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Boletim Epidemiológico de Cachoeirinha EQUIPE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA VIGILÂNCIA EM SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Volume III - Out /Nov/Dez 2014

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BoletimEpidemiológico

de Cachoeirinha

EQUIPE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA VIGILÂNCIA EM SAÚDE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE

Volume III - Out /Nov/Dez 2014

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3Volume III - Out /Nov/Dez 2014

BoletimEpidemiológico

de Cachoeirinha

Apresentação

O Programa Saúde na Escola (PSE) visa a integração e articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da po-pulação estudantil. O objetivo do PSE é contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desen-volvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino. Para o alcance dos ob-jetivos e sucesso do programa é importante entender a Educação Integral como um conceito que compreende a proteção, a atenção e o pleno desenvolvimento da comunidade escolar. Na esfera da saúde, as práticas das equipes de Saúde da Família incluem prevenção, promoção, recuperação e manutenção da saúde dos indivíduos e coletivos humanos.

REFERÊNCIAS:

SILVA JUNIOR, Aristides José da. Programa saúde na escola:limites e possibilidades intersetoriais. Interface (Botucatu),

Botucatu, v. 18, n. 51, dez. 2014 .

Resultados da Avaliação Antropométrica na vigência 2013/2014 do Programa Saúde na Escola em Cachoeirinha/RS

Ueldo Miguel Plentz RodriguesENFERMEIRO

O Programa Saúde na Escola (PSE), política intersetorial da Saúde e da Edu-cação, foi instituído em 2007 e visa à integração e à articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida para a po-pulação brasileira.

O PSE tem como objetivo contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao en-frentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino. A base do Programa Saúde na Escola é a articulação entre Escola e Rede Básica de Saúde.

O modo de viver da sociedade moderna tem determinado um padrão alimen-tar que, aliado ao sedentarismo, em geral não é favorável à saúde da população (CAB 38, 2014). Neste contexto, a população brasileira passou por diversas mu-danças nas últimas quatro décadas, período em que houve uma transição epi-demiológica, com a diminuição das doenças infecciosas e aumento das doenças crônicas e a transição nutricional, com queda da desnutrição em todas as idades e aumento do excesso de peso, em todas as idades e classes de renda (PAIM et al., 2011; SCHMIDT et al., 2011; VICTORA et al., 2011).

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EQUIPE DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA | VIGILÂNCIA EM SAÚDE | SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE4

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade pode ser com-preendida como um agravo de caráter multifatorial decorrente de balanço ener-gético positivo que favorece o acúmulo de gordura, que resulta em ganho de peso. Nas crianças, a obesidade deve ser combatida para que, futuramente, não seja associada a riscos e com complicações metabólicas, como aumento da pres-são arterial, dos níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos e resistência à insulina. Entre suas causas, estão relacionados fatores biológicos, históricos, eco-lógicos, econômicos, sociais, culturais e políticos (OMS, 2000).

O excesso de peso tem como determinantes proximais o padrão alimentar e o dispêndio energético. O padrão alimentar atual identifi cado por pesquisas nacio-nais evidenciam o fenômeno da transição nutricional na população brasileira, que se caracteriza pelo elevado percentual de consumo de alimentos ricos em açúcar, gorduras saturadas, trans e sal e pelo baixo consumo de carboidratos complexos e fi bras. A evolução do padrão de consumo da população brasileira entre as dé-cadas de 1970 e 2009 mostra as seguintes tendências: aumento do consumo de alimentos ultraprocessados (biscoitos, embutidos, refrigerantes, refeições pron-tas), estabilização do consumo de frutas e hortaliças (que representam menos da metade da recomendação de consumo) e redução de consumo de alimentos básicos como ovos, gordura animal, peixe, leguminosas, raízes e tubérculos e ar-roz (IBGE, 2011). As prevalências de sobrepeso e obesidade cresceram de maneira importante nos últimos 30 anos (CAB 38, 2014).

Há diversos métodos para avaliar se o peso de uma pessoa é excessivo. Na prática clínica cotidiana e para a avaliação em nível populacional, recomenda-se o uso do Índice de Massa Corporal (IMC) por sua facilidade de mensuração e por ser uma medida não invasiva e de baixo custo. O IMC é estimado pela relação entre o peso e a altura do indivíduo, expresso em kg/m2 (ANJOS, 1992). O IMC, além de classifi car o indivíduo com relação ao peso, também é um indicador de riscos para a saúde e tem relação com várias complicações metabólicas. O referencial para classifi car o estado nutricional de crianças e adolescentes são as curvas de cresci-mento propostas pela Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006; WHO, 2007).

