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Informativo Brasil PNUMA nº 124

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I N S T I T U T O

Informativo do Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

BRASIL PNUMAPNUMA

Nººººº 124

ABR/MAI 2012

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www.brasilpnuma.org.br

Para que os grandes desafios ambientais do século21 sejam enfrentados e o planeta entre na rota do desen-volvimento sustentável, com o atendimento das necessi-dades básicas dos seus 7 bilhões de habitantes, é neces-sária uma mudança urgente e radical dos modelos degovernança global.

Esta é a principal conclusão do painel de pesquisaForesight Process, promovido pelo Pnuma, ao longo de oitomeses, com mais de 400 cientistas e pesquisadores devários países, que apontaram um ranking com as maisexpressivas questões ambientais que causam impactona saúde do planeta e na qualidade de vida das pessoas.

Em segundo lugar, o painel defendeu a necessidade de umupgrade global dos sistemas de educação e de qualificaçãoprofissional da força de trabalho mundial, para que sejamaproveitadas as oportunidades de emprego em uma econo-mia verde. Em terceiro, os especialistas apontaram a neces-sidade de garantir a segurança alimentar das 9 bilhões depessoas que, em 2050, deverão estar habitando o planeta.

Dentre os dez temas mais urgentes a serem enfrenta-dos, surgiu um consenso – principalmente entre os cientis-tas de países da África, Ásia e Pacífico, América Latina, Ca-ribe e União Europeia – sobre a necessidade de se acelerara implantação de fontes de energia sustentável no mundo.

Consulta mundial – Formado por 22 membros de des-taque da comunidade científica envolvida com a temáticaambiental de 16 países – industrializados e em desenvol-vimento –, o painel cobriu todas as regiões do planeta.Em uma rodada preliminar de debates, surgiram mais de90 questões – sendo então escolhida uma lista com as21 principais.

A lista foi colocada para consulta em uma rede mundialcom mais de 400 cientistas e pesquisadores que trabalhamcom meio ambiente, com seu resultado sendo apresenta-do, em fevereiro, em Nairóbi (Quênia), no Fórum Global deMinistros do Meio Ambiente, durante a reunião do Conselhode Governança do Pnuma.

Na avaliação do painel, por um lado a comunidadecientífica se encontra no front das análises de ameaças

Por um novo modelo de governançaMais de 400 cientistas apontam os principais desafios ambientais do século

emergentes, encontrando soluções inovadoras para osdesafios ambientais do século 21. No entanto, se ressentede mais apoio das estruturas políticas internacionais paraque seja atingida a meta de um planeta sustentável.

Para a maioria dos cientistas, o atual sistema interna-cional de governança ambiental representa um labirinto deinterligação de acordos multilaterais desenvolvidos noséculo 20, não sendo adequado nem bem equipado paraatender às necessidades planetárias. Carente de adequa-da representação, responsabilidade e eficiência paragerenciar a transição para um mundo sustentável, essesistema de governança precisa de um maior nível departicipação social e transparência.

O painel reconhece que novos modelos de governançaglobal vêm sendo testados – variando de parcerias público-privadas a alianças entre entidades ambientalistas e ou-tros grupos da sociedade civil –, mas sua eficácia aindanão está clara, necessitando de análises mais acuradas.

A pesquisa está em www.unep.org/publications/ebooks/foresightreport/.

Arquivo Pnuma

Especialistas defenderam necessidade de mais investimentosem fontes de energias renováveis e na qualificação profissional

