herdecke
(Alemanha).
Celebrando o Empreendedorismo
O Babson College possui um longo historial de valorização e reconhecimento do
empreendedorismo, tendo instituído o primeiro Student Business of the Year Award em
1959. Continuando esta linha, o Centro instituiu em 2008 o Hall of Fame dos Ex-Alunos
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Empreendedores, e, em 2009, as várias competições anuais de planos de negócios foram
unidas num evento de dois dias de celebração do empreendedorismo, com o The Creative
Thinking Prize (Prémio Pensamento Criativo) e o referido Student Business of the Year
Award.
Semana do Empreendedorismo Global
A Semana do Empreendedorismo Global (Global Entrepreneurship Week) é inserida num
conjunto de 120 eventos que decorrem durante uma semana em mais de 120 países.
Iniciada em 2008, o evento junta empreendedores e aspirantes a empreendedores para
partilharem a suas experiências, ideias e objectivos.
Perfil das empresas apoiadas
Sendo parte de uma universidade, o Centro apoia principalmente empresas nascidas de
ideias e/ou projectos dos seus alunos. De referir que cerca de 12 a 15% dos licenciados inicia
o seu próprio negócio logo após finalizar o curso. Esta percentagem triplica caso se
considerem os 5-10 anos seguintes.
Parcerias e cooperações
Além das cooperações identificadas anteriormente em projectos de investigação
internacionais, o Centro tem também outras parcerias que permitem criar uma plataforma
para estudantes e ex-alunos que promove uma atitude empreendedora inovadora e
sustentada, capaz de responder às necessidades da sociedade actual.
O estabelecimento de parcerias e colaborações com entidades externas vai ao encontro da
estratégia do Babson College, que procura combinar a teoria e o ensino académico e formal
com a prática do mundo do trabalho. Assim, ao estabelecer relações com outras entidades, a
universidade cria redes de oportunidade e de apoio aos seus alunos, dando visibilidade ao
empreendedorismo como um todo.
As empresas externas com as quais o Centro desenvolve parcerias estão ligadas ao apoio e
financiamento de start-ups e incluem a Boston Harbor Angels, a Exit Planning Exchange de
Boston, a Mass Challenge, a The Capital Network e a Walnut Venture Associates.
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Estratégia de curto/médio prazo
A estratégia de curto/médio prazo do Centro para o Empreendedorismo Arthur M.Blank
consiste na consolidação do trabalho que tem vindo a ser efectuado até ao momento,
principalmente na formação de novos empreendedores, capazes de desenvolverem start-
ups inovadoras e sustentáveis. Para tal, é necessário, não só manter a elevada qualidade dos
seus cursos, como promover o conceito de empreendedorismo e premiar os melhores
empreendedores, estabelecendo, se possível, relações e parcerias com outras entidades
externas, aproveitando o seu know-how e gerando sinergias que permitirão levar a
estratégia do Centro a bom porto.
O Centro planeia também continuar a desenvolver os seus vários projectos de investigação,
incluindo o GEM, procurando incluir cada vez mais países no estudo.
Mais informação:
www.babson.edu
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Estudo de caso 6 – ParcBIT
O último estudo de caso analisado refere-se ao Parque
Balear de Inovação Tecnológica (ParcBIT), localizado na
cidade de Palma de Maiorca, na Comunidade Autónoma
das Ilhas Baleares, Espanha.
A relevância deste estudo de caso é significativa, uma vez
que este preenche quase todos os critérios considerados
fundamentais: é um caso de sucesso no apoio ao empreendedorismo; proporciona um apoio
transversal à actividade empreendedora, desde que esta se paute por uma forte
componente de tecnologia e inovação; e está situado num território insular com autonomia
governativa. No que toca ao critério de paridade económica, existe, no entanto, uma
diferença considerável entre o PIB per capita das Ilhas Baleares (~25.000 EUR) e o dos
Açores (~15.000 EUR).
Adicionalmente, o ParcBIT é detentor da acreditação Business Innovation Centre (BIC),
atribuída pela European BIC Network (EBN), constituindo-se como uma estrutura com
potencial de replicação nos Açores. UM BIC constitui-se como um centro de promoção do
desenvolvimento social e económico de uma região, através da implementação de serviços
de apoio a empreendedores, auxiliando-os a transformar em realidade ideias com potencial
inovador e fornecendo serviços personalizados para a modernização de Pequenas e Médias
Empresas.
Objectivos
O ParcBIT foi aberto em 2002 e inaugurado oficialmente em 2003. Surgiu como resposta do
Governo das Ilhas Baleares à necessidade de impulsionar o estabelecimento, na região, de
um conjunto de empresas para o desenvolvimento de actividades relacionadas com a
investigação, desenvolvimento, inovação e serviços avançados.
Enquadramento regional/nacional/internacional
As principais instalações do ParcBIT estão localizadas na cidade de Palma de Maiorca, ilha de
Maiorca. No seu conceito, o Parque foi planeado com uma forte componente de
modernização urbanística em mente, constituindo-se também, por isso, como um
importante veículo de desenvolvimento territorial.
