PLUG: A gente anda pra frente

12
Informativo oficial da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas Especial para o 15º Conselho Nacional de Entidades Gerais da UBES Setembro de 2015 - São Paulo A GENTE ANDA PRA FRENTE Estudantes e movimentos sociais se unem em manifestações de norte a sul do país para colocar o pé no acelerador das mudanças, em defesa da educação, por mais direitos e democracia. (P. 4-5)

description

O Jornal Plug é uma publicação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

Transcript of PLUG: A gente anda pra frente

Page 1: PLUG: A gente anda pra frente

Informativo oficial da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

Especial para o 15º Conselho Nacional de

Entidades Gerais da UBES Setembro de 2015 - São Paulo

A GENTE ANDA PRA FRENTE Estudantes e movimentos sociais se unem em manifestações de norte a sul do país para colocar o pé no acelerador das mudanças, em defesa da educação, por mais direitos e democracia. (P. 4-5)

Page 2: PLUG: A gente anda pra frente

Editorial

A GENTE MUDA O FUTUROMais uma vez, a voz, os sonhos e os rostos pin-tados da juventude brasileira estiveram nas ruas para defender a democracia brasileira e lutar por mais direitos e liberdade. Mostran-do que nós, secundaristas, temos lado, mar-chamos no dia 20/08 junto a centenas de mo-vimentos sociais de norte a sul do país para enfrentar a direita e o conservadorismo.

Os sonhos e as conquistas da juventude nunca estiveram tão ameaçados como neste ano: a redução da maioridade penal avança no Con-gresso Nacional, o ajuste fiscal cortou mais de R$ 10 bilhões da educação e o novo plano de partilha do pré-sal do senador José Serra abre a possibilidade de privatização da Pe-trobras, elimina empregos, desacelera o de-senvolvimento nacional e coloca em risco as metas do Plano Nacional de Educação.

Desde a campanha do “Petróleo é Nosso!”, passando pela Revolta dos Bondes contra o aumento da passagem, a resistência ao gol-pe e à ditadura militar, as Diretas Já! e o Fora Collor, a UBES tem uma trajetória de combate ao retrocesso. São 67 anos recém-completos que se misturam com a história das lutas po-pulares do Brasil.

Este momento exige unidade do movimen-to estudantil para a manutenção das nossas conquistas e direitos. Em um momento de crise política e econômica, devemos propor novas alternativas à agenda conservadora, como uma reforma política com o fim do fi-nanciamento empresarial de campanhas e a taxação das grandes fortunas.

Na última década, nós vimos o país sair do mapa da miséria, a expansão do acesso ao en-sino superior e o aumento da nossa projeção internacional. O ciclo de mudanças progres-sistas deve ser ampliado com a reformulação do ensino médio e mais assistência estudantil para o ensino técnico.

Vamos todos nos unir para o Brasil continuar a seguir em frente!

Bárbara MeloPresidenta

67 ANOS DA UBES: A RUA É NOSSA E EU SEMPRE FUI DELACom a certeza de que os sonhos não enve-lhecem, no dia 25 de julho de 2015 os estu-dantes festejaram o aniversário de 67 anos da UBES. Ocupando as ruas e levando o de-bate para o protagonismo da juventude, a entidade completa mais um ano de lutas em sua trajetória.

Representando os anseios de mais de 50 mi-lhões de estudantes, a UBES permanece em marcha, liderada pela irreverência e espe-rança daqueles que acreditam na constru-ção de um país cada vez mais democrático, com mais oportunidades, pronto para o de-senvolvimento e participação da juventude.

Junte os seus colegas, organize a sua luta, monte seu grêmio e faça parte da UBES. Nós somos capazes de mudar o Brasil!