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E D I T O R I A L

Presidente: Haroldo Mattos de Lemos Diretor Jurídico: Oscar Graça Couto Diretor Admi-nistrativo: Roberto Carrilho Padula Jornalista Responsável: Ronie Lima (MTb 15.415/RJ)Referências Bibliográficas: Zilda Rodrigues de Souza Arte e Diagramação: Eliana Mac DowellImpressão: Corbã Conselho Consultivo: Adolpho de Marinho Pontes (ex-deputado federal doEstado do Ceará), Aloisio Ferreira de Souza (ex-presidente da Associação Brasileira de Enge-nharia Sanitária e Ambiental/Abes, AL), Cândido Mendes de Almeida (diretor-geral da FaculdadeCândido Mendes/RJ), Carlos Henrique de Abreu Mendes (ex-secretário de Meio Ambiente doEstado do Rio de Janeiro), Carlos Minc (secretário de Estado do Meio Ambiente do Rio de Janeiro),Henrique Brandão Cavalcanti (ex-ministro do Meio Ambiente e da Amazônia Legal), Jean C. L.Dubois (presidente do Instituto Rede Brasileira Agroflorestal/Rebraf,RJ), João Augusto Fortes(presidente da Sociedade Civil Pró-Rio), Joaquim Falcão (ex-secretário-geral da FundaçãoRoberto Marinho), José Mário de Oliveira Ramos (ex-vice-presidente da Federação das Indús-trias do Estado do Rio de Janeiro/Firjan), Márcio Nogueira Barbosa (vice-diretor executivo daUnesco), Nelio Paes de Barros (ex-diretor administrativo do Instituto Brasil Pnuma), PauloNogueira Neto (ex-secretário especial do Meio Ambiente), Paulo Protásio (ex-presidente daAssociação Comercial do Rio de Janeiro), Ricardo Boechat (diretor de jornalismo da Band Rio),Roberto Klabin (presidente da SOS Mata Atlântica, SP), Roberto Messias Franco (ex-presidente

Publicação bimestral. Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

INSTITUTO

BRASIL PNUMA COMITÊ BRASILEIRO DO PROGRAMA DASNAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE

Haroldo Mattos de LemosPresidente

O interessado em tornar-se sócio doInstituto BRASIL PNUMA e recebereste informativo deve fazer contatopelo nosso telefone ou pelo email.

PNUMA

www.brasilpnuma.org.br

do Ibama) Conselho Fiscal: Joper Padrão do Espirito Santo, Telma de Avellar Guimarães,Vicente Hermogerio Schmall (titulares), João Alfredo Noronha Viegas, Saint Clair ZugnoGiacobbo (suplentes).

INSTITUTO BRASIL PNUMAAv. Treze de Maio 13, sala 1.315 – CentroCEP 20.031-901 – Rio de Janeiro – RJ – BrasilTelefax: (21) 2262-7546CGC: 40.200.230/[email protected]

Em nossa capa, destacamospesquisa realizada com mais de400 cientistas sobre os desafiosambientais mais importantes a se-rem enfrentados neste século, emque defendem a necessidade denovos modelos de gerenciamentoglobal. Aqui ao lado, falamos de ou-tro estudo promovido pelo Pnuma,voltado para os fazedores de políti-cas ambientais, sobre cinco metasrelacionadas a grandes desafiosque precisam ser alcançadas paraque a humanidade atinja um novopatamar de desenvolvimento, tendocomo base a economia verde.

Na página 3, divulgamos estudodo Pnuma que realça a importân-cia dos países passarem a reco-nhecer o valor dos serviços ambien-tais provenientes de ecossistemas,como florestas e terras úmidas,para estancar a contínua degrada-ção das fontes planetárias de for-necimento de água.

No artigo das páginas centrais,a diretora do fundo ambiental GEF,Monique Barbut, escreve sobre asiniciativas de financiamento do orga-nismo, nestes últimos 20 anos, e aparticipação de sua delegação naConferência da ONU sobre Desen-volvimento Sustentável (Rio+20), aser realizada na Cidade do Rio deJaneiro no próximo mês.

Finalmente, destacamos em nos-sa contracapa uma importante par-ceria estabelecida, entre a ONU-Habitat e o Instituto Trata Brasil, emprol da universalização dos servi-ços de saneamento básico no país.Uma boa iniciativa em um país queainda precisa avançar muito no tra-tamento do esgoto in natura, embenefício da natureza e da saúdepública.

Promovido peloPnuma, o sumário pa-ra implementadores depolíticas ambientaisGEO-5 – que foi nego-ciado e endossado pe-los seus países-mem-bros em janeiro – alertapara a contínua deteri-oração do estado doambiente planetário,reconhecendo que asmetas ambientais acor-dadas internacional-mente foram apenasparcialmente atingidas.

