PNLD EJA 2011pnld.mec.gov.br/download/GuiaPNLD-EJA2011_NET.pdf · 70 vivEr, aPrEndEr 24835col37 76...

.Ministério da Educação..sEcrEtaria dE Educação continuada, alfabEtização E divErsidadE..fundo nacional dE dEsEnvolviMEnto da Educação.

Guia dos Livros didáticos do

PNLD EJA 2011

.sEtEMbro 2010.

Ministério da Educação

sEcrEtaria dE Educação continuada, alfabEtização E divErsidadE - sEcad

dirEtoria dE Políticas dE Educação dE JovEns E adultos - dPEJa

coordEnadoria GEral dE forMação E lEitura

fundo nacional dE dEsEnvolviMEnto da Educação - fndE

dirEtoria dE açÕEs Educacionais - diraE

coordEnação-GEral dos ProGraMas do livro – cGPli

univErsidadE fEdEral do rio GrandE do nortE

rEitorJosé IvonIldo do Rêgo

vicE-rEitoraÂngela MaRIa PaIva CRuz

PrÓ-rEitora dE PEsQuisaMaRIa BeRnadete CoRdeIRo de souza

coordEnação GEralRaimundo nonato araújo da Rocha

EQuiPE PEdaGÓGicaantônio Cabral neto

eva Maria Carneiro de souzaIzolda Costa Fernandes

Paulo eduardo dias de Mello (Representante da seCad/MeC)

coordEnação institucionalJosé evangelista Fagundes

Jailma Maria de lima

coordEnação disciPlinar E intErdisciPlinarCirce Maria Fernandes Bittencourt

gilson Ricardo de Medeiros Pereira

sEcrEtariaFagner Henrique tinoco da silva

larissa Inês da CostaMárcia Maria Fonseca Marinho

EstaGiÁriosdouglas albert de souza lima

Pablo eduardo da Rocha souza

coordEnação dE ÁrEa - línGua PortuGuEsaHumberto Hermenegildo de araújo

avaliadorEs - línGua PortuGuEsaacir Mario Karwoski

ana lúcia tinoco Cabralandréa Jane da silva

Maria da Penha Casado alvesMaria das graças soares Rodrigues

Maria Marta dos santos silva nóbregaMarília gonçalves Borges silveira

Mônica Magalhães Cavalcantesibele letícia Rodrigues de oliveira Biazotto

sueli Cristina Marquesivaldir Heitor Barzotto

vanda Maria da silva elias

PNLD EJA 2011e q u i p e d o G u i a

coordEnação dE ÁrEa - MatEMÁticaarmando traldi Júnior

avaliadorEs - MatEMÁticaadriano vargas Freitas

alessandro Jacques Ribeiroana Cristina Ferreira

andréia Maria Pereira de oliveiraCeli aparecida espasandin lopes

edna Maura zuffiJonei Cerqueira Barbosa

Márcia Cristina de Costa trindade CyrinoPatrícia sandalo PereiraPaulo Roberto Barbosa

Rogério Marques Ribeirotácio vitaliano da silva

coordEnação dE ÁrEa - lEtraMEnto E alfabEtização linGuísticaMaria estela Costa Holanda Campelo

avaliadorEs - lEtraMEnto E alfabEtização linGuísticaalexsandro da silva

ana gabriela de souza sealdébora amorim gomes da Costa Maciel

giane Bezerra vieiraJúlio Ribeiro soaresleni vieira dornelles

Maria Cristina leandro de PaivaMaria do Rosário de Fátima de Carvalho

sandro soares de souza

coordEnação dE ÁrEa – alfabEtização MatEMÁticaMarcelo Câmara dos santos

avaliadorEs – alfabEtização MatEMÁticaabraão Juvencio de araújo

adriano Pedrosa de almeidaIranete Maria da silva lima

Irene Maurício Cazorlaluciana getirana de santanaMarcus Bessa de Menezes

Pedro Ribeiro BarbosaRute elizabete de souza Rosa Borba

Wagner Rodrigues Costa

coordEnação dE ÁrEa - HistÓriaMarlene Rosa Cainelli

avaliadorEs - HistÓriaaléxia Pádua Franco

andré Coura Rodriguesandré gustavo Barbosa da Paz Mendesandré victor Cavalcanti seal da Cunha

elson de assis RabeloFrancisco Carlos oliveira de sousa

José Cássio MásculoJosé Miguel arias neto

Magda Maria de oliveira RicciMarco antonio de oliveiraMaria Cristina dantas Pina

Marisa nodaRaimundo Pereira alencar arrais

Ricardo José vilar da CostaWicliffe de andrade Costa

coordEnação dE ÁrEa - GEoGrafianídia nacib Pontuschka

avaliadorEs - GEoGrafiaaldo gonçalves de oliveiraClaudivan sanches lopes

edinalva Maria da silvaenio José serra dos santos

genylton odilon Rego da Rochagleydson Pinheiro albanoHugo Rogério Hage serra

Ione Rodrigues diniz MoraisIrecer Portela Figueirêdo santos

luis Fernando de Freitas CamargoMarcos alexandre Pimentel da silva

Marcos de oliveira soaresMaria da glória Rocha Ferreira

núria Hanglei CaceteRobson novaes da silva

tony Marcelo gomes de oliveira

coordEnação dE ÁrEa - ciÊnciasdécio auler

avaliadorEs - ciÊnciasalice Helena Campos Pierson

antônio Fernando gouvêa da silvaauta stella de Medeiros germano

Carlos antonio lópez RuizCristiano de almeida Cardoso Marcelino Júnior

denise de Freitasdouglas verrangia Correa da silva

gutemberg de Castro PraxedesMagnólia Fernandes Florêncio de araújo

Márcia gorette lima da silvaMarcos lopes de souza

Mary angela leivas amorimMidori Hijioka Camelo

Milton antonio authRute alves de sousa santana

coordEnação dE ÁrEa - artEsJosé sávio oliveira de araújo

avaliadorEs - artEsandré luiz Muniz oliveira

arão nogueira Paranaguá de santanaerinaldo alves do nascimento

Izabel Concessa Pinheiro de alencar arraisMaria Christina de souza lima Rizzi

vera lourdes Pestana da Rocha

coordEnação dE ÁrEa - línGua EstranGEira ModErna (inglês)orlando vian Junior

avaliadorEs - línGua inGlEsaBeatriz gama Rodrigues

Fabíola aparecida sartin dutra Parreira almeidaJanaina Weissheimer

Marília varella Bezerra de Faria

avaliadorEs - intErdisciPlinarartemilson alves de lima

Maria das graças BarachoMaria do Rosário da silva Cabral

sandra Regina Ferreira de oliveiraYuma Ferreira

lEitor críticoMarta Maria Castanho almeida Pernambuco

rEvisão EditorialCássia de Fátima Matos dos santos

edna Maria Rangel de sáHumberto Hermenegildo de araújo

Editoraçãozilmar Rodrigues

elizabeth sachi KanzakiCrisB

ProJEto GrÁfico, Editoração ElEtrônica CrisB (Cristiana Barbosa)

dados internacionais de catalogação na Publicação (ciP) centro de informação e biblioteca em Educação (cibEc)

b823g brasil. Ministério da Educação. Guia de livros didáticos: Pnld 2011: EJa / Ministério da Educação. – brasília: MEc; sEcad, 2010.

1. Programa nacional do livro didático. 2. alfabetização de Jovens e adultos. 3. Educação de Jovens e adultos. i. título.

cdu

. Aos EducAdorEs / Às EducAdorAs

Você que trabalha com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) sabe como são importantes materiais didáticos orientados especificamente para esse público e que respeitem sua diversidade e heterogeneidade. Sabe também que o livro didático, um dos recursos mais significativos do cotidiano escolar, nem sempre atende às particularidades da EJA.

Com o intuito de garantir livros didáticos de qualidade para escolas do sistema público de ensino, o Ministério da Educação tem desenvolvido uma política para sua avaliação, aquisição e distribuição. No âmbito dessa política, em 2009, foi lançado o Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA), objetivando avaliar, adquirir e distribuir boas obras para todos os alunos do ensino fundamental do sistema educacional público e do Programa Brasil Alfabetizado (PBA).

As obras/coleções didáticas avaliadas e aprovadas nesse Programa constam, sob a forma de resenhas, neste Guia do Livro Didático para a EJA. As resenhas apresentam as obras/coleções em sua diversidade: na proposta pedagógica, no encaminhamento metodológico, na forma de abordagem, nos critérios de organização dos conteúdos e na composição gráfica. O objetivo do Guia é fornecer aos educadores e dirigentes da EJA das redes públicas de ensino, alfabetizadores, coordenadores de turma e gestores do Programa Brasil Alfabetizado de todo o Brasil, subsídios para a escolha dos livros didáticos que chegarão às escolas no início do ano de 2011.

Lembramos aqui que esse processo de escolha terá uma marca diferenciada em relação a processos anteriores. Cada rede de ensino ou entidade do Programa Brasil Alfabetizado decidirá por meio da participação coletiva dos educadores a obra ou coleção que será adotada em todas as escolas da rede de ensino ou nas turmas de alfabetização do PBA.

A leitura cuidadosa e a discussão coletiva das resenhas contidas no Guia são procedimentos essenciais para a identificação das potencialidades de cada obra/coleção, tendo em vista a sua utilização no contexto escolar de uma rede de ensino. Desse modo, a escolha das obras/coleções proporciona, no âmbito da EJA, um momento privilegiado de aprendizagem para o coletivo dos educadores: educadores, dirigentes de escolas e gestores de sistema de ensino. Um momento para discutir a proposta de cada escola, mas também para debater a proposta para a EJA da rede de ensino, e a proposta de alfabetização da entidade vinculada ao PBA. Um momento para pensar as articulações entre a alfabetização, o primeiro e o segundo segmentos da EJA.

Por essas razões, a escolha representa mais que um ato isolado, uma decisão individual, ela é a oportunidade para um encontro coletivo, uma discussão aberta e democrática sobre a EJA. Um ato importante que requer responsabilidade de todos os educadores comprometidos com a educação de jovens e adultos.

Bons debates, boas escolhas e bom trabalho!

sumário

suMÁrIo

8 Aos EducAdorEs / Às EducAdorAs

9 suMÁrIo

12 o ProgrAMA NAcIoNAl do lIvro dIdÁtIco PArA A EJA, o PNld EJA

22 o ProcEsso dE AvAlIAção do PNld EJA E sEus crItérIos

26 o ProcEsso dE EscolhA dAs obrAs E colEçõEs dIdÁtIcAs dA EJA: A EscolhA dEMocrÁtIcA EM rEdE

36 coMo coNsultAr EstE guIA

rEsENhA dAs obrAs E colEçõEs dIdÁtIcAs

37 obrAs dIdÁtIcAs dE AlfAbEtIzAção dE JovENs E Adultos

38 caMinHos Para a cidadania 24850col37

44 MEta do sabEr: lEtraMEnto na alfabEtização dE JovEns E adultos 24853col37

50 outro olHar: alfabEtização dE JovEns E adultos 24855col36

55 novo tEMPo 24802col35

60 alfabEtização: uM caMinHo Para a cidadania 24804col35

65 conHEcEr E dEscobrir - Edição atualizada 24821col37

70 vivEr, aPrEndEr 24835col37

76 é boM aPrEndEr 24837col37

81 Ponto dE Encontro - Edição atualizada 24856col37

87 vida nova - Edição atualizada 24873col37

92 EJa - Educação dE JovEns E adultos: alfabEtização 24839col37

97 alfabEtiza brasil 24801col37

102 sEGuindo EM frEntE 24866col35

107 EJa - Educação dE JovEns E adultos - lEtraMEnto E alfabEtização linGuística E alfabEtização MatEMÁtica 24841col35

113 colEçõEs dIdÁtIcAs PArA o PrIMEIro sEgMENto dA EJA - ANos INIcIAIs do ENsINo fuNdAMENtAl


119 é boM aPrEndEr 24836col37

125 ProJEto idEntidadE 24865col35

130 colEçõEs dIdÁtIcAs PArA o sEguNdo sEgMENto dA EJA - ANos fINAIs do ENsINo fuNdAMENtAl


137 tEMPo dE aPrEndEr 24840col36

142 obrAs dIdÁtIcAs rEgIoNAIs



151 ANExos

152 ANExo 1: suMÁrio das obras E colEçÕEs aProvadas

198 ANExo 2: instruMEnto dE avaliação

o Programa NacioNal do livro didático Para a EJa, o PNld EJa

PnldEJa2011 13

. o ProgrAMA NAcIoNAl do lIvro dIdÁtIco PArA A EJA, o PNld EJA

A Resolução nº 51, de 16 de setembro de 2009, regulamentou o Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA). Esse Programa distribuirá as obras didáticas para todas as escolas públicas que abrigam alunos jovens e adultos do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, além das entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado. O surgimento do PNLD EJA dá continuidade as ações de avaliação de obras didáticas que vem sendo adotadas pelo estado brasileiro nas últimas décadas.

uM brEvE hIstórIco do PNld E A crIAção do PNld EJA: A AMPlIAção do dIrEIto Ao lIvro

O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), tal como o conhecemos hoje, foi criado pelo Decreto nº 91.542, de 19/8/85. O Decreto representou um marco de mudança nas relações entre Estado e Livro Didático e estabeleceu as características básicas do PNLD, tais como: a centralização da gestão, aquisição e distribuição de livros didáticos, o uso exclusivo de recursos federais, a indicação do livro didático pelos professores, a distribuição gratuita dos livros didáticos para estudantes e professores e reutilização do livro. Desde então, algumas questões passaram a determinar o desenvolvimento do programa: responder a questão da qualidade dos livros adquiridos; assegurar condições operacionais e políticas adequadas para a escolha, compra e distribuição dos livros e estender sua oferta a toda a Educação Básica.

O processo de avaliação pedagógica dos livros inscritos foi iniciado em 1996, para o PNLD 1997. Os livros que apresentam erros conceituais, indução a erros, desatualização, preconceito ou discriminação de qualquer tipo são excluídos do Guia do Livro Didático. Por sua vez este instrumento ganhou importância como elemento de mediação do processo de escolha dos professores ao trazer critérios de classificação das obras e apresentando resenhas críticas sobre as mesmas. Em 1997, a responsabilidade pela política de execução do PNLD foi transferida para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que a realiza em parceria com o MEC. O programa foi ampliado e o Ministério da Educação passou a adquirir, de forma continuada, livros didáticos de Alfabetização, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Estudos Sociais, História e Geografia para todos os estudantes de 1ª a 8ª série do ensino fundamental público.

Em 2002, o PNLD ampliou, também de forma gradativa, o atendimento aos estudantes portadores de deficiência visual que estão nas salas de aula do ensino regular das escolas públicas, com livros didáticos em braille. Em 2004, com a Resolução nº 40, de 24/8/2004, ficou instituído o atendimento também aos estudantes portadores de necessidades especiais das escolas de educação especial públicas, comunitárias e filantrópicas, definidas no censo escolar, com livros didáticos de língua portuguesa, matemática, ciências, história, geografia e dicionários. Em 2004, pela Resolução nº 38 do FNDE, foi criado o Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio, o PNLEM.

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Finalmente, a Educação de Jovens e Adultos passou a ser contemplada com a criação do Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA). O programa foi criado pela Resolução nº. 18, de 24 de abril de 2007 para atender aos alfabetizandos do Programa Brasil Alfabetizado – PBA. A finalidade do programa era a distribuição, a título de doação, de obras didáticas às entidades parceiras, com vistas à alfabetização e à escolarização de pessoas com idade de 15 anos ou mais. Entidades parceiras são aquelas que estabelecem parceria com o Ministério da Educação (MEC), por intermédio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), na execução das ações do Programa Brasil Alfabetizado.

A edição do Programa Nacional do Livro de Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA) de 2009 e 2010 ampliou o universo de estudantes atendidos pelo programa, passando a incorporar, além dos alfabetizandos inscritos no Programa Brasil Alfabetizado (PBA), os estudantes de turmas regulares de alfabetização na Educação de Jovens e Adultos das redes públicas de ensino. A ampliação do universo de estudantes atendidos no PNLA fez parte do movimento que visava assegurar a jovens, adultos e idosos o pleno direito à educação por meio do acesso a materiais de qualidade.

Em 2010, o PNLA foi incorporado a um novo programa, mais amplo: o Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA). Criado pela Resolução nº 51, de 16 de setembro de 2009, o PNLD EJA distribuirá as obras didáticas para todas as escolas públicas e entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado com turmas do 1º ao 9º ano do ensino fundamental de jovens e adultos. O PNLA, que atende os estudantes apenas com livros de alfabetização, continuará funcionando até o final de 2010.

Assim, buscando possibilitar a continuidade de estudos para os estudantes egressos dos programas de alfabetização, ou estudantes que pretendem retornar à escola para concluir seus estudos, e, sobretudo, numa perspectiva de que a EJA seja entendida como educação ao longo da vida, o Ministério da Educação promoveu a avaliação e seleção de obras e coleções didáticas destinadas aos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental na Modalidade EJA através do Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA).

Esta iniciativa reveste-se de importância especial, pois representa a primeira ocasião em que Obras Didáticas de Alfabetização e Coleções Didáticas destinadas a EJA foram objeto de uma chamada pública para participar de um processo de avaliação sistemática. Esta, por sua vez, se constituirá em uma etapa fundamental do processo de consolidação da política de material didático para a EJA, através de um programa para a aquisição e distribuição de obras didáticas de qualidade para o público jovem, adulto e idoso que busca os anos iniciais e finais da EJA, que incorpora e preserva o PNLA e amplia o acesso a livros didáticos a todos os segmentos da EJA.

Com esta iniciativa o Ministério da Educação busca fomentar a produção de obras didáticas que superem o quadro atual das produções existentes caracterizadas, por vezes, por mera redução de conteúdos da educação básica regular, baixa qualidade do projeto gráfico-editorial, e, de modo geral, por propostas inadequadas sob a perspectiva didático-pedagógica, pois alheias às diretrizes educacionais formuladas para a EJA.

PnldEJa2011 14 PnldEJa2011 15

dEfINIção dE INstruMENtos EsPEcífIcos: A cArActErIzAção dAs obrAs E colEçõEs dEstINAdAs A EJA

Uma das principais preocupações do PNLD EJA foi garantir que as obras didáticas destinadas a EJA respeitassem as especificidades da modalidade quanto: 1- as diferentes formas de oferta da EJA no país em termos de organização do ensino; 2- as distintas propostas curriculares, obedecendo a uma composição mínima de componentes curriculares; e 3- à característica diversidade do público da EJA. Para tanto as obras foram agrupadas em 4 (quatro) categorias, e organizadas de acordo com sua composição conforme a tabela abaixo:

categoria 1: obra didática, consumível, destinada a alfabetização de jovens e adultos das entidades parceiras do Programa brasil alfabetizado – Pba e aos alunos das escolas públicas que possuam exclusivamente turmas de alfabetização na modalidade Educação de Jovens e adultos, em volume único, contendo os componentes curriculares de letramento e alfabetização lingüística e alfabetização Matemática, com proposta pedagógica disciplinar ou interdisciplinar.

composição número de volumes/obras

critério de organização da obra didática

Proposta pedagógica

componentes curriculares

Mínimos

a 1 volume Único disciplinar ou interdisciplinar

letramento e alfabetização linguística e alfabetização Matemática

categoria 2: coleções didáticas, consumíveis, destinadas ao primeiro segmento do ensino fundamental na modalidade Educação de Jovens e adultos, compreendendo as etapas/ciclos de alfabetização e subseqüentes, em uma das seguintes composições:

composição número de volumes/coleções




Mínimos

b 2

volume único disciplinar ou interdisciplinar


volume único para 2º ao 5º ano do ensino

fundamental

disciplinar ou interdisciplinar

língua Portuguesa; Matemática; História;

Geografia; artes; ciências

c 3

volume único disciplinar ou interdisciplinar


volume único para o 2º e 3º ano do ensino

fundamental




volume único para o 4º e 5º ano do ensino

fundamental




PnldEJa2011 16

d 7

volume Único disciplinar


seis volumes sendo um volume para cada componente curricular abrangendo do 2º ao 5º anos do primeiro segmento do ensino

fundamental

disciplinar

língua Portuguesa; Matemática;

História; Geografia; artes; ciências

E Mínimo de 4 e Máximo de 6 volumes temáticos interdisciplinar

letramento e alfabetização linguística e alfabetização

Matemática; língua Portuguesa; Matemática;

História; Geografia artes; ciências

categoria 3: coleções didáticas, consumíveis, destinadas ao segundo segmento do ensino fundamental namodalidade Educação de Jovens e adultos, em uma das seguintes composições:





Mínimos

f 4

Quatro volumes sendo um volume para cada ano do 6o ao 9o ano do

ensino fundamental abrangendo todos os componentes

curriculares mínimos.



História; Geografia; artes; ciências;

língua Estrangeira Moderna (inglês ou

Espanhol)

G 7

sete volumes, sendo um volume para cada um dos componentes curriculares mínimos, abrangendo todos os

anos do 2º segmento do ensino fundamental

disciplinar




Espanhol)

H Mínimo de 4 e Máximo de 6 volumes temáticos interdisciplinar




Espanhol)

categoria 4: obras didáticas, consumíveis, destinadas ao ensino fundamental na modalidade Educação de Jovense adultos, que contenham conteúdo de História regional e Geografia regional, na seguinte composição:





Mínimos

i 1 volume único destinado ao 1º segmento da EJa


História regional Geografia regional


Para respeitar a diversidade das formas de organização da oferta da EJA no país foram admitidas distintas formas de composição das obras e coleções didáticas quanto ao número de volumes e o critério de organização. Para a categoria 2, que envolve as coleções destinadas ao Primeiro Segmento, por exemplo, podemos ter coleções com 4, 7 ou entre 4 e 6 volumes. Assim, como se pode verificar, foram admitidas coleções com número de volumes diferentes, de modo que pudessem atender às várias possibilidades de organização das etapas da EJA nas redes públicas de ensino, sem prescrever um modelo único de organização.

Quanto ao currículo o PNLD EJA estabeleceu que as coleções didáticas destinadas aos anos iniciais e finais do ensino fundamental na modalidade EJA, deveriam envolver o conjunto de conteúdos correspondentes aos anos iniciais do ensino Fundamental para a modalidade EJA. Os conteúdos considerados são aqueles determinados na Base Comum Nacional, estabelecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei 9394/96, e suas alterações posteriores. De acordo com a legislação federal em vigor fazem parte da base nacional comum, para o ensino fundamental, os seguintes componentes curriculares sem prejuízo de outros:

• LínguaPortuguesa;

• Matemática;

• Conhecimentodomundofísicoenatural;

• Conhecimentodarealidadesocial,especialmentedoBrasil;

• Artes;

• HistóriadaÁfricaedosafricanos;

• Históriadaculturaeetnias,principalmentedasmatrizesindígena, africana e européia;

• Educaçãoambiental;

• Direitosdacriançaedoadolescente;

• Conhecimentossobreoprocessodeenvelhecimento,respeito e valorização do idoso;

• LínguaEstrangeiraModerna.

Entende-se que as concepções sobre o que são componentes curriculares é diversa. Pode-se entender, por exemplo, que eles formam um conjunto de aprendizagens, constituídas por disciplinas, conteúdos ou conteúdos programáticos, práticas educativas, ou áreas de conhecimento, que integram o currículo do ensino fundamental. Na Educação de Jovens e Adultos não há um currículo único, ou proposta modelo de organização das aprendizagens básicas e obrigatórias, que podem ser apresentadas em diferentes desenhos curriculares, organizadas de forma diversa, sejam em disciplinas, áreas de conhecimento, conteúdos programáticos, temas transversais, dentre outras. Por isso, em respeito à legislação adotamos um conjunto mínimo de componentes curriculares, ainda que as formas de organização das coleções didáticas não necessitem seguir um único modelo padrão, dada a diversidade de propostas de organização da EJA.

PnldEJa2011 18

Dessa maneira, um conjunto de componentes curriculares mínimos foi definido para cada uma das etapas da EJA: Alfabetização, Primeiro Segmento (correspondente aos anos iniciais do Ensino Fundamental) e Segundo Segmento (correspondente aos anos finais do Ensino Fundamental). Entende-se que a Alfabetização deve estar integrada a EJA e deve estar articulada na perspectiva de assegurar condições de continuidade de estudos a pessoas recém-alfabetizadas. Este corpo mínimo dos componentes curriculares elencados para cada etapa da EJA também não se traduz em restrições contra a possibilidade de apresentação de outros conteúdos, tais como cidadania, saúde, economia solidária, dentre outros, que enriquecem as experiências de ensino e tem se tornado objeto de aprendizagens na EJA. Ao contrário, o que se pretende é que os conteúdos de aprendizagem estabelecidos na legislação sejam contemplados, sem detrimento de outras aprendizagens.

Na acepção adotada pelo PNLD EJA entende-se por Obra Didática de Alfabetização de Jovens e Adultos aquela especificamente destinada a apoiar o processo de ensino-aprendizagem que envolve a aquisição do domínio da língua escrita, numa perspectiva de letramento. Por sua vez, compreende-se como Coleção Didática o conjunto de volumes ordenados em torno de uma proposta pedagógica única e de uma progressão didática articulada que envolva o conjunto dos conteúdos de aprendizagem dos componentes curriculares correspondentes ao processo de alfabetização e anos iniciais e/ou finais do ensino fundamental na modalidade EJA. Esses materiais devem constituir-se como uma proposta didático-pedagógica para pessoas jovens, adultas e idosas que buscam da continuidade ou retomar seus estudos na modalidade EJA, organizando-se em relação a um programa curricular e observando critérios claros de progressão de estudos, nas diferentes formas de organização do ensino, seja em termos de ano, etapas, termos ou ciclos.

Toda coleção deve ser composta, obrigatoriamente, por livro(s) do aluno e o(s) correspondente(s) manual(is) do educador. Considera-se que o manual do educador não pode ser uma cópia do livro do aluno com os exercícios resolvidos. É necessário que ofereça orientação teórico-metodológica e de articulação dos conteúdos do livro entre si e com outras áreas do conhecimento; ofereça também, discussão sobre a proposta de avaliação da aprendizagem, leituras e informações adicionais ao livro do aluno, bibliografia, bem como sugestões de leituras que contribuam para a formação continuada do educador. O Manual deve traduzir com clareza a proposta da EJA assumida pela coleção e o livro do aluno deve concretizar esta proposta com coerência.

Do ponto de vista da abordagem dada aos conteúdos disciplinares o atual quadro da produção didática para a EJA apresenta basicamente dois tipos de coleções: as que organizam os componentes curriculares por disciplinas, e as que propõem uma abordagem interdisciplinar. Uma das características das coleções didáticas organizadas por disciplinas é a presença de volumes unificados ou integrados. Chamamos aqui de volume único os livros que agrupam diferentes disciplinas de uma etapa num mesmo volume ou que apresentam os conteúdos de uma mesma disciplina para várias etapas de um segmento num único volume. Todavia, a forma como os livros são organizados numa coleção não asseguram uma abordagem interdisciplinar dos conteúdos. Há coleções que anunciam uma proposta de abordagem interdisciplinar nas capas dos livros, ou nos manuais do educador, que não são cumpridas efetivamente na forma


de articulação interna dos conteúdos das diferentes áreas de conhecimento. Algumas se caracterizam pela mera justaposição de disciplinas, ou temas, sem apresentar uma proposta metodológica de trabalho e, até mesmo, um projeto gráfico-editorial que integre os componentes curriculares.

Dessa forma, coleções que apresentaram uma proposta diferenciada de organização dos conteúdos curriculares e de aprendizagem, fosse por eixo temático ou na perspectiva interdisciplinar, foram cuidadosamente examinadas considerando especialmente os aspectos pedagógicos e metodológicos e suas relações com os aspectos gráfico-editoriais. Do mesmo modo, houve atenção especial às coleções que apresentaram livros integrados ou unificados, ou seja, livros que combinavam, em um mesmo volume, conteúdos de mais de um termo ou período na mesma etapa de escolaridade, organizados ou não pelos componentes curriculares. Neste caso, apresentar propostas de articulação entre as áreas de conhecimento, e não apenas uma mera justaposição dos componentes curriculares, qualificou positivamente essas obras.

o uso dE MAtErIAIs dIdÁtIcos NA EJA

Sabe-se que na EJA desenvolvida nos espaços escolares a escassez de materiais didáticos, em particular de livros didáticos de qualidade, tem impulsionado os docentes a buscar alternativas para organizar o ensino e aprendizagem dos conteúdos escolares. Para isso os docentes lançam mão de uma diversidade de materiais e recursos de ensino-aprendizagem, tais como: livros didáticos destinados ao ensino regular de crianças e adolescentes, obras literárias, revistas, jornais, bulas de remédio, recibos, cupons, contas, filmes, sítios eletrônicos, músicas, desenhos, ilustrações, dentre outros. Todavia, nesta ampla diversidade de recursos, poucos são aqueles concebidos e construídos pedagogicamente levando em consideração as particularidades do público jovem, adulto da EJA. Isso exige do educador um forte esforço para a transposição didática destes recursos, e sua recontextualização em sala de aula.

Assim, o educador que atua na EJA enfrenta muitos desafios em seu cotidiano. A começar pelo reconhecimento dos saberes que os estudantes jovens e adultos já trazem consigo fruto de suas experiências de vida. Cabe ao educador ainda o estabelecer objetivos, realizar escolhas metodológicas, optar por atividades e selecionar o material didático apropriado para cada situação. Dessa forma o educador da EJA é desafiado desde o planejamento sobre como propor intervenções adequadas a cada situação de aprendizagem até a avaliação contínua das conquistas dos estudantes. No cotidiano de seu trabalho a produção do material didático ocupa uma parcela importante do tempo do planejamento pedagógico.

Há, inclusive, propostas para a EJA que valorizam este protagonismo do educador na produção dos materiais de aprendizagem com seus estudantes. Desde a década de 60 as experiências da EJA concebidas como práticas voltadas à transformação social buscam se apropriar da realidade como instrumento pedagógico, e preconizam a produção de materiais didáticos como parte do processo pedagógico-formativo, colocando educadores e estudantes como sujeitos das produções didáticas. Essas

PnldEJa2011 20

propostas e práticas educativas não são, entretanto, incompatíveis com a necessidade de disponibilizar aos educadores produções didáticas de qualidade, em diversidade e quantidade relevante para a EJA, que em seu processo de elaboração e avaliação tenham sido consideradas as diretrizes de aprendizagem de pessoas jovens, adultas. A disponibilidade de recursos pode ser uma oportunidade de reinvenção dos materiais, de exercícios críticos de apropriação e uso nos distintos contextos das salas de aula.

Neste sentido, partimos do pressuposto de que os materiais e os métodos utilizados na EJA podem e devem ser múltiplos e diversificados. Considera-se que boas obras didáticas podem contribuir para uma prática pedagógica autônoma dos educadores e promover a busca, entre eles, por metodologias e concepções pedagógicas adequadas ao projeto político-pedagógico da escola e de sua rede de ensino. Por isso, espera-se, também, que o fomento a essa produção e a disponibilização de obras voltadas para a EJA suscite o debate entre educadores sobre como incorporar o livro didático às práticas educativas, no sentido de que eles busquem caminhos para que os materiais didáticos produzidos pela indústria cultural sejam, de fato, incorporados como uma complementação e apoio ao trabalho do educador.

O fundamental é que o livro didático não seja considerado a única referência para organizar as situações de ensino e aprendizagem, mas, sim, um recurso a mais que poder ser utilizado em momentos específicos e para fins determinados. Preconiza-se, assim, que o livro atue como uma das referências possíveis, estimulando o educador para a busca de outras fontes e experiências, coerentes com as concepções pedagógicas que postula, contribuindo na organização das práticas educativas. O PNLD EJA, baseia-se, portanto, na premissa de que as obras didáticas devem auxiliar o educador da EJA na busca por caminhos para sua prática pedagógica. Esses caminhos são bastante plurais, posto que o universo de referências dos saberes desse educador não se esgota no restrito espaço da sala de aula ou nas orientações transmitidas pela obra didática. O educador, dada a natureza do seu ofício, vive em permanente processo de formação.

Neste sentido, os livros constantes desse Guia devem desempenhar um papel duplo: a) um papel pedagógico, assegurando uma concepção e proposta pedagógica adequada às características dos sujeitos da EJA, e também garantindo a veiculação de conceitos e informações corretos, mantendo coerência da sua opção metodológica e fornecendo ao educador subsídios para o aprimoramento de sua pratica docente, b) Um papel social, contribuindo para a formação da cidadania ao garantir o direito universal à alfabetização, à educação básica e à aprendizagem ao longo da vida, incentivando a autonomia do educador e do estudante, valorizando a liberdade de expressão e pensamento e promovendo o respeito mútuo entre os sujeitos.

Além disso, os livros foram avaliados criteriosamente de forma a atender as especificidades da EJA. Foram adotados cuidados na avaliação das propostas da EJA que desconsideravam as características dos jovens e adultos que possuem uma trajetória escolar intermitente e que buscam a EJA. Uma atenção especial foi dada às obras que incorrem na infantilização da apresentação dos conteúdos e conceitos, decorrente da mera transposição para o público da EJA de obras destinadas a crianças e adolescentes


da escola dita regular, e àquelas que simplificam conteúdos e reduzem os textos e recursos editoriais. A intenção do PNLD EJA é induzir os envolvidos na produção didática a aprimorar o processo de elaboração das obras tendo em vista um olhar cuidadoso sobre os sujeitos da EJA, seus potenciais e especificidades.

o ProcEsso dE avaliação do PNld EJa E sEus critérios

PnldEJa2011 23

. o ProcEsso dE AvAlIAção do PNld EJA E sEus crItérIos

A decisão política do Estado brasileiro de assumir a Educação de Jovens e Adultos (EJA) como uma modalidade específica de ensino tem sido fundamental para a inclusão de muitas pessoas que, historicamente, têm sido excluídas do sistema educacional. Conforme preconizam as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação de Jovens e Adultos, essa inclusão não pode ser entendida somente no campo da reparação do débito que o Estado tem com esse público no que se refere ao acesso à escola, mas também é necessário possibilitar a essa parcela da população caminhos efetivos para novas inserções na sociedade e no mercado de trabalho.

Nessa perspectiva torna-se necessário considerar, no processo de ensino e de aprendizagem, as particularidades dos sujeitos que buscam a EJA, o que requer, dentre outros aspectos, uma atenção especial aos materiais didáticos, sobretudo ao livro a ser utilizado pela escola.

Para responder a essa demanda, o MEC, por meio da SECAD, tomou a iniciativa de adquirir livros didáticos de qualidade para distribuir com o sistema público de ensino que atende a alunos jovens e adultos do ensino fundamental, além das entidades parceiras do programa Brasil Alfabetizado. Para realizar o processo de avaliação e seleção desses livros foi estabelecida uma parceria entre o MEC/SECAD e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Em consonância com o Edital do PNLD EJA 2011, foram definidas as bases conceituais e metodológicas do processo de avaliação e seleção de obras/coleções didáticas inscritas nesse Programa, cujas obras aprovadas constituem o Guia do Livro Didático. As bases conceituais foram assim delineadas: as potencialidades e especificidades dos sujeitos da EJA; a natureza do processo de ensino e de aprendizagem da EJA; o livro didático como um importante recurso na mediação do processo de aprendizagem do jovem e do adulto.

O processo avaliativo das obras/coleções didáticas foi realizado em três etapas: triagem, pré-análise e avaliação pedagógica. A triagem atendeu a critérios técnicos, definidos no edital, relativos à estrutura editorial do livro, sendo de responsabilidade do FNDE e realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT/SP). As duas outras etapas ficaram sob a responsabilidade da UFRN. A pré-análise refere-se a adequação das obras ao objeto e especificações do edital. A avaliação pedagógica considerou critérios eliminatórios e de qualificação, conforme previstos no edital. Esses critérios foram organizados em quatro blocos:

• Bases legais, diretrizes gerais para EJA e princípios éticos - referem-se ao atendimento dos preceitos legais e jurídicos e dos valores necessários à construção da cidadania;

• Livro do Aluno - observa a coerência e a adequação à EJA da proposta didático-pedagógica, dos conceitos e conteúdos das áreas de conhecimento, dos procedimentos metodológicos e das atividades;

PnldEJa2011 24

•Manual do Educador - considera sua coerência com o Livro do Aluno no que se refere à proposta didático-pedagógica, aos procedimentos e às atividades, além de aspectos relativos à formação do professor;

• Projeto gráfico-editorial - trata da adequação da estrutura editorial à proposta didático-pedagógica da obra, observando a qualidade das imagens e das impressões, os espaços disponíveis para respostas dos alunos, dentre outros aspectos.

Na avaliação pedagógica foram envolvidos especialistas no campo da pedagogia e das diversas áreas de conhecimento relativas aos componentes curriculares da base nacional comum para o ensino fundamental. A seleção desses especialistas observou os seguintes critérios: pesquisador ou professor da área de conhecimento específico; experiência em trabalhos com livros didáticos; vínculos com o ensino básico; curso de pós-graduação (doutorado, preferencialmente); experiência com Educação de Jovens e Adultos.

Na composição dessa equipe procurou-se garantir a representatividade nacional entre os professores, evitando-se a concentração de avaliadores de alguns estados da federação. Assegurou-se, também, que todos os participantes do processo não fossem autores de livros didáticos nem tivessem vínculos com editoras.

A avaliação mostrou-se extremamente complexa em razão da diversidade de propostas pedagógicas previstas no Edital, que permitia obras com abordagem disciplinar ou interdisciplinar, combinando diversos componentes curriculares, e destinadas aos diferentes segmentos do ensino fundamental. O ineditismo da proposta acentuou essa complexidade, pois não havia modelos anteriores que servissem de referência.

Nesse sentido, foram estabelecidos os seguintes procedimentos de trabalho:

• oslivroscompropostapedagógicadisciplinarforamanalisadospordoisavaliadoresde cada área/disciplina específica. Por exemplo, uma obra disciplinar que contemplava seis componentes curriculares foi analisada por 12 avaliadores diferentes.

• asobrascompropostapedagógicainterdisciplinarforamanalisadasporumavaliadorde cada área/disciplina e um avaliador de coleção que observou o conjunto da obra. Por exemplo, uma obra interdisciplinar que envolvia seis componentes curriculares foi analisada por seis avaliadores das áreas específicas e por um avaliador de coleção.

• as obras regionais com proposta pedagógica disciplinar ou interdisciplinar foramavaliadas segundo os mesmos critérios adotados nos dois casos anteriores, sendo cada título regional analisado por um avaliador procedente do estado ou da região objeto de estudo da obra e por um segundo avaliador de outro estado ou região.

• asobrasdeummesmaeditoraforamanalisadapordiferentesavaliadores.

No processo avaliativo foram analisadas 65 coleções, sendo 25 de alfabetização; 16 do primeiro segmento; 10 do segundo segmento do ensino fundamental e 14 regionais. Desse total de obras avaliadas, 21 foram aprovadas e 44 foram excluídas.


O PNLD EJA 2011 evidenciou, por meio da avaliação, a existência de obras/coleções didáticas com qualidade variada. Há obras de boa qualidade e obras, que mesmo apresentando limitações, atenderam aos critérios de avaliação. Essa situação revela a necessidade de uma produção mais qualificada do livro didático voltado para as especificidades da EJA e de uma postura criteriosa por parte de dirigentes, equipe pedagógica e, especialmente, do professor, no processo de escolha do livro, com a finalidade de permitir a identificação das obras que melhor atendam às necessidades educacionais do ensino público.

o ProcEsso dE Escolha das oBras E colEçõEs didáticas da EJa:

a Escolha dEmocrática Em rEdE

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. o ProcEsso dE EscolhA dAs obrAs E colEçõEs dIdÁtIcAs dA EJA: A EscolhA dEMocrÁtIcA EM rEdE

A escolha das obras e coleções didáticas será uma das mais importantes etapas do PNLD-EJA e inaugura um formato inteiramente novo de organização do processo. Diferentemente do modo como ocorre no PNLD, onde as obras são escolhidas por escola, no PNLD EJA esse processo será organizado democraticamente em rede pelos sujeitos responsáveis pela adesão ao programa: 1- as Entidades do Programa Brasil Alfabetizado; 2- as Redes Públicas de Ensino (Municipais, Estaduais e do Distrito Federal); e 3- os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET).

São eles que devem mobilizar e assegurar condições de participação a todos os educadores envolvidos com a EJA em suas respectivas entidades. Ao final do processo caberá a um responsável designado pela entidade o registro das obras e ou coleções escolhidas, as quais representarão a decisão da maioria dos educadores, obtida por meio da mobilização e do debate democrático em torno da proposta de EJA assumida pela entidade.

os dEsafios dE uMa EscolHa dEMocrÁtica EM rEdE

A escolha das obras/coleções será feita de forma democrática a partir das redes de ensino. Caberá a cada rede de ensino organizar seu processo de escolha envolvendo a participação democrática dos educadores da EJA. Não há, todavia, um modelo pré-estabelecido sobre como deve ser organizado esse processo. Pensamos que pode haver diferentes formas de organização dos processos de escolha. Esse processo, no entanto, deve ser regido pelos princípios comuns de autonomia, transparência e participação dos educadores no processo, considerando a proposta pedagógica de alfabetização, no caso da entidade parceira do PBA, e a proposta pedagógica para a EJA, no caso dos institutos federais e das redes de ensino, bem como da avaliação dos resultados de aprendizagem dos estudantes.

Dessa forma, o processo de escolha das obras didáticas para alfabetização de jovens e adultos, no âmbito do Programa Brasil Alfabetizado, será de inteira responsabilidade das entidades parceiras do PBA, devendo contar com a participação do gestor local, dos coordenadores de turma e alfabetizadores e estar fundamentada numa justificativa técnica elaborada conjuntamente. Nas redes públicas de ensino municipais e estaduais que ofertam a Educação de Jovens e Adultos o processo de escolha das obras ou coleções didáticas destinadas a Educação de Jovens e Adultos será de responsabilidade das secretarias de educação devendo contar com a participação das escolas e dos educadores da EJA. Nas instituições federais caberá a reitoria de cada IFET organizar o processo de escolha de forma que cada uma de suas unidades possa assegurar a participação dos educadores de EJA.

Outro aspecto fundamental é que a escolha não será de uma obra ou coleção por escola, mas de uma única obra de alfabetização para todas as turmas do PBA e de uma única coleção didática para as turmas dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental da EJA que será adotada em todas as escolas da rede ensino. Além disso,

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Entidade categorias e composições

Proposta pedagógica componentes curriculares

1 - Entidades parceiras do Programa brasil

alfabetizado

categoria 1 composição a

interdisciplinar ou disciplinar

livros didáticos de alfabetização de Jovens, adultos, abrangendo os componentes curriculares

de letramento e alfabetização linguística e alfabetização Matemática.

2 - redes públicas que oferecem os anos

iniciais do Ensino fundamental

da EJa

categoria 2 composição b, c,

d, ou E


coleções didáticas abrangendo os componentes curriculares de letramento e alfabetização

lingüística, alfabetização Matemática, língua Portuguesa, Matemática, ciências, artes,

História e Geografia

categoria 4 composição H


livros de História e Geografia regional em volume único.

3 - redes públicas que oferecem os anos finais do Ensino fundamental

da EJa

categoria 3 composição f ou G


coleções didáticas abrangendo os componentes curriculares de língua Portuguesa, Matemática,

ciências, História, Geografia, artes e língua Estrangeira Moderna

(inglês ou Espanhol).

Devido à complexidade desse processo os desafios são grandes. Em primeiro lugar na área de Alfabetização as entidades do PBA deverão envolver seus educadores em um debate em torno da escolha de uma obra de alfabetização, que reunindo a alfabetização lingüística e alfabetização matemática, num único volume, contemple a proposta pedagógica de alfabetização da entidade. Será preciso, por exemplo, considerar se a escolha deverá incidir ou não sobre uma obra que apresenta uma proposta disciplinar ou interdisciplinar. Para as entidades que já participaram de outras edições do PNLA será preciso verificar se a obra adotada em anos anteriores ainda está adequada aos propósitos educativos da entidade, que resultados alcançaram em seu uso, quais são as novas obras, que possibilidades de mudança ou permanência se apresentam.

Para as redes municipais e estaduais a escolha se revela um processo ainda mais complexo que envolve questões sobre a organicidade e continuidade da proposta pedagógica e a integração das escolas em rede. Um primeiro aspecto a considerar é a questão da organicidade e da continuidade da proposta pedagógica da EJA. Para aquelas que possuem vínculos com o PBA é preciso considerar de saída a questão da continuidade de estudos dos egressos do programa nas escolas da rede de ensino. Como assegurar a continuidade entre a proposta de alfabetização do PBA e a continuidade de estudos no primeiro segmento? Para as redes que oferecem apenas o primeiro ou o segundo segmento o desafio está em escolher uma coleção que articule uma proposta de alfabetização e continuidade de estudos nos anos iniciais

as obras e coleções envolvem sempre mais de um componente curricular, por isso a escolha por uma obra ou coleção exigirá sempre uma discussão entre os educadores de mais de uma área de conhecimento. A escolha incidirá sobre diferentes categorias de obras e coleções, conforme a realidade de cada uma das entidades, de acordo com descrito na tabela abaixo.


da EJA envolvendo o conjunto de educadores de todos os componentes curriculares. Para as redes que oferecem o primeiro e o segundo segmento da EJA coloca-se, novamente o desafio da continuidade, da articulação entre uma proposta para os anos iniciais com a dos anos finais do ensino fundamental. Trata-se de organizar um processo de escolha que possibilite refletir sobre a organicidade da proposta da rede em termos de continuidade entre a alfabetização, primeiro e segundo segmentos do ensino fundamental da EJA.

Este desafio traz, também, como pressuposto uma articulação interna da proposta curricular de cada etapa, envolvendo a participação de todos os educadores de cada um dos componentes do currículo escolar da EJA. Todos os professores serão convidados a dialogar entre si na escolha de uma coleção, pois as coleções não estão separadas por disciplinas, ao contrário elas integram todos os componentes curriculares numa única coleção. Assim, a coleção selecionada pelos educadores do primeiro segmento deverá servir para cada um dos componentes curriculares dos anos iniciais: Alfabetização Matemática, Alfabetização Linguística, História, Geografia, Matemática, Ciências, Artes e Língua Portuguesa. Para o segundo segmento ela deverá contemplar: História, Geografia, Matemática, Ciências e Língua Portuguesa, Artes e Língua Estrangeira Moderna. Será uma oportunidade de encontro, de diálogo entre o educador de Artes e o de História, entre o de Geografia e o de Matemática, assim por diante, representando um desafio para superação das fronteiras disciplinares.

Por outro lado, o processo de escolha em rede coloca o desafio da integração entre todas as unidades escolares que oferecem EJA numa mesma rede de ensino. Não se quer aqui ferir a autonomia, estabelecida na legislação, de que cada unidade escolar deve ter sua proposta pedagógica. Pretende-se, no entanto, que na decisão sobre o material didático a ser adotado no conjunto de escolas de uma rede de ensino que ofertam EJA, haja um processo coletivo e amplo de discussão sobre um dos elementos que pode caracterizar uma proposta compartilhada da EJA: o livro didático. A escolha em rede inicia-se pelo chão da escola, com participação dos educadores, mas se amplia para outros espaços, que serão definidos pelas secretarias, para assegurar uma decisão participativa, coletiva e democrática. Os modelos de organização desse processo, reiteramos, são de responsabilidade das redes de ensino.

PlanEJaMEnto, rEGistro E transParÊncia do ProcEsso dE EscolHa

A escolha do livro didático deve ser um processo democrático e transparente para todos os participantes. Mas, como afirmamos não há um modelo padrão estabelecido para organização do processo, que poderá conter diferentes etapas e formas de organização das reuniões conforme a realidade das entidades. Por esse motivo, sugerimos que cada entidade elabore um Plano de Execução do Processo de Escolha em que poderá descrever cada etapa do processo e a forma a ser adotada para organização das reuniões para escolha dos livros. No entanto, recomendamos que cada reunião seja documentada por meio do Registro da Reunião de Escolha de Livros Didáticos – PNLD-EJA, e que ao final do processo, haja um Ata de Registro Final da

PnldEJa2011 30

Escolha. Nesse documento final, a entidade descreverá sucintamente como ocorreu o processo de escolha, descreverá as coleções escolhidas e poderá anexar todos os registros das reuniões assinadas pelos participantes, confirmando que estavam presentes durante a reunião final do processo de escolha.

A organização e implementação do processo de escolha da escolha democrática em rede traz, portanto, alguns desafios importantes para os gestores responsáveis pelo programa. São eles:

1- Planejamento: será preciso formular um plano para execução do processo que seja adequado à realidade da rede de ensino. Este plano pode ser feito por uma comissão, uma equipe da secretaria, composta por técnicos, dirigentes e docentes. Nele devem constar, por exemplo, as etapas em que se organizará o processo, quem serão os responsáveis, o cronograma de execução, etc.

2- Mobilização dos Educadores: os educadores da EJA devem ser mobilizados para se engajarem nesse processo, mas este público pode ser ampliado para envolver outros segmentos. O importante é que a rede esteja informada, preparada para o momento da escolha e ciente de como ocorrerá o processo. É importante que os professores saibam com antecedência como o processo de escolha se desenvolverá e qual é o papel que se espera deles nesse processo.

