POA. Vozes Verbais e Funções do SE
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SISTEMA DE ENSINO
GRAMÁTICAPOA. Vozes Verbais e Funções do SE
Livro Eletrônico
ELIAS SANTANA
Licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Respectiva Literatura – pela Universidade de Brasília. Possui mestrado pela mesma instituição, na área de concentração “Gramática – Teoria e Análise”, com enfoque em ensino de gramática. Foi servidor da Secretaria de Educação do DF, além de pro fessor em vários colégios e cursos preparatórios. Ministra aulas de gramá tica, redação discursiva e interpretação de textos. Ademais, é escritor, com uma obra literária já publicada. Por essa razão, recebeu Moção de Louvor da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
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Pronomes Oblíquos, Vozes Verbais e Funções do SE ........................................4
Bloco I: Pronomes Oblíquos e Colocação ........................................................5
Pronominal ................................................................................................5
1. Pronomes Pessoais ..................................................................................6
2. Colocação Pronominal............................................................................12
3. Regras ................................................................................................14
4. Colocação Pronominal em Locuções Verbais ..............................................19
Bloco II – Vozes Verbais e Funções do SE ....................................................25
1. As Vozes Verbais ...................................................................................25
2. A Transposição da Voz Ativa para a Passiva ..............................................27
3. A Voz Reflexiva .....................................................................................38
4. Outras Funções do Se ............................................................................41
4.1. Parte Integrante do Verbo ...................................................................42
4.2. Pronome Expletivo .............................................................................43
Questões de Concurso ...............................................................................46
Gabarito ..................................................................................................99
Gabarito Comentado ............................................................................... 100
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PRONOMES OBLÍQUOS, VOZES VERBAIS E FUNÇÕES DO SE
Olá, querido(a)! Aqui está um dos PDFs mais inusitados que já preparei. A Vu-
nesp é a única banca que conheço que dá prioridade significativa ao assunto pro-
nomes oblíquos. É o xodó da banca, o tema garantido em qualquer prova. E ela
gosta de explorar a coesão, o emprego, a sintaxe e a colocação!
Em contrapartida, essa mesma banca explora em menor quantidade as vozes
verbais e as funções do SE. Por esse motivo, resolvi unir esses assuntos (uma vez
que o SE a ser tratado aqui é um pronome oblíquo). Vamos juntos?
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BLOCO I: PRONOMES OBLÍQUOS E COLOCAÇÃOPRONOMINAL
Analise comigo o seguinte exemplo:
(1) O professor está feliz! O professor tem alunos dedicados!
A sentença acima é perfeitamente compreensível para qualquer pessoa (até
demais)! Note que o professor que está feliz é o mesmo que tem alunos dedicados.
Todavia, você há de convir comigo que é uma construção linguisticamente pobre,
uma vez que apresenta um mesmo vocábulo duas vezes. Esse é um mecanismo
chamado de coesão por repetição. Consiste em repetir uma mesma palavra para
formar a malha textual. Vale aqui um aviso importante: repetir palavras não é
um erro gramatical, mas é um recurso que, quando adotado desnecessária
ou abusivamente, torna o texto paupérrimo.
Sei que você já está pensando em inúmeras formas de escrever o texto acima.
Quero te apresentar uma possibilidade:
(2) O professor está feliz! Ele tem alunos dedicados!
Em vez de repetir uma mesma palavra, optei por usar um pronome substan-
tivo. A coesão foi estabelecida, mas com vocábulos diferentes. Preciso que você
relembre o que é um pronome, assunto visto no PDF 1.
Agora, veja comigo essa outra construção:
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(3) O professor estava em reunião. A diretora chamou o professor.
Mais uma vez, fiz uso da repetição de palavras na construção do texto. Como
você já sabe, o pronome é uma possibilidade que pode resolver essa questão. Mas
o que você acha desta?
(4) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou ele.*
Sei que essa é uma forma comumente falada em nosso cotidiano. Ela não é,
entretanto, aceita pela norma culta. Meu objetivo não é (e nunca será) mudar o
jeito como você fala, mas te ensinar os padrões previstos para a língua escrita, a
fim de que você seja mais assertivo em provas e redija melhor. Conforme a tradição
gramatical, o correto seria:
(5) O professor estava em uma reunião. A diretora chamou-o.
Agora, você me questiona: “professor, mas como saberei qual pronome usar? E
esse pronome pode ficar antes do verbo também?” Fique tranquilo(a)! É isso que
estudaremos neste PDF!
1. Pronomes Pessoais
Você se lembra que, no PDF 2, eu apresentei as pessoas do discurso? Existem,
na nossa gramática, pronomes responsáveis por designar cada uma delas. Esses
são os chamados pronomes pessoais. Eles são assim divididos:
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Pronomes pessoais
Pessoas do dis-curso
Do caso retoDo caso oblíquo
átonos (P.O.A.) tônicos (P.O.T.)
1ª p. do singular Eu me a mim, comigo
2ª p. do singular Tu te a ti, contigo
3ª p. do singular Ele o, a, lhe, se a ele, a ela, a si, consigo
1ª p. do plural Nós nos a nós, conosco
2ª p. do plural Vós vos a vós, convosco
3ª p. do plural Eles os, as, lhes, se a eles, a elas, a si, consigo
Para você entender bem o que esses pronomes fazem, precisamos voltar um
pouco no tempo e falar sobre o latim. Nesta língua, as funções sintáticas eram cha-
madas de casos. Como o português é uma língua derivada do latim, alguns resquí-
cios ficaram na gramática. Em outras palavras, os pronomes que são classificados
em casos já possuem funções sintáticas pré-definidas! Os pronomes pessoais do
caso reto, por exemplo, são usados em posição de sujeito. Já os pronomes pesso-
ais do caso oblíquo, em geral, ocupam a posição de complementos! Isso explica o
que ocorre nos exemplos que já foram aqui apresentados. Em 2, o pronome “ele”
ficou adequado porque desempenhava a função de sujeito, mas não ficou bom em
4 porque estava em função de objeto direto. Por isso, em 5, fiz uso de um pronome
oblíquo átono de 3ª pessoa do singular (“o”) para corrigir o texto. Aqui, algumas
perguntas surgem:
ALUNO: “professor, mas pronomes como ele, ela, nós, vós, eles e elas apa-
recem tanto nos pessoais do caso reto como nos pessoais do caso oblíquo tônico.
Como vou diferenciá-los?”
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ELIAS: não sei se você percebeu, mas os pronomes oblíquos tônicos são sempre
dotados de preposição! Essa é a diferença! Nem sempre será a preposição “a”,
mas sempre haverá uma preposição!
ALUNO: “professor, os pronomes oblíquos só desempenham a função de com-
plemento verbal?”
ELIAS: não. Eles podem também desempenhar outras funções sintáticas, mas
isso é pouco cobrado em provas.
ALUNO: “Elias, então o que cai muito em provas?”
ELIAS: os pronomes oblíquos átonos, principalmente os de 3ª pessoa, desempe-
nhando a função de complementos verbais (OD ou OI). Eu vou te apresentar outras
funções dos pronomes, mas só ao final do PDF – e de maneira breve! Lembre-se: o
seu objetivo aqui é aprender a resolver questões de gramática! Logo, atacaremos
aquilo que é mais frequente em provas!
Como funcionam os pronomes oblíquos átonos?
Amigo(a), vou, em um quadro simples, apresentar a você como se distribuem
os P.O.A. nas funções de complemento verbal:
Funções sintáticas dos P.O.A.
me, te, nos, vos (1ª e 2ª p.v.) OD ou OI
o, a, os, as (3ª p.v.) OD
lhe, lhes (3ª p.v.) OI
se (3ª p.v.) estudaremos no PDF “vozes verbais e funções do SE”
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Os pronomes de primeira e segunda pessoas verbais desempenham tanto a fun-
ção de objeto direto quanto a de objeto indireto. Isso, claro, vai depender do verbo
a que se ligam. Veja os exemplos:
(6) Ela te encontrou na reunião.
(7) Ela te disse a verdade.
Em 6, o pronome “te” desempenha a função de OD porque quem encontra,
encontra alguém. Em 7, o mesmo pronome é OI, uma vez que quem diz, diz
algo (a verdade=OD) a alguém (te=OI). Vamos garantir o entendimento por meio
de mais um par de orações:
(8) Ela nos viu durante o evento.
(9) Ela nos deu aquele lindo presente.
A situação é semelhante, mas agora com um pronome de primeira pessoa do
plural. Em 8, quem vê, vê alguém (por isso o pronome é OD). Já em 9, quem dá,
dá algo a alguém (por isso o pronome é OI).
Agora, eu vou ser muito sincero com você: são raras as questões de prova que
abordam pronomes oblíquos átonos de primeira ou de segunda pessoas. O grande
foco dos examinadores são os pronomes de terceira pessoa. Isso ocorre por dois mo-
tivos: (a) são mais trabalhosos; (b) aparecem mais nos textos adotados nas provas.
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Vamos ver então como funcionam os pronomes de terceira pessoa:
(10) Ela comunicou o ocorrido aos familiares.
Com a classificação sintática dos termos da oração, podemos determinar quais
pronomes usaremos. “O ocorrido” e “aos familiares” são pessoas de que se fala –
por isso, terceira pessoa verbal. Como “o ocorrido” é um OD, devemos substituí-lo
por “o” (“ocorrido” é masculino e singular). Por sua vez, “aos familiares” é um OI
e pode ser substituído por “lhes” (“familiares” é singular). Claro que não emprega-
remos os dois pronomes ao mesmo tempo (essa era uma possibilidade comum no
português arcaico). No português contemporâneo, as construções possíveis seriam:
(11) Ela comunicou-o aos familiares. (“o” = o ocorrido)
(12) Ela comunicou-lhes o ocorrido. (“lhes” = aos familiares)
Questão 1 (IADES/2014) Em “deu-lhe uma bronca” (linha 6), no lugar do prono-
me destacado, poderia ser empregado o pronome o.
Errado.
Note que, na construção, quem dá, dá algo (“uma bronca” = OD) a alguém (lhe = OI).
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A substituição sugerida é entre pronomes de funções sintáticas distintas.
Questão 2 (CESPE/2013) Em busca de mais recursos, Marconi escreveu ao gover-
no italiano, mas um funcionário descartou a ideia, dizendo que era melhor apresen-
tá-la em um manicômio.
No fragmento II, estaria mantida a correção gramatical do texto caso fosse inse-
rido, logo após a forma verbal “dizendo”, o pronome lhe ― dizendo-lhe ―, ele-
mento que exerceria a função de complemento indireto do verbo, retomando, por
coesão, “Marconi”.
Certo.
Pela semântica textual, é possível entender que o funcionário disse algo a Marconi.
Colocar o pronome lhe diante de “dizendo” significa tornar explícito o objeto indi-
reto do verbo.
Questão 3 (IBFC/2011) Assinale a alternativa que indica corretamente a substitui-
ção do nome destacado pelo pronome.
Não contei a Paulo a verdade.
a) Não contei-lhe a verdade.
b) Não lhe contei a verdade.
c) Não o contei a verdade.
d) Não contei-o a verdade.
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Primeiramente, preciso que você tenha certeza de algo: “a Paulo” é o OI do verbo
“contei”. Por isso, o pronome adequado é lhe. Isso nos permite dispensar as alterna-
tivas c e d. Mas surge uma nova dúvida: qual é a posição correta do pronome? Antes
ou depois do verbo “contei”? Por enquanto, eu vou te deixar nessa expectativa!
2. Colocação Pronominal
Em linhas gerais, existem três posições para se colocar um P.O.A.: depois do
verbo (ênclise), antes do verbo (próclise) ou no meio do verbo (mesóclise).
Existem princípios e regras para o uso de cada uma delas. Vamos conhecê-los:
Princípios (estão acima das regras):
1) Não se usa um pronome oblíquo átono em início de frase ou após pontuação.1
2) Casos facultativos de colocação pronominal (os pronomes podem ser colo-
cados em duas das três posições previstas):
2.1) Verbos no infinitivo.
2.2) Sujeito explícito anteposto ao verbo.2
Questão 4 (IADES/2014)
Mande notícias do mundo de lá
1 É possível ver P.O.A. após pontuação quando esta representa uma intercalação na oração. Ex.: O professor chegou atrasado; ele, todavia, nos dará aula.
2 Quando há um caso de sujeito explícito anteposto ao verbo interno a uma oração subordinada, só se pode usar a próclise, deixando, portanto, de ser um caso facultativo. Falaremos sobre isso quando chegarmos ao período composto (em outro PDF).
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Diz quem fica
Me dê um abraço, venha me apertar
Tô chegando
A colocação do pronome em “Me dê um abraço” (linha 3) está correta.
Errado.
Conforme reza o princípio 1, não se inicia uma frase com um P.O.A.
Questão 5 (CESPE/2013) O filósofo francês Jacques Rancière critica a ideia de de-
mocracia que tem estruturado nossa vida social — regida por uma ordem policial,
segundo ele —, devido ao fato de ela se distanciar do que seria sua razão de ser.
A correção do texto seria mantida caso o pronome “se”, em vez de anteceder, pas-
sasse a ocupar a posição imediatamente posterior ao verbo: devido ao fato de ela
distanciar-se.
Certo.
Questão simples: você notou que o verbo “distanciar” está no infinitivo? Conforme
está em 2.1, trata-se de um caso facultativo de colocação pronominal. Logo, o pro-
nome pode ser colocado em próclise ou em ênclise.
Questão 6 (CESPE/2013) O cenário se repete neste início de 2013, com a redução
no nível de água dos reservatórios.
Em “se repete”, o deslocamento do elemento “se” para depois da forma verbal —
repete-se — preservaria a correção gramatical do trecho.
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Certo.
Esta questão enquadra-se no princípio 2.2. Pergunte ao verbo: quem se repete? “O
cenário”, que é o sujeito da oração. Novamente, estamos diante de mais um caso
facultativo!
3. Regras
1) A ênclise é a regra geral! É a colocação em que primeiro devemos pensar! Só
que existem casos em que ela não é aplicável. São eles:
• quando há fator de atração antes do verbo;
• quando o verbo estiver no futuro;
• quando o verbo estiver no particípio.
Para resolver o primeiro caso, usamos a próclise. Para o segundo, a mesóclise.
O último veremos melhor quando estudarmos a colocação pronominal em locuções
verbais.
2) A próclise é usada prioritariamente quando há um fator de atração antes do
verbo (também conhecido como fator de próclise). São algumas palavras que atra-
em o pronome para perto delas, o que faz com que este fique antes do verbo. Eis
a lista de fatores de atração:
• Palavras negativas (Ex.: Ele não se perdoa pelo ocorrido.)
• Advérbios (Ex.: Ontem me falaram a verdade.)
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• Pronomes
– indefinidos (Ex.: Alguém te dará atenção.)
– interrogativos (Ex.: Quem lhe doou os cobertores?)
– relativos (Ex.: O homem que nos abordou era policial.)
• Conjunções subordinativas (Ex.: Ele disse que a ouviu atentamente.)
• Orações exclamativas ou optativas3 (Ex.: Que Jesus te acompanhe!)
• Em + gerúndio (Ex.: Em se tratando de gramática, não tenho dificuldades.)
Algumas dicas importantes sobre os fatores de atração:
a) Nenhum fator de atração é tão cobrado quanto o NÃO. Sabemos que ele é
um advérbio de negação, mas prefiro separá-lo dos advérbios, uma vez que
é muito mais fácil reconhecê-lo como palavra negativa.
b) Todo QUE é um fator de atração. Mais tarde, você aprenderá comigo a
diferenciar as classificações dessa palavra. Por enquanto, quero que você
saiba apenas que o QUE atrai os P.O.A.
c) Os advérbios também são muito cobrados em provas, mas tome um certo
cuidado! Se o advérbio estiver isolado por pontuação, ele perde o valor atrativo!
Questão 7 (CESPE/2013) Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca ape-
nas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia.
Devido à presença do advérbio “apenas” (R.18), o pronome “se” poderia ser desloca-
do para imediatamente após a forma verbal “coloca”, da seguinte forma: coloca-se.
3 Orações optativas são as que exprimem desejo (quando se deseja algo a alguém).
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Errado.
Uma palavra só é fator de atração se estiver anteposta ao verbo. Logo, “apenas”
não influencia na colocação pronominal. Além disso, veja que, antes do verbo, há
uma palavra negativa.
Questão 8 (CESPE/2013) Diversidade é a semente inesgotável da autenticidade e
da individualidade humana, que se expressam na subjetividade da liberdade pes-
soal.
No trecho “que se expressam na subjetividade da liberdade pessoal”, o emprego do
pronome átono “se” após a forma verbal — expressam-se — prejudicaria a correção
gramatical do texto, dada a presença de fator de próclise na estrutura apresentada.
Certo.
Conforme eu disse, o QUE é sempre fator de atração. Não quero, agora, que você
se preocupe em identificar a função dele. Agora, preocupe-se apenas com a colo-
cação do pronome.
3) Há casos em que nem próclise e nem ênclise são aplicáveis. É aí que entra a
mesóclise. Veja:
(13) Contarei uma história aos meus alunos.
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Vou fazer uso do OI – que será substituído por lhes nas minhas construções
seguintes. Veja o resultado:
• Contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não
admite ênclise)
• Lhes contarei uma história. (errado, pois fere o primeiro princípio)
• Contar-lhes-ei uma história. (certo)
A mesóclise só é aplicável a verbos no futuro! Vamos testar outras duas possi-
bilidades:
(14) Eu contarei uma história aos meus alunos.
• Eu contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que não
admite ênclise)
• Eu lhes contarei uma história. (certo, conforme o segundo princípio sujeito
explícito)
• Eu contar-lhes-ei uma história. (certo, conforme o segundo princípio – sujeito
explícito)
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(15) Eu não contarei uma história aos meus alunos.
• Eu não contarei-lhes uma história. (errado, pois o verbo está no futuro – que
não admite ênclise)
• Eu não lhes contarei uma história. (certo, pois há respeito ao fator de atração)
• Eu não contar-lhes-ei uma história. (errado, pois desrespeita a presença do
fator de atração)
Questão 9 (CESPE/2013) O Ministério Público Federal impetrou mandado de se-
gurança contra a decisão do juízo singular que, em sessão plenária do tribunal do
júri, indeferiu pedido do impetrante para que às testemunhas indígenas fosse feita
a pergunta sobre em qual idioma elas se expressariam melhor, restando incólume
a decisão do mesmo juízo de perguntar a cada testemunha se ela se expressaria
em português e, caso positiva a resposta, colher-se-ia o depoimento nesse idioma,
sem prejuízo do auxílio do intérprete.
A posposição do pronome “se” ao verbo em “colher-se-ia” — colheria-se — compro-
meteria a correção gramatical do trecho.
Certo.
Primeiramente, note que o verbo colheria está no futuro do pretérito, o que já in-
viabiliza a ênclise. No trecho apresentado, a próclise também não é possível, na
medida em que há um sinal de pontuação anteposto ao verbo. A mesóclise é a
única opção válida.
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Viu como é simples? Não há mistério na colocação dos P.O.A.!
Adendo: adaptação fonética dos pronomes o, a, os, as
Por uma questão de eufonia – garantir a composição de uma sonoridade harmo-
niosa –, os pronomes o, a, os, as podem sofrer alterações. Veja o quadro abaixo:
Vejamos alguns exemplos:
É hora de deixar o apartamento. = É hora de deixá-lo.
Fiz as tarefas. = Fi-las.
Ele quis alguns conselhos. = Ele qui=lo.
Fecharei minha casa com cadeado. = Fechá-la-ei com cadeado.
Declamaram minha poesia favorita. = Declamaram-na.
Ele propõe novas regras. = Ele propõe-nas.
Encontrei meu filho aos prantos. = Encontrei-o aos prantos.
4. Colocação Pronominal em Locuções Verbais
A colocação pronominal em locuções verbais é ainda mais simples do que em
um único verbo! Preciso, primeiramente, que você se lembre de que uma locução
verbal é formada por verbo auxiliar + verbo principal. Vejamos as possibilidades no
esquema abaixo:
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Nesse caso, pode-se usar o pronome antes do auxiliar, entre o auxiliar e o prin-
cipal e após o principal (exceto quando este estiver no particípio). Atenção: cuidado
para não ferir o princípio 1. Veja exemplos:
(16) Eu vou encontrar novos caminhos.
• Eu os vou encontrar.
• Eu vou(-)os encontrar.
• Eu vou encontrá-los.
(17) Estou construindo uma nova casa.
• A estou construindo. (Errado. Princípio 1.)
• Estou(-)a construindo.
• Estou construindo-a.
(18) Ele tinha imprimido o documento.
• Ele o tinha imprimido.
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• Ele tinha(-)o imprimido.
• Ele tinha imprimido-o. (Errado. Verbos no particípio não aceitam ênclise.)
Obs.: � segundo muitos gramáticos, o emprego do hífen quando o pronome está
entre o auxiliar e o principal é facultativo.
Nesse caso, o pronome deve ser empregado antes do auxiliar ou depois do prin-
cipal. Atenção: cuidado para não ferir o princípio 1. Veja exemplos:
(19) Eu não vou encontrar novos caminhos.
• Eu não os vou encontrar.
• Eu não vou encontrá-los.
(20) Já estou construindo uma nova casa.
• Já a estou construindo.
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• Já estou construindo-a.
(21) Ele nunca tinha imprimido o documento.
• Ele nunca o imprimiu.
Adendo: Apossínclise
Sempre há um aluno para me perguntar sobre essa quarta forma de colocação
pronominal. Ela é encontrada em registros literários antigos – e, ainda assim, rara-
mente. Ocorre quando há dois fatores de atração antepostos a um verbo.
• O homem que se não respeita pode padecer.
Também seria gramaticalmente correto escrever
• O homem que não se respeita pode padecer.
De coração: acrescentei isso por curiosidade de alguns! Não é uma preocupação
para provas.
Outras Funções Sintáticas dos Pronomes Oblíquos Átonos
Conforme prometi, ao fim da unidade, apresento a você outras funções sintá-
ticas que os pronomes oblíquos átonos podem desempenhar. São elas: adjunto
adnominal, complemento nominal e sujeito.
1) Adjunto adnominal (sempre haverá a semântica de posse)
• Levaram-me a mala. (= Levaram a minha mala.)
• Cheirei-te os cabelos. (= Cheirei os seus cabelos.)
• A fila do banco nos tirou a paciência. (= A fila do banco tirou a nossa paciência.)