O GEO-5 Summaryfor Policy Makers – umprelúdio do relatórioanual do estado doambiente planetário Global Environ-ment Outlook (GEO-5), a ser lançadono Dia Mundial do Meio Ambiente, em5 de junho, na Cidade do Rio de Janei-ro – aponta cinco metas globais queainda envolvem grandes desafios paraser alcançadas:. O objetivo para se evitar os efeitosadversos das mudanças climáticas éatualmente um dos mais sérios desa-fios a ser enfrentados pela comunida-de global, ameaçando todos os objeti-vos de desenvolvimento do planeta;. A taxa de perda florestal, particu-larmente em países tropicais, conti-nua alarmantemente alta;. Atualmente, 80% da populaçãomundial vive em áreas com altos níveisde ameaça a um adequado abasteci-mento de água para consumo. O pro-

A degradação do meio ambiente planetárioGEO-5 alerta que metas de preservação não foram alcançadas

blema afeta 3,4 bilhõesde pessoas, a maioriaem países em desen-volvimento;. Pelo menos 415áreas costeiras estãoapresentando sériosproblemas de eutrofi-cação dos seus mares– e apenas 13 delas seencontram em proces-so de recuperação;. Mais de 2/3 dasespécies estão sobrisco de extinção. Des-de 1970, a populaçãomundial de vertebra-dos teve redução de30% e a degradaçãodos ecossistemas re-

sultou no declínio de 20% de algunshábitats naturais.

Lançado junto com o painel Fore-sight Process, em fevereiro, o GEO-5Summary for Policy Makers faz umchamamento por políticas focadas emmudanças ambientais importantes –como nos casos de crescimento po-pulacional, de consumo e produção –,recomendando iniciativas como a re-versão de políticas que geram resulta-dos insustentáveis, a criação de in-centivos para o avanço das práticassustentáveis, o reforço do acesso pú-blico à informação e o engajamento dasociedade civil, do setor privado e deoutros atores sociais relevantes naelaboração de políticas ambientais.

O Summary for Policy Makers podeser acessado em www.unep.org/geo.

Arquivo Pnuma

80% da população mundial sofreproblema de fornecimento de água

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Novo relatório ambiental do Pnu-ma, divulgado em março, defende queo reconhecimento do valor dos servi-ços provenientes de ecossistemascomo terras úmidas e florestas – e nãoapenas a continuidade do foco na pro-dutividade da água na agricultura –pode melhorar a subsistência das po-pulações e auxiliar no alcance das de-mandas mundiais por fontes de águade forma sustentável.

O estudo defende uma mudançaconceitual importante em um momen-to em que o aumento da produtividadee da eficiência do abastecimento deágua passou a ser preocupação-cha-ve para elaboradores de políticas emmuitas partes do mundo. O aumento

Recursos naturais precisam ser valorados

de ganhos econômicos e mudançasna dieta alimentar das populações vêmprovocando o crescimento da deman-da por fontes de água, que já estão sobpressão.

Produzido por pesquisadores doinstituto ambiental sueco StockholmEnvironment Institute (SEI), o relatóriodo Pnuma Releasing the Pressure:Water Resource Efficiencies and Gainsfor Ecosystem Services conclama oselaboradores de políticas e os gerenci-adores de recursos naturais a mudar oseu tradicional foco sobre a produtivi-dade da água por unidade de rendi-mento agrícola – alargando assim suavisão conceitual com a incorporaçãodo valor dos serviços ambientais.

A visão estreita sobre produtividadeda água que ainda prevalece consideraapenas o valor da produção agrícolaem si, sem contabilizar prejuízos fi-nanceiros derivados, por exemplo, daperda de fontes de água para beber eda redução das populações de peixese dos lençóis freáticos.

Visão ecossistêmica – O relatóriodo Pnuma defende uma nova forma depensar e de agir que leve em contaquestões como a regulação do forneci-mento de água e sua purificação, poli-nização, controle de erosão dos solose outros serviços ecológicos desem-penhados, por exemplo, por terrasúmidas e florestas. Esses serviçosambientais dependentes de águapodem ser seriamente afetados – in-cluindo as comunidades do entorno –ao se retirar água de rios ou córregosou drenar charcos para uso agrícola.

O relatório mostra casos estudadosna África e na Ásia para demonstrarque algumas das pressões sobre limi-tados recursos de água podem serequacionadas a partir de técnica jáexistentes, como o aumento da produ-tividade da água de chuvas utilizadaspara irrigar lavouras. Por outro lado,um caso levantado em região da Zâm-bia mostra que mais de 3/4 do rendi-mento das famílias vêm de atividadesde subsistência que dependem deserviços providos por ecossistemas,como pesca e pastos de animais.