Diretoria Executiva da UBES / Gestão 2013-2015Presidenta: Bárbara Melo (RJ)Vice-Presidente: Danilo Lopes (RJ)1° Vice-Presidente: Davi Lira (PE)2° Vice-Presidente: Jonathan Hora (SE)1ª Secretária: Stephannye Vilela (PE)Secretário Geral: Rodrigo Lucas (SP)Tesoureiro Geral: Péricles Francisco (MG)Diretor de Relações Internacionais: Rafael Araújo (RJ)Diretor de Grêmios: Rafael Fonseca (BA)Diretor de Esportes: Kenedy Alessandro (MG)Diretor de Políticas Educacionais: Walison Patryk (PR)Diretora de Comunicação: Daiany Macedo (GO)Diretor de Cultura: Wesley Machado (BA)Diretor de Escolas Técnicas: Fillipe Matias (ES)

Expediente: Jornal Plug é uma publicação da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. Jornalista Responsável: Rafael Minoro (CR)Redação: Bruno Huberman, Débora Neves e Suevelin CintiProjeto Gráfico: 45JJ - www.45jj.orgEndereço: Rua Vergueiro, 2485, Vila Mariana, São Paulo/SP. CEP: 04101-200. Telefone: (11) 5082-2716Fale com a redação da UBES: [email protected] com a assessoria de imprensa da UBES: [email protected]

67

2

Page 3: PLUG: A gente anda pra frente

Durante uma manifestação pacífica contra o aumento da tarifa de ôni-bus em Belo Horizonte, estudantes e jornalistas foram duramente re-primidos pela Polícia Militar. Cerca de 30 pessoas ficaram feridas e 58 foram presas.

“Esta já é a segunda vez que a tarifa aumenta em menos de sete meses”, afirma o presidente da União Cole-gial de Minas Gerais (UCMG), Fran-cisco Faria, detido durante o ato.

“Os policias bloquearam as vias de passagem. Eu e mais alguns ma-nifestantes corremos em direção

a um hotel para nos livrarmos da sensação que o gás lacrimogêneo causava, foi quando eles chegaram e agrediram a gente, inclusive deram um tapa no meu rosto. Logo em se-guida me algemaram e levaram para a delegacia”, conta o secundarista.

A violência policial infelizmente não é novidade para os estudantes acos-tumados a lutar pelo direito de livre acesso ao transporte público — tra-dicional bandeira do movimento estudantil desde 1956, quando a Revolta dos Bondes parou o Rio de Janeiro, então capital federal.

PASSE LIVRE: UMA LUTA HISTÓRICA DOS SECUNDARISTASESTUDANTES CONQUISTAM TARIFA ZERO NO TRANSPORTE PÚBLICO DO RECIFE E DE SÃO PAULO; POLÍCIA REPRIME PROTESTO PACÍFICO CONTRA AUMENTO EM BH

LINHA DO TEMPO // PASSE LIVRE, UM HISTÓRICO DE LUTAS

PM REPRIMIU MANIFESTAÇÃO PACÍFICA CONTRA O AUMENTO DA TARIFA EM BH

REVOLTA DOS BONDES: Em 1956, secundaristas do Rio de Janeiro para-lisaram a cidade contra o aumento da tarifa dos bondes, na época, principal meio de transporte dos estudantes.

REVOLTA DO BÚZU: Em agosto de 2003, o aumento abusivo no preço da passagem do transporte público na capital baiana desencadeou uma das maiores manifestações já vistas no país. Estudantes organizados através de grêmios estudantis e de entidades paralisaram, quase que diariamente de agosto a setembro, as principais vias de Salvador (BA) para reivindicar a re-dução da tarifa, de R$ 1,50 para R$ 1,30, e pedir meia-passagem aos finais de semana e a criação do Conselho de Transporte na cidade.

CARAVANAS DA UBES: No ano de 2007, a UBES promoveu duas cara-vanas que percorreram diversos estados brasileiros para dialogar sobre a importância do Passe Livre Estudantil. Foram mais de onze estados percor-ridos, promovendo diversos debates e apresentações teatrais sobre a im-portância do Passe Livre.