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• Aquela garota lhe veio ao pensamento. (= Aquela garota veio ao seu pensa-
mento.)
2) Complemento nominal
• Suas ideias sempre me foram agradáveis. (= Suas ideias sempre foram agra-
dáveis a mim.)
• Eu sempre te serei fiel. (= Eu sempre serei fiel a ti.)
• Eles sempre nos foram próximos. (= Eles sempre foram próximos a nós.)
• A falta de fé não lhe é favorável. (= A falta de fé não é favorável a ele.)
3) Sujeito (quando há um verbo causativo ou sensitivo + infinitivo ou gerúndio)
Os P.O.A. só se tornam sujeitos na configuração que acima apresentei. Os ver-
bos causativos são mandar, deixar, fazer e os sensitivos são ver, ouvir, sentir,
olhar (verbos sinônimos desses também recebem a mesma classificação). Veja,
agora, os exemplos:
• Deixe-me falar de amor! (me é o sujeito do verbo “falar”)
• Mandaram-te comprar um novo par de tênis. (te é o sujeito de “comprar”)
• Ele se deixou levar pela opinião alheia. (se é sujeito de “levar”)
• Sinto-nos levitando pela sala. (nos é sujeito de “levitando”)
• Fizeram-lhes falar a verdade. (lhes é sujeito de “falar”)
• Eu os vi namorando na praça. (os é sujeito de “namorando”)
Obs.: � esse tipo de sujeito também é conhecido como sujeito acusativo. Repito:
isso pouco aparece em provas.
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Referência do pronome no texto(observe a concordância nominal do POA
com o substantivo a que se refere)
me, te, nos, vos = OD ou OI
Coesão
TransitividadePOA
Colocação Princípios
Regra
1º
2º
O, a, os, as = OD
Verbo no infinitivoInício da frase
lhe, lhes = OI
Sujeito explícito
Próclise
Fatores de atração
Verbo no futuro
MesócliseExceto Fator de atração
FuturoParticípio
Verbo Ênclise Regra geral
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BLOCO II – VOZES VERBAIS E FUNÇÕES DO SE
Nesta seção, quero tratar de um assunto muito importante mesmo em provas
de concursos públicos! Primeiramente, falaremos acerca das vozes verbais. Ao fa-
lar desse assunto, inevitavelmente, passaremos pelas funções do pronome oblíquo
“SE”. Você se lembra de que, na seção anterior, eu destaquei que, mais a diante,
discutiríamos só o “SE”? Chegou o momento! Prepare seu material! É hora de
aprender!
1. As Vozes Verbais
As vozes verbais dizem respeito à forma como o verbo estabelece sua relação
com o sujeito. A tradição gramatical diz que ocorre voz ativa quando o sujeito pra-
tica a ação verbal (sujeito agente); a voz passiva, quando o sujeito sofre a ação
verbal (sujeito paciente); a voz reflexiva, quando o sujeito pratica e sofre a ação
verbal.
Todavia, grande parte dos estudantes de língua portuguesa dão um tratamento
errado a esse conteúdo, por pensar que é uma descrição meramente semântica.
Na verdade, o sentido é fruto de uma estrutura morfossintática. Entenda: para
dominar as vozes verbais, você deve conhecer as estruturas gramaticais que as
caracterizam. O sentido é uma mera consequência dessa estrutura.
Para facilitar a nossa vida, criei um quadro-resumo, que será detalhado ao longo
deste PDF:
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Voz verbal Estrutura gramatical Semântica
Passiva Locução verbal SER+PAR-TICÍPIO (analítica1)
OUVerbo-SE (pronome apas-
sivador) (sintética)
Paciente
Reflexiva Pronome reflexivo Agente+paciente
Ativa O resto Agente2
A partir dessas informações, vamos analisar as orações abaixo:
(1) O carro foi levado pelos ladrões durante a madrugada.
(2) Encontrou-se uma nova evidência no local do crime.
(3) Aquele rapaz se olhava no espelho.
(4) O professor chegou atrasado.
(5) As crianças sofreram com a perda do avô.
Em 1, note a presença da locução “foi levado”. Ela indica que a frase está na
voz passiva (analítica). Em 2, além do pronome “se”, veja também que, na oração,
ninguém praticou a ação de encontrar – por isso, voz passiva (sintética). Em 3,
também há o pronome “se”, todavia podemos identificar que alguém pratica a ação
verbal de olhar: “aquele rapaz”. O pronome, aliás, tem a função de revelar que a
ação verbal foi praticada e sofrida pelo sujeito, uma vez que “aquele rapaz” olhava
a si mesmo – portanto, voz reflexiva. Agora, olhe com carinho para as frases 4 e 5.
Você está vendo alguma locução verbal? Você está vendo algum pronome para ser
classificado como apassivador ou reflexivo? NÃO, para as duas perguntas. Isso é o
suficiente para afirmar que 4 e 5 são orações na voz ativa.
Tenho certeza de que você não tem dúvidas acerca da classificação da oração 4,
mas deve estar se remoendo com a 5. “Elias, mas as crianças sofreram! Ninguém
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pratica a ação de sofrer!” Eu concordo com você, mas preciso que você tenha ob-
jetividade: as orações 4 e 5 não possuem estrutura gramatical de voz pas-
siva ou reflexiva, e isso deve bastar a você. O que ocorre em 5 foi explicado na
Moderna Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara. A oração 5 possui
semântica de passividade, mas estrutura de voz ativa! Isso porque a voz passiva,
depende, primeiramente, de uma estrutura morfossintática.
Detalhe: não vá pensando que, com essa explicação, você já sabe tudo sobre
o assunto! Eu te garanto que, na frase 2, o “se” é um pronome apassivador, assim
como, na frase 3, o “se” é reflexivo. Mas esse pronome não seria tão famoso se
possuísse apenas duas funções, não é mesmo? Depois das vozes verbais, falare-
mos das funções do SE!
2. A Transposição da Voz Ativa para a Passiva
Agora que você já sabe superficialmente reconhecer as vozes verbais, podemos
falar acerca de um assunto MUITO cobrado em qualquer prova de concurso público:
a transposição da voz ativa para a passiva. Primeiramente, preciso que você saiba
que nem toda oração da nossa língua admite isso! Veja as construções abaixo:
(6) As mulheres dominaram a sociedade.
(7) O delegado comunicou as medidas à população.
(8) As crianças gostam de palhaços.
(9) Renato Russo vivia em Brasília.
(10) Os palestrantes permaneceram calados.
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Tente, em sua mente, colocar essas cinco construções na voz passiva. Acredito
que você só tenha obtido êxito nos exemplos 6 e 7. Sabe por quê?
Colocar uma oração na voz passiva (ou apassivar uma oração) significa
transformar o objeto direto em sujeito paciente.
Querido(a), a condição para que uma frase possa ir à voz passiva é que ela
apresente, inicialmente, um objeto direto, e só funciona com esse tipo de comple-
mento, uma vez que ele, via de regra, não é preposicionado. Em 6 e 7, existem
objetos diretos (“a sociedade” e “a situação”). Em 8, o verbo é transitivo indireto;
em 9, intransitivo; em 10, de ligação.
Agora, analise comigo como é a transposição da voz ativa (VA) para a voz pas-
siva analítica (VPA):
Note que a única parte que se preservou foi “a sociedade”. “Dominaram” passou
a ser “foi dominada”, e “as mulheres” passou a ser “pelas mulheres” (agente da
passiva, que é quem pratica a ação verbal na voz passiva). O verbo que, na voz ati-
va, concordava com “as mulheres” passou a ser uma locução verbal que concorda
com “a sociedade”.
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Primeiramente, perceba que “as medidas” deixou de ser objeto direto e passou
a ser sujeito paciente. “Comunicou” passou a ser “foram comunicadas”, e “o dele-
gado” passou a ser “pelo delegado”. Nada ocorreu com “à população”, uma vez que
o objeto indireto não participa da formação da voz passiva.
E se colocarmos os trechos acima na voz passiva sintética (VPS)? Qual será o
resultado?
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Inicialmente, note o aparecimento da partícula “se”. Ela é responsável por trans-
formar o objeto direto em sujeito paciente. Por esse motivo, é conhecida como
pronome apassivador, ou partícula apassivadora (PA). Na VPS, não é permi-
tida a presença do agente da passiva.
Vou listar aqui alguns cuidados que você deve ter acerca desse assunto:
• Em qualquer voz passiva, o que seria o objeto direto é transformado em su-
jeito paciente, sempre.
• Em qualquer transposição de vozes, esteja atento(a) ao tempo e ao modo
verbal. Eles precisam ser preservados. Se, na voz ativa, o verbo estiver no
presente do indicativo, ele deve permanecer no presente do indicativo, tanto
na VPA quanto na VPS.
• Na voz passiva analítica, tome muito cuidado com a concordância verbal. O
verbo auxiliar (verbo “ser”) concorda em número com o sujeito; o verbo prin-
cipal (verbo no particípio) concorda em gênero e número com o sujeito. Na
VPA, pode aparecer o agente da passiva.
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• Na voz passiva sintética, é preciso ter muito cuidado com a concordância
(apenas em número) entre o sujeito paciente e o verbo. Na VPS, não há
agente da passiva.
Adendo: como diferenciar o pronome apassivador do índice de indetermi-
nação do sujeito?
Vamos fazer um retorno aos exemplos de 6 a 10:
O que quero que você entenda: nem todas as cinco orações admitem a voz passiva,
mas todas admitem uma reescritura com o pronome “se”! As duas primeiras, por
aceitarem a voz passiva, possuem pronome apassivador. As três últimas, que não
podem ser apassivadas, apresentam índice de indeterminação do sujeito (IIS).
Vamos sistematizar a análise das cinco construções com o pronome “se”:
• Entre as cinco orações existe algo em comum: em nenhuma delas, é pos-
sível identificar quem pratica a ação verbal4.
4 Existe uma diferença entre identificar quem pratica a ação verbal e identificar o sujeito da oração. Identificar quem pratica a ação verbal é completamente semântico (e nem sempre será o sujeito); identificar o sujeito da oração é sintático (e nem sempre será quem pratica a ação verbal), pois sujeito é o termo com quem o verbo estabelece concordância.
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• A partícula apassivadora serve para transformar objetos diretos (não prepo-
sicionados5) em sujeitos pacientes (que também não são preposicionados).
Nesses casos, como há sujeito, o verbo deve concordar com ele. A PA só
ocorre com VTD ou VTDI.
• O índice de indeterminação só aparece quando não é possível apassivar. Isso
ocorre com o VTI, VI e VL. Nesses casos, como não há sujeito, o verbo deve
ficar sempre no singular.
Questão 10 (2003/CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS) Na Carta de Pero Vaz de
Caminha, escrita a el-rei D. Manuel, observam-se melhor as obsessões dos portu-
gueses.
No texto, a estrutura da voz passiva em “observam-se” equivale a foram obser-
vados.
5 Na língua portuguesa, existem os chamados “objetos diretos preposicionados”. Nesses casos, o verbo não é responsável pela presença da preposição. Ela aparece para garantir algum efeito semântico ou para conferir ênfase. Veja:
Ex.: O aniversariante comeu do bolo. (A preposição só aparece para dar a ideia de que o aniversariante comeu apenas uma parte do bolo.)
Ex.: Eu não vejo a ele desde o Natal. (Os pronomes oblíquos tônicos são sempre preposicionados.) Ex.: O pai ama ao filho. (A preposição aparece para conferir ênfase, para garantir o entendimento de quem
pratica e quem recebe a ação de amar.) Aí vem um detalhe: essas construções não podem ser apassivadas. Portanto, uma oração como “comeu-se
do bolo” possui um índice de indeterminação do sujeito, e não uma partícula apassivadora. Veja, novamente, como a voz passiva está completamente ligada à estrutura morfossintática. A ausência de um objeto direto sem preposição impede a possibilidade de formação da voz passiva.
Observação importante: esse assunto praticamente não aparece em provas!
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Errado.
Primeiramente, nome que, no texto, não há quem pratica a ação de observar. Como
o verbo está no plural, sabemos que o pronome “se” é uma partícula apassivadora.
O sujeito paciente é a expressão “as obsessões dos portugueses”. Como o núcleo
do sujeito é feminino e plural, e o verbo está no presente do indicativo, a correta
transposição para a voz passiva analítica seria “são observadas as obsessões dos
portugueses”. “Foram observados” está no pretérito perfeito do indicativo, e o ver-
bo no particípio está no masculino.
Questão 11 (2013/CESPE/ANS) A avaliação das operadoras de planos de saúde
em relação às garantias de atendimento, previstas na RN 259, é realizada de acor-
do com dois critérios.
Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “é realizada” por
realiza-se.
Errado.
No texto, a forma “é realizada” está na voz passiva analítica, e o sujeito paciente
tem como núcleo o vocábulo “avaliação”. Para transpor para a voz passiva sintética,
além da presença do pronome apassivador, é necessário observar a concordância, o
tempo e o modo verbal. Ambas as construções estão no singular e no presente do
indicativo. Portanto, não haveria prejuízo à correção gramatical.
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Questão 12 (2013/CESPE/PCDF) Em agosto deste ano, foram registrados 39 casos
de sequestro-relâmpago em todo o DF, o que representa redução de 32% do nú-
mero de ocorrências dessa natureza criminal em relação ao mesmo mês de 2012.
A correção gramatical e o sentido da oração “Em agosto deste ano, foram registra-
dos 39 casos de sequestro-relâmpago em todo o DF” seriam preservados caso se
substituísse a locução verbal “foram registrados” por registrou-se.
Errado.
A locução verbal “foram registrados” está no plural para concordar com o núcleo
do sujeito “casos”. Coloque uma ideia em sua cabeça: o que é sujeito para a voz
passiva analítica também é sujeito para a voz passiva sintética! Portanto, não há
motivos para que o verbo “registrou-se” seja empregado, uma vez que está no sin-
gular. O correto seria registraram-se.
Os efeitos da seca espalham-se no campo e são visíveis nos incontáveis animais
mortos por onde passam as rodovias sertanejas.
Questão 13 (2013/CESPE/MI) Os efeitos da seca espalham-se no campo e são
visíveis nos incontáveis animais mortos por onde passam as rodovias sertanejas.
Em “espalham-se”, o termo “se” indica que o sujeito da oração é indeterminado.
Errado.
Primeiramente, lembre-se de que o “se” só será índice de indeterminação do sujei-
to com verbos no singular (o que já é suficiente para julgar o item). O verbo possui
um sujeito paciente, que é “os efeitos da seca”. O pronome é PA.
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Questão 14 (2013/IBFC/EBSERH) Considere as orações abaixo.
I – Prescreveu-se vários medicamentos.
II – Trata-se de doenças graves.
A concordância está correta em
a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
Letra b.
Em I, a expressão “vários medicamentos” é sujeito paciente (uma vez que o “se” é
PA). Portanto, o correto seria “prescreveram-se”. Em contrapartida, a II está corre-
ta, pois “de doenças graves” é um objeto indireto. O pronome é um IIS, e o verbo
deve permanecer no singular.
Questão 15 (2013/IBFC/IDECI) Considere a oração e as afirmativas a seguir.
Precisa-se de funcionário com experiência.
I – A oração encontra-se na voz passiva.
II – O sujeito é indeterminado.
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Está correto o que se afirma em
a) I
b) II
c) I e II
d) nenhuma
Letra b.
A forma verbal “precisa” é transitiva indireta, a expressão “de funcionário com ex-
periência” é o OI, e o pronome é IIS. Nesse caso, a frase está na voz ativa (só seria
voz passiva se o “se” fosse PA).
Questão 16 (2013/IBFC/PGE-SP) Assinale a alternativa em que a oração não está
na voz passiva.
a) Necessita-se de funcionários capacitados.
b) Comentou-se o caso do sequestro.
c) O aluno foi reprovado no exame.
d) As ruas foram cercadas pela polícia.
e) Alugam-se salas.
Letra a.
Na letra a, a forma verbal “necessita” é transitiva indireta, e a expressão “de fun-
cionários capacitados” é o objeto indireto. O pronome funciona como um índice de
indeterminação do sujeito. Detalhe importantíssimo: quando o “se” é IIS, a oração
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está na voz ativa! Nas alternativas b e e, há a voz passiva sintética. Nas alternati-
vas c e d, voz passiva analítica.
Questão 17 (2013/IBFC/ILSL) Considere as orações abaixo.
I – Devem-se pensar em todos os aspectos do problema.
II – Devem-se analisar todos os aspectos do problema.
A concordância está correta em
a) somente I.
b) somente II.
c) I e II.
d) nenhuma.
Letra b.
Agora, estamos falando de casos em que o pronome “se” está associado a locuções
verbais. O procedimento será:
• buscar a transitividade no verbo principal;
• verificar a concordância no verbo auxiliar.
Em I, o verbo “pensar” é transitivo indireto, a expressão “em todos os aspectos do
problema” é o OI. Portanto, o “se” é IIS, e o verbo auxiliar deveria estar no singular.
Em II, o verbo “analisar” é transitivo direto, e a expressão “todos os aspectos do
problema” é o sujeito paciente, uma vez que o “se” é PA (e o verbo auxiliar está em
concordância com o sujeito). Detalhe: as locuções verbais apresentadas na ques-
tão são formadas pelo verbo auxiliar DEVER e pelo verbo principal no INFINITIVO.
Nada de pensar em voz passiva analítica, ok?
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3. A Voz Reflexiva
Antes de iniciarmos a terceira seção, quero fazer um comentário importante:
até aqui, vimos a parte da matéria que cai em 90% das questões sobre funções
do SE (e esse percentual ainda pode ser maior)! A verdade é que PA e IIS dominam
as provas de concursos!
Compare comigo as seguintes orações:
(11) Vendem-se casas de praia.
(12) Não se depende de novas políticas públicas.
(13) Maria olhou-se no espelho.
(14) João se deu um carro novo.
Há algo em comum entre 11 e 12: não é possível identificar quem pratica
a ação verbal. Há algo em comum entre 13 e 14: é possível identificar quem
pratica a ação verbal. Esse é o primeiro passo que você deve dar sempre que for
analisar as funções do “se”! Veja este quadro e grave-o na sua memória:
SITUAÇÃO RESULTADO
Quando não é possível identificar quem pratica a ação verbal.
O pronome “se” ou é PA ou é IIS.
Quando é possível identificar quem pratica a ação verbal.
O pronome “se” possui qualquer outra função diferente de PA ou IIS.
Isso vai mudar a sua vida para sempre! Você precisa ter essa consciência antes
de tentar identificar a função do pronome! Sabemos agora que 11 e 12 possuem
ou PA ou IIS, assim como sabemos que 13 e 14 não podem apresentar PA ou IIS.
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Em 11, temos PA, pois “casas de praia” é sujeito paciente. Em 12, temos IIS,
pois “de novas políticas públicas” é objeto indireto.
Já em 13 e 14, note que a ação verbal que é praticada pelo sujeito recai sobre
o próprio sujeito! Maria poderia olhar outra pessoa, mas olhou a si mesma. João
poderia dar algo a outra pessoa, mas deu a si mesmo. Estamos diante da cha-
mada voz reflexiva6, também conhecida como voz medial. Nesses casos, o “se”
é classificado como pronome reflexivo, e pode assumir a função de objeto direto
(como ocorre em 13) ou de objeto indireto (como ocorre em 14).
Questão 18 (2011/CESPE/CFO-BM) Acorriam todos os aguadeiros com suas pipas,
e também os populares, que faziam longas filas até o chafariz mais próximo, trans-
portando de mão em mão os baldes de água, ao mesmo tempo em que se improvi-
savam escadas de madeira para efetuar salvamentos, retirando-se os moradores,
antes que eles se atirassem das janelas dos sobrados.
As partículas “se” destacadas exercem a mesma função sintática em ambas as
ocorrências.
6 A voz reflexiva também pode ser praticada com outros pronomes oblíquos. Tudo depende da pessoa verbal. Ex.: Nós nos olhamos no espelho. Ex.: Eu me dei um carro novo. Todavia, em provas, esse assunto sempre aparece vinculado ao pronome “se”.
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Errado.
Note: pela estrutura textual, não é possível identificar quem praticou a ação de
retirar, mas é possível identificar quem praticou a ação de atirar (eles = os mora-
dores). O primeiro “se” é uma partícula apassivadora, ao passo que o segundo é
um pronome reflexivo.
Questão 19 (2011/CESPE/CORREIOS) Nos primeiros anos como seminarista, em
Bois le Due, na Holanda, Erasmo dedicou-se mais à pintura e à música do que à
filosofia e à religião.
Na Universidade de Oxford, terminou os estudos da língua grega — idioma domina-
do apenas por eruditos. A partir de então, conheceu o filósofo Juan Colet, que lhe
apresentou a primeira versão da Bíblia. O acesso ao livro foi decisivo para Erasmo
se afastar da filosofia escolástica.
As formas verbais “dedicou-se” e “se afastar” estão na voz reflexiva.
Certo.
Primeiramente, é possível identificar quem pratica a ação verbal, nos dois casos.
Erasmo dedicou a si mesmo. Erasmo afastou a si mesmo.
Questão 20 (2013/CESPE/MPU) Há um dispositivo no Código Civil que condiciona
a edição de biografias à autorização do biografado ou descendentes. As consequ-
ências da norma são negativas. Uma delas é a impossibilidade de se registrar e
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deixar para a posteridade a vida de personagens importantes na formação do país,
em qualquer ramo de atividade.
O termo se, em “se registrar”, é utilizado para indicar reflexividade.
Errado.
É fácil dizer que o “se” não é reflexivo, pois, no texto, não é possível identificar
quem pratica a ação de registrar. O pronome é PA.
Adendo: pronome recíproco?
Compare as seguintes construções:
• O garoto se machucou na cozinha.
• As amigas se abraçaram com carinho.
Há uma pequena diferença de sentido entre as duas construções. Na primeira, o
garoto abraçou a si mesmo, ao passo que, na segunda, as amigas abraçaram
umas às outras. A pronome “se” pode ser chamado de reflexivo nos dois casos,
mas, no segundo, é possível também atribuir uma outra nomenclatura: pronome
recíproco ou pronome reflexivo recíproco!
4. Outras Funções do Se
Agora que você já conhece a partícula apassivadora, o índice de indeterminação
do sujeito e o pronome reflexivo, posso afirmar que você já sabe 99% da matéria!
O pronome “se” possui, na língua portuguesa, outras funções, mas são pouco ex-
ploradas em provas. Mas não podemos deixar de falar sobre elas, não é mesmo?