Para auxiliar os elaboradores depolíticas e os gerenciadores de supri-mentos de água a incorporar uma vi-são ecossistêmica no manejo dos re-cursos d’água, o Pnuma lançou umasérie de três manuais com dados einformações sobre como parar e re-verter o quadro de degradação dessesimportantes ecossistemas. São ma-nuais que ensinam, por exemplo, comoaumentar o entendimento do funciona-mento de importantes ecossistemas eseus serviços ou até mesmo comoexecutar um gerenciamento integradodos recursos de água em pequenospaíses insulares.

O relatório do Pnuma está disponí-vel em www.unep.org.

Estudo mostra importância de florestas e outros ecossistemas na preservação da água

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Pnuma: pensamento reducionistasobre produtividade agrícola nãoleva em conta prejuízos com a perdade ativos ambientais, como fontes deágua para beber e redução de peixes

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O Fundo Mundial para o MeioMONIQUE

Duas décadas atrás, na Cú-pula da Terra de 1992, no Rio deJaneiro, mais de cem chefes deEstado e de governo se uniram afuncionários internacionais e re-presentantes de diversas organi-zações não governamentais namaior conferência já organizadapara discutir duas questões fun-damentais para a humanidade:o desenvolvimento econômicoe o meio ambiente do qual essedesenvolvimento depende. Cha-mada de Conferência das NaçõesUnidas sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento, a Cúpula do Riopôs em pauta as agendas globaisde meio ambiente e desenvolvi-mento sustentável que têm norte-ado os esforços internacionaisdesde então. Vinte anos depois, oRio de Janeiro mais uma vez seráo anfitrião da comunidade inter-nacional. A Cúpula Rio+20 ocorreem um período notoriamente dis-tinto, podendo muito bem se tor-nar um evento simultaneamentecomemorativo e alarmante.

A Conferência das Nações Uni-das sobre Desenvolvimento Sus-tentável, a ser realizada em junhode 2012, representa uma oportu-nidade ímpar para os líderes mun-diais e da sociedade civil se en-contrar novamente e refletir cole-tivamente acerca dos modelosde desenvolvimento que levarama níveis significativos de degra-dação ambiental. A Rio+20 é umaoportunidade para um acordo po-

lítico amplo, que venha não ape-nas afiançar a indivisibilidade dosaspectos sociais, econômicos eambientais dentro do desenvolvi-mento sustentável, mas tambéma importância de assegurar o usocada vez mais racional dos re-cursos naturais por todos os po-vos do planeta.

O Fundo Mundial para o MeioAmbiente (Global EnvironmentFacility; ou GEF, na sigla em in-glês) foi fundado durante o con-texto preparatório para a Cúpulada Terra de 1992 e tornou-se omecanismo financeiro para im-portantes convenções ambientaisinternacionais, incluindo as gê-meas da Rio 92 – a Convenção-Quadro das Nações Unidas so-bre Mudanças Climáticas e aConvenção sobre DiversidadeBiológica. Originalmente organi-zado dentro do Banco Mundial, oGEF recebeu autonomia e foitransformado em uma instituiçãointernacional independente justa-mente no contexto da Rio 92 e daAgenda 21, de modo a aumentaro envolvimento de países em de-senvolvimento no seu processode tomada de decisões. Comotal, o GEF constitui a única orga-nização multilateral que serve demecanismo financeiro para vári-as convenções da ONU, e trarápara a Rio+20 sua mensagemprincipal sobre a necessidade depromover sinergias entre as con-venções ambientais nas diferen-

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O GEF lançarálivro na Rio+20com uma seleçãode 20 projetos queilustram a missãodo fundo de ajudara preservar omeio ambientee a promover odesenvolvimentosustentável

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o Ambiente (GEF) na Rio+20E BARBUT

tes áreas focais – biodiversidade,mudanças climáticas, águas in-ternacionais, degradação dossolos, substâncias nocivas à ca-mada de ozônio e poluentes or-gânicos persistentes.