Tabela: Alunos avaliados por escola, com a sua classifi cação conforme o IMC:

Gráfi co: Classifi cação do estado nutricional dos alunos avaliados, conforme seu IMC:

ESCOLA Estrela Guia Osmar Stuart Papa João XXIII Ivo Rech Fidel

Zanchetta Tiradentes Assunção Natálio FadaMadrinha Alzira

ESF Carlos Wilkens

Carlos Wilkens

Carlos Wilkens Canarinho Otacílio Otacílio Araçá Araçá Bethânia Bethânia

ALUNOS AVALIADOS 132 119 229 442 521 693 201 437 96 563

MAGREZA 2 1 2 10 8 16 1 4 2 41

EUTRÓFICO 84 100 107 274 330 410 135 255 60 351

SOBREPESO 30 3 61 76 76 113 26 70 16 80

OBESIDADE 16 15 59 82 107 154 39 108 18 91

ESCOLA Estrela Guia Osmar Stuart Papa João XXIII Ivo Rech Fidel

Zanchetta Tiradentes Assunção Natálio FadaMadrinha Alzira

ESF Carlos Wilkens

Carlos Wilkens

Carlos Wilkens Canarinho Otacílio Otacílio Araçá Araçá Bethânia Bethânia

MAGREZA 1,52% 0,84% 0,87% 2,26% 1,54% 2,31% 0,50% 0,92% 2,08% 7,28%

EUTRÓFICO 63,64% 84,03% 46,72% 61,99% 63,34% 59,16% 67,16% 58,35% 62,50% 62,34%

SOBREPESO 22,73% 2,52% 26,64% 17,19% 14,59% 16,31% 12,94% 16,02% 16,67% 14,21%

OBESIDADE 12,12% 12,61% 25,76% 18,55% 20,54% 22,22% 19,40% 24,71% 18,75% 16,16%

ALUNOS AVALIADOS 3433%

MAGREZA 87 2,53%

EUTRÓFICO 2106 61,35%

SOBREPESO 551 16,05%

OBESIDADE 689 20,07%

MAGREZAEUTRÓFICOSOBREPESOOBESIDADEOBESIDADE GRAVE

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BoletimEpidemiológico

de Cachoeirinha

A escola é um ambiente crucial para a promoção da alimentação saudável, pois caracteriza-se por um espaço de troca de informações e ideias. Nesse espa-ço, a criança adquire conhecimentos e habilidades, tem contato com diferentes culturas, alimenta-se e educa-se de forma abrangente (CAB 38, 2014). Nas crian-ças das escolas abordadas nesta avaliação, os resultados apontam que mais de 1/3 dos alunos estão com sobrepeso ou obesidade. A magreza, estado nutricional que foi mais evidente em décadas anteriores e em outras regiões do Brasil, foi encon-trada em uma pequena parcela da população estudada.

A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são importantes aspectos para a promoção da saúde e redução de morbimortalidade, não só por ser um fator de risco importante para outras doenças, mas também por interferir na dura-ção e na qualidade de vida, e ainda ter implicações diretas na aceitação social dos indivíduos quando excluídos da estética difundida pela sociedade contemporânea (SCHMIDT et al., 2011). Neste escopo de ações não se pode esquecer o papel fun-damental dos próprios indivíduos, famílias e comunidades para adoção de modos de vida saudáveis e luta pela garantia de políticas públicas que promovam a vida saudável. Neste sentido, a Rede de Atenção à Saúde, em especial as equipes de Atenção Básica, devem contribuir para o empoderamento dos indivíduos sobre suas condições de saúde de forma a auxiliá-los no processo de autocuidado, na atenção e ação que exercem sobre si mesmos para preservar e cultivar uma boa qualidade de vida de maneira responsável, autônoma e livre nas escolhas das fer-ramentas para a sua realização. As intervenções para a reversão do excesso de peso, das populações e dos indivíduos, precisam considerar as diversas concep-ções presentes na sociedade sobre alimentação, atividade física, corpo e saúde. A Atenção Básica, além de acolher e tratar o indivíduo com excesso de peso, deve ser a ordenadora do cuidado e centro de comunicação entre os demais pontos da Rede de Atenção, garantindo o cuidado integral (CAB 38, 2014).

A complexidade do perfi l nutricional que ora se desenha no Brasil revela a importância de um modelo de atenção à saúde que incorpore defi nitivamente ações de promoção da saúde, prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (CAB 38, 2014). Por isso se faz necessária a consolidação das ações e atividades que são realizadas pelas equipes de saúde no município de Cacho-eirinha, momento em que as equipes estabelecem o vínculo com a comunidade atendida, estimulando hábitos saudáveis, o autocuidado e a responsabilidade dos indivíduos em relação a sua saúde. Como medida de combate à obesidade infantil temos a educação nutricional, que deve envolver pais, professores, nutricionistas, manipuladores de alimentos (merendeiras) e cantineiros, visto que todos os pro-fi ssionais são responsáveis por incentivar as crianças a adquirirem, desde cedo, hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para a prevenção de problemas re-lacionados à alimentação, tais como a desnutrição, anemia, cáries e a obesidade infantil e, mais importante ainda, que a criança exerça seu direito à alimentação de maneira saudável (CAB 38, 2014).