3- Subsídios para o processo: a entidade deverá se preocupar em assegurar subsídios para o desenvolvimento do processo de escolha. Dentre eles o mais importante é esse GUIA. Mas outros documentos podem ser objeto de debate e reflexões para tomada da decisão no momento da escolha dos educadores. A proposta de EJA da entidade, textos de aprofundamento, fichas de análise, roteiros para reuniões são materiais que podem servir de apoio ao processo.

4- Registro sistemático do processo: a escolha poderá ser documentada em ata. Esse registro deve conter uma justificativa técnica pela escolha das coleções, com assinatura pela maioria da equipe participante do processo de escolha. Esses documentos deverão ficar na entidade pelos próximos cinco anos à disposição da SECAD e do FNDE para possível consulta.

5- Acompanhamento e monitoramento do processo de escolha: devido sua complexidade em termos de possíveis etapas de desenvolvimento, e formas de organização do processo será importante realizar um acompanhamento criterioso de sua execução, monitorando os resultados e o cronograma, de forma a garantir o cumprimento dos prazos e coerência com os princípios de participação, autonomia e transparência.

Seja qual for a forma escolhida de organização do processo, o momento da escolha das obras pelos educadores é especialmente importante, porque é durante a leitura das resenhas e discussão com os colegas que surge a oportunidade de conhecer não só as obras, mas principalmente de debater a proposta de EJA e o lugar que os livros didáticos poderão ocupar nela. Além disso, será uma ocasião valiosa de discutir as propostas de cada uma das disciplinas, e de perceber como elas podem


se integrar numa proposta curricular mais articulada. O Guia de Livros Didáticos passa a ser, então uma oportunidade de integração entre os educadores da EJA da escola, mas também promoverá a integração entre as escolas que formam a rede de ensino. Além disso, as resenhas que compõem o Guia apontam as possibilidades e limites de cada uma das obras/coleções, cabendo aos educadores decidir quais são os aspectos realmente significativos tendo em vista o contexto escolar em que estão inseridos. Esse debate pode ser bastante rico e proveitoso. Assim, os educadores, que são parte do processo de avaliação, – pois ele só se conclui quando as coleções chegam na escola – terão a responsabilidade de indicar, dentre os apresentados no GUIA, os títulos que serão utilizados pelos estudantes no triênio 2011/2012/2013.

Na escola algumas dicas e sugestões poderão ser úteis para se alcançar um bom resultado no processo de escolha:

I - organizem-se em grupos e planejem a leitura e a discussão do Guia;

II – conduzam as discussões com base em um roteiro previamente definido, elaborado por vocês, no qual devem constar aquelas características consideradas imprescindíveis para uma boa obra: verifiquem se a proposta de trabalho de cada obra está de acordo com o projeto político pedagógico e com o currículo da escola; verifiquem, ainda, se a obra apresenta uma progressão adequada (de um volume para o outro e no interior de cada um deles);

III – considerem a possibilidade de a escola receber a segunda opção e procurem fazer a escolha dessas obras da mesma forma como vocês procedem para a escolha da coleção em primeira opção;

IV – anotem e guardem, cuidadosamente, os dados das coleções analisadas, mas não escolhidas; essas informações poderão ser úteis para os próximos processos de seleção de obras didáticas;

V – da mesma forma, anotem os dados das coleções escolhidas, para evitar dúvidas futuras.

Esses cuidados e, principalmente, uma leitura atenta e coletiva do Guia pelo conjunto de educadores de sua escola contribuirão para uma seleção de obras adequadas às necessidades dos estudantes da EJA e à proposta pedagógica da escola.

Para que a escolha seja feita pela entidade com autonomia, de forma totalmente isenta de interferências externas, o FNDE regulamentou as formas de divulgação dos livros do PNLD, que estão dispostas na Portaria Ministerial MEC n° 07, de 05/04/2007, intitulada Normas de Conduta, a qual está disponível no portal do FNDE (www.fnde.gov.br). Nessas Normas estão descritas as obrigações e proibições da escola e demais instituições que participam do PNLD, em especial naquilo que se refere ao processo de escolha dos livros. Cabe lembrar que o decreto nº. 7.084 de 27 de janeiro de 2010, que atualmente regula os programas de material didático, assevera que os mesmos deverão ser executados em estrita observância aos princípios

http://www.fnde.gov.br

PnldEJa2011 32

constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, cabendo ao Ministério da Educação dispor sobre normas de conduta a serem seguidas pelos participantes que coíbam as seguintes atitudes, sem prejuízo de outras vedações tais como: I - oferta de vantagens, brindes ou presentes de qualquer espécie por parte dos autores, titulares de direito autoral ou de edição, ou seus representantes a pessoas ou instituições vinculadas ao processo de seleção e escolha das obras; II - divulgação, apresentação ou entrega pessoal das obras diretamente nas escolas; III - participação, direta ou indireta, ou ainda patrocínio, dos autores, titulares de direito autoral ou de edição, ou seus representantes em eventos relacionados à seleção e escolha dos livros; e IV - práticas tendentes a induzir que determinadas obras são indicadas preferencialmente pelo Ministério da Educação para adoção nas escolas. Também fica vedada a realização de publicidade, propaganda ou outras formas de divulgação que utilizem logomarcas oficiais, selos dos programas de material didático do Ministério da Educação, ou marcas graficamente semelhantes, ou, ainda, que façam referência direta ao processo oficial de escolha, durante toda a execução da etapa de escolha.

ProcEdiMEntos bÁsicos

Termo de Adesão

Para participar do PNLD JA, o responsável pela entidade (Secretário Estadual ou Distrital de Educação, Prefeito Municipal ou responsável pela Escola Federal) deverá informar que deseja receber os livros realizando a adesão ao programa no sistema disponibilizado pelo MEC e protocolando o Termo de Adesão no FNDE, conforme dispõe a Resolução nº 51, de 16/09/2009.

O termo de adesão deverá ser encaminhado uma única vez, ficando a partir de então os beneficiários que não desejarem mais participar do PNLD EJA obrigados a solicitar a suspensão das remessas de material ou a sua exclusão do Programa, mediante ofício ao FNDE, conforme modelo disponível no portal (www.fnde.gov.br).

Escolha pela Internet

O registro da escolha do livro didático será realizado somente pela Internet, no período de 20 de setembro a 04 de outubro de 2010, no portal do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE (www.fnde.gov.br) na seção Destaques, no link Escolha PNLD-EJA 2011.

Senha

Para acessar o Sistema de escolha do livro didático, serão enviados, por meio de mensagem eletrônica, a senha e o login para a caixa de correspondência do




responsável indicado pelo responsável pela entidade. Enfatizamos que é de responsabilidade da entidade a guarda e o sigilo da senha, para que ela não seja utilizada indevidamente.

Responsável pela escolha

A entidade deverá designar um responsável, que depois de cadastrar seus dados no Sistema, poderá registrar as escolhas da entidade. Para segurança do sistema, informamos que só será aceito um registro de CPF por entidade e não poderá haver mais de uma entidade com o mesmo CPF.

Compromissos da entidade

Inseridos os dados do responsável, a próxima etapa será a leitura atenta dos Compromissos da Entidade. Nesse documento estão listados todos os compromissos relativos à escolha e competências da entidade que essa deve seguir, para que todo o processo seja transparente e isento de problemas. Esse documento estará disponível na Internet no link Compromissos da Entidade – PNLD - EJA 2011.

No Sistema de registro da escolha, para prosseguir e registrar os títulos escolhidos, o responsável pela escolha deve registrar a seguinte opção:

“Estou ciente e de acordo com os compromissos da entidade” – Após dar ciência, a entidade deverá efetuar corretamente a escolha das coleções.

Obs.: Caso a entidade não queira receber livros de alguma categoria, ela deverá selecionar, no registro de escolha da Categoria, a opção “Não desejo receber livros desta categoria”.

Código de Segurança

Após ciência dos compromissos da entidade, o Sistema exibirá o código de segurança. Este código será solicitado pelo sistema caso a entidade queira acessar novamente o sistema de escolha. Ressaltamos que a guarda, o uso e o sigilo desse código competem ao responsável pela entidade e ao responsável pela escolha.

O código de segurança será bloqueado se inserido errado por três vezes e só será desbloqueado após a digitação, na tela de recuperação, do CPF, RG e data de nascimento do responsável.

Informamos que, após a terceira tentativa com erro para recuperação do código de segurança, o acesso será bloqueado definitivamente, prevalecendo o último registro da escolha gravado. Se houver alguma categoria sem registro, a entidade receberá para essa categoria o título mais escolhido.

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Escolha

Para atender ao triênio 2011/2012/2013 a entidade deverá registrar a escolha para as categorias a que fizer jus, conforme a oferta de EJA que a caracteriza. A entidade deve escolher duas opções de obras ou coleções para cada categoria e essa escolha deve ser muito criteriosa, pois caso não se concretize a aquisição com a editora da 1ª opção, a entidade receberá o livro ou coleção da 2ª opção. Portanto, para cada categoria, deverão ser escolhidas duas opções de editoras diferentes.

Caso a entidade não queira receber livros de alguma categoria, ela deverá selecionar, no registro de escolha da Categoria, a opção “Não desejo receber livros desta categoria”.

Ressaltamos que o registro de escolha poderá ser alterado a qualquer momento durante o período de escolha e que prevalecerá o último registro realizado. Também reiteramos a importância do registro da escolha, já que, a entidade que não o efetuar no prazo estipulado, receberá os livros ou coleções mais escolhidos do estado.

Recebendo livros

O FNDE enviará a Carta Azul com informações dos quantitativos de livros adquiridos para a sua entidade e para as escolas de sua rede de ensino. Essa carta deve ser utilizada para conferência das encomendas entregues pelos Correios. A quantidade de livros adquiridos, postados e entregues para a entidade e suas escolas, também pode ser verificada em “DISTRIBUIÇÃO PNLD/PNBE/PNLEM” disponível no portal do FNDE (www.fnde.gov.br).

Importante observar que para conferência dos livros, a entidade e a escola deverão fazer a correlação dos códigos das coleções, com os códigos dos respectivos livros constantes do Selo do PNLD e a lista disposta no final deste Caderno de Apresentação.

Oportunamente será divulgado período de entrega dos livros e coleções de EJA. Fiquem atentos!

Reserva Técnica

Para suprir escolas novas, turmas novas e aumento de matrícula, as Secretarias Estaduais, Municipais das Capitais e Regionais de Ensino receberão a quantidade de livros aproximada de 3% dos alunos atendidos pelo programa no Estado, a título de reserva técnica. Essa reserva será constituída por dois títulos por componente curricular e por ano

Cessão dos livros aos alunos

O livro de Alfabetização, a Coleção Didática para o primeiro e /ou segundo segmento, e o Livro Regional será repassado ao estudante para uso ao longo de toda a etapa ou o segmento de estudo, a título de cessão definitiva. Isto ocorre por que os livros didáticos serão todos consumíveis. Assim todos os livros distribuídos no PNLD EJA devem ser cedidos definitivamente para utilização dos estudantes, sem necessidade de devolução ao final de cada período letivo.



Remanejamento

Mesmo com a conservação e devolução dos livros, ao se considerar o grande fluxo de estudantes, podem ocorrer sobra ou falta de exemplares nas escolas. A solução para esse problema é o remanejamento dos livros. Conforme Resolução nº 60 de 20/11/2009, a Escola obriga-se a informar para outras escolas, ou para as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, a existência de livros sobrando, ou que não estão sendo utilizados.

caPa da colEção

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rEsENha das oBras E colEçõEs didáticas

oBras didáticas dE alfaBEtização dE JovENs E adultos

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obrA cAMINhos PArA A cIdAdANIAalfabEtização dE JovEns E adultos 24850col37volume Único: AlfAbEtIzAção (AlfAbEtIzAção E dIvErsIdAdE)lEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd: 24850c3700

autor: Eloísa bombonattiEditora: Edições Escala Educacional saano: 2009 - 3ª edição

.coMo é EstA obrA

Esta obra trabalha Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática de forma integrada, em um volume único estruturado em Unidades Temáticas, organizadas a partir de uma abordagem interdisciplinar, de forma que os conceitos estudados são articulados satisfatoriamente com outras áreas do conhecimento e com as experiências de vida dos alfabetizandos. No início de cada unidade, há uma lista de palavras-chave sobre os conteúdos que serão estudados.

Em cada unidade, os conteúdos são organizados em conjuntos de atividades de leitura, produção de textos e tarefas lúdicas, sob a forma de vinhetas poéticas: “ponto de partida”, “costurando desejos”, “tecer o pensar”, “alinhavar leituras”, “bordar entrelinhas”, “linho e linha”, “fio, ponto e contraponto”, “bordar som, cor e movimento”.

Ao valorizar a postura ativa do professor e do aluno em sala de aula, a obra rompe com uma concepção de ensino como locus de transmissão de conhecimentos prontos e cristalizados para concebê-lo como mediação entre atores sociais que sabem diversamente, realizando uma redefinição dos papéis de aluno e professor e da função da sala de aula. Apresenta uma concepção interacionista de linguagem em que leitura, produção escrita de gêneros discursivos, orais e escritos, e a exploração dos conhecimentos linguístico-gramaticais são considerados processos interligados. Ao adotar essa concepção de linguagem como norte para o ensino de língua materna, a obra trabalha com a dimensão social do ler e do escrever, evidenciando que, ao interagirem pela linguagem, os interlocutores não produzem palavras e frases, mas enunciações consubstanciadas em textos.

A obra desenvolve um trabalho específico de alfabetização na perspectiva do letramento. Essa perspectiva é revelada, de forma coerente, no decorrer dos capítulos, quando, por um lado, reflete sobre as características dos diferentes gêneros discursivos trabalhados e seus usos sociais e, por outro lado, faz intervenções sistemáticas relacionadas ao processo de alfabetização, voltadas especificamente para a aquisição da base alfabética da língua escrita.

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O Livro do Aluno apresenta objetivos claros e bem elaborados, compatíveis com as diretrizes gerais da EJA. No que tange à coerência entre a abordagem dos conteúdos e a proposta interdisciplinar, o livro aborda, de forma abrangente e efetiva, as especificidades e relações entre as diferentes áreas do conhecimento, oferecendo ao aluno uma proposta conceitual com conteúdos dessas áreas. Isso aparece de forma clara nos exercícios que trabalham o conceito de número, a sua historicidade e a sua dimensão social, o conceito de diversidade e identidade e outros. Essa rede conceitual é possibilitada pelo trabalho realizado com unidades que se relacionam entre si e representam uma síntese dos conteúdos de cada capítulo.

Ao longo dos capítulos, a obra utiliza estratégias metodológicas coerentes e compatíveis com os conteúdos, articulando, de forma competente, conteúdos, metodologias e avaliação. Esta se mostra coerente com a proposta didático-pedagógica, considerando seu caráter formativo e reflexivo como uma prática dialógica e de pesquisa sobre o fazer docente.

O Manual do Educador apresenta uma estrutura conceitual plenamente associada à Educação de Jovens e Adultos, porque propõe uma série de reflexões ao professor, não somente quanto ao aspecto didático relativo ao público alvo de sua prática pedagógica, mas reflexões sobre o papel da Educação de Jovens e Adultos no cenário político e educacional da atualidade. Também são encontradas orientações teórico-metodológicas consistentes e esclarecedoras que ampliam as possibilidades do trabalho docente com os conteúdos do livro, uma vez que justifica com elementos teóricos os significados de todas as atividades propostas em cada capítulo e oferece efetivas orientações de trabalho para o professor em relação aos eixos fundamentais da alfabetização e do letramento. Configura-se, pois, como ferramenta indispensável para o uso do livro na sala de aula, uma vez que contém elementos de uma mediação docente problematizadora, imprescindíveis ao desenvolvimento da prática alfabetizadora do professor.

As atividades pedagógicas do Livro do Aluno são orientadas no Manual do Educador a fim de garantir a autonomia do aluno, a interação dos alunos entre si e com o professor, destacando-se que muitas dessas atividades estão organizadas de forma que os alunos possam expressar os seus saberes prévios.

No Manual do Educador, as reflexões que envolvem os pressupostos teórico-metodológicos de Matemática são muito breves, destacando, apenas, a função social dos números para o aluno da EJA, a importância do papel do professor em sala de aula e as etapas que compõem uma situação-problema. No Manual, os critérios de seleção dos conteúdos matemáticos não estão devidamente explicitados, entretanto, no Livro do Aluno, há orientações adequadas no tocante à organização dos conteúdos explorados.

De modo geral, a edição e o projeto gráfico são adequados ao trabalho com jovens e adultos, e a maioria dos textos e atividades é distribuída de forma equilibrada nas páginas. Entretanto, as unidades que dividem o Livro do Aluno possuem a mesma cor azul, sem destacar a mudança de uma para outra. As ilustrações enriquecem o material, não só por apresentar um acervo bastante variado, mas também pela qualidade, destacando-se que as imagens veiculadas pela obra exercem uma função pedagógica, à proporção que se relacionam com o conteúdo abordado nas unidades.

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.coMPoNENtEs currIculArEs dA obrA

lEtraMEnto E alfabEtização linGuística

Quanto ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, o livro possibilita a realização de um trabalho sistemático e contínuo que estimula a construção de hipóteses de escrita, em situações de uso social e individual, promovendo o avanço do alfabetizando nos diversos níveis de conceptualização da escrita. No mesmo sentido, são vivenciados momentos de familiarização com as letras do alfabeto e formação de palavras, comparação entre diferentes tipos, quantidade e variedade de letras, sílabas, reflexão e utilização de convenções ortográficas da escrita e outras; estimula a leitura e a escrita de palavras estáveis, que podem compor um repertório familiar, ao mesmo tempo em que respeita as regras de correspondência grafofônica entre as palavras e a separação de sílabas.

No tocante às práticas de leitura, a obra situa bem o neoleitor sobre o contexto de produção do material textual lido (época, lugar, autor), explicitando o gênero discursivo em pauta e suas características. É rico e preocupado em garantir ao aluno uma prática consistente de leitura, a partir dos variados materiais disponibilizados ao longo das unidades temáticas, nas quais os textos são trabalhados em situações reais de uso da língua, ressignificando o papel do leitor, que deixa de ser visto como um mero decifrador. Nessa perspectiva, contribui de forma efetiva para a formação do leitor. Propõe diversas atividades que consideram os conhecimentos prévios dos alfabetizandos e estimulam a elaboração e confirmação de hipóteses de leitura. Apresenta atividades que relacionam os textos lidos a outros do próprio livro.

Quanto à natureza do material textual/produção textual, a obra está organizada de forma a estimular o alfabetizando a produzir textos significativos por meio de atividades individuais e grupais, com apresentação e/ou publicação para toda a sala de aula, e a refletir sobre as propriedades dos gêneros discursivos produzidos. A obra traz seções específicas de trabalho que apresentam uma gama ampla de gêneros discursivos, situando estes materiais nos distintos contextos sociais de usos, o que é uma atitude pedagógica extremamente favorável ao processo de alfabetização. Há uma variedade de gêneros trabalhados, tais como poema, lista telefônica, texto informativo, música, classificados e anúncios, tirinha, linha de tempo, parlenda, trava-línguas, história em quadrinhos, carta, provérbios, piadas, adivinhas, dentre outros.

Percebe-se um apuro estético evidenciado nas variadas composições textuais ao longo das unidades de ensino, principalmente no tocante às obras literárias e na construção exclusiva de materiais textuais voltados para a obra. As adaptações de outros textos são feitas com coerência, mantendo o sentido da obra de origem e as indicações das fontes bibliográficas. Uma pluralidade de materiais textuais em seus suportes originais é reproduzida nas unidades, mantendo sempre uma fidelidade quanto às suas estruturas e layout.

No âmbito da linguagem oral, a obra trabalha com atividades que incentivam a oralidade, como mecanismo de ensino-aprendizagem; explora as diferenças e as semelhanças que se estabelecem entre as diversas formas da linguagem oral e


escrita, na diversidade dos contextos sociais de uso. Há momentos de reflexão sobre as variedades linguísticas dos alunos e da cultura brasileira, com um tópico especial voltado para as expressões orais dos alunos, em cada unidade temática do livro, de maneira a estimular o uso da linguagem oral em situações formais e informais. Além disso, podem ser encontrados, no livro, momentos distintos em que se solicita a expressão oral dos alfabetizandos através de narrativas autobiográficas, debates, teatro, músicas, jogos, dentre outros gêneros.

A obra utiliza uma linguagem adequada ao público a que se destina. Nesse sentido, oportuniza o estudo de temas pertinentes e atuais, ao longo de toda a obra, sem cometer reducionismos, simplificações nem infantilizações.

alfabEtização MatEMÁtica

A estratégia metodológica adotada na obra favorece a articulação dos conteúdos matemáticos escolares às experiências de vida e ao cotidiano dos alunos, servindo-se de uma linguagem adequada ao público a que se destina. Pode-se encontrar grande número de situações em que os alunos são estimulados a interagir com os colegas e com o professor. Os quatro campos de conteúdos, números e operações, geometria, grandezas e medidas e tratamento da informação, estão presentes na obra, mas pouca articulação é realizada entre eles. Em geral, essa articulação é mais frequente entre os campos das operações numéricas e grandezas e medidas, e não se percebe um aprofundamento gradual desses conceitos ao longo da obra. Em grande parte das ocasiões, as atividades buscam realizar conexões com outras áreas de conhecimento, embora, muitas vezes, se mostrem repetitivas.

No campo dos números e operações, a obra apresenta questões variadas sobre o contexto dos números, explorando, em sua maioria, os números naturais. Diferentes significados e representações dos números racionais estão presentes nas atividades. Em relação às operações numéricas, a obra explora inúmeras situações com a adição e subtração de naturais, mas os problemas de estrutura multiplicativa são pouco presentes. As operações são trabalhadas em contextos do cotidiano, utilizando o sistema monetário, idades, distâncias, tempo, mas nem sempre de forma significativa. No que diz respeito ao uso de estratégias de resolução, a obra procura desenvolver a habilidade de cálculo mental e, algumas vezes, de estimativa e aproximação. O uso da calculadora não é explorado na obra, bem como situações que privilegiem arredondamentos.

Os conteúdos relativos ao campo da geometria estão concentrados em apenas dois momentos. Em um deles, a obra mostra a representação de algumas figuras geométricas, tais como quadrado, triângulo, retângulo, losango e círculo e as duas únicas atividades propostas se limitam a solicitar a formação de uma gravata usando figuras geométricas e a identificar figuras planas em um quadro de Tarsila do Amaral. Nesse aspecto, o trabalho de geometria com o alfabetizando se limita ao reconhecimento de figuras geométricas, não investindo no estímulo do desenvolvimento de um pensar geométrico. Em relação à localização e movimentação no espaço, a obra contempla uma única atividade. No trabalho com os sólidos geométricos, a obra inicia relacionando situações do cotidiano com determinados sólidos, e as atividades propostas contemplam

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situações de reconhecimento e identificação, nomenclatura e construção, tomando como referência os moldes fornecidos.

No campo das grandezas e medidas, a obra apresenta situações que exploram a medição de comprimentos com os pés, passos e palmos, fazendo a comparação com as unidades padronizadas. Utiliza também uma situação envolvendo a xícara como instrumento de medida e, nesse momento, apresenta uma atividade envolvendo números mistos, mas sem aprofundar essa ideia. A obra não se propõe a fazer a diferenciação entre a grandeza e a sua medida, e nem a comparação de grandezas de mesma natureza.

No campo do tratamento da informação são propostas atividades para completar tabelas tomando por base situações do cotidiano, além de questões envolvendo combinatória. Em outro momento, há a apresentação de um gráfico de linha, mas não é solicitada nenhuma interpretação dos dados desse gráfico. Por outro lado, a obra explora diversas situações de identificação de números em documentos pessoais, leitura de mapas, valores de cesta básica, extrato bancário, uso de moedas e cédulas e consumo de luz, dentre outras situações.

dEstAQuEs dA obrA Por ser uma obra didática que respeita as diversidades e as trajetórias do público da EJA, ela se propõe a articular os conteúdos escolares às experiências de vida dos alfabetizandos. Incorpora parcialmente inovações, além dos conceitos que têm sido construídos nas duas últimas décadas sobre o processo de aquisição da escrita. Propõe atividades de leitura e produção textual que favorecem uma compreensão sobre a realidade social, além de estimular uma postura ativa do aluno e a mediação do professor.

De forma geral, a obra propõe um trabalho significativo com a base alfabética da língua à medida que trabalha a organização do sistema de escrita a partir de situações reais de uso social/individual. As atividades sugeridas também podem contribuir de forma efetiva para a formação geral do leitor, visto que respeitam as convenções e os modos de ler constitutivos dos diferentes gêneros pertencentes às diferentes dimensões do letramento. Os textos são trabalhados em situações reais de uso da língua. Além das informações explícitas, o aluno é levado a inferir e a interpretar as informações implícitas. É estimulado o diálogo leitor-texto-autor por meio de questões que levam o aluno a refletir sobre os objetivos do autor e a se colocar diante do texto. Como exemplo, pode-se citar o exercício de interpretação da notícia “Pais de Crianças desaparecidas oferecem recompensa”, em que o alfabetizando é instigado a localizar informações no texto, a narrar fatos interpretados; no exercício relativo ao poema “Cântico da Terra”, são explorados: a mensagem contida no poema, a ligação entre o poema e o tema tratado, os sentimentos aflorados com a sua leitura, entre outros.

Em relação à Alfabetização Matemática, são diversas as situações que buscam relacionar os conteúdos trabalhados às práticas sociais dos alunos de EJA. Entretanto, nem sempre as experiências de vida desses alunos são consideradas no trabalho. Por exemplo, o trabalho com a calculadora, instrumento frequentemente utilizado pelos alunos, não é explorado na obra.


.rEcoMENdAçõEs PArA o trAbAlho EM sAlA dE AulA

O professor que trabalhar com essa obra vai encontrar um diversificado repertório textual, mas essa seleção poderá ser ampliada com a inclusão e a exploração de outros gêneros discursivos, como notícias, reportagens e outros que podem ser sugeridos pelos alunos.

Nas propostas de leitura e escrita, será fundamental que o docente estimule a exploração de hipóteses ou de informações não explícitas nos textos, além de incentivar a argumentação lógica sobre seus conteúdos. Deverá também promover a reflexão sobre a organização textual e a definição de finalidades e contextos de circulação de textos apresentados ou produzidos pelos alunos, além da consolidação de estratégias de planejamento e de revisão da escrita.

As semelhanças e diferenças entre as modalidades falada e escrita da língua deverão ser mais sistematizadas. Os textos da tradição oral, apresentados na obra, podem oferecer um suporte importante, porém, será necessário contemplar aspectos ainda pouco focalizados, como a variedade de falares sociais e regionais e a adequação do estilo de linguagem à situação de uso.

Em relação à Alfabetização Matemática, no trabalho com as grandezas e medidas, o professor deve estar atento para a diferenciação entre uma grandeza e a medida dessa grandeza. A falta de clareza nessa diferenciação pode levar o aluno a estabelecer, por exemplo, que superfície e área são a mesma coisa, ou que figuras de maior área têm, também, maior comprimento.

O trabalho com cálculo mental, pouco explorado na obra, também deve merecer atenção do professor, na medida em que é a partir da explicitação das estratégias de cálculo dos alunos que os algoritmos das operações poderão ser sistematizados.

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obrA MEtA do sAbEr: lEtrAMENto NA AlfAbEtIzAção dE JovENs E Adultos alfabEtização dE JovEns E adultos 24853col37volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd: 24853c3700

autores: amélia albuquerque, izete Maia, Jorge rodriguez, Yêdda freire.Editora: iMEPH - inst Meta de Educ Pesq formação rec Hum sc ltdaano: 2009 - 6ª edição (ampliada e revisada)

.coMo é EstA obrA

A obra é apresentada em volume único, optando por trabalhar Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática de forma integrada. A proposta pedagógica anuncia pautar-se na interdisciplinaridade que, em muitos momentos, é orientada na articulação de atividades e exercícios que envolvem as áreas de Língua Portuguesa e Matemática, além de História, Geografia, Ciências Naturais e Arte. Todavia, essa coerência - entre o que anuncia e o que trabalha - não é evidenciada em outras situações nas quais pode ser observada a compartimentalização de conteúdos.

A obra está organizada em quatro módulos relacionados à temática comunicação: Comunicação e Identidade, Comunicação e Linguagem, Comunicação e Cultura, Comunicação e Cidadania. Cada um dos módulos é dividido em unidades de estudo que são organizadas, de modo geral, em torno de gêneros discursivos. O livro também conta com material de apoio (alfabeto móvel e material dourado) necessário à realização de algumas das atividades; glossário, contendo termos da língua portuguesa e bibliografia, na qual são indicados textos como leitura complementar.

No Livro do Aluno, são trabalhados todos os eixos específicos das duas grandes áreas de conhecimento em que o livro é organizado: Português e Matemática. Nesse livro, as estratégias metodológicas explicitadas apresentam-se coerentes com os objetivos e compatíveis com os conteúdos explicitados no Manual do Educador.

O Manual do Educador apresenta uma proposta pedagógica que tem Paulo Freire, Lev Vygotsky, Emilia Ferreiro e Magda Soares como referências. Insere apreciações gerais acerca dos pressupostos que orientaram a produção da obra e delimita as abordagens sobre o ensino da linguagem. Com enfoque na concepção interacionista de linguagem e de texto, situa e trabalha, de forma coerente, as práticas de letramento como prioridade, retomando os Parâmetros Curriculares Nacionais, tanto na Alfabetização Linguística, como na Alfabetização Matemática.

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O Manual é constituído por uma cópia do Livro do Aluno, sem as respostas das atividades propostas e um Suplemento Pedagógico, onde podem ser encontrados temas de estudo e orientações, potencialmente significativos para a formação docente e o desenvolvimento da prática pedagógica. Dentre estes, citam-se: Pressupostos teóricos; Pressupostos do ensino de Língua Portuguesa; Pressupostos do ensino de Matemática; Gêneros discursivos/ Produção textual; Orientações didáticas para as seções de cada unidade; Tratamento didático dos conteúdos; Passos de um trabalho pedagógico com os textos; Como os alunos aprendem; Desenvolvimento das unidades; Contextualizando os temas na Matemática; Construindo o planejamento; Caminhando com o processo avaliativo.

O Projeto Gráfico é, em geral, adequado. A gramatura do papel favorece uma boa manipulação do livro; a fonte escolhida e o espaçamento entre letras são adequados ao público alvo, possibilitando a resolução das atividades propostas.

Com relação ao Letramento e Alfabetização Linguística, a obra apresenta sumário com títulos e subtítulos claramente hierarquizados por meio de recursos gráficos compatíveis e utilização de contraste de cor de texto e fundo. Na parte de Alfabetização Matemática, o sumário não facilita a localização dos assuntos tratados, uma vez que a hierarquização dos itens não é a mais apropriada, no caso dessa área de conhecimento.



Inicialmente, convém salientar que as atividades propostas nos grandes eixos específicos desta área consubstanciam, de forma coerente, a anunciada proposta pedagógica de alfabetização na perspectiva do letramento.

Quanto ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, são propostas atividades variadas. Dentre estas, podem ser realçadas aquelas que ensejam a construção de hipóteses sobre a escrita e incentivam os alunos a escreverem “do seu jeito”, possibilitando, assim, através da produção espontânea, o diagnóstico do seu nível de conceptualização, o que favorece intervenções docentes mais efetivas para que eles possam avançar no seu processo de alfabetização. Há, ainda, dentre as atividades, exploração do alfabeto, contagem de letras, complementação de palavras, escrita de palavras, leitura de palavras em propostas variadas, composição/decomposição de palavras, análise de aspectos gráficos e ortográficos das palavras, identificação da letra inicial de palavras; bingo das letras com o nome do aluno, dentre outras. A obra também estimula a leitura e a escrita de palavras estáveis, principalmente o nome próprio, o nome de colegas de turma e de outras pessoas, promove a comparação de palavras quanto às semelhanças sonoras, principalmente com correspondência gráfica, explorando rimas, aliterações, e tipos de letras. Apresenta situações adequadas à compreensão de que as regras de correspondência grafofônica são ortográficas e não fonéticas, explorando regularidades ortográficas. No entanto, as regras ortográficas não são tomadas como objeto de ensino, na maioria das vezes.

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Em relação às práticas de leitura, a obra apresenta uma seleção representativa dos diversos gêneros discursivos que circulam em diferentes esferas sociais: poema, receita culinária, verbete, entrevista, biografia, bilhete, frase de para-choque de caminhão, adivinhação, lenda, literatura de cordel, música, entre outros também do âmbito da literatura. Os textos são, de modo geral, autênticos e integrais, sendo mantida a unidade de sentido naqueles adaptados e/ou com recortes, embora nem sempre apresentem indicações completas das fontes. Há fidelidade ao suporte original do texto, quando necessário: tirinha, certidão de nascimento, carta, anúncio publicitário, classificados. Os textos são adequados à faixa etária e ao universo de interesses dos alunos da EJA, embora constem cantigas de roda e parlendas, textos urbanamente associados ao público infantil. Em alguns textos, são exploradas atividades de Língua Portuguesa e de Matemática.

A obra oferece, ainda que parcialmente, informações sobre o contexto em que os textos foram produzidos, principalmente dados relativos à autoria. Promove, geralmente antes da leitura, reflexão sobre características do gênero discursivo apresentado, por vezes, sistematizada em boxes. A maioria dos textos é anunciada quanto ao gênero, conteúdo e, algumas vezes, são inseridas perguntas antes da leitura desses, possibilitando a exploração de conhecimentos prévios dos alunos. As perguntas de interpretação, em algumas atividades, conduzem ao desenvolvimento da opinião sobre temáticas dos textos e localização de informações. Ainda é possível observar a exploração dos significados de frases e expressões, bem como a exploração de características dos gêneros discursivos apresentados. As finalidades de leitura são, por vezes, explicitadas: ‘ler para partilhar com um colega a compreensão sobre o texto lido’; ‘ler para aprender sobre a sequência das letras’; ‘ler para descobrir porque o texto é chamado de quadrinhas’; ‘ler para sentir o ritmo da música’. Algumas atividades promovem estratégias para identificação do tema, da mensagem, do ponto de vista defendido ou das ideias centrais do texto e localização de informações explícitas no texto. Ainda que em menor quantidade, traz atividades de interpretação de frases, expressões e palavras do texto, elaboração de inferências e de relações intertextuais. No entanto, não se observa promoção sistemática de elaboração e confirmação de hipóteses, nem de relações lógicas entre partes do texto.

Quanto à natureza do material textual/produção textual, a obra apresenta propostas de produção de variados gêneros discursivos, tais como lista de nomes, bilhete, aviso, história, cartão-postal, carta, acróstico, fábula, paródia, lista de compras, cartaz, convite, entre outros, com clareza nos comandos dados para estas atividades. A obra apresenta poucas orientações quanto ao planejamento, revisão e reescrita dos textos, nem sempre oferecendo bons modelos de cada gênero.

As atividades voltadas para o desenvolvimento da linguagem oral são contempladas na obra, de forma reduzida: os gêneros orais secundários são pontuais. Ademais, aparecem propostas de conversas, compreensão oral e depoimentos. A obra não transgride os princípios éticos acerca da variação linguística, portanto, não desrespeita os diversos falares brasileiros. Contudo, do ponto de vista didático-pedagógico, não são abordadas atividades que problematizem a variação linguística, de maneira a conduzir os alunos a se apropriarem dessa diversidade. Assim sendo, a variação linguística não


foi alvo de análise. Igualmente, os diferentes gêneros orais formais, os espaços orais de discursividade e as relações entre fala e escrita não foram adequadamente trabalhados.

A obra utiliza linguagem adequada, evitando reducionismo, simplificação e infantilização, embora esta última apareça em algumas imagens pontuais. As atividades e os exercícios se relacionam de maneira adequada com os objetivos e os conteúdos, apresentando clareza na formulação e nos comandos.


Na parte da obra voltada para a Alfabetização Matemática, a opção pela abordagem dos conteúdos na perspectiva de uma proposta interdisciplinar leva a uma estratégia metodológica que privilegia a contextualização da Matemática na realidade sociocultural do educando da EJA. Entretanto, observa-se que nem sempre a integração entre os conhecimentos matemáticos abordados e a proposta pedagógica é feita de forma satisfatória, sobretudo no aspecto da sistematização dos conteúdos. A escolha de uma abordagem dos conteúdos em torno de temáticas enfatiza sobremaneira o caráter utilitário da Matemática, em detrimento de um trabalho mais voltado para a exploração da natureza do conhecimento matemático e a construção de conceitos.

Os quatro campos da Matemática que devem ser abordados na alfabetização de jovens e adultos são contemplados na obra: Números e Operações, Geometria, Grandezas e Medidas e o Tratamento da Informação. Porém, nem sempre a distribuição dos conteúdos é feita de maneira adequada, valorizando-se demasiadamente o campo numérico em detrimento dos outros.

No trabalho com o campo dos números e operações, as atividades exploram bastante a contagem de elementos, embora grande parte das situações não se mostre adequada a jovens e adultos, tais como contar animais e pedaços de bolo. Os diferentes aspectos dos números aparecem em algumas atividades, porém a obra não os explicita para o aluno. Também no trabalho com as operações numéricas, as situações são, muitas vezes, infantilizadas, e não são explorados os diferentes significados dessas operações. As atividades que favorecem a mobilização de diferentes estratégias de resolução pelo aluno se limitam a algumas explorações do cálculo mental, ligadas às propriedades da adição. O trabalho com a calculadora é bastante limitado, reduzindo-se, basicamente, à apresentação do instrumento e a algumas curiosidades.

As atividades no campo da geometria limitam-se à identificação de alguns sólidos geométricos e figuras planas e a poucas atividades com o uso de malhas quadriculadas e triangulares na construção de figuras decorativas, sem que sejam exploradas suas propriedades. Situações de localização e deslocamento no espaço estão ausentes na obra, bem como atividades envolvendo o conceito de simetria, bastante encontrado no cotidiano dos alunos da EJA.

As situações envolvendo conceitos do campo das grandezas e medidas aparecem distribuídas na obra, particularmente em atividades envolvendo números e operações. São exploradas unicamente as grandezas tempo, comprimento, massa, de forma bem simples, não propiciando ao aluno diferenciar grandeza de sua medida, ou comparar grandezas.

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Em relação ao trabalho com tratamento da informação, são muitas e variadas as atividades com tabelas e gráficos. São exploradas situações envolvendo a coleta e tratamento de dados, contextualizadas no cotidiano do aluno. Propõem-se, também, atividades de construção e interpretação de gráficos, mas, por vezes, o tipo de gráfico utilizado não é o mais adequado como, por exemplo, utilizar um gráfico de linha para representar valores de contas a pagar em alguns meses do ano. Em algumas situações, utiliza-se o termo “quadro” e em outras “tabelas”, podendo levar o aluno a construir a ideia de que esses termos são sinônimos. Faz-se, também, o uso inadequado do histograma.

dEstAQuEs dA obrA No Manual do Educador, incentiva-se a desmistificação do dito popular, “papagaio velho não aprende a falar”, evidenciando a crença nas possibilidades de alfabetização em Língua Portuguesa e em Matemática, assim como de muitas outras aprendizagens daqueles que não foram alfabetizados na “idade própria” e que precisam de apoio e estímulo para resgatar, ainda que de forma parcial, o direito que lhes foi subtraído.

Sobre os procedimentos e atividades, não são encontradas propostas de articulação do Livro do Aluno com os acervos didáticos da escola ou mesmo propostas de integração entre linguagens, sobretudo as midiáticas e digitais.

A articulação da Matemática com outras áreas de conhecimento deve ser destacada positivamente, principalmente com os conteúdos da Língua Portuguesa. Por sua vez, a articulação entre os campos da Matemática não é feita de forma efetiva, ficando essa articulação por conta de algumas atividades que relacionam as grandezas e medidas ao tratamento da informação. Apesar de buscar frequentemente a articulação dos conteúdos matemáticos com outros campos e com as práticas sociais de alunos da EJA, muitas vezes, a matematização dessas situações é pouco explorada.

Diversas habilidades importantes para o desenvolvimento do pensamento matemático são trabalhadas na obra, por exemplo, a observação, a comparação, a interpretação, o registro e a comunicação. Todavia, outras são trabalhadas raramente, como a experimentação, a síntese e a avaliação. Por outro lado, várias das atividades propostas estimulam a interação e a participação entre os colegas da turma e entre eles e o professor.


Tendo em vista que a obra não contempla algumas das temáticas da formação para a cidadania, recomenda-se ao professor que amplie, através de pesquisas com os alunos, os conhecimentos sobre relações de gênero, minorias sexuais, étnico-raciais, geracionais, história e cultura das populações do campo, africanos e afrodescentes, bem como a discussão sobre processo de envelhecimento e valorização do idoso.

Neste item, também se propõe ao professor uma ampliação do trabalho no âmbito da interdisciplinaridade, através da sistematização de atividades que, partindo dos


textos do aluno, contemplem simultaneamente conteúdos de Língua Portuguesa e de Matemática, mas também de outras áreas.

Outro ponto, que requer do docente uma ampliação, diz respeito à articulação das atividades do Livro do Aluno com os acervos didáticos da escola, disponibilizados pela TV escola, PNLD-dicionário, PNBE, dentre outros, o que poderá enriquecer a perspectiva de letramento no processo de alfabetização dos alunos.

Recomenda-se, ainda, que o professor amplie as orientações didático-pedagógicas quanto ao planejamento, revisão e reescrita dos textos dos alunos, sempre que possível, oferecendo bons modelos de cada gênero.

O trabalho com o cálculo mental, com estimativas e arredondamentos é pouco explorado na obra. É preciso que o professor complemente o trabalho com situações dessa natureza, buscando sempre articulá-las com situações do cotidiano do aluno.

No trabalho com gráficos e tabelas, cabe ao professor diferenciar, para o aluno, gráficos de barras e histogramas, o que não é feito adequadamente na obra.

Da mesma forma, é preciso que o professor esclareça para o aluno as diferenças entre as unidades de medida de volume e de capacidade.

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obrA outro olhAr: AlfAbEtIzAção dE JovENs E Adultos alfabEtização dE JovEns E adultos 24855col36volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd: 24855c3600

autores: ana Julia Kloeppel e Jeferson José freitasEditora: aymará Edições e tecnologia ltdaano: 2009 - 2ª edição

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A obra é destinada à Educação de Jovens e Adultos e explora, de maneira articulada, as áreas de Língua Portuguesa e Matemática. É composta por quatro unidades temáticas - Comunicação, Identidade, Cidadania, Vida e ambiente, cada uma delas iniciada pela apresentação de uma obra de arte e de um fragmento de texto. As unidades são compostas por dois capítulos, que recebem títulos de acordo com os assuntos e contemplam seções intituladas: Lendo, Registrando e Analisando e Compreendendo, além das subseções: Pesquisa, Desafio e Problemas. Os conteúdos e atividades referentes aos componentes curriculares Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática estão vinculados aos temas de cada unidade/capítulo. Conta com material de apoio (alfabeto móvel, cartela de jogo, cédulas de dinheiro etc.) necessário à realização de algumas das atividades. As páginas possuem margens de cores diferentes para distinguir as unidades temáticas. Os conteúdos matemáticos não são mencionados nem nos títulos das unidades, nem nos capítulos. Porém, eles estão presentes na obra, integrados em questões isoladas ou em páginas alternadas, incluindo números e operações, sistema de numeração, numeração romana, porcentagem, operações básicas, frações, geometria, grandezas e medidas, valor monetário e volume.

A obra trata de maneira articulada as dimensões da alfabetização e do letramento, visto que trabalha com leitura e produção de gêneros discursivos atrelados à especificidade da base alfabética do sistema de escrita.

Possibilita ao aluno lidar com situações de investigação e problematização do conhecimento, encaminhadas nas interações efetivadas no contexto da sala de aula. Nesse sentido, propicia a reflexão sobre a prática docente a partir de textos de apoio, valorizando o papel do professor como pesquisador, problematizador e mediador das práticas pedagógicas.

A linguagem é concebida na perspectiva de interação social, à medida que são construídas e reconstruídas, no contexto da obra, relações de sentido entre professor e alunos por

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meio de interlocuções com diferentes gêneros discursivos. A obra dá oportunidades de acesso às situações de interação mediadas pela escrita e ao desenvolvimento das estratégias de leitura, assim como às capacidades valorizadas no seu processo de aprendizagem. Articula ainda os conteúdos escolares às experiências de vida e ao cotidiano dos alunos, explorando materiais impressos que estão muito presentes no dia a dia de jovens, adultos e idosos, como documentos pessoais, conta de luz e cédulas de dinheiro. Incorpora inovações da área pedagógica, possibilitando experiências significativas e contextualizadas, muito embora não contemple estratégias diversificadas de produção de textos escritos, como um processo socialmente situado, em que devem ser ensinados os procedimentos envolvidos no planejamento, na produção, na revisão e na reescrita, inerentes ao grau de proficiência que se pretende levar o aluno a atingir. Utiliza linguagem adequada, evitando infantilização, reducionismo e simplificação.

Os objetivos da obra estão explicitados em um texto inserido na parte introdutória do Livro do Aluno, embora possam passar despercebidos, não deixando claro como se pretende fazer para alcançá-los. Em relação aos conteúdos matemáticos, é possível verificar que nem sempre há coerência entre os objetivos propostos e os conteúdos selecionados, como exemplo, o eixo temático das grandezas e medidas é pouco explorado, especialmente no caso da grandeza geométrica área, que não está contemplada. Além do mais, as geométricas comprimento e volume e as não geométricas, massa e tempo, são poucas vezes exploradas.

Em relação às estratégias metodológicas, verifica-se que as atividades e os exercícios se relacionam de maneira adequada com os objetivos e os conteúdos, apresentando clareza na formulação e nos comandos. Apresenta tipologia diversificada, incluindo propostas de estudo em espaços extraclasse. Apesar disso, não estimula de modo mais explícito a interação e a participação da comunidade escolar, das famílias e da população em geral. Também não apresenta propostas de uso de tecnologias da informação e comunicação. No entanto, propicia a interação com os colegas e a mediação do professor, quando propõe que algumas atividades sejam realizadas em parceria e orienta que outras sejam feitas com o apoio do professor.

O Livro do Aluno estimula ainda o uso adequado de textos, desenhos, figuras, tabelas, diagramas, gráficos, que aparecem amplamente. Orienta o desenvolvimento de práticas interdisciplinares, articulando, nas atividades e exercícios, as áreas de Língua Portuguesa e Matemática, além de História, Geografia, Ciências Naturais e Arte.

O Manual do Educador apresenta uma proposta pedagógica coerente com a desenvolvida no Livro do Aluno, explicitando uma concepção da EJA pautada nos pressupostos da Educação Popular, que entende a educação como uma prática social e cultural de experiências que partem da vida cotidiana e se traduzem nela, de maneira reflexiva, crítica, consciente e transformadora. O manual relaciona a proposta pedagógica aos Parâmetros Curriculares Nacionais para a EJA.

O manual orienta o planejamento de situações de aprendizagem, estimulando a autonomia, o diálogo e o trabalho coletivo e apresenta orientação sobre a articulação dos conteúdos entre si e com as outras áreas de conhecimento. Também estimula a valorização dos saberes prévios dos alunos e indica suas formas de articulação

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com os saberes escolares. Explicita, ao lado das atividades propostas, os objetivos e apresenta orientações para o seu desenvolvimento, bem como propostas de atividades individuais e em grupo, além de orientar o uso adequado da obra, explorando todos os aspectos, inclusive no que se refere às estratégias e recursos didáticos a serem empregados.

Quanto à estrutura editorial e o projeto gráfico, a obra mostra excelente qualidade, tanto na compreensão quanto na adequação à proposta didático-pedagógica, em relação ao público da EJA.



Em relação ao aprendizado do sistema alfabético, a obra estimula a construção de hipóteses sobre a escrita, incentivando os alunos a escreverem “do seu jeito” palavras e textos curtos; promove a familiarização do aluno com as letras do alfabeto e os tipos de letras, por meio da apresentação de quadros com as letras do alfabeto em tipos diferentes, entre outras. No entanto, o livro não prioriza a aprendizagem das correspondências entre letras e fonemas, não favorecendo, também, a criação de situações adequadas à compreensão de que as regras de correspondência grafofônica são ortográficas e não fonéticas.

A seleção textual apresenta uma amostra representativa dos diversos gêneros e tipos de textos que circulam em diferentes contextos sociais, inclusive no âmbito da literatura: instrução de jogo, trava-língua, fábula, letra de música, tirinha, certidão de nascimento, propaganda, conto, notícia, carta do leitor, poema, receita culinária, entre outros. Os textos são, em sua maioria, autênticos e integrais, sendo mantida a unidade de sentido nos textos adaptados e/ou com recortes.

Em relação à leitura, observa-se que a obra oferece, parcialmente, informações sobre o contexto em que os textos foram produzidos, além de indicar os gêneros discursivos a serem lidos e promover a reflexão sobre as características do gênero apresentado. As atividades propiciam o desenvolvimento de estratégias que envolvem a localização de informações explícitas, a interpretação de frases, expressões e palavras e a identificação do tema, da mensagem e as ideias centrais do texto. No entanto, não são numericamente significativas atividades que promovam o desenvolvimento das capacidades de elaboração e confirmação de hipóteses, ativação de conhecimentos prévios, elaboração de inferências e estabelecimento de relações lógicas entre partes do texto.