Durante a Rio+20, o GEF lança-rá um livro sobre seus 20 anos deatividade. As muitas contribuiçõesdo GEF, desde aqueles seus diasprimordiais no Rio de Janeiro de1992, serão apresentadas pormeio de 20 projetos selecionadosque ilustram a missão do fundo deajudar na proteção do meio ambi-ente global e de promover o de-senvolvimento ambientalmentesustentável. Os projetos selecio-nados incluem programas de sub-sídios que representam todas asáreas focais do GEF, e o livro irádescrever programas considera-dos complexos e por vezes técni-cos em linguagem acessível aogrande público. Os esforços doGEF têm sido amplamente reco-nhecidos pelo governo anfitrião doBrasil, e nossa organização tem oprazer de contar com uma apre-sentação do livro assinada pelaministra brasileira do Meio Ambi-ente, Izabella Teixeira.

O acesso aos recursos finan-ceiros constitui uma prerrogativafundamental para o engajamentodos países do Hemisfério Sul ede todo o chamado mundo emdesenvolvimento na implemen-tação e execução de projetos am-bientais. Com a aproximação da

Rio+20, o GEF está realizando osesforços necessários para atingiresse objetivo como um resultado-chave da cúpula.

O GEF irá participar de uma sé-rie de eventos durante a Rio+20.Um relatório sobre as lições apren-didas com projetos nas áreas demudanças climáticas e biodiver-sidade está sendo preparado,analisando sucessos e fracassosquanto à concessão de subsídiose a produção de relatórios nacio-nais. Esse esforço visa a trazernovas ideias em meio aos prepara-tivos do GEF para a próxima levade projetos e relatórios nacionaisem economias de escala.

O Escritório de Avaliação doGEF, cuja tarefa é fornecer evidên-cias de avaliação independente aoConselho do GEF e a seus parcei-ros, irá apresentar os resultadosde uma revisão das realizações doorganismo quanto às expectativasoriginalmente estabelecidas parao fundo durante a Rio 92.

Ao atender as demandas deorganizações parceiras, como oPrograma das Nações Unidaspara o Meio Ambiente (Pnuma),a Organização das Nações Uni-das para Agricultura e Alimenta-ção (FAO), o Banco Mundial eo WWF, a temática de oceanosirá receber atenção especial doGEF, com um foco ainda maiordo que o apresentado há 20 anosna Rio 92. Além disso, a partici-pação em um evento sobre efi-

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ciência energética pretende de-monstrar a atenção do GEF aesse tema de importância cres-cente. Além dos eventos prepa-ratórios, o GEF está conjunta-mente envolvido com a Globe In-ternational na organização daPrimeira Cúpula de LegisladoresAmbientais, o que denota seucompromisso com os esforçospara fortalecer os quadros legaisem benefício do meio ambiente.

Para concluir, dada a impor-tância desse próximo evento noRio, uma representativa delega-ção do GEF irá participar e contri-buir em várias frentes para ostemas em que o GEF tem conce-dido financiamento durante os úl-timos 20 anos. Tão importantequanto isso, pretendemos contri-buir ativamente para o diálogosobre as necessidades de finan-ciamento, de modo que os paísespossam trilhar caminhos de de-senvolvimento mais sustentáveisao longo da próxima década.

Monique Barbuté diretora do

Divulgação

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E S T A N T E

Parte das publicações, periódicos e DVDs recebidos pela biblioteca

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S E X T A

M A I O

AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Cui-dando das Águas: Soluções para Melho-rar a Qualidade dos Recursos Hídricos.Programa das Nações Unidas para oMeio Ambiente. Brasília: ANA, 2011. 154 p.

AMARAL JÚNIOR, Alberto do. Comérciointernacional e a proteção do meio am-biente. São Paulo: Atlas, 2011. 420 p.BIO: Revista Brasileira de Saneamentoe Meio Ambiente, Rio de Janeiro, v.19,n.62, jan./mar. 2012.

BOLETIM ABNT. São Paulo, v.10, n.116,abr. 2012.

CARSON, Rachel. Primavera silencio-sa. São Paulo: Gaia, 2010. 327 p.

CECHIN, Andrei. A natureza como limi-te da economia: A contribuição de Ni-cholas Georgescu-Roegen. São Paulo:Editora Senac São Paulo/Edusp, 2010.264 p.

CETESB (São Paulo). Relatório de qua-lidade da água para consumo humanono Estado de São Paulo – 1991. SãoPaulo: Cetesb, 1991.

