Plano Nacional de Educação

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Texto base: SCHIMONEK, E. M. P; MURANAKA, M. A. S. Plano Nacional de Educação: política de Estado ou de governo? In: Grupo de Estudo e Pesquisas em Política Educacional, Rio Claro, v. 3, p. 523-540, jul. 2011. Política Educacional Brasileira Políticas Educacionais Profa. Dra. Andreza Barbosa

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Texto base: SCHIMONEK, E. M. P; MURANAKA, M. A. S. Plano Nacional de Educação: política de Estado ou de governo? In: Grupo de Estudo e Pesquisas em Política Educacional, Rio Claro, v. 3, p. 523-540, jul. 2011.

Política Educacional BrasileiraPolíticas Educacionais

Profa. Dra. Andreza Barbosa

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Importância do planejamento educacionalO planejamento é importante para a educação,

pois favorece a organização e direcionamento das medidas a serem implantadas.

A elaboração de planos implica em disputas ideológicas por grupos de interesses conflitantes.

A mera existência de um plano não garante a sua efetivação.

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Políticas de governo ou de Estado?Desde a CF/1934 está prevista a incumbência

da União criar o PNE.

Observamos grande descontinuidade das políticas em virtude das mudanças de governos: cada governo quer deixar suas marcas.

Prevalência das políticas de governo em detrimento das políticas de Estado.

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Breve histórico do planejamento educacional no BrasilO Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova,

de 1932, já apresentava a primeira ideia de plano: “Plano de Reconstrução Educacional”;

A CF/1934 apontava para a necessidade de construção do PNE – influência dos militares positivistas e, também dos pioneiros.

“Código da Educação Nacional”, elaborado por Capanema e abandonado com o advento do “Estado Novo”, em 1937.

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Breve histórico do planejamento educacional no BrasilNo final da década de 1940, com o governo

de Kubistchek, surge o Plano Nacional de Desenvolvimento (Plano de Metas).

Após a promulgação da LDB 4024/1961, é elaborado, em 1962, um Plano de Educação que apresentava metas qualitativas e quantitativas, abandonado posteriormente devido ao golpe militar.

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Breve histórico do planejamento educacional no BrasilA CF/1967 aborda superficialmente a questão

do PNE, nesta época, os planos para a educação eram subordinados aos Planos Nacional de Desenvolvimento.

No período de redemocratização do país, surge o Plano Educação Para Todos, com as metas do governo de Sarney.

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Breve histórico do planejamento educacional no BrasilA CF/1988 estabelece que:

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas [...]

• No governo Itamar Franco, é elaborado o Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003), que não saiu do papel e só enfatizava o ensino fundamental.

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Breve histórico do planejamento educacional no BrasilA LDB 9394/1996 retoma a incumbência da

União em elaborar o PNE em colaboração com os demais entes federados, e estabelece que a União deveria encaminhar um projeto de PNE ao Congresso dentro de, no máximo, um ano da publicação da LDB, apresentando diretrizes e metas para os dez anos seguintes, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

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O PNE – Lei n. 10172/2001A lei que instituiu o PNE (n. 10172/2001) esteve em

vigência de 9 de janeiro de 2001 a 9 de janeiro de 2011.

Dois projetos em disputa marcaram a tramitação desta lei: o projeto encaminhado pelo Executivo e o PNE da sociedade brasileira, elaborados nos Congressos Nacionais de Educação (CONEDs).

FHC sanciona, em janeiro de 2001, um PNE bastante distante do que o proposto pela sociedade, acrescentando 9 vetos que diziam respeito, principalmente, às questões relacionadas aos recursos destinados à educação e que não foram derrubados pelo governo Lula.

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O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)Em 2007, o MEC divulga do PDE: um conjunto de

programas com as prioridades da política do governo.

É elogiado por priorizar a qualidade da educação, mas não pode ser considerado um plano, apenas um programa de metas com ações distintas e desconexas, que desconsidera o diagnóstico da situação educacional e a fundamentação teórica que constam no PNE.

O PDE não priorizou a participação da sociedade na sua elaboração, mas teve como interlocutor o grupo Compromisso Todos pela Educação.

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O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)Simultaneamente ao PDE, é lançado o Plano

de Metas Compromisso Todos pela Educação: grande guarda-chuva que abriga todos os programas e ações já em desenvolvimento pelo MEC.

O IDEB é lançado pelo MEC neste contexto, sendo responsável por aferir a tão almejada qualidade que seria buscada pelo PDE.

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O PL 8035/2010Em 2008, o MEC organiza a Conferência Nacional de

Educação (CONAE) que seria realizada em várias etapas com vistas a construir um novo projeto de PNE.

A realização das CONAEs levou a um importante processo de mobilização social, originando um documento final que apresentava diretrizes, metas e ações para a política educacional nacional, apresentando avanços importantes na constituição do tão almejado Sistema Nacional de Educação e, também, no que diz respeito aos recursos destinados à educação.

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O PL 8035/2010Em dezembro de 2010, é apresentado o PL

8035/2010, em tramitação até então, com 20 metas e 150 estratégias.

Essa proposta de plano não traduz o conjunto das deliberações aprovadas nas CONAEs: esse PL é omisso quanto ao diagnóstico da situação educacional brasileira, quanto à construção do SNE e insuficiente quanto ao financiamento da educação.

Observa-se ainda a inclusão de metas e estratégias contrárias às deliberações das CONAEs, como o atendimento em creches pela rede conveniada, a educação voltada para o mercado de trabalho, a continuidade do IDEB, etc.

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O PL 8035/2010Atualmente estamos vivenciando um importante

processo de mobilização social com a rearticulação do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública, o envolvimento da ANPED, ANFOPE, ANPAE, CNTE, CEDES, etc. que tem se dedicado à proposição de emendas a esse PL.

CONCLUINDO: Os planos de educação têm se constituindo “letra morta” devido à inexistência de mecanismos de controle social.