JORNADAS DE JUNHO: Em junho de 2013, uma série de manifestações populares ocorreu em diversas cidades brasileiras, com objetivo de rei-vindicar a redução das tarifas do transporte coletivo. Através das redes sociais, a juventude se organizou mobilizando a opinião dos brasileiros e abrindo espaço para outras discussões, como mobilidade urbana, parti-cipação social e a violência policial.

Palco de diversas manifestações pela tarifa zero de norte a sul do país, 2015 tem sido um ano de importantes con-quistas dos secundaristas.

Em São Paulo, após acampar em frente à Prefeitura em janeiro, o prefeito Fernando Haddad (PT) con-cedeu o passe livre no ônibus aos estudantes que vivem na capital.

No Recife, 260 mil estudantes dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual da região me-tropolitana, além de 1,5 mil cotistas da Universidade de Pernambuco (UPE), conquistaram o passe livre.

1956

2003

2007

2013

3

Page 4: PLUG: A gente anda pra frente

O Brasil parou no dia 20/08 para defender a democracia, lutar por mais direitos e contra os cortes na educação e o ajuste fiscal, entre outras bandeiras que unificaram os movimentos sociais em uma demonstração de força frente ao avanço do conservadorismo.

Os atos foram convocados por mais de trinta movimentos sociais, alcançando 40 cidades em todos os

Estados e o Distrito Federal. So-mando as estimativas dos organi-zadores, cerca de 200 mil pessoas foram para as ruas de todo o país.

A maior passeata tomou as prin-cipais vias de São Paulo, em uma marcha de 100 mil pessoas. O ato começou com um minuto de silên-cio lembrando os 19 trabalhadores assassinados em Osasco e Barue-ri. Depois, as milhares de pessoas

marcharam quase 6 quilômetros do Largo da Batata até ao Masp (Museu de Artes de São Paulo), na Avenida Paulista.

No Rio de Janeiro, 50 mil mani-festantes ocuparam o centro. Em Belo Horizonte e Fortaleza, foram mais de 20 mil. Salvador, Curitiba, Brasília e Recife também recebe-ram grandes protestos.

200 MIL VÃO ÀS RUAS DEFENDER A DEMOCRACIAATOS ACONTECERAM EM MAIS DE 40 CIDADES DE NORTE A SUL DO PAÍS

BÁRBARA MELO, PRESIDENTA DA UBES“PRECISAMOS DE REFORMAS ESTRUTURANTES PARA APROFUNDAR A NOSSA DEMOCRACIA. ESTA-REMOS DEFENDENDO A DEMOCRACIA PORQUE SABE-MOS QUE EM UMA DITADURA NÃO PODERÍAMOS ES-TAR AQUI DANDO A NOSSA OPINIÃO. O FILHO DO RICO NUNCA É PRESO, O FILHO DO POBRE É EXTERMINADO NA FAVELA, COMO ACONTECEU EM OSASCO E COMO ACONTECE TODOS OS DIAS NAS FAVELAS. OS RICOS DEVEM PAGAR PELA CRISE, NÃO NÓS, QUE CONSTRU-ÍMOS ESSE BRASIL TODOS OS DIAS.”

CARINA VITRAL, PRESIDENTA DA UNE“A JUVENTUDE E OS ESTUDANTES TÊM LADO E É DO LADO DO AVANÇO E NÃO DO RETRO-CESSO. NÃO MARCHAMOS COM QUEM PEDE INTERVENÇÃO MILITAR E SABEMOS QUE NOSSOS DIREITOS SÓ AVANÇAM SE HOUVER DEMOCRACIA. TAMBÉM DEVEMOS LEMBRAR QUE O GOVERNO FEDERAL PRECISA ESTAR MAIS CONECTADO COM O POVO, POUPANDO A EDUCAÇÃO PARA NÃO PREJUDICAR O ACES-SO DA JUVENTUDE AO ENSINO.”