_____. Relatório de qualidade ambien-tal no Estado de São Paulo – 1993. SãoPaulo, Cetesb, 1994.

DEMOCRACIA VIVA. Rio de Janeiro: Iba-se, n.46, abr. 2011.

EARTH audit: the world environment 1972to 1992. Nairobi: Unep, 1992. 27 p.

ECCLESTON, H. Charles. Environmen-tal impact assessment: a guide to bestprofessional practices. Taylor and Fran-cis Group, 2011. 268 p.

ENVIRONMENTAL perspective to the year2000 and beyond. Nairobi: Unep, 1988.33 p.

FGV (Rio de Janeiro). Propostas em-presariais de políticas públicas para

.ISEE Conference – Ecological Economics and Rio+20: Challenges and Contri-butions for a Green Economy – De 29 de maio a 1º de junho, no Rio de Janeiro (RJ).Realização: The International Society for Ecological Economics. Informações emwww.isee2012.org.

uma economia de baixo carbono noBrasil. Rio de Janeiro: FGV, 2012.

Global Footprint Network. Climate chan-ge is not the problem. California: GlobalFootprint Network, 2010.

INSTITUTO TRATA BRASIL. Dois anosde acompanhamento do PAC Sanea-mento em 2010: análise comparativacm 2009. São Paulo: Instituto Trata Bra-sil, 2011.

INSTITUTO SANGARI. Água na oca. SãoPaulo: O Instituto, 2011.

NATAL, Jorge. América Latina: uma luzno fim do túnel. Petrópolis: Natal, 2007.178 p.

O GLOBO: planeta terra. Rio de Janeiro,2012.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDASPARA O MEIO AMBIENTE. Relatório eco-nomia verde: resumo das conclusões.Brasília: Pnuma, 2011. 10 p.

RELATÓRIO ANUAL ABES – 2011.

SÃO João Marcos: patrimônio e progres-so. Rio de Janeiro: Cidade Viva: InstitutoCultural Cidade Nova, 2011. 167 p.

SILVA, Felipe de Freitas Tavares da. OSistema LEED de Certificação de No-vas Edificações: checklist e propostade guia para prevenção e controle deimpactos ambientais na etapa de cons-trução. 2011. Monografia (Pós-Gradua-ção em Gestão Ambiental) – EscolaPolitécnica da UFRJ, Instituto BrasilPnuma, Rio de Janeiro.

SÚMULA AMBIENTAL. Rio de Janeiro,v.16, n.180, fev. 2012.

UNEP. Towards a Green Economy: path-ways to sustainable development andpoverty eradication. Nairobi: UNEP, 2011.

Exemplo japonêsO Pnuma enviou, há dois

meses, uma missão de espe-cialistas internacionais paraestudar o trabalho das autori-dades japonesas para recupe-rar o país dos danos provoca-dos, em 2011, por um terremo-to – seguido de tsunami – quematou mais de 15 mil pessoase destruiu cidades e vilas, ge-rando cerca de 29 milhões detoneladas de escombros edetritos. Em um século, foi opior desastre natural ocorridono Japão. Para o Pnuma, aforma extraordinária como oJapão vem atuando na sepa-ração e disposição de milhõesde toneladas lixo estabeleceunovos padrões internacionaispara o gerenciamento de de-tritos gerados por desastresnaturais.

O trabalho de reconstruçãojaponês será divulgado comoexemplo mundial de referênciapara esforços de outros paísesque venham a ser atingidos pordesastres naturais de grandemagnitude. A missão do Pnu-ma foi o primeiro passo para semontar uma rede internacionalde especialistas em gerencia-mento de destroços resultan-tes de desastres naturais.Segundo a ONU, os prejuízoscom desastres naturais atingi-ram um recorde em 2011, che-gando a US$ 366 bilhões. Oevento drástico que atingiu oJapão respondeu por quase2/3 desse valor.

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Ecossistemase biodiversidade

Após anos de negociações interna-cionais, foi acordado, em abril, o dese-nho final da Plataforma Intergoverna-mental sobre Serviços de Ecossiste-mas e da Biodiversidade (IPBES, nasigla em inglês), que tem como objeti-vo combater a perda acelerada dabiodiversidade mundial e a degrada-ção dos ecossistemas, fazendo umaponte entre a ciência e a política.