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4.1. Parte Integrante do Verbo
Compare comigo as seguintes construções:
(15) Kurt se matou.
(16) Kurt se suicidou.
Semanticamente, as duas construções são semelhantes, pois ambas indicam
que alguém tirou a própria vida. Todavia, gramaticalmente, as duas construções
são diferentes, pois os verbos apresentam entendimentos diferentes. O verbo “ma-
tar” significa “tirar a vida”, que pode ser a vida de alguém ou a do próprio sujeito
que pratica ação. Portanto, podemos afirmar que a reflexividade da oração 15 é de
inteira responsabilidade do pronome, pois é ele quem faz com que a ação recaia
sobre o sujeito.
Já o verbo “suicidar-se” significa “tirar a própria vida”. É inconcebível a ideia de
que “alguém suicida outra pessoa”. Isso mostra que a reflexividade não está no
pronome, mas no próprio verbo. Vou ser ainda mais explícito: na língua portugue-
sa, não existe o verbo “suicidar”, mas apenas “suicidar-se”. Ele só existe com o
pronome! Por isso, o “se” é conhecido como parte integrante do verbo, e o verbo
que possui esse tipo de estrutura é conhecido como verbo pronominal.
A parte integrante do verbo acompanha apenas verbos intransitivos ou transi-
tivos indiretos. Eles podem indicar sentimentos (arrepender-se, queixar-se, lem-
brar-se, esquecer-se, orgulhar-se, alegrar-se, admirar-se) ou ações do ser que são
praticadas em relação a si próprio (suicidar-se, concentrar-se, precaver-se).
Ex.: A samaritana se arrependeu dos pecados cometidos.
Ex.: A aluna se concentrou antes da prova.
Obs.: � os verbos pronominais se conjugam sempre com o pronome.
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4.2. Pronome Expletivo
Também conhecido como partícula expletiva ou partícula de realce. É um
elemento completamente dispensável na estrutura oracional. Sua presença (ou au-
sência) não altera o sentido ou a morfossintaxe da sentença. Ocorre, geralmente,
com verbos intransitivos.
Ex.: Ela se riu da situação. → Ele riu da situação.
Ex.: Ele se tremeu durante o assalto. → Ele tremeu durante o assalto.
Ex.: O show se acabou. → O show acabou.
Ex: Ele se foi sem dizer nada. → Ele foi sem dizer nada.
Adendo: lembrar X lembrar-se / esquecer X esquecer-se
Inicialmente, ao ver que as formas verbais acima apresentadas podem existir com
ou sem o pronome, pensamos que o pronome “se” se classifica como partícula
expletiva. No entanto, esse pensamento é incorreto. Veja o porquê:
• Ela lembrou o seu nome. (lembrar = VTD)
• Ela se lembrou do seu nome. (lembrar-se = VTI)
• Ele esqueceu o seu aniversário. (esquecer = VTD)
• Ele se esqueceu do seu aniversário. (esquecer-se = VTI)
Em resumo: as formas verbais lembrar e esquecer (sem o pronome) são tran-
sitivas diretas, ao passo que lembrar-se e esquecer-se (com o pronome) são
transitivas indiretas. Uma partícula expletiva pode ser colocada ou retirada sem
causar qualquer alteração na sentença. E, para a nossa gramática, construções
como
• Ela lembrou do seu nome.
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• Ela se lembrou o seu nome.
• Ele esqueceu do seu aniversário.
• Ele se esqueceu o seu aniversário.
São consideradas agramaticais.
Verbos como lembrar-se e esquecer-se são classificados como acidentalmente
pronominais, e a função do “se”, nesses casos, é parte integrante do verbo.
Fiz questão de fazer este adendo porque esses verbos são muito cobrados em
prova. Os examinadores não costumam perguntar sobre a função do “se” nesses
casos, mas sobre a regência desses verbos!
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O Que Cai, Elias?
Sobre o bloco I: TUDO é importante para a Vunesp, mas peço que você dê im-
portância aos pronomes oblíquos como complementos verbais (OD e OI), colocação
pronominal (devore) e adaptações fonéticas (lo, la, los, las/no, na, nos, nas). Só
houve uma questão recente que explorou o pronome “lhe” como adjunto adnomi-
nal. Além disso, não queira resolver colocação pronominal com base naquilo que
é aceitável pelos seus ouvidos. Assim, suas chances de errar aumentam exponen-
cialmente.
Sobre o bloco II: a Vunesp gosta mesmo é de concordância! Por esse motivo, dê
muita atenção às implicações da partícula apassivadora e do índice de indetermina-
ção do sujeito para a relação entre sujeito e verbo. Você também verá nas questões
que outras funções do SE foram exploradas (como pronome reflexivo/recíproco ou
pronome expletivo), mas com baixa recorrência.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/FARMACÊUTICO)
Leia um trecho da entrevista com o psiquiatra Miguel Chalub, para responder à
questão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a depressão será a doença mais
comum do mundo em 2030 – atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do pro-
blema.
Para o psiquiatra Miguel Chalub, há um certo exagero nessas contas. Ele defende
que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depres-
são. Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, por-
que estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal
e a patológica”.
ISTOÉ: Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no
mundo?
Miguel Chalub: Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de
tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido,
chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicali-
zação de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal,
que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica.
ISTOÉ: A que se deve essa mudança?
Miguel Chalub: Primeiro, a uma busca pela felicidade. Qualquer coisa que possa
atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou fe-
liz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim
mesmo. Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer dis-
torção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz.
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ISTOÉ: O que diferencia a tristeza normal da patológica?
Miguel Chalub: A intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal
é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa.(Adriana Prado. https://istoe.com.br/74405_O+HOMEM+NAO+ACEITA+MAIS+FICAR+TRISTE+/
Publicado em 26/05/2010. Adaptado.)
Considerando a expressão destacada no trecho selecionado do texto, assinale a
alternativa que apresenta, entre parênteses, o pronome e sua colocação aplicados
em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Chalub defende que tanto pacientes quanto médicos estão confundindo triste-
za... (a estão confundindo)
b) Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos...
(são os que menos receitam-lhes)
c) ... porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças... (para a re-
conhecer)
d) é transformar um sentimento normal... (é lhe transformar)
e) ... achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana... (vai corri-
gir-lhe)
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Questão 2 (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Leia a charge para
responder à questão.
Em conformidade com a norma-padrão, a frase do marido também poderia ser ex-
pressa da seguinte forma:
a) Então, eu acertei ele com uma chinelada!
b) Então, por acaso eu não acertei-o com uma chinelada!
c) Então, eu o acertei com uma chinelada!
d) Lhe acertei mesmo uma chinelada, então!
e) Este relógio aí, eu acertei-no com uma chinelada, então!
Questão 3 (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Assinale a alter-
nativa em que a frase – Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar
o status quo. (7º parágrafo) – está reescrita de acordo com a norma-padrão de
colocação pronominal e tem sentido compatível com o original.
a) Nem imagine-se que uma lei possa alterar tão pouco o status quo.
b) Não se deve imaginar, também, que basta uma lei para alterar o status quo.
c) Se deve imaginar o quanto uma lei pode alterar o status quo.
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d) Deve-se imaginar que uma lei basta, muito menos, para alterar o status quo.
e) Não deve-se imaginar que pelo menos uma lei basta para alterar o status quo.
Questão 4 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/AUXILIAR) Voluntários
respondem a cartas enviadas para Julieta
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficialmen-
te faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas envia-
das de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de Shakespeare.
As cartas normalmente são tristes e sobre problemas em relacionamentos amo-
rosos. Afinal, por mais que a famosa história seja romântica, também é bastante
trágica.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clu-
be tem a contribuição de um médico especialista.
Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980
a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme “Cartas para Julieta” (2010), em
que a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente
a mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
Há caixas de correio e computadores na Casa de Julieta para enviar mensagens.
Por outro lado, uma placa na entrada alerta que escrever nas paredes – a exemplo
de inúmeras pichações no hall de entrada – pode ser punido com multa de até €
1.039 ou prisão por até um ano.(MK. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2909201111.htm. Adaptado)
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Com o sucesso do filme “Cartas para Julieta”, o Clube recebeu inúmeras cartas e
prontamente enviou a todos os remetentes respostas detalhadas.
Os pronomes substituem corretamente as expressões destacadas na frase e respei-
tam a colocação pronominal estabelecida pela norma-padrão na alternativa:
a) recebeu-as … as enviou
b) recebeu-as … lhes enviou
c) as recebeu … enviou-as
d) lhes recebeu … lhes enviou
e) recebeu-lhes … as enviou
Questão 5 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)
Rubem Braga e Mário de Andrade, dois bicudos que não se davam
Qual a razão da desavença entre Rubem Braga e Mário de Andrade, dois dos
mais influentes escritores brasileiros do século 20? Era sabido que os bicudos ja-
mais se beijaram, e a leitura de “Os Moços Cantam & Outras Crônicas Sobre Músi-
ca” – um dos três títulos de uma caixa recém-lançada – põe mais lenha na fogueira
da vaidade literária.
Em texto que permanecia inédito em livro, publicado em 1957 no “Diário de
Notícias”, Rubem Braga conta que, em cartas, o autor modernista se referia a ele
como “asa negra da minha vida”. Macabro, não?
O cronista desconfia que a hostilidade começou durante a Revolução de 1932.
Com 19 anos, Braga cobriu a revolta armada contra Getúlio Vargas, chegando a ser
preso como espião. O paulista não teria gostado do tom irônico das reportagens.
Um ano depois, os dois se encontraram na redação do jornal “Diário de São Paulo”.
Braga, que ocupava a mesa ao lado daquela em que Mário vinha à noite escrever
sua crítica de música, tentou uma aproximação – mas não foi bem recebido.
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Já tendo se transformado no velho Braga, com as vastas sobrancelhas e o bigo-
de em forma de trapézio que lhe conferiam um ar ainda mais carrancudo, o “Sabiá
da Crônica” não poupou bicadas: “Em assuntos de amizade, tenho horror dessa
história de ‘trocar de bem’ e ‘trocar de mal’, e o maior tédio a confissões, acertos
de conta, explicações sentimentais com homens”.
O fato é que Rubem Braga foi, entre os jovens intelectuais dos anos 1930, o
único que não recebeu uma carta do guru Mário de Andrade. Se tivessem trocado
um bilhetinho que seja, poderiam ter sido amigos. Ao menos, por correspondência.(Álvaro Costa e Silva. Folha de S.Paulo, 11/10/2016. Adaptado)
Quanto à regência padrão, a expressão destacada em – … o autor modernista se re-
feria a ele como “asa negra da minha vida”. – está corretamente substituída por:
a) o atribuía a alcunha
b) o concedia o apelido
c) lhe classificava de
d) lhe chamava de
e) o denominava de
Questão 6 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE ITANHAÉM-SP/FISIOTERAPEUTA) A
quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele?
Com um passado incomparável e camadas históricas extraordinariamente varia-
das, inclusive em seus momentos de fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou
o debate. A lotação está esgotada. Foram mais de 180000 pessoas, na maioria ab-
soluta vindas da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que
não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais
ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
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As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais
sempre cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham
com o comércio de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o
bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perver-
sidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora cruel, o sistema
é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros
pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros
países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada
passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em
390 milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, en-
crencado, conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção
ao mundo rico, já provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondo-
sa foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios.
Ao contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre os quais tantos
de nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e
esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com
abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações
supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar ga-
rantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é
que o dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26/07/2017. Adaptado) Consi-
dere a seguinte passagem do texto:
Começaram a fazer o bem e se transformaram em parte integrante de um processo
de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis.
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Assinale a alternativa que reescreve o trecho destacado de acordo com a norma-
-padrão de regência verbal e colocação pronominal, além de manter coerência com
o sentido do original.
a) Principiaram por fazer o bem; transformaram-se, porém, em parte que integra
um processo...
b) Iniciaram de fazer o bem, enquanto transformaram-se em parte a qual integra
a um processo...
c) Principiaram a fazer o bem; tanto que se transformaram em parte da qual inte-
gra um processo...
d) Iniciaram por fazer o bem, se transformaram, pois, em parte na qual integra um
processo...
e) Principiaram em fazer o bem; tão logo se transformaram em parte em que in-
tegra um processo...
Questão 7 (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-SP/
ASSISTENTE LEGISLATIVO) Assinale a alternativa em que os verbos conjugados e
a colocação dos pronomes em destaque apresentam-se de acordo com a norma-
-padrão.
a) Se eu vir uma mulher vindo em minha direção, não me desviarei dela.
b) Me esforcei para que a mulher me visse e se desviava de mim.
c) Talvez eu tinha evitado o choque se tinha desviado-me da mulher.
d) Desviem-se das pessoas quando verem que elas vêm em sua direção.
e) Se nos vermos diante de uma pessoa distraída, evitaremos colidir com ela.
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Questão 8 (2017/VUNESP/CÂMARA DE PORTO FERREIRA-SP/ASSESSOR DE IM-
PRENSA)
Ao mar
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava
tudo inundado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa
tábua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de
gávea* Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.
– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando
pela manhã, alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava
a contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas
águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não
o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diá-
rio de bordo. Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita
esta frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou. À noite, Joel sonhava
com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escuros, monstros
soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.(Moacyr Scliar, os melhores contos. Adaptado)
*lugar, no topo dos mastros de embarcações antigas, de onde um marinheiro pers-
crutava o horizonte, para avistar terra
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Quanto à colocação pronominal, as orações – Joel vestiu-se rapidamente... –; – As
noites se sucediam, estreladas. – e – Achou bonita esta frase [...]. Depois, nunca
mais falou. – estão reescritas, correta e respectivamente, em:
a) Rapidamente se vestiu Joel... / Sucediam-se, estreladas, as noites. / Achou bo-
nita esta frase [...]. Depois, nunca mais a falou.
b) Se vestiu Joel rapidamente... / As noites, estreladas, sucediam-se. / Achou bo-
nita esta frase [...]. Depois, nunca mais falou-a.
c) Joel, rapidamente, se vestiu... / Se sucediam as noites, estreladas. / Achou bo-
nita esta frase [...]. Depois, nunca mais a falou.
d) Vestiu-se, rapidamente, Joel... / Sucediam-se, estreladas, as noites. / Achou
bonita esta frase [...]. Depois, nunca mais falou-a.
e) Joel rapidamente vestiu-se... / Estreladas, se sucediam as noites / Achou bonita
esta frase [...]. Depois, nunca mais falou-a.
Questão 9 (2017/VUNESP/IPRESB-SP/ASSISTENTE PREVIDENCIÁRIO)
A idade das palavras
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é
que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plasti-
ficada dizendo “Eu sou prafrentex!”.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comporta-
mentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de
amigos, o máximo de liberdade imaginável até então. Mas agora é passado… Assim
como as variações para falar de homem bonito. Houve época em que era “pão”,
agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e meia noto alguém exclamar à
passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.
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Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para ro-
tular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale?
Ou devo dizer “out”, como na década de 90?
Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os
amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com
ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.
Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada, para
a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!
Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda
se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”,
para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)
O termo “boko moko” foi criado para rotular as pessoas de cafona porque não
tomavam a tal bebida.
Os pronomes que substituem corretamente as expressões destacadas e estão ade-
quadamente colocados na frase encontram-se na alternativa:
a) O termo “boko moko” foi criado para rotulá-las de cafona porque não tomavam-na.
b) O termo “boko moko” foi criado para rotulá-las de cafona porque não a tomavam.
c) O termo “boko moko” foi criado para as rotular de cafona porque não lhe tomavam.
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d) O termo “boko moko” foi criado para rotular-lhes de cafona porque não tomavam-na.
e) O termo “boko moko” foi criado para lhes rotular de cafona porque não a tomavam.
Questão 10 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/ESCRITURÁRIO) Leia o tex-
to “Ser perspicaz no trabalho” para responder a questão.
As redes sociais, as mensagens eletrônicas e o bate-papo on-line têm dado
novos horizontes ao trabalho contemporâneo, mas cobram um preço alto: tornam
mais evidentes as fragilidades de comunicação dos profissionais do mercado. Saber
como e quando falar com colegas de trabalho, superiores hierárquicos, clientes e
fornecedores nem sempre é de conhecimento notório dos brasileiros.
Segundo especialistas, uma das armadilhas é confundir o ambiente mais livre
da internet com as exigências da vida profissional. Outra preocupação é com o
tempo que vai ser gasto com cada uma das conversas, por isso o desafio é conse-
guir se comunicar de forma clara e objetiva, com o cuidado de transmitir todas as
informações necessárias, sem prolongar inutilmente a troca de mensagens.
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o
grau de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. “Normalmente,
as pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.”
Ela cita como informalidade excessiva o hábito que as pessoas desenvolvem na
internet de abreviar o maior número de palavras possível, de empregar termos va-
gos e imprecisos e de usar formatações de texto menos convencionais, como o uso
indiscriminado de fontes, cores de letras, caixa alta e itálico. O problema, segundo
a professora, é que muitos profissionais não desenvolvem a habilidade de escrever
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de forma correta e coerente e ficam dependentes de ferramentas, como os reviso-
res de texto, que apresentam falhas.
Já Celi Langhi, professora na área de gestão de pessoas, chama a atenção para
os profissionais que diante de outros colegas muitas vezes se concentram apenas
na parte verbal do discurso, mas esquecem que o gestual e a expressão corporal
deles no momento em que estão falando também vão gerar uma interpretação
para quem está ouvindo a mensagem. “Um elogio feito de maneira displicente
pode ser interpretado como uma ironia e vai causar o efeito inverso do pretendido”,
exemplifica a especialista.(Leonardo Fuhrmann. Revista Língua Portuguesa, janeiro de 2014. Adaptado)
Considere a frase reescrita com base nas ideias do texto.
As pessoas precisam de orientação para saber detectar o grau de formalidade ade-
quado aos comunicados de trabalho, entretanto elas normalmente não recebem
qualquer orientação desse gênero.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome que substitui
corretamente a expressão destacada e está adequadamente colocado na frase en-
contra-se na alternativa:
a) ... não a recebem.
b) ... não recebem-na.
c) ... não lhe recebem.
d) ... não o recebem.
e) ... não recebem-no.
Questão 11 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/ESCRITURÁRIO) Leia o texto
“Procura-se restaurante sem TV”, para responder à questão
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No fim de semana passado, fui com a família a um dos nossos restaurantes
prediletos. É um desses lugares com cardápio gigante e pratos idem, ideal para um
almoção de domingo. Um dos atrativos do lugar é um agradável jardim com mesas
ao ar livre. O jardim é a parte do restaurante preferida por famílias. Fica cheio de
crianças nos fins de semana.
Ao chegar, tivemos uma surpresa: o restaurante havia colocado uma enorme
televisão no jardim, com caixas de som espalhadas por todo o lugar. A TV exibia –
juro – um programa sobre o cultivo de orégano. Somos clientes antigos do lugar.
Vamos tanto que até conhecemos os donos. Perguntei por que haviam decidido
instalar o aparelho.
“Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV”, disse um dos proprietá-
rios. “Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai
embora.”
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez
mais difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV
nas paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro
que já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão.
Mas não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa so-
bre plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer ten-
tativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as caixas
cobriam toda a área do lugar.
O pior é que o dono do restaurante tinha razão: as famílias pareciam estar gos-
tando do programa. Na mesa ao lado, um casal passou o almoço todo sem trocar
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uma palavra, aparentemente hipnotizado pelas informações sobre a melhor época
para plantar orégano.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza
de que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.(André Barcinski, Folha de S.Paulo, 09.05.2012. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a expressão destacada no
trecho do texto está corretamente substituída pelo pronome em:
a) ... o restaurante havia colocado uma enorme televisão no jardim... →... o
restaurante o havia colocado...
b) Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho. → Perguntei por que ha-
viam decidido instalá-la.
c)... para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. → para os
clientes lhes verem.
d)... já que as caixas cobriam toda a área do lugar. → já que as caixas a cobriam.
e)... o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta. →... o lugar, agora com TV,
não vai sentir-lhe.
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Questão 12 (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia o
texto dos quadrinhos, para responder à questão.
Assinale a alternativa em que a frase baseada nas falas dos quadrinhos apresenta
emprego e colocação de pronomes de acordo com a norma-padrão.
a) O garoto respondeu à menina, perguntando-a onde estava o advogado dela.
b) A menina afirmou ao garoto que poderá processar ele, caso este não ajudar-lhe
com a lição de casa.
c) A menina afirmou ao garoto que poderia processá-lo, se este não a ajudasse
com a lição de casa.
d) Em resposta à menina, o garoto resolveu perguntá-la onde estava o advogado dela.
e) A menina ameaçou processar-lhe, caso o garoto não ajudasse-a com a lição de casa.
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Questão 13 (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO)
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da
garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos
cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes
quieto, sem quase pensar, e apenas sentir – era tão bom. A concentração no sentir
era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o
barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! Como deixava a garganta seca.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida
e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente jun-
tava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, pe-
netrando entre os arbustos, espreitando, farejando. O instinto animal dentro dele
não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de
pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente no orifício de onde
jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se
saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que
era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água.
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E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pe-
dra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia-se intrigado. Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.(Clarice Lispector, “O primeiro beijo”. Felicidade clandestina. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome em destaque está empregado com o mes-
mo sentido de posse que tem o pronome “lhe”, na passagem – Ele, um dos garotos
no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e en-
trar-lhe pelos cabelos...
a) Faça-a ver que ninguém está questionando sua atitude.
b) Pegou-me a mão, tentando encorajar-me a tomar uma decisão.
c) Não vá forçá-lo a assumir função para a qual não se acha preparado.
d) Não esperávamos entregar-lhes nossos documentos naquele momento.
e) Chegou-nos a notícia do desaparecimento do helicóptero.
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Questão 14 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia a charge.
Assinale a alternativa em que a reescrita da frase da personagem expressa a ideia
do texto original e está de acordo com a norma-padrão.
a) Me preocupa seriamente a aposentadoria... Alheia...
b) Me preocupa seriamente a aposentadoria? Nem a alheia...
c) Preocupo-me seriamente com a aposentadoria – alheia...
d) Tenho preocupado-me seriamente com isso: a aposentadoria alheia.
e) Seriamente preocupo-me com a aposentadoria alheia...
Questão 15 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder
à questão.