4

Page 5: PLUG: A gente anda pra frente

GUILHERME BOULOS, MTST“ESTAMOS AQUI PARA RECHAÇAR A INDIGNAÇÃO SELETIVA CON-SERVADORA, QUE CONDENA CORRUPÇÃO, PORÉM SE ALIA AO EDU-ARDO CUNHA E OS ‘PANELAÇOS’ QUE NÃO SE COMOVEM COM AS CHACINAS DA SEMANA PASSADA EM OSASCO E BARUERI. ESTAMOS DE FORMA CLARA CONTRA AS SAÍDAS À DIREITA E QUALQUER SAÍDA DE AJUSTE FISCAL E DE POLÍTICA QUE PREJUDIQUEM OS TRABA-LHADORES. HOJE O BLOCO DO POVO ENTROU EM CAMPO E QUER COLOCAR DE FORMA CLARA A AGENDA DOS DE BAIXO CONTRA A AGENDA DOS DE CIMA. NÃO VAMOS SAIR DAS RUAS ENQUANTO A AGENDA POPULAR NÃO FOR OUVIDA NESSES PAIS.”

CARINA VITRAL, PRESIDENTA DA UNE“A JUVENTUDE E OS ESTUDANTES TÊM LADO E É DO LADO DO AVANÇO E NÃO DO RETRO-CESSO. NÃO MARCHAMOS COM QUEM PEDE INTERVENÇÃO MILITAR E SABEMOS QUE NOSSOS DIREITOS SÓ AVANÇAM SE HOUVER DEMOCRACIA. TAMBÉM DEVEMOS LEMBRAR QUE O GOVERNO FEDERAL PRECISA ESTAR MAIS CONECTADO COM O POVO, POUPANDO A EDUCAÇÃO PARA NÃO PREJUDICAR O ACES-SO DA JUVENTUDE AO ENSINO.”

VAGNER FREITAS, CUT“PRECISAMOS DA AGENDA POPU-LAR, DO TRABALHADOR, QUE VAI SUSTENTAR UM GOVERNO DEMO-CRÁTICO E NÃO UMA POLÍTICA VOL-TADA AO MERCADO, AOS BANCOS, QUE NÃO POSSUEM COMPROMISSO COM O POVO.”

5

Page 6: PLUG: A gente anda pra frente

A UBES avalia que o ensino médio no Brasil tem graves problemas. Não é por acaso que existem 1,7 milhão de estudantes fora da escola. Uma pes-quisa da Fundação Getúlio Vargas aponta que 20% dos jovens não con-seguem concluir os estudos. Em 40% dos casos, a falta de interesse é o mo-tivo predominante por essa evasão.

Aliás, quem está na sala de aula sabe que a última coisa que um secunda-rista quer é ficar trancado em turmas superlotadas em salas de aula quen-tes, copiando lição da lousas de giz, em silêncio, sem acesso à formação profissionalizante que dialogue com sua realidade. Ninguém aguenta mais viver em escolas sucateadas,

UM ENSINO MÉDIO COM A NOSSA CARAUBES DEFENDE UMA REFORMULAÇÃO DA ESCOLA COM GESTÃO DEMOCRÁTICA E REFORMA CURRICULAR

cheias de grades, sem tecnologia e com professores desvalorizados.

Junto com os estudantes, a UBES encampa o desafio da reformulação do ensino médio. A proposta do mo-vimento estudantil é construir uma educação com a cara da juventude com uma intensa reforma curricular e mais investimentos.

UBES DEBATE NOVA BASE CURRICULAR PARA A EDUCAÇÃO BÁSICAA diretoria da UBES foi convidada pelo diretor de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação (MEC), Ítalo Dutra, para discutir a Base Nacional Comum da Educação (BNCE) — projeto que busca criar um mesmo currículo para as escolas públicas do país.

De acordo com a presidenta da UBES, Bárbara Melo, é importante os estudantes participarem dessa construção para o ensino médio ter a cara da juventude. “Nós temos muita opinião e precisamos transformar essa opinião numa nova escola, com educação de qualidade para todos nós”, disse.