Embora muitas organizações e ini-ciativas já contribuam para melhorar odiálogo entre os tomadores de decisãoe a comunidade científica, o IPBES foiestabelecido como uma nova platafor-ma para fechar as lacunas existentese reforçar a interface entre ciência epolítica em relação aos serviços dosecossistemas e da biodiversidade.

Foi solicitado ao Pnuma que conti-nue o trabalho de facilitar a plataformade forma interina, em colaboração coma Unesco, FAO e Pnud. Um núcleofinanceiro será estabelecido para orecebimento de contribuições voluntá-rias de governos, organismos das Na-ções Unidas, Fundo Mundial para oMeio Ambiente (GEF) e outras organi-zações intergovernamentais e partesinteressadas, tais como o setor priva-do e fundações.

Pegadas de carbonode médias empresas

A ABNT (Associação Brasileirade Normas Técnicas) e o Fundo Mul-tilateral de Investimentos do BID (Ban-co Interamericano de Desenvolvimen-to) estão desenvolvendo projeto paraauxiliar pequenas e médias empre-sas a medir e gerenciar suas pega-das de carbono. O convênio prevêainda a acreditação da ABNT comoum organismo de terceira parte paravalidação de verificação de gasesde efeito estufa. Previsto para durartrês anos, o projeto vai contar com200 empresas.

Durante a Conferência da ONU so-bre Desenvolvimento Sustentável(Rio+20), a ABNT e a ISO vão procurardemonstrar para empresas, autorida-des mundiais e entidades sociais, emcinco eventos, como as normas técni-cas podem servir para que seja trans-posto para a prática o discurso deboas intenções, com a obtenção deresultados concretos rumo ao desen-volvimento sustentável. Mais informa-ções em www.abnt.org.br.

Seguro SustentávelA iniciativa financeira do Pnuma

(Unep FI) vai lançar, em 19 de junho,na Conferência da ONU sobre Desen-volvimento Sustentável (Rio+20), osPrincípios para Seguro Sustentável.Uma promoção conjunta do Pnuma,da International Insurance Society eda Confederação Nacional das Segu-radoras, o evento será realizado noHotel Sofitel Rio Copacabana, reunin-do representantes da ONU e de gover-nos, centenas de CEOs e executivosseniores das mais importantes segu-radoras do mundo.

Um dia antes, no Windsor BarraHotel, na Barra da Tijuca, a inciativafinanceira do Pnuma e parceiros da-rão o pontapé inicial da Declaraçãodo Capital Natural – um manifesto decompromissos em prol da integraçãodo critério do capital natural nos ser-viços e produtos financeiros. O Pnu-ma incentiva as companhias ao redordo mundo a integrar o valor econômi-co do capital natural em suas estra-tégias e decisões empresariais dodia a dia.

Dentre as funções da IPBES, es-tão identificar e priorizar informaçõescientíficas necessárias para tomado-res de decisão e catalisar esforçospara a geração de novos dados; efetu-ar avaliações regulares e oportunassobre os serviços da biodiversidade edos ecossistemas e suas interliga-ções; e apoiar a formulação e imple-mentação de políticas por meio daidentificação de ferramentas e meto-dologias relevantes. Mais informaçõessobre o novo órgão intergovernamentalem www.ipbes.net/.

O site www.unep.org/portu-gues/WED disponibiliza informa-ções sobre o tema deste ano (Eco-nomia Verde: Ela tem Inclui?), opaís-sede e suas iniciativas ambi-entais, os concursos promovidospelo Pnuma e seus parceiros,eventos que acontecerão em todoo planeta e instruções de comoparticipar deles.

Pelo site – disponível em qua-tros dos seis idiomas oficiais daONU (inglês, espanhol, francês,russo, árabe e chinês), além doportuguês –, o Pnuma lança víde-os e fotos dos seus Embaixadoresda Boa Vontade e de outras cele-bridades nacionais e internacio-nais que participarão desse movi-mento global. No site, pode serfeito o download da logo oficial doWED, de banners e de layoutspara a produção de produtos dacampanha.

Com as celebrações interna-cionais que acontecerão pelomundo, tendo o Rio de Janeiro co-mo referência, as pessoas serãoestimuladas a refletir sobre osobjetivos e o alcance da econo-mia verde, inclusive em seu dia adia, em termos do atendimentodas necessidades sociais, eco-nômicas e ambientais da huma-nidade. O Pnuma incentiva todosos seus parceiros a ajudar a pro-pagar essa mensagem, por meiode eventos ou pela divulgação porredes sociais e sites pessoais einstitucionais.