Quanto à produção de textos escritos, a obra apresenta clareza nos comandos dados para as atividades de produção, indicando, às vezes, o destinatário e as finalidades para a escrita dos textos. Todavia, apresenta poucas orientações quanto ao planejamento, à revisão e à reescrita dos textos, não incluindo atividades de orientação para a produção textual que ofereçam bons modelos de cada gênero e que proponham reflexões sobre as propriedades dos mesmos antes da escrita em si.


A linguagem oral é explorada por meio de propostas de atividades diversificadas quanto aos gêneros orais – relato de pesquisa, relato pessoal, conversa, depoimento, debate, seminário, contemplando, inclusive, atividades mais formais e públicas de uso da fala, que exigem o planejamento e a reelaboração do discurso, como o seminário. No entanto, predominam situações de conversa em sala de aula, articuladas à realização das atividades propostas. A obra não promove reflexões sobre as variações linguísticas, nem sobre as relações entre fala e escrita e entre gêneros orais e escritos.


A obra apresenta uma proposta interdisciplinar, privilegiando os números como parte da linguagem matemática, que também é uma forma de comunicação, distinguindo sua função social, seja representando quantidades ou códigos convencionados pelo homem. No processo de alfabetização matemática, a estratégia metodológica adotada faz uso de jogos e de resolução de problemas, muitas vezes simulando situações reais a fim de promover estratégias pessoais dos alunos.

A seleção dos conteúdos contempla os quatro eixos da Matemática: números e operações, geometria, grandezas e medidas, e tratamento da informação. Os conhecimentos relativos a números e operações, no processo de alfabetização, são trabalhados de forma significativa. As ideias são aprofundadas adequadamente, considerando os alunos em processo de alfabetização, embora nem sempre sejam explorados os diferentes significados das operações.

Por outro lado, o trabalho com a geometria se resume a apenas cinco páginas, em dois momentos estanques. No primeiro, trabalha-se a localização dentro de uma sala de aula e, no segundo, são exploradas as formas geométricas e o conceito de simetria.

O campo das grandezas e medidas é pouco explorado na obra, especialmente no caso da grandeza geométrica, área que não está contemplada. Além do mais, as grandezas geométricas, comprimento e volume, e as não-geométricas, massa e tempo, são trabalhadas de forma superficial. Destacam-se, nesse campo, diversas atividades envolvendo o sistema monetário.

O trabalho com o campo do tratamento da informação merece destaque positivo. Os alunos são motivados a realizarem a coleta e o tratamento de dados, além de utilizarem diferentes tipos de gráficos para registrarem os resultados. As conexões estabelecidas pela obra com outras áreas do conhecimento favorecem a construção, pelo jovem e adulto, de uma visão da Matemática como uma ciência integrada e articulada a diferentes contextos do cotidiano.

dEstAQuEs dA obrA A obra possui uma boa seleção textual, composta por textos de diferentes gêneros, em sua maioria, autênticos e integrais, que abordam temas de interesse de alunos jovens, adultos e idosos. As atividades propostas promovem o desenvolvimento de algumas estratégias de leitura, como a localização de informações, a interpretação do significado de frases, expressões e palavras do texto e a identificação

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do tema, mensagem, ponto de vista ou ideias centrais do texto. A linguagem oral também é explorada por meio de atividades diversificadas quanto aos gêneros orais, contemplando, inclusive, atividades mais formais e públicas de uso da fala.

Estimula a valorização dos saberes prévios dos alunos da EJA, ao articular os conhecimentos escolares com os conhecimentos extraescolares, indicando, diversas vezes, como o professor pode potencializar essa articulação.

A matematização de situações do cotidiano dos alunos é frequentemente estimulada na obra. A grande maioria dos conceitos e procedimentos matemáticos é apresentada em contextos adequados a alunos jovens e adultos. Além disso, as atividades promovem o uso de diferentes tipos de representação de um mesmo conceito (linguagem natural, pictórica, simbólica etc.). Destacam-se também as propostas de integração de diferentes linguagens, especialmente as midiáticas e o uso de computadores para a pesquisa na internet.


As atividades propostas para o desenvolvimento de estratégias de leitura requerem atenção e cuidados do professor na mediação, em sala de aula, pois o livro prioriza os registros coletivos e a escrita espontânea, como se o contato com as letras e textos fosse suficiente para a proficiência em língua escrita.

É preciso que o professor complemente o trabalho em sala de aula com atividades diferenciadas e desafiadoras. O trabalho com o cálculo mental e estimativas, essencial para que o adulto elabore significado para as operações numéricas, também deve merecer a atenção do professor, na medida em que não é privilegiado na obra. Em relação aos conceitos matemáticos, o professor deve adequar alguns termos. Por exemplo, não associar diretamente os símbolos romanos a algarismos.

A contextualização dos problemas de Matemática não considera as experiências do homem do campo. Por exemplo, a medição de áreas, conteúdo bastante presente no cotidiano de jovens e adultos, não é considerada no livro. O professor deverá procurar suprir essas lacunas, focando o público com o qual está trabalhando.


obrA Novo tEMPoalfabEtização dE JovEns E adultos 24802col35volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24802c3500

autores: Maria inês bizzoto, amélia Porto, sheila GoulartEditora: Editora faPi ltdaano: 2009 - 1ª edição

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Esta é uma obra disciplinar organizada em volume único, contemplando os componentes curriculares de Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática. Observa-se uma assimetria entre os dois componentes, especialmente nas formas de avaliação, com ênfase na memorização de processos matemáticos, enquanto em Língua Portuguesa algumas competências cognitivo-linguísticas dos alunos são enfocadas, inclusive a autoavaliação.

A parte de Letramento e Alfabetização Linguística é organizada em torno de unidades temáticas: Identidade, Vida da Gente, O Trabalho, Diversão e Lazer. As três primeiras unidades apresentam-se em “caixa alta”, já a quarta unidade incorpora os usos convencionais de maiúsculas e minúsculas. Em todas as unidades se repetem as seções: Preparação para a leitura; Compreendendo o texto; Conversando sobre o assunto do texto; Compreendendo a escrita; Produzindo um texto oral; Produzindo um texto escrito, padronizando uma sequência de organizadores externos de estudo. A obra conta com material recortável (alfabeto móvel) necessário à realização de algumas das atividades. As competências linguísticas seguem, ao longo das quatro unidades temáticas, a seguinte gradação: leitura não verbal de imagens, símbolos, números, letras e histórias em quadrinhos; reconhecimento do alfabeto maiúsculo e minúsculo e de letras cursivas; leitura de mapas; escrita do nome; diferenciação entre vogais e consoantes; reconhecimento de ordem alfabética e de unidades gráficas - sílabas e palavras; escrita de bilhete; segmentação de palavras; reconhecimento de encontros consonantais e dos sons de “x”, “r” e “rr”; usos da letra “l”, “m” e “n” antes das consoantes, “c”’ e “ç”; produção de textos orais e escritos, e de texto autobiográfico, mediante roteiro em três passos: rascunho, revisão, reescrita. São explorados vários gêneros discursivos, como crônica, bilhete, receita culinária, classificados jornalísticos, poema, relato, listagem. Os textos são precedidos de notas biográficas dos autores e do contexto de produção dos mesmos.

A parte de Alfabetização Matemática está organizada em unidades que tratam dos eixos temáticos Números e operações, Geometria, Grandezas e medidas e Tratamento

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da informação. As unidades são compostas por subunidades que recebem nomes associados aos conteúdos matemáticos trabalhados. Cada unidade é iniciada com imagens que caracterizam a sua respectiva temática. A seção denominada Leia tem como objetivo introduzir os novos assuntos explorados. Outra seção - Converse com a turma - tem como objetivo estimular o aluno a compartilhar o assunto em estudo. O Glossário é constituído por palavras avulsas, quase sempre no final de algum texto ou atividade. Ao final da obra há sugestões de leitura, indicações de CD-Roms, sites e referências bibliográficas, trazendo também alguns anexos.

O Manual do Educador contém as atividades do Livro do Aluno, com as respostas corretas e orientações didáticas, além de um suplemento, que traz um histórico da EJA; saberes esperados na formação do professor da EJA; orientações para organizar a sala de aula; escolha do livro didático; avaliação, bem como fundamentos da opção metodológica. São feitos comentários específicos sobre letramento e alfabetização linguística, explicitando objetivos da Língua Portuguesa para os anos iniciais do Ensino Fundamental, de acordo com os PCNLP, sobre a organização da obra em unidades temáticas e sobre a sequência da ação docente e do trabalho do aluno dentro de cada unidade.

A linguagem adotada se aproxima, por vezes, da infantilização, especialmente no componente de Matemática, pouco auxiliando os alunos a ampliarem sua capacidade de abstração. Ao privilegiar o processo de aquisição do sistema alfabético de escrita sobre o processo de letramento, a obra deixa a desejar quanto à inserção dos alunos em situações de usos sociais da língua escrita. As orientações para o planejamento da produção textual só aparecem na atividade final da 4ª Unidade, pela proposta de texto autobiográfico.

O projeto gráfico apresenta elementos explicativos suficientes para sua compreensão, tais como: títulos, subtítulos e legendas, revelando preocupação com a recepção da obra pelo público da EJA. O sumário da obra facilita a rápida localização das unidades e das atividades propostas.



A obra promove o aprendizado do sistema alfabético de escrita a partir das chamadas “palavras geradoras”, as quais dão origem aos temas e leituras de cada unidade. Cada palavra é explorada de tal forma que o aluno identifique a letra inicial, a final e a sua divisão em sílabas. São promovidos contatos com várias formas de escrita da letra estudada, porém em atividades isoladas, sem contextualização. O mesmo acontece nas atividades com os sinais de pontuação, que, ao invés de partirem do texto, partem de frases, como se pontuação fosse um atributo da frase, quando é do texto, sendo imprescindível sua análise no corpo textual. Em alguns exercícios predomina o princípio da decifração, a exemplo das atividades isoladas de completar palavras com sílabas, unir sílabas dadas para formar palavras, separar sílabas.


As práticas de leitura contribuem para a formação do leitor quando exploram os conhecimentos prévios sobre os textos ou quando fornecem informações relativas à autoria. A obra promove reflexões sobre características do gênero discursivo, a localização de informações explícitas e implícitas no texto, a interpretação de frases, expressões e palavras do texto. Promove o desenvolvimento de capacidades de elaboração e confirmação de hipóteses e elaboração de inferências, mas não há quantidade significativa de atividades que estabeleçam relações entre textos ou entre suas partes.

Quanto à natureza do material textual/produção de textos, a obra apresenta propostas diversificadas de produção, como mural, bilhete, receita, lista, biografia, mas os comandos para a produção nem sempre indicam o destinatário e a finalidade para a escrita. O material textual selecionado é significativo para o público da EJA, ainda que alguns gêneros literários não sejam contemplados.

A oralidade é promovida por meio de atividades com gêneros variados – relato pessoal, conversa, depoimento –, sem contemplar atividades mais formais e públicas de uso da fala, que exigem o planejamento e a reelaboração do discurso. Na unidade O trabalho, a exploração do tema articula a Língua Portuguesa a outros campos do conhecimento, a exemplo do estudo das profissões. Porém não há essa articulação nas demais unidades. A obra não promove reflexões sobre variações linguísticas nem sobre as relações entre fala e escrita e entre gêneros orais e escritos, nem favorece socialização de conhecimentos da trajetória pessoal dos alunos. Enfoca mais as experiências do senso comum, explorando, por exemplo, materiais impressos, como documentos pessoais e classificados de jornais, que estão muito presentes no dia a dia de jovens, adultos e idosos.


A estratégia metodológica adotada na obra possibilita poucas vezes a adoção, por parte do aluno, de uma postura ativa, em relação à construção de seus conhecimentos. Algumas atividades se mostram repetitivas, explorando a memorização de processos. Não são incorporados aspectos ligados à história da matemática, assim como não se observam nas atividades recursos do uso diário de jovens e adultos, tais como a calculadora ou o uso de computadores.

Apesar de contemplar os quatro campos da matemática escolar, a maior parte do livro é destinada ao trabalho com números e operações. Os campos de números, geometria e grandezas são apresentados em unidades isoladas e sem articulação entre eles. Entretanto, em vários momentos os conteúdos matemáticos são articulados com as experiências de vida e ao cotidiano dos alunos de EJA, embora a articulação desses campos com outras áreas do conhecimento não seja frequente na obra.

No campo dos números e operações, as experiências de vida dos alunos não são plenamente consideradas na abordagem dos conceitos. O trabalho se restringe à ordem das centenas, ignorando-se que esse tipo de aluno tem contato frequente, em sua prática social, com números de diversas magnitudes. A ausência de atividades de cálculo mental ou envolvendo calculadora, aliada à apresentação pouco contextualizada de algoritmos operatórios pode dificultar, para o aluno, compreender o sentido das

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operações numéricas. Por outro lado, os conteúdos desse campo são bem distribuídos ao longo da obra.

O trabalho com a geometria é iniciado pelas figuras geométricas espaciais, e a obra se propõe a superar o simples reconhecimento de figuras geométricas e sua nomenclatura. A localização e a movimentação no espaço também é contemplada na obra.

O campo das grandezas e medidas merece pouca atenção no conjunto do material apresentado para Alfabetização Matemática. Não são contempladas atividades que busquem explorar a ideia de grandeza, nem a diferenciação entre uma grandeza e a sua medida. Excluindo-se atividades em que os alunos são solicitados a medirem com a régua, o trabalho com comprimentos, por exemplo, limita-se ao reconhecimento e utilização de unidades e instrumentos de medida em determinadas situações.

No caso do campo do tratamento da informação, as atividades aparecem bem distribuídas ao longo da obra, explorando-se a coleta e a organização de dados, bem como a representação desses dados em tabelas e gráficos. Entretanto, a obra não permite que o aluno diferencie as ideias de tabela e de quadro.

dEstAQuEs dA obrA No Manual do Educador, a legislação, diretrizes e normas vigentes para a Educação Básica e EJA são articuladas com dados de pesquisas sobre o tema e com ideias pertinentes de autores da Didática, da Linguística, da Avaliação, da Pedagogia, da Psicolinguística e da Sociolinguística, contribuindo para a formação docente.

Com relação à sistemática de avaliação, o componente de Matemática enfoca a memorização dos processos em detrimento da construção ativa de conhecimentos. Já no componente de Língua Portuguesa, são propostas atividades de autoavaliação ao final de cada unidade. O Manual do Educador traz orientações sobre como se utilizar dos resultados das autoavaliações no planejamento da unidade seguinte.


Recomenda-se ao professor que procure superar, pela mediação docente, aspectos não contemplados no Livro do Aluno, como, por exemplo, estabelecer relações lógicas entre partes do texto, entre diferentes formas e conteúdos textuais, entre o texto lido e outros da própria obra. É importante também promover reflexões sobre variantes linguísticas e sobre diferenças entre gêneros orais e escritos. A articulação dos conteúdos da Língua Portuguesa com outros campos do conhecimento científico também deve ser uma prática sistemática.

O professor deve, ainda, desenvolver atividades que ampliem as capacidades de abstração e generalização, pelo uso de textos literários, visto que os gêneros discursivos privilegiados no livro são de caráter utilitário, ainda que significativos no cotidiano do público-alvo.


No trabalho com a Alfabetização Matemática o professor deve incorporar atividades e situações que façam com que o aluno explicite seus conhecimentos prévios para, então, associá-los aos conceitos matemáticos sistematizados. O trabalho com cálculo mental deve ser permanentemente estimulado, inclusive para que o aluno consiga atribuir sentido aos algoritmos das operações, que, na obra, são apresentados sem justificativas, dificultando a sua compreensão.

Novas situações também devem ser incorporadas ao trabalho em sala de aula no campo das grandezas e suas medidas. É importante, por exemplo, que o professor explore a grandeza “área” além de unidades de medida que são utilizadas por alunos da EJA em suas práticas sociais.

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obrA AlfAbEtIzAção: uM cAMINho PArA A cIdAdANIA alfabEtização dE JovEns E adultos 24804col35volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24804c3500

autoras: valentina Kanto, Maria isabel de castro e Kiara GarciaEditora: base Editorial ltdaano: 2009 - 3ª edição

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A obra solicita a postura ativa do professor e sua mediação em atividades sugeridas, como: correção de tarefas do aluno, auxílio na busca de determinadas informações, ajuda na familiarização com o alfabeto. São oferecidas ao aluno situações de estímulo à autonomia, ao diálogo e ao trabalho coletivo, como também de incentivo à pesquisa, à exposição oral de seus pontos de vista frente a situações.

A linguagem da obra é adequada ao público da EJA, sem infantilizações ou reducionismos. Há coerência entre os objetivos propostos e os conteúdos selecionados, entretanto existe carência na exploração de algumas temáticas e conteúdos, tal como a variedade linguística, que, mesmo proposta ao professor, no manual a ele destinado, não está didatizada no Livro do Aluno.

No Livro do Aluno os eixos didáticos do Letramento e Alfabetização Linguística desenvolvem-se ao longo de nove unidades temáticas, que abordam assuntos de interesse social adequados a jovens e adultos: a escrita como objeto cultural resultante de um processo histórico de co-construção social; as formas e funções sociais da escrita cotidiana: informação, orientação, nominação de espaços e pessoas; história dos nomes e sobrenomes; culinária regional; vida em família; territorialidades e espacialidades urbanas e rurais; moradia, saúde e direitos das pessoas; a evolução das formas e relações de trabalho, direitos do trabalhador; pluralidade cultural brasileira; o homem e o meio ambiente.

Nas páginas finais desse componente encontram-se cartelas com alfabetos móveis para recorte, em letras maiúsculas e minúsculas.

Os conteúdos de Alfabetização Matemática são trabalhados em unidades, ao longo das quais é possível encontrar as seguintes seções: Leituras; Discussão coletiva; Atividades; Atividades para casa; Atividades em grupo e Atividades de pesquisa.

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Ao final do livro há material de apoio (moldes de figuras planas) e indicação de leituras complementares, sites, vídeos, programas televisivos adequadas aos objetivos didáticos da obra.

Nem todas as estratégias metodológicas que foram elaboradas no Manual do Educador estão suficientemente didatizadas, na forma de exercícios para os alunos, na medida em que permanecem apenas como sugestões ao professor. Em alguns casos, essas estratégias não asseguram a realização de todo o seu potencial pedagógico, como nas discussões de temas específicos ou de conteúdos, que podem se perder em comentários do senso comum, com todos os riscos de reducionismos e simplificações das questões de fundo, como se depreende na unidade que discute relações socioambientais: ao mostrar imagens de ambientes naturais poluídos, textos informativos e poéticos sobre a Mata Atlântica e seus animais em extinção, solicita ao aluno que “comente, com o professor e seus colegas, sobre os aspectos positivos e negativos que a destruição do meio ambiente acarreta à natureza”. No Livro do Aluno existem poucas atividades voltadas para as variedades linguísticas, apesar das indicações teóricas existentes no Manual do Educador.

O Manual do Educador contém as atividades do Livro do Aluno com as respostas às questões e orientações didáticas página a página, em letras vermelhas, formato itálico, localizadas no início das atividades, durante ou no final. Algumas atividades não são acompanhadas das orientações, apenas da resolução dos exercícios.

Traz um suplemento no qual oferece informações teórico-metodológicas para lidar com o aluno jovem e adulto, o que esse aluno espera do professor, além de reflexões sobre o processo de avaliação. Apresenta conteúdos adequados para o desenvolvimento da Língua Portuguesa – alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de três seções com atividades complementares para serem desenvolvidas com apoio de bibliografia complementar, navegação na internet, uso de vídeos e revistas. Além das sugestões feitas no Livro do Aluno, de sites e bibliografias complementares, no Manual do Educador são indicadas revistas que discutem temas pedagógicos. Propõe ainda a articulação entre as atividades do Livro do Aluno e os acervos didáticos da escola e sugere ampliação de algumas atividades do Livro do Aluno.

As orientações para o conteúdo de Matemática são divididas em seis seções: Algumas palavras iniciais para você; Professor de EJA; Compreendendo concepções e objetivos que norteiam o ensino na Alfabetização; Matemática para Jovens e Adultos; A organização do Livro do Aluno; Encaminhando os aspectos essenciais da Matemática; Encaminhando as temáticas e fontes de pesquisas e Atualização do professor.

O projeto gráfico revela preocupação com a recepção do livro pelo público-alvo, com elementos bem explicativos para compreensão do mesmo, inclusive pelo uso de uma figura indicativa do início das atividades a serem feitas pelo aluno, estimulando a autonomia do alfabetizando pela possibilidade de leitura do código alfabético com o apoio do ícone. O Sumário é bem elaborado e facilita a localização rápida dos conteúdos.

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As estratégias metodológicas são coerentes com os objetivos propostos, favorecem a compreensão, pelo aluno, da correspondência entre grafema/fonema e não entre sílaba/fonema. Mantêm-se unidades de sentido em textos adaptados, uma vez que são identificados tema ou ideias centrais de alguns textos, facilitando a apreensão de sentidos. Há reflexões sobre propriedades dos gêneros discursivos indicados, mas a estratégia de antecipação e inferência é negligenciada, na medida em que a maioria dos exercícios pede localização de respostas explicitamente apresentadas nos textos, com raríssimas exceções no Livro do Aluno.

Quanto ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, a obra estimula a construção de hipóteses, considerando conhecimentos que o alfabetizando da EJA possui sobre a língua escrita, adquiridos em suas inserções na vida social, familiar e de trabalho. São desenvolvidas atividades de familiarização com o alfabeto por meio da apresentação de diferentes tipos de letras, em seus traçados cursivo e de imprensa, maiúsculas e minúsculas, apresentadas em diferentes situações de uso social e individual e através de pesquisas em diversos suportes impressos. O nome próprio do aluno é trabalhado de forma recorrente como palavra estável.

No que diz respeito à compreensão da correspondência entre grafema e fonema, a obra traz atividades sobre semelhanças e diferenças sonoras, correspondências gráficas entre palavras, entretanto, não há maiores esclarecimentos sobre as diferenças marcadas ortograficamente. Não há reflexões sistemáticas sobre utilização de convenções gráficas da escrita, e os poucos exercícios só enfocam acentuação tônica e pontuação. São propostos exercícios de troca de letras de uma palavra para formar novos vocábulos, assim como de identificação de letras que faltam em palavras.

Quanto às práticas de leitura, observa-se que a obra, por vezes, informa ao leitor sobre o contexto de produção e seu autor, promovendo reflexão sobre características e usos sociais e individuais da escrita. Embora não seja identificada para o aluno a finalidade das leituras a serem realizadas, às vezes ele é solicitado a reconhecer o gênero textual e o suporte que veicula o gênero.

Quanto à natureza do material textual/produção de textos, a obra contempla gêneros adequados que estão presentes no cotidiano de alunos de EJA: poema, crônica, relatos, bilhete, charge, cantiga popular, anúncio publicitário, provérbio, etc., todos com identificação da fonte, exceto o gênero receita. Há uma grande quantidade de textos informativos, que parecem ser criação dos autores da obra, pois não há indicação de fonte. Não estão presentes, contudo, os gêneros digitais, característicos da esfera da internet.

A obra incentiva a produção de gêneros textuais potencialmente significativos para os alunos, como “lista de atividades que realiza no trabalho”, embora nem sempre ofereça orientações sobre o planejamento da produção textual.

Com à respeito oralidade, o relato é o único gênero que aparece na obra. Ademais, não são criadas ocasiões que possibilitem discussões sistemáticas sobre usos da


linguagem oral em situações formais e informais, o que reduz as possibilidades de desenvolvimento das competências de expressão oral, as quais poderiam, por exemplo, partir de questões apresentadas em textos informativos.

Observa-se, finalmente, que há uma carência de atividades que favoreçam a reflexão sobre heterogeneidade linguística e sobre o respeito às variedades não prestigiadas, bem como de atividades que contemplem as relações e diferenças entre fala e escrita, o que demonstraria um trato mais atencioso em relação aos graus de formalismo.


Na parte da obra voltada para a Alfabetização Matemática, a estratégia metodológica adota a resolução de atividades, por parte do aluno, com poucas sistematizações apresentadas. Os quatro campos do ensino da Matemática estão presentes e, na maioria das vezes, articulados entre si. Entretanto, são poucas as articulações desses campos com outras áreas de conhecimento. As atividades buscam, em geral, considerar os conhecimentos prévios dos alunos. Diversas atividades contemplam problematização, observação, análise, comparação, interpretação, registros e comunicação, enquanto outras estimulam experimentação, síntese e avaliação apenas de forma esporádica.

O campo dos números e operações contempla atividades que exploram os diferentes símbolos numéricos, a leitura e a escrita de números, a relação de ordem, a contagem de quantidades, as ideias de dobro e metade e porcentagens. Entretanto, as diferentes utilizações dos números não são explicitadas ao aluno, ficando a cargo do professor. O trabalho com as operações aritméticas é sempre iniciado pela resolução de problemas, e diferentes significados das operações são explorados como, por exemplo, a ideia de combinatória, presente na multiplicação. Por outro lado, a sistematização dos algoritmos formais das operações é feita abruptamente e sem estabelecer relações com as atividades de cálculo mental presentes na obra, dificultando, para o aluno, a sua compreensão. As atividades utilizando a calculadora poderiam contribuir para a sistematização das operações aritméticas, mas aparecem somente após a apresentação dos algoritmos.

O trabalho com o campo da geometria inicia-se com a associação entre as figuras espaciais e elementos da vida cotidiana, limitando-se, contudo, à exploração de nomenclaturas. As figuras planas são apresentadas de forma adequada, a partir de relações com as faces de sólidos geométricos. Entretanto, não são exploradas as propriedades dessas figuras, o que dificulta, por exemplo, que o aluno consiga diferenciar um quadrado de um retângulo não recorrendo somente à visualização. Algumas atividades demandam a construção de figuras pela composição de figuras geométricas planas, mas as transformações no plano, como a simetria, por exemplo, estão ausentes na obra.

Os conteúdos do campo das grandezas e medidas são explorados, articulando-se na maioria das vezes com os outros campos, em atividades que favorecem, ao aluno, atribuir sentido às grandezas e suas medidas. É realizado um trabalho importante com o sistema monetário, em atividades significativas e articuladas com outros campos do ensino da Matemática. Essa articulação aparece de forma marcante com as operações aritméticas, facilitando bastante a compreensão desses campos.

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Em relação ao trabalho com tratamento da informação, são frequentes as atividades de coleta e organização de dados. A sua representação em tabelas e gráficos também é explorada na obra, embora, em algumas atividades, o contexto seja artificial e pouco adequado a alunos jovens e adultos. É o caso, por exemplo, de se elaborar um gráfico de colunas para representar o número de letras dos nomes dos colegas da classe.

dEstAQuEs dA obrA Embora o Manual do Educador sugira a integração das linguagens, especialmente as midiáticas, e o uso de computadores para pesquisa na internet, não se vê essa integração nas atividades do Livro do Aluno. Observa-se também que a obra não apresenta glossário nos corpos pré-textual, textual e pós-textual.

Não se observam na obra propostas que estimulem o docente a interagir com os seus pares, no sentido de partilhar experiências e saberes e planejar estratégias de ensino, compreendendo as demandas da sala de aula. Não obstante, são frequentes as atividades em que os alunos são estimulados a interagir com outros colegas e com o professor.

A obra explora com frequência atividades que estimulam a problematização, observação, análise, comparação, interpretação, registros e comunicação. No entanto, verifica-se a pouca recorrência a atividades que demandem experimentação, síntese e avaliação.

Outro destaque que se ressalta é a inserção de aspectos históricos ligados à atividade matemática, tais como a criação do salário mínimo, as primeiras moedas brasileiras, etc, assim como a história da escrita.


Em muitos casos, não se observa na obra a indicação aos alunos das condições de produção e circulação dos textos a serem escritos - destinatário(s), finalidade(s), adequação ao(s) gênero(s) indicado(s). Recomenda-se ao professor o suprimento desta lacuna através da sua mediação no cotidiano da sala de aula. É recomendável também procurar expandir os objetivos escolares de produção de textos, fazendo circular as produções dos alunos para além da escola. O professor deve priorizar, nas atividades de revisão textual e reescrita, a pontuação, a paragrafação, a coesão e a coerência.

É importante que o professor concretize, nas atividades de sala da aula, aspectos que estão discutidos apenas conceitualmente, estabelecendo a associação com as práticas sociais dos alunos da EJA.

Ressalta-se também que o professor deve estar atento, no campo da Alfabetização Matemática, às semelhanças e diferenças entre as grandezas e medidas.


obrA coNhEcEr E dEscobrIr - EdIção AtuAlIzAdA alfabEtização dE JovEns E adultos 24821col37

volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24821c3700

autoras: Wilma Jane lekevicius costardi, Maria rita costa de souza, Mirna limaEditora: Editora ftd saano: 2009 - 1ª edição (atualizada)

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A obra apresenta de forma equilibrada as dimensões da alfabetização e do letramento à proporção que permite a estruturação de um trabalho pedagógico que desenvolve os conhecimentos/habilidades relativos à apropriação do sistema de escrita e, ao mesmo tempo, propicia o exercício das práticas sociais de leitura e escrita. É composta por dois blocos disciplinares, o primeiro destinado ao Letramento e Alfabetização Linguística, e o segundo destinado à Alfabetização Matemática. Apresenta dois sumários, um referente à Língua Portuguesa e outro relativo à Matemática, bem como sugestões de leitura e bibliografia.

O Livro do Aluno está organizado em unidades temáticas, cujos conteúdos introduzidos são estruturados em propostas de leitura, produção e estudo da língua, sendo cada uma dessas atividades indicadas por símbolos distribuídos no corpo do texto. Há duas seções no final do livro: uma que traz sugestões de leitura complementar para o aluno e outra voltada para o treino motor do alfabeto em letra cursiva, nas formas maiúscula e minúscula.

A parte destinada à Alfabetização Matemática está dividida em seis Unidades: 1. Os números no dia a dia; 2. Calculando com adição e subtração; 3. Calculando com a multiplicação e divisão; 4. Frações; 5. Geometria; 6. As medidas no dia a dia. Cada uma das unidades comporta as seções “Para começar” e “Atividades”. A primeira, com atividades que objetivam sondar os conhecimentos dos alunos e, também, introduzir os conteúdos a serem desenvolvidos; a segunda, que objetiva sistematizar os conteúdos apresentados. Dois ícones denominados “selos” estão sempre presentes, indicando atividades referentes ao uso da calculadora e ao tratamento da informação, com discussões sobre tabelas e gráficos.

A obra apresenta uma concepção interacionista de linguagem revelada em um trabalho com a exploração de diversos gêneros discursivos em que o aluno é convidado a participar ativamente da construção do conhecimento sobre a organização da língua e de suas práticas sociais. Entretanto, existem nela, sem orientação prévia da função social e da estrutura composicional, situações em que são solicitadas produções de alguns tipos de texto.

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Embora não estejam explicitamente visualizados, o Livro do Aluno apresenta objetivos de aprendizagem coerentes e compatíveis com as diretrizes gerais da EJA. Os objetivos propostos e os conteúdos selecionados são articulados, assim como a abordagem dos conteúdos e a proposta pedagógica.

Em seus procedimentos metodológicos, a obra observa as características de aprendizagem dos alunos, considerando a sua diversidade. Fazendo uso de uma linguagem acessível, cria situações de aprendizagem que auxiliam o aluno a ampliar sua compreensão sobre a realidade social, favorecendo, também, o alcance de níveis mais amplos de abstração e de generalização.

O Manual do Educador é formado por três partes: a cópia do Livro do Aluno, com as respostas das atividades propostas, algumas orientações metodológicas, e um suplemento. O suplemento é dividido em duas áreas – Língua Portuguesa e Matemática, ambas com sumário e uma breve exposição sobre a alfabetização de jovens e adultos.

Nas páginas referentes a Língua Portuguesa, são encontradas orientações metodológicas de como essa área de conhecimento é tratada na obra; comentários sobre processos de avaliação e orientações de algumas atividades presentes no Livro do Aluno. Nas páginas referentes a Matemática, apresentam-se reflexões sobre a avaliação em Matemática e comentários de algumas das atividades propostas.

No que diz respeito a procedimentos e atividades, o manual orienta o planejamento de situações de aprendizagem estimulando a autonomia, o diálogo e o trabalho coletivo entre os alunos, com a mediação do professor. A proposta teórica propicia a reflexão sobre a prática docente, favorecendo o papel do professor pesquisador, problematizador e mediador das práticas pedagógicas.

A obra apresenta edição e projeto gráfico adequados à proposta didático-pedagógica demonstrando preocupações com a sua recepção pelo público da EJA, à medida que investe em textos adequados às demandas desse público, observando também a fonte das letras, que facilitam a leitura e a familiarização do alfabetizando com o traçado maiúsculo da letra de imprensa. Embora utilize linguagem adequada evitando infantilização, reducionismo e simplificação, algumas imagens/figuras apresentadas estão mais apropriadas para livros de alfabetização de crianças.



Ao tratar da alfabetização linguística, a obra considera os conhecimentos prévios dos educandos, favorecendo a construção de hipóteses sobre o sistema de escrita alfabética, estimulando a leitura e a escrita de palavras estáveis, comuns ao seu dia a dia. Ajuda-os a compreender que as regras de correspondência grafofônica são ortográficas, promovendo também situações de uso e reflexão sobre a ortografia da língua. São propostas atividades que ajudam na comparação de palavras, observando as semelhanças e as diferenças sonoras, com ou sem correspondências gráficas.


As práticas de leitura favorecem a reflexão sobre as características e usos sociais e individuais do gênero a ser trabalhado. Há atividades voltadas à interpretação de significado da frase ou fragmentos de texto, considerando o contexto de uso. Alguns exercícios permitem estabelecer relações entre diferentes textos, comparando-os quanto às suas formas estruturais.

Em se tratando da natureza do material textual, observa-se uma variedade de gêneros discursivos adequados aos alunos da EJA. Dentre eles, podem ser destacados: crachá; tirinha; lista; música; poema. Os textos são autênticos, havendo indicação completa ou parcial das fontes de onde foram extraídos. A obra contempla diferentes contextos sociais de uso desses gêneros, tais como internet e imprensa. Os textos recortados mantêm unidade de sentido, como no fragmento do texto de Ruth Rocha “A raposa e as uvas”, preservando a ideia central do que se deseja explorar.

As propostas de reflexão sobre as propriedades dos gêneros discursivos orientam quanto ao planejamento da produção textual, também oportunizando o contato com bons modelos de gêneros. Atentam para a composição e análise de características formais do texto, permitindo práticas situadas e planejadas.

No trato com a oralidade, a obra não enseja o trabalho com uma variedade de gêneros orais, focando-se apenas na entrevista e no relato de experiências. Não são propostas atividades de uso da linguagem oral em situações formais e informais.


Na parte da obra voltada para a Alfabetização Matemática, a estratégia metodológica adotada é de iniciar a abordagem dos conteúdos com situações do dia a dia, por meio da seção “Para começar”, com atividades que objetivam sondar os conhecimentos dos alunos e, também, introduzir os conteúdos a serem desenvolvidos. Os quatro eixos do ensino da Matemática são plenamente contemplados ao longo da obra. As articulações entre eles são bem feitas, destacando-se aquelas entre números e operações e grandezas e medidas. O trabalho com valor monetário se constitui em um aspecto fundamental dessa articulação, estimulando a matematização de situações do cotidiano do aluno. Apesar de não serem frequentes, as articulações dos campos da Matemática com as outras áreas são realizadas com coerência e correção. Em vários momentos, são usados diferentes tipos de representações para um mesmo conceito, e as atividades são cuidadosamente preparadas e significativas para alunos jovens e adultos.

Os conceitos do campo dos números e operações são apresentados de maneira adequada ao ensino da EJA. Há referências aos diferentes usos dos números: quantidade, código e ordem, embora restritas à introdução da primeira unidade. O texto histórico apresentado contribui para a compreensão da noção de número. Também é realizada, adequadamente, a introdução das propriedades de valor de lugar e aditiva do sistema de numeração decimal. Desde o início da obra, o aluno é solicitado a fazer o uso das operações de adição e subtração. A apresentação do algoritmo formal ocorre posteriormente, por meio do uso do quadro valor de lugar e sem uso da reserva. As operações de multiplicação e divisão também estão presentes na obra. A multiplicação é explorada em seus significados de adição de parcelas iguais e organização retangular,

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e a divisão é introduzida com a noção de repartir em grupos com a mesma quantidade. Posteriormente, é apresentada uma discussão sobre a divisão como operação inversa da multiplicação e as noções de “dobro” e “metade”, inclusive com o uso da noção de simetria. Adequadamente, não são apresentados os algoritmos da multiplicação e divisão. Há uma breve introdução das frações apresentadas, em geral, no modelo parte-todo.

O campo da geometria é tratado adequadamente em uma das unidades do livro. Primeiro, são apresentados os sólidos e, a partir de planificações, as figuras planas. Entretanto, as características e as propriedades dessas figuras não são exploradas, somente o aspecto visual. Há uma breve discussão sobre a ideia de objetos que “rolam com facilidade” e os que “não rolam com facilidade”. Encontram-se, também, significativas atividades envolvendo malhas e mosaicos, e as primeiras ideias de simetria axial são apresentadas de forma correta.

O campo das grandezas e medidas merece destaque pela correção e adequação. O estudo desse campo aparece concentrado em uma das unidades, mas são encontradas, ao longo obra, atividades envolvendo moeda e tempo. São adequadas as introduções das noções das medidas de massa, comprimento, capacidade e tempo, além da ideia de perímetro.

Não há uma unidade específica que aborde os conteúdos do campo do tratamento da informação, mas o trabalho com esse eixo é bem feito e distribuído ao longo da obra, sempre indicado por um ícone específico e articulado com os demais eixos. Há um número grande de tabelas inseridas nas atividades contextualizadas ao longo do livro. Os gráficos de barras são os mais comuns, mas há, também, gráficos de setores. É possível encontrar atividades que demandam a coleta e o tratamento de dados, sempre articulados à realidade de alunos jovens e adultos.

dEstAQuEs dA obrA Os alunos são estimulados a participar de atividades relacionadas ao seu cotidiano, sendo ofertadas propostas relevantes, com conteúdos que favorecem a construção de práticas significativas. Nesse engajamento, estimula-se a interação e a participação da comunidade escolar, das famílias e da população em geral, envolvendo-as em propostas que entrelaçam escola e comunidade.

A obra revela-se adequada, do ponto de vista teórico-metodológico, no que diz respeito à promoção de experiências significativas e diversificadas com atividades de escrita que fazem menção a situações de uso social/individual da língua. Embora em número reduzido, apresenta atividades fonológicas que podem contribuir para a compreensão do sistema alfabético de escrita, como a contagem de sílabas, identificação de palavras que contenham o mesmo som, comparação de palavras quanto à presença de letras e sílabas iguais e diferentes.

No âmbito da Matemática, a obra também se destaca positivamente pela apresentação de situações que possibilitam a compreensão e ampliação da realidade social, em que o aluno é solicitado a pesquisar em jornais e revistas e a fazer entrevistas com colegas


de sala de aula. Isso é facilitado pelo fato de que os conteúdos de Matemática são apresentados de forma articulada a situações do cotidiano do aluno de EJA.

As atividades de Matemática são bem diversificadas e elaboradas cuidadosamente. Entretanto, não são frequentes as chamadas em que os alunos são convidados a discutir entre si os resultados obtidos, o que permitiria, por parte deles, uma maior compreensão das características do conhecimento matemático.


Considerando que a participação/interação do professor na organização de vários exercícios é um aspecto importante que potencializa a assimilação do conhecimento por parte do aluno, ressalta-se a necessária orientação docente nas atividades voltadas para a produção textual. Deve-se estimular o planejamento, a revisão e a reescrita dos textos, focalizando pontuação, paragrafação, aspectos ortográficos e gramaticais, coesão e coerência da produção escrita.

A obra orienta situações de aprendizagem significativas, mas necessita de ampliação e exploração pelo docente de atividades que favoreçam a construção de hipóteses sobre o sistema de representação da escrita, considerando as inserções na vida social, familiar e de trabalho do alfabetizando da EJA.

No eixo da produção textual, é necessário atentar para o contexto de produção do texto lido, considerando época, lugar, autor e finalidades a que se prestam. O docente necessita intervir de forma planejada no eixo da oralidade, de modo a propiciar a reflexão sobre o uso da língua nas diferentes esferas comunicativas, atentando para os gêneros orais e suas relações de proximidade e distanciamento em relação ao texto escrito.

No trabalho com Alfabetização Matemática, é importante que o professor explore plenamente as atividades sugeridas no livro, incluindo as planificações de sólidos, o trabalho com o Sistema Monetário Brasileiro e as diversas explorações da calculadora.

O educador deve desenvolver situações que desafiem os alunos, assim como providenciar atividades complementares envolvendo cálculo mental e estimativas, aspectos esses não suficientemente explorados na obra.

O trabalho com os números racionais deve merecer maior atenção do professor, tanto na direção de explorar aspectos ausentes na obra, tais como a ideia de razão, bastante frequente no cotidiano de alunos da EJA, como esclarecendo a ampliação das frações para números maiores que a unidade.

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obrA vIvEr, APrENdEralfabEtização dE JovEns E adultos 24835col37volume Único: AlfAbEtIzAção (dIvErsIdAdE, culturA E trAbAlho)lEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁtica cÓd.: 24835c3700

autoras: claudia lemos vóvio e Maria amábile MansuttiEditora: Global Editora e distribuidora ltdaano: 2009 - 4ª edição

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Esta é uma obra interdisciplinar, cuja proposta pedagógica está organizada em quatro eixos temáticos que se articulam no estudo de conteúdos que priorizam o Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática, com discussões que abarcam conteúdos de Estudos Sociais e da Natureza. Desse modo, há muitas atividades que promovem a interdisciplinaridade entre Português e Matemática, Português e Geografia, dentre outras. “Gente do Brasil”, “Nosso trabalho”, “Patrimônio Cultural Brasileiro” e “Patrimônio Ambiental Brasileiro” são eixos temáticos da obra voltados para a investigação da realidade do alfabetizando, que será mobilizado para o enfrentamento de questões que lhe afetam no dia a dia. Cada eixo temático é subdividido em módulos, cujos títulos e símbolos funcionam como elementos organizadores do trabalho pedagógico. Os símbolos orientam os modos de realização das atividades, propostos de seis maneiras: “Em roda”’; “Para Ler;” “Em Ação”; “No Caderno”; “Para Pesquisa”; “Escrevendo Texto”. Além das referências, a obra traz ainda uma seção de “Material de Apoio, Consulta e Autoavaliação”. As estratégias metodológicas se ordenam de forma coerente com objetivos e conteúdos, assim como em relação à proposta de avaliação que se apresenta de forma explícita para o professor e para o aluno.

O Livro do Aluno está organizado em vinte e seis módulos que exploram temáticas relativas a Língua Portuguesa e a Matemática. Contém um repertório variado de textos e propostas que exploram outras linguagens e atividades sequenciadas que objetivam possibilitar a continuidade do processo de escolarização do aluno no ensino fundamental.

O Manual do Educador apresenta uma cópia do Livro do Aluno sem as respostas às atividades, porém com orientações substanciais e específicas, por módulo. Assim sendo, há orientações para exploração do módulo; atividades complementares de Língua Portuguesa e de Matemática, com discussões teórico-metodológicas, por área, além de orientações para a avaliação. O manual também partilha a concepção de alfabetização que estrutura a obra e os objetivos propostos para o trabalho nas duas áreas principais, favorecendo a compreensão sobre os elementos teóricos. Sugere leituras atualizadas

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e pertinentes para aprofundamento teórico-metodológico do professor, tendo livros e meios eletrônicos como suportes que, além de referenciados, são apresentados através de uma breve ementa.

A estrutura editorial e o projeto gráfico da obra são adequados ao trabalho com jovens e adultos. A sua formatação permite leiturabilidade, com uso adequado de pontuação, tamanho das frases e parágrafos, uso de recursos na apresentação de informações complexas (como a apresentação em tópicos) e hierarquização da informação. Apresenta ilustrações que exploram funções que as imagens podem exercer no processo educativo, e não somente o papel estético ou reforçador do texto principal. As ilustrações, imagens, mapas, tabelas e gráficos são apresentados com clareza, correção e adequação, sendo acompanhados dos respectivos créditos. As legendas são sintéticas, com cores definidas para ilustrações, imagens, mapas e tabelas. Observa-se legibilidade de layout no que se refere a dimensões e disposição de textos principais, das ilustrações, dos textos complementares e dos espaços em branco. Há utilização adequada do contraste de cor do texto e de fundo, e a impressão não prejudica a legibilidade no verso e anverso das páginas. O sumário - semelhante no Livro do Aluno e no Manual do Educador - apresenta uma organização que facilita a localização dos temas trabalhados, embora as páginas indicadas, a partir das referências, não estejam corretas, como não estão enumeradas algumas páginas do Manual. A obra explora, pelas imagens, o aspecto “visualização”, na perspectiva de contribuir para a construção do pensamento crítico dos alunos.

A linguagem adotada é clara e adaptada à realidade dos jovens e adultos, sem infantilização, reducionismo e simplificação. Ao longo da obra, os conteúdos escolares são articulados às experiências de vida dos alunos, possibilitando vivências escolares significativas e contextualizadas que atentam para as características de aprendizagem dos alunos e para a sua diversidade. Demonstrando coerência entre a proposta anunciada e a trabalhada, percebe-se uma atenção especial da obra acerca de questões relevantes que envolvem a diversificada realidade social brasileira, cuja problematização enseja reflexões acerca das especificidades do cotidiano do aluno, estimulando a sua postura crítica, com a devida mediação docente.



A proposta pedagógica demonstra coerência com a perspectiva de “alfabetizar letrando”, com atividades relevantes e compatíveis, mas não menciona essa dimensão do processo de alfabetização.

Quanto ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, a obra considera os conhecimentos prévios dos educandos, favorecendo a construção de hipóteses sobre o sistema de escrita alfabética, a partir de sua realidade de vida e inserções no mundo do trabalho. São propostas atividades que ajudam a refletir sobre as relações grafo-fonêmicas, bem como sobre as orientações ortográficas que regem o sistema de escrita alfabética, em situações de uso individual/social da leitura e da escrita.

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As práticas de leitura atentam para o contexto de produção do texto, favorecendo o pensar sobre as características dos gêneros discursivos, seus usos sociais e individuais. As atividades de elaboração e confirmação de hipóteses de leitura são a tônica da obra. Nesse sentido, há atividades que visam tratar de elementos inferenciais. A maior parte das atividades é direcionada, contudo, à localização de informações explícitas no texto, como título da obra, tema, mensagem, pontos de vista defendidos, ideias centrais, o que também é importante. É o caso, por exemplo, do trabalho proposto com o poema “Morte e vida Severina” que favorece níveis mais amplos de abstração e generalização, ao ensejar reflexões como “O que significa ter uma morte e vida Severina?”. Dentre os textos apresentados, a autoria é dividida entre João Cabral de Melo Neto, Marina Colasanti, Millôr Fernandes, Dorival Caymmi, Cora Coralina e outros, registrando-se que há estudos da biografia de personagens da cultura brasileira, como Patativa do Assaré, Grande Otelo, João Amado, Carolina de Jesus e Isabel Mendes Cunha.

A produção textual é uma atividade recorrente na obra. As produções são estruturadas a partir de uma variedade de gêneros discursivos, adequados aos alunos da EJA, e que contemplam diferentes conteúdos sociais - artes plásticas, literatura, imprensa. Dentre os gêneros, podem ser citados: reportagem, debate, carta, depoimento, poema, biografia, cartaz, etc. As propostas refletem, em sua maioria, sobre as propriedades dos gêneros discursivos indicados, orientando o aluno quanto ao planejamento da produção, e são seguidas por modelos de gêneros, com boa qualidade. Entretanto, não se observa investimento na exploração das características dos gêneros para a atividade de produção textual. A obra apresenta enunciados claros, indicando, por vezes, as condições de produção e circulação dos textos a serem escritos. Há proposições direcionadas à revisão e à reescrita dos textos, entretanto, as atividades que focalizam essas atividades (pontuação, paragrafação, aspectos ortográficos e gramaticais, etc.) são apresentadas em ações de reflexão de palavras fora do texto, em situações pontuais. Embora existam textos sem indicação de fontes, os textos de fontes declaradas são autênticos.

Observa-se, no trato com a oralidade, uma diversidade relativa aos gêneros orais. As propostas encontradas são mais voltadas para a conversação sobre determinado tema; socialização de experiências e compartilhamento de conhecimentos acumulados na trajetória pessoal dos alunos; propostas essas que, se não estiverem com objetivos claros, podem se constituir como carentes de reflexão sobre a oralidade. Não são propostas atividades que ajudem o aluno a refletir sobre o uso da linguagem oral em situações formais e informais, tampouco são trabalhadas situações de reflexão sobre as relações de proximidade e diferenças entre fala e escrita, entre gêneros orais e escritos. Não obstante, o aluno é chamado a refletir, em algumas ocasiões, sobre o respeito às variedades linguísticas não prestigiadas, o que promove um olhar sobre essa diversidade, tomando a variação como elemento identitário das línguas.


A estratégia metodológica adotada na obra favorece a articulação dos conteúdos matemáticos escolares às experiências de vida e ao cotidiano dos alunos, oferecendo situações de aprendizagem que possibilitam experiências significativas, em contextos que ampliam sua compreensão sobre a realidade social. Além disso, a obra faz uso


de uma linguagem adequada, atende às características de aprendizagem do aluno da EJA, estimulando sua postura ativa, além de valorizar a mediação do professor, particularmente nas seções “Em roda” e “Para pesquisar”.

