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PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO: Introdução As flores e plantas ornamentais há muito tempo tem significado especial para a humanidade, por meio delas é possível incentivar e demonstrar emoções, ornamentar e humanizar lugares. Além de servir para demonstrar emoções e ornamentar lugares, vem fazendo parte da gastronomia de alguns países, tornando-se iguaria de requinte e inovação nas refeições. É também importante insumo para indústrias farmacêuticas e para produtos de beleza, empresas como, O Boticário e Natura, por exemplo, tem linhas de produtos específicas que utilizam flores como ingrediente principal (Rosa et al, s.d) CONCEITOS: Floricultura: Em seu sentido amplo, abrange o cultivo de plantas ornamentais, desde flores de corte e plantas envasadas, floríferas ou não, até a produção de sementes, bulbos e mudas de árvores de grande porte. Ou seja: Parte da horticultura que estuda o cultivo comercial de flores e de plantas ornamentais. Jardim: É a reunião de elementos vivos e inertes arranjados com base técnica e estética, com a finalidade ornamental, recreacionista, cultural e econômica. Jardinagem: É o conjunto de técnicas utilizadas para implantação e manutenção de jardins. Ocupação de lazer para as horas de folga, não visa lucros ou rendimentos. Funciona também como terapia, descontraindo e aliviando tensões. HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA No início a floricultura constituía-se principalmente do cultivo de flores nos jardins e quintais das residências, onde desempenhava função paisagística ou, quando colhidas, empregadas na decoração de interiores.

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PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO: Introdução

As flores e plantas ornamentais há muito tempo tem significado especial para a humanidade, por meio

delas é possível incentivar e demonstrar emoções, ornamentar e humanizar lugares. Além de servir

para demonstrar emoções e ornamentar lugares, vem fazendo parte da gastronomia de alguns países,

tornando-se iguaria de requinte e inovação nas refeições. É também importante insumo para indústrias

farmacêuticas e para produtos de beleza, empresas como, O Boticário e Natura, por exemplo, tem

linhas de produtos específicas que utilizam flores como ingrediente principal (Rosa et al, s.d)

CONCEITOS:

Floricultura: Em seu sentido amplo, abrange o cultivo de plantas ornamentais, desde flores de corte e

plantas envasadas, floríferas ou não, até a produção de sementes, bulbos e mudas de árvores de grande

porte.

Ou seja: Parte da horticultura que estuda o cultivo comercial de flores e de plantas ornamentais.

Jardim: É a reunião de elementos vivos e inertes arranjados com base técnica e estética, com a

finalidade ornamental, recreacionista, cultural e econômica.

Jardinagem: É o conjunto de técnicas utilizadas para implantação e manutenção de jardins.

Ocupação de lazer para as horas de folga, não visa lucros ou rendimentos. Funciona também como

terapia, descontraindo e aliviando tensões.

HISTÓRICO E IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

No início a floricultura constituía-se principalmente do cultivo de flores nos jardins e quintais das

residências, onde desempenhava função paisagística ou, quando colhidas, empregadas na decoração de

interiores.

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A produção comercial de flores e plantas ornamentais foi implantada no Brasil na década de 30,

quando imigrantes japoneses se estabeleceram na região do cinturão verde da capital paulista,

fornecendo inicialmente apenas para os consumidores da Grande São Paulo.

Embora presente no cotidiano do brasileiro desde o final do século passado, a floricultura nacional,

até meados da década de 50, era pouco expressiva tanto econômica como tecnologicamente,

caracterizando-se como uma atividade paralela a outros setores agrícolas.

Os principais cultivos localizavam-se nas regiões próximas às capitais do sudeste e sul do país, não

tendo quase expressão no contexto da agricultura nacional.

Com a especulação imobiliária, as chácaras e as grandes mansões foram sendo gradativamente

substituídas por conjuntos residenciais, privando parte da população da possibilidade de cultivar flores

para o seu consumo. Houve desse modo a necessidade de um suporte representado pelo cultivo em

escala comercial de plantas ornamentais diversas.

A princípio a produção era pequena e visava abastecer o mercado em épocas definidas de intensa

demanda como Dia das Mães, Dias dos Namorados, Finados e Natal.

Com a ocorrência dos fluxos migratórios, assentamentos e diversificação das atividades dos

imigrantes, a floricultura passou à apresentar os primeiros sinais de organização e crescimento.