Muita gente não gosta de Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”. Em 1892, um
senador, almirante e políticos sediciosos __________. Ele avisara: “Vão discutin-
do, que eu vou mandando prender”. Encheu a cadeia, e o advogado Rui Barbosa
bateu às portas do Supremo Tribunal Federal para ___________. Floriano avisou:
“Se os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã
___________ o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão”.
(Élio Gaspari. Folha de S.Paulo, 11.12.2016. Adaptado)
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Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchi-
das, respectivamente, com:
a) desafiaram-lhe... soltar eles... dará à eles
b) desafiaram ele... soltar-lhes... dar-lhes-á
c) desafiaram-no... soltá-los... lhes dará
d) desafiaram-no... soltar-os... dá-los-á
e) desafiaram-o... soltar-nos... os dará
Questão 16 (2017/VUNESP/TJ-SP/PSICÓLOGO) Leia o texto para responder à
questão.
A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um
caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo
o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio.
Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e
Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida
e a morte.
Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transforma-
ra-se num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada,
absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo
que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo
do seu martírio.
A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e
o prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento,
dizendo:
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– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha.
Agora que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um
enlace que era o desejo de seu marido.
Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,
entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;
Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A ceri-
mônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.
Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza
irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o
quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, since-
ramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas
lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a
desejava.
O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um
alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adap-
tado)
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a
norma padrão.
a) Nada conservara-se da beleza anterior de Fadinha, que consolou-se vendo que
o amor de Remígio crescera.
b) A moça mais bonita do Rio de Janeiro ficou boa, mas desfigurada: tinha trans-
formado-se num monstro.
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c) Remígio incomodaria-se caso Fadinha aproveitasse o enxoval oferecido pelo pri-
meiro noivo.
d) O semblante da esposa de Remígio não inquietava-o e nem repugnava-o, pois
assim ele desejava-a.
e) Vendo o novo semblante de Fadinha, Remígio achava-a mais simpática, com
algo que o encantava.
Questão 17 (2017/VUNESP/CRBIO – 1º REGIÃO/AUXILIAR ADMINISTRATIVO)
Leia o texto de Adriana Gomes para responder à questão.
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamen-
te uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frus-
trações geradas, basicamente, por três motivos: demora, contrariedade e conflito.
Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga. Um experimento famoso feito
na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960, testou a capacidade de
crianças resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu informações
úteis sobre a força de vontade e a autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram
mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pes-
soal à rotina das empresas, chegando até à condução do país. O que importa é o
hoje e o agora!
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Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – pare-
ce uma história fantasiosa. Entretanto, a vida prática confirma que o investimento
em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram bons
resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de
atuação, ou seja, aqueles que se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e
os praticaram, costumam encontrar melhores opções na vida profissional.
É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para
colher seus frutos. Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo
tendem a ser frustrantes.(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)
Leia o trecho do quarto parágrafo: A atitude imediatista praticamente impacta to-
das as decisões...
O pronome que substitui corretamente a expressão destacada e está adequada-
mente colocado no trecho selecionado encontra-se em:
a) A atitude imediatista praticamente impacta-as...
b) A atitude imediatista praticamente as impacta...
c) A atitude imediatista praticamente impacta-se...
d) A atitude imediatista praticamente impacta-lhes...
e) A atitude imediatista praticamente lhes impacta...
Questão 18 (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES-SP/PROCURADOR
JURÍDICO) Leia o texto “Star Trek” para responder à questão.
Quando estreou, em 1966, a série “Jornada nas Estrelas” exibia um futuro que
parecia realmente improvável e distante. A série era ambientada no século 23 e
acompanhava as aventuras dos tripulantes da nave espacial Enterprise, com a mis-
são de explorar o espaço e ir “aonde nenhum homem jamais esteve”.
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O teletransporte ainda não virou realidade, mas muitos gadgets* da série pas-
saram a integrar o cotidiano. Sempre que o capitão Kirk estava em apuros, abria
seu comunicador e entrava em contato com a equipe. Trinta anos depois, a Mo-
torola lançou o StarTAC, popularizando o uso da telefonia móvel. Os acertos não
pararam por aí: da impressora 3D à televisão de tela plana, dos disquetes aos
dispositivos USB, a série previu com surpreendente exatidão a relação do homem
com a tecnologia.
“Jornada nas Estrelas” era transgressora em sua diversidade: a equipe tinha
homens e mulheres de diferentes etnias trabalhando em igualdade. Hoje, ainda não
existem habitantes de Vulcano morando entre nós, mas a ideia de que pessoas de
gêneros e etnias diferentes possam cumprir as mesmas funções não é mais algo
utópico.(Aventuras na História, outubro de 2014. Adaptado)
*gadgets: dispositivos, aparelhos
Observe as expressões destacadas nas frases reescritas do texto.
• Ambientada no século 23, a série sempre retratava as aventuras dos tripu-
lantes da Enterprise, e a missão era explorar o espaço enfrentando o desco-
nhecido.
• Trinta anos depois, a Motorola lançou o StarTAC, que popularizou o uso da
telefonia móvel.
Assinale a alternativa em que os pronomes substituem, corretamente, as expres-
sões destacadas e estão colocados adequadamente nas frases de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa.
a) ...sempre retratava-as... /...era explorá-lo... /...que lhe popularizou...
b) ...sempre retratava-as... /...era o explorar... /...que o popularizou...
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c) ...sempre lhes retratava... /...era explorá-lo... /...que popularizou-lhe...
d) ...sempre as retratava... /...era o explorar... /...que popularizou-o...
e) ...sempre as retratava... /...era explorá-lo... /...que o popularizou...
Questão 19 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE DE
GESTÃO) Leia o texto “Infância na praia”, de Danuza Leão, para responder à ques-
tão.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda
e sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra
do terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos,
para horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das
pernas abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas.
Elas eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem
poucas tias e pouquíssimas primas.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com
um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As
cor-de-rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma ver-
dadeira festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas
ficavam em volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela
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mesma noite. Naquele tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de
maracujá, e para dar uma corzinha na comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija,
que davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não cus-
tavam quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses
eram honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final
das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vi-
vas, o que era um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo
diziam, se encostasse no corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a bei-
ra da água tentando ver alguma, mas ninguém entrava no mar, de medo. No dia
seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha a gente ficava mexendo,
sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa mesmo
muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crian-
ças rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz
do teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, espe-
rando o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.(Folha de S.Paulo, 17.04.2005. Adaptado)
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Leia a frase do quarto parágrafo.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com
um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante.
As expressões destacadas na frase podem ser substituí- das corretamente por:
a) catavam-nas / fazê-lo / quebrá-la.
b) catavam-nas / fazê-lo / quebrar-lhe.
c) catavam-nas / fazer-lhe / quebrar-lhe.
d) catavam-lhes / fazê-lo / quebrá-la.
e) catavam-lhes / fazer-lhe / quebrá-la.
Questão 20 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE DE
GESTÃO) Leia os textos baseados no livro “Falando de grana”, de Patrícia Broggi,
para responder à questão.
(Folha de S. Paulo, 04/12/2010. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome destacado está
corretamente colocado na frase em:
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a) Em tratando-se de estabelecer prioridades financeiras, a ida ao supermercado
é boa estratégia.
b) Se publicam, atualmente, muitos livros que tratam de economia doméstica.
c) Muitas pessoas felizmente tornaram-se menos consumistas, evitando a compra
de itens desnecessários.
d) As pessoas que se dispõem a pechinchar fazem negociações vantajosas e sem-
pre economizam.
e) Alguns jovens dedicariam-se a usar bem a própria mesada, se não tivessem
pais que atendem a todas as suas vontades.
Questão 21 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE ESCO-
LAR)
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não
se expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos
tantas preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco
ou quase nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de
assédio moral* nasce de preconceitos!
Recentemente tivemos notícia de dois episódios de preconceito na escola: o da
mãe que recebeu um bilhete da professora pedindo para aparar ou prender os ca-
belos dos filhos (ambos negros) – fato ocorrido em nosso país – e o da garota negra
lanchando sozinha ao lado de uma mesa com vários colegas brancos juntos – este,
ocorrido na África do Sul.
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
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o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo, con-
ter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar
como uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão
é pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos ga-
rantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo
para a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
*assédio moral: exposição de alguém a situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongadas, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas
funções.(Rosely Sayão. www.folha.uol.com.br, 28.06.2016. Adaptado)
No contexto do último parágrafo, a forma pronominal -los, em destaque no texto,
faz referência a:
a) filhos.
b) ensino.
c) valores.
d) preconceitos.
e) sociedade.
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Questão 22 (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-
VO) Assinale a alternativa em que os pronomes estão empregados e colocados em
conformidade com a norma-padrão.
a) Nos concentramos em uma ou duas informações e, depois, inserimos-las em
escaninhos.
b) Pensamentos estereotipados atingem diversas pessoas; julgam-nas com base
em generalizações, sem lhes avaliar os méritos.
c) Quanto a esse modo de se pensar, a interpretação mais generosa atribui ele à
preguiça intelectual.
d) Nunca dão-se o trabalho de pensar, embora isso os custe o preço de cometer
uma injustiça.
e) Aquele que pensa por estereótipos também protege-se do contato com muitas
pessoas.
Questão 23 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR JURÍDI-
CO) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto a seguir.
No caminho de Swann é o primeiro da série de sete romances que compõem a obra
Em busca do tempo pedido, de Marcel Proust. Teve em Mario Quintana um leitor
arguto, que ___________ para o português e preservou o alto teor lírico do texto
original, certamente ____________ sua sensibilidade criativa.
a) o traduziu... lhe emprestando
b) traduziu-o... emprestando-lhe
c) lhe traduziu... o emprestando
d) o traduziu... emprestando-o
e) traduziu-lhe... emprestando-lhe
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Questão 24 (2016/VUNESP/MPE-SP/BIÓLOGO) A República dos Estados Unidos
da Bruzundanga tinha, como todas as repúblicas que se prezam, além do presiden-
te e juízes de várias categorias, um Senado e uma Câmara de Deputados, ambos
eleitos por sufrágio direto e temporários ambos, com certa diferença na duração do
mandato: o dos senadores, mais longo; o dos deputados, mais curto.
O país vivia de expedientes, isto é, de cinquenta em cinquenta anos descobria-se
nele um produto que ficava sendo a sua riqueza. Os governos taxavam-no a mais
não poder, de modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decretação de
impostos sobre produtos semelhantes, acabavam, na concorrência, por derrotar a
Bruzundanga; e, assim, ela fazia morrer a sua riqueza, mas não sem os estertores
de uma valorização duvidosa. Daí vinha que a grande nação vivia aos solavancos,
sem estabilidade financeira e econômica; e, por isso mesmo, dando campo a que
surgissem, a toda hora, financeiros de todos os seus cantos e, sobretudo, do seu
parlamento.
Naquele ano, isto dez anos atrás, surgiu na sua Câmara um deputado que falava
muito em assuntos de finanças, orçamentos, impostos diretos e indiretos e outras
coisas cabalísticas da ciência de obter dinheiro para o Estado. Chamava-se o depu-
tado Felixhimino ben Karpatoso. Se era advogado, médico, engenheiro ou mesmo
dentista, não se sabia bem; todos tratavam-no de doutor, embora nada se conhe-
cesse dele.(Lima Barreto, Um grande financeiro. Os bruzundangas. Adaptado)
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O contexto em que, segundo a norma-padrão, o pronome “se” pode ser colocado
antes ou depois do verbo, é:
a) ... como todas as repúblicas que se prezam...
b) Chamava-se o deputado Felixhimino ben Karpatoso.
c) ... de cinquenta em cinquenta anos descobria-se nele um produto...
d) ... não se sabia bem...
e) ... embora nada se conhecesse dele.
Questão 25 (2016/VUNESP/UFABC/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) A alterna-
tiva que apresenta colocação dos pronomes destacados e pontuação de acordo com
a norma-padrão é:
a) Nos foi informado, que as delegações visitariam-nos amanhã, depois das 15
horas.
b) Afirma-nos que os produtos, assim como as notas fiscais, estarão disponíveis
amanhã, para que os despachem.
c) Perguntou-me: se eu estaria disposto, a entregar as provas, que me dariam
proteção.
d) Ninguém comprometeu-se com o projeto, afirmando: que era perda de tempo.
e) Tendo elogiado-nos pela rapidez, na entrega, garantiram que vão ficar fregueses.
Questão 26 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP/ANALISTA)
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito
aos refugiados. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido
pela TV no conforto de nossas casas.
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Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos che-
gando à Europa em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver.
Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior destaque, existem ainda os
refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas
que buscam o refúgio, mas que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes
culturas, apresenta uma das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar
nossa capacidade de lidar com o multiculturalismo com bastante naturalidade, em-
bora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira superficial. Por outro lado,
o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se ma-
nifestar de forma aberta e hostil. Comparado a outros países, o Brasil não recebe
um número elevado de refugiados, e a maioria da sociedade brasileira aceita-os,
acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do momento
crítico da economia e da política.
Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma
objetiva e praticada por jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça
aberta e o respeito ao diferente, muitos deles manifestam uma visão de mundo que
permite acreditar em transformações sociais de base.(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br.
02/02/2016. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, conforme a norma-
-padrão.
a) Quando dão-se conta da situação dos refugiados, as pessoas já põem-se a aco-
lhê-los sem discriminação.
b) No Brasil, vê-se que o número de refugiados não é tão grande. Aceita-os, sem
restrição, boa parte da população.
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c) Se veem imagens dramáticas dos refugiados na TV. Não trata-se de ficção: é a
pura realidade.
d) Têm visto-se turbilhões de refugiados. O mundo os vê se deslocarem em busca
de uma vida melhor.
e) Os refugiados buscam uma vida melhor. Discriminaria-os aqueles que desco-
nhecem a solidariedade.
Questão 27 (2016/VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)
Uma noite no mar Cáspio
Na semana passada, uma aluna da Sorbonne foi encarregada de fazer um es-
tudo sobre a literatura latino-americana, mal informada de tudo, inclusive sobre a
América Latina. Veio entrevistar algumas pessoas e, não sei por que, pediu-me que
a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil com apenas um título
que serviria de roteiro para o trabalho que deveria apresentar.
Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Aleguei
minha incompetência para titular qualquer coisa.
Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Gar-
ruchas e punhais” – era o nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os
meninos da rua Lins de Vasconcelos. Morei nas duas e era considerado um espião
a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade, considerava idiotas os
dois lados.
A moça riu mas não gostou. Todos os países têm garruchas e punhais. Dei outra
sugestão: “O mosteiro de tijolos de feltro”. Ela não gostou – nem eu. Parti então
para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida. Pensou um pouco, inicialmente
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recusou. Olhou bem para mim e aprovou: “Uma noite no mar Cáspio”. Para meu
espanto, ela aceitou.
Acredito que os professores da Sorbonne também gostarão. E eu nem sei onde
fica o mar Cáspio, embora também não saiba onde fica o Brasil.(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 26.01.2016. Adaptado)
________ uma aluna da Sorbonne que a recebesse para uma conversa que pudes-
se explicar o Brasil com apenas um título que _____ de roteiro para o trabalho que
deveria apresentar. Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei
outras. Mas não _________.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchi-
das, respectivamente, com:
a) Pediu-me... serviria-lhe... lhe quis decepcionar
b) Me pediu... servir-lhe-ia... quis decepcioná-la
c) Pediu-me... lhe serviria... a quis decepcionar
d) Me pediu... o serviria... quis decepcionar-lhe
e) Pediu-me... serviria-o... quis decepcioná-la
Questão 28 (2016/VUNESP/IPSMI/PROCURADOR) Assinale a alternativa em que
a colocação pronominal e a conjugação dos verbos estão de acordo com a norma-
-padrão.
a) Eles se disporão a colaborar comigo, se verem que não prejudicarei-os nos ne-
gócios.
b) Propusemo-nos ajudá-lo, desde que se mantivesse calado.
c) Tendo avisado-as do perigo que corriam, esperava que elas se contessem ao
dirigir na estrada.
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d) Todos ali se predisporam a ajudar-nos, para que nos sentíssemos à vontade.
e) Os que nunca enganaram-se são poucos, mas gostam de que se alardeiem seus
méritos.
Questão 29 (2016/VUNESP/UNIFESP/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO)
Leia os quadrinhos.
Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da fala
da personagem, no primeiro quadrinho, devem ser preenchidas, respectivamente,
com:
a) algum... me livrar
b) o... livrar eu
c) esse... me livrar
d) um... livrar eu
e) este... me livrar
Questão 30 (2016/VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/AGENTE DE COPA) Conside-
re o texto a seguir.
Inicialmente comercializado pelos árabes, o café é, hoje, uma das bebidas mais
consumidas no mundo. Antes mesmo da descoberta da América, os europeus já
_____ conheciam. Seu consumo moderado proporciona uma série de benefícios
____ saúde. Há quem diga que a bebida ajuda ___ perder peso.
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Os termos que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas desse texto são:
a) lhes... a... por
b) lhe... pela... em
c) o... com a... para
d) os... à... com
e) o... para a... a
Questão 31 (2016/VUNESP/MPE-SP/OFICIAL DE PROMOTORIA – NÍVEL MÉDIO)
Tato
Na poltrona da sala as minhas mãos sob a nuca sinto nos dedos a dureza dos
ossos da cabeça a seda dos cabelos que são meus. A morte é uma certeza invencí-
vel mas o tato me dá a consistente realidade de minha presença no mundo(Ferreira Gullar, Muitas vozes, 2013)
O verso – A morte é uma certeza invencível – pode ser parafraseado da seguinte
forma, em conformidade com a norma-padrão e com o sentido do poema:
a) Certamente vence-se a morte.
b) A invencibilidade da morte é certo.
c) Se vence com certeza a morte.
d) Não vencer a morte não é certo.
e) É certo que não se vence a morte.
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Questão 32 (2017/VUNESP/IPRESB-SP/ASSISTENTE PREVIDENCIÁRIO)
A idade das palavras
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é
que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plasti-
ficada dizendo “Eu sou prafrentex!”.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava compor-
tamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo
de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era “pão”, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta
e meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas
fica difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?
Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os
amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com
ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.
Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada,
para a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!
Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua.
Elas esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
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Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda
se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”,
para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)
De acordo com a concordância verbal estabelecida pela norma-padrão, está correta
a alternativa:
a) Para o autor, não existe cirurgias e aplicação de botox que esconda a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
b) Para o autor, não existe cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se empregam gírias ultrapassadas na comunicação.
c) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se empregam gírias ultrapassadas na comunicação.
d) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que esconda a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
e) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
Questão 33 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO)
Assinale a alternativa em que todos os verbos estão corretos, de acordo com o
padrão de concordância.
a) Pode-se acreditar nas ciências contemporâneas? Biotecnologia, nanotecnologia,
inteligência artificial, nada disso levam às benesses do futuro.
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b) Conecta-se, nos estudos sobre a natureza da espécie, as descobertas da bio-
logia evolucionista com a tradição filosófica. Dessa conexão vem nossa crença no
futuro.
c) No mundo atual, 1% controlam o destino de bilhões de seres humanos. Espe-
ranças... ainda haverão?
d) É preciso que se criem possibilidades no ciberespaço, condição para que as de-
mocracias vinguem positivamente.
e) A crença do sociólogo no ciberespaço é legítima, desde que se torne produtivas
as redes sociais.
Questão 34 (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-
-SP/ASSISTENTE LEGISLATIVO)
A gente ainda não sabia
A gente ainda não sabia que a Terra era redonda. E pensava-se que nalgum
lugar, muito longe, deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer – uma
tabuleta meio torta e onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO. Ah! depois
nos ensinaram que o mundo não tem fim e não havia remédio senão irmos andan-
do às tontas como formigas na casca de uma laranja. Como era possível, como era
possível, meu Deus, viver naquela confusão?
Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo...(Mário Quintana, A vaca e o hipogrifo)
Assinale a alternativa em que uma outra redação dada a trecho do poema está de
acordo com a norma-padrão de concordância.
a) Tabuletas meio tortas e onde se lia frases.
b) Deveriam existir em velhos postes umas tabuletas quaisquer.
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c) Não haviam remédios senão irmos andando às tontas.
d) E pensavam-se em lugares muito distante.
e) Mais de um ainda não sabiam que a Terra era redonda.
Questão 35 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder
à questão.
É urgente
A decisão de Nicolás Maduro de elevar a meio milhão os milicianos armados com
fuzil na Venezuela é a pior de suas ideias ruins.
Sugere que Maduro prevê a decisão da discórdia venezuelana por meio das
armas. Caso não o seja, nem por isso se extinguirá o mal do armamentismo: vai
prolongar-se na criminalidade típica de uma população armada e, em grande par-
te, indesarmável. Ainda por motivos mais econômicos, os venezuelanos fogem em
massa. Seu número cresce. O Brasil está atrasado, como se indiferente, nas provi-
dências para essa emergência social.(Jânio de Freitas, “É urgente”. Folha de S.Paulo, 20/04/2017)
Assinale a alternativa em que o verbo destacado tem sujeito elíptico.
a) A decisão de Nicolás Maduro [...] é a pior de suas ideias ruins.
b) ... os venezuelanos fogem em massa
c) ... nem por isso se extinguirá o mal do armamentismo...
d) Seu número cresce.
e) Sugere que Maduro prevê a decisão da discórdia venezuelana por meio das armas.
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Questão 36 (2016/VUNESP/UNIFESP/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO)
Assinale a alternativa correta quanto à concordância nominal e verbal, de acordo
com a norma-padrão.
a) Ainda que se viva tão espremido nos centros urbanos, existem muita gente iso-
lada, pois, cada vez menos, se faz contatos humanos.
b) Ainda que vivam tão espremidas nos centros urbanos, existem muitas pessoas
isoladas, pois, cada vez menos, ocorrem contatos humanos.
c) Ainda que viva tão espremida nos centros urbanos, se vê muitas pessoas isola-
das, pois, cada vez menos, acontece contatos humanos.
d) Ainda que se vivam tão espremidas nos centros urbanos, há muita gente isola-
da, pois, cada vez menos, tem contatos humanos.
e) Ainda que vivam tão espremidas nos centros urbanos, existe muitas pessoas
isoladas, pois, cada vez menos, se estabelecem contatos humanos.
Questão 37 (2018/VUNESP/IPSM/ANALISTA DE GESTÃO – CONTABILIDADE)
Ensino com diretriz
Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crian-
ças e jovens devem aprender até o 9º ano do ensino fundamental. Trata-se da
quarta versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos
próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que
os alunos devem demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade,
mas não existe norma válida em todo o país que estabeleça de modo preciso a pro-
gressão do ensino e o que se deve esperar como resultado.