Saiba mais no portal do BNCE: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

REFORMULAÇÃO JÁ!QUATRO PONTOS DA REFORMA DO ENSINO MÉDIO PROPOSTA PELA UBESReorganização curricular: Além das disciplinas obrigató-rias, defendemos aulas que articulem o acesso à ciência, cultura e tecnologias, dialogando com a preparação do estudante para o mercado de trabalho e inclua formação cidadã.

Valorização das potencialidades de cada estudante: Apresen-tação de conteúdo diverso com formação cultural, prática de esporte, tecnologias e novas mídias com conteúdos elaborados em fóruns escolares.

Gestão democrática: Livre direito de organização nos grêmios estudantis, participação nos conselhos escolares para elaboração da grade curricular e eleições diretas para diretor.

Ensino integrado: Conciliação dos estudos com a atividade profissional por meio da formação integrada com o ensino técnico.

6

Page 7: PLUG: A gente anda pra frente

Neste 2015, a juventude não bai-xou a guarda. Embora esteja pro-vada que a redução da maioridade penal não é a solução para o pro-blema da violência do país, a Câ-mara dos Deputados aprovou em agosto proposta que reduz de 18 para 16 anos a idade penal.

O processo foi marcado pelo obs-curantismo e truculência pela qual tem sido caracterizada a presidência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à frente da Casa. A tramitação do projeto contou com a forte resistência da juventude, que não arredou o pé nem um se-gundo. A UBES esteve presente

JUVENTUDE UNIDA PARA BARRAR A REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENALAPESAR DA MANOBRA DE EDUARDO CUNHA, SECUNDARISTAS SEGUEM NA LUTA

VEJA AS RAZÕES PORQUE A UBES É CONTRA A REDUÇÃOPORQUE A JUVENTUDE QUER VIVER!É urgente implementar, de fato, soluções que previnam a criminalidade, como escolas mais atrativas e de tempo integral, popularização das universidades, assistência estudantil, saúde, meia-entrada para o acesso ao lazer, à cultura e ao esporte, mais políticas públicas para a juventude.

PORQUE REDUZIR A MAIORIDADE PENAL NÃO REDUZ A VIOLÊNCIAMuitos estudos no campo da criminologia e das ciências sociais têm demonstrado que NÃO HÁ RELAÇÃO direta de causalidade entre a adoção de soluções punitivas e repressivas e a diminuição dos índices de violência. Dados do Unicef revelam a experiência mal sucedida dos EUA. O país aplicou em seus adolescentes penas pre-vistas para os adultos. Os jovens que cumpriram pena em penitenciárias voltaram a delinquir e de forma mais violenta. O resultado concreto para a sociedade foi o agravamento da violência.

PORQUE A LEI JÁ EXISTEQualquer adolescente, a partir dos 12 anos, já é responsabilizado pelo ato cometido contra a lei. Essa responsabilização é executada por meio de medidas socioeduca-tivas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

PORQUE REDUZIR A MAIORIDADE É TRATAR O EFEITO, E NÃO A CAUSAAgir punindo e sem se preocupar em discutir quais os reais motivos que reprodu-zem e mantém a violência, só gera mais violência. O adolescente marginalizado não surge ao acaso. Ele é fruto de um estado de injustiça social. Precisamos combater a desigualdade social, o racismo e todo tipo de opressão a nossos jovens.

em todas as sessões na Câmara que debateu o assunto, apesar dos obstáculos impostos por Cunha. Estudantes foram agredi-dos pela Polícia Legislativa na base da porrada e de gás de pi-menta, além de terem sido impe-didos de acompanhar a votação nas galerias da Casa apesar de uma decisão do STF.

No dia da votação da PEC 171 no plenário da Câmara, a juventude realizou uma grande passeata em Brasília com mais de 5 mil jovens, tomando a Esplanada dos Minis-tério com a habitual alegria do movimento estudantil.

A LUTA CONTINUA

No dia da votação da PEC 171 na Câmara, a juventude realizou uma grande passeata em Brasília. Mais de 5 mil tomaram a Esplana-da dos Ministério com a habitual alegria do movimento estudantil.