No geral, particularmente no campo de números e tratamento da informação, há situações que favorecem o trabalho de matematização de situações do cotidiano do aluno e o uso de diferentes tipos de representação, tais como expressões numéricas, tabela e gráficos. Apesar de o livro apresentar problemas que permitem mais de uma solução, eles nem sempre estão associados a situações desafiadoras. Existem atividades explorando o desenvolvimento do cálculo mental, mas as situações que exploram estimativas estão presentes somente em uma atividade.

No campo de números e operações, a obra explora os diferentes usos dos números - contagem, medida, ordem e código, noções de unidade, dezena e centenas - incluindo o uso do ábaco, ideias e fatos básicos das operações de adição e de subtração, bem como ideias de múltiplos e metade. A seleção e a distribuição dos conteúdos desse campo são consideradas adequadas para esse nível de escolaridade e a abordagem contribui para a construção dos significados dos números e operações. Porém, em relação aos números racionais, as atividades se limitam à ideia de metade, deixando de tratar outros conceitos presentes no cotidiano de alunos da EJA.

Em relação à geometria, a obra aborda de maneira significativa, e por meio de atividades contextualizadas, noções de localização e deslocamento no espaço. Por outro lado, o trabalho com a noção de figuras espaciais se resume à apresentação de desenhos e nomenclatura de alguns sólidos geométricos, seguidas de atividades em que se pede para o aluno encontrar imagens de objetos que lembrem tais figuras geométricas. Posteriormente, são apresentados desenhos e nomes das figuras planas, seguidas de atividades em que se pede para o aluno identificar semelhanças entre tais figuras, bem como obter algumas figuras poligonais por meio de composição de outras. Em resumo, a obra não explora, de forma sistemática, a identificação das figuras planas e espaciais por meio de suas propriedades, o que não favorece a construção de significados no trabalho com geometria.

No âmbito das grandezas e medidas, a obra explora noções de comprimento, valor monetário e tempo, por meio de atividades que visam ao estabelecimento de relações entre as unidades, além de noções de capacidade. Todavia, a obra não se preocupa em discutir a diferença entre grandeza e medida, nem busca o estabelecimento das relações entre unidades de medidas, além de não explorar o uso de instrumentos diversificados de medida. As grandezas área, volume e massa não são contempladas, apesar de sua reconhecida importância nas práticas sociais de jovens e adultos.

Sobre o tratamento da informação, são contempladas atividades em que o aluno é convidado a preencher tabelas, construir gráficos de barras e analisar gráficos de barras ou setores. Nas atividades envolvendo análises de gráficos de barra ou de setores, os alunos são estimulados a ler e interpretar por meio de comparação visual das áreas das barras ou setores, na medida em que os gráficos não contêm valores numéricos. Além disso, as situações são apoiadas em contextos que contribuem para a compreensão significativa desses conceitos.

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dEstAQuEs dA obrA A obra apresenta uma proposta pedagógica coerente com o público a que se destina. A autonomia, o diálogo e o trabalho coletivo são estimulados. Os conteúdos selecionados favorecem a construção de práticas relevantes para o estudante, construindo ambientes favoráveis ao diálogo entre as diferentes áreas do conhecimento. Assim sendo, coerentemente com a proposta interdisciplinar anunciada, a obra contempla a discussão articulada de temáticas variadas que também contribuem para a inserção social crítica do aluno e para o desenvolvimento da cidadania. O estímulo à participação em atividades relacionadas com o cotidiano, na sala de aula, é uma preocupação recorrente na obra.

Há um investimento sistemático na reflexão sobre a língua, envolvendo atividades de apropriação do sistema alfabético de escrita e de práticas de leitura e produção textual.

De forma geral, as atividades e exercícios dedicados à Alfabetização Matemática são adequados aos conteúdos, possibilitando situações de investigação, assim como a interação dos alunos com os colegas e a mediação do professor. Há aspectos que são trabalhados com frequência: problematização, observação, análise, comparação, interpretação, registros e comunicação. No entanto, há competências que são trabalhadas esporadicamente, como experimentação, síntese e avaliação.


A obra favorece a participação do aluno, de várias formas. Nesse sentido, é importante que o professor atente para as situações de produção dos gêneros discursivos, favorecendo de forma sistemática as condições de produção e circulação dos textos. Ressalta-se também a necessária orientação docente nas atividades voltadas para a produção textual, estimulando o planejamento, a revisão e a reescrita dos textos, focalizando pontuação, paragrafação, segmentação, orientação da escrita, aspectos ortográficos e gramaticais, coesão e coerência da produção escrita, dentre outros.

Igualmente, no desenvolvimento das atividades, o professor deve observar as relações entre diferentes textos, comparando-os quanto às suas formas composicionais e aos conteúdos apresentados.

No eixo da oralidade, é necessária a intervenção docente, propiciando espaços de reflexão sobre o uso da língua em suas diferentes condições de realização e produção, atentando também para os gêneros orais.

Outro elemento importante está no sentido de propor, de forma articulada, as atividades do Livro do Aluno e os acervos didáticos da escola, disponibilizados pela TV Escola, PNLD-dicionário, PNBE, dentre outros. Este é um momento que favorece a ampliação do conhecimento pelos alunos, ajudando-os a vivenciar práticas de letramento, também no espaço da escola.

Recomenda-se atenção especial do professor quando da realização da atividade da página 19, para que esclareça ao aluno que os diferentes falares do povo brasileiro não podem ser confundidos com “diferentes nomes” das letras do alfabeto, uma vez que em todos os lugares do país as letras do alfabeto têm os mesmos nomes.


Em relação à Alfabetização Matemática, é importante que o professor apresente aos alunos novas situações que os levem a reconhecer os conhecimentos matemáticos em suas práticas cotidianas. Isso se mostra mais importante no trabalho com gráficos, reconhecendo as grandezas envolvidas e a origem das contagens.

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obrA é boM APrENdEralfabEtização dE JovEns E adultos 24837col37volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24837c3700

autoras: cassia Garcia de souza, Marinez Meneghello, angela PassosEditora: Editora ftd saano: 2009 - 1ª edição

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Esta é uma obra que busca a interdisciplinaridade. Entretanto, os componentes curriculares – Letramento e Alfabetização Linguística e à Alfabetização Matemática – têm espaço definido. É a partir de cada componente que se busca a relação com outros campos. O sumário está presente no início de cada componente curricular e algumas palavras têm seu significado explicado em glossário localizado na página em que aparecem.

A concepção de ensino-aprendizagem é compatível com as Diretrizes Curriculares Nacionais para EJA, na medida em que busca revestir de significância e acessibilidade os conteúdos, aproximando-os da realidade social dos alunos. No entanto, o controle do processo de aprendizagem, pelos alunos, é pouco estimulado, visto que os objetivos são explicitados apenas no Manual do Professor, deixando nas mãos do docente a responsabilidade de gerenciar o processo pedagógico.

A Alfabetização Linguística é estruturada em 10 unidades de estudo, que abordam as formas de comunicação, nome próprio e história de vida, além de memórias da infância, temas sobre consumo e ecologia, relações de trabalho e amizade, respeito à terceira idade. Ao final das unidades, são apresentadas atividades sobre letras cursivas, sugestões de livros e filmes, material para recorte, como alfabetos móveis.

A Alfabetização Matemática contempla os conteúdos referentes aos eixos números e operações, geometria, grandezas e medidas e tratamento da informação, intercalados entre 15 unidades: Números; Adição; Subtração; Retas; Multiplicação; Medidas de tempo; Tabelas; Divisão; Medidas de comprimento; Formas geométricas planas; Medidas de temperatura; Medidas de massa; Gráficos; Formas geométricas espaciais; Medidas de capacidade. Nas páginas finais desse componente apresenta-se material para recorte como alfabeto móvel, moedas, e figuras geométricas.

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O Livro do Aluno anuncia, como estratégia metodológica, a apresentação dos conteúdos “por meio de textos [...] acompanhados de atividades que propiciam a participação ativa do aluno”, mas observa-se que a estratégia é realizada de forma desigual entre os dois componentes curriculares, uma vez que é mais desenvolvida no componente de Língua Portuguesa.

O Manual do Educador contém as atividades do Livro do Aluno, com respostas às atividades propostas e orientações para o trabalho em sala de aula. Traz ainda um suplemento com um breve histórico dessa modalidade de ensino; um perfil dos alunos de EJA; uma reflexão sobre o papel do educador no trabalho com o aluno; os objetivos do ensino fundamental para jovens e adultos; concepções sobre interdisciplinaridade e transversalidade, sobre avaliação, leitura, escrita e oralidade; informação sobre utilização da internet. O manual tece ainda considerações sobre temas do mundo do trabalho e educação para a cidadania; educação ambiental; a importância do uso de materiais diversificados em sala de aula; algumas leis, documentos e programas oficiais de interesse, apresentando o endereço eletrônico e comentários.

Na parte específica de Letramento e Alfabetização Linguística, o manual apresenta os pressupostos teóricos que fundamentam comentários e sugestões sobre as unidades. Na parte de Alfabetização Matemática, apresenta ao professor alguns tópicos sobre o ensino: objetivos; linguagem matemática; resolução de problemas no contexto diário; forma de desenvolvimento dos conteúdos; comentários e sugestões sobre as unidades. Ao final, apresenta sugestões de leitura para os alunos e referências bibliográficas para o professor na área de Educação, de Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática.

Com relação ao projeto gráfico, verifica-se clareza nos elementos explicativos para sua compreensão. Os títulos e subtítulos são claramente hierarquizados por meio de recursos gráficos compatíveis. Do ponto de vista semiótico, o projeto é capaz de motivar o leitor, pelo cuidado com o tamanho e forma das letras, imagens ricas em detalhes e cores nítidas, bom layout de página quanto à disposição do texto principal, das ilustrações, dos textos complementares, dos espaços em branco, das margens e colunas. Embora alguns conteúdos sejam trabalhados através de atividades simplificadas, a linguagem não apresenta infantilização ou reducionismos, resultando bem adequada ao público-alvo.



A obra apresenta diversos gêneros discursivos, contemplando diferentes contextos sociais de uso da escrita, não reduzindo ou simplificando seu uso ao contexto escolar. Há inserção de textos literários, os textos apresentam autenticidade, são mantidas unidades de sentido em adaptações ou recortes, com adequação ao público-alvo.

A obra estimula, no que diz respeito ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, a construção de hipóteses sobre o sistema de representação alfabética, considerando conhecimentos prévios do alfabetizando da EJA sobre a língua escrita. Promove a

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familiarização do alfabetizando com as letras do alfabeto e os tipos de letras; cria situações para reflexão e utilização de convenções gráficas da escrita; favorece, em algumas situações, a compreensão do alfabetizando de que a correspondência entre escrita/pauta sonora é realizada entre grafema/fonema e não entre grafema/sílaba; cria situações favoráveis à compreensão de que as regras de correspondência grafofônica são ortográficas; promove situações de uso e reflexão sobre as normas ortográficas, sobre a comparação de palavras quanto a semelhanças e diferenças sonoras, com ou sem correspondências gráficas; estimula a leitura e a escrita de palavras estáveis, que podem compor um repertório familiar (nomes de pessoas, localidades etc.).

No conjunto das práticas de leitura, o livro resgata parcialmente conhecimentos prévios dos alunos, de modo a promover a compreensão da leitura. Na mesma direção, estabelece parcialmente relações entre diferentes textos, comparando-os quanto às suas formas composicionais e aos conteúdos apresentados, relacionando-os a textos do próprio livro. São satisfatórias as informações ao leitor sobre contextos de produção dos textos (época, lugar, autor); explicitação dos gêneros discursivos em pauta, promovendo a reflexão sobre as suas características e usos sociais e individuais; identificação de finalidades das leituras, com base no (re)conhecimento dos gêneros discursivos, dos suportes e da contextualização dos textos; identificação dos temas, mensagens, ponto(s) de vista defendido(s), ideias centrais, tendo em vista a apreensão dos sentidos gerais dos mesmos. Os alunos são instados a estabelecer relações lógicas entre partes do texto; localizar informações explícitas; inferir informações implícitas nos materiais lidos, com base em indicações presentes no texto; trabalhar a elaboração e confirmação de hipóteses de leitura a partir de indicadores dos textos; interpretar o significado de frases, expressões e palavras, considerando o contexto em que foram usadas.

No que diz respeito à natureza do material textual/produção de textos, também é parcial a forma pela qual o livro focaliza pontuação, paragrafação, aspectos ortográficos e gramaticais, coesão e coerência da produção escrita. Ressalta-se, contudo, dentre os quesitos positivos relacionados a essa dimensão textual, o incentivo à produção e variados gêneros discursivos potencialmente significativos para os alunos. Destacam-se também as propostas de reflexão sobre as propriedades dos gêneros discursivos indicados, as atividades de orientação para a produção textual, assim como a clareza dos enunciados, indicando as condições de produção e circulação dos textos a serem escritos.

Com relação à oralidade, a obra propõe atividades de uso em situações formais e informais, de variados gêneros orais; apresenta situações que favorecem a reflexão sobre a heterogeneidade linguística; propõe situações de socialização de experiências e compartilhamento de conhecimentos acumulados na trajetória pessoal dos alunos; articula conceitos e conteúdos de Língua Portuguesa com outros campos do conhecimento científico, como meio ambiente, trabalho, relações de gênero.


A estratégia metodológica de apresentar os conteúdos “por meio de textos [...] acompanhados de atividades que propiciam a participação ativa do aluno” está presente em poucos momentos do desenvolvimento do trabalho com Alfabetização Matemática.


Algumas atividades são repetitivas e mecânicas, explorando poucos processos de reflexão do aluno. O cálculo mental é apresentado em uma concepção de “fazer rapidamente operações” o que não favorece a exploração de estratégias pessoais que os alunos trazem de suas práticas sociais.

Embora a obra sinalize o reconhecimento de que jovens e adultos “são pessoas que já possuem saberes, [...] os quais influenciam na sua visão de mundo, interferindo diretamente na maneira como deve ser conduzido o processo de ensino aprendizagem”, apresenta poucas atividades em que a articulação entre os conteúdos e as estratégias próprias de pensar do aluno se faz presente. Não há, em geral, sondagem de conhecimentos prévios e as avaliações propostas ao longo da obra são, em sua maioria, meros exercícios de fixação, e estão presentes, basicamente, no trabalho com Letramento e Alfabetização Linguística.

A obra contempla os quatro campos do ensino de Matemática, mas a articulação entre esses campos ocorre em algumas atividades isoladas, explorando-se pouco a articulação com outras áreas do conhecimento.

No campo dos números e operações, a obra limita-se a trabalhar os números naturais até a ordem das centenas simples e não apresenta situações de ensino aprendizagem envolvendo os números racionais. A operação de subtração só é apresentada nos casos em que possa ser feitas sem reagrupamento. Porém, os conteúdos trabalhados favorecem a construção do significado, explorando vários significados dos conceitos. O livro identifica, por exemplo, os números com elementos que os jovens e adultos já conhecem, como o tamanho das roupas, calçado, endereço etc., utilizando diversas formas de representação, em contextos diferenciados. Faz uso também de material concreto, como o material dourado e ábaco, assim como o agrupamento na base dez e no contexto monetário. Na adição com os números, utilizam-se preços de roupas e a representação icônica, com reagrupamento de dez em dez. A adição é apresentada sem e com reagrupamento, utilizando a técnica da decomposição dos números, explorando o cálculo mental, bem como a utilização da calculadora. Na Unidade 8, “Divisão”, primeiro é apresentada a relação um para muitos e a operação de divisão como operação inversa da multiplicação para, depois, usar a representação icônica, o cálculo mental e a operação com a calculadora. Ao final, são apresentados os algoritmos tradicionais.

O campo da geometria apresenta um trabalho que valoriza o reconhecimento das figuras planas, espaciais e a localização de ruas para trabalhar retas paralelas, concorrentes, perpendiculares etc., sem maiores preocupações com a localização e deslocamento. As propriedades das figuras geométricas não são contempladas na obra, assim como o trabalho com simetrias.

Em relação ao campo das grandezas e medidas, a obra explora de maneira criativa as medidas do tempo, fazendo associação com as atividades do cotidiano, apresentando as horas, dias, semanas meses e os diferentes fusos horários. A mesma estratégia é adotada para o trabalho com as medidas de comprimento, apresentando das medidas informais até as medidas padrão. Para as medidas de temperatura, são sugeridas atividades interessantes de coleta de dados e de experimentação. Entretanto, a obra não explora a noção de área, tão presente no cotidiano de alunos da EJA.

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Em relação ao campo do tratamento da informação, trabalha-se a elaboração de listas e a leitura, interpretação e construção de tabelas e gráficos de forma adequada. Contudo, os temas são infantis, perdendo-se a oportunidade de utilizar esses conceitos em atividades que favoreçam mais a cidadania e a leitura do mundo, com temas mais relevantes para o universo do jovem e do adulto.

dEstAQuEs dA obrA O Manual do Educador estimula a valorização dos saberes prévios dos alunos frente aos conteúdos didáticos, apresentando propostas de atividades individuais e em grupo, além daquelas contidas no Livro do Aluno; propõe integração das linguagens, inclusive as midiáticas e o uso de computadores para a pesquisa na internet.

Os conteúdos de Matemática trabalhados na obra, na sua grande maioria, estão ligados ao cotidiano dos jovens e adultos, permitindo experiências significativas, diversificadas e contextualizadas. Ao abordar a temperatura, por exemplo, apresenta antes a temperatura do corpo humano, nos casos de temperatura normais e estado febril, para depois fornecer sugestões de coleta de dados sobre temperatura, promovendo a sistematização da observação do fenômeno para, em seguida, apresentar uma situação de experimentação. Isto acontece quando solicita que os alunos testem temperaturas através da imersão da própria mão, primeiro em um copo com água em temperatura ambiente, depois em outro copo com água e gelo.

A obra propõe, de um modo geral, situações de aprendizagem que auxilam o aluno a ampliar sua compreensão sobre a realidade social, o que se torna mais evidente nas atividades relacionadas a Alfabetização Linguística e menos naquelas relacionadas a Alfabetização Matemática. Na parte referente ao Letramento Matemático, as atividades que articulam situações do cotidiano do aluno são, por vezes, pouco significativas ou artificiais.


Faz-se necessário ressaltar que, apesar da coerência dos conteúdos em relação aos objetivos anunciados, esses objetivos estão apenas implícitos nas atividades e exercícios do Livro do Aluno. Como resultado, observa-se que as estratégias metodológicas não atendem plenamente à sua potencialidade. É recomendável, portanto, que o professor faça a explicitação dos objetivos no cotidiano da sala de aula, ao introduzir novo conteúdo e no decorrer da avaliação processual, uma vez que os alunos devem ter a consciência sobre quais dos objetivos foram alcançados, assim como sobre aqueles que não foram ainda atingidos, e o que precisam fazer para completar cada dimensão do seu processo de aprendizagem.

A obra não estimula a postura ativa dos alunos no trabalho com Alfabetização Matemática, e valoriza pouco a mediação do professor. Por isso, faz-se necessário que o professor complemente o trabalho da obra com atividades que desafiem os alunos e os levem a discutir as estratégias por eles utilizadas, uma vez que, em geral, as tarefas propostas pelo livro são de caráter mecânico e não levam os alunos à reflexão.

É preciso maior investimento em cálculo mental e estimativas, procedimentos amplamente utilizados por jovens e adultos, e um maior estímulo ao cálculo usando a calculadora.


obrA PoNto dE ENcoNtro - EdIção AtuAlIzAdA alfabEtização dE JovEns E adultos 24856col37volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁtica cÓd.: 24856c3700

autores: Marco antônio Hailer, Karina Perez GuimarãesEditora: Editora ftd saano: 2009 - 1ª edição (atualizada)

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A obra trata da Alfabetização de Jovens e Adultos, em um volume único, disciplinar, que se estrutura em unidades. A parte destinada a Letramento e Alfabetização Linguística apresenta as seguintes seções: 1 – “Começo de Conversa” é a abertura de cada unidade e tem por objetivo o levantamento de conhecimentos prévios dos alfabetizandos, a partir da leitura e observação de textos diversificados; 2 – “Leitura” é a seção em que aparece o texto principal da unidade de trabalho, seguida do trabalho nos níveis contextuais, textual e linguístico; 3 – “Apresentação das letras” tem como ponto de partida o texto e sua situação de produção e um trabalho específico com a apropriação do sistema de escrita; 4 – “Conhecendo um(a) escritor(a) brasileiro(a)” aparece em algumas unidades e tem como objetivo criar um momento de apropriação de um texto literário de autor consagrado da literatura brasileira; 5 – “Produção de texto” traz a proposta de criação de um texto coletivo que deve ser desenvolvido em duplas, em grupo ou com a classe toda formulando hipóteses sobre o seu conteúdo; 6 – “Fique por dentro” sugere uma leitura complementar que aprofunda a leitura principal, com ênfase na compreensão textual; 7 – “Hora da…” é a seção que encerra as unidades de trabalho, trazendo um texto para fruição: notícia, poesia, piada, lenda, entre outros. As atividades são inicialmente propostas em letras maiúsculas e, posteriormente, são usadas letras maiúsculas e minúsculas.

A parte de Alfabetização Matemática focaliza os seguintes temas: o número e seus usos, as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão, o uso da calculadora, o sistema monetário, geometria, medidas de comprimento, de tempo, de massa e de capacidade. As unidades são organizadas a partir de pequenos textos, seguidos de seções intituladas: “comente” - com questões para debate entre os estudantes -; “agora é com você” – com atividades para trabalho com os conteúdos; “fique por dentro” – com textos variados que relacionam a Matemática a temas transversais ou a outras áreas de conhecimento. A obra também traz um glossário de termos matemáticos e uma lista de sugestões de leitura e sites para o alfabetizando.

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A obra realiza um trabalho equilibrado entre os diferentes componentes da alfabetização e do letramento. A sua adoção vai permitir aos professores o acesso a um material que apoie o desenvolvimento de suas práticas docentes nessa perspectiva. Ao mesmo tempo, esse tipo de proposta permite que os alunos compreendam a lógica de organização dos princípios do sistema de escrita alfabético e se insiram em práticas reais de linguagem.

A obra apresenta uma perspectiva interacionista da linguagem em que leitura, produção escrita de gêneros discursivos, orais e escritos, e a exploração dos conhecimentos linguísticos são considerados de modo contextualizado e imbricados entre si. Ao adotar essa concepção de linguagem como norte para o ensino de língua materna, trabalha com a verdadeira substância da língua que é a interação verbal. Quando interagem pela linguagem, os interlocutores não produzem palavras e frases, mas enunciações consubstanciadas em gêneros discursivos.

Há uma valorização do papel mediador do professor no processo de construção de conhecimentos sobre a língua materna que se evidencia nas seguintes atividades a serem realizadas em sala de aula: leitura de textos para os alunos; orientações no preenchimento de ficha de crédito; orientação sobre o uso do dicionário; orientação na produção de um bilhete, entre outras.

A obra é adequada ao trabalho com jovens, adultos e idosos, pois contempla assuntos de interesse desse público tais como trabalho, situações do dia a dia, esporte, lazer, meio ambiente, papel da mulher na sociedade e saúde. Embora não aprofunde essas temáticas, a obra possibilita ao alfabetizando a discussão de questões importantes a ele relacionadas, cabendo ao professor alfabetizador enriquecê-las com outros textos relacionados a essas questões.

A linguagem é utilizada de forma adequada, evitando-se infantilização, reducionismo e simplificação. Desse modo, as imagens/figuras apresentadas são apropriadas para livros de alfabetização de jovens e adultos à medida que aparecem figuras de objetos ligados ao mundo do trabalho e das relações sociais específicas desse segmento.

Quanto ao Livro do Aluno, no que concerne à apresentação de objetivos, embora estes não estejam visíveis no início da obra, a proposta didático-pedagógica apresenta objetivos de aprendizagem coerentes e compatíveis com as diretrizes gerais da EJA.

No tocante aos procedimentos metodológicos, há a possibilidade de articulação dos conteúdos escolares às experiências de vida dos alunos. As unidades da obra em questão privilegiam as experiências culturais dos alunos, resgatando importantes elementos que exploram a diversidade de seus contextos de vida e de trabalho. Permitem, igualmente, a compreensão sobre a sua realidade social.

O Manual do Educador apresenta informações claras sobre a organização da obra, o seu formato é esclarecedor quando apresenta cada unidade, inserindo nelas, as seções específicas das áreas, as estratégias metodológicas para contemplá-las e as propostas de desenvolvimento das atividades. Acerca da reflexão sobre os processos avaliativos, o manual apresenta orientações pautadas numa perspectiva de reorientação do trabalho docente. Configura-se como ferramenta indispensável para o uso da obra na


sala de aula, já que contém elementos de uma mediação docente problematizadora, necessários ao desenvolvimento da prática alfabetizadora do professor.

O manual indica textos complementares além dos que são apresentados no Livro do Aluno. Ademais, insere uma seção sobre atividades iniciais de sondagem dos alunos seguida de indicações de filmes que podem ser trabalhados na sala de aula, além de trazer referências de sites para o alfabetizador.

O projeto gráfico reflete de forma adequada a organização geral da obra, no que tange à funcionalidade do sumário, da intitulação e dos recursos utilizados para evidenciar a separação de unidades e seções. Por toda a obra, a estrutura editorial não incorre em infantilizações, inserindo elementos gráficos adequados ao público a que se destina.



No que tange ao trabalho voltado à aprendizagem dos princípios básicos do sistema alfabético, a obra contribui para a sistematização de um conjunto diversificado de atividades deste eixo: reconhecimento das letras do alfabeto em seu conjunto e em ordem sequencial; uso de diferentes tipos de letras; desenvolvimento da noção de palavra; análise da estrutura da palavra através da identificação de letras em diferentes posições e das sílabas como unidades sonoras; reflexão e utilização de convenções gráficas da escrita; leitura e a escrita de palavras estáveis, que podem compor um repertório familiar, como por exemplo, atividade de escrita e reflexão do próprio nome.

Em relação à natureza do material textual, é possível identificar um tratamento didático efetivo desde a sua seleção. São inseridos gêneros discursivos autênticos, de espaços de circulação diferentes e selecionados com conteúdos pertinentes aos alunos a que se destinam, tais como placas de rua, obras de arte, documentos, notícias, textos informativos, piada, músicas, história em quadrinhos, canções folclóricas, crônica, carnê de crediário, calendário, bilhete, lista, anúncios, charge, etc.

No que refere às práticas de leitura, a obra contribui para a formação geral do leitor, visto que respeita as convenções e os modos de ler constitutivos dos diferentes gêneros pertencentes às diferentes dimensões do letramento. Os textos são trabalhados em situações reais de uso da língua. Além das informações explícitas, o aluno é levado a inferir e a interpretar as informações veiculadas. Porém, em alguns casos, o texto é usado como pretexto para o trabalho com a base alfabética da língua. Sendo assim, não há uma exploração coerente de seus sentidos e significados.

No que tange às propostas de produção textual, é preciso salientar que o contexto de produção do texto é resgatado, isto é, há indicações para o aluno acerca de esfera, suporte e função social dos textos. Os objetivos de leitura são, na maioria das vezes, definidos.

A obra trabalha com atividades que fazem uso da linguagem oral como mecanismo de ensino-aprendizagem. Observa-se o trabalho sistemático com relatos formais sobre

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textos, relato de experiências, discussões de temas polêmicos, recital de poesia, contação de história, descrição de uma casa, dramatização de um “causo” que aconteceu na vida real e outros. A obra atenta para atividades de uso da linguagem oral em situações formais e informais.


A Matemática é trabalhada em contextos significativos ao jovem e adulto com exploração de situações cotidianas diversificadas referentes ao trabalho, à saúde, ao lazer e ao conviver diário. A estratégia metodológica privilegia a apresentação dos conteúdos para, em seguida, promover discussões e atividades a serem realizadas individualmente ou em grupos. Essas atividades contemplam o trabalho com estimativas, em algumas ocasiões, bem como o cálculo mental. Diversificados usos da calculadora são estimulados: manuseio do teclado, explorações conceituais e jogos. Discute-se, também, o uso desse recurso no trabalho e nas compras à vista e a prazo.

No trabalho com números e operações, são discutidas as funções dos números (indicar quantidade, ordem e código), bem como a história dos números e dos sistemas de numeração. As operações aritméticas são apresentadas em diferentes significados e o uso do material dourado como recurso auxiliar de operacionalização é explorado nas quatro operações fundamentais. Diferentes procedimentos de cálculo são apresentados (por decomposição, processos rápidos e processos longos) para operações sem e com recurso. O tratamento do resto de divisões é discutido, mas o estudo dos racionais não aparece na obra.

Na geometria, são apresentados os sólidos geométricos – diferenciando os de superfícies planas e os de faces não planas; as figuras planas – classificando-as em formas poligonais e não-poligonais; planificações de sólidos; linhas retas e curvas e simetria. Atividades de localização e deslocamento no plano também são exploradas na obra.

Em relação às grandezas e medidas, são trabalhadas as grandezas monetárias, tempo, massa e capacidade, além da grandeza geométrica comprimento. Breves históricos das medidas são apresentados, bem como o uso de instrumentos de medição, as unidades de medida adequadas e a aplicação em situações cotidianas.

O tratamento da informação é explorado ao longo de toda a obra, com quadros, tabelas e gráficos de colunas e barras. Não são apresentados gráficos de setores ou de linhas, nem há estímulo ao estudo de porcentagens ou médias, ideias que permeiam o cotidiano de jovens e adultos.

dEstAQuEs dA obrA A obra em questão apresenta como destaque um número significativo de atividades que promovem a apropriação do sistema de escrita e dos usos formais da oralidade no contexto do cotidiano do aluno da EJA. As relações entre fala e escrita e as variedades linguísticas também se constituem como foco de análise. No que diz respeito à leitura e seu tratamento, a obra contempla o desenvolvimento de estratégias como identificação de ideias centrais, inferência, levantamento de hipóteses, verificação de informações e sumarização, necessárias à compreensão de informações presentes no texto.


Na parte destinada à Matemática, o alfabetizando poderá fazer a leitura de diversos gêneros discursivos do cotidiano que mobilizam o conhecimento matemático: contas de água, tabelas, nota fiscal, horário, mapa, poemas, receita médica, etc. As atividades relacionadas a esses textos referem-se a situações que, geralmente, fazem parte da vida dos jovens, adultos e idosos que estão sendo alfabetizados.

O trabalho com Matemática, nesta obra, também propõe ao alfabetizando situações de leitura que contribuam para que ele aprenda a localizar informações numéricas presentes em um texto, e o ajudem a desenvolver a capacidade de tirar conclusões sobre questões matemáticas a partir das indicações textuais, mesmo quando o texto não contenha informações explícitas sobre essas questões.

Em relação à escrita, as atividades incentivam os alunos a produzir textos com o registro de representações matemáticas em situações de uso cotidiano. Assim, por exemplo, eles poderão fazer representações na calculadora, elaborar cartazes mostrando como podem comprar produtos em oferta no supermercado, representar uma situação de compra que envolve troco e fazer, por escrito, um orçamento mensal para sua família com base na renda que têm.

O livro trabalha com o reconhecimento de números em contextos diários e estimula o uso de estratégias para quantificar e para fazer estimativas. Há, também, atividades que promovem a familiarização do alfabetizando com os algarismos em diferentes situações de uso e tipos de impressão. Há oportunidades para se desenvolver a interpretação de números que estão presentes nas relações sociais dos alunos. Enfim, a obra dá atenção especial ao trabalho com conhecimentos matemáticos, articulando-os com gêneros discursivos. Essa articulação permite que a Matemática seja inserida nos contextos das práticas culturais e que os seus conceitos sejam problematizados pelos alunos em situações efetivas de uso social.


rEcoMEndaçÕEs Para o trabalHo EM sala dE aula

A concepção do professor como profissional disponível à aprendizagem e à pesquisa constitui um elemento importante presente no Manual do Educador. Porém, é necessário atentar que alguns suportes originais dos textos apresentados para leitura são adaptados apenas para compor o livro didático. Nesse caso, o professor deverá apresentar aos alunos exemplos concretos, com o objetivo de resgatar plenamente a autenticidade dos textos selecionados e os modos de ler que lhes são associados.

É importante, também, promover melhor investigação acerca dos contextos de circulação dos gêneros discursivos que aparecem no livro, para que os jovens e adultos percebam o funcionamento social dos textos em seus contextos reais de uso.

Algumas propostas de produção de texto oferecem possibilidades de compreensão de sua estruturação gráfica, mas necessitam de reflexão sobre a forma composicional do gênero a ser produzido e de suas condições de produção. Essa limitação requer

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que o professor encaminhe melhor o planejamento dos gêneros a serem produzidos, explicitando os objetivos em jogo, os destinatários visados e as diferentes formas de circulação social desses. O professor deve, ainda, orientar o aluno para atividades de reescrita de textos com o intuito de permitir ao aluno voltar ao que escreveu para aperfeiçoar as produções inseridas no circuito de comunicação. Caberá também ao professor introduzir e sistematizar questões ortográficas.

No trabalho com esta obra, o professor precisará desenvolver estratégias de leitura voltadas para a construção de sentidos, principalmente nos exercícios em que o texto é usado como pretexto para o ensino da base alfabética da língua. Neste sentido, o professor precisa praticar a leitura e a escrita a partir de textos reais. Contudo, é necessário que seja levado em consideração, nesse movimento, o equilíbrio entre alfabetização e letramento, isto é, um trabalho sistemático com a compreensão do sistema de escrita aliado a uma exploração de sentidos, estilos e significados de textos que circulam socialmente.


obrA vIdA NovA - EdIção AtuAlIzAdAalfabEtização dE JovEns E adultos 24873col37volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24873c3700

autores: isabella Pessoa carpaneda, angiolina domanico bragançaEditora: Editora ftd saano: 2009 - 1ª edição (atualizada)

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A obra é formada por um volume único, constituído de duas partes, Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática, voltadas para a ampliação das capacidades de generalização e abstração do pensamento, seja pelos temas abordados, seja pelas tipologias de atividades, instigadoras da reflexão sobre temas sociais relevantes e sobre conceitos da Língua Portuguesa e da Matemática relacionados com o cotidiano.

Algumas seções estão presentes nas duas partes do Livro do Aluno: Fique por dentro, que relaciona os conteúdos abordados com temáticas variadas; Para se divertir, que apresenta jogos e passatempos diversificados. Embora os objetivos de aprendizagem sejam explicitados somente no Manual do Educador, o Livro do Aluno traz estratégias metodológicas claras de trabalho, algumas específicas para Língua Portuguesa: Tantos textos; Sua opinião é importante; Produção; Leitura ouvida. Outras são específicas para Matemática, desenvolvidas individualmente ou em grupos, como Calculando de cabeça, que incentiva o cálculo mental.

No final de cada componente encontra-se um Glossário e Sugestões de Leitura, além de uma bibliografia comum aos dois componentes - Língua Portuguesa e Matemática. Também há encartes para serem recortados e utilizados nas atividades: letras do alfabeto, material dourado, dois tipos de Tangram e figuras geométricas.

No Manual do Educador são apresentados os objetivos de Língua Portuguesa e de Matemática, bem como a organização do trabalho e a avaliação proposta em cada área. Seguem-se as orientações das atividades propostas no Livro do Aluno, bem como atividades complementares de Língua Portuguesa e de Matemática. Este manual é acrescido de um Apêndice intitulado Anotações para o Alfabetizador, com sumário, apresentação e as seguintes seções: Objetivos; Organização do Trabalho; Avaliação; Anotações Específicas; Atividades Complementares. Em Matemática, a seção específica

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é Para início de conversa, com questionamentos que antecedem algumas atividades. Ao final, há textos complementares e uma bibliografia geral voltada para o professor.

A linguagem é adequada ao público da EJA, sem infantilizações. Embora não apresente reducionismos, algumas atividades propostas são muito simples, como os cálculos mentais do componente Matemática.

Quanto aos aspectos gráficos e editoriais, a obra apresenta-se de modo bastante atraente ao público-alvo, apresentando textos não muito longos, alternados por ilustrações que enriquecem a abordagem dos conteúdos. O Livro do Aluno adota letra “caixa alta” nos fragmentos de textos a serem lidos por eles, e outros tipos nas demais atividades. As vinhetas indicativas das atividades do aluno revelam o zelo com esse público, pois suas formas gráficas e cores facilitam a associação à natureza do exercício, em apoio à decodificação dos títulos das mesmas.



A obra contempla os processos de aprendizado do sistema alfabético de escrita e de letramento, estruturando o trabalho em torno de palavras geradoras e de exercícios com as letras iniciais das palavras. Estimula a formulação de hipóteses sobre o sistema de representação da escrita, considerando os conhecimentos prévios dos alunos. Os exercícios com a palavra geradora e suas letras e sílabas favorecem a familiarização com várias unidades gráficas e sonoras. São criadas situações para reflexão sobre convenções da escrita e da leitura. As normas ortográficas são abordadas, mas é dada preferência à comunicação da mensagem que o aluno deseja e à escrita de um repertório de palavras estáveis.

Nas práticas de leitura, geralmente os alunos são informados sobre o autor e sobre as condições de produção do material textual. Os gêneros discursivos são explicitados, as finalidades de leitura são identificadas. Os conhecimentos prévios dos alunos são considerados nas atividades de compreensão dos textos, através da exploração dos temas, pontos de vista ou ideias centrais. Estabelece relações lógicas entre as partes, especialmente nas atividades sobre textos cotidianos, como, por exemplo, no projeto pedagógico sobre a escrita de cartas. São trabalhadas em várias ocasiões as hipóteses de leitura, a partir de indicadores dos textos e de seus suportes, como no caso dos filmes a serem exibidos na turma, que introduzem o tema pelas hipóteses dos alunos, a partir da leitura visual das capas dos DVDs. Relacionam-se textos do próprio livro, especialmente aqueles que estão integrados no projeto pedagógico Central do Brasil, proposto no Manual do Educador.

Quanto à natureza do material textual/produção de textos, os textos são adequados aos alunos da EJA, em vários gêneros. Dá preferência a fragmentos de textos de uso cotidiano para leitura individual, incorporando a tipologia “leitura ouvida” para a audição, pelos alunos, de leituras de textos mais amplos sobre os temas abordados, ou de textos cujos gêneros não sejam acessíveis no cotidiano dos alunos, como os


textos literários. Nem todos os textos recebem os créditos e referências de suas fontes. São contemplados diferentes contextos de usos sociais do material textual, mais especificamente na ambiência escolar, onde são propostas várias atividades para divulgação das produções dos alunos, seja em exposições ou de forma interativa com outras turmas.

A obra incentiva a produção textual de forma potencialmente significativa para os alunos, propondo reflexões sobre propriedades dos gêneros discursivos indicados, orientando quanto à produção do gênero em pauta, suas condições de produção e circulação – destinatário, finalidades, adequação. Orienta quanto à revisão e reescrita dos textos, especialmente nos aspectos de coesão e coerência.

A linguagem oral é explorada em situações de usos formal e informal, em várias atividades. Embora não proponha situações que aprofundem reflexão sobre variedades linguísticas não prestigiadas, propõe situações de reflexão sobre relações e diferenças entre fala e escrita, gêneros orais e escritos, especialmente no projeto pedagógico sobre Cordel.


Na parte da obra voltada para a Alfabetização Matemática, a estratégia metodológica adotada contempla, em geral, uma apresentação do conteúdo a ser abordado por meio de pequenos textos, seguida de atividades a serem realizadas pelos alunos, individualmente ou em grupos. A interação entre alunos é incentivada por meio de sugestão de troca de ideias a respeito de fatos do cotidiano ou de procedimentos de cálculo utilizados. Cálculos mentais simples são estimulados, bem como o uso da calculadora, mas há poucas atividades de estimativa.

A história dos números é explorada no campo dos números e operações. Discute-se, em situações cotidianas, os usos e funções dos números, tais como quantificação, ordenação e código. As operações aritméticas são apresentadas com significados únicos, embora no Manual do Educador se ressalte a necessidade de serem discutidas outras ideias associadas à adição, subtração, multiplicação e divisão. A representação e operacionalização no Sistema de Numeração Decimal são facilitadas por meio de exemplos ligados às práticas sociais dos alunos e do uso do material dourado. Os jogos propostos também possibilitam reflexões sobre propriedades do SND. Inicialmente são trabalhadas a adição e a subtração sem recurso. Em seguida, essas operações aritméticas são apresentadas com a utilização de recurso, mas os poucos exemplos presentes na obra não facilitam a compreensão dos algoritmos formais. Não são trabalhados os algoritmos formais da multiplicação e da divisão de forma adequada. As frações são abordadas com o significado parte-todo, seguido de uma breve discussão sobre a noção de porcentagem.

O trabalho com o campo da geometria inicia-se com a apresentação de sólidos usuais: cubo, paralelepípedo, cilindro, esfera e pirâmide, e das principais figuras planas: quadrado, retângulo, círculo e triângulo. Essas formas e figuras, bem como a simetria, ampliações e reduções, são exploradas em expressões artísticas. Não há atividades de posicionamento ou deslocamento no plano ou no espaço.

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O campo das grandezas e medidas é pouco destacado na obra. O trabalho concentra-se nas medidas de tempo, de comprimento, de capacidade, de volume e de massa, deixando-se de lado a exploração conceitual sobre grandezas. Quanto ao sistema monetário, há uma breve discussão da história do dinheiro brasileiro e situações de representação e operacionalização com valores monetários. As grandezas geométricas área e perímetro, tão presentes no cotidiano dos alunos da EJA, são tratadas de forma superficial.

Em relação ao trabalho com tratamento da informação, tabelas e gráficos são amplamente apresentados, explorando-se as informações neles contidos. Algumas construções também são incentivadas. Ressalta-se que, em alguns casos, são usados histogramas quando o mais adequado seria gráficos de colunas. A porcentagem e a média são apresentadas de modo rápido e pouco aprofundado na obra.

DESTAQUES DA OBRA Os procedimentos metodológicos do Livro do Aluno atendem às especificidades da EJA na medida em que privilegiam características desses alunos, articulando conteúdos escolares às suas experiências de vida cotidiana, contextualizando a leitura individual em fragmentos de textos, de gêneros de uso social cotidiano, propiciando níveis mais amplos de compreensão através da “leitura ouvida”, com ênfase na mediação do professor para as construções de conteúdos sistematizados, como é o caso da norma-padrão de escrita.

Igualmente merecem destaque, em primeiro lugar, a preocupação com a construção cotidiana de uma autoestima positiva nos alfabetizandos, seja pelo foco na função mediadora do professor, seja pela escolha de material para as propostas de atividades. Em segundo lugar, destaque-se a presença, no Manual do Educador, de dois projetos pedagógicos completos e detalhados. O primeiro projeto é intitulado Central do Brasil, que a partir do filme homônimo trabalha a escrita de cartas do gênero pessoal e formal, retomando e integrando algumas atividades do Livro do Aluno. O segundo projeto pedagógico - Um encontro com cordel - incide sobre um dos temas do Livro do Aluno e tem por objetivo trabalhar a oralidade.

Diversas temáticas são abordadas no trabalho com Alfabetização Matemática, de modo a favorecer o desenvolvimento da cidadania e o convívio social. Ao longo da obra, são valorizados os relatos pessoais dos educandos e a troca de ideias entre colegas. As diversas seções e tipos de atividades que se repetem evidenciam a preocupação da obra com a participação e o papel ativo dos alunos em seus aprendizados.


No tocante à Alfabetização Linguística, a própria obra já traz recomendações minuciosas para o trabalho do professor em sala de aula, estimulando o uso do alfabeto móvel desde as primeiras aulas, para que os educandos possam ir desvendando o sistema de escrita, chamando atenção para o fato de que a leitura é feita da esquerda para a direita, para a segmentação do texto em palavras, para espaços em branco entre elas, dentre outras sugestões.


No trabalho com Alfabetização Matemática, é preciso estar atento ao fato de os significados das operações aritméticas serem apresentados de forma associada a ideias únicas. Assim, caberá ao professor ressaltar outros significados da adição, subtração, multiplicação e divisão. A articulação com outras disciplinas é possibilitada, diante das situações apresentadas, mas cabe ao professor chamar a atenção sobre conteúdos de outras áreas do conhecimento que podem ser explorados. Por vezes, as mesmas temáticas são abordadas em Língua Portuguesa e em Matemática, mas sem menção à articulação entre elas.

As atividades de cálculo mental propostas na obra são muito simples e o professor deve ficar atento à possibilidade de que seus alunos já possuam ou possam vir a desenvolver formas mais elaboradas de procedimentos de cálculo não escritos. As grandezas precisam ser melhor exploradas, por meio de comparações, antes da proposição de atividades de medição. Em geometria, atividades de localização (como as apresentadas em mapas e croquis) e de deslocamento precisam ser propostas pelo professor, considerando a ausência de atividades dessa natureza na obra.

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obrA EJA - EducAção dE JovENs E Adultos: AlfAbEtIzAção alfabEtização dE JovEns E adultos 24839col37volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24839c3700

Editora responsável: Maria beatriz de campos EliasEditora: Editora Moderna ltdaano: 2009 - 1ª edição

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Esta obra tem uma proposta interdisciplinar, apresentada em volume único. O Livro do Aluno é organizado em quatro eixos temáticos: Identidade, Manifestações culturais, O mundo do trabalho e Ambiente e sociedade. Cada um dos eixos está dividido em dez capítulos. Por sua vez, os capítulos estão divididos em quatro seções: Lendo juntos, Papo firme, Fala professor e Na ponta do lápis, constituídas de textos e atividades que buscam contemplar a leitura, a oralidade, a escrita e conceitos nas áreas de Língua Portuguesa e Matemática. Além dessas, merecem destaque também as seções Saiba mais e Vocabulário, que se encontram ao longo da obra.

A obra norteia-se na organização de eixos temáticos, os quais apresentam conteúdos pertinentes e adequados ao público de destino, tecendo reflexões acerca de identidade, manifestações culturais, mundo do trabalho, ambiente e sociedade. Cada eixo conjuga dez capítulos em prol da discussão dessas temáticas, situando abordagens da esfera jurídica, literária, jornalística, didática, dentre outras. Os capítulos trazem as atividades voltadas ao ensino da linguagem em seus eixos (oralidade, produção de textos escritos, análise linguística e leitura) e ao ensino da Matemática (figuras e formas, números e operações, grandezas e medidas, tratamento da informação).

Ao final do Livro do Aluno, são apresentadas sugestões de leituras complementares ligadas a cada um dos eixos temáticos, referências bibliográficas, além de encartes para recorte com o alfabeto em letras maiúsculas e minúsculas. Ressalta-se, também, a escolha da autora em apresentar toda a obra em letras maiúsculas.

Os objetivos apresentados são articulados com os conteúdos efetivamente trabalhados, atentando para os princípios que orientam o trabalho pedagógico.

A concepção de linguagem é de natureza interacionista, pautada na construção e no compartilhamento de significados entre professor e aluno, no trabalho com gêneros discursivos, com atividades que privilegiam a interpretação, a produção e a compreensão de textos em situações diversas.

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A obra apresenta situações pedagógicas que favorecem a apropriação do conhecimento pelo aluno, uma vez que possibilita ao professor realizar uma mediação em diversos componentes da alfabetização e do letramento.

O Manual do Educador é constituído do Livro do Aluno, com as respostas das atividades propostas e algumas orientações para o trabalho em sala de aula. O guia de recursos didáticos para uso exclusivo do educador traz reflexões sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil e novas propostas voltadas para esta modalidade de ensino. Apresenta-se com clareza a concepção de ensino e aprendizagem que permeia a obra, além de algumas considerações sobre avaliação, enfocando sua relação com o planejamento. A estrutura da obra e os objetivos dos eixos, capítulos e seções também são apresentados no manual, que traz ainda uma ficha de entrevista para o alfabetizando da EJA, uma proposta de registro para o educador e a bibliografia com dois títulos, em particular, sobre o ensino de Matemática.

A obra apresenta um bom projeto gráfico, trazendo elementos explicativos para sua utilização e uma boa hierarquização de títulos e subtítulos. Os textos e ilustrações estão bem distribuídos e a diagramação das páginas é bem feita.


lEtraMEnto E alfabEtização EM linGuística

A qualidade na seleção do material textual que integra a obra conjuga diferentes esferas de circulação e insere diversos gêneros: verbais, não verbais e mistos, como quadrinhas, cantigas, poesias, contos, crônicas, documentos pessoais, folhetos, receitas, quadrinhos, adivinhas, classificados, mapas, etc. Geralmente, os exemplos são de autoria de artistas consagrados, como Millôr Fernandes, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Luiz Gonzaga, Luís da Câmara Cascudo, Chico Buarque e Gilberto Gil, dentre outros.

As características dos gêneros discursivos e o trabalho de leitura partindo da concepção de gênero são trabalhados de forma parcial na obra. Assim, são encontrados textos que comentam as características dos gêneros e finalidades sociais exercidas. Porém, a maioria das solicitações de produção de textos escritos não contextualiza a situação de produção, interlocutores e finalidades da escrita. Os gêneros escritos mais formais não são analisados, assim como não há um trabalho de reflexão a respeito de suas propriedades específicas. O mesmo ocorre nas propostas de ensino relacionadas à oralidade. Para estas, há uma ênfase nas atividades de discussão oral ou conversa sobre textos lidos na seção Papo Firme, porém, as relações entre fala e escrita não são alvo de reflexão, assim como a variedade linguística e as diferentes funções e características da modalidade oral.