Com a fundação, por imigrantes holandeses, da Cooperativa Agropecuária Holambra, observou-se

um novo e decisivo impulso.

Com o aumento da produção, os sistemas de comercialização foram se alterando, organizando-se

os primeiros mercados.

Inicialmente os produtos eram vendidos em barracões armados em praças como no Rio de Janeiro

(Centro) e São Paulo (Cantareira, Largo do Arouche, Praça Charles Miller) em locais sem a mínima

infra-estrutura. E começava a expedição de pequenas quantidades de gladíolos, por meio ferroviário, a

cidades cada vez mais distantes e aumentando assim tanto a demanda como a distribuição.

Em meados dos anos 60, imigrantes holandeses trouxeram novas técnicas de produção para a região

de Holambra, no interior de São Paulo. Até então, as principais espécies disponíveis no mercado interno

eram apenas rosas, gladíolos, cravos e algumas variedades de crisântemo

Em 1969, com a inauguração do Mercado de Flores na Companhia de Entrepostos e Armazéns

Gerais de São Paulo (CEAGESP), começava a organização do comércio de flores e plantas

ornamentais.

O grande impulso do setor ocorreu no final da década de 70, quando um novo grupo de imigrantes

holandeses chegou ao Brasil, trazendo o conhecimento das técnicas de produção de estufa

(plasticultura) e diversas espécies novas.

Em 1972, com a organização implantada pela Cooperativa Agropecuária Holambra, imprimiu-se

uma profissionalização ao comércio de plantas ornamentais, nessa época já bastante diversificada: os

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grupos de produção e dos comerciantes emergidos dentro da Cooperativa uniram-se na

comercialização, ficando a produção sob a responsabilidade de cada produtor.

A floricultura se trata de um setor altamente competitivo, que exige a utilização de tecnologias

avançadas, profundo conhecimento técnico pelo produtor e um sistema eficiente de distribuição e

comercialização.

Ex: Cooperativa Veiling Holambra - Leilão da Veiling - Com tecnologia européia, o leilão acontece

todas as manhãs na sede da cooperativa

O AGRONEGÓCIO DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS

❑ O setor de comercialização de flores e outras plantas ornamentais caracteriza-se como:

▪ Atividade agrícola de exploração intensiva e de cunho empresarial, envolve conhecimento

técnico especializado;

▪ Pequenas e grandes propriedades;

▪ Fixa o homem na área rural;

▪ Geração de mão de obra;

▪ Alta rentabilidade por área.

Setor Florista

*Iniciou a partir da década de 1950 → porém era inexpressivo. A produção era concentrada por :

▪ Imigrantes holandeses → Holambra - SP;

▪ Japoneses → Atibaia - SP;

▪ Alemães e poloneses → Santa Catarina e Rio Grande do Sul;

Hoje, o setor é responsável por 190 mil empregos diretos sendo: 5% estão localizados na

produção, 6% na distribuição, 45% no comércio e 4% no apoio.

O Brasil conhecido mundialmente pela riqueza de sua biodiversidade, amplitude climática, e

seus recursos hídricos. Sendo a condição natural um importante fator ao desenvolvimento da atividade

no País. A produção e a comercialização de flores e plantas ornamentais brasileiras vêm crescendo e

demonstrando expressão no mercado nacional e internacional.

O País conta com Cerca de 8.248 produtores em uma área cultivada com cerca de 14.992

hectares e tamanho médio das propriedades: 1,8 hectares. São produzidas mais de 350 espécies e cerca

de 3000 variedades. Com Consumo per capita: R$ 26,27/hab

A maior Produção mundial se encontra na Europa que detém 43% da produção mundial de

flores seguindo a China com 15% e o Brasil se encontra em 9° lugar com apenas 2% da produção.

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O MAIOR MERCADO é o Estado de SP com 50% do consumo sendo que somente a cidade de SP

fica com 25% do consumo de flores produzidas. O Estado ainda detém 74,5% da produção nacional.

Depois de São Paulo os principais produtores de flores e plantas ornamentais são: Santa Catarina,

Pernambuco, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Goiás, Bahia,

Espírito Santo, Amazonas e Pará.

Em termos de venda:

•Flores em vaso representam 50%;

•Flores de corte 40%;

•Plantas verdes em vaso 10%.