Agora, a proposta segue para vo-tação também em dois turno no Senado Federal. Os secundaris-tas continuarão na luta para bar-rar esta proposta que criminaliza a juventude brasileira, principal-mente a negra, pobre e periférica.

7

Page 8: PLUG: A gente anda pra frente

No primeiro semestre de 2015, a UBES esteve mobilizada em torno da luta pelo ensino técnico no Bra-sil. Em fevereiro, aconteceu o 13º Encontro Nacional de Escolas Téc-nicas (ENET), no Rio de Janeiro; em abril, a Jornada Nacional de Lutas Pelo Ensino Técnico tomou as es-colas de norte a sul do país; e, em maio, a entidade participou do 3º Fórum Mundial de Educação Profis-sional e Tecnológica, no Recife.

13º ENETO ENET da UBES reuniu na Univer-sidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) 2 mil secundaristas no mais amplo e democrático fórum sobre a modalidade de ensino. O encontro serviu como radar para identificar as demandas dos grêmios, escolas e dos 280 campi dos institutos fede-rais que foram representados.

Aconteceram intervenções cultu-rais, campeonato de futebol, debates e grupos de discussões. Na plenária final, os estudantes aprovaram o do-

UBES TEM SEMESTRE DE LUTA PELO ENSINO TÉCNICOEM FÓRUNS E ATOS, SECUNDARISTAS REIVINDICAM MAIS ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL

cumento com os principais encami-nhamentos do ENET. Entre as pautas está a expansão da rede técnica com qualidade, assistência estudantil, passe livre e bandejão.

JORNADA DE LUTAS PELO ENSINO TÉCNICOReunindo as pautas do 13º ENET, nos meses de março e abril a UBES mobilizou escolas técnicas e institutos federais de diversos es-tados brasileiros em uma série de ato dentro das escolas. As ativida-des paralisaram as aulas, fomen-taram passeatas e debates por mais acesso, expansão, qualidade e assistência estudantil.

A série de mobilizações gerou vi-tórias. No Instituto Federal de Ma-ceió, a reitoria iniciou o processo de climatização das salas de aula e instalou novos bebedouros. No Rio de Janeiro, a direção da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) se comprometeu com a represen-tação paritária dos estudantes nos

conselhos deliberativos. Em uma reunião com o ministro da Edu-cação, Renato Janine Ribeiro, foi aberto um canal de diálogo com o MEC para tratar das questões das escolas técnicas federais.

3º FÓRUM MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONALA UBES levou ao Recife as pautas centrais defendidas pelos secunda-ristas para mudar o ensino técnico brasileiro. O encontro aconteceu en-tre os dias 26 e 29 de maio no Centro de Convenções de Pernambuco.

No evento, que reuniu mais de 20 mil representantes de instituições, en-tidades e associações da rede técni-ca, tecnológica e profissionalizante, os estudantes defenderam mais assistência estudantil e ampliação do acesso ao ensino técnico no país. As pautas foram incorporadas na agenda de compromissos públicos do fórum, que orienta os princípios norteadores para a Plataforma Mundial de Educação.

8

Page 9: PLUG: A gente anda pra frente

7. Criar o piso salarial do estágio, sendo equivalente a metade do salá-rio mínimo, acompanhando os res-pectivos ajustes; incluir o estágio no currículo, com acompanhamento pe-dagógico e maior fiscalização do cum-primento da lei do estágio.

1. Implementar imediata-mente as metas do Plano Nacional de Educação, com o investimento de 10% do PIB, 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo so-cial do Pré-Sal no setor.

2. Colocar em prática um plano nacional de assistên-cia estudantil para o ensino técnico com auxílio moradia, auxílio material didático, bi-blioteca on-line, creche, res-taurante estudantil e passe livre estudantil irrestrito no transporte público.

3. Valorizar a educação profis-sional com a ampliação do pro-grama Brasil Profissionalizado, maior controle social sobre o sis-tema S, expansão da Rede Téc-nica Federal e criação do Fundo Nacional de Financiamento ao Ensino Técnico.