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Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos
– isso será papel dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que
podem fazer acréscimos conforme necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do apren-
dizado e avaliações melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteli-
gência pedagógica e pragmatismo, qualquer modelo é melhor do que nenhum.
Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se
viu nas escolas das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de
assuntos dificulta abordagens mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de
difícil aplicação imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr
em prática esse plano que pode oferecer educação decente e igualitária às crianças.(Editorial. Folha de S.Paulo, 10/12/2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que os termos destacados correspondem, correta e res-
pectivamente, a um pronome demonstrativo e a um pronome apassivador.
a) Soa como obviedade, mas não existe norma válida em todo o país… / O progra-
ma ainda se mostra extenso em demasia...
b) ... que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem apren-
der... /... não muito diferente do que se viu nas escolas das últimas décadas..
c) ... e competências e habilidades que os alunos devem demonstrar a cada passo
da vida escolar. /... e o que se deve esperar como resultado.
d) ... qualquer modelo é melhor do que nenhum. / Note-se ainda que a base cur-
ricular não especifica como alcançar seus objetivos...
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e) Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de merecer nota de aprova-
ção. / Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Questão 38 (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)
Avaliar os servidores
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos cor-
retos. Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o
esforço, evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia.
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de es-
tímulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar
a atenção dos superiores, negativa ou positivamente.
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo so-
viético, mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas
de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente
bem desenhadas.
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista
na Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou
uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a
Carta exige.
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado pro-
jeto que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados
e municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por su-
cessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a
30% da pontuação máxima.
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Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos
da categoria já se mobilizam contra o texto.
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Siste-
mas de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não
passam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações
quase generalizadas.
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto
se apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a ex-
periência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos.(Editorial. Folha de S.Paulo, 29/09/2017. Adaptado)
Considere a seguinte oração do 5º parágrafo: Vislumbra-se, agora, uma possibili-
dade de avanço.
Assinale a alternativa em que a concordância do sujeito com o verbo ocorre pelo
mesmo motivo que na oração transcrita, em que a palavra “se” é um pronome
apassivador.
a) Observa-se certo mal-estar entre os convidados da festa.
b) Certamente, trata-se de uma festa de caráter filantrópico.
c) Opuseram-se à ideia de construção de uma nova sede.
d) Em tempos passados, vivia-se com tranquilidade por aqui.
e) Vão-se os dedos sem os anéis dos tempos de glória.
Questão 39 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A
questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.
Em livro ambicioso, sociólogo analisa incertezas do futuro
Falta de ambição claramente não é o problema de A Era do Imprevisto: A Gran-
de Transição do Século 21, novo livro do sociólogo mineiro Sérgio Abranches. Se o
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leitor já se perguntou, como imagino, que diabos está acontecendo com o mundo
nos últimos anos e o que pode vir daqui para a frente, a obra do especialista for-
mula algumas respostas – imaginativas, provisórias e diabolicamente complicadas.
Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambien-
tais, uma conexão que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite
nos espíritos mais serenos. Esse eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas
o sociólogo também tenta investigar como a ascensão das redes sociais pode afetar
a organização da sociedade do futuro; como o conhecimento emergente (biotecno-
logia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode transformar a vida humana neste
século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descobertas da biologia evolucio-
nista têm a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.
Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se
justifica pelo próprio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do
século 21”, um ponto de virada tão importante, à sua maneira, quanto o Renasci-
mento do século 16 ou a Revolução Industrial do século 18.
Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e
em crise permanente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas
ainda estão se encaminhando lentamente para o leito de morte, enquanto suas
substitutas passam por um parto difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e de-
salento, ainda que o momento também esteja repleto de potencialidades positivas.
Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem
solapado o funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eu-
femismo que designa a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do
capital financeiro”, resume. Nesse cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.
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Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ci-
berespaço para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que
a democracia representativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como
fazer isso sem que as redes sociais se transformem numa reunião de condomínio
improdutiva de dimensões planetárias.(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27/05/2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que todos os verbos estão corretos, de acordo com o pa-
drão de concordância.
a) Pode-se acreditar nas ciências contemporâneas? Biotecnologia, nanotecnologia,
inteligência artificial, nada disso levam às benesses do futuro.
b) Conecta-se, nos estudos sobre a natureza da espécie, as descobertas da bio-
logia evolucionista com a tradição filosófica. Dessa conexão vem nossa crença no
futuro.
c) No mundo atual, 1% controlam o destino de bilhões de seres humanos. Espe-
ranças... ainda haverão?
d) É preciso que se criem possibilidades no ciberespaço, condição para que as de-
mocracias vinguem positivamente.
e) A crença do sociólogo no ciberespaço é legítima, desde que se torne produtivas
as redes sociais.
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Questão 40 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/ESCRITURÁRIO) Leia a char-
ge e responda à questão.
Na frase dita pelo padre, o pronome “se” exprime reciprocidade da ação. A mesma
situação ocorre em:
a) Trata-se de reformular o Código Penal e ajustá-lo aos interesses da sociedade.
b) Com a chegada da madrugada, fez-se um silêncio assustador no vilarejo.
c) Para espanto dos anfitriões, foi-se embora sem dar justificativas.
d) Afiam-se facas e tesouras em domicílio.
e) Abraçaram-se com euforia, pois não esperavam um reencontro.
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Questão 41 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder
à questão.
Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, a
maior parte do Nordeste brasileiro enfrentará mais três meses de chuvas abaixo do
normal, de abril a junho, prolongando uma seca que já dura cinco anos.(Folha de S.Paulo, 03/04/2017)
Na oração “Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos
Climáticos...”, a palavra “se” tem o mesmo emprego que se verifica em:
a) Se houve restrições ao seu projeto, é porque precisa de melhorias.
b) Vivia-se muito bem por aqui, antes da invasão dos turistas.
c) Precisa-se de técnico em informática, com referências atualizadas.
d) Observa-se a fascinação das pessoas pelos recursos tecnológicos.
e) Os jovens amaram-se de imediato, quando se conheceram nas férias de verão.
Questão 42 (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-
VO)
Os estereótipos são numerosos. Os grupos étnicos são estereotipados, os cida-
dãos de outras nações e religiões são estereotipados, os gêneros e as preferências
sexuais são estereotipados, as pessoas nascidas em várias épocas do ano são es-
tereotipadas (astrologia solar) e as ocupações são estereotipadas. A interpretação
mais generosa atribui esse modo de pensar a uma espécie de preguiça intelectual:
em vez de julgar as pessoas pelos seus méritos e deficiências individuais, nós nos
concentramos em uma ou duas informações a seu respeito, que depois inserimos
num pequeno número de escaninhos previamente construídos.
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Isso poupa o trabalho de pensar, embora em muitos casos custe o preço de co-
meter uma profunda injustiça. Com isso, aquele que pensa por estereótipos tam-
bém fica protegido do contato com a enorme variedade de pessoas, a multiplicidade
de maneiras de ser humano. Mesmo que a estereotipagem seja válida em média,
está fadada a fracassar em muitos casos individuais: a variação humana passa por
curvas do tipo sino. Há um valor médio de qualquer qualidade, e números menores
de pessoas sumindo em ambos os extremos.(Carl Sagan, “Maxwell e os ‘nerds’”. O mundo assombrado pelos demônios)
Assinale a alternativa em que as alterações feitas no trecho – Há um valor médio
de qualquer qualidade, e números menores de pessoas sumindo em ambos os ex-
tremos. – resultam em concordância de acordo com a norma-padrão.
a) Existem valores médios de qualquer qualidades, e apenas 10% das pessoas
some em ambos os extremos.
b) Podem haver valores médios de quaisquer qualidades, e quantidade menor de
pessoas somem em ambos os extremos.
c) Especulam-se que pode haver valores médios de qualquer qualidades, e a mi-
noria das pessoas some em ambos os extremos.
d) Tratam-se de estimativas de valores médios de quaisquer qualidades, e apenas
um terço das pessoas somem em ambos os extremos.
e) Há estimativas de valores médios de quaisquer qualidades, e pequena parte das
pessoas some em ambos os extremos.
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Questão 43 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO) Imagine
uma discussão, após um jogo de futebol, sobre um pênalti. “Ele obviamente foi
empurrado”, diz o torcedor de um time. “Que nada, se jogou”, diz o outro.
O mais interessante: ambos acreditam no que dizem. Ou seja, não se trata de
uma distorção deliberada da realidade, uma “malandragem”, mas de um viés invo-
luntariamente criado pelo cérebro.
Apostando que isso não se aplica só ao futebol, mas também se aplica a várias
outras áreas (como a política), um físico e professor da USP tem se dedicado a
mapear todos os mecanismos mentais que nos tornam seres tendenciosos – ele já
publicou artigos sobre o tema em revistas científicas e prepara um livro. Para André
Martins, isso é um problema inclusive para o método científico.
Além do viés de confirmação – primeiro escolhemos um lado, depois seleciona-
mos os fatos que sejam adequados –, existem muitos outros mecanismos de par-
cialidade no nosso cérebro. Um dos mais famosos é o pensamento de grupo.
Estudos mostram que, se um voluntário desavisado é colocado em uma sala
cheia de atores, ele vai concordar com eles em várias questões, mesmo que es-
tejam obviamente errados. A maior parte dos voluntários chega a dizer que duas
retas evidentemente diferentes têm o mesmo tamanho, só porque os outros con-
cluíram isso antes deles.
“Um exemplo disso é uma assembleia estudantil”, diz Martins. “Não existe muita
permissão para ideias próprias, só alguns pensamentos são permitidos. Dissidentes
são de alguma forma humilhados”.
Uma historieta norte-americana sintetiza o assunto: em uma sala de reuniões,
o chefão dá o diagnóstico: “Nosso problema é que precisamos de mais opiniões
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divergentes”, ao que os subordinados reagem, dizendo “com certeza, chefe”, “exa-
tamente o que eu penso”.
Estudos mais recentes, em que os cérebros dos voluntários são mapeados,
mostram que estar isolado, discordando da maioria, ativa regiões ligadas à dor, ou
seja, a rejeição de ser diferente machuca.(Ricardo Mioto, Como estragar um raciocínio. Folha de S.Paulo, 28/11/2015. Adaptado)
Assinale a alternativa que reescreve a passagem seguinte, obedecendo à norma-
-padrão de concordância verbal e nominal.
Ou seja, não se trata de uma distorção deliberada da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de um viés involuntariamente criado pelo cérebro. Não existe muita
permissão para ideias próprias, só alguns pensamentos são permitidos.
a) Ou seja, não se tratam de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de vieses involuntariamente criados pelo cérebro. Não vão haver per-
missões para ideias próprias, só se permite alguns pensamentos.
b) Ou seja, não se trata de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de vieses involuntariamente criados pelo cérebro. Não pode haver per-
missões para ideias próprias, só se permitem alguns pensamentos.
c) Ou seja, não se tratam de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de viés involuntariamente criados pelo cérebro. Não pode existir per-
missões para ideias próprias, só se permite alguns pensamentos.
d) Ou seja, não se trata de distorções deliberada da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de viés involuntariamente criado pelo cérebro. Não vão existir permis-
sões para ideias próprias, só é permitido alguns pensamentos.
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e) Ou seja, não se trata de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de vieses involuntariamente criados pelo cérebro. Não pode existirem
permissões para ideias próprias, só alguns pensamentos se permitem.
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GABARITO1. a
2. c
3. b
4. b
5. e
6. a
7. a
8. a
9. b
10. a
11. d
12. c
13. b
14. c
15. c
16. e
17. b
18. e
19. a
20. d
21. d
22. b
23. a
24. c
25. b
26. b
27. c
28. b
29. e
30. e
31. e
32. c
33. d
34. b
35. e
36. b
37. b
38. a
39. d
40. e
41. d
42. e
43. b
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/FARMACÊUTICO)
Leia um trecho da entrevista com o psiquiatra Miguel Chalub, para responder à
questão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que a depressão será a doença mais
comum do mundo em 2030 – atualmente, 121 milhões de pessoas sofrem do pro-
blema.
Para o psiquiatra Miguel Chalub, há um certo exagero nessas contas. Ele defende
que tanto os pacientes quanto os médicos estão confundindo tristeza com depres-
são. Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos, por-
que estão mais preparados para reconhecer as diferenças entre a “tristeza normal
e a patológica”.
ISTOÉ: Por que tantas previsões alarmantes sobre o aumento da depressão no
mundo?
Miguel Chalub: Porque estão sendo computadas situações humanas de luto, de
tristeza, de aborrecimento, de tédio. Não se pode mais ficar entediado, aborrecido,
chateado, porque isso é imediatamente transformado em depressão. É a medicali-
zação de uma condição humana, a tristeza. É transformar um sentimento normal,
que todos nós devemos ter, dependendo das situações, numa entidade patológica.
ISTOÉ: A que se deve essa mudança?
Miguel Chalub: Primeiro, a uma busca pela felicidade. Qualquer coisa que possa
atrapalhá-la tem que ser chamada de doença, porque, aí, justifica: “Eu não sou fe-
liz porque estou doente, não porque fiz opções erradas.” Dou uma desculpa a mim
mesmo. Segundo, à tendência de achar que o remédio vai corrigir qualquer dis-
torção humana. É a busca pela pílula da felicidade. Eu não preciso mais ser infeliz.
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ISTOÉ: O que diferencia a tristeza normal da patológica?
Miguel Chalub: A intensidade. A tristeza patológica é muito mais intensa. A normal
é um estado de espírito. Além disso, a patológica é longa.(Adriana Prado. https://istoe.com.br/74405_O+HOMEM+NAO+ACEITA+MAIS+FICAR+TRISTE+/
Publicado em 26/05/2010. Adaptado.)
Considerando a expressão destacada no trecho selecionado do texto, assinale a
alternativa que apresenta, entre parênteses, o pronome e sua colocação aplicados
em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.
a) Chalub defende que tanto pacientes quanto médicos estão confundindo triste-
za... (a estão confundindo)
b) Ele afirma que os psiquiatras são os que menos receitam antidepressivos...
(são os que menos receitam-lhes)
c) ... porque estão mais preparados para reconhecer as diferenças... (para a re-
conhecer)
d) ... é transformar um sentimento normal... (é lhe transformar)
e) ... achar que o remédio vai corrigir qualquer distorção humana... (vai corri-
gir-lhe)
Letra a.
Na letra b, seria necessário usar o pronome os; na c, pronome as; na d, pronome
o; na e, pronome a (na forma -la).
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Questão 2 (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Leia a charge para
responder à questão.
Em conformidade com a norma-padrão, a frase do marido também poderia ser ex-
pressa da seguinte forma:
a) Então, eu acertei ele com uma chinelada!
b) Então, por acaso eu não acertei-o com uma chinelada!
c) Então, eu o acertei com uma chinelada!
d) Lhe acertei mesmo uma chinelada, então!
e) Este relógio aí, eu acertei-no com uma chinelada, então!
Letra c.
Na a, usou-se um pronome pessoal do caso reto em posição de complemento; na
b, não se respeitou o fator de atração; na d, o pronome está iniciando o período;
na e, o correto seria usar o pronome -o.
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Questão 3 (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO) Assinale a alter-
nativa em que a frase – Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar
o status quo. (7º parágrafo) – está reescrita de acordo com a norma-padrão de
colocação pronominal e tem sentido compatível com o original.
a) Nem imagine-se que uma lei possa alterar tão pouco o status quo.
b) Não se deve imaginar, também, que basta uma lei para alterar o status quo.
c) Se deve imaginar o quanto uma lei pode alterar o status quo.
d) Deve-se imaginar que uma lei basta, muito menos, para alterar o status quo.
e) Não deve-se imaginar que pelo menos uma lei basta para alterar o status quo.
Letra b.
Na a e e, não se respeitou o fator de atração. Na c, o pronome está em início de
oração; na e, apesar de correta, o sentido original foi alterado.
Questão 4 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/AUXILIAR) Voluntários
respondem a cartas enviadas para Julieta
Junto à Casa de Julieta fica a sala do Clube de Julieta. O projeto existe oficial-
mente faz 30 anos e tem voluntários para responder, em diversas línguas, a cartas
enviadas de todo o mundo para Julieta, conhecida personagem da obra de Shakes-
peare.
As cartas normalmente são tristes e sobre problemas em relacionamentos amo-
rosos. Afinal, por mais que a famosa história seja romântica, também é bastante
trágica.
Para os casos mais delicados, envolvendo, por exemplo, risco de suicídio, o clu-
be tem a contribuição de um médico especialista.
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Desde os anos de 1930, cartas são enviadas a Verona; mas só nos anos de 1980
a entidade foi criada oficialmente com apoio do governo.
O projeto ficou ainda mais famoso com o filme “Cartas para Julieta” (2010), em
que a protagonista se junta aos voluntários do grupo e tenta ajudar pessoalmente
a mulher a quem aconselhou. No ano que se seguiu ao filme, quase 4.000 cartas
foram recebidas, segundo o Clube.
Há caixas de correio e computadores na Casa de Julieta para enviar mensagens.
Por outro lado, uma placa na entrada alerta que escrever nas paredes – a exemplo
de inúmeras pichações no hall de entrada – pode ser punido com multa de até €
1.039 ou prisão por até um ano.(MK. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/turismo/fx2909201111.htm. Adaptado)
Com o sucesso do filme “Cartas para Julieta”, o Clube recebeu inúmeras cartas e
prontamente enviou a todos os remetentes respostas detalhadas.
Os pronomes substituem corretamente as expressões destacadas na frase e respei-
tam a colocação pronominal estabelecida pela norma-padrão na alternativa:
a) recebeu-as … as enviou
b) recebeu-as … lhes enviou
c) as recebeu … enviou-as
d) lhes recebeu … lhes enviou
e) recebeu-lhes … as enviou
Letra b.
No primeiro caso, deve-se usar o pronome as, em posição de próclise ou ênclise.
No segundo caso, o pronome lhes, apenas em próclise.
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Questão 5 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)
Rubem Braga e Mário de Andrade, dois bicudos que não se davam
Qual a razão da desavença entre Rubem Braga e Mário de Andrade, dois dos
mais influentes escritores brasileiros do século 20? Era sabido que os bicudos ja-
mais se beijaram, e a leitura de “Os Moços Cantam & Outras Crônicas Sobre Músi-
ca” – um dos três títulos de uma caixa recém-lançada – põe mais lenha na fogueira
da vaidade literária.
Em texto que permanecia inédito em livro, publicado em 1957 no “Diário de
Notícias”, Rubem Braga conta que, em cartas, o autor modernista se referia a ele
como “asa negra da minha vida”. Macabro, não?
O cronista desconfia que a hostilidade começou durante a Revolução de 1932.
Com 19 anos, Braga cobriu a revolta armada contra Getúlio Vargas, chegando a ser
preso como espião. O paulista não teria gostado do tom irônico das reportagens.
Um ano depois, os dois se encontraram na redação do jornal “Diário de São Paulo”.
Braga, que ocupava a mesa ao lado daquela em que Mário vinha à noite escrever
sua crítica de música, tentou uma aproximação – mas não foi bem recebido.
Já tendo se transformado no velho Braga, com as vastas sobrancelhas e o bigo-
de em forma de trapézio que lhe conferiam um ar ainda mais carrancudo, o “Sabiá
da Crônica” não poupou bicadas: “Em assuntos de amizade, tenho horror dessa
história de ‘trocar de bem’ e ‘trocar de mal’, e o maior tédio a confissões, acertos
de conta, explicações sentimentais com homens”.
O fato é que Rubem Braga foi, entre os jovens intelectuais dos anos 1930, o
único que não recebeu uma carta do guru Mário de Andrade. Se tivessem trocado
um bilhetinho que seja, poderiam ter sido amigos. Ao menos, por correspondência.(Álvaro Costa e Silva. Folha de S.Paulo, 11/10/2016. Adaptado)
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Quanto à regência padrão, a expressão destacada em – … o autor modernista se
referia a ele como “asa negra da minha vida”. – está corretamente substituída
por:
a) o atribuía a alcunha
b) o concedia o apelido
c) lhe classificava de
d) lhe chamava de
e) o denominava de
Letra e.
Nas letras a e b, usou-se um pronome de objeto direto para um possível objeto in-
direto. Nas letras c e d, ocorreu o contrário. Basta conferir a transitividade de cada
um dos verbos.
Questão 6 (2017/VUNESP/PREFEITURA DE ITANHAÉM-SP/FISIOTERAPEUTA) A
quem pertence um país e quem tem o direito de morar nele?
Com um passado incomparável e camadas históricas extraordinariamente varia-
das, inclusive em seus momentos de fluxo e refluxo populacional, a Itália já fechou
o debate. A lotação está esgotada. Foram mais de 180000 pessoas, na maioria ab-
soluta vindas da África, no ano passado. Até organizações humanitárias dizem que
não dá mais para acomodar gente em cidadezinhas minúsculas, vilarejos medievais
ou bairros distantes de uma metrópole como Roma.
As ondas humanas criaram situações sem precedentes. As ONGs para as quais
sempre cabem muitos mais tornaram-se colaboradoras dos traficantes que ganham
com o comércio de gente, um escândalo ético espantoso. Começaram a fazer o
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bem e se transformaram em parte integrante de um processo de imensa perver-
sidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis. Embora cruel, o sistema
é de uma eficiência impressionante. Até os botes de borracha, cujos passageiros
pagam para ser resgatados por navios de ONGs, da Marinha italiana ou de outros
países europeus, são fabricados especificamente para esse tipo de transporte. Cada
passagem custa por volta de 1500 euros, ou 5500 reais. O negócio foi calculado em
390 milhões de dólares no ano passado.
A questão dos grandes deslocamentos humanos vindos do mundo pobre, en-
crencado, conflagrado ou simplesmente com menos benefícios sociais, em direção
ao mundo rico, já provocou conhecidas reações políticas, das quais a mais estrondo-
sa foi a eleição de Donald Trump. A palavra-chave no fenômeno atual é benefícios.
Ao contrário dos imigrantes que vieram para o Novo Mundo, entre os quais tantos
de nossos antepassados, com uma malinha, muitos carimbos nos documentos e
esperança de emprego, as ondas humanas atuais chegam aos países ricos com
abrigo, saúde e educação providos pelo Estado de bem-estar social. Organizações
supranacionais, como a própria União Europeia, também têm verbas para dar ga-
rantias inimagináveis pelos imigrantes do passado. O problema, como sabemos, é
que o dinheiro não aparece magicamente nos cofres dos Estados ou seus avatares.