Site do Dia Mundialdo Meio Ambiente

Para incentivar a participaçãodas populações dos países emprol do planeta, o Pnuma lançouum site em português para o DiaMundial do Meio Ambiente (WED,na sigla em inglês), que este anoserá celebrado, em 5 de junho, naCidade do Rio de Janeiro, diasantes da Conferência da ONU so-bre Desenvolvimento Sustentável(Rio+20).

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A ONU-Habitat e o InstitutoTrata Brasil firmaram um termode cooperação técnica e institucio-nal para atuação conjunta em prolda universalização dos serviçosde saneamento básico no país,em especial para a eliminação dodescarte do esgoto não tratadona natureza. O termo visa tam-bém ao trabalho para que o cida-dão tenha acesso aos serviçosde água tratada, coleta e trata-mento de esgotos, além de fazero controle social da utilização dosrecursos públicos na execuçãodestas obras.

Pelo acordo – assinado pelodiretor geral da ONU-Habitat pa-ra América Latina e Caribe, AlainGrimard, e pelo presidente exe-cutivo do Instituto Trata Brasil,Édison Carlos – as entidades pro-duzirão ações, projetos e estu-dos que promovam o direito docidadão de receber estes servi-ços mais básicos. O Trata Brasilé uma organização da sociedadecivil de interesse público (Oscip)que coordena uma campanha demobilização nacional para se al-cançar a universalização do sa-neamento básico.

A falta de coleta e de tratamen-to dos esgotos causa contamina-ção de rios, bacias hidrográficas,lençóis freáticos, córregos e, con-sequentemente, do Oceano Atlân-tico. São bilhões de litros de esgo-to despejados diariamente na na-tureza, com reflexos danosos nasaúde, mas também impactandoa educação, a renda da popula-ção e o turismo, prejudicando emespecial as crianças e comunida-des expostas à contaminação.

Unidos pelo saneamento no paísONU-Habitat e Trata Brasil formam parceria para combater esgoto in natura

Para Édison Carlos (foto), oacordo é fundamental para a cau-sa do saneamento básico: “Estaunião ajudará na legitimidade denossas reivindicações às autori-dades de todo o país, além dapossibilidade de ampliarmos osesforços das duas entidades pelaproteção à saúde e ao meio am-biente, tanto em organismos na-cionais quanto internacionais”.

Embora o Brasil já seja a sextaeconomia do mundo, um em cadacinco brasileiros ainda não rece-be água tratada, cerca de 55% dapopulação ainda não tem suascasas conectadas a uma rede deesgoto e do pouco esgoto coleta-do no país, apenas 1/3 é tratado.“É um descaso que nos causarepulsa, pelo impacto ambientalgeneralizado cujas maiores víti-mas são as crianças e seus pais,vítimas de diarreias, cólera, he-

patite A, verminoses e tantas ou-tras doenças transmitidas pelaágua poluída”, afirma Carlos.

De acordo com a pesquisa AFalta que o Saneamento Faz, rea-lizada pela Fundação Getúlio Var-gas para o Trata Brasil, criançasque vivem ou estudam em áreassem acesso aos serviços de sa-neamento básico têm redução deaté 18% no aproveitamento esco-lar. As principais vítimas dessa po-luição ambiental são as crianças nafaixa etária de um a seis anos, comprobabilidade 32% maior de morre-rem por doenças relacionadas àfalta de acesso a esgoto coletado etratado de forma adequada.

Outro estudo encomendado peloInstituto Trata Brasil (EsgotamentoSanitário Inadequado e Impactosna Saúde da População – Um Diag-nóstico da Situação nos 81 Municí-pios Brasileiros com mais de 300mil Habitantes) revela que, em 2009,quase 70 mil crianças entre zero ecinco anos foram internadas pordiarreias no Brasil. Além disso, 220mil trabalhadores tiveram que seafastar do trabalho por conta des-sas mesmas doenças, acarretan-do perdas de milhares de reais emhoras pagas e não trabalhadas.

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Na sexta economia do mundo, um em cada cinco brasileiros não recebe água tratada,55% da população não tem rede de esgoto e apenas 1/3 do esgoto coletado é tratado