Nos últimos anos, a rede técnica passou por uma grande expansão: se em 2002 tínhamos 140 escolas técnicas, no final de 2014 chegou-se à meta de 562 unidades. Para avaliar a qua-lidade desta ampliação, a UBES realizou uma pesquisa com 1.700 secundaristas, de mais de 400 escolas técnicas públicas e privadas e 280 institutos federais durante o 13o ENET.

4. Melhorar o Pronatec - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego com a participação do movimento estudantil no con-selho gestor; a criação de cursos voltados às necessidades regionais; e a prioridade dos in-vestimentos na rede de ensino pública.

5. Ampliação do ensino técnico voltado à agri-cultura familiar e as necessidades do campo. Permitindo ao estudante permanecer no meio rural, preservar sua identidade cultural e aju-dar a desenvolver a sua região.

6. Incluir as novas tecnologias nas salas de aula e incentivar a inovação tecnológica, popu-larizando a ciência e a tecnologia; oferecer a possibilidade de iniciação científica no currícu-lo ou através de projetos de extensão.

7 PONTOS PARA MUDAR O ENSINO TÉCNICO

RAIO-X DA EDUCAÇÃO TÉCNICA

Principais problemas:Obras inacabadas no campus: 69%Ausência de climatização nas salas: 11%Falta de bebedouros: 37%Falta de quadras esportivas: 24%

Tecnologia:Disponibilidade de computadores: 60%Quantidade insuficiente de computa-dores: 31%

INFR

A-

EST

RU

TUR

A

Região de origem: Nordeste: 33%Sul: 32% S udeste: 21%Centro-Oeste: 8%

Renda:Trabalham: 28%Depende da ajuda dos pais: 39%Depende de bolsa de iniciação científica: 33%

PER

FIL

DO

E

STU

DA

NTE

ASS

ISTÊ

NCI

A

EST

UD

AN

TIL Bolsas:

Não conhece, não participa ou não tem acesso a bolsas de iniciação científica: 39%Recebe bolsa de assistência estudantil da insti-tuição: 72%Acredita que a bolsa de assistência estudantil é insuficiente: 22%

Transporte:Utilizam ônibus para ir para escola: 72%Não possui gratuidade no transporte público: 76%Escolas técnicas que não disponibilizam trans-porte gratuito: 48%Transporte escolar gratuito é insuficiente: 14%

9

Page 10: PLUG: A gente anda pra frente

GRÊMIO ESTUDANTIL: A GESTÃO DEMOCRÁTICA DENTRO DA ESCOLAORGANIZE OS SEUS COLEGAS DE TURMA E TRANSFORME A SUA ESCOLA

Quem é estudante sabe das difi-culdades que encontramos coti-dianamente dentro das escolas: faltam laboratórios, as quadras esportivas estão sempre danifi-cadas, não há atividades culturais e profissionais, as salas de aula não tem ar condicionado, faltam bebedouros, a proposta pedagó-gica deixa a desejar e os profes-sores parecem desmotivados.

Você sabia que por intermédio do grêmio estudantil é possível re-solver esses problemas? O estu-dante pode e deve transformar a sua escola.

Com a formação de um grêmio, os estudantes têm voz na admi-nistração da escola, apresentam suas ideias e opiniões que podem melhorar a instituição.

Mas toda mudança exige compro-metimento e responsabilidade. O grêmio estudantil precisa defen-der os interesses dos estudantes e firmar parceria com todos aque-les que participam da escola.

A participação estudantil dentro do grêmio é o primeiro conta-to que temos com a política. É a partir daí que começamos a ter conhecimento de como ela inter-vém em nossa sociedade e como podemos transformar o mundo em um lugar melhor para todos e todas.

10

Page 11: PLUG: A gente anda pra frente

O grupo que pretende formar o grêmio comunica à direção da escola, divulga a proposta entre os alunos, convidando os interessados e os representantes de classe (se houver) para formar a Comissão Pró-Grê-mio. Este grupo elabora uma proposta de estatuto que será discutida e aprovada pela Assembleia Geral.