FATURAMENTO

2012 – R$ 4,8 bilhões;

R$0

R$100

R$200

R$300

R$400

R$500

R$26

R$195 R$160

R$285

R$149 R$139

R$45 R$33

R$456

Rea

is p

er c

apta

Gráfico 1. Consumo per capta no Brasil comparado a alguns países europeus em 2013, em reais.

Fonte: a partir de dados IBGE e IBRAFLOR

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2013 – RS 5,2 bilhões;

2014 – R$ 5,7 bilhões;

2018 ....

Mesmo com a crise econômica e do desemprego, que afeta 12,9 bilhões de pessoas no país EM 2018.

O setor de floricultura teve crescimento de 9% correspondendo a R$ 8 BILHÕES.

A floricultura empresarial brasileira é essencialmente focada no consumo interno, para o qual dirige

mais de 96,5% dos valores anuais de comercialização

❑ COMÉRCIO BRASILEIRO ATACADISTA:

a) Primário – Veiling - Holambra

b) Secundário – Ceasa

c) Terciário ou de Distribuição – Ceasa

❑ COMÉRCIO VAREJISTA

▪ Distribuição do mercado

Floricultura: 53%

Decoradores: 20%

Funerárias: 10%

Supermercados: 10%

Outras: 7%

❑ FLORICULTURAS – VENDAS EM LOJAS

46% - Arranjos e buques

10% - Flores naturais

10% - Plantas

09% - Flores em vaso

10% - Flores secas

15% - Complementos

Exportações

A produção de flores e plantas ornamentais no Brasil tem como principal destino o mercado interno.

Do total do volume financeiro comercializado pelos produtores, 97% ficam no mercado interno.

3% vão para mercado externo, sendo o Estado de São Paulo o principal produtor e exportador de flores

no Brasil.

Os principais compradores de plantas brasileiras são: 1º Itália; 2º Estados Unidos; 3º Japão; 4º Bélgica;

5º Canadá.

A exportação Mundial movimenta US$ 21 bilhões. As exportações são divididas em: 86% = Plantas

vivas e as flores duue corte; 20% = Folhagens, gramíneas, bulbos e tubérculos.

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▪ No mercado mundial, as flores que mais se destacam são as: Rosas

(37,7%), Crisântemos (9,8%), cravos (6,6%)

O principal importador de flores são os Estados Unidos que tem um gasto de mais de US$ 2 bilhões

com o produto.

❑ Agronegócio da Floricultura em Goiás

Cultivo de flores e plantas ornamentais foi responsável por 273 empregos formais em 2016 .

Os principais produtos da floricultura goiana são: Palmeiras, Forrações diversas, Bromélias,

Gramas; Flores de corte.

Os principais municípios produtores, com as suas especialidades, são os seguintes:

▪ Goiânia: palmeiras, cycas, alpínias, strelitzias, helicônias;

▪ Senador Canedo: gypsophila, helicônias, antúrios, palmeiras;

▪ Goianira: bromélias, helicônias, strelitzias, palmeiras, suculentas, Beocarnia;

▪ Anápolis: gypsophila, eustoma, aster, strelitzia;

▪ Hidrolândia: palmeiras, alpínias;

▪ Trindade: palmeiras, cycas, bromélias;

▪ São Simão: palmeiras, ixoras.

PRINCIPAIS AMEAÇAS DO SETOR FLORISTA SÃO: Endividamento do consumidor; Alto

custo da cadeia; Crise da água no sudeste; Maior fiscalização; Tributação ;Escassez da mão de obra;

Redução dos Financiamentos; Infraestrutura deficitária.

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JÁ OS AVANÇOS DO SETOR FLORISTA SÃO: Aumento considerável da qualidade e

diversidade dos produtos ofertados ao consumidor; Aumento da eficiência da cadeia; Incremento do

comércio on-line; Menor perda (cadeia do frio); Maior agilidade (logística); Mais informações (ex:

embalagens) e Menor diferença de preço produtor/consumidor (ex: supermercados).

O que precisa ser melhorado?