Sobre as atividades de alfabetização, concentradas prioritariamente na seção Na Ponta do Lápis, são contempladas atividades que propiciam a aprendizagem das letras do alfabeto, a comparação de palavras, a contagem de letras e sílabas, as relações

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grafofônicas, a composição e decomposição de palavras e as relações ortográficas. No entanto, a variedade de propostas não aparece associada a um quantitativo necessário à aprendizagem dos alunos acerca dos princípios do sistema de escrita alfabética, bem como deixa de contemplar situações que contextualizem diversos tipos de letras, a ordem alfabética, a análise fonológica, o sentido e a direção do texto.


A organização da obra em torno de eixos temáticos favorece a reflexão sobre temas relevantes para os jovens e adultos. Os temas são abordados por meio de atividades diversificadas, utilizando-se diferentes contextos. Há, também, um trabalho importante com temas sociais que podem interessar aos jovens e adultos, no qual se busca incentivar a interação entre os alunos por meio da socialização das respostas das atividades encontradas e do trabalho em grupo.

A parte dedicada à Alfabetização Matemática enfoca os quatro campos de conteúdos: Números e operações, Geometria, Grandezas e medidas e Tratamento da informação. Por se tratar de uma abordagem interdisciplinar, os conteúdos inerentes a esses campos são trabalhados de forma integrada com as demais áreas contempladas no livro, em particular, a Língua Portuguesa. Entretanto, a articulação entre os campos da Matemática não é feita de forma eficaz.

O campo dos números e operações é, naturalmente, o mais trabalhado na obra. Estudam-se diversas utilizações do número no cotidiano e sua escrita por extenso. O sistema de numeração decimal e a sua organização são abordados por meio da utilização de material dourado. As noções de sucessor e antecessor e ordem também são exploradas de maneira adequada. A operação de adição é estudada inicialmente por meio de algumas atividades de completar e identificar números representados com o material dourado e, mais adiante, é sistematizada como sendo a operação que junta, agrupa e soma quantidades. A subtração é associada às ideias de tirar, comparar e completar. Observa-se, porém, que a multiplicação e a divisão de números naturais não são trabalhadas na obra. Dessa forma, o trabalho se limita à resolução de problemas, além de não favorecer a mobilização do pensamento multiplicativo já desenvolvido pela maioria dos jovens e adultos. Verifica-se, também, a ausência de atividades que contemplem os números racionais em suas diferentes formas (fração ordinária, decimais, porcentagem e razão) presentes no dia a dia desses alunos. A obra incentiva o cálculo mental, mas não apresenta situações em que a calculadora seja utilizada ou o seu uso recomendado.

Desenvolve-se, no campo da geometria, o trabalho de identificação de figuras geométricas planas, como quadrado, retângulo, triângulo e círculo. Essa identificação é feita por meio da associação com objetos como placas de trânsito e da utilização do Tangram. No estudo das figuras geométricas espaciais (cubo, cone, pirâmide, cilindro), busca-se estabelecer uma relação com as figuras planas por meio da planificação de sólidos. Entretanto, a obra não investe na manipulação de figuras geométricas, como dobraduras, por exemplo, para estudar as simetrias. As ampliações e reduções de figuras também não são trabalhadas.


No trabalho com o campo das grandezas e medidas, o estudo da noção de tempo é privilegiado. O sistema monetário é explorado por meio de atividades de troca e comparação de valores de cédulas e atividades de preenchimento de cheques, articulando-se este campo com o de números e operações. São estudadas as medidas de massa e capacidade. Observa-se, no entanto, uma confusão entre as grandezas volume e capacidade. Sente-se falta da abordagem de algumas grandezas que fazem parte da vida dos alunos, como área, velocidade e temperatura, além de outras ainda pouco estudadas na escola, a exemplo de densidade e memória de computadores.

O tratamento da informação é estudado em algumas situações ao longo da obra. Privilegiam-se, por exemplo, o tratamento de informações contidas em documentos pessoais como certidão de nascimento, RG, CPF, título de eleitor e carteira de trabalho. Encontram-se também atividades de pesquisa nas quais se propõe a organização, a representação e a interpretação de dados em tabelas. Em contrapartida, a construção, a leitura e interpretação de gráficos não são uma tônica da obra. O conceito de média aritmética também não é explorado, apesar de recomendado para a alfabetização de jovens e adultos.

dEstAQuEs dA obrA É importante ressaltar a seleção textual como ponto positivo da obra em apreço, que contempla gêneros discursivos de excelente qualidade, com fontes e autores reconhecidos, adequados ao público de jovens, adultos e idosos, com temáticas pertinentes às abordagens cotidianas e às problemáticas sociais enfrentadas por esse público. As sugestões de atividades inseridas no Manual do Educador, acerca do trabalho com cada capítulo, frente aos eixos temáticos, promove também a ampliação de possibilidades de uso da obra. As ilustrações, recursos gráficos e boxes contribuem para uma atratividade visual e acessibilidade, possibilitando um manuseio e uso da obra pelos alfabetizandos, de forma bastante motivadora.

Outro elemento de destaque da obra é seu projeto gráfico editorial. O uso do recurso da página de abertura dos eixos, das páginas de abertura dos capítulos, ou dos recursos gráficos como cores de fundo e boxes explicativos, títulos, fontes diferenciadas, promovem boa legibilidade e agregam valor à medida que primam pela atratividade visual. O tamanho das letras e das imagens é um elemento de qualidade e adequação ao público a que se destina. Evitam-se infantilizações e são conjugados diferentes usos didáticos e beleza. Assim, as ilustrações servem de descanso visual, apoio ao texto principal, bem como à problematização de atividades de Linguagem e Matemática. As fotografias utilizadas são legíveis, possuem boa impressão e definição, como também as reproduções de obras de arte disponíveis. As imagens possuem créditos e, quando necessário, inserem legendas que contextualizam autoria, fontes e, algumas vezes, técnicas utilizadas.

A obra apresenta limitações quando não contempla ou não recomenda o trabalho com alguns conceitos matemáticos importantes para o público da EJA como, por exemplo, multiplicação e divisão de números naturais, porcentagem, média aritmética e área de figuras planas, além do trabalho com gráficos.

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Sobressaem-se, como aspectos a serem observados com atenção e cuidado, as atividades voltadas à aprendizagem dos princípios do sistema de escrita alfabético, em particular a análise fonológica, bem como as solicitações de produção de textos escritos ou atividades voltadas à modalidade oral, que pouco priorizam a contextualização da produção e situações formais de interlocução, bem como a variação linguística. Assim, para o trabalho em sala de aula, é interessante investir em uma seleção de atividades de alfabetização que contemple os princípios do sistema de escrita alfabética, sobretudo os que possibilitam a análise fonológica, a compreensão dos aspectos gráficos, como sentido e direção da escrita, diferentes tipos de letras e relações grafofônicas. No trabalho com a produção de textos escritos, é pertinente a preocupação com a definição do gênero, dos interlocutores, conteúdos e espaços de circulação, planejamento da produção e revisão textual. Com a modalidade oral, o investimento maior do docente deve ser a exploração das variações linguísticas, bem como das situações de produção de textos orais formais com as quais os educandos venham a se deparar nas suas relações de vida, como entrevistas, análise e produção de debates, exposições orais, dentre outros.

Em relação à avaliação, é importante pensar em momentos de diagnóstico dos conhecimentos prévios dos alunos em relação à apropriação do sistema alfabético de escrita e dos diferentes conceitos matemáticos, sobretudo quanto ao registro desses. Todavia, é pertinente pensar na continuidade do acompanhamento dos alunos quando de suas aprendizagens. Dessa forma, pensar em momentos específicos para a aplicação de novas situações de diagnóstico acerca dos conhecimentos adquiridos, assim como nas fichas de avaliação que estejam de acordo com os conteúdos trabalhados, pode colaborar na orientação e reorientação do trabalho docente com o público da educação de jovens, adultos e idosos.

No trabalho com Alfabetização Matemática, é necessário que o professor explore as diferentes ideias da multiplicação e divisão, por meio de resolução de problemas, buscando-se sempre evitar a ênfase nos algoritmos. Cabe ainda ao professor criar situações que propiciem a utilização da calculadora, de maneira a favorecer a verificação e a construção de propriedades das operações fundamentais. Recomenda-se, ainda, um trabalho experimental mais efetivo com manipulações, recortes e dobraduras para auxiliar na construção de conceitos geométricos.

No estudo da grandeza tempo, observa-se que, nem sempre, há o cuidado com o posicionamento dos ponteiros do relógio analógico para indicar a hora com precisão, o que merece a atenção do professor. O mesmo é recomendado no trabalho com os conceitos de capacidade e volume, no intuito de eliminar a confusão que é feita entre estas duas grandezas e as unidades de medidas inerentes a cada uma delas.


obrA AlfAbEtIzA brAsIlalfabEtização dE JovEns E adultos 24801col37

volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd: 24801c3700

autora: Jane GonçalvesEditora: Módulo Editora e desenvolvimento Educacional ltdaano: 2009 - 2ª edição

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A estrutura didático-pedagógica da obra apresenta três grandes temas geradores - Identidade e diversidade cultural; Cidadania e qualidade de vida; O mundo do trabalho e economia solidária - como categorias para o trabalho pedagógico que estimularão a reflexão/socialização de experiências do alfabetizando sobre questões relevantes da atualidade. Tais questões estão configuradas em treze temáticas - Identidade; Cultura; Discriminação; Direitos e Deveres; Cidadania; Estado e Poder Público; Etnia; Raça; Gênero; Saúde; Sustentabilidade; Lazer e Entretenimento; Desenvolvimento Sustentável - que constituem o campo conceitual da proposta, transversalizando os temas geradores, como arcabouço do trabalho docente. Este deverá ter como grande meta a apropriação do saber convencional, pelo aluno, no âmbito do Letramento e Alfabetização Linguística e Matemática, tomando como ponto de partida da discência, as competências e habilidades do alfabetizando, desenvolvidas informalmente por imposições do seu cotidiano, da sua história de vida.

A proposta pedagógica da obra está ancorada em Paulo Freire, Vygotsky e outros estudiosos, embora a maioria deles não seja citada. Adota a concepção discursiva da linguagem e o texto como unidade de sentido para o estudo da língua, mas não remete tais concepções a pensadores e/ou a autores, embora traga referências bibliográficas e digitais nesse sentido.

O Livro do Aluno é organizado em três capítulos, nomeados pelos temas geradores. De forma geral, é a partir dos textos e imagens relacionados aos temas geradores que são propostas as atividades relativas à compreensão e reflexão dos textos, bem como ao estudo de conceitos e procedimentos de Língua Portuguesa e Matemática. Cada capítulo é finalizado com a seção Leitura em Movimento, que contém textos complementares. Ao final do livro, encontram-se Glossário, Referências Bibliográficas e encartes com algarismos, letras do alfabeto, fichas com palavras, cartelas de bingo, calendário, história em quadrinhos e modelos de cédulas e moedas.

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O Manual do Educador é formado por uma cópia do Livro do Aluno, com respostas e orientações das atividades propostas, além de um Suplemento Pedagógico que traz informações sobre a forma como o Livro do Aluno está organizado, bem como sobre os temas do campo conceitual em que as temáticas estão situadas. Apresenta, ainda, os Princípios e concepções teóricas e metodológicas sobre a EJA, com informações e reflexões sobre a sua história, alfabetização, linguagem e cidadania, educação e diversidade étnica, planejamento, avaliação e registro, assim como alguns encaminhamentos metodológicos, constituindo-se um excelente material de apoio ao trabalho docente. O manual finaliza com a apresentação de Oficinas de textos, seguidas das referências bibliográficas e de uma lista de sites consultados.

A qualidade do projeto gráfico permite boa leiturabilidade, dada a adequação dos elementos tipográficos ao público alvo, como fonte, tamanho de letra e espaçamento, dentre outros. Igualmente, a gramatura do material utilizado na confecção da obra é bastante favorável ao manuseio do livro. Outro ponto a destacar é a preocupação evidente na apresentação do layout da obra, da linguagem e das atividades didáticas que são potencialmente significativas para o público a que se destina.

As ilustrações, de excelente qualidade, contribuem para a compreensão dos textos e, quando necessário, contêm indicação de escala e fonte, além de estarem acompanhadas dos devidos créditos. As diferentes cores utilizadas por unidade ajudam na localização de temas e atividades, de cada uma dessas unidades. Entretanto, a forma de organização do sumário não facilita, de maneira rápida, a localização dos conteúdos e atividades de matemática.



No tocante à Alfabetização Linguística, os objetivos a serem alcançados nos diversos momentos do trabalho são explicitados, bem como são apresentadas orientações para o seu desenvolvimento, evidenciando o que se pretende nas atividades de escrita, leitura e análise linguística. No que concerne aos procedimentos didático-pedagógicos, a obra orienta o planejamento de situações de aprendizagem, estimulando a autonomia, o diálogo e o trabalho coletivo, partindo da concepção de professor como mediador da construção de conhecimentos e de aluno como sujeito ativo nesse processo, com uma gama de conhecimentos prévios sobre a língua escrita, a partir de suas inserções na vida social, familiar e de trabalho.

Quanto ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, a obra apresenta atividades didáticas que estimulam a construção dos níveis de conceptualização da escrita, pelos alunos, destacando-se que as atividades propostas favorecem tanto a aquisição e o desenvolvimento da alfabetização, quanto a ampliação gradativa dos níveis de letramento, nas diversas situações de uso social/individual da escrita. Todavia, essas atividades se apresentam em número reduzido e não foram contempladas situações que favoreçam o desenvolvimento de outras competências importantes no âmbito do eixo ora discutido.


No tocante às práticas de leitura, a obra situa bem o neoleitor acerca do contexto de produção do material lido, explicitando o gênero discursivo em pauta. Há muitas atividades que contemplam a aquisição do domínio da leitura, em termos de identificação das ideias centrais e pormenores importantes, além de interpretação. Preservando a dinâmica das leituras e valorizando a diversidade textual, os textos foram agrupados em três blocos, conforme a natureza do material a ser lido e os objetivos que norteiam as práticas específicas de sua leitura. Assim, os blocos foram organizados em: leituras interativas; leituras em debate; leituras em movimento. A prática alfabetizadora orientada pela obra garante ao aluno vivências significativas de leitura, a partir de uma cuidadosa seleção dos materiais disponibilizados ao longo das unidades temáticas, propondo diversas atividades que consideram os conhecimentos prévios dos alfabetizandos e relacionam os textos lidos a outros textos da própria obra. Dentre os textos trabalhados, a autoria é dividida entre Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina, Cecília Meireles, Quino, Guerreiro Menino, Zuza Homem de Mello, Roque Laraia, Domingos Vieira Filho, Braguinha, Pixinguinha, Ferreira Gullar, dentre outros.

Quanto à natureza do material textual/produção textual, o material a ser trabalhado é de excelente qualidade, apresentando uma variedade de gêneros discursivos e de contextos de uso. O eixo da produção textual está organizado de forma a contemplar experiências de produção de diferentes gêneros, a partir de atividades individuais e grupais, apresentação e/ou socialização para toda a sala de aula, com poucas situações de reflexão sobre as propriedades dos gêneros produzidos. São oportunizadas experiências de produção dos seguintes gêneros: lista, documento de identidade, legenda, currículo, anúncio e outros.

No âmbito da linguagem oral, a obra dedica poucas atividades voltadas para a expressão oral dos alunos, porque centra-se na leitura e na produção escrita. Mesmo assim, as atividades sugeridas - debates, comentários, narrativas, discussão, conversa - estimulam o uso da linguagem oral em situações formais e informais, quando suscita a produção de narrativas autobiográficas ou os debates na sala de aula.

O enfoque maior da obra é sobre atividades de letramento. Nesse sentido, as atividades propostas são profícuas em lidar com materiais diversos de vários campos do debate social: defesa do consumidor, Estatuto do Idoso, Lei Maria da Penha e violência contra as mulheres, tradição quilombola, medicina alternativa, alimentação saudável, Brasil e as etnias, saúde da mulher, trabalho indígena etc.


Em relação à estratégia metodológica, a obra se caracteriza pela proposição de atividades aos alunos, em geral, convidando-os a escrever números que aparecem nas situações de trabalho ou a realizar procedimentos relativos a alguma noção matemática. Entretanto, essas noções não são sistematizadas no livro, ficando a cargo do professor essa tarefa. A abordagem por temáticas facilita a articulação entre as noções exploradas e contextos relacionados às experiências de vida e ao cotidiano dos alunos, mas são raras as atividades que favorecem a articulação dos conteúdos de matemática com outras áreas do conhecimento.

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As noções de números e operações aparecem em algumas atividades em que se pede para o aluno escrever por extenso, comparar e ordenar números de até 5 ordens, decompor números reconhecendo o valor posicional dos algarismos, reconhecer números escritos em forma de porcentagem e efetuar uma adição, além de identificar alguns usos dos números. Embora as atividades sobre números estejam distribuídas ao longo da obra, não são exploradas situações que favoreçam o desenvolvimento das operações de subtração, multiplicação e divisão.

O campo da geometria não é explorado na obra. As únicas referências ao trabalho com esse campo são encontradas no Manual do Educador, com uma orientação ao professor sobre a importância de analisar as formas geométricas planas e espaciais presentes em imagens.

As noções de grandezas e medidas aparecem em algumas atividades explorando as grandezas tempo, comprimento e valor monetário. No trabalho com comprimentos é privilegiado o quilômetro e a relação entre quilômetro e metros. As outras grandezas não são contempladas na obra, embora façam parte do cotidiano de jovens e adultos.

O trabalho com o tratamento da informação se resume a algumas atividades em que se pede para o aluno ler e interpretar informações representadas em gráficos de colunas e em tabelas, assim como completar tabelas e um gráfico em colunas. Não são contempladas na obra situações que demandem a coleta e o tratamento de dados nem a apresentação de gráficos de setores ou de linhas.

dEstAQuEs dA obrA A obra se constitui em excelente material para a formação docente do alfabetizador, quer seja nas experiências de práticas interformativas na escola, quer seja no âmbito da formação inicial e continuada, em outros ambientes.

De uma maneira geral, a obra propõe situações de aprendizagens que envolvem a leitura e a escrita de textos potencialmente favoráveis à construção de hipóteses sobre o sistema de escrita alfabético, constituindo-se, pois, em um excelente material de apoio às ações pedagógicas cotidianas do professor e como suporte textual rico para os alfabetizandos jovens, adultos e idosos.

Ainda com relação a esse ponto positivo, a obra apresenta uma variedade de gêneros discursivos, e situa esses materiais nos distintos contextos sociais de usos, o que é uma atitude pedagógica extremamente importante para o desenvolvimento de uma proposta de alfabetização na perspectiva do letramento. Por ser uma obra com proposta interdisciplinar, são exploradas, nos textos, atividades de Língua Portuguesa e de Matemática, de forma coerente e simultânea.

As atividades presentes na obra promovem a articulação do conhecimento matemático com as situações que o aluno da EJA encontra em sua vida cidadã, embora muitas noções matemáticas, de uso frequente por esse aluno, não sejam contempladas. Destaca-se positivamente, também, a escolha de não formalizar os algoritmos das operações. Por outro lado, não se fazem presentes situações que estimulem o aluno a utilizar diferentes procedimentos de cálculo, e compreender os diversos significados das operações.



Nas atividades que objetivam a aquisição do sistema alfabético de escrita, o professor precisa atentar para o enriquecimento das atividades específicas de reflexão sobre a construção de hipóteses de escrita, bem como sobre as regras formais que orientam as correspondências grafofônicas, o valor sonoro das letras, as convenções gráficas da escrita, dentre outros.

Dada a importância do eixo oralidade para aquisição e desenvolvimento da língua escrita, pelo alfabetizando, recomenda-se a ampliação das atividades que exploram essa dimensão do processo de alfabetização e de letramento, bem como a reflexão sobre a variedade linguística que representa os diversos falares do povo brasileiro. Considerando a predominância da conversa em sala de aula, no trabalho com a oralidade, sugere-se que o professor traga para a sala alguns exemplos de outros gêneros orais (jornal falado, debate, seminário, teatro etc.), não descuidando de enfatizar o planejamento e a forma do gênero, voltados, sobretudo, para situações formais de uso.

Apesar da riqueza das experiências proporcionadas pela obra no âmbito do trabalho com textos, é importante que o professor esteja atento para aspectos relevantes da produção do material textual, tais como: condições de produção; objetivos; interlocutores; características do gênero; modos de circulação, revisão e reescrita, aspectos não muito explorados pela obra.

É importante que o professor leve para a sala de aula situações que explorem os conceitos geométricos, tais como atividades de deslocamento e diferenciação de figuras geométricas planas e espaciais, uma vez que o trabalho com a geometria é ausente na obra, apesar de o aluno desse segmento de escolaridade se confrontar cotidianamente com essas noções. O professor deve dar especial atenção às necessárias sistematizações das noções exploradas nas atividades, na medida em que a obra não contempla essa etapa.

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obrA sEguINdo EM frENtEalfabEtização dE JovEns E adultos 24866col35volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24866c3500

autoras: Grenilza Maria lis zabot, Marília Marques Mira, Eliane Kloster ribeiro Hamann.Editora: base Editorial ltdaano: 2009 - 1ª edição

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Esta obra é estruturada em unidades temáticas, cuja finalidade é, segundo os autores, estimular no aluno o desenvolvimento das habilidades básicas da língua: falar, escutar, ler e escrever, além de aguçar sua curiosidade epistemológica, preparando-o para ler o mundo numa postura crítica. Nessa perspectiva, mantém equilíbrio entre as atividades de apropriação do sistema alfabético de escrita e as de ampliação do letramento. O compromisso anunciado é trabalhar com as dimensões oral e escrita da linguagem, o que se expressa nas seções: Antes de ler; Desmontando o texto; Letras, sílabas e palavras. Chama atenção, positivamente, a gradação dos conteúdos na sequência das unidades, assim como a interlocução entre texto, contexto e ensino-aprendizagem.

O Livro do Aluno é organizado em duas partes: uma que trata do trabalho com Letramento e Alfabetização Linguística, e outra do trabalho com Alfabetização Matemática. A parte dedicada ao trabalho com a Língua Portuguesa é formada por unidades, cujos títulos, em geral, estão relacionados a temas ligados à identidade e/ou à cultura. Além dos títulos e subtítulos, ao longo das unidades, encontram-se seções especiais: Letras, sílabas e palavras, com atividades sobre a Língua Portuguesa; Para discutir; Troca de ideias, com questões sobre significados de imagens, textos, palavras ou frases; Fique sabendo, com informações sistematizadas sobre uma atividade ou temática; Antes de ler, com informações ou questões que precedem um texto ou uma imagem; Discutindo o texto; Desmontando o texto, com questões exploratórias para a compreensão textual; Desmontando uma frase, com questões ou informações sobre palavras ou partes de frases. Esta parte encerra-se com a apresentação de Sugestões de filmes, sites e livros, bem como as Referências Bibliográficas.

No trabalho com a Matemática, os títulos em geral estão relacionados a conhecimentos matemáticos e estrutura-se em unidades, algumas delas trazendo seções especiais: Troca de ideias; Entendendo a linguagem matemática; Curiosidades. Após as seções, encontram-se Sugestões de filmes, sites e livros, Referências bibliográficas; Ao final, aparecem encartes com jogos de letras, barras coloridas e dominó.

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O Manual do Educador reproduz a sequência do Livro do Aluno, com respostas para algumas atividades, e um suplemento pedagógico. Este último é formado por duas partes, uma dedicada ao Letramento e Alfabetização Linguística e outra à Alfabetização Matemática. A primeira parte apresenta a concepção de linguagem adotada na obra, comentários e orientações sobre especificidades do trabalho com a língua, enfatizando-se o desenvolvimento da oralidade, leitura, escrita e análise linguística; alfabetização de jovens e adultos; avaliação. Apresenta também considerações sobre o trabalho a ser desenvolvido em cada unidade do Livro do Aluno, além das referências bibliográficas. Na parte de Matemática, o suplemento apresenta considerações sobre o trabalho com os conteúdos relativos a Números e operações, Medidas, Geometria e Introdução à estatística. Prossegue com considerações sobre o trabalho a ser desenvolvido em cada unidade do Livro do Aluno, finalizando com sugestões de sites e as referências bibliográficas.

Tanto no Manual do Educador quanto no Livro do Aluno, o uso da linguagem é adequado e atende às características de aprendizagem do aluno da EJA, sem infantilização. Estimula-se a postura ativa do aluno e valoriza-se a mediação do professor.

O projeto gráfico é compatível com a proposta didático-pedagógica e a sua recepção pelo público da EJA, uma vez que investe em textos adequados às demandas desse público. Apresenta legibilidade tipográfica e de layout; leiturabilidade e hierarquização da informação, além de uma iconografia adequada aos propósitos educativos do trabalho com jovens e adultos.



A aquisição e usos sociais da língua escrita são tratados, desde a primeira unidade, ao proporcionar atividades com diferentes formas de representação de ideias: símbolos, marcas, logomarcas, códigos, dentre outros. Nas unidades seguintes, esta concepção é mantida por atividades interativas do aluno com os textos, por comparações entre conteúdos dos textos, incentivo a antecipações e inferências, atividades de seleção e verificação, com apoio do professor e interlocução com colegas.

Os conhecimentos linguísticos são trabalhados através de atividades para sistematização do código escrito, como: apresentação das letras do alfabeto; decomposição de palavras em sílabas e letras; descoberta de palavras dentro de outras; identificação das letras nas palavras; escrita de palavras estáveis como o nome próprio e dos colegas; identificação de palavras que rimam; escrita de palavras que terminam do mesmo modo; identificação da letra inicial e final das palavras; relação entre as unidades sonoras e as formas gráficas correspondentes; segmentação de palavras em sílabas; comparação de palavras quanto às semelhanças e diferenças sonoras, com ou sem correspondências gráficas; ordenação de letras para formar palavras; relações entre sons e letras por meio da observação do que acontece quando se trocam letras em uma determinada palavra; observação de mudanças de posição de letras e sua correspondente mudança na estrutura funcional de palavras. Várias destas atividades contribuem igualmente para reflexão das regras ortográficas, além da acentuação gráfica.

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As práticas de leitura exploram a capacidade leitora do aluno, enquanto processo complexo, envolvendo a atribuição de sentidos e a interlocução leitor-autor-texto. Apresentam atividades cuja finalidade é fazer com que o aluno compreenda que, mesmo não dominando o código alfabético e algumas estruturas textuais, é capaz de ler inúmeras mensagens presentes no cotidiano. Incentivam a leitura através de comandos como: ler com ajuda do professor, ler em voz alta, ler em pequenos grupos. Abordam de forma interativa as estratégias de leitura, proporcionando comparações entre os conteúdos dos textos, incentivando inferências, antecipações, seleções e verificações. A seção “Antes de ler” oferece informações quanto aos conteúdos e autoria dos textos, além de explorar conhecimentos prévios dos alunos em relação aos assuntos abordados.

Quanto à natureza do material textual/produção textual, o livro traz variados gêneros discursivos significativos para o público da EJA, como piada, agenda, poema, trava-língua, dicionário, biografia, reportagem, provérbios, documentos de identificação, frases de para-choque de carros. Trabalha informações explícitas e implícitas, contribuindo para a ampliação dos conhecimentos dos alunos e sua formação de leitores críticos. Promove reflexões sobre as variedades linguísticas presentes na cultura brasileira, em diferentes regiões do país, e sobre palavras de origem estrangeira usadas no dia a dia. Há, também, a discussão sobre gírias, com reflexões acerca de diferentes jeitos de falar e significar. Quanto à produção textual, propõem-se os seguintes gêneros: lista, agenda, biografia, carta, cartazes, panfletos, texto de opinião, em diversos momentos, articulando ao contexto de estudo e aos temas das unidades, sem uma seção específica para esse fim. Tais atividades colaboram para o desenvolvimento de capacidades necessárias à produção textual, embora nem sempre através de um planejamento detalhado. Indicam, via de regra, o tipo de atividade a ser desenvolvido e o gênero discursivo mobilizado, como: agenda com o nome, endereço e telefone dos colegas; composição de um trava-língua; carta coletiva para um representante eleito da comunidade; lista de expressões ou palavras típicas da região; produção de texto com dicas para orientar os consumidores; texto de opinião a partir de enunciados. Já os critérios de sistematização, contextualização e progressão não aparecem em algumas propostas; em outras, são enfatizadas a revisão e a reescrita dos textos.

No tocante à oralidade, os gêneros focalizados no livro são história oral, descrição, entrevista, depoimento. A abordagem adotada caracteriza-se, principalmente, por sugerir a troca de ideias entre os alunos, além de atividades de reflexão sobre a variedade linguística, proporcionando a reflexão dos alunos sobre diferentes modos de falar.


Na Alfabetização Matemática, a estratégia metodológica adotada se caracteriza pela proposição de atividades em que o aluno é convidado a ler, com a ajuda do professor, observar, refletir, discutir, e responder por escrito ou oralmente. As situações de elaboração de procedimentos ou de sistematizações são apresentadas na seção “Entendendo a linguagem matemática”. Com frequência, encontram-se situações significativas que integram conteúdos dos diferentes eixos. No entanto, são relativamente poucas as atividades que favorecem articulação dos conteúdos de Matemática com os de outras áreas do conhecimento.


No campo dos números e operações, a noção de número é abordada por meio de situações contextualizadas, mostrando-se os seus diferentes usos, tais como contagem, medida, código e ordem. A contagem é desenvolvida em atividades de associações do símbolo numérico (em algarismos ou por extenso), como indicador da cardinalidade de coleções. O conjunto dos números naturais é apresentado como sendo aquele obtido pela sequência dos números inteiros, a partir do zero, que se obtém adicionando uma unidade ao anterior. As noções relativas ao sistema de numeração decimal são contempladas em situações que se apoiam em representações do ábaco, do sistema monetário e do material dourado. A noção de números pares é introduzida como sendo o número que permite formar agrupamentos de dois elementos, sem sobrar elementos isolados. A adição é introduzida e desenvolvida por meio das ideias de agrupar, juntar, acrescentar ou reunir quantidades, enquanto a subtração é apresentada com as ideias de retirar, perder ou diminuir quantidades. Entretanto, tais operações são desenvolvidas de forma pouco contextualizada, não se privilegiando a resolução de problemas. Por outro lado, os registros escritos das operações são explorados de forma significativa, com o apoio de ferramentas que ilustram as barras de Cuisenaire, o material dourado, o sistema monetário e o ábaco. A obra explora, ainda, situações que envolvem noções de dúzia e meia dúzia e porcentagem. De forma geral, os conteúdos desse eixo são bem distribuídos, mas a obra não contempla noções que já fazem parte do cotidiano do jovem e do adulto, tais como as operações de multiplicação e divisão. Por outro lado, embora a ênfase não seja na resolução de problemas, a obra explora conceitos, algoritmos e procedimentos de forma equilibrada e articulada, respeitando as potencialidades do jovem e do adulto em processo de alfabetização.

O trabalho com o campo da geometria inicia-se pela apresentação de ilustrações de retângulo, losango e círculo, em uma situação relativa à composição da bandeira brasileira. Seguem-se atividades que exploram as noções de lateralidade, à direita ou à esquerda, e de posição, acima ou abaixo, por meio de atividades relacionadas à posição dos algarismos em aparelhos telefônicos. Introduzem-se noções de planificação e de montagem de sólidos por meio da uma atividade envolvendo a montagem de um cubo e a apresentação dos seus elementos constitutivos, face e vértices, em uma situação envolvendo o dado. Posteriormente, abordam-se noções de simetria axial, bem como de vistas de algumas figuras espaciais. De forma geral, a abordagem em geometria se caracteriza pela apresentação de algumas figuras, seguidas de questões para o aluno refletir e responder o que se pede.

A maior parte do campo das grandezas e medidas é apresentada ao aluno por meio de situações contextualizadas e significativas, explorando-se as noções de tempo, valor monetário e comprimento, enfatizando-se suas unidades e as relações entre elas. No entanto, o mesmo não acontece com as unidades de medidas de capacidade, massa e área, tratadas somente em algumas questões.

As noções do campo do tratamento da informação, denominado introdução à estatística, são exploradas em situações articuladas, particularmente, com números e medidas. São encontradas algumas atividades em que se pede para o aluno levantar informações quantitativas, representá-las em tabelas ou quadros, bem como interpretá-las. As atividades desse campo também aparecem articuladas com o trabalho de grandezas.

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dEstAQuEs dA obrA Como destaques, citam-se as temáticas escolhidas e sua organização interna nas unidades, com a inter-relação entre os conteúdos e as atividades propostas. Também a qualidade do material textual, que é instigante e adequado ao público da EJA. A obra, de forma geral, favorece a articulação dos conteúdos escolares às experiências de vida dos alunos, por meio de situações de aprendizagem que possibilitam experiências significativas, em contextos que ampliam sua compreensão sobre a realidade social. A obra contempla, ainda, situações que exploram o uso de diferentes tipos de representação (linguagem natural, pictórica, simbólica, etc.) e incentivam a atividade de pesquisa. Todavia, o trabalho com cálculo mental e com estimativas, tão importante para alunos jovens e adultos, é pouco incentivado.


É importante que o professor promova investigação mais ampla acerca dos gêneros discursivos e de seus contextos de circulação, para que o aluno perceba o funcionamento social destes em seus contextos reais de uso, formais ou informais. As propostas da obra, de produção de texto, oferecem alguma possibilidade de preparação temática ou sugestão de estruturação gráfica, mas há necessidade de ampliar a reflexão sobre a forma composicional do gênero a ser produzido e de suas condições de produção, explicitando-se os objetivos em jogo, os destinatários visados e as formas de circulação previstas.

Quanto à oralidade, já que predominam no livro as trocas de ideias entre alunos, o professor deverá trazer para a sala outros exemplos de gêneros orais (debate, seminário, jornal falado, teatro, por exemplo), enfatizando a forma de cada gênero e seu planejamento.

No trabalho com simetrias, o professor deverá estar atento a algumas apresentações pouco adequadas ao conhecimento matemático. Por exemplo, levar o aluno a compreender que figuras especiais não têm eixos de simetria, mas planos de simetria. Da mesma forma, não é adequado afirmar que uma linha que divide uma figura em duas partes iguais gera imagens simétricas


obrA EJA - EducAção dE JovENs E Adultos - lEtrAMENto E AlfAbEtIzAção lINguístIcA E AlfAbEtIzAção MAtEMÁtIcAalfabEtização dE JovEns E adultos 24841col35

volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24841c3500

autores: lídia lagua de oliveira, luiz roberto danteEditora: Editora Ática saano: 2009 - 1ª edição (1ª reimpressão)

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A apresentação da obra já evidencia uma preocupação com a autoestima do público ao qual se destina, valorizando os conhecimentos e habilidades que já construíram ao longo da vida e registrando a sua importância como base para a ampliação dos conhecimentos, através das experiências que se iniciam com este livro e outros materiais que o complementam.

A proposta pedagógica da obra é disciplinar e anuncia uma temática norteadora: o reconhecimento da identidade individual e social do ser humano e sua constituição como cidadão, o que é trabalhado de forma coerente ao longo das atividades propostas.

A obra é apresentada em volume único, formado por dois módulos independentes: Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática. Tanto no âmbito da Alfabetização Linguística como na Alfabetização Matemática, os pressupostos teóricos que orientam a organização da proposta são explicitados de forma preliminar, porém clara, podendo contribuir para a formação continuada do professor. Nesse sentido, Jean Piaget, Lev Vygotsky e Paulo Freire, embora apresentem ideias situadas em planos distintos, nas suas respectivas obras, contribuem com suas abordagens sobre as relações entre os fatores envolvidos na aprendizagem e no desenvolvimento humano.

A parte de Alfabetização Linguística, do Livro do Aluno, está estruturada em unidades, divididas em capítulos. Nos capítulos, há uma apresentação de textos, seções de atividades - dentre elas: roda de conversa, atividades coletivas, para ler e escrever, para entender melhor, para praticar, leituras compartilhadas, para ler e se divertir.

O módulo dedicado à Alfabetização Matemática, distribuído em capítulos, trabalha os quatro blocos de conteúdos: números e operações, geometria, grandezas e medidas e tratamento da informação. Os capítulos começam, quase sempre, com uma página de abertura que contém imagens ou um pequeno texto introdutório sobre os conteúdos nele abordados. Ao longo da obra, encontram-se as seções “Para ficar por dentro” e “Desafios”.

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Tanto no módulo de Alfabetização Linguística, como no de Alfabetização Matemática, o Livro do Aluno apresenta Glossário, Sugestões de leitura, Referências bibliográficas. Há também um encarte com anexos, contendo atividades e jogos destinados, em sua maioria, ao letramento e à alfabetização linguística, como alfabeto móvel e exercícios de caligrafia para trabalhar letra cursiva.

O Manual do Educador também se organiza em duas partes: Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática, onde é apresentada uma breve discussão sobre o aporte teórico supracitado, objetivos educacionais, conteúdos e avaliação. Voltadas para a parte inicial do livro, também são discutidas temáticas como leitura, escrita e oralidade; habilidades fonológicas no processo de construção da leitura e da escrita; orientações específicas para cada capítulo; recursos complementares: sites e obras consultadas.

Na parte dedicada à Alfabetização Matemática, os temas discutidos são: A Educação de Jovens e Adultos; Perfil do estudante dos programas de Educação de Jovens e Adultos; Perfil do professor e Papel da escola na Educação de Jovens e Adultos. Seguem-se discussões específicas: Princípios norteadores do ensino de Matemática; A Matemática na Educação de Jovens e Adultos e Avaliação em Matemática. Após a apresentação das características da obra, de leituras que contribuem para a formação continuada do professor e referências bibliográficas para o professor, há comentários sobre cada capítulo e atividades suplementares, bem como uma discussão a respeito da articulação dos conteúdos da Matemática com outras áreas e, ainda, sugestões de outras atividades. O sumário permite acesso fácil à localização dos materiais, conteúdos e atividades.

O projeto gráfico é dotado de excelente qualidade visual: a gramatura do papel permite uma boa manipulação do livro e visualização clara do anverso e verso das páginas, além de letras e imagens com boa legibilidade, com fonte, tamanho e espaçamento adequados ao trabalho com jovens e adultos.



Quanto ao aprendizado do sistema alfabético de escrita, a preocupação da obra em ensejar essa apropriação é inegável. Desse modo, foram trabalhadas semelhanças e diferenças sonoras, situações de construção de palavras estáveis, ortografia e momentos para elaboração de hipóteses de escrita. Porém, houve ênfase no desenvolvimento da caligrafia, da aprendizagem do alfabeto, tipos de letras, e outros aspectos gráficos, como hipossegmentação, contagem de letras, cópias, comparação de palavras quanto às semelhanças de letras, embora este procedimento também oportunize o avanço do alfabetizando na construção das hipóteses de escrita.

Com relação às atividades de práticas de leitura, observa-se uma satisfatória variedade de gêneros discursivos e uma boa qualidade dos textos escolhidos para leitura dos alfabetizandos, embora pouco explorados para avanço do eixo anterior. A autoria dos textos foi dividida entre diversos autores, com predominância de representantes da cultura


brasileira, como Lamartine Babo, Noel Rosa, Luiz Gonzaga, Érico Veríssimo, Patativa do Assaré, Quino, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Freire, Gilberto Dimenstein, Millôr Fernandes, Ziraldo, Paulo Leminski, Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, dentre outros. Apresentados no todo, ou em fragmentos que não prejudicam a compreensão do sentido, os textos têm suas fontes e créditos adequadamente registrados. A maioria dos textos é anunciada quanto ao gênero e conteúdo; são inseridas perguntas antes da leitura destes, possibilitando a exploração dos conhecimentos prévios dos alunos. As perguntas de interpretação conduzem à identificação das ideias centrais ou temáticas dos textos, relações intertextuais, elaboração de hipóteses e localização de informações. Todavia, considera-se considerado que tais atividades contemplam, de forma razoável, estratégias de inferência, sumarizações, verificação de hipóteses, relações intra-textuais, significado de frases e expressões.

Quanto aos eixos natureza do material textual/produção textual, verifica-se que a obra é muito rica no que diz respeito à qualidade dos materiais textuais e à variedade dos gêneros que podem alimentar a imaginação do alfabetizando. Contudo, as solicitações de produção pelo alfabetizando foram reduzidas. As propostas de slogan e produção de carta tomam como ponto de partida os gêneros discursivos e a inserção de interlocutores, porém não consideram contextos de circulação, condução para produção, orientações acerca do planejamento, exploração das características e finalidades do gênero.

Nesse sentido, são encontradas, na parte específica de desenvolvimento da linguagem, cerca de cinco situações, das quais duas seriam apenas para criar desfechos; uma parte de um tipo textual, e não das discussões atuais sobre gêneros discursivos, duas voltam-se a finalidades exclusivamente escolares.

No âmbito da oralidade, a obra propõe situações de socialização de experiências e compartilhamento de conhecimentos acumulados na trajetória pessoal dos alunos em prol da resolução de atividades, vinculando-a aos seus conhecimentos prévios. Apesar deste eixo - oralidade - receber tratamento específico no Manual do Educador, observa-se que há muitos aspectos sem reflexões, pela inserção aligeirada de propostas de produção de gêneros orais secundários, como depoimentos, discussão, apresentação e entrevista, ou mesmo, análises sobre variações linguísticas. A linguagem utilizada pode ser considerada adequada por não apresentar reducionismos, simplificações e infantilizações.


Na parte da obra dedicada especificamente à Alfabetização Matemática, há coerência no sentido de reconhecer que os alunos já possuem conhecimentos matemáticos, mas que há aspectos destes conhecimentos que necessitam de aprofundamento. A resolução de problemas é uma tônica da obra e é utilizada frequentemente como estratégia metodológica na abordagem dos conceitos matemáticos. As atividades são bastante diversificadas, havendo a preocupação em estimular a participação dos estudantes na sala de aula através de situações relacionadas com o cotidiano dos jovens e adultos. O uso da calculadora é adequadamente estimulado e desafios são constantemente propostos.

A seleção dos conteúdos contempla os quatro campos da Matemática que devem ser abordados na alfabetização de jovens e adultos. De maneira geral, cada capítulo prioriza

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um deles, sem deixar de fazer algumas articulações relevantes para a identificação dos conteúdos de outros campos que estão sendo também trabalhados. Em diversas atividades busca-se a articulação desses campos entre si e com outras áreas do conhecimento.

Na obra há a predominância do campo números e operações, e estas são exploradas a partir da resolução de problemas que abordam questões do cotidiano dos alunos de EJA. As operações com os números naturais são apresentadas com seus diferentes significados. A estimativa é bastante estimulada, assim como o cálculo mental e arredondamentos. As frações, as porcentagens e os números decimais também são contemplados na obra, embora de forma bastante restrita.

No campo da geometria, inicia-se com os sólidos para, em seguida, trabalhar as formas planas. Sua abordagem se caracteriza pela valorização da visualização de figuras. A localização no espaço também é trabalhada. Ressalta-se a forma adequada com a qual as figuras planas são relacionadas aos sólidos geométricos, bem como as vistas de objetos.

Em relação ao campo das grandezas e medidas, percebe-se, na obra, uma ênfase no trabalho com as medidas em detrimento das grandezas que são menos contempladas. As unidades de medida de comprimento, tempo, massa e capacidade, são contempladas, explorando-se unidades padronizadas ou não. Dentre as grandezas ainda pouco trabalhadas na escola, como densidade e velocidade, por exemplo, apenas a temperatura é considerada.

O campo do tratamento da informação é apresentado de forma integrada com as práticas sociais e com os demais campos da Matemática. A interpretação e produção de dados em forma de listas, tabelas e gráficos são atividades bastante exploradas na obra. Entretanto, algumas vezes, gráficos de colunas são associados a histogramas, o que é inadequado. As conexões estabelecidas pela obra, com diversas áreas do conhecimento, favorecem a construção, pelo jovem e adulto, de uma visão da Matemática como uma ciência integrada e articulada a diferentes contextos do cotidiano.

A linguagem adotada é clara e adaptada à realidade dos jovens e adultos, evitando-se, na maioria das vezes, a infantilização. Os conteúdos são ampliados e aprofundados ao longo da obra. Os desafios propostos também possibilitam novos olhares sobre os conteúdos, estimulando abstrações e generalizações. Situações de investigação e problematização são bastante frequentes. Textos em língua materna, figuras, tabelas, gráficos, diagramas e símbolos matemáticos são integrados. O incentivo à participação do aluno no processo de ensino-aprendizagem é uma característica fundamental da obra.

dEstAQuEs dA obrA A seleção textual disponível no Livro do Aluno é de boa qualidade, priorizando autenticidade e, quando pertinente, contextualizando o suporte do qual os gêneros discursivos foram provenientes. Nas orientações específicas do Manual do Educador e nas marcas de rubrica colocadas ao lado de cada atividade dos alunos, há uma preocupação em se explicitarem os objetivos das atividades propostas. A prática docente é alvo de atenção no manual quanto à valorização do professor como pesquisador e mediador. Sobre isso, a representação da identidade docente como


profissional autônomo permite a inserção de diversas sugestões de leitura no manual e o uso de uma linguagem clara que contempla conteúdos específicos da alfabetização. Todavia, as abordagens acerca do ensino da linguagem podem ser consideradas superficiais no conjunto dos conhecimentos postos à reflexão do professor, nessa área em especial. Outros cuidados são necessários no desenvolvimento da prática pedagógica que visa à alfabetização: percebe-se pouco investimento no que concerne às atividades voltadas ao ensino da linguagem, considerando a quantidade insuficiente, o que pode prejudicar a aprendizagem dos princípios alfabéticos, no tocante ao conhecimento dos aspectos gráficos, relações entre escrita e pauta sonora, bem como produção de textos que privilegiem contextos reais de interlocução.

Não é destinado no Manual do Educador, nenhum espaço de debate acerca dos aspectos gerais que envolvem a Educação de Jovens e Adultos na parte específica de ensino da linguagem, embora esta apareça na abordagem de ensino da Matemática. Essa diferença de tratamento de uma e outra área é representada pela quantidade de páginas destinadas a cada uma delas (a primeira com 9 e a segunda com 35 páginas), como também à forma aligeirada como foram inseridos alguns conteúdos específicos de alfabetização. Assim, é possível encontrar discussões superficiais sobre os processos avaliativos, não sendo abordados critérios de análise e acompanhamento da aprendizagem do aluno nem instrumentos dessa avaliação.

A obra apresenta temáticas que podem auxiliar no desenvolvimento da cidadania. A resolução de problemas, uma tônica da obra, é utilizada frequentemente como recurso metodológico na abordagem dos conceitos matemáticos. Há a preocupação de estimular a participação dos estudantes na sala de aula, por meio de atividades relacionadas com o cotidiano de jovens e adultos. A seleção dos conteúdos foi concebida na obra de maneira a privilegiar os campos da Matemática que devem ser abordados na alfabetização de jovens e adultos, buscando-se a articulação dos campos entre si e com outras áreas do conhecimento. Incentiva-se o uso da calculadora, computadores e internet; a utilização da história da Matemática como recurso didático; a utilização de jogos. A autonomia, o diálogo e o trabalho coletivo são estimulados. Os textos e ilustrações estão bem distribuídos na coleção e apresentam formas variadas, auxiliando na compreensão das situações propostas.


Para o trabalho no âmbito da Alfabetização Linguística, é interessante investir, de forma especial, na ampliação das atividades voltadas à apropriação do sistema de escrita alfabética, possibilitando o estabelecimento de relações grafofônicas e análises fonológicas, por meio da exploração dos textos que o livro já expõe, mas trazendo outros materiais, como jogos de alfabetização, para contemplar uma diversidade de atividades, de forma a promover a aprendizagem dos princípios do sistema de escrita alfabética. Quanto às atividades de leitura, produção de textos orais e escritos, torna-se fundamental para os jovens, adultos e idosos o trabalho com gêneros do cotidiano que tratem de temáticas de cunho social, mas vivenciadas também em situações formais, cuidando-se da ampliação de atuação social desse público.

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Recomenda-se, ainda, cuidado especial na definição de critérios de acompanhamento e avaliação dos alfabetizandos, considerando a sua evolução gradativa ao longo do processo. Nesse sentido, os Parâmetros Curriculares Nacionais da EJA podem subsidiar o planejamento, a execução e a avaliação da prática docente de alfabetização desse público específico da EJA.

A obra propicia a participação ativa do alfabetizando, por isso é importante que o professor estimule seus alunos a realizarem as atividades propostas. No trabalho com a geometria, o professor deverá estar atento a algumas expressões pouco adequadas, tais como “qual o nome matemático da bola?”, para que o aluno perceba o aspecto “linguagem da matemática”. É preciso, também, uma maior atenção às grandezas, particularmente as geométricas, não privilegiando o aspecto medida em detrimento do aspecto grandeza. Da mesma forma, outras grandezas presentes no cotidiano do aluno, tais como kWh, Mb etc., podem ser trabalhadas por meio de atividades propostas pelo professor. É preciso diferenciar também, para o aluno, gráficos de barras de histogramas. Este se mostra um bom momento para contextualizar as atividades, explorando a diversidade sociocultural das diversas regiões do país, aspecto pouco contemplado na obra.