(Vilma Gryzinski, Lotou ou ainda cabe mais? Veja, 26/07/2017. Adaptado) Consi-
dere a seguinte passagem do texto:
Começaram a fazer o bem e se transformaram em parte integrante de um processo
de imensa perversidade, cujos promotores praticam abusos indescritíveis.
Assinale a alternativa que reescreve o trecho destacado de acordo com a norma-
-padrão de regência verbal e colocação pronominal, além de manter coerência com
o sentido do original.
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a) Principiaram por fazer o bem; transformaram-se, porém, em parte que integra
um processo...
b) Iniciaram de fazer o bem, enquanto transformaram-se em parte a qual integra
a um processo...
c) Principiaram a fazer o bem; tanto que se transformaram em parte da qual inte-
gra um processo...
d) Iniciaram por fazer o bem, se transformaram, pois, em parte na qual integra um
processo...
e) Principiaram em fazer o bem; tão logo se transformaram em parte em que in-
tegra um processo...
Letra a.
Na b, o pronome se deveria estar em próclise; na d, o pronome se está após a pon-
tuação. Nas letras c e e, o problema é de regência (em “da qual” e “em que”), mas
falaremos mais acerca disso no PDF de orações adjetivas.
Questão 7 (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-SP/
ASSISTENTE LEGISLATIVO) Assinale a alternativa em que os verbos conjugados e
a colocação dos pronomes em destaque apresentam-se de acordo com a norma-
-padrão.
a) Se eu vir uma mulher vindo em minha direção, não me desviarei dela.
b) Me esforcei para que a mulher me visse e se desviava de mim.
c) Talvez eu tinha evitado o choque se tinha desviado-me da mulher.
d) Desviem-se das pessoas quando verem que elas vêm em sua direção.
e) Se nos vermos diante de uma pessoa distraída, evitaremos colidir com ela.
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Letra a.
Na b e c, os erros estão relacionados à colocação pronominal. Na d e e, deveriam
ser empregados os verbos virem e virmos, respectivamente.
Questão 8 (2017/VUNESP/CÂMARA DE PORTO FERREIRA-SP/ASSESSOR DE IM-
PRENSA)
Ao mar
Choveu dias e depois amanheceu. Joel chegou à janela e olhou o quintal: estava
tudo inundado! Joel vestiu-se rapidamente, disse adeus à mãe, embarcou numa
tábua e pôs-se a remar. Hasteou no mastro uma bandeira com a estrela de David...
O barco navegava mansamente. As noites se sucediam, estreladas. No cesto de
gávea* Joel vigiava e pensava em todos os esplêndidos aventureiros.
– A la mar! A la mar! – gritava Joel entoando cânticos ancestrais. Despertando
pela manhã, alimentava-se de peixes exóticos; escrevia no diário de bordo e ficava
a contemplar as ilhas. Os nativos viam-no passar – um ser taciturno, distante, nas
águas, distante do céu. Certa vez – uma tempestade! Durou sete horas. Mas não
o venceu, não o venceu!
E os monstros? Que dizer deles, se nunca ninguém os viu?
Joel remava afanosamente; às vezes, parava só para comer e escrever no diá-
rio de bordo. Um dia, disse em voz alta: “Mar, animal rumorejante!” Achou bonita
esta frase; até anotou no diário. Depois, nunca mais falou. À noite, Joel sonhava
com barcos e mares, e ares e céus, e ventos e prantos, e rostos escuros, monstros
soturnos. Que dizer destes monstros, se nunca ninguém os viu?
Joel, vem almoçar! – gritava a mãe.
Joel viajava ao largo; perto da África.(Moacyr Scliar, os melhores contos. Adaptado)
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*lugar, no topo dos mastros de embarcações antigas, de onde um marinheiro pers-
crutava o horizonte, para avistar terra
Quanto à colocação pronominal, as orações – Joel vestiu-se rapidamente... –; – As
noites se sucediam, estreladas. – e – Achou bonita esta frase [...]. Depois, nunca
mais falou. – estão reescritas, correta e respectivamente, em:
a) Rapidamente se vestiu Joel... / Sucediam-se, estreladas, as noites. / Achou bo-
nita esta frase [...]. Depois, nunca mais a falou.
b) Se vestiu Joel rapidamente... / As noites, estreladas, sucediam-se. / Achou bo-
nita esta frase [...]. Depois, nunca mais falou-a.
c) Joel, rapidamente, se vestiu... / Se sucediam as noites, estreladas. / Achou bo-
nita esta frase [...]. Depois, nunca mais a falou.
d) Vestiu-se, rapidamente, Joel... / Sucediam-se, estreladas, as noites. / Achou
bonita esta frase [...]. Depois, nunca mais falou-a.
e) Joel rapidamente vestiu-se... / Estreladas, se sucediam as noites / Achou bonita
esta frase [...]. Depois, nunca mais falou-a.
Letra a.
O primeiro trecho aparece com problemas de colocação pronominal nas letras b e
e; o segundo, nas letras c e e; o terceiro, nas letras b, d e e.
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Questão 9 (2017/VUNESP/IPRESB-SP/ASSISTENTE PREVIDENCIÁRIO)
A idade das palavras
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é
que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plasti-
ficada dizendo “Eu sou prafrentex!”.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava comporta-
mentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo de
amigos, o máximo de liberdade imaginável até então. Mas agora é passado… Assim
como as variações para falar de homem bonito. Houve época em que era “pão”,
agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta e meia noto alguém exclamar à
passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas fica
difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para ro-
tular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona vale?
Ou devo dizer “out”, como na década de 90?
Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os
amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com
ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.
Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada, para
a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!
Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua. Elas
esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
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Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda
se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”,
para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)
O termo “boko moko” foi criado para rotular as pessoas de cafona porque não
tomavam a tal bebida.
Os pronomes que substituem corretamente as expressões destacadas e estão ade-
quadamente colocados na frase encontram-se na alternativa:
a) O termo “boko moko” foi criado para rotulá-las de cafona porque não tomavam-na.
b) O termo “boko moko” foi criado para rotulá-las de cafona porque não a tomavam.
c) O termo “boko moko” foi criado para as rotular de cafona porque não lhe tomavam.
d) O termo “boko moko” foi criado para rotular-lhes de cafona porque não toma-
vam-na.
e) O termo “boko moko” foi criado para lhes rotular de cafona porque não a tomavam.
Letra b.
No primeiro caso, deve-se usar o pronome as (em próclise ou ênclise).; no segun-
do, o pronome a, apenas em próclise.
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Questão 10 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/ESCRITURÁRIO) Leia o tex-
to “Ser perspicaz no trabalho” para responder a questão.
As redes sociais, as mensagens eletrônicas e o bate-papo on-line têm dado
novos horizontes ao trabalho contemporâneo, mas cobram um preço alto: tornam
mais evidentes as fragilidades de comunicação dos profissionais do mercado. Saber
como e quando falar com colegas de trabalho, superiores hierárquicos, clientes e
fornecedores nem sempre é de conhecimento notório dos brasileiros.
Segundo especialistas, uma das armadilhas é confundir o ambiente mais livre
da internet com as exigências da vida profissional. Outra preocupação é com o
tempo que vai ser gasto com cada uma das conversas, por isso o desafio é conse-
guir se comunicar de forma clara e objetiva, com o cuidado de transmitir todas as
informações necessárias, sem prolongar inutilmente a troca de mensagens.
Para a professora de língua portuguesa Íris Gardino, é essencial saber qual é o
grau de formalidade necessário para os comunicados de trabalho. “Normalmente,
as pessoas não recebem qualquer formação para lidar com essas situações. Alguns
exageram em formalismos desnecessários e outros acabam escrevendo como se
estivessem em um bate-papo com amigos.”
Ela cita como informalidade excessiva o hábito que as pessoas desenvolvem na
internet de abreviar o maior número de palavras possível, de empregar termos va-
gos e imprecisos e de usar formatações de texto menos convencionais, como o uso
indiscriminado de fontes, cores de letras, caixa alta e itálico. O problema, segundo
a professora, é que muitos profissionais não desenvolvem a habilidade de escrever
de forma correta e coerente e ficam dependentes de ferramentas, como os reviso-
res de texto, que apresentam falhas.
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Já Celi Langhi, professora na área de gestão de pessoas, chama a atenção para
os profissionais que diante de outros colegas muitas vezes se concentram apenas
na parte verbal do discurso, mas esquecem que o gestual e a expressão corporal
deles no momento em que estão falando também vão gerar uma interpretação
para quem está ouvindo a mensagem. “Um elogio feito de maneira displicente
pode ser interpretado como uma ironia e vai causar o efeito inverso do pretendido”,
exemplifica a especialista.(Leonardo Fuhrmann. Revista Língua Portuguesa, janeiro de 2014. Adaptado)
Considere a frase reescrita com base nas ideias do texto.
As pessoas precisam de orientação para saber detectar o grau de formalidade ade-
quado aos comunicados de trabalho, entretanto elas normalmente não recebem
qualquer orientação desse gênero.
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome que substitui
corretamente a expressão destacada e está adequadamente colocado na frase en-
contra-se na alternativa:
a) ... não a recebem.
b) ... não recebem-na.
c) ... não lhe recebem.
d) ... não o recebem.
e) ... não recebem-no.
Letra a.
Primeiramente, deve-se entender que é preciso empregar o pronome a (por ser ob-
jeto direto); em seguida, observar que, pelo fator de atração, deve haver próclise.
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Questão 11 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/ESCRITURÁRIO) Leia o texto
“Procura-se restaurante sem TV”, para responder à questão
No fim de semana passado, fui com a família a um dos nossos restaurantes
prediletos. É um desses lugares com cardápio gigante e pratos idem, ideal para um
almoção de domingo. Um dos atrativos do lugar é um agradável jardim com mesas
ao ar livre. O jardim é a parte do restaurante preferida por famílias. Fica cheio de
crianças nos fins de semana.
Ao chegar, tivemos uma surpresa: o restaurante havia colocado uma enorme
televisão no jardim, com caixas de som espalhadas por todo o lugar. A TV exibia –
juro – um programa sobre o cultivo de orégano. Somos clientes antigos do lugar.
Vamos tanto que até conhecemos os donos. Perguntei por que haviam decidido
instalar o aparelho.
“Cansei de perder clientes porque não tínhamos TV”, disse um dos proprietários.
“Tem gente que chega aqui, pergunta se tem TV e, quando digo que não, vai embora.”
Triste, mas verdadeiro: achar um restaurante sem TV está ficando cada vez
mais difícil. Entendo que um restaurante de PF ou de almoço comercial tenha TV
nas paredes para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. É claro
que já fui com amigos a bares para assistir a jogos. Ninguém é contra a televisão.
Mas não consigo entender como uma família prefere ficar vendo um programa so-
bre plantação de orégano a conversar.
Nosso almoço foi uma depressão só: o som do programa impedia qualquer ten-
tativa de comunicação. Era impossível escapar do barulho da TV, já que as caixas
cobriam toda a área do lugar.
O pior é que o dono do restaurante tinha razão: as famílias pareciam estar gos-
tando do programa. Na mesa ao lado, um casal passou o almoço todo sem trocar
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uma palavra, aparentemente hipnotizado pelas informações sobre a melhor época
para plantar orégano.
Perdemos outro de nossos restaurantes favoritos. Uma pena. Mas tenho certeza
de que o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta.(André Barcinski, Folha de S.Paulo, 09.05.2012. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, a expressão destacada no
trecho do texto está corretamente substituída pelo pronome em:
a) ... o restaurante havia colocado uma enorme televisão no jardim... →... o
restaurante o havia colocado...
b) Perguntei por que haviam decidido instalar o aparelho. → Perguntei por que ha-
viam decidido instalá-la.
c) ... para os clientes verem as notícias ou os gols da noite anterior. → para
os clientes lhes verem.
d) ... já que as caixas cobriam toda a área do lugar. → já que as caixas a co-
briam.
e) ... o lugar, agora com TV, não vai sentir nossa falta. →... o lugar, agora com
TV, não vai sentir-lhe.
Letra d.
Na letra a, o pronome o não concorda com “televisão”; na b, la não concorda com
“aparelho”; na c, usou-se o pronome lhe para um objeto direto (o mesmo acontece
na letra e).
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Questão 12 (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO) Leia o
texto dos quadrinhos, para responder à questão.
Assinale a alternativa em que a frase baseada nas falas dos quadrinhos apresenta
emprego e colocação de pronomes de acordo com a norma-padrão.
a) O garoto respondeu à menina, perguntando-a onde estava o advogado dela.
b) A menina afirmou ao garoto que poderá processar ele, caso este não ajudar-lhe
com a lição de casa.
c) A menina afirmou ao garoto que poderia processá-lo, se este não a ajudasse
com a lição de casa.
d) Em resposta à menina, o garoto resolveu perguntá-la onde estava o advogado
dela.
e) A menina ameaçou processar-lhe, caso o garoto não ajudasse-a com a lição de
casa.
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Letra c.
Na a, o correto seria perguntando-lhe; na b, deveria ser usado ajudá-la ou a ajudar
(verbo no infinitivo); na d, perguntar-lhe; na e, processá-lo e a ajudasse.
Questão 13 (2017/VUNESP/TJ-SP/ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO)
O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da
garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos
cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes
quieto, sem quase pensar, e apenas sentir – era tão bom. A concentração no sentir
era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o
barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! Como deixava a garganta seca.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida
e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente jun-
tava.
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a
mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, pe-
netrando entre os arbustos, espreitando, farejando. O instinto animal dentro dele
não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de
pedra, de onde brotava num filete a água sonhada.
O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a
chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente no orifício de onde
jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
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Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se
saciar. Agora podia abrir os olhos.
Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que
era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pe-
dra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia-se intrigado. Olhou a estátua nua.
Ele a havia beijado.
Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e
tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.(Clarice Lispector, “O primeiro beijo”. Felicidade clandestina. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o pronome em destaque está empregado com o mes-
mo sentido de posse que tem o pronome “lhe”, na passagem – Ele, um dos garotos
no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e en-
trar-lhe pelos cabelos...
a) Faça-a ver que ninguém está questionando sua atitude.
b) Pegou-me a mão, tentando encorajar-me a tomar uma decisão.
c) Não vá forçá-lo a assumir função para a qual não se acha preparado.
d) Não esperávamos entregar-lhes nossos documentos naquele momento.
e) Chegou-nos a notícia do desaparecimento do helicóptero.
Letra b.
No PDF anterior, comentei que o assunto “adjuntos adnominais” e complementos
nominais foi explorado pela Vunesp por meio dos pronomes, certo? Eis a questão!
O pronome “lhe”, nos dois casos do enunciado, funciona como adjunto adnominal
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(no rosto dele e pelos cabelos dele). O mesmo ocorre na B, em que é possível notar
que alguém pegou a minha mão.
Questão 14 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia a charge.
Assinale a alternativa em que a reescrita da frase da personagem expressa a ideia
do texto original e está de acordo com a norma-padrão.
a) Me preocupa seriamente a aposentadoria... Alheia...
b) Me preocupa seriamente a aposentadoria? Nem a alheia...
c) Preocupo-me seriamente com a aposentadoria – alheia...
d) Tenho preocupado-me seriamente com isso: a aposentadoria alheia.
e) Seriamente preocupo-me com a aposentadoria alheia...
Letra c.
Nos dois primeiros casos, o pronome está em início de período. Na d, usou-se ên-
clise com verbo no particípio. Na e, o fator de atração foi desrespeitado.
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Questão 15 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder à
questão.
Muita gente não gosta de Floriano Peixoto, o “Marechal de Ferro”. Em 1892, um
senador, almirante e políticos sediciosos __________. Ele avisara: “Vão discutin-
do, que eu vou mandando prender”. Encheu a cadeia, e o advogado Rui Barbosa
bateu às portas do Supremo Tribunal Federal para ___________. Floriano avisou:
“Se os juízes concederem habeas corpus aos políticos, eu não sei quem amanhã
___________ o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão”.(Élio Gaspari. Folha de S.Paulo, 11.12.2016. Adaptado)
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas do texto devem ser preenchi-
das, respectivamente, com:
a) desafiaram-lhe... soltar eles... dará à eles
b) desafiaram ele... soltar-lhes... dar-lhes-á
c) desafiaram-no... soltá-los... lhes dará
d) desafiaram-no... soltar-os... dá-los-á
e) desafiaram-o... soltar-nos... os dará
Letra c.
Na primeira lacuna, deve-se usar um pronome que sirva para OD (o que só ocorre
nas letras c e d). Na segunda, além de ser um pronome para OD, é preciso empre-
gá-lo na forma correta (pois o verbo termina em R); na terceira, o pronome deve
ser de OI e ainda respeitar o fator de atração.
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Questão 16 (2017/VUNESP/TJ-SP/PSICÓLOGO) Leia o texto para responder à
questão.
A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um
caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo
o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio.
Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e
Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida
e a morte.
Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transforma-
ra-se num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada,
absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo
que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo
do seu martírio.
A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e
o prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento,
dizendo:
– Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha.
Agora que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um
enlace que era o desejo de seu marido.
Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral,
entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo;
Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A ceri-
mônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.
Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza
irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o
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quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, since-
ramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas
lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.
– Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a
desejava.
O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um
alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adap-
tado)
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, de acordo com a
norma padrão.
a) Nada conservara-se da beleza anterior de Fadinha, que consolou-se vendo que
o amor de Remígio crescera.
b) A moça mais bonita do Rio de Janeiro ficou boa, mas desfigurada: tinha trans-
formado-se num monstro.
c) Remígio incomodaria-se caso Fadinha aproveitasse o enxoval oferecido pelo pri-
meiro noivo.
d) O semblante da esposa de Remígio não inquietava-o e nem repugnava-o, pois
assim ele desejava-a.
e) Vendo o novo semblante de Fadinha, Remígio achava-a mais simpática, com
algo que o encantava.
Letra e.
Na a e na d, há desrespeito ao fator de atração; na b e na c, usou-se ênclise com
verbos no particípio e no futuro, respectivamente.
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Questão 17 (2017/VUNESP/CRBIO – 1º REGIÃO/AUXILIAR ADMINISTRATIVO)
Leia o texto de Adriana Gomes para responder à questão.
Tentação do imediato
É difícil definir o status de uma época quando ainda se está nela, mas certamen-
te uma das características marcantes do momento atual é o imediatismo. Percebo a
tendência de simplificação nos procedimentos e a opção pelas ações que oferecem
vantagens imediatas e menores riscos, sem considerar as consequências futuras.
Esse comportamento pode ser resultante da dificuldade de se lidar com as frus-
trações geradas, basicamente, por três motivos: demora, contrariedade e conflito.
Seus efeitos podem ser agressão, regressão e fuga. Um experimento famoso feito
na Universidade Stanford (EUA), no final dos anos 1960, testou a capacidade de
crianças resistirem à atração da recompensa instantânea – e rendeu informações
úteis sobre a força de vontade e a autodisciplina. Aquelas que resistiram tiveram
mais sucesso na vida.
A atitude imediatista praticamente impacta todas as decisões, desde a vida pes-
soal à rotina das empresas, chegando até à condução do país. O que importa é o
hoje e o agora!
Muitas vezes, o valor da durabilidade e da consistência – o longo prazo – pare-
ce uma história fantasiosa. Entretanto, a vida prática confirma que o investimento
em educação de qualidade e a dedicação aos estudos, por exemplo, geram bons
resultados futuros. Profissionais bem qualificados e competentes em suas áreas de
atuação, ou seja, aqueles que se dedicaram, aprofundaram seus conhecimentos e
os praticaram, costumam encontrar melhores opções na vida profissional.
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É preciso, todavia, acreditar nessa equação e investir tempo e dinheiro para
colher seus frutos. Os atalhos são tentadores, mas seus resultados a longo prazo
tendem a ser frustrantes.(Folha de S.Paulo, 31.01.2016. Adaptado)
Leia o trecho do quarto parágrafo: A atitude imediatista praticamente impacta to-
das as decisões...
O pronome que substitui corretamente a expressão destacada e está adequada-
mente colocado no trecho selecionado encontra-se em:
a) A atitude imediatista praticamente impacta-as...
b) A atitude imediatista praticamente as impacta...
c) A atitude imediatista praticamente impacta-se...
d) A atitude imediatista praticamente impacta-lhes...
e) A atitude imediatista praticamente lhes impacta...
Letra b.
Primeiramente, deve-se usar um pronome para objeto direto (as), mas, na letra a,
o fator de atração foi desrespeitado.
Questão 18 (2017/VUNESP/CÂMARA DE MOGI DAS CRUZES-SP/PROCURADOR
JURÍDICO) Leia o texto “Star Trek” para responder à questão.
Quando estreou, em 1966, a série “Jornada nas Estrelas” exibia um futuro que
parecia realmente improvável e distante. A série era ambientada no século 23 e
acompanhava as aventuras dos tripulantes da nave espacial Enterprise, com a mis-
são de explorar o espaço e ir “aonde nenhum homem jamais esteve”.
O teletransporte ainda não virou realidade, mas muitos gadgets* da série passa-
ram a integrar o cotidiano. Sempre que o capitão Kirk estava em apuros, abria seu
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comunicador e entrava em contato com a equipe. Trinta anos depois, a Motorola
lançou o StarTAC, popularizando o uso da telefonia móvel. Os acertos não pararam
por aí: da impressora 3D à televisão de tela plana, dos disquetes aos dispositivos
USB, a série previu com surpreendente exatidão a relação do homem com a tec-
nologia.
“Jornada nas Estrelas” era transgressora em sua diversidade: a equipe tinha ho-
mens e mulheres de diferentes etnias trabalhando em igualdade. Hoje, ainda não
existem habitantes de Vulcano morando entre nós, mas a ideia de que pessoas de
gêneros e etnias diferentes possam cumprir as mesmas funções não é mais algo
utópico.(Aventuras na História, outubro de 2014. Adaptado)
*gadgets: dispositivos, aparelhos
Observe as expressões destacadas nas frases reescritas do texto.
• Ambientada no século 23, a série sempre retratava as aventuras dos tripu-
lantes da Enterprise, e a missão era explorar o espaço enfrentando o desco-
nhecido.
• Trinta anos depois, a Motorola lançou o StarTAC, que popularizou o uso da
telefonia móvel.
Assinale a alternativa em que os pronomes substituem, corretamente, as expres-
sões destacadas e estão colocados adequadamente nas frases de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa.
a) ...sempre retratava-as... /...era explorá-lo... /...que lhe popularizou...
b) ...sempre retratava-as... /...era o explorar... /...que o popularizou...
c) ...sempre lhes retratava... /...era explorá-lo... /...que popularizou-lhe...