• Acesso oficial do produtor às novas espécies;

• Legislação (fitossanitária/comercial/tributária/produtiva) ultrapassada, ineficiente e onerosa e

com alto grau de risco;

• Ausência de informações do setor;

• Poucas ações de marketing com continuidade;

• Falta de mão de obra especializada;

• Alto índice de informalidade;

• Falta de padronização para alguns produtos, principalmente na área de paisagismo;

• Baixo uso de técnicas de pós-colheita;

• Transporte e acondicionamento ainda deficitários

INVESTIMENTOS

❑ Diferenciação de produtos

CONCEITO: atender necessidades ainda não atendidas (nichos)

• Produto (forma, apresentação, volume);

• Serviço (24h, entrega expressa, etc);

• Pessoal (atendimento, abordagem);

• Imagem (associação a preço ou funcionalidade)

❑ Inovações

CONCEITO: novos usos, fazer melhor, inexistentes no mercado, criar vantagens

▪ Inovação tecnológica;

▪ Manutenção do produto;

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▪ Variedades;

▪ Pós-colheita;

▪ Técnicas de produção

❑ PRINCIPAIS PONTOS DE COMÉRCIO

VEILING HOLAMBRA:

45% do mercado brasileiro;

160 produtores;

170 atacadistas;

10 mil transações/dia;

CEAGESP:

790 produtores e intermediários;

594 flores e plantas ornamentais;

196 produtos da floricultura

Cooperativa VEILING HOLAMBRA

Área Total: 800 m²;

Área Construída: 120 mil m²;

Gran Flora: 15 mil m²;

Tribuna: 446 terminais de compras;

Carregamento: 450 vagas para carga e descarga;

Câmara Fria: 7.550 m²;

3 Kloks.

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KLOK”

Moderno sistema reverso permite a venda de grandes lotes de produtos com grande rapidez, sendo a

agilidade sua principal característica.

Três painéis de LED denominados Kloks, que realizam vendas simultâneas de produtos em corte, vaso

e plantas ornamentais.

• 338 bancadas eletrônicas equipadas com fone de ouvido e teclado para acionar sua opção de

compra

• Acontecem mais de 10 mil transações nos dias de maior movimento, em um tempo médio de

1,15 segundos cada uma.

❑ Vendas on line

http://www.veiling.com.br

http://www.veiling.com.br/venda

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❑ Pontos de Comércio – Varejo especialmente em:

• Floriculturas;

• Banca de flores;

• Supermercados;

• Internet;

• Viveiros e floras;

• Pontos alternativos.

❑ Padrões de Qualidade

Critérios desenvolvidos com a finalidade de uniformizar informações do setor de flores e plantas

ornamentais, são padrões que levam em consideração parâmetros como:

• tamanho,

• número de botões,

• ponto de abertura,

• presença de pragas e doenças, entre outros,

Sendo um instrumento que unifica a comunicação entre toda a cadeia produtiva.

Ex:

https://www.ibraflor.com.br/padraodequalidade

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❑ SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS

No cultivo de flores e plantas ornamentais deve-se observar os seguintes aspectos:

• Área utilizada varia em função da expectativa do produtor e de sua capacidade de investimento;

• Estudar o mercado;

• Conhecer os produtos comercializados da região;

• Conhecer as condições climáticas para definir a espécie floríferas;

• Avaliar o capital disponível e o capital total necessário;

Deve-se ainda:

• Conhecer os aspectos gerais para o dimensionamento e construção da estrutura

• Conheça a região:

✓ Estudar detalhadamente a região;

✓ Mão-de-obra com facilidade;

✓ Boas estradas;

✓ Eletricidade de fácil acesso;

✓ Clima favorável

✓ Água: quantidade e qualidade.

• Definir o local onde serão construídas as estruturas

✓ Área suficiente;

✓ Fácil acesso às rodovias;

✓ Terreno com declividade suave;

✓ Não esteja exposto a ventos fortes ou neblinas;

✓ Apresenta boa drenagem.

• Planeje e faça a distribuição das estruturas

✓ Calcular as distâncias entre a produção e as instalações de beneficiamento;

https://www.ibraflor.com.br/padraodequalidade

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✓ Prever as áreas de circulação de pessoas e veículos;

• Conheça as instalações de uso geral

✓ Escritório

✓ Galpões;

✓ Instalações Sanitárias

✓ Refeitório e Área de Vivência.