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colEçõEs didáticas Para o PrimEiro sEgmENto da EJa - aNos iNiciais

do ENsiNo fuNdamENtal

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obrA vIvEr, APrENdErPriMEiro sEGMEnto do Ensino fundaMEntal 24833col37

volume Único: AlfAbEtIzAção (dIvErsIdAdE, culturA E trAbAlho)cÓd.: 24833c3751autores: cláudia lemos vóvio e Maria amábile MansuttiEditora: Global Editora e distribuidora ltdaano: 2009 - 4ª edição

volume 1: 2o e 3o ANos(vIvÊNcIAs E dIvErsIdAdE)cÓd.: 24833c3752

volume 2: 4o e 5o ANos(dIrEItos E PArtIcIPAção)cÓd.: 24833c3750

autores: clecio dos santos bunzen Jr., Márcia r. s. Mendonça, Marina Marcos valadão, Maria amábile Mansutti, roberto catelli Jr., e roberto GiansantiEditora: Global Editora e distribuidora ltdaano: 2009 - 4ª edição

.coMo é EstA colEção

Esta é uma coleção interdisciplinar, estruturada em três volumes: Volume Único – Alfabetização (Diversidade, Cultura e Trabalho), Volume 1 – 2º e 3º anos (Vivências e Diversidade), Volume 2 – 4º e 5º anos (Direitos e Participação). Sua principal característica é a articulação dos componentes curriculares em temáticas, superando a compartimentalização dos campos disciplinares. Assim, embora os conteúdos do ensino fundamental estejam presentes na coleção, eles não aparecem sob a forma tradicional de disciplinas. Cada volume está organizado em eixos, que, por sua vez, se dividem em módulos. Cada módulo é introduzido por indagações problematizadoras, formuladas a partir de elementos retirados do cotidiano do aluno. Os objetivos estabelecidos nos módulos apresentam coerência com os conteúdos selecionados e com as estratégias metodológicas adotadas.O Livro do Aluno, ao longo de toda a coleção, propõe atividades centradas na valorização dos saberes dos discentes como base para discussões em sala de aula, exercícios individuais, pesquisa, leituras exploradas em seções intituladas “Para ler...” e produção de textos. As leituras são aplicadas a diversos gêneros discursivos, tais como manifesto, letra de música, fotografia, mapa, memórias, números em textos e gráficos.

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Coerente com a proposta pedagógica, a coleção apresenta uma concepção de avaliação processual, compreendendo a avaliação diagnóstica e formativa, que se constitui em um instrumento efetivo de acompanhamento do processo de ensino e de aprendizagem, de regulação do ensino e de verificação de sua adequação às necessidades de aprendizagem dos estudantes. Ao final do volume de alfabetização, estão incluídas fichas de autoavaliação para o aluno.

O Manual do Educador acompanha cada um dos volumes. O Manual do Volume Único apresenta a concepção de alfabetização e fornece orientações didáticas para a reflexão do professor sobre a linguagem, a leitura e a aprendizagem da escrita. Traz também os itens “A matemática na alfabetização de jovens e adultos”, “Orientações para o Desenvolvimento de Projetos”, “Orientações para o uso do livro do aluno”, por eixos e módulos e, por fim, “Para estudar e (re)pensar políticas de alfabetização”.

O Manual do Educador referente aos volumes 1 e 2 traz uma parte comum e uma parte específica: a parte comum contém orientações didáticas, incluindo reflexões sobre o ensino de leitura, produção de textos, importância da oralidade, tratamento dos conhecimentos linguísticos, conhecimentos matemáticos, estudos da sociedade e da natureza, ensino da arte, e ainda projetos coletivos de trabalho e orientações para avaliação. A parte específica traz orientações para desenvolvimento dos conteúdos, detalhadas por eixos e módulos.

A coleção apresenta bom projeto gráfico e imagens de qualidade, adequados à proposta didático-pedagógica. Os elementos tipográficos e de layout se mostram adequados e legíveis, com os títulos e subtítulos claramente hierarquizados por meio de recursos gráficos, e os textos e impressão que permitem a leiturabilidade. As ilustrações contribuem para a compreensão dos textos. As referências bibliográficas indicam leituras complementares adequadas aos objetivos da coleção.

Na coleção, os componentes curriculares estão organizados em eixos que agregam os vários campos de saber, como está indicado nas propostas oficiais para a EJA. A descrição sintética que se segue destaca alguns temas e o modo como, a partir deles, se desdobram os conteúdos e as atividades em cada volume.

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voluME Único: alfabEtização

O volume estrutura-se em quatro eixos: Gente do Brasil; Nosso trabalho; Patrimônio cultural brasileiro; e Patrimônio ambiental brasileiro. O primeiro eixo (Gente do Brasil) aborda o tema Identidade, partindo do contexto do aluno (a sala de aula, o trabalho, a família) e desenvolvendo a partir daí situações para trabalhar a grafia de nomes, o reconhecimento e a contagem de números, o cálculo de valores a partir de cédulas e moedas de Real, a identificação da presença dos números no ambiente à volta do aluno, e as diferenças regionais e linguísticas. Os conhecimentos matemáticos levam em conta as práticas cotidianas, valorizando o cálculo mental, as medidas, a geometria e a leitura e interpretação de informações numéricas. O eixo 1, módulo 10 (Nossas condições de

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vida), por exemplo, orienta a composição do mapa da comunidade do aluno, solicitando a escolha de símbolos e dos materiais necessários e o modo de fazer, passo a passo, incluindo o emprego da noção de ponto de referência, a partir do qual serão localizadas as partes do mapa do lugar. A leitura do mapa propõe uma atividade de debate, que pode suscitar questões a respeito da história da comunidade, propiciar o reconhecimento de palavras novas, a realização de cálculos sobre o número de moradores, ou distância percorrida e tempo gasto nos deslocamentos cotidianos. As atividades podem trazer à tona inúmeras discussões sobre os problemas da comunidade (sistema de transporte, condições dos serviços de saúde, problemas gerais da comunidade). O eixo 2 (Nosso trabalho) introduz histórias de vida, com temas para a reflexão e discussão entre os alunos, como divisão de trabalho entre homens e mulheres, desemprego, diversidade de profissões, direito ao trabalho. No eixo 3 (Patrimônio cultural brasileiro), o módulo 21 (Alimentação também é cultura) parte do tema da culinária, demonstrando a diversidade de manifestações culinárias ligadas às diferenças regionais do Brasil. A atividade de reconhecimento dos pratos típicos e as receitas servem para explorar o uso da letra Z e S, e os gráficos sobre o uso da mandioca no mundo e no Brasil familiarizam o aluno com esse recurso.

voluME 1: conHEciMEntos rElativos às ciÊncias HuManas, artE E ciÊncias

O volume 1 explora os seguintes eixos: Identidade e diversidade cultural; Crescimento e desenvolvimento humano; Viver em cidades; Sexualidade. O Livro do Aluno compreende as aprendizagens de literatura, da produção de textos escritos e orais, dos conhecimentos linguísticos, dos conhecimentos matemáticos e de temas relevantes que possibilitem ao estudante compreender problemas que afetam a si mesmo e à localidade, bem como a busca de alternativas para enfrentá-los. No eixo 1 (Identidade e diversidade cultural), o módulo 7 (Os povos africanos e a invenção do Brasil) abre com a apresentação de um texto sobre a chegada dos escravos africanos ao Brasil. Segue uma atividade de compreensão do texto e exploração de informações em um mapa político do continente africano. Enfoca-se a presença das culturas africanas no Brasil a partir das palavras, estimulando-se o uso do dicionário e a diversidade e as heranças linguísticas, explorando as semelhanças de grafia e pronúncia entre palavras de origem africana e as que se produziram na língua portuguesa. A discussão sobre o preconceito na sociedade brasileira, em relação aos negros, permite a exploração de dados sobre escolarização entre população branca e negra no Brasil, familiarizando o aluno com a leitura desse tipo de representação, convertendo números em gráficos. O módulo conclui com a apresentação da biografia de algumas personalidades negras brasileiras e com orientação para que o aluno produza uma pequena biografia de alguma pessoa negra de sua comunidade, explorando, como conhecimento linguístico, a conversão da 1ª pessoa para a 3ª pessoa do singular. Apresenta-se a discussão da presença das culturas africanas, tratando a diversidade cultural, a construção da identidade negra, o preconceito racial e como isso se reflete nas desigualdades de escolarização. A arte propicia excelentes oportunidades de exploração interdisciplinar. O módulo Um mundo de formas propõe atividade de observação do meio, no qual o aluno deverá reconhecer algumas formas geométricas. Tal atividade estimula a observação dessas formas em construções localizadas em diversas partes do Brasil, além de se articular a conteúdos da língua portuguesa ao analisar a composição das palavras que designam formas


geométricas. Segue com a proposição de uma atividade de fazer colagens com objetos que apresentam as formas de cubo, pirâmide ou paralelepípedo e, a seguir, na seção Em grupos, estimula o aluno a observar ao seu redor: Vimos que, ao nosso redor, existe um mundo de formas. Apresenta, então, o conceito de massa dos corpos e passa a explorar a arte a partir do tema “Arte - figurativo ou abstrato?”. Assim, apresenta e conceitua a arte abstrata, ilustrando com um precursor desse estilo, Paul Cézane, e citando uma frase de sua autoria: Reproduza a natureza em torno do cilindro, da esfera e do cone. Compara a arte abstrata com a arte figurativa, relata a emergência do abstracionismo no contexto artístico francês do final do século XIX e conclui com uma proposição de exercício de colagem, para ser realizado em grupo.

voluME 2: conHEciMEntos rElativos às ciÊncias HuManas, artE E ciÊncias

O volume 2 está dividido em cinco eixos: As sociedades humanas e o meio ambiente; Da produção ao consumo; Participação política; Mundo do trabalho; Direitos Humanos. No eixo 1, o módulo 4 é dedicado ao tema “Água, fonte da vida”, e desenvolveconhecimentos em estudos da sociedade e da natureza, enfocando o ciclo da água. Um mapa estimula a observação do uso inadequado desse recurso no planeta, analisando o consumo da água segundo as atividades humanas e explora a percepção dos adjetivos e das locuções adjetivas. O módulo 5 é dedicado ao cálculo do consumo de água, a partir de situações-problema, explorando conhecimentos matemáticos de parte e todo, metade, terço e terça parte, quarto e quarta parte, trabalhando com os suportes tabela e conta de água. O módulo 8, (Política: palavras e imagens), explora no eixo de aprendizagem da leitura o trabalho com os slogans e com os jingles, propondo atividade de produção de textos. Faz uso abundante da charge, apresentando inúmeros exemplos pertinentes ao tema, conceituando essa forma de expressão artística e apresentando uma comparação entre duas imagens: a tela de Rembrandt (Lição de anatomia) e a caricatura de Caruso (Lição de anatomia), propondo uma série de questões de natureza comparativa. O módulo traz ainda uma definição de jingles, apresentando o modo como esse recurso é utilizado nas campanhas políticas. No eixo 4, módulo 4 (Três séculos de luta), articulam-se no tema das conquistas dos trabalhadores, o estudo das medidas de tempo e as noções de séculos e milênios, apresentando-se diversas maneiras adotadas pelas culturas para medir o tempo, e o sistema de numeração romano. No tópico “Média de trabalho diário”, a questão da jornada de trabalho no Brasil dá ensejo a atividades de cálculos a partir de medidas de tempo.

dEstAQuEs dA colEção A coleção, estruturada em uma proposta interdisciplinar, organiza os conhecimentos em núcleos (Conhecimentos Linguísticos, Conhecimentos Matemáticos, Ciências Humanas, Artes e Ciências), nos quais podem ser reconhecidos os componentes curriculares de Letramento e Alfabetização Linguística, Alfabetização Matemática, Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências, Artes. O Manual do Educador apresenta os fundamentos teóricos e metodológicos necessários para orientar o professor, sugere possibilidades de exploração das atividades além do livro do aluno, fornece sugestões bibliográficas acompanhadas de resumo, contribuindo para a sua formação continuada. Estabelece como ponto de partida do processo

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educativo o repertório cultural diversificado dos alunos, dentro da especificidade de uma turma de Educação de Jovens e Adultos, incluindo o conhecimento da sua condição socioeconômica, os hábitos culturais, os conhecimentos, crenças, habilidades, valores e procedimentos, e as expectativas em relação ao que eles vão aprender. Merece destaque também a preocupação em enfatizar o mundo do trabalho, a partir do qual se constroem inúmeras situações-problema para serem desenvolvidas ao longo da coleção.


O Manual do Educador apresenta-se como um instrumento fundamental para a atuação do professor, que encontrará nele a concepção de ensino-aprendizagem, sugestões e orientações para o desenvolvimento dos temas e das atividades, e sugestões bibliográficas para seu aprimoramento profissional. A coleção pressupõe a atuação do educador como mediador. Ele precisa planejar continuamente as atividades, adaptando-as às situações específicas de seus alunos. A atuação do professor é decisiva para que o aluno realize adequadamente a leitura e a compreensão das imagens utilizadas no livro. Nesse processo, os alunos dependem bastante da colaboração do professor, que deve desafiá-los a formular hipóteses, testá-las e chegar a conclusões, fazendo com que eles construam e avaliem constantemente o seu conhecimento. No que diz respeito aos conteúdos, deve-se ressaltar que dois temas relevantes na concepção de Ensino de Jovens e Adultos são pouco enfocados na coleção: a história e a cultura dos afrodescendentes e os hábitos culturais dos indígenas. Cabe ao professor, portanto, reforçar esses pontos, enfatizando os conteúdos ou adotando atividades complementares. A coleção também não dedica muito espaço à história das populações do campo, e as mudanças operadas ao longo dos anos são observadas privilegiando-se o ponto de vista das técnicas de trabalho na zona rural. Caberá ao professor adicionar material e promover discussão a respeito de outras dimensões dessas mudanças, como os grupos sociais e os costumes.


obrA é boM APrENdEr PriMEiro sEGMEnto do Ensino fundaMEntal 24836col37 volume Único: AlfAbEtIzAçãolEtraMEnto E alfabEtização linGuÍstica E alfabEtização MatEMÁticacÓd: 24836c3750

autores: cassia Garcia de souza, Marinez Meneghello, angela PassosEditora: Editora ftd saano: 2009 - 1ª edição

volume 1: 2o E 3o ANoscÓd: 24836c3752

volume 2: 4o E 5o ANoscÓd: 24836c3751

autores: cassia Garcia de souza, Marinez Meneguello, angela Passos, thatiane Pinela, liz andréia Giaretta, simone bellusci, Juliana sossoEditora: Editora ftd saano: 2009 - 1ª edição


A coleção está dividida em três volumes: Volume Único – Alfabetização (Letramento e Alfabetização Linguística e Alfabetização Matemática), Volume 1 – 2º e 3º anos, Volume 2 – 4º e 5º anos. Cada volume contém seis componentes curriculares: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia e Artes.

A coleção adota uma proposta pedagógica que busca a interdisciplinaridade e a transversalidade a partir de componentes curriculares claramente definidos. A interdisciplinaridade está presente na organização dos conteúdos e no trabalho com conceitos. Percebe-se, em todos os componentes curriculares, a busca pela interrelação entre os conteúdos a partir de três temas: o mundo do trabalho, a educação para a cidadania e a educação ambiental. No entanto, na execução da proposta, o tratamento é diferenciado entre os vários componentes curriculares. Isso porque, em alguns componentes, a concretização de um trabalho interdisciplinar fica mais evidente do que em outros. Em Alfabetização Linguística e em Língua Portuguesa, por exemplo, a tentativa de inter-relacionar os campos curriculares é mais frutífera. Nesses componentes a interdisciplinaridade está presente na articulação dos conteúdos de Matemática, Ciências e História. Nas outras áreas, ainda que se busque a interdisciplinaridade, os conteúdos são abordados de forma mais tradicional, sem uma estratégia clara que relacione o que está se estudando em um componente curricular específico com outras áreas do conhecimento.

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Para orientar a atividade docente, o professor tem acesso a um Manual do Educador. Esse manual é composto pelo mesmo material do Livro do Aluno acrescido das respostas e orientações – destacadas em vermelho, ao longo de todo o livro, junto aos textos e atividades –, e um Guia de Orientações para o Educador, com reflexões teórico-metodológicas e sugestões para a realização das atividades. As orientações do manual indicam possibilidades para o professor introduzir um conteúdo, buscar novas informações, perceber especificidades que estão sendo trabalhadas. Nas atividades propostas para os alunos, ao invés de apresentar respostas prontas, traz elementos que estimulam alternativas possíveis para a realização de atividades.

O Guia de Orientações é composto de uma parte comum aos três livros da coleção e de outra parte com as diretrizes específicas para cada componente curricular. Nas Orientações Gerais há uma contextualização da Educação de Jovens e Adultos, na qual se apresenta um histórico dessa modalidade de ensino, são expostos seus objetivos, justificando, à luz dessas diretrizes, a escolha dos temas que figuram na coleção. Também e discutida a importância da leitura, da escrita e da oralidade. As orientações para os componentes curriculares que compõem cada volume da coleção apresentam especificidades próprias do componente, o que é facilitado pela apresentação de textos introdutórios, contendo a contextualização do ensino, os pressupostos teóricos; os objetivos e como os conteúdos serão desenvolvidos em cada um desses componentes. No final, o manual expõe comentários e sugestões sobre as unidades e apresenta seções de sugestões de leitura para os alunos, com as referências bibliográficas.

A estrutura editorial e o projeto gráfico estão adequados aos objetivos didático-pedagógicos da obra, cuja organização dos conteúdos, em cada capítulo, é clara, coerente e funcional. O sumário reflete a organização dos conteúdos e das atividades propostas, corroborando para uma rápida localização das informações constantes no manual.

A coleção apresenta boas condições de leitura, com formato e tamanho da fonte, espaçamento e alinhamento entre linhas e palavras nos textos, os quais são bem distribuídos nas páginas, distinguindo-se o texto principal, as ilustrações, os textos complementares e demais recursos gráficos. A iconografia da coleção contribui para a formação do aluno, posto que ultrapassa o aspecto meramente estético e/ou de paráfrase do texto principal. As imagens representadas, sobretudo em forma de gráficos, tabelas, fotos, mapas, ilustrações de sites e reproduções de objetos artísticos estão acompanhadas das informações necessárias a respeito da técnica e autoria. Cabe ressaltar a definição de cores e tabelas constantes no Guia de Orientações para o Educador, procedimento que facilitam o trabalho do professor. Ao longo dos capítulos, há uma sessão que explora o vocabulário das palavras que possivelmente não fazem parte do repertório de linguagem da clientela a que se destina.



No que se refere ao Letramento e Linguística destaca-se o desenvolvimento de uma proposta consistente nos eixos didáticos do ensino da língua (leitura, produção,


oralidade e análise linguística). As atividades e exercícios propostos neste componente curricular apresentam tipologias diversificadas, evitando repetições. Há um nítido direcionamento do aluno para a aprendizagem a partir de situações investigativas. O aluno é desafiado a realizar pesquisas a partir da problematização, observação, experimentação, análise, comparação, interpretação, discussão de resultados, síntese, registros, comunicação e avaliação. Há orientações claras para que o aluno realiza pesquisa em jornais, cadernos de receitas e outros diferentes suportes, ainda que não indique estudos em espaços extraclasse (museus, centros de ciências, universidades, centros de pesquisa e outros).


A Alfabetização Matemática é construída a partir de exemplos do cotidiano, levando em consideração o contexto dos jovens e adultos. O campo dos Números e operações é abordado em cinco unidades, sendo uma unidade dedicada aos números e as outras quatro dedicadas, cada uma delas, a uma das operações fundamentais. O trabalho é realizado com diversos recursos didáticos, tais como o ábaco, material dourado, quadro valor do lugar e calculadora. Destaca-se, também, a exploração da composição e decomposição dos números, agrupando-os de diferentes maneiras, antes de formalizar com o algoritmo tradicional. O eixo Grandezas e medidas é abordado em cinco unidades, uma para cada medida: tempo, comprimento, temperatura, massa e capacidade. O eixo Espaço e forma é apresentado em três unidades: retas, formas geométricas planas e formas geométricas espaciais. Os exemplos têm relação com o cotidiano, como a localização de ruas no croqui de uma cidade. O eixo Tratamento da informação é trabalhado em duas unidades: tabelas e gráficos, a partir do levantamento de dados dos próprios alunos.

línGua PortuGuEsa

Em Língua Portuguesa, o material selecionado é adequado ao público da EJA, tanto do ponto de vista temático quanto na extensão linguística, visto que não se limita apenas a possibilitar ao aluno uma decodificação dos símbolos da escrita, mas valoriza a língua como veículo de comunicação e expressão dos sujeitos. A coleção organiza as atividades em cinco seções, nas quais trabalha textos e gêneros diversificados. São elas: leitura, produção escrita, produção oral, reflexão sobre a língua e descobrindo a escrita. Essa estratégia demonstra o cuidado com a heterogeneidade da cultura escrita e a complexidade linguística. Destacam-se entre os textos literários selecionados a opção por textos de autores representativos da literatura brasileira. O modo como os textos são abordados, além de possibilitar o estudo dos aspectos gramaticais, contribui também para a compreensão da função estética da linguagem. Os conhecimentos linguísticos apresentam-se sistematizados a partir do que é considerado na obra como mais relevante para essa fase de escolarização do educando. Desse modo, a coleção sugere reflexões e propõe atividades que buscam subsidiar os educandos com alguns conhecimentos necessários para a compreensão de outros conteúdos linguísticos a serem apreendidos em outras etapas da trajetória escolar do aluno da EJA.

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MatEMÁtica

Em Matemática, a coleção aborda os conteúdos divididos em quatro blocos: números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação. Esses blocos, de uma forma geral, são apresentados de maneira intercalada, subdividindo seus conteúdos e desenvolvendo-os alternadamente, sem esgotar o assunto em uma única unidade. A apresentação dos conteúdos é feita de forma progressiva e se inicia quase sempre com a proposta de caminhos que o aluno poderia utilizar para resolver problemas, valorizando sua percepção analítica e o domínio de conhecimentos prévios, seguindo para exemplificações de resolução de problemas e suas aplicações em situações do cotidiano, culminando com a sistematização matemática dos tópicos trabalhados, sem ênfase em fórmulas, mas priorizando uma compreensão analítica e contextualizada dos conteúdos. A valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, o desenvolvimento do cálculo mental e a utilização de materiais concretos que fazem parte do cotidiano são pontos positivos da obra. Também há boas indicações de utilização da calculadora e análises de estimativas, além das sugestões de importantes trabalhos interdisciplinares, proporcionando a articulação dos conhecimentos desenvolvidos nas aulas de matemática com os conhecimentos de outras disciplinas, tais como ciências, geografia e história.

ciÊncias

Em Ciências, o livro trata do processo de construção histórica dos conceitos/conhecimentos abordados, evidenciando a relação entre desenvolvimento tecnológico e avanço do conhecimento científico. Inclui bibliografia atualizada na área, adotando uma concepção que está em consonância com a produção bibliográfica contemporânea da educação em ciências, atendendo à diversidade de abordagens teórico-metodológicas. Como bibliografia complementar, são relacionados no Manual do Educador alguns documentos legais e as orientações curriculares para a área, como subsídio para a reflexão sobre a prática do ensino de Ciências.

HistÓria

Em História, a coleção discute amplamente a História do Brasil, articulando-a à História Geral na medida em que o texto central requer explicação mais ampla dos temas tratados. A coleção se preocupa em articular presente-passado-presente dialeticamente, como maneira de criar situações desencadeadoras de motivação e acolhimento do conhecimento prévio do educando, a fim de ampliá-lo para uma melhor leitura demundo. Aborda e problematiza adequadamente a história da África, dosgrupos indígenas, das mulheres e das crianças, em textos, documentos e/ou imagens. O conhecimento histórico, o discurso historiográfico e a memória são estudados sempre numa perspectiva problematizadora. Além disso, apresenta questões relativas às relações históricas do homem com a natureza e o meio ambiente. Os pressupostos teórico-metodológicos da área de História são satisfatoriamente contemplados no Manual do Educador. Discute-se a história enquanto disciplina influenciada por distintas correntes historiográficas, bem como os fluxos e refluxos no processo de afirmação de um ensino de História voltado para construção da cidadania. Ampliam-se as noções de sujeito, de tempo, de fatos e documentos históricos, a partir de referenciais historiográficos apropriados e atualizados.


GEoGrafia

A disciplina de Geografia está organizada em unidades, divididas em temas. Cada tema parte de um texto estruturado em poucos parágrafos e escrito numa linguagem clara e objetiva, adequada ao público a que se destina a coleção, além de facilitar a identificação de conceitos chaves abordados pela temática. O livro é bastante rico no que diz respeito ao trabalho com imagens que exemplificam e complementam o estudo dos temas. A obra define o lugar e a paisagem como categorias centrais de análise, com maior ênfase no último volume da coleção às categorias como região e território. Essas categorias são estudadas numa perspectiva de gradação dos conceitos, conforme a complexidade de cada um. Assim, observa-se que o ponto de partida é sempre uma realidade mais próxima do cotidiano do educando (casa, trabalho, escola, rua), prosseguindo os estudos numa perspectiva de ampliação (município, país, continente, mundo), propondo atividades que permitem identificar o entrelaçamento desses conceitos e a reflexão sobre as relações entre sociedade e natureza. Há claramente uma opção pela abordagem crítica dos conhecimentos geográficos. Essa opção fica clara em temas que tratam de alguns conceitos da geografia física, como clima, vegetação e relevo, em permanente diálogo com a sociedade.

artEs

Em Arte, o ensino é abordado como linguagem e como construção histórica, respeitando a orientação metodológica que se apoia na proposta triangular do fazer, do apreciar e do contextualizar a Arte. Segue, assim, as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, exceto no que diz respeito à experimentação e exploração das possibilidades de cada linguagem artística, pois inclui pouco conteúdo de Teatro e Música e nenhum conteúdo de Dança, concentrando-se, principalmente, nas Artes Visuais. Contudo, oportuniza o acesso ao patrimônio cultural e estimula a leitura da produção artística, conduzindo o olhar à observação e reflexão sobre a obra de arte, no intuito de desenvolver no aluno a capacidade de identificar diferenças e peculiaridades nos padrões artísticos e estéticos de culturas e grupos distintos. As atividades propostas são diversificadas e envolvem problematização, observação, experimentação, análise, comparação, interpretação, discussão de resultados, registros, síntese e comunicação.

dEstAQuEs dA colEção Cada componente curricular tem um espaço definido na coleção, o que não impossibilita que sejam efetivadas, no mesmo espaço, relações com outros campos do conhecimento. Merece destaque o trabalho em torno de temas como consumo, direito dos consumidores, preservação da natureza e educação para o trânsito. Representa um avanço ao propor um estudo em sala de aula que privilegia a contextualização e a articulação entre os componentes curriculares. As estratégias metodológicas utilizadas estão em coerência com os objetivos e compatíveis com os conteúdos selecionados. Merece destaque positivo o cuidado especial em torno das reflexões sobre processo avaliativo que é assumido na perspectiva de uma avaliação diagnóstica e processual. Indica-se o preenchimento de fichas autoavaliativas, com exemplos e importantes orientações para que o professor utilize o material da coleção na elaboração de diferentes propostas de avaliação. Propõe-se também um quadro

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orientando o professor a respeito dos diferentes tipos de avaliação, a função, as vantagens e a atenção requerida no processo de desenvolvimento de cada uma das modalidades apresentadas. A coleção propicia a reflexão sobre a prática docente, o papel do professor como pesquisador, problematizador e mediador das ações pedagógicas, sobretudo no item “Como trabalhar com os alunos que chegam a EJA”, que trata sobre a necessidade de o educador se manter atualizado e conhecer os conteúdos que devem ser ensinados nessa modalidade de ensino. O manual oferece também uma bibliografia atualizada que contribui para o processo de formação e atualização docente. Não se observa propostas que estimulem a interação do professor com os demais profissionais da escola, uma vez que essa dinâmica ocorre apenas no âmbito do seu grupo-sala.


A obra apresenta um cuidado especial sobre o processo avaliativo e a sua relação com a autonomia dos alunos da EJA. Nessa perspectiva, usando suas orientações, o professor pode realizar avaliações processuais que levem o aluno a compreender os objetivos alcançados e a traçar novos objetivos. Sugere-se também que o professor observe no Manual do Educador as orientações, postadas em vermelho, no meio do livro do aluno. Essas orientações sugerem aprofundamento de temas e encaminhamentos de atividades. Tais orientações servem como uma espécie de âncora para que o professor utilize o livro do aluno. Indica-se que o professor procure, no Manual do Educador, uma sessão específica sobre a utilização da internet e de instrumentos tecnológicos. Aponta-se, finalmente, que o uso das imagens seja enriquecido pelas indicações do livro. Ao apresentar a imagens, estas são discutidas ao lado de informações sobre o autor e o momento da produção evidenciando-as como representações de um tempo específico. Destaca-se ainda a necessidade de o professor planejar atividades de estudos em espaços extraclasse tais como museus, centros de ciências, universidades, centros de pesquisa e outros. A obra apresenta sugestões de leitura e de filmes nacionais e estrangeiros.


obrA ProJEto IdENtIdAdEPriMEiro sEGMEnto do Ensino fundaMEntal 24865col35volume único: AlfAbEtIzAção lEtraMEnto E alfabEtização linGuistica E alfabEtização MatEMÁticacÓd.: 24865c3550

autores: lídia lagua de oliveira e luiz roberto danteEditora: Editora Ática saano: 2009 - 1ª edição

volume 1: 2o e 3o ANoscÓd.: 24865c3551

volume 2: 4o e 5o ANoscÓd.: 24865c3552

autores: cláudia Miranda, luiz roberto dante, francisco M. P. teixeira, rosaly braga chianca, Wilson Paulino, José antônio dos santos, Márcia aidarEditora: Editora Ática saano: 2009 - 1ª edição


A coleção adota uma proposta pedagógica disciplinar, estruturada em duas partes. O Volume único de Alfabetização é dividido em Letramento e Alfabetização Linguística, organizado em sete capítulos, e Alfabetização Matemática, organizado em treze capítulos. O Manual do Educador, apresentado ao final do volume, separa as orientações para Letramento e Alfabetização Linguística e para a Alfabetização Matemática. Os Volumes 1 e 2, que se destinam, respectivamente, aos 2º e 3º anos e 4º e 5º anos do primeiro segmento, contêm seis componentes curriculares, distribuídos na seguinte sequência: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências e Artes. O Manual do Educador referente aos dois volumes da coleção apresenta orientações didático-pedagógicas para cada um dos seis componentes curriculares.

Nessa coleção, os componentes curriculares se apresentam de forma independente, com raras propostas de atividades conjuntas entre as disciplinas. Nesse sentido, em alguns momentos, vislumbra-se a possibilidade de conteúdos de uma área serem também estudados em outra. A organização dos componentes é estruturada sem um elemento integrador. Os sumários e o projeto gráfico apresentam grande variação entre os componentes.




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O Manual do Educador, apresentado ao final do volume, separa as orientações para Letramento e Alfabetização Linguística, e para a Alfabetização Matemática. Nos outros dois volumes da coleção, o Manual do Educador apresenta orientações didático-pedagógicas para cada um dos seis componentes curriculares.

Ao tratar da prática docente, o Manual do Educador apresenta o professor como pesquisador e mediador, quando discute os pressupostos teórico-metodológicos e o seu papel na EJA, destacando a importância do planejamento e discutindo a concepção do processo de ensino e aprendizagem. A representação da identidade docente como profissional autônomo fundamenta a liberdade do educador para explorar as sugestões de leitura do Manual.

A coleção apresenta qualidade gráfica em termos de legibilidade, com utilização de fonte tipográfica de fácil leitura e boa composição de página.



Na parte destinada ao componente curricular Letramento e Alfabetização Linguística, há ênfase no desenvolvimento da caligrafia, da aprendizagem do alfabeto, dos tipos de letras, das características gráficas, contagem de letras, cópias e comparação de palavras quanto às semelhanças de letras. O material textual é adequado ao público alvo, embora o eixo da análise linguística, no que concerne à alfabetização, receba um tratamento limitado. Conteúdos fundamentais, como semelhanças e diferenças sonoras, são comentados no Manual do Educador, mas pouco explorados no Livro do Aluno. Entretanto, o material textual inserido na coleção possibilita análises sonoras, uma vez que contempla poemas e músicas. São, ainda, incorporados textos didáticos, reportagens, fábulas e contos. Quanto aos procedimentos metodológicos, é possível afirmar que, em parte, estes possibilitam a mediação do professor e a postura autônoma do aluno. A ampliação dos conhecimentos de níveis menores de compreensão para níveis maiores restringe-se a alguns conteúdos de aprendizagem do sistema de escrita alfabética, como, por exemplo, os seus aspectos gráficos. Nas propostas de “conversas” e em algumas atividades de levantamento de conhecimentos prévios, é possível a articulação entre os conhecimentos escolares e o cotidiano dos alunos.


Na parte destinada ao componente curricular Alfabetização Matemática, cada capítulo tem foco prioritário em um dos campos da matemática. Apesar disso, fazem-se articulações que são relevantes para que conteúdos de outros campos sejam trabalhados. Na coleção há a predominância do campo números e operações para esse nível de escolaridade. As operações de adição e subtração com números naturais são estudadas através da resolução de problemas, contemplando-se as ideias de composição, comparação e transformação de quantidades. A adição é abordada através da ideia de juntar e acrescentar uma quantidade a outra. No estudo da


subtração explora-se a ideia de tirar. A multiplicação de números naturais é trabalhada na perspectiva de desenvolver no aluno o raciocínio multiplicativo, a partir das ideias de juntar quantidades iguais, distribuição retangular e número de possibilidades. Por sua vez, a divisão é trabalhada a partir das ideias de repartir em quantidades iguais e de medida. As operações são tratadas a partir de resolução de problemas que trazem questões do quotidiano e do trabalho com os algoritmos. O cálculo mental, por estimativas, e o arredondamento são incentivados na coleção. As frações, as porcentagens e os números decimais são introduzidos na alfabetização matemática, ainda que limitadamente. No campo da geometria, inicia-se com o estudo dos sólidos para em seguida trabalhar as formas planas. Sua abordagem se caracteriza pela valorização da visualização de figuras.

línGua PortuGuEsa

A Língua Portuguesa é trabalhada em situações contextualizadas de uso, como evidencia o estudo de diversos gêneros discursivos. O estudo de questões linguísticas é desencadeado a partir do texto, de forma contextualizada, refletida e planejada. O trabalho com o texto valoriza integralmente a reflexão e exige esforço intelectual do aluno. A produção de textos escritos é proposta em uma perspectiva sociointerativa e de forma contextualizada. A modalidade falada da língua também é focalizada, com ênfase na situação de comunicação, que determina, pois, o uso dos registros formal ou informal. Indiretamente, são definidos os objetivos em cada unidade dos volumes, de forma adequada aos anos iniciais do ensino fundamental. Cada unidade apresenta o texto, estudos de leitura, de escrita e de gramática integrados, sendo trabalhados sempre em torno de uma temática e de um gênero consonantes com as diretrizes da EJA. As estratégias metodológicas são orientadas por uma visão textual-discursiva, buscando uma aprendizagem significativa. São exemplos das estratégias metodológicas os subitens de cada um dos capítulos que propõem os textos e as atividades, de forma totalmente articuladas, organizadas em seções intituladas “estudando...”, “produzindo” e “pensando sobre a língua”.

MatEMÁtica

Os conteúdos matemáticos são divididos em quatro blocos: Números e operações, Espaço e forma, Grandezas e medidas, e Tratamento da informação, apresentados de forma intercalada, subdivididos e desenvolvidos alternadamente, porém com ênfase maior em números e operações. Como estratégias de trabalho com alguns conteúdos, os alunos são desafiados a discutir seus conhecimentos prévios, a desenvolver formas de resolução de problemas, a criar problemas novos e ainda a efetuar pesquisas. A coleção explora adequadamente e de forma equilibrada os diversos blocos de conhecimento relacionados à matemática, propondo a exploração e articulação entre os diferentes pensamentos matemáticos. Incorpora algumas tendências atuais da área de educação matemática, tais como o uso da calculadora, do computador e internet, dos jogos, da história da matemática etc. Algumas atividades propostas trazem implícitas a interação do professor de matemática com os demais professores da escola. O Manual do Educador destaca a importância da utilização de temas transversais nas aulas de matemática, como saúde, trabalho, meio ambiente e ética.

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HistÓria

A coleção possibilita a problematização do conhecimento histórico e do discurso historiográfico. A memória, por sua vez, articulada à história, é pensada como um dado social. Quanto à explicitação dos conceitos de tempo (permanência, mudança, período, simultaneidade, continuidade), a obra mostra a relação entre o passado e o presente. Os conceitos relacionados ao espaço (lugar, território, paisagem) são bem conduzidos. A coleção explora o lugar próximo, o bairro onde estão presentes as relações sociais ligadas à comunidade e onde se dá a construção da memória social (vizinhança, escola, igreja). Desse espaço de proximidade, o texto segue em espiral ampliando a noção de espaço social. Apesar de fazer boa articulação entre a história local, regional e nacional, os volumes não fazem menção ao contexto internacional. A relação homem-natureza, meio ambiente e sustentabilidade é pouco discutida. Os volumesnãoabordamoconteúdodehistóriadaÁfrica;háapenasreferênciapontualsobre a língua quimbundo e sobre os bantos. Por outro lado, discute temas relacionados à cultura afrobrasileira e indígena. A abordagem dos conteúdos apresenta variada mostra de documentos, desenhos, pinturas, gravuras, letras de músicas, reproduções de cartazes, de jornais e de mapas. A coleção articula os conceitos e conteúdos históricos a outros campos do conhecimento científico, tais como a antropologia, a sociologia, a psicologia social e a economia.

GEoGrafia

Os conceitos fundantes da ciência geográfica (espaço, território, região, lugar e paisagem) estão presentes na coleção, mesmo que possuam tratamentos diferenciados. Entre esses conceitos, o de espaço apresenta-se de maneira implícita em alguns conteúdos, pois a obra discute intervenções do homem sobre o meio, sem especificar que se trata do espaço. Entretanto é possível deduzir que a obra se refere à noção de espaço produzido. O conceito de “paisagem” é usado apenas para distinguir a paisagem natural da paisagem humanizada. Os conceitos de “território”, “região”, e “lugar” são apresentados implicitamente em poucos momentos. Em toda a coleção os conteúdos são organizados em torno de unidades: Os grupos sociais, Onde vivemos, Os mapas e a localização, O trabalho, O Brasil e os brasileiros, e Diferentes paisagens e diversidade cultural. No que se refere ao tema “trabalho”, eixo na educação de jovens e adultos, a obra limita-se a discuti-lo ao abordar as atividades desenvolvidas e as condições de vida do trabalhador na “cidade” e no “campo”. As propostas de prática interdisciplinar aparecem timidamente ao longo dos capítulos, quando se destaca, em um boxe, a relação de um tema que está sendo estudado com outras áreas do conhecimento. Essas relações limitam-se, na maioria das vezes, a indicar que o conteúdo tratado também figura em outros componentes curriculares da mesma obra.

ciÊncias

Na coleção é feita uma contextualização do conhecimento científico, estabelecendo relações entre aspectos do domínio vivencial dos estudantes e a ciência. Citam-se como exemplos as discussões sobre saúde sexual de adolescentes e de adultos; consumo, produção e conservação de alimentos. Destaca-se também a abordagem dos diferentes biomas do Brasil, contemplando as diversas regiões do país e trazendo


exemplos de espécies da flora e da fauna. Algumas discussões desenvolvidas na obra promovem relações entre ciência, tecnologia e sociedade, ao tratar sobre as causas e consequências dos diferentes impactos socioambientais como: construção de usinas hidrelétricas, ocupação humana, mineração, madeireiras, desmatamento, caça ilegal de animais silvestres, derramamento de petróleo, lixo, lançamento de esgoto doméstico e industrial em rios e mares. A coleção prioriza o desenvolvimento da postura ativa dos estudantes e a mediação do professor, apresentando questionamentos e situações-problema no início de cada capítulo, e incentivando os educandos a resgatarem seus conhecimentos prévios sobre os diferentes conteúdos. Também intercala os textos com outras questões e em cada capítulo apresenta um boxe intitulado Leitura & Debate, com temas polêmicos que favorecem a postura investigativa, pois algumas discussões solicitam a realização de pesquisas e, também, a postura argumentativa, já que os educandos têm de se posicionar diante das temáticas apresentadas.

artEs

O conceito sobre ensino de artes adotado se coaduna com as propostas da literatura especializada, contemplando as diretrizes curriculares previstas para a área de artes no Ensino Fundamental de jovens e adultos. A coleção permite ao aluno a experimentação de possibilidades advindas das diferentes linguagens artísticas, mesmo que isso se dê de forma parcial, sendo evidente o incentivo à construção de uma relação de autoconfiança acerca da produção artística pessoal e o respeito com a produção dos colegas. São apresentados os conteúdos de arte numa ótica adequada, com informações pertinentes aos elementos constituintes das linguagens e códigos das artes visuais, da música, da dança e do teatro, embora sempre predomine a ênfase nas artes visuais.

dEstAQuEs dA colEção No componente curricular Matemática, o tratamento da informação e o emprego das grandezas e medidas são apresentados de forma integrada com as práticas sociais e com os demais campos da Matemática. A interpretação e produção de dados em forma de listas, tabelas e gráficos são atividades bastante exploradas na coleção. Os recursos imagéticos são inúmeros e bem apresentados, com fotos nítidas. A quantidade é adequada e suficiente para demonstrar o que se quer, com legendas bem informativas. Assim como as ilustrações, em geral, também são adequadas ao conteúdo da coleção.


A localização no espaço é abordada no componente curricular Alfabetização Matemática, entretanto, sente-se falta de um trabalho que contemple a ideia de movimento, através da compreensão das transformações geométricas (translação, reflexão, rotação, ampliação e redução), indicado para ser introduzido nesse nível de escolaridade. O professor poderia suprir essa falta em sala de aula com atividades e leituras apropriadas.

Em alguns momentos da coleção, as propostas de atividades bem como as imagens utilizadas tendem a uma infantilização, dado que deve ser objeto de atenção do professor.

colEçõEs didáticas Para o sEguNdo sEgmENto da EJa - aNos fiNais

do ENsiNo fuNdamENtal

PnldEJa2011 131

obrA vIvEr, APrENdErsEGundo sEGMEnto do Ensino fundaMEntal 24829col37

volume 1: 6o ANo (coNtExtos dE vIdA E trAbAlho)cÓd.: 24829c3750

volume 2: 7o ANo (Por uMA vIdA MElhor)cÓd.: 24829c3753

volume 3: 8o ANo(MuNdo EM coNstrução)cÓd.: 24829c3752

volume 4: 9o ANo (IdENtIdAdEs)cÓd.: 24829c3751 autores: carolina amaral de aguiar, claudio bazzoni, denise Grinspum, denise Mendes, dulce satiko onaga, fábio fernandes Madeira lourenço, Helena Henry Meirelles, Heloisa ramos, José carlos fernandes rodrigues, Maria amábile Mansutti, Marina Marcos valadão, Mirela laruccia cleto, noemi Jaffe e roberto Giansanti. Editora: Global Editora e distribuidora ltdaano: 2009 - 1ª edição


A Coleção está estrtuturada em quatro volumes: Volume 1 – 6º ano; volume 2 – 7º ano; volume 3 – 8º ano; volume 4 – 9º ano. Cada volume contém sete componentes curriculares: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte e Literatura; Matemática, Ciências Humanas: História e Geografia, e Ciências Naturais.

A coleção adota uma proposta pedagógica que busca a interdisciplinaridade, com componentes curriculares apresentados separadamente. Cada volume se estrutura em torno de um tema geral – Contextos de vida e trabalho (v. 1); Por uma vida melhor (v. 2); Mundo em construção (v. 3); Identidades (v. 4) –, a partir do qual se desenvolvem os conteúdos dos componentes curriculares. Cada volume é dividido em seis unidades, cada uma tratando de um componente curricular específico, e contendo também referências bibliográficas.


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O Manual do Educador está estruturado em quatro itens, que são comuns aos volumes e trazem o mesmo conteúdo: Apresentação; Concepção e estrutura da obra; Pressupostos para avaliação na Educação de Jovens e Adultos; Sugestões para leitura e consulta. O tópico seguinte consiste numa introdução que expõe aspectos gerais sobre os objetivos do capítulo e as estratégias empregadas para realizá-los, seguida de orientações específicas para cada capítulo.

O Manual do Educador postula, também, a articulação de todos os componentes curriculares, a partir dos focos e temáticas adotadas. As situações de interdisciplinaridade ocorrem de diferentes modos: aparecem a partir dos conteúdos de dois ou três componentes curriculares; podem ser localizados nos conteúdos apresentados ou nas atividades propostas; podem consistir numa combinação entre conteúdos novos de um componente curricular e conhecimentos de outros componentes, estudados em unidade ou volume anterior. Em algumas situações, as potencialidades de exploração da interdisciplinaridade das atividades são indicadas no Manual do Educador.

O projeto gráfico é adequado à proposta didático-pedagógica e ao público da EJA: cada unidade disciplinar é delimitada por uma cor própria que se repete nos quatro volumes; os textos e temas são precedidos de questões preliminares que estimulam a manifestação dos alunos, a leitura e discussão dos textos; há, para cada capítulo, uma diversidade de linguagens e atividades que dinamizam a leitura e a assimilação dos conteúdos conceituais. No final dos volumes, há indicação de leitura complementar pertinente aos conteúdos abordados no livro.

Os volumes possuem glossário impresso próximo aos textos, facilitando a localização das palavras dando agilidade à consulta. Algumas palavras são destacadas em vermelho e a explicação para o termo aparece em um boxe.


Cada volume da coleção trata, separadamente, de todos os componentes curriculares: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte e Literatura, Matemática, Ciências Humanas: História e Geografia, Ciências Naturais. A seguir, são apresentadas algumas possibilidades e limitações da proposta interdisciplinar da coleção.

línGua PortuGuEsa

O trabalho com Língua Portuguesa é subsidiado por teorias linguísticas, o que é perceptível no trabalho com os diversos gêneros discursivos. Os conteúdos são trabalhados em situações contextualizadas de uso da língua. A produção de textos escritos é proposta em uma perspectiva sociointerativa, permitindo a expressão de experiências, quer do aluno quer de outrem, através do relato, a partir do qual se desencadeia a produção textual escrita. Os capítulos têm uma estrutura similar: um texto de apresentação dos conteúdos que serão abordados, um texto motivador no gênero e na temática que será vista, estratégias de leitura, compreensão e interpretação, abordando, ao mesmo tempo, a linguagem e os recursos expressivos utilizados pelo autor. No volume 1, no componente curricular Língua Portuguesa, a interdisciplinaridade aparece no item


“Sugestões de atividade complementar”, que propõe o trabalho com o professor de Arte, a partir do tema dos retirantes. O componente Língua Portuguesa também explora a interdisciplinaridade com as ciências, retomando, no volume 2, um tema explorado anteriormente, aquele correspondente aos gêneros discursivos, ao trabalhar um texto de divulgação científica. Além de requerer a mobilização das habilidades desenvolvidas em Língua Portuguesa no volume 1, a atividade propicia a exploração de noções científicas sobre meio ambiente, e apresenta conhecimentos da área de arqueologia, ao tratar do tema da ilha de Páscoa. Os conteúdos de Língua Portuguesa exploram, no volume 3, reportagens de conteúdo científico, mas se limitam a exibir capas de periódicos, com manchetes de temas científicos. Ao tratar da intertextualidade, a partir de um conto de Carlos Drummond de Andrade, propõe-se uma atividade que sugere a possibilidade de aproximação de conteúdos de Literatura e História. Do mesmo modo, o poema de Ferreira Gullar, “O açúcar”, apresenta potencialidades para ser explorado nos quadros da análise histórica e geográfica no que diz respeito à propriedade da terra e às condições do trabalhador no Brasil. No volume 4, são incorporados textos com elementos de História e de Ciências, mas seus conteúdos são pouco explorados, limitando-se o enfoque ao conteúdo especificamente curricular sobre a unidade e a tessitura do texto. Ao se proceder ao estudo do gênero literário romance, faz uso de algumas ilustrações do livro Dom Quixote, solicitando a comparação com textos extraídos dessa obra. Mas as questões propostas se reduzem a indagar: “Considerando o episódio lido, qual dessas representações traduz melhor o aspecto sonhador do cavaleiro, e o aspecto prático do escudeiro?”. O capítulo 3, ao enfocar as técnicas de leitura, apresenta um texto intitulado “As águas e a natureza viva”, propondo atividade de compreensão que envolve conhecimentos provenientes das Ciências Naturais e da Geografia.

línGua inGlEsa

O trabalho com Língua Inglesa dá ênfase à habilidade escrita e o ensino gramatical é baseado na abordagem dedutiva, apresentando regras gramaticais seguidas de exercícios. A obra traz assuntos variados nos textos dos quatro volumes, embora alguns temas estejam mais distantes do repertório e da vivência dos alunos da EJA. Os conteúdos de Língua Inglesa, no volume 2, incluem gráficos e abordam conteúdos de Geografia e História de países anglófonos. No volume 3, as possibilidades de trabalho interdisciplinar estão nos textos dos capítulos que exploram largamente os conteúdos de Geografia da atualidade e das Ciências, enfocando a biodiversidade, diversidade étnica, linguagem e diversidade. Os temas da ocupação da terra e a devastação ambiental também são abordados.

artE E litEratura

O conteúdo de arte, em diversos momentos, é trabalhado em relação a outras áreas: arte e natureza, ciências (ilustração botânica), arte e saúde, arqueologia e etnologia, história e memória. O componente curricular Arte e Literatura explora, sobretudo, a pintura, a escultura, fotografias e charges, e as atividades propostas estendem essas práticas interdisciplinares, ao propor aos alunos a realização de criações artísticas de colagem e instalação. Vários exercícios estimulam leituras e fruição das produções artísticas, além de incentivar as experimentações e o fazer artístico, em atividades

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baseadas no conhecimento artístico prévio, de modo a possibilitar as apreciações da produção individual e do grupo, debates e reflexões. No volume 2, a aproximação da Literatura com as Artes se efetiva, sobretudo, a partir da linguagem da escultura. As possibilidades de trabalho interdisciplinar no volume 3 estão, sobretudo, no tópico intitulado “Preservação”, em que é apresentada uma imagem da escultura em madeira, A Flor do Mangue, de Franz Krajcberg, um artista que engajou sua arte na luta pelo uso responsável da natureza. Como atividade propõe-se que o aluno relacione a interpretação da obra e sua vinculação com o desenvolvimento de uma consciência ecológica.