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d) ...sempre as retratava... /...era o explorar... /...que popularizou-o...
e) ...sempre as retratava... /...era explorá-lo... /...que o popularizou...
Letra e.
No primeiro caso, deve-se usar um pronome para OD (as) em próclise (devido ao
fator de atração); no segundo, um pronome para OD (o) em próclise ou ênclise; na
terceira, um pronome para OD (o) em próclise (devido ao fator de atração).
Questão 19 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE DE
GESTÃO) Leia o texto “Infância na praia”, de Danuza Leão, para responder à ques-
tão.
Não se pode dar corda à memória: a gente começa brincando, mas ela não faz
cerimônia e vai invadindo nossas mentes e nossos corações. Para mim são, ainda
e sempre, as recordações da infância na praia muito mais fortes do que eu podia
imaginar.
No terreno das brincadeiras, a mais comum era o caldo: quem não se lembra
do terror de levar um? Também se brincava de jogar areia nos outros, aos gritos,
para horror dos adultos, e a pior de todas: se deixar ser enterrada ficando só com a
cabeça de fora, e todo mundo fingir que ia embora, só de maldade, deixando você
sozinha e esquecida.
No terreno mais leve, a grande proeza era mergulhar e passar por baixo das
pernas abertas da prima, lembra? Aliás, essa é uma raça em extinção: as primas.
Elas eram muitas, e a convivência, intensa. Hoje, nas cidades grandes, existem
poucas tias e pouquíssimas primas.
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As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com
um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante. As
cor-de-rosa eram as mais lindas, e, quando se encontrava um búzio, era uma ver-
dadeira festa. As conchas acabaram; onde terão ido parar?
No final da tarde, a praia já sem sol, voltavam os barcos de pesca: as pessoas
ficavam em volta comprando o peixe nosso de cada dia, que seria feito naquela
mesma noite. Naquele tempo não havia nem alface nem tomate nem molho de
maracujá, e para dar uma corzinha na comida se usava colorau – já ouviu falar?
Camarão só às vezes, mas, em compensação, havia cações com a carne rija,
que davam uma moqueca muito boa. Os peixes eram vendidos por lote, não cus-
tavam quase nada, e o que sobrava era distribuído ali mesmo. Mas os fregueses
eram honestos, e ninguém deixava de comprar para levar algum de graça, no final
das transações.
Às vezes corria um boato assustador: de que o mar estava cheio de águas-vi-
vas, o que era um acontecimento. Água-viva é uma rodela gelatinosa que, segundo
diziam, se encostasse no corpo, queimava como fogo. Ia todo mundo para a bei-
ra da água tentando ver alguma, mas ninguém entrava no mar, de medo. No dia
seguinte, a areia estava cheia delas, e com uma varinha a gente ficava mexendo,
sempre com muito cuidado: afinal, era uma gelatina, mas viva – uma coisa mesmo
muito estranha.
Para evitar queimaduras, se usava óleo Dagele, e se alguém dissesse que anos
depois uma massagem de algas, daquelas mesmas algas verdes e marrons com as
quais a gente dançava dentro da água, não custaria menos de US$ 100 em Nova
York ou Paris, ninguém acreditaria.
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Naquele tempo não havia refrigerantes, não se tomava água gelada, e as crian-
ças rezavam uma ave-maria antes de dormir, sendo que algumas ajoelhadas.
Não havia abajur nas mesas de cabeceira e na hora de dormir se apagava a luz
do teto, com sono ou sem sono, e ficávamos com os pensamentos voando, espe-
rando o sono chegar.
E ninguém se queixava de nada, até porque não havia do que se queixar, porque
era assim e pronto.(Folha de S.Paulo, 17.04.2005. Adaptado)
Leia a frase do quarto parágrafo.
As crianças catavam conchas para colar, e era difícil fazer um buraquinho com
um prego e um martelinho, sem quebrar a concha, para passar o barbante.
As expressões destacadas na frase podem ser substituí- das corretamente por:
a) catavam-nas / fazê-lo / quebrá-la.
b) catavam-nas / fazê-lo / quebrar-lhe.
c) catavam-nas / fazer-lhe / quebrar-lhe.
d) catavam-lhes / fazê-lo / quebrá-la.
e) catavam-lhes / fazer-lhe / quebrá-la.
Letra a.
No primeiro caso, deve-se usar um pronome para OD (o que elimina as letras d e
e). No segundo, um pronome também para OD (o que elimina a letra c). No tercei-
ro, um pronome para OD (o que elimina a b).
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Questão 20 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE DE
GESTÃO) Leia os textos baseados no livro “Falando de grana”, de Patrícia Broggi,
para responder à questão.
(Folha de S. Paulo, 04/12/2010. Adaptado)
De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, o pronome destacado está
corretamente colocado na frase em:
a) Em tratando-se de estabelecer prioridades financeiras, a ida ao supermercado
é boa estratégia.
b) Se publicam, atualmente, muitos livros que tratam de economia doméstica.
c) Muitas pessoas felizmente tornaram-se menos consumistas, evitando a compra
de itens desnecessários.
d) As pessoas que se dispõem a pechinchar fazem negociações vantajosas e sem-
pre economizam.
e) Alguns jovens dedicariam-se a usar bem a própria mesada, se não tivessem
pais que atendem a todas as suas vontades.
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Letra d.
Nas letras a e c, há desrespeito ao fator de atração; na letra b, o pronome está em
início de oração. Na e, usou-se ênclise com verbo no futuro.
Questão 21 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE GUARULHOS-SP/ASSISTENTE ESCO-
LAR)
Preconceito na escola
Não há um único dia em que vários preconceitos, dos mais diversos tipos, não
se expressem em ambiente escolar. Aliás, é no mínimo estranho que tenhamos
tantas preocupações e campanhas contra o chamado bullying na escola e pouco
ou quase nada contra o preconceito. Afinal, a maior parte dos comportamentos de
assédio moral* nasce de preconceitos!
Recentemente tivemos notícia de dois episódios de preconceito na escola: o da
mãe que recebeu um bilhete da professora pedindo para aparar ou prender os ca-
belos dos filhos (ambos negros) – fato ocorrido em nosso país – e o da garota negra
lanchando sozinha ao lado de uma mesa com vários colegas brancos juntos – este,
ocorrido na África do Sul.
Muita gente se indignou, mas muita gente também não viu nada de mais em
ambos os casos. Choveram justificativas e até acusações para explicar as situações,
o que sinaliza como é difícil reconhecer nossos preconceitos e, acima de tudo, con-
ter suas manifestações e colaborar para que a convivência social seja mais digna.
Por que enviamos nossos filhos para a escola? Hoje, não dá mais para aceitar
como uma boa razão apenas o ensino das disciplinas do conhecimento. Essa razão
é pobre em demasia para motivar o aluno a aprender. Para que nossos filhos ga-
rantam um futuro de sucesso? O estudo escolar não oferece mais essa garantia.
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Deveríamos ter como forte razão para enviar nossos filhos à escola o preparo
para a cidadania, ou seja, o ensino dos valores sociais que vão colaborar para a
formação de um cidadão de bem. Ensinar a reconhecer os principais preconceitos
de nossa sociedade, suas várias formas de manifestação e como combatê-los é
função das mais importantes da escola.
*assédio moral: exposição de alguém a situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongadas, durante a jornada de trabalho e no exercício de suas
funções.(Rosely Sayão. www.folha.uol.com.br, 28.06.2016. Adaptado)
No contexto do último parágrafo, a forma pronominal -los, em destaque no texto,
faz referência a:
a) filhos.
b) ensino.
c) valores.
d) preconceitos.
e) sociedade.
Letra d.
Questão de coesão. Basta ler o texto e encontrar a referência do pronome.
Questão 22 (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-
VO) Assinale a alternativa em que os pronomes estão empregados e colocados em
conformidade com a norma-padrão.
a) Nos concentramos em uma ou duas informações e, depois, inserimos-las em
escaninhos.
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b) Pensamentos estereotipados atingem diversas pessoas; julgam-nas com base
em generalizações, sem lhes avaliar os méritos.
c) Quanto a esse modo de se pensar, a interpretação mais generosa atribui ele à
preguiça intelectual.
d) Nunca dão-se o trabalho de pensar, embora isso os custe o preço de cometer
uma injustiça.
e) Aquele que pensa por estereótipos também protege-se do contato com muitas
pessoas.
Letra b.
Nas letras d e e, desrespeitou-se o fator de atração; na a, há um pronome em iní-
cio de período e um ajuste incorreto do pronome (inserimo-las); na c, usou-se um
pronome pessoal do caso reto como complemento verbal.
Questão 23 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR JURÍDI-
CO) Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto a seguir.
No caminho de Swann é o primeiro da série de sete romances que compõem a obra
Em busca do tempo pedido, de Marcel Proust. Teve em Mario Quintana um leitor
arguto, que ___________ para o português e preservou o alto teor lírico do texto
original, certamente ____________ sua sensibilidade criativa.
a) o traduziu... lhe emprestando
b) traduziu-o... emprestando-lhe
c) lhe traduziu... o emprestando
d) o traduziu... emprestando-o
e) traduziu-lhe... emprestando-lhe
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Letra a.
Na primeira lacuna, deve-se usar um pronome de OD em próclise (pelo fator de
atração). Na segunda, um pronome de OI em próclise (pelo fator de atração).
Questão 24 (2016/VUNESP/MPE-SP/BIÓLOGO) A República dos Estados Unidos
da Bruzundanga tinha, como todas as repúblicas que se prezam, além do presiden-
te e juízes de várias categorias, um Senado e uma Câmara de Deputados, ambos
eleitos por sufrágio direto e temporários ambos, com certa diferença na duração do
mandato: o dos senadores, mais longo; o dos deputados, mais curto.
O país vivia de expedientes, isto é, de cinquenta em cinquenta anos descobria-se
nele um produto que ficava sendo a sua riqueza. Os governos taxavam-no a mais
não poder, de modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decretação de
impostos sobre produtos semelhantes, acabavam, na concorrência, por derrotar a
Bruzundanga; e, assim, ela fazia morrer a sua riqueza, mas não sem os estertores
de uma valorização duvidosa. Daí vinha que a grande nação vivia aos solavancos,
sem estabilidade financeira e econômica; e, por isso mesmo, dando campo a que
surgissem, a toda hora, financeiros de todos os seus cantos e, sobretudo, do seu
parlamento.
Naquele ano, isto dez anos atrás, surgiu na sua Câmara um deputado que falava
muito em assuntos de finanças, orçamentos, impostos diretos e indiretos e outras
coisas cabalísticas da ciência de obter dinheiro para o Estado. Chamava-se o depu-
tado Felixhimino ben Karpatoso. Se era advogado, médico, engenheiro ou mesmo
dentista, não se sabia bem; todos tratavam-no de doutor, embora nada se conhe-
cesse dele.
(Lima Barreto, Um grande financeiro. Os bruzundangas. Adaptado)
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O contexto em que, segundo a norma-padrão, o pronome “se” pode ser colocado
antes ou depois do verbo, é:
a) ... como todas as repúblicas que se prezam...
b) Chamava-se o deputado Felixhimino ben Karpatoso.
c) ... de cinquenta em cinquenta anos descobria-se nele um produto...
d) ... não se sabia bem...
e) ... embora nada se conhecesse dele.
Letra c.
Como há sujeito explícito em oração absoluta, a posição do pronome torna-se fa-
cultativa.
Questão 25 (2016/VUNESP/UFABC/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO) A alterna-
tiva que apresenta colocação dos pronomes destacados e pontuação de acordo com
a norma-padrão é:
a) Nos foi informado, que as delegações visitariam-nos amanhã, depois das 15
horas.
b) Afirma-nos que os produtos, assim como as notas fiscais, estarão disponíveis
amanhã, para que os despachem.
c) Perguntou-me: se eu estaria disposto, a entregar as provas, que me dariam
proteção.
d) Ninguém comprometeu-se com o projeto, afirmando: que era perda de tempo.
e) Tendo elogiado-nos pela rapidez, na entrega, garantiram que vão ficar fregueses.
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Letra b.
Na letra, há um pronome em início de período e uma ênclise com verbo no futuro;
na D, houve desrespeito ao fator de atração; na E, usou-se ênclise com verbo no
particípio. Na C, há problemas de pontuação (não deveria haver os dois pontos e a
primeira vírgula, mas falaremos mais sobre isso no próximo PDF).
Questão 26 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE SÃO PAULO-SP/ANALISTA)
O mundo vive hoje um turbilhão de sentimentos e reações no que diz respeito
aos refugiados. Trata-se de uma enorme tragédia humana, à qual temos assistido
pela TV no conforto de nossas casas.
Imagens dramáticas mostram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos che-
gando à Europa em busca de um lugar supostamente mais seguro para viver.
Embora os refugiados da Síria tenham ganhado maior destaque, existem ainda os
refugiados africanos e os latino-americanos.
Dentro da América Latina, vemos grandes migrações, uma marcha de pessoas
que buscam o refúgio, mas que terminam em uma espécie de exílio.
O Brasil, que sempre se destacou por sua capacidade de acolher diferentes
culturas, apresenta uma das sociedades com maior diversidade. Podemos afirmar
nossa capacidade de lidar com o multiculturalismo com bastante naturalidade, em-
bora, muitas vezes, a questão seja tratada de maneira superficial. Por outro lado,
o preconceito existente, antes disfarçado, deixou de ser tímido e passou a se ma-
nifestar de forma aberta e hostil. Comparado a outros países, o Brasil não recebe
um número elevado de refugiados, e a maioria da sociedade brasileira aceita-os,
acreditando que é possível fazer algo para ajudá-los, mesmo diante do momento
crítico da economia e da política.
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Diante desse cenário, destacam-se as iniciativas de solidariedade, de forma
objetiva e praticada por jovens estudantes de nossas universidades. Com a cabeça
aberta e o respeito ao diferente, muitos deles manifestam uma visão de mundo que
permite acreditar em transformações sociais de base.(Soraia Smaili, Refugiados no Brasil: entre o exílio e a solidariedade. Em: cartacapital.com.br.
02/02/2016. Adaptado)
Assinale a alternativa correta quanto à colocação pronominal, conforme a norma-
-padrão.
a) Quando dão-se conta da situação dos refugiados, as pessoas já põem-se a aco-
lhê-los sem discriminação.
b) No Brasil, vê-se que o número de refugiados não é tão grande. Aceita-os, sem
restrição, boa parte da população.
c) Se veem imagens dramáticas dos refugiados na TV. Não trata-se de ficção: é a
pura realidade.
d) Têm visto-se turbilhões de refugiados. O mundo os vê se deslocarem em busca
de uma vida melhor.
e) Os refugiados buscam uma vida melhor. Discriminaria-os aqueles que desco-
nhecem a solidariedade.
Letra b.
Nas letras a e c, há desrespeito ao fator de atração (nesta ainda há um pronome em
início de período). Na d, uma ênclise com particípio. Na e, uma ênclise com futuro.
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Questão 27 (2016/VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO)
Uma noite no mar Cáspio
Na semana passada, uma aluna da Sorbonne foi encarregada de fazer um es-
tudo sobre a literatura latino-americana, mal informada de tudo, inclusive sobre a
América Latina. Veio entrevistar algumas pessoas e, não sei por que, pediu-me que
a recebesse para uma conversa que pudesse explicar o Brasil com apenas um título
que serviria de roteiro para o trabalho que deveria apresentar.
Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei outras. Aleguei
minha incompetência para titular qualquer coisa.
Mas não quis decepcionar a moça. Pensando na atual crise política, sugeri “Gar-
ruchas e punhais” – era o nome da briga entre os meninos da rua Cabuçu contra os
meninos da rua Lins de Vasconcelos. Morei nas duas e era considerado um espião
a soldo de uma ou de outra. O que no fundo era verdade, considerava idiotas os
dois lados.
A moça riu mas não gostou. Todos os países têm garruchas e punhais. Dei outra
sugestão: “O mosteiro de tijolos de feltro”. Ela não gostou – nem eu. Parti então
para uma terceira via, por sinal, a mais estúpida. Pensou um pouco, inicialmente
recusou. Olhou bem para mim e aprovou: “Uma noite no mar Cáspio”. Para meu
espanto, ela aceitou.
Acredito que os professores da Sorbonne também gostarão. E eu nem sei onde
fica o mar Cáspio, embora também não saiba onde fica o Brasil.(Carlos Heitor Cony. Folha de S.Paulo, 26.01.2016. Adaptado)
________ uma aluna da Sorbonne que a recebesse para uma conversa que pudes-
se explicar o Brasil com apenas um título que _____ de roteiro para o trabalho que
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deveria apresentar. Já me pediram coisas extravagantes, recusei algumas, aceitei
outras. Mas não _________.
Em conformidade com a norma-padrão, as lacunas da frase devem ser preenchi-
das, respectivamente, com:
a) Pediu-me... serviria-lhe... lhe quis decepcionar
b) Me pediu... servir-lhe-ia... quis decepcioná-la
c) Pediu-me... lhe serviria... a quis decepcionar
d) Me pediu... o serviria... quis decepcionar-lhe
e) Pediu-me... serviria-o... quis decepcioná-la
Letra c.
Na primeira lacuna, o pronome deve estar em ênclise (o que elimina as letras b e
d); na segunda, um pronome de OI em próclise (pelo fator de atração); na terceira,
a próclise se dá pelo fator de atração.
Questão 28 (2016/VUNESP/IPSMI/PROCURADOR) Assinale a alternativa em que
a colocação pronominal e a conjugação dos verbos estão de acordo com a norma-
-padrão.
a) Eles se disporão a colaborar comigo, se verem que não prejudicarei-os nos ne-
gócios.
b) Propusemo-nos ajudá-lo, desde que se mantivesse calado.
c) Tendo avisado-as do perigo que corriam, esperava que elas se contessem ao
dirigir na estrada.
d) Todos ali se predisporam a ajudar-nos, para que nos sentíssemos à vontade.
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e) Os que nunca enganaram-se são poucos, mas gostam de que se alardeiem seus
méritos.
Letra b.
Nas letras a e e, houve desrespeito ao fator de atração. Na c, ênclise com particípio.
Na d, emprego incorreto do verbo (o correto seria predispuseram).
Questão 29 (2016/VUNESP/UNIFESP/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO)
Leia os quadrinhos.
Em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa, as lacunas da fala da
personagem, no primeiro quadrinho, devem ser preenchidas, respectivamente, com:
a) algum... me livrar
b) o... livrar eu
c) esse... me livrar
d) um... livrar eu
e) este... me livrar
Letra e.
Na primeira lacuna, usa-se “este” porque o gato está próximo de quem fala. Além
disso, o pronome oblíquo “me” é necessário por se tratar de OD.
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Questão 30 (2016/VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/AGENTE DE COPA) Conside-
re o texto a seguir.
Inicialmente comercializado pelos árabes, o café é, hoje, uma das bebidas mais
consumidas no mundo. Antes mesmo da descoberta da América, os europeus já
_____ conheciam. Seu consumo moderado proporciona uma série de benefícios
____ saúde. Há quem diga que a bebida ajuda ___ perder peso.
Os termos que preenchem, correta e respectivamente, as lacunas desse texto são:
a) lhes... a... por
b) lhe... pela... em
c) o... com a... para
d) os... à... com
e) o... para a... a
Letra e.
Na primeira lacuna, é necessário um pronome de OD (o que elimina as letras a e
b); na segunda, deve-se usar à ou para a. Na terceira, apenas a.
Questão 31 (2016/VUNESP/MPE-SP/OFICIAL DE PROMOTORIA – NÍVEL MÉDIO)
Tato
Na poltrona da sala as minhas mãos sob a nuca sinto nos dedos a dureza dos ossos
da cabeça a seda dos cabelos que são meus. A morte é uma certeza invencível mas
o tato me dá a consistente realidade de minha presença no mundo(Ferreira Gullar, Muitas vozes, 2013)
O verso – A morte é uma certeza invencível – pode ser parafraseado da seguinte
forma, em conformidade com a norma-padrão e com o sentido do poema:
a) Certamente vence-se a morte.
b) A invencibilidade da morte é certo.
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c) Se vence com certeza a morte.
d) Não vencer a morte não é certo.
e) É certo que não se vence a morte.
Letra e.
Nas letras a e c, o pronome está em posição inadequada. Na b, o correto seria cer-
ta. Na d, não há relação com o sentido do poema.
Questão 32 (2017/VUNESP/IPRESB-SP/ASSISTENTE PREVIDENCIÁRIO)
A idade das palavras
Já cansei de ver gente madura falando gíria para parecer jovem. O trágico é
que, em geral, a gíria é velha, daí que é terrível ver uma senhora madura e plasti-
ficada dizendo “Eu sou prafrentex!”.
Esse termo foi usado nos anos 60 para dizer que uma jovem aceitava compor-
tamentos mais ousados, tipo viajar no fim de semana para a praia com um grupo
de amigos, o máximo de liberdade imaginável até então.
Mas agora é passado… Assim como as variações para falar de homem bonito.
Houve época em que era “pão”, agora se usa gato, se não estou atrasado… Volta
e meia noto alguém exclamar à passagem de um homem atlético: “Ai, que pão!”.
Esse é o mal das gírias. Marcam a juventude de cada um. O tempo passa, mas
fica difícil mudar o modo de falar.
Lembro o sucesso de “boko moko”, criado por uma marca de refrigerante para
rotular de cafona quem não tomava a tal bebida. Caiu na boca do povo. Cafona
vale? Ou devo dizer “out”, como na década de 90?
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Reconheço, tenho saudade de certos termos. Lembro-me das conversas com os
amigos nos anos 70, quando fiz faculdade e era frequente ouvir “tou numas com
ela”, equivalente, guardadas algumas proporções, ao “ficar” de hoje em dia.
Que adolescente aceitaria hoje ir a um “mingau dançante”? Vão para a balada,
para a “night”. Aliás, a maioria foge de mingau e de qualquer delícia que engorde!
Muita gente odeia gíria e a considera um dialeto capaz de estraçalhar a língua.
Elas esquecem que, no seu tempo, também a usavam.
Não é fácil acompanhar sua evolução e, às vezes, me confundo: não sei se ainda
se fala “hype” para indicar algo que no passado foi “in”. Ou que alguém é “fashion”,
para dizer que está “nos trinques”, como nos anos 80.