• Caminhos necessários para locomoção e transporte da produção

✓ Fácil acesso a todas as instalações → utilizando o menor espaço possível;

➢ Caminhos primários:

Transitam caminhões e máquinas agrícolas

Espaço: 4 m

➢ Caminhos secundários:

Transitam veículos menores: 2m

Caminhos onde transitam carrinhos-de-mão: 1m

Caminhos entre bancadas nas estufas ou entre os canteiros: 0,6 a 0,8m

SISTEMAS DE PRODUÇÃO

❑ SISTEMA DE PRODUÇÃO A CÉU ABERTO

Canteiros de produção:

◦ Nenhum tipo de estrutura;

◦ Não tem controle sobre a quantidade de água;

◦ Luminosidade → totalmente dependente da ENERGIA SOLAR;

◦ Temperatura não é controlada;

Esse sistema é amplamente utilizado no cultivo de plantas ornamentais para PAISAGISMO → ideal

para PLANTAS RÚSTICAS que SUPORTAM todas as INTEMPÉRIES DO AMBIENTE.

FLORES DE CORTE: número de espécies aptas é relativamente pequeno;

• Gladíolo;

• Áster;

• Tango;

• Girassol e

• Algumas cultivares de rosa.

FLORES TROPICAIS:

• Helicônias,

• Alpínias,

• Bastão-do-imperador;

• Gengibre-ornamental.

❑ SISTEMA DE PRODUÇÃO SOB TELADO

Controle parcial de luminosidade;

◦ Telas proporcionam sombreamento;

Maior densidade de malha filtram mais luz solar → SOMBREAMENTO;

Menor densidade permitem maior passagem de luz → MAIS CLARO.

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As PLANTAS ORNAMENTAIS podem ser cultivadas sob telados, o que garante MELHORES

CONDIÇÕES DE CULTIVO sem interferir em sua rusticidade.

❑ SISTEMA DE PRODUÇÃO EM ESTUFA

Sistema de produção em ambiente controlado

• Proporciona condições microclimáticas mais adequadas para o desenvolvimento das

plantas:

Controle das condições do ambiente: luminosidade, temperatura, umidade e

ventilação.

ESTUFAS: ESTRUTURA DE MADEIRA, BAMBU OU AÇO GALVANIZADO, COM

COBERTURA E FECHAMENTOS LATERAIS COM LONA PLÁSTICA.

• É importante observar a orientação da estufa;

O eixo maior na direção Leste-Oeste, para melhor

aproveitamento da radiação solar.

Que a estrutura seja construída no sentido da direção dos ventos

predominantes.

Sistema de produção em estufas não climatizadas

• Controle de umidade e de luminosidade do ambiente interno;

• PLÁSTICO BRANCO LEITOSO → função de controlar a luminosidade direta as plantas,

evitar a incidência de chuva sobre as flores;

• LATERAIS DA ESTRUTURA: plásticos ou sombrites → fixos ou móveis (cortinas);

• Muito utilizado no cultivo de FLORES E FOLHAGENS DE CORTE que são menos exigentes

em termos de condições climáticas.

Sistema de produção em estufa climatizada

• Controle total das condições ambientais:

◦ LUMINOSIDADE, UMIDADE, E TEMPERATURAS ideais para todo o ciclo de

desenvolvimento da cultura;

◦ CONTROLE DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS são obtidos por combinação de

características estruturais:

Altura do pé direito;

Diferentes materiais de sombreamento e/ou clareamento;

Sistemas automatizados de irrigação;

Ventilação e

Refrigeração.

➢ Vantagens

Produção na entressafra;

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Produção de espécies que necessitam de condições controladas;

Redução do ciclo da cultura;

Aumento de produtividade e qualidade dos produtos;

Protege as plantas contra granizos, geadas;

Produtos diferenciados.

➢ Desvantagens

Investimento, geralmente, elevado;

Conhecimento técnico;

Mão-de-obra especializada;

Falta de diferenciação do produto no mercado;

Não há política de apoio ao cultivo protegido.

❑ MODELOS DE ESTUFAS DISPONÍVEIS NO MERCADO

Estufa tipo arco

◦ Melhor distribuição da radiação solar;

◦ Maior durabilidade do plástico;

◦ Resistência ao vento e

◦ Maior possibilidade de uso.

• Estufa tipo capela (duas águas):

◦ Permite a angulação da cobertura → 15 a 35°

◦ O padrão de estufa capela é de 50,0 m de comprimento, 8,0 m de largura,

‘pé-direito’ de 3,0 m de altura, com uma altura total de 4,0 m e 14 módulos

espaçado de 3,6 m entre mourões.

