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Palestra “Plantas invasoras em Portugal ContinentalErva-gorda Arctotheca calendula L. No dia 16 de Março de 2011, decorreu uma palestra na biblioteca da escola Secundaria Augusto Gomes, sobre “Plantas Invasoras em Portugal”, orientada pela investigadora Elizabete Marchante da Universidade de Coimbra. Esta atividade organizada pelos alunos da turma B 12º ano, no âmbito do projeto do “Estudo da Dinâmica da Zona Costeira e o impacto na biodiversidade de Matosinhos” e em parceria com a Biblioteca/CRE no âmbito da atividade “Quinzena da Água, Árvore, Floresta e Poesia”. Estiveram presentes os alunos do 12º B, os alunos da formação modular de Competências Transversais, alguns docentes do grupo 520, Biologia, e ainda outros docentes da ESAG. As alterações na biodiversidade não são facilmente reversíveis e alteram dramaticamente o funcionamento dos ecossistemas, com consequências sociais e económicas marcantes. A degradação dos ecossistemas tende a afectar mais directamente as populações locais do que as populações urbanas, tendo um impacto maior e mais severo nas populações pobres. A biodiversidade é, portanto, uma parte integrante do desenvolvimento sustentável e essencial para assegurar a todos oportunidades económicas e meios para combater a pobreza. Em Portugal, sobretudo nos últimos 50 anos, assistiu-se igualmente à degradação dos serviços dos seus ecossistemas. Com efeito, os rios portugueses sofreram modificações dramáticas com a construção de barragens e com o aumento da poluição proveniente da agricultura e da indústria. Ocorreu a intensificação agrícola e a florestação com monocultura de eucalipto, com impactes negativos na biodiversidade. Em muitos ecossistemas manteve-se ou intensificou-se o nível de sobre-caça e sobre-pesca. O problema das espécies exóticas invasoras agravou-se nas ilhas e aumentou a pressão sobre os ecossistemas costeiros. A investigadora começou por esclarecer a distinção entre plantas invasoras e não invasoras entre as quais as autóctones e endémicas. A planta nativa, (indígena, espontânea, autóctone) é uma espécie natural da própria região onde vive, ou seja, que cresce dentro dos seus limites naturais incluindo a sua área potencial de dispersão. As plantas que são transportadas do seu habitat natural para outros locais são denominadas plantas exóticas (do grego exotikós), “de fora”). Algumas destas espécies

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Palestra “Plantas invasoras em Portugal Continental”

Erva-gorda – Arctotheca calendula L.

No dia 16 de Março de 2011, decorreu uma palestra na biblioteca da escola Secundaria

Augusto Gomes, sobre “Plantas Invasoras em Portugal”, orientada pela investigadora

Elizabete Marchante da Universidade de Coimbra.

Esta atividade organizada pelos alunos da turma B 12º ano, no âmbito do projeto do

“Estudo da Dinâmica da Zona Costeira e o impacto na biodiversidade de Matosinhos” e

em parceria com a Biblioteca/CRE no âmbito da atividade “Quinzena da Água, Árvore,

Floresta e Poesia”.

Estiveram presentes os alunos do 12º B, os alunos da formação modular de

Competências Transversais, alguns docentes do grupo 520, Biologia, e ainda outros

docentes da ESAG.

As alterações na biodiversidade não são facilmente reversíveis e alteram

dramaticamente o funcionamento dos ecossistemas, com consequências sociais e

económicas marcantes. A degradação dos ecossistemas tende a afectar mais

directamente as populações locais do que as populações urbanas, tendo um impacto

maior e mais severo nas populações pobres. A biodiversidade é, portanto, uma parte

integrante do desenvolvimento sustentável e essencial para assegurar a todos

oportunidades económicas e meios para combater a pobreza.

Em Portugal, sobretudo nos últimos 50 anos, assistiu-se igualmente à degradação dos

serviços dos seus ecossistemas. Com efeito, os rios portugueses sofreram modificações

dramáticas com a construção de barragens e com o aumento da poluição proveniente da

agricultura e da indústria. Ocorreu a intensificação agrícola e a florestação com

monocultura de eucalipto, com impactes negativos na biodiversidade. Em muitos

ecossistemas manteve-se ou intensificou-se o nível de sobre-caça e sobre-pesca. O

problema das espécies exóticas invasoras agravou-se nas ilhas e aumentou a pressão

sobre os ecossistemas costeiros.

A investigadora começou por esclarecer a distinção entre plantas invasoras e não

invasoras entre as quais as autóctones e endémicas.

A planta nativa, (indígena, espontânea, autóctone) é uma espécie natural da própria

região onde vive, ou seja, que cresce dentro dos seus limites naturais incluindo a sua

área potencial de dispersão.

As plantas que são transportadas do seu habitat natural para outros locais são

denominadas plantas exóticas (do grego exotikós), “de fora”). Algumas destas espécies

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mantêm-se apenas nos locais onde foram plantadas ou coexistem com as espécies

nativas de forma equilibrada, mas outras há que se desenvolvem tão rapidamente que

escapam ao controlo do Homem e se tornam nocivas. Estas são designadas espécies

invasoras. Uma vez introduzidas, as espécies invasoras tem a capacidade de aumentar

as suas populações e distribuição sem intervenção directa do Homem, de tal forma que

podem ser uma ameaça para os ecossistemas naturais, a produção de alimentos, a

saúde humana e para a própria economia. Além de superarem barreiras geográficas,

estas espécies conseguem superar barreiras bióticas.

É muito importante divulgar e alertar para as espécies de plantas invasoras que

rapidamente colonizam espaços abertos, impedindo a sobrevivência das plantas nativas.

São muitas as plantas invasoras transportadas para Portugal, nomeadamente a planta

da Mimosa que é proveniente da Austrália; a Acácia de espigas vinda da Austrália; o

Chorão das praias vindo da África do Sul; a Espanta-lobos vindo da China; o Jacinto-de-

água vinda do rio Amazónia; a Erva-da-fortuna vinda da América do Sul; as Azedas

vindas da África do Sul; a Erva das pampas ou penachos vindos da América do Sul e os

Bons-dias vindos da América do Sul, Ásia e Hawai.

Mimosa – Acacia decurrens

Acácia-das-espigas – Acacia longifolia

Espanta-lobos – Ailanthos

altissima

Erva-da-fortuna – Tradescancia

fluminenses

Chorão-das-praias – Carpobrotus edulis

Azedas – Oxalis pes-caprae

Jacinto-de-água – Eichhornia

crassipes

Penachos – Cortaderia selloana

Bons-dias – Ipomoea acuminata

As espécies quando naturalizadas produzem descendentes férteis, frequentemente em

grande quantidade, e dispersa-os muito para além das plantas mãe, com potencial para

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ocupar áreas extensas, em habitats naturais ou semi-naturais, produzindo alterações

significativas ao nível dos ecossistemas.

Prevenção detetar o mais rápido possível, e para dar uma resposta rápida antes que seja

um problema, devemos aprender a identificar as plantas invasoras e não as propagar,

devemos também ter um cuidado redobrado ao limpar o jardim, pois ao deitar os

resíduos das plantas para terrenos bravios estamos a dispersar a sua distribuição.

A palestra colheu grande interesse e reconhecimento por parte da comunidade escolar

presente. A sessão possibilitou o reconhecimento do valor patrimonial, económico e

social da biodiversidade e reforçou a educação e a formação de todos em matéria de

conservação da natureza e da biodiversidade.

Trabalho realizado pelos Formandos da Oficina de Competências Transversais, CNO ESAG.

Matosinhos 2011