Com a evolução do Parque, veio também a procura dos seus serviços e infra-estruturas por
entidades fora de Palma de Maiorca e da própria ilha de Maiorca. Assim, em 2010, foi posto
em marcha o projecto de construção do Centro BIT Menorca, que potenciará a iniciativa
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empreendedora local e contribuirá directamente para a formação e capacitação de recursos
humanos qualificados.
O Centro BIT Menorca, a primeira infra-estrutura do ParcBIT localizada fora de Palma de
Maiorca, desempenhará um papel fundamental ao contribuir para o alargamento do alcance
e da coesão que o ParcBIT proporciona à Comunidade das Ilhas Baleares.
A acção do ParcBIT contempla ainda uma forte dimensão nacional e internacional,
nomeadamente através da sua política de estabelecimento de parcerias estratégicas. O
Parque tem neste momento várias convenções em vigor com entidades espanholas e
internacionais, que lhe permitem participar em várias iniciativas colaborativas e ser parte
integrante de várias entidades associativas. Esta temática será abordada em maior detalhe
no item relativo às parcerias e acordos de colaboração.
Recursos físicos e humanos
A gestão do ParcBIT está inteiramente a cabo da ParcBIT Desenvolupament, S.A., uma
empresa criada propositadamente para este fim e que é participada a 100% pelo Governo
das Ilhas Baleares.
O ParcBIT ocupa uma área total de cerca de 450 mil metros quadrados. Recentemente, foi
alvo de consideráveis melhorias infra-estruturais, que envolveram a construção de uma nova
central de energia, novos acessos e vários serviços auxiliares como bancos e um infantário.
O ParcBIT inclui ainda, no seu seio, vários e importantes centros de investigação e centros
tecnológicos, dos quais há a destacar:
A Agência de Turismo das Ilhas Baleares, que inclui o Instituto da Qualidade Turística
e o Centro de Investigação e Tecnologias Turísticas;
A Fundação iBIT – Inovação Tecnológica nas Ilhas Baleares;
O SOCIB - Sistema de Observação Costeira e Previsão;
A Fundação CIDTUR - Centro de Investigação e Desenvolvimento para o Turismo;
O MICTT - Centro de Investigação em Tecnologias Aplicadas ao Sector Turístico; e
O Laboratório de Animação e Tecnologia Audiovisual.
Adicionalmente, é de referir o Complexo de Investigação Multidisciplinar, que incluirá a
breve prazo vários centros da Universidade das Ilhas Baleares (tais como o Instituto de
Aplicações Comunicacionais e Código Comunitário, o Grupo de Física Atómica, Molecular e
Nuclear, o Grupo de Arquitectura e Comportamento de Sistemas Informáticos e de
Comunicação e o Grupo Interdisciplinar de Direito e Tecnologias de Informação), outros
centros de investigação (como os do Instituto Espanhol de Oceanografia e do Instituto
Geológico e Mineiro de Espanha) e uma bioincubadora.
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Áreas de actividade e serviços
A panóplia de serviços oferecidos pelo ParcBIT aos seus utentes é variada. Desde logo, sendo
uma estrutura física de alojamento de empresas, coloca ao dispor dessas empresas, além do
próprio alojamento, acesso a centros de conferências, serviços de videoconferência,
vigilância contínua, serviços de manutenção, WiFi, incluindo nas áreas exteriores e nas salas
de reuniões, serviços de recolha de resíduos sólidos urbanos e áreas colectivas de refeição à
disposição de todos os utentes do Parque.
No entanto, o ParcBIT destaca-se, sobretudo, pelos serviços de apoio empresarial que
oferece às empresas em si alojadas. Neste âmbito, é de destacar a acção do ParcBIT em
matéria de incubação de empresas.
No ano de 2008, foi criada a Unidade de Inovação do ParcBIT, responsável por gerir a
incubadora tecnológica do Parque. A Unidade de Inovação garante que todas as empresas
incubadas, independentemente do seu grau de maturidade, têm acesso a serviços
específicos de acordo com as suas necessidades. Particularmente, a Unidade de Inovação
foca-se em start-ups, empresas estabelecidas e empresas intensivas em I&D.
Concretamente, as empresas incubadas têm acesso a:
Bonificações no uso dos espaços de incubação que atingem 100% do valor da renda
no primeiro ano, 50% no segundo ano e 25% no terceiro e último ano;
Aconselhamento e apoio em áreas de criação de novos negócios, consolidação
empresarial e gestão estratégica e financeira;
Acompanhamento e controlo dos projectos empresariais;
Aconselhamento e apoio na procura de financiamento para projectos inovadores,
especialmente a nível de concursos públicos de financiamento de I&D;
Disseminação das actividades nos meios de comunicação social e eventos
relevantes.
Adicionalmente, a Unidade de Inovação do ParcBIT oferece um serviço de incubação virtual
e, desde Janeiro de 2011, um serviço inovador de incubação colaborativa. Este último
proporciona um novo estilo de incubação às empresas do parque baseado em espaços de
trabalho partilhados para empresas e trabalhadores com actividade independente. Esta
estratégia permite, tanto a redução de custos, como a criação de dinâmicas colaborativas.