Estufa dente de serra:

◦ Semelhante a estufa tipo capela;

◦ Apresenta uma abertura que facilita a circulação de ar;

◦ Abertura deve ficar no sentido contrário dos ventos.

◦ =

Estufa tipo túnel:

◦ Fácil instalação e manutenção;

◦ Pode ser construída em diversas condições climáticas e

topográficas;

◦ É possível o cultivo a céu aberto.

ENTENDER OS SISTEMAS DE CONTROLE DE AMBIENTE

Sistemas de controle do ambiente

As condições ambientais que podem ser controladas são:

◦ Luminosidade, Temperatura e a Umidade Relativa do Ar;

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◦ As ações para controlar o ambiente produtivo devem ser tomadas sempre considerando

as exigências da cultura e as condições climáticas locais;

CONTROLANDO A LUMINOSIDADE → o produtor estará interferindo na temperatura e,

consequentemente, na umidade do ar.

Controle de Luminosidade

Estruturas que permitem o controle da entrada de luz solar: Cobertura plástica; Tela refletora

(aluminet); Sombrite.

Cobertura plástica

Ideais para todos os tipos de estufa → RESFRIADAS OU AQUECIDAS;

PLÁSTICO: Polietileno de alta densidade: Leitoso, transparente ou difusor de luz

Tela refletora (aluminet)

Tela refletora → constituída por uma malha plástica aluminizada;

Promove melhor distribuição da radiação luminosa no interior do ambiente;

Disponíveis: Largura: Até 8m sem costura / Acima de 8m com costura

Comprimento: 50m / 100m / 250m / 500m

Uso: Tela refletora interna; Tela refletora externa.

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Sombrite

São telas de PROTEÇÃO e SOMBREAMENTO;

Podem ser utilizadas em COBERTURAS ou FECHAMENTO LATERAL das estruturas;

Apresentam diferentes densidades de malhas e cores. As telas são muito utilizadas nas estruturas

de produção de flores e plantas ornamentais para paisagismo, onde não há necessidade de elevado

controle ambiental.

• Lona de escurecimento

Plástico de COR PRETA → promove o escurecimento parcial ou total durante um período de tempo;

Ex: FLORESCIMENTO DO CRISÂNTEMOS:

VERÃO: Requer escurecimento para induzir a floração;

OUTRO EXEMPLO: BICO-DE-PAPAGAIO → necessita de dias curtos para iniciar a floração

Controle de temperatura e de umidade relativa do ar

Altura do pé direito nas construções;

FLORES DE CORTE OU FLORES EM VASOS: 4 a 6m;

PLANTAS ORNAMENTAIS: 3 a 5m

• Sistema de Nebulização

Controle de temperatura por meio do uso da água em microgotículas dispersas no ambiente da

estufa.

Promove diminuição de temperatura na ordem de 4 a 6oC;

Pode ser utilizada para manter a umidade em câmaras ou estufas de germinação.

• Sistema Pad & Fan

O sistema de resfriamento do ambiente com a evaporação da água provocada por uma corrente

contínua de ar que atravessa uma parede permeável e úmida na lateral

da estufa.

Essa parede permeável pode ser de celulose ou de argila expandida e

é mantida úmida pela ação de uma bomba hidráulica que é acionada

pelo sensor interno na estufa.

Na parede lateral oposta, são instalados exaustores de grande porte.

Quando os sensores internos acusam alta temperatura e baixa

umidade, os exaustores são acionados e forçam a entrada de ar pela

parede permeável oposta.

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• Sistemas de janelas

• Sistema de cortinas laterais

❑ SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

Tipos de Sistemas:

▪ Manual;

▪ Semi-automático;

▪ Automático.

Na FLORICULTURA os sistemas mais utilizados são : Semi-automatizados e/ou

Automatizados.

Irrigação Manual

A irrigação manual ocorre geralmente com o uso de mangueiras ou regadores. É adotada em pequenas

propriedades que produzem plantas ornamentais não sendo recomendada para produção de flores, pois

além de apresentar desuniformidade na distribuição de água e alto consumo, eleva os custos de

produção.

Irrigação semi-automatizada

Sistema moto-bomba;

Redes de tubulação e

Aspersores.