MatEMÁtica

A coleção evidencia a utilização e a incorporação de resultados de pesquisas na área da Educação Matemática, destacando a importância desta para a vida cotidiana, as vantagens do trabalho coletivo, e as novas possibilidades e metodologias de ensino para essa área. Também oferece situações de investigação, de pesquisa, de discussão entre aluno-aluno e entre aluno-professor, e ao professor se apresentam diferentes possibilidades de reflexões e de orientações para cada conjunto de conteúdos a serem trabalhados no Livro do Aluno. Os conteúdos da Matemática trazem possibilidades de trabalho interdisciplinar, explorando a articulação dos conhecimentos matemáticos com outras áreas do conhecimento. No conteúdo dedicado ao manuseio de régua e compasso são apresentadas imagens de guias de ruas, com possibilidades de desenvolvimento de conteúdos de Geografia; assim como o capítulo “Mutirão e moradia” oferece possibilidades para se analisar as relações de trabalho e as relações sociais nas zonas rurais, e as transformações que elas sofreram nas últimas décadas. Outra situação com potencial para exploração interdisciplinar é oferecida, ao se aplicar o conteúdo “fórmulas” à questão da fome na América Latina. Quando é estudada a evolução dos conhecimentos matemáticos, têm-se possibilidades de interdisciplinaridade com os conteúdos de História, compondo uma linha do tempo; com os conteúdos da Geografia, pode ser aprofundada a discussão sobre os dados da composição da população brasileira na atualidade, explorando-se a dimensão social desse quadro. O componente curricular Matemática, no estudo das regularidades, introduzindo o estudo da geometria, estimula o aluno a observar o meio que o cerca, com a finalidade de reconhecer as formas geométricas na arte e na arquitetura.

ciÊncias HuManas: HistÓria E GEoGrafia

Nas Ciências Humanas são exploradas letras de músicas, abordando-se o acordo ortográfico da língua portuguesa, e se faz uso de tabelas. No componente curricular História, explora-se uma charge solicitando do aluno a percepção de mudança, ao enfocar o indígena e o meio ambiente. O capítulo “O campo e cidade” explora a interpretação de fotografia e pintura para a percepção das diferenças e se introduz a noção de escala cartográfica. Contudo, o Manual do Educador traz orientações limitadas de estratégias para a exploração mais sistemática dos conteúdos tratados em outros componentes curriculares. No capítulo que aborda o trabalho escravo e a escravidão, a arte é explorada, mas apenas na sua dimensão documental, que consiste na identificação da época da produção da imagem e reconhecimento de informações internas da obra. São apresentadas charges, quadros estatísticos e gráficos, mas são limitadas as menções


aos modos de articular essas formas de representação a outros conhecimentos. Ao se tratar do processo de urbanização do Brasil, tem-se uma articulação que integra a Geografia e a História efetivamente. Também, ao apresentar o tema das redes e a escala planetária no capítulo “Globalização, territórios e redes geográficas”, é proposta a leitura de um mapa intitulado “Evolução do número de internautas no mundo (1991-2006)” o qual requer do aluno conhecimentos de natureza matemática.

ciÊncias naturais

A abordagem dá maior ênfase a temas relacionados às áreas da biologia e da química. Os conteúdos selecionados estão próximos do cotidiano dos alunos e as estratégias propostas resgatam o conhecimento popular e os saberes da experiência do aluno, sem perder a intenção de atingir o conhecimento científico. A seção “Experimentos” tem propostas para a utilização de materiais de baixo custo, em experiências de fácil execução e pequena complexidade na análise dos resultados, as quais favorecem muito a aprendizagem nesse campo. Nas Ciências Naturais, um dos temas mais profícuos em possibilidades de abordagem interdisciplinar é o tema da “Água, saúde emeioambiente”, ao qual se associam tópicos como saúde do corpo, o cuidado com o meio ambiente e atividades de elaboração de texto, a partir de expressões que contenham a palavra água, além de apresentação de tabelas com dados sobre serviços de água, esgoto e lixo no Brasil, entre 1996 e 2006. Outra possibilidade de articulação interdisciplinar está no texto sobre alimentação (“O que faz a cozinha de um país?”), que apresenta os alimentos, a culinária e os hábitos alimentares, e permite ligar esses temas com as particularidades regionais do Brasil. No tema sobre sexualidade, podem ser ampliados os aspectos propostos nas Ciências Naturais, na medida em que se discutam suas dimensões sociais: os comportamentos sexuais e os papéis sociais historicamente construídos. O capítulo “Vivendo num mundo de trocas” enfoca as mudanças experimentadas nos meios de transporte nos últimos séculos, permitindo uma síntese histórica do tema, e possibilitando a discussão das fontes de energia utilizadas atualmente.

dEstAQuEs dA colEção Os livros apresentam objetivos coerentes e compatíveis com as diretrizes gerais da Educação de Jovens e Adultos. Propõem uma abordagem que considera uma situação de interlocução socialmente contextualizada, procurando levar em conta os saberes prévios dos alunos. Todavia, a articulação dos conteúdos com os saberes prévios dos alunos ocorre de modo irregular: de modo satisfatório em Ciências e Matemática, mas insatisfatório em Língua Portuguesa, em Artes, em Língua Inglesa, em História e Geografia. Em Língua Portuguesa, proporciona situações de interlocução socialmente contextualizadas, respeitando as convenções e os modos de ler requeridos por diferentes gêneros. O Manual do Educador destaca a importância da matemática para a vida dos alunos e as novas possibilidades de metodologias para a área. A partir de situações de trabalho podem ser abordados conteúdos como cálculo de salário e formas fracionais e decimais; as formas geométricas podem ser reconhecidas no mundo que cerca o aluno. Contudo, no componente curricular Geografia, os temas efetuam pouco diálogo com o contexto do aluno, embora o Manual do Educador, na parte referente a Geografia, reconheça o interesse que os alunos da EJA apresentam

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por temas e problemas mais imediatos, como trabalho, emprego, saúde ou sexualidade. No componente Arte e Literatura não se explora satisfatoriamente o cotidiano do aluno, a não ser em alguns exercícios. A maior parte dos conteúdos selecionados de Ciências Naturais aproxima-se desse cotidiano, desenvolvendo temas como saúde bucal, materiais descartados do meio ambiente, dieta, climatério e andropausa, rompendo com a estrutura tradicional e fragmentada das áreas de Ciências Naturais presentes no ensino regular. Em História se explora pouco a relação entre os conteúdos curriculares e os saberes prévios dos alunos e mesmo os conteúdos curriculares de História do Brasil perdem a articulação com os processos mais gerais, uma vez que se reduzem os acontecimentos mundiais ao espaço dos boxes, ainda que o Manual do Educador afirme que vai abordar a história do Brasil integrada ao contexto mundial. Ao longo dos capítulos, nos diversos componentes curriculares, os conceitos são explorados de modo progressivo. O Manual do Educador explicita a concepção das áreas de conhecimento e disciplinas, traz orientações para a avaliação em cada área, sugerindo a utilização dos projetos coletivos de trabalho e descrevendo as etapas para o seu desenvolvimento.


Em alguns componentes curriculares as possibilidades de exploração de situações de interdisciplinaridade são regulares; em outras, são escassas. Todavia, o professor deve atentar para o Manual do Educador, especificamente para a proposta de avaliação por projetos e para as sugestões de atividades complementares, que indicam os caminhos dessa abordagem. O trabalho com projetos coletivos pode auxiliar no estabelecimento das conexões entre os diversos componentes curriculares, na medida em que enfatiza a escolha de situações-problema, o estabelecimento de temas, a atividade da pesquisa, a abertura para a participação ativa dos alunos. Para fazer um uso melhor dos conhecimentos prévios dos alunos, sugere-se que o professor introduza outros temas, levantados a partir do trabalho de sondagem do repertório inicial dos alunos, que deve servir de base para o planejamento das atividades didáticas. Alguns textos, particularmente no componente curricular Língua Portuguesa, apresentam um nível de complexidade que deve ser objeto de atenção do professor. Orientações de leitura por parte do professor poderão evitar que o aluno fique desmotivado diante da complexidade desses textos. Deve-se atentar, também, para a abundância e a extensão dos textos em relação à pequena quantidade de imagens, característica que pode tornar o material enfadonho e cansativo, em especial quando se tem em mente a realidade de estudantes que vão à aula depois de um dia de trabalho. Considerando a heterogeneidade da cultura da escrita, o professor poderá trabalhar alguns gêneros discursivos mais representativos para o público da EJA, como currículo, requerimento, carta comercial e entrevista de emprego.


obrA tEMPo dE APrENdErsEGundo sEGMEnto do Ensino fundaMEntal 24840col36

volume 1: 6o ANocÓd.: 24840c3650




autores: cícero de oliveira silva, Elizabeth Gavioli de oliveira silva, Greta nascimento Marchetti, clarice Gameiro da fonseca Pachi, sônia Maria ferreira valentini, Edimar araújo silva, José Wagner de Melo, Joyce Marins araújo santos, sandra beline, clarice Mercadante de lima Pifaia, sandra angélica Gonçalves, Mirtes iamani abe, renata chimim, Grasiele silva de sousa, Perla frenda, tatiane cristina GusmãoEditora: ibEP instituto brasileiro de Edições Pedagógicas ltdaano: 2009 - 2ª edição


A coleção é formada por quatro volumes: Volume 1 – 6º ano; volume 2 – 7º ano; volume 3 – 8º ano; volume 4 – 9º ano. Cada volume contém sete componentes curriculares: Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, Ciências Naturais, Língua Inglesa, e Artes. Apresenta uma proposta pedagógica disciplinar, embora os conteúdos e as estratégias metodológicas selecionadas indiquem a possibilidade de um trabalho articulado entre os vários campos do conhecimento. Cada volume se estrutura em torno dois eixos temáticos, a partir do qual se desenvolvem os conteúdos dos componentes curriculares: Identidade, e Cidadania e leitura (v. 1); Meio ambiente, e Saúde e qualidade de vida (v. 2); Cidadania e cultura da paz (v. 3); Trabalho e consumo, e Globalização e novas tecnologias (v. 4).

A abordagem da coleção sempre parte de uma análise da realidade para desembocar na construção e organização do conhecimento de maneira dinâmica e interdisciplinar. Embora cada componente curricular se apresente separadamente na coleção, a condução interdisciplinar das discussões é evidente em todos os volumes e em cada área do conhecimento. O Manual do Educador, apresentado ao final de cada volume, é constituído por uma parte geral, comum a todos os volumes, e uma parte específica, relativa a cada um deles e para os diversos componentes curriculares da coleção.


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As orientações e as sugestões de outras atividades que não constam no Livro do Aluno são apresentadas no manual, o qual se constitui uma fonte de formação continuada para o professor. Nas orientações de caráter comum, são apresentados os fundamentos teórico-metodológicos para a EJA, sobre a leitura e o ensino, o letramento, a leitura emancipatória, o enfoque globalizador do ensino, a interdisciplinaridade, o papel do livro didático e a abordagem dos conteúdos. O manual discute a avaliação quanto às suas formas e a importância do erro no contexto avaliativo.

A estrutura da obra é apresentada ao professor e as características de cada área são discutidas quanto aos objetivos e concepções metodológicas. O Manual do Educador constitui-se, pois, um elemento fundamental de consulta e formação do profissional da educação. O projeto gráfico é adequado à proposta da obra, que compreende o trabalho com alunos da EJA de modo específico. A coleção tem, como um todo, formato de fontes e leitura adequados, com boa disposição entre os textos e destaques satisfatórios. Os textos possuem boa leiturabilidade, sendo leves e agradáveis. As atividades e textos que contêm imagem, em sua maioria, usam-nas adequadamente. As ilustrações da obra, de modo geral, contêm legendas explicativas, com créditos da imagem.


línGua PortuGuEsa

A coleção procura articular os conteúdos e as atividades dos diferentes capítulos que constituem os volumes, como também, retomar o que foi visto no livro pertencente ao ano anterior. A seleção do material textual, presente na obra, representa adequadamente a heterogeneidade da cultura escrita, pois contempla gêneros textuais variados. Em sua maioria, os textos literários são representativos do cânone literário em suas expressividades erudita e popular. O modo como os textos são abordados contribui, na sua maioria, para a compreensão da função estética da linguagem e se observa uma preocupação constante em associar sociedade, trabalho, escola e escrita. As atividades de pesquisa propostas permitem a problematização, observação, análise, discussão, comunicação e avaliação, e os conhecimentos prévios dos alunos são consistentemente estimulados na obra. O Manual do Educador apresenta uma proposta pedagógica que explicita a concepção da EJA, inspirada na concepção libertadora de Paulo Freire, o que implica partir da realidade do aluno e de temas de interesse social, apresentando orientações para a articulação com outras áreas do conhecimento.

MatEMÁtica

A proposta metodológica da coleção caracteriza-se por apresentar uma articulação dos conteúdos e estratégias peculiar, em espiral, retomando diversos deles em momentos diferentes de cada volume da coleção. As estratégias de avaliação deixam claro ao aluno o processo de aprendizagem e o auxiliam a compreender se está tendo progresso em seu aprendizado, através das seções “Revelando o que aprendeu”, que aparecem em todos os volumes, ao final dos capítulos. Mostra preocupação com a linguagem e com a construção de significados, além de utilizar a resolução de situações-problema para introduzir ideias e propiciar ao aluno a reflexão sobre aspectos formativos e funcionais


dos conteúdos. Apresenta inovações metodológicas como o ensino por temáticas aglutinadoras, o uso de situações-problema, a utilização de aspectos da História da Matemática, além de jogos e a articulação com a realidade social do estudante da EJA. A coleção toda é permeada por pequenos textos, geralmente retirados de sítios da internet, e muitas ilustrações, trazendo também boas sugestões de práticas interdisciplinares com as áreas de Língua Portuguesa e História; Esportes e Saúde; Artes e Música; Geografia e Meio Ambiente; Saúde e Nutrição.

HistÓria

Destaca-se na coleção o tema das identidades como essencial para os alunos pensarem o lugar que ocupam e os direitos que possuem, tendo em vista, também, a discussão da cidadania e a consolidação dos direitos garantidos a todos os brasileiros. A sequência de temas apresentada é pertinente e as discussões acerca do meio ambiente aparece envolta em debates de temas como a degradação ambiental, a produção do lixo e o seu destino. Também oferece subsídios para uma discussão sobre cultura e paz, a partir de noções como tolerância, respeito e estímulo ao convívio entre as diferenças. A desigualdade social é um tema igualmente tratado, de modo que o espírito crítico dos alunos é estimulado e valorizado. Os livros se destacam pelas discussões realizadas a respeito do processo de produção do conhecimento histórico e questões como o tempo na História, as permanências, o estatuto do documento e a relativização da história oficial estão expressas em forma de atividades e textos. Ao longo da coleção, há uma noção de diversidade, vista através de povos diversos que colaboraram para a formação da sociedade brasileira atual. Destaca-se também a distribuição de temas de extrema relevância para o mundo em que vivemos e a maneira pela qual se estabelecem as articulações entre as partes da coleção.

GEoGrafia

A coleção articula, satisfatoriamente, os conteúdos e as estratégias trabalhadas entre os volumes. É importante ressaltar que os conceitos básicos da Geografia (espaço, território, paisagem, lugar, região e escala) são enfocados numa perspectiva resultante de processos históricos, permitindo assim uma ampla discussão sobre os mecanismos que os ensejam. Observa-se uma articulação entre os conteúdos escolares e as experiências de vida e o cotidiano dos alunos, possibilitando-lhes experiências significativas, diversificadas e contextualizadas. São propostas situações criativas e indicadoras de práticas interdisciplinares, contemplando critérios adequados de atividades e exercícios e relacionando adequadamente os objetivos com os conteúdos. O meio ambiente, e a saúde e a qualidade de vida são as unidades formadoras da coleção no componente Geografia.

ciÊncias naturais

Os conteúdos e as estratégias para área de ciências naturais se encontram articulados em cada volume e entre os volumes da coleção, revelando uma relação interdisciplinar com os demais componentes curriculares ao adotar o mesmo tema gerador para as unidades e apresentar propostas de atividades que possibilitem o diálogo entre elas nas seções

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finais dos capítulos e das unidades. Os conteúdos de anos anteriores são retomados e os procedimentos e instrumentos de avaliação são coerentes com os conteúdos tratados e a autoavaliação é estimulada na seção “revelando o que aprendeu”, ou mesmo por meio de questões autoavaliativas (“O que você aprendeu sobre”). Esse componente curricular, embora privilegiando a área das ciências biológicas, aborda a química, a física, a geologia e a astronomia, articulando-as muitas vezes com outras áreas de conhecimento, tratando de forma relativamente equilibrada os diferentes campos disciplinares das ciências da natureza. Contempla situações de aprendizagem que permitem ao aluno ampliar a sua compreensão sobre a realidade social e o aluno é chamado a uma postura ativa. Assim, a seção “E eu com isso” propõe sempre ações comunitárias a partir do que o aluno aprendeu. A seção “Pra começo de conversa”, no início de cada capítulo, também exige do aluno a sua participação sem deixar de requisitar a atuação do professor, que é visto como um mediador. Traz uma maneira bastante peculiar de proposição do estudo dos conteúdos científicos, considerando os conhecimentos prévios dos alunos, a articulação entre áreas do conhecimento e sua aplicação, compondo assim um instrumento fundamental para o ensino de ciências na EJA.

línGua EstranGEira

O componente curricular Língua Estrangeira (Inglês) apresenta os conteúdos e estratégias bem articulados entre si, e de maneira coerente. Os conteúdos linguísticos são apresentados de forma contextualizada e relacionados à realidade dos alunos. Em relação à compreensão escrita, há atividades de discussão, em português, sobre os assuntos tratados nos textos. Além das atividades de pré-leitura, também há exercícios de compreensão, e atividades de pós-leitura, com reflexões sobre os assuntos descritos nos textos. As atividades de produção escrita, em geral, estão bem articuladas às outras atividades das unidades didáticas e também estão relacionadas ao mundo do aluno. Destaca-se na coleção a existência de atividades de compreensão e produção oral, como jogos ou troca de informação entre os alunos, com possível negociação de sentido, o que favorece ao desenvolvimento da competência comunicativa. Também são expostas formas diversificadas de produção de um mesmo enunciado ou apropriação em níveis diversos de formalidade, situações ou ambientes culturais. Em relação aos procedimentos metodológicos, a coleção analisada articula, em geral, os conteúdos ensinados à realidade dos alunos e contempla atividades que buscam despertar a autonomia e a reflexão crítica. Ao final de cada unidade, são apresentados, implicitamente, os objetivos de aprendizagem e propostas de atividades que estimulam a reflexão e a comparação de culturas. Estimula, ainda, a participação da comunidade escolar, com várias atividades que exigem que o aluno compare os tópicos estudados com sua realidade e com a região onde mora. No Manual do Educador, são sugeridos filmes, músicas e outros textos para serem utilizados durante as aulas de língua inglesa. Como sugestões de estudos em espaços extraclasse, são apresentadas pesquisas, dramatizações, feiras culturais, murais e outras atividades. Ressaltem-se, ainda, como pontos positivos, a qualidade gráfica e editorial do material e, principalmente, a forma como os conteúdos foram articulados nos quatro volumes, com o ensino de língua estrangeira inserido na realidade dos alunos, buscando fazer com que compreendam a relevância da língua inglesa em suas vidas e utilizem os novos conhecimentos para (re)construir sua visão de mundo ampliando seus horizontes e seu senso crítico.


artE

A coleção concebe os conteúdos de Arte de maneira articulada entre os quatro volumes. Os textos abordam de forma transversalizada os conhecimentos e atividades das áreas de Música, Artes Visuais, Dança, Teatro (nos seus aspectos eruditos e populares), tanto em relação ao processo criador em arte, quanto aos aspectos ligados à profissionalização das carreiras ligadas a Arte, Antropologia, Arqueologia, História e Patrimônio. São abordados assuntos contemporâneos e a organização gráfica dos capítulos possibilita ao leitor se situar de maneira consciente no processo de desenvolvimento dos conteúdos e desafios apresentados.

dEstAQuEs dA colEção A valorização das diversas linguagens constitui um fiocondutor,em todosos componentes curricularesda coleção.Oencaminhamentometodológico, fundado na relação dialógica entre o aluno, o professor e os colegas, permite a reflexão, a problematização e a construção coletiva do conhecimento.Outro aspecto importante refere-se à sugestão de atividades, em que os alunos são chamados a desenvolver projetos de aplicação do conhecimento na comunidade, em uma perspectiva interdisciplinar. Destaca-se na obra a distribuição de temas de extrema relevância para o mundo em que vivemos e a maneira pela qual se estabelecem as articulações entre as partes da coleção. Além da relevância dos temas selecionados destacam-se as orientações destinadas ao professor no Manual do Educador e aquelas destinadas ao desenvolvimento das atividades no Livro do Aluno. Dessa forma, no Manual do Educador não há apenas as respostas corretas ou esperadas do aluno, mas orientações e sugestões de como iniciar as atividades e formas alternativas de conduzi-las, ampliando os horizontes das possibilidades de trabalho dos conteúdos propostos. Porfim,destaca-seacoerênciaentreapropostapedagógicaespecificadanoManualdoEducador e aquela concretizada no Livro do Aluno.


Com a obra em mãos, convém ao professor estar atento a algumas estratégias indicadas no Manual do Educador. Os textos complementares constantes nele, por exemplo, dão ao professor diferentes recursos para atividades em sala de aula, de modo a ampliar seu trabalho pedagógico. Observe-se que as orientações não se referem apenas às atividades do livro do aluno, mas há outras sugestões que ampliam os horizontes das possibilidades de trabalho com os conteúdos propostos. Nesta coleção, o Manual do Educador deve ser, para o professor, uma espécie de extensão de livro do aluno e deve ser continuamente utilizado.

oBras didáticas rEgioNais

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obrA ProJEto IdENtIdAdE PriMEiro sEGMEnto do Ensino fundaMEntal livro rEGional 24859col35

volume Único: hIstórIA E gEogrAfIA - cEArÁcÓd.: 24859c3500 autores: renata Paiva, andrea l. M. scabello, andrea spörl.Editora: Editora Ática saano: 2009 - 1ª edição

.coMo é EstA obrAEsta é uma obra de História e Geografia do Ceará com proposta pedagógica disciplinar para o Iº Segmento de EJA. Os componentes curriculares são apresentados em um projeto educacional sob o tema geral Identidade, tendo como objetivo principal favorecer constituições identitárias por intermédio de estudos sobre o lugar de vivência dos alunos da EJA, abordando as relações entre passado e presente. Os conteúdos selecionados procuraram, tanto em Geografia como em História, respeitar a diversidade étnica e racial e promover tolerância em relação à diversidade religiosa.

A obra é composta em um único volume denominado Manual do Educador no qual estão contidos o Livro do Aluno (224 páginas) e um Manual do Professor (72 páginas). O Livro do Aluno traz, de forma resumida, os objetivos de aprendizagem e os princípios gerais da importância da História e da Geografia privilegiando as questões referentes à ocupação histórica do espaço cearense tendo como pressuposto situar o lugar de vivência dos alunos no presente. As temáticas selecionadas para a História e a para a Geografia são relativamente próximas, mas não se efetivou um tratamento interdisciplinar e, consequentemente, há repetições de alguns conteúdos em cada parte do livro. A concepção de História e Geografia regional tem como fundamento as delimitações político-administrativas do estado e, portanto, apresentam a região dentro dessa categoria territorial. Nessa dimensão, a obra apresenta relações articuladas, apenas em algumas partes, com os problemas da região como um todo, com o nacional e o mundial. Cada capítulo é organizado por indagações introdutórias ao tema, e as atividades a serem realizadas pelos alunos são intercaladas aos textos. No Manual do Educador, as atividades e exercícios apresentam as respostas e em alguns capítulos está incluído o tópico Saiba Mais.

O Manual do Educador aborda inicialmente as especificidades da Educação de Jovens e Adultos, inclui um breve histórico dessa modalidade de ensino com algumas características desse público escolar e a necessidade de uma formação mais específica do docente para

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esse nível de ensino, incluindo as relações com os critérios de seleção dos conteúdos e as metodologias de ensino no que se refere aos anos sequenciais de estudos pós-alfabetização. Nessa perspectiva, oferece aos professores sugestões para trabalhos com textos e confecção de maquetes, além de sugerir bibliografia complementar para ampliar os estudos sobre aspectos históricos e geográficos do Ceará.

O projeto gráfico da obra é adequado aos temas abordados, com uma gama diversificada de iconografia – fotos, reproduções de pinturas, mapas, desenhos. O projeto gráfico é adequado a esse público escolar, com espaçamentos e tipos das letras facilitadores da leitura e com divisões que auxiliam a compreensão das partes do capítulo.


HistÓria rEGional do cEarÁ

Os objetivos do componente curricular História inserem-se na perspectiva da história “do lugar” entendido como limitado ao espaço político administrativo. Em certa medida, existe uma ênfase nas mudanças das paisagens, procurando, mesmo que de forma pouco explicitada, mostrar as alterações ocorridas no espaço como resultado das atividades econômicas e das ações de diferentes sujeitos, enfatizando, em alguns momentos, os trabalhadores. Os autores optam por uma divisão de capítulos relacionados a temas locais representativos de problemas sociais, econômicos e culturais. Em uma parte inicial, apresenta a história indígena sob perspectiva local e o problema da ocupação territorial anterior à chegada dos europeus. Os demais capítulos apresentam vários aspectos de atividades econômicas associadas aos diferentes grupos sociais, tais como a jangada, o Sal, o peixe, o boi, a seca, o algodão, dentre outros que situam os trabalhadores relacionados às condições atuais e perspectivas históricas. As noções de tempo e espaço são tratadas de forma articulada, com certa ênfase nas mudanças ocorridas em diversos espaços do Ceará, ao longo do tempo. As atividades destinadas a possibilitar a apreensão, por parte dos alunos, das noções de tempo/espaço, possibilitam formas de articulação interdisciplinar com a Geografia (uso de mapa) e Literatura. Explora a noção de espaço e as transformações que se operam nele, com constantes estímulos à observação das paisagens por intermédio de fotos e mapas, embora, muitas vezes, com predominância de elementos descritivos dessa paisagem. Destaca o trabalho das mulheres rendeiras, seus saberes e criações artísticas, mostrando que essa arte resulta de uma herança cultural lusitana. O conceito de trabalho articula-se, embora de modo sutil, ao conceito de cultura, explorando-o nas dimensões da música e das festas locais, com destaque para o forró, e na cultura escrita (o cordel e a literatura culta) e arquitetônica. Os migrantes e os escravos são destacados em capítulos específicos e emprega a noção de cidadania, embora não se enfatize a dimensão histórica das lutas por direitos sociais. O conceito de poder é apresentado em alguns dos capítulos que articulam os conflitos locais ao poder do período monárquico e/ou republicano. Nessa perspectiva, inclui noções como oligarquia, cangaço além de estabelecer relações entre o poder civil e o poder religioso nos conflitos ocorridos no Crato. Os textos buscam aproximar a História do Ceará à vivência dos alunos, por intermédio de atividades intituladas Sua história, presentes em todos os capítulos.


GEoGrafia rEGional do cEarÁ

A obra, em sua estrutura e em seus conteúdos, contribui para que os alunos reconheçam melhor o lugar em que vivem e as transformações que ocorrem nesses espaços, em seus ritmos particulares. Apresenta o Estado do Ceará em sua diversidade paisagística, constituída pela combinação de elementos naturais e sociais, apresentando o litoral, o sertão e a serra. A obra trabalha com os conceitos geográficos fundamentais: espaço, paisagem, território, lugar e região. O estudo da diversidade das paisagens do Ceará é apresentado com textos associados a paisagens a partir de mapas e, sobretudo, fotografias. As paisagens aparecem modificadas, embora não se indague como ocorreram essas modificações. Não se questiona, por exemplo, sobre a desertificação das áreas do semi-árido do Ceará e as causas desse fenômeno, dentre as quais algumas atividades econômicas extrativas, o desmatamento e demais formas de exploração ambiental predatória. Discute as diferenças básicas entre espaço urbano e espaço rural, incluindo os problemas referentes aos meios de transporte. Explora as representações gráficas e cartográficas como linguagens importantes para o estudo da Geografia e para a vida cotidiana do cidadão, inserindo nessa perspectiva estudos com mapas, plantas, escalas, rosa dos ventos, croquis e maquetes. Os conteúdos, em algumas ocasiões, são vinculados às experiências de vida e ao cotidiano dos alunos, como a utilização dos conhecimentos deles sobre a cidade e a moradia. Como estratégia para ampliar o conhecimento em cada capítulo, a obra propõe atividades – Vamos Investigar –, que introduzem os alunos em pesquisas sobre alguns temas polêmicos como degradação ambiental. Em boa parte dos capítulos são propostas situações criativas e provocativas que podem servir como práticas interdisciplinares. São apresentadas atividades e exercícios para serem aplicados ao ambiente escolar, assim como estimula a consulta e a leitura de textos complementares, de revistas, consulta à internet, atividades extraclasse, como visitas a museus, além de sugerir a utilização de entrevistas com moradores antigos, amigos e familiares.

dEstAQuEs dA obrA A obra apresenta uma preocupação constante em contextualizar os temas de maneira a articulá-los à realidade dos alunos de EJA. Preocupa-se em usar estratégias inovadoras quanto à metodologia, apresentando exercícios e atividades que incluem pesquisas, individuais e em grupos. São apresentadas, nos capítulos, múltiplas linguagens no intuito de proporcionar aos alunos uma visão ampla e apresentar-lhes possibilidades de entendê-las em um contexto mais amplo, assim como também criticá-las. Com essa perspectiva, os autores incluíram no livro as diferentes linguagens: matérias jornalísticas, textos de época, temas artístico/culturais e mapas. Destaca-se a iconografia selecionada tanto para História quanto para Geografia, notadamente as fotos pela qualidade de impressão e por se constituir em um acervo documental com várias outras possibilidades de análises didáticas. Há também atividades que proporcionam diferenciadas situações de aprendizagem em sala de aula, oferecendo aos alunos e professores ferramentas e sugestões de atividades – por meio do Manual do Professor – que permitem uma reflexão sobre o espaço geográfico e histórico do Ceará.

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É importante ampliar alguns dos conteúdos apresentados, sobretudo os relativos aos problemas ambientais, um tema atual cujos efeitos se situam em escala mundial. Esses conteúdos podem ser explorados com um maior aproveitamento das próprias fontes iconográficas, como fotografias e mapas que estão contidas no livro. Sugere-se que o professor dê mais ênfase às relações de trabalho e à modificação da paisagem pela ação humana. Quanto ao enfoque da seca, central na história do Ceará, recomenda-se que o professor introduza os temas da concentração de terras, da situação social do retirante, das ações formuladas pelo poder público, desde o século XIX, para conter a ameaça dos grupos de retirantes que alcançavam as cidades e, em particular, a capital. Sugere-se que, ao se enfocar a cidade de Fortaleza, leve-se em conta o significado de determinados conceitos básicos, especialmente o de metrópole, concentração populacional e o de circulação, visando apontar para os grandes problemas vividos pela população, como a insuficiência dos serviços básicos que os cidadãos deveriam receber, as condições de moradia e a violência. Recomenda-se ao professor que promova discussões críticas sobre esses temas, sobretudo tendo em vista as particularidades dos alunos da Educação de Jovens e Adultos, e suas vinculações com o universo do trabalho.

A obra pode ser utilizada no decorrer dos anos do 1º Segmento intercalando com os estudos da História e da Geografia do Brasil e mesmo com o de outras disciplinas, como Língua Portuguesa e Ciências, evitando explorar o livro como um conteúdo separado do contexto curricular.


obrA ProJEto IdENtIdAdEPriMEiro sEGMEnto do Ensino fundaMEntal livro rEGional 24862col35

volume Único: hIstórIA E gEogrAfIA - PErNAMbucocÓd.: 24862c3500

autores: francisco M. P. teixeira e Elizabeth auricchioEditora: editora Ática saano: 2009 - 1ª edição

.coMo é EstA obrA

Esta é uma obra regional de Pernambuco. A concepção de regional que ela expressa está limitada ao conhecimento da História e da Geografia desse estado. É composta em volume único, destina-se ao Primeiro Segmento do Ensino Fundamental, trabalha de forma disciplinar os componentes curriculares e os discute a partir da divisão política e administrativa.

O Livro do Aluno apresenta elementos que permitem inferir ser objetivo da obra fortalecer as referências identitárias relativas aos pernambucanos. Percebe-se que os conteúdos selecionados pouco refletem a diversidade dos sujeitos históricos que compõem o público alvo da Educação de Jovens e Adultos. Quanto à abordagem pedagógica, é perceptível a intencionalidade de mobilizar a participação dos alunos, bem como a memória e as experiências de vida. No tocante às atividades relacionadas ao letramento dos discentes – eixo no Ensino Fundamental –, pode-se observar alguns limites. Nesse caso, poucas ações estão voltadas para estratégias que levem o aluno a produzir diferentes gêneros discursivos.

O Manual do Educador compreende o Livro do Aluno e o Manual do Professor. Sendo que este último está inserido após o final do Livro do Aluno, contendo uma apresentação específica da obra, com destaque para as características da EJA e bibliografia de apoio para uma formação docente específica para esse público escolar. Aborda cada parte do conteúdo utilizando a fundamentação geral sobre o ensino das disciplinas, limitando-se ao PCN do ensino dito regular. Não apresenta discussões sobre a Proposta Curricular para a Educação de Jovens e Adultos elaborada pelo Ministério da Educação, em 1997. Explicita alguns dos conceitos, procedimentos e atitudes a serem desenvolvidas no Livro do Aluno. O manual contém, também, elementos orientadores para o desenvolvimento de metodologias de ensino presentes no Livro do Aluno, e instrumentos de avaliação que podem ser adotados pelo professor, levando em consideração esse público específico.

Quanto ao projeto gráfico, pode-se afirmar que os recursos iconográficos estão bem apresentados. Fotos, reproduções de quadros e outros recursos têm boa qualidade

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gráfica. Mapas, gráficos, tabelas são apresentados em quantidade necessária, sem comprometer a análise qualitativa e, por vezes, dialogam com os textos. As ilustrações, em geral, possuem legendas com informações adequadas e suficientes sem comprometer as relações com as partes escritas da página. Títulos e sub-títulos são destacados facilitando a leitura e a visualização dos temas mais significativos de cada capítulo. De forma geral, o projeto gráfico possui qualidades em sua composição, com boa legibilidade quanto ao tamanho das fontes, do espaçamento entre as letras, palavras e linhas, embora fosse necessária uma revisão. Entretanto, foram encontradas diversas ocorrências no livro do aluno em que não há espaço para a resposta solicitada na atividade. Essa ausência dificultou em alguns casos o próprio entendimento do comando solicitado. Como a obra deveria tratar-se de um livro consumível, detectamos que não existe espaço para a utilização dos discentes. No que se refere às referências bibliográficas de História, presentes no livro do aluno, são observadas poucas obras sobre Pernambuco e raras referências a uma história social, fundamental ao público da EJA. Ainda se identifica nas referências de História, obras voltadas ao ensino para crianças e a inexistência de obras para o público adulto.


HistÓria rEGional dE PErnaMbuco

A História de Pernambuco reproduz a divisão de uma concepção de história do Brasil dividida em três grandes períodos: Colônia, Império e República e esses marcos são repetidos ao tratar da história pernambucana. O texto se propõe a analisar a história regional, embora mantenha uma fundamentação historiográfica de caráter geral e usual para interpretações nacionais sobre o conteúdo histórico local selecionado. O conteúdo da obra busca ressaltar a identidade pernambucana inserida na vida nacional no capítulo 1 e apresenta a constituição histórica da diversidade da população local nos capítulos 2, 3 e 4. Nos capítulos seguintes, do 5 ao 12, busca situar a constituição do espaço pernambucano em diferentes momentos da história econômica e política do Brasil. A parte final dos conteúdos aborda a educação e a cultura. Nessa parte, há uma valorização da educação escolar e da preservação do Patrimônio Histórico. A cultura popular é apresentada de maneira inconsistente, pois separa a literatura das festas e das músicas.

A obra promove discussões sobre conceitos de tempo, espaço, documentos históricos, poder político institucional e sem maiores destaques aos de trabalho e o de cultura popular. As questões ambientais aparecem no livro a partir do processo de modernização e de industrialização. Também opta por abordar o atual modelo de desenvolvimento, que faz das cidades, locais mais atrativos que o campo, provocando o êxodo rural e gerando, nos espaços urbanos, problemas ambientais, tais como o acúmulo e a falta de tratamento de lixo, a poluição da água e do ar. O livro aborda parcialmente a história e a cultura dos afrodescendentes e dos grupos indígenas assim como as situações das mulheres, inserindo o problema do trabalho infantil, situação que demonstra que o livro pode servir tanto para EJA quanto para o ensino da escola regular.


No que se refere às atividades dos alunos, estas são bastante diversificadas e muitas delas envolvem situações de investigação, incluindo observações sobre determinadas realidades próximas do vivido do aluno e comparação com outros momentos históricos. De forma superficial, sugere possibilidades de trabalho interdisciplinar, destacando aproximações com as Artes e de forma indireta com a Geografia.

GEoGrafia rEGional dE PErnaMbucoO conteúdo da Geografia regional está dividido em 14 capítulos, organizados por blocos. O bloco I objetiva conhecer, identificar e descrever os elementos que compõem uma paisagem. O bloco II se volta às formas e às características das regiões naturais de Pernambuco, além dos seus centros urbanos e complexos industriais e agrícolas. O bloco III objetiva conhecer as diferentes manifestações culturais dos pernambucanos.

A obra parte de abordagem metodológica que privilegia o conceito de espaço, buscando entendê-lo, principalmente, a partir da categoria paisagem. Explicita adequadamente o conceito de espaço geográfico, considerando os elementos que contribuem para sua produção, tendo como referência a ação da sociedade e as transformações que vão se consolidando nas paisagens ao longo do tempo a partir das construções sociais humanas.

A obra explora a dinâmica natural da mata pernambucana, indicando fauna e flora presentes nesta área. Além disso, menciona a atividade canavieira desenvolvida na mata e o processo de devastação da mesma. As contradições no mundo do trabalho são mencionadas na obra, tendo como referência a discussão sobre a concentração fundiária existente nas regiões intituladas de “Zona da Mata” e “Sertão”. Os conceitos de região e território estão presentes na obra a partir das discussões sobre regionalização e territorialidade, mas não se verifica o conceito de lugar no que se refere às possibilidades de compreensão por parte do aluno a partir desse recorte. Aborda a diversidade dos domínios naturais do espaço pernambucano: mangues, mata Atlântica, mata de brejo e caatinga, bem como discute acerca da água e usos dos rios. Porém, não relaciona esses elementos com a configuração dos domínios climáticos no espaço brasileiro, comprometendo a relação com a questão da escala.

No que concerne aos procedimentos metodológicos, a contextualização estabelece bases para a compreensão de aspectos significativos da Geografia regional. Em algumas atividades propostas, sugerem-se trabalhos em grupos e ou duplas, em que a vivência do aluno pode ser expressa, bem como há a preocupação em contribuir para que o aluno desenvolva o raciocínio geográfico de forma autônoma.

Por fim, apresentam-se reflexões que indicam a compreensão das questões climáticas e suas influências nos espaços urbanos e rurais, principalmente a partir da noção de tempo atmosférico. Apresenta, inclusive, mapa que descreve a regionalização dos climas no espaço pernambucano. A problemática do lixo é discutida, tendo como referência a temática da preservação do meio ambiente.

dEstAQuEs dA obrA A obra tenta valorizar os estudos históricos e geográficos vinculados a uma região ou a lugares mais próximos da vivência dos alunos. É perceptível o desejo de estimular a atuação do professor como mediador do processo

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de aprendizagem e demonstrar a necessidade de estudos formativos para um docente mais especializado no ensino voltado a esse determinado público escolar. O Manual do Educador fornece “pistas” relativas às especificidades da EJA, contextualizando essa modalidade de ensino na educação nacional. Com relação à avaliação, o Manual do Educador possui um tópico no qual se problematiza a avaliação da aprendizagem adequada, inserindo proposições de usos de instrumentos avaliativos coerentes com uma abordagem formativa, inclusive a utilização da autoavaliação – isso em razão da especificidade do público da EJA. Vale destacar a boa qualidade gráfica da obra em geral, com problemas pontuais de visibilidade de mapas ou legendas, ausência de indicações de fontes e dados insuficientes para exploração das questões propostas.


Considerando que a obra, em seu conjunto, parte de uma concepção de estudo do estado com delimitação político-administrativa, é preciso que o professor estabeleça outras relações com o contexto regional, nacional e internacional. Assim, exemplificando, no capítulo intitulado “Preservar é nosso dever”, a obra descreve um conjunto de associações, movimentos e ONGs de Pernambuco que buscam desenvolver trabalhos relativos à coleta seletiva de lixo, fiscalização de projetos que afetam a natureza, preservação de manguezais etc. Porém, a apresentação dos problemas acontece de forma isolada em relação aos espaços brasileiro e mundial, indicando tratamento parcial da questão. Da mesma forma, essa limitação se apresenta no tratamento dos seguintes temas: estrutura fundiária do estado, metropolização, mecanização do campo, fluxos migratórios, vegetação, industrialização e clima.

Nesse sentido, o livro apresenta deficiências no tratamento escalar que afeta a compreensão do espaço pernambucano em relação a escalas maiores pelas quais é influenciado em várias dimensões, tanto econômica e política quanto social e cultural. Convém que o professor preencha essa lacuna por meio de leituras, atividades e discussões que propiciem a compreensão adequada da preservação ambiental. O professor deve estar atento ao uso dos mapas uma vez que as representações cartográficas não indicam vinculações com o cotidiano dos alunos, impossibilitando a reflexão sobre o uso desses elementos no seu dia a dia. O professor precisa atentar para essas deficiências a fim de complementar as temáticas que são tratadas de forma parcial, como o caso do índio, que invariavelmente só se insere na história a partir da chegada dos europeus, ignorando o período da ocupação do território na fase denominada pré-história brasileira. Igualmente, cabe ao professor, na sala de aula, ampliar a discussão da presença dos africanos em Pernambuco, não se limitando apenas à sua condição de escravo, sem referências históricas anteriores. É necessário que o professor acompanhe os debates mais recentes sobre etnia e cultura, pois a obra não usa esses conceitos.

É importante destacar ainda, que o uso dessa obra não deve se constituir em um único material de um período de estudo do Primeiro Segmento, mas deve ser usada parcialmente, articulando-a aos conteúdos e ou temáticas de História e Geografia do Brasil e Geral, no decorrer de todo o processo desse nível de escolarização.