A Comissão Pró-Grêmio convoca todos os alunos da escola para participar da Assembleia Geral. Nesta reunião, decide-se o nome do grêmio, o período de campanhas das chapas, a data das eleições e se apro-va o Estatuto do Grêmio. Nessa reunião também são definidos os membros da Comissão Eleitoral.

Os alunos se reúnem e formam as chapas que concor-rerão à eleição. Eles devem apresentar suas ideias e propostas para o ano de gestão no Grêmio Estudantil. A Comissão Eleitoral promove debates entre as cha-pas, abertos a todos os alunos.

A Comissão Eleitoral organiza a eleição (o voto é secre-to). A contagem é feita pelos representantes de classe, acompanhados de dois representantes de cada chapa e, eventualmente, dos coordenadores pedagógicos da es-cola. No final da apuração, a Comissão Pró-Grêmio deve fazer uma Ata de Eleição para divulgar os resultados.

A comissão Pró-Grêmio envia uma cópia da Ata de Eleição e do Estatuto para a direção da escola e orga-niza a cerimônia de posse da diretoria do Grêmio.

*A cada ano reinicia-se o processo eleitoral a partir do item III.

se a direção escolar não permite a fundação do grêmio ou quer escolher os representantes do grêmio por contra própria?Apresente a direção da escola a Lei nº 7.398, conhecida como a lei do Grêmio Livre, ela garante a livre organização dos estudantes secundaristas dentro das insti-tuições de ensino.

quando a escola não disponibiliza uma sala para reuniões do grêmio?Caso a escola não tenha uma sala para disponibilizar aos gremistas, ao menos deve ser cedida uma para que as reuniões aconteçam.

com os recursos captados pelo grêmio?Esses recursos podem ser utilizados para organizar e promover atividades ou eventos do Grêmio. Por exemplo: comprar material para o cenário de uma peça de teatro, com-prar um computador para a sala do Grêmio, um aparelho de som, promover uma excur-são para um museu, entre outros.

com os materiais que o grêmio adquire?Quando uma diretoria encerra seu mandato e outra assume, os bens adquiridos perma-necem no Grêmio Estudantil. Estes bens formam o patrimônio do Grêmio. No final de cada mandato ele será averiguado pelo Conselho Fiscal.

12345

MONTE UM GRÊMIO EM CINCO PASSOS

O QUE FAZER...

11

Page 12: PLUG: A gente anda pra frente

Vem aí41º Congresso da União

Brasileira dos Estudantes Secundaristas-Conubes

NOVEMBRO - BRASÍLIA/DF

O MAIOR ENCONTRO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL SECUNDARISTA

PARTICIPE DO PROCESSO DE ELEIÇÃO DOS DELEGADOS. ORGANIZE SUA TURMA, O GRÊMIO DA SUA ESCOLA E

AS ENTIDADE MUNICIPAIS E ESTADUAIS.

O MOMENTO É DE LUTA DA JUVENTUDE PARA BARRAR RETROCESSOS E SAIR EM DEFESA DA EDUCAÇÃO, POR MAIS DIREITOS E DEMOCRACIA.

CURTA NO FACEBOOK E FIQUE POR DENTRO DAS NOVIDADES: facebook.com/ubesoficial

ACESSE O SITE: ubes.org.br

67

QUEM É ESTUDANTE TEM DIREITO A MEIA-ENTRADA EM SHOWS, CINEMA, TEATRO, EXPOSIÇÕES, EVENTOS ESPORTIVOS E CULTU-RAIS EM GERAL. PARA ISSO, É PRECISO FAZER O SEU DOCUMENTO DO ESTUDANTE OU CARTEIRINHA.

ENTRE NO SITE WWW.DOCUMENTODOESTUDANTE.COM.BR E SIGA OS PASSOS PARA SE CADASTRAR E EMITIR A SUA IDENTIFICAÇÃO.

FAÇA O SEU DOCUMENTO DO ESTUDANTE