Esse sistema é utilizado em pequenas áreas e há possibilidade de ocorrerem falhas, tais como FALTA

ou EXCESSO DE ÁGUA;

ACIONADOS MANUALMENTE

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O sistema é eficiente para a produção de plantas ornamentais para paisagismo.

Irrigação Automatizada

Moto-bomba;

Controle de tempo e o

Volume de água

• Sensores: Os sensores são instalados dentro da estufa para detectar os níveis críticos de umidade,

temperatura do ar ou do solo, acionando o controlador eletrônico (computador) que liga a bomba e

inicia a irrigação.

• Válvulas solenoides: As válvulas solenoides têm a função de controlar a entrada e a saída de água e

são acionadas de maneira eletrônica. Funcionam como registros elétricos que permitem o acionamento

da irrigação em um setor da estufa. São utilizadas quando a área a ser irrigada é muito grande,

diminuindo a exigência de volume de água e a potência do sistema moto-bomba.

• Controlador eletrônico: O controlador eletrônico é composto por temporizadores que permitem

programar todo o sistema de irrigação do ambiente de produção. Ele é responsável por captar as

informações dos sensores e das válvulas e acionar o sistema moto-bomba para irrigar a área.

FONTES DE ÁGUA

Diversas fontes: Rios; Lagos; Nascentes; Poços; Captação de água de chuva

A qualidade da água é um fator essencial!

A qualidade da água deve ser monitorada por meio de análises periódicas, pois ela pode ser limitante

para a produção, principalmente se houver contaminação elevada ou alto índice de salinidade.

Diante das frequentes crises hídricas, atualmente buscam-se técnicas eficientes para o uso e a captação

de água de chuva, que vêm se destacando por serem econômica e ecologicamente viáveis.

Tipos de reservatórios

Formas para armazenar a água:

◦ Açude; tanques ou caixas d’água;

◦ Água utilizada deve ser monitorada e passar por um sistema de filtragem antes de ser

levada às estufas, para evitar contaminação e entupimentos dos aspersores.

Preferencialmente, o reservatório deve ser tampado e ter capacidade de armazenar grande volume de

água. Tanques abertos utilizam peixes para consumir as larvas de mosquitos.

Outros tipos de irrigação

Manta de Irrigação (geotêxtil):

Sistema muito eficiente utilizado na produção de plantas em vaso;

São controlados por SENSORES E

VÁLVULAS SOLENOIDES → acoplados a

um sistema computadorizado

Page 19: PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO: Introdução 1 e 2... · interiores. A produção comercial de flores e plantas ornamentais foi implantada no Brasil na década de 30, ... substituídas

Consiste em uma manta de tecido sintético espesso que é colocada sobre o piso impermeável da

estufa e mantida úmida ao longo do dia. Nesse sistema, a água fica em contato com a base do vaso

umedecendo as raízes das plantas. É muito eficiente, pois diminui perdas por evaporação, escoamento

superficial e deriva, promovendo economia de até 70% no consumo de água.

Irrigação localizada

Direcionada para as raízes das plantas SUPERFICIAL ou SUBTERRÂNEA;

Sistema mais utilizado em hortas, pomares e vasos grandes ou pequenos;

É considerado o sistema de irrigação mais eficiente e econômico.

Tipos:

Mangueira de gotejamento: É utilizada em sistemas de produção de flores ornamentais e de flores de

corte; eficiente para irrigação a céu aberto ou protegido; existem diferentes diâmetros e vazões → para

cada tipo de cultivo, e estas já são produzidas com furação padronizada.

Espaguetes: são utilizados em sistemas de produção de flores em vasos e em flores de corte; pequenas

tubulações com baixo volume de vazão que possuem, em sua extremidade, um gotejador direcionado

para onde estão as raízes das plantas.

Irrigação por inundação: Os vasos ficam em canteiros rebaixados, revestidos com manta impermeável

→ periodicamente são inundados. A água utilizada em cada canteiro é filtrada e bombeada para o

próximo canteiro.

Sistema de fertirrigação: é uma técnica muito utilizada na Floricultura. Os fertilizantes são fornecidos

às plantas na forma líquida, dissolvidos na água da irrigação. A fertirrigação deve ser realizada

ADEQUANDO à fertilização do solo às exigências da espécie, sem correr riscos de falhas que

provocariam perdas na produtividade ou elevação dos custos de produção. Se for muito concentrada,

pode causar queima de folhas e graves prejuízos ao produtor.