A verdade é: não há botox ou plástica que resista. Gíria velha denuncia a idade
mais do que as rugas!(Walcyr Carrasco. http://vejasp.abril.com.br/cidades/ a-idade-das-palavras/ Adaptado)
De acordo com a concordância verbal estabelecida pela norma-padrão, está correta
a alternativa:
a) Para o autor, não existe cirurgias e aplicação de botox que esconda a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
b) Para o autor, não existe cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se empregam gírias ultrapassadas na comunicação.
c) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se empregam gírias ultrapassadas na comunicação.
d) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que esconda a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
e) Para o autor, não existem cirurgias e aplicação de botox que escondam a idade
quando se emprega gírias ultrapassadas na comunicação.
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Letra c.
O verbo existir deve estar no plural (o que elimina as letras a e b). O verbo esconder
também precisa estar no plural (o que elimina a d). O verbo empregar deve estar no
plural, porque o SE funciona como partícula apassivadora (o que elimina a e).
Questão 33 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO)
Assinale a alternativa em que todos os verbos estão corretos, de acordo com o
padrão de concordância.
a) Pode-se acreditar nas ciências contemporâneas? Biotecnologia, nanotecnologia,
inteligência artificial, nada disso levam às benesses do futuro.
b) Conecta-se, nos estudos sobre a natureza da espécie, as descobertas da bio-
logia evolucionista com a tradição filosófica. Dessa conexão vem nossa crença no
futuro.
c) No mundo atual, 1% controlam o destino de bilhões de seres humanos. Espe-
ranças... ainda haverão?
d) É preciso que se criem possibilidades no ciberespaço, condição para que as de-
mocracias vinguem positivamente.
e) A crença do sociólogo no ciberespaço é legítima, desde que se torne produtivas
as redes sociais.
Letra d.
a) Errada. Nada disso leva.
b) Errada. Conectam-se...as descobertas. (partícula apassivadora)
c) Errada. Esperanças...ainda haverá?
e) Errada. Desde que se tornem produtivas as redes sociais (parte integrante do
verbo).
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Questão 34 (2017/VUNESP/CÂMARA DA ESTÂNCIA BALNEÁRIA DE ITANHAÉM-
-SP/ASSISTENTE LEGISLATIVO)
A gente ainda não sabia
A gente ainda não sabia que a Terra era redonda. E pensava-se que nalgum
lugar, muito longe, deveria haver num velho poste uma tabuleta qualquer – uma
tabuleta meio torta e onde se lia, em letras rústicas: FIM DO MUNDO. Ah! depois
nos ensinaram que o mundo não tem fim e não havia remédio senão irmos andan-
do às tontas como formigas na casca de uma laranja. Como era possível, como era
possível, meu Deus, viver naquela confusão?
Foi por isso que estabelecemos uma porção de fins de mundo...(Mário Quintana, A vaca e o hipogrifo)
Assinale a alternativa em que uma outra redação dada a trecho do poema está de
acordo com a norma-padrão de concordância.
a) Tabuletas meio tortas e onde se lia frases.
b) Deveriam existir em velhos postes umas tabuletas quaisquer.
c) Não haviam remédios senão irmos andando às tontas.
d) E pensavam-se em lugares muito distante.
e) Mais de um ainda não sabiam que a Terra era redonda.
Letra b.
Na a, o correto seria se liam (partícula apassivadora); na c, havia; na d, pensava-se
(índice de indeterminação do sujeito) e distantes; na e, sabiam.
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Questão 35 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder
à questão.
É urgente
A decisão de Nicolás Maduro de elevar a meio milhão os milicianos armados com
fuzil na Venezuela é a pior de suas ideias ruins.
Sugere que Maduro prevê a decisão da discórdia venezuelana por meio das
armas. Caso não o seja, nem por isso se extinguirá o mal do armamentismo: vai
prolongar-se na criminalidade típica de uma população armada e, em grande par-
te, indesarmável. Ainda por motivos mais econômicos, os venezuelanos fogem em
massa. Seu número cresce. O Brasil está atrasado, como se indiferente, nas provi-
dências para essa emergência social.(Jânio de Freitas, “É urgente”. Folha de S.Paulo, 20/04/2017)
Assinale a alternativa em que o verbo destacado tem sujeito elíptico.
a) A decisão de Nicolás Maduro [...] é a pior de suas ideias ruins.
b) ... os venezuelanos fogem em massa
c) ... nem por isso se extinguirá o mal do armamentismo...
d) Seu número cresce.
e) Sugere que Maduro prevê a decisão da discórdia venezuelana por meio das armas.
Leta e.
Todas as alternativas possuem sujeito simples (inclusive a letra c, uma vez que o
sujeito paciente possui apenas 1 núcleo). Na e, o sujeito elíptico fazer referência a
“pior de suas ideias ruins”.
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Questão 36 (2016/VUNESP/UNIFESP/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO)
Assinale a alternativa correta quanto à concordância nominal e verbal, de acordo
com a norma-padrão.
a) Ainda que se viva tão espremido nos centros urbanos, existem muita gente iso-
lada, pois, cada vez menos, se faz contatos humanos.
b) Ainda que vivam tão espremidas nos centros urbanos, existem muitas pessoas
isoladas, pois, cada vez menos, ocorrem contatos humanos.
c) Ainda que viva tão espremida nos centros urbanos, se vê muitas pessoas isola-
das, pois, cada vez menos, acontece contatos humanos.
d) Ainda que se vivam tão espremidas nos centros urbanos, há muita gente isola-
da, pois, cada vez menos, tem contatos humanos.
e) Ainda que vivam tão espremidas nos centros urbanos, existe muitas pessoas
isoladas, pois, cada vez menos, se estabelecem contatos humanos.
Letra b.
Na letra a, o correto seria existe e se fazem; na c, vivam, espremidas, se veem
(partícula apassivadora) e acontecem; na d, se viva (índice de indeterminação do
sujeito) e há (no lugar de “tem”); na e, existem.
Questão 37 (2018/VUNESP/IPSM/ANALISTA DE GESTÃO – CONTABILIDADE)
Ensino com diretriz
Está quase pronto o documento que definirá o padrão nacional para o que crian-
ças e jovens devem aprender até o 9º ano do ensino fundamental. Trata-se da
quarta versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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Caso aprovada até janeiro, a diretriz deve começar a ser implementada nos
próximos dois anos.
A BNCC define conteúdos a serem estudados e competências e habilidades que
os alunos devem demonstrar a cada passo da vida escolar. Soa como obviedade,
mas não existe norma válida em todo o país que estabeleça de modo preciso a pro-
gressão do ensino e o que se deve esperar como resultado.
Note-se ainda que a base curricular não especifica como alcançar seus objetivos
– isso será papel dos currículos a serem elaborados por estados e municípios, que
podem fazer acréscimos conforme necessidades regionais.
A existência de um padrão pode permitir a correção de desigualdades do apren-
dizado e avaliações melhores. A partir de um limiar mediano de clareza, inteli-
gência pedagógica e pragmatismo, qualquer modelo é melhor do que nenhum.
Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de merecer nota de aprovação.
O programa ainda se mostra extenso em demasia, não muito diferente do que se
viu nas escolas das últimas décadas, quando raramente foi cumprido. O excesso de
assuntos dificulta abordagens mais aprofundadas e criativas.
A BNCC lembra a Constituição de 1988. Detalhista, arrojada e generosa, mas de
difícil aplicação imediata e integral. É indiscutível, de todo modo, a urgência de pôr
em prática esse plano que pode oferecer educação decente e igualitária às crianças.(Editorial. Folha de S.Paulo, 10/12/2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que os termos destacados correspondem, correta e res-
pectivamente, a um pronome demonstrativo e a um pronome apassivador.
a) Soa como obviedade, mas não existe norma válida em todo o país… / O progra-
ma ainda se mostra extenso em demasia...
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b) ... que definirá o padrão nacional para o que crianças e jovens devem apren-
der... /... não muito diferente do que se viu nas escolas das últimas décadas..
c) ... e competências e habilidades que os alunos devem demonstrar a cada passo
da vida escolar. /... e o que se deve esperar como resultado.
d) ... qualquer modelo é melhor do que nenhum. / Note-se ainda que a base cur-
ricular não especifica como alcançar seus objetivos...
e) Nesse aspecto, a nova versão da BNCC está perto de merecer nota de aprova-
ção. / Trata-se da quarta versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Letra b.
Os pronomes “todo”, “que” e “qualquer” são, respectivamente, indefinido, relativo e
indefinido. Na letra e, apesar de haver pronome demonstrativo, o SE funciona como
índice de indeterminação do sujeito.
Questão 38 (2017/VUNESP/TCE-SP/AGENTE DE FISCALIZAÇÃO)
Avaliar os servidores
Instituições funcionam bem quando conseguem promover os incentivos cor-
retos. Em se tratando do serviço público, isso significa recompensar o mérito e o
esforço, evitando que funcionários sucumbam às forças da inércia.
Uma das razões do fracasso do socialismo real, recorde-se, foi a ausência de es-
tímulos do gênero aos trabalhadores. Para estes, a escolha racional era não chamar
a atenção dos superiores, negativa ou positivamente.
A gestão de pessoal no Estado brasileiro não chega a reproduzir um modelo so-
viético, mas carece de sistema eficaz de incentivos e sanções. Com efeito, políticas
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de bônus por produtividade nas carreiras públicas ainda são tímidas e raramente
bem desenhadas.
Já a dispensa de servidores por insuficiência de desempenho, embora prevista
na Constituição, não pode ser posta em prática porque o Congresso nunca elaborou
uma lei complementar que regulamentasse a avaliação dos profissionais, como a
Carta exige.
Vislumbra-se, agora, uma possibilidade de avanço. Discute-se no Senado pro-
jeto que cria um sistema de avaliação periódica, a ser adotado por União, Estados
e municípios, que poderá levar à exoneração de servidores que obtenham, por su-
cessivas vezes (o número exato ainda é objeto de negociação), notas inferiores a
30% da pontuação máxima.
Será ingenuidade, entretanto, contar com uma aprovação fácil – os sindicatos
da categoria já se mobilizam contra o texto.
Tampouco se deve imaginar que basta uma lei para alterar o statu quo. Siste-
mas de avaliação de servidores já existentes em alguns órgãos muitas vezes não
passam de um jogo de cena corporativista, que acaba por distribuir premiações
quase generalizadas.
As dificuldades, contudo, não podem ser pretexto para o imobilismo. O projeto
se apresenta como um passo inicial importante; uma vez posto em prática, a ex-
periência servirá de base para eventuais aperfeiçoamentos.(Editorial. Folha de S.Paulo, 29/09/2017. Adaptado)
Considere a seguinte oração do 5º parágrafo: Vislumbra-se, agora, uma possibili-
dade de avanço.
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Assinale a alternativa em que a concordância do sujeito com o verbo ocorre pelo
mesmo motivo que na oração transcrita, em que a palavra “se” é um pronome
apassivador.
a) Observa-se certo mal-estar entre os convidados da festa.
b) Certamente, trata-se de uma festa de caráter filantrópico.
c) Opuseram-se à ideia de construção de uma nova sede.
d) Em tempos passados, vivia-se com tranquilidade por aqui.
e) Vão-se os dedos sem os anéis dos tempos de glória.
Letra a.
Nas letras b, c e d, ocorre índice de indeterminação do sujeito. Na e, pronome ex-
pletivo.
Questão 39 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/PROCURADOR JURÍDICO) A
questão foi elaborada tendo como base o texto de Reinaldo José Lopes, a seguir.
Em livro ambicioso, sociólogo analisa incertezas do futuro
Falta de ambição claramente não é o problema de A Era do Imprevisto: A Gran-
de Transição do Século 21, novo livro do sociólogo mineiro Sérgio Abranches. Se o
leitor já se perguntou, como imagino, que diabos está acontecendo com o mundo
nos últimos anos e o que pode vir daqui para a frente, a obra do especialista for-
mula algumas respostas – imaginativas, provisórias e diabolicamente complicadas.
Ele tem se especializado na interface entre política global e questões ambien-
tais, uma conexão que, por si só, já seria suficiente para produzir calvície e gastrite
nos espíritos mais serenos. Esse eixo político-ambiental está no cerne do livro, mas
o sociólogo também tenta investigar como a ascensão das redes sociais pode afetar
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a organização da sociedade do futuro; como o conhecimento emergente (biotecno-
logia, nanotecnologia, inteligência artificial) pode transformar a vida humana neste
século; e o que a tradição filosófica ocidental e as descobertas da biologia evolucio-
nista têm a dizer sobre nossa natureza e nosso futuro como espécie.
Para Abranches, a sede de ir ao cerne de todas essas questões existenciais se
justifica pelo próprio subtítulo do livro: estaríamos vivendo “a grande transição do
século 21”, um ponto de virada tão importante, à sua maneira, quanto o Renasci-
mento do século 16 ou a Revolução Industrial do século 18.
Num cenário fulcral como esse, nada mais lógico que tudo pareça bagunçado e
em crise permanente. Estruturas políticas, sociais, econômicas e culturais velhas
ainda estão se encaminhando lentamente para o leito de morte, enquanto suas
substitutas passam por um parto difícil. Resultado: sensação perpétua de caos e de-
salento, ainda que o momento também esteja repleto de potencialidades positivas.
Abranches está convicto de que a falta de controle sobre o capitalismo tem
solapado o funcionamento das democracias. “As leis de mercado são hoje um eu-
femismo que designa a combinação entre controle oligopolista e hegemonia do
capital financeiro”, resume. Nesse cenário, poucos decidem os destinos de bilhões.
Onde ver esperança? Para Abranches, será crucial usar as possibilidades do ci-
berespaço para criar um modelo de participação política mais direto, evitando que
a democracia representativa se transforme de vez em oligarquia. Resta saber como
fazer isso sem que as redes sociais se transformem numa reunião de condomínio
improdutiva de dimensões planetárias.(Reinaldo José Lopes, Folha de S. Paulo, 27/05/2017. Adaptado)
Assinale a alternativa em que todos os verbos estão corretos, de acordo com o pa-
drão de concordância.
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a) Pode-se acreditar nas ciências contemporâneas? Biotecnologia, nanotecnologia,
inteligência artificial, nada disso levam às benesses do futuro.
b) Conecta-se, nos estudos sobre a natureza da espécie, as descobertas da bio-
logia evolucionista com a tradição filosófica. Dessa conexão vem nossa crença no
futuro.
c) No mundo atual, 1% controlam o destino de bilhões de seres humanos. Espe-
ranças... ainda haverão?
d) É preciso que se criem possibilidades no ciberespaço, condição para que as de-
mocracias vinguem positivamente.
e) A crença do sociólogo no ciberespaço é legítima, desde que se torne produtivas
as redes sociais.
Letra d.
Na letra a, o correto é leva; na b, conectam-se; na c, controla e haverá; na e, se
tornem.
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Questão 40 (2017/VUNESP/CÂMARA DE SUMARÉ-SP/ESCRITURÁRIO) Leia a char-
ge e responda à questão.
Na frase dita pelo padre, o pronome “se” exprime reciprocidade da ação. A mesma
situação ocorre em:
a) Trata-se de reformular o Código Penal e ajustá-lo aos interesses da sociedade.
b) Com a chegada da madrugada, fez-se um silêncio assustador no vilarejo.
c) Para espanto dos anfitriões, foi-se embora sem dar justificativas.
d) Afiam-se facas e tesouras em domicílio.
e) Abraçaram-se com euforia, pois não esperavam um reencontro.
Letra e.
Na letra A, ocorre IIS; na B e na D, PA; na C, pronome expletivo.
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Questão 41 (2017/VUNESP/TJ-SP/SERVIÇO SOCIAL) Leia o texto para responder à
questão.
Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, a
maior parte do Nordeste brasileiro enfrentará mais três meses de chuvas abaixo do
normal, de abril a junho, prolongando uma seca que já dura cinco anos.
(Folha de S.Paulo, 03/04/2017)
Na oração “Confirmando-se a análise do Centro de Previsão do Tempo e Estudos
Climáticos...”, a palavra “se” tem o mesmo emprego que se verifica em:
a) Se houve restrições ao seu projeto, é porque precisa de melhorias.
b) Vivia-se muito bem por aqui, antes da invasão dos turistas.
c) Precisa-se de técnico em informática, com referências atualizadas.
d) Observa-se a fascinação das pessoas pelos recursos tecnológicos.
e) Os jovens amaram-se de imediato, quando se conheceram nas férias de verão.
Letra d.
Tanto no enunciado quanto na letra d, ocorre partícula apassivadora. Nas letras b
e c, IIS. Na letra e, pronome reflexivo/recíproco; na letra a, conjunção condicional
(você verá no último PDF do curso).
Questão 42 (2016/VUNESP/CÂMARA DE TAQUARITINGA-SP/TÉCNICO LEGISLATI-
VO)
Os estereótipos são numerosos. Os grupos étnicos são estereotipados, os cida-
dãos de outras nações e religiões são estereotipados, os gêneros e as preferências
sexuais são estereotipados, as pessoas nascidas em várias épocas do ano são es-
tereotipadas (astrologia solar) e as ocupações são estereotipadas. A interpretação
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mais generosa atribui esse modo de pensar a uma espécie de preguiça intelectual:
em vez de julgar as pessoas pelos seus méritos e deficiências individuais, nós nos
concentramos em uma ou duas informações a seu respeito, que depois inserimos
num pequeno número de escaninhos previamente construídos.
Isso poupa o trabalho de pensar, embora em muitos casos custe o preço de co-
meter uma profunda injustiça. Com isso, aquele que pensa por estereótipos tam-
bém fica protegido do contato com a enorme variedade de pessoas, a multiplicidade
de maneiras de ser humano. Mesmo que a estereotipagem seja válida em média,
está fadada a fracassar em muitos casos individuais: a variação humana passa por
curvas do tipo sino. Há um valor médio de qualquer qualidade, e números menores
de pessoas sumindo em ambos os extremos.
(Carl Sagan, “Maxwell e os ‘nerds’”. O mundo assombrado pelos demônios)
Assinale a alternativa em que as alterações feitas no trecho – Há um valor médio
de qualquer qualidade, e números menores de pessoas sumindo em ambos os ex-
tremos. – resultam em concordância de acordo com a norma-padrão.
a) Existem valores médios de qualquer qualidades, e apenas 10% das pessoas
some em ambos os extremos.
b) Podem haver valores médios de quaisquer qualidades, e quantidade menor de
pessoas somem em ambos os extremos.
c) Especulam-se que pode haver valores médios de qualquer qualidades, e a mi-
noria das pessoas some em ambos os extremos.
d) Tratam-se de estimativas de valores médios de quaisquer qualidades, e apenas
um terço das pessoas somem em ambos os extremos.
e) Há estimativas de valores médios de quaisquer qualidades, e pequena parte das
pessoas some em ambos os extremos.
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Letra e.
Na letra a, o correto seria somem; na b, pode haver e some; na c, especula-se; na
d, trata-se.
Questão 43 (2016/VUNESP/PREFEITURA DE REGISTRO-SP/ADVOGADO) Imagine
uma discussão, após um jogo de futebol, sobre um pênalti. “Ele obviamente foi
empurrado”, diz o torcedor de um time. “Que nada, se jogou”, diz o outro.
O mais interessante: ambos acreditam no que dizem. Ou seja, não se trata de uma
distorção deliberada da realidade, uma “malandragem”, mas de um viés involunta-
riamente criado pelo cérebro.
Apostando que isso não se aplica só ao futebol, mas também se aplica a várias
outras áreas (como a política), um físico e professor da USP tem se dedicado a
mapear todos os mecanismos mentais que nos tornam seres tendenciosos – ele já
publicou artigos sobre o tema em revistas científicas e prepara um livro. Para André
Martins, isso é um problema inclusive para o método científico.
Além do viés de confirmação – primeiro escolhemos um lado, depois selecionamos
os fatos que sejam adequados –, existem muitos outros mecanismos de parcialida-
de no nosso cérebro. Um dos mais famosos é o pensamento de grupo.
Estudos mostram que, se um voluntário desavisado é colocado em uma sala cheia
de atores, ele vai concordar com eles em várias questões, mesmo que estejam
obviamente errados. A maior parte dos voluntários chega a dizer que duas retas
evidentemente diferentes têm o mesmo tamanho, só porque os outros concluíram
isso antes deles.
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“Um exemplo disso é uma assembleia estudantil”, diz Martins. “Não existe muita
permissão para ideias próprias, só alguns pensamentos são permitidos. Dissidentes
são de alguma forma humilhados”.
Uma historieta norte-americana sintetiza o assunto: em uma sala de reuniões, o
chefão dá o diagnóstico: “Nosso problema é que precisamos de mais opiniões di-
vergentes”, ao que os subordinados reagem, dizendo “com certeza, chefe”, “exata-
mente o que eu penso”.
Estudos mais recentes, em que os cérebros dos voluntários são mapeados, mos-
tram que estar isolado, discordando da maioria, ativa regiões ligadas à dor, ou seja,
a rejeição de ser diferente machuca.(Ricardo Mioto, Como estragar um raciocínio. Folha de S.Paulo, 28/11/2015. Adaptado)
Assinale a alternativa que reescreve a passagem seguinte, obedecendo à norma-
-padrão de concordância verbal e nominal.
Ou seja, não se trata de uma distorção deliberada da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de um viés involuntariamente criado pelo cérebro. Não existe muita
permissão para ideias próprias, só alguns pensamentos são permitidos.
a) Ou seja, não se tratam de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de vieses involuntariamente criados pelo cérebro. Não vão haver per-
missões para ideias próprias, só se permite alguns pensamentos.
b) Ou seja, não se trata de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de vieses involuntariamente criados pelo cérebro. Não pode haver per-
missões para ideias próprias, só se permitem alguns pensamentos.
c) Ou seja, não se tratam de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de viés involuntariamente criados pelo cérebro. Não pode existir per-
missões para ideias próprias, só se permite alguns pensamentos.
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d) Ou seja, não se trata de distorções deliberada da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de viés involuntariamente criado pelo cérebro. Não vão existir permis-
sões para ideias próprias, só é permitido alguns pensamentos.
e) Ou seja, não se trata de distorções deliberadas da realidade, uma “malandra-
gem”, mas de vieses involuntariamente criados pelo cérebro. Não pode existirem
permissões para ideias próprias, só alguns pensamentos se permitem.
Letra b.
Primeiramente, o primeiro verbo deve estar no singular, por haver um IIS (o que
elimina as letras a e c). Das alternativas restantes, as letras (d e e), esta deveria
apresentar podem existir, ao passo que aquela, são permitidos.
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