// Agradecimentos:

Agradeço às equipes envolvidas, responsáveis pela coleta destes dados e pela realização deste programa com empenho e dedicação.

// Referências:

ANJOS, L. A. Índice de massa corporal (massa corporal estatura-2) como indicador do estado nutricio-nal de adultos: revisão da literatura. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 26, n. 6, p. 431-436, 1992.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Es-tratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: obesidade / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 212 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica, n. 38).

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IBGE. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009: análise do consumo alimentar pessoal no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2011.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO consultation on obesity. Geneva, Switzerland: WHO, 2000. (WHO Technical Report Series, n. 894).

PAIM J. et al. The Brazilian health system: history, advances, and challenges. Lancet, [S.l.], v. 377, n. 9779, p. 1778-1797, May 2011.

SCHMIDT M. I. et al. Chronic non-communicable diseases in Brazil: burden and current challenges. Lan-cet, [S.l.], v. 377, n. 9781, p. 1949-1961, June 2011.

VICTORA C. G. et al. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. Lancet, [S.l.], v. 377, n. 9780, p. 1863-1876, May 2011.

WHO. Child Growth Standards. Genebra: Who, 2007.

WHO. Child Growth Standards: length/height-for-age, weight-for-age, weight-for-length, weightfor--height and body mass index-for-age. Methods and development. WHO (nonserial publication). Gene-va, Switzerland: WHO, 2006.

Tabela comparativa dos casos notificados e investigados que constam no SINAN- Sistema de Informação dos agravos de notificação de Cachoeirinha, diagnosticados de janeiro a dezembro de 2014.

1 Atendimento antirrábico: ferimentos causados principalmente causados por cães e gatos e que necessitam de avaliação , acompanhamento do animal e vacina antirrábica.2 Caso confirmado importado.3 Ocorrência em homens e mulheres.4 Síndrome Respiratória Aguda Grave: Pacientes com Síndrome Gripal com idade maior que seis meses com febre de início súbito, mesmo que referida acompanhada de tosse e/ou dor de garganta e pelo menos um dos sintomas: mialgia, cefaleia, artralgia , dispneia conjuntivite, mal estar geral e perda do apetite e pacientes menores de 6 meses de idade com febre de inicio súbito, mesmo que referida e sintomas respiratórios. Os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou seja, indivíduo em qualquer idade que atenda a definição de caso de Síndrome Gripal e dispneia ou saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou sinais de desconforto respiratório e que necessitam de internação hospitalar. Nessa situação os casos são notificados e investigados com coleta de secreções das vias aéreas superiores para identificação do agente etiológico.5 VSR: O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), é um RNA vírus, não segmentado, envelopado, da família Paramyxoviridae. Causa infecção aguda do trato respiratório em indivíduos de todas as idades. A maioria das crianças é infectada no primeiro ano de vida e, virtualmente, todas as crianças serão expostas a ele até o segundo ano de idade. Reinfecções ocorrem durante toda a vida.

AGRAVOS CASOS NOTIFICADOS CASOS CONFIRMADOS

Atendimento Antirrábico 1 528 528

Dengue 2 07 00

Doença de Chagas 00 00

Gestante HIV 23 23

Hepatites Virais 77 71

Leptospirose 01 00

Meningite Meningocócica / Outras Meningites

07 07

Sífilis Congênita 09 09

Rubéola 00 00

Sarampo 00 00

Sífilis em Gestante 06 06

Sífilis não especificada 3 84 84

Varicela 134 134

Violência Doméstica, Sexual e/ou outras violências

476 476

Tuberculose 109 109

Síndrome Respiratória Aguda Grave 4

Influenza A / H3 Sazonal: 00Influenza A H1N1: 02

Influenza B: 00

VSR/ 5: 00

Não especificada: 29

Coqueluche 02 01

Toxoplasmose 02 02

Caxumba 02 02

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Expediente

PrefeitoVicente Pires

Secretário Municipal de Saúde Gerson Luis Cutruneo

Diretor GeralLetícia Gomes da Silva

Direção de Vigilância em SaúdeTânia Bretschneider Ramos

Coordenação Vigilância EpidemiológicaGisele Cristina Tertuliano

Membros da Equipe de Vigilância Epidemiológica Aura da Costa Viana / Daiane Barbosa dos Santos/ Elder Franco Nunes / Rafael Feijó/ Lorena de Fátima B. Carpes / Gisele Cristina Tertuliano / Inei Loblein / Sandra Luciana Halberstadt / Sandro Luiz Menegol / Noris Helena Pinto de

Azevedo / Tânia Bretschneider Ramos / Tatiana Tavares

TIRAGEM150 exemplares