Esquematicamente, o modelo de incubação colaborativa da Unidade de Inovação do ParcBIT
está representado na tabela seguinte.
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Modelo de incubação colaborativa.
Incubação colaborativa
Espaços de co-working Incubação tradicional
Financiamento
e gestão Maioritariamente privados Maioritariamente público
Modelo
Pagamento de uma tarifa em
função do tempo de utilização do
espaço
Bonificação percentual do aluguer em
escalões de acordo com o tempo de
utilização do espaço
Espaço físico Espaço partilhado Espaço privado
Objectivos
Sinergias entre empresas; redução
de custos estruturais; serviços de
infra-estrutura partilhada
Criação de empresas; redução dos custos de
estabelecimento; serviços de apoio técnico;
presença em redes
Resultados
Aumento da taxa de sobrevivência;
fomento da cultura de trabalho
colaborativo
Maiores possibilidades de sobrevivência dos
projectos; imersão na cultura de cooperação
empresarial e tecnológica; obtenção de
financiamento para I&D colaborativa
Fonte: ParCBIT, Presente y futuro del Parque Balear de Innovación Tecnológica, Fevereiro 2011
Os sectores de actividade em que operam as empresas incubadas são:
TIC/Programação (7 empresas em incubação física/9 em incubação virtual);
Consultoria e serviços (4/5);
Biotecnologia (0/7);
Ambiente e Energia (3/4);
Audiovisual (4/2);
Turismo (1/3);
Comunicação e Multimédia (1/2);
Aeronáutica (2/0);
Desenho Industrial (0/2);
Nanotecnologia (1/0);
Náutica (0/1).
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Perfil das empresas apoiadas
No início de 2011, o ParcBIT contava com 131 empresas alojadas nas suas instalações, 58 das
quais em regime de incubação tradicional ou virtual. No global, os sectores económicos mais
representativos no ParcBIT são as TIC aplicadas ao turismo e a consultoria. Seguem-se, com
uma representação mais limitada, as empresas que operam nos sectores de serviços
diversos, biotecnologia, audiovisual e náutica.
As seguintes figuras apresentam a distribuição da dimensão das empresas de acordo com o
número de colaboradores que empregam e a mesma análise, tendo como referência a sua
facturação.
Distribuição do número de empresas do ParcBIT segundo o número de colaboradores.
Distribuição do número de empresas do ParcBIT segundo a facturação.
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Parcerias e colaborações
A política de parcerias e colaborações do ParcBIT desenvolve-se a três níveis: regional,
nacional e internacional.
A nível regional, o Governo das Ilhas Baleares tem sido o parceiro por excelência do Parque,
através, nomeadamente, da Direcção Geral de Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e
Inovação (DGRD), e do Sistema de Inovação das Ilhas Baleares, no âmbito do projecto XAT
(Rede de Antenas Tecnológicas). Recentemente, a equipa do ParcBIT contribuiu para esse
projecto com a definição do seu plano estratégico 2010-2012. A nível regional, há também a
apontar o desenvolvimento das colaborações do ParcBIT com a Universidade das Ilhas
Baleares, ao abrigo das quais se instalaram no Parque diversos centros de investigação da
mesma e com a Associação de Jovens Empresários das Baleares.
A nível nacional, as colaborações mais significativas do ParcBIT estabeleceram-se com a
Associação de Parques Científicos e Tecnológicos de Espanha (APTE), o Centro para o
Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (CDTI), do qual o ParcBIT é um ponto de contacto
e informação, e a Escola de Organização Industrial, uma das mais importantes business
schools espanholas, em colaboração com a qual o ParcBIT oferece formação aos utentes.
Finalmente, a nível internacional, o ParcBIT está associado à Enterprise Europe Network
(EEN) e à EBN, além de ser parceiro no Interreg SUDOE “CREAMED”, um projecto destinado
a fortalecer as incubadoras de empresas na região Pirenéus – Mediterrâneo. O ParcBIT é
ainda membro da International Association of Science Parks (IASP).
Estratégia de curto/médio prazo
A estratégia de curto/médio prazo para o ParcBIT consiste na consolidação do trabalho que
tem vindo a ser efectuado até ao momento, sendo que existe uma preocupação premente
com a expansão física do parque e das suas infra-estruturas. Além do Centro BIT Menorca,
que marca a expansão geográfica do parque para fora de Palma de Maiorca, também as
actuais instalações serão alvo de expansão. Em particular, a construção do complexo de
investigação multidisciplinar marcará uma nova era na vida do ParcBIT, devido ao elevado
número de centros de investigação que irá alojar e ao surgimento da bioincubadora.
Finalmente, o ParcBIT procurará solidificar as suas parcerias a nível nacional e, sobretudo, a
nível europeu, com uma participação mais activa em redes internacionais e projectos
colaborativos.
Mais informação:
www.parcbit.es