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aNExos1. sumário das oBras E colEçõEs aProvadas

2. iNstrumENto dE avaliação


sEguINdo EM frENtEvoluME Único: alfabEtização

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sumário gerallíngua Portuguesa | 5Matemática | 165

unidades – língua PortuguesaunidadE 1 “ideias, sentimentos, opiniões podem ser representados de diferentes maneiras”será que só podemos ler palavras e textos? | 9sem palavras! | 11unidadE 2 “alfabeto é o conjunto de letras que usamos para escrever.diferentes combinações de letras produzem diferentes palavras e, principalmente, diferentes significados”de letras e nomes | 17voltando aos nomes | 23letras, sílabas e palavras | 29unidadE 3 “Existem diferentes tipos de letras. letras e sílabas: descobrindo algumas regras de organização da escrita”sobre o nome e o sobrenome | 37letras, sílabas e palavras | 39sobrenomes sempre existiram? | 43Este é um trava-língua! | 47letras, sílabas e palavras | 48unidadE 4“formação de palavras: decomposição, composição, comparação de letras, sílabas e sons”um nome, um jeito de ser | 51letras, sílabas e palavras | 59unidadE 5 “relações letra-som. Em nosso sistema de escrita, há casos em que uma letra ou um grupo de letras representa sempre o mesmo som”você existe? Prove! | 61letras, sílabas e palavras | 67do que se trata? | 69letras, sílabas e palavras | 74unidadE 6 “Em outros casos, há letras que podem representar mais de um som, assim como um mesmo som pode ser representado por diferente letras”Jeitos de falar... marcas de identidade | 77E as gírias? | 82letras, sílabas e palavras | 84Para ler e se divertir | 86Jeitos de falar... jeitos de dizer | 89letras, sílabas e palavras | 95

unidadE 7 “diferentes possibilidades de separar palavras em sílabas ao final da linha. formação de palavras – acréscimo de letras. comparação de semelhanças e diferenças entre palavras”folclore é cultura | 97sabendo usar, não vai faltar! | 104Para ler e se divertir | 104letras, sílabas e palavras | 107no meio do caminho tinha um caminhão e nele estava escrito | 109letras, sílabas e palavras | 112unidadE 8 “reflexão sobre algumas regularidades do sistema de escrita.uma mesma letra pode apresentar sons diferentes dependendo da posição que ocupa na palavra”alimento também é cultura! | 117uma raiz que está na raiz do brasil | 120duas receitas, o mesmo ingrediente | 126letras, sílabas e palavras | 128unidadE 9 “reflexão sobre algumas irregularidades do sistema de escrita. uso dos sinais de acentuação”Jeitos de comer... ontem e hoje | 129letras, símbolos e palavras | 137cuidar do que se come é fundamental | 139letras, símbolos e palavras | 142unidadE 10Quem sou eu? Quem somos nós? | 147História do brasil | 153diferentes jeitos de ser... diferentes vozes que contam como cada um é | 156

sugestões de filmes, sites e livros | 163referências | 164

unidades – MatemáticaunidadE 1os números no cotidiano | 169unidadE 2você sabe contar? | 185unidadE 3telefones | 203Entendendo a linguagem matemática | 208sistema de numeração decimal posicional | 210números pares e ímpares | 215unidadE 4você troca? | 221sistema Monetário brasileiro | 223Entendendo a linguagem matemática | 226Jogo do dominó | 242

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EJA - EducAção dE JovENs E Adultos - lEtrAMENto E AlfAbEtIzAção lINguístIcA E AlfAbEtIzAção MAtEMÁtIcAvoluME Único: alfabEtização

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sumário - letramento e Alfabetização linguísticaunidadE 1 - uM Pouco da HistÓria dE cada uM | 8caPítulo 1 - Eu, você e a nossa história | 9leitura compartilhada 1: “Para guardar os meus segredos” | 10leitura compartilhada 2: depoimentos | 12leitura compartilhada 3: “razão de ser”, Paulo leminski | 16Para praticar: orientações gerais | 17caPítulo 2 – nomes | 18leitura compartilhada 1: o alfabeto | 19leitura compartilhada 2: “nomes de gente”, Geraldo azevedo e renato rocha | 21leitura compartilhada 3: “a, E, i, o, u”, lamartine babo e noel rosa | 27Para praticar: traçado das vogais com letra cursiva | 28leitura compartilhada 4 - “o abc do sertão”, zé dantas e luiz Gonzaga | 32Para praticar: traçado das consoantes com letra cursiva | 33leitura compartilhada 5: Quadras, fernando Pessoa | 42leitura compartilhada 6: “objetos gráficos”, Mira schendel | 46Para praticar | 47caPítulo 3 - nome e sobrenome | 48leitura compartilhada 1: “a origem dos sobrenomes” | 49leitura compartilhada 2: “ana terra”, érico veríssimo | 54leitura compartilhada 3: anedota, ziraldo | 63Para praticar: traçado das letras; adivinhas | 63unidadE 2 - QuEM sou Eu? QuEM é vocÊ? | 64caPítulo 4 - os documentos que nos identificam | 65leitura compartilhada 1: certidão de nascimento | 66leitura compartilhada 2: “na ponta dos dedos”, detetive João amaral | 71

caPítulo 5 - nossa origem | 79leitura compartilhada 1: “a invasão dos silva”, revista Galileu|80leitura compartilhada 2: “receita para fazer um poema dadaísta”, tristan tzara | 90caPítulo 6 - Eu e mais 194 milhões de habitantes | 92leitura compartilhada 1: “caso de recenseamento”, carlos d. andrade | 92leitura compartilhada 2: “a raposa e as uvas” | 99leitura compartilhada 3: “ a raposa e as uvas”, Millôr fernandes | 101Para praticar: Parlendas | 101leitura compartilhada 4: “curupira”, Marcelo Xavier | 105unidadE 3 - sEr brasilEiro | 107caPítulo 7 - conhecendo nossa formação e nossas diferenças | 108leitura compartilhada 1: “a cara do brasil” | 108leitura compartilhada 2: “conhecendo nossas diferenças” | 113leitura compartilhada 3: “Erro de português”, oswald de andrade | 115leitura compartilhada 4: tirinha, Quino | 118leitura compartilhada 5: “crime sem fiança” | 119leitura compartilhada 6: “florianópolis cria ‘pronto-socorro’ para vítimas de racismo”, tina braga | 121leitura compartilhada 7: dados do relatório “Progresso das mulheres do mundo 2008/2009” | 123caPítulo 8 – cidadania | 125leitura compartilhada 1 | 126“comida”, arnaldo antunes, Marcelo fromer e sérgio brittoleitura compartilhada 2 | 132cidadania, Gilberto dimensteinleitura compartilhada 3 | 135

unidadE 5Perceba o código | 249sistema de numeração decimal posicional | 250Entendendo a linguagem matemática | 255unidadE 6tempo | 269Entendendo a linguagem matemática | 277unidadE 7conhecer medidas | 291Entendendo a linguagem matemática | 297,301,306

unidadE 8depende do ponto de vista | 311

rEfErÊncias | 334EncartEsEncarte – Jogo de letras | 335Encarte – barras coloridas | 343Encarte – dominó | 347Encarte – Pirâmide (molde) | 351


ProJEto IdENtIdAdE PriMEiro sEGMEnto do Ensino fundaMEntal voluME Único: alfabEtização

24865col35

sumário - letramento e Alfabetização linguísticaunidadE 1 - uM Pouco da HistÓria dE cada uM | 8caPítulo 1 - Eu, você e a nossa história | 9leitura compartilhada 1: “Para guardar os meus segredos | 10leitura compartilhada 2: depoimentos | 12leitura compartilhada 3: “razão de ser”, Paulo leminski | 16Para praticar: orientações gerais | 17caPítulo 2 - nomes | 18leitura compartilhada 1: o alfabeto | 19leitura compartilhada 2: “nomes de gente”, Geraldo azevedo e renato rocha | 21leitura compartilhada 3: “a,E,i,o,u” lamartine babo e noel rosa | 27leitura compartilhada 4 - “o abc do sertão”, zé dantas e luiz Gonzaga | 28Para praticar: traçado das vogais em letra cursiva | 32leitura compartilhada 5: Quadras, fernando Pessoa | 33leitura compartilhada 6: “objetos gráficos”, Mira schendel | 42Para praticar | 46caPítulo 3 - nome e sobrenome | 47leitura compartilhada 1: “a origem dos sobrenomes” | 48leitura compartilhada 2: ana terra”, érico veríssimo | 49leitura compartilhada 3: anedota, ziraldo | 54Para Praticar: traçado das letras; adivinhas | 63unidadE 2 - QuEM sou Eu? QuEM é vocÊ? | 64caPítulo 4 - os documentos que nos identificam | 65leitura compartilhada 1: certidão de nascimento | 66leitura compartilhada 2: “na ponta dos dedos”, detetive João amaral | 71caPítulo 5 - nossa origem | 79leitura compartilhada 1: “a invasão dos silva”, revista Galileu | 80leitura compartilhada 2: “receita para fazer um poema dadaísta”, tristan tzara | 90caPítulo 6 - capítulo 6 - Eu e mais 194 milhões de habitantes | 92leitura compartilhada 1: “caso de recenseamento”, carlos d. andrade | 92leitura compartilhada 2: “a raposa e as uvas” | 99leitura compartilhada 3: “a raposa e as uvas”, Millôr fernandes | 101Para praticar: Parlendas | 101leitura compartilhada 4: “curupira”, Marcelo Xavier | 105unidadE 3 - sEr brasilEiro | 107caPítulo 7 - conhecendo nossa formaão e nossas diferenças | 108leitura compartilhada 1: “a cara do brasil” | 108leitura compartilhada 2: “conhecendo nossas diferenças” | 113leitura compartilhada 3: “Erro de português”, oswald de andrade | 115

leitura compartilhada 4: tirinha, Quino | 118leitura compartilhada 5: “crime sem fiança” | 119leitura compartilhada 6: “florianópolis cria ‘pronto-socorro’ para vítimas de racismo”, tina braga | 121leitura compartilhada 7: dados do relatório “Progresso das mulheres do mundo 2008/2009” | 123caPítulo 8 - cidadania | 125leitura compartilhada 1: “comida”, arnaldo antunes, Marcelo fromer e sérgio britto | 126leitura compartilhada 2: “cidadania”, Gilberto dimenstein | 132leitura compartilhada 3: “a desventura de um analfabeto ou o homem que nunca aprendeu a ler”, João Martins de athayde | 135leitura compartilhada 4: “vaca Estrela e boi fubá”, Patativa do assaré | 135leitura compartilhada final: “épreciso que a leitura seja um ato de amor”, Paulo freire e Myles Horton | 139Para praticar: Escreva para a autora | 140GlossÁrio | 141suGEstÕEs dE lEitura | 141rEfErÊncias biblioGrÁficas | 142anExos dE línGua PortuGuEsa | 285anexo 1: tabela de letras | 287anexo 2: crachá | 289anexo 3: letras móveis | 291anexo 4: cartela | 295anexo 5: Índice | 297anexo 6: Jogo | 349

Alfabetização MatemáticacaPítulo 1 - nÚMEros naturais no nosso dia a dia | 144onde os número aparecem em nossa vida? | 144o alfabeto | 145números ordinais | 154tabelas com os números naturais | 155números pares e números ímpares | 157sucessor e antecessor de um número natural | 160ordem dos números naturais | 162leitura e escrita dos números naturais | 164caPítulo 2 - Para QuE sErvEM os nÚMEros naturais | 165o que os números naturais podem indicar? | 165números naturais e medidas | 166números naturais, tabelas e gráficos | 168números naturais que identificam uma pessoa | 170números naturais e estimativas | 173

PnldEJa2011 188

vIvEr, APrENdEr sEGundo sEGMEnto do Ensino fundaMEntal voluME 1: 6o ano (contEXtos dE vida E trabalHo)

24829col37

sumáriounidadE 1 línGua PortuGuEsacaPÍtulo 1 - as palavras, os sentidos | 11caPÍtulo 2 - a vida contada e cantada em versos | 27caPÍtulo 3 - sabe da última? deu no jornal | 36caPÍtulo 4 - crônica: a vida de todo dia | 54unidadE 2 línGua inGlEsa caPÍtulo 1 - comece tentando entender | 73caPÍtulo 2 - brasileiros ilustres | 85unidadE 3 artE E litEratura caPÍtulo 1 - cotidiano | 99caPÍtulo 2 - sonho e imaginação | 107unidadE 4 MatEMÁtica caPÍtulo 1 - descobrindo regularidades | 119caPÍtulo 2 - Mulheres, mercado informal e matemática | 134caPÍtulo 3 - relações de trabalho e matemática | 149caPÍtulo 4 - Escolaridade e trabalho | 162

unidadE 5 ciÊncias HuManas: HistÓria E GEoGrafia caPÍtulo 1 - Quem são os brasileiros? | 179caPÍtulo 2 - brasil antes e depois de cabral | 191caPÍtulo 3 - Espaço geográfico e vida humana | 203caPÍtulo 4 - o campo e a cidade | 216unidadE 6 ciÊncias naturais caPÍtulo 1 - Água, saúde e meio ambiente | 233caPÍtulo 2 - saneamento básico e preservação dos recursos naturais | 247rEfErÊncias biblioGrÁficas | 260

vIvEr, APrENdEr sEGundo sEGMEnto do Ensino fundaMEntal voluME 2: 7o ano (Por uMa vida MElHor)

24829col37

sumáriounidadE 1 línGua PortuGuEsacaPÍtulo 1 - Escrever é diferente de falar | 11caPÍtulo 2 - Histórias, histórias, histórias... | 28caPÍtulo 3 - texto de divulgação científica | 45caPÍtulo 4 - a hora e vez do leitor | 59unidadE 2 línGua inGlEsacaPÍtulo 1 - situando-se | 75caPÍtulo 2 - English speaking countries | 89unidadE 3 artE E litEraturacaPÍtulo 1 - Guerra e violência | 105caPÍtulo 2 - amor | 117unidadE 4 MatEMÁticacaPÍtulo 1 - números do dia a dia | 131caPÍtulo 2 - o dia em duas rodas | 146caPÍtulo 3 - conectado | 165caPÍtulo 4 - Mutirão e moradia | 180

unidadE 5 ciÊncias HuManas: HistÓria E GEoGrafiacaPÍtulo 1 - trabalho livre e escravo no brasil | 197caPÍtulo 2 - o brasil antes e depois de cabral | 210caPÍtulo 3 - Mundo em movimento | 222caPÍtulo 4 - brasil: território, economia e sociedade | 235unidadE 6 ciÊncias naturaiscaPÍtulo 1 - alimentação e cultura | 255caPÍtulo 2 - nutrição e funcionamento do sistema digestório | 269rEfErÊncias biblioGrÁficas | 285


vIvEr, APrENdEr sEGundo sEGMEnto do Ensino fundaMEntal voluME 3: 8o ano (Mundo EM construção)

24829col37

sumáriounidadE 1 línGua PortuGuEsacaPÍtulo 1 - o texto, o leitor | 11caPÍtulo 2 - Poesia, poema e poetas | 27caPÍtulo 3 - contos | 45caPÍtulo 4 - reportagem | 65unidadE 2 línGua inGlEsacaPÍtulo 1 - understanding diversity | 87caPÍtulo 2 - land occupation and environment | 103unidadE 3 artE E litEraturacaPÍtulo 1 - corpo | 121caPÍtulo 2 - valores | 132unidadE 4 MatEMÁticacaPÍtulo 1 - uma linguagem universal | 147caPÍtulo 2 - novo emprego | 164

caPÍtulo 3 - olhar matemático | 185caPÍtulo 4 - o jornal | 201unidadE 5 ciÊncias HuManas: HistÓria E GEoGrafiacaPÍtulo 1 - um brasil cada vez mais urbano e ainda rural | 219caPÍtulo 2 - Movimentos sociais no brasil | 233caPÍtulo 3 - Energia, natureza e sociedade | 247caPÍtulo 4 - um mundo de Estados nacionais | 262unidadE 6 - ciÊncias naturaiscaPÍtulo 1 - sexo e sexualidade | 279caPÍtulo 2 - doenças sexualmente transmissíveis (dst) e aids | 298rEfErÊncias biblioGrÁficas | 310

vIvEr, APrENdEr sEGundo sEGMEnto do Ensino fundaMEntal voluME 4: 9o ano (idEntidadEs)

24829col37

sumário unidadE 1 línGua PortuGuEsa caPÍtulo 1 - tecendo o texto | 11caPÍtulo 2 - romance | 24caPÍtulo 3 - ler para estudar | 44caPÍtulo 4 - artigo de opinião | 59unidadE 2 línGua inGlEsa caPÍtulo 1 - brazil, brazilian culture and people | 81caPÍtulo 2 - brazil in figures: information from news agencies | 94unidadE 3 artE E litEratura caPÍtulo 1 - ironia | 105caPÍtulo 2 - isto é arte? | 114unidadE 4 - MatEMÁtica caPÍtulo 1 - desde tempos remotos | 125caPÍtulo 2 - conexões matemáticas | 139

caPÍtulo 3 - Matemática nas finanças | 157caPÍtulo 4 - uma leitura do mundo por meios de números, tabelas e gráficos | 168unidadE 5 ciÊncias HuManas: HistÓria E GEoGrafia caPÍtulo 1 - ditadura e democracia no brasil | 189caPÍtulo 2 - visões do brasil contemporâneo: um olhar sobre a periferia | 203caPÍtulo 3 - sociedade e natureza no mundo atual | 218caPÍtulo 4 - Globalização, territórios e redes geográficas | 234unidadE 6 ciÊncias naturais caPÍtulo 1 - saúde e doença são temas muito antigos | 251caPÍtulo 2 - vivendo em um mundo de trocas | 264rEfErÊncias biblioGrÁficas | 277

aNExo 2: iNstrumENto dE avaliação

Ministério da Educação univErsidadE fEdEral do rio GrandE do nortE

fIchA dE AvAlIAção E sElEção dE obrAs E colEçõEs dIdÁtIcAs

natal / 2010

ProGraMa nacional do livro didÁtico Para Educação dE JovEns E adultos - Pnld EJa 2011

caractErização da obra/colEção

cÓdiGo do

avaliador

cÓdiGo da

colEção

cÓdiGo do

livro

ProPosta PEdaGÓGica

critério dE orGanização / nº dE voluMEs

nÍvEl/EtaPa da EscolaridadE

coMPonEntE curricular

MatErial adicional

dEscrição suMÁria da obra / colEção

bloco i – basEs lEGais, dirEtrizEs Educacionais Para EJa E PrincíPios éticos

critério 1: Legislação, diretrizes e normas oficiais relativas à Educação Básica e especificamente à EJA (EXCLUDENTE)indicadorEs siM não

1.1 constituição da república federativa do brasil.

1.2 lei de diretrizes e bases da Educação nacional nº 9394/96, com as respectivas alterações introduzidas pelas leis nº 11.274/2006 e nº 11.525/2007.

1.3 lei nº 10.639/03 e a lei 11.645/08 que trata da construção de uma sociedade anti-racista, justa e igualitária.

1.4 lei nº 8.069/1990 – Estatuto da criança e do adolescente.

1.5 lei nº 10.741/2003 – Estatuto do idoso.

1.6 decreto nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004, que regulamenta as leis nº 10.048 e nº 10.098, que estabelece normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

1.7 decreto legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008, que aprova o texto da convenção sobre os direitos das Pessoas com Deficiência.

1.8 resoluções e Pareceres do conselho nacional de Educação, em especial, o Parecer cEb nº 11/2000, de 10/05/2000, a resolução cnE/cEb nº 1 de 05/07/2000.

total

Justificativa com exemplificação

critério 2: Princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano

indicadorEs

2.1 isenta de preconceitos ou de indução a preconceitos (EXcludEntE): siM não

2.1.1 origem / regionalismo;

2.1.2 Etnia / racial;

2.1.3 Gênero;

2.1.4 religião;

2.1.5 linguagem;

2.1.6 condição sócio-econômica;

2.1.7 idade;

2.1.8 orientação sexual;

2.1.9 Pessoas com deficiência.

total


indicadorEs

2. 2 isenta de propaganda, doutrinação ou publicidade (EXcludEntE): siM não

2.2.1 religiosa;

2.2.2 Política;

2.2.3 Mercadológica.

total


indicadorEs

2.3 contribui para o desenvolvimento da cidadania, reconhecendo e tratando adequadamente: siM não

2.3.1 a diversidade de gênero;

2.3.2 a história, a cultura dos afrodescendentes;

2.3.3 a história, a cultura dos povos indígenas;

2.3.4 a história, a cultura das populações do campo;

2.3.5 as relações de gênero, as minorias sexuais, étnico-raciais e geracionais;

2.3.6 as relações socioambientais;

2.3.7 o processo de envelhecimento, e o necessário respeito e valorização do idoso.

2.3.8. o convívio social, o respeito e a tolerância.

2.3.9. os direitos humanos.

2.3.10 variedade lingüística.

total


síntEsE Quantitativa do bloco i: basEs lEGais, dirEtrizEs Educacionais Para EJa E PrincíPios éticos

critérios indicadores total de indicadores* total: siM (s) total: EXcludEntE

1 de 1.1 a 1.8 8 (8)

2

2.1 (2.1.1 a 2.1.9) 9 (9)

2.2 (2.2.1 a 2.2.3) 3 (3)

2.3 (2.3.1 a 2.3.10) 10 (0)

total 30 (20)*o número que está entre parênteses indica o total de itens excludentes.

classificação do bloco i – basEs lEGais, dirEtrizEs Educacionais Para EJa E PrincíPios éticos

classificação siM condição EXcludEntE

( ) rEcoMEndada 21 a 30 E 0 (zero)

( ) rEcoMEndada coM rEstrição 8 a 20 E 0 (zero)

( ) não rEcoMEndada 0 a 7 E/ou Maior que 0 (zero)

o bloco II refere-se ao livro do Aluno sendo o único que apresenta variações entre as fichas.

Para visualiza-las clique no link abaixo referente ao componente curricular desejado.

. interdisciplinar . letramento e alfabetização linguística . alfabetização Matemática . Português . Matemática . História . Geografia . artes . ciências . língua Estrangeira Moderna (inglês)

bloco iii – Manual do ProfEssorcritério 7: Proposta didático-pedagógica da obra/coleção

indicadorEs siM Parcial não

7.1 apresenta uma proposta pedagógica explicitando a concepção de EJa.

7.2 apresenta proposta pedagógica coerente com a desenvolvida no livro do aluno.

7.3 relaciona a proposta pedagógica aos Parâmetros curriculares nacionais e diretrizes curriculares nacionais para EJa.

7.4 Explicita com clareza e corretamente os pressupostos teórico-metodológicos da(s) área(s) de conhecimento(s).

7.5 Explicita com clareza e coerência os objetivos.

7.6 Explicita os critérios de seleção, organização e abordagem dos conteúdos.

7.7 Explicita uma sistemática de avaliação coerente com a proposta didático-pedagógica, considerando concepções, objetivos e diversidade de instrumentos e de recursos.

7.8 descreve a organização dos livros, tanto no conjunto, quanto na estruturação interna de cada um deles, quando for o caso.

total


critério 8: Procedimentos e atividades


8.1 orienta o planejamento de situações de aprendizagem estimulando a autonomia, o diálogo e o trabalho coletivo.

8.2 Propõe formas de articulação entre as atividades do livro do aluno e os acervos didáticos da escola (tv escola, Pnld-dicionário, PnbE, dentre outros).

8.3 apresenta orientação sobre a articulação dos conteúdos entre si e com as outras áreas de conhecimento.

8.4 Estimula a valorização dos saberes prévios dos alunos e indica formas de articulação com os conteúdos.

8.5 Explicita os objetivos das atividades e apresenta orientações para o seu desenvolvimento.

8.6 apresenta propostas de atividades individuais e em grupo, além daquelas contidas no livro do aluno.

8.7 Orienta o uso adequado da obra, explorando todos os aspectos (textos, gráficos, tabelas, iconografia), inclusive no que se refere às estratégias e recursos didáticos a serem empregados.

8.8 Propõe integração das linguagens, especialmente as midiáticas e o uso de computadores para a pesquisa na internet.

8.9 indica textos complementares além daqueles apresentados no livro do aluno.

total


critério 9: Prática docente


9.1 Estimula a interação do professor com os demais profissionais da escola.

9.2 Propicia a reflexão sobre a prática docente.

9.3 valoriza o papel do professor como pesquisador, problematizador e mediador das práticas pedagógicas.

9.4 Sugere bibliografia atualizada que contribua para o processo de formação docente.

total


síntEsE Quantitativa do bloco iii: Manual do Educador

critério indicadores total de indicadores total: siM (s) total: Parcial (P)

7 de 7.1 a 7.8 8

8 de 8.1 a 8.9 9

9 de 9.1 a 9.4 4

total 21

classificação do bloco iii: Manual do Educador

classificação total dE siM + 0,5*P

( ) rEcoMEndada 14,5 a 21

( ) rEcoMEndada coM rEstrição 4 a 14

( ) não rEcoMEndada 0 a 3,5

bloco iv - ProJEto GrÁfico-Editorial critério 10: Estrutura editorial e projeto gráfico


10.1 Apresenta com clareza elementos explicativos para compreensão do projeto gráfico.

10.2 Apresenta projeto gráfico adequado à proposta didático-pedagógica.

10.3 Revela no projeto gráfico preocupações com a recepção da obra pelo público da EJA.

10.4 apresenta sumário cuja organização facilita a rápida localização dos conteúdos e das atividades propostas.

total


critério 11: convenções e normas da língua portuguesa


11.1 isento de erros de revisão.

11.2 isento de erros de impressão.

total


critério 12: Características de ergonomia visual no projeto gráfico em seus elementos tipográficos e de layout


12.1 Apresenta legibilidade tipográfica quanto ao: formato e tamanho da fonte; espaçamento entre letras, palavras e linhas; alinhamento do texto.

12.2 apresenta legibilidade de layout no que se refere a dimensões e disposição do texto principal, das ilustrações, dos textos complementares, dos espaços em branco; uso e largura das margens e colunas.

12.3 Apresenta títulos e subtítulos claramente hierarquizados por meio de recursos gráficos compatíveis e utiliza contraste de cor do texto e de fundo.

12.4 Permite leiturabilidade com uso adequado de pontuação, tamanho das frases e parágrafos, uso de recursos na apresentação de informações complexas (como a distribuição em tópicos), hierarquização da informação.

12.5 Possui impressão que não prejudica a legibilidade no verso da página.

total


critério 13: Uso da iconografia


13.1 apresenta ilustrações que exploram as várias funções que as imagens podem exercer no processo educativo, e não somente o papel estético ou reforçador do texto principal.

13.2 apresenta clareza, correção e adequação das ilustrações, imagens, mapas, tabelas e gráficos.

13.3 Indica a escala adequada dos fenômenos representados nas ilustrações de caráter científico.

13.4 Apresenta mapas com legenda dentro das convenções cartográficas, indicando orientação para o uso adequado dos pontos cardeais e colaterais, de escalas e de limites definidos.

13.5 apresenta ilustrações acompanhadas dos respectivos créditos e, quando pertinente, de informações a respeito das técnicas utilizadas para sua elaboração.

13.6 Apresenta gráficos e tabelas com títulos, fonte(s) e datas.

13.7 Apresenta legendas sintéticas e com cores definidas para ilustrações, imagens, mapas e tabelas.

total


critério 14: Elementos pós-textuais


14.1 apresenta referências de acordo com as normas da abnt.

14.2 indica leituras complementares adequadas aos objetivos didáticos da coleção.

14.3 Apresenta glossário com definições claras, corretas e precisas.

total


síntEsE Quantitativa do bloco iv: ProJEto GrÁfico-Editorialcritério indicadores total de indicadores total: siM (s) total: Parcial (P)

10 10.1 a 10.4 411 11.1 a 11.2 212 12.1 a 12.5 513 13.1 a 13.7 714 14.1 a 14.3 3

total 21

classificação do bloco iv: ProJEto GrÁfico-Editorial

classificação total dE siM + 0,5*P

( ) rEcoMEndada 14,5 a 21

( ) rEcoMEndada coM rEstrição 5,5 a 14

( ) não rEcoMEndada 0 a 5

síntEsE Quantitativa da obra/colEção

blocototais dos blocos

classificaçãototal siM Parcial não

1 (aspectos legais) 30

( ) recomendada( ) recomendada com restrição( ) não recomendada

2 (livro do aluno) 41


3 (Manual do Professor) 21


4 (aspectos Gráficos) 21


resultado Quantitativo da avaliação

( ) rEcoMEndada (4 blocos recomendados).( ) rEcoMEndada coM rEstrição (toda e qualquer combinação que contenha uma recomendação com restrição e não tenha uma classificação não recomendado). ( ) NÃO RECOMENDADA (Quando um dos Blocos tiver a classificação não recomendado).

síntEsE Qualitativa da obra/colEção1 caractErização da obra

2 anÁlisE crÍtica

3 ParEcEr final

os blocos I, III, Iv abordam aspectos éticos e legais, manual do educador e projeto gráfico.

segue o bloco II referente ao livro do Aluno onde apresenta variações entre as fichas, específicas

para cada componente curricular avaliado.

INtErdIscIPlINArbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica


3.1 apresenta objetivos de aprendizagem.

3.2 apresenta objetivos coerentes e compatíveis com as diretrizes gerais da EJa.

3.3 apresenta coerência entre os objetivos propostos e os conteúdos selecionados.

3.4 apresenta coerência entre a abordagem dos conteúdos e a proposta pedagógica (disciplinar ou interdisciplinar).

3.5 utiliza estratégias metodológicas coerentes com os objetivos e compatíveis com os conteúdos.

3.6 articula, em cada volume, os conteúdos e as estratégias.

3.7 articula, entre os volumes da coleção, os conteúdos e as estratégias.

3.8 utiliza procedimentos e instrumentos de avaliação coerentes com os objetivos e compatíveis com os conteúdos.

total


critério 4: Conceitos e conteúdos


4.1 apresenta todos os componentes curriculares do Ensino fundamental para EJa. (anexo X do Edital, p.31)

4.2 apresenta novos componentes curriculares.

4.3 Explicita a proposta de articulação dos conteúdos no interior de cada componente curricular e nas relações entre eles.

4.4 articula os conceitos de forma interdisciplinar.

4.5 apresenta organização dos conteúdos curriculares e de aprendizagem na perspectiva interdisciplinar.

total


critério 5: Procedimentos metodológicos


5.1 articula os conteúdos escolares às experiências de vida e ao cotidiano dos alunos.

5.2 Possibilita experiências significativas, diversificadas e contextualizadas.

5.3 atende às características de aprendizagem dos alunos, considerando a sua diversidade.

5.4 Possibilita ao aluno o alcance de níveis mais amplos de abstração e de generalização.

5.5 Promove situações de aprendizagem que auxiliem o aluno a ampliar sua compreensão sobre a realidade social.

5.6 Estimula a postura ativa do aluno e valoriza a mediação do professor.

5.7 Utiliza linguagem adequada evitando infantilização, reducionismo e simplificação.

total


critério 6: Atividades e exercícios


6.1 apresenta relação adequada com os objetivos e os conteúdos.

6.2 apresenta clareza na formulação e nos comandos.

6.3 Possibilita situações de investigação, envolvendo aspectos como: problematização, observação, experimentação, análise, comparação, interpretação, discussão de resultados, síntese, registros, comunicação e avaliação.

6.4 Apresenta tipologia diversificada, evitando repetições.

6.5 Estimula a interação e a participação da comunidade escolar, das famílias e da população em geral.

6.6 apresenta propostas de estudos em espaços extraclasse (museus, centros de ciências, universidades, centros de pesquisa e outros).

6.7 apresenta propostas de uso de tecnologias da informação e comunicação.

6.8 Propicia a interação com o(s) colega(s) e a mediação do professor.

6.9 Estimula o uso adequado de textos, desenhos, figuras, tabelas, diagramas, gráficos e outros registros próprios de cada área.

6.10 Estimula consulta e leitura de textos complementares, de revistas especializadas, de livros paradidáticos e visita a sítios na internet.

6.11 orienta o desenvolvimento de práticas interdisciplinares.

total


síntEsE Quantitativa do bloco ii: livro do aluno

critério indicadores total de indicadores* total: siM (s) total: Parcial (P) total:

EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4. 5 15 (0)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)

total 31 (0)*o número que está em parênteses indica o total de itens excludentes.

classificação do bloco ii: livro do aluno

classificação total dE siM + 0,5*P condição EXcludEntE

( ) rEcoMEndada 21,5 a 31 E 0 (zero)


( ) não rEcoMEndada 0 a 7,5 E/ou Maior que 0 (zero)

lEtrAMENto E AlfAbEtIzAção lINguístIcAbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total




4.1 isenta de erros conceituais ou de informações. (ExcludEntE)

4.2 ausência de indução a erros conceituais. (ExcludEntE)

4.3 o aprendizado do sistema alfabético de escrita:

4.3.1 Estimula a construção de hipóteses sobre o sistema de representação da escrita, considerando que o alfabetizando da EJa possui conhecimentos sobre a língua escrita, a partir de suas inserções na vida social, familiar e de trabalho.

4.3.2 Promove a familiarização do alfabetizando da EJa com as letras do alfabeto e os tipos de letras, em diferentes situações de uso social e individual.

4.3.3 Cria situações para reflexão e utilização de convenções gráficas da escrita (direção, orientação, alinhamento, segmentação ou espaçamento e pontuação).

4.3.4 favorece a compreensão do alfabetizando de que a correspondência entre escrita/pauta sonora é realizada entre grafema/fonema e não entre grafema/sílaba.

4.3.5 cria situações favoráveis à compreensão do alfabetizando de EJa que as regras de correspondência grafofônica são ortográficas.

4.3.6 Promove situações de uso e reflexão sobre as normas ortográficas.

4.3.7 Promove a comparação de palavras quanto às semelhanças e diferenças sonoras, com ou sem correspondências gráficas.

4.3.8 Estimula a leitura e a escrita de palavras estáveis, que podem compor um repertório familiar (nomes de pessoas, localidades etc.).

4.4 natureza do material textual

4.4.1 apresenta diversos gêneros textuais.

4.4.2 contempla diferentes contextos sociais de uso (internet, imprensa, literatura, artes plásticas, música, por exemplo).

4.4.3 Há inserção de textos literários (contos, crônicas, romances, poemas, por exemplo).

4.4.4 Há autenticidade nos textos.

4.4.5 Mantém unidade(s) de sentido em textos adaptados ou com recortes.

4.4.6 Há indicação completa das fontes de onde os textos foram extraídos.

4.4.7 Há fidelidade, se necessário, ao suporte original do texto (rótulos, textos publicitários, folhetos, documentos, textos jornalísticos, páginas de internet, por exemplo).

4.4.8 apresenta texto no qual são exploradas atividades de língua Portuguesa e de Matemática.

4.4.9 utiliza textos adequados aos alunos da EJa.

4.5 Práticas de leitura

4.5.1 informa ao leitor sobre o contexto de produção do texto lido (época, lugar, autor).

4.5.2 Explicita o gênero textual em pauta, promovendo a reflexão sobre as suas características e usos sociais e individuais.

4.5.3 Identifica finalidades da leitura, com base no (re)conhecimento do gênero textual, do suporte e da contextualização do texto.

4.5.4 considera conhecimentos prévios que auxiliem na compreensão da leitura.

4.5.5 Identifica o tema, a mensagem, o(s) ponto(s) de vista defendido(s) ou as ideias centrais do texto, de modo a apreender os sentidos gerais do mesmo.

4.5.6 Estabelece relações lógicas entre partes do texto.

4.5.7 localiza informações explícitas no texto.

4.5.8infere informações implícitas no material lido, com base em indicações presentes no texto.

4.5.9 Trabalha a elaboração e confirmação de hipóteses de leitura, a partir de indicadores do texto.

4.5.10 Interpreta o significado de frases, expressões e palavras, considerando o contexto em que foram usadas.

4.5.11 Estabelece relações entre diferentes textos, comparando-os quanto às suas formas composicionais e aos conteúdos apresentados.

4.5.12 relaciona o texto lido a outros textos do próprio livro (de Matemática, por exemplo) ou de outras fontes.

4.6 Produção de textos escritos

4.6.1 incentiva a produção, pelos alunos, de variados gêneros textuais, potencialmente significativos para eles.

4.6.2 Propõe reflexão sobre as propriedades dos gêneros textuais indicados, orientando quanto ao planejamento da produção textual.

4.6.3 inclui atividades de orientação para a produção textual que oferecem modelos (com boa qualidade) de composição e análise de características formais do texto, de acordo com o gênero focalizado.

4.6.4 apresenta enunciados claros quanto à produção textual, indicando as condições de produção e circulação dos textos a serem escritos - destinatário(s), finalidade(s), adequação ao(s) gênero(s) indicado(s).

4.6.5 orienta quanto ao planejamento, à revisão e à reescrita dos textos, focalizando pontuação, paragrafação, aspectos ortográficos e gramaticais, coesão e coerência da produção escrita, dentre outros.

4.7 Linguagem Oral

4.7.1 contempla atividades de uso da linguagem oral em situações formais e informais.

4.7.2 Propõe atividades diversificadas quanto aos gêneros orais - narrativas de histórias, experiências e pesquisas, debates e outros.

4.7.3 Apresenta situações que favoreçam a reflexão sobre a heterogeneidade linguística e o respeito às variedades linguísticas não prestigiadas.

4.7.4 Propõe situações de socialização de experiências e compartilhamento de conhecimentos acumulados na trajetória pessoal dos alunos.

4.7.5 Trabalha situações de reflexão sobre as relações e diferenças entre fala e escrita, entre gêneros orais e escritos.

4.8 articula os conceitos e conteúdos da língua portuguesa com outros campos do conhecimento científico.

total











total















total



critério indicadores total de indicadores*

total: siM (s)

total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.17 42 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)







AlfAbEtIzAção MAtEMÁtIcAbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total




4.1 isenta de erros conceituais ou de informação. (ExcludEntE)

4.2 isenta de indução a erros conceituais. (ExcludEntE)

4.3 contempla os quatro eixos em que está organizado o ensino da matemática: números e operações, geometria, grandezas e medidas, e tratamento da informação.

4.4 Promove a articulação entre os eixos: números e operações, geometria, grandezas e medidas e tratamento da informação.

4.5 articula os eixos com outras áreas do conhecimento.

4.6 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos a números e operações noprocesso de alfabetização.

4.7 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos à geometria no processo de alfabetização.

4.8 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos à grandezas e medidas noprocesso de alfabetização.

4.9 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos ao tratamento da informação no processo de alfabetização.

4.10 Explora conceitos, algoritmos e procedimentos de forma equilibrada e articulada, respeitando as potencialidades do jovem e do adulto em processo de alfabetização.

4.11 contribui para a compreensão dos conceitos e procedimentos matemáticos, favorecendo a construção de significado ao trabalho com números e operações (aprofundamento adequado aos alunos em processo de alfabetização de EJA, exploração de diferentes significados dos conceitos, etc.).

4.12 contribui para a compreensão dos conceitos e procedimentos matemáticos, favorecendo a construção de significado ao trabalho com geometria (aprofundamento adequado aos alunos em processo de alfabetização de EJA, exploração de diferentes significados dos conceitos, etc.)

4.13 contribui para a compreensão dos conceitos e procedimentos matemáticos, favorecendo a construção de significado ao trabalho com grandezas e medidas (aprofundamento adequado aos alunos de EJA, exploração de diferentes significados dos conceitos, etc.).

4.14 contribui para a compreensão dos conceitos e procedimentos matemáticos, favorecendo a construção de significado ao trabalho com tratamento da informação (aprofundamento adequado aos alunos de EJA, exploração de diferentes significados dos conceitos, etc.).

4.15 Promove a matematização de situações do cotidiano do aluno.

4.16 Promove o uso de diferentes tipos de representação de um mesmo conceito (linguagem natural, pictórica, simbólica, etc.).

4 17 Contempla situações desafiadoras que:4.17.1 Permitam várias soluções;4.17.2 admitam diferentes estratégias de resolução;4.17.3 desenvolvam o cálculo mental e estimativas.

total











total













6. 10 Estimula consulta e leitura de textos complementares, de revistas especializadas, de livros paradidáticos e visita a sítios na internet.


total




total: siM (s)

total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.17 19 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)

total - 45 (2)*o número que está em parênteses indica o total de itens excludentes.




( ) rEcoMEndada coM rEstrição 11,5 a 30 E 0 (zero)


líNguA PortuguEsAbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total




4.1 isenta de erros conceituais ou informações. (ExcludEntE)


4.3 aborda a língua Portuguesa em situações contextualizadas de uso

4.3.1 Quanto à natureza do material textual:

4.3.1.1 isenta de fragmentos sem unidade de sentido e de pseudotextos;

4.3.1.2 representativa da heterogeneidade própria da cultura da escrita;

adequada à EJa, do ponto de vista da extensão, da temática e da complexidade linguística.

4.3.2 Quanto à abordagem do texto literário:

4.3.2.1inclui textos da tradição literária de língua portuguesa, especialmente aqueles relativos à literatura brasileira;

4.3.2.2 Promove a fruição estética e a apreciação crítica da produção literária;

4.3.2.3 contempla a singularidade dos textos selecionados (gênero, autoria, convenções, etc.).

4.4 aborda a língua portuguesa em relação ao trabalho com o texto

4.4.1 Quanto à leitura:

4.4.1.1 considera a leitura como uma situação de interlocução leitor/autor/texto, socialmente contextualizada;

4.4.1.2 respeita as convenções e os modos de ler próprios dos diferentes gêneros (literários e não literários);

desenvolve estratégias e capacidades de leitura relacionadas aos gêneros propostos, e ao nível de proficiência que o aluno deve atingir;

incentiva a leitura de textos além dos limites do próprio livro didático.

4.4.2 Quanto à produção de textos escritos (desenvolvimento da proficiência em escrita):

4.4.2.1 considera a escrita como uma prática socialmente situada;

aborda a escrita como processo explicitando os procedimentos do planejamento, da produção, da revisão e da reescrita dos textos;

4.4.2.3Explora a produção dos diversos gêneros textuais pertinentes à consecução dos objetivos relativos à EJa;

4.4.2.4 desenvolve as estratégias de produção relacionadas aos gêneros propostos e ao nível de proficiência.

4.4.3 Quanto ao trabalho com a oralidade:

4.4.3.1 recorre à oralidade nas estratégias didáticas de abordagem da leitura e da produção de textos;

4.4.3.2 valoriza e trabalha a variação e a heterogeneidade linguísticas, situando no contexto sociolinguístico as normas urbanas de prestígio;

4.4.3.3 Propicia o desenvolvimento das capacidades e formas discursivas relacionadas aos usos da linguagem oral próprios das situações formais e/ou públicas.

4.4.4Quanto ao trabalho com os conhecimentos linguísticos:

4.4.4.1 aborda os diferentes tipos de conhecimentos linguísticos em situações de uso, articulando-os com a leitura, a produção de textos e o exercício da linguagem oral;

4.4.4.2 considera e respeita as variedades regionais e sociais da língua, promovendo o estudo das normas urbanas de prestígio no contexto sociolinguístico;

Estimula a reflexão e propicia a construção dos conceitos abordados.

4.5 Articula os conceitos e conteúdos da língua portuguesa a outros campos do conhecimento científico.

total











total















total




total: siM (s)

total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.5 23 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)







MAtEMÁtIcAbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total






4.3 Explora de forma equilibrada os diferentes blocos de conhecimentos relacionados à matemática: números e operações, espaço e forma, grandezas e medidas e tratamento da informação.

4.4 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos a números e operações e propõe a realização de cálculo mental e estimativas.

4.5 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos a espaço e forma.

4.6 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos a grandezas e medidas.

4.7 seleciona e distribui adequadamente os conhecimentos relativos ao tratamento da informação.

4.8 Explora e articula os diferentes tipos de pensamentos matemáticos (numérico, algébrico, Geométrico, Métrico e Probabilístico).

4.9 Explora e articula os diferentes registros de representação dos objetos matemáticos.

4.10 Apresenta de forma articulada diferentes significados dos conceitos.

4.11 Problematiza os conceitos a serem desenvolvidos, estimulando o uso de diferentes estratégias, em situações internas ou não à matemática.

4.12 articula conhecimentos matemáticos com outros campos disciplinares.

4.13 Explora ideias intuitivas antes de sistematizar conceitos e procedimentos.

4.14 aborda de forma equilibrada aspectos formativos e funcionais dos conhecimentos matemáticos.

4.15 incorpora tendências atuais da área de Educação Matemática.

total











total















total




total: siM (s)

total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.15 15 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)







hIstórIAbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total






4.3 isenta de elementos que induzam a preconceitos, tais como: caricaturas de períodos ou de personagens históricos, de lugares ou de regiões.

4.4 isenta de anacronismo. (ExcludEntE)

4.5 isenta de voluntarismo. (ExcludEntE)

4.6 isenta de nominalismo. (ExcludEntE)

4.7 Explicita os conceitos/categorias de tempo (permanência, mudança, período, simultaneidade, continuidade) e espaço (lugar, território, paisagem).

4.8 Promove discussões sobre os conceitos: verdade histórica, fatos, documentos, história e memória, sujeito histórico, relações sociais, cultura, poder e trabalho.

4.9 Promove discussões relativas às relações entre a micro e a macro história e as relações entre a história local, regional, nacional e internacional.

4.10 aborda questões relativas às relações históricas do homem com a natureza, meio ambiente e sustentabilidade.

4.11 aborda e problematiza os conteúdos da história da África, dos grupos indígenas, das mulheres e crianças em textos, documentos ou imagens.

4.12 apresenta na abordagem dos conteúdos uma diversidade de documentos contemplando diferentes sujeitos históricos.

4.13 Promove a contextualização e a problematização dos conteúdos históricos.

4.14 Promove a problematização do conhecimento histórico, do discurso historiográfico e da memória.

4.15 Articula os conceitos e conteúdos históricos a outros campos do conhecimento científico.

total











total















total



critério indicadores total de indicadores* total: siM (s)

total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.15 15 (5)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)







gEogrAfIAbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total




4.1 isenta de erros conceituais ou de informação. (ExcludEntE)


4.3 Explicita o conceito de espaço geográfico como um processo histórico, considerando contribuições e debates atuais da área.

4.4 discute as formas de apropriação e uso do espaço e suas implicações imediatas e mediatas.

4.5 a Estabelece relações entre os processos dinâmicos da natureza, a ação humana e a configuração das paisagens.

4.6 discute impactos socioambientais em dinâmicas locais e globais.

4.7 aborda a preservação da diversidade natural como essencial para a preservação da vida vegetal, animal e humana no brasil e no mundo.

4.8 discute o mundo do trabalho na sociedade capitalista tecnológica e suas contradições no brasil e no mundo.

4.9 apresenta os conceitos de paisagem, lugar, território e região como resultantes de processos históricos e identifica suas relações, problemas e contradições.

4.10 Expressa o conceito de lugar em sua relação com outros lugares e outras escalas: regional, nacional e internacional.

4.11 aborda o processo de urbanização, os grandes aglomerados urbanos e a formação das metrópoles regionais.

4.12 Promove discussões sobre a cidade e o campo no brasil contemporâneo, as questões agrárias e a penetração do urbano no mundo rural.

4.13 Discute as migrações internas e a construção de novas paisagens e os maiores fluxos de migrantes na atualidade no brasil e no mundo.

4.14 discute os meios de transportes e suas implicações para a qualidade de vida da população.

4.15 aborda questões relativas às desigualdades socioeconômicas expressas no espaço (áreas centrais e periféricas), a terceirização do trabalho e a inserção da mulher no mercado de trabalho.

4.16 discute os domínios naturais brasileiros, a diversidade ecológica e a problemática ambiental, enfocando as águas e usos dos rios.

4.17 aborda questões climáticas do brasil e do mundo e a sua interferência na vida e nas atividades urbanas e rurais.

4.18 discute o consumo e o consumismo na produção de lixo no brasil, as formas de reaproveitamento dos recicláveis e a formação da consciência ambiental.

4.19 trata do processo de industrialização do brasil e o papel da indústria no capitalismo monopolista globalizado.

4.20 Promove discussões referentes às relações econômicas, comerciais e culturais entre o brasil e o mundo, particularmente com os países da américa latina.

4.21 Explora as representações gráficas e cartográficas como linguagens importantes para o estudo da Geografia e para a vida cotidiana do cidadão.

4.22 cria situações de aprendizagem contextualizadas em que diferentes escalas estejam em interação.

4.23 Articula os conceitos e conteúdos geográficos a outros campos do conhecimento científico.

total











total















total




total: siM (s) total: Parcial (P) total:

EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.23 23 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)

total 49 (2)*o número que está entre parênteses indica o total de itens excludentes




( ) rEcoMEndada coM rEstrição 12,5 a 33,5 E 0 (zero)


ArtEsbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total




4.1 isenta de erros conceituais ou de informação (ExcludEntE).

4.2 isenta de indução a erros conceituais (ExcludEntE).

4.3 aborda as artes como construção histórica e contextualizada nas diversas culturas.

4.4 articula o conteúdo das artes com as outras áreas do conhecimento.

4.5 Permite ao aluno reconhecer e valorizar a produção artística do universo cultural local.

4.6 Estimula a discussão de leituras sobre a produção artística.

4.7 Estabelece diálogos entre as artes e os conhecimentos prévios dos alunos.

4.8 apresenta tratamento equilibrado das diferentes linguagens artísticas (artes visuais, dança, música e teatro).

4.9 favorece o acesso ao patrimônio cultural, no intuito de estimular a observação de diferenças nos padrões artísticos e estéticos de diferentes grupos.

4.10 aborda as artes como linguagem, propiciando uma atitude de busca pessoal e/ou coletiva que articule percepção, imaginação, emoção, investigação, sensibilidade e reflexão ao realizar e fruir produções artísticas.

4.11 Propicia aos alunos perceber a realidade cotidiana, reconhecendo formas, sons e gestos como possibilidades de expressão artística.

4.12 Permite ao aluno experimentar as possibilidades de diferentes linguagens artísticas.

4.13 apresenta criticamente as diversas produções artísticas como forma de explicar culturas, padrões de beleza, etc.

4.14 Possibilita ao aluno construir uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal e o conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas, incentivando uma atitude crítica.

total











total















total




total: siM (s)

total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.14 14 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)





( ) rEcoMEndada coM rEstrição 10,5 a 27,5 E 0 (zero)


cIÊNcIAsbloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica

indicadores siM Parcial não









total



indicadores siM Parcial não

4.1 isenta de erros conceituais ou de informação (ExcludEntE).

4.2 ausência de indução a erros conceituais (ExcludEntE).

4.3 trata de forma equilibrada os diferentes campos disciplinares das ciências da natureza.

4.4 articula conteúdos de ciências com outros campos disciplinares.

4.5 Propõe a contextualização dos conteúdos, estimulando discussões sobre a interação da ciência com a tecnologia e a sociedade.

4.6 Evidencia a historicidade do conhecimento científico.

4.7 Está em consonância com a produção bibliográfica contemporânea da educação em ciências.

4.8 apresenta orientações sobre riscos envolvidos na realização de atividades experimentais.

total











total















total




total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.8 8 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)







líNguA EstrANgEIrA ModErNA (inglês)bloco ii – livro do alunocritério 3: Proposta didático-pedagógica










total






4.3 Propicia o uso da língua inglesa de modo diversificado de ver o mundo a partir da cultura do aluno e de sua experiência prévia.

4.4 fornece informações culturais diversas, passíveis de contraste com a própria cultura do aluno, de forma a perceber a pluralidade e a heterogeneidade culturais.

4.5 Propicia a construção do conhecimento sistêmico sobre a língua inglesa em seus aspectos pragmáticos e discursivos.

4.6 Estimula o desenvolvimento das habilidades (compreensão e produção oral, compreensão e produção escrita) de forma integrada.

4.7 Propicia condições para o desenvolvimento da competência comunicativa.

4.8 apresenta atividades de gramática, pronúncia e vocabulário de forma contextualizada, enfatizando seu uso na prática social.

4.9 Propicia reflexão sobre as variedades linguísticas e a diversidade cultural dos povos falantes da língua inglesa.

4.10 compreensão escrita

4.10.1 Apresenta textos autênticos e originais de diferentes esferas (científica, cotidiana, jornalística, jurídica, literária, publicitária, etc.).

4.10.2 apresenta atividades de pré-leitura, leitura e pós-leitura.

4.10.3 apresenta atividades que pressupõem variadas estratégias de leitura.

4.10.4 Permite compreensões plurais nas atividades de interpretação.

4.10.5 Contribui na formação de um leitor crítico e reflexivo.

4.10.6 Utiliza textos literários respeitando as suas particularidades e especificidades, estimulando a leitura interpretativa e situando o leitor em relação à obra da qual o texto faz parte.

4.11 Produção escrita

4.11.1 trata a produção escrita como processo interativo e em constante reformulação.

4.11.2 considera o uso social da escrita e trabalha, de forma contextualizada com finalidades precisas, com diferentes gêneros e tipos textuais.

4.11.3 apresenta e discute as características sócio-discursivas dos gêneros abordados, levando em conta as condições de produção e o potencial receptor do texto.

4.11.4 Explicita as condições de produção: quem escreve e como se projeta como enunciador, para quem escreve e como projeta o seu leitor, com que objetivo, em que suporte e em que momento.

4.11.5 Propicia a reflexão sobre as regras e convenções que regem determinado sistema linguístico no âmbito de recursos ortográficos, morfológicos, semânticos, sintáticos, estilísticos, retóricos e discursivos.

4.11.6 contempla as diferentes etapas do processo de produção: preparação, produção e revisão.

4.12 compreensão oral

4.12.1 apresenta no cd de áudio material original, contemplando diversidade de gêneros e tipos textuais orais, com funções variadas.

4.12.2 Estimula a compreensão oral intensiva (entender sons e palavras), extensiva (compreensão global do que é falado) e seletiva (identificação de informação específica).

4.12.3 Promove a interpretação da mensagem oral, inclusive no que diz respeito à adequação da fala aos seus propósitos e às circunstâncias em que é produzida, bem como possíveis objetivos e intenções de quem a profere e as prováveis reações, positivas ou negativas, por parte dos potenciais interlocutores.

4.13 Produção oral

4.13.1 Estimula o uso de estratégias diferentes de comunicação.

4.13.2 Permite o uso de diversas funções da linguagem.

4.13.3 Motiva o aluno a se comunicar oralmente, de forma compreensível e significativa em variadas situações.

4.13.4 discute e orienta a escolha do registro de linguagem adequado a cada situação comunicativa.

4.13.5 Promove a reflexão acerca dos diferentes códigos de polidez e das marcas e formas, inclusive de tratamento, que os caracterizam em culturas e ambientes sociais diversos.

4.13.6 Promove a negociação de sentidos.

4.13.7 Proporciona a aquisição e o aperfeiçoamento progressivo de padrões de entonação e de prosódia adequados, de pronúncia compreensível e de postura e gestualidade compatíveis com as situações de fala e com as culturas estrangeiras.

4.14 Articula os conceitos e conteúdos da língua inglesa a outros campos do conhecimento científico.

total











total















total




total: Parcial (P)

total: EXcludEntE

3 de 3.1 a 3.8 8 (0)

4 4.1 a 4.15 15 (2)

5 5.1 a 5.7 7 (0)

6 6.1 a 6.11 11 (0)

total 58 (2)*o número que está entre parênteses indica o total de